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Editora Chefe

Patrícia Gonçalves de Freitas


2023 by Editora e-Publicar Editor
Copyright © Editora e-Publicar Roger Goulart Mello
Copyright do Texto © 2023 Os organizadores Diagramação
Copyright da Edição © 2023 Editora e-Publicar Dandara Goulart Mello
Direitos para esta edição cedidos à Editora e-Publicar Roger Goulart Mello
Projeto gráfico e Capa
Patrícia Gonçalves de Freitas

Revisão DOI
Os organizadores https://dx.doi.org/10.47402ed.ep.b202319760907

Open access publication by Editora e-Publicar

PESQUISA E TECNOLOGIA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS.

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Conselho Editorial

Adilson Tadeu Basquerote Silva – Universidade Federal de Santa Catarina


Alessandra Dale Giacomin Terra – Universidade Federal Fluminense
Andréa Cristina Marques de Araújo – Universidade Fernando Pessoa
Andrelize Schabo Ferreira de Assis – Universidade Federal de Rondônia
Bianca Gabriely Ferreira Silva – Universidade Federal de Pernambuco
Cristiana Barcelos da Silva – Universidade do Estado de Minas Gerais
Cristiane Elisa Ribas Batista – Universidade Federal de Santa Catarina
Daniel Ordane da Costa Vale – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Danyelle Andrade Mota – Universidade Tiradentes
Dayanne Tomaz Casimiro da Silva - Universidade Federal de Pernambuco
Deivid Alex dos Santos - Universidade Estadual de Londrina
Diogo Luiz Lima Augusto – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Edilene Dias Santos - Universidade Federal de Campina Grande
Edwaldo Costa – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Elis Regina Barbosa Angelo – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Érica de Melo Azevedo - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de
Janeiro
Ernane Rosa Martins - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás
Ezequiel Martins Ferreira – Universidade Federal de Goiás
Fábio Pereira Cerdera – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Francisco Oricelio da Silva Brindeiro – Universidade Estadual do Ceará
Glaucio Martins da Silva Bandeira – Universidade Federal Fluminense
Helio Fernando Lobo Nogueira da Gama - Universidade Estadual De Santa Cruz
Inaldo Kley do Nascimento Moraes – Universidade CEUMA
Jaisa Klauss - Instituto de Ensino Superior e Formação Avançada de Vitória
Jesus Rodrigues Lemos - Universidade Federal do Delta do Parnaíba
João Paulo Hergesel - Pontifícia Universidade Católica de Campinas
Jose Henrique de Lacerda Furtado – Instituto Federal do Rio de Janeiro
Jordany Gomes da Silva – Universidade Federal de Pernambuco
Jucilene Oliveira de Sousa – Universidade Estadual de Campinas
Luana Lima Guimarães – Universidade Federal do Ceará
Luma Mirely de Souza Brandão – Universidade Tiradentes
Marcos Pereira dos Santos - Faculdade Eugênio Gomes
Mateus Dias Antunes – Universidade de São Paulo
Milson dos Santos Barbosa – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da
Paraíba - IFPB
Naiola Paiva de Miranda - Universidade Federal do Ceará
Rafael Leal da Silva – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Rodrigo Lema Del Rio Martins - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Willian Douglas Guilherme - Universidade Federal do Tocantins

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


P474
Pesquisa e tecnologia em ciências agrárias / Organizadores Otávio Cabral Neto,
Alysson Soares da Rocha, Antônio Carlos Silveira Gonçalves, et al. – Rio de Janeiro:
e-Publicar, 2023.

Outros organizadores: Clauber Rosanova, Fernando Morais


Rodrigues, Sergio Luis Melo Viroli.

Livro em PDF

ISBN 978-65-5364-190-7

DOI 10.47402/ed.ep.b202319760907

1. Ciências agrárias. 2. Zootecnia. 3. Agronomia . I. Cabral Neto, Otávio


(Organizador). II. Rocha, Alysson Soares da (Organizador). III. Gonçalves, Antônio
Carlos Silveira (Organizador). IV. Título.

CDD 630
Elaborada por Bibliotecária Janaina Ramos – CRB-8/9166

Editora e-Publicar
Rio de Janeiro, Brasil
contato@editorapublicar.com.br
www.editorapublicar.com.br
2023
Apresentação
A área das Ciências Agrárias abrange desde a exploração e reaproveitamento dos
recursos naturais, a cultivo de solos, vegetais e criação de animais para produção de
alimentos, através de tecnologias que garantam cada vez mais a sustentabilidade.

A obra PESQUISA E TECNOLOGIA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS – Possui uma


abordagem sobre tecnologia, produção, tecnologia de produtos cárneos e gestão de
qualidade apresenta em seus treze capítulos conhecimentos tecnológicos para a Ciências
Agrárias, tendo como finalidade agrupar pesquisas e revisões acadêmicas. Os temas
abordados nos trabalhos aqui apresentados são importantes no âmbito das pesquisas
científicas atuais, considerando a crescente demanda por produções de alimentos de
qualidade em conjunto com a sustentabilidade socioambiental.

