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Brazilian Journal of Development 57622

ISSN: 2525-8761

Uma análise do fenômeno turístico em relação a loucura: um histórico


de como a loucura era tratada na idade média e moderna em
comparação com os dias atuais e sua memória nos museus brasileiros

An analysis of the tourist phenomenon in relation to madness: a


history of how madness was treated in the middle and modern ages
compared to present days and its memory in brazilian museums
DOI:10.34117/bjdv8n8-183

Recebimento dos originais: 21/06/2022


Aceitação para publicação: 29/07/2022

Anny Gabrielly Peixoto de Oliveira


Mestranda em Turismo e Hospitalidade pela Universidade de Caxias do Sul (UCS)
Instituição: Universidade de Caxias do Sul (UCS)
Endereço: Rua Francisco Getúlio Vargas, 1130, Petrópolis, Caxias do Sul
E-mail: agpoliveira1@ucs.br

Maria Jacqueline Ramos Iwata


Mestranda em Turismo e Hospitalidade pela Universidade de Caxias do Sul (UCS)
Instituição: Universidade de Caxias do Sul (UCS)
Endereço: Rua Francisco Getúlio Vargas, 1130, Petrópolis, Caxias do Sul
E-mail: jackiwata@hotmail.com

Maria Adriana Sena Bezerra Teixeira


Doutora em Educação pela Universidade de la Empresa e reconhecida pela
Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC)
Instituição: Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
Endereço: Av. Leonardo Malcher, 1728, Praça 14 de Janeiro, Manaus
E-mail: msteixeira@uea.edu.br

Lúcia Claudia Barbosa Santos


Especialista em Metodologia do ensino da Língua Inglesa pela Universidade Federal do
Amazonas (UFAM)
Instituição: Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
Endereço: Av. Leonardo Malcher, 1728, Praça 14 de Janeiro, Manaus
E-mail: luciaclaudia.santos@gmail.com

RESUMO
Atualmente no Brasil, a loucura pode ser considerada como um atrativo, porém com uma
abordagem ética exibida pelos museus e com a arte produzida por trás. Tendo isso em
vista, a pesquisa tem como objetivo geral a avaliação do fenômeno turístico em relação à
loucura, observando seu histórico, ética e relevância para o turismo no Brasil. Quanto aos
objetivos específicos são: levantar um histórico de como a loucura era tratada na Idade
Média e na Idade Moderna; contrastar a ética turística com o tratamento para com o louco
no Brasil; mapear os museus da loucura no Brasil, analisando a influência exercida por
esses museus para o destino turístico. O estudo tem caráter transversal, qualitativo e de
revisão de literatura, seus objetivos são exploratórios, com a amostra não-probabilística
intencional, os procedimentos técnicos de coleta de dados foram documental e

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bibliográfico. Os resultados apontaram que atualmente estes museus servem como


atrativos turísticos para aqueles que se interessam pela história local, além de contribuir
com a economia da região receptora. O estudo busca fazer reflexão para que não sejam
repetidas as atrocidades ocorridas no passado citados nesta pesquisa.

Palavras-chave: turismo, loucura, história, museus, Brasil.

ABSTRACT
Currently in Brazil, madness remains an attraction, but with an ethical approach exhibited
by museums and with the art behind it. With this in mind, the research has as its general
objective the evaluation of the tourist phenomenon in relation to madness, observing its
history, ethics and relevance for tourism in Brazil. As for the specific objectives, they are:
to survey a history of how madness was treated in the Middle Ages and in the Modern
Age; to contrast the tourist ethics with the treatment of the insane in Brazil; to map the
museums of madness in Brazil, analyzing the influence exerted by these museums on the
tourist destination. The study has a transversal, qualitative and literature review character,
its objectives are exploratory, with an intentional non-probabilistic sample, the technical
procedures for data collection were documentary and bibliographic. The results showed
that these museums currently serve as tourist attractions for those who are interested in
local history and rebuilding it, promoting the economy of the receiving region. The study
seeks to reflect so that the atrocities that occurred in the past mentioned in this research
are not repeated.

Keywords: tourism, craziness, story, museums, Brazil.

