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1ª Edição
Curitiba, Paraná 2015
Curitiba/PR
+55 (41) 3016-6588 www.orvalho.com
Todos os textos citados, salvo menção em contrário, são da Versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel
Categoria: Vida Cristã
ÍNDICE
Introdução..............................................5
1. Na Terra como no Céu...............................9
2. Chamados para Orar, para Adorar e
para Comunhão com Deus!.........................21 3. A Identidade da Igreja como
Casa de Oração. . . . . . . . . 31
4. Oração e Adoração no Espírito do
Tabernáculo de Davi................................39
5. Conforme o Comando de Davi – Adoração e Oração Contínua no Velho
Testamento......................47
6. Oração e Adoração Contínua no Novo Testamento. . . . 63
7. Oração e Adoração Contínua – Porque Ele é Digno!. . . 77
8. Alguns Chamados para Serem
Missionários Intercessores...........................89
9. Precursores, a Identidade da Última Geração. . . . . . . . . 97
10. A Solução de Deus para a Crise da Nação. . . . . . . . . . . 109
Apêndice: O que é a Casa Internacional de Oração de Kansas
City?.................................121
DEDICATóRIA
Dedico este livro a três pessoas que me fizeram acreditar e tentar vivenciar as
palavras contidas nele.
Jaqueline, você tocou a eternidade de uma forma que eu não sabia ser possível
alguém tocar, e eu estava ao seu lado para assistir isto e ser transformado no
processo.
Rebekah, quando você se assenta no piano, fecha os seus olhos e canta o seu
coração para Jesus, eu vejo o que significa verdadeiramente viver para a
Audiência de um só. Sua verdade em Jesus me constrange.
Rafael, seu desejo e compromisso em ver Jesus ser adorado Dia e Noite por toda
a terra me faz entender e acreditar: uma nova geração profética de fato está
sendo levantada por Deus na terra. A plena manifestação do reino de Deus está
próxima.
INTRODuçãO
O
relógio marcava 6 horas da manhã. Era uma terça-feira. A temperatura em
Kansas City estava 10 graus abaixo de zero. Em nosso caminho ao invés do
verde das gramas víamos tudo branco, coberto de neve. Quando chegamos ao
estacionamento do IHOPKC (Casa Internacional de Oração de Kansas City),
para nossa surpresa, foi difícil encontrar um lugar para estacionar. Entramos e a
Sala de Oração, que comporta quase mil pessoas, estava completamente cheia.
O que é mais fascinante é que a Casa de Oração em Kansas City não é algo
único. Por toda a terra, casas de ora
Dia e Noite sem Cessar
Deus está fazendo algo novo na terra! Há um novo e contínuo som de adoração e
de clamor ecoando em todas as regiões do globo. De Israel a Nova Zelândia, do
Egito ao México, da Rússia ao Brasil. O Espírito Santo está inspirando uma nova
geração de adoradores. Jovens intercessores estão sendo levantados em toda a
parte.
Nos próximos anos, Oração e adoração Dia e Noite sem cessar será a norma e
não a exceção na terra. Eu e você estamos testemunhando a maior revolução
espiritual dos últimos séculos. Deus está comprometido em estabelecer aquilo
que Ele prometeu que faria:
“Mas desde o nascente do sol até ao poente será grande entre os gentios o meu
nome; e em todo o lugar se oferecerá ao meu nome incenso, e uma oferta pura;
porque o meu nome será grande entre os gentios, diz o SENHOR dos Exércitos.”
Malaquias 1.11
Você e eu somos chamados, não somente para assistir e celebrar o que Deus está
fazendo, mas para participar. Meu propósito neste livro é o de ajudar você a
compreender com mais clareza o lugar de Oração e Adoração contínua no plano
de Deus para sua vida, igreja e região.
Que sua jornada, nas verdades mostradas aqui, tenham o mesmo efeito em você
que tiveram em mim. Que você também termine este material relacionando-se
com o Senhor de uma forma diferente. Que você seja visitado pelo Espírito
Santo durante a leitura deste livro. Que o fogo real de Deus queime em você
mais do que nunca, e que você seja levantado como um dos que estarão
preparados e prontos nesta hora final!
Capítulo 1
Que efeito teria tido em nós se pudéssemos ter visto o Filho de Deus, se ajoelhar
e falar com seu Pai Celestial? Se pudéssemos ter ouvido as palavras do Deus
encarnado em oração?
Os homens que vivenciaram isto tiveram a seguinte reação: “Senhor, ensina-nos
a orar!” (Lc 11.1).
E Jesus ensinou! Em reposta a este pedido Ele nos dá um modelo essencial de
oração. Uma das coisas pelas quais o Senhor disse que devíamos orar é: “...Seja
feita a tua vontade, assim na terra como no céu”. Em outras palavras: que o que
acontece no lugar onde o Senhor habita, aconteça também aqui na terra!
Muitas coisas acontecem no céu. A Sala do Trono de Deus contém muitas coisas
e é claro que Adoração e Intercessão Dia e Noite são algumas delas (Apocalipse
4 e 5). Quando oramos como Jesus nos ensinou, uma das coisas que estamos
pedindo é que Deus seja adorado e buscado na terra como Ele é no céu e também
que esta adoração na terra seja feita como ela é feita no céu.
Mike Bickle, fundador e diretor da Casa Internacional de Oração de Kansas City
(IHOPKC), identifica cinco características da adoração no céu. Mike nos mostra
que quando oramos para que a vontade de Deus se manifeste na terra como ela
se manifesta no céu, estamos orando pela manifestação da adoração a Deus com
estes cinco elementos, que são:
“E os quatro seres tinham, cada um de per si, seis asas, e ao redor, e por dentro,
estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo:
Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que
há de vir. E, quando os seres davam glória, e honra, e ações de graças ao que
estava assentado sobre o trono, ao que vive para todo o sempre, Os vinte e
quatro anciãos prostravam-se diante do que estava assentado sobre o trono, e
adoravam o que vive para todo o sempre; e lançavam as suas coroas diante do
trono, dizendo: Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu
criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas.”
Davi também nos fala que um dos focos principais da sua vida era o de adorar ao
Senhor, contemplando-o em sua beleza: “Uma coisa pedi ao SENHOR, e a
buscarei: que possa morar na casa do SENHOR todos os dias da minha vida,
para contemplar a formosura do SENHOR, e inquirir no seu templo” (Sl 27.4).
Como é no céu e como foi no Tabernáculo de Davi, assim deve ser hoje em
nossas vidas e em nossas igrejas, em nossas canções e em nossas proclamações.
A adoração centrada em Deus precisa ocupar o primeiro lugar.
Ao olharmos para adoração no céu, através das lentes do Apóstolo João, no livro
de Apocalipse, vemos a centralidade de Jesus. Isto seria esperado, pois Jesus é a
segunda pessoa da Trindade. O que de certa forma é surpreendente é que no
centro da adoração a Jesus, Ele aparece como Cordeiro; “E olhei, e ouvi a voz de
muitos anjos ao redor do trono, e dos seres, e dos anciãos; e era o número deles
milhões de milhões, e milhares de milhares, Que com grande voz diziam:
“Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e
força, e honra, e glória, e ações de graças” (Ap 5.11,12). Para mim esta
passagem é extraordinária; todo o céu, bilhões de Anjos, explodindo em
adoração! E o que eles exaltam em Jesus? Sua obra de redenção feita na terra:
“...Digno é o Cordeiro que foi morto.” Como Cordeiro, Jesus pagou o preço
pelos nossos pecados e restaurou a nossa comunhão com Deus. E não somente
isto, Ele reconciliou, isto é, provocou paz entre os céus e a terra.
Jesus, como Cordeiro de Deus que foi sacrificado na cruz, derrubou a parede de
separação entre Deus e os homens e também entre os próprios homens. Quando
recebemos Jesus Cristo como nosso Salvador e Senhor, somos trazidos para um
relacionamento pessoal com Deus, e também somos feitos irmãos uns dos
outros: “O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais
comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus
Cristo” (1 Jo 1.3).
Apocalipse 1.5,6
Uma das razões do por que o Espírito de Deus está inspirando igrejas e
ministérios por toda a terra, para que sejam estabelecidos locais de Adoração e
Oração contínuas, é esta. Deus é relacional, e Ele nos quer juntos. Ele quer
receber a oração e adoração corporativa do Seu povo, subindo a Ele de toda a
terra.
Note a frase: “não descansam nem de dia nem de noite”. Esta mesma frase
poderia ser dita da seguinte forma: Eles não param de adorar e interceder um só
instante, isto é, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Por isso dizemos, adoração e
intercessão no céu são 24/7!
Outra observação que quero fazer aqui é que estes seres estão adorando: “Santo,
santo, é o Senhor Deus!”. Mas eles também estão intercedendo, isto é,
declarando as promessas de Deus de volta para Ele: “que era, que é e que há de
vir”. Ao intercederem cantando: “há de vir”, eles estão falando de uma realidade
que acontecerá na terra. Deus já habita no Céu, mas Ele “há de vir” para a terra
como Ele prometeu, e as duas realidades – céu e terra se tornarão uma. O
Espírito de Deus colocou esta oração nos lábios dos seres viventes, e eles cantam
isto de volta para Deus 24/7, isto é, dia e noite sem cessar.
Música nunca para no céu! A Bíblia nos mostra que na sala do trono cânticos
harmoniosos nunca param. Os Anjos executam instrumentos musicais. Eles
cantam canções compostas nos céu (Ap 15.3). Eles cantam espontaneamente,
responsivamente, isto é, antifonalmente (Ap 14.3). Eles tocam trombetas, harpas,
e outros instrumentos musicais. A beleza, glória e majestade de Deus são vistas
nas canções cantadas em volta do seu trono (Ap 4.5; 8.5; 11.19; 16.18).
O próprio Senhor é descrito como cantando sobre o seu povo (Sf 3.17). Jesus
canta louvores ao seu Pai (Hb 2.12) e é descrito como Aquele que vive para
interceder pelo seu povo (Hb 7.25), e também, como o líder de adoração no céu
(Hb 8.2). Como a adoração e intercessão são ininterruptas no céu, podemos dizer
que, no céu a música nunca para. “...e ouvi uma voz de harpistas, que tocavam
com as suas harpas” (Ap 14.2b).
Apocalipse 5.8
“E designou alguns dos levitas por ministros perante a arca do SENHOR; isto
para recordarem, e louvarem, e celebrarem ao SENHOR Deus de Israel. Era
Asafe, o chefe, e Zacarias o segundo depois dele; Jeiel, e Semiramote, e Jeiel, e
Matitias, e Eliabe, e Benaia, e Obede-Edom, e Jeiel, com alaúdes e com harpas;
e Asafe se fazia ouvir com címbalos; Também Benaia, e Jaaziel, os sacerdotes,
continuamente tocavam trombetas, perante a arca da aliança de Deus.”
1 Crônicas 16.4-6
“As quatro criaturas vivas e os vinte e quatro anciãos (...) cantaram um cântico
novo, dizendo: ‘Tu és digno...’ Eu ouvi a voz de muitos anjos...dizendo com alta
voz: ‘digno é o Cordeiro...’ Toda criatura que está no céu e na terra...eu ouvi
dizendo: ‘Bênção e honra, glória e poder seja a Ele...’ Então as quatro criaturas
vivas disseram: ‘Amém!’ E os vinte e quatro anciãos prostraram-se e o
adoraram!”
Apocalipse 5.8-9;,11-14
Primeiro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos cantam (vs. 8-9).
Segundo, os milhares de anjos respondem a eles (vs. 11-12). Terceiro, todas as
criaturas contribuem com o que os dois primeiros grupos proclamaram (v. 13).
Quarto, as quatro criaturas vivas, respondem com um coro, proclamando;
‘Amém!’ (v. 14). Quinto, os vinte e quatro anciãos respondem com adoração (v.
14).
Capítulo 2
Como parte da nossa nova vida, da nossa nova identidade em Cristo, entendemos
que somos chamados: “E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que
chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também
glorificou” (Rm 8.30).
