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Extrato Pirolenhoso
Extrato Pirolenhoso
DO EXTRATO PIROLENHOSO NA
AGRICULTURA
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Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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1. Introdução
Contudo, estudos com EP bruto não devem ser descartados, uma vez que o apontam como
um agente antifúngico ecológico com baixa toxicidade em comparação aos comerciais
utilizados na produção de borracha natural (BN), onde se faz necessário a utilização de
agentes com propriedades fungicidas devido ao alto teor de umidade das folhas de BN
impulsiona o crescimento de fungos (BAIMARCK e NIAMSA, 2009).
O extrato pirolenhoso tem sido utilizado há tempos no Japão, sendo constatados, a partir
da combinação do EP com finos de carvão, efeitos positivos no desenvolvimento radicular e
na produção de arroz (ZANETTI et al., 2003; TSUZUKI et al.,1989).
No Brasil, a eficiência do EP não está bem definida, pois as pesquisas científicas na área
ainda são limitadas. Deste modo, este trabalho tem por objetivo reunir informações através
de uma revisão da literatura produzida entre os anos de 1989 a 2017, fornecendo um
apanhado geral no que se refere às características do Extrato Pirolenhoso e seu uso na
agricultura, haja vista que, geralmente, os conhecimentos encontram-se dispersos.
O extrato pirolenhoso tem em sua composição mais de 200 substâncias como álcoois,
fenóis e derivados de lignina, com pH 3,09 e 3,27 mS/cm que variam com relação a espécie
utilizada, temperatura e forma de obtenção (MUNGKUNKAMCHAO et al., 2013; WU et al.,
2015). Foram utilizados EP de eucalipto obtidos de duas formas: em escala industrial junto a
um produtor de carvão vegetal e em escala de laboratório como mostrado na Tabela 1
(ALMEIDA, 2012).
Vale et al. (1996) afirmaram que a carbonização do eucalipto, por propiciar um menor
rendimento gravimétrico em gases condensáveis (GC), produziu, pois, maiores rendimentos
em gases não condensáveis (GNC) (25,83 %) em comparação ao Carvoeiro (16,15%), ou
seja, um maior rendimento para GC equivale a um menor para GNC.
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Os rendimentos em extrato pirolenhoso das espécies de acordo com Matos (2010) e Souza
et al. (2016) foram obtidos pela divisão do peso do EP pelo peso da madeira seca, resultado
este multiplicado por 100, para que seja expresso em porcentagem.
(ZEFFERINO et al., 2016). Segundo os autores, o extrato pirolenhoso possui potencial para o
controle de pragas e doenças quando aplicado em diluições.
No combate à leprose dos citros, doença causada pelo ácaro Brevipalpus phoenici, o
aumento da concentração de EP, a partir da concentração 1,33% (v/v), proporcionou a
mortalidade do ácaro após 24 horas da aplicação dos tratamentos, comparação ao tratamento
testemunha. A maior concentração, de 5,33 % (v/v), promoveu maior taxa de mortalidade,
correspondendo a 93 % para EP destilado e 41 % para EP decantado (ALVES et al., 2007).
Além disso, o EP pode ser utilizado no combate de nematóides. Observou-se que nas culturas
de Meloidogyne incognita, e de Meloidogyne javanica in vitro, as concentrações de 1,5 % e 2
% reduziram a eclosão de juvenis, e na cultura de Tylenchulus semipenetras in vitro, todas as
concentrações, 1 %; 1,5 % e 2 %, com exceção da 0,5 %, reduziram consideravelmente a
taxa de eclosão de juvenis de nematóides (CORBANI, 2008). Contudo, ainda há a
necessidade de se entender os mecanismos de como funciona o EP no combate de pragas e
doenças em plantas e os estudos sobre a utilização do produto são escassos.
5. Considerações finais
6. Agradecimentos
7. Referências bibliográficas
BAIMARK, Y.; NIAMSA N. Study on wood vinegars for use as coagulating and antifungal
agents on the production of natural rubber sheets. BIOMASS AND BIONERGY, v. 33, p. 994
– 998. 2009.
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