1 INTRODUÇÃO
A psiquiatria vê a loucura como uma doença de natureza mental, que ao ser
designada, é estabelecido um tratamento para a mesma para que o comportamento seja
eliminado ou reduzido. Muitas vezes a loucura é um fenômeno que serve para a
intolerância e exclusão, em alguns casos a internação é necessária. A psiquiatria e
psicologia lutam para que esse rótulo seja eleiminado, dando um novo conceito para
transtornos mentais (JUNIOR e MEDEIROS, 2007).
Trazendo para um conceito mais simplista, a loucura de acordo com o Dicionário
Michaelis, é uma doença mental considerada como uma “alienação total do indivíduo em
relação aos fatos que lhe são pertinentes”, algo que remete a falta de senso ou que está
fora das normas estabelecidas pela sociedade. Assim, no passado o governo buscava
excluir e segregar os portadores de doenças mentais.
Antes de continuar a pesquisa, é importante deixar claro que “louco” é um termo
pejorativo e que não deve mais ser usados nos dias atuais, tal como o termo “hospício”.
Dessa forma, no decorrer da pesquisa os termos foram usados, mas em um sentido que
remete ao passado, já que essas eram as formas de se referirem aos portadores de doenças

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mentais e seus locais de estadias, chamados hoje em dia de hospitais psiquiátricos.


Destaca-se que na Idade Media e Idade Moderna, a fascinação pela loucura, foi um
dos atrativos turistico no qual a elite da época buscava vislumbrar aquela realidade que o
governo tentava esconder de qualquer forma, onde as pessoas consideradas loucas eram
trancafiados e ficavam a mostra da sociedade.
O presente estudo tem como objetivo geral avaliar o fenômeno turístico em
relação a loucura e para atender esse objetivo, tem-se os objetivos específicos no qual o
primeiro foi levantar um histórico de como a loucura era tratada na Idade Média e na
Idade Moderna; o segundo é contrastar a ética turística com o tratamento para com o louco
no Brasil; e o terceiro é mapear os museus da loucura no Brasil, analisando a influência
exercida por esses museus para o destino turístico.
A justificativa dessa pesquisa se dá pela aproximação das autoras com o turismo e
a importancia historica em revisar o fenomeno turismo com relação a loucura no decorrer
dos anos, além disso as autoras também admiram o potencial que os museus possuem de
relembrar o passado, manter e conservar a memoria de uma determinada época,
valorizando a sua cultura e história. Além de contribuir com estudos de pesquisas
academicas, também pode ser um atrativo turístico local, no caso desta pesquisa, os
museus pesquisados foram os museus psiquiátricos localizados nos estados de Minas
Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Destaca-se ainda a importância dos museus para a
economia local através do turismo onde as histórias desses locais citados acima são
trazidos a tona.
No ponto de vista da academia, não há muitos estudos em relação a história da
loucura com oturismo, onde muitos consideram áreas totalmente diferentes, mas na
verdade é mais uma forma que prova o quanto o turismo é interdisciplinar e
multidisciplinar. Vale ressaltar também que esse trabalho foi apresentado no XII
Semintur Jr – Semear Turismo e Hospitalidade para um Novo Mundo, em 2021.

2 METODOLOGIA
Entende-se que a metodologia mostra os caminhos percorridos pelo pesquisado
para encontrar os resultados associados aos objetivos específicos e como ocorreu a
investigação, que no caso é a respeito do turismo associado a loucura na Idade Média e
Moderna e seus museus a partir dos hospitais psiquiátricos no Brasil.
Quanto a abordagem da pesquisa, considera-se qualitativa e documental,
conforme aponta Michel (2009), a pesquisa qualitativa não se comprova de forma

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numérica ou estatística, possibilitando uma análise detalhada, abrangente e consistente,


com argumentação lógica de ideias.
A respeito dos objetivos metodologicos, caracteriza-se como pesquisa descritiva
no qual envolveu um profundo levantamento da revisão bibliográfica e análise, buscando
interpretar o fenômeno turístico em relação a loucura registrados em museus brasileiros,
observando seu histórico, ética e a relevância para o turismo no Brasil. Caracteriza-se
também como pesquisa exploratoria pelo fato de buscar maior familiaridade sobre o
objeto de estudo, e quanto aos procedimentos técnicos são bibliográficos.
O estudo também é considerado de caráter transversal, já que os dados desse foram
analisados em uma única ocasião, em um determinado momento do tempo, conforme
aponta Hulley et. all. (2015).
A respeito da amostra, é não probabilística intencional, pois os elementos foram
selecionados pelas pesquisadoras mediante aos debates relatados durante a pesquisa prévia
sobre o assunto. Dessa forma foi analisado a história de quatro hospitais psiquiátricos e
seus respectivos museus Os critérios de inclusão são os hospitais psiquiátricos que
possuem museus, os quais relatam sobre os casos que ocorreram ali no passado. Não estão
incluídos os hospitais psiquiátricos que não possuem um museu ou memorial sobre o
passado remoto que aconteceu naquela localidade. A análise de dados se deu por meio da
descrição, e quadros obtidos por meio da pesquisa bibliográfica e documental. Os
procedimentos técnicos foram obtidos por meio bibliográfico e documental, utilizando
livros, artigos e documentários de turismo, psicologia e metodologia.

