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DECRETO nº 46644, de 06/11/2014 Art.

3º – Para fins deste Código de Ética


considera-se agente público todo aquele
Texto Atualizado que exerça, ainda que transitoriamente e
sem remuneração, por eleição, nomeação,
Dispõe sobre o Código de Conduta designação, convênio, contratação ou
Ética do Agente Público e da Alta qualquer outra forma de investidura ou
Administração Estadual. vínculo, mandato, cargo, emprego ou
função pública em órgão ou entidade da
(Vide Decreto nº 46.906, de 16/12/2015.)
Administração Pública Direta ou Indireta do
Poder Executivo Estadual, inclusive os
(Vide Decreto nº 48.417, de 16/5/2022, em
integrantes da Alta Administração do Poder
vigor a partir de 1º/7/2022.)
Executivo Estadual de que trata o Capítulo
(Vide Decreto nº 48.418, de 16/5/2022, em II do Título IV deste Código de Ética.
vigor a partir de 1º/7/2022.)
Parágrafo único – O agente público deve
O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS prestar compromisso solene de
GERAIS, no uso de atribuição que lhe acatamento e observância ao disposto
confere o inciso VII do art. 90 da neste Código de Ética, em formulário
Constituição do Estado, próprio estabelecido pelo Conselho de
Ética Pública – Conset, a ser arquivado
DECRETA: juntamente com os documentos
comprobatórios de seu vínculo com o
TÍTULO I Poder Executivo no respectivo órgão ou
entidade.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 4º – As condutas elencadas neste
Art. 1º – O Código de Conduta Ética do Código de Ética, ainda que tenham
Servidor Público e da Alta Administração descrição idêntica à de outros estatutos,
Estadual, instituído pelo Decreto nº 43.673, com eles não concorrem nem se
de 4 de dezembro de 2003, e disciplinado confundem.
pelo Decreto nº 43.885, de 4 de outubro de
2004, passa a denominar-se Código de Art. 5º – Este Código de Ética não impede a
Conduta Ética do Agente Público e da Alta criação e a existência de códigos de ética
Administração Estadual e a reger-se pelas específicos, desde que esses não
normas estabelecidas neste Decreto. contrariem o disposto neste Decreto.

Art. 2º – O Código de Conduta Ética do Art. 6º – As atividades de divulgação e


Agente Público e da Alta Administração orientação sobre conduta ética no Poder
Estadual é instrumento de orientação e Executivo Estadual são de competência do
fortalecimento da consciência ética no Conset e das Comissões de Ética existentes
relacionamento do agente público estadual em cada órgão ou entidade, segundo as
com pessoas e com o patrimônio público. disposições constantes deste Código de
Ética e das Deliberações do Conset.
Parágrafo único – No texto deste Decreto,
equivalem-se as expressões “Código de TÍTULO II
Conduta Ética do Agente Público e da Alta
Administração” e “Código de Ética”. DA CONDUTA ÉTICA
CAPÍTULO I Art. 8º – Como resultantes da conduta ética
que deve imperar no ambiente de trabalho
DOS PRINCÍPIOS E VALORES e em suas relações interpessoais, são
FUNDAMENTAIS direitos e garantias do agente público:

Art. 7º – A conduta do agente público I – igualdade de acesso e oportunidades de


integrante da Administração Pública do crescimento intelectual e profissional em
Poder Executivo Estadual deve reger-se sua respectiva carreira;
pelos seguintes princípios:
II – liberdade de manifestação, observado o
I – boa-fé; respeito à imagem da instituição e dos
demais agentes públicos;
II – honestidade;
III – igualdade de oportunidade nos
III – fidelidade ao interesse público; sistemas de aferição, avaliação e
reconhecimento de desempenho;
IV – impessoalidade;
IV – manifestação sobre fatos que possam
V – dignidade e decoro no exercício de suas
prejudicar seu desempenho ou reputação;
funções;
V – sigilo a informação de ordem pessoal;
VI – lealdade às instituições;
VI – atuação em defesa legítima de seu
VII – cortesia;
interesse ou direito; e
VIII – transparência;
VII – ciência do teor da acusação e vista dos
autos, quando estiver sendo investigado.
IX – eficiência;
CAPÍTULO III
X – presteza e tempestividade;
DOS DEVERES E DAS VEDAÇÕES DO
XI – respeito à hierarquia administrativa;
AGENTE PÚBLICO
XII – assiduidade;
Seção I
XIII – pontualidade;
Dos Deveres Éticos Fundamentais
XIV – cuidado e respeito no trato com as
Art. 9º – São deveres éticos fundamentais
pessoas, subordinados, superiores e
do agente público:
colegas; e
I – agir com lealdade e boa-fé;
XV – respeito à dignidade da pessoa
humana.
II – ser justo e honesto no desempenho de
funções e no relacionamento com
CAPÍTULO II
subordinados, colegas, superiores
DOS DIREITOS E GARANTIAS NO AMBIENTE hierárquicos, parceiros, patrocinadores e
DE TRABALHO usuários do serviço;
III – observar os princípios e valores da XIV – facilitar atividades de fiscalização
ética pública; pelos órgãos de controle;

IV – atender prontamente às questões que XV – exercer função, poder ou autoridade


lhe forem encaminhadas; de acordo com a lei e regulamentações da
Administração Pública, sendo vedado o
V – ser ágil na prestação de contas de suas exercício contrário ao interesse público; e
atividades;
XVI – divulgar e estimular o cumprimento
VI – aperfeiçoar o processo de deste Código de Ética.
comunicação e contato com o público;
Seção II
VII – praticar a cortesia e a urbanidade e
respeitar a capacidade e as limitações Das Vedações
individuais de colegas de trabalho e dos
usuários do serviço público, sem Art. 10 – É vedado ao agente público:
preconceito ou distinção de raça, sexo,
nacionalidade, cor, idade, religião, I – utilizar-se de cargo, emprego ou função,
preferência política, posição social e outras de facilidades, amizades, posição e
formas de discriminação; influências para obter favorecimento para
si ou para outrem;
VIII – representar contra atos que
contrariem as normas deste Código de II – prejudicar deliberadamente a
Ética; reputação de subordinados, colegas,
superiores hierárquicos ou pessoas que
IX – resistir a pressões de superiores dele dependam;
hierárquicos, contratantes, interessados e
outros que visem a obter favores, benesses III – ser conivente com erro ou infração a
ou vantagens ilegais ou imorais, este Código de Ética ou ao Código de Ética
denunciando sua prática; de sua profissão;

X – comunicar imediatamente aos IV – usar de artifícios para procrastinar ou


superiores todo ato ou fato contrário ao dificultar exercício de direito de qualquer
interesse público, para providências pessoa;
cabíveis;
V – deixar de utilizar conhecimentos,
XI – participar de movimentos e estudos avanços técnicos e científicos ao seu
relacionados à melhoria do exercício de alcance no desenvolvimento de suas
suas funções, visando ao bem comum; atividades;

XII – apresentar-se ao trabalho com trajes VI – permitir que perseguições, simpatias,


adequados ao exercício da função; antipatias, caprichos, paixões ou interesses
de ordem pessoal interfiram no trato com
XIII – manter-se atualizado com instruções, o público ou com colegas
normas de serviço e legislação pertinentes hierarquicamente superiores ou inferiores;
ao órgão ou entidade de exercício;
VII – pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou
receber ajuda financeira, gratificação,
prêmio, comissão, doação ou vantagem, interesse em relação à atividade pública
para si ou outra pessoa, visando ao que exerce.
cumprimento de sua atribuição, ou para
influenciar outro servidor; Art. 11 – Para os fins deste Código de Ética,
ao agente público é vedada ainda a
VIII – alterar ou deturpar teor de aceitação de presente, doação ou
documentos; vantagem de qualquer espécie,
independente do valor monetário, de
IX – iludir ou tentar iludir pessoa que pessoa, empresa ou entidade que tenha ou
necessite de atendimento em serviços que possa ter interesse em:
públicos;
I – quaisquer atos de mero expediente de
X – desviar agente público para responsabilidade do agente público;
atendimento a interesse particular;
II – decisão de jurisdição do órgão ou
XI – retirar de repartição pública, sem entidade de vínculo funcional do agente
autorização legal, documento, livro ou bem público; e
pertencente ao patrimônio público;
III – informações institucionais de caráter
XII – usar informações privilegiadas obtidas sigiloso a que o agente público tenha
em âmbito interno de seu serviço, em acesso.
benefício próprio, de parentes, amigos ou
de terceiros; Art. 12 – O agente público que fizer
denúncia infundada estará sujeito às
XIII – apresentar-se embriagado ou sanções deste Código.
drogado para prestar serviço;
TÍTULO III
XIV – permitir ou contribuir para que
instituição que atente contra a moral, DO CONSELHO E DA COMISSÃO DE ÉTICA
honestidade ou dignidade da pessoa
humana tenha acesso a recursos públicos CAPÍTULO I
de qualquer natureza;
DO CONSELHO DE ÉTICA PÚBLICA –
XV – exercer atividade profissional antiética CONSET
ou ligar seu nome a empreendimentos que
atentem contra a moral pública; Art. 13 – O Conselho de Ética Pública –
Conset, criado pelo Decreto nº 43.673, de 4
XVI – permitir ou concorrer para que de dezembro de 2003, passa a reger-se
interesses particulares prevaleçam sobre o pelas normas estabelecidas neste Decreto,
interesse público; competindo-lhe:

XVII – exigir submissão, constranger ou I – assessorar o Governador e os


intimidar outro agente público, utilizando- Secretários de Estado em questões que
se do poder que recebe em razão do cargo, envolvam normas deste Código de Ética;
emprego ou função pública que ocupa; e
II – receber denúncias sobre atos de
XVIII – participar de qualquer outra autoridade praticados em contrariedade às
atividade que possa significar conflito de normas deste Código de Ética e proceder à
apuração de sua veracidade, desde que ilibada e dotados de notórios
devidamente instruídas e fundamentadas; conhecimentos de Administração Pública.

III – instaurar, após as apurações § 1º – O exercício da função de conselheiro,


pertinentes, processo ético que envolva no âmbito do Conset, é considerado de
conduta de integrante da Alta relevante interesse público, não enseja
Administração Estadual, assim como qualquer espécie de remuneração, sendo
decidir sobre recursos contra decisão sua permitido o pagamento de verbas
ou proferida em processos instaurados indenizatórias para despesas com
pelas Comissões de Ética do Poder deslocamento, hospedagem e alimentação.
Executivo;
§ 2º – Cabe ao Governador do Estado
IV – submeter ao Governador do Estado escolher o Presidente do Conselho, entre
sugestões de aprimoramento deste Código seus membros.
de Ética;
§ 3º – Os membros do Conset cumprirão
V – dirimir dúvidas a respeito da mandato de três anos, admitida uma
interpretação das normas deste Código de recondução.
Ética e deliberar sobre os casos omissos;
§ 4º – O voto de desempate compete ao
VI – promover ampla divulgação deste Presidente.
Código de Ética;
Art. 15 – A Secretaria Executiva do
VII – convocar qualquer autoridade ou Conselho de Ética Pública tem por
agente público do Poder Executivo para finalidade o apoio técnico e administrativo
prestar esclarecimento sobre denúncias às ações de competência do Conset.
em desfavor da respectiva instituição ou de
seus dirigentes; Art. 16 – Normas complementares ao
funcionamento do Conset serão
VIII – responder consultas de autoridades e estabelecidas em Deliberação.
de agentes públicos em matéria regulada
por este Código de Ética; CAPÍTULO II

IX – emitir parecer acerca de DAS COMISSÕES DE ÉTICA


enquadramento em hipóteses de
impedimento para fins de nomeação, Art. 17 – Em todos os órgãos e entidades
designação ou contratação, a título da Administração Pública Direta e Indireta
comissionado, de pessoas para o exercício do Poder Executivo Estadual haverá uma
de funções, cargos e empregos no Poder Comissão de Ética com a finalidade de
Executivo Estadual; e divulgar as normas deste Código de Ética e
atuar na prevenção e na apuração de falta
X – elaborar o seu regimento interno. ética no âmbito da respectiva instituição.

