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26 de novembro de 2013
Projéteis incríveis
Popularmente conhecida como “bala”, seu nome mais pomposo é Projétil balístico.
Podemos chamar de projétil balístico qualquer sólido pesado que se move no espaço,
abandonado a si mesmo depois de haver recebido impulso. Geralmente, o povo também chama
o projétil balístico de “munição”.
O Projétil foi criado para matar, e é tão antigo quanto a arma de fogo. Na verdade, há quem
sustente que o projétil veio ANTES da arma de fogo ser inventada, porque uma pedra lançada
pode ser considerado um projétil.
Como nós sabemos, o Homem usou toda sua engenhosidade para criar as mais sofisticadas e
complexas armas de matar. E muito desse investimento foi depositado nas balas, porque
efetivamente, são elas que matam, inutilizam e destroem as coisas. Há seu lado inegavelmente
trágico, mas se considerarmos que a violência é parte integrante da natureza humana, o avanço
nos armamentos é apenas um reflexo da nossa capacidade enquanto espécie de desenvolver
ferramentas para atingir nosso objetivo, mesmo que ele seja a aniquilação do outro.
A letalidade é algo horrível, mas há a outra visão, do projeto, da engenharia, da mecânica, Física
e até da Química envolvidas no desenvolvimento de um armamento.
É triste que nossa espécie ainda use isso contra ela mesma, mas negar a existência e a
curiosidade sobre este assunto jamais fará o problema de seu mau uso não existir.
A arma deveria ser capaz de perfurar até 7 metros de concreto reforçado e uma placa blindada
de 1 metro, mantendo-se fora do alcance da artilharia inimiga. O engenheiro da Krupp, Dr. Erich
Müller calculou que seria necessário um canhão com calibre de cerca de 80 cm, disparar
um projétil de 7 toneladas de um cano de 30 metros. Tal arma teria um peso de mais de 1000
toneladas. O tamanho e o peso significariam que para se movimentar seria necessário um
suporte de dois pares de trilhos idênticos. A fábrica Krupp apresentou planos para os calibres
de 70, 80, 85 e 100 cm.
Mas vamos voltar aos projéteis mais usados no mundo. Aposto que tem alguns aqui nesta
seleção que você nunca viu e nem sabia que existia.
Projéteis em corte
Vendo os projéteis em corte, é possível entender a engenhosidade por trás dessas munições.
Observe que esta seleção não foi criada com base na letalidade, mas sim como uma lista
curiosa de tipos de balas diferentes.
Cartucho de calibre 5,56 × 45 mm-bala perfurante com ponta de carboneto e bandeja de cobre
para proteger a ponta, e assim oferecer mais precisão. Este material da ponta desta bala é uma
das substâncias mais duras do planeta Terra. Esse monte de bolinha ali atrás dele é pólvora
em grãos, cuja função é explodir, disparando a ponta para a frente.
Ao bater o olho neste cartucho sênior calibre XM216 5,56 × 45 mm (.223 Remington), você vai
ver que alguém gastou muito neurônio para gerar uma arma de alto poder destrutivo. O
destaque deste projétil vai para uma bala perfurante em forma de flecha com aletas.
Tal flecha de alta velocidade perfura até a mais cabulosa armadura de kevlar, de modo que um
colete à prova de balas militar não vai te salvar – apenas uma literal intervenção divina pode
evitar sua morte diante de tal engenho. A Empresa Frankford Arsenal permitiu seu uso no
programa americano SPIW – Springfield Armory e Winchester. Entre 1965 a 1970. A ponta é de
madeira fraca revestida em metal, que serve apenas para posicionar corretamente o dardo
assassino.
E que tal este garotão aqui em baixo? Sabe aquele ditado “um é pouco, dois é bom, três é
demais?” O cara que criou este cartucho pensa que três é o ideal!
O cartucho especial 7,62 / 5,6 mm Squeezebore vem com três balas de bronze. A razão disso é
que ele foi projetado para uma ação especial: Ao ser disparada esta bala solta as três pontas
como um projetil só, mas antes do impacto elas se desconectam, e atingem aproximadamente
o mesmo lugar, não exatamente o mesmo, de modo que são três impactos simultâneos
afastados poucos milímetros uns dos outros, garantindo aquela CARNE MOÍDA DE PRIMEIRA! E
isso foi inventado na década de 70!