Os organizadores
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO........................................................................................................... 6
CAPÍTULO 1 ................................................................................................................. 11
QUALIDADE DO ATENDIMENTO E SATISFAÇÃO DO CLIENTE DO
ANDRADÃO BOUTIQUE DE CARNES, PALMAS – TO ..................................... 11
DOI 10.47402/ed.ep.c202319771907 Jonhny Alves Hawat
Marcos Jhonathan Sousa Rodrigues
Otavio Cabral Neto
Alysson Soares da Rocha
Clauber Rosanova
Antônio Carlos Silveira Gonçalves
Fernando Morais Rodrigues
Sérgio Luis Melo Viroli
CAPÍTULO 2 ................................................................................................................. 20
INOCULAÇÃO E RESISTÊNCIA DA ANTRACNOSE NO MILHO
“COLLETOTRICHUM GRAMINICOLA” ............................................................... 20
DOI 10.47402/ed.ep.c202319782907 Ana Lúcia Carvalho de Souza
Felipe Augusto Marques Borges
Maísa Lissandra Nascimento Souza da Silva
Nathanael de Sena Ribeiro
Vitória Andrade Goveia
Otavio Cabral Neto
Alysson Soares da Rocha
Clauber Rosanova
CAPÍTULO 3 ................................................................................................................. 31
IMPACTOS DA COVID-19 NA CADEIA PRODUTIVA DA AVICULTURA ...... 31
DOI 10.47402/ed.ep.c202319793907 Ana Beatriz nunes Barbosa
Emily Cristine da Silva Brito
Rayane dos Santos Gonçalves
Stérffane Alves Ferreira
Antônio Carlos Silveira Gonçalves
Alysson Soares da Rocha
Clauber Rosanova
Otavio Cabral Neto
CAPÍTULO 4 ................................................................................................................. 42
IMPACTOS DA COVID-19 NA CADEIA PRODUTIVA DA CARNE BOVINA.. 42
DOI 10.47402/ed.ep.c202319804907 Jacqueline Seixas Dos Santos
Moisés Magalhães Lourenço
Daniel Dias dos Santos
Brenda Souza Silva
Rebeka Carvalho Santana
André Mantegazza Camargo
Clauber Rosanova
Otavio Cabral Neto
CAPÍTULO 5 ................................................................................................................. 55
IMPACTOS DA COVID-19 NA CADEIA PRODUTIVA DO LEITE..................... 55
DOI 10.47402/ed.ep.c202319815907 Camila Pereira Neres
Filipe da Silva Santos
Nilo Neto Pereira Lima
Rhanya Pimentel Ribeiro
Sérgio Cruz dos Santos Araújo
Eduarda Barros de Pinho
Clauber Rosanova
Otavio Cabral Neto
CAPÍTULO 6 ................................................................................................................. 63
FARINHA E BIOMASSA DE BANANA VERDE: UM PANORAMA DE SUA
APLICABILIDADE NA ELABORAÇÃO DE PRODUTOS CARNEOS ................ 63
DOI 10.47402/ed.ep.c202319826907 Kamilla Arruda Moura
Otavio Cabral Neto
Antônio Carlos Silveira Gonçalves
Alysson Soares da Rocha
Clauber Rosanova
Sergio Luis Melo Viroli
Fernando Morais Rodrigues
André Mantegazza Camargo
CAPÍTULO 7 ................................................................................................................. 76
IMPACTOS DA COVID-19 NA CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA. 76
DOI 10.47402/ed.ep.c202319837907 Elpídio Vitor Braga de Oliveira
Blenda Samara Ramos de Moura Duarte
Wendy Andrade Meireles
Lyvia Maria Almeida Nunes
Ana Clara Rodrigues Coelho
Maria Vitória Delfino
Antônio Carlos Silveira Gonçalves
Otavio Cabral Neto
CAPÍTULO 8 ................................................................................................................. 85
OS IMPACTOS DA UTILIZAÇÃO DE DRONES AGRÍCOLAS NA APLICAÇÃO
DE HERBICIDAS ...................................................................................................... 85
DOI 10.47402/ed.ep.c202319848907 Luan Araújo de Souza
João Pedro Souza Pires
Kacyo Junior Pereira dos Santos
Mateus Rodrigues Pinto
Sabrina Sena de Melo
Otavio Cabral Neto
Thomas Vieira Nunes
Antônio Carlos Silveira Gonçalves
CAPÍTULO 9 ................................................................................................................. 97
IMPACTOS DA FERRUGEM ASIÁTICA NA SOJA NO BRASIL ........................ 97
DOI 10.47402/ed.ep.c202319859907 Emanuela Guimarães Batista
Emily Araujo de Souza
Gisele da Silva Santana
Héllia Cristinne da Mota Reis Martins
Helyssama Lustosa Santana
Clauber Rosanova
Alysson Soares da Rocha
Otavio Cabral Neto
CAPÍTULO 10 ............................................................................................................. 112
EFEITOS E IMPORTÂNCIA DOS MICRONUTRIENTES NO POTENCIAL
PRODUTIVO DAS CULTURAS DE SOJA E MILHO .......................................... 112
DOI 10.47402/ed.ep.c2023198610907 Marcos Cabral Massariol Filho
João Victor Silva dos Santos
Emanuele Monteiro Rodrigues
Alysson Soares da Rocha
Clauber Rosanova
Antônio Carlos Silveira Gonçalves
Otavio Cabral Neto
CAPÍTULO 11 ............................................................................................................. 120
CONTROLE DA MOSCA BRANCA (BEMISIA TABACI) NA CULTURA DE SOJA
.................................................................................................................................. 120
DOI 10.47402/ed.ep.c2023198711907 Lays Lorrany Sanches Silva
Lázara Kayllane Cunha Marques
Mariana Lima Passos
Reni Carvalho de Araujo Bezerra
Thais Ribeiro Araujo
Alysson Soares da Rocha
Antônio Carlos Silveira Gonçalves
Otavio Cabral Neto
CAPÍTULO 12 ............................................................................................................. 136
PRODUÇÃO HIDROPÔNICA ASSOCIADA AO USO DE ENERGIA SOLAR . 136
DOI 10.47402/ed.ep.c2023198812907 Dára Beatriz Vieira de Sousa
Gabriel Rios Vogado
Antônio Carlos Silveira Gonçalves
Alysson Soares da Rocha
Otavio Cabral Neto
Clauber Rosanova
Beatriz Freitas Oliveira Santiago Rocha
Jucelia Denise Nascimento Pereira
CAPÍTULO 13 ............................................................................................................. 144
PROTEÍNA BT SER OU NÃO SER A MELHOR OPÇÃO CONTRA A LAGARTA-
DA-ESPIGA DO MILHO NAS LAVOURAS ......................................................... 144
DOI 10.47402/ed.ep.c2023198913907 Ana Laura D. Braganholo
Ana Carla R. Lisboa
Glenda R. Ribeiro
Jackeline T. Rodrigues
Luana Karyne S. Anselmo
Alysson Soares da Rocha
Antônio Carlos Silveira Gonçalves
Otavio Cabral Neto
AUTORES.....................................................................................................................157
CAPÍTULO 1
QUALIDADE DO ATENDIMENTO E SATISFAÇÃO DO CLIENTE DO
ANDRADÃO BOUTIQUE DE CARNES, PALMAS – TO

DOI 10.47402/ed.ep.c202319771907 Jonhny Alves Hawat


Marcos Jhonathan Sousa Rodrigues
Otavio Cabral Neto
Alysson Soares da Rocha
Clauber Rosanova
Antônio Carlos Silveira Gonçalves
Fernando Morais Rodrigues
Sérgio Luis Melo Viroli

RESUMO
A qualidade é um tema complexo, e o ponto mais crítico está na operacionalização no
dia-a-dia da organização, ajustado os objetivos empresariais às necessidades, desejos e
expectativas dos clientes, ao mesmo tempo com o esforço de cada colaborador, num
ambiente que se caracteriza pela constante mutação. Desta forma, este trabalho teve como
objetivo identificar o nível da satisfação do cliente no que diz respeito as instalações,
atendimento e satisfação, de forma a capacitar e orientar os colaboradores para possibilitar
melhorias contínuas na produtividade e na competência visando garantir o resultado
esperado no atendimento e satisfação. Mapear pontos críticos no processo e propor
estratégias de melhorias constantes se torna fundamental na consolidação da relação
empresa/cliente, ajudam as equipes a debater ideias e estratégias e se torna a principal
ferramenta para fidelização dos clientes.
Palavras–chave: qualidade, prestação de serviços, atendimento ao cliente, satisfação,
processos.