Art. 14 – O Conset é composto por sete Art. 18 – Compete à Comissão de Ética:


membros, escolhidos e designados pelo
Governador do Estado entre brasileiros de I – orientar e aconselhar o agente público
reconhecida idoneidade moral, reputação sobre ética profissional no respectivo
órgão ou entidade;
II – alertar agentes públicos quanto à DA CONDUTA ÉTICA DO GESTOR PÚBLICO
conduta no ambiente de trabalho,
especialmente no tratamento com as CAPÍTULO I
pessoas e com o patrimônio público;
DAS NORMAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS
III – adotar formas de divulgação das
normas éticas e de prevenção de falta Art. 20 – Para fins deste Código de Ética
ética; considera-se gestor público, o agente
público que por força do cargo, emprego
IV – registrar condutas éticas relevantes; ou função recebe poder público para
coordenar e dirigir pessoas e trabalhos.
V – decidir pela instauração e conduzir
processo ético, observadas as normas Art. 21 – A atuação do gestor público deve
estabelecidas no Título V deste Decreto e pautar-se especialmente nas seguintes
em Deliberações do Conset; condutas:

VI – elaborar seu regimento interno, I – adotar medidas para evitar conflitos de


observadas normas e diretrizes expedidas interesse privado com o interesse público;
pelo Conset; e
II – tratar respeitosamente subordinados e
VII – exercer outras atividades que lhe demais colegas de trabalho;
forem atribuídas ou delegadas pelo Conset.
III – combater práticas que possam suscitar
Art. 19 – A Comissão de Ética é composta qualquer forma de abuso de poder;
por três titulares e dois suplentes
escolhidos pelo dirigente máximo entre os IV – utilizar, exclusivamente, o poder
agentes públicos em exercício no órgão ou institucional que lhe é atribuído por meio
entidade e com mandatos de três anos, do cargo, função ou emprego público que
sendo facultada uma recondução por igual ocupa, para viabilizar o atendimento ao
período. interesse público;

§ 1º – Exceções ao disposto no caput deste V – buscar a excelência na qualidade do


artigo serão analisadas pelo Conset e trabalho, utilizando a crítica, quando
deliberadas em reunião plenária. necessária, de forma construtiva e em
caráter reservado, focando o ato ou fato e
§ 2º – A atuação em Comissão de Ética não não a pessoa; e
enseja remuneração e os trabalhos nela
desenvolvidos são considerados prestação VI – apoiar a divulgação e adoção de
de relevante serviço público. condutas éticas no ambiente de trabalho.

§ 3º – Os órgãos e entidades regionalmente Art. 22 – É vedado ao gestor público


estruturados podem instituir Comissões de receber auxílio-transporte, hospedagem e
Ética Regionais, que receberão normas e demais recursos financeiros ou favores de
diretrizes expedidas pelo Conset, por meio particulares que possam gerar dúvidas
da respectiva Comissão de Ética Central. quanto a sua probidade ou imparcialidade.

TÍTULO IV Parágrafo único – É permitida a


participação em eventos, desde que
tornada pública qualquer remuneração, Executivo Estadual, bem como titulares de
bem como pagamento de despesas de unidades administrativas ligadas
viagem pelo promotor do evento, que não diretamente ao dirigente máximo ou ao
poderá ter interesse em decisão a ser subsecretário e equivalentes hierárquicos;
proferida pelo gestor.
III – Dirigentes e Vice-Dirigentes de
Art. 23 – É permitido ao gestor público o entidades da Administração Indireta do
exercício não remunerado de encargo de Poder Executivo Estadual, seus Chefes de
mandatário, desde que não implique a Gabinete e titulares de unidades
prática de atos de comércio ou quaisquer administrativas ligadas diretamente ao
outros incompatíveis com o exercício do dirigente máximo;
seu cargo, emprego ou função, nos termos
da lei. IV – ocupantes de cargo de direção e
assessoria direta ao Governador, Vice-
Art. 24 – O gestor público deverá informar Governador e dirigente máximo de órgão
a existência de eventual conflito de ou entidade da Administração Pública
interesses, bem como comunicar qualquer Direta e Indireta do Poder Executivo
circunstância ou fato impeditivo de sua Estadual;
participação em decisão coletiva ou em
órgão colegiado. V – Presidentes de órgãos colegiados
deliberativos de empresas públicas e
Art. 25 – É vedado ao gestor público opinar sociedades de economia mista do Poder
publicamente sobre: Executivo;

I – honorabilidade e desempenho funcional VI – Presidentes de Conselhos Estaduais; e


de outro gestor público estadual;
VII – outros agentes públicos, conforme
II – mérito de questão a ele submetida, deliberado pelo Conset.
para decisão individual ou em órgão
colegiado; e Parágrafo único – Para efeito deste Código
de Ética, o termo “autoridade pública”
III – matérias não atinentes a sua área de equivale aos gestores públicos da Alta
competência. Administração.