Geralmente quando pensamos em ‘chamado’, pensamos em nossa função no
Reino de Deus, em nosso ministério, em nossos dons pessoais. Mas há um
chamado primário de Deus para todos nós. Independente de nosso dom pessoal
ou das nossas habilidades, todos temos este tríplice chamado: Somos todos
chamados para orar; Somos todos chamados para adorar; E somos todos
chamados para comunhão íntima com nosso Deus Trino, isto é, Comunhão com
Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.
Em Lucas 18, Jesus conta uma história de uma mulher que por causa da sua
insistência e perseverança é atendida por um juiz infiel e injusto. Este juiz é
infiel e não se importa em fazer o que é correto, mas por causa da persistência,
isto é, da chateação da mulher, atende a seu pedido só para se livrar do
importuno.
Surpreendentemente, Jesus usa essa história para nos ensinar sobre a necessidade
de “persistência em oração”. Jesus conclui a história com a centralidade da
verdade que Ele estava transmitindo: “E Deus não fará justiça aos seus
escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?”
(Lc 18.7).
A persistência é ressaltada na frase “de dia e de noite”. Jesus aqui, não só nos dá
permissão para estabelecermos lugares de oração 24/7, mas mostra a necessidade
de que isto seja feito especialmente no contexto do final dos tempos, que é o
contexto onde esta parábola está inserida (Lc 17 a 19).
Ao registrar esta parábola, Lucas, pelo Espírito Santo, afirma: “... Esta história é
sobre o dever de orar sempre!” (v. 1). Somos chamados para orar sempre.
Oração precisa ser parte da nossa vida diária. Assim como paramos para comer,
paramos para descansar, precisamos parar para orar!
Por muito tempo em minha caminhada com o Senhor, considerei oração como
algo desejável, apreciável e até necessário, mas ao mesmo tempo opcional. Eu
era guiado por minhas emoções ou por necessidades. Ou seja, quando eu sentia
vontade eu orava, ou quando vinha uma necessidade, então eu orava. Ao receber
a revelação de Lucas 18, esta postura mudou em mim. Hoje eu sei que devo orar.
Sei também que petição é uma parte importante da oração, mas é só um aspecto
dela. Oração vai muito além de petição. No reino milenar e eterno de Deus não
precisaremos mais fazer petições, pois não haverá necessidades, mas
continuaremos nos relacionando com Deus através da oração.
Da mesma forma que, como cidadãos do Reino de Deus, somos chamados para
orar, somos também chamados para adorar a Deus. Este chamado é tão presente
na Bíblia de Gênesis a Apocalipse que de fato este é um dos nossos nomes
pessoais: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores
adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o
adorem” (Jo 4.23).
Também aqui, como no caso da oração, este texto aponta para nossa nova
natureza como cristãos nascidos de novo. Jesus afirma que estava chegando uma
hora onde haveria na terra um povo capaz de adorar ao Pai em espírito e em
verdade.
“A hora vem”, isto é, depois de sua morte e ressurreição, por causa do seu
sacrifício redentivo, a hora de um povo com a natureza de adoradores seria
gerada na terra. Jesus os chama de “verdadeiros adoradores”.
Nós somos estes “adoradores”. Aqui na terra, ninguém mais pode adorar a Deus,
ninguém mais pode adorar a Jesus. O homem natural pode buscar a Deus, mas
adorar é algo exclusivo para os adoradores: você e eu, e todos aqueles que foram
transportados para o Reino do Filho e receberam o Selo do Espírito Santo, pois
só pode adorar quem tem o Espírito e foi transformado pela verdade. Se oramos
porque somos cristãos, também adoramos porque somos cristãos.
Todos nós, em Cristo, somos chamados para adorar. Portanto ser adorador não
tem a ver diretamente com seus dons pessoais. Às vezes nos referimos aos
cantores e músicos, como os “adoradores” da igreja. Quando organizamos
conferências ou seminários para adoradores, pensamos nos grupos musicais, nos
cantores e nos músicos da igreja, mas esta não é a visão de Deus.
Os músicos e cantores são chamados, sim, para expressar parte de sua adoração
com música e para exercerem seus dons no corpo de Cristo, para que todos
possam também expressar canções a Deus, mas eles não são uma elite chamada
de “adoradores”. Todos nós somos adoradores. Todos nós somos chamados para
adorar. Adoramos com música, adoramos com cânticos, mas também adoramos
a Deus em muitos outros aspectos das nossas vidas.
A hora veio! Está sobre nós! Os milhões de convertidos na terra são o grande e
crescente exército de “verdadeiros adoradores”. Li uma estatística que dizia que
a cada minuto, dez pessoas se convertem na terra. Veja, o exército está crescendo
a cada segundo. Somos o crescente e magnífico exército de Deus. Nossa dieta
especial como exército de Deus é a Oração e a Adoração. Nossas armas de
guerra são a Oração e a adoração. Nossa estratégia de combate é a mesma do
exército de Josafá: Trazer a glória do reino através da adoração. E a celebração
da nossa vitória está em “removermos a Coroa de nossas cabeças, e a
depositarmos aos pés de Jesus, o Senhor dos Exércitos de Deus” (Ap 4.10).
Verdadeiros Adoradores! Adorando ao Pai em espírito e em verdade!
O Senhor declara aqui que haverá um dia, em que de todos os povos, incenso e
uma oferta pura, isto é, oração e adoração, seriam oferecidos continuamente a
Ele. No livro do profeta Sofonias vemos outro texto paralelo a este. Após falar
do julgamento e da destruição que viria sobre as nações por causa da
infidelidade, o Senhor promete: “Porque então darei uma linguagem pura aos
povos, para que todos invoquem o nome do SENHOR, para que o sirvam com
um mesmo consenso. Dalém dos rios da Etiópia, meus zelosos adoradores, que
constituem a filha dos meus dispersos, me trarão sacrifício” (Sf 3.9,10).
Muitos corações estão ardendo por toda a terra, pois o Senhor já está levantando
seu exército de adoradores para esta última hora. Salas de oração e adoração
estão surgindo em todos os lugares. A Promessa de Malaquias 1 e a estratégia de
Sofonias 3 já estão em operação na terra. E este é o chamado de Deus para você.
Especialmente nesta última hora, o Senhor está falando aos corações; o Senhor
está chamando; o Senhor está levantando seus zelosos e verdadeiros adoradores
por toda a terra.
Você foi chamado para comunhão de Jesus Cristo nosso Senhor. Há duas coisas
importantes neste texto que podem ser percebidas com mais clareza no texto
Grego. No original, a frase é mais forte e mais clara, ela diz que fomos
“chamados para dentro” da comunhão do Filho. Não apenas comunhão “com o
Filho”, mas comunhão “do filho”. A palavra comunhão também é significativa
no original: “koinonia” é a palavra grega, e vai muita além do relacionamento
externo de comunhão. “Koinonia” fala de dois se tornando um. Esta mesma
palavra é usada na Bíblia para se referir à comunhão da trindade: a comunhão
(koinonia) do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Jesus orou para que esta realidade fosse manifestada em nós: “Para que todos
sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um
em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a
mim me deste, para que sejam um, como nós somos um” (Jo 17.21,22).
Para mim, este entendimento mudou tudo em minha jornada. Não fui chamado
apenas para seguir Jesus à distância tentando imitar sua vida com o meu próprio
esforço. Não fui chamado para seguir “a religião certa”. Fui chamado para ter
Deus dentro de mim e para estar em Deus.
Deus, agora mesmo, está interagindo dentro de mim. À medida que me conecto
com Ele: em oração, em adoração, em serviço e em contemplação do que Ele é,
experimento Deus de verdade.
Amados, esta talvez seja a maior beleza do Evangelho. Não temos muitas outras
garantias, iremos sofrer sim, iremos passar por lutas sim, iremos ter desafios ao
longo da caminhada. Mas temos esta garantia: Deus está em Nós e nós estamos
em Deus, todo o tempo!
Amo a forma que Mike Bickle explica isto. Em seu livro Crescendo em Oração
ele afirma:
“Quando Jesus se tornou homem e morreu na cruz por nós, Ele queria muito
mais do que facilitar nossa vida e trazer conforto. Há algo muito maior
acontecendo, e sua agenda vai muito além da nossa felicidade terrena e
temporária. Foi-nos oferecido o grande privilégio de conhecer a Deus, e o
chamado para crescer em oração é um chamado para participar na comunhão do
Seu Coração Ardente – participar em algumas das dinâmicas familiares do
próprio Deus.”
O desejo que você sente para ter mais de Deus; o impulso que você tem algumas
vezes para estar em uma sala de oração, com outros irmãos, buscando a Deus, ou
para entrar em seu quarto, abrir a sua Bíblia, dobrar os seus joelhos e derramar
seu coração na presença de Deus, desejando experimentar mais dele. Tudo isso
vem do próprio Deus, que está dentro de você, que habita em seu espírito
transformado.
Assim como quando damos um salto, somos atraídos de volta para o chão por
causa da força do centro de gravidade da terra, há dentro de nós um centro de
gravidade espiritual, uma força divina que nos atrai para o centro, onde Deus
está! Somos inexoravelmente atraídos para aquilo que será nosso destino eterno:
nossa união perfeita com Deus.
Quando respondemos a este impulso divino, que vem de dentro de nós, com
oração, adoração, meditação nas Escrituras, jejum e proclamação da beleza do
Evangelho a outros, estamos simplesmente nos movendo para o centro daquilo
que somos em essência, e quando fazemos isto, somos transformados de glória
em glória e ficamos mais parecidos com o Trino Deus que habita em nós. Penso
que Paulo tinha isso em mente quando afirmou, pelo Espírito Santo: “Mas todos
nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor,
somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito
do Senhor” (2 Co 3.18).
Este tríplice chamado: para orar, para adorar e para comunhão, foram designados
por Deus para primariamente produzir conexão com Ele. O foco então não é o de
cumprir uma obrigação, uma tarefa árdua e pesada. O foco é entendermos que
somos chamados para um lugar de privilégio. Somos chamados para a própria
“koinonia” da divindade. Oração, adoração, contemplação, são todos veículos
para uma única realidade: União com Deus.
Quanto mais ficamos neste lugar, mais dele assimilamos e menos sobra de nós.
Mais iguais a Ele vamos nos tornando. Somos transformados de glória em glória.
Capítulo 3
eus declarou através de Isaías: “...porque a minha casa será chamada casa de
oração para todos os povos” (Is 56.7b). Jesus também fez esta mesma
declaração: “...minha casa será chamada casa de oração para todos os povos”
(Mt 21.13).
O contexto em que Jesus fez esta proclamação é este: por duas vezes, Ele
expulsou aqueles que viviam no templo de Jerusalém para explorar
comercialmente as pessoas (Jo 2.14-19; Mt 21.13). Na segunda vez, Jesus cita o
texto de Isaías: “Não está escrito: minha casa será chamada casa de oração para
todos os povos, e vocês a transformaram em covis de Ladrões” (Mt 21.13).
É de nosso grande interesse olharmos para as duas vezes em que Jesus expulsou
os comerciantes do templo, pois elas estão ligadas com nossa identidade como
casa de oração.
Em sua primeira purificação do templo, Jesus fez muito mais do que expulsar os
vendedores temporariamente do Átrio. Ao explicar sua autoridade aos religiosos
que o questionavam, Jesus mostra que uma transição havia sido iniciada e que as
coisas na terra nunca mais seriam as mesmas:
João 2.14-19
A justificativa de Jesus, em relação à sua autoridade para fazer aquilo, foi tão
teologicamente radical que ninguém entendeu e, de fato, usaram uma versão
distorcida desta declaração para acusá-lo em seu julgamento; “... ele afirmou que
destruiria o templo e o reconstruiria em três dias”, diziam seus acusadores
confusos (Mt 26.61). E aos pés da cruz, os que passavam diziam: “Tu, que
destróis o templo, e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo. Se és Filho de
Deus, desce da cruz” (Mt 27.40).
A declaração de Jesus foi muito radical porque até aquele momento nenhum ser
humano, nem mesmo reis ou profetas, jamais tinha associado o Templo de
Jerusalém, guardião da presença de Deus, consigo mesmo. Jesus efetivamente
disse: a partir de agora tudo mudou, eu sou o novo templo de Deus. A presença
de Deus agora habita em mim. Vocês destruirão este templo, mas eu o
reconstruirei em três dias, ressuscitando dos mortos.