Uma outra razão para este tipo de munição com pontas múltiplas, é que como sabemos, um
sistema de proteção visa garantir a proteção contra um determinado impacto, não contra
impactos sucessivos num mesmo ponto. Este tipo de bala busca explorar esta fragilidade
técnica.
Visando solucionar isso, foi desenvolvida esta munição encapsulada num cartucho plastico,
que a tornou mais leve e precisa. Ela por ser mais leve e precisa, também se tornou econômica
por necessitar de menos propelentes. Esta bala não é uma bala efetivamente para combate a
guerra, mas sim usada para treinamento da OTAN. Ela tem a opção de usar traçante. Foi
produzida para o Exército britânico pela empresa alemã Dynamit Nobel AG. em 1990.
Os caras sempre buscam novos materiais para inovar nessa área e a química ajuda nisso. Além
do plastico de revestimento, como vimos acima, eles já usaram até propelentes de explosivo
químico:
Este é um bom exemplo de propelente químico. Trata-se de um cartucho de Formação 7,92 ×
57 Mauser. A ponta da bala é normal, mas ele não usa pólvora, o que o torna ideal para uso em
ambientes úmidos, como a selva Amazônica, pois isso dispara até debaixo dágua. O uso de
propelente químico também parece que aumenta a durabilidade da bala, sendo vantajoso no
custo-benefício. Aquele algodão ali é algodão comum. A razão dele estar ali é simples: Se a
ponta estivesse em contato direto com o material explosivo, e você deixasse a bala cair de
ponta, ” Buuum!”
Claro que materiais sofisticados são muito apreciados para fazer balas, mas já pensou numa
bala feita de madeira?
O cartucho sueco de formação 6,5 milímetros por 55 milímetros Mauser era equipado com a
ponta de madeira. Acho que a finalidade disso era fragmentar essa porra dentro do infeliz que
levasse o tiro, tornando inútil toda tentativa de salvá-lo. Coisa de 1950.
Este é um cartucho de pistola 9 milímetros Especial Glaser feito pela empresa americana COR-
BON/Glaser Munições. Trata-se de de uma bala com ponta de esfera de plastico. Atrás dela
tem uma cacetada de bolinhas de chumbo enfiados num revestimento de bainha de cobre. Ela
destina-se exclusivamente a unidades especiais para combater o terrorismo. Usa pólvora de
confete. Essa arma pode ser disparada na cabine de um avião, porque foi projetada para se
desfazer dentro do alvo, não saindo do outro lado. Dessa forma fica garantido que só quem
levou o tiro (supostamente o terrorista) será ferido.
Curiosamente, este não é o caso desta bala com pota oca aqui em cima. A Bala Wadcutter, de
cartucho de pistola calibre 9 × 19 mm (Luger / Parabellum). A ponta da bala é bronze na forma
de um cone truncado com uma depressão. Isso gera bordas afiadas, que quando atingem um
alvo de papel, fazem um furo liso e limpo.
Em algumas vezes, a bala tem uma função sinalizadora embutida. É o caso dessa curiosa aqui:
Calibre cartucho de pistola 9 × 17 mm (.380 Browning). Quando disparada, esta bala tem uma
pequena quantidade de fósforo na base da ponta do projétil que se incendeia deixando um
rastro luminoso visível a olho nu na escuridão. Além do efeito traçante, ao atingir o alvo ela
entra num segundo modo de queima, liberando uma nuvem de fumaça colorida. Aquilo na
ponta que parece uma esfera de plastico é o composto da fumaça. O fósforo queima até ali,
rapidamente gerando o efeito traçante. Ao chegar naquela parte, o próprio fósforo inicia a
reação que libera a fumaça.
Este aqui em baixo é um cartucho de pistola especial. Trata-se de munição de Alta Segurança,
calibre 9 × 19 mm (Luger / Parabellum).
Esta bala parece ter sido ideia do próprio capeta, mas na verdade foi desenvolvida pela
empresa Cobra, uma companhia britânica, na década de 90.
Basicamente em uma bala feita de um plastico bem macio, (polietileno eu presumo) eles
enfiaram nada menos que sete dardos de aço forjado (são visíveis no corte apenas três deles).
