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Vincent Cheung - Confrontações Pressuposicionais
Vincent Cheung - Confrontações Pressuposicionais
PRESSUPOSICIONAIS
Vincent Cheung
editora monergismo
Brasília, DF
Todos os direitos em língua portuguesa reservados por
Editora Monergismo
Caixa Postal 2416
Brasília, DF, Brasil - CEP 70.842-970
Telefone: (61) 8116-7481
www.editoramonergismo.com.br
1a edição, 2011
Tradução da versão revisada de 2010 (original publicado em
2003)
1000 exemplares
Cheung, Vincent
180p.; 21 cm.
CDD 230
ABREVIAÇÕES
Versões da Bíblia
CEV Contemporary English Version
ESV English Standard Version
GNT Good News Translation
NASB New American Standard Bible
NIV New International Version
NJB New Jerusalem Bible
NRSV New Revised Standard Version
NLT New Living Translation
SUMÁRIO
PREFÁCIO À EDIÇÃO
BRASILEIRA..................................................................................................... 7
A PRECONDIÇÃO DO SIGNIFICADO 10
A SUPRESSÃO DA VERDADE 13
A SUPERSTIÇÃO DA CIÊNCIA 15
A VINDICAÇÃO DE CRISTO 17
2. CONFRONTAÇÃO 20
ATOS 17.16-34 20
v. 16-17 21
v. 18, 21 27
v. 19-20 38
v. 22-23 39
v. 24-25 48
v. 26a 51
v. 26b 53
v. 27 54
v. 27b-29 61
v. 30a 67
v. 30b 71
v. 31 73
v. 32-34 83
3. CONQUISTA 86
FUNDAMENTO 86
CONVICÇÃO 87
DOMINAÇÃO 89
PREFÁCIO À EDIÇÃO BRASILEIRA
Marcelo Herberts
1. DESAFIO
A PRECONDIÇÃO DO SIGNIFICADO
12
As pessoas deveriam de fato “ver” Deus na natureza, mas
estou tentando explicar por que elas não veem, ou por que
elas afirmam não ver. Paulo está dizendo que, para rejeitar
o cristianismo e afirmar uma religião, filosofia ou
cosmovisão não cristã, você deve suprimir e distorcer o
conhecimento que já está em sua mente. Só o cristianismo
corresponde ao que você já sabe em sua mente, de modo
que você terá de suprimir e distorcer o que já sabe, de fato
enganar a si mesmo, para aceitar algo diferente da
cosmovisão ou religião cristã.
A SUPERSTIÇÃO DA CIÊNCIA
1. Se X, então Y
2. Y
3. Portanto, X
Ainda que Paulo cite poetas gregos em seu discurso (v. 28),
isso não significa que ele está concordando com o que
dizem. Mesmo agora estou citando Sanders, mas o faço
para mostrar seu erro e fazer dele um exemplo de erudição
inferior. Da mesma forma, Paulo cita os poetas não para
expressar sua concordância com eles, mas para outra
finalidade. Direi mais sobre isso assim que discutirmos o
versículo 28. Usar o “vocabulário da filosofia grega” não
implica concordância com a filosofia grega, da mesma
forma que posso usar o vocabulário da ciência evolutiva
para ilustrar como a teologia cristã se opõe à evolução. Ou
posso aludir às categorias de pensamento que interessam
ao psicólogo secular, apenas para preenchê-las de conteúdo
cristão e ilustrar assim a oposição bíblica às teorias não
cristãs.
Assim como Atos 17 diz que Deus não está longe de cada
um de nós, Romanos 1 diz que o que pode ser conhecido
sobre Deus é manifesto, porque Deus manifestou. Mas a
questão da ocultação divina surge porque nem todo mundo
reconhece Deus. O que está implicado de forma óbvia em
Atos 17 é explicitamente declarado aqui em Romanos 1, a
saber, a razão por que os não cristãos não fazem uma
afirmação consciente de Deus não é que a “evidência” não
é clara, mas que eles “suprimem a verdade”, e suprimem-
na por causa de sua “maldade”. Consistente com a ideia de
que os não cristãos estão tateando no escuro, Romanos 1
diz que “os seus pensamentos tornaram-se fúteis”, que “o
coração insensato deles obscureceu-se” e que “eles se
tornaram loucos”.
Dito isso, não está claro se, em primeiro lugar, Paulo está
citando Epimênides. Como escreve Lenski, “A declaração de
Paulo não é métrica na forma, e ele também não indica que
está fazendo uma citação. Tudo o que se pode dizer é que
Paulo pode ter lido Epimênides e usado a sua declaração
numa formulação própria”. 63 Em outras palavras, embora a
declaração possa soar semelhante, Paulo provavelmente
não está usando ela como uma citação de Epimênides, e
ambos têm em vista significados muito diferentes.
Paulo cita uma ideia que muitos deles afirmam para poder
contradizer outra ideia que muitos deles também afirmam.
Logo, a melhor explicação para a citação é que Paulo não
está usando Arato para apoiar a visão cristã da natureza de
Deus, mas usando Arato para refutar a visão ateniense da
natureza de Deus. Assim, Paulo derrota a religião popular
grega sobre esse ponto por um argumentum ad hominem,
que neste contexto quer dizer “um argumento que prova
uma conclusão a partir dos princípios ou práticas do próprio
oponente, frequentemente mostrando que são contrários ao
65
argumento dele”.
Mas é isto o que Paulo fez em Atenas! Ele não baseou sua
pregação no discurso humano eloquente ou na sabedoria
humana, mas dependeu do conteúdo da revelação bíblica, o
que é apenas outra forma de dizer: “Pois decidi nada saber
entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado”. Em
outro lugar, mostrei que 1 Coríntios 2.1-5 revela que Paulo
69
evitou o uso de sofismas filosóficos, argumentos vazios
que são baseados em especulação humana, e
definitivamente usou argumentos que são derivados da
própria sabedoria de Deus e, portanto, da “demonstração”
― prova axiomática ― do Espírito.