Agora, pois, o Templo de Deus não seria mais um prédio nem estaria restrito a
apenas uma pessoa, mas seria todos os que viessem a se converter ao Evangelho
de Jesus Cristo. A transição se completou: do Templo de Jerusalém para o
Templo Jesus de Nazaré, para finalmente você e eu, que somos hoje o templo de
Deus na terra.
Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, define isto com absoluta clareza, e esta
nova verdade teológica fica estabelecida para sempre: “Não sabeis vós que sois o
templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1 Co 3.16). E ainda:
“E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo
do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu
serei o seu Deus e eles serão o meu povo” (2 Co 6.16). Veja ainda Efésios
2.21,22.
Este templo, eu e você, temos um nome: “Casa de Oração para todos os povos”.
Esta é a nossa identidade. Pois quando vemos Deus dar um nome a alguém na
Bíblia, isso sempre tem a ver com identidade. Tanto individualmente, isto é, cada
um de nós como coletivamente, isto é, como corpo de Cristo, somos o Templo
que tem uma identidade: casa de oração para todos os povos.
Isto fala da nossa dupla natureza: de quem somos diante de Deus e de quem
somos diante dos homens. Somos casa de oração conectando nosso coração com
Deus, e somos o refúgio para os povos, pois nossa natureza é evangelística e
missionária.
Oração não é apenas uma atividade que executamos como um elemento da nossa
vida cristã. Oração é parte da definição de quem somos. É parte do nosso D.N.A.
em Cristo. Oração sempre será parte de nós, no agora e na eternidade. Daqui a
dez mil anos, ainda estaremos orando!
Quando o Senhor mostrou isso para mim, há alguns anos atrás, eu tive que parar
e reprocessar tudo que eu havia entendido até então. A própria atividade de parar
e separar um tempo exclusivamente para orar, tomou uma nova dimensão para
mim. As questões deixaram de ser no âmbito de: quanto tempo devo orar? Qual
é o meu motivo de oração? Por qual necessidade estou orando? Tenho mesmo
um chamado para orar?
Quando entendemos que somos chamados por Deus de “Casa de Oração” e que
oração é parte da nossa identidade, nunca mais nos referiremos à oração como
algo que compete com outras áreas de nossa vida e serviço a Cristo. Nunca mais
usaremos a palavra oração junto com a palavra “mas”: “temos que orar, mas...
temos também que evangelizar... mas temos também que servir... mas temos
também que... etc e etc.
Uma palavra para pastores e líderes apostólicos: Não tenham receio de colocar
oração no centro da sua igreja e ministério. Não tenha medo de envolver seus
liderados em turnos de oração e adoração. Porque é impossível conectar com o
coração de Deus em oração e não ganhar o coração de Deus para os perdidos e
para a obra dele.
o que significA ser cAsA de orAção? O que significa ser ou funcionar como
uma casa de oração, tanto a nível pessoal como coletivo?
“Significa que Deus fala conosco e nosso coração se move. Então, nós falamos
as Palavras de Deus de volta para Ele, e elas movem o Seu coração. O resultado
é que os recursos de Deus são liberados na terra – Seu poder, dinheiro,
sabedoria, ideias criativas, unidade e favor. É assim que os redimidos operarão
para sempre na família de Deus. Sendo movidos por Deus, para pedir a Ele pelas
coisas que já estão em Seu coração, para que Ele as libere sobre a terra.” (Mike
Bickle, livro Crescendo em Oração).
“Deus fala e move o nosso coração! Nós falamos a palavra de Deus de volta para
Ele e movemos o seu coração!” Amo esta definição.
Nos turnos de intercessão, oramos por nossa cidade, pelo país e pelo mundo.
Intercedemos pelo corpo de Cristo, por Israel e por tudo aquilo que o Espírito de
Deus gerar nos corações dos intercessores. Oramos a Palavra de Deus de volta
para Deus.
Tudo isto que vimos até aqui nos leva a entender que, mais do que estabelecer
um ministério chamado “casa de oração” na igreja local ou nas igrejas de uma
região geográfica, precisamos restaurar uma cultura de oração e adoração na
Igreja local. Uso a palavra “restaurar”, pois esta cultura era parte da vida da
Igreja apostólica no primeiro século.
Esta é a agenda do próprio Deus. “O Espírito Santo quer estabelecer uma cultura
de oração integrada com adoração na igreja”, afirma Mike Bickle em seu livro
Crescendo em Oração. Mike continua:
Este arder em seu coração, que o faz pensar que deve haver mais de Deus para
você experimentar é o próprio Espírito Santo despertando você.
Este seu desejo por estar à parte da agitação, e por um período se dedicar a
buscar a Deus em jejum e oração. Esta sua fome por conhecer mais da Palavra
de Deus. Esta sua vontade de estar reunido com outros irmãos para adorar e orar.
Este seu sonho de que houvesse em sua igreja, ou cidade, um lugar em que a
qualquer hora do dia ou da noite você pudesse encontrar outros irmãos adorando
a Deus e se engajar com eles. Estes e outros desejos nesta mesma direção são
todos eles um operar do Espírito de Deus em você.
E saiba de uma coisa: quer você seja um pastor, um líder, um músico, um cantor,
ou um membro do corpo de Cristo, você não está só. O mesmo Espírito está
movendo o coração de incontáveis irmãos ao redor da terra com estes mesmos
sonhos e desejos.
O tempo de Deus ser adorado e buscado em todas as regiões da terra está sobre
nós. Deus disse: “Antes que o fim aconteça, Eu serei adorado e buscado noite e
dia em todas as regiões da terra” (Ml 1.11 – versão parafraseada do autor).
Por volta do ano 750 a.C., portanto, mais ou menos 250 anos depois de Davi,
Deus levantou um profeta por nome Amós. Ele profetizou sobre a restauração
final de Israel e sobre os projetos de Deus para o final da história. Em uma de
suas profecias ele diz:
Amós 9.11-15
Séculos depois, quando o Espírito Santo moveu a Paulo e a Barnabé para
pregarem o Evangelho aos gentios, eles batizaram as pessoas sem a necessidade
de passar pelo ritual judaico. Para explicar o que estava acontecendo, Tiago,
inspirado pelo Espírito Santo, afirma: “E com isto concordam as palavras dos
profetas; como está escrito: Depois disto voltarei, E reedificarei o tabernáculo de
Davi, que está caído, Levantá-lo-ei das suas ruínas, E tornarei a edificá-lo. Para
que o restante dos homens busque ao Senhor, E todos os gentios, sobre os quais
o meu nome é invocado, Diz o Senhor, que faz todas estas coisas” (At 15.15-17).
Apesar disto, podemos ver também que Deus está trabalhando nesta restauração
já nesta geração, que é a geração que testemunhou o renascimento do estado de
Israel e a volta dos judeus, vindos de todas as nações para a terra prometida.
Quando usamos esta expressão, em conexão com nossas casas e salas de oração
modernas, não estamos literalmente dizendo que estes lugares são o tabernáculo
de Davi restaurado na terra. O que o Espírito de Deus está enfatizando é que o
movimento de oração e adoração que Ele está inspirando hoje tem uma profunda
ligação com o que Davi fez em Jerusalém. Isto é, esse movimento carrega o
D.N.A. do que Davi estabeleceu em Jerusalém durante seu reinado. Por isso
usamos a expressão: “o espírito do Tabernáculo de Davi”.
Foi exatamente isto que o Rei Davi fez, desde o início do seu reinado em
Jerusalém. E é esta a inspiração que está movendo este povo que Deus está
levantando. É por isso que nos referimos ao que está acontecendo hoje por toda a
terra como: um movimento de Oração e Adoração no espírito do Tabernáculo de
Davi.
Davi construiu uma tenda, colocou a Arca no centro dela, e estabeleceu adoração
contínua ao redor da arca. Davi removeu o véu! Séculos depois o mesmo véu
seria rasgado de alto abaixo, quando o Cordeiro eterno de Deus foi sacrificado
em uma cruz, à beira de uma estrada empoeirada, fora da cidade de Jerusalém.
Davi compreendeu isso. É possível, que como João, Davi também tenha visto a
esfera da beleza de Deus e a resposta de adoração contínua que acontece no céu.
Ele afirma:
Salmos 63.1,2
Da mesma forma hoje, eu e você temos a mesma oportunidade que Davi teve;
Deus falou profeticamente sobre a nossa geração, e nos estende o mesmo convite
que Ele estendeu a Davi; O de estabelecer oração e adoração contínua na terra!
1 Crônicas 25.1-3
Capítulo 5
ste versículo bíblico é muito significativo e importante. Ele nos revela que o Rei
Ezequias, que reinou mais ou menos 250 anos depois de Davi, restaurou a ordem
de adoração de Davi. Ao relatar isto, o texto nos dá duas informações
extremamente relevantes. A Primeira, é que Davi comandou, ou seja, ordenou a
Israel que aquele sistema de Adoração e Oração fosse mantido continuamente. A
segunda revelação, é que esta ordem, este comando, não veio apenas de Davi,
mas do próprio Deus através da voz profética: “porque este comando veio do
SENHOR, por mão de seus profetas” (2 Cr 29.25b). Em outras palavras, Davi,
estabeleceu a ordem da Adoração e Intercessão contínuas, com o apoio profético
de Natã e Gade. Não porque Davi era um Salmista e músico e porque isto
parecia ser uma boa ideia, mas porque era um comando do Senhor.
Cerca de 1.000 anos antes da primeira vinda de Jesus, Davi estabeleceu 4.000
cantores e músicos em tempo integral e 4.000 porteiros tempo integral (1 Cr
23.5; 25.7). Davi colocou cerca de 10.000 pessoas em tempo integral para
promover adoração contínua. Israel recebeu a ordem de sustentar cantores e
músicos no templo, como uma ocupação de tempo integral. “Destes foram
também os cantores, chefes dos pais entre os levitas, habitando nas câmaras,
isentos de serviços; porque de dia e de noite estava a seu cargo ocuparem-se
naquela obra” (1 Cr. 9.33). Veja também: 1 Cr 16.37; 23.5; 25.7; 2 Cr 8.12-14;
31.4-6, 16; 34.9, 12; Ne 10.37-39; 11.22,23; 12.44-47; 13.5-12.
Sabemos que a história de Israel a partir de Davi foi marcada por longos
períodos de esfriamento espiritual, contaminação com deuses de outras nações e
derrotas. Em todos estes longos períodos a Palavra de Deus se refere aos reis que
se desviaram com a seguinte frase: “eles não andaram nos caminhos de Davi, seu
pai”.
Neste mesmo período, o Senhor visitou Israel de uma forma especial por sete
vezes. Os reis destes períodos de avivamento foram os reis que “andaram nos
caminhos de Davi, seu pai!” Em todos estes sete períodos de visitação, aspectos
da ordem de adoração e oração foram restaurados.
“Também, conforme à ordem de Davi seu pai, designou as turmas dos sacerdotes
para seus ministérios, como também as dos levitas acerca dos seus cargos, para
louvarem e ministrarem diante dos sacerdotes, segundo o que estava ordenado
para cada dia, e os porteiros pelas suas turmas a cada porta; porque assim tinha
mandado Davi, o homem de Deus.”
2 Crônicas 8.14
Este texto faz parte da passagem que resumiu os primeiros 20 anos do reinado de
Salomão. No capítulo anterior temos a descrição da consagração do Templo.
Salomão estabelece a Ordem de Davi seu pai:
2 Crônicas 7.6
Em resposta, o Senhor dá uma palavra, que é um dos versos mais citados de toda
a Bíblia:
“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a
minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e
perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.”
2 Crônicas 7.14
A reformA de JeosAfá
Jeosafá foi rei de Judá cerca de 100 anos depois de Salomão (870 a.C.). Ele
andou nos caminhos do Senhor, conforme Davi, e o Senhor o prosperou. “E o
SENHOR era com Jeosafá; porque andou nos primeiros caminhos de Davi seu
pai, e não buscou a Baalins. Antes buscou ao Deus de seu pai, andou nos seus
mandamentos, e não segundo as obras de Israel” (2 Cr 17.3, 4). A Bíblia diz que
ele aplicou intensamente seu coração nos caminhos do Senhor (17.5).