1 INTRODUÇÃO
O tema abordado teve como principal objetivo de pesquisar a satisfação dos
clientes do estabelecimento Andradão Boutique de Carnes, no município de Palmas - TO,
que possui termo de cooperação técnica firmado com o IFTO - Campus Palmas, de forma
a ter uma visão atual da relação da empresa com seus clientes e criar sugestões de
melhoria na estrutura e atendimento ao cliente.

Esta pesquisa foi elaborada para diagnosticar possíveis problemas relacionados ao


atendimento de clientes, onde foi avaliado o público alvo, a fidelização dos clientes e a
qualidade do produto vendido. O objetivo foi buscar e identificar o nível da satisfação
dos clientes no que diz respeito ao atendimento, de forma a capacitar e orientar os
colaboradores para possibilitar uma melhoria contínua na produtividade, qualidade do
produto vendido e na competência visando garantir o resultado esperado no atendimento.

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As organizações devem estar sintonizadas com as exigências do mercado,
alinhadas aos propósitos e objetivos dos seus clientes na busca de satisfazê-los com
excelência. De acordo com Carpinetti (2012) o foco no cliente proporciona às
organizações o direcionamento necessário para um correto posicionamento da empresa
no mercado. Identificar e satisfazer as necessidades dos clientes é uma condição
fundamental para o sucesso da mesma frente à concorrência. Portanto, é importante
diagnosticar e traçar planos de melhoria no atendimento, resultando na elevação de
satisfação de seus clientes. Identificando os pontos fortes e fracos.

Este artigo buscou conhecer pontos importantes na relação entre a empresa


Andradão Boutique de Carnes e seus clientes em busca de melhorias dos processos e
satisfação.

2 MATERIAIS E MÉTODOS
Para atender a Resolução nº 196, do Conselho Nacional de Saúde do Brasil, esta
pesquisa foi submetida via Plataforma Brasil ao Comitê de Ética na Pesquisa com Seres
Humanos do Instituto Federal do Tocantins de Palmas – TO, obtendo autorização para
realização com Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) n.
55525022.0.0000.8111.

Foi realizada uma pesquisa in loco através da metodologia Survey. Os


participantes foram solicitados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
– TCLE. Os clientes foram informados sobre a natureza, os objetivos do estudo,
assegurando o sigilo de todas as informações prestadas e da liberdade de recusar-se a
participar da pesquisa a qualquer momento, sem qualquer prejuízo ao entrevistado.

O questionário foi elaborado pelos autores adequando ao formulário proposto por


Oliveira (2015) e as situações particulares do Andradão Boutique de Carnes, para
captação de dados sobre à empresa, suas instalações e o funcionamento de seus processos
de atendimento e vendas.

Foram entrevistados 80 clientes da loja in loco, o cadastro de clientes da loja tem


aproximadamente 3500 (três mil e quinhentos) clientes cadastrados em seu sistema, com
margem de erro de 10% e nível de confiança na pesquisa de 95%. Todos os entrevistados
tinham idade acima dos 18 anos que pelo critério de exclusão não foi convidado a
participar da pesquisa pessoas em idade menor que 18 anos e também as pessoas que não
são clientes do Andradão Boutique de Carnes.

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O questionário foi aplicado nos meses de Abril e Maio de 2022. Ao final do
questionário foram apresentados termos aleatórios pertinentes, onde foi avaliadas e
utilizadas a metodologia denominada CATA (Check All That Apply) (ADAMS et al.,
2007; MEULLENET et al., 2008), com avaliação dos atributos baseados em termos da
literatura comumente utilizadas para descrever características de qualidade de casas de
carne (higiene e limpeza ruins; ambiente moderno e agradável; atendimento ruim e
demorado; credibilidade; acesso difícil; promoções e novidades; excelentes produtos; não
atende as expectativas; excelente atendimento; ambiente limpo e higienizado; carnes de
qualidade; colaboradores desatentos; produtos sem qualidade; cliente satisfeito; pouca
variedade de produtos; muita variedade de produtos; demora no atendimento; encontro
parcialmente o que preciso; carnes de qualidade ruim; não encontro o que preciso;
produtos de qualidade; cliente insatisfeito; ambiente antiquado e desagradável; fácil
acesso; sem novidades e promoções; colaboradores atenciosos; confiança; encontro tudo
que preciso; atendimento rápido; atende as expectativas)

Após a coleta dos dados os mesmos foram tratados estatisticamente em planilha


Excel, e representados em gráficos para a realização das análises quantitativas,
qualitativas e discussão dos resultados. Para aplicação do questionário, foi utilizada a
plataforma do Google FormsTM.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dos 80 clientes avaliados 60% deles eram do sexo masculino e 40% do sexo
feminino onde esse percentual se deu pelo pressuposto que o estabelecimento é um local
que o maior índice de frequência é do sexo masculino pelo fato de ser uma boutique de
venda de carnes, trabalhando com carnes nobres e produtos mais elaborados.

Conforme a aplicação da pesquisa 100% dos clientes entrevistados encontra os


produtos que procuram no Andradão boutique de carnes e relatam que os produtos
apresentam a qualidade esperada. Este resultado coaduna com as ideias de Las Casas
(2008) e Oliveira (2015) que aponta que encontrar os produtos procurados na empresa
favorece para a satisfação dos clientes, que a aquisição de um produto correspondente as
expectativas do cliente favorece a um sentimento positivo por parte destes. E, quando os
clientes percebem diferenciação, cria-se uma fonte de estímulos físicos para percepção,
como similaridade, proximidade e continuidade. Ishikawa (1997) coloca que através da
qualidade as necessidades dos clientes são atingidas e favorece positivamente aos

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processos, e isso consequentemente eleva a produtividade, no caso da empresa do
Andradão, as vendas.

Conforme apresentado no gráfico 1, ao mapear o processo foi levantada a pesquisa


dos sensos de organização onde a caracterização referente à organização e limpeza do
ambiente teve 78% de excelência de resultado esperado, 21 % qualificado como bom, 1%
regular e 0% ruim, ou seja, em um nível de satisfação foi obtido um aproveitamento
acumulado de 99% dentro das melhores avaliações, colocando o estabelecimento em um
nível elevado em relação organização e limpeza.

Bom Regular
21% 1% Ruim
0%
Excelente
Bom
Excelente Regular
78%
Ruim

Gráfico 1: Referente a caracterização do ambiente, organização e limpeza do Andradão Boutique de


Carnes.