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Houve sempre um mistério em relação a loucura em que havia uma forma de
discriminação por trás e a forma em que era lidado e foi se modificando com o tempo,
sendo algo tido como construção histórica desenvolvida a partir do contexto social. A
partir do século XVIII, os considerados loucos no Brasil passaram a ser trancafiados em
instituições para a estratégia de higienização (CUNHA, 2019).
O sociólogo Goffman, explica que uma instituição total é um lugar onde um
pequeno grupo foi separado da sociedade e viviam de forma reclusa em alguma
instituição por um período de tempo (GOFFMAN, 1974). Vendo por essa ótica, podemos
dizer que um hospital psiquiátrico é uma forma de instituição total, mas voltado para
pessoas que necessitam de algum tipo de intervenção em um âmbito psicológico e
psiquiátrico.

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Antigamente, hospitais psiquiátricos se utilizavam de tratamentos dúbios, que hoje


em dia estão em desusos pelo fato de serem desumanos e considerados ineficientes para
o tratamento de pessoas que necessitam de tratamentos desta natureza. No Brasil, se deu
com o surgimento das Santas Casas, onde os portadores de doenças mentais eram
confinados e o uso de castigos era algo comum para sessar os comportamentos agitados
(CUNHA, 2019). Com o tempo, esses locais de internação acabaram por virar um espaço
cultural museólogo, onde qualquer pessoa pode visitar para entender melhor o passado
difícil vivido ali.
E falando sobre museus, de acordo com o Conselho Internacional de Museus –
ICOM (2022), museu é algo feito para a sociedade e seu desenvolvimento, sendo uma
instituição sem fins lucrativos. É um local que tem uma responsabilidade social onde há
estudos, conservação e a exposição de testemunhos e materiais do que o homem e o meio
ambientes vivenciaram no passado. A exposição histórica nestes museus trata-se de uma
forma educativa, como também um atrativo turístico, além de ser uma forma da população
local conhecer a sua história e desenvolver o sentimento de pertencimento local.
Outro benefício dos museus é no impactos econômicos, gerando fluxo financeiro
para um território, além de impactos diretos ou indiretos valoriznado a área urbanística em
seu entorno, já que atraem pessoas para aquele local, além de emprego e segurança, e por
consequência uma valorização maior de imóveis, sendo também fatores chaves para o
turismo em uma região (INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS, 2014).
O turismo é uma atividade econômica que gera um deslocamento, de um percurso
a outro, no qual o ser turista precise ficar mais de um dia e menos de 365 dias, e que não
gere nenhuma forma de remuneração. O turismo é algo muito amplo e as pessoas tem
preferencias diferente, e por conta disso geram demandas distintas. Assim sendo, a
segmentação dentro do turismo é a melhor forma de ter uma boa qualidade de atendimento
e de administrar o empreendimento ou serviço turístico. Pensando em público que gosta
de realizar o turismo em locais que ocorreram desastres com o objetivo de entender mais
sobre a história local, veio a segmentação do turismo mórbido.
O turismo mórbido surgiu a partir do momento em que apareceu pessoas que
tinham uma fascinação pela história de tragédias que ocorreram no mundo. Isso não é algo
recente, os jogos realizados no Coliseu, onde a população gritava em êxtase quando um
gladiador morria na arena, são um exemplo dessa prática (Monteiro et. al., 2010).
Neste sentido, o turismo mórbido pode ser definido como o ato de realizar uma
viagem para lugares associados a tragédias, morte e sofrimento provocados pelos seres