2 Crônicas 17.7-9
O resultado foi um tempo de avanço, paz e grande riqueza para ele e para todo o
povo. O Senhor respondeu abençoando o povo e trazendo temor a todos os seus
inimigos. Este é um padrão que vemos na Palavra de Deus; Quando uma nação,
incluindo sua liderança, se arrepende, se converte e passa a seguir os caminhos
do Senhor; Ele sempre responde com bênção e prosperidade.
2 Crônicas 20.21
2 Crônicas 20.22
Quando o Rei Jeosafá morreu, seu filho Jeorão reinou em seu lugar. Ele tinha 32
anos e reinou por 8 anos em Jerusalém. Seu sogro era Acabe. Assim, a casa de
Davi fez aliança com a casa de Acabe e Jezabel. No mesmo tempo em que Elias
profetizou contra o reino de Acabe, ele também profetizou contra Jeorão (2 Cr
21.12-14). Imediatamente após esta palavra de Elias, seu reino é atacado, seus
filhos e suas mulheres são mortos, todos os seus bens saqueados e ele, o rei,
morre de uma terrível doença. A Bíblia conclui o relato sobre ele dizendo: “e foi
sem deixar de si saudades; e sepultaram-no na cidade de Davi, porém não nos
sepulcros” (2 Cr 21.20).
Seu filho Acazias reinou em seu lugar. Ele tinha 42 anos e reinou só por um ano,
o nome de sua mãe era Atalia, filha de Onri. Ela também era parte do grupo de
Acabe e Jezabel. A Bíblia diz que Acazias, seguiu a casa de Acabe, porque
escutou os conselhos de sua mãe. Basicamente, eles restauram o culto à Baal em
Jerusalém e todas as malignidades de Jezabel.
Neste mesmo período, Deus estava executando juízo contra a casa de Acabe,
através de Elias e Elizeu, Jeú tinha sido ungido rei para executar este
julgamento. Veja o que a Bíblia nos mostra: “Foi, pois, da vontade de Deus, que
Acazias, para sua ruína, visitou Jorão; porque chegando ele, saiu com Jorão
contra Jeú, filho de Ninsi, a quem o SENHOR tinha ungido para desarraigar a
casa de Acabe. E sucedeu que, executando Jeú juízo contra a casa de Acabe,
achou os príncipes de Judá e os filhos dos irmãos de Acazias, que serviam a
Acazias, e os matou...” (2 Cr 22.7,8). Na sequência, o próprio Acazias é morto
por Jeú (2 Cr 22.9).
Este evento teria marcado o fim da linhagem real da família de Davi e iniciado
uma nova linhagem real, com sérias consequências para o futuro do povo Judeu
e para o projeto de redenção de Deus através da raiz de Jessé. Mas Deus
interviu!
Aqui entra em cena o sacerdote Joiada. Em meio a toda esta crise espiritual
nacional, o sacerdote Joiada tinha se mantido fiel ao Senhor. Joiada era casado
com Jeosabeate, filha de rei Jeorão, irmã de Acazias.
No sétimo ano, Joaida deu um passo muito arriscado, mas corajoso. Ele envia
mensageiros por toda Judá, convoca os levitas e os líderes do povo. Todos sobem
para Jerusalém e no templo ele apresenta Joás ao povo como legítimo rei: “E
toda aquela congregação fez aliança com o rei na casa de Deus; e Joiada lhes
disse: Eis que o filho do rei reinará, como o SENHOR falou a respeito dos filhos
de Davi” (2 Cr 23.3). Depois disto, ele esconde Joás no templo e os Levitas
fazem guarda para protegê-lo.
Então, o povo se uniu e conclamou Joás como rei: “E dispôs todo o povo, a cada
um com as suas armas na mão, desde o lado direito da casa até o lado esquerdo
da casa, do lado do altar e da casa, em redor do rei. Então tiraram para fora ao
filho do rei, e lhe puseram a coroa; deram-lhe o testemunho, e o fizeram rei; e
Joiada e seus filhos o ungiram, e disseram: Viva o rei!” (2 Cr 23.10,11). Neste
mesmo dia Atalia foi morta (2 Cr 23.12-15).
Joás tinha apenas 7 anos de idade quando começou a reinar, portanto seu tio
Joaida efetivamente comandou a nação neste período inicial. É nesta fase que o
sacerdote Joiada restaura a ordem de adoração no templo, conforme Davi havia
organizado.
2 Crônicas 23.18
ezequiAs
2 Crônicas 29.25
“E acabando tudo isto, todos os israelitas que ali se achavam saíram às cidades
de Judá e quebraram as estátuas, cortaram os bosques, e derrubaram os altos e
altares por toda Judá e Benjamim, como também em Efraim e Manassés, até que
tudo destruíram; então tornaram todos os filhos de Israel, cada um para sua
possessão, para as cidades deles.”
2 Crônicas 31.1
Em Jerusalém, o rei manteve os Levitas em seus turnos e ordenou que eles
fossem sustentados para este propósito:
2 Crônicas 31.2-4
No próximo capítulo uma grande crise acontece. O Rei Senaqueribe, com todo o
seu exército Assírio, que era a maior força militar daquela época, cerca
Jerusalém. O que é interessante é que o rei Assírio começou a atacar o
Avivamento que Ezequias havia trazido. Ele manda mensageiros para
proclamarem em Hebraico, em alta voz nos muros da cidade, que tudo que
Ezequias tinha feito não valia nada. Que adorar um só Deus, como eles estavam
fazendo em Jerusalém não valia nada. Ele proclama que nenhum deus, muito
menos o Deus de Israel poderia pará-lo (2 Cr 32.11-15).
O que Ezequias faz? Ele chama o profeta de Deus, e juntos eles oram ao Senhor:
“Porém o rei Ezequias e o profeta Isaías, filho de Amós, oraram contra isso, e
clamaram ao céu” (2 Cr 32.20).
2 Crônicas 32.21
Creio que existe um paralelo muito grande entre os dias de Ezequias e Isaías, e,
nossos dias. Uma das razões do por que o Espírito Santo tem despertado tantos
líderes para estabelecerem adoração e oração contínuas, no espírito do
Tabernáculo de Davi em suas regiões, é que lutas e perseguições estão a nossa
frente. O mesmo espírito que motivou Senaqueribe, o rei assírio, está em
operação hoje e é o espírito do anticristo (1 Jo 2.18).
Adoração e Oração, dia e noite sem cessar, no espírito do tabernáculo de Davi
será fundamental para o povo de Deus nesta última hora. Pois, é em cultivar uma
atmosfera de adoração profética que receberemos as estratégias do Senhor que
nos fará permanecer firmes contra todas as ciladas do inimigo.
JosiAs
“Porque no oitavo ano do seu reinado, sendo ainda moço, começou a buscar o
Deus de Davi, seu pai; e no duodécimo ano começou a purificar a Judá e a
Jerusalém, dos altos, e dos bosques, e das imagens de escultura e de fundição. E
derrubaram perante ele os altares de Baalins; e despedaçou as imagens, que
estavam acima deles; e os bosques, e as imagens de escultura e de fundição
quebrou e reduziu a pó, e o espargiu sobre as sepulturas dos que lhes tinham
sacrificado. E os ossos dos sacerdotes queimou sobre os seus altares; e purificou
a Judá e a Jerusalém.”
2 Crônicas 34.3-5
A reforma de Josias incluiu a restauração da ordem Sacerdotal e Levítica como
nos tempos de Davi.
2 Crônicas 35.4, 15
Josias reinou por 31 anos em Jerusalém. Em todos estes anos ele se manteve fiel
ao Senhor. Foi durante o reinado de Josias que o ministério de Jeremias
floresceu. Este rei e sua dedicação ao Senhor causou tanto impacto em sua
geração que sua morte, foi uma das mais sentidas de todos os reis da Bíblia: “E
Jeremias fez uma lamentação sobre Josias; e todos os cantores e cantoras, nas
suas lamentações, têm falado de Josias, até ao dia de hoje; porque as
estabeleceram por estatuto em Israel; e eis que estão escritas nas lamentações” (2
Cr 35.25).
Esdras 5.2
Ageu 1.14
Eles também, ao restaurarem o templo do Senhor, restabeleceram a ordem de
adoração de Davi:
“Quando, pois, os edificadores lançaram os alicerces do templo do SENHOR,
então apresentaram-se os sacerdotes, já vestidos e com trombetas, e os levitas,
filhos de Asafe, com címbalos, para louvarem ao SENHOR conforme à
instituição de Davi, rei de Israel. E cantavam juntos por grupo, louvando e
rendendo graças ao SENHOR, dizendo: porque é bom; porque a sua benignidade
dura para sempre sobre Israel. E todo o povo jubilou com altas vozes, quando
louvaram ao SENHOR, pela fundação da casa do SENHOR.”
Esdras 3.10,11 Mais uma vez, a frase “conforme à instituição de Davi” mostra
que a restauração do Templo e dos ofícios seguiram o modelo de Davi. Os
cantores e músicos foram colocados em seus turnos ou turmas, conforme a
ordem das famílias iniciais, como a família de Asafe, citada no texto acima.
Esta constatação é importante para nós, pois nas primeiras páginas dos
evangelhos percebemos que no templo, na época do nascimento de Jesus, havia
certa estrutura de adoração e oração dia e noite: “...e não se afastava do templo,
servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia.” (Lc 2.37b). Vamos ver
isto com mais detalhes no próximo capítulo.
Capítulo 6
O
tema da oração contínua está presente em todo o Novo Testamento. Tanto no
exemplo da vida de oração de Jesus nos evangelhos, na vida de oração dos
apóstolos no livro de Atos e nas epístolas, como nos ensinos de Jesus e dos
Apóstolos.
Orar sem cessar significa orar continuamente; significa ter um estilo de vida
onde oração é natural e tem uma presença constante em nossas vidas. É onde
oração é a norma, a “via de regra”.
Uma pessoa de oração é uma pessoa que está constantemente orando. Para esta
pessoa, oração não é o último recurso, o último pensamento, mas o normal.
Oração é a reação. Seja em que contexto for a resposta automática será orar!
Paulo fala constantemente de oração ser algo “contínuo em sua vida”. Observe o
que ele fala para Timóteo nesta passagem: “Dou graças a Deus, a quem desde os
meus antepassados sirvo com uma consciência pura, de que sem cessar faço
memória de ti nas minhas orações noite e dia” (2 Tm 1.3). Ou à igreja de Éfeso:
“Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando
-me de vós nas minhas orações” (Ef 1.16).
Em Lucas 18.1 temos a frase “o dever de orar sempre, e nunca desfalecer.” Paulo
fala sobre orar constantemente: “Por esta razão, nós também, desde o dia em que
o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do
conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual” (Cl
1.9).
Estes são os mesmos homens que pelo Espírito Santo nos mandaram “orar dia e
noite”. Parece que há uma contradição aqui: o que é isto Paulo, você orava dia e
noite ou você trabalhava incessantemente, dia e noite para o Senhor? A verdade
é que as duas realidades são corretas.
Eles faziam tudo isto sem negligenciar um tempo exclusivo para estar com Deus
em oração e também eles descobriram que mesmo em meio à atividade eles
podiam continuar no lugar de comunhão com Deus, no lugar de oração.
Portanto, orar sem cessar, significa separar tempo diário para se dedicar
exclusivamente à oração e, também, continuar no “espírito de oração” à medida
que vivemos. Creio que o evangelista inglês Smith Wigglesworth entendeu e
viveu fortemente esta realidade. Quando questionado sobre sua vida de oração,
ele respondeu: “Eu nunca oro mais do que cinco minutos, e eu nunca fico mais
do que dez minutos sem orar!”
Deixe-me dar o exemplo da minha própria vida, talvez ajude você a entender isto
melhor. Eu vou diariamente para a sala de oração, na Casa Internacional de
Oração de Kansas City, lá gasto de quatro a seis horas por dia em oração. Meu
compromisso sagrado diante do Senhor e meu compromisso com o ministério
que participo (IHOPKC) é o de passar 25 horas da minha semana na sala de
oração.
Geralmente termino meu tempo de oração ao meio dia. Depois disto, me dedico
ao ministério de liderar o departamento de fala portuguesa do IHOPKC. Muitas
vezes ao longo do meu dia paro para orar. Declaro frases de adoração ao Senhor
em minha mente e às vezes em voz alta. Oro em línguas enquanto dirijo meu
carro em direção ao supermercado, em casa algumas vezes oro com meus filhos,
oro com minha esposa. Meu ponto é, tenho um programa diário dedicado à
oração e também desenvolvo oração à medida que vivo.
No entanto, é importante eu ressaltar que não é minha intenção aqui, com o meu
exemplo, que você entenda que eu estou vivendo plenamente a recomendação
bíblica. Na verdade estou bem longe disto. Há dias em que fico distraído. Há
dias em que não me lembro de orar. Há dias que mesmo na sala de oração fico
distraído, vejo meus emails, leio um livro, ou escrevo. Faço muitas coisas,
menos orar. Sim, estou em processo como você está. Tenho períodos, muitas
vezes dias e semanas, de maior consagração, mas também tenho períodos de
grande distração.
Sobre isto Mike Bickle fala: “Deus conhece a intenção do seu coração. Ele sabe
que você não é rebelde, você é apenas fraco. Há um mundo de diferença entre
rebeldia e fraqueza. Ao fraco, o Senhor não despreza”.
Efésios 4.13
orAção e AdorAção incessAntes no novo testAmento
Esta mulher, que por décadas se consagrou com jejuns e orações, está no templo
e vendo o infante Jesus, começa a proclamar a todos que aquele bebê é a
redenção de Israel, isto é, o Messias. O fato de este incidente estar na Bíblia, nos
mostra que ele é significativo. De Ana, Lucas nos fala: “ela não se afastava do
templo, servindo a Deus com jejum e oração, de noite e de dia”.
É possível que Ana tenha recebido uma graça especial para longos períodos de
Oração e para um estilo de vida de Jejum diário. Alguns estudiosos do Novo
Testamento acreditam também que seja possível que Ana represente um grupo
de pessoas, que inspiradas por Deus, em um momento profético, onde Deus
estava prestes a romper na criação, onde Ele se fez carne, tenham respondido
com uma consagração especial, cobrindo todas as horas do dia e da noite, com
jejum e oração, focados na manifestação do Messias.
Talvez ele liam Isaías 9.6: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu,
e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome:
Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” E
oravam a Deus: “...Senhor, tu prometestes. O Senhor fará isto, porque não agora
Senhor! Porque não em nossa geração?”
Ou, ainda, Isaías 7.14: “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a
virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel.” A
oração deles seria algo como: “...Adonai, não entendemos isto, mas tudo é
possível para o Senhor. Manifesta Emanuel em nossa geração.” E assim, como
intercessores precursores, eles teriam gerado em oração a primeira vinda do
Senhor.
A questão aqui não é afirmar que havia uma organização centralizada, fazendo
uma escala de oração, como nós fazemos hoje em nossas Torres ou Salas de
Oração. Penso que, se este grupo existiu, seria algo mais espontâneo. Talvez algo
semelhante ao que acontece hoje no muro das lamentações em Jerusalém. Desde
que o moderno estado de Israel foi estabelecido e Jerusalém restaurada como
parte de Israel, judeus oram no muro das lamentações.
Por todas estas décadas, tem sempre havido um grupo de pessoas orando no
muro, quer seja de dia ou de noite. Mesmo em dias de conflito, pessoas
continuam espontaneamente indo orar no muro. Podemos dizer que o muro das
lamentações, que é parte da fundação original do templo, tem sido uma
manifestação do 24/7 espontâneo onde, mesmo sem o entendimento de Jesus,
judeus declaram as promessas proféticas sobre a sua nação.
Jesus apenas disse: “ficai em Jerusalém”, mas em Atos Lucas elabora um pouco
mais a ordem de Jesus: “E, estando com eles, determinou-lhes que não se
ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que de mim
ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados
com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (At 1.4,5).
Fica claro, portanto, que a única instrução que eles tiveram foi a de não sair de
Jerusalém. É importante lembrar que a situação ainda estava muito perigosa para
os seguidores do homem que acabara de ser crucificado. A tendência natural
daqueles homens seria a de voltar para a Galiléia, onde eles se sentiriam mais
protegidos. Mas eles obedeceram e permaneceram na cidade santa.
Já que tinham que obedecer e ficar lá, vamos encontrá-los de volta no lugar que
eles julgavam seguro: o cenáculo. Lucas nos diz que os onze apóstolos estavam
habitando ali: “Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras,
o qual está perto de Jerusalém, à distância do caminho de um sábado. E,
entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam Pedro e Tiago, João e André,
Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e
Judas, irmão de Tiago” (Lc 1.12,13).
Descobrimos também que ali no cenáculo estava Maria, a mãe do Senhor Jesus,
e significativamente, seus irmãos de sangue. Sabemos por uma referência na
epístola Paulina, que depois de ressuscitado, Jesus apareceu para um dos seus
irmãos carnais: Tiago: “Depois foi visto por Tiago, depois por todos os
apóstolos” (1 Co 15.7). Mas aqui em Atos 1, vemos que os irmãos de Jesus se
tornaram seus seguidores e seus discípulos. Lucas nos fala que o número total do
grupo era de 120 pessoas.
O Espírito Santo seria derramado como prometera o Senhor, mas parece que
seria necessário que houvesse clamor, intercessão, desejo e expectativa! Em sua
soberana estratégia e sabedoria, o Senhor provocou um tempo, um ambiente e
um desejo para que a oração contínua, intensa e urgente acontecesse.
Fica claro aqui, que a intenção de Herodes era também de matar Pedro. O plano
era o de manter Pedro preso até que as festas passassem e depois matá-lo,
provavelmente decapitando-o em uma demonstração pública de poder e para dar
um golpe fatal a estes “seguidores do Nazareno”.
Ao se reunir com eles, Pedro pede que outros líderes e irmãos fossem avisados,
dando uma indicação de que eles estariam reunidos em vigília de oração em
outras localidades da cidade.
Estes Serafins “tinham, cada um de per si, seis asas, e ao redor, e por dentro,
estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo:
Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que
há de vir” (Ap 4.8).
João também descreve 24 tronos ocupados por 24 anciãos. Eles também estão
em constante resposta de adoração: “Os vinte e quatro anciãos prostravam-se
diante do que estava assentado sobre o trono, e adoravam o que vive para todo o
sempre; e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo: Digno és, Senhor,
de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua
vontade são e foram criadas” (Ap 4.10,11).
Neste momento, então, João descreve uma série de intensas atividades ao redor
do trono, todas relacionadas com o momento da abertura dos selos. Os quatro
seres e os vinte e quatro anciãos prostram-se em adoração ao Cordeiro. João nota
algo peculiar: “todos eles tinham harpas e taças de ouro cheias de incenso...” (Ap
5.8b). Imediatamente, João recebe a revelação do que aquilo significa. Aquelas
harpas e taças: “são as orações dos santos” (Ap 5.8c).
A adoração é contínua e cresce de intensidade nos próximos seis versículos do
capítulo 5. E no capítulo 6, como fruto destas atividades, Jesus, como o Cordeiro
de Deus, começa a abrir o livro e liberar os selos.
Veja, então, a perspectiva que temos do que acontece ao redor do trono de Deus.
Oração e adoração dia e noite sem cessar são também alimentadas pela oração e
adoração dia e noite sem cessar que acontecem na terra. Nós adoramos e oramos.
Nossas orações chegam como incenso no trono do Senhor.
Os Seres e os anciãos com a harpa, que fala de adoração, e a taça, que simboliza
o acúmulo das orações dos santos na terra clamando por justiça e pela
manifestação do reino de Deus, intensificam as suas orações. Estas duas
realidades: adoração e intercessão na terra, e adoração e intercessão nos céus, se
convergem e se entrelaçam tornando-se uma só coisa diante de Deus. À medida
que elas atingem o seu ápice, os planos finais de Deus são liberados na terra.
É para este lugar que estamos indo como igreja e como movimento de oração. É
por isso que o Espírito Santo tem multiplicado os locais de adoração e oração
24/7 na terra. Estamos vendo um crescimento desta realidade, sem precedentes
na história da igreja. Nunca na história se orou tanto, em tantos lugares, com
tanta intensidade. O som da harpa ecoa cada vez mais alto ao redor do trono, e as
taças já estão sendo cheias. O tempo da abertura dos selos pode estar mais
próximo do que muitos imaginam.
Capítulo 7
ORAçãO E ADORAçãO CONTÍNuA – pORquE ElE
é DIgNO!
“Com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo..” (Efésios
1.12)
uando olhamos para esta questão de oração e adoração em nossa jornada pessoal
e também na jornada da Igreja, geralmente olhamos do ponto de vista humano.
Isto é, o que ganharemos com isto? O que isto produzirá em nossas vidas? Qual
será o resultado disto no crescimento e avanço de nossa Igreja?
Esta perspectiva em si não está incorreta. O próprio Deus, que conhece a nossa
estrutura, pois Ele mesmo nos formou, sabe que precisamos dessa “avaliação”. O
Senhor sabe e até promove “galardão” e “recompensa” em sua Palavra: “buscar-
me-eis e me achareis...” (Jr 29.13), nos diz o Senhor. E também: “Ao que vencer
lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me
assentei com meu Pai no seu trono” (Ap 3.21).
Existe sim um lugar correto e bíblico em buscarmos mais a Deus, tanto a nível
pessoal como a nível coletivo, pelo resultado que isso produzirá em nossas vidas.
Queremos viver em novos níveis de consagração e prática de santidade,
queremos nos mover em maior unção e mais poder para impactar mais vidas, e
queremos “despovoar o inferno e povoar o céu” como diz Reinhard Bonnke.
Todas estas coisas são razões legítimas e bíblicas para intensificarmos nossa vida
de jejum e oração pessoal e para buscarmos estabelecer Oração e Adoração
contínuas em nossa região de influência. Em outras palavras, oramos mais,
jejuamos mais, adoramos mais, pois queremos experimentar Avivamento!
“Aviva, ó SENHOR, a tua obra no decorrer dos anos...” (Hc 3.2b).
Mas também existe outra perspectiva na Palavra de Deus. Algo que não é
contrário à visão anterior, mas paralelo. Na verdade, uma linha paralela muito
próxima e que muitas vezes, ao longo de nossa caminhada, culmina por tocar e
nutrir nossa busca e desejo por genuíno impacto. Estou falando da perspectiva da
Glória de Deus!
Adoração e Oração Dia e Noite sem cessar, simplesmente porque Ele é Digno!
pArA o louvor dA suA glóriA
Neste texto, temos uma das descrições mais intensas e profundas do que
recebemos em Cristo Jesus: recebemos autoridade – estamos nas regiões
celestiais com Cristo (Ef 1.3);
Fomos feitos santos e irrepreensíveis diante dele em amor (Ef 1.4); somos
adotados na família de Deus como filhos (Ef 1.5); Somos agradáveis a Ele (Ef
1.6); Somos redimidos e perdoados pelo sangue de Jesus (Ef 1.7); Recebemos
abundante sabedoria e prudência (Ef 1.8); Recebemos a revelação da
centralidade de Jesus, que é o mistério da sua vontade (Ef 1.10); Fomos feitos
herança em Jesus (Ef 1.11); E, fomos selados com o Espírito Santo, que é a
garantia da nossa herança e redenção (Ef 1.13,14).
No processo de descrever todas estas coisas maravilhosas que o Senhor nos dá,
em Jesus Cristo, o Espírito de Deus por três vezes repete uma frase para
enfatizar a razão central do por que Deus projetou e executou tudo isto em nós,
isto é, a motivação e o propósito de Deus: “Para o Louvor de Sua Glória!” (Ef
1.6, 12 e 14).
“E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos
celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas alturas, Paz na terra,
boa vontade para com os homens.”
Lucas 2.13,14
A segunda realidade para a qual a frase “a fim de sermos” aponta é que somos
salvos e deixados na terra para que a Glória de Deus receba constante louvor
voluntário através de nós, a família redimida de Deus na terra. Isto é, não só
estamos aqui para sermos motivo de louvor, mas para principalmente sermos os
que mais louvam a glória de Deus.
A frase de Efésios 1.8, “a fim de sermos para o louvor da sua glória”, pode ser
dita da seguinte forma: para que vivamos na terra reconhecendo, exaltando,
declarando, cantando, poetizando, orando e magnificando a glória de Deus.
Efésios 5.19,20
“A todos os que são chamados pelo meu nome e os que criei para a minha glória,
os formei, e também os fiz.” Isaías 43.7
Fomos criados em Adão, e recriados em Jesus Cristo, com o mesmo propósito
central; Para o louvor da Glória de Deus!
porque ele é digno
“Porque grande é o SENHOR, e digno de louvor.” Salmo 96.4
Esta é outra frase comum em toda a Bíblia: o Senhor é Digno de louvor! “Digno
és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas,
e por tua vontade são e foram criadas” (Ap 4.11). A palavra “digno” neste
contexto significa “merecedor” ou “apropriado”. É apropriado dar louvores a
Deus; Ele é merecedor de adoração contínua.
Uma das ênfases da adoração sem cessar, que acontece na sala do trono é a
declaração de que o Senhor é digno de receber extravagante adoração:
“Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as
coisas, e por tua vontade são e foram criadas.” Apocalipse 4.11 Quando Jesus
aparece em cena para executar o projeto final de Deus, os céus explodem em
proclamação:
Apocalipse 5.9-12
Jesus é digno de ser exaltado. Jesus é digno de ser magnificado tanto nos céus
como na terra. Paulo diz: “Que Cristo seja magnificado no meu corpo, seja pela
vida ou pela morte” (Fp 1.20). Que perspectiva extraordinária: em todo o tempo
e em todas as situações seja Cristo magnificado em nós. John Piper comentando
este texto afirma: “Magnificamos sua glória como um telescópio, não como um
microscópio. Microscópios fazem as coisas parecerem maiores do que elas
realmente são. Telescópios fazem coisas imensuravelmente grandes parecerem
mais o que elas realmente são. Nossas vidas são para ser um telescópio para a
glória de Deus.”
O Espírito Santo de Deus, cuja missão central na terra é magnificar Jesus – “Ele
me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar” (Jo
16.14). Sim, o Espírito Santo de Deus está falando ao coração da Noiva do
Cordeiro por toda a terra, Ele está inspirando servos em todos os lugares: igrejas,
seminários, bases missionárias, empresas, prisões e lares a estabelecerem altares
de adoração a Deus, para que de todas as regiões da terra haja um som, um
incenso subindo a Deus 24 horas por dia, 7 dias por semana!
Telescópios, olhando por diferentes ângulos, a infinita glória daquele, cuja face
brilha mais que o sol (Ap 1.16). Contemplando sob a lente do Espírito Santo, a
infinita sabedoria, incompreensível glória, imarcescível grandeza e infindável
beleza de Jesus Cristo. E então declará-las, cantá-las e proclama
-las dia e noite sem cessar! Porque Ele é Digno!
E quando acharmos que tudo foi dito, cantado e proclamado, descobriremos que
só começamos a tocar na orla das vestes da dignidade, da Glória, da
magnificência do Eterno Cordeiro de Deus!
“Por toda tua bondade continuarei cantando Dez mil razões meu coração
encontrará E naquele dia, quando minha força falhar O fim se aproximar e meu
tempo chegar, Ainda assim seus louvores infinitos Minha alma irá cantar
Por dez mil anos, e para sempre, sem parar!”
(Matt Redman)
orAção ApostólicA por este entendimento
Voltando para o livro aos Efésios, descobrimos ali duas orações feitas pelo
apóstolo Paulo para aqueles irmãos. A primeira está no final do capítulo primeiro
e a segunda está no final do capítulo terceiro. Em ambas, o peso da intercessão
de Paulo era para que aquela igreja crescesse no conhecimento de Deus e na
revelação de Jesus Cristo.
Estas duas orações apostólicas são bem preciosas para nós. Nos anos que
antecederam o início da Casa Internacional de Oração em Kansas City, o Senhor
enfatizou estas duas orações para Mike Bickle, mostrando que seria através do
entendimento e declaração destas orações sobre o corpo de Cristo nessa geração,
que um movimento genuíno de adoração e intercessão, centrado na esfera da
beleza e do valor de Jesus Cristo, seria gerado.
No próximo versículo temos uma ponte, e uma frase importante que liga os dois
textos. Nos versos 15 e 16, Paulo diz: “Por isso, ouvindo eu também a fé que
entre vós há no Senhor Jesus, e o vosso amor para com todos os santos, Não
cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações.”
A frase de ligação é: “Por isso!”, que quer dizer: por tudo que expus acima; por
causa da realidade de que fomos feitos e redimidos para o louvor da Glória de
Deus; por entender a importância e centralidade disto na vida de vocês, eu Paulo
não paro de orar por vocês. Oro agradecendo pela vossa fé e amor, e também oro
para que a vida de vocês esteja centrada nesta revelação.
Nos próximos versos temos o conteúdo desta oração, que Paulo repetia
cotidianamente pela igreja. Paulo começa pedindo que Deus, em seu
conhecimento, liberasse um espírito de sabedoria e revelação e que os olhos dos
seus corações fossem iluminados. Isto é, que eles recebessem sabedoria baseada
no conhecimento de Deus, sabedoria divina. Também, que recebessem
revelação, que é a capacidade de ver e entender como Deus vê e entende. E que
houvesse uma luz em seus espíritos, iluminando o caminho interno para a sua
busca e união com Deus.
Tudo isto para que soubessem (v. 18) e para que vivessem no entendimento de
três coisas: A primeira é a esperança da sua vocação – a vocação de viver para o
louvor da sua glória. A segunda: a revelação da herança de Jesus em sua Noiva –
“sua herança nos santos!”. Há uma riqueza de glória nesta realidade! E a terceira
coisa: a revelação da força avassaladora do Poder de Deus que está à disposição
da Igreja – Poder que já destruiu a morte e já destronou Satanás e suas hostes
(vs. 19-21).
Esta oração tem se tornado uma das orações bíblicas mais importantes na
história do movimento de oração moderno. A oração diária do Apóstolo Paulo
pela igreja de Éfeso tem se tornado também a oração diária de centenas de Casas
de Oração, por toda a terra, para que esta geração de crentes encontre, na
centralidade de Deus, a centralidade de sua própria existência.
A segunda oração de Paulo, está registrada em Efésios 3.14-19:
“Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo, Do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome, Para que,
segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com
poder pelo seu Espírito no homem interior; Para que Cristo habite pela fé nos
vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, Poderdes
perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o
comprimento, e a altura, e a profundidade, E conhecer o amor de Cristo, que
excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.”
Eu amo a forma que Paulo conclui a sua oração: “Oro que Cristo continue
habitando em vosso coração”, declara o Apóstolo. Aí vocês irão conhecer o
amor de Cristo, não apenas no nível do entendimento intelectual, racional, mas
no nível experiencial, inter-relacional.
A primeira é que você ficará doente de amor, doença cujo único remédio e único
bálsamo é o retorno para o próprio amado que te adoeceu: “Levou-me à casa do
banquete, e o seu estandarte sobre mim era o amor. Sustentai-me com passas,
confortai-me com maçãs, porque desfaleço de amor” (Ct 2.4,5). Neste lugar
voltamos para Ele para sermos curados, e no processo, somos enfermados mais
profundamente até que o único conforto seja sua permanente doce presença em
nós.
“Oh chama viva de amor, que gentilmente feriu a minha alma, no seu profundo
centro. Desde que agora não és mais opressivo, conclua. Se for tua vontade:
rasga pelo véu, deste doce encontro.” (João da Cruz)
Não existe genuíno e duradouro chamado e ministério que não tenha nascido no
lugar de encontro. Hudson Taylor, o homem que deu sua vida para a obra
missionária na China, e que é considerado um dos pais das missões modernas,
afirma que foi da sua experiência de União com Cristo e da iluminação dos seus
olhos espirituais – de que Cristo nunca está distante, que ele tirou forças para
perseverar na obra missionária que impactou a China e moldou o movimento
missionario moderno.
Encontre Jesus no lugar da oração e da adoração; seu coração vai ser fascinado
com a genuína beleza de Jesus e vai ser transformado. Então seu coração arderá
com aquilo que arde no coração de Deus.
Capítulo 8
Sou chamado para pastorear? Sou chamado para fazer parte do grupo de louvor,
ou de dança, ou de teatro? Tenho chamado para ensinar? Será que tenho o dom
de apóstolo? Muitas vezes não recebemos uma direção clara do céu, ou não
sentimos que nos encaixamos exatamente em nenhum dos papéis que tentamos
fazer.
Deixe-me falar sobre uma área, ou ministério que é bem poucas vezes
mencionada ou estudada; A área daquele que é chamado para ser Intercessor de
tempo integral.
Ouvimos muitas mensagens sobre os cinco dons ministeriais, mas raramente
ouvimos falar da ocupação de um intercessor de tempo integral. A função dos
intercessores na igreja acaba sendo reduzida, em muitos casos, a reuniões feitas
meia hora antes do início do culto de domingo numa sala atrás do palco, ou
vigílias longas na sexta-feira à noite com alguns jovens zelosos e muitas
senhoras, aquelas que sabemos que oram por nós e por todos os membros da
nossa comunidade.
A Palavra nos dá outro testemunho sobre o chamado para orar. Sabemos que
Davi tinha músicos, cantores e salmistas pagos para adorar ao Senhor no
tabernáculo, mas e aquelas pessoas no corpo de Cristo que talvez não tenham
inclinação musical, mas se sentem em casa no lugar de oração?
Isaías 62.6 nos diz que o Senhor prometeu colocar atalaias no muro que não se
calarão de dia ou de noite. Estes atalaias são os intercessores que Ele está
levantando e despertando pelo Seu Espírito por todo o mundo, e que se
levantarão para vigiar e orar à medida que a volta de Jesus se aproxima.
o chAmAdo de AnA
“E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já
avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua
virgindade, e era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do
templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia. E, sobrevindo na
mesma hora, ela dava graças a Deus e falava dele a todos os que esperavam a
redenção em Jerusalém.”
Lucas 2.36-38
Note que Ana era uma profetisa, uma intercessora e uma evangelista. Nela, a
graça para o ministério profético, a intercessão e o evangelismo reuniram-se em
uma mulher. Ana ficou viúva depois de viver com seu marido por sete anos e
provavelmente, quando tinha seus vinte e poucos anos, ela começou a dar sua
vida à oração noite e dia. Com oitenta e quatro anos de idade, cerca de sessenta
anos depois, ela continuava fazendo a mesma coisa. Ana permaneceu fiel em seu
chamado a longas horas de oração por toda sua vida. Que mulher extraordinária!
Ana representa todos aqueles no corpo de Cristo que recebem a graça para
manter longas horas de oração por muitos anos. O chamado de Ana transcende
sexo e idade; este chamado é para homens e mulheres, jovens e velhos, pobres e
ricos. Podemos chamar as “Anas” dos dias de hoje de “missionários
intercessores”, pois a eles é dada a graça para muito jejum e oração como estilo
de vida.
Neste exato momento, por toda a terra, o Senhor está atraindo aqueles que têm o
coração e chamado como o de Ana para a ocupação de adoração e oração em
tempo integral. Ele está chamando-os pelo nome e colocando-os em seus lugares
em todas as cidades do mundo. O Senhor está chamando “Anas” modernas em
igrejas e salas de oração para ministrarem a Ele como seu ministério principal.
Devemos celebrar as “Anas” que Deus levanta como um grande presente para o
Corpo de Cristo e o movimento de oração. Essas pessoas precisam ser
convocadas, reconhecidas e liberadas por seus líderes para obedecerem ao
mandato que Deus lhes deu.
Jesus se referiu à profecia de Isaías quando Ele prometeu que haveria uma
grande liberação de justiça na terra. Lucas 18.7,8 diz: “E Deus não fará justiça
aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para
com eles? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho
do Homem, porventura, achará fé na terra?”
Por esta razão, missionários intercessores estão sendo levantados hoje, assim
como Ana habitou no templo por anos, antes da primeira vinda de Cristo,
fielmente oferecendo intercessão e oração ao Senhor. Ela foi uma intercessora-
precursora, gerando em oração o caminho para a primeira vinda do Senhor. Hoje
também, Deus está levantando intercessores-precursores, para que em oração de
concordância gerem o desejo pela volta de Jesus; aqueles que serão fiéis em
oração para que o Filho do Homem encontre fé na terra em Sua segunda vinda.
A devoção extrAvAgAnte de mAriA de betâniA
“E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou numa aldeia; e certa mulher, por
nome Marta, o recebeu em sua casa. E tinha esta uma irmã, chamada Maria, a
qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. Marta, porém,
andava distraída em muitos serviços e, aproximando-se, disse: Senhor, não te
importas que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe, pois, que me ajude. E,
respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com
muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não
lhe será tirada.”
Lucas 10.38,39
O Espírito Santo enfatizou que Maria sentou-se aos pés de Jesus para ouvir a Sua
Palavra. Quando nos alimentamos da Palavra, nosso relacionamento com Deus é
renovado e somos frutíferos em nossos ministérios. Maria era uma jovem
solteira. Ela não foi mencionada no livro de Atos ou na história da Igreja e não
foi conhecida por seu ministério público. Ela é, porém, conhecida no céu,
mesmo tendo sido desconhecida pelos homens durante sua vida.
“E, estando ele em Betânia assentado à mesa, em casa de Simão, o leproso, veio
uma mulher que trazia um vaso de alabastro, com unguento de nardo puro, de
muito preço, e, quebrando o vaso, lho derramou sobre a cabeça. E alguns houve
que em si mesmos se indignaram e disseram: Para que se fez este desperdício de
unguento? Porque podia vender-se por mais de trezentos dinheiros e dá-lo aos
pobres. E bramavam contra ela. Jesus, porém, disse: Deixai-a, para que a
molestais? Ela fez
-me boa obra. Porque sempre tendes os pobres convosco e podeis fazer-lhes
bem, quando quiserdes; mas a mim nem sempre me tendes. Esta fez o que podia;
antecipou-se a ungir o meu corpo para a sepultura. Em verdade vos digo que, em
todas as partes do mundo onde este evangelho for pregado, também o que ela fez
será contado para sua memória.”
Marcos 14.3-9
“Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se
forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com ele…”
2 Crônicas 16.9
Se você não se encaixa nas várias posições que você já tentou preencher na
igreja, ou se você sente o desejo de se dedicar à oração de uma maneira em que
talvez as pessoas ao seu redor não entendam, talvez o chamado de Ana e Maria
seja para você.
Se você sente o desejo por mais de Deus; Se você sente vontade de se dedicar
mais à oração e ao estudo da Palavra de Deus e talvez ache isto estranho e
anormal, lembre-se do que Jesus falou sobre a atitude de Maria, de ficar aos seus
pés, completamente focada em suas Palavras e recebendo da sua unção:
Lucas 10.41,42
Capítulo 9
xiste uma ligação entre o Movimento de Oração que Deus está estabelecendo na
terra hoje, e o levantar de uma geração de precursores. Estes estarão, como João
Batista, preparando o caminho do Senhor para que Ele possa retornar à terra em
um ambiente espiritual de alerta e pronto para interagir com Ele, especialmente
em sua igreja.
Zacarias vai para a sua casa. Sua esposa e ele já eram avançados em idade e
nunca tinham tido um filho, mas viviam felizes, no temor do Senhor. Eles
amavam a Deus intensamente e andavam em seus mandamentos. Um casal reto
que era um exemplo para toda a comunidade. Mesmo carregando a dor da
esterilidade, eles já haviam vivido com isto por tanto tempo que a dor de não ter
tido um filho era para eles como uma memória distante.
Zacarias chega em casa e não pode saudar sua esposa. Imediatamente ele
procura algo em que ele possa escrever. Senta-se e começa a trabalhar em um
pequeno manuscrito. Sua esposa Isabel, perplexa por seu silêncio, vem até ele
para confortá-lo e perguntar novamente como tinha sido seu tempo de oferta de
incenso no templo. Ela olha para o manuscrito e consegue ler as primeiras
palavras: “eu vi um anjo...”.
Nove meses depois, Isabel dá à luz a um belo e forte menino e todos querem
saber que nome ela dará ao bebê. Ela diz: João. Os parentes começam a discutir,
e em uma tentativa de ignorar sua decisão eles vão ao pai. Zacarias olha para
cima e responde à pergunta, escrevendo o nome João em seu manuscrito. E pela
primeira vez em nove meses palavras saem de sua boca, e ele fala: “seu nome
será João”.
À medida que João crescia, ele percebeu que era diferente dos outros garotos.
Seus pais não permitiam que ele fizesse as mesmas coisas e ele não tinha os
mesmos interesses. João encontrava seu prazer em se retirar para o lugar deserto
e conectar-se com o Senhor. João amava seu treino de ler e memorizar a lei do
Senhor e isto logo se tornou o centro de sua vida.
Logo chegou o dia onde o jovem João não conseguiu aguentar mais, e partiu
para habitar no deserto, para dedicar todo o seu tempo ao conhecimento de Deus
em Sua Palavra. Ali João se tornou sensível às Escrituras e forte em confiança.
Ele descobriu a vida da Palavra de Deus e se tornou totalmente envolvido por
um relacionamento vivo com Deus. João podia ler os profetas e identificar como
eles interagiam com Deus.
João se torna um poderoso homem, entendendo as Escrituras e ouvindo Deus
com clareza. Quando Deus o enviou para o deserto, ele obedeceu. Quando o
Senhor o enviou para iniciar sua proclamação às margens do rio Jordão, ele
obedeceu. A palavra que ele proclamava era: “Arrependam-se!”.
Creio que a agenda de Deus para os nossos dias é muito parecida com este
quadro. Vivemos um momento em que se faz necessário o recolhimento no
deserto, isto é, no lugar de conhecer a Deus e sua Palavra para esta geração. Um
dos propósitos de Deus estar levantando Casas de Oração, Igrejas e Ministérios
com espaços onde pessoas sejam incentivadas a buscar o coração de Deus por
longos períodos e por uma longa estação é que estes lugares se tornem uma
espécie de retiro, de deserto no meio da agitação moderna.
Sem pararmos para estar com Deus e conhecer seu coração, seremos apenas
ecos. Por melhor intenção que tenhamos, não teremos os fundamentos
necessários forjados no lugar de encontro para podermos discernir e liberar a
Palavra de Deus para uma geração que não sabe o que fazer ou para onde ir.
A partir daquele dia, tudo que João fez foi direcionar pessoas quer fossem
estranhos ou seus discípulos para o Cordeiro de Deus. O gozo, prazer e plenitude
de João não eram encontrados nele mesmo, em seu ministério, ou em pessoas se
arrependendo e vindo a ele para serem batizadas. João era o amigo do Noivo e
seu deleite estava no Noivo. Seu gozo se cumpriu quando ele ouviu a voz do
Noivo (Jo 3.29).
Ah! Que sejamos uma geração de precursores nesta última hora. Que nossa
plenitude, prazer e realização estejam na exaltação do Noivo. Que Jesus Cristo
seja o centro. Que Ele seja o começo e o fim. Que Ele seja tudo em todos.
Ah! Como temos que aprender com João Batista! “Convém que Ele cresça e que
eu diminua!” – afirmou ele. Convém que o nome de Jesus cresça nesta hora e
que tudo mais diminua. Convém que ele seja o foco, a razão, o ponto de partida
e o lugar de chegada – Jesus, o Rei dos Reis, o Senhor dos Senhores, o que era,
que é e que há de vir! Jesus a cabeça da Igreja, o nome exaltado sobre todo
nome. Jesus, entronizado nos céus; Exaltado na terra. O que recebeu um nome
superior a todo nome, ao qual todo joelho se dobrará; nos céus, na terra e
debaixo da terra, e ao qual toda língua confessará como Senhor!
A identidAde do precursor
“Mas, então que fostes ver? um profeta? Sim, vos digo eu, e muito mais do que
profeta; Porque é este de quem está escrito: Eis que diante da tua face envio o
meu anjo, Que preparará diante de ti o teu caminho. Em verdade vos digo que,
entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João o
Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele. E, desde
os dias de João o Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela
força se apoderam dele. Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E,
se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos para
ouvir, ouça.”
Mateus 11.9-15
O inteiro significado da vida de João é que ele não era dele mesmo, desde o
início ele foi separado por Deus e para Deus. Não apenas ele foi chamado por
Deus, mas também, ele respondeu ao chamado de Deus e se dedicou totalmente
ao Senhor. João separou-se para Deus, ele não buscava ser grande diante dos
homens, mas sim, ser grande diante de Deus.
“Porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e
será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe.”
Lucas 1.15
João viveu um estilo de vida de separação e jejum. Ele foi viver no deserto, onde
ele restringiu sua alimentação para poucas coisas básicas e sua vestimenta para
apenas uma pele de animal. Isto nos fala de radicalismo e simplicidade e deve
servir de exemplo para nós, para removermos das nossas vidas o máximo
possível de distrações que nos cercam, e para desenvolvermos um estilo de vida
focado no Senhor.
Talvez não iremos para um deserto literal, mas podemos ter períodos de
consagração, onde abriremos mão de coisas e nos ofereceremos totalmente para
o Senhor. Sabemos, pelos discípulos de João, que eles tinham períodos de jejum
(Lc 5.33).
Jejum é uma das grandes ferramentas que temos, não porque o jejum mova Deus
para fazer mais, ou chegar mais perto, ou nos escutar mais. Na verdade, o jejum
não muda Deus, ele nos muda; ele nos posiciona para receber. Quando jejuamos,
estamos nos enfraquecendo para vermos e recebermos a força do Senhor (2 Co
12.9).
Jesus afirmou que depois da sua partida deveríamos jejuar – o jejum por causa
da ausência do noivo. “Então, chegaram ao pé dele os discípulos de João,
dizendo: Por que jejuamos nós e os fariseus muitas vezes, e os teus discípulos
não jejuam? E disse-lhes Jesus: Podem porventura andar tristes os filhos das
bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias, porém, virão, em que lhes será
tirado o esposo, e então jejuarão” (Mt 9.14,15).
Como precursor você também deve falar com ousadia e liderar pessoas à
consagração ao Senhor, como João Batista o fez. O precursor é aquele que cresce
no Senhor no lugar solitário e secreto, mas também vai para fora e direciona
pessoas e os prepara para o Senhor. O gozo do precursor é ver o prazer do Noivo
com sua noiva (Jo 3.29). João tinha discípulos. Ele os preparou para a vinda de
Jesus e os guiou para Ele (Jo 1.35-37).
É claro também que João falou com ousadia. Ele falou a verdade, mesmo
quando as consequências foram prisão e morte (Mt 3.7; Lc 3.18-20). João não
apenas carregava uma mensagem, mas ele mesmo se tornou a mensagem. Da
mesma forma, nós precisamos deixar com que a Palavra de Deus seja viva para
nós, se torne carne em nós, nos transformando na própria mensagem (Jo.15.7).
A mensAgem do precursor
O precursor é aquele que é amigo do noivo. Ele guia as pessoas a um amor por
Jesus, como expressado no primeiro mandamento. Deus nos amou com toda
intensidade do seu amor e em Jesus este amor se manifestou na terra (1 Jo
4.9,10). Nossa única reposta apropriada é amá-lo de volta com a mesma
intensidade: “amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a sua
alma e com toda sua mente” (Mt 22.37).
O Senhor está levantando um povo, que terá prazer de gastar horas e horas no
lugar da oração, contemplando sua beleza, sendo transformado de glória em
glória. Aqueles que encontrarão o amor de Deus e o amarão em retorno com
tudo que eles têm. Este povo descobrirá que o amor de Deus é melhor que a vida
(Sl 63.3; Ct 1.2). Um povo que estará tão consumido com este amor, que não
amará sua própria vida até a própria morte (Ap 12.11).
Em sua primeira vinda, Jesus veio como servo sofredor, para cumprir os
propósitos redentivos de Deus. Em sua segunda vinda, Jesus virá como poderoso
Rei, para governar e reinar toda a terra. “E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o
reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é
um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído”
(Dn 7.14).
Deus dará a Jesus o domínio sobre toda a terra e Ele reinará em um reino sem
fim (Sl 2). Então, nós, seus seguidores, reinaremos com Ele e faremos parte do
seu reino como reis e sacerdotes (Ap 5.10).
Jesus é o único absolutamente reto. Ele é o único que pode trazer perfeita justiça.
Quando Jesus retornar Ele fará com que tudo fique correto e estabelecerá justiça
na terra. Isto também significa que Ele julgará todos que se opõem a Ele (Ap
19.2). “Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de
Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde
agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto” (Is 9.7).
Levante-se! Seja você um precursor! Dedique-se ao Senhor com toda sua força,
todo o seu coração e toda a sua mente!
Capítulo 10
A ausência de lei e a confusão moral estão crescendo nas nações. Estas estão se
envolvendo em crescentes conflitos, inclusive aqueles inspirados por racismo,
terrorismo e imoralidade sexual. Além disso, enfrentamos a ameaça de uma crise
econômica global que será devastadora. Também o rompimento da família e
união conjugal, a rápida aceitação universal da agenda gay e muitas outras
pressões.
Salmos 2.1-3
“Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto
têm transgredido as leis, mudado os estatutos, e quebrado a aliança eterna.”
Isaías 24.5
A crise mais significante no mundo hoje é na própria igreja. Mais e mais líderes
da igreja estão promovendo uma mensagem distorcida da graça, fazendo da
fornicação heterossexual algo leve, celebrando a ordenação de homossexuais,
legalizando o aborto, negando a autoridade das Escrituras, rejeitando Jesus como
único caminho para salvação, descartando a doutrina do inferno, e até
renunciando a divindade de Jesus Cristo. E, no entanto, algumas destas
congregações continuam crescendo.
O mau e as pressões que vemos em nosso mundo hoje provêem uma grande
oportunidade para que a igreja apresente mudanças. Durante períodos de
escuridão, como este que estamos vivendo, o povo de Deus deve se levantar em
fé, com toda determinação para tomar posse do que Deus está dizendo e então
executá-lo com todo seu coração.
Podemos ser guiados pelo livro de Joel, que nos dá uma visão na solução de
Deus para a crescente crise, e que nos diz como responder nestes tempos de
escuridão.
Vamos primeiro olhar para a situação de Israel nos dias de Joel. Joel nós dá um
quadro gráfico da situação (Joel 1). Israel acabara de ter uma crise econômica
nacional, causada pela praga dos gafanhotos, seguida por uma seca que destruiu
sua colheita (vs. 4, 16-20). O resultado foi que tanto o alimento como as finanças
da nação estavam em ruína.
Todas as classes da sociedade foram afetadas pela crise; afetou a todos os líderes
políticos (v. 2), aos líderes religiosos e sacerdotes (vs. 13; 2.17); aos bêbados (v.
5), aos jovens casais (v. 8), aos agricultores (v. 11) e até as crianças. E esta crise
foi só o começo dos problemas para Israel naquela geração. Joel profetizou que
uma crise ainda maior estava por vir na forma de uma invasão militar, pelo
poderoso exército Babilônico (Joel 2.1-9).
As Escrituras são claras em mostrar que crise nacional não é o propósito final de
Deus. Seu desejo é que o Seu povo ande em relacionamento com Ele, e que o
oprimido seja libertado. No entanto, Deus permite certas crises para chamar a
atenção da nação, para que Eles possam focar em sua vontade e seu chamado
para eles.
A mensagem que Deus deu a Israel, através de Joel, no meio da crise, foi boa
notícia – que o povo poderia minimizar a destruição e ver restauração total ao
responder ao o Senhor da forma que Ele desejava.
Joel disse para os líderes convocarem uma assembleia sagrada. Para reunir os
jovens e os velhos e se voltarem para o Senhor de todo coração, com oração e
jejum. Que eles se arrependessem dos seus pecados, que tocassem a trombeta em
Sião, e que clamassem a Deus para experimentar mais da misericórdia e do
poder de Deus.
Joel 2.12,13,15,16
A principal resposta que Deus está buscando, em uma crise nacional, é que seu
povo volte-se para Ele de todo coração e se arrependa pelo pecado em suas
vidas. Infelizmente, é comum, para líderes no corpo de Cristo hoje, recusarem-se
a apontar para a necessidade de cristãos, que estejam em pecado, se
arrependerem, porque os líderes não querem pregar uma mensagem negativa.
Alguns chegam ao extremo de dizer que por causa da morte de Jesus na cruz,
crentes nascidos de novo não precisam mais se arrepender quando tropeçam em
pecado ou quando têm um comprometimento com pecados em suas vidas.
Esta é uma falsa doutrina muito séria. O chamado para o arrependimento era
fundamental para a mensagem de Jesus, João Batista e os apóstolos. O
arrependimento é o caminho para o Reino. Nos arrependemos e recebemos pela
fé, o dom gratuito da justificação de Deus. É também o caminho do Reino. Nos
arrependemos frequentemente por nossas fraquezas à medida que procuramos
andar sob a liderança do Espírito Santo. Temos que andar com Jesus da mesma
forma que o recebemos - pela fé e em arrependimento: “Como recebestes Jesus
Cristo o Senhor, assim também andai nele” (Cl 2.6). Buscar o Senhor com todo o
nosso coração envolve jejum e arrependimento com lamento, isto é, com tristeza
pelos nossos pecados. O Apóstolo Paulo escreveu:
2 Coríntios 7.10
Jesus ensinou, “Abençoados são os que choram, porque eles serão consolados”
(Mt 5.4). O tipo de choro, ou lamento, a que Jesus se refere é uma expressão da
graça de Deus trabalhando em nossos corações. É o resultado da convicção que o
Espírito Santo traz, que produz arrependimento. Isso não é a mesma coisa do que
a acusação de condenação que Satanás traz, depois de termos nos arrependido.
Em Joel 2.13, o profeta chamou o povo para rasgar seu coração, como mostra do
seu profundo arrependimento. O povo era familiarizado com o conceito de
rasgar a roupa pra mostrar dor e desespero. No entanto, Joel insiste com eles
para que rasgassem seus corações e para que se separassem de todo
comprometimento com o pecado.
2 Crônicas 7.12-14
Arrependimento com confiAnçA nA misericórdiA de deus
Joel convoca o povo para voltar para o Senhor, sabendo que o Senhor
responderia de uma forma que seria graciosa, misericordiosa e cheia de grande
bondade.
Joel 2.13,14
Temos segurança em rasgar nosso coração, quando sabemos que o Senhor nos
responderá com bondade e que Ele se deleita em restaurar nossas vidas e nossa
comunhão com Ele.
Durante os dias do rei Davi, ele assegurou ao povo que se eles se arrependessem,
o Senhor não os disciplinaria da forma que eles mereciam: “Não nos tratou
segundo os nossos pecados, nem nos recompensou segundo as nossas
iniquidades” (Sl 103.10).
“Quem é Deus semelhante a ti, que perdoa a iniquidade, e que passa por cima da
rebelião do restante da sua herança? Ele não retém a sua ira para sempre, porque
tem prazer na sua benignidade.”
Miquéias 7.18
“Antes que o decreto produza o seu efeito, e o dia passe como a pragana; antes
que venha sobre vós o furor da ira do SENHOR, antes que venha sobre vós o dia
da ira do SENHOR. Buscai ao SENHOR, vós todos os mansos da terra, que
tendes posto por obra o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; pode ser
que sejais escondidos no dia da ira do SENHOR.”
Sofonias 2.2,3
Joel garante que o desejo do Senhor é o de “se arrepender” e deixar uma bênção
(Joel 2.14). Deus está disposto a transformar uma zona de desastre em um centro
de avivamento da sua bênção, e de trazer libertação e restauração total, se
somente nos arrependermos e clamarmos a Ele em um relacionamento leal de
amor.
tocAi A trombetA
“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a
minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e
perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.”
2 Crônicas 7.14
Uma cultura de oração e jejum na igreja não é opcional. Falta de oração, leva a
falta de discernimento, individualmente e corporativamente, o que acaba por
deixar muitos sem motivação para responderem corretamente na hora da crise.
Ao voltarmos para Deus, com todo nosso coração, Ele liberará uma visitação
histórica do Seu Espírito, para avivar a igreja e restaurar muitas coisas em nossa
nação e no restante do mundo.
Apêndice
A
Casa Internacional de Oração de Kansas City é uma organização evangélica
missionária que tem como principal chamado, sustentar oração e adoração 24/7.
Temos sustentado, pela graça de Deus, oração e adoração contínuas 24/7, desde
19 de Setembro de 1999.
Duas horas por semana são designadas para o levantamento de apoio financeiro.
Nós somos inspirados pelo modelo bem sucedido de arrecadação de sustento
financeiro que os missionários da “Cruzada Estudantil e Profissional para
Cristo” e “Jovens com uma Missão” têm usado por mais de cinquenta anos. Hoje
cada uma dessas Organizações Missionárias têm mais de vinte mil missionários
em tempo integral. Esses dois ministérios têm provado que levantar sustento
como um missionário de tempo integral funciona quando abordamos isto de uma
maneira bíblica.
Nossa maior sala de oração, a Sala Global de Oração, funciona 24/7; o seu nome
reflete o fato de que muitos ao redor do globo se juntam a nós e porque oramos
por muitas diferentes nações e ministérios ao redor do mundo. Nela temos lugar
para setecentas pessoas sentadas.
Com nosso louvor firmado em intimidade com Deus, nós trazemos nossos
pedidos a Ele em uma expressão de intercessão. Nosso santuário 24/7 de
adoração com oração é tanto um lugar de encontro pessoal como um lugar de
intercessão corporativa, onde com ousadia nós nos aproximamos do trono,
levantando nossas vozes em unidade.
Pedimos ao Senhor para que ele derrame o Seu Espírito em Kansas City e em
nossa nação e em outras muitas cidades ao redor da terra. Jesus ama toda a
igreja, com todas diferentes denominações e ministérios. Portanto, temos alegria
em orar por tantas diversas partes do corpo de Cristo. Pedimos a Ele por uma
medida maior do Seu poder no nosso trabalho para alcançar vidas e demais
atividades, e no ministério da igreja para que o seu povo seja mais efetivo no
trabalho ministerial. Somos comprometidos em orar pela colheita, com música,
de um lugar de intimidade com Deus.
Procuramos ser fiéis nos pequenos começos, nos preparando para ver esta
promessa cumprida. O Senhor graciosamente nos ajudou a estabelecer reuniões
de oração de intercessão em 1983 que continuaram diariamente durante
dezesseis anos, enquanto esperamos por Ele para nos dar compreensão sobre
quando e como iríamos começar uma programação de oração com adoração
24/7.
Em nosso primeiro ano cerca de dez a quinze pessoas, além da equipe de louvor,
participavam da maior parte das reuniões de oração. Mas não era incomum,
especialmente durante a noite, que uma equipe de louvor tivesse apenas dois ou
três músicos e cantores. O Senhor muitas vezes nos encorajou a não desprezar o
dia de pequenos começos (Zc 4.10). Hoje ainda continuamos a buscar entender o
que significa operar “no espírito do tabernáculo de Davi”.
Em 2003, começamos a transmitir nossa sala de oração 24/7 pela Internet. Então,
em 2007, GOD TV começou a transmiti-la ao vivo ao redor do globo. Ao longo
dos anos multidões de cerca de duzentas nações oraram conosco conectadas
através da Internet. Somente em 2012 tivemos mais de um milhão de pessoas
diferentes assistindo pela Internet ao vivo de cento e noventa e seis nações.
Agora mais que cinquenta mil visitantes todo ano vêm de diferentes nações para
nos visitar em Kansas City, principalmente para passar o tempo na sala de oração
e receber treinamento em conferências ou seminários, e assim por diante. Eles
muitas vezes vêm em grupos e costumam ficar por vários dias ou semanas.
Muitos visitantes, locais e internacionais, voltam para casa encorajados a
estabelecer reuniões diárias de adoração e oração em suas igrejas locais.