Esses resultados apontam um entendimento a empresa que se precisa manter a


qualidade que conquistou, e ainda, segundo Cobra (2001), a empresa deve desenvolver
um raciocínio estratégico de forma permanente na busca de soluções duradouras que
proporcionem vantagens competitivas. É preciso que empresas analisem constantemente
o ambiente interno organizacional, para corrigir falhas operacionais, para se manter
competitivo e que objetive a qualidade (OLIVEIRA, 2015)

Conforme gráfico 02, obteve-se uma porcentagem de 82% de excelência no grau


de satisfação do cliente quanto a agilidade, educação, cortesia, simpatia e clareza dos
funcionários do estabelecimento. Isso mostra que os funcionários estão prezando pelo
bom atendimento e cordialidade ao atender um cliente frisando que a fidelização do
cliente, pois conforme apontado pelo economista americano Philip Kotlero, o custo de se
manter um cliente ativo é aproximadamente cinco vezes menor de que o custo de se
conquistar um novo.

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Segundo Duhner, et al (1996), a qualidade no atendimento representa grande
diferencial competitivo para as organizações, o atendimento é que serve de elo entre a
empresa e o cliente. A qualidade no atendimento ao cliente inicia no momento em que se
descobre que se precisa tratar todas as pessoas a nossa volta como clientes preferenciais.
Assim, Cobra (2001) coloca que é preciso que a empresa desenvolva planos estratégicos
para analisar os seus serviços face ao perfil de concorrentes e as formas de contornar
adversidades.

Bom
17% Ruim
0%
Regular
1% Excelente
Bom
Excelente Regular
82% Ruim

Gráfico 2: Atendimento em relação à agilidade, educação, cortesia, simpatia e clareza dos funcionários do
Andradão Boutique de Carnes.

Após verificarmos a importância de um bom atendimento ao cliente onde


obtivemos aproveitamento de 82% partimos para o pressuposto do nível de confiabilidade
do produto onde, tivemos um percentual de 97% porcento de confiança dos clientes ao
comprarem o produto que realmente condiz com o esperado, enquanto tivemos um
percentual de 3% de pessoas que ainda não confiam com certeza no produto que está
comprando. Conforme Oakland (1994) a confiabilidade é “a capacidade de o produto ou
serviço continuar atendendo às exigências do cliente” e diante dos dados apontados
podemos apontar que os clientes confiam nos produtos adquiridos no Andradão Boutique
de Carnes.

Temos variedades de produtos que são vendidos como nobres no estabelecimento


dentre eles tem o cupim na mostarda, picanha na manteiga, linguiça artesanais de
fabricação própria e foram solicitados a introdução de produtos novos como: hamburguer
de picanha, carne de Javali, carne de jacaré e carnes defumadas. Foi obtido a margem de
80% dos entrevistados que conheciam dos produtos à venda na loja, enquanto apenas 20%

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deles não conheciam.

O tempo de conquista de clientes do estabelecimento ainda é médio pois somente


24% das pessoas entrevistadas são clientes de 3 anos ou mais conforme representado no
gráfico 03, enquanto 22% tinham 2 anos de frequência na compra dos produtos, 17%
conheceu no ano de 2021 e 37% conheceu no ano de 2022. Segundo Cobra (2001) e
Oliveira (2015), manter os clientes e aumentar sua fidelidade é um dos requisitos
fundamentais e lucrativos para a organização, pois os clientes têm várias opções de
estabelecimentos, e com preços similares, e com isso a necessidade do diferencial para
estar a frente da concorrência, em relação a fidelização do cliente, onde procura se ter sua
lealdade criando clientes “para toda a vida”.

conheci agora
3 anos ou mais
15%
24%
menos de 6
meses 3 anos ou mais
11% 2 anos
1 ano
6 meses
6 meses menos de 6 meses
11% 2 anos conheci agora
22%

1 ano
17%

Gráfico 3: Tempo que é cliente no Andradão Boutique de Carnes.

Dentre essas 80 pessoas representado no gráfico 04, 48% chegaram ao


estabelecimento entre conversa de amigos, 14% foram influenciados pela rede social
Instagram, 18% de outros clientes que já frequentavam o estabelecimento e 20% de outros
meios por exemplo: ao passar na frente ou pesquisa de venda de carnes nobres pela
internet, o que coloca a disseminação “boca a boca”, como maior forma de captação de
novos clientes da loja. Gianesi e Corrêa (2006) apontaram que elementos como
comunicação boca a boca, necessidades pessoais, experiência anteriores e comunicação
externa, favorece positivamente na boa imagem e divulgação da empresa.

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Outros
20%
Conversa com
amigos
48%

indicação de
outro cliente Conversa com amigos
18%
Instagram
Propaganda da televisão
Propaganda da indicação de outro cliente
televisão
Outros
0% Instagram
14%

Gráfico 4: Forma que os clientes chegaram ao Andradão Boutique de Carnes.

A pesquisa apontou que 83% dos clientes recomendariam o estabelecimento para


outras pessoas, pois, confiam na qualidade do produto vendido enquanto 17%
provavelmente indicariam. Isso acentua a questão da fidelização do cliente e coloca esta
estratégia como prioritária na busca de novos clientes, bem como, na manutenção já estão
inseridos na cadeia de priorização de vendas. O ideal é que as organizações visem não
somente satisfazer os clientes, mas encantá-los; superando suas expectativas em relação
ao serviço recebido (VAVRA,1993)

Os resultados encontrados na análise CATA estão apresentados na tabela 1:

Tabela 1 - Dados da análise CATA com a procentagem relacionada ao total de


participantes.

Termos apresentados aos Números de % em relação ao total


clientes apontamentos de participantes
Higiene e limpeza ruins 0 0,0
Ambiente moderno e agradável 63 78,8
Atendimento ruim e demorado 0 0,0
Credibilidade 80 100,0
Acesso difícil 0 0,0
Promoções e novidades 46 57,5
Excelentes produtos 71 88,8
Não atende as expectativas 1 1,3
Excelente atendimento 49 61,3
Ambiente limpo e higienizado 16 20,0
Carnes de qualidade 68 85,0
Colaboradores desatentos 0 0,0
Produtos sem qualidade 0 0,0
Cliente satisfeito 59 73,8

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Pouca variedade de produtos 0 0,0
Muita variedade de produtos 31 38,8
Demora no atendimento 0 0,0
Encontro parcialmente o que
1
preciso 1,3
Carnes de qualidade ruim 0 0,0
Não encontro o que preciso 0 0,0
Produtos de qualidade 60 75,0
Cliente insatisfeito 2 2,5
Ambiente antiquado e
0
desagradável 0,0
Fácil acesso 76 95,0
Sem novidades e promoções 1 1,3
Colaboradores atenciosos 71 88,8
Confiança 80 100,0
Encontro tudo que preciso 80 100,0
Atendimento rápido 80 100,0
Atende as expectativas 80 100,0

Fonte: Elaboração própria

Os dados do CATA servem principalmente para confirmar os apontamentos discutidos


acima, onde o Andradão Boutique de Carnes foi a pontado por 100% dos participantes da pesquisa
com um local credibilidade, confiança, onde se encontra tudo que precisa, com atendimento
rápido e assim atendendo as expectativas dos seus clientes. E ainda muito bem avaliado, com
produtos excelentes, ambiente moderno e agradável, de fácil acesso, com carnes de qualidade e
colaboradores atenciosos.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A empresa Andradão Boutique de Carnes, Palmas -TO, apresenta sob o ponto de
vista de seus clientes um alto padrão de atendimento e qualidade, onde caracterizam
também os produtos como de alta qualidade, assim como ambiente e limpeza eficiente e
um bom relacionamento com os clientes. Ferramentas de Gestão da Qualidade e
monitoramento da satisfação do cliente devem continuar sendo implementados pela loja
no sentido de melhorias e manutenção dos bons resultados obtidos.