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humanos, e que esses lugares se tornaram algo maior que um simples local de memória,
mas também atrações turísticas (PEREIRA, 2020).
Conforme aponta Stone (2006), o turismo mórbido ou dark tourism (turismo
sombrio) é subdividido em segmentos para melhor entende-lo. O primeiro é o Dark Fun
Factories (Produção de diversão sombria) onde o foco são as atrações e passeios feitos a
partir de uma infraestrutura e tecnologia pensada para esse tipo de público. Há a
modalidade Dark Dungeons (Masmorras sombria) no qual o produto gira em torno de
visitações em antigos tribunais e prisões.
O próximo segmento gira em torno do Dark Resting Places (Lugares de descanso
escuros) que aponta a visitação em cemitérios como uma forma de produtos em potencial.
Há também o Dark Shrines (Santuários sombrios) que são santuários em que há o
comércio de recordações com o objetivo de respeitar aos entes queridos enterrados
(STONE, 2006).
Outra modalidade é o Dark Conflict Sites (Lugares de conflito sombrio) que são
os locais que ocorreram guerras e campos de batalha importantes para a humanidade.
Tem-se também o Dark Camps Genocide (Campos de genocídio sombrio) que é voltado
para locais que foram marcados pelo genocídio contra alguma população específica,
gerando toda uma carga emocional para o praticante (STONE, 2006).
E como última segmentação do dark tourism, tem-se a Dark Exhibitions
(Exposições sombrias) o segmento apontado nesse estudo. Nesta modalidade são
incluídas os museus e memoriais que exibem a morte e o sofrimento tendo foco educativo.
Os quatro museus relacionados a presente pesquisa tem o objetivo de informar
sobre o que foi relatados pelos pacientes naquele local, deseja-se que tal fatos desumanos
e dolorosos não voltem a se repetir.
No quadro 1 está representado os nomes e as localizações dos museus voltados
para a obra e a memória dos hospitais psiquiátricos pelo Brasil.

Quadro 1 – Museus da Loucura pelo Brasil.

Nome do Museu Hospital Psiquiátrico Derivado Cidade e Estado

Hospital Psiquiátrico Franco da Franco da Rocha – São


Museu de Arte Osório César
Rocha Paulo

Museu de Arte ContemporâneaBispo Rio de Janeiro – Rio de


Colônia Juliano Moreira
do Rosário Janeiro
Rio de Janeiro – Rio de
Museu da Imagem do Inconsciente Hospício Nacional Dom Pedro II
Janeiro

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Museu da Loucura Hospital Colônia de Barbacena Barcfena – Minas Gerais


Fonte: Autoras, 2021.

4 A FASCINAÇÃO DA LOUCURA E O TURISMO


Durante a Idade Média, a sociedade burguesa da época queria se proteger dos que
eram considerados loucos, a imagem que esses indivíduos tinham era de animais
extremamente ferozes, e a loucura era vista como um problema de segurança pública e
essas pessoas tinham que ser separadas o mais rápido possível da sociedade (OLIVEIRA,
2020).
Ainda durante a Idade Média, os loucos passaram a ser expostos para que toda a
sociedade pudesse vê-los, muitos indivíduos eram retirados de um caráter e vida feudal e
familiar para serem expostos em público nas cidades. Na Alemanha, em algumas
Narrtürmer4, haviam janelas gradiadas, onde quem estava do lado de fora conseguia
observar perfeitamente os portadores de doenças mentais ou os que eram considerados
loucos para a sociedade da Idade Média que estavam ali instalados. Essas pessoas eram
consideradas atrativos ao público, e colocadas na entrada da cidade para que, quem
chegasse pudesse ter esse vislumbre de imediato (FOUCALT, 1978).
Práticas parecidas continuaram e se espalhar na Europa, já na Idade Moderna,
mais precisamente por volta do ano de 1815, nas cidades de Paris e Londres a exibiam
esses indivíduos como forma de atrativos.

5 O MUSEU DE ARTE OSÓRIO CÉSAR


O Museu de Arte Osório César está localizado no municío de Franco da Rocha em
São Paulo, na Avennida dos Coqueiros, 441, no Centro da cidade, no estado de São Paulo.
A figura 1 aponta como está sua apareência atualmente.

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Figura 1 – Museu de Arte Osório César

Fonte: Prefeitura de Franco da Rocha, 2020.

