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CONSIDERAÇÕES SOBRE A FORMAÇÃO DO PEDAGOGO EM ARTE NO

ENSINO À DISTÂNCIA

Ms. Eliane Hilario da Silva Martinoff


Universidade Municipal de São Caetano do Sul
elmartinoff@uscs.edu.br

Resumo: A Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 determina que o ensino de Arte será
obrigatório na educação básica em todo o território nacional. Nas séries iniciais do
ensino fundamental, em grande parte dos sistemas educacionais brasileiros, os
conteúdos de quase todas as disciplinas são abordados por professores generalistas, que,
sendo licenciados em Pedagogia, estão autorizados também a ministrar aulas de Artes,
na eventual falta do professor especialista na área. O presente estudo objetivou
compreender em que medida a pesquisa sobre procedimentos em Arte, como leitura de
imagens, atividades com música e jogos teatrais, realizada numa disciplina cursada à
distância, no curso de Pedagogia da Universidade Municipal de São Caetano do Sul,
poderia auxiliar os futuros educadores na preparação de estratégias pedagógicas para o
ensino de conteúdos diversos. Foram elaboradas com os discentes algumas propostas
interdisciplinares direcionadas aos alunos do ensino fundamental, utilizando como
ferramenta algumas obras artísticas, como pinturas, canções da música popular
brasileira e jogos diversos. A pesquisa tem suporte teórico no conceito de educação
musical como cultura, conforme Arroyo (1999), Queiroz (2003) e Forquin (1993) que
ressaltam a relação íntima entre educação e cultura. Concluiu-se que a contribuição do
professor generalista à educação até mesmo para a cidadania, será proporcional à
compreensão que este profissional tiver sobre a importância da arte na formação dos
indivíduos.

PALAVRAS-CHAVE: formação de professores; interdisciplinaridade; educação à


distância.

1. Introdução
Segundo Moran (2002), “educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem,
mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou
temporalmente”. Assim, mesmo não estando juntos fisicamente, podem estar
conectados, interligados pela Internet, correio, rádio, televisão, vídeo, CD-ROM,
telefone, fax e tecnologias semelhantes.
Os cursos à distância surgiram em 1890 na Alemanha e em 1881 na Universidade de
Chicago, que oferecia um curso da língua hebraica por correspondência. Há documentos
que provam que já no início do século XX existiam produções de filmes educacionais e
também transmissões radiofônicas, todas nos Estados Unidos.
Segundo Cunha (2006) o marco inicial da EAD no Brasil foi a criação por Roquete
Pinto, entre os anos 1922 e 1925, na Rádio Sociedade do Rio de Janeiro de um plano
sistemático de utilização educacional da radiodifusão como forma de ampliar o acesso à
educação. Afirma ela que

Os militares já faziam uso da EAD desde o início do século. A Marinha


e o Exército desde 1939 utilizavam o ensino por correspondência para
prepararem oficiais para admissão à Escola de Comando do Estado Maior.
[...] O Instituto Universal Brasileiro foi fundado em 1941 com sede em São
Paulo e filiais em Brasília e no Rio de Janeiro e pode ser considerado como
uma das primeiras entidades a oferecer o ensino por correspondência do país
à população de um modo geral. (CUNHA, 2006, p. 70)

Embora tivesse havido avanços na EAD, como os meios eram basicamente


unidirecionais, ainda persistia a baixa interatividade observada desde os primeiros
cursos por correspondência. Porém, o problema da interatividade aos poucos foi
diminuindo com o rápido avanço tecnológico. Com o surgimento da Internet, da
teleconferência e da videoconferência, abriu-se de maneira incisiva o caminho para o
aprendizado à distância com interatividade, permitindo o que antes só era possível
dentro das salas de aula.
Chaves observa que
Ensinar a distância, porém, é perfeitamente possível e, hoje em dia, ocorre o
tempo todo -- como, por exemplo, quando aprendemos através de um livro
que foi escrito para nos ensinar alguma coisa, ou assistimos a um filme, um
programa de televisão, ou um vídeo, que foram feitos para nos ensinar
alguma coisa, etc.

Atualmente a EAD por meio da Internet pode ser implementada com o suporte de
diversas ferramentas, como softwares de comunicação e workgroup, ou podem ser
utilizados sistemas para a administração total de cursos na internet, com o
gerenciamento da disponibilização de conteúdos e o controle de testes, notas e o
acompanhamento dos alunos. Assim, com o surgimento de novas tecnologias, as
discussões passaram a girar em torno da interferência de diferentes mídias no
aprendizado. No entanto, hoje a dúvida não é mais qual a melhor mídia, mas quais
características de uma determinada mídia podem contribuir para uma experiência de
aprendizado mais significativa.
Desse modo, entende-se que um sistema de EAD consiste em todos os processos
envolvidos, incluindo o modelo de ensino-aprendizagem, comunicações, projeto,
gerenciamento, etc. Segundo essa perspectiva, cada processo componente da EAD
precisa ser desenvolvido de maneira integrada, com técnicos de diferentes
especialidades trabalhando nas áreas pedagógica, tecnológica e administrativa.
À medida que as tecnologias vão melhorando e os governos vão criando novas
regulamentações e incentivos, o número de instituições que de alguma forma oferecem
programas de EAD no Brasil e no mundo vem crescendo constantemente, gerando
maior demanda por especialistas na área. Na Educação à distância são necessários
procedimentos diferenciados na elaboração das aulas: há necessidade de planejamento e
escolha adequada de recursos instrucionais multimídia, seleção de recursos de
interatividade, definição dos papéis a serem exercidos pelos tutores e elaboração de
plano direcionado à interação e aos desafios propostos.

1.1.O ensino à distância e a formação de professores

Segundo Cunha (2006) o Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (IRDEB) foi


um dos primeiros a propor formação de professores. Outros projetos surgiram
posteriormente, como o Logos, em 1973, por meio do Parecer 699/72 do Ministério da
Educação. Esse projeto teve duas fases: o Logos I e o Logos II e, embora recebesse
verbas significativas, também foi alvo de muitas críticas por não reconhecer as
diferenças sócio-culturais do alunado. Além desses, outros vieram e pode-se observar
uma oferta crescente de cursos à distância para formação continuada ou mesmo de
graduação.
Quanto à Arte, acrescido ao preconceito sobre os cursos feitos a distância, no
universo artístico, impera também uma mentalidade errônea de que para aprender a
fazer arte é preciso estar junto com o professor o tempo todo, ou acompanhar de perto o
que os colegas fazem para aprender também com eles. Entretanto, tudo isso é possível
devido aos avanços das tecnologias atuais. Pode-se assistir uma demonstração de
desenho do professor através de vídeo com transmissão via streaming, ou mesmo
através de uma webcam. Por isso o “estar perto do professor” pode ser facilmente
conseguido, com atividades síncronas (em que os agentes: professor e aluno se
encontram em tempo presente, no mesmo momento). E o acompanhar os trabalhos dos
colegas para aprender com eles também pode ser conseguido através da publicação dos
trabalhos dos alunos na própria Internet, ou através de discussões em fóruns, encontros
em chats, etc.. Por isso não há mais justificativas para não aprender arte com EAD
(Educação a Distância) devido aos grandes avanços e às mudanças de comportamento
que estamos vivenciando hoje.
Desde 2008, temos trabalhado na formação de professores generalistas no curso de
Pedagogia da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), na disciplina
Metodologia e Prática do Ensino de Artes. Inicialmente com quatro horas semanais em
regime presencial durante um ano, após a Reforma Curricular realizada no curso - que,
originalmente tinha a duração de quatro anos -, a partir de 2010, passou a ter uma
estrutura semestral e a disciplina, que passou a denominar-se Arte no Ensino
Fundamental, passou a ser oferecida à distância.
Sabemos que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96 estabelece
a Arte como “componente curricular obrigatório nos diversos níveis da educação
básica” (BRASIL, 1996, Art. 26, §2º). Nas séries iniciais do ensino fundamental, em
grande parte dos sistemas educacionais brasileiros, os conteúdos de quase todas as
disciplinas são abordados por professores generalistas, dos quais se espera um bom
desempenho em todas as áreas do conhecimento. Conforme a legislação vigente, os
professores licenciados em Pedagogia estão autorizados também a ministrar aulas de
Artes na eventual falta do professor especialista na área. Muitos deles, entretanto, têm se
mostrado temerosos e até mesmo resistentes em desempenhar tais funções. Uma das
razões considerada importante no estabelecimento desta falta de confiança está
relacionada ao fato de que o ensino dessa disciplina tem sido compreendido pela
sociedade e pela comunidade educacional como uma atividade destinada àqueles
providos de talentos especiais. Nesse contexto, muitas vezes o professor generalista não
se considera apto porque não é artista e julga não ter talento.
Sabe-se, entretanto, que a formação do professor deve acontecer no âmbito da
universidade, num ambiente de constante estímulo à criação e à reflexão crítica, e que é
necessário que o seu cabedal de conhecimentos contemple vários saberes que se
articulem, a partir da pesquisa educacional, buscando acurar a percepção e criando um
lastro de sensibilidade e expressividade que o torne mais apto e capaz de desenvolver
seu conhecimento do mundo e suas relações pessoais e profissionais presentes e/ou
futuras.
Dessa forma, a disciplina está estruturada em quatro unidades, subdivididas em
tópicos como seguem:

Unidade I: Arte como ferramenta pedagógica


- Alfabetizando com Música
- O prazer de aprender com as Artes Visuais
- O jogo teatral e o processo de ensino-aprendizagem.

Unidade II: Ensino de Arte e Temas Transversais

Unidade III: Arte na Educação


- Trabalhando com a voz
- Leitura de imagens
- Atividades teatrais no ensino fundamental.

Unidade IV: Ensino de Arte e os documentos oficiais


- Música, Artes Visuais e Teatro na Educação – PCN
- Avaliação de Aprendizagem em Arte
- O que é Arte-educação?
2. Objetivos

Levando em conta que, independentemente da presença de professores especialistas


na escola, os professores generalistas precisam estar preparados para tratarem a Arte
como um componente importante na formação das crianças, o presente estudo objetivou
conhecer em que medida a pesquisa sobre o potencial multifacetado da Arte e as
variadas possibilidades daí decorrentes de uso das linguagens artísticas como ferramenta
pedagógica e procurando desenvolver um olhar para os artistas como agentes sociais,
poderia auxiliar os futuros educadores na preparação de estratégias pedagógicas para o
estudo de conteúdos diversos, desmistificando assim a idéia de que o pedagogo não é
artista e não pode utilizar a Arte no seu dia-a-dia.

3. Fundamentação teórica

Segundo Forquin (1993), toda educação é sempre educação de alguém por


alguém e supõe sempre, necessariamente, a comunicação, a transmissão, a aquisição de
alguma coisa: conhecimentos, crenças, hábitos. Arroyo (1999) comenta que
se tomarmos cultura como teia de significados [...] que dão sentido ao
vivenciado e que desencadeiam dinâmicas sociais de acordo com as
biografias dos indivíduos envolvidos nas situações culturais, [...] podemos
daí refletir sobre outra possibilidade na relação “educação musical e
cultura”: a da “educação musical como cultura”. (ARROYO, 1999, p. 343,
aspas e grifo da autora)

Referindo-se ao ensino de música, Marinho e Queiroz comentam que “um


ensino significativo de música deve entender esse fenômeno não só como expressão
artística, mas, principalmente, como manifestação representativa de sistemas culturais
determinantes do que o homem percebe, pensa, gosta, ouve, sente e faz”. (MARINHO e
QUEIROZ, 2005, p. 52)

4. Metodologia
Temos estudado métodos e abordagens para o ensino de Arte, sempre
confrontados com os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de Arte e com o
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, além do papel do professor
frente aos novos paradigmas e sua aplicação na prática pedagógica.
Assim, foram elaboradas com os estudantes do curso de Pedagogia, algumas
propostas direcionadas aos alunos do ensino fundamental, utilizando como ferramenta
aspectos das linguagens visual, musical e teatral. Destacamos alguns exemplos:

4.1.Alfabetização com música. (Seqüência Didática)

Público-Alvo: Ensino Fundamental inicial (1° e 2° ano)

Objetivo: Ampliar o repertório de músicas brasileiras, trabalhar o alfabeto, identificar


palavras e sílabas.

Tempo: 5 aulas

Desenvolvimento:
• Atividade 1- Adivinha
Iniciar a aula brincando de adivinhas,onde os alunos deverão estar sentados em
roda. Perguntar aos alunos: O que tem no meio do MAR? O que tem no meio do
CÉU? O que tem no meio do RIO? O que tem no meio da LUA?
Conversar com os alunos escutando todas as respostas. Depois, escrever a
palavra MAR, com a letra A em destaque e perguntar novamente para os alunos:
O que tem no meio do MAR? Nesse momento pedir que prestem atenção nas
letras, na palavra em destaque. Pedir que comparem o que responderam
anteriormente com a resposta após a escrita da palavra. Levar a criança a
compreender que antes, analisavam o lugar (O MAR) e que agora estão
analisando a palavra MAR.
Fazer isso com todas as palavras.

• Atividade 2 – Tocando e cantando

Apresentar às crianças a música AEIOU de Rubinho do Valle. Em seguida,


cantar com as crianças e deixar que a música toque repetidas vezes.
Combinar com as crianças que ao escutarem as vogais, eles deverão bater palma,
trabalhando o ritmo.

• Atividade 3 – Representando

Retomar a análise das palavras e chamar a atenção dos alunos para a escrita de
cada uma delas. Logo após, dividir a turma em 5 grupos, pois cada grupo
assumirá uma das palavras: MAR, CÉU, RIO, SOL, LUA.
Dispor para cada grupo uma folha de cartolina, algumas tintas guache, pincéis,
revistas, colas e tesouras.
Pedir ao grupo 1 que pintem o MAR, mas que substituam os peixes e animais,
por letras A. No grupo 2, pedir que eles pintem o CÉU, substituindo os astros
(estrelas, planetas) por letras E. No grupo 3, eles pintarão o RIO e substituirão os
peixes e outros animais por letras I. No grupo 4, pedir para que eles pintem um
grande SOL e façam os raios com as letras O. No grupo 5, os alunos pintarão a
LUA e utilizarão das letra U, para substituir estrelas.
Ao termino da atividade,fazer uma exposição e apresentação dos trabalhos na
sala e finalizar cantando a canção novamente.

• Atividade 4 – Criando músicas


Criar uma música diferente a partir da música referência (paródia).
Pedir para que os alunos utilizem as palavras abaixo, para completar os espaços
em branco.
RUA, LAR, TIA, SOM, MEL
NO MEIO DO __________________ TEM A.
NO MEIO DO __________________ TEM E.
NO MEIO DA __________________ TEM I.
NO MEIO DO __________________ TEM O.
NO MEIO DA __________________ TEM U
NO MEIO DA __________________ TEM U.
E NO MEU CORAÇÃO TEM AMOR PRÁ CHUCHU.

Perguntar aos alunos quantas letras tem as palavras: RUA, LAR, TIA, SOM,
MEL?
Finalizar a aula, cantando a música com as palavras diferentes.

• Atividade 5
Distribuir a letra da música para os alunos, para realizar o trabalho de
localização e segmentação de palavras.
Pedir que circulem na música a palavra que: rima com chapéu, que termina com
L, que começa com L,que termina com R e que começa com R
Avaliação

Ao final do trabalho verificar se as crianças avançaram na análise das palavras,


se percebem que identificar o que tem no meio do MAR é diferente de
identificar o que tem no meio da palavra MAR, por exemplo. Outro aspecto que
pode ser observado e registrado é se os alunos estabelecem relações entre os
sons e as letras, por exemplo, buscando palavras que rimam.

4.2.O Jogo Teatral e o processo de ensino-aprendizagem

Material:
Uma caixa ou saco de médio porte
Um objeto trazido por cada aluno
Um livro de história (se for preciso)

Conteúdo:
Explicar aos alunos sobre a finalidade do jogo, o qual promoverá a melhorara do
raciocínio e da fala.

Objetivo:
Direcionado aos alunos do 2º. ou 3º. Ano do ensino fundamental I;
Desenvolver a rapidez de raciocínio;
Iniciar o desenvolvimento da habilidade oratória.

Desenvolvimento:

1) Pedir aos alunos que tragam de casa um objeto que gostem muito, que tenha
tamanho suficiente para caber numa caixa ou num saco de médio porte, que o
professor deverá providenciar.
2) Pedir para cada um falar um pouco sobre a importância daquele objeto em sua
vida.
3) Em seguida, pedir aos alunos que depositem os objetos na caixa ou no saco, e
deverá ser colocado no centro da sala ou num local com mais espaço, como o
pátio ou a quadra da escola.
4) Pedir aos alunos que se sentem em círculo em volta da caixa ou saco.
5) O professor iniciará um texto qualquer e num dado momento, no meio dessa
história, o professor irá parar de narrar.
7) Em seguida escolherá um aluno que se levantará e irá se dirigir até o centro
do círculo, e sem olhar para dentro da caixa ou saco, irá retirar de lá um objeto
que deverá ser introduzido por ele nessa história que foi iniciada pelo professor.
A história deverá ser daquele momento em diante, desenvolvida por ele até uma
segunda ordem do professor.
8) Mediante ordem do professor, outro jogador (aluno) será escolhido para ir ao
centro do círculo, retirar outro objeto, e da mesma forma que o primeiro, dar
continuidade à narrativa até que o professor escolha outro, e assim por diante.
De modo que todos os jogadores participem da narrativa oral, que será
construída socialmente.

Observação:

Uma das regras mais importantes desse jogo é que, durante a exposição de cada
jogador, o objeto que ele colheu na caixa, obrigatoriamente, deverá ser
introduzido na história. Excelente exercício para desenvolver as habilidades da
modalidade oral, este jogo poderá ser incrementado com novas regras a cada
partida, com o intuito de atingir um novo grau de dificuldade. Por exemplo:
numa outra rodada, exija do jogador que dará continuidade à narrativa que ele
inicie sua fala utilizando a última palavra dita pelo jogador anterior.

4.3.Ensino de Arte e Temas Transversais

4.3.1. Utilizando como ferramenta a vida e obra de alguns compositores


brasileiros que marcaram época, como Luiz Gonzaga, foram elaboradas atividades
voltadas para alunos de 9 anos. Primeiramente a proposta previa a apresentação não
somente da biografia do compositor às crianças, mas também de maneira
interdisciplinar, aspectos da história e geografia brasileiras. Mostrando que a canção
mais conhecida de sua carreira foi ASA BRANCA, que compôs em 1947, em
parceria com o advogado cearense Humberto Teixeira.
Realizar uma Festa Junina fora de época, com comidas típicas de outros estados
iniciando a conversa sobre diferentes culturas, começar a quadrilha, fazendo o
“caminho da roça”, iniciando um diálogo sobre a falta de chuva em “nossa roça”.
Dessa forma entraremos na temática “Seca do Sertão”.
No segundo momento, reproduzir a música “Asa Branca”, onde as crianças irão
aprender a letra da música, dançar e observar o diferente ritmo.
Integrando assim o projeto: “Água! Pra que te quero?”, onde apresentaremos a
importância da água, o desperdício da mesma, por meio de noticias de revistas e
jornais; conheceremos o ciclo da água (sólido, liquido e gasoso); iniciaremos uma
campanha na escola para acabar com o desperdício; ao final faremos um livro sobre
a importância da água, fazendo sempre a integração do projeto com a cultura.

4.3.2. Utilizando como ferramenta a vida e características da obra de pintores


brasileiros como Tarsila do Amaral, foram elaboradas atividades voltadas para
alunos de 9 anos. Após constatar em suas obras características como uso de cores
vivas, formas geométricas e a abordagem de temas sociais, cotidianos e paisagens
do Brasil, refletir com os alunos sobre o fato de que em muitas das obras de Tarsila
ela retrata o meu ambiente utilizando paisagens, lagos, campo, cidade e etc.
Aproveitaremos a observação das obras para ressaltarmos a importância de
preservar o meio ambiente. Apesar de toda a evolução da tecnologia, o homem não
tem conseguido conter a degradação do meio ambiente: as queimadas nas florestas
causadas pelos balões ou pontas de cigarro; os gases poluentes emitidos pelos
veículos antigos ou mal conservados e outras ações que o homem resulta na
destruição do nosso planeta.
Para melhorar a nossa qualidade de vida e preservar os recursos que nós temos,
poderemos colaborar com as seguintes atitudes:
-separando os materiais recicláveis do lixo orgânico;
- evitando jogar lixo nos rios, ruas, encostas, matas, etc.

4.4.Leitura de imagens.

Pieter Bruegel. Pintor, escultor, arquiteto e decorador de tapeçarias e vitrais


flamengo nascido em Breda, no Ducado de Brabant, Paises Baixos, hoje uma província
da Bélgica, que criou uma rica pintura narrativa, documentando costumes de época,
tornando-se um dos mais representativos pintores flamengos do
período Cinquecento (1500-1599) do Renascimento. (1525-1569).
Children’s Games. Disponível em http://www.rupert.id.au/TJ521/bruegel_la.jpg.
Acesso em 17/03/2011

1ª Atividade:
Nessa obra de Pieter Bruegel, mostrou os jogos e brincadeiras vivenciados na
sua época.
Poderá ser uma atividade de varias aulas, pois assim poderá ser mais interessante
e atrativo para o aluno. Essa é uma obra muito interessante nos dias de hoje pois, a
partir daí elas podem comparar as brincadeiras de agora com as antigas.
Com isso podemos pedir para o aluno analisar a obra, e que eles coloquem no
papel tudo que lhe chame atenção na obra, desde as cores, os movimentos,
brincadeiras e os jogos.
Pois assim o aluno poderá descobrir novas formas e de brincar com o corpo e
com o corpo do amigo.
Podemos pedir para o aluno a fazer uma enquete com a seguinte pergunta. Quais
as brincadeira e jogos que os pais e seus avos faziam na sua infância?
Com isso podemos fazer uma roda aonde eles vivenciem com os seu amigos o
que foi que interessou mais na obra pra eles e quais as brincadeiras que seus pais e
avós gostavam.

2ª Atividade:
O professor poderá utilizar as anotações dos alunos, o que eles viram que mais
se interessaram na obra, com isso o mestre poderá destacar que os jogos e
brincadeiras que estão presentes em diferentes épocas.
Poderá dar dicas e destacar nomes de brincadeiras que estão no quadro

3ª Atividade

Para Terminar a atividade, o professor poderá fornecer desenhos com as


brincadeiras e jogos atuais, com isso eles poderão perceber que muitas brincadeiras
de antigamente permanecem até os dias de hoje.

5. Considerações Finais
Para grande parte da população brasileira, que não tem acesso aos bens culturais, a
escola configura-se, muitas vezes, como única possibilidade de acesso ao patrimônio
cultural. Mediador entre a cultura e o aluno, o professor precisa também, por sua vez,
ter amplo acesso às várias formas de expressão da cultura, para poder trabalhar com elas
em sala de aula. Se tais atividades integrarem a vida docente, esta mediação necessária
entre as manifestações culturais e o aluno será mais facilmente realizada. Em um tempo
em que a inclusão escolar e social é palavra-chave, a escola tem papel fundamental na
divulgação e valorização de práticas culturais plurais.
Por isso, entendemos que não somente é importantíssimo favorecer o acesso do
professor generalista – que passa a maior parte do tempo com os alunos- aos conteúdos
de Arte, procurando conscientizá-lo de seu papel na formação cultural de seus alunos.

6. Referências Bibliográficas

ARROYO, M. Representações sociais sobre práticas de ensino e aprendizagem


musical: um estudo etnográfico entre congadeiros, professores e estudantes de música.
Porto Alegre, 1999. [406 f.]. Tese (Doutorado em Música – Educação Musical).
UFRGS, Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/15025. Acesso em 15
de março de 2011.
CHAVES, E. Tecnologia na Educação: Conceitos Básicos. Disponível em
http://www.edutec.net/Tecnologia%20e%20Educacao/edconc.htm#Ensino%20a%20Dis
tância
Acesso em 08/09/2011.

CUNHA, A. M. de. J. S. da. Arte-Educação a Distância: uma análise da formação


continuada on-line na Universidade de Brasília. Brasília, 2006. [143 f.]. Dissertação
(Mestrado em Arte). Universidade de Brasília. Disponível em
http://www.vis.ida.unb.br/posgraduacao/disserta_tese/dissertacao__anamariajesus.pdf.
Acesso em 08/09/2011.

FORQUIN, J. C. Escola e cultura: as bases sociais e epistemológicas do conhecimento


escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

MARINHO, V. M.; QUEIROZ, L. R. S. (orgs). Contexturas: o ensino das artes em


diferentes espaços. João Pessoa: Editora Universitária, UFPB, 2005

MORAN, J. M. O que é Educação a distância. Disponível em


http://www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm. Acesso em 08/09/2011

Disponível em http://www.uninove.br/marketing/viii_coloquio/resumos.html

09/11/2011

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