5 AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao CNPq e ao IFTO pelo fomento e apoio para a execução do
projeto que possibilitou a realização desta pesquisa.

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18
REFERÊNCIAS
CARPINETTI, L. C. R. Gestão da Qualidade: conceitos e técnicas. 2ª edição – São
Paulo – Editora Atlas, 2012.

COBRA, M. Administração de marketing. São Paulo: Atlas,2001.

DUHNER, A. G.; MOREIRA, J. C.T.; PASQUALE, P. P. Dicionário de termos de


marketing. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1996.

GIANESI, I.; CORRÊA, H. L. Administração Estratégica de Serviços. São Paulo:


Atlas, 2006.

ISHIKAWA, K. Controle de qualidade total. Á maneira japonesa. 6 ed. Rio de


Janeiro: Campus, 1997.

LAS CASAS, A. L. Qualidade Total em Serviços: conceitos, exercícios, casos


práticos. 6ª edição – São Paulo – editora Atlas,2008.

OAKLAND, J. Gerenciamento da qualidade total. São Paulo: Nobel, 1994.

OLIVEIRA, K. R. Qualidade do atendimento e satisfação do cliente da casa de


carne Mauá. Orientador: Thais Regina de Abreu Pereira Perdição. 2015. 48 p.
Trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade Católica de Anápolis, Anápolis – Goiás,
2015.

VAVRA, T. G. Marketing de relacionamento: after marketing. São Paulo: Atlas,


1993. 324p.

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19
CAPÍTULO 2
INOCULAÇÃO E RESISTÊNCIA DA ANTRACNOSE NO MILHO
“COLLETOTRICHUM GRAMINICOLA”

DOI 10.47402/ed.ep.c202319782907 Ana Lúcia Carvalho de Souza


Felipe Augusto Marques Borges
Maísa Lissandra Nascimento Souza da Silva
Nathanael de Sena Ribeiro
Vitória Andrade Goveia
Otavio Cabral Neto
Alysson Soares da Rocha
Clauber Rosanova
RESUMO
No milho, a antracnose causada por C. graminicola destaca-se como uma das principais
doenças da cultura, uma vez que o patógeno é capaz de infectar praticamente toda a
planta. O estudo da antracnose é de grande importância para as culturas de grãos, podendo
evitar perdas significativas, o que diminui o valor de comercialização do produto, com o
Brasil sendo um dos principais produtores de milho é importante ficar atento com as
doenças que podem afetar a produção de grãos. Com base nas mudanças na expressão
gênica foram estudadas em raízes, inflorescências masculinas e femininas de milho sob
tratamentos de infecção fúngica local e sistêmica, respectivamente, com intuito de
quantificar a antracnose do colmo em milho foi projetado uma escala diagramática, depois
usando uma nova escala proposta que obteve diferentes resultados e os valores foram
mais próximos de uma medição acurada, uma escala diagramática para avaliar a
severidade da antracnose foliar causada por Colletotrichum graminicola na cultura do
milho que foram colhidas folhas de milho com diversas severidades da doença para a
criação da escala diagramática e levadas a laboratório para seleção e captação das
imagens. Através da observação da regressão, foi analisado o grau de severidade real,
podendo assim determinar a relação entre os graus de severidade real, e o estimado com
e sem o uso da escala, com uma alta precisão e a acurácia quando usadas na escala para
os avaliadores experientes, quanto para os inexperientes.
Palavras-chave: Antracnose, colmo, colletotrichum graminicola, severidade e zea mays.

ABSTRACT
In maize, anthracnose caused by C. graminicola stands out as one of the main diseases of
the crop, since the pathogen is capable of infecting practically the entire plant. The study
of anthracnose is of great importance for grain crops, being able to avoid significant
losses, which reduces the commercialization value of the product, with Brazil being one
of the main producers of corn. It is important to be aware of diseases that can affect grain
production. Based on changes in gene expression were studied in roots, male and female
inflorescences of maize under treatments of local and systemic fungal infection,
respectively, in order to quantify stem anthracnose in maize a diagrammatic scale was
designed, then using a new scale proposal which obtained different results and the values
were closer to an accurate measurement, a diagrammatic scale to assess the severity of
leaf anthracnose caused by Colletotrichum graminicola in the corn crop that corn leaves
with different disease severities were harvested for the creation of the diagrammatic scale

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and taken to the laboratory for selection and capture of images. Via observation of the
regression, the actual severity degree was analyzed, thus being able to determine the
relationship between the actual severity degrees, and the estimated with and without the
use of the scale, with a high precision and accuracy when used in the scale for experienced
evaluators, as well as for the inexperienced.
Keywords: Anthracnose, colletotrichum graminicola, severity, stalk and zea mays.

INTRODUÇÃO

A origem mais provável do milho é no México, depois o grão se firmou na


América do sul, onde sua origem está mais precisamente no sul do Peru. O milho é
pertencente à família Poaceae que é composta por várias espécies, sendo o milho (Zea
mays) um dos principais. No Brasil o milho já era cultivado pelos indígenas antes da
chegada dos portugueses, mas foi com a chegada dos colonizadores que o consumo do
cereal no país aumentou e passou a integrar o hábito alimentar da população (AGRO PÓS,
[entre 2019 e 2021]).

O milho é a base energética de rações para aves, suínos e bovinos, no processo de


produção de carnes, destinadas à alimentação humana. Somente uma parcela menor do
volume produzido de milho é utilizada diretamente na dieta humana, como farinhas,
óleos, adoçantes, macarrão e biscoitos, entre outros alimentos em que o milho é
componente. O milho possui um papel fundamental para a rotação de culturas, pois
produz uma grande quantidade de palha que auxilia na proteção do solo, na reciclagem
de nutrientes e no incremento de matéria orgânica no solo (SLC AGRÍCOLA, 2018).