O Museu de Arte Osório Cesar é originário do que hoje é chamado de Hospital


Psiquiátrico Franco da Rocha, sendo um dos primeiros centros destinados ao
tratamento de doenças psiquiátricas no Brasil. Esse hospital começou a ser construído a
partir do ano de 1894, e com suas obras finalizadas em 1898, tendo como idealizador e
fundador Francisco Franco da Rocha, psiquiatra brasileiro, pioneiro em uso de técnicas
modernas no tratamentode doenças mentais no Brasil, sendo também um dos primeiros a
divulgar as concepções de Freud no Brasil. Mesmo sem nunca ter exercido a clínica
psicanalítica, serviu como inspiração para Durval Marcondes, considerado o fundador do
movimento psicanalítico no Brasil.
O hospital foi construído com tudo de mais moderno para a época, sendo inspirado
em um modelo de tratamento de hospitais franceses, utilizando a agricultura como terapia,
onde seu primeiro nome foi Asílo de Alienados do Juqueri, em 1928 passou a se chamar
Hospital e Colônias de Juqueri e mais tarde, Hospital Psiquiátrico do Juqueri, e logo se
tornou referencia em psiquiatria no Brasil, sendo o maior da América Latina em sua
época.
Durante uma época, o hospital de utilizou de práticas de lobotomia e leucotomia,
práticas essas que chegaram no Brasil pelo neurocirurgião do próprio hospital
chamado Aloysio Mattos Pimenta. Esse modelo de tratamento feriu os preceitos éticos
da medicina,pois ainda não haviam experimentos o suficiente em animais, mas já estavam

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fazendo em seres humanos, fato considerado abusivo das práticas médicas.


Com o passar dos tempos, o modelo idealizado foi se perdendo, e o hospital era
considerado um depósito para pessoas que, supostamente não poderiam viver em
sociedade. Isso fez com que nos anos de 1950 o hospital já contava com mais de 11 mil
pacientes, e na época de 1970 chegou ao seu auge com 16 mil pacientes morando no
complexo.
A violência estava por trás do tratamento, por ordem dos diretores do hospital. Os
pacientes viviam em condições insalubres e os usos dos remédios não tinha muito critério.
Durante a ditatura civil-militar, muitos presos políticos eram levados para o manicômio
sem identificação, mas sim apenas um número, sendo identificado como “ignorado
número x”, fazendo com que o hospital tenha sido cúmplice do estado para a manutenção
da ditadura militar (SAKAGUCHI e MARCOLAN, 2016).
Osório Cesar foi um dos médicos que trabalhou no Juquery, onde começou a
analisar aforma que os pacientes se expressavam de forma artística, passando a ser um
grande incentivador de obras artísticas produzidas pelos pacientes. Osório foi um dos
correspondentes de Freud no Brasil, onde o mesmo elogiou o trabalho desenvolvido pelo
médico brasileiro no Juquery (RIBEIRO, 2019).
O médico começou a estudar essas obras produzidas pelos pacientes, chegando a
publicar livros como o de 1929, chamado de A expressão artística nos alienados:
Contribuição para o estudo dos symbolos na arte. Vários outros médicos passaram a se
inspirar em Osório para inserir sua metodologia em seus respectivos hospitais
psiquiátricos. As obras foram tantas que acabou sendo criado o Museu Osório Cesar nas
dependências do hospital, sendo considerado um símbolo da arte terapia no Brasil
(RIBEIRO, 2019).

6 MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA BISPO DO ROSÁRIO


O Museu de Arte Contemporânea Bispo do Rosário está localizado em Curicica,
no Rio de Janeiro, a figura 2 exibe como o museu se encontra atualmente.

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Figura 2 – Museu de Arte Contemporânea Biispo do Rosário

Fonte: TripAdvisor, s/d.

O Museu de Arte Contemporânea Bispo do Rosário, não é um museu


exclusivovoltado para pacientes psiquiátricos, mas tem várias exposições e uma delas é
derivada do hospital Colônia Juliano Moreira, inaugurado em 1924. O local foi criado
para internar homens e depois de um tempo mulheres que não estavam adequados para
os padrões da sociedade (ALMEIDA et all. 2017).
A colônia foi criada com aquela ideologia psiquiátrica que tinha na época, onde
os indivíduos considerados diferentes deveriam ser internados para que o resto da
sociedade não se “contamine” com a alienação dos desviantes, e assim essas pessoas
seriam capazes de curar esse comportamento considerado errôneo para a comunidade em
geral. (ALMEIDA et. all. 2017) No início da década de 1940 houve uma reorganização
no Ministério da Educação e Saúde e houve a criação do Serviço Nacional de Doenças
Mentais – SNDM para que seja modernizado o tratamento para com os doentes mentais,
a partir disso, muitos hospitais passaram a se adequar, dessa forma a Colônia Juliano
Monteiro iniciou algumas atividades recreativas, artísticas e esportivas para seus
pacientes (ARAÚJO e JACÓ-VILELA, 2018).
Com o que foi criado na colônia pelos pacientes foi realizada a 1ª Exposição de

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Pintura e Arte Feminina Aplicada da Colônia Juliano Moreira, e logo depois foi realizado
um congresso em Paris intitulado de 1º Congresso Internacional de Psiquiatria, que
contou com obras vindas do Hospício do Juquery, do Hospício Nacional de Dom Pedro II
e da Colônia Juliano Moreira (ARAÚJO e JACÓ-VILELA, 2018).
Nos dias de atuais, as construções mais antigas da Colônia Juliano Moreira é o
Núcleo Histórico Rodrigues Caldas, compondo o Circuito Cultural Colônia. Em 2015 foi
implementado o Circuito Cultural Colônia, no Museu Bispo do Rosário de Arte
Contemporânea que se utiliza do conceito de Museu Expandido, que conta com elementos
da arquitetura, históricos, cultural do local para que haja sua valorização memorial
(COLÔNIA JULIANO MOREIRA, s/d).

7 MUSEU DA IMAGEM DO INCONSCIENTE


O Museu da Imagem do Inconsciente está localizado na cidade do Rio de Janeiro,
na Rua Ramiro Magalhães, 521, no bairro Engenho de Dentro. Na figura 3 mostra um
pouco da parte de dentro do museu com suas obras

Figura 3 - Museu da Imagem do Inconsciente

Fonte: Leite, 2022.

O Museu da Imagem do Inconsciente é originário do Hospício Nacional de Dom

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Pedro II, inaugurado no ano de 1852, sendo o primeiro tipo de instituição a funcionar no
Brasil que abrigasse os chamados de alienados. Foi pensado que os hospitais psiquiátricos
da época serviam como uma forma de controle social das cidades, isso se deu por causa
dos registros de internações, que tem um claro destaque o papel da polícia na inserção de
desviantes. Com isso, foi visto que a polícia auxiliou na caçada àqueles que não se
encaixavam dentro dos padrões normativos da sociedade (RIBEIRO, 2016;
FACCHINETTI e REIS, 2016).
Inicialmente, quem tinha um poder aquisitivo maior e era internado no Hospício
Nacional Dom Pedro II tinha privilégios maiores de quem não tinha capital. Nos estudos
analisados, no período que o Brasil se tornou uma República, foi visto que qualquer pessoa
que era considerada pobre, bêbado, desordeiros e que de alguma forma não estava de
acordo com os padrões da época, poderia ser internado(a) naquele local, sem qualquer
burocracia. No caso, quando uma pessoa estava ali para ser internada a mando da família
então o processo era mais burocrático.
A maioria dos pacientes ali internados, voltavam ao convívio da sociedade. No ano
de 1946, uma médica chamada Nice Silveira assumiu a Seção de Terapia
Ocupacional, a médica não concordava com o tratamento utilizado pelos pacientes na
época e pela forma desumana que eram tratados. Pensando nisso, Nice montou um ateliê
de pintura e modelagem onde os internados poderiam expor suas emoções, conflitos e
pensamentos a fim de entender o que o paciente sentia e acompanhar sua recuperação
(BEGALLI E e SILVEIRA, 2020).
A partir do que foi produzido nesse ateliê foi criado o Museu de Imagem do
Inconsciente em 1952, com um acervo atual de 350 mil obras, onde algumas delas foram
tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. Além
disso, omuseu possui o registro latino americano do “Programa Memória do Mundo” da
UNESCO em 2017. O objetivo do trabalho da Nice é reabilitar e não mais segregar, esse
ateliê é visto como um local agradável, um ambiente voltado para a aceitação, e o Museu
é voltado para a educação, combate ao preconceito, injustiças e desigualdade social.

8 MUSEU DA LOUCURA
O Museu da Loucura está localizado na cidade de Barbacena, no estado de Minas
Gerais, na rua 14 de Agosto, s/n, no Bairro Floresta. A figura 4 mostra como está a sua
fachada no momento.

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Figura 4 – Museu da Loucura

Fonte: Azevedo, 2018.

O Museu da Loucura é originário do Hospital Colônia de Barbacena, inaugurado


em 1903, tinha a ideologia de aplicar o trabalho como forma de terapia, porém o que
ocorria era a exploração da força de trabalho dos pacientes para a manutenção do que
fosse necessário, sendo tratados de forma precária, chegando até a falecer onde era um dos
principais fornecedores de cadáveres para faculdades de medicina para todo o país. Não
havia muito critério para ser internado na instituição, principalmente depois de ser
difundido o pensamento eugenista pela Liga Brasileira de Higiene Mental – LBHM, onde
apontava que qualquer pessoa que seja portadora de transtornos mentais era considerada
degenerado (KYRILLOS e DUNCKER, 2017).
Além disso, qualquer forma de marginalização ou qualquer coisa que incomodava
as elites da época, era motivo para a internação de um determinado indivíduo no Hospital
Colônia de Barbacena, muitas vezes pessoas em situação de rua ou “vagabundos” eram
levados para o hospital. Isso fez com que muitas pessoas fossem internadas no local sem
uma razão coerente, abrindo precedente para várias mortes que ocorreu no local, já que
esses indivíduos eram considerados indesejáveis para o padrão social da época, deveriam
manter-se longe da sociedade. Esse período de ideologia eugênica ficou conhecido como
o Holocausto Brasileiro (KYRILLOS e DUNCKER, 2017).
O hospital foi fechado eventualmente, e em 1996 surge o chamado Museu
da Loucura, empreendimento esse que foi inspirado a partir de uma exposição que
ocorreu em 1987 no Palácio da Artes em Belo Horizonte. Diferentemente dos museus que

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foram citados acima, o Museu da Loucura não possui em seu acervo obras feitas pelos
pacientes, o que tem no local são instrumentos que eram usados onde é possível imaginar
como era o sofrimento que os indivíduos passavam ali e como era o funcionamento da
instituição. Quem visita o museu, consegue entender o que cada paciente que passou pela
instituição vivenciou em sua trajetória, a sensação de medo, anseios e o abandono pela
sociedade (ORSI, 2013).

9 CONCLUSÃO
Os museus aqui estudados, servem como atrativos turísticos para aqueles que se
interessam pela história local, fomentando a economia da região receptora, como por
exemplo, o caso de Barbacena, que de acordo com o site de notícias G1 (2017), o museu
possui um papel fundamental para o fluxo turístico regional e precisa de apoio para que a
geração e formalização dos estabelecimentos de meios de hospedagens tenham mais
empregos.
Os museus da loucura espalhados pelo Brasil, tem uma história mórbida por trás e
bem recente. As histórias que ocorreram por lá acabaram a um pouco mais de 50 anos,
trazendo à tona uma realidade não tão distante do que está sendo vivido atualmente,
mostrando como o sistema brasileiro de tratamento para pessoas com transtornos mentais
mudou a pouco tempo.
Com o objetivo de honrar a memória dos que passaram por ali, foram criados esses
museus, para que de uma certa forma, estas pessoas que foram esquecidas e jogadas
naquelas instituições psiquiátricas fossem lembradas e que façam da arte a sua voz,
trazendo a tona o que o Brasil tentou esquecer de forma forçada, sendo algo exibido com
tanto carinho para educar e serem lembrados.
Os museus são de grande influência e de importante significância para o turismo
cultural local, no caso dos museus citados no estudo, acabam fomentando o turismo
mórbido que ajudam a reconstruir a história local para quem quer que os visite, seja
visitante ou residente.
É interessante analisar que, a partir de uma realidade tão sofrida do passado se
transformou em um propósito de arte pela celebração da vida daqueles que faleceram em
decorrência de uma forma de tratamento que na época acreditava-se ser o ideal. Com isso
pode-se dizer que por causa disso a loucura continua atrativa e fascinante para o público.
Esse encontro com o passado retratados pelos museus não são apenas através de imagens
negativas e repulsivas, mas sim, mostrar a realidade da época, e também contribuir como

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reflexão para que não sejam repetidas as atrociidades do passado citados neste estudo.
Percebe-se que outra contribuição desses museus é manter viva a história local tanto para
os moradores como para quem visita.

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