CAPÍTULO II Art. 27 – A autoridade pública deve


possibilitar à sociedade aferir a lisura de
DA ALTA ADMINISTRAÇÃO processo decisório governamental e adotar
mecanismos de consulta, visando à
Art. 26 – A Alta Administração do Poder transparência de sua gestão.
Executivo Estadual compõe-se dos
seguintes gestores públicos: Art. 28 – A autoridade pública contribuirá
para o fortalecimento da conduta ética na
I – Governador e Vice-Governador; instituição, apoiando as ações da Comissão
de Ética.
II – Secretários de Estado, Secretários-
Adjuntos, Subsecretários, Chefes de Art. 29 – A autoridade pública enviará ao
Gabinete e equivalentes hierárquicos de Conset, no prazo de dez dias contados do
órgãos da Administração Direta do Poder início do exercício no cargo, emprego ou
função, declaração de informações sobre I – atuar em benefício ou em nome de
sua situação patrimonial e de trabalhos pessoa física ou jurídica, inclusive sindicato
exercidos anteriormente. ou associação de classe, em processo ou
negócio do qual tenha participado, em
Parágrafo único – Compete ao Conset, por razão do cargo, emprego ou função; e
meio de Deliberação, a regulamentação da
forma de encaminhamento da declaração, II – prestar consultoria a pessoa física ou
os critérios de atualização das informações, jurídica, inclusive sindicato ou associação
a documentação a ser anexada, as de classe, valendo-se de informações não
medidas em razão do descumprimento do divulgadas publicamente a respeito de
envio e demais questões pertinentes ao programas ou políticas do órgão ou da
cumprimento do disposto neste artigo. entidade da Administração Pública
Estadual a que esteve vinculado ou com
Art. 30 – A autoridade pública que mantiver que tenha tido relacionamento direto e
participação superior a cinco por cento do relevante nos seis meses anteriores ao
capital social ou votante de sociedade de término do exercício de função pública.
economia mista, instituição financeira ou
empresa que negocie com o Poder Público Art. 34 – Na ausência de lei que estabeleça
deverá comunicar esse fato ao Conset. outro prazo, será de quatro meses,
contados da saída da Administração
Art. 31 – Informações pertinentes à Pública do Poder Executivo Estadual, o
situação patrimonial da autoridade pública período de interdição para atividade
serão analisadas pelo Conset e arquivadas incompatível com cargo, função ou
em envelope lacrado, que poderá ser emprego público anteriormente exercido,
reaberto para efeito de reexame ou obrigando-se a autoridade a observar,
atualização de informações. nesse prazo, as seguintes regras:

Parágrafo único – As alterações relevantes I – não aceitar cargo, emprego ou função


no patrimônio da autoridade pública de administrador ou conselheiro, ou
deverão ser imediatamente comunicadas estabelecer vínculo profissional com
ao Conset. pessoa física ou jurídica com a qual tenha
mantido relacionamento oficial direto e
Art. 32 – Propostas de trabalho ou negócio relevante nos seis meses anteriores à da
futuro em setor privado e negociações que saída do Poder Executivo; e
envolvam conflito com o interesse público
deverão ser imediatamente informadas ao II – não intervir, em benefício ou em nome
Conset, independentemente de sua de pessoa física ou jurídica, junto a órgão
aceitação ou rejeição. ou entidade da Administração Pública
Estadual com que tenha tido
Parágrafo único – Cabe ao Conset relacionamento oficial direto e relevante
regulamentar a forma de encaminhamento nos seis meses anteriores à da saída do
da informação de que trata o caput . Poder Executivo.