Segundo Mais Soja (2022), o Brasil atualmente possui a terceira maior produção
mundial de milho de acordo com a CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento, as
estimativas da safra 2021/22 apontam uma recuperação na produção brasileira, ficando
próxima aos 113,2 milhões de toneladas do grão, um aumento de 30,1% referente ao
período anterior (CONAB, 2019). O valor de produção teve uma retração de 14,9%,
ficando em 88,5 milhões de toneladas, que ocasionalmente subiu o valor de produção em
60,7% chegando a R$ 116,4 bilhões (IBGE 2022).

O Brasil é um dos produtores de soja e milho do mundo, é importante se atentar


com as doenças que afetam essas culturas, sendo uma das principais doenças a Antracnose
afeta as regiões tropicais do Brasil, podendo gerar muitos prejuízos para os agricultores e
impactando na qualidade do produto. “Na cultura do milho, as consequências da doença

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21
podem provocar uma redução da produtividade estimada entre 18% e 40%” (TERRA
MAGNA, 2022).

Levando em conta a importância do milho para a sociedade, e o quanto a


antracnose pode impactar negativamente a qualidade do produto, o presente artigo tem
por objetivo indicar os métodos mais eficazes, a fim de que a mesma não seja mais uma
problemática.

2. MATERIAIS E MÉTODOS
O presente trabalho objetivou realizar um levantamento dos artigos publicados em
periódicos científicos, sites renomados, livros e revistas da área de Ciência Agrárias,
Fitopatologia Brasileira, sobre o efeito da antracnose nas culturas de milho.

Como estratégia de busca foram utilizadas as palavras chaves (Zea mays,


antracnose foliar, índice de doença, Colletotrichum graminicola e severidade ) como
direcionamento e busca realizada on-line. Após o levantamento, foram encontrados 16
documentos relacionados, que posteriormente adotou-se o critério de selecionar os
documentos mais atuais (2015-2022), restando (07) que foram usados neste artigo de
revisão.

Os procedimentos a serem utilizados, decorrerá de uma rígida pesquisa, assim


dizendo, pesquisa bibliográfica. Levando em conta que o presente artigo irá transcorrer
através de um estudo exploratório, onde será necessário ter um determinado
aprofundamento em métodos já utilizados anteriormente.

3. REVISÃO
3.1 O que é antracnose?

O gênero Colletotrichum são agrupados alguns dos patógenos na agricultura, em


virtude das perdas potenciais que podem causar, sendo primordial a capacidade de
diagnóstico desta doença. No milho, a antracnose causada por C. graminicola destaca-se
como uma das principais doenças da cultura (Bergstrom & Nicholson, 1999), uma vez
que o patógeno é capaz de infectar praticamente toda a planta.

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Fig. 1. Sintomas da doença da antracnose em cereais e gramíneas causada por espécies de Colletotrichum.
A, B. antracnose basal podridão do caule da turfa Poa annua; B mostra um close-up de cerdas emergindo
de acervuli na superfície da planta; C, D. C. navitas on Panicum virgatum folhas e caule; E, F. C. sublineola
em folhas de Sorghum bicolor; G. Podridão vermelha de Saccharum officinarum causada por C. falcatum;
e H. C. caudatum em Sorghastrum nutans. Fotos cortesia de John Inguagiato (A,B); Éster Buiate (E, F);
Eric McKenzie (G) e Gary Bergstrom (H). Fonte: BERGSTROM & NICHOLSON, 1999.

3.2 Importância do estudo da antracnose

A antracnose é de grande importância para as culturas de grãos, podendo causar


perdas quantitativas e qualitativas, como manchas nos grãos ou sementes, o que diminui
o valor de comercialização do produto, com o Brasil sendo um dos principais produtores
de milho é importante ficar atento com as doenças que podem afetar a produção de grãos
(CHINELATO., 2019).

A ocorrência de doenças no milho, podem gerar grandes prejuízos econômicos, a


antracnose, provocada pelo fungo Colletotrichum graminicola, pode reduzir a produção
do milho em até 40%, quando utilizadas cultivares suscetíveis e as condições de umidade
forem favoráveis ao fungo (CHINELATO, 2019).

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23
3.3 Métodos de identificação

Na fase foliar, a doença é identificada pela presença de lesões de formas variadas


e necróticas, podendo ser extensa queima das folhas. Nas nervuras, é comum a presença
de lesões elípticas com acérvulos do patógeno. A fase de podridão de colmo é
caracterizada pela formação, na casca, de lesões estreitas e elípticas,as quais tornam-se,
posteriormente, marrom escuras a negras, e pela formação de acérvulos do patógeno.
Estimativas dos efeitos da antracnose foliar e da podridão de colmo na produção de grãos
de milho variam de 0% a 40%, dependendo da cultivar, das condições ambientais, da
época de ocorrência das epidemias e da ocorrência de outras pragas (Cota et al., 2012).

A principal medida de manejo da antracnose do milho é o uso de cultivares


resistentes. Para o sucesso do uso da resistência genética e a ampliação da vida útil dos
genes de resistência, é importante o conhecimento da diversidade genética da população
do patógeno, assim como a correta identificação da espécie ou da raça predominante na
população. (Crouch & Beirn, 2009; Hyde et al.,2009b).

Sabe-se que o índice de acometimento da doença está ligado a diversos fatores.


As regiões em que utilizam do sistema de plantio direto ligado a não rotação de culturas
estão mais propícias ao aumento na taxa de incidência do fungo. Esse aumento resulta da
quantidade inicial de inóculo presente nos restos da cultura. As condições ambientais,
especialmente temperaturas elevadas (28 a 30° C), alta umidade relativa do ar e chuvas
frequentes são favoráveis para o desenvolvimento e reprodução do fungo (IZI GESTÃO
AGRO, 2022).

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24
Fonte: IZI GESTÃO AGRO, 2022.

3.4 Colletotrichum graminicola de folhas ou caules são agressivos na inoculação


cruzada

Segundo Nicoli et al. (2016), analisando as fontes isoladas de Colletotrichum


graminicola (folhas ou colmos) afetam o desenvolvimento da mancha-das-folhas (ALB)
e podridão-do-colmo (ASR). Sendo que tanto o ALB quanto o ASR foram avaliados
usando uma escala ordinal de 0 a 5. Independentemente dos híbridos, que apresentaram
níveis distintos de resistência à antracnose (ALB ou ASR), não foram encontradas
diferenças estatísticas na severidade de ALB e ASR entre os grupos de isolados. Mesmo
para o híbrido 2B710 mais resistente, portanto, comparando-se a gravidade ALB e ASR
induzida por dois conjuntos de isolados agrupados por seu tecido de origem, logo, não
tem evidências de preferência tecidual. A capacidade de C. graminicola infectar e causar
antracnose em qualquer parte da planta de milho parece não depender da fonte do isolado.

