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Alvorada de Minas
Conceição do Mato Dentro
Dom Joaoaquim
MINAS GERAIS
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Ficha Catalográfica
Anfíbios : Alvorada de Minas, Conceição do Mato Dentro,
A579 Dom Joaquim : Minas Gerais / Bruno Pimenta ... [et al.] ;
fotografia Roberto Murta. -- Belo Horizonte : Bicho do
Mato, 2014.
196 p. : il. color. ; 24 cm.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-61359-04-1
CDD 597.8098151
Bruno Pimenta
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Bruno Pimenta
Danielle Costa
Roberta Murta-Fonseca
Tiago Pezzuti
ANFÍBIOS
Alvorada de Minas
Conceição do Mato Dentro
Dom Joaquim
MINAS GERAIS
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SumÁRIO
PREFÁCIO............................................................06
APRESENTAÇÃO..................................................07
AGRADECIMENTOS.............................................09
INTRODUÇÃO......................................................11
ANFÍBIOS............................................................16
VOCALIZAÇÃO....................................................23
REPRODUÇÃO.....................................................25
CONSERVAÇÃO DE ANFÍBIOS ANUROS.................31
GLOSSÁRIO ILUSTRADO......................................38
CHAVE DE ADULTOS...........................................159
CHAVE DE GIRINOS.............................................173
BIBLIOGRAFIA..................................................190
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PREFÁCIO
As formações serranas do interior de Minas Gerais destacam-se por seu esplendor
visual, paisagens únicas e por suas riquezas minerais e biológicas. Além disso, as
serras correspondem a formações onde espécies endêmicas são encontradas com
frequência, representando ambientes relevantes para a sua preservação.
Dentre essas formações destaca-se a Serra do Espinhaço, uma cadeia montanhosa que
constitui uma área única em termos de formações geológicas, riqueza de paisagens e
uma alta diversidade de espécies faunísticas e florísticas, muitas exclusivas da região,
que se estende desde a região central do estado de Minas Gerais até o norte da Bahia.
Apesar de o número de especialistas em anfíbios no Brasil ter apresentado um
crescimento expressivo nos últimos anos, pouco se conhece sobre esses vertebrados,
especialmente face à imensa diversidade ainda inexplorada. O desconhecimento
sobre os anfíbios é ainda maior nas serras, o que é explicado pela dificuldade de
acesso aos micro ambientes dessas formações e/ou pelo maior grau de endemismos,
em última análise resultantes do terreno acidentado que funciona como barreira ao
fluxo gênico.
Carlos A G Cruz
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APRESENTAÇÃO
Até há pouco tempo falar de meio ambiente era privilégio de poucos brasileiros. O
assunto era restrito aos naturalistas, às salas de aulas e a uns poucos ambientalistas.
Em 1972 a Organização das Nações Unidas (ONU), preocupada em organizar as
relações do Homem com o Meio Ambiente, faz a convocação para a 1ª Conferência
Internacional sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo. Na época,
os cientistas já detectavam graves problemas que poderiam ocorrer em razão da
poluição atmosférica provocada pelas indústrias. De lá para cá, cada vez mais a
preocupação relacionada aos temas ambientais, à preservação e ao uso dos recursos
naturais vem aumentando.
Na década de 1980, o Brasil passou a ter uma maior preocupação com a natureza,
com seus cursos d’água, com a biodiversidade. Leis foram criadas e passaram
a exigir, quando da intenção de instalação de um empreendimento ou de uma
atividade potencialmente prejudicial, um estudo destinado a avaliar os impactos
que a atividade traria ao meio ambiente. Nascia então o Processo de Licenciamento
Ambiental Brasileiro.
A Serra do Espinhaço é uma cadeia montanhosa que constitui uma área única em
termos de formações geológicas, estendendo-se da Serra de Ouro Branco, na região
central do estado de Minas Gerais, à Serra da Jacobina, ao norte do estado da Bahia.
A Serra divide-se em três grandes blocos conforme o domínio da vegetação. A área
sul está localizada no domínio da Mata Atlântica; a área central, no Cerrado; a área
norte, na Caatinga. A grande riqueza de paisagens e a alta diversidade de espécies
faunísticas e florísticas, muitas endêmicas da região, na área sul e na área central,
foram responsáveis pelo título de Reserva da Biosfera do Espinhaço, em 2005, pela
UNESCO.
Como parte dos estudos ambientais que estão sendo realizados pela Anglo American,
a empresa comprometeu-se a elaborar um livro: “O livro deverá conter informações
sobre a taxonomia, morfometria, ocorrência, distribuição, fenologia reprodutiva,
girinos e cantos dos anfíbios da área. Uma chave taxonômica para identificação de
adultos e girinos, provida também de ilustrações científicas e fotos, deverá fazer
parte do livro. O livro deverá ser acompanhado de um CD-ROM interativo com as
fotos, textos e vocalizações, o que possibilitará que os resultados atinjam a esfera
técnico-acadêmica, mas também a comunidade em geral que tenha curiosidade e
interesse no meio ambiente e na qualidade ambiental, incluindo os moradores locais
e turistas”.
Boa leitura!
Tudy Câmara
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AGRADECIMENTOS
Elaborar um livro não é uma das atividades mais fáceis. São muitas as variáveis para
que os profissionais envolvidos consigam atingir seus objetivos, principalmente
quando se tratam de amantes do que fazem e primam em agradar os leitores.
Agradecemos especialmente aos biólogos especialistas que fizeram essa obra existir!
Ao Bruno Pimenta, pela escrita dos capítulos introdutórios, pela revisão de todos os
textos e, junto a Danielle Costa e a Roberta Murta-Fonseca, pela pesquisa e elaboração
dos textos das fichas das espécies, da chave de identificação de adultos, do glossário
e também pela coordenação das campanhas de campo. A Ana Paula Baeta, ao Felipe
Carvalho de Queiroz e ao Itamar Vinícius Perpetuo Leão, pelas campanhas de campo.
Ao Tiago Pezzuti, por tudo que a obra apresenta sobre os girinos. A Julia Thompson e
ao Ivan Magalhães, pelos desenhos esquemáticos e das estruturas que possibilitaram
a elaboração das chaves de identificação. Ao geógrafo Rafael Liberal, pela elaboração
do mapa de localização da área de estudo. À empresa Target, pela confecção do CD
interativo.
Agradecemos também aos biólogos Ariovaldo Giaretta, Bruno Pimenta, Célio Haddad,
Fernanda Centeno, José Perez Pombal Júnior, Magno Segalla, Mario R. Moura, Milena
Delatorre Nunes, Renata Magalhães Pirani, Roberta Murta-Fonseca e Tiago Pezzuti,
por disponibilizarem as vocalizações para a composição do CD-ROM.
Agradecemos aos Srs. Cely de Souza Finamore, Vicente de Paula Finamore e Djalma
José de Jesus Santana pelo apoio nas campanhas de campo.
Introdução
O conhecimento sobre a composição de espécies (ou seja, quais espécies são
encontradas nos diversos ambientes) de uma determinada localidade ou região é
o início de qualquer iniciativa de conservação e manejo da fauna. É primordial que
informações básicas acerca dessas espécies, como seus hábitos e ambientes de
ocorrência, estejam disponíveis para que a comunidade científica, órgãos públicos e
sociedade em geral possam planejar e implementar ações para garantir a perpetuidade
das populações de animais silvestres em consonância com as atividades econômicas
necessárias ao pleno desenvolvimento de uma cidade, região ou estado.
Dessa maneira, o primeiro passo para a elaboração deste guia foi verificar quais
espécies de anfíbios anuros já foram registradas nos municípios de Alvorada de Minas,
Conceição do Mato Dentro e Dom Joaquim, justamente para termos conhecimento
sobre a riqueza do grupo na região e podermos reunir estudos científicos com as
informações necessárias ao entendimento da taxonomia, distribuição geográfica
e história natural dessas espécies. Para construirmos essa lista, foram utilizadas
diferentes fontes de informação, sendo a maioria delas resultante dos estudos
ambientais elaborados para licenciamento de empreendimentos da Anglo American.
Os textos sobre cada espécie foram separados por Famílias de anfíbios anuros. As
Famílias são categorias utilizadas pelos zoólogos para reunir espécies de gêneros
aparentados, que compartilham uma história evolutiva e diversas características
morfológicas e comportamentais. Na região de estudo, as 58 espécies conhecidas
até o momento representam 10 diferentes Famílias.
Termos técnicos, ao aparecerem pela primeira vez no guia, são negritados para
indicar que esse termo é acompanhado de uma explicação breve sobre seu significado
(normalmente entre parênteses, logo após o termo). No caso de características
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morfológicas, o leitor ainda tem como fonte de consulta o Glossário Ilustrado, que
traz desenhos esquemáticos de adultos e girinos com indicações sobre as estruturas
usadas para caracterizar e diferenciar as espécies. O glossário é muito importante
não só para auxiliar os leitores menos habituados aos termos técnicos e à anatomia
de anfíbios anuros, mas também para que os pesquisadores possam verificar qual
terminologia foi utilizada ao longo do guia, dada a diversidade de nomes atribuídos
a uma mesma estrutura na literatura corrente. Por isso, a consulta ao glossário é
recomendada sempre que o guia for usado.
As chaves de espécies são uma ferramenta bastante útil para a identificação dos
animais encontrados em campo. Elas foram elaboradas somente para as espécies
da região de estudo abrangida por este guia. São apresentadas duas chaves, uma
para anfíbios anuros adultos e uma para girinos, dadas as grandes diferenças entre
essas duas fases de vida. Ambas são baseadas nas características apresentadas nos
textos de cada espécie, podendo ser acrescentados alguns atributos para facilitar a
identificação.
Anfíbios
Os anfíbios são vertebrados terrestres encontrados em praticamente todo o mundo,
excetuando-se as regiões de frio extremo, como os polos. O nome anfíbio deriva das
palavras gregas amphi (duplo) e bio (vida), em alusão ao fato de a maioria das espécies
apresentar larvas aquáticas (os girinos ou marias-sapudas) e adultos terrestres,
dividindo essas fases de sua existência entre os dois tipos de ambientes. Em todo o
planeta já foram catalogadas 7187 espécies de anfíbios.
confundidos com serpentes pela maioria das pessoas. As cobras-cegas são vistas
raramente, porque, em sua maioria, vivem em galerias sob a terra e só frequentam a
superfície em poucas ocasiões. Normalmente isso acontece após fortes chuvas, que
alagam suas galerias e as forçam a sair, ou quando a terra é trabalhada para cultivo,
limpeza ou construção, o que acaba por desalojar esses animais. Algumas espécies
são aquáticas. Pelo fato de a maioria ser fossorial (ou seja, viverem em ambiente
subterrâneo), esses animais são pouco estudados e são conhecidas apenas 31 espécies
no Brasil.