Art. 33 – Após deixar o cargo, função ou


emprego público, a autoridade pública não
poderá:
Art. 35 – Ao deixar o cargo, emprego ou Parágrafo único – A ocorrência de mais de
função, a autoridade pública deverá uma advertência no mesmo período
observar as limitações constantes deste avaliatório de desempenho ou uma de
Código de Ética e as deliberadas pelo censura é considerada violação grave a
Conset. este Código de Ética.

Art. 36 – O Conset informará ao Art. 39 – Da decisão final em Processo Ético


Governador do Estado o nome da caberá:
autoridade que descumprir o disposto
neste Código de Ética. I – pedido de reconsideração à instância
responsável pela abertura do processo
TÍTULO V ético; e

DO PROCEDIMENTO E DAS SANÇÕES II – recurso ao Conset.


ÉTICAS
Art. 40 – Na hipótese de aplicação de
Art. 37 – A apuração de fato com indícios sanção, após esgotados os recursos, serão
de desrespeito a este Código de Ética será informados:
instaurada em razão de denúncia
fundamentada ou de ofício pela Comissão I – a chefia imediata e o dirigente máximo
de Ética ou pelo Conset. do órgão ou entidade em que o agente
público sancionado está em exercício; e
§ 1º – A apuração será conduzida pela
Comissão de Ética ou pelo Conset, segundo II – o Governador, no caso de sanção de
respectivas competências, e poderá agente da Alta Administração do Poder
ocorrer mediante averiguação preliminar Executivo Estadual.
ou processo ético.
Parágrafo único – Cópia da síntese de
§ 2º – A averiguação preliminar pode ocorrência ética será enviada:
culminar em processo ético ou
arquivamento com ou sem recomendação. I – à unidade de gestão de pessoas, para
ser juntada e considerada no processo de
§ 3º – O processo ético será instaurado avaliação de desempenho do agente
quando a Comissão ou o Conset entender público sancionado; e
que a conduta seja passível de sanção .
II – ao Conselho de Ética Pública.
Art. 38 – Observadas as competências
originária e recursal e após o devido Art. 41 – O Conset pode avocar processo
processo ético, a violação do disposto em trâmite na Comissão de Ética.
neste Código de Ética, acarretará as
Art. 42 – A Comissão de Ética e o Conset
seguintes sanções aplicáveis pela Comissão
não podem escusar-se de proferir decisão
ou pelo Conset:
em processo ético, alegando omissão deste
I – advertência; ou Código de Ética que, se existente, será
suprida pela invocação dos princípios que
II – censura. regem a Administração Pública.
Art. 43 – O exercício de apuração de falta Art. 47 – Ficam revogados os Decretos nº
ética prescreve em dois anos. 43.673, de 5 de dezembro de 2003, nº
43.885, de 4 de outubro de 2004, e nº
§ 1º – O prazo de prescrição começa a ser 44.591, de 7 de agosto de 2007.
contado a partir da data de ocorrência do
fato. Art. 48 – Este Decreto entra em vigor na
data de sua publicação.
§ 2º – A instauração de averiguação
preliminar ou processo ético interrompe a
prescrição.

§ 3º – A prescrição intercorrente não se


aplica nos procedimentos éticos de que
trata este Código de Ética.

Art. 44 – Normas complementares à


matéria tratada neste Título V serão
estabelecidas em Deliberação do Conset.

TITULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 45 – Os atuais mandatos de membros


de Comissões de Ética serão ajustados
conforme o disposto no art. 19 deste
Código de Ética.

Art. 46 – (Revogado pelo inciso III do art. 50


do Decreto nº 47.058, de 14/10/2016.)

Dispositivo revogado:

“Art. 46 – O apoio logístico-operacional


necessário ao funcionamento do Conselho
de Ética Pública é de responsabilidade da
Secretaria de Estado de Casa Civil e de
Relações Institucionais – Seccri, conforme
disposto no inciso XXVII do art. 84 da Lei
Delegada nº 180, de 20 de janeiro de 2011.

Parágrafo único – Qualquer órgão ou


entidade do Poder Executivo Estadual pode
complementar o apoio logístico-
operacional da Seccri ao Conset de forma
eventual ou, se contínua, por meio de
Termo de Cooperação.”

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