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Em geral, as pessoas supõem que os cris tãos creem numa “vida após
a morte” no sentido genérico,e não ima ginam como as noções mais
específicas sobre ressurreição, juízo,se gunda vinda de Cristo e outras
se encaixam nesse sistema de crenças, nem como se relacionam com
os interesses urgentes do mundo real.A questão não é simplesmente
estabelecer o que devemos crer em relação a alguém que morreu, ou
sobre o nosso provável destino pós-morte, embora isso também seja
importante. Trata-se de refletir seri amente sobre os propósitos de
Deus para o mundo e o que ele tem feito nesse sentido, como parte
desses propósitos.
“E a cada novo dia, esta é a rodada que o meu coração precisa jogar: eu
estou vivendo esta vida, a que está bem na minha frente. Está aqui em
que casamentos são difíceis. Está aqui em que não estamos vivendo
como deveríamos ou como gostaríamos. Está aqui onde estamos
cansados, onde queremos fazer a diferença, mas não temos certeza de
onde começar, onde precisamos colocar comida na mesa e escovar os
dentes das crianças, onde temos dor nas costas e semanas entediantes,
onde as nossas vidas parecem pequenas, onde temos dúvidas, onde
lutamos com a falta de sentido, onde nos preocupamos com quem
amamos, onde lutamos para encontrar o nosso próximo e amar os mais
íntimos, onde ficamos de luto, onde esperamos. E neste dia particular,
Jesus me conhece e declara que sou dele. Neste dia, ele está redimindo
o mundo, avançando o seu reino, nos chamando para nos arrepender e
crescermos, ensinando a sua igreja a adorar, se aproximando de nós e
nos tornando um povo todo seu.”
“O salmista declara: “Este é o dia que o Senhor fez”. Este aqui. Não
acordamos para uma misericórdia vaga ou genérica de um Deus
distante. Deus, com prazer e em sabedoria, fez, nomeou e abençoou
este dia comum. O que eu na minha fraqueza vejo como mais um dia
monótono numa série de dias, Deus me deu como um presente singular.
Quando Jesus morreu pelo seu povo, ele me conhecia pelo nome na
particularidade deste dia. Cristo não redimiu a minha vida teoricamente
ou abstratamente, a vida que eu sonhei viver ou a vida que eu pensava
que deveria viver, idealmente. Ele sabia que eu estaria hoje do jeito que
eu estou, na minha casa do jeito que ela está, nos meus
relacionamentos com sua beleza e miséria específicas, nos meus
A nova vida em que somos batizados é
pecados e lutas peculiares.
vivida em dias, horas e minutos. Deus está nos formando como
novas pessoas. E o lugar dessa formação é os pequenos
momentos do hoje.”
“
Nosso culto junto como igreja nos forma de uma maneira específica.
Precisamos ser formados como pessoas que valorizam o que dá vida,
não só o que está na moda ou que é barulhento ou excitante. Eu me
preocupo ao pensar que, quando o nosso culto se parece com um show
de rock ou um programa de entretenimento, estamos sendo formados
como consumidores, pessoas que estão atrás de arrepios e sobressaltos,
quando o que precisamos é aprender uma maneira de estar no mundo
que nos transforma diariamente com ritmos de arrependimento e fé.
Precisamos aprender os lentos hábitos de amar a Deus e aos que estão
ao nosso redor.
Nosso vício em estímulos, impulsos e entretenimento nos esvazia e nos
torna chatos, incapazes de abraçar as maravilhas ordinárias da vida em
Cristo.”
“O tipo de vida espiritual e as disciplinas necessárias para sustentar a
vida cristã são silenciosas, repetitivas e ordinárias. Eu frequentemente
quero pular as coisas entediantes e diárias para ter o êxtase de uma fé
ousada. Mas é no cotidiano da fé cristã, arrumar a cama, lavar a louça,
orar pelos nossos inimigos, ler a Bíblia, o silencioso, o pequeno, que a
transformação de Deus se baseia e cresce.”