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Elcio A.

Lodos

DIA E NOITE SEM CESSAR


Como Entender e se Envolver no Movimento de Oração e
Adoração Contínua

1ª Edição
Curitiba, Paraná 2015
Curitiba/PR
+55 (41) 3016-6588 www.orvalho.com

DIA E NOITE SEM CESSAR


Como entender e se envolver no movimento de oração e adoração contínua

© 2015 por Elcio A. Lodos


1ª edição – 2015

Todos os direitos reservados.


Proibida a reprodução total ou parcial.
Os infratores serão processados na forma da lei.

Coordenação: Luciano Subirá


Revisão:
Capa:
Diagramação: Waldemar Suguihara

Impressão: Gráfica Betânia


(Impresso em papel pólen, formato 14x21cm, capa em cartão triplex, fontes Minion Pro e Trade Gothic, com filmes fornecidos pelo editor)

Todos os textos citados, salvo menção em contrário, são da Versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel
Categoria: Vida Cristã

ÍNDICE
Introdução..............................................5
1. Na Terra como no Céu...............................9
2. Chamados para Orar, para Adorar e
para Comunhão com Deus!.........................21 3. A Identidade da Igreja como
Casa de Oração. . . . . . . . . 31
4. Oração e Adoração no Espírito do
Tabernáculo de Davi................................39
5. Conforme o Comando de Davi – Adoração e Oração Contínua no Velho
Testamento......................47
6. Oração e Adoração Contínua no Novo Testamento. . . . 63
7. Oração e Adoração Contínua – Porque Ele é Digno!. . . 77
8. Alguns Chamados para Serem
Missionários Intercessores...........................89
9. Precursores, a Identidade da Última Geração. . . . . . . . . 97
10. A Solução de Deus para a Crise da Nação. . . . . . . . . . . 109
Apêndice: O que é a Casa Internacional de Oração de Kansas
City?.................................121

DEDICATóRIA
Dedico este livro a três pessoas que me fizeram acreditar e tentar vivenciar as
palavras contidas nele.

Jaqueline, você tocou a eternidade de uma forma que eu não sabia ser possível
alguém tocar, e eu estava ao seu lado para assistir isto e ser transformado no
processo.

Rebekah, quando você se assenta no piano, fecha os seus olhos e canta o seu
coração para Jesus, eu vejo o que significa verdadeiramente viver para a
Audiência de um só. Sua verdade em Jesus me constrange.

Rafael, seu desejo e compromisso em ver Jesus ser adorado Dia e Noite por toda
a terra me faz entender e acreditar: uma nova geração profética de fato está
sendo levantada por Deus na terra. A plena manifestação do reino de Deus está
próxima.

INTRODuçãO

O
relógio marcava 6 horas da manhã. Era uma terça-feira. A temperatura em
Kansas City estava 10 graus abaixo de zero. Em nosso caminho ao invés do
verde das gramas víamos tudo branco, coberto de neve. Quando chegamos ao
estacionamento do IHOPKC (Casa Internacional de Oração de Kansas City),
para nossa surpresa, foi difícil encontrar um lugar para estacionar. Entramos e a
Sala de Oração, que comporta quase mil pessoas, estava completamente cheia.

Encontrei um lugar na área que costumo ficar. Comecei a adorar ao Senhor e


meu coração se encheu de gozo e de um senso de propósito. Pensei: “Estou aqui
participando desta reunião de oração e adoração que começou 15 anos atrás.
Posso vir aqui a qualquer hora do dia ou da noite, e este lugar estará aberto com
músicos e cantores adorando ao Senhor e pessoas clamando a Ele em
intercessão.” Em meio à intensa presença do Senhor, me senti a pessoa mais
privilegiada do mundo.

Neste lugar da terra, nos últimos 15 anos, todos os segundos de todos os


minutos, todas as horas de todos os dias, o Senhor nosso Deus tem sido adorado
e buscado em oração.

A Casa Internacional de Oração em Kansas City, nos Estados Unidos da


América, é fruto de um despertar do Espírito Santo no coração de Mike Bickle, e
também, de confirmações proféticas e intervenções sobrenaturais. Ela tem
sustentado Oração e Adoração contínua pelos últimos 15 anos.

O que é mais fascinante é que a Casa de Oração em Kansas City não é algo
único. Por toda a terra, casas de ora
Dia e Noite sem Cessar

ção têm surgido. Histórias de intervenção sobrenatural de Deus, despertando a


visão e trazendo recursos têm se tornado comum.

Deus está fazendo algo novo na terra! Há um novo e contínuo som de adoração e
de clamor ecoando em todas as regiões do globo. De Israel a Nova Zelândia, do
Egito ao México, da Rússia ao Brasil. O Espírito Santo está inspirando uma nova
geração de adoradores. Jovens intercessores estão sendo levantados em toda a
parte.

Nos próximos anos, Oração e adoração Dia e Noite sem cessar será a norma e
não a exceção na terra. Eu e você estamos testemunhando a maior revolução
espiritual dos últimos séculos. Deus está comprometido em estabelecer aquilo
que Ele prometeu que faria:

“Mas desde o nascente do sol até ao poente será grande entre os gentios o meu
nome; e em todo o lugar se oferecerá ao meu nome incenso, e uma oferta pura;
porque o meu nome será grande entre os gentios, diz o SENHOR dos Exércitos.”

Malaquias 1.11

Você e eu somos chamados, não somente para assistir e celebrar o que Deus está
fazendo, mas para participar. Meu propósito neste livro é o de ajudar você a
compreender com mais clareza o lugar de Oração e Adoração contínua no plano
de Deus para sua vida, igreja e região.

As verdades deste livro transformaram totalmente minha maneira de ver e de me


relacionar com Deus. Oro para que elas façam o mesmo com você. Antes, eu me
via primariamente como mestre, pastor e líder, hoje minha identidade preferida é
a de Missionário Intercessor.
introdução

Que sua jornada, nas verdades mostradas aqui, tenham o mesmo efeito em você
que tiveram em mim. Que você também termine este material relacionando-se
com o Senhor de uma forma diferente. Que você seja visitado pelo Espírito
Santo durante a leitura deste livro. Que o fogo real de Deus queime em você
mais do que nunca, e que você seja levantado como um dos que estarão
preparados e prontos nesta hora final!

Capítulo 1

NA TERRA COMO NO Céu


“Jesus ensina-nos a orar!”
C
omo será que foi, para aquele grupo de pessoas no primeiro século, ter estado em
um lugar assistindo Deus orar?

Que efeito teria tido em nós se pudéssemos ter visto o Filho de Deus, se ajoelhar
e falar com seu Pai Celestial? Se pudéssemos ter ouvido as palavras do Deus
encarnado em oração?
Os homens que vivenciaram isto tiveram a seguinte reação: “Senhor, ensina-nos
a orar!” (Lc 11.1).
E Jesus ensinou! Em reposta a este pedido Ele nos dá um modelo essencial de
oração. Uma das coisas pelas quais o Senhor disse que devíamos orar é: “...Seja
feita a tua vontade, assim na terra como no céu”. Em outras palavras: que o que
acontece no lugar onde o Senhor habita, aconteça também aqui na terra!
Muitas coisas acontecem no céu. A Sala do Trono de Deus contém muitas coisas
e é claro que Adoração e Intercessão Dia e Noite são algumas delas (Apocalipse
4 e 5). Quando oramos como Jesus nos ensinou, uma das coisas que estamos
pedindo é que Deus seja adorado e buscado na terra como Ele é no céu e também
que esta adoração na terra seja feita como ela é feita no céu.
Mike Bickle, fundador e diretor da Casa Internacional de Oração de Kansas City
(IHOPKC), identifica cinco características da adoração no céu. Mike nos mostra
que quando oramos para que a vontade de Deus se manifeste na terra como ela
se manifesta no céu, estamos orando pela manifestação da adoração a Deus com
estes cinco elementos, que são:

1. A adoração no céu é centrada em Deus.


2. A adoração no céu é relacional.
3. A adoração e oração no céu são contínuas.
4. A adoração no céu é musical.
5. A adoração no céu é antífonal.

Mike afirma também que encontramos estas mesmas cinco características no


Tabernáculo de Davi e em todos os Avivamentos experimentados por Israel nos
séculos posteriores a Davi.

Se vamos estabelecer o reino de Deus na terra precisamos buscar estabelecer esta


realidade em nossa igreja, cidade e nação. Vale a pena olhar para isto com mais
detalhes!

A AdorAção no céu é centrAdA em deus

No céu, Deus é a razão do por que adoração existe. Ele é o motivo e a


inspiração. Quando caminhamos pelo livro de Apocalipse, parando para
observar a ação dos Anjos e de todos que habitam no céu, descobrimos que
constantemente eles estão respondendo a presença ou as ações de Deus. E eles
sempre respondem espontaneamente com adoração.
No lugar onde Deus habita, a única resposta apropriada à sua magnificência e
excelência é adoração! Ele é grandioso, glorioso, apreciável, belo, justo, perfeito
em todos os seus pensamentos e ações. Ele é mais do que... mais do que o nosso
vernáculo possa expressar! Talvez nas línguas celestiais existam mais
substantivos, mais adjetivos, mais superlativos! Talvez um dia, quando
estivermos também lá, vamos começar a descobrir o que realmente os Anjos,
arcanjos, querubins e serafins querem expressar quando dizem: Santo! Santo!
Santo é o Senhor, Deus Todo Poderoso, Senhor de todos os exércitos celestiais!

Como diz aquela canção: “Só posso imaginar! Só posso imaginar!”


Ele é digno! Em sua presença tudo o mais desvanece.

“E os quatro seres tinham, cada um de per si, seis asas, e ao redor, e por dentro,
estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo:
Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que
há de vir. E, quando os seres davam glória, e honra, e ações de graças ao que
estava assentado sobre o trono, ao que vive para todo o sempre, Os vinte e
quatro anciãos prostravam-se diante do que estava assentado sobre o trono, e
adoravam o que vive para todo o sempre; e lançavam as suas coroas diante do
trono, dizendo: Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu
criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas.”

Apocalipse 4.8-11 Quando olhamos para o Tabernáculo de Davi, vemos que a


ordem de adoração ali também era centrada em Deus. “Eu te louvarei,
SENHOR, com todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas. Em ti me
alegrarei e saltarei de prazer; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo” (Sl
9.1,2).

Davi também nos fala que um dos focos principais da sua vida era o de adorar ao
Senhor, contemplando-o em sua beleza: “Uma coisa pedi ao SENHOR, e a
buscarei: que possa morar na casa do SENHOR todos os dias da minha vida,
para contemplar a formosura do SENHOR, e inquirir no seu templo” (Sl 27.4).

Como é no céu e como foi no Tabernáculo de Davi, assim deve ser hoje em
nossas vidas e em nossas igrejas, em nossas canções e em nossas proclamações.
A adoração centrada em Deus precisa ocupar o primeiro lugar.

A AdorAção no céu é relAcionAl

Ao olharmos para adoração no céu, através das lentes do Apóstolo João, no livro
de Apocalipse, vemos a centralidade de Jesus. Isto seria esperado, pois Jesus é a
segunda pessoa da Trindade. O que de certa forma é surpreendente é que no
centro da adoração a Jesus, Ele aparece como Cordeiro; “E olhei, e ouvi a voz de
muitos anjos ao redor do trono, e dos seres, e dos anciãos; e era o número deles
milhões de milhões, e milhares de milhares, Que com grande voz diziam:
“Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e
força, e honra, e glória, e ações de graças” (Ap 5.11,12). Para mim esta
passagem é extraordinária; todo o céu, bilhões de Anjos, explodindo em
adoração! E o que eles exaltam em Jesus? Sua obra de redenção feita na terra:
“...Digno é o Cordeiro que foi morto.” Como Cordeiro, Jesus pagou o preço
pelos nossos pecados e restaurou a nossa comunhão com Deus. E não somente
isto, Ele reconciliou, isto é, provocou paz entre os céus e a terra.

A adoração no céu é centrada em Deus, que é essencialmente relacional. O Deus


que surpreendeu até os Anjos, quando se tornou homem e ainda, além disso,
como homem, “humilhou-se até a morte e morte de cruz” (Fp 2.8).

A obra redentora foi a mais elevada e perfeita manifestação do amor de Deus.


Este plano que estava oculto até mesmo para os anjos, foi revelado na
encarnação e no perfeito sacrifício Pascal de Jesus Cristo. Ao manifestar seu
amor, através do sacrifício de Cristo, Deus expressou seu desejo por
relacionamento íntimo com sua criação, seu desejo de compartilhar o que Ele é e
tudo o que Ele tem. Em Cristo fomos feitos filhos de Deus, co-herdeiros do seu
reino, cidadãos da sua Cidade. Em Cristo fomos feitos um com Deus.

Portanto, quando o céu expressa o valor do Cordeiro, o próprio valor da Glória


de Deus, da sabedoria de Deus e da inefável bondade de Deus está sendo
expresso. Quando o Cordeiro está sendo adorado, Deus está sendo adorado!

Jesus, como Cordeiro de Deus que foi sacrificado na cruz, derrubou a parede de
separação entre Deus e os homens e também entre os próprios homens. Quando
recebemos Jesus Cristo como nosso Salvador e Senhor, somos trazidos para um
relacionamento pessoal com Deus, e também somos feitos irmãos uns dos
outros: “O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais
comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus
Cristo” (1 Jo 1.3).

“Em volta do trono de Deus, as quatro Criaturas e os vinte e quatro anciãos,


cantam sobre o fato de que Jesus foi sacrificado, fazendo do seu povo Reis e
Sacerdotes em parceria com Ele. Uma das maneiras de magnificarmos Jesus é
louvá-lo por causa do seu desejo por profundo relacionamento e parceria
ministerial conosco.” (Mike Bickle, no livro Crescendo em Oração).

“E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os


mortos e o príncipe dos reis da terra. Aquele que nos amou, e em seu sangue nos
lavou dos nossos pecados, E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele
glória e poder para todo o sempre. Amém.”

Apocalipse 1.5,6

Também no Tabernáculo de Davi, Deus era louvado e adorado em seu


relacionamento conosco. Em vários Salmos de Davi, vemos expressões de
adoração a Deus por causa do seu amor relacional, sua escolha soberana e sua
presença no meio do seu povo. Um dos exemplos disto é o Salmo oito. Ali Davi
começa declarando: “O SENHOR, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome
em toda a terra, pois puseste a tua glória sobre os céus!” (Sl 8.1). Depois disto
Ele se move para exaltar a beleza e o mistério deste Deus infinito entrando em
relacionamento com o homem: “Que é o homem mortal para que te lembres
dele? e o filho do homem, para que o visites? Pois pouco menor o fizeste do que
os anjos, e de glória e de honra o coroaste” (vs. 4, 5).

Uma das razões do por que o Espírito de Deus está inspirando igrejas e
ministérios por toda a terra, para que sejam estabelecidos locais de Adoração e
Oração contínuas, é esta. Deus é relacional, e Ele nos quer juntos. Ele quer
receber a oração e adoração corporativa do Seu povo, subindo a Ele de toda a
terra.

A AdorAção e A orAção no céu são contínuAs!

É absolutamente claro na Palavra de Deus que Adoração e Intercessão no céu


nunca param. “E os quatro seres tinham, cada um de per si, seis asas, e ao redor,
e por dentro, estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de
noite, dizendo: Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era,
e que é, e que há de vir” (Ap 4.8).

Note a frase: “não descansam nem de dia nem de noite”. Esta mesma frase
poderia ser dita da seguinte forma: Eles não param de adorar e interceder um só
instante, isto é, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Por isso dizemos, adoração e
intercessão no céu são 24/7!
Outra observação que quero fazer aqui é que estes seres estão adorando: “Santo,
santo, é o Senhor Deus!”. Mas eles também estão intercedendo, isto é,
declarando as promessas de Deus de volta para Ele: “que era, que é e que há de
vir”. Ao intercederem cantando: “há de vir”, eles estão falando de uma realidade
que acontecerá na terra. Deus já habita no Céu, mas Ele “há de vir” para a terra
como Ele prometeu, e as duas realidades – céu e terra se tornarão uma. O
Espírito de Deus colocou esta oração nos lábios dos seres viventes, e eles cantam
isto de volta para Deus 24/7, isto é, dia e noite sem cessar.

E quanto à “Ordem do Tabernáculo de Davi”? Davi separou e sustentou quatro


mil músicos (1 Cr 23.5) e duzentos e oitenta e oito cantores e cantoras (1 Cr
25.7). Somados a quatro mil porteiros, isto é, aqueles que faziam os trabalhos
gerais de organização do tabernáculo, eles constituíam a equipe ministerial de
tempo integral, que mantinham a adoração e a oração contínua dia e noite.
“Destes foram também os cantores, chefes dos pais entre os levitas, habitando
nas câmaras, isentos de serviços; porque de dia e de noite estava a seu cargo
ocuparem-se naquela obra” (1 Cr 9.33).

A AdorAção no céu é musicAl!

Música nunca para no céu! A Bíblia nos mostra que na sala do trono cânticos
harmoniosos nunca param. Os Anjos executam instrumentos musicais. Eles
cantam canções compostas nos céu (Ap 15.3). Eles cantam espontaneamente,
responsivamente, isto é, antifonalmente (Ap 14.3). Eles tocam trombetas, harpas,
e outros instrumentos musicais. A beleza, glória e majestade de Deus são vistas
nas canções cantadas em volta do seu trono (Ap 4.5; 8.5; 11.19; 16.18).

O próprio Senhor é descrito como cantando sobre o seu povo (Sf 3.17). Jesus
canta louvores ao seu Pai (Hb 2.12) e é descrito como Aquele que vive para
interceder pelo seu povo (Hb 7.25), e também, como o líder de adoração no céu
(Hb 8.2). Como a adoração e intercessão são ininterruptas no céu, podemos dizer
que, no céu a música nunca para. “...e ouvi uma voz de harpistas, que tocavam
com as suas harpas” (Ap 14.2b).

A Harpa, símbolo da adoração na Bíblia, e a Taça, símbolo da intercessão, foram


vistas pelo Apóstolo João, nas mãos dos vinte e quatro anciãos na presença de
Deus, no momento do cumprimento dos eventos finais que culminarão com o
retorno de Jesus para a terra, e isto nos fala do movimento de adoração e oração
contínuas que Deus está levantando em todas as nações.
Assim na Terra como no céu! Igreja na Terra e Anjos no céu, em unidade,
cantando em concordância com os projetos revelados de Deus.

“E, havendo tomado o livro, os quatro seres e os vinte e quatro anciãos


prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles harpas e taças de ouro cheias
de incenso, que são as orações dos santos.”

Apocalipse 5.8

Davi estabeleceu músicos e cantores para estarem continuamente diante do


Senhor em adoração. Ele nomeou líderes como Asafe e outros, que eram líderes
de grupos de músicos e cantores.

“E designou alguns dos levitas por ministros perante a arca do SENHOR; isto
para recordarem, e louvarem, e celebrarem ao SENHOR Deus de Israel. Era
Asafe, o chefe, e Zacarias o segundo depois dele; Jeiel, e Semiramote, e Jeiel, e
Matitias, e Eliabe, e Benaia, e Obede-Edom, e Jeiel, com alaúdes e com harpas;
e Asafe se fazia ouvir com címbalos; Também Benaia, e Jaaziel, os sacerdotes,
continuamente tocavam trombetas, perante a arca da aliança de Deus.”

1 Crônicas 16.4-6

Davi também tinha a habilidade de inventar novos instrumentos musicais para


serem usados na adoração contínua do Tabernáculo. “E quatro mil porteiros, e
quatro mil para louvarem ao SENHOR com os instrumentos, que eu fiz para o
louvar, disse Davi” (1 Cr 23.5). Ele compôs músicas, poemas e os dividiu em
turnos para contínua adoração musical perante o Senhor (1 Cr 23.6; Sl 45.1).

A AdorAção no céu é AntifonAl!

Cântico Antifonal é o modelo que encontramos ao redor do trono de Deus (Ap 4


e 5). Cântico Antifonal, que significa cântico responsivo, é a norma no livro de
Apocalipse. Eu amo o ensino simples e claro de Mike Bickle nesta área. Neste
modelo, Mike ensina, “músicos e cantores fluem juntos interativamente,
adorando a Deus com orações e proclamações proféticas. Por exemplo, na
descrição de adoração abaixo, podemos identificar cinco movimentos
responsivos, de diferentes grupos ministrando a Deus:

“As quatro criaturas vivas e os vinte e quatro anciãos (...) cantaram um cântico
novo, dizendo: ‘Tu és digno...’ Eu ouvi a voz de muitos anjos...dizendo com alta
voz: ‘digno é o Cordeiro...’ Toda criatura que está no céu e na terra...eu ouvi
dizendo: ‘Bênção e honra, glória e poder seja a Ele...’ Então as quatro criaturas
vivas disseram: ‘Amém!’ E os vinte e quatro anciãos prostraram-se e o
adoraram!”

Apocalipse 5.8-9;,11-14

Primeiro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos cantam (vs. 8-9).
Segundo, os milhares de anjos respondem a eles (vs. 11-12). Terceiro, todas as
criaturas contribuem com o que os dois primeiros grupos proclamaram (v. 13).
Quarto, as quatro criaturas vivas, respondem com um coro, proclamando;
‘Amém!’ (v. 14). Quinto, os vinte e quatro anciãos respondem com adoração (v.
14).

Sobre a ordem de Davi, Mike Bickle diz:

“A ordem de adoração que Davi estabeleceu em Israel incluiu Antifonal, isto é,


cântico interativo (Ne 12.24), assim como a ordem de Adoração em volta do
trono de Deus (Ap 5.8-14). Porque Davi ordenou isto? Possivelmente porque ele
entendeu que Deus organiza os corais do céu para responderem antifonalmente
uns aos outros.” (Mike Bickle, no livro Crescendo em Oração).

Capítulo 2

ChAMADOS pARA ORAR, pARA ADORAR E


pARA COMuNhãO COM DEuS
“Eu oro, porque eu sou um cristão.” (D. Bounholfer)
Q

uando somos encontrados por Deus e respondemos entregando nossas vidas ao


Senhorio de Jesus Cristo, somos salvos por sua graça. Somos transformados em
novas criaturas. E somos transferidos do império das trevas para o “reino do
filho do seu amor” (Cl 1.13).

Como parte da nossa nova vida, da nossa nova identidade em Cristo, entendemos
que somos chamados: “E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que
chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também
glorificou” (Rm 8.30).
Geralmente quando pensamos em ‘chamado’, pensamos em nossa função no
Reino de Deus, em nosso ministério, em nossos dons pessoais. Mas há um
chamado primário de Deus para todos nós. Independente de nosso dom pessoal
ou das nossas habilidades, todos temos este tríplice chamado: Somos todos
chamados para orar; Somos todos chamados para adorar; E somos todos
chamados para comunhão íntima com nosso Deus Trino, isto é, Comunhão com
Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

chAmAdos pArA orAr


“E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca
desfalecer.”
Lucas 18.1

Em Lucas 18, Jesus conta uma história de uma mulher que por causa da sua
insistência e perseverança é atendida por um juiz infiel e injusto. Este juiz é
infiel e não se importa em fazer o que é correto, mas por causa da persistência,
isto é, da chateação da mulher, atende a seu pedido só para se livrar do
importuno.

Surpreendentemente, Jesus usa essa história para nos ensinar sobre a necessidade
de “persistência em oração”. Jesus conclui a história com a centralidade da
verdade que Ele estava transmitindo: “E Deus não fará justiça aos seus
escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?”
(Lc 18.7).

A persistência é ressaltada na frase “de dia e de noite”. Jesus aqui, não só nos dá
permissão para estabelecermos lugares de oração 24/7, mas mostra a necessidade
de que isto seja feito especialmente no contexto do final dos tempos, que é o
contexto onde esta parábola está inserida (Lc 17 a 19).

Ao registrar esta parábola, Lucas, pelo Espírito Santo, afirma: “... Esta história é
sobre o dever de orar sempre!” (v. 1). Somos chamados para orar sempre.
Oração precisa ser parte da nossa vida diária. Assim como paramos para comer,
paramos para descansar, precisamos parar para orar!

Por muito tempo em minha caminhada com o Senhor, considerei oração como
algo desejável, apreciável e até necessário, mas ao mesmo tempo opcional. Eu
era guiado por minhas emoções ou por necessidades. Ou seja, quando eu sentia
vontade eu orava, ou quando vinha uma necessidade, então eu orava. Ao receber
a revelação de Lucas 18, esta postura mudou em mim. Hoje eu sei que devo orar.

Sei também que petição é uma parte importante da oração, mas é só um aspecto
dela. Oração vai muito além de petição. No reino milenar e eterno de Deus não
precisaremos mais fazer petições, pois não haverá necessidades, mas
continuaremos nos relacionando com Deus através da oração.

Somos chamados para orar. Somos desafiados a crescer em oração, e assim,


crescer em entendimento sobre oração e crescer em apreciação e
comprometimento com tempo diário de oração. A vida de oração que começa
quando somos salvos, não é algo estático, “formatado”. É algo que deve
continuamente amadurecer, aumentar em intensidade e em quantidade.

Precisamos entrar no entendimento de que, quer haja necessidades ou não,


estaremos orando. Quer sintamos vontade ou não, estaremos orando. Veja o que
Jesus disse aos discípulos em uma hora inconveniente e de muito cansaço: “E,
levantando-se da oração, veio para os seus discípulos, e achou-os dormindo de
tristeza. E disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos, e orai, para que
não entreis em tentação” (Lc 22.45,46). E Mateus acrescenta: “Vigiai e orai, para
que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é
fraca” (Mt 26.41).

Nestas duas passagens, orar é imperativo: “Orai!”. Como seguidores de Jesus,


somos chamados a entender que oração é parte essencial da nossa nova natureza.
As novas criaturas têm uma nova natureza, totalmente diferente da antiga, e
parte desta nova natureza é a habilidade de orar.

Como o Pastor Dietrich Bonholfer respondeu, quando perguntaram a ele: Por


que você gasta tanto tempo orando? “Oro por que sou um cristão!” O que
Bonhofer entendeu é que oração era parte da natureza dele como cristão. Assim
como pássaro canta, leão caça, peixe nada, cristão ora. Faz parte da nossa
natureza. Comunhão com Deus em oração é uma das evidências de que somos
verdadeiramente cristãos nascidos de novo.

chAmAdos pArA AdorAr


“Adora a Deus” (Ap 19.10).

Da mesma forma que, como cidadãos do Reino de Deus, somos chamados para
orar, somos também chamados para adorar a Deus. Este chamado é tão presente
na Bíblia de Gênesis a Apocalipse que de fato este é um dos nossos nomes
pessoais: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores
adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o
adorem” (Jo 4.23).

Também aqui, como no caso da oração, este texto aponta para nossa nova
natureza como cristãos nascidos de novo. Jesus afirma que estava chegando uma
hora onde haveria na terra um povo capaz de adorar ao Pai em espírito e em
verdade.

“A hora vem”, isto é, depois de sua morte e ressurreição, por causa do seu
sacrifício redentivo, a hora de um povo com a natureza de adoradores seria
gerada na terra. Jesus os chama de “verdadeiros adoradores”.

Nós somos estes “adoradores”. Aqui na terra, ninguém mais pode adorar a Deus,
ninguém mais pode adorar a Jesus. O homem natural pode buscar a Deus, mas
adorar é algo exclusivo para os adoradores: você e eu, e todos aqueles que foram
transportados para o Reino do Filho e receberam o Selo do Espírito Santo, pois
só pode adorar quem tem o Espírito e foi transformado pela verdade. Se oramos
porque somos cristãos, também adoramos porque somos cristãos.

Todos nós, em Cristo, somos chamados para adorar. Portanto ser adorador não
tem a ver diretamente com seus dons pessoais. Às vezes nos referimos aos
cantores e músicos, como os “adoradores” da igreja. Quando organizamos
conferências ou seminários para adoradores, pensamos nos grupos musicais, nos
cantores e nos músicos da igreja, mas esta não é a visão de Deus.

Os músicos e cantores são chamados, sim, para expressar parte de sua adoração
com música e para exercerem seus dons no corpo de Cristo, para que todos
possam também expressar canções a Deus, mas eles não são uma elite chamada
de “adoradores”. Todos nós somos adoradores. Todos nós somos chamados para
adorar. Adoramos com música, adoramos com cânticos, mas também adoramos
a Deus em muitos outros aspectos das nossas vidas.

Quando estou dirigindo e coloco uma adoração no som do carro e começo a


cantar, aquele ministério de música está, com seu dom pessoal, me ajudando a
adorar e isto é muito bom. Mas também quando declaro a glória de Deus mesmo
sem música, minha adoração é recebida nos céus. Quando obedeço a Palavra de
Deus, quando amo o meu próximo, quando me mantenho fiel à minha esposa, e
em tudo isto reconheço a grandeza de Deus e minha dependência dele, estou
adorando a Deus.

A hora veio! Está sobre nós! Os milhões de convertidos na terra são o grande e
crescente exército de “verdadeiros adoradores”. Li uma estatística que dizia que
a cada minuto, dez pessoas se convertem na terra. Veja, o exército está crescendo
a cada segundo. Somos o crescente e magnífico exército de Deus. Nossa dieta
especial como exército de Deus é a Oração e a Adoração. Nossas armas de
guerra são a Oração e a adoração. Nossa estratégia de combate é a mesma do
exército de Josafá: Trazer a glória do reino através da adoração. E a celebração
da nossa vitória está em “removermos a Coroa de nossas cabeças, e a
depositarmos aos pés de Jesus, o Senhor dos Exércitos de Deus” (Ap 4.10).
Verdadeiros Adoradores! Adorando ao Pai em espírito e em verdade!

Através do profeta Malaquias, depois de reprovar o culto falso e superficial de


Israel, o Senhor faz uma promessa: “Mas desde o nascente do sol até ao poente
será grande entre os gentios o meu nome; e em todo o lugar se oferecerá ao meu
nome incenso, e uma oferta pura; porque o meu nome será grande entre os
gentios, diz o SENHOR dos Exércitos” (Ml 1.11).

O Senhor declara aqui que haverá um dia, em que de todos os povos, incenso e
uma oferta pura, isto é, oração e adoração, seriam oferecidos continuamente a
Ele. No livro do profeta Sofonias vemos outro texto paralelo a este. Após falar
do julgamento e da destruição que viria sobre as nações por causa da
infidelidade, o Senhor promete: “Porque então darei uma linguagem pura aos
povos, para que todos invoquem o nome do SENHOR, para que o sirvam com
um mesmo consenso. Dalém dos rios da Etiópia, meus zelosos adoradores, que
constituem a filha dos meus dispersos, me trarão sacrifício” (Sf 3.9,10).

Através de Malaquias o Senhor promete a realidade da manifestação da adoração


contínua. Em Sofonias o Senhor mostra como Ele fará isso. Ele promete dar uma
“linguagem de adoração” e chamar “seus zelosos adoradores” que lhe “trarão
sacrifício”, isto é adoração.

A frase “zelosos adoradores” de Sofonias e a frase “verdadeiros adoradores” de


Jesus, em João 4.23, falam de uma mesma realidade de um mesmo período na
história humana. Malaquias e Sofonias apontam para uma hora na história: a
hora da proximidade do dia do Senhor. Uma hora onde haveria um crescimento
progressivo de oração e adoração contínuas, até que em todos os lugares da terra,
24 horas por dia, 365 dias por ano, o nome do Senhor fosse buscado e exaltado.
E esta é a hora que está sobre nós.

Muitos corações estão ardendo por toda a terra, pois o Senhor já está levantando
seu exército de adoradores para esta última hora. Salas de oração e adoração
estão surgindo em todos os lugares. A Promessa de Malaquias 1 e a estratégia de
Sofonias 3 já estão em operação na terra. E este é o chamado de Deus para você.
Especialmente nesta última hora, o Senhor está falando aos corações; o Senhor
está chamando; o Senhor está levantando seus zelosos e verdadeiros adoradores
por toda a terra.

chAmAdos pArA comunhão com deus


“Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus
Cristo nosso Senhor.”
1 Coríntios 1.9

Você foi chamado para comunhão de Jesus Cristo nosso Senhor. Há duas coisas
importantes neste texto que podem ser percebidas com mais clareza no texto
Grego. No original, a frase é mais forte e mais clara, ela diz que fomos
“chamados para dentro” da comunhão do Filho. Não apenas comunhão “com o
Filho”, mas comunhão “do filho”. A palavra comunhão também é significativa
no original: “koinonia” é a palavra grega, e vai muita além do relacionamento
externo de comunhão. “Koinonia” fala de dois se tornando um. Esta mesma
palavra é usada na Bíblia para se referir à comunhão da trindade: a comunhão
(koinonia) do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Jesus orou para que esta realidade fosse manifestada em nós: “Para que todos
sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um
em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a
mim me deste, para que sejam um, como nós somos um” (Jo 17.21,22).

Através do sangue redentor e purificador de Jesus Cristo, somos transformados


em novas criaturas e a nossa natureza mudou. Agora que a separação da natureza
pecaminosa foi removida no calvário, Jesus Cristo pode estar em nós, como
Paulo declara; “Cristo em vós, esperança da glória” (Cl 1.27b). E nós podemos
estar nele: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas
velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17).

Para mim, este entendimento mudou tudo em minha jornada. Não fui chamado
apenas para seguir Jesus à distância tentando imitar sua vida com o meu próprio
esforço. Não fui chamado para seguir “a religião certa”. Fui chamado para ter
Deus dentro de mim e para estar em Deus.

Deus, agora mesmo, está interagindo dentro de mim. À medida que me conecto
com Ele: em oração, em adoração, em serviço e em contemplação do que Ele é,
experimento Deus de verdade.

Amados, esta talvez seja a maior beleza do Evangelho. Não temos muitas outras
garantias, iremos sofrer sim, iremos passar por lutas sim, iremos ter desafios ao
longo da caminhada. Mas temos esta garantia: Deus está em Nós e nós estamos
em Deus, todo o tempo!

Amo a forma que Mike Bickle explica isto. Em seu livro Crescendo em Oração
ele afirma:

“Quando Jesus se tornou homem e morreu na cruz por nós, Ele queria muito
mais do que facilitar nossa vida e trazer conforto. Há algo muito maior
acontecendo, e sua agenda vai muito além da nossa felicidade terrena e
temporária. Foi-nos oferecido o grande privilégio de conhecer a Deus, e o
chamado para crescer em oração é um chamado para participar na comunhão do
Seu Coração Ardente – participar em algumas das dinâmicas familiares do
próprio Deus.”

O desejo que você sente para ter mais de Deus; o impulso que você tem algumas
vezes para estar em uma sala de oração, com outros irmãos, buscando a Deus, ou
para entrar em seu quarto, abrir a sua Bíblia, dobrar os seus joelhos e derramar
seu coração na presença de Deus, desejando experimentar mais dele. Tudo isso
vem do próprio Deus, que está dentro de você, que habita em seu espírito
transformado.

Assim como quando damos um salto, somos atraídos de volta para o chão por
causa da força do centro de gravidade da terra, há dentro de nós um centro de
gravidade espiritual, uma força divina que nos atrai para o centro, onde Deus
está! Somos inexoravelmente atraídos para aquilo que será nosso destino eterno:
nossa união perfeita com Deus.

Quando respondemos a este impulso divino, que vem de dentro de nós, com
oração, adoração, meditação nas Escrituras, jejum e proclamação da beleza do
Evangelho a outros, estamos simplesmente nos movendo para o centro daquilo
que somos em essência, e quando fazemos isto, somos transformados de glória
em glória e ficamos mais parecidos com o Trino Deus que habita em nós. Penso
que Paulo tinha isso em mente quando afirmou, pelo Espírito Santo: “Mas todos
nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor,
somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito
do Senhor” (2 Co 3.18).

Este tríplice chamado: para orar, para adorar e para comunhão, foram designados
por Deus para primariamente produzir conexão com Ele. O foco então não é o de
cumprir uma obrigação, uma tarefa árdua e pesada. O foco é entendermos que
somos chamados para um lugar de privilégio. Somos chamados para a própria
“koinonia” da divindade. Oração, adoração, contemplação, são todos veículos
para uma única realidade: União com Deus.

Quanto mais ficamos neste lugar, mais dele assimilamos e menos sobra de nós.
Mais iguais a Ele vamos nos tornando. Somos transformados de glória em glória.

Capítulo 3

A IDENTIDADE DA IgREjA COMO CASA DE


ORAçãO
D

eus declarou através de Isaías: “...porque a minha casa será chamada casa de
oração para todos os povos” (Is 56.7b). Jesus também fez esta mesma
declaração: “...minha casa será chamada casa de oração para todos os povos”
(Mt 21.13).

O contexto em que Jesus fez esta proclamação é este: por duas vezes, Ele
expulsou aqueles que viviam no templo de Jerusalém para explorar
comercialmente as pessoas (Jo 2.14-19; Mt 21.13). Na segunda vez, Jesus cita o
texto de Isaías: “Não está escrito: minha casa será chamada casa de oração para
todos os povos, e vocês a transformaram em covis de Ladrões” (Mt 21.13).

É de nosso grande interesse olharmos para as duas vezes em que Jesus expulsou
os comerciantes do templo, pois elas estão ligadas com nossa identidade como
casa de oração.
Em sua primeira purificação do templo, Jesus fez muito mais do que expulsar os
vendedores temporariamente do Átrio. Ao explicar sua autoridade aos religiosos
que o questionavam, Jesus mostra que uma transição havia sido iniciada e que as
coisas na terra nunca mais seriam as mesmas:

“E achou no templo os que vendiam bois, e ovelhas, e pombos, e os cambiadores


assentados. E tendo feito um azorrague de cordéis, lançou todos fora do templo,
também os bois e ovelhas; e espalhou o dinheiro dos cambiadores, e derribou as
mesas; E disse aos que vendiam pombos: Tirai daqui estes, e não façais da casa
de meu Pai casa de venda. E os seus discípulos lembraram-se do que está escrito:
O zelo da tua casa me devorará. Responderam, pois, os judeus, e disseram-lhe:
Que sinal nos mostras para fazeres isto? Jesus respondeu, e disse-lhes: Derribai
este templo, e em três dias o levantarei”

João 2.14-19

A justificativa de Jesus, em relação à sua autoridade para fazer aquilo, foi tão
teologicamente radical que ninguém entendeu e, de fato, usaram uma versão
distorcida desta declaração para acusá-lo em seu julgamento; “... ele afirmou que
destruiria o templo e o reconstruiria em três dias”, diziam seus acusadores
confusos (Mt 26.61). E aos pés da cruz, os que passavam diziam: “Tu, que
destróis o templo, e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo. Se és Filho de
Deus, desce da cruz” (Mt 27.40).

A declaração de Jesus foi muito radical porque até aquele momento nenhum ser
humano, nem mesmo reis ou profetas, jamais tinha associado o Templo de
Jerusalém, guardião da presença de Deus, consigo mesmo. Jesus efetivamente
disse: a partir de agora tudo mudou, eu sou o novo templo de Deus. A presença
de Deus agora habita em mim. Vocês destruirão este templo, mas eu o
reconstruirei em três dias, ressuscitando dos mortos.

Este é o primeiro passo da transição. Em Jesus o templo passou de ser um lugar


físico para ser uma pessoa viva - Jesus Cristo, de Nazaré. Ele se movia,
carregando a plenitude da presença de Deus onde quer que Ele estivesse.

A conclusão desta transição é a própria centralidade do evangelho, pois pelo


sacrifício de Jesus, nascemos de novo, e Deus, em Espirito, passa a morar dentro
de nós. Na nova aliança, a transição é concluída em Atos 2 quando o Espírito
Santo, que habitou em Jesus durante a sua vida terrena, foi derramado sobre a
Igreja. Por esta razão, Jesus falou: “Todavia digo-vos a verdade, é melhor para
vocês que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas,
quando eu for, vo-lo enviarei” (Jo 16.7).

Agora, pois, o Templo de Deus não seria mais um prédio nem estaria restrito a
apenas uma pessoa, mas seria todos os que viessem a se converter ao Evangelho
de Jesus Cristo. A transição se completou: do Templo de Jerusalém para o
Templo Jesus de Nazaré, para finalmente você e eu, que somos hoje o templo de
Deus na terra.

Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, define isto com absoluta clareza, e esta
nova verdade teológica fica estabelecida para sempre: “Não sabeis vós que sois o
templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1 Co 3.16). E ainda:
“E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo
do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu
serei o seu Deus e eles serão o meu povo” (2 Co 6.16). Veja ainda Efésios
2.21,22.

A identidAde do templo de deus

Este templo, eu e você, temos um nome: “Casa de Oração para todos os povos”.
Esta é a nossa identidade. Pois quando vemos Deus dar um nome a alguém na
Bíblia, isso sempre tem a ver com identidade. Tanto individualmente, isto é, cada
um de nós como coletivamente, isto é, como corpo de Cristo, somos o Templo
que tem uma identidade: casa de oração para todos os povos.

Isto fala da nossa dupla natureza: de quem somos diante de Deus e de quem
somos diante dos homens. Somos casa de oração conectando nosso coração com
Deus, e somos o refúgio para os povos, pois nossa natureza é evangelística e
missionária.

Neste livro estamos nos concentrando na primeira parte da nossa identidade; a de


sermos casa de oração, mas isto não significa que negligenciamos a segunda
parte; evangelística e missionária. De fato, em sua expressão autêntica uma parte
flui da outra e elas estão totalmente interligadas.

orAção é o que somos!

Oração não é apenas uma atividade que executamos como um elemento da nossa
vida cristã. Oração é parte da definição de quem somos. É parte do nosso D.N.A.
em Cristo. Oração sempre será parte de nós, no agora e na eternidade. Daqui a
dez mil anos, ainda estaremos orando!

Quando o Senhor mostrou isso para mim, há alguns anos atrás, eu tive que parar
e reprocessar tudo que eu havia entendido até então. A própria atividade de parar
e separar um tempo exclusivamente para orar, tomou uma nova dimensão para
mim. As questões deixaram de ser no âmbito de: quanto tempo devo orar? Qual
é o meu motivo de oração? Por qual necessidade estou orando? Tenho mesmo
um chamado para orar?

Oh amados, acredito que por falta de entendimento, nós no corpo de Cristo


estamos fazendo as perguntas erradas. E, o que é pior, muitas vezes estamos
dando respostas erradas para as perguntas erradas. A questão não é se devemos
ou não estar envolvidos no movimento de oração! Se devemos ou não levantar
oração e adoração contínua em nossa região! Ou, se uma hora por dia é
suficiente!

Quando entendemos que somos chamados por Deus de “Casa de Oração” e que
oração é parte da nossa identidade, nunca mais nos referiremos à oração como
algo que compete com outras áreas de nossa vida e serviço a Cristo. Nunca mais
usaremos a palavra oração junto com a palavra “mas”: “temos que orar, mas...
temos também que evangelizar... mas temos também que servir... mas temos
também que... etc e etc.

Temos que orar. Ponto final. Oração é o que somos! E, se estamos


verdadeiramente conectando nosso coração com o Senhor no lugar da oração,
Ele nos ungirá, nos inspirará e nos capacitará, e então, nosso evangelismo,
nossas obras de justiça, nosso trabalho missionário e tudo o mais que fazemos
para Ele será muito mais efetivo e produtivo.

Uma palavra para pastores e líderes apostólicos: Não tenham receio de colocar
oração no centro da sua igreja e ministério. Não tenha medo de envolver seus
liderados em turnos de oração e adoração. Porque é impossível conectar com o
coração de Deus em oração e não ganhar o coração de Deus para os perdidos e
para a obra dele.

o que significA ser cAsA de orAção? O que significa ser ou funcionar como
uma casa de oração, tanto a nível pessoal como coletivo?

“Significa que Deus fala conosco e nosso coração se move. Então, nós falamos
as Palavras de Deus de volta para Ele, e elas movem o Seu coração. O resultado
é que os recursos de Deus são liberados na terra – Seu poder, dinheiro,
sabedoria, ideias criativas, unidade e favor. É assim que os redimidos operarão
para sempre na família de Deus. Sendo movidos por Deus, para pedir a Ele pelas
coisas que já estão em Seu coração, para que Ele as libere sobre a terra.” (Mike
Bickle, livro Crescendo em Oração).

“Deus fala e move o nosso coração! Nós falamos a palavra de Deus de volta para
Ele e movemos o seu coração!” Amo esta definição.

Deus move-se em nós e os movimentos de Deus nos inspiram, nos fascinam.


Somos movidos pelos movimentos de Deus! Nossa resposta é admiração,
adoração e confiança em trazer de volta para Ele as suas promessas!

Em nossa sala de oração, na Casa Internacional de Oração de Kansas City,


intercalamos turnos de Adoração com a Palavra com turnos de Intercessão. Nos
turnos de Adoração com a Palavra, aquietamo-nos e conectamos nosso coração
com os movimentos de Deus dentro de nós. Fazemos o que Davi fazia:
“contemplar a formosura do SENHOR, e inquirir no seu templo” (Sl 27.4b).
Percebemos que ao fazer isto estamos “sendo transformados de glória em glória
na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2 Co 3.18b).

Nos turnos de intercessão, oramos por nossa cidade, pelo país e pelo mundo.
Intercedemos pelo corpo de Cristo, por Israel e por tudo aquilo que o Espírito de
Deus gerar nos corações dos intercessores. Oramos a Palavra de Deus de volta
para Deus.

estAbelecendo umA culturA de orAção e AdorAção

Tudo isto que vimos até aqui nos leva a entender que, mais do que estabelecer
um ministério chamado “casa de oração” na igreja local ou nas igrejas de uma
região geográfica, precisamos restaurar uma cultura de oração e adoração na
Igreja local. Uso a palavra “restaurar”, pois esta cultura era parte da vida da
Igreja apostólica no primeiro século.

Esta é a agenda do próprio Deus. “O Espírito Santo quer estabelecer uma cultura
de oração integrada com adoração na igreja”, afirma Mike Bickle em seu livro
Crescendo em Oração. Mike continua:

“Ele, o Espírito de Deus, está agora mesmo levantando o maior movimento de


oração e adoração da história. Por quê? Porque engajar em adoração e
intercessão é o mais elevado chamado do redimido na era por vir, e é o meio
principal pelo qual Deus libera seu poder na terra. Adoração e intercessão estão
entre as poucas coisas que fazemos agora e que faremos para sempre”.

há um propósito e destino pArA tudo isto

Este arder em seu coração, que o faz pensar que deve haver mais de Deus para
você experimentar é o próprio Espírito Santo despertando você.

Este seu desejo por estar à parte da agitação, e por um período se dedicar a
buscar a Deus em jejum e oração. Esta sua fome por conhecer mais da Palavra
de Deus. Esta sua vontade de estar reunido com outros irmãos para adorar e orar.
Este seu sonho de que houvesse em sua igreja, ou cidade, um lugar em que a
qualquer hora do dia ou da noite você pudesse encontrar outros irmãos adorando
a Deus e se engajar com eles. Estes e outros desejos nesta mesma direção são
todos eles um operar do Espírito de Deus em você.

E saiba de uma coisa: quer você seja um pastor, um líder, um músico, um cantor,
ou um membro do corpo de Cristo, você não está só. O mesmo Espírito está
movendo o coração de incontáveis irmãos ao redor da terra com estes mesmos
sonhos e desejos.

O tempo de Deus ser adorado e buscado em todas as regiões da terra está sobre
nós. Deus disse: “Antes que o fim aconteça, Eu serei adorado e buscado noite e
dia em todas as regiões da terra” (Ml 1.11 – versão parafraseada do autor).

De um em um, de igreja em igreja, de cidade em cidade, o Espírito de Deus já


está estabelecendo esta realidade. Há de haver um povo na Terra, que movido
por um encontro com o coração de Jesus, ame e deseje mais a manifestação
visível do Reino de Deus do que qualquer outra coisa em sua vida. Esta é a
igreja que se moverá em sintonia com o mover do Espírito.

Então acontecerá que: “O Espírito e a Noiva dirão: vem!” E Ele responderá:


“Certamente cedo venho!” E a igreja dirá: Amém! Ora vem Senhor Jesus! (Ap
22.17-21).

Então o Pai desencadeará a sequência de eventos finais, que culminarão no


retorno de Jesus, para casar-se e reinar com sua Noiva e para estabelecer seu
Trono em Jerusalém e seu reino milenar em toda a terra.
Capítulo 4

ORAçãO E ADORAçãO NO ESpÍRITO DO


TABERNáCulO DE DAvI
por jaqueline K. lodos
D

avi, ao tornar-se Rei de Israel e conquistar Jerusalém, trouxe a Arca da Aliança,


que havia sido levada por décadas e a colocou em um Tabernáculo, na cidade de
Jerusalém. Naquela época, o tabernáculo de Moisés, com seus ofícios religiosos,
estava estabelecido em Betel.
Neste Tabernáculo, Davi estabeleceu músicos, cantores

proféticos e intercessores para adorarem e clamarem a Deus continuamente.


Divididos em turnos, por mais de 30 anos, dia e noite eles buscavam a Deus. O
Tabernáculo de Davi, em todos os seus aspectos, representa uma revolução na
ordem de adoração do povo de Deus no Velho Testamento. A partir daí, este
sistema é mencionado frequentemente na Bíblia como a “Ordem de Davi”,
veremos isto com mais detalhes nos capítulos abaixo.

Por volta do ano 750 a.C., portanto, mais ou menos 250 anos depois de Davi,
Deus levantou um profeta por nome Amós. Ele profetizou sobre a restauração
final de Israel e sobre os projetos de Deus para o final da história. Em uma de
suas profecias ele diz:

“Naquele dia tornarei a levantar o tabernáculo caído de Davi, e repararei as suas


brechas, e tornarei a levantar as suas ruínas, e o edificarei como nos dias da
antiguidade; Para que possuam o restante de Edom, e todos os gentios que são
chamados pelo meu nome, diz o SENHOR, que faz essas coisas. Eis que vêm
dias, diz o SENHOR, em que o que lavra alcançará ao que sega, e o que pisa as
uvas ao que lança a semente; e os montes destilarão mosto, e todos os outeiros se
derreterão. E trarei do cativeiro meu povo Israel, e eles reedificarão as cidades
assoladas, e nelas habitarão, e plantarão vinhas, e beberão o seu vinho, e farão
pomares, e lhes comerão o fruto. E plantá-los-ei na sua terra, e não serão mais
arrancados da sua terra que lhes dei, diz o SENHOR teu Deus.”

Amós 9.11-15
Séculos depois, quando o Espírito Santo moveu a Paulo e a Barnabé para
pregarem o Evangelho aos gentios, eles batizaram as pessoas sem a necessidade
de passar pelo ritual judaico. Para explicar o que estava acontecendo, Tiago,
inspirado pelo Espírito Santo, afirma: “E com isto concordam as palavras dos
profetas; como está escrito: Depois disto voltarei, E reedificarei o tabernáculo de
Davi, que está caído, Levantá-lo-ei das suas ruínas, E tornarei a edificá-lo. Para
que o restante dos homens busque ao Senhor, E todos os gentios, sobre os quais
o meu nome é invocado, Diz o Senhor, que faz todas estas coisas” (At 15.15-17).

Aqui vemos o cumprimento parcial da profecia de Amós. Os gentios, isto é, as


nações são incluídas no reino de Deus somente através da fé em Jesus Cristo. É
pelo sangue de Jesus, e não por ser ou se tornar judeu que entramos no Reino
eterno do nosso Pai celestial.

Falamos em cumprimento parcial desta profecia, pois ela também é ligada a


outro tempo – o tempo, ou a geração onde Israel seria trazido de volta para sua
terra, para nunca mais ser tirado de lá. Neste tempo, diz Amós, uma das coisas
que Deus começaria a fazer na terra seria a restauração do tabernáculo de Davi.

Ao olharmos nos detalhes desta importante profecia, perceberemos que em sua


totalidade ela se cumprirá quando o Reino visível de Jesus se manifestar na terra,
depois da sua segunda vinda. Neste tempo teremos o Tabernáculo e a casa real
de Davi restaurado em todos os seus aspectos.

Apesar disto, podemos ver também que Deus está trabalhando nesta restauração
já nesta geração, que é a geração que testemunhou o renascimento do estado de
Israel e a volta dos judeus, vindos de todas as nações para a terra prometida.

Estudar a Restauração do Tabernáculo de Davi, como sinal profético e como


parte da manifestação visível do reino de Deus é um assunto que demandaria
todo um livro. Nosso propósito aqui será o de concentrarmos nosso olhar para os
aspectos da Restauração do Tabernáculo de Davi em conexão com a igreja e o
movimento de Oração e Adoração contínua que o Espírito de Deus esta
inspirando na terra hoje.

o espírito do tAbernáculo de dAvi

Quando usamos esta expressão, em conexão com nossas casas e salas de oração
modernas, não estamos literalmente dizendo que estes lugares são o tabernáculo
de Davi restaurado na terra. O que o Espírito de Deus está enfatizando é que o
movimento de oração e adoração que Ele está inspirando hoje tem uma profunda
ligação com o que Davi fez em Jerusalém. Isto é, esse movimento carrega o
D.N.A. do que Davi estabeleceu em Jerusalém durante seu reinado. Por isso
usamos a expressão: “o espírito do Tabernáculo de Davi”.

O que Deus está estabelecendo na terra, através da igreja, em preparação para os


momentos finais da história humana, é um movimento sem precedentes para um
retorno à centralidade de Jesus. Enquanto as nações se posicionam para se opor à
busca e à dependência de Deus (Sl 2), um povo está sendo levantado, que está
andando na contramão da independência humana, e dizendo: “nós dependemos
totalmente de Deus e queremos que em nossa região geográfica Ele seja adorado
e sua vontade seja buscada 24 horas por dia, 7 dias por semana”.

Foi exatamente isto que o Rei Davi fez, desde o início do seu reinado em
Jerusalém. E é esta a inspiração que está movendo este povo que Deus está
levantando. É por isso que nos referimos ao que está acontecendo hoje por toda a
terra como: um movimento de Oração e Adoração no espírito do Tabernáculo de
Davi.

dAvi removeu o véu

Na “ordem de Moisés”, a arca ficava separada em um lugar chamado “Santo dos


santos”. Só uma vez por ano, o sumo sacerdote, depois do sacrifício expiatório e
de vários outros rituais, entrava neste lugar.

Davi construiu uma tenda, colocou a Arca no centro dela, e estabeleceu adoração
contínua ao redor da arca. Davi removeu o véu! Séculos depois o mesmo véu
seria rasgado de alto abaixo, quando o Cordeiro eterno de Deus foi sacrificado
em uma cruz, à beira de uma estrada empoeirada, fora da cidade de Jerusalém.

O tabernáculo de Davi é uma antecipação profética do projeto final de Deus. Em


Cristo, o véu foi removido de uma vez por todas. Pelo sangue de Jesus temos
acesso ao Santuário de Deus (Hb 10.21,22). Davi viu esta realidade no espírito
(Sl 110) e a reproduziu na terra. Deus a abençoou e a selou com sua presença, e
neste lugar de adoração espontânea e proximidade Ele revelou muitos detalhes
do seu plano, inclusive sobre a vinda e a vida terrena de seu Filho. Estes detalhes
foram cantados inúmeras vezes naquele Tabernáculo, e registrados no Livro de
Salmos, tornando-se uma das referências de Jesus em sua vida.

dAvi entendeu A esferA dA belezA de deus


É só no final, no último livro da Bíblia, que temos a oportunidade de olhar por
uma pequena janela, para saber como é e o que acontece no lugar onde Deus
habita. O apóstolo João nos descreve a Beleza e Fascinação de Deus em seu
Trono. Ele nos mostra também a única resposta apropriada diante desta
grandeza: Adoração voluntária Dia e Noite, sem cessar (Ap 4 e 5). Há uma
sequência de sinfonias, executadas pelos anjos e por criaturas celestiais, que são
uma resposta ao que Deus é e ao que Ele faz.

Davi compreendeu isso. É possível, que como João, Davi também tenha visto a
esfera da beleza de Deus e a resposta de adoração contínua que acontece no céu.
Ele afirma:

“O Deus, tu és o meu Deus, de madrugada te buscarei; a minha alma tem sede de


ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água.
Para ver a tua força e a tua glória, como te vi no santuário”

Salmos 63.1,2

“...Como te vi no santuário!”. Estaria Davi referindo-se ao santuário celestial? A


uma visão da sala do Trono? Eu acredito que sim. Acredito que a visão do
Santuário celestial levou Davi a reproduzir na terra o que ele contemplou no céu.

Hoje, o Espírito de Deus está restaurando no coração da Igreja um desejo de ser


fascinada por Deus. E isto não acontece na correria, mas no lugar de adoração e
contemplação. “Uma coisa pedi ao SENHOR, e a buscarei: que possa morar na
casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do
SENHOR, e inquirir no seu templo” (Sl 27.4).

O espírito do tabernáculo de Davi fala do desejo de permanecer na casa do


Senhor, para poder contemplar sua formosura, isto é, sua beleza. As casas de
oração, que o Espírito está levantando na terra, têm como um dos principais
focos ser como uma estufa, onde nós, como pequenas plantas, somos nutridos e
cultivados pela exposição à presença de Deus. Em um ambiente de adoração
contínua, a esfera da beleza de Deus começa a ser experimentada.

Consequentemente, quando isto acontece, somos transformados de glória em


glória, na mesma imagem do Senhor (2 Co 3.18), então nos tornamos
verdadeiramente efetivos em apresentar para os povos quem Deus realmente é,
pois estaremos mais e mais parecidos com Ele.
orAção e AdorAção com músicA 24/7

Davi estabeleceu cantores e músicos proféticos para, com instrumentos musicais


harmoniosos, oferecer adoração contínua a Deus. Em Jerusalém, no tempo de
Davi, pela primeira vez na história humana, aconteceu na terra o que acontecia
no céu desde a criação dos anjos e da região celestial: Deus adorado Dia e Noite
sem cessar!

O interessante, é que em um versículo bíblico, escrito mais de dois séculos


depois de Davi, descobrimos que o Próprio Deus, instruiu Davi neste processo:
“porque este comando veio do SENHOR, por mão de seus profetas” (2 Cr
29.25b). Vamos estudar este importante versículo com mais detalhes no próximo
capítulo. Quero só ressaltar aqui que a resposta de Davi foi empolgante e
extravagante. Davi deu uma resposta de amor, não medindo sacrifícios, para
estabelecer adoração e oração dia e noite em Jerusalém.

Deus respondeu a esta iniciativa, com a manifestação da sua presença e a


declaração de que Davi havia tocado em algo em que um dia Ele mesmo
reproduziria na terra.

Da mesma forma hoje, eu e você temos a mesma oportunidade que Davi teve;
Deus falou profeticamente sobre a nossa geração, e nos estende o mesmo convite
que Ele estendeu a Davi; O de estabelecer oração e adoração contínua na terra!

O Espírito está inspirando músicos, chamando adoradores, capacitando líderes,


mas como foi com Davi, Ele espera uma resposta de amor extravagante da nossa
parte.

Se nos unirmos, em nossa região geográfica, e como corpo de Cristo,


respondermos, estabelecendo centros de oração e adoração contínua, assim como
Ele veio para a Jerusalém de Davi, Ele virá para nossas cidades. E quem sabe,
então veremos o maior Avivamento que nossa terra já tenha experimentado.

intercessão, músicA e AdorAção proféticA

“E Davi, juntamente com os capitães do exército, separou para o ministério os


filhos de Asafe, e de Hemã, e de Jedutum, para profetizarem com harpas, com
címbalos, e com saltérios; e este foi o número dos homens aptos para a obra do
seu ministério: Dos filhos de Asafe: Zacur, José, Netanias, e Asarela, filhos de
Asafe; a cargo de Asafe, que profetizava debaixo das ordens do rei Davi. Quanto
a Jedutum, os filhos: Gedalias, Zeri, Jesaías, Hasabias, e Matitias, seis, a cargo
de seu pai, Jedutum, o qual profetizava com a harpa, louvando e dando graças ao
SENHOR.”

1 Crônicas 25.1-3

Quando a intercessão flui do lugar de adoração, o modelo do céu é reproduzido


na terra (Ap 5.8). Quando a música nunca para, e cantores e músicos profetizam
com seus instrumentos e suas vozes, uma dinâmica sobrenatural acontece. Davi
foi o primeiro a entender isso e a colocar isso em prática com suas equipes de
louvor e intercessão, no tabernáculo em Jerusalém.

Mover-se no espírito do tabernáculo de Davi é mover-se nestas dinâmicas:


Intercessores, cantores e músicos fluindo em unidade, onde a oração é falada,
mas também cantada em declarações espontâneas responsivamente (antifonais).
As canções de adoração são, dessa forma, interconectadas com oráculos
proféticos e proclamações sobre a beleza e glória do Trino Deus.

Capítulo 5

CONfORME O COMANDO DE DAvI – ADORAçãO


E ORAçãO CONTÍNuA NO vElhO TESTAMENTO
“E pôs os levitas na casa do SENHOR com címbalos, com saltérios, e com harpas, conforme o comando de
Davi e de Gade, o vidente do rei, e do profeta Natã; porque este comando veio do SENHOR, por mão de
seus profetas.”
(2 Crônicas 29.25)

ste versículo bíblico é muito significativo e importante. Ele nos revela que o Rei
Ezequias, que reinou mais ou menos 250 anos depois de Davi, restaurou a ordem
de adoração de Davi. Ao relatar isto, o texto nos dá duas informações
extremamente relevantes. A Primeira, é que Davi comandou, ou seja, ordenou a
Israel que aquele sistema de Adoração e Oração fosse mantido continuamente. A
segunda revelação, é que esta ordem, este comando, não veio apenas de Davi,
mas do próprio Deus através da voz profética: “porque este comando veio do
SENHOR, por mão de seus profetas” (2 Cr 29.25b). Em outras palavras, Davi,
estabeleceu a ordem da Adoração e Intercessão contínuas, com o apoio profético
de Natã e Gade. Não porque Davi era um Salmista e músico e porque isto
parecia ser uma boa ideia, mas porque era um comando do Senhor.

Cerca de 1.000 anos antes da primeira vinda de Jesus, Davi estabeleceu 4.000
cantores e músicos em tempo integral e 4.000 porteiros tempo integral (1 Cr
23.5; 25.7). Davi colocou cerca de 10.000 pessoas em tempo integral para
promover adoração contínua. Israel recebeu a ordem de sustentar cantores e
músicos no templo, como uma ocupação de tempo integral. “Destes foram
também os cantores, chefes dos pais entre os levitas, habitando nas câmaras,
isentos de serviços; porque de dia e de noite estava a seu cargo ocuparem-se
naquela obra” (1 Cr. 9.33). Veja também: 1 Cr 16.37; 23.5; 25.7; 2 Cr 8.12-14;
31.4-6, 16; 34.9, 12; Ne 10.37-39; 11.22,23; 12.44-47; 13.5-12.

Sabemos que a história de Israel a partir de Davi foi marcada por longos
períodos de esfriamento espiritual, contaminação com deuses de outras nações e
derrotas. Em todos estes longos períodos a Palavra de Deus se refere aos reis que
se desviaram com a seguinte frase: “eles não andaram nos caminhos de Davi, seu
pai”.

Neste mesmo período, o Senhor visitou Israel de uma forma especial por sete
vezes. Os reis destes períodos de avivamento foram os reis que “andaram nos
caminhos de Davi, seu pai!” Em todos estes sete períodos de visitação, aspectos
da ordem de adoração e oração foram restaurados.

sAlomão e o glorioso começo

“Também, conforme à ordem de Davi seu pai, designou as turmas dos sacerdotes
para seus ministérios, como também as dos levitas acerca dos seus cargos, para
louvarem e ministrarem diante dos sacerdotes, segundo o que estava ordenado
para cada dia, e os porteiros pelas suas turmas a cada porta; porque assim tinha
mandado Davi, o homem de Deus.”

2 Crônicas 8.14

Este texto faz parte da passagem que resumiu os primeiros 20 anos do reinado de
Salomão. No capítulo anterior temos a descrição da consagração do Templo.
Salomão estabelece a Ordem de Davi seu pai:

“E os sacerdotes, serviam em seus ofícios; como também os levitas com os


instrumentos musicais do SENHOR, que o rei Davi tinha feito, para louvarem ao
SENHOR, porque a sua benignidade dura para sempre, quando Davi o louvava
pelo ministério deles; e os sacerdotes tocavam as trombetas diante deles, e todo o
Israel estava em pé.”

2 Crônicas 7.6
Em resposta, o Senhor dá uma palavra, que é um dos versos mais citados de toda
a Bíblia:

“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a
minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e
perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.”

2 Crônicas 7.14

E então o Senhor promete a Salomão: “Agora estarão abertos os meus olhos e


atentos os meus ouvidos à oração deste lugar” (2 Cr 7.15).

A reformA de JeosAfá

Jeosafá foi rei de Judá cerca de 100 anos depois de Salomão (870 a.C.). Ele
andou nos caminhos do Senhor, conforme Davi, e o Senhor o prosperou. “E o
SENHOR era com Jeosafá; porque andou nos primeiros caminhos de Davi seu
pai, e não buscou a Baalins. Antes buscou ao Deus de seu pai, andou nos seus
mandamentos, e não segundo as obras de Israel” (2 Cr 17.3, 4). A Bíblia diz que
ele aplicou intensamente seu coração nos caminhos do Senhor (17.5).

O rei Jeosafá provocou um grande avivamento em Judá, enviando seus líderes e


levitas por todas as cidades para ensinar a Palavra de Deus e restaurar a
adoração:

“E no terceiro ano do seu reinado enviou ele os seus príncipes, a Bene-Hail, a


Obadias, a Zacarias, a Natanael e a Micaías, para ensinarem nas cidades de Judá.
E com eles os levitas, Semaías, Netanias, Zebadias, Asael, Semiramote, Jônatas,
Adonias, Tobias e Tobe-Adonias e, com estes levitas, os sacerdotes, Elisama e
Jeorão. E ensinaram em Judá, levando consigo o livro da lei do SENHOR; e
foram a todas as cidades de Judá, ensinando entre o povo.”

2 Crônicas 17.7-9

O resultado foi um tempo de avanço, paz e grande riqueza para ele e para todo o
povo. O Senhor respondeu abençoando o povo e trazendo temor a todos os seus
inimigos. Este é um padrão que vemos na Palavra de Deus; Quando uma nação,
incluindo sua liderança, se arrepende, se converte e passa a seguir os caminhos
do Senhor; Ele sempre responde com bênção e prosperidade.

Passados alguns anos, levanta-se um poderoso inimigo ameaçando destruir Judá


e Jerusalém. Jeosafá mais uma vez volta-se para o Senhor e Deus promete a ele a
vitória. O rei acredita na Palavra profética e faz algo radical, ao invés de colocar
os mais temidos e experientes guerreiros na frente de seu exército, ele coloca
adoradores e intercessores:

“E aconselhou-se com o povo, e ordenou cantores para o SENHOR, que


louvassem à Majestade santa, saindo diante dos armados, e dizendo: Louvai ao
SENHOR porque a sua benignidade dura para sempre.”

2 Crônicas 20.21

Quando eles começaram um “turno de louvor e adoração” com cantores e


músicos declarando a bondade e majestade do Senhor, o Senhor lutou por eles:

“E, quando começaram a cantar e a dar louvores, o SENHOR pôs emboscadas


contra os filhos de Amom e de Moabe e os das montanhas de Seir, que vieram
contra Judá, e foram desbaratados.”

2 Crônicas 20.22

Que quadro maravilhoso de encorajamento para todos nós. Quando nos


posicionamos em unidade e colocamos o primeiro mandamento em primeiro
lugar, o Senhor libera a bênção e nos dá vitórias sobrenaturais.

JoiAdA e A restAurAção dA AdorAção no templo

Mais ou menos 30 anos se passaram desde o reinado de Jeosafá. Estamos aqui


em uma das maiores crises espirituais de toda a história do povo de Deus, onde
Satanás dá um grande golpe e está prestes a eliminar a linhagem de Davi.

Quando o Rei Jeosafá morreu, seu filho Jeorão reinou em seu lugar. Ele tinha 32
anos e reinou por 8 anos em Jerusalém. Seu sogro era Acabe. Assim, a casa de
Davi fez aliança com a casa de Acabe e Jezabel. No mesmo tempo em que Elias
profetizou contra o reino de Acabe, ele também profetizou contra Jeorão (2 Cr
21.12-14). Imediatamente após esta palavra de Elias, seu reino é atacado, seus
filhos e suas mulheres são mortos, todos os seus bens saqueados e ele, o rei,
morre de uma terrível doença. A Bíblia conclui o relato sobre ele dizendo: “e foi
sem deixar de si saudades; e sepultaram-no na cidade de Davi, porém não nos
sepulcros” (2 Cr 21.20).

Seu filho Acazias reinou em seu lugar. Ele tinha 42 anos e reinou só por um ano,
o nome de sua mãe era Atalia, filha de Onri. Ela também era parte do grupo de
Acabe e Jezabel. A Bíblia diz que Acazias, seguiu a casa de Acabe, porque
escutou os conselhos de sua mãe. Basicamente, eles restauram o culto à Baal em
Jerusalém e todas as malignidades de Jezabel.

Neste mesmo período, Deus estava executando juízo contra a casa de Acabe,
através de Elias e Elizeu, Jeú tinha sido ungido rei para executar este
julgamento. Veja o que a Bíblia nos mostra: “Foi, pois, da vontade de Deus, que
Acazias, para sua ruína, visitou Jorão; porque chegando ele, saiu com Jorão
contra Jeú, filho de Ninsi, a quem o SENHOR tinha ungido para desarraigar a
casa de Acabe. E sucedeu que, executando Jeú juízo contra a casa de Acabe,
achou os príncipes de Judá e os filhos dos irmãos de Acazias, que serviam a
Acazias, e os matou...” (2 Cr 22.7,8). Na sequência, o próprio Acazias é morto
por Jeú (2 Cr 22.9).

Quase todos os filhos de Acazias foram mortos. “E já não tinha a casa de


Acazias ninguém que tivesse força para o reino” (2 Cr 22.9b). Então Atalia, sua
mãe, faz algo extremamente diabólico: “Vendo, pois, Atalia, mãe de Acazias,
que seu filho era morto, levantou-se e destruiu toda a descendência real da casa
de Judá” (2 Cr 22.10). E Atalia, sacerdotisa de Baal, reinou em Jerusalém.

Este evento teria marcado o fim da linhagem real da família de Davi e iniciado
uma nova linhagem real, com sérias consequências para o futuro do povo Judeu
e para o projeto de redenção de Deus através da raiz de Jessé. Mas Deus
interviu!

Aqui entra em cena o sacerdote Joiada. Em meio a toda esta crise espiritual
nacional, o sacerdote Joiada tinha se mantido fiel ao Senhor. Joiada era casado
com Jeosabeate, filha de rei Jeorão, irmã de Acazias.

O sacerdote Joiada, pega seu sobrinho recém-nascido Joás, e o esconde na casa


do Senhor. Ele e sua mulher cuidam de Joás secretamente por 6 anos, enquanto
Atalia consolidava seu reino de terror em Judá (2 Cr 22.12).

No sétimo ano, Joaida deu um passo muito arriscado, mas corajoso. Ele envia
mensageiros por toda Judá, convoca os levitas e os líderes do povo. Todos sobem
para Jerusalém e no templo ele apresenta Joás ao povo como legítimo rei: “E
toda aquela congregação fez aliança com o rei na casa de Deus; e Joiada lhes
disse: Eis que o filho do rei reinará, como o SENHOR falou a respeito dos filhos
de Davi” (2 Cr 23.3). Depois disto, ele esconde Joás no templo e os Levitas
fazem guarda para protegê-lo.

Então, o povo se uniu e conclamou Joás como rei: “E dispôs todo o povo, a cada
um com as suas armas na mão, desde o lado direito da casa até o lado esquerdo
da casa, do lado do altar e da casa, em redor do rei. Então tiraram para fora ao
filho do rei, e lhe puseram a coroa; deram-lhe o testemunho, e o fizeram rei; e
Joiada e seus filhos o ungiram, e disseram: Viva o rei!” (2 Cr 23.10,11). Neste
mesmo dia Atalia foi morta (2 Cr 23.12-15).

Joás tinha apenas 7 anos de idade quando começou a reinar, portanto seu tio
Joaida efetivamente comandou a nação neste período inicial. É nesta fase que o
sacerdote Joiada restaura a ordem de adoração no templo, conforme Davi havia
organizado.

“E Joiada ordenou os ofícios na casa do SENHOR, sob a direção dos sacerdotes


levitas a quem Davi designara na casa do SENHOR, para oferecerem os
holocaustos do SENHOR, como está escrito na lei de Moisés, com alegria e com
canto, conforme a instituição de Davi..”

2 Crônicas 23.18

Durante toda a vida de Joiada a “Ordem de Davi” foi mantida no templo. A


nação experimentou paz, prosperidade e graça. O povo voltou a contribuir com a
obra do Senhor, conforme prescrito na lei. O templo foi reformado e os levitas
puderam permanecer no lugar da adoração e da oração.

ezequiAs

O período deste rei trouxe um tempo de grande Avivamento para o povo de


Deus. Ele começou a reinar com 25 anos de idade, por volta de 725 a.C. Desde o
início, este jovem rei “fez o que era reto aos olhos do SENHOR, conforme a
tudo quanto fizera Davi, seu pai” (2 Cr 29.2).
Uma das suas primeiras ações foi purificar o templo e restaurar o sacrifício e o
ministério Levítico. Ezequias entendeu, como poucos, que a Ordem de Adoração
de Davi tinha vindo de Deus. Parece que ele se aplicou a estudar o Tabernáculo
de Davi, pois é ele que nos diz claramente que o modelo de adoração contínua de
Davi, veio de Deus e não dos homens:

“E pôs os levitas na casa do SENHOR com címbalos, com saltérios, e com


harpas, conforme ao mandado de Davi e de Gade, o vidente do rei, e do profeta
Natã; porque este mandado veio do SENHOR, por mão de seus profetas.”

2 Crônicas 29.25

Ezequias reinou por 30 anos e em todos os seus anos a nação experimentou um


grande despertamento. Ele convocou toda a nação para uma Assembléia Solene,
inclusive cidades de Israel. O povo veio de todos os lugares e celebrou a Páscoa
por sete dias, mas decidiu ficar mais sete. Por quatorze dias consecutivos a nação
parou em consagração ao Senhor. A Bíblia afirma que não havia acontecido algo
como isso em Jerusalém desde os dias de Davi e Salomão (30.26).

Depois disto, o povo voltou para suas cidades e um grande Avivamento


aconteceu. Eles jogaram fora os deuses estranhos e se comprometeram a se
santificar para o Senhor em suas casas:

“E acabando tudo isto, todos os israelitas que ali se achavam saíram às cidades
de Judá e quebraram as estátuas, cortaram os bosques, e derrubaram os altos e
altares por toda Judá e Benjamim, como também em Efraim e Manassés, até que
tudo destruíram; então tornaram todos os filhos de Israel, cada um para sua
possessão, para as cidades deles.”

2 Crônicas 31.1
Em Jerusalém, o rei manteve os Levitas em seus turnos e ordenou que eles
fossem sustentados para este propósito:

“E estabeleceu Ezequias as turmas dos sacerdotes e levitas, segundo as suas


turmas, a cada um segundo o seu ministério; aos sacerdotes e levitas para o
holocausto e para as ofertas pacíficas, para ministrarem, louvarem, e cantarem,
às portas dos arraiais do SENHOR. Também estabeleceu a parte da fazenda do
rei para os holocaustos; para os holocaustos da manhã e da tarde, e para os
holocaustos dos sábados, e das luas novas, e das solenidades; como está escrito
na lei do SENHOR. E ordenou ao povo, que morava em Jerusalém, que desse a
parte dos sacerdotes e levitas, para que eles pudessem se dedicar à lei do
SENHOR.”

2 Crônicas 31.2-4

O testemunho da Palavra de Deus sobre as ações desse homem de Deus na


restauração da ordem de Davi é este: “E toda a obra que começou no serviço da
casa de Deus, e na lei, e nos mandamentos, para buscar a seu Deus, ele a fez de
todo o seu coração, e prosperou” (2 Cr 31.21). O Senhor sempre vê o nosso
coração de dedicação a Ele, e Ele responde com sua presença, e prosperidade em
todas as áreas da nossa vida.

No próximo capítulo uma grande crise acontece. O Rei Senaqueribe, com todo o
seu exército Assírio, que era a maior força militar daquela época, cerca
Jerusalém. O que é interessante é que o rei Assírio começou a atacar o
Avivamento que Ezequias havia trazido. Ele manda mensageiros para
proclamarem em Hebraico, em alta voz nos muros da cidade, que tudo que
Ezequias tinha feito não valia nada. Que adorar um só Deus, como eles estavam
fazendo em Jerusalém não valia nada. Ele proclama que nenhum deus, muito
menos o Deus de Israel poderia pará-lo (2 Cr 32.11-15).

O que Ezequias faz? Ele chama o profeta de Deus, e juntos eles oram ao Senhor:
“Porém o rei Ezequias e o profeta Isaías, filho de Amós, oraram contra isso, e
clamaram ao céu” (2 Cr 32.20).

A resposta dos céus: Livramento!

“Então o SENHOR enviou um anjo que destruiu a todos os homens valentes, e


os líderes, e os capitães no arraial do rei da Assíria; e envergonhado voltou à sua
terra; e, entrando na casa de seu deus, alguns dos seus próprios filhos, o mataram
ali à espada.”

2 Crônicas 32.21

Creio que existe um paralelo muito grande entre os dias de Ezequias e Isaías, e,
nossos dias. Uma das razões do por que o Espírito Santo tem despertado tantos
líderes para estabelecerem adoração e oração contínuas, no espírito do
Tabernáculo de Davi em suas regiões, é que lutas e perseguições estão a nossa
frente. O mesmo espírito que motivou Senaqueribe, o rei assírio, está em
operação hoje e é o espírito do anticristo (1 Jo 2.18).
Adoração e Oração, dia e noite sem cessar, no espírito do tabernáculo de Davi
será fundamental para o povo de Deus nesta última hora. Pois, é em cultivar uma
atmosfera de adoração profética que receberemos as estratégias do Senhor que
nos fará permanecer firmes contra todas as ciladas do inimigo.

JosiAs

O Rei Josias é um personagem bem interessante para estudarmos. Ele reinou


mais ou menos em 625 a.C., portanto, 100 anos depois do despertamento trazido
pelo rei Ezequias e pelo profeta Isaías. Ele tinha oito anos quando começou a
reinar. Deus havia falado profeticamente sobre ele aproximadamente duzentos
anos antes de ele ter nascido (1 Rs 13). No oitavo ano do seu reinando, com
dezesseis anos de idade, este jovem rei começou uma das maiores reformas
religiosas da história de Judá.

“Porque no oitavo ano do seu reinado, sendo ainda moço, começou a buscar o
Deus de Davi, seu pai; e no duodécimo ano começou a purificar a Judá e a
Jerusalém, dos altos, e dos bosques, e das imagens de escultura e de fundição. E
derrubaram perante ele os altares de Baalins; e despedaçou as imagens, que
estavam acima deles; e os bosques, e as imagens de escultura e de fundição
quebrou e reduziu a pó, e o espargiu sobre as sepulturas dos que lhes tinham
sacrificado. E os ossos dos sacerdotes queimou sobre os seus altares; e purificou
a Judá e a Jerusalém.”

2 Crônicas 34.3-5
A reforma de Josias incluiu a restauração da ordem Sacerdotal e Levítica como
nos tempos de Davi.

“E preparai-vos segundo as vossas casas paternas e segundo as vossas turmas,


conforme à prescrição de Davi, rei de Israel, e a de Salomão, seu filho (...) E os
cantores, filhos de Asafe, estavam no seu posto, segundo o mandado de Davi, e
de Asafe, e de Hemã, e de Jedutum, vidente do rei, como também os porteiros a
cada porta; não necessitaram de se desviarem do seu ministério; porquanto seus
irmãos, os levitas, preparavam o necessário para eles.”

2 Crônicas 35.4, 15

Josias reinou por 31 anos em Jerusalém. Em todos estes anos ele se manteve fiel
ao Senhor. Foi durante o reinado de Josias que o ministério de Jeremias
floresceu. Este rei e sua dedicação ao Senhor causou tanto impacto em sua
geração que sua morte, foi uma das mais sentidas de todos os reis da Bíblia: “E
Jeremias fez uma lamentação sobre Josias; e todos os cantores e cantoras, nas
suas lamentações, têm falado de Josias, até ao dia de hoje; porque as
estabeleceram por estatuto em Israel; e eis que estão escritas nas lamentações” (2
Cr 35.25).

zorobAbel e Josué – construção do segundo templo

Este é um dos períodos mais importantes da história do povo de Deus. Depois de


setenta anos de cativeiro, uma parte do povo volta para Jerusalém, como
profetizara Jeremias, para reconstruir a cidade e o templo do Senhor.

Zorobabel é o governador, descendente de Davi, e Josué o sacerdote (536 a.C.).


Estamos chegando no final do Velho Testamento e será nesta cidade reconstruída
e neste segundo templo que o Filho de Deus se manifestará ao mundo. É
praticamente impossível de se exagerar a importância destes dois homens e desta
geração.

Eles voltaram da Babilônia, depois de setenta anos de cativeiro. Encontraram a


cidade abandonada, seus muros caídos e o templo destruído. Com a graça de
Deus, mas também com muita oposição, eles começaram o processo de
restauração de Jerusalém e a reconstrução do templo.

Apoiados pela voz profética de Ageu e Zacarias, eles concluíram a reconstrução


do templo:

“Então se levantaram Zorobabel, filho de Sealtiel, e Josué, filho de Jozadaque, e


começaram a edificar a casa de Deus, que está em Jerusalém; e com eles os
profetas de Deus, que os ajudavam.”

Esdras 5.2

“E o SENHOR suscitou o espírito de Zorobabel, filho de Sealtiel, governador de


Judá, e o espírito de Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e o espírito de
todo o restante do povo, e eles vieram, e fizeram a obra na casa do SENHOR dos
Exércitos, seu Deus.”

Ageu 1.14
Eles também, ao restaurarem o templo do Senhor, restabeleceram a ordem de
adoração de Davi:
“Quando, pois, os edificadores lançaram os alicerces do templo do SENHOR,
então apresentaram-se os sacerdotes, já vestidos e com trombetas, e os levitas,
filhos de Asafe, com címbalos, para louvarem ao SENHOR conforme à
instituição de Davi, rei de Israel. E cantavam juntos por grupo, louvando e
rendendo graças ao SENHOR, dizendo: porque é bom; porque a sua benignidade
dura para sempre sobre Israel. E todo o povo jubilou com altas vozes, quando
louvaram ao SENHOR, pela fundação da casa do SENHOR.”

Esdras 3.10,11 Mais uma vez, a frase “conforme à instituição de Davi” mostra
que a restauração do Templo e dos ofícios seguiram o modelo de Davi. Os
cantores e músicos foram colocados em seus turnos ou turmas, conforme a
ordem das famílias iniciais, como a família de Asafe, citada no texto acima.

esdrAs e neemiAs – conclusão dA obrA

Esdras, o escrivão, e Neemias, o líder governador, foram levantados por Deus


para concluírem a obra iniciada por Zorobabel e Josué. Eles subiram para
Jerusalém no segundo retorno, debaixo do reinado de Medo-Persa de Artaxerxes.

No livro de Neemias vemos como Deus o levantou para concluir a restauração


das muralhas de Jerusalém e para estabelecer ordem de governo na cidade.
Esdras é o escrivão que ensinou o povo os princípios da lei do Senhor
restaurando a ordem religiosa: “Porque Esdras tinha preparado o seu coração
para buscar a lei do SENHOR e para cumpri-la e para ensinar em Israel os seus
estatutos e os seus juízos” (Ed 7.10).

Neemias fala do estabelecimento da ordem de Davi, com cantores e músicos em


tempo integral, pagos para manter os períodos de adoração no templo.

“Foram, pois, os chefes dos levitas: Hasabias, Serabias, e Jesuá, filho de


Cadmiel; e seus irmãos estavam defronte deles, para louvarem e darem graças,
segundo o mandado de Davi, homem de Deus; guarda contra guarda”.

Neemias 12.24 “E observava os preceitos do seu Deus, e os da purificação;


como também os cantores e porteiros, conforme ao mandado de Davi e de seu
filho Salomão. Porque já nos dias de Davi e Asafe, desde a antiguidade, havia
chefes dos cantores, e dos cânticos de louvores e de ação de graças a Deus. Por
isso todo o Israel, já nos dias de Zorobabel e nos dias de Neemias, dava aos
cantores e aos porteiros as porções de cada dia; e santificavam as porções aos
levitas, e os levitas as santificavam aos filhos de Arão.”
Neemias 12.24, 45-47

Quando olhamos para o conjunto dos avivamentos e despertamentos


experimentados por Israel durante os séculos entre o reinando de Davi e a
primeira vinda do Senhor, descobrimos que em todos eles o modelo do
tabernáculo de Davi foi restaurado. Todos os reis, líderes religiosos e profetas,
que participaram destes despertamentos, foram inspirados e dirigidos pelo
Espírito Santo para olharem para o sistema de adoração e oração dia e noite,
estabelecido por Davi, como modelo para suas reformas.

Esta constatação é importante para nós, pois nas primeiras páginas dos
evangelhos percebemos que no templo, na época do nascimento de Jesus, havia
certa estrutura de adoração e oração dia e noite: “...e não se afastava do templo,
servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia.” (Lc 2.37b). Vamos ver
isto com mais detalhes no próximo capítulo.

Capítulo 6

ORAçãO E ADORAçãO CONTÍNuA NO NOvO


TESTAMENTO
“Orai sem cessar.” (1 Tessalonicenses 5.17)

O
tema da oração contínua está presente em todo o Novo Testamento. Tanto no
exemplo da vida de oração de Jesus nos evangelhos, na vida de oração dos
apóstolos no livro de Atos e nas epístolas, como nos ensinos de Jesus e dos
Apóstolos.

Orar sem cessar significa orar continuamente; significa ter um estilo de vida
onde oração é natural e tem uma presença constante em nossas vidas. É onde
oração é a norma, a “via de regra”.

Uma pessoa de oração é uma pessoa que está constantemente orando. Para esta
pessoa, oração não é o último recurso, o último pensamento, mas o normal.
Oração é a reação. Seja em que contexto for a resposta automática será orar!
Paulo fala constantemente de oração ser algo “contínuo em sua vida”. Observe o
que ele fala para Timóteo nesta passagem: “Dou graças a Deus, a quem desde os
meus antepassados sirvo com uma consciência pura, de que sem cessar faço
memória de ti nas minhas orações noite e dia” (2 Tm 1.3). Ou à igreja de Éfeso:
“Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando
-me de vós nas minhas orações” (Ef 1.16).

devemos perseverAr nA orAção

Em Lucas 18.1 temos a frase “o dever de orar sempre, e nunca desfalecer.” Paulo
fala sobre orar constantemente: “Por esta razão, nós também, desde o dia em que
o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do
conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual” (Cl
1.9).

A afirmação positiva e inequívoca do ensino do Novo Testamento é que


devemos estar constantemente em oração: “Orando em todo o tempo com toda a
oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica
por todos os santos.” (Ef 6.18).

Cultivar uma vida de oração é uma recomendação constante: “Não estejais


inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas
diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças” (Fp 4.6). Pedro
reforça: “portanto sede sóbrios e vigiai em oração” (1 Pe 4.7).

É importante olharmos para frases como: “orando em todo o tempo!”; “...não


cessamos de orar por vós.” e “nas minhas orações noite e dia!”, e assim,
tentarmos entender o que realmente a Palavra de Deus está nos comunicando.
Sabemos que o apóstolo Paulo, o apóstolo Pedro e mesmo Nosso Senhor Jesus
foram pessoas de oração mas também de muito trabalho.

Quando lemos os evangelhos e o livro de Atos dos Apóstolos, vemos Jesus e os


Apóstolos se retirando constantemente para tempos exclusivos de oração. Mas
também vemos aqueles homens conquistando o mundo, temos a impressão de
que eles nunca param e estão sempre em movimento: ganhando uma alma na
prisão, liderando avivamento em uma cidade, discipulando novos convertidos,
ou enfrentando perseguição.

Estes são os mesmos homens que pelo Espírito Santo nos mandaram “orar dia e
noite”. Parece que há uma contradição aqui: o que é isto Paulo, você orava dia e
noite ou você trabalhava incessantemente, dia e noite para o Senhor? A verdade
é que as duas realidades são corretas.

Paulo e os demais apóstolos, imitando o estilo de vida de Jesus, paravam tudo


diariamente para dedicarem um tempo exclusivo à oração. Mas também
ativamente faziam a obra do Senhor, proclamando o evangelho de cidade em
cidade, também eram pais, maridos, amigos, e algumas vezes até trabalhando
materialmente para seu sustento, como Paulo, fazendo tendas.

Eles faziam tudo isto sem negligenciar um tempo exclusivo para estar com Deus
em oração e também eles descobriram que mesmo em meio à atividade eles
podiam continuar no lugar de comunhão com Deus, no lugar de oração.

Portanto, orar sem cessar, significa separar tempo diário para se dedicar
exclusivamente à oração e, também, continuar no “espírito de oração” à medida
que vivemos. Creio que o evangelista inglês Smith Wigglesworth entendeu e
viveu fortemente esta realidade. Quando questionado sobre sua vida de oração,
ele respondeu: “Eu nunca oro mais do que cinco minutos, e eu nunca fico mais
do que dez minutos sem orar!”

Deixe-me dar o exemplo da minha própria vida, talvez ajude você a entender isto
melhor. Eu vou diariamente para a sala de oração, na Casa Internacional de
Oração de Kansas City, lá gasto de quatro a seis horas por dia em oração. Meu
compromisso sagrado diante do Senhor e meu compromisso com o ministério
que participo (IHOPKC) é o de passar 25 horas da minha semana na sala de
oração.

Geralmente termino meu tempo de oração ao meio dia. Depois disto, me dedico
ao ministério de liderar o departamento de fala portuguesa do IHOPKC. Muitas
vezes ao longo do meu dia paro para orar. Declaro frases de adoração ao Senhor
em minha mente e às vezes em voz alta. Oro em línguas enquanto dirijo meu
carro em direção ao supermercado, em casa algumas vezes oro com meus filhos,
oro com minha esposa. Meu ponto é, tenho um programa diário dedicado à
oração e também desenvolvo oração à medida que vivo.

No entanto, é importante eu ressaltar que não é minha intenção aqui, com o meu
exemplo, que você entenda que eu estou vivendo plenamente a recomendação
bíblica. Na verdade estou bem longe disto. Há dias em que fico distraído. Há
dias em que não me lembro de orar. Há dias que mesmo na sala de oração fico
distraído, vejo meus emails, leio um livro, ou escrevo. Faço muitas coisas,
menos orar. Sim, estou em processo como você está. Tenho períodos, muitas
vezes dias e semanas, de maior consagração, mas também tenho períodos de
grande distração.

Sobre isto Mike Bickle fala: “Deus conhece a intenção do seu coração. Ele sabe
que você não é rebelde, você é apenas fraco. Há um mundo de diferença entre
rebeldia e fraqueza. Ao fraco, o Senhor não despreza”.

O importante é mantermos nosso propósito. Renovarmos nossa intenção a cada


dia, desta forma o Espírito de Deus terá espaço para continuar trabalhando em
nós, nos movendo para crescermos à medida de homens maduros em Cristo.
“Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus,
a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.”

Efésios 4.13
orAção e AdorAção incessAntes no novo testAmento

A primeira referência à Oração Dia e Noite no Novo Testamento aparece nas


primeiras páginas dos Evangelhos. Em Lucas 2 ele nos descreve o importante e
profético dia em que o Deus encarnado, com oito dias de idade, foi levado ao
templo para ser consagrado ao Deus entronizado. Lucas nos fala de duas
personagens que tem uma grande importância profética.

O primeiro personagem é Simeão. “Havia em Jerusalém um homem cujo nome


era Simeão; e este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação de
Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. E fora-lhe revelado, pelo Espírito
Santo, que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor. E pelo Espírito
foi ao templo e, quando os pais trouxeram o menino Jesus, para com ele
procederem segundo o uso da lei,” (Lc 2.25-27).

Simeão, um homem separado por Deus, justo e santo, dá a genuína bênção


sacerdotal arônica a Jesus e profetiza a sua identidade messiânica: “Agora,
Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra; pois já os meus
olhos viram a tua salvação, a qual tu preparaste perante a face de todos os povos;
luz para iluminar as nações, e para glória de teu povo Israel” (Lc 2.29-32).

A segunda personagem é uma mulher chamada Ana, a quem Lucas chama de


profetisa. “E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era
já avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua
virgindade; E era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do
templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia. E sobrevindo na
mesma hora, ela dava graças a Deus, e falava dele a todos os que esperavam a
redenção em Jerusalém” (Lc 2.36-38).

Esta mulher, que por décadas se consagrou com jejuns e orações, está no templo
e vendo o infante Jesus, começa a proclamar a todos que aquele bebê é a
redenção de Israel, isto é, o Messias. O fato de este incidente estar na Bíblia, nos
mostra que ele é significativo. De Ana, Lucas nos fala: “ela não se afastava do
templo, servindo a Deus com jejum e oração, de noite e de dia”.

É possível que Ana tenha recebido uma graça especial para longos períodos de
Oração e para um estilo de vida de Jejum diário. Alguns estudiosos do Novo
Testamento acreditam também que seja possível que Ana represente um grupo
de pessoas, que inspiradas por Deus, em um momento profético, onde Deus
estava prestes a romper na criação, onde Ele se fez carne, tenham respondido
com uma consagração especial, cobrindo todas as horas do dia e da noite, com
jejum e oração, focados na manifestação do Messias.

Assim, é possível que, como Ana, tenha existido um grupo de homens e


mulheres que por anos, em reposta a um chamado do Espírito Santo, se reuniam
no templo cobrindo as 24 horas do dia, todos os dias do ano, clamando a Deus
por sua geração.

Talvez ele liam Isaías 9.6: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu,
e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome:
Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” E
oravam a Deus: “...Senhor, tu prometestes. O Senhor fará isto, porque não agora
Senhor! Porque não em nossa geração?”

Ou, ainda, Isaías 7.14: “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a
virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel.” A
oração deles seria algo como: “...Adonai, não entendemos isto, mas tudo é
possível para o Senhor. Manifesta Emanuel em nossa geração.” E assim, como
intercessores precursores, eles teriam gerado em oração a primeira vinda do
Senhor.

A questão aqui não é afirmar que havia uma organização centralizada, fazendo
uma escala de oração, como nós fazemos hoje em nossas Torres ou Salas de
Oração. Penso que, se este grupo existiu, seria algo mais espontâneo. Talvez algo
semelhante ao que acontece hoje no muro das lamentações em Jerusalém. Desde
que o moderno estado de Israel foi estabelecido e Jerusalém restaurada como
parte de Israel, judeus oram no muro das lamentações.

Por todas estas décadas, tem sempre havido um grupo de pessoas orando no
muro, quer seja de dia ou de noite. Mesmo em dias de conflito, pessoas
continuam espontaneamente indo orar no muro. Podemos dizer que o muro das
lamentações, que é parte da fundação original do templo, tem sido uma
manifestação do 24/7 espontâneo onde, mesmo sem o entendimento de Jesus,
judeus declaram as promessas proféticas sobre a sua nação.

Voltando para o primeiro século, quer tenha existido um grupo de dedicados


intercessores ou tenha sido o ministério exclusivo de uma só mulher chamada
Ana, o fato de que um dos evangelhos, no curto espaço de texto dedicado aos
eventos dos primeiros dias de Jesus, o ter registrado mostra a importância dada
por Deus a isto. Também, mostra que o Senhor queria que soubéssemos que Ele
mesmo inspirou Jejum e oração contínuos, como parte necessária do processo da
sua vinda ao mundo.

A segunda referência à prática da oração contínua encontra-se novamente nos


escritos de Lucas, em Atos dos Apóstolos. Antes de o Senhor subir aos céus,
depois da sua ressurreição, sua instrução para os discípulos foi: “E eis que sobre
vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que
do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49).

Jesus apenas disse: “ficai em Jerusalém”, mas em Atos Lucas elabora um pouco
mais a ordem de Jesus: “E, estando com eles, determinou-lhes que não se
ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que de mim
ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados
com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (At 1.4,5).

Fica claro, portanto, que a única instrução que eles tiveram foi a de não sair de
Jerusalém. É importante lembrar que a situação ainda estava muito perigosa para
os seguidores do homem que acabara de ser crucificado. A tendência natural
daqueles homens seria a de voltar para a Galiléia, onde eles se sentiriam mais
protegidos. Mas eles obedeceram e permaneceram na cidade santa.

Já que tinham que obedecer e ficar lá, vamos encontrá-los de volta no lugar que
eles julgavam seguro: o cenáculo. Lucas nos diz que os onze apóstolos estavam
habitando ali: “Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras,
o qual está perto de Jerusalém, à distância do caminho de um sábado. E,
entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam Pedro e Tiago, João e André,
Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e
Judas, irmão de Tiago” (Lc 1.12,13).

No próximo verso desta passagem, descobrimos que outras pessoas


significativas nos Evangelhos se juntaram aos onze no cenáculo: as mulheres,
que pode ser uma referência àquelas que são mencionadas por nome e que
estavam presentes na semana da crucificação, ou até, a um grupo maior de
mulheres incluindo Maria de Betânia e outras que aparecem em Lucas 8.2 e 3.

Descobrimos também que ali no cenáculo estava Maria, a mãe do Senhor Jesus,
e significativamente, seus irmãos de sangue. Sabemos por uma referência na
epístola Paulina, que depois de ressuscitado, Jesus apareceu para um dos seus
irmãos carnais: Tiago: “Depois foi visto por Tiago, depois por todos os
apóstolos” (1 Co 15.7). Mas aqui em Atos 1, vemos que os irmãos de Jesus se
tornaram seus seguidores e seus discípulos. Lucas nos fala que o número total do
grupo era de 120 pessoas.

Todos eles, os 11 apóstolos, a mãe e os irmãos de Jesus, o grupo de mulheres e


possivelmente outros discípulos próximos ficaram no cenáculo e “perseveravam
unanimemente em oração e súplicas...” (At 1.14a).

Entre a ascenção de Jesus aos céus e o derramamento do Espírito Santo no dia de


Pentecostes estes 120 seguidores de Jesus ficaram reunidos, esperando a
promessa e perseverando em oração e súplicas. A Bíblia nos fala que depois da
sua ressurreição, Jesus ficou na terra por mais 40 dias: “Aos quais também,
depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo
visto por eles por espaço de quarenta dias, e falando das coisas concernentes ao
reino de Deus” (At 1.3). Entre a Páscoa e a festa de Pentecostes havia 50 dias.
Portanto, temos um período de 10 dias entre a ascenção de Jesus e o Pentecostes.

Nestes 10 dias estes 120 discípulos liderados pelos Apóstolos permaneceram em


unanimidade “perseverando em oração e súplicas”. Seria seguro concluir que,
durante estes 10 dias, pelas 24 horas de cada dia, oração intercessória (súplicas)
com adoração subiram ao trono de Deus. Seria lógico também concluir que o
próprio Espírito de Deus motivou esta oração contínua e guiou o conteúdo da
mesma.

Qual teria sido o conteúdo do clamor deste grupo? Em alinhamento com a


promessa de Jesus: “...vós sereis batizados com o Espírito Santo não muito
depois destes dias” (At 1.5), teriam eles orado Ezequiel 36.27: “E porei dentro
de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus
juízos, e os observeis?” Teriam eles clamado por várias vezes, durante aqueles
dias, a promessa baseada em Joel 2.28 e 29: “E há de ser que, depois derramarei
o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os
vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os
servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito?”

O Espírito Santo seria derramado como prometera o Senhor, mas parece que
seria necessário que houvesse clamor, intercessão, desejo e expectativa! Em sua
soberana estratégia e sabedoria, o Senhor provocou um tempo, um ambiente e
um desejo para que a oração contínua, intensa e urgente acontecesse.

A terceira passagem do Novo Testamento onde encontramos uma clara indicação


da prática de oração contínua está em Atos 12. Este capítulo começa com a
descrição de uma grande crise. Tiago, irmão de João, um dos três principais
líderes da igreja, é morto à espada, provavelmente decapitado pelo rei Herodes.
Não somente isso, mas vendo este que isto agradara o povo, Herodes intensifica
a perseguição e manda prender Pedro. Logo em seguida à prisão de Pedro, Lucas
nos informa que eram os dias de pães Ázimos, isto é, a semana da Páscoa
(“Estava, pois, perto a festa dos ázimos, chamada a páscoa” Lc 1.22).

Fica claro aqui, que a intenção de Herodes era também de matar Pedro. O plano
era o de manter Pedro preso até que as festas passassem e depois matá-lo,
provavelmente decapitando-o em uma demonstração pública de poder e para dar
um golpe fatal a estes “seguidores do Nazareno”.

Neste tempo de grande crise e de perigo sem precedente para os seguidores de


Jesus, a Bíblia destaca que “a igreja fazia contínua oração por ele (Pedro) a
Deus” (At 12.5). A esta altura, embora muitos cristãos tivessem fugido de
Jerusalém, por causa de perseguições anteriores (At 7), o número de irmãos na
cidade e região ainda era significativo e eles se mobilizaram, grupos divididos
em diferentes casas, mantendo a chama da intercessão continuamente acesa
diante do Senhor.
Em tempo de grande crise e ameaça, oração incessante foi a resposta da igreja.
Devido ao clamor contínuo da igreja o Senhor trouxe o livramento: Pedro foi
sobrenaturalmente removido da prisão no meio da noite. Imediatamente ele vai
para casa de Maria, mãe de João Marcos e lá, no meio da noite, ele encontra um
grupo de irmãos em constante oração.

Ao se reunir com eles, Pedro pede que outros líderes e irmãos fossem avisados,
dando uma indicação de que eles estariam reunidos em vigília de oração em
outras localidades da cidade.

A quarta e última passagem que mostra a prática de oração contínua no Novo


Testamento está em Apocalipse 4 e 5. O Apóstolo João é levado em espírito para
a sala do trono celestial. João nos descreve a realidade daquele lugar em
detalhes. Ele diz que existem, ao redor do trono de Deus, quatro seres. Isaías os
chama de Serafins (Is 6), que significa seres ardentes, ou seres em chamas.

Estes Serafins “tinham, cada um de per si, seis asas, e ao redor, e por dentro,
estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo:
Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que
há de vir” (Ap 4.8).

João também descreve 24 tronos ocupados por 24 anciãos. Eles também estão
em constante resposta de adoração: “Os vinte e quatro anciãos prostravam-se
diante do que estava assentado sobre o trono, e adoravam o que vive para todo o
sempre; e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo: Digno és, Senhor,
de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua
vontade são e foram criadas” (Ap 4.10,11).

Em Apocalipse 5, temos uma das passagens mais dramáticas e intensas da


Bíblia. O livro selado precisa ser aberto para liberação destes acontecimentos
finais, e por um momento, parece que não há ninguém com autoridade suficiente
para abrir o livro. O próprio João é profundamente afetado e chora copiosamente
(v. 2). Até que um dos Anciãos revela a ele: “Não chores; eis aqui o Leão da
tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete
selos” (Ap 5.5). Neste instante João olha para a direção do trono e vê um
cordeiro, como tendo sido morto. O Cordeiro toma o livro das mãos de Deus,
sinalizando que ele iniciará o processo de abertura do livro.

Neste momento, então, João descreve uma série de intensas atividades ao redor
do trono, todas relacionadas com o momento da abertura dos selos. Os quatro
seres e os vinte e quatro anciãos prostram-se em adoração ao Cordeiro. João nota
algo peculiar: “todos eles tinham harpas e taças de ouro cheias de incenso...” (Ap
5.8b). Imediatamente, João recebe a revelação do que aquilo significa. Aquelas
harpas e taças: “são as orações dos santos” (Ap 5.8c).
A adoração é contínua e cresce de intensidade nos próximos seis versículos do
capítulo 5. E no capítulo 6, como fruto destas atividades, Jesus, como o Cordeiro
de Deus, começa a abrir o livro e liberar os selos.

Veja, então, a perspectiva que temos do que acontece ao redor do trono de Deus.
Oração e adoração dia e noite sem cessar são também alimentadas pela oração e
adoração dia e noite sem cessar que acontecem na terra. Nós adoramos e oramos.
Nossas orações chegam como incenso no trono do Senhor.

Os Seres e os anciãos com a harpa, que fala de adoração, e a taça, que simboliza
o acúmulo das orações dos santos na terra clamando por justiça e pela
manifestação do reino de Deus, intensificam as suas orações. Estas duas
realidades: adoração e intercessão na terra, e adoração e intercessão nos céus, se
convergem e se entrelaçam tornando-se uma só coisa diante de Deus. À medida
que elas atingem o seu ápice, os planos finais de Deus são liberados na terra.

É para este lugar que estamos indo como igreja e como movimento de oração. É
por isso que o Espírito Santo tem multiplicado os locais de adoração e oração
24/7 na terra. Estamos vendo um crescimento desta realidade, sem precedentes
na história da igreja. Nunca na história se orou tanto, em tantos lugares, com
tanta intensidade. O som da harpa ecoa cada vez mais alto ao redor do trono, e as
taças já estão sendo cheias. O tempo da abertura dos selos pode estar mais
próximo do que muitos imaginam.

Pudemos constatar aqui que em quatro momentos extremamente importantes


para o projeto de Deus na terra a oração 24/7 está presente. No período do
nascimento de Jesus; no período do envio do Espírito Santo; no período de
grande perseguição e ameaça à própria sobrevivência da igreja, e finalmente, no
período do desencadear dos eventos que culminarão com a Segunda vinda do
Senhor Jesus. Além disso, vimos em Apocalipse que na Sala do trono de Deus
adoração e intercessão acontecem continuamente.

Capítulo 7
ORAçãO E ADORAçãO CONTÍNuA – pORquE ElE
é DIgNO!
“Com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo..” (Efésios
1.12)

uando olhamos para esta questão de oração e adoração em nossa jornada pessoal
e também na jornada da Igreja, geralmente olhamos do ponto de vista humano.
Isto é, o que ganharemos com isto? O que isto produzirá em nossas vidas? Qual
será o resultado disto no crescimento e avanço de nossa Igreja?

Esta perspectiva em si não está incorreta. O próprio Deus, que conhece a nossa
estrutura, pois Ele mesmo nos formou, sabe que precisamos dessa “avaliação”. O
Senhor sabe e até promove “galardão” e “recompensa” em sua Palavra: “buscar-
me-eis e me achareis...” (Jr 29.13), nos diz o Senhor. E também: “Ao que vencer
lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me
assentei com meu Pai no seu trono” (Ap 3.21).

Existe sim um lugar correto e bíblico em buscarmos mais a Deus, tanto a nível
pessoal como a nível coletivo, pelo resultado que isso produzirá em nossas vidas.
Queremos viver em novos níveis de consagração e prática de santidade,
queremos nos mover em maior unção e mais poder para impactar mais vidas, e
queremos “despovoar o inferno e povoar o céu” como diz Reinhard Bonnke.
Todas estas coisas são razões legítimas e bíblicas para intensificarmos nossa vida
de jejum e oração pessoal e para buscarmos estabelecer Oração e Adoração
contínuas em nossa região de influência. Em outras palavras, oramos mais,
jejuamos mais, adoramos mais, pois queremos experimentar Avivamento!
“Aviva, ó SENHOR, a tua obra no decorrer dos anos...” (Hc 3.2b).

Mas também existe outra perspectiva na Palavra de Deus. Algo que não é
contrário à visão anterior, mas paralelo. Na verdade, uma linha paralela muito
próxima e que muitas vezes, ao longo de nossa caminhada, culmina por tocar e
nutrir nossa busca e desejo por genuíno impacto. Estou falando da perspectiva da
Glória de Deus!

Estou falando de buscarmos mais a Deus individualmente, e de coletivamente


sonharmos em que o incenso da nossa oração e adoração em nossa região
geográfica suba a Ele a cada segundo de cada dia, simplesmente porque Ele É
DIGNO!

Adoração e Oração Dia e Noite sem cessar, simplesmente porque Ele é Digno!
pArA o louvor dA suA glóriA

O Espírito de Deus, usando o Apóstolo Paulo, nos dá em Efésios 1 uma


descrição resumida do propósito central de Deus na criação de todas as coisas,
especialmente da igreja: “fomos eleitos antes da fundação do mundo!” (Ef 1.4).
E o projeto final é o “de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na
dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que
estão na terra” (Ef 1.10). Deus tem um projeto, mas Ele também tem um
propósito!

Neste texto, temos uma das descrições mais intensas e profundas do que
recebemos em Cristo Jesus: recebemos autoridade – estamos nas regiões
celestiais com Cristo (Ef 1.3);

Fomos feitos santos e irrepreensíveis diante dele em amor (Ef 1.4); somos
adotados na família de Deus como filhos (Ef 1.5); Somos agradáveis a Ele (Ef
1.6); Somos redimidos e perdoados pelo sangue de Jesus (Ef 1.7); Recebemos
abundante sabedoria e prudência (Ef 1.8); Recebemos a revelação da
centralidade de Jesus, que é o mistério da sua vontade (Ef 1.10); Fomos feitos
herança em Jesus (Ef 1.11); E, fomos selados com o Espírito Santo, que é a
garantia da nossa herança e redenção (Ef 1.13,14).

No processo de descrever todas estas coisas maravilhosas que o Senhor nos dá,
em Jesus Cristo, o Espírito de Deus por três vezes repete uma frase para
enfatizar a razão central do por que Deus projetou e executou tudo isto em nós,
isto é, a motivação e o propósito de Deus: “Para o Louvor de Sua Glória!” (Ef
1.6, 12 e 14).

A glória de Deus é louvada quando vivenciamos, quando encarnamos o processo


de redenção e transformação, conquistado na Cruz do calvário. Pense nisto. Este
texto está nos revelando que a centralidade da nossa existência como filhos de
Deus na terra é o louvor da Glória do próprio Deus.

Louvar significa: exaltar, reconhecer, admirar, aplaudir, festejar, colocar em


lugar elevado, proclamar, publicar, elogiar, elevar com palavras, cantar ou
poetizar algum atributo.
Efésios 1 nos mostra que Deus nos salvou e nos estabeleceu na terra como seus
filhos, para que a sua Glória fosse louvada. Um dos textos diz: “com o fim de
sermos, para o louvor da sua Glória” (Ef 1.12). Esta frase: “com o fim de
sermos” aponta para duas coisas.

A primeira é a que a nossa redenção tem o propósito de produzir louvores à


glória de Deus em outros. Nossa redenção produz louvores nos seres celestiais –
Os anjos vêem a imensa sabedoria de Deus em sua obra redentora e louvam a
sua glória:

“E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos
celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas alturas, Paz na terra,
boa vontade para com os homens.”

Lucas 2.13,14

E, também, a nossa redenção e transformação produz louvores na vida dos não


salvos: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as
vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16). Deus
é glorificado, quando expressamos seu caráter através do nosso comportamento,
para com os que estão fora do seu reino.

A segunda realidade para a qual a frase “a fim de sermos” aponta é que somos
salvos e deixados na terra para que a Glória de Deus receba constante louvor
voluntário através de nós, a família redimida de Deus na terra. Isto é, não só
estamos aqui para sermos motivo de louvor, mas para principalmente sermos os
que mais louvam a glória de Deus.

A frase de Efésios 1.8, “a fim de sermos para o louvor da sua glória”, pode ser
dita da seguinte forma: para que vivamos na terra reconhecendo, exaltando,
declarando, cantando, poetizando, orando e magnificando a glória de Deus.

“Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e


salmodiando ao Senhor no vosso coração; Dando sempre graças por tudo a nosso
Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo”

Efésios 5.19,20
“A todos os que são chamados pelo meu nome e os que criei para a minha glória,
os formei, e também os fiz.” Isaías 43.7
Fomos criados em Adão, e recriados em Jesus Cristo, com o mesmo propósito
central; Para o louvor da Glória de Deus!
porque ele é digno
“Porque grande é o SENHOR, e digno de louvor.” Salmo 96.4

Esta é outra frase comum em toda a Bíblia: o Senhor é Digno de louvor! “Digno
és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas,
e por tua vontade são e foram criadas” (Ap 4.11). A palavra “digno” neste
contexto significa “merecedor” ou “apropriado”. É apropriado dar louvores a
Deus; Ele é merecedor de adoração contínua.

Uma das ênfases da adoração sem cessar, que acontece na sala do trono é a
declaração de que o Senhor é digno de receber extravagante adoração:

“Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as
coisas, e por tua vontade são e foram criadas.” Apocalipse 4.11 Quando Jesus
aparece em cena para executar o projeto final de Deus, os céus explodem em
proclamação:

“E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os


seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens
de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; E para o nosso Deus os fizeste reis e
sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra. E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao
redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de
milhões, e milhares de milhares, Que com grande voz diziam: Digno é o
Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e
honra, e glória, e ações de graças.”

Apocalipse 5.9-12

Jesus é digno de ser exaltado. Jesus é digno de ser magnificado tanto nos céus
como na terra. Paulo diz: “Que Cristo seja magnificado no meu corpo, seja pela
vida ou pela morte” (Fp 1.20). Que perspectiva extraordinária: em todo o tempo
e em todas as situações seja Cristo magnificado em nós. John Piper comentando
este texto afirma: “Magnificamos sua glória como um telescópio, não como um
microscópio. Microscópios fazem as coisas parecerem maiores do que elas
realmente são. Telescópios fazem coisas imensuravelmente grandes parecerem
mais o que elas realmente são. Nossas vidas são para ser um telescópio para a
glória de Deus.”

O Espírito Santo de Deus, cuja missão central na terra é magnificar Jesus – “Ele
me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar” (Jo
16.14). Sim, o Espírito Santo de Deus está falando ao coração da Noiva do
Cordeiro por toda a terra, Ele está inspirando servos em todos os lugares: igrejas,
seminários, bases missionárias, empresas, prisões e lares a estabelecerem altares
de adoração a Deus, para que de todas as regiões da terra haja um som, um
incenso subindo a Deus 24 horas por dia, 7 dias por semana!

Telescópios, olhando por diferentes ângulos, a infinita glória daquele, cuja face
brilha mais que o sol (Ap 1.16). Contemplando sob a lente do Espírito Santo, a
infinita sabedoria, incompreensível glória, imarcescível grandeza e infindável
beleza de Jesus Cristo. E então declará-las, cantá-las e proclama
-las dia e noite sem cessar! Porque Ele é Digno!

E quando acharmos que tudo foi dito, cantado e proclamado, descobriremos que
só começamos a tocar na orla das vestes da dignidade, da Glória, da
magnificência do Eterno Cordeiro de Deus!

“Por toda tua bondade continuarei cantando Dez mil razões meu coração
encontrará E naquele dia, quando minha força falhar O fim se aproximar e meu
tempo chegar, Ainda assim seus louvores infinitos Minha alma irá cantar
Por dez mil anos, e para sempre, sem parar!”

(Matt Redman)
orAção ApostólicA por este entendimento

Voltando para o livro aos Efésios, descobrimos ali duas orações feitas pelo
apóstolo Paulo para aqueles irmãos. A primeira está no final do capítulo primeiro
e a segunda está no final do capítulo terceiro. Em ambas, o peso da intercessão
de Paulo era para que aquela igreja crescesse no conhecimento de Deus e na
revelação de Jesus Cristo.

Estas duas orações apostólicas são bem preciosas para nós. Nos anos que
antecederam o início da Casa Internacional de Oração em Kansas City, o Senhor
enfatizou estas duas orações para Mike Bickle, mostrando que seria através do
entendimento e declaração destas orações sobre o corpo de Cristo nessa geração,
que um movimento genuíno de adoração e intercessão, centrado na esfera da
beleza e do valor de Jesus Cristo, seria gerado.

A primeira está em Efésios 1.16-19. Como já vimos nos parágrafos anteriores,


Efésios 1.1-14 nos fala da grandiosa obra do Senhor em nossas vidas e nos
enfoca na centralidade do seu propósito: “para o louvor da sua glória!” Por três
vezes esta frase é intercalada no texto. Paulo conclui este parágrafo de 14
versículos com ela: “O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da
possessão adquirida, para louvor da sua glória” (Ef 1.14).

No próximo versículo temos uma ponte, e uma frase importante que liga os dois
textos. Nos versos 15 e 16, Paulo diz: “Por isso, ouvindo eu também a fé que
entre vós há no Senhor Jesus, e o vosso amor para com todos os santos, Não
cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações.”

A frase de ligação é: “Por isso!”, que quer dizer: por tudo que expus acima; por
causa da realidade de que fomos feitos e redimidos para o louvor da Glória de
Deus; por entender a importância e centralidade disto na vida de vocês, eu Paulo
não paro de orar por vocês. Oro agradecendo pela vossa fé e amor, e também oro
para que a vida de vocês esteja centrada nesta revelação.

Nos próximos versos temos o conteúdo desta oração, que Paulo repetia
cotidianamente pela igreja. Paulo começa pedindo que Deus, em seu
conhecimento, liberasse um espírito de sabedoria e revelação e que os olhos dos
seus corações fossem iluminados. Isto é, que eles recebessem sabedoria baseada
no conhecimento de Deus, sabedoria divina. Também, que recebessem
revelação, que é a capacidade de ver e entender como Deus vê e entende. E que
houvesse uma luz em seus espíritos, iluminando o caminho interno para a sua
busca e união com Deus.

Tudo isto para que soubessem (v. 18) e para que vivessem no entendimento de
três coisas: A primeira é a esperança da sua vocação – a vocação de viver para o
louvor da sua glória. A segunda: a revelação da herança de Jesus em sua Noiva –
“sua herança nos santos!”. Há uma riqueza de glória nesta realidade! E a terceira
coisa: a revelação da força avassaladora do Poder de Deus que está à disposição
da Igreja – Poder que já destruiu a morte e já destronou Satanás e suas hostes
(vs. 19-21).

Esta oração tem se tornado uma das orações bíblicas mais importantes na
história do movimento de oração moderno. A oração diária do Apóstolo Paulo
pela igreja de Éfeso tem se tornado também a oração diária de centenas de Casas
de Oração, por toda a terra, para que esta geração de crentes encontre, na
centralidade de Deus, a centralidade de sua própria existência.
A segunda oração de Paulo, está registrada em Efésios 3.14-19:

“Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo, Do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome, Para que,
segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com
poder pelo seu Espírito no homem interior; Para que Cristo habite pela fé nos
vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, Poderdes
perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o
comprimento, e a altura, e a profundidade, E conhecer o amor de Cristo, que
excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.”

O conteúdo desta intercessão de Paulo é muito próximo do conteúdo da


intercessão anterior. Fundamentalmente, ele está pedindo a Deus que os crentes
de Éfeso continuassem a ser cheios de Jesus Cristo, para que, através disto, eles
vivessem cheios da plenitude de Deus.

Eu amo a forma que Paulo conclui a sua oração: “Oro que Cristo continue
habitando em vosso coração”, declara o Apóstolo. Aí vocês irão conhecer o
amor de Cristo, não apenas no nível do entendimento intelectual, racional, mas
no nível experiencial, inter-relacional.

Assim como a oração do primeiro capítulo, esta também está registrada na


Palavra de Deus como uma oração madura feita por um apóstolo para uma igreja
local, para que possamos usá-la como modelo para as nossas vidas e nossas
igrejas nesta hora. Assim estabeleceremos igrejas que oram orações bíblicas,
orações apostólicas, que produzem genuíno amadurecimento espiritual, “até que
todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a
homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4.13).

E assim, todos crescendo e experimentando o Cristo vivo dentro do nosso


espírito vivificado. Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo habitando no
Tabernáculo restaurado de Davi; eu e você vivendo para a glória de Deus e para
a fama do nome de Jesus na terra.

quAndo os pArAlelos se encontrAm

Quando experimentamos Jesus, experimentamos também o coração de Jesus. Ou


seja, é impossível tocar Jesus e não ser tocado de volta por seu coração de amor.
É aqui que os paralelos se encontram.
Comecei este capítulo falando sobre duas realidades paralelas; buscamos a Deus
por que queremos causar impacto, e buscamos a Deus simplesmente porque Ele
é Deus. Ele é digno de ser adorado incessantemente, nos céus e na terra, no
tempo e na eternidade.

Estas duas realidades parecem permanentemente paralelas e até opostas, mas na


eterna sabedoria de Deus, elas se encontram e até a se entrelaçam. Quando você
genuinamente toca Deus no lugar da oração e consagração, duas coisas
acontecem com você.

A primeira é que você ficará doente de amor, doença cujo único remédio e único
bálsamo é o retorno para o próprio amado que te adoeceu: “Levou-me à casa do
banquete, e o seu estandarte sobre mim era o amor. Sustentai-me com passas,
confortai-me com maçãs, porque desfaleço de amor” (Ct 2.4,5). Neste lugar
voltamos para Ele para sermos curados, e no processo, somos enfermados mais
profundamente até que o único conforto seja sua permanente doce presença em
nós.

“Oh chama viva de amor, que gentilmente feriu a minha alma, no seu profundo
centro. Desde que agora não és mais opressivo, conclua. Se for tua vontade:
rasga pelo véu, deste doce encontro.” (João da Cruz)

A segunda é que você ganhará um novo coração: o coração de Jesus. Quando


contemplamos Jesus, somos transformados pelo reflexo da imagem, que como
um espelho volta para nós (2 Co 3.18). Você ganhará um coração perdoador,
misericordioso e doce. Você ganhará um coração que ama os pobres, que ama os
perdidos e que ama o próximo.

Não existe genuíno e duradouro chamado e ministério que não tenha nascido no
lugar de encontro. Hudson Taylor, o homem que deu sua vida para a obra
missionária na China, e que é considerado um dos pais das missões modernas,
afirma que foi da sua experiência de União com Cristo e da iluminação dos seus
olhos espirituais – de que Cristo nunca está distante, que ele tirou forças para
perseverar na obra missionária que impactou a China e moldou o movimento
missionario moderno.

Encontre Jesus no lugar da oração e da adoração; seu coração vai ser fascinado
com a genuína beleza de Jesus e vai ser transformado. Então seu coração arderá
com aquilo que arde no coração de Deus.
Capítulo 8

AlguNS ChAMADOS pARA SEREM


MISSIONáRIOS INTERCESSORES
por Rebekah lodos
H

oje em dia é muito comum encontrarmos uma grande preocupação com o


“chamado” ou “ministério” pessoal de cada membro do corpo de Cristo.
Gastamos horas e bastante energia perguntando ao Senhor (e aos nossos
pastores) quais são os nossos dons individuais, e qual é a expressão que o Senhor
dará ao nosso chamado na igreja local.

Sou chamado para pastorear? Sou chamado para fazer parte do grupo de louvor,
ou de dança, ou de teatro? Tenho chamado para ensinar? Será que tenho o dom
de apóstolo? Muitas vezes não recebemos uma direção clara do céu, ou não
sentimos que nos encaixamos exatamente em nenhum dos papéis que tentamos
fazer.

Deixe-me falar sobre uma área, ou ministério que é bem poucas vezes
mencionada ou estudada; A área daquele que é chamado para ser Intercessor de
tempo integral.
Ouvimos muitas mensagens sobre os cinco dons ministeriais, mas raramente
ouvimos falar da ocupação de um intercessor de tempo integral. A função dos
intercessores na igreja acaba sendo reduzida, em muitos casos, a reuniões feitas
meia hora antes do início do culto de domingo numa sala atrás do palco, ou
vigílias longas na sexta-feira à noite com alguns jovens zelosos e muitas
senhoras, aquelas que sabemos que oram por nós e por todos os membros da
nossa comunidade.

A Palavra nos dá outro testemunho sobre o chamado para orar. Sabemos que
Davi tinha músicos, cantores e salmistas pagos para adorar ao Senhor no
tabernáculo, mas e aquelas pessoas no corpo de Cristo que talvez não tenham
inclinação musical, mas se sentem em casa no lugar de oração?

Isaías 62.6 nos diz que o Senhor prometeu colocar atalaias no muro que não se
calarão de dia ou de noite. Estes atalaias são os intercessores que Ele está
levantando e despertando pelo Seu Espírito por todo o mundo, e que se
levantarão para vigiar e orar à medida que a volta de Jesus se aproxima.

O chamado para intercessão não será mais negligenciado, mas o Senhor


levantará, e já está levantando, pessoas de todas as idades que darão suas vidas
para ministrar diretamente ao Senhor e clamar por misericórdia, avivamento e
salvação em suas cidades.

o chAmAdo de AnA

Ana, a profetisa que estava no templo na dedicação de Jesus, foi um dos


“atalaias” colocados em cima do muro em Jerusalém antes da primeira vinda de
Cristo. Vemos uma expressão da profecia de Isaías e um claro exemplo da
função do intercessor em Ana, que orava no templo dia e noite (Is 62.2). Ela foi
um símbolo do que vai acontecer em todas as nações na geração em que o
Senhor voltará. Lucas nos conta a intrigante história dessa mulher que habitava
no templo.

“E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já
avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua
virgindade, e era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do
templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia. E, sobrevindo na
mesma hora, ela dava graças a Deus e falava dele a todos os que esperavam a
redenção em Jerusalém.”

Lucas 2.36-38

Note que Ana era uma profetisa, uma intercessora e uma evangelista. Nela, a
graça para o ministério profético, a intercessão e o evangelismo reuniram-se em
uma mulher. Ana ficou viúva depois de viver com seu marido por sete anos e
provavelmente, quando tinha seus vinte e poucos anos, ela começou a dar sua
vida à oração noite e dia. Com oitenta e quatro anos de idade, cerca de sessenta
anos depois, ela continuava fazendo a mesma coisa. Ana permaneceu fiel em seu
chamado a longas horas de oração por toda sua vida. Que mulher extraordinária!

Ana representa todos aqueles no corpo de Cristo que recebem a graça para
manter longas horas de oração por muitos anos. O chamado de Ana transcende
sexo e idade; este chamado é para homens e mulheres, jovens e velhos, pobres e
ricos. Podemos chamar as “Anas” dos dias de hoje de “missionários
intercessores”, pois a eles é dada a graça para muito jejum e oração como estilo
de vida.

Ana nos dá o exemplo mais extremo do estilo de vida do missionário intercessor


no Novo Testamento. É bem provável que ela passou mais horas em oração
todos os dias do que nós passamos como missionários intercessores na Casa
Internacional de Oração de Kansas City.

deus está levAntAndo “AnAs” por todA A terrA

Neste exato momento, por toda a terra, o Senhor está atraindo aqueles que têm o
coração e chamado como o de Ana para a ocupação de adoração e oração em
tempo integral. Ele está chamando-os pelo nome e colocando-os em seus lugares
em todas as cidades do mundo. O Senhor está chamando “Anas” modernas em
igrejas e salas de oração para ministrarem a Ele como seu ministério principal.
Devemos celebrar as “Anas” que Deus levanta como um grande presente para o
Corpo de Cristo e o movimento de oração. Essas pessoas precisam ser
convocadas, reconhecidas e liberadas por seus líderes para obedecerem ao
mandato que Deus lhes deu.

“AnAs” – intercessores precursores modernos!

Jesus se referiu à profecia de Isaías quando Ele prometeu que haveria uma
grande liberação de justiça na terra. Lucas 18.7,8 diz: “E Deus não fará justiça
aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para
com eles? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho
do Homem, porventura, achará fé na terra?”

No versículo 8, Jesus conectou o chamado de oração noite e dia com o momento


de Sua volta à Terra. É importante notar que essa parábola foi dada em conclusão
ao que ele tinha acabado de ensinar sobre o fim dos tempos no capítulo anterior.
Em outras palavras, ele conectou a liberação de justiça na terra durante o fim dos
tempos com a oração dia e noite.

Por esta razão, missionários intercessores estão sendo levantados hoje, assim
como Ana habitou no templo por anos, antes da primeira vinda de Cristo,
fielmente oferecendo intercessão e oração ao Senhor. Ela foi uma intercessora-
precursora, gerando em oração o caminho para a primeira vinda do Senhor. Hoje
também, Deus está levantando intercessores-precursores, para que em oração de
concordância gerem o desejo pela volta de Jesus; aqueles que serão fiéis em
oração para que o Filho do Homem encontre fé na terra em Sua segunda vinda.
A devoção extrAvAgAnte de mAriA de betâniA

“E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou numa aldeia; e certa mulher, por
nome Marta, o recebeu em sua casa. E tinha esta uma irmã, chamada Maria, a
qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. Marta, porém,
andava distraída em muitos serviços e, aproximando-se, disse: Senhor, não te
importas que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe, pois, que me ajude. E,
respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com
muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não
lhe será tirada.”

Lucas 10.38,39

A vida do missionário intercessor é exemplificada também na vida de Maria de


Betânia. Maria é descrita três vezes nas Escrituras, e todas as vezes o Espírito
Santo destaca que ela estava sentada ou de joelhos aos pés de Jesus (Lc 10.39; Jo
11.32; 12.3).

Aqueles que são chamados para o estilo de vida de um missionário intercessor


não são somente chamados para serem atalaias e intercederem pela terra, mas
são chamados também para cultivar intimidade com Deus através de longas
horas em sua presença.

O Espírito Santo enfatizou que Maria sentou-se aos pés de Jesus para ouvir a Sua
Palavra. Quando nos alimentamos da Palavra, nosso relacionamento com Deus é
renovado e somos frutíferos em nossos ministérios. Maria era uma jovem
solteira. Ela não foi mencionada no livro de Atos ou na história da Igreja e não
foi conhecida por seu ministério público. Ela é, porém, conhecida no céu,
mesmo tendo sido desconhecida pelos homens durante sua vida.

Outro episódio na vida de Maria demonstra a sua devoção extravagante:

“E, estando ele em Betânia assentado à mesa, em casa de Simão, o leproso, veio
uma mulher que trazia um vaso de alabastro, com unguento de nardo puro, de
muito preço, e, quebrando o vaso, lho derramou sobre a cabeça. E alguns houve
que em si mesmos se indignaram e disseram: Para que se fez este desperdício de
unguento? Porque podia vender-se por mais de trezentos dinheiros e dá-lo aos
pobres. E bramavam contra ela. Jesus, porém, disse: Deixai-a, para que a
molestais? Ela fez
-me boa obra. Porque sempre tendes os pobres convosco e podeis fazer-lhes
bem, quando quiserdes; mas a mim nem sempre me tendes. Esta fez o que podia;
antecipou-se a ungir o meu corpo para a sepultura. Em verdade vos digo que, em
todas as partes do mundo onde este evangelho for pregado, também o que ela fez
será contado para sua memória.”

Marcos 14.3-9

Os apóstolos criticaram a extravagância de Maria, usando o serviço aos pobres


como razão. Jesus, porém, interviu em favor de Maria, e intervirá em favor do
estilo de vida daqueles que cultivam um coração que é sensível a Deus em amor.
O ato de devoção de Maria é lembrado e contado por toda a história da Igreja e o
princípio que podemos aprender com essa história é que atos incomuns de
devoção, como o de Maria, vêm de um lugar onde se cultiva um espírito de
devoção radical como estilo de vida.

O desejo de se entregar ao estilo de vida de jejum e oração, ficando aos pés de


Jesus como Maria o fez, não é extremismo, ou legalismo, mas sim um chamado
que faz parte do plano maior que o Pai tem para preparar a terra para a volta de
Jesus. Maria entendeu, bem antes que os apóstolos, o propósito da morte de
Jesus. Da mesma forma, o Pai está levantando aqueles que entenderão o Seu
propósito de preparar a terra para a completa redenção que virá com Cristo em
Sua segunda vinda. Serão os que estiverem aos pés de Jesus, como Maria ficou,
seja na Casa de Oração, ou no lugar secreto, em suas casas, escritórios, ou
empresas, que entenderão com mais clareza os tempos e as épocas, e que estarão
prontos para ajudar o corpo de Cristo nos momentos dramáticos que antecederão
e desencadearão o final dos tempos.

As pessoas que procuram ser verdadeiramente dedicadas a Jesus fazem a


seguinte pergunta: “Qual é a entrega máxima que Deus me capacitará a fazer a
Ele?” Não estamos contentes com o requisito mínimo de salvação. Não
queremos viver da pergunta oposta: “Qual é o mínimo necessário? Com quão
pouco de entrega poderei sobreviver?”

“Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se
forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com ele…”

2 Crônicas 16.9

Se você não se encaixa nas várias posições que você já tentou preencher na
igreja, ou se você sente o desejo de se dedicar à oração de uma maneira em que
talvez as pessoas ao seu redor não entendam, talvez o chamado de Ana e Maria
seja para você.

Se você sente o desejo por mais de Deus; Se você sente vontade de se dedicar
mais à oração e ao estudo da Palavra de Deus e talvez ache isto estranho e
anormal, lembre-se do que Jesus falou sobre a atitude de Maria, de ficar aos seus
pés, completamente focada em suas Palavras e recebendo da sua unção:

“E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com


muitas coisas, mas uma só é necessária; E Maria escolheu a boa parte, a qual não
lhe será tirada.”

Lucas 10.41,42

Capítulo 9

pRECuRSORES, A IDENTIDADE DA ÚlTIMA


gERAçãO
por Rafael lodos
E

xiste uma ligação entre o Movimento de Oração que Deus está estabelecendo na
terra hoje, e o levantar de uma geração de precursores. Estes estarão, como João
Batista, preparando o caminho do Senhor para que Ele possa retornar à terra em
um ambiente espiritual de alerta e pronto para interagir com Ele, especialmente
em sua igreja.

Em Isaías 40, Deus fala da necessidade do Precursor para preparar o caminho do


Senhor: “voz que clama no deserto, preparai o caminho do Senhor” (v. 3). No
primeiro século, Deus preparou uma família, e dela levantou Um homem: João
Batista. Hoje Deus está fazendo o mesmo por toda a terra, levantando
precursores para preparar o caminho do Senhor. Olhemos para as circunstâncias
da vinda do primeiro precursor, e tiraremos lições sobre algumas coisas que o
Senhor está fazendo hoje em nossas vidas e na vida da nova geração.

o Ambiente que gerA o precursor – lucas 1.5-25


Zacarias vai para fora do templo sem falar, depois de ter levado o dobro do
tempo para oferecer incenso. As pessoas que ali estavam ficaram a perguntar
qual teria sido a razão por tanta demora. Ele ficou totalmente em silêncio. Ele até
tentou falar, mas não conseguiu, o anjo o fez ficar mudo por causa da sua
incredulidade. Depois de séculos sem palavras proféticas vindas de Deus em
todo o Israel, Zacarias havia visto um anjo, mas não conseguia falar sobre isto.

Zacarias vai para a sua casa. Sua esposa e ele já eram avançados em idade e
nunca tinham tido um filho, mas viviam felizes, no temor do Senhor. Eles
amavam a Deus intensamente e andavam em seus mandamentos. Um casal reto
que era um exemplo para toda a comunidade. Mesmo carregando a dor da
esterilidade, eles já haviam vivido com isto por tanto tempo que a dor de não ter
tido um filho era para eles como uma memória distante.

Zacarias chega em casa e não pode saudar sua esposa. Imediatamente ele
procura algo em que ele possa escrever. Senta-se e começa a trabalhar em um
pequeno manuscrito. Sua esposa Isabel, perplexa por seu silêncio, vem até ele
para confortá-lo e perguntar novamente como tinha sido seu tempo de oferta de
incenso no templo. Ela olha para o manuscrito e consegue ler as primeiras
palavras: “eu vi um anjo...”.

Nove meses depois, Isabel dá à luz a um belo e forte menino e todos querem
saber que nome ela dará ao bebê. Ela diz: João. Os parentes começam a discutir,
e em uma tentativa de ignorar sua decisão eles vão ao pai. Zacarias olha para
cima e responde à pergunta, escrevendo o nome João em seu manuscrito. E pela
primeira vez em nove meses palavras saem de sua boca, e ele fala: “seu nome
será João”.
À medida que João crescia, ele percebeu que era diferente dos outros garotos.
Seus pais não permitiam que ele fizesse as mesmas coisas e ele não tinha os
mesmos interesses. João encontrava seu prazer em se retirar para o lugar deserto
e conectar-se com o Senhor. João amava seu treino de ler e memorizar a lei do
Senhor e isto logo se tornou o centro de sua vida.

Logo chegou o dia onde o jovem João não conseguiu aguentar mais, e partiu
para habitar no deserto, para dedicar todo o seu tempo ao conhecimento de Deus
em Sua Palavra. Ali João se tornou sensível às Escrituras e forte em confiança.
Ele descobriu a vida da Palavra de Deus e se tornou totalmente envolvido por
um relacionamento vivo com Deus. João podia ler os profetas e identificar como
eles interagiam com Deus.
João se torna um poderoso homem, entendendo as Escrituras e ouvindo Deus
com clareza. Quando Deus o enviou para o deserto, ele obedeceu. Quando o
Senhor o enviou para iniciar sua proclamação às margens do rio Jordão, ele
obedeceu. A palavra que ele proclamava era: “Arrependam-se!”.

Não demorou muito tempo e as multidões começaram a chegar. João conhecia e


manifestava Deus de uma forma que os líderes religiosos não conseguiam fazer.
Ele não falava sobre regras, do que fazer e não fazer, mas ele falava da
necessidade de conhecer a Deus e de como chegar mais perto de Deus. Ele
falava sobre real arrependimento e o Reino de Deus que estava chegando.

Multidões se arrependeram e foram batizadas como um testemunho deste


arrependimento. João se tornou a mensagem que ele havia lido em Isaías 40.3 e
62.10,11. Ele se tornou “A voz do que clama no deserto: prepare o caminho do
Senhor; faça reto, no deserto, caminho para nosso Deus” (Is 40.3).

Creio que a agenda de Deus para os nossos dias é muito parecida com este
quadro. Vivemos um momento em que se faz necessário o recolhimento no
deserto, isto é, no lugar de conhecer a Deus e sua Palavra para esta geração. Um
dos propósitos de Deus estar levantando Casas de Oração, Igrejas e Ministérios
com espaços onde pessoas sejam incentivadas a buscar o coração de Deus por
longos períodos e por uma longa estação é que estes lugares se tornem uma
espécie de retiro, de deserto no meio da agitação moderna.

Sem pararmos para estar com Deus e conhecer seu coração, seremos apenas
ecos. Por melhor intenção que tenhamos, não teremos os fundamentos
necessários forjados no lugar de encontro para podermos discernir e liberar a
Palavra de Deus para uma geração que não sabe o que fazer ou para onde ir.

Precisamos forjar uma nova geração de precursores, formados no lugar do


encontro e não na plataforma da fama. João teve trinta anos de preparação para
um ano e meio de ministério. Este é o segredo. Este é o lugar de importância –
de sermos treinados onde passamos horas com Deus e com sua Palavra.

o precursor AnunciA A chegAdA do rei

Um dia um homem vem a João. Um homem diferente de todos os outros, não na


aparência mas na essência. João era bem familiarizado com a natureza e
identidade deste homem, pois Deus falava com João sobre ele desde que João
era um pequeno garoto. Jesus chega diante de João, com as multidões prestando
atenção, e após um pequeno período de ser “a voz do que clama no deserto”,
João passa o bastão para o Messias. João direciona a todos que o escutavam para
“o Cordeiro de Deus”.

A partir daquele dia, tudo que João fez foi direcionar pessoas quer fossem
estranhos ou seus discípulos para o Cordeiro de Deus. O gozo, prazer e plenitude
de João não eram encontrados nele mesmo, em seu ministério, ou em pessoas se
arrependendo e vindo a ele para serem batizadas. João era o amigo do Noivo e
seu deleite estava no Noivo. Seu gozo se cumpriu quando ele ouviu a voz do
Noivo (Jo 3.29).

Ah! Que sejamos uma geração de precursores nesta última hora. Que nossa
plenitude, prazer e realização estejam na exaltação do Noivo. Que Jesus Cristo
seja o centro. Que Ele seja o começo e o fim. Que Ele seja tudo em todos.

Ah! Como temos que aprender com João Batista! “Convém que Ele cresça e que
eu diminua!” – afirmou ele. Convém que o nome de Jesus cresça nesta hora e
que tudo mais diminua. Convém que ele seja o foco, a razão, o ponto de partida
e o lugar de chegada – Jesus, o Rei dos Reis, o Senhor dos Senhores, o que era,
que é e que há de vir! Jesus a cabeça da Igreja, o nome exaltado sobre todo
nome. Jesus, entronizado nos céus; Exaltado na terra. O que recebeu um nome
superior a todo nome, ao qual todo joelho se dobrará; nos céus, na terra e
debaixo da terra, e ao qual toda língua confessará como Senhor!

Deus está levantando precursores como João Batista. Estes precursores


prepararão o caminho para a Segunda vinda de Jesus como João preparou o
caminho para a primeira vinda. Precisamos olhara para a história de João Batista
e para sua vida como um exemplo e guia para nosso chamado de precursores.
Como João foi escolhido desde seu nascimento e dirigido para o conhecimento
de Deus, da mesma forma Deus está chamando e levantando pessoas que
estejam dispostas a dar suas vidas para viverem em dedicação a Ele para
conhecê
-lo; para receberem a mensagem e tornarem-se a mensagem, como testemunhas
para o retorno do Senhor.

A identidAde do precursor

Por definição, um precursor é alguém ou alguma coisa que precede a vinda ou o


desenvolvimento de algo ou de algum outro. Nos tempos antigos, o Rei enviava
um servo ou um soldado para ir antes dele em uma cidade e remover pedras e
obstáculos que estivessem no caminho, para que o Rei pudesse entrar na cidade
em uma procissão gloriosa sem impedimentos. Isaías 42, 62 e Malaquias 3,
descrevem isto, e foi nestas descrições que João Batista conectou sua identidade.

João é o perfeito exemplo bíblico de um precursor. Ele veio para preparar o


caminho para a primeira vinda de Jesus, em um tempo de seca e ausência da
Palavra de Deus em Israel. À medida que pensamos na preparação para a
segunda vinda de Jesus, é importante voltarmos para João Batista e analisarmos
sua vida e exemplo.

“Mas, então que fostes ver? um profeta? Sim, vos digo eu, e muito mais do que
profeta; Porque é este de quem está escrito: Eis que diante da tua face envio o
meu anjo, Que preparará diante de ti o teu caminho. Em verdade vos digo que,
entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João o
Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele. E, desde
os dias de João o Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela
força se apoderam dele. Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E,
se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos para
ouvir, ouça.”

Mateus 11.9-15

O testemunho de Jesus a respeito de João é que ele foi o maior homem já


nascido de mulher. Antes de olharmos para alguns aspectos de sua vida, quero
desfazer a noção que muitos têm de que João Batista era um homem estranho,
bravo e amargo. Na verdade João era um homem completo em gozo. Sim, ele
viveu no deserto e teve uma dieta e vestimentas fora do convencional, mas ele
era satisfeito e pleno em seu relacionamento com o Senhor. Eu diria que João era
mais pleno e alegre do que a maioria de nós na maioria do tempo. Ele falou com
ousadia e não viveu no luxo, mas seu gozo era completo. Agora, olhemos para
algumas características de um precursor através da vida de João Batista.

sAntidAde, sepArAção e vidA de orAção

O inteiro significado da vida de João é que ele não era dele mesmo, desde o
início ele foi separado por Deus e para Deus. Não apenas ele foi chamado por
Deus, mas também, ele respondeu ao chamado de Deus e se dedicou totalmente
ao Senhor. João separou-se para Deus, ele não buscava ser grande diante dos
homens, mas sim, ser grande diante de Deus.

“Porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e
será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe.”

Lucas 1.15

Um precursor precisa buscar uma vida de separação, que é o mesmo que


santidade. Por santidade, quero dizer, uma vida fascinada e dedicada à beleza de
Deus e não aos prazeres deste mundo. Os prazeres de conhecer Deus e sua
beleza vão muito além do que qualquer prazer que este mundo possa oferecer (Sl
16.11; 63.3). A chave para isto é separar tempo para buscar o Senhor e
contemplar sua beleza, através da sua palavra (Mt 7.7; Rm 7.22; Sl 1.2).

Precisamos aprender com o relacionamento dinâmico de oração que João tinha


com o Senhor. Ele disse que encontrava seu gozo em ouvir a voz do Noivo (Jo
3.19). Este nível de interação em oração é fundamental para que o precursor
cumpra seu chamado. Nada podia abalar ou mover João, nem mesmo ameaças e
perseguições, porque seu gozo era completo em conhecer, falar e ouvir de Deus
(Mt 11.7-10).

consAgrAção e estilo de vidA de JeJum

João viveu um estilo de vida de separação e jejum. Ele foi viver no deserto, onde
ele restringiu sua alimentação para poucas coisas básicas e sua vestimenta para
apenas uma pele de animal. Isto nos fala de radicalismo e simplicidade e deve
servir de exemplo para nós, para removermos das nossas vidas o máximo
possível de distrações que nos cercam, e para desenvolvermos um estilo de vida
focado no Senhor.

Talvez não iremos para um deserto literal, mas podemos ter períodos de
consagração, onde abriremos mão de coisas e nos ofereceremos totalmente para
o Senhor. Sabemos, pelos discípulos de João, que eles tinham períodos de jejum
(Lc 5.33).

Jejum é uma das grandes ferramentas que temos, não porque o jejum mova Deus
para fazer mais, ou chegar mais perto, ou nos escutar mais. Na verdade, o jejum
não muda Deus, ele nos muda; ele nos posiciona para receber. Quando jejuamos,
estamos nos enfraquecendo para vermos e recebermos a força do Senhor (2 Co
12.9).
Jesus afirmou que depois da sua partida deveríamos jejuar – o jejum por causa
da ausência do noivo. “Então, chegaram ao pé dele os discípulos de João,
dizendo: Por que jejuamos nós e os fariseus muitas vezes, e os teus discípulos
não jejuam? E disse-lhes Jesus: Podem porventura andar tristes os filhos das
bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias, porém, virão, em que lhes será
tirado o esposo, e então jejuarão” (Mt 9.14,15).

Neste lugar de jejum ficamos contristados, porque queremos experimentar mais


de Jesus, queremos conhecê-lo melhor. Queremos que Ele se manifeste a nós.
Queremos que Ele volte para os seus. Este é o espírito do precursor, preparando
seu próprio coração para receber o Senhor.

liderAndo com diligênciA, fAlAndo com ousAdiA

Como precursor você também deve falar com ousadia e liderar pessoas à
consagração ao Senhor, como João Batista o fez. O precursor é aquele que cresce
no Senhor no lugar solitário e secreto, mas também vai para fora e direciona
pessoas e os prepara para o Senhor. O gozo do precursor é ver o prazer do Noivo
com sua noiva (Jo 3.29). João tinha discípulos. Ele os preparou para a vinda de
Jesus e os guiou para Ele (Jo 1.35-37).

É claro também que João falou com ousadia. Ele falou a verdade, mesmo
quando as consequências foram prisão e morte (Mt 3.7; Lc 3.18-20). João não
apenas carregava uma mensagem, mas ele mesmo se tornou a mensagem. Da
mesma forma, nós precisamos deixar com que a Palavra de Deus seja viva para
nós, se torne carne em nós, nos transformando na própria mensagem (Jo.15.7).

A mensAgem do precursor

Para colocar de uma forma simples e direta, Jesus é a mensagem do precursor.


Ele anuncia o Rei. Anuncia o evangelho completo: as boas novas. O Salvador
veio, viveu entre nós, em pureza e santidade, morreu em uma cruz pelos nossos
pecados, ressuscitou ao terceiro dia, foi visto pelos homens, subiu ao céu e lá se
assenta entronizado à direita de Deus Pai. Ele voltará para a terra para
estabelecer seu reino e reinar com seu povo sobre todas as nações da terra, para
todo o sempre.

Jesus está voltando e o principal propósito do precursor é o de preparar os


corações das pessoas para que elas respondam corretamente a Jesus. Jesus
precisa ser anunciado e conhecido como o poderoso Rei, o Noivo apaixonado e o
Justo Juiz.

Jesus, nosso noivo ApAixonAdo

O precursor é aquele que é amigo do noivo. Ele guia as pessoas a um amor por
Jesus, como expressado no primeiro mandamento. Deus nos amou com toda
intensidade do seu amor e em Jesus este amor se manifestou na terra (1 Jo
4.9,10). Nossa única reposta apropriada é amá-lo de volta com a mesma
intensidade: “amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a sua
alma e com toda sua mente” (Mt 22.37).

Em João 17.24, Jesus orou para que experimentássemos sua glória e


estivéssemos com Ele, para que através disto ficássemos fascinados com sua
beleza e glória, completamente satisfeitos nele. Esta é a noiva que Ele virá
buscar. Uma noiva completamente focada nele, com saudades dele. Desejosa por
Ele.

O Senhor está levantando um povo, que terá prazer de gastar horas e horas no
lugar da oração, contemplando sua beleza, sendo transformado de glória em
glória. Aqueles que encontrarão o amor de Deus e o amarão em retorno com
tudo que eles têm. Este povo descobrirá que o amor de Deus é melhor que a vida
(Sl 63.3; Ct 1.2). Um povo que estará tão consumido com este amor, que não
amará sua própria vida até a própria morte (Ap 12.11).

Jesus, nosso poderoso rei

Em sua primeira vinda, Jesus veio como servo sofredor, para cumprir os
propósitos redentivos de Deus. Em sua segunda vinda, Jesus virá como poderoso
Rei, para governar e reinar toda a terra. “E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o
reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é
um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído”
(Dn 7.14).

Deus dará a Jesus o domínio sobre toda a terra e Ele reinará em um reino sem
fim (Sl 2). Então, nós, seus seguidores, reinaremos com Ele e faremos parte do
seu reino como reis e sacerdotes (Ap 5.10).

Jesus, nosso reto Juiz

Jesus é o único absolutamente reto. Ele é o único que pode trazer perfeita justiça.
Quando Jesus retornar Ele fará com que tudo fique correto e estabelecerá justiça
na terra. Isto também significa que Ele julgará todos que se opõem a Ele (Ap
19.2). “Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de
Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde
agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto” (Is 9.7).

Jesus é o justo juiz. Parte da identidade do precursor é entender isso: entender o


julgamento que está por vir, e que será executado por Jesus, e não se ofender
com isto, porque muitos se ofenderão (Mt 11.6). Em sua segunda vinda, Jesus
estabelecerá seu reino perfeito, mas ao fazer isto Ele terá que executar juízo,
justiça e julgamento. O dia do Senhor será grande, mas ao mesmo tempo terrível
(Joel 2.11).

O convite do Espírito Santo é para que esta geração se levante no lugar de


adoração e oração, como nenhuma geração antes dela, e que as Casas de Oração
e Adoração Dia e Noite sem cessar sejam como viveiros (estufas); Lugares
seguros para que os servos e servas do Senhor amadureçam e sejam fortalecidos
no lugar de encontro com Jesus, enraizados profundamente nos valores de Jesus.
Vidas que conheçam Jesus como Rei, Noivo e Juiz.

Precursores que estejam prontos para enfrentar a oposição que já está se


levantando a tudo o que é verdadeiro, puro e de valor espiritual eterno, e que
estejam firmados nas verdades bíblicas e em seus encontros pessoais com o
Senhor Jesus.

Levante-se! Seja você um precursor! Dedique-se ao Senhor com toda sua força,
todo o seu coração e toda a sua mente!

Capítulo 10

A SOluçãO DE DEuS pARA A CRISE DA NAçãO


por Mike Bickle
I

nquestionavelmente a identidade da Igreja como casa de oração é significante, e


o Senhor deseja usar a Igreja que ora como seu veículo para liberar bênçãos para
as nações. Podemos ver o Senhor trabalhando para trazer mudanças na Igreja
para prepará-la para funcionar desta forma agora e na hora que está por vir. No
entanto, a Igreja está em uma posição crítica.

A ausência de lei e a confusão moral estão crescendo nas nações. Estas estão se
envolvendo em crescentes conflitos, inclusive aqueles inspirados por racismo,
terrorismo e imoralidade sexual. Além disso, enfrentamos a ameaça de uma crise
econômica global que será devastadora. Também o rompimento da família e
união conjugal, a rápida aceitação universal da agenda gay e muitas outras
pressões.

O sentimento dominante no mundo é de um crescente temor, incredulidade e


falta de confiança, à medida que a terra é esmagada sob o progressivo peso do
crescente pecado humano. O Salmo 2 e Isaías 24 descrevem nossa atual
situação:

“Por que se amotinam os gentios, e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da


terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o SENHOR e
contra o seu ungido, dizendo: Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós
as suas cordas.”

Salmos 2.1-3

“Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto
têm transgredido as leis, mudado os estatutos, e quebrado a aliança eterna.”

Isaías 24.5

A crise mais significante no mundo hoje é na própria igreja. Mais e mais líderes
da igreja estão promovendo uma mensagem distorcida da graça, fazendo da
fornicação heterossexual algo leve, celebrando a ordenação de homossexuais,
legalizando o aborto, negando a autoridade das Escrituras, rejeitando Jesus como
único caminho para salvação, descartando a doutrina do inferno, e até
renunciando a divindade de Jesus Cristo. E, no entanto, algumas destas
congregações continuam crescendo.

Muitos líderes colocaram a metodologia e os mecanismos de crescimento da


igreja antes do chamado de Deus para que a igreja funcione como “casa de
oração para todas as nações” (Is 56.7). Eles têm escondido sua esterilidade por
trás da folha de figueira da relevância superficial cultural, ao invés de buscarem
viver os dois grandes mandamentos – Amar a Deus e as pessoas (Mt 22.37-40) –
e engajar-se profundamente na grande comissão (Mt 28.19).
Haverá duas claras tendências na igreja ao nos aproximarmos da vinda do
Senhor: Muitos abandonarão a fé e, ao mesmo tempo, muitos se levantaram com
um coração totalmente dedicado cheio de amor por Jesus, para participar no
tempo mais poderoso e glorioso da história da igreja.

O mau e as pressões que vemos em nosso mundo hoje provêem uma grande
oportunidade para que a igreja apresente mudanças. Durante períodos de
escuridão, como este que estamos vivendo, o povo de Deus deve se levantar em
fé, com toda determinação para tomar posse do que Deus está dizendo e então
executá-lo com todo seu coração.

Podemos ser guiados pelo livro de Joel, que nos dá uma visão na solução de
Deus para a crescente crise, e que nos diz como responder nestes tempos de
escuridão.

A solução de deus pArA A crise

Vamos primeiro olhar para a situação de Israel nos dias de Joel. Joel nós dá um
quadro gráfico da situação (Joel 1). Israel acabara de ter uma crise econômica
nacional, causada pela praga dos gafanhotos, seguida por uma seca que destruiu
sua colheita (vs. 4, 16-20). O resultado foi que tanto o alimento como as finanças
da nação estavam em ruína.

Todas as classes da sociedade foram afetadas pela crise; afetou a todos os líderes
políticos (v. 2), aos líderes religiosos e sacerdotes (vs. 13; 2.17); aos bêbados (v.
5), aos jovens casais (v. 8), aos agricultores (v. 11) e até as crianças. E esta crise
foi só o começo dos problemas para Israel naquela geração. Joel profetizou que
uma crise ainda maior estava por vir na forma de uma invasão militar, pelo
poderoso exército Babilônico (Joel 2.1-9).

As Escrituras são claras em mostrar que crise nacional não é o propósito final de
Deus. Seu desejo é que o Seu povo ande em relacionamento com Ele, e que o
oprimido seja libertado. No entanto, Deus permite certas crises para chamar a
atenção da nação, para que Eles possam focar em sua vontade e seu chamado
para eles.

A mensagem que Deus deu a Israel, através de Joel, no meio da crise, foi boa
notícia – que o povo poderia minimizar a destruição e ver restauração total ao
responder ao o Senhor da forma que Ele desejava.
Joel disse para os líderes convocarem uma assembleia sagrada. Para reunir os
jovens e os velhos e se voltarem para o Senhor de todo coração, com oração e
jejum. Que eles se arrependessem dos seus pecados, que tocassem a trombeta em
Sião, e que clamassem a Deus para experimentar mais da misericórdia e do
poder de Deus.

“Ainda assim, agora mesmo diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o


vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso
coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR vosso Deus;
porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em
benignidade, e se arrepende do mal... Tocai a trombeta em Sião, santificai um
jejum, convocai uma assembléia solene... Chorem os sacerdotes, ministros do
SENHOR, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa a teu povo, ó SENHOR, e
não entregues a tua herança ao opróbrio, para que os gentios o dominem; porque
diriam entre os povos: Onde está o seu Deus?”

Joel 2.12,13,15,16

A notícia encorajadora da mensagem de Joel aplica-se ao povo de Deus hoje.


Portanto, é sábio prestar atenção ao seu modelo de resposta ao Senhor em
tempos de crise e pressão nacional. O livro de Joel é leitura obrigatória para
todos aqueles que estão comprometidos a crescer em oração, e que queiram ver a
igreja operando plenamente em seu papel de casa de oração, chamada para
cumprir os propósitos de Deus na terra.

volte pArA deus com todo o seu corAção

A principal resposta que Deus está buscando, em uma crise nacional, é que seu
povo volte-se para Ele de todo coração e se arrependa pelo pecado em suas
vidas. Infelizmente, é comum, para líderes no corpo de Cristo hoje, recusarem-se
a apontar para a necessidade de cristãos, que estejam em pecado, se
arrependerem, porque os líderes não querem pregar uma mensagem negativa.
Alguns chegam ao extremo de dizer que por causa da morte de Jesus na cruz,
crentes nascidos de novo não precisam mais se arrepender quando tropeçam em
pecado ou quando têm um comprometimento com pecados em suas vidas.

Esta é uma falsa doutrina muito séria. O chamado para o arrependimento era
fundamental para a mensagem de Jesus, João Batista e os apóstolos. O
arrependimento é o caminho para o Reino. Nos arrependemos e recebemos pela
fé, o dom gratuito da justificação de Deus. É também o caminho do Reino. Nos
arrependemos frequentemente por nossas fraquezas à medida que procuramos
andar sob a liderança do Espírito Santo. Temos que andar com Jesus da mesma
forma que o recebemos - pela fé e em arrependimento: “Como recebestes Jesus
Cristo o Senhor, assim também andai nele” (Cl 2.6). Buscar o Senhor com todo o
nosso coração envolve jejum e arrependimento com lamento, isto é, com tristeza
pelos nossos pecados. O Apóstolo Paulo escreveu:

“Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual


ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.”

2 Coríntios 7.10

Jesus ensinou, “Abençoados são os que choram, porque eles serão consolados”
(Mt 5.4). O tipo de choro, ou lamento, a que Jesus se refere é uma expressão da
graça de Deus trabalhando em nossos corações. É o resultado da convicção que o
Espírito Santo traz, que produz arrependimento. Isso não é a mesma coisa do que
a acusação de condenação que Satanás traz, depois de termos nos arrependido.

Em Joel 2.13, o profeta chamou o povo para rasgar seu coração, como mostra do
seu profundo arrependimento. O povo era familiarizado com o conceito de
rasgar a roupa pra mostrar dor e desespero. No entanto, Joel insiste com eles
para que rasgassem seus corações e para que se separassem de todo
comprometimento com o pecado.

Rasgar o coração é intensivamente pessoal e dolorido. Falando simbolicamente


deste rasgar espiritual, ou obediência radical, Jesus disse: “se os teus olhos te
fazem pecar, arranque-os” (Mt 5.29). Em outras palavras, remova tudo na sua
vida, que sufoque o Espírito! Jesus estava nos encorajando a lidar radicalmente
com questões em nosso coração que atrapalham o nosso relacionamento com
Deus. Custa “rasgar” o coração, mas é poderoso, em termos de posicionarmos
nossa vida para recebermos a bênção e a intervenção do Senhor em tempos de
crise. Ao nos voltarmos para o Senhor, com todo nosso coração, trazemos Deus -
Seu poder, sabedoria e bênção - para a crise. Este é um elemento que está
faltando no posicionamento que muitos tomam em crises nacionais. O que Joel
mostra, parece simples de mais, mas quando a bênção de Deus é restaurada,
muitas das dinâmicas – agriculturais, financeiras, políticas, e espirituais, mudam
para melhor.
O Senhor falou com Salomão em um sonho, e mostrou a ele a mesma forma de
lidar com crise nacional que Ele mostrou a Joel:

“E o SENHOR apareceu de noite a Salomão, e disse-lhe: Ouvi a tua oração, e


escolhi para mim este lugar para casa de sacrifício. Se eu fechar os céus, e não
houver chuva; ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra; ou se enviar
a peste entre o meu povo; E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se
humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos,
então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.”

2 Crônicas 7.12-14
Arrependimento com confiAnçA nA misericórdiA de deus

Joel convoca o povo para voltar para o Senhor, sabendo que o Senhor
responderia de uma forma que seria graciosa, misericordiosa e cheia de grande
bondade.

“E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR


vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e
grande em benignidade, e se arrepende do mal. Quem sabe se não se voltará e se
arrependerá, e deixará após si uma bênção, em oferta de alimentos e libação para
o SENHOR vosso Deus?”

Joel 2.13,14

Temos segurança em rasgar nosso coração, quando sabemos que o Senhor nos
responderá com bondade e que Ele se deleita em restaurar nossas vidas e nossa
comunhão com Ele.

Durante os dias do rei Davi, ele assegurou ao povo que se eles se arrependessem,
o Senhor não os disciplinaria da forma que eles mereciam: “Não nos tratou
segundo os nossos pecados, nem nos recompensou segundo as nossas
iniquidades” (Sl 103.10).

O profeta Miquéias confirma que o Senhor se deleita em mostrar misericórdia:

“Quem é Deus semelhante a ti, que perdoa a iniquidade, e que passa por cima da
rebelião do restante da sua herança? Ele não retém a sua ira para sempre, porque
tem prazer na sua benignidade.”
Miquéias 7.18

O Senhor é tardio em irar-se e não é facilmente provocado pelos nossos pecados


e fraquezas. Ele deseja perdoar todos que sinceramente se arrependem. Nosso
arrependimento nunca será rejeitado. De acordo com Sofonias, Deus está até
disposto a parar um julgamento que já esteja para ser decretado da sua corte
celestial:

“Antes que o decreto produza o seu efeito, e o dia passe como a pragana; antes
que venha sobre vós o furor da ira do SENHOR, antes que venha sobre vós o dia
da ira do SENHOR. Buscai ao SENHOR, vós todos os mansos da terra, que
tendes posto por obra o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; pode ser
que sejais escondidos no dia da ira do SENHOR.”

Sofonias 2.2,3

Joel garante que o desejo do Senhor é o de “se arrepender” e deixar uma bênção
(Joel 2.14). Deus está disposto a transformar uma zona de desastre em um centro
de avivamento da sua bênção, e de trazer libertação e restauração total, se
somente nos arrependermos e clamarmos a Ele em um relacionamento leal de
amor.

tocAi A trombetA

De acordo com as intenções de Deus a Joel, em tempos de crise, temos que


“tocar a trombeta” (Joel 2.15); isto é, ousadamente proclamar a necessidade para
uma assembleia sagrada. Ele fala da restauração que está disponível, mas
também do julgamento inevitável se o povo de Deus não se voltar para o Senhor.

Todos nós somos familiarizados com a passagem que diz:

“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a
minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e
perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.”

2 Crônicas 7.14

É o povo de Deus que é chamado para um retorno para obediência de todo o


coração.
Uma “assembleia sagrada” é um tempo separado para o povo de Deus se reunir
em oração corporativa com jejum, voltando-se para o Senhor em arrependimento
por todo comprometimento negativo em suas vidas. Oração e jejum são
expressões da nossa entrega total. Jejum nos posiciona a receber mais do Senhor,
aumenta nossa habilidade de nos entregar a Deus e aprofunda a conexão do
nosso coração com o coração de Deus.
Talvez ninguém em sua área esteja tocando a trombeta. Ou talvez apenas poucos
estão respondendo ao chamado. Eu insisto que vocês não demorem. Reúna os
poucos que estiverem disponíveis e clamem a Deus hoje. Mesmo um número
pequeno de crentes consagrados clamando a Deus pode fazer um caminho para
Seus julgamentos serem restritos e suas bênçãos serem restauradas, em resposta
as suas orações.
Quantas pessoas são necessárias para responder a Deus para que Ele se
arrependa e não libere seu Julgamento? Não sabemos o número exato, mas
podemos ser encorajados pela promessa do Senhor a Abraão, de que Ele
pouparia a cidade de Sodoma, se somente dez pessoas respondessem a Ele em
justiça (Gn 18.20-23).

clAme em profundA orAção

Através de Joel, Deus chamou os líderes espirituais de Israel para chorarem e


clamarem por misericórdia para que eles fossem poupados de um problema
ainda maior. Frequentemente, em tempos de desobediência nacional, uma crise
escala para outra crise ainda maior.
Os líderes foram chamados para orar e clamar por misericórdia: “Chorem os
sacerdotes, ministros do SENHOR, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa a
teu povo, ó SENHOR, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que os
gentios o dominem; porque diriam entre os povos: Onde está o seu Deus?” (Joel
2.17).

Em tempos, como este em que estamos vivendo, devemos insistir em oração


como prioridade em nossas reuniões de oração. Esta admoestação talvez pareça
redundante, mas eu já estive em muitas “reuniões de oração” onde havia muita
pregação, testemunhos, e louvores aleatórios, mas muito pouca oração.

deus irá responder

O chamado de Joel vem como um apelo urgente, para que interpretemos


corretamente as tendências impuras e os eventos acontecendo hoje, e então
responder da forma que Deus requer, sabendo que uma crise nacional
eventualmente crescerá, a menos que o povo de Deus clame por misericórdia.

Uma cultura de oração e jejum na igreja não é opcional. Falta de oração, leva a
falta de discernimento, individualmente e corporativamente, o que acaba por
deixar muitos sem motivação para responderem corretamente na hora da crise.

A resposta de Deus para crises nacionais é a mesma em todas as gerações. Temos


um claro plano, um claro mapa, colocado no livro de Joel da resposta que Deus
espera do seu povo em tempos de crise. O Senhor não nos deixa sem saber o que
Ele deseja de nós. Podemos agir com confiança. Precisaremos de fé para
executarmos o plano de Deus, mas seguir este plano é algo que qualquer um
pode fazer, sem importar o nível de educação, a experiência ministerial, dons,
finanças ou influência ministerial.

Ao voltarmos para Deus, com todo nosso coração, Ele liberará uma visitação
histórica do Seu Espírito, para avivar a igreja e restaurar muitas coisas em nossa
nação e no restante do mundo.

Apêndice

O quE é A CASA INTERNACIONAl DE ORAçãO


DE KANSAS CITy?
por Mike Bickle

A
Casa Internacional de Oração de Kansas City é uma organização evangélica
missionária que tem como principal chamado, sustentar oração e adoração 24/7.
Temos sustentado, pela graça de Deus, oração e adoração contínuas 24/7, desde
19 de Setembro de 1999.

Nossos obreiros, que se aproximam de mil pessoas, levantam seus próprios


colaboradores ministeriais, que os apoiam financeiramente para servirem como
“missionários intercessores” – cristãos que se empenham em lugar de oração.

A maior parte serve em tempo integral, investindo um mínimo de cinquenta


horas por semana na sala de oração, nos cultos, em evangelismo, em estabelecer
relacionamentos e outras áreas. (Alguns dos nossos obreiros servem por meio-
período, investindo vinte e cinco horas por semana). A grande maioria de nossos
obreiros de tempo integral serve por vinte e quatro horas por semana na nossa
sala de oração, que é baseada em adoração e outras vinte e quatro horas por
semana em cultos, trabalhos missionários, estabelecendo relacionamentos e
estudando a Palavra de Deus.

Duas horas por semana são designadas para o levantamento de apoio financeiro.
Nós somos inspirados pelo modelo bem sucedido de arrecadação de sustento
financeiro que os missionários da “Cruzada Estudantil e Profissional para
Cristo” e “Jovens com uma Missão” têm usado por mais de cinquenta anos. Hoje
cada uma dessas Organizações Missionárias têm mais de vinte mil missionários
em tempo integral. Esses dois ministérios têm provado que levantar sustento
como um missionário de tempo integral funciona quando abordamos isto de uma
maneira bíblica.

Temos quatro diferentes salas de oração e adoração na nossa base missionária –


Sala Global de Oração, a Sala de Oração para Todas as Nações, a Sala de Oração
“Cidade Esperança” e a Sala de Oração de Justiça.

Nossa maior sala de oração, a Sala Global de Oração, funciona 24/7; o seu nome
reflete o fato de que muitos ao redor do globo se juntam a nós e porque oramos
por muitas diferentes nações e ministérios ao redor do mundo. Nela temos lugar
para setecentas pessoas sentadas.

A estrutura 24/7 da Sala Global de Oração consiste em oitenta e quatro reuniões


de oração toda semana, cada uma dura duas horas. Chamamos estas reuniões de
oração e adoração de turnos. Cada turno é liderado por uma equipe de louvor
com cerca de dez a doze membros e um líder de oração. Estas equipes são
compostas de obreiros de tempo integral e estudantes da nossa Universidade. A
maior parte das nossas equipes de louvor lideram seis reuniões de oração por
semana, como parte de seu trabalho ministerial.
Nossas equipes de adoração e intercessores fluem juntos no que chamamos de
“modelo Harpa e Taça” de oração. Apocalipse 5.8 descreve os vinte e quatro
anciãos e os quatro seres viventes ao redor do trono de Deus, “cada um tendo
uma harpa e taças de ouro de orações”. A harpa demonstra música e adoração e
as taças demonstram orações de intercessão. Assim, nós combinamos adoração e
intercessão em nossas reuniões de oração em cada uma das quatro salas de
oração.

Treinamos nossos cantores, músicos e intercessores para fluir no modelo Harpa e


Taça, que é uma relação interativa entre adoração e oração. Por exemplo, um
intercessor orará por um momento e depois dará uma pausa para que os cantores
possam responder com uma pequena canção que geralmente dura menos de dez
segundos. O intercessor ora novamente e depois pausa, permitindo que os
cantores “ecoem” de novo a oração de forma responsiva. Este modelo continua
vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana. Você pode assistir nossos
grupos de louvor pela nossa transmissão ao vivo. Transmitimos nossa sala de
oração ao vivo 24/7. Para assistir visite www.ihopkc.org/prayerroom.

As orações de Jesus e dos apóstolos do Novo Testamento, os hinos encontrados


no livro de Apocalipse e os Salmos são a base do nosso modelo de oração. Em
nossos turnos de adoração intercessora oramos pela colheita, reavivamento nas
igrejas, justiça na sociedade e retidão no governo – em diferentes cidades e
nações ao redor do mundo.

Em conjunto com a nossa ênfase na importância da intercessão por


reavivamento, justiça, transformação e evangelismo, enfatizamos também a
intimidade com Deus, sabendo que Deus deseja que o seu povo encontre o seu
coração e o seu amor de uma maneira pessoal e profunda. Nós adoramos o Pai
com a certeza de que ele se relaciona conosco com terna misericórdia. Nós
vamos diante de Jesus em adoração e intercessão, sabendo que ele é o nosso
Noivo e Rei e que ele tem grande deleite no Seu povo, como Sua noiva.

Com nosso louvor firmado em intimidade com Deus, nós trazemos nossos
pedidos a Ele em uma expressão de intercessão. Nosso santuário 24/7 de
adoração com oração é tanto um lugar de encontro pessoal como um lugar de
intercessão corporativa, onde com ousadia nós nos aproximamos do trono,
levantando nossas vozes em unidade.

Pedimos ao Senhor para que ele derrame o Seu Espírito em Kansas City e em
nossa nação e em outras muitas cidades ao redor da terra. Jesus ama toda a
igreja, com todas diferentes denominações e ministérios. Portanto, temos alegria
em orar por tantas diversas partes do corpo de Cristo. Pedimos a Ele por uma
medida maior do Seu poder no nosso trabalho para alcançar vidas e demais
atividades, e no ministério da igreja para que o seu povo seja mais efetivo no
trabalho ministerial. Somos comprometidos em orar pela colheita, com música,
de um lugar de intimidade com Deus.

Treinamos jovens em nossa escola bíblica de tempo integral, a Universidade da


Casa Internacional de Oração (IHOPU), que foi criada baseada na centralidade
das Escrituras. Todo ano cerca de mil estudantes e internos se unem a nós para
serem equipados na Palavra, para que eles sejam discípulos fiéis de Jesus com
um caráter piedoso e para que tenham um ministério frutífero tanto nas suas
igrejas locais como em seus locais de trabalho; em uma casa de oração; ou em
uma organização missionária.

Ao invés de construir uma rede organizada de casas de oração, nós encorajamos


muitos de nossos obreiros, alunos e internos a retornar a suas casas para servir ao
Senhor no mercado de trabalho, como também em suas igrejas locais, ou para
que ajudem a construir um ministério de oração na cidade que Deus os chamar.

Nossa visão é de treinar pessoas para servirem junto com outros e


desenvolverem uma cultura de oração na igreja onde Deus os colocar. Nós
encorajamos igrejas a trabalharem juntas para terem 24/7 oração com adoração
nas suas regiões. De fato, nós desencorajamos pastores a procurar formar 24/7
oração e adoração sozinhos nas suas igrejas locais, sem trabalhar com outros.

umA breve históriA de como começAmos

A principal vocação de cada ministério cristão é trabalhar em conjunto com


outras igrejas e ministérios para edificar a Igreja e se envolverem na Grande
Comissão. Este mandato inclui difundir a fama de Jesus, declarando seu valor a
todos e chamando as pessoas para amá-lo e obedecê-lo de todo o coração. Nosso
chamado principal também inclui amar as pessoas, alcançando o perdido,
fazendo discípulos, edificando famílias firmadas em Deus, curando os enfermos,
fazendo obras de justiça e impactando a sociedade.

Paralelamente a esta principal vocação, o Senhor muitas vezes dá atribuições


específicas para os ministérios. A atribuição específica da Casa Internacional de
Oração em Kansas City, inclui manter um santuário 24/7 de adoração e oração
como uma base de onde nós engajamos o ministério evangelístico e as demais
atividades ministeriais.

Em maio de 1983 nossa igreja realizou 21 dias de oração e jejum por


avivamento. Nós intercedemos para que Deus liberasse uma medida maior de
poder para reavivar a igreja e para salvar os perdidos. Durante este tempo, o
Senhor falou conosco de uma forma dramática, dizendo que um dia Ele iria
“estabelecer oração de vinte e quatro horas por dia no espírito do tabernáculo de
Davi” em nosso meio. Em 1983, não tínhamos a menor ideia de como seria isso,
como faríamos isso acontecer ou quando isso aconteceria.

Procuramos ser fiéis nos pequenos começos, nos preparando para ver esta
promessa cumprida. O Senhor graciosamente nos ajudou a estabelecer reuniões
de oração de intercessão em 1983 que continuaram diariamente durante
dezesseis anos, enquanto esperamos por Ele para nos dar compreensão sobre
quando e como iríamos começar uma programação de oração com adoração
24/7.

Então, repentinamente, em janeiro de 1999, Deus confirmou que estava na hora


e a Casa Internacional de Oração começou em 7 de maio de 1999, em um
pequeno prédio com trezentos assentos. Começamos com treze horas de
intercessão por dia, lideradas por equipes de louvor, e continuamos assim por
quatro meses. Em seguida, em 19 de setembro, pela graça de Deus, lançamos
nossa programação 24/7.

A jornada que começou naquele dia incluiu muitos milagres de provisão e


sustento. Que aventura têm sido estes últimos 15 anos! Deus nos enviou
intercessores de tempo integral e músicos de muitas nações, crentes que são
totalmente comprometidos a servir a Deus como Ana fez – com oração e jejum,
noite e dia (Lc 2.36-38).

Em nosso primeiro ano cerca de dez a quinze pessoas, além da equipe de louvor,
participavam da maior parte das reuniões de oração. Mas não era incomum,
especialmente durante a noite, que uma equipe de louvor tivesse apenas dois ou
três músicos e cantores. O Senhor muitas vezes nos encorajou a não desprezar o
dia de pequenos começos (Zc 4.10). Hoje ainda continuamos a buscar entender o
que significa operar “no espírito do tabernáculo de Davi”.

dividindo nossAs bênçãos com outros

Em 2003, começamos a transmitir nossa sala de oração 24/7 pela Internet. Então,
em 2007, GOD TV começou a transmiti-la ao vivo ao redor do globo. Ao longo
dos anos multidões de cerca de duzentas nações oraram conosco conectadas
através da Internet. Somente em 2012 tivemos mais de um milhão de pessoas
diferentes assistindo pela Internet ao vivo de cento e noventa e seis nações.
Agora mais que cinquenta mil visitantes todo ano vêm de diferentes nações para
nos visitar em Kansas City, principalmente para passar o tempo na sala de oração
e receber treinamento em conferências ou seminários, e assim por diante. Eles
muitas vezes vêm em grupos e costumam ficar por vários dias ou semanas.
Muitos visitantes, locais e internacionais, voltam para casa encorajados a
estabelecer reuniões diárias de adoração e oração em suas igrejas locais.

A nossa Sala de Oração para Todas as Nações (ANPR), localizada em nosso


campus do IHOPU, é outro santuário de adoração e intercessão, composta por
membros internacionais que o Senhor acrescentou à nossa comunidade. As
reuniões de oração acontecem durante quatorze horas por dia, liderados por
grupos de louvor completos cantando em um dos nove idiomas – Chinês,
Coreano, Espanhol, Português, Russo, Árabe, Persa, Alemão e Francês. Estas
reuniões de oração e adoração são transmitidas ao vivo pela Internet todo dia.
Nós fornecemos programas regulares de treinamento em curto prazo na maioria
dessas línguas em nossa base missionária – Chinês, Coreano, Espanhol,
Português, Russo, Árabe e Farsi, e começamos programas de um ano em chinês
e coreano no IHOPU em 2013. E em 2015 iniciaremos o programa em
Português.

Meu objetivo em compartilhar um pouco de nossa história é o de dar aos outros


a confiança de que eles também podem estabelecer um ministério de oração em
sua região quando muitas igrejas trabalham em conjunto. Se pessoas fracas e
quebradas como nós em Kansas City podem fazer isso pela graça de Deus,
certamente pessoas fracas e quebradas em outras cidades também podem fazer
isso, se igrejas trabalharem juntas. Haverá uma expressão diferente em diferentes
cidades, ministérios e igrejas, mas os princípios serão os mesmos.

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