©Pedro Peloso
Na região de Conceição do Mato Dentro que, neste guia, inclui esse município e os
municípios limítrofes de Alvorada de Minas e Dom Joaquim, já foram encontradas
58 espécies de anfíbios anuros, riqueza que é considerada alta quando comparada
a outras localidades da Serra do Espinhaço em Minas Gerais cujo conhecimento
sobre a fauna de anuros é relativamente satisfatório. Por exemplo, na região de Nova
Lima, são conhecidas 35 espécies; na Serra do Cipó, região vizinha à de Conceição
do Mato Dentro, mas caracterizada pelo predomínio dos campos rupestres e do
Cerrado, ocorrem 43 espécies; na RPPN Santuário do Caraça, em Catas Altas - MG,
são encontradas 44 espécies; na Serra de Ouro Branco, em Ouro Branco - MG,
foram registradas 47 espécies; e na região de Ouro Preto já foram catalogadas 49
espécies. Contribuem para a elevada riqueza em Conceição do Mato Dentro o fato
de a região estar situada na zona de contato entre dois grandes biomas brasileiros,
a Mata Atlântica e o Cerrado, contendo elementos da fauna endêmicos dessas
duas formações, ou seja, que não são encontrados em outros biomas. A perereca
Hypsiboas lundii é endêmica do Cerrado, enquanto a perereca-de-vidro (Vitreorana
uranoscopa), o sapo-de-chifres (Proceratophrys boiei), a perereca-de-moldura
(Dendropsophus elegans), a pererequinha-do-brejo (Dendropsophus seniculus), o
sapo-ferreiro (Hypsiboas faber), a perereca-porco (Hypsiboas pardalis), a perereca-
listrada (Hypsiboas polytaenius), a perereca-castanhola (Itapotihyla langsdorffii), a
perereca-macaco (Phyllomedusa burmeisteri), as pererecas Scinax carnevallii, Scinax
eurydice, Scinax luizotavioi e Scinax machadoi, e a rãzinha-da-mata (Chiasmocleis
schubarti) são endêmicas da Mata Atlântica. Além disso, a grande variedade de
ambientes e fisionomias (florestas, campos rupestres, campos cerrados, córregos,
riachos e brejos, além das áreas artificiais - açudes, pastos, etc.) permite que várias
espécies, dos mais diversos tamanhos e hábitos, encontrem condições diferenciadas
para ocupação e manutenção de suas populações. Ou seja, quanto maior a variedade
de ambientes disponíveis, maior a possibilidade de espécies diferentes ocorrerem na
mesma área ou região.
rápidas, como rios, riachos, córregos, com ou sem corredeiras), podendo estes serem
permanentes ou temporários. Existem ainda espécies que realizam todo seu ciclo de
vida (o que significa dizer que nascem, sofrem metamorfose de girino para adulto,
crescem e se reproduzem) dentro de bromélias ou ocos de árvore.
Vocalização
Ao ouvir um sapo coaxando, poucas pessoas se dão conta da importância da
vocalização, ou canto, dos anfíbios anuros e do número de situações diferentes em
que são utilizados. Primeiro, deve-se saber que apenas os machos são capazes de
emitir cantos. Segundo, cada espécie tem um canto único, diferente de todas as
outras espécies. Dessa maneira, é possível identificar uma espécie de anuro apenas
pela audição de suas vocalizações.
Os anuros machos possuem uma estrutura chamada saco vocal, situada na região
gular, que fica sob o assoalho da boca, e é capaz de se expandir bastante, criando
uma câmara de ressonância. É dessa forma que o som pode ser amplificado e ouvido à
distância. O ar armazenado nos pulmões é forçado pela traqueia e passa pelas cordas
vocais, que vibram e produzem som, em um processo análogo à produção da voz
nos humanos. Ao chegar à cavidade oral, o ar encontra a boca e as narinas fechadas,
sendo direcionado a passar por dois orifícios, chamados fendas vocais, que o levam
ao saco vocal. A chegada repentina do ar infla rapidamente o saco vocal, causando a
vibração de suas paredes e a ampliação e propagação do som no ambiente. O ar volta
aos pulmões e é novamente impulsionado em direção ao saco vocal, em um processo
cíclico que pode ser repetido diversas vezes. De tempos em tempos, o ar dos pulmões
é renovado e o processo reiniciado.
Outras funções do canto incluem corte, emitido apenas para uma fêmea já próxima,
com o intuito de facilitar a detecção do macho ou guiá-la até o local de acasalamento,
e agonia, quando capturado por um predador, o que acaba avisando indivíduos
próximos sobre o perigo.
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Reprodução
Dentre todos os vertebrados terrestres, os anfíbios anuros são os que apresentam o
maior número de modos reprodutivos. Chama-se modo reprodutivo à combinação
de características relacionadas a todas as etapas da reprodução e desenvolvimento:
forma da desova (conjunto de ovos) e local onde é depositada (corpo d’água lêntico
ou lótico, solo, câmara subterrânea, bromélia, pendurada em folhas sobre poças ou
riachos, etc.), presença ou não de estágio larval (existem espécies que têm girinos e
outras de cujos ovos já nascem indivíduos semelhantes aos adultos, como Haddadus
binotatus), se o girino se alimenta durante seu desenvolvimento ou não, se um dos
pais ou ambos cuida da desova ou dos girinos, dentre outros aspectos. Atualmente
são conhecidos 39 modos reprodutivos para os anuros, 29 dos quais são registrados
no Brasil.
Quando um macho consegue atrair uma fêmea por meio de sua vocalização ou,
em algumas espécies, a encontra após procurá-la ativamente próximo ao sítio
reprodutivo, ele sobe em suas costas envolvendo-a em um abraço nupcial, também
chamado amplexo. A fêmea, então, carrega o macho até o local onde irá ocorrer a
oviposição, ou seja, onde a desova será depositada. O amplexo estimula a fêmea
a liberar os ovócitos, que são fecundados pelo macho à medida que estes saem
da cloaca (abertura para saída de gametas e excretas) da fêmea, caracterizando,
então, a fecundação externa, que é comum para quase todos os anfíbios. Os ovos
fecundados são deixados no local para se desenvolverem.
O girino é uma fase larval aquática presente no ciclo de vida da maioria dos
anfíbios anuros. Os girinos normalmente eclodem de ovos depositados na água
e aí permanecem, alimentando-se de matéria orgânica em suspensão ou raspada
do substrato, de animais mortos, ou até mesmo de outros ovos e girinos. O tempo
que um girino leva para se transformar e adquirir as características de um animal
adulto, fenômeno chamado de metamorfose, é bastante variável entre as espécies
e até mesmo entre populações da mesma espécie. Girinos que se desenvolvem em
ambientes temporários, como poças formadas pelas chuvas, sofrem metamorfose
em período de tempo mais curto que girinos que se desenvolvem em corpos d’água
permanentes. Esta é uma estratégia que evita que a poça seque antes da metamorfose
ser concluída. Girinos que vivem em riachos normalmente demoram mais a se
transformar do que girinos de corpos d’água lênticos, principalmente devido à menor
temperatura dos primeiros.
Esses fatos levaram à conclusão de que anfíbios anuros seriam mais sensíveis às
alterações ambientais que outros vertebrados e que seus declínios serviriam de
alerta para eventos de degradação de habitats, tendo sido, inclusive, comparados aos
canários que trabalhadores de minas de carvão mantinham nas galerias subterrâneas
para perceberem a ocorrência de gases tóxicos, que matavam as aves antes que
os mineiros sentissem seus efeitos. A ideia da maior sensibilidade dos anuros foi
inicialmente suportada, tendo em vista uma série de características básicas do
grupo, incluindo a dependência de ambientes úmidos, a pele permeável (ou seja,
que permite a passagem de líquidos e gases entre o ambiente externo e o interior
do corpo e, consequentemente, os tornam suscetíveis a diversos agentes químicos e
biológicos), o tamanho relativamente pequeno (a maioria dos anuros tem peso menor
que 20g) e o metabolismo ectotérmico, ou seja, a temperatura corporal é regulada
pela temperatura ambiente.
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Paisagem fragmentada: porções de mata separadas por ambientes criados pelo homem.
Portanto, ainda são necessárias mais pesquisas para se conhecer mais sobre os
mecanismos de infecção, distribuição geográfica e temporal do fungo e seu efetivo
papel na atual crise de biodiversidade relacionada aos anfíbios.
Existem indícios fortes de que a chuva ácida tenha sido responsável por casos de
declínios na Estação Biológica de Paranapiacaba, na Serra do Mar de São Paulo.
Esta unidade de conservação é localizada na encosta da serra voltada para a região
de Cubatão, que abriga importante polo petroquímico. Até o final da década de
1970, os poluentes químicos produzidos pelas indústrias eram lançados no ar sem
nenhum controle. A chuva ácida causada pela poluição de Cubatão e carregada pelo
vento até o alto da serra destruiu parte da vegetação da reserva, incluindo grandes
árvores e bromélias, e acidificou o solo e as nascentes, indicando contaminação das
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Bibliografia: Cardoso & Haddad (1984); Heyer et al. (1988); Weygoldt (1989); Martins
et al. (1998); Eterovick & Sazima (2004); Carnaval et al. (2005); Eterovick et al. (2005);
Haddad & Prado (2005); Silvano & Segalla (2005); Carnaval et al. (2006); Toledo et
al. (2006); Canelas & Bertoluci (2007); Diniz-Filho et al. (2008); Leite et al. (2008);
Pimenta et al. (2008); Baêta & Silva (2009); Silva et al. (2009); Verdade et al. (2009);
Fonseca et al. (2011); São-Pedro & Feio (2011); Segalla et al. (2012); AmphibiaWeb
(2013); Brcko et al. (2013); Haddad et al. (2013); Pirani et al. (2013).
Aplastodiscus sp. (perereca-verde).
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Glossário Ilustrado
©Roberta Murta-Fonseca
Distribuição geográfica: Áreas de Mata Atlântica e de transição com o Cerrado nos estados
do Ceará, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro,
Brasil.
História natural: Espécie terrícola (que vive sobre o solo) e noturna, encontrada tanto em
matas quanto em áreas abertas. O período reprodutivo vai de abril a setembro, durante o
qual os machos intensificam a atividade de vocalização, formando coros. A desova é feita na
forma de longos cordões gelatinosos presos à vegetação, em diversos tipos de corpos d’água
lênticos e lóticos, temporários ou permanentes, artificiais ou naturais. Os girinos ocorrem em
grandes cardumes e se alimentam de matéria em decomposição, geralmente no fundo do
corpo d’água, embora alguns indivíduos sejam frequentemente observados isolados, filtrando
partículas na superfície do corpo d’água.
Bibliografia: Baldissera et al. (2004); Brandão et al. (2007); Silveira et al. (2009); Lourenço et
al. (2010); Vallinoto et al. (2010); Pezzuti et al. (2011); Thomé et al. (2012).
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©Bruno Pimenta
©Tiago Pezzuti
44
Bibliografia: Eterovick & Sazima (1999); Brandão et al. (2007); Cruz et al. (2009);
Vallinoto et al. (2010); Aoki et al. (2011); Pezzuti et al. (2011).
45
©Tiago Pezzuti
46
Bibliografia: Brasileiro et al. (2005); Kwet et al. (2006); Rossa-Feres & Nomura (2006);
Brandão et al. (2007); Uetanabaro et al. (2008); Batista et al. (2011); Roberto et al.
(2013).
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©Bruno Pimenta
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FAMÍLIA BRACHYCEPHALIDAE
FAMÍLIA CENTROLENIDAE
Distribuição geográfica: Leste do Brasil, de Minas Gerais até norte do Rio Grande do
Sul; nordeste da Argentina.
Espécies correlatas: Difere das demais espécies de pererecas verdes que ocorrem na
região (Aplastodiscus sp., Hypsiboas albomarginatus e Phyllomedusa burmeisteri) pelo
menor tamanho, íris branca, pupilas elípticas e horizontais, discos adesivos em forma
de “T” e ventre translúcido (íris avermelhada em Aplastodiscus sp., acobreada em
H. albomarginatus e P. burmeisteri; pupilas arredondadas nestas espécies, à exceção
de P. burmeisteri, onde é elíptica e vertical; discos adesivos arredondados e ventres
opacos em todas estas espécies).
Bibliografia: Heyer et al. (1990); Cruz et al. (2009); Pezzuti et al. (2011); Savaris et al.
(2011); Haddad et al. (2013).
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©Tiago Pezzuti
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FAMÍLIA CRAUGASTORIDAE
Distribuição geográfica: Mata Atlântica do sul da Bahia ao Rio Grande do Sul e oeste
do Mato Grosso do Sul e Paraná, Brasil.
FAMÍLIA ODONTOPHRYNIDAE
Distribuição geográfica: No Brasil, ocorre nos estados de Minas Gerais e Mato Grosso
do Sul, além de toda a região sul; Uruguai, centro e norte da Argentina e Paraguai.
Bibliografia: Eterovick & Sazima (2004); Uetabanaro et al. (2008); Cruz et al. (2009);
Caramaschi & Napoli (2012).
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©Tiago Pezzuti
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Distribuição geográfica: Brasil, nos estados de Minas Gerais, Goiás e São Paulo,
associado a formações de Cerrado e florestas estacionais semideciduais da Mata
Atlântica.
Bibliografia: Uetabanaro et al. (2008); Pezzuti et al. (2011); Caramaschi & Napoli
(2012).
57
©Tiago Pezzuti
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Distribuição geográfica: Brasil, nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de
Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, na Mata Atlântica e áreas de transição
com o Cerrado.
Girinos pequenos, castanho-escuros em vida. Cauda com ponta aguda (em forma de
lança). Músculo com manchas angulares e listra escura, estreita e interrompida ao
longo da margem superior. Olhos dorsais. Narinas elípticas, dorsais, grandes, com
projeções pouco desenvolvidas nas margens internas. Espiráculo lateral e curto. Tubo
anal destro, curto, fundido à nadadeira ventral. Disco oral anteroventral, emarginado
lateralmente, com ampla interrupção dorsal na fileira de papilas marginais. Poucas
papilas submarginais nas laterais do disco oral, dispostas aleatoriamente. Fórmula
dentária 2(2)/3(1).
História natural: Espécie terrícola e noturna, que habita áreas florestais. O período
reprodutivo acontece na estação chuvosa, durante o qual os machos vocalizam, em
geral, no início da noite, sobre o folhiço, em áreas de mata próximas a riachos ou
brejos. A coloração dorsal e os apêndices tornam os indivíduos de P. boiei difíceis de
serem localizados, porque funcionam como camuflagem sobre as folhas secas caídas
no solo. Nos períodos de chuvas intensas, os machos podem vocalizar também
durante o dia. Os ovos são depositados diretamente na água. Os girinos possuem
hábito bentônico e atividade predominantemente noturna. Durante o dia escondem-
se debaixo de folhas e detritos no fundo dos corpos d’água.
Bibliografia: Bertoluci & Rodrigues (2002); Conte & Machado (2005); Haddad et al.
(2008); Prado & Pombal (2008); Pezzuti et al. (2011).
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©Tiago Pezzuti
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Espécie de porte médio, com comprimento rostrocloacal entre 36 e 43mm nos machos
e 47 e 54mm nas fêmeas. Focinho arredondado em vista dorsal e obtuso em vista
lateral. Pele do dorso áspera, coberta por tubérculos (pequenas verrugas). Dorso
com coloração castanha e desenho de contorno claro desde a região interorbital
(entre os olhos) até as pálpebras, em direção ao meio do dorso, formando um losango
logo abaixo da região sacral. Duas manchas triangulares e escuras também na região
interorbital. Três barras verticais claras de cada lado, do lábio superior até os olhos,
sendo que uma delas se divide em direção ao ventre.
©Tiago Pezzuti
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FAMÍLIA CYCLORAMPHIDAE
História natural: Espécie noturna e saxícola (que vive sobre pedras), que habita
campos rupestres pedregosos. Durante o dia abriga-se sob pedras ou musgos e, à
noite, é encontrada sobre lajes úmidas próximas a riachos temporários com fundo
pedregoso. O período reprodutivo acontece entre os meses de outubro e janeiro,
durante a estação chuvosa. Nesse período, os machos vocalizam à noite, sob pedras
ou expostos e próximos à água. Os girinos, semiterrestres (vivem fora da água, mas
em ambiente constantemente úmido), são frequentemente encontrados aderidos às
rochas úmidas, próximas a riachos temporários, onde se alimentam por raspagem
da matéria orgânica. Durante o dia, escondem-se debaixo de folhas e detritos.
Apresentam um comportamento interessante de fuga, que consiste na movimentação
brusca da cauda robusta e saltos aleatórios, que os distanciam da fonte de ameaça.
Bibliografia: Caramaschi & Sazima (1984); Eterovick & Sazima (2004); Leite et al.
(2008); Pezzuti et al. (2011).
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©Tiago Pezzuti
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FAMÍLIA HYLIDAE
Aplastodiscus sp.
Espécies correlatas: As outras espécies com padrão dorsal liquenoso ocorrentes na área
são Bokermannohyla saxicola, Dendropsophus seniculus, Hypsiboas crepitans, H. lundii, H.
pardalis e Itapotihyla langsdorffii. Difere de B. saxicola, H. crepitans, H. lundii e H. pardalis
pelo maior porte, formato do focinho, machos com prepólex muito desenvolvido
e antebraço extremamente hipertrofiado e barras transversais escuras largas na
superfície dorsal da coxa (focinho arredondado em vista dorsal e levemente truncado
em vista lateral em H. crepitans; focinho arredondado em vistas dorsal e lateral nas
demais espécies; machos com prepólex menos desenvolvidos e antebraços levemente
hipertrofiados em todas essas espécies; barras transversais marrom-escuras estreitas
na superfície dorsal da coxa em B. saxicola; superfícies dorsais das coxas manchadas de
marrom-escuro, sem formar barras definidas em H. crepitans; barras transversais nas
pernas normalmente pouco definidas, confundindo-se com padrão de fundo liquenoso
em H. lundii e H. pardalis). Difere de D. seniculus e I. langsdorffii principalmente por
possuir prepólex e pelo saco vocal único e subgular, não expandido (sem prepólex
nestas espécies; saco vocal grande e expandido externamente em D. seniculus; pareados
e laterais em I. langsdorffii). Difere ainda de D. seniculus pelo maior porte e margens
externas dos membros com crenulações menos desenvolvidas (margens externas dos
membros amplamente crenuladas em D. seniculus).
Bibliografia: Sazima & Bokermann (1977); Eterovick & Sazima (2004); Lugli & Haddad
(2006); Leite et al. (2011); Pezzuti et al. (2011).
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©Tiago Pezzuti
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História natural: Espécie arborícola e de hábito noturno, que habita áreas florestadas
e se reproduz em poças ou remansos de riachos. A atividade reprodutiva tem seu auge
na estação chuvosa, e o local de oviposição ainda não é conhecido. Presume-se que
a desova seja colocada diretamente na água ou em pequenas cavidades no solo ou
sob troncos, próximos a riachos, que são posteriormente inundadas e permitem aos
girinos alcançarem o corpo d’água principal para completarem o desenvolvimento.
Os girinos são registrados ao longo de todo o ano em brejos, alagadiços e poças,
permanentes ou temporárias, associados a riachos. Possuem hábito bentônico e
atividade predominantemente noturna. Durante o dia, escondem-se debaixo de
folhas no fundo lamacento dos corpos d’água.
Bibliografia: Eterovick & Sazima (2004); Cruz et al. (2009); Napoli et al. (2011); Pezzuti
et al. (2011); Haddad et al. (2013).
69
©Danielle Costa
©Tiago Pezzuti
70
Bibliografia: Napoli & Pimenta (2003); Eterovick & Sazima (2004); Leite et al. (2008);
Haddad et al. (2013).
©Renata Pirani
71
©Tiago Pezzuti
72
Bibliografia: Eterovick & Brandão (2001); Eterovick (2003); Eterovick & Sazima
(2004); Eterovick et al. (2009); Leite et al. (2011); Pezzuti et al. (2011).
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©Bruno Pimenta
©Tiago Pezzuti
74
Bibliografia: Cochran (1954); Bastos & Pombal (1996); Cruz et al. (2004); Prado &
Pombal (2005); Haddad et al. (2008); Santana et al. (2008).
75
©Tiago Pezzuti
76
Distribuição geográfica: Mata Atlântica, desde o nível do mar até cerca de 800m
de altitude, da Paraíba a Santa Catarina; em Minas Gerais, também em áreas de
transição entre Mata Atlântica e Cerrado.
Bibliografia: Prado & Pombal (2005); Abrunhosa et al. (2006); Van Sluys et al. (2010);
Pezzuti et al. (2011).
©Bruno Pimenta
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©Tiago Pezzuti
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©Tiago Pezzuti
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©Roberta Murta-Fonseca
©Tiago Pezzuti
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Distribuição geográfica: Estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo,
Bahia e Minas Gerais, no bioma da Mata Atlântica.
©Tiago Pezzuti
84
Girinos grandes, castanho-esverdeados, com faixa escura dos olhos até a ponta do
focinho. Cauda com ponta aguda e listras longitudinais escuras no músculo: uma no
meio da musculatura, desde a junção com o corpo até o primeiro terço da cauda, e
outra interrompida na margem dorsal (podendo formar barras em vista dorsal). Olhos
dorsais. Narinas grandes, elípticas, com projeções bem desenvolvidas nas margens
internas. Tubo anal destro e longo. Espiráculo lateral curto, abrindo-se no início do
terço posterior do corpo. Disco oral emarginado lateroventralmente, com interrupção
dorsal na fileira de papilas marginais. Poucas papilas submarginais e fileiras curtas de
dentículos auxiliares nas laterais do disco oral. Fórmula dentária 2(2)/4(1).
Bibliografia: Lutz (1973); Hoogmoed (1979); Peixoto & Cruz (1983); Giasson & Haddad
(2007; 2008); Haddad et al. (2013).
©Bruno Pimenta85
©Danielle Costa
©Roberta Murta-Fonseca
86
Bibliografia: Lutz (1973); Heyer et al. (1990); Eterovick & Sazima (2004); Canelas &
Bertoluci (2007); Aquino et al. (2010); Pezzuti et al. (2011); Haddad et al. (2013).
87
©Tiago Pezzuti
88
Bibliografia: Cruz & Caramaschi (1998); Eterovick et al. (2002); Eterovick & Sazima
(2004); Leite et al. (2008); Caramaschi et al. (2009).
89
©Tiago Pezzuti
90
Espécie de médio porte, com comprimento rostrocloacal entre 60 e 63mm nos machos e
59 e 75mm nas fêmeas. Cabeça pouco mais larga que longa. Focinho arredondado em vista
dorsal e levemente truncado em vista lateral. Saco vocal único, subgular. Pele do dorso lisa,
com mancha marrom-escura, algumas vezes lembrando um “X” entre os ombros e a região
sacral, sobre fundo castanho a acinzentado assemelhado a líquen. Prepólex e membranas
interdigitais das mãos pouco desenvolvidos. Antebraços em machos pouco mais espessos
que os braços. Superfícies dorsais das coxas manchadas de marrom-escuro, sem formar
barras definidas. Partes ocultas das coxas alaranjadas.
Girinos grandes, castanho-claros, com mancha clara dorsal próxima à junção entre corpo e
cauda. Cauda com ponta aguda e manchas arredondadas despigmentadas. Olhos dorsais e
narinas grandes, elípticas e com projeções bem desenvolvidas nas margens internas. Tubo
anal destro e longo. Espiráculo longo, abrindo-se no terço posterior do corpo. Disco oral
emarginado lateroventralmente, com interrupção dorsal na fileira de papilas marginais.
Poucas papilas submarginais e fileiras curtas de dentículos auxiliares nas laterais do disco
oral. Fórmula dentária 2(2)/4(1).
Espécies correlatas: As outras espécies com padrão dorsal liquenoso ocorrentes na área são
Bokermannohyla alvarengai, B. saxicola, Dendropsophus seniculus, Hypsiboas lundii, H. pardalis
e Itapotihyla langsdorffii. Difere de B. alvarengai pelo menor porte, formato do focinho
e machos com prepólex menos desenvolvido e antebraço pouco hipertrofiado (focinho
truncado em vista dorsal e vertical em vista lateral; machos com prepólex muito desenvolvido
e antebraço extremamente hipertrofiado em B. alvarengai). Difere de B. saxicola pela cabeça
pouco mais larga que longa, focinho levemente truncado em vista lateral e coloração do dorso
com mancha em forma de “X” (cabeça mais longa que larga, focinho arredondado em vista
lateral e dorso com colorido variando de castanho a amarelo, com muitas manchas marrom-
escuras de formas irregulares, em B. saxicola). Difere de B. alvarengai, B. saxicola, D. seniculus
e I. langsdorffii pelas superfícies dorsais das coxas manchadas de marrom-escuro, sem
formar barras definidas (barras transversais escuras largas na superfície dorsal da coxa em B.
alvarengai; barras transversais castanhas, estreitas e ramificadas na face dorsal das coxas em
B. saxicola; superfícies posteriores das coxas com colorido uniforme marrom, sem barras ou
manchas, em D. seniculus; barras transversais escuras nas coxas em I. langsdorffii). Difere de
D. seniculus e I. langsdorffii pela presença de prepólex em machos (ausente nessas espécies) e
de I. langsdorffii também pelo saco vocal único e subgular (pareados e laterais nessa espécie).
Difere de H. lundii e H. pardalis pela textura da pele, ausência de apêndices calcâneos, crista
supracloacal e crenulações nos antebraços, tarsos e pés e membranas interdigitais das mãos
pouco desenvolvidas (pele rugosa com poucas granulações em H. lundii e bastante rugosa em
H. pardalis; apêndices calcâneos, crista supracloacal e crenulações nos membros presentes;
membranas interdigitais muito desenvolvidas nas mãos nessas duas espécies). Difere ainda
de H. lundii pelo formato do focinho em vista lateral (arredondado em H. lundii).
Bibliografia: Lutz (1973); Caramaschi & Napoli (2004); Ferreira et al. (2012); Pezzuti et al. (2011).
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©Bruno Pimenta
©Tiago Pezzuti
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Bibliografia: Martins & Haddad (1988); Heyer et al. (1990); Martins et al. (1998); Caramaschi
& Napoli (2004); Kwet et al. (2010); Pezzuti et al. (2011); Haddad et al. (2013).
©Bruno Pimenta
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©Tiago Pezzuti
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Distribuição geográfica: Cerrado e áreas de transição com a Mata Atlântica, nos estados
brasileiros de Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Espécie de médio porte, com comprimento rostrocloacal entre 48 e 63mm nos machos e 58 e
70mm nas fêmeas. Focinho arredondado em vistas dorsal e lateral. Pele do dorso levemente
rugosa (áspera ao toque), com pequenos grânulos (verrugas arredondadas) esparsos. Dorso
com mancha marrom-escuro em formato de “X” sobre fundo semelhante a líquen. Barras
transversais nas pernas normalmente pouco definidas, confundindo-se com o padrão de
fundo liquenoso. Machos com antebraços pouco mais espessos que os braços. Prepólex,
apêndices calcâneos e crista supracloacal pouco desenvolvidos. Antebraços, mãos, tíbias e
pés discretamente crenulados.
Espécies correlatas: As outras espécies com padrão dorsal liquenoso ocorrentes na área
são Bokermannohyla alvarengai, B. saxicola, Dendropsophus seniculus, Hypsiboas crepitans,
H. pardalis e Itapotihyla langsdorffii. Difere de B. alvarengai e I. langsdorffii pelo menor porte.
Difere ainda de B. alvarengai pelo formato do focinho, antebraço pouco hipertrofiado e
prepólex pouco desenvolvido (focinho truncado em vista dorsal e vertical em vista lateral,
antebraço extremamente hipertrofiado e prepólex muito desenvolvido em B. alvarengai).
De I. langsdorffii difere também pelo saco vocal único e subgular (pareados e laterais em I.
langsdorffii). De B. saxicola pode ser separada pelo padrão de colorido dorsal e pelas barras
transversais nas pernas normalmente pouco definidas, confundindo-se com padrão de
fundo liquenoso (coloração do dorso variando de castanho a amarelo, com muitas manchas
marrom-escuras de formas irregulares e barras transversais marrom-escuras estreitas na
superfície dorsal da coxa em B. saxicola). Difere de D. seniculus pelo maior porte, formato
do focinho em vista dorsal, prepólex e margens externas dos membros com crenulações
discretas (focinho semicircular em vista dorsal, prepólex ausente e margens externas dos
membros amplamente crenuladas em D. seniculus). Difere de H. pardalis pela textura da pele,
pelos apêndices calcâneos, crista supracloacal, membranas interdigitais e crenulações nos
membros menos desenvolvidos (textura da pele bastante rugosa, apêndices calcâneos, crista
supracloacal, membranas interdigitais e crenulações nos membros muito desenvolvidos em
H. pardalis). Difere de H. crepitans pela textura da pele, formato do focinho em vista lateral,
presença de apêndices calcâneos e membranas interdigitais das mãos desenvolvidas (pele
de textura lisa, focinho levemente truncado em vista lateral, apêndices calcâneos ausentes
e membranas interdigitais das mãos pouco desenvolvidas em H. crepitans).
História natural: Espécie arborícola de hábito noturno, que habita matas de galeria. Apesar
das populações não serem tão abundantes quanto em outras espécies, H. lundii é frequente
nos locais onde ocorre, sendo normalmente encontrada sobre a vegetação marginal de
riachos e córregos. Os machos vocalizam ao longo de todo o ano, mas a reprodução ocorre
entre setembro e outubro, podendo também ocorrer outro breve período reprodutivo no
fim da estação chuvosa e início da seca (março e abril). À semelhança de H. faber, os machos
constroem “panelas” nas margens lamacentas para oviposição, e as defendem ativamente
pelo uso de vocalizações agressivas e, eventualmente, luta corporal. Os girinos possuem
hábito bentônico e quando ameaçados se escondem entre pedras, vegetação e detritos
acumulados nas margens.
Bibliografia: Bokermann & Sazima (1973); Caramaschi & Napoli (2004); Zina et al. (2007);
Pezzuti et al. (2011).
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©Bruno Pimenta
©Tiago Pezzuti
96
Distribuição geográfica: Mata Atlântica brasileira, nos estados de São Paulo, Minas Gerais,
Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Espécie de médio porte, com comprimento rostrocloacal médio de 64mm em machos e 68mm
em fêmeas. Focinho arredondado em vista dorsal, vertical a obtuso em vista lateral. Dorso
rugoso com muitos grânulos esparsos e coloração de fundo verde-acinzentado semelhante
a líquen, com manchas e barras escuras. Barras transversais nas pernas normalmente pouco
definidas, confundindo-se com o padrão de fundo liquenoso. Machos com antebraços pouco
mais espessos que os braços. Prepólex, apêndices calcâneos e membranas interdigitais das
mãos e dos pés desenvolvidos. Margens externas do antebraço, mão, tarso e pé amplamente
crenuladas.
Espécies correlatas: As outras espécies com padrão dorsal liquenoso ocorrentes na área são
Bokermannohyla alvarengai, B. saxicola, Dendropsophus seniculus, Hypsiboas crepitans, H. lundii
e Itapotihyla langsdorffii. Difere de B. alvarengai e I. langsdorffii pelo menor porte. Difere ainda
de B. alvarengai pelo focinho arredondado em vista dorsal, antebraço levemente hipertrofiado
e prepólex desenvolvido (focinho truncado em vista dorsal, antebraço extremamente
hipertrofiado e prepólex muito desenvolvido em H. alvarengai). De I. langsdorffii difere
também pelo saco vocal único e subgular (pareados e laterais em I. langsdorffii). De B. saxicola
pode ser separada pelo padrão de colorido dorsal e pelas barras transversais nas pernas
normalmente pouco definidas, confundindo-se com padrão de fundo liquenoso (coloração
do dorso variando de castanho a amarelo, com muitas manchas marrom-escuras de formas
irregulares e barras transversais marrom-escuras estreitas na superfície dorsal da coxa em
B. saxicola). Difere de D. seniculus pelo maior porte, focinho arredondado em vista dorsal e
prepólex (focinho semicircular em vista dorsal e prepólex ausente em D. seniculus). Difere de
H. crepitans e H. lundii pelo formato do focinho em vista lateral, textura da pele, apêndices
calcâneos, crista supracloacal, membranas interdigitais e crenulações nos membros (focinho,
em vista lateral, levemente truncado em H. crepitans e arredondado em H. lundii; textura
da pele lisa em H. crepitans e levemente rugosa em H. lundii; apêndices calcâneos, crista
supracloacal e crenulações nos membros ausentes em H. crepitans e menos desenvolvidos em
H. lundii).
Bibliografia: Lutz (1960a; 1960b); Lutz (1973); Caramaschi & Napoli (2004); Moura et al. (2011);
Pezzuti et al. (2011).
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©Danielle Costa
©Tiago Pezzuti
98
Bibliografia: Cruz & Caramaschi (1998); Caramaschi & Cruz (2000); Antunes et al.
(2008); Pinheiro et al. (2012).
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©Bruno Pimenta
©Tiago Pezzuti
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Espécie de grande porte, com comprimento rostrocloacal entre 67 e 77mm nos machos
e 99 e 103mm nas fêmeas. Focinho quase semicircular em vista dorsal, arredondado
em vista lateral. Sacos vocais pareados e laterais (dividido em dois, localizados nas
laterais da cabeça, sob os cantos da boca). Pele do dorso rugosa, com tubérculos
espalhados principalmente nas bordas dos cantos rostrais, lábio inferior, laterais da
cabeça na altura do canto da boca, flancos e membros. Coloração dorsal semelhante a
líquen, que varia do marrom-oliváceo ao cinza-esverdeado, com padrão indefinido de
manchas mais escuras. Pode ocorrer uma mancha escura em forma de “W” entre os
olhos. Membros com barras transversais escuras. Apresenta crista subcloacal branca
e crenulações esbranquiçadas desenvolvidas nos membros. Membranas interdigitais
e discos adesivos bem desenvolvidos. Ventre esverdeado. Região de inserção dos
braços, região inguinal e superfícies ventrais das mãos e pés azul-esverdeadas.
Bibliografia: Lutz (1973); Pimenta e Canedo (2007); Kleinsorge et al. (2009); Vrcibradic
et al. (2009); Cazelli & Moura (2012); Luiz et al. (2013).
101
102
Girinos grandes, com coloração em vida variando de castanho a cinza com tons
azulados. Cauda com ponta aguda e nadadeiras frequentemente marmoreadas de
preto à noite, sendo a ventral mais pigmentada que a dorsal. Olhos laterais. Narinas
elípticas, sem projeções nas margens internas. Espiráculo ventral abrindo-se no terço
médio do corpo. Tubo anal destro e curto, posicionado acima da margem inferior
da nadadeira e fundido à nadadeira ventral. Disco oral anterior, não emarginado,
com ampla interrupção dorsal e pequena interrupção ventral na fileira de papilas
marginais. Sem papilas submarginais. Fórmula dentária 2(2)/3(1).
Bibliografia: Funkhouser (1957); Pombal & Haddad (1992); Canelas & Bertoluci (2007);
Haddad et al. (2008); Pezzuti et al. (2011); Haddad et al. (2013).
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©Danielle Costa
©Tiago Pezzuti
104
Scinax aff. perereca.
Distribuição geográfica: Espécie ainda sem identificação. Sabe-se que ocorre em áreas
de Mata Atlântica e transição com o Cerrado, inclusive em Conceição do Mato Dentro.
No presente estudo, foi encontrada em Alvorada de Minas.
Girinos de tamanho médio, verde-amarelados em vida. Cauda alta com ponta aguda
e metade posterior gradualmente escurecida à noite. Olhos laterais. Narinas dorsais,
arredondadas, sem projeções nas margens internas, localizadas aproximadamente à
mesma distância do focinho e dos olhos. Espiráculo lateral e curto, com parede interna
fundida à parede do corpo e uma pequena extremidade livre. Tubo anal destro, curto,
posicionado acima da margem inferior da nadadeira ventral e fundido à nadadeira.
Disco oral anteroventral, emarginado ventralmente, com interrupção dorsal na fileira
de papilas marginais. Muitas papilas submarginais nas laterais do disco oral. Fórmula
dentária 2(2)/3(1) ou 2(2)/3(1,2).
Bibliografia: Canelas & Bertoluci (2007); Galdino et al. (2008); Bertoluci et al. (2009);
Cruz et al. (2009); Pezzuti et al. (2011); Moura et al. (2012).
105
©Marina Walker
©Tiago Pezzuti
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Espécies correlatas: Scinax aff. x-signatus é mais próxima a S. aff. perereca, S. curicica,
S. eurydice e S. fuscovarius. Difere de todas estas espécies, à exceção de S. curicica,
pelo colorido dorsal com duas linhas longitudinais (dorso com dois pares de manchas
marrom-escuras em forma de parênteses invertidos em S. aff. perereca, S. eurydice
e S. fuscovarius). Difere de S. eurydice pela pele lisa do tarso (tarso com tubérculos
em S. eurydice). Difere também de S. curicica e S. eurydice pelo canto rostral pouco
marcado (bem marcado nestas espécies).
Distribuição geográfica: Localidades da bacia do rio Doce, em Minas Gerais, desde a porção
sul da Serra do Espinhaço até o Parque Estadual do Rio Doce.
Girinos pequenos, castanho-claros em vida. Cauda com ponta aguda e grandes manchas
escuras arredondadas. Olhos dorsais. Narinas arredondadas, sem projeções nas margens
internas, dorsais e localizadas aproximadamente à mesma distância do focinho e dos olhos.
Espiráculo lateral e curto, com parede interna fundida à parede do corpo e uma pequena
extremidade livre. Tubo anal destro e longo, posicionado ao nível da margem inferior da
nadadeira ventral e fundido à nadadeira. Disco oral ventral, não emarginado, com lábio
posterior côncavo quando fechado. Interrupção dorsal na fileira de papilas marginais e
muitas papilas submarginais nas laterais do disco oral. Fórmula dentária 2(2)/3, ou 2(2)/3(1).
Espécies correlatas: Dentre as espécies ocorrentes na região, Scinax carnevallii pode ser
confundida com S. luizotavioi e S. machadoi. Difere de Scinax luizotavioi pela posição do
saco vocal, coloração dorsal castanha e margem externa do tarso fracamente crenulada
(saco vocal lateralizado, coloração dorsal dourada ou amarelada em vida e crenulações
desenvolvidas em S. luizotavioi). Difere de S. machadoi pelo canto rostral bem marcado,
saco vocal lateralizado e flanco sem linha estreita clara, do olho à região inguinal, e colorido
esbranquiçado com manchas pretas na região inguinal (canto rostral pouco marcado, saco
vocal subgular, flanco com linha estreita, variando entre branco e bege, do olho à região
inguinal, e manchas amarelas ou laranjas com bordas enegrecidas na região inguinal em S.
machadoi). Scinax carnevallii compartilha com Scinax sp. a ocorrência de tubérculo cônico
entre as narinas, mas é facilmente separada desta pelo formato do focinho, cor dos olhos
em vida e pela textura e coloração da pele do dorso (focinho pontudo em vista dorsal e
acuminado a arredondado em vista lateral, íris avermelhada em vida e pele do dorso lisa,
de coloração castanho-amarelada, algumas vezes com dois pares de manchas marrons mais
escuras em forma de parênteses invertidos, em Scinax sp.).
Bibliografia: Caramaschi & Kisteumacher (1989); Pezzuti et al. (2011); Haddad et al. (2013).
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©Danielle Costa
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Bibliografia: Eterovick & Sazima (2004); Pugliese et al. (2004); Kopp & Eterovick (2006);
Leite et al. (2008); Pezzuti et al. (2011).
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©Tiago Pezzuti
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Bibliografia: Bokermann (1968); Arzabe et al. (1998); Wogel et al. (2000); Caramaschi
& Cardoso (2006); Arzabe & Carvalho-e-Silva (2010); Nunes et al. (2010); Nunes &
Pombal (2011); Haddad et al. (2013).
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©Bruno Pimenta
©Bruno Pimenta
©Roberta Murta-Fonseca
©Tiago Pezzuti
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Distribuição geográfica: Sul, centro e leste do Brasil, leste da Bolívia, Paraguai e noroeste
da Argentina.
Bibliografia: Lutz (1973); Toledo & Haddad (2005); Cardoso & Pombal (2010); Pezzuti et al. (2011).
©Danielle Costa 115
©Tiago Pezzuti
116
Distribuição geográfica: No Brasil, ocorre nos estados do Mato Grosso, Tocantins, Goiás, Mato
Grosso do Sul, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul, nos biomas da Mata Atlântica, Cerrado e Pantanal; ocorrem
também no leste da Bolívia, Paraguai e norte da Argentina.
Espécies correlatas: Scinax fuscovarius é mais parecida com S. aff. perereca, S. aff. x-signatus,
S. curicica e S. eurydice. Difere de S. aff. perereca , S. aff. x-signatus e S. curicica principalmente
pelo padrão de colorido dorsal (variando entre amarelo, castanho-claro e castanho-oliváceo,
com faixas longitudinais pretas ou marrons, em S. aff. perereca; coloração castanho-amarelada,
com duas linhas longitudinais pouco definidas desde a região pós-orbital até o meio do dorso
em S. aff. x-signatus; coloração castanha a cinza, com mancha interorbital estendendo-se em
duas linhas longitudinais até a região inguinal em S. curicica). Difere de S. eurydice pelo formato
do focinho, canto rostral pouco marcado e pelo tarso com pele lisa (focinho arredondado em
vistas dorsal e lateral, canto rostral bem marcado e tarso com tubérculos em S. eurydice).
Difere também de S. curicica pelo maior porte e de S. aff. x-signatus pelo formato do focinho
(arredondado em vistas dorsal e lateral em S. aff. x-signatus).
Bibliografia: Lutz (1973); Eterovick & Sazima (2004); Cruz et al. (2009).
©Danielle 117
Costa
©Tiago Pezzuti
118
Distribuição geográfica: Serra da Mantiqueira, no sul de Minas Gerais, porção sul da Serra do
Espinhaço e município de São José do Mantimento - MG.
Girinos pequenos, castanho-claros em vida. Cauda com ponta aguda, finamente reticulada e
com estreita listra longitudinal escura, interrompida na margem dorsal do músculo (podendo
formar barras em vista dorsal). Olhos dorsais. Narinas arredondadas, sem projeções nas
margens internas, dorsais e localizadas, aproximadamente, à mesma distância do focinho
e dos olhos. Espiráculo lateral e curto, com parede interna fundida à parede do corpo e
uma pequena extremidade livre. Tubo anal destro e longo, posicionado ao nível da margem
inferior da nadadeira ventral e fundido à nadadeira. Disco oral ventral, não emarginado, com
lábio posterior côncavo quando fechado. Interrupção dorsal na fileira de papilas marginais e
muitas papilas submarginais nas laterais do disco oral. Fórmula dentária 2(2)/3.
História natural: Espécie noturna e arborícola que habita áreas abertas, bordas de mata e
florestas, com populações abundantes. Reproduz-se em poças, lagoas artificiais e remansos
de riachos. Os machos vocalizam nos meses frios da estação seca, entre junho e agosto,
sobre a vegetação herbácea e arbustiva. Os girinos possuem hábito bentônico e são mais
ativos durante a noite, quando se alimentam sobre o fundo lamacento entre detritos e folhas.
São registrados ao longo de todo o ano.
Bibliografia: Caramaschi & Kisteumacher (1989); Cruz et al. (2009); Carvalho Jr. et al. (2010);
Pezzuti et al. (2011); Haddad et al. (2013).
©Tiago Pezzuti
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Espécie de pequeno porte, com comprimento rostrocloacal médio de 26mm nos machos
e 21mm nas fêmeas. Focinho truncado em vista dorsal, arredondado a protruso em
vista lateral. Canto rostral pouco marcado. Saco vocal subgular e único. Pele do dorso
finamente granulada, com duas grandes manchas diagonais castanho-escuras sobre
fundo acinzentado a castanho-claro. Flanco com linha estreita, variando entre branco e
bege, do olho à região inguinal. Mancha triangular entre os olhos. Mancha amarela com
borda enegrecida na região inguinal e ocelos da mesma cor na face interna da tíbia. Braços
e pernas com faixas transversais de variados tons de marrom, às vezes pouco distintas.
Mãos sem membranas interdigitais.
Bibliografia: Bokermann & Sazima (1973); Eterovick & Sazima (2004); Leite et al. (2008);
Pezzuti et al. (2011).
©Bruno Pimenta
©Thiago Silva-Soares
©Tiago Pezzuti
122
Girinos de tamanho médio, prateados ou dourados em vida. Cauda com ponta aguda
e metade posterior abruptamente escurecida. Olhos laterais. Narinas arredondadas,
sem projeções nas margens internas, dorsais e localizadas aproximadamente
à mesma distância do focinho e dos olhos. Espiráculo lateral e curto, com parede
interna fundida à parede do corpo e uma pequena extremidade livre. Tubo anal
destro e curto, posicionado acima da margem inferior da nadadeira ventral e fundido
à nadadeira. Disco oral anteroventral emarginado ventralmente, com interrupção
dorsal na fileira de papilas marginais. Muitas papilas submarginais nas laterais do
disco oral. Fórmula dentária 2(2)/3(1).
Bibliografia: Lutz (1973); Eterovick & Sazima (2004); Cruz et al. (2009); Aquino et al.
(2010); Pezzuti et al. (2011).
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©Tiago Pezzuti
124
Scinax sp.
FAMÍLIA HYLODIDAE
Bibliografia: Caramaschi & Sazima (1985); Eterovick & Sazima (2004); Pimenta et al. (2008);
Pezzuti et al. (2011); Haddad et al. (2013).
©Bruno Pimenta
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©Tiago Pezzuti
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Girinos grandes, castanho-escuros em vida. Cauda com ponta aguda e duas listras
longitudinais escuras no músculo: uma no meio da musculatura, da junção entre corpo e
cauda até o primeiro terço da cauda; outra, contínua, na margem dorsal. Olhos dorsais.
Narinas elípticas, com projeções pouco desenvolvidas nas margens internas e dorsais.
Espiráculo lateral e curto. Intestino em espiral elíptica. Acúmulos de neuromastos
(células sensitivas) muito evidentes no ventre. Tubo anal destro e curto. Disco oral ventral,
emarginado lateroventralmente, com ampla interrupção dorsal na fileira bi ou trisseriada
(fileira composta por duas ou três linhas) de papilas marginais. Poucas papilas submarginais
dispostas em pequenas fileiras nas laterais do disco oral e lábios. Fórmula dentária 2(2)/3(1).
História natural: Espécie diurna e saxícola, pouco frequente na região, que habita riachos
permanentes com corredeiras e fundo pedregoso, em florestas ciliares de cerrado, campos
rupestres e Mata Atlântica. São bastante ariscos, cessando a vocalização (semelhante ao
trinar de um pássaro) assim que percebem a aproximação de predadores. Quando ameaçados,
saltam na água logo abaixo da corredeira, dificultando a localização. O período reprodutivo
acontece na estação chuvosa, entre os meses de novembro e fevereiro. Os machos vocalizam
durante o dia, sobre pedras emersas do leito do riacho ou nas margens, sempre ao lado
de corredeiras. A desova é depositada em cavidades sob rochas debaixo d’água. Os girinos
possuem hábito bentônico e são encontrados alimentando-se sob raízes e barrancos, tanto
em áreas de remanso quanto de correnteza fraca. Possuem desenvolvimento lento e são
registrados ao longo de todo o ano.
Bibliografia: Sazima & Bokermann (1983); Eterovick & Sazima (2004); Haddad et al. (2013).
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©Ronald Rezende de Carvalho Júnior
©Tiago Pezzuti
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FAMÍLIA LEPTODACTYLIDAE
Distribuição geográfica: Serra da Boa Vista (setor norte da Serra da Mantiqueira no Espírito
Santo), Parque Estadual do Rio Doce - MG, município de Sem-Peixe - MG e Serra do Espinhaço
entre os municípios de Ouro Branco e Conceição do Mato Dentro - MG.
Girinos pequenos, castanho-claros em vida, sem manchas distintas no corpo ou cauda, que
são finamente reticulados. Cauda com ponta aguda. Olhos dorsais de tamanho intermediário.
Narinas dorsais, grandes, elípticas e com projeções pouco desenvolvidas nas margens
internas. Espiráculo lateral e curto. Tubo anal destro e longo. Disco oral anteroventral,
emarginado lateralmente, com ampla interrupção dorsal e discretas interrupções ventral e
lateroventral na fileira de papilas marginais. Sem papilas submarginais. Fórmula dentária
2(2)/3(1).
História natural: Espécie noturna e terrícola, que habita o folhiço em áreas florestadas.
Os machos vocalizam no chão durante todo o ano, com pico de atividade nos meses mais
quentes e úmidos (outubro a março). A reprodução ocorre em pequenas poças, normalmente
temporárias. Em todas as espécies do gênero Physalaemus, os ovos são depositados no
interior de um ninho de espuma, formado por um muco que é batido pelos pais com as
pernas durante a oviposição, em processo semelhante à fabricação de claras em neve. Em
P. crombiei, os ninhos podem ser colocados diretamente sobre a água ou no folhiço úmido.
Os girinos são bentônicos e se alimentam sobre o fundo lamacento das poças. Completam o
desenvolvimento em poucos meses e são encontrados apenas na estação chuvosa.
Bibliografia: Heyer & Wolf (1989); Nascimento et al. (2005b); Pupin et al. (2010), Pezzuti et
al. (2011); Haddad et al. (2013).
131
132
Girinos pequenos, acinzentados em vida. Cauda com ponta aguda, manchas arredondadas
escuras nas nadadeiras e manchas despigmentadas na musculatura. Olhos e narinas
dorsais grandes. Narinas elípticas, com projeções pouco desenvolvidas nas margens
internas. Espiráculo lateral e curto. Tubo anal destro e longo. Disco oral anteroventral,
emarginado lateralmente, com ampla interrupção dorsal e discretas interrupções ventral
e lateroventral na fileira de papilas marginais. Sem papilas submarginais. Fórmula
dentária 2(2)/3(1).
Bibliografia: Eterovick & Sazima (2004); Nascimento et al. (2005b); Pezzuti et al. (2011);
Haddad et al. (2013).
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©Tiago Pezzuti
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©Thiago Silva-Soares
©Danielle Costa
©Danielle Costa
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©Danielle Costa
142
História natural: Espécie terrícola e predominantemente diurna, mas pode também ser ativa
à noite. A reprodução acontece no início da estação chuvosa (de outubro a dezembro), quando
os machos vocalizam em encostas encharcadas. A desova é depositada em ninho de espuma
no interior de tocas escavadas pelo macho sob pedras. As tocas, construídas às margens de
brejos e alagadiços pequenos, rasos, temporários e associados a campos limpos e campos
rupestres, são constituídas por um túnel que leva a uma câmara subterrânea, onde acontecem
o amplexo e a oviposição. Quando os ninhos são inundados por ocasião das chuvas, os girinos
são carreados para o brejo pelas enxurradas. Os girinos possuem hábito bentônico.
©Tiago Pezzuti
144
História natural: Espécie noturna e terrícola, que habita áreas abertas, parecendo
preferir aquelas modificadas pela ação humana (como pastagens). A reprodução
acontece durante a estação chuvosa, entre os meses de setembro e março, quando
os machos constroem câmaras subterrâneas em locais passíveis de inundação pelas
chuvas. Os machos vocalizam sobre o solo ou sob a vegetação rasteira, sempre
próximos às entradas de suas tocas. A desova é depositada em ninhos de espuma
no interior das câmaras, à semelhança de L. camaquara. Os girinos são bentônicos e
ocorrem em corpos d’água lênticos, temporários ou permanentes.
Bibliografia: Heyer et al. (1990); Izecksohn & Carvalho-e-Silva (2001); Eterovick &
Sazima (2004); Uetabanaro et al. (2008); Pezzuti et al. (2011).
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©Tiago Pezzuti
146
Distribuição geográfica: Brasil, nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, nos biomas
da Mata Atlântica e do Cerrado.
Girinos de tamanho médio, castanho-escuros em vida. Cauda com ponta aguda e listra
longitudinal clara, bem definida, logo abaixo do meio da musculatura caudal. Nadadeiras
finamente reticuladas por melanóforos. Olhos dorsais. Narinas dorsais, arredondadas,
sem projeções nas margens internas, localizadas mais próximas do focinho que dos olhos.
Espiráculo lateral e curto. Tubo anal medial e longo, fundido à nadadeira ventral. Disco
oral anteroventral, não emarginado, com ampla interrupção dorsal na fileira de papilas
marginais. Sem papilas submarginais. Fórmula dentária 2(2)/3(1).
Bibliografia: Eterovick & Sazima (2004); Giaretta & Costa (2007); Pezzuti et al (2011); Haddad
et al. (2013).
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©Tiago Pezzuti
©Rafael pontes
©Tiago Pezzuti
148
Espécie de grande porte, com comprimento rostrocloacal entre 117 e 188mm em machos e 124 e
166mm em fêmeas. Focinho quase arredondado em vistas dorsal e lateral. Glândula distinta no canto
da boca, próxima ao ombro. O dorso pode ser uniformemente claro ou escuro, ou com uma série de
pequenas marcas espalhadas, arredondadas e pouco definidas. Apresentam bandas escuras que
quase convergem na porção anterior do corpo e grandes manchas escuras posteriormente. Faixa
interorbital larga, irregular, com duas manchas escuras na região dos ombros e na região sacral,
que podem ser delineadas ou não. Lábio superior com padrão de barras verticais ou triangulares.
Machos em período reprodutivo com um espinho bem desenvolvido junto ao dedo I e espinhos no
peito. Um par de cristas glandulares longitudinais, normalmente da borda posterior dos olhos até o
meio do dorso. Cristas do flanco normalmente cobertas por uma linha de manchas escuras. Ventre
com manchas brancas assemelhadas a vermiculações na maioria dos exemplares. Nos flancos e
superfície anterior das coxas, vermiculações com coloração amarelada. Superfície dorsal das coxas
com barras transversais estreitas. Região inguinal e partes ocultas das coxas avermelhadas.
História natural: Espécie noturna e terrícola que ocorre principalmente em áreas abertas, mas
já foi também encontrada em matas primárias e secundárias. É boa colonizadora de ambientes
antropizados. Em muitas localidades, é utilizada como item alimentar, devido ao porte. Os
machos geralmente vocalizam nas partes rasas dos corpos d’água ou no solo próximo às margens,
em novembro e dezembro, e, ocasionalmente, também em setembro e outubro. Os ovos são
depositados em ninhos de espuma, fabricados à semelhança dos de Physalaemus, no interior de
depressões naturais ou escavadas pelos machos próximo a corpos d’água lênticos permanentes
ou temporários. Os girinos possuem hábito bentônico e são predadores de desovas e pequenos
girinos. Também se alimentam raspando detritos, algas e filtrando partículas na coluna d’água.
Desenvolvem-se muito rapidamente e são registrados apenas no período chuvoso.
Bibliografia: Eterovick & Sazima (2004); Heyer et al. (2004); Heyer (2005); Pezzuti et al. (2011);
Prado et al. (2011).
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Comportamento de defesa.
©Tiago Pezzuti
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Espécie de grande porte, com comprimento rostrocloacal entre 110 e 116mm nos machos
e 90 e 100mm nas fêmeas. Focinho arredondado em vista dorsal e obtuso em vista lateral.
Glândula distinta no canto da boca, próximo ao ombro. Pele do dorso lisa, com três a
quatro pares de cristas glandulares longitudinais, coloração verde-oliva a castanho-
bronze e manchas ocelares marrom-escuras. Mancha em forma de borboleta entre os
olhos. No período reprodutivo, machos podem apresentar um espinho arredondado
junto ao dedo I e outro semelhante na região do prepólex. Partes inferiores dos membros
e partes ocultas das coxas com manchas marrons de formato irregular.
Bibliografia: Izecksohn & Carvalho-e-Silva (2001); Eterovick & Sazima (2004); Uetabanaro
et al. (2008); Pezzuti et al. (2011); Haddad et al. (2013).
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©Bruno Pimenta
©Tiago Pezzuti
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Girinos grandes, castanho-escuros em vida. Cauda com ponta aguda, listra longitudinal
clara, bem definida, logo abaixo do meio da musculatura caudal, e nadadeiras com grandes
manchas arredondadas em suas margens. Olhos dorsais. Narinas dorsais, arredondadas,
sem projeções nas margens internas. Espiráculo lateral e curto. Tubo anal medial, curto
e fundido à nadadeira ventral. Disco oral anteroventral não emarginado, com ampla
interrupção dorsal na fileira de papilas marginais. Sem papilas submarginais. Fórmula
dentária 2(2)/3(1).
Bibliografia: Haddad et al. (2008); Uetabanaro et al. (2008); Kwet et al. (2010); Pezzuti et al. (2011).
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©Tiago Pezzuti
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FAMÍLIA MICROHYLIDAE
História natural: Espécie noturna e fossorial (que passa a maior parte do tempo
em câmaras ou galerias subterrâneas), encontrada em áreas florestadas, incluindo
aquelas com alguma perturbação. Reproduz-se na estação quente e chuvosa do
ano, quando forma aglomerados reprodutivos em poças permanentes e temporárias
depois de chuvas fortes. Os machos vocalizam flutuando nas porções rasas ou
agarrados à vegetação emersa.
Bibliografia: Cruz et al. (1997); Forlani (2010); Frost (2013); Haddad et al. (2013). ©R
155
Bibliografia: Caramaschi (2010); Toledo et al. (2010); Pezzuti et al. (2011); Haddad et
al. (2013).
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©Tiago Pezzuti
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159
Chave de adultos
1.1. Extremidades dos dedos e artelhos sem discos adesivos (Figs. 1 e 2)....................2
1.2. Extremidades dos dedos e artelhos com discos adesivos (Figs. 3 e 4)................27
Figura 1 - Dedos sem discos Figura 2 - Artelhos sem discos Figura 3 - Dedos com discos Figura 4 - Artelhos com
adesivos nas extremidades. adesivos nas extremidades. adesivos nas extremidades. discos adesivos nas
extremidades.
4.1. Presença de glândulas pós-orbitais, além das parotoides (Fig. 6)...Odontophrynus cultripes
4.2. Não como acima...............................................................................................5
Figura 7 - Apêndices palpebrais em forma de chifres. Figura 8 - Mancha em forma de losango na região sacral.
8.1. Dorso com desenho de contorno claro desde a região interorbital até a região
sacral, onde forma figura semelhante a um losango (Fig. 8)........Proceratophrys cururu
8.2. Dorso castanho com linha vertebral bege estendendo-se desde o focinho até a
altura da cloaca.................................................................Odontophrynus americanus
12.1. Presença de faixa escura no flanco, do focinho ou olho até a região inguinal.......13
12.2. Sem faixa escura no flanco................................................................................17
14.1. Extremidades dos dedos e dos artelhos sem dilatações; faixa escura do flanco
marginada superiormente por estreita linha avermelhada e inferiormente por estreita
linha verde-azulada; pontuações verde-azuladas na lateral da cabeça e nas partes mais
baixas do flanco; macho com saco vocal único e subgular............Physalaemus orophilus
14.2. Extremidades dos dedos e artelhos dilatadas; linha branca cobrindo o lábio
superior; machos com sacos vocais pareados e laterais e pés extensivamente
fimbriados............................................................................................Hylodes otavioi
162
16.1. Cabeça mais larga que comprida; dorso com duas ou três manchas marrom-escuras
em forma de “V” invertido, conectadas ou não umas às outras..........Physalaemus crombiei
16.2. Cabeça mais comprida que larga; dorso com algumas manchas escuras esparsas
lembrando a forma de um ômega (Ω).....................................Physalaemus evangelistai
17.1. Dedos com extremidades em forma de “T”; dedo I maior que dedo II; par de
manchas na região dorsal (Fig. 12)..................................................Haddadus binotatus
17.2. Dedos sem extremidades em forma de “T”........................................................18
19.1. Lábio superior com listra branca, da ponta do focinho ao ombro; dois a quatro
espinhos nupciais no dedo I; dorso sem cristas glandulares; machos com pés
extensivamente fimbriados................................................Crossodactylus bokermanni
19.2. Lábio superior com larga listra branca, estendendo-se sob o tímpano até o ombro,
margeada acima e abaixo por faixas pretas do focinho ao tímpano...........................20
Figura 13 - Cristas glandulares dorsolaterais com faixas ou linhas de manchas pretas (setas superiores) e barras
transversais interrompidas e de margens irregulares nas superfícies dorsais das pernas (seta inferior).
Figura 14 - Tímpano com diâmetro semelhante ao do olho. Figura 15 - Tímpano com diâmetro menor que o do olho.
24.1. Linha vertebral clara e nítida, acompanhada de mancha clara em forma de losango
(Fig. 16)...............................................................................Leptodactylus camaquara
24.2.Não como acima..............................................................................................25
Figura 16 - Linha vertebral nítida acompanhada por mancha em forma de losango (entre os braços).
165
25.1. Pelo menos seis cristas glandulares dorsais com a mesma coloração de fundo;
barras transversais nas superfícies dorsais das pernas; coloração da parte oculta das
coxas e região inguinal igual à cor do fundo...................................Leptodactylus fuscus
25.2. Cristas glandulares dorsais brancas; superfícies anterior e posterior das pernas
com barras transversais escuras, superfícies dorsais com pregas longitudinais
esbranquiçadas e mesma coloração de fundo do dorso do corpo; partes ocultas das
coxas e região inguinal com coloração amarelada.............................Leptodactylus jolyi
26.1. Focinho quase arredondado em vistas dorsal e lateral; faixa interorbital larga,
irregular; duas manchas escuras na região dos ombros e na região sacral, delineadas
ou não; lábio superior com padrão de barras verticais ou triangulares; região inguinal
e partes ocultas das coxas avermelhadas.............................Leptodactylus labyrinthicus
26.2. Focinho arredondado em vista dorsal (Fig. 17) e obtuso em vista lateral; dorso
com três a quatro pares de cristas glandulares longitudinais, coloração de verde-oliva a
castanho-bronze e manchas ocelares marrom-escuras; mancha em forma de borboleta
na região interorbital; partes inferiores dos membros e partes ocultas das coxas com
manchas marrons de formato irregular........................................Leptodactylus latrans
28.1. Discos adesivos nas extremidades dos dedos em forma de “T” (mais largos que
compridos; Fig. 18)....................................................................Vitreorana uranoscopa
28.2. Discos adesivos nas extremidades dos dedos arredondados (Fig. 19)...............29
33.1. Pele pouco rugosa; membranas interdigitais nas mãos e pés não atingem a base
do disco adesivo do dedo IV (Fig. 21); apêndices calcâneos, crista supracloacal e
crenulações nos membros pouco desenvolvidos.................................Hypsiboas lundii
33.2.Pele muito rugosa; membranas interdigitais nas mãos e pés atingem a base do
disco adesivo do dedo IV; apêndices calcâneos e crista supracloacal e crenulações nos
membros bem desenvolvidos (Fig. 22).............................................Hypsiboas pardalis
Figura 21 - Membrana interdigital sem atingir o disco Figura 22 - Membrana interdigital atingindo o disco
adesivo do dedo IV (vista dorsal). adesivo do dedo IV (vista ventral; seta superior); crenu-
lações bem desenvolvidas nos braços (seta inferior).
168
34.1. Presença de crista subcloacal; lábio inferior coberto por tubérculos; machos com
sacos vocais pareados e laterais, sem prepólex..........................Itapotihyla langsdorffii
34.2. Sem crista subcloacal; machos com saco vocal subgular; coloração dorsal
variando de cinza a acastanhada..............................................................................35
36.1. Pele do dorso com grânulos esparsos; focinho truncado em vista dorsal e
vertical em vista lateral (Fig. 23); machos com prepólex muito desenvolvido (Fig. 24)
e antebraço extremamente hipertrofiado..........................Bokermannohyla alvarengai
36.2. Pele do dorso lisa; focinho arredondado em vista dorsal e truncado em vista
lateral; machos com prepólex pouco desenvolvido (Fig. 25) e antebraço levemente
hipertrofiado................................................................................Hypsiboas crepitans
Fig. 23 - Focinho vertical em vista Fig. 24 - Prepólex muito desenvolvido. Fig. 25 - Prepólex pouco desenvolvido.
lateral.
37.1. Cabeça mais longa do que larga; focinho arredondado em vistas dorsal e lateral
(Fig. 26); machos com prepólex pouco desenvolvido..............Bokermannohyla saxicola
37.2. Cabeça tão larga quanto longa; focinho semicircular em vista dorsal e arredondado
em vista lateral; patágio na região axilar; machos sem prepólex....Dendropsophus seniculus
169
39.1. Cabeça mais longa que larga; focinho longo e subelíptico em vista dorsal (Fig. 27),
protruso em vista lateral.................................................................Scinax squalirostris
39.2. Focinho truncado em vista dorsal (Fig. 28) e arredondado em vista lateral........40
Figura 27 - Focinho longo e subelíptico em vista dorsal. Figura 28 - Focinho truncado em vista dorsal.
40.1. Dedos finos; discos adesivos pequenos; sem apêndices calcâneos e crista
supracloacal.................................................................................Hypsiboas cipoensis
40.2. Dedos grossos; discos grandes; apêndices calcâneos e crista supracloacal
presentes..................................................................................Hypsiboas polytaenius
170
43.1. Pele do tarso lisa; focinho quase arredondado em vista dorsal, protruso em vista
lateral; canto rostral pouco marcado.............................................Scinax fuscovarius
43.2. Tarso com tubérculos; canto rostral bem marcado.........................................44
44.1. Focinho arredondado em vistas dorsal e lateral; íris acobreada em vida; porções
escondidas das pernas e região inguinal coloridas de amarelo vivo.......Scinax eurydice
44.2. Focinho pontudo em vista dorsal e acuminado a arredondado em vista lateral,
com tubérculo cônico entre as narinas; íris avermelhada em vida; região inguinal
amarelada.................................................................................................Scinax sp.
Figura 29 - Tubérculo cônico entre as narinas. Figura 30 - Focinho sem tubérculo cônico entre as narinas
46.1. Focinho truncado em vista dorsal; duas ou três faixas verticais prateadas
do olho ao lábio superior; braços e pernas com faixas transversais marrons;
região inguinal esbranquiçada com manchas pretas; machos com saco vocal
subgular.........................................................................................Scinax carnevallii
171
46.2. Focinho subelíptico em vista dorsal; dorso de amarelo vivo a dourado e sem
desenhos aparentes à noite; barras transversais pouco definidas nas pernas; machos
com saco vocal lateral.......................................................................Scinax luizotavioi
47.1. Mancha ou faixa branca/prateada sob o olho, bem distintas do padrão de colorido
geral do corpo..........................................................................................................48
47.2. Sem mancha ou faixa branca/prateada sob o olho.............................................49
48.1. Cabeça tão larga quanto longa; focinho levemente arredondado em vista
dorsal, truncado em vista lateral; membrana interdigital entre os artelhos I e II
desenvolvida...........................................................................Dendropsophus branneri
48.2. Cabeça mais longa que larga; focinho longo e subelíptico em vista dorsal,
protruso em vista lateral; membrana interdigital entre os artelhos I e II ausente ou
reduzida..................................................................................Scinax fuscomarginatus
49.1. Tímpano indistinto ou perceptível apenas sob a pele; dorso com mancha mais
escura, inteira ou dividida, semelhante a uma ampulheta; podem ocorrer linhas claras
sobre o dorso; face oculta das coxas avermelhada ou alaranjada....Dendropsophus minutus
49.2. Tímpano parcial ou completamente distinto.....................................................50
50.1. Dorso com coloração verde em vida; tubérculo palmar e prepólex distintos..........
........................................................................................Dendropsophus rubicundulus
50.2. Dorso com outros padrões de colorido.............................................................51
53.1. Flanco com linha estreita, variando entre branco e bege, do olho à região inguinal;
canto rostral pouco marcado; mancha amarela com borda enegrecida na região
inguinal e ocelos da mesma cor na face interna da tíbia........................Scinax machadoi
53.2. Flanco com linha de manchas marrom-escuras, contínua à linha sobre o canto
rostral, desde a ponta do focinho, passando pelo olho e acima do tímpano, até o
ombro; focinho arredondado em vistas dorsal e lateral; pele do dorso lisa, de coloração
castanho-amarelada, com duas linhas longitudinais pouco definidas desde a região
pós-orbital até o meio do dorso...............................................Scinax aff. x-signatus
172
54.1. Barras ou pontos amarelos sobre fundo arroxeado ou marrom nos flancos e faces
ocultas das coxas; crista glandular dorsolateral estreita e retilínea do olho até a região
do ombro; lábio inferior coberto por uma estreita linha branca ou amarelada; crista
supracloacal colorida de branco...........................................Hypsiboas albopunctatus
54.2. Flancos com faixas transversais castanhas a marrons.....................................55
Chave de girinos
1.1. Olhos dorsais (Fig. 1A e 1B)...............................................................................2
Figura 3 - Tubo ventral destro. Em vista Figura 4 - Tubo ventral medial. Em vista
ventral a abertura do tubo é posicionada do ventral a abertura do tubo é posicionada
lado direito do corpo. no eixo central do corpo ou da nadadeira
ventral.
174
Figura 5 - Espiráculo lateral/ lateroventral. Figura 6 - Espiráculo ventral, Figura 7 - Espiráculo ventral,
independente do tubo ventral. fundido ao tubo ventral.
4.1. Intestino em espiral circular (Fig. 8A); maxilas finamente serrilhadas; maxila
anterior com serrilhado comum (Fig. 8B)..................................................................8
4.2. Intestino em espiral elíptica (Fig. 9A); maxilas grosseiramente serrilhadas; maxila
anterior com o serrilhado mediano alongado (Fig. 9B)...............................................9
5.1. Disco oral com lábio posterior expandido (Fig. 10); girinos vermelhos em vida;
possuem habito fossorial........................................................Vitreorana uranoscopa
5.2. Disco oral sem lábio posterior expandido; girinos castanho/cinza/pretos em vida;
não possuem hábito fossorial................................................................................10
6.1. Disco oral comum, com muitas papilas submarginais nas laterais (Fig. 11);
extremidade distal do tubo ventral fundida à nadadeira ventral (Fig. 13).................11
6.2. Disco oral reduzido, com poucas ou sem papilas submarginais (Fig. 12);
extremidade distal do tubo ventral independente da nadadeira ventral (Fig. 14).....12
Figura 11 - Disco oral comum, Figura 12 - Disco oral Figura 13 - extremidade distal Figura 14 - extremidade distal
com muitas papilas submarginais reduzido, com poucas ou sem do tubo ventral fundida à do tubo ventral independente
nas laterais. papilas submarginais. nadadeira ventral. da nadadeira ventral.
176
7.1. Disco oral ausente, sem estruturas queratinizadas, com franja dérmica anterior
(Fig. 15).......................................................................................Elachistocleis cesarii
7.2. Disco oral presente e com estruturas queratinizadas (Fig. 16)...Phyllomedusa burmeisteri
Figura 15 - Disco oral ausente, sem estruturas Figura 16 - Disco oral presente e com estruturas
queratinizadas, apenas com uma franja dérmica queratinizadas.
anterior.
Figura 17 - Neuromastos ventrais, Figura 18 - Músculo da cauda com Figura 19 - Músculo da cauda
anteriores à região do espiráculo. listras longitudinais. sem listras longitudinais e com
manchas arredondadas.
177
12.1. Corpo triangular deprimido em vista lateral (Fig. 22); parede interna do tubo
do espiráculo presente como uma borda discreta (Fig. 24), nadadeira ventral pouco
convexa ou quase paralela ao eixo longitudinal do girino, nadadeiras não apresentam
coloração avermelhada/alaranjada em vida...........................................................18
12.2. Corpo triangular em vista lateral (Fig. 23); ausência de parede interna do tubo
do espiráculo (Fig. 25); nadadeira ventral convexa; nadadeiras podem apresentar
coloração avermelhada/alaranjada em vida...........................................................19
Figura 22 - Corpo triangular Figura 23 - Corpo triangular Figura 24 - parede interna do Figura 25 - tubo do
deprimido em vista lateral. em vista lateral. tubo do espiráculo presente espiráculo sem parede
como uma borda discreta. interna.
178
13.1. Disco oral não emarginado, com parte posterior côncava quando fechada e muitas
papilas submarginais aglomeradas nas laterais (Fig. 26)............................................20
13.2. Disco oral emarginado; parte posterior do disco oral não côncava quando fechada;
poucas papilas submarginais esparsas ou em pequenas fileiras quando presentes (Fig.
27)...........................................................................................................................21
Figura 26 - Disco oral não emarginado, com Figura 27 - Disco oral emarginado, com parte
parte posterior côncava quando fechada e posterior não côncava quando fechada e poucas
muitas papilas submarginais aglomeradas nas papilas submarginais esparsas ou em pequenas
laterais. fileiras, quando presentes.
15.1. Girinos homogeneamente pretos em vida, sem qualquer tipo de mancha distinta no
corpo e/ou nas nadadeiras; cauda de altura intermediária (altura entre 23% e 44% do seu
comprimento); ocorrem em cardumes......................................................................23
15.2. Girinos castanhos/acinzentados em vida, apresentando variados tipos de manchas
no corpo e/ou na cauda; cauda baixa (altura menor que 22% do comprimento); não
ocorrem em cardumes..............................................................................................24
16.1. Girinos pequenos (comprimento total menor que 35 mm); ponta da cauda
arredondada; músculo da cauda finamente reticulado (sem manchas distintas),
gradualmente escurecido ao longo do seu comprimento (Fig. 28); são encontrados
em pequenos e rasos brejos e alagadiços temporários, associados a campos limpos e
campos rupestres...................................................................Leptodacylus camaquara
179
Figura 28 - cauda com ponta arredondada, Figura 29 - cauda com ponta aguda, músculo
músculo finamente reticulado e gradualmente finamente reticulado com manchas arredondadas
escurecido ao longo do seu comprimento. e/ou angulares, mantendo o mesmo padrão ao
longo da cauda.
17.1. Focinho inclinado e longo em vista lateral (Fig. 30); cauda longa (comprimento
maior que 70% do comprimento total) e de altura intermediária (altura entre 23% e 44%
do seu comprimento) (Fig. 31)...................................................Scinax fuscomarginatus
17.2. Focinho inclinado/arredondado/truncado e curto em vista lateral; cauda curta
(comprimento menor que 70% do comprimento total) e alta (altura maior que 44% do
seu comprimento) (Fig. 32)......................................................................................26
Figura 30 - Focinho inclinado e longo em Figura 31 - Cauda longa e de altura Figura 32 - Cauda curta e alta.
vista lateral. intermediária.
180
Figura 33 - Nadadeiras na região do flagelo Figura 34 - Ausência de papilas marginais Figura 35 - Nadadeiras translúcidas na
com a mesma coloração do restante da no disco oral. região do flagelo, cauda com comprimento
cauda, cauda longa e nadadeira ventral normal, nadadeira ventral pouco convexa.
paralela ao eixo longitudinal da cauda.
Figura 36 - Presença de interrupção Figura 37 - Cauda com altura intermediária, Figura 38 - Cauda alta, músculo da cauda e nada-
lateroventral na fileira de papilas músculo da cauda e nadadeiras com deiras reticulados por melanóforos e pequenas
marginais grandes manchas escuras arredondadas. manchas escuras.
181
20.1. Disco oral grande (largura, quando fechado, maior que 45% da largura máxima
do corpo); fileira de papilas marginais bisseriada em todo o disco oral; ausência de
interrupções (Fig. 39); em vida, duas faixas douradas no corpo, uma anterior aos olhos,
na região do focinho, e outra próxima à junção corpo-cauda; ocorrem em riachos
permanentes com ou sem pequenas matas ciliares em áreas de altitude, em campos
rupestres..........................................................................................Scinax machadoi
20.2. Disco oral de tamanho médio (largura, quando fechado, entre 17 e 44% da
largura máxima do corpo); fileira de papilas marginais unisseriada em todo o disco
oral; interrupção dorsal presente (Fig. 40); em vida, ausência de faixas transversais
douradas no corpo; ocorrem em riachos e pequenos lagoas/brejos/alagados em áreas
florestais..................................................................................................................27
Figura 39 - Disco oral grande. Notar a fileira de Figura 40 - Disco oral de tamanho médio. Notar
papilas marginais bisseriada em todo o disco oral fileira de papilas marginais unisseriada em todo
e a ausência de interrupções. o disco oral com interrupção dorsal presente.
Figura 41 - Disco oral emarginado lateralmente. Figura 42 - Disco oral emarginado lateroventralmente
e/ou ventralmente.
182
22.1. Fórmula dentária 3(1,3)/8(1) ou 3(1,3)/9(1); disco oral grande (largura, quando
fechado, maior que 45% da largura máxima do corpo) (Fig. 43)..Bokermannohyla saxicola
22.2. Fórmula dentária diferente das descritas acima; disco oral de tamanho
médio a pequeno (largura, quando fechado, menor que 44% da largura máxima do
corpo)......................................................................................................................30
23.1. Papilas submarginais ausentes, fórmula dentária 2/3, coloração geral preta
incluindo as nadadeiras................................................................Leptodactylus latrans
23.2. Papilas submarginais presentes, fórmula dentária 2(2)/3, coloração geral preta
com nadadeiras translúcidas......................................................................................31
25.1. Presença de listra clara bem definida na musculatura da cauda, músculo da cauda
reticulado por melanóforos ou com manchas angulares.............................................33
25.2. Ausência de qualquer tipo de listra clara na musculatura da cauda; músculo da
cauda com manchas arredondadas.................................................Leptodactylus fuscus
29.1. Corpo e cauda com grandes manchas escuras regularmente distribuídas; cauda
com metade posterior gradualmente escurecida............................Hypsiboas cipoensis
29.2. Corpo e cauda sem grandes manchas escuras regularmente distribuídas; cauda
com padrão de coloração homogêneo ao longo do seu comprimento.........................36
30.1. Disco oral não emarginado; narinas circulares, sem projeções nas margens
internas (Fig. 45); músculo da cauda apresenta uma listra longitudinal preta em toda
sua região mediana...................................................................Itapotihyla langsdorffii
30.2. Disco oral emarginado; narinas elípticas, com projeções nas margens internas
(Fig. 46); ausência de listra longitudinal preta do início ao fim da cauda....................37
184
Figura 45 - narinas circulares, sem projeções Figura 46 - narinas elípticas, com projeções nas
nas margens internas. margens internas.
32.1. Girinos grandes (comprimento total de 48 a 70 mm); disco oral anterior com
maxilas muito largas; fórmula dentária 1/2(2).....................Leptodactylus labyrinthicus
32.2. Girinos pequenos (comprimento total menor que 35 mm); disco oral ventral com
maxilas estreitas; fórmula dentária 2(2)/3(2).........................Physalaemus evangelistai
Figura 47 - membrana dorsal do tubo ventral Figura 48 - membrana dorsal do tubo ventral
mais curta que a ventral. do mesmo tamanho que a ventral.
Figura 49 - Presença de mancha clara Figura 50 - Projeções nas margens internas Figura 51 - Projeções nas margens internas
dorsal, mediana, posterior à região das narinas pouco desenvolvidas. das narinas bem desenvolvidas.
interorbital.
39.1. Fórmula dentária 2/3(1); membranas dorsal e ventral do tubo ventral de mesmo
tamanho (Fig. 48); ponta da cauda aguda (Fig. 54)....................Proceratophrys cururu
39.2. Fórmula dentária 2(2)/3(1); membrana dorsal do tubo ventral mais curta que a
ventral (Fig. 47); ponta da cauda arredondada (Fig. 55)...........................................41
187
Figura 56 - Disco oral com papilas submarginais Figura 57 - Disco oral com papilas submarginais
dispostas em pequenas fileiras e maxila anterior dispostas aleatoriamente nas laterais e maxila
em forma de “arco”. anterior em forma de ‘M’.
Figura 58 - Espiráculo longo com parede interna do tubo Figura 59 - Espiráculo curto com parede interna fundida
totalmente livre da parede do corpo e de mesmo comprimento à parede do corpo, com uma grande extremidade livre e
que a parede externa. mais longa que a parede externa.
44.1. Focinho inclinado em vista lateral (Fig. 61); presença de mancha clara dorsal,
mediana, próxima à região de origem da musculatura caudal (Fig. 63).........................
......................................................................................................Hypsiboas crepitans
44.2. Focinho arredondado em vista lateral (Fig. 62); ausência de mancha clara dorsal,
mediana, próxima à região de origem da musculatura caudal................Hypsiboas lundii
189
Figura 61 - Focinho inclinado Figura 62 - Focinho arredondado em Figura 63 - Mancha clara dorsal,
em vista lateral. vista lateral. mediana, próxima à região de origem da
musculatura caudal.
45.1. Girinos muito grandes (comprimento total maior que 70 mm); ausência de listra
interrompida na margem dorsal da musculatura da cauda (podendo formar barras em
vista dorsal); focinho inclinado em vista lateral.....................................Hypsiboas faber
45.2. Girinos grandes (comprimento total de 48 a 70 mm); presença de listra
interrompida na margem dorsal da musculatura da cauda (podendo formar barras em
vista dorsal); focinho arredondado em vista lateral................Hypsiboas albomarginatus
190
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