3.5 Análise transcriptômica associados à resistência local Colletotrichum


graminicola em milho

Com as vias de defesa da planta no local da inoculação e sistemicamente em


tecidos não inoculados podem auxiliar no desenvolvimento de engenharia genética de
resistência contra o patógeno. Com base nas mudanças na expressão gênica foram
estudadas em raízes, inflorescências masculinas e femininas de milho sob tratamentos de
infecção fúngica local e sistêmica, respectivamente. RNA-Seq com qPCR foi usado para
indicar genes envolvidos na defesa da planta. Sabe-se que a indução de resistência

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25
sistêmica adquirida em inflorescências femininas envolve principalmente o acúmulo de
genes de defesa induzidos por ácido salicílico (SA) e genes potenciais envolvidos na
modificação da cromatina. Juntamente com a participação da imunidade da planta através
dos transcritos envolvidos nas vias de sinalização do ácido jasmónico (JA) e etileno (ET)
. Além disso, vários genes foram re-anotados funcionalmente com base na assinatura de
domínio, indicando novos candidatos a serem testados em estratégias envolvendo nocaute
e superexpressão de genes em plantas (MIRANDA ET AL., 2017).

3.6 A quantificação da antracnose do colmo em milho

Neste outro método, com intuito de quantificar a antracnose do colmo em milho


foi projetado uma escala diagramática. De modo que, 10 avaliadores inicialmente
avaliaram sem uso de escala em 139 entrenós, depois usando uma (primeira escala) e uma
nova escala proposta que obteve diferentes resultados em relação à primeira escala, e os
valores foram mais próximos de uma medição acurada. Analisou-se que sem o uso de
escalas e com a primeira escala, houve erros maiores do que 30% do valor real, ao
contrário da escala proposta em que a maioria dos erros foi no intervalo de 10% do valor
real encontrado.Sendo assim, tendo uma ideal estimativa da severidade da doença com o
uso da escala proposta, com a qual 100% das comparações resultaram em um R2 >0,90.
Portanto, a nova escala proposta diagramática obteve resultados de precisão e
confiabilidade das estimativas da severidade da antracnose do colmo em milho (NICOLI
et al, 2015).

3.7 Adubação nitrogenada na severidade de doenças foliares

O nitrogênio está envolvido em muitos processos metabólicos relacionados aos


mecanismos de defesa das plantas e contribui para o aumento da resistência a doenças,
além de aumentar diretamente a produtividade. Com objetivo de avaliar o efeito da
adubação nitrogenada na severidade de doenças foliares, produtividade e respostas
bioquímicas em híbridos de milho. Foram conduzidos dois experimentos a campo, em
delineamento em blocos ao acaso, com tratamentos dispostos em parcelas subdivididas e
três repetições. As parcelas foram compostas por híbridos e as subparcelas por doses de
nitrogênio. A maioria dos híbridos avaliados respondeu à mancha bipolar e a antracnose
foliar mais severa nas menores doses de nitrogênio testadas. Para os híbridos a ferrugem
polissacarídica foi mais severa sob condições de alto nitrogênio. Onde foi observado que
a qualidade de mil grãos não é afetada pela diferença de dosagem. Catalase e prolina

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26
adquiriram maior e menor atividade, respectivamente, com as manchas bipolares mais
severas. Mais aminoácidos foram encontrados em altas doses de nitrogênio (CHAGAS,
2018).

3.8 A quantificação da antracnose na folha do milho

Segundo Trojan e Pria (2018) utilizando uma escala diagramática para avaliar a
severidade da antracnose foliar causada por Colletotrichum graminicola na cultura do
milho. Onde foram colhidas folhas de milho com diversas severidades da doença para a
criação da escala diagramática e levadas a laboratório para seleção e captação das imagens
com o aplicativo Quant v.1.0.2, sendo observadas por avaliadores experientes e
inexperientes.

Através da observação da regressão, foi analisado o grau de severidade real,


podendo assim determinar a relação entre os graus de severidade real, e o estimado com
e sem o uso da escala. A precisão foi determinada pela variância e pelo coeficiente de
determinação. A precisão e a acurácia foram maiores quando usaram a escala tanto para
os avaliadores experientes, quanto para os inexperientes. Mostrando assim que a escala
proposta mostrou ser uma ferramenta assertiva para a severidade e a quantificação da
antracnose (TROJAN; PRIA, 2018).

Fonte: TROJAN; PRIA, 2018.

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27
3.9 Métodos de inoculação de Colletotrichum graminicola em folhas de milho

Para o controle da antracnose foliar do milho (Zea mays) (Colletotrichum


graminicola) é utilizado método de materiais genéticos resistentes, logo, torna-se
necessário a busca por determinar o método mais eficiente e prático para a inoculação de
C. graminicola em folhas de milho. Para esse propósito, foi conduzido um experimento
em câmara de crescimento, utilizando a linhagem endogâmica (L95-1). Em vista disso, o
melhor método de inoculação de C. graminicola em folhas de milho foi através da
deposição da suspensão de conídios no cartucho (ID de 42,22%) (Figura 3), visto que
possibilitou o maior desenvolvimento da antracnose foliar na linhagem suscetível. Além
disso, este método apresenta potencial de identificação de novas fontes de resistência,
estudos de variabilidade patogênica de C. graminicola foliar em milho (FINGER, A. C.;
MATIELLO, R. R.; PRIA, M. D., 2022).

Fonte: FINGER, A. C.; MATIELLO, R. R.; PRIA, M. D. , 2022.

4. CONCLUSÃO

A antracnose é uma doença que afeta muitos os produtores rurais brasileiros,


principalmente as culturas de milho e soja que tiveram grandes prejuízos em suas
lavouras. Por esse motivo foram estudados diferentes métodos para controle da
antracnose e o teste de resistência desse patógeno e dentre os estudados o que mais se
mostrou eficiente foi o método de inoculação de C. graminicola em folhas de milho
que foi através da deposição da suspensão de conídios no cartucho, onde inocula a C.
graminicola esse estudo ainda apresenta potencial na identificação de possíveis novas
resistências, possibilitando a descoberta de novos tratamentos e possíveis redução no
custo de produção dos produtores rurais.

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28
REFERÊNCIAS

ANTRACNOSE: prevenção evita perdas na produção agrícola. TERRA MAGNA,


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COTA, L. V.; COSTA, R. V. da; SILVA, D. D.; CASELA, C. R.; PARREIRA, D.


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CHAGAS, J. ET AL. ADUBAÇÃO NITROGENADA NA SEVERIDADE DE


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MIRANDA ET AL., Comparative transcriptomic analysis indicates genes associated
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PRODUÇÃO de grãos atinge recorde na safra 2021/22 e chega a 271,2 milhões de


toneladas. CONAB, 2022. Disponível em: <https://www.conab.gov.br/ultimas-
noticias/4744-producao-de-graos-atinge-recorde-na-safra-2021-22-e-chega-a-271-2-
milhoes-de-
toneladas#:~:text=A%20produ%C3%A7%C3%A3o%20brasileira%20de%20gr%C3%
A3os,Nacional%20de%20Abastecimento%20(Conab)>. Acesso em: 17 de outubro de
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Trojan, D.G.; Dalla Pria, M.; Castro, A. Validação de escala diagramática para
quantificação da severidade da antracnose da folha do milho. Summa
Phytopathologica, v.44, n.1, p.56-64, 2018.

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30
CAPÍTULO 3
IMPACTOS DA COVID-19 NA CADEIA PRODUTIVA DA AVICULTURA

DOI 10.47402/ed.ep.c202319793907 Ana Beatriz nunes Barbosa


Emily Cristine da Silva Brito
Rayane dos Santos Gonçalves
Stérffane Alves Ferreira
Antônio Carlos Silveira Gonçalves
Alysson Soares da Rocha
Clauber Rosanova
Otavio Cabral Neto
RESUMO
A criação de aves é destinada ao consumo e vem se desenvolvendo durante os últimos
anos. No Brasil, essa cadeia de produção teve um grande salto durante a pandemia
causada pela Covid-19, doença responsável pela morte de milhões de pessoas no mundo
inteiro. A alta no preço da carne bovina foi um fator relevante no crescimento da procura
de proteínas mais acessíveis como o frango e ovos. O consumo de carne de frango por
pessoa chegou a 46 kg, sendo 1,5% maior do que em 2020. Além disso, nesse período
observou-se um avanço de 200 mil toneladas nas exportações de frango. Desse modo, o
propósito deste artigo foi abordar um panorama geral dos efeitos causados pelo
coronavírus na cadeia produtiva da avicultura, com enfoque nas exportações e no
consumo interno.
Palavras–chave: pandemia, aves, alimentação, desafios.

1 INTRODUÇÃO
A avicultura é a cadeia produtiva de criação de aves para produção de alimentos,
especialmente carnes e ovos. O Brasil é o maior exportador e ocupa o terceiro lugar no
ranking de produção avícola (ABPA, 2021). Com o avanço da cadeia avícola no país,
houve alterações importantes no padrão alimentar fazendo da carne de frango uma das
mais consumidas nas últimas décadas, em todo o mundo. Segundo a AVICULTURA, o
rápido ciclo de crescimento desses animais e o custo que é consideravelmente baixo das
instalações de produção, fazem com que a avicultura esteja presente na maioria dos
países. Além disso, os ovos e carne de frango são ricos em proteínas, vitaminas e minerais,
tendo assim, uma grande importância no consumo dos países em desenvolvimento.

Com o surgimento da pandemia do COVID-19 (coronavírus SARS-COV-2),


ocorreram grandes impactos econômicos no agronegócio e principalmente nas cadeias
produtivas. Na avicultura houve uma queda expressiva no consumo interno e o aumento
na exportação, além da alta taxa de desemprego, que ocasionou uma grande busca por

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alimentos mais acessíveis (EMBRAPA, 2020). Diante disso, a oferta desses produtos
alimentícios não conseguiu suprir a demanda necessária.

O objetivo deste artigo consiste, portanto, em apresentar os potenciais impactos


da COVID-19 na cadeia produtiva de avicultura, analisando todos os seus aspectos
econômicos, sociais e logísticos, levando em consideração o consumo mundial da carne
de frango.

2 MATERIAIS E MÉTODOS
O presente trabalho objetivou realizar um levantamento dos artigos publicados em
periódicos científicos, sites renomados, livros e revistas da área de Ciências Agrárias,
sobre impactos da covid-19 na cadeia produtiva da avicultura. Como estratégia de busca
foram utilizadas as palavras chaves (pandemia, aves, alimentação, desafios) como
norteadoras e a busca foi realizada on-line. Foi verificado que como o tema é atual e o
apice da pandemia foi a pouco tempo, poucos artigos científicos idexados foram
encontrados sobre o tema. Após o levantamento, foram encontrados 50 (cinquenta)
documentos relacionados, que posteriormente adotou-se o critério de selecionar os
documentos mais pertinentes com a temática e mais atuais (2018-2021), restando 24
(vinte e quatro) que foram usados neste artigo de revisão.

3 REVISÃO

3.1 A cadeia da avicultura no Brasil

No agronegócio brasileiro, a criação avícola sobressaiu nos últimos anos a partir


de uma trajetória de desenvolvimento tecnológico, possibilitando ao avicultor maior
domínio das causas que determinam a qualidade dos produtos, sempre visando o
desempenho das aves ao aumentar a velocidade de produção e possibilitar uma rápida
resposta diante de quaisquer imprevistos. Além disso, a tecnologia presente na avicultura
se encontra em organizações responsáveis por garantir o bem-estar desses animais, por
meio de métodos de manuseio aplicados antes e depois do abate.

A atividade assegura ao país posição de destaque no cenário mundial, crescendo


em produção, totalizando em 14,100 e 14,300 milhões de toneladas, havendo assim um
crescimento de 3,5% em relação ao total produzido em 2020, com 13,845 milhões de
toneladas. As exportações de carne de frango devem totalizar entre 4,500 e 4,550 milhões
de toneladas, maior 7,5% em relação às 4,231 milhões de toneladas embarcadas em 2020.

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E o consumo por pessoa é 46 quilos per capita, um incremento de 1,5% em relação ao
registrado no ano de 2020 ( ABPA,2021). De acordo com o site
aviculturaindustrial.com.br (2021), entre os fatores que contribuem para o alto consumo
deste alimento no país estão a disponibilidade, o custo-benefício, a facilidade e
versatilidade de preparo, assim como sua qualidade nutricional.

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a criação de


frangos e galinhas poedeiras emprega, de maneira direta e indireta, 3,5 milhões de
trabalhadores. Isso demonstra a alta produtividade do setor aliada à eficiência e empenho
de todos os 100 mil produtores em alavancar ainda mais a produção, fazendo o país
conquistar até mesmo os mercados mais exigentes em relação às normas sanitárias e
qualidade dos produtos.

3.2 A COVID-19

O coronavírus (SARS-CoV-2) é uma doença que compromete o sistema


respiratório dos seres humanos, surgindo em 2019 na China. Esse vírus pode contaminar
de maneira direta de pessoa para pessoa através das gotículas do nariz ou boca que se
espalha quando alguém que está contaminado tosse, espirra, falam, cantam ou respiram.
Uma pandemia foi pronunciada após a expansão do vírus a outros países, em diferentes
continentes, infectando rapidamente grande número de pessoas (EMBRAPA, 2020). A
covid-19 chegou no Brasil no final de fevