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Resenha da entrevista com Traudl Jungle – Eu fui a secretária de Hitler.

Traudl Junge foi a secretária particular de Hitler desde o outono de 1942 até a derrocada do
regime nazista, em 1945. Ela o acompanhava em todos os lugares, seja em seu trem exclusivo,
seja no bunker do Fuhrer. Foi ali que Hitler ditou para ela seu testamento.

No decorrer da entrevista a Sr. Junge demonstra uma memória excepcional dos


acontecimentos do período que esteve ao lado de Hitler.

Traudl retrata Hitler como um senhor educado que falava em tom baixo e acalentador,
praticamente paternal, que era atormentado por problemas digestivos e, tinha grande orgulho
de seus ideais assim como da lealdade de seus seguidores.

Hitler tinha uma pastora alemã chamada Blondie, da qual se orgulhava pela inteligência e
capacidade de seguir ordens, a cadela lhe proporcionava horas de lazer, em contrapartida
odiava flores em seu quarto por não gostar de “coisas mortas ao seu redor”, o que gera um
choque de contradição quando levantamos a questão do extermínio dos judeus nos campos de
concentração.

Quando questionada sobre as discussões do extermínio de judeus, Traudl responde que


geralmente essa questão nunca era levantada durante as conversas diárias por qualquer dos
indivíduos que conviviam com Hitler, ao menos na presença dela, mas lembra-se de ter ouvido
algo em relação a um episódio no qual Hitler foi questionado por Frau Von Schirach sobre o
tratamento desumano aplicado aos judeus, o que o irritou e o fez proferir a seguinte resposta:
“Não interfira em coisas que você não entende. Esse sentimentalismo é ridiculamente
exagerado.”.

Durante a guerra Hitler nunca viu de perto uma cidade alemã após ter sido bombardeada, ele
viajava em seu trem de luxo com as cortinas fechadas e quando tinha de se locomover em um
carro o motorista assegurava que rota fosse a menos danificada, desta forma não havia a
menor chance do Fuhrer ter alguma percepção das condições precárias nas quais o povo
alemão sobrevivia, quando questionado sobre o assunto apenas respondia que as vingança
seria alcançada pelas armas e que a Alemanha seria reconstruída.

Traudl demonstra um grande conflito emocional durante a entrevista, ao mesmo tempo que
sente culpa por ter feito parte de um Reich que causou uma nefasta destruição, também tinha
uma relação paternal com Hitler por não ter tido pai.

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