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CAICÓ – RN
2011
2
CATALOGAÇÃO NA FONTE
Faculdade Católica Santa Teresinha
72 f.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________
Profª. Esp. Roxana Silva
Faculdade Católica Santa Teresinha
(Orientadora)
___________________________________________
Prof. Esp. Halyson Rodrigo de Araújo Dantas
Faculdade Católica Santa Teresinha
(Examinador)
DEDICATÓRIA
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AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Antônio Lucena de Sousa e Marina Maria Lucena de Sousa por
fazerem com que eu não desviasse dos meus estudos, estando ali, sempre
presentes, mesmo após sua separação judicial, e que sempre participaram de minha
vida, me instruindo para me tornar um cada vez mais centrado nas minhas
responsabilidades, tanto pessoal como profissional.
Aos meus irmãos, Alex Lucena de Sousa, Alan Lucena de Sousa “o capipil”, pelos
momentos oscilantes de nossa convivência, e em especial à minha irmã Adriana
Lucena de Sousa pela ajuda financeira na compra de parte dos livros que utilizei
para a realização deste trabalho.
A todos os professores que passaram por minha vida, em especial à Roxana Silva,
pelos momentos das orientações que foram bastante significativas para a conclusão
do trabalho.
A Goreti Lucena, por ceder parte do seu material fotográfico da Serra do Poção.
A Milton Dantas da Silva, por disponibilizar o seu tempo corrigindo este trabalho.
Ao cantor Gabriel “O Pensador” por despertar meu senso crítico através de suas
músicas, onde foi de bastante ajuda no ano em que fiz o ENEM, ganhado assim,
essa oportunidade de estar nesse momento escrevendo esse agradecimento.
ÍGRAFE
A todos vocês, muito obrigado!
7
RESUMO
RESUMEN
El presente trabajo viene presentar um estudio de caso sobre los accidentes de trabajo
que suceden el proceso de exploración de la piedra Itacolomy del Norte, encontrada
la Sierra del Poção en Ouro Branco - RN, con el propósito de buscar respuestas para
esos consecutivos acontecimientos. Aborda con problemática el siguiente
questionamiento: ¿Porque los mineradores sufren seguídos accidentes de trabajo de
la Sierra del Poção? Tiene con objetivo entender los accidentes de trabajo el proceso
de extración de la piedra Itacolomy del Norte. A partir de la realización de
observaciones in loco de todo el proceso de extración que la piedra pasa, iniciarse
una pesquisa bibliográfica con la finalidad de comprender mejor el campo de estudio
de la seguridad de trabajo, sus conceptos y sus normas para que se pueda desarrollar
técnicas que vengan a disminuir o eliminar los consecutivos accidentes que suceden
durante eso proceso de exploración de la piedra Itacolomy del Norte, creando a partir
de esas técnicas, una cultura organizacional vuelta para prevención contínua de
accidentes.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
LISTA DE GRÁFICOS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 16
2 SEGURANÇA DO TRABALHO: BREVE HISTÓRICO E CONCEITOS ...... 20
2.1 CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO .......................................... 21
2.2 ACIDENTE DE TABALHO ............................................................................ 22
2.1.1 Causas do Acidente de Trabalho .............................................................. 23
2.3 RISCOS OCUPACIONAIS E SEUS GRUPOS ............................................. 23
2.3.1 Grupo de Risco ........................................................................................... 24
2.3.2 Grau de Risco ............................................................................................. 25
2.4 AGENTE IMPACTANTE E ALVO ................................................................. 26
3 AS NORMAS LEGISLATIVAS E ALGUMAS FERRAMENTAS DA ST ...... 28
3.1 AS NORMAS REGULAMENTADORAS ....................................................... 28
3.2 A COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES – CIPA ......... 28
3.3 O PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS – PPRA....... 29
3.4 O MAPA DE RISCOS ................................................................................... 29
3.5 OS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO........................................................ 31
3.5.1 Equipamento de Proteção Individual – EPI .............................................. 31
3.5.2 Equipamento de Proteção Coletiva – EPC ............................................... 32
4 MINERAÇÃO: CONCEITO E CARACTERÍSTICAS GERAIS ..................... 33
4.1 OS TIPOS DE LAVRAS NA MINERAÇÃO ................................................... 34
4.1.1 Os Processos da Mineração a Céu Aberto ............................................... 34
4.2 A MINERAÇÃO COMO PROFISSÃO DE RISCO ........................................ 36
4.3 O PROFISSIONAL DA MINERAÇÃO ........................................................... 37
5 CARACTERIZAÇÃO DA SERRA DO POÇÃO ............................................ 39
5.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA ............................................................ 39
5.1.1 Localização ................................................................................................. 40
5.1.2 Setores ........................................................................................................ 40
5.1.2.1 Banqueta ...................................................................................................... 41
5.1.2.2 Lastro............................................................................................................ 42
5.1.2.3 Barraca ......................................................................................................... 43
5.1.2.4 Paiol de Explosivos....................................................................................... 44
5.2 PERFIL DOS MINERADORES ..................................................................... 45
5.2.1 A Associação dos Mineradores .................................................................... 45
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1 INTRODUÇÃO
Percebe-se que, naquela época, alguns gestores já tinham dado conta de que
as transformações causadas pela crescente demanda industrial, juntamente com
elevadas jornadas de trabalho em locais de trabalho que não eram propícios para a
realização de atividades industriais e que um operário doente causaria futuros
transtornos fazendo com que esses gestores se vissem meio que obrigados a
procurarem auxilio médico, objetivando soluções para as constantes doenças e
acidentes que ocorriam no interior das fábricas, surgindo então o primeiro serviço de
medicina do trabalho.
No Brasil, A SST é regida por uma legislação que ainda é considerada recente.
Só em 1919 surgiu a primeira lei tratando da questão dos riscos ocupacionais como
um fator a ser considerado à atividade profissional exercida.
Em 1943, através do Decreto-lei nº 5.452, sancionada pelo presidente Getúlio
Vargas, foi criada a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), unificando toda a
legislação trabalhista existente no Brasil, regulamentando as relações individuais e
coletivas do trabalho (BRASIL, 2011).
20
1Periculosidade é algo perigoso, risco de vida, perigo iminente de acidente. Possibilidade de algo vir
a ser perigoso. Exposição da vida em situações de perigo iminente.
22
acidentes e doenças profissionais. Esses riscos estão dispostos por todos os setores
de uma organização, seja ela de qualquer atividade econômica ou tamanho.
Tabela 1 – NR-5 – tabela I - anexo IV - Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos,
de acordo com a sua natureza e a padronização das cores correspondentes.
Para entender o que vem a ser agente impactante, “Considere-se a ação entre
dois entes. O que exerce a ação é o agente impactante e o que sofre a ação é o alvo.
O agente impactante que tem potencial para causar danos e perdas é agente
agressivo. O alvo pode ser humano, patrimonial e ambiental”. (CARDELLA, 2010,
p.212)
Percebe-se que o agente impactante é quando um trabalhador exerce qualquer
ação para a realização de suas atividades profissionais, e que, em função dessas
atividades, pode chegar a ser um agente agressivo, com característica causadora de
perdas e danos. É considerado alvo quem recebe a ação do agente impactante, ou
seja, o ambiente de trabalho, os processos realizados nesse ambiente e outros
trabalhadores.
26
daquele setor através de imagens de fácil compreensão, bem como estimular sua
participação nas atividades de prevenção.
No que tange à elaboração do mapa de riscos, Schwab e Stefano diz que
Fonte: http://www.uff.br/enfermagemdotrabalho/mapaderisco.htm
com diâmetro de 5 cm; e grande, com diâmetro de 10,0 cm”. O círculo pequeno
simboliza os riscos pequenos por sua essência ou por ser risco médio controlado, o
círculo médio simboliza o risco que gera relativo incômodo, mas que pode ser
controlado e o círculo grande simboliza o risco que pode matar, mutilar, gerar doenças
e que dispõe de mecanismos para redução, neutralização ou controle.
Ainda de acordo com Oliveira (2009) o mapa de risco deve ser colocado em um
local visível para que todos os trabalhados tomem conhecimento dos riscos
encontrados nos setores da empresa e se conscientizem quanto ao uso do
equipamento de segurança.
responsável pela alavanca de içagem das pedras que são depositadas em um pneu
localizado na extremidade do cabo de aço.
O setor mineral vem lidando com a dura realidade de ser o líder das taxas de
mortalidade no país,[...] tal realidade contrasta com o que a mineração vem
demonstrando nos últimos anos, especialmente quanto à liderança na
balança comercial (IBRAM, 2007, p.17).
1359 1278
1158
422 356
285
5
4
3 3
onde se pode observar o Grupo de Base 7111-15, que denomina essa classificação
como: Destroçador de Pedra.
Observando a tabela 3 de ocupações, pelas descrições, é possível evidenciar
semelhança com as atividades que os trabalhadores desempenham na Serra do
Poção, e por ela, tem-se uma vaga ideia de como ocorre o processo de trabalho na
extração da pedra Itacolomy do Norte.
Tabela 3 – Classificação Brasileira de Ocupações
Como a extração da pedra Itacolomy do Norte não é feita por uma organização
registrada e suas atividades são de forma autônoma, sua caracterização pode ser
construída através de relatos históricos a partir de entrevistas e conversas informais
com ex-mineradores e mineradores que trabalham na Serra do Poção.
Segundo Medeiros (2008), por volta de 1905, Ouro Branco tinha como base de
sua economia o cultivo do algodão mocó, que serviu de fonte de renda ao povo do
município por várias décadas, mas devido as grandes estiagens, essa fonte de renda
foi diminuindo com o tempo, chegando a seu declínio na década de 1980, trazendo a
decadência da produção algodoeira e fazendo surgir novas perspectivas de
subsistência. Neste intervalo de tempo, outro recurso natural de atividade primária
surge como suporte de sustentação econômica às famílias do município: a extração
da Pedra Itacolomy do Norte na Serra do Poção, que é a principal serra do município.
Em uma conversa informal, o senhor Costa, de 75 anos de idade, relatou que
a exploração da pedra Itacolomy do Norte começou por volta da década de 1943,
quando seu pai, o senhor João Dias da Costa, começou a extrair as pedras a pedido
dos fazendeiros da época, para serem colocadas em calçadas e também usadas em
alicerces de construções (COSTA, 2011).
O Senhor Costa relatou ainda que a pedra Itacolomy do Norte só foi explorada
comercialmente por volta dos anos 80, onde os mineradores da época extraíam as
pedras e comercializavam na cidade de Caicó – RN.
Desde o início da exploração da pedra Itacolomy, os mineradores já utilizavam
ferramentas de uso manual como alavancas, marretas, cunhas, algumas vezes em
mau estado de conservação, e que esta característica de se trabalhar permeia até os
dias de hoje, onde os mineradores só substituem as ferramentas velhas caso
realmente necessite. Com relação ao transporte dessas pedras extraídas, as mesmas
eram transportadas em jumentos, levando até mesmo dias para chegarem ao local de
destino. Hoje, esse transporte é realizado por vários tipos de caminhões que a todo
momento se encontram circulando pela Serra.
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Medeiros (2008) já afirmava que a extração da pedra era feita ainda de forma
artesanal, com condições de trabalho extremamente precárias, e sem equipamentos
adequados para a devida segurança dos mineradores. Essa precariedade no método
de exploração da pedra na Serra do Poção se estende até os dias de hoje, pelo fato
de serem trabalhadores autônomos, sem condições suficientes para disporem de
máquinas com tecnologia avançada e ferramentas que os auxiliem melhor durante
esse processo de extração.
O nome Itacolomy do Norte dado ao quartzito5 encontrado na Serra do Poção
é de origem duvidosa, e mesmo os mineradores mais velhos, ainda vivos, não sabem
a sua procedência, mas alguns dizem que é por causa da aparência do minério com
o quartzito encontrado na serra Itacolomi6, no Estado de Minas Gerais.
5.1.1 Localização
5.1.2 Setores
5 Quartzito é uma rocha composta essencialmente de quartzo. O quartzo é encontrado sob a forma de
cristais separados e também como o material aglutinante que une os cristais. O quartzito é uma rocha
resistente. O quartzito pode ser sedimentar ou metamórfica. O quartzito sedimentar é formado quando
o material aglutinante se deposita entre cristais separados de quartzo e se cristaliza. O quartzito
metamórfico se origina quando o arenito de quartzo recristaliza sob pressão e temperatura altas.
6 Itacolomy é uma palavra tupi-guarani onde (ita=pedra e colomi = menino)
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Toda organização tem seus processos bem distribuídos, sejam eles por
departamentos, por setores, ou locais próprios definidos pelos gestores. Na Serra do
Poção acontece a mesma coisa, onde cada fase do processo de extração da pedra
ocorre em locais definidos pelos mineradores.
5.1.2.1 Banqueta
perigoso, pois a qualquer momento uma barreira pode ceder ou até mesmo o
carroçador pode desequilibrar e cair devido ao desnivelamento do terreno.
Dentro e nas mediações da banqueta que se encontra na parte inferior da
imagem, podemos notar a presença de pneus, utilizados para amortecer a queda das
barreiras no momento das explosões com dinamites. Percebe-se ainda que os
entulhos retirados de dentro das banquetas são depositados próximo a elas e ao fundo
da imagem, na parte superior direita, podemos ver o local que eles chamam de lastro.
5.1.2.2 Lastro
A foto retrata dois mineradores trabalhando no lastro, onde um dos homens está
exercendo a função de carroçador, trazendo as pedras em um carrinho de mão e
colocando as pedras no chão e o outro homem está distribuindo as pedras no chão
do lastro para serem riscadas com o esquadro, medidas com o cordão e, em seguida,
organizadas de forma “vertical”, encostadas em outras pedras.
Percebe-se também que a segurança para esses trabalhadores é mínima, pois
os mesmos não estão usando nenhum tipo de EPI correspondente a essa atividade,
onde, no mínimo, eles deveriam estar usando botas para proteger os pés, como
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também, estarem usando luvas para evitarem cortes nas mãos e máscaras, para
evitarem a respiração do pó da pedra.
Quanto ao carrinho de mão, nota-se que o mesmo já se encontra em fase
bastante avariado e precisando ser substituído por um novo; contudo, esse modelo
de carrinho não é ideal para esse tipo de atividade, e que o correto seria o uso de um
carrinho de transporte de carga.
5.1.2.3 Barraca
7 Cavaco é a pedra de forma irregular que não tem como ser medida para ser serrada.
8 Mufada era um acabamento de pedra em forma retangular feita com o auxílio do martelo.
45
9Raiação é o nome que os mineradores deram para o processo de furação das rochas para por os
explosivos.
47
para cavacos, e que também serão abertos, só que armazenados em local diferente
do lastro.
A fotografia 7, mostra o momento em que os mineradores exercem a tarefa
descrita na terceira fase.
Fotografia 7 – Momento onde mineradores abrem os blocos de pedras
10
Esquadro é uma ferramenta artesanal feito de ferro com medida de 50cm x 40cm e várias
marcações métricas, utilizado na hora da metragem das pedras.
11Cordão é uma corda de 2 metros com nós que demarcam medidas específicas para a contagem
dos metros de pedras.
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cunhas, que são ferramentas caras por causa do seu material que é de aço (SEVERO
NETO, 2011).
Em relação às fraturas e mutilações, o minerador Azevedo nos contou que
esses acidentes são difíceis de acontecer, mas já aconteceram algumas vezes,
inclusive com ele no momento em que abria uma pedra, onde a mesma se partiu
resvalando em sua perna (AZEVEDO, 2011).
O minerador Azevedo nos disse ainda em conversa informal que, quando
acontece um acidente na serra, o ferido é atendido no local e levado ao hospital pelos
próprios mineradores que estão por perto no momento. A associação possui um
veículo que é destinado a ajudar os mineradores em várias atividades, principalmente
em uma emergência, porém, inexplicavelmente, esse veículo não se encontra
circulando pela serra (AZEVEDO, 2011).
A ocorrência dos acidentes ocorridos na Serra do Poção se deu pelo fato dos
mineradores não estarem usando os EPI’s necessários para sua prevenção. Isso é
um fato determinante para que se possa entender as causas dos acidentes, haja vista
que a maioria dos mineradores nem sequer tem conhecimento sobre os EPI’s, e os
que possuem esse conhecimento não usam por serem incômodos e caros.
Na entrevista concedida pelo minerador Severo Neto, ele conta que “se você
for perguntar a qualquer minerador aqui, todos vai dizer que não usa capacete de jeito
nenhum por causa que machuca e as luva se rasga ligeiro, por isso nóis usa as bota
que é a proteção que nóis acha melhor [sic]” (SEVERO NETO, 2011).
De certa forma, podemos concordar com as palavras do minerador Severo
Neto, porém devemos salientar que existem EPI’s específicos para todos os tipos de
atividades, e que usar um EPI errado é a mesma coisa que não usar nenhum
equipamento.
Um exemplo que pode ser citado seria o uso da simples luva de couro, que se
desgasta ligeiro por causa das arestas da pedra que é bastante afiada e que também
não amortiza a pancada, se por ventura o minerador venha a sofrer um impacto nas
mãos.
A fotografia 8, mostra o desgaste de uma luva não apropriada para esse tipo
de atividade, usada na Serra do Poção.
Fotografia 8 – Luva completamente desgastada
51
A foto mostra que mesmo sendo uma luva de couro reforçada, o seu desgaste
na região dos dedos é notório, mostrando que esse tipo de luva não é o ideal para
este tipo de atividade, onde nota-se também as arestas da pedra, que se tornam
verdadeiras navalhas.
52
sim não
3%
97%
No que tange aos acidentes que ocorrem com maior frequência com os
mineradores, o gráfico 4, detalha em percentual os tipos de acidentes pesquisados,
juntamente com os três tipos de acidentes que se destacaram na entrevista.
Gráfico 4 – Acidentes já sofridos pelos mineradores entrevistados
5% 0% 0%
43%
52%
13%
27%
60%
27%
73%
Percebe-se que 73% dos mineradores entrevistados não sabem o que é EPI e
para que serve esse de tipo de equipamento e que, por outro lado, 27% dos
mineradores entrevistados sabem plenamente o que é um EPI como forma de
prevenção.
Pelo incômodo que alguns EPI’s causam aos mineradores e também do preço
desses equipamentos serem consideravelmente caros, o percentual de mineradores
que usam algum tipo de EPI se mostra bastante satisfatório.
O gráfico 7, mostra a quantidade em percentual de mineradores entrevistados
que usam algum tipo de EPI.
Gráfico 7 – Percentual dos mineradores que usam algum tipo de EPI
7%
13%
80%
Percebe-se pelo gráfico que 80% dos mineradores entrevistados usam algum
tipo de EPI, na maioria “botas de borracha” por acharem que é o único EPI que dá
certo na atividade de exploração da pedra. Nota-se também que 7% dos entrevistados
usam algum EPI de vez em quando por acharem incômodos e que 13% não usam
EPI porque não gostam e não veem necessidade.
Um fator que chamou a atenção durante a análise desse gráfico é que os 80%
que afirmaram que usam EPI, correspondem a maioria dos entrevistados, porém, de
acordo com o gráfico 6, só 27% afirmaram conhecer esses tipo de proteção, ou seja,
a maioria dos mineradores usam EPI, porém, nem todos que usam conhecem a sua
real importância para a proteção contra os acidentes de trabalho.
Outro fator que nos levou a perceber a falta de um plano de gestão de
segurança diz respeito à aquisição desses equipamentos, onde 100% dos
mineradores que estavam usando algum tipo de proteção afirmaram que os mesmos
foram comprados através de recursos próprios e que a Associação dos Mineradores
só forneceu esse material uma única vez, sendo ainda um material de baixa qualidade.
57
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
equipamentos como luvas, máscaras, capacetes e óculos são descartados, haja vista
o desconforto que causam e também pelo preço de aquisição, que é bastante alto, já
que são adquiridos pelos próprios mineradores.
Por isso, ao analisar todo o processo de extração da pedra Itacolomy do Norte
em várias banquetas, vimos a importância de aprender e conhecer todo esse trabalho
de extração, para chegarmos às seguintes considerações finais:
1º. O processo de extração da pedra ainda é bastante rudimentar;
2º. Todos os mineradores entrevistados reconhecem que seu trabalho é
perigoso e que a qualquer momento podem vir a sofrer um acidente;
3º. Os acidentes mais frequentes são pancadas, cortes e fraturas, porém
não pôde ser feita uma análise dessa frequência devido ao fato dos
acidentes não serem registrados, sendo somente informados ao
Hospital onde o minerador acidentado é atendido;
4º. A maioria usa algum tipo de EPI, porém, poucos conhecem ou sabem o
que é;
5º. Só são usadas botas de borracha como EPI, ficando o restante do corpo
exposto a acidentes;
6º. As ferramentas de trabalho só são substituídas quando necessário,
causando assim grande parte dos acidentes;
7º. O Estatuto da Associação dos Mineradores se encontra desatualizados
para a situação atual.
Contudo, esse aglomerado de situações faz com que o problema pesquisado,
que é de compreender porque os mineradores sofrem constantes acidentes, seja, de
certa forma, entendido, aonde chegamos a uma conclusão de que a falta de uma
cultura prevencionista por parte dos mineradores, juntamente com a falta de
informação dos mesmos sobre Equipamentos de Proteção, se transforma no fator
significativo que leva esses trabalhadores aos Acidentes de Trabalho.
Entendemos que para diminuir os acidentes de uma forma significativa é
preciso que:
1º. Seja reformulado o Estatuto dos Mineradores, estipulando um valor maior
de contribuição, para que se torne possível à aquisição de mais
equipamentos necessários para facilitar a extração da pedra e para
segurança dos mineradores;
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REFERÊNCIAS
Ouro Branco – RN. Associação dos Mineradores de Ouro Branco – AMOB. Estatuto
dos Mineradores de Ouro Branco. Ouro Branco:[s.n.], 2002.
Por isso, necessitamos da sua autorização para que possamos lhe entrevistar
e desde já nos comprometemos que seus dados ficarão em absoluto sigilo e só serão
utilizados mediante interesse científico.
POLEGAR DIREITO
________________________________________
Assinatura do Participante
________________________________________
Assinatura do Pesquisador Responsável
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2.3 O senhor sabe o que deve fazer para evitar tais acidentes?
[ ] Sim [ ] Não [ ] Mais ou menos
ESTATUTO SOCIAL
CAPÍTULO I
Da denominação, sede, duração e objetivos
CAPÍTULO II
Dos associados, e dos requisitos para a sua admissão, punição e exclusão.
Art. 3° – Serão associados da AMOB todos aqueles que atenderem aos seguintes
requisitos:
III – Residir no Município de Ouro Branco ou possuir vínculo com a área de atuação
da Associação. .
V – Ter o pedido de inscrição aprovado pela Assembleia Geral através do voto secreto.
III – Eliminação:
CAPÍTULO III
Dos direitos e deveres dos associados.
Art. 5° – Os associados quites com o que determina este Estatuto tem os seguintes
direitos : Votar; Ser votado desde que seja sócio há pelo menos seis meses; Auferir
de todas as vantagens garantidas e conquistadas pela Associação; Recorrer de
quaisquer decisões da Diretoria Executiva; Consultar os livros e documentos da
Associação em qualquer época; Requerer a convocação da Assembleia geral em
caráter extraordinário; Apresentar sugestões que visem o funcionamento dos
trabalhos da AMOB; Ser respeitado em sua condição social, de cor, raça, religião,
sexo e partido político, de cada membro da AMOB.
Art. 6° – Os associados quites com o que determina este Estatuto, tem os seguintes
deveres: Cumprir o Estatuto e as decisões da Assembleia Geral e da Diretoria
Executiva; Exercer os cargos para os quais foram eleitos, salvo nos casos de
impedimentos justificados; Zelar pela boa conservação das obras e equipamentos de
serviços comuns; Pagar em dia a contribuição mensal prevista neste Estatuto;
Participar das Assembleias Gerais bem como de todas as reuniões convocadas pela
Associação.
67
CAPÍTULO IV
Do patrimônio da associação, seus recursos e balanços financeiros.
CAPÍTULO V
Da constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos e administrativos.
I – Assembleia Geral;
II – Diretoria Executiva;
Art. 9° – As eleições para os cargos eletivos serão realizadas a cada 04 (quatro) anos,
no final de cada mandato. As eleições da Diretoria e do Conselho Fiscal serão
realizadas conjuntamente na mesma data.
IV – Com uma antecedência mínima de vinte e cinco dias, a diretoria criará uma
comissão eleitoral, constituída de três associados não ocupantes de cargos eletivos
ou candidatos do pleito, com a finalidade de:
a) Reformar o Estatuto;
b) Autorizar a realização de empréstimos, convênios, e outras obrigações
pecuniárias bem como a constituição de garantias exigidas;
c) Aprovar a admissão de novos sócios;
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d) Dissolução da Associação;
e) Autorizar a alienação de bens.
f) Eleger os membros da Diretoria e do Conselho Fiscal.
II – Compete ao Presidente:
IV – Compete ao 1º Tesoureiro:
CAPÍTULO VI
Das disposições gerais.
Art. 15 – Este estatuto foi aprovado pela Assembleia Geral de constituição, convocada
e realizada no dia 03 de Dezembro de 2002, às 11:30 horas, e alterado e reformado
no dia 12 de Dezembro de 2004, passando a vigorar a partir de seu registro e
averbação no Cartório Único de Ouro Branco - RN.