Para evitar a destruição prematura (antes de acertar o alvo) a bala é coberta com uma jaqueta
de cobre. Uma vez penetrada no alvo, essa jaqueta se rompe, e cada um desses dardos vai
seguir um caminho, minhocando por dentro do infeliz. Os dardos são pensados para penetrar
coletes à prova de balas.
Este tipo de bala foi regulamentada para uso de tropas de combate ao terrorismo. A finalidade
é matar rápido, produzindo tanta devastação no cara que ele não consegue apertar um
detonador de bomba.
Balas com surpresinhas são um tipo de Kinder Ovo mortal. Aqui está outra:
Ela é um cartucho de pistola especial Sky Marshall calibre 9 × 19 mm (Luger / Parabellum). Ela
é usada para serviços de inteligência de contraterrorismo israelenses. Ela leva um detonador
de pólvora de confete que dispara a ponta feita em Resina macia, que traz consigo um polímero
com com esferas de aço. O efeito no corpo é o mesmo que a da bala anterior, só que este é
pensado para matar um terrorista sem colete à prova de balas.
Se você acha que já viu munição esquisita suficiente, espere só para conhecer o próximo
donativo de Satã para o bem da Raça Humana:
Este que parece mais um brinquedo que uma bala é o cartucho de revólver Speer de 9mm. Ela
tem como elemento principal um um revestimento de plástico. A ponta dessa bala é de
“plástico traumático”. O plastico externo (cinza) é muito macio, tendo um núcleo de plastico
duro. O efeito (eu suponho) é um pouco acima do estrago provocado por um tiro de bala de
borracha. O plastico vem sendo cada vez mais usado nas munições, por seu preço e outros
fatores. Aqui está outro exemplo do uso do plastico na balística:
Cartucho de pistola 9 × 22 milímetros. Trata-se de uma bala semi-expansiva. Nessa bala, o
recesso da ponta é fechado com uma carenagem de plástico, que tem por finalidade evitar o
entupimento da cavidade com as rpupas do inimigo. Se o buraco da ponta, ou recesso, está
entupido, a bala se torna uma bala comum e perde a propriedade expansiva.
Uma vez que a bala atravessou a camada de tecido, esse plastico se desfaz, revelando o
buraco da ponta, que ao atingir a carne, vai abrir como uma estrela arregaçando tudo que
estiver pela frente. A carenagem plastica na ponta também melhora a precisão das balas. Foi
desenvolvida pela empresa suíça SIGARMS em 1994. Os cartuchos expansivos são sempre
muito letais pois permitem que a bala seja capaz de aumentar de diâmetro ao atingir um alvo
humano, produzindo assim maior destruição de tecidos. Outro exemplo nessa linha, é este
modelo abaixo, semi-expansivo.
Cartucho de pistola 9 × 19 mm (Luger / Parabellum) com bala semi-expansiva. Trata-se da
munição de alto poder letal mais popular entre a polícia nos Estados Unidos. Tem bom poder
de parada.
A munição de ponta oca (também chamada hollow point) é tão destrutiva que a convenção de
Haia de 1899 proibiu seu uso na guerra. Mas no Brasil seu uso é indiscriminado e no Rio ela é
usada pela polícia corriqueiramente. Sim, a polícia do Rio usa balas que são proibidas de usar
até em guerras.
Agora se você quer mesmo “ver o oco” e fazer carne moída, o ideal é esse catiço aqui em baixo.
Fora essas, ainda tem balas que ao penetrar no corpo tem ativada uma carga explosiva e
estouram. Há um numero enorme deste tipo de munição. Isso explica essas partes ocas.
Incrível né?
Você acha que já viu tudo? Errou! Há ainda a munição de urânio empobrecido. (essa é a
preferida do capiroto!)
Imagine uma bala de fuzil que é radioativa e perfura qualquer coisa? Ó ela aqui:
Existe uma controvérsia sobre se as armas à base de urânio empobrecido deveriam ser
proibidas pelas convenções internacionais, dado que o urânio se pulveriza durante a explosão,
formando nuvens de partículas ligeiramente radioativas, capazes de contaminar extensas
áreas . Em 2001 a ONU verificou que, contrariamente ao que se pensava anteriormente, a
munição de urânio empobrecido norte-americano contém plutônio e provém, portanto, de
usinas de reprocessamento, não de enriquecimento, razão pela qual sua radioatividade é mais
alta do que se imaginava.
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