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FORMAÇÃO PARA CATEQUISTAS 02

Como Catequisar?
A nossa realidade atual nos coloca de frente de vários desafios para catequisarmos as pessoas,
desde situações corriqueiras, como falta de união na comunidade, interpretações errôneas das atitudes
humanas, até algo muito maior, que é a própria concepção de fé. Por isso a atividade pastoral de
catequese tem como maior objetivo tornar essa escuridão em uma luz clara, perceptível, apesar que na
nossa realidade temos mais indagações do que certezas sobre esse assunto.
Outros grandes desafios que encontramos e estão encrustados na própria realidade dos
catecúmenos, como por exemplo:
1) Crianças e Jovens que não encontram na família um ambiente propício para vida sacramental
e iniciação cristã
2) Catecúmenos que foram iniciados na vida dos sacramentos, porém não foram devidamente
iniciados à vida comunitária.
3) Ambiente comunitário que não proporciona uma inserção para os catecúmenos.
4) Falta de formação e preparação dos catequistas (bíblico-teológico)
5) Pluralidade de religiões e seitas, e os mecanismos que essas utilizam para atrair as pessoas
para uma vida próspera.
6) Falta do próprio compromisso dos catecúmenos quando terminam as formações.
Entre esses pontos, um que vale ressaltar é o próprio compromisso do catequista como agente
pastoral e formador. Mantenimento da perseverança é um dos pontos mais desafiadores que enfrentamos
dentro de nossas pastorais de um modo geral.
O maior papel do catequista é exatamente quebrar essa barreira da incerteza, e tornar a fé algo
perceptível para todos que estão em sua formação. É mostrar que dentro da realidade, que é um ambiente
que precisa de compromisso e perseverança, a motivação e a constância na fé são muito importantes
para que tudo consiga dá prosseguimento. Entender que dentro de uma caminhada comunitária irão
existir desistências e não compatibilidade com a realidade que vivem, mas conseguir encaminhar todos
para o lugar que mais se identificam.
Outro papel importante dentro da formação catequética, é algo que falamos em nossa primeira
formação, que é a promoção humana, ou seja, a necessidade de sabermos como está a vida do
catecúmeno, e acompanhá-los nessa evolução espiritual. Algo que entenderemos em seguida.
Todo grupo de catequese (ou grupo de encontros contínuos) evoluem da seguinte forma:
1ª Etapa – Nascimento e infância: Nesse momento do grupo os catecúmenos chegam de várias
formas, aqueles que tem umas expectativas grandes diante do novo grupo que irá iniciar, outros de forma
forçada ou até para concluir uma etapa de sua vida (objetivos individualizados). Por isso a importância
de uma pessoa para guiar nessa evolução na fé e espiritualidade. É um momento de acolhimento e de
mostrar os objetivos que temos para a vida dessas pessoas.
2ª Etapa – A adolescência: Essa fase é cheia de passagens e mudanças, crise e conflitos.
Momento onde vamos montando a característica importantes na vivencia grupal dos catecúmenos, logo,
as pessoas que têm essa expectativa individualizada tendem a se afastar ou perder o interesse ao que está

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FORMAÇÃO PARA CATEQUISTAS 02
sendo proposto. Para isso a importância do Catequista como uma pessoa de coesão, na tentativa de
colocar todos em um mesmo “barco”, tentado alinhar da melhor forma a integração de todos ao projeto
proposto.
3ª Etapa – A juventude: Logo após todos tomarem consciência de que a proposta lançada pelos
catequistas é realmente uma proposta de vida, segue a parte de maior segurança, independência e
estabilidade. Os assuntos começam a interessar e o envolvimento é muito maior. Momento propício para
lançar temas importantes para formação. Os catecúmenos começam a externa a caminhada fez para cada
um deles.
4ª Etapa – Adulta: O projeto está realmente enraizado na vida do catecúmeno, onde conseguem
entender e debater sobre a vida em Cristo. Começam a ter uma vida mais fervorosa em sua fé e
espiritualidade, e tudo aquilo que parecia uma obrigação, torna-se um compromisso firmado em seus
corações. Momento onde as relações interpessoais estão maiores, onde é importante para uma vivencia
com Cristo mais profunda (excelente momento para realização de um retiro ou momento de vivencia
oracional). Também nesse momento o catecúmeno percebe suas limitações, e tem a capacidade de
analisar o que precisa melhorar para seguir essa vida em Cristo. A necessidade de inserção na
comunidade começa a florescer.
Logo diante dessa evolução que os catecúmenos devem passar, qual a didática que devemos
utilizar para passar para todos essa necessidade de buscar a fé em Cristo e na Igreja? Qual estrutura
devemos seguir para melhor formarmos os novos catecúmenos?
Como percebemos, a vida em Cristo é uma evolução contínua, onde devemos iniciar com
pequenos passos, porém de forma constante. A didática de cada um se difere, porém, o âmbito dos
conteúdos deve ser repassado para que não haja brechas e muito menos duvidas pétreas, onde os
formandos acabam levando para toda vida, e não tem a capacidade de retira-las. O catequista nesse ponto
tem papel importantíssimo para que tudo seja deixado em panos limpos.
13.Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Vós fechais aos homens
o Reino dos Céus. Vós mesmos não entrais e nem deixais que entrem os
que querem entrar.

Mt. 23, 13

A evolução deve entender a seguinte evolução, sendo que cada etapa deve ser passada para que
os formandos entendam o real compromisso e também não criem lacunas nas formações.

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Devemos iniciar nossas atividades com a introdução do senso religioso e sentido da vida, para
que eles entendem qual o lugar deles na criação, e também entendam a importância de Deus Pai, do
princípio ao fim (pedagogia de Deus). Logo fazemos uma introdução a Fé Cristã, mostrando os caminhos
da criação, até a morte de Cristo na cruz, sendo importante o esclarecimento de como foi esse caminho
da fé. Dentro desse tópico vemos temas importantes como Bíblia (que deve está em todos os encontros
como fundamentação), Formação do Cânon Bíblico, Pecado original, entre outros. Depois de fazermos
essa introdução, iremos para fé católica, que seria pós morte de cruz. Onde temos temas como o espirito
santo, seus dons, e também em temas como moral católica, sacramentos, mandamentos, entre outros. E
por fim, o aprofundamento da espiritualidade, onde iremos colocar em prática todo esses ensinamentos,
para termos uma vida de fé, e também resultar em uma vida comunitária ativa.
Para finalizarmos, em questão de estrutura, os encontros devem seguir a realidade de cada
paróquia, porém, devemos colocar como principal ponto, a importância de organizar os tempos para que
a formação seja dada de uma forma clara e precisa. Lembrar que nosso primeiro e maior foco é a
formação e catequese. Todavia, não deixemos que nossos encontros se tornem eternos monólogos, sem
que tenha algo que atraia a percepção dos catecúmenos, fazendo com que o desinteresse pela formação
cresça. Dinâmicas, partilha da palavra, ou até mesmo uma conversação de como foi o dia e a semana
são formas de evolução e entrosamento do grupo que está em formação.
Marquem reunião de preparação, deleguem função para os catequistas, tenha em mente os tempos
necessários para executar cada atividade, acolha novas ideias. Todas as estratégias para evangelizar são
bem vindas.
Aconselhamos para essa semana a leitura e a reflexão da leitura que está em Lc. 24,13-35. E
refletir sobre nossa missão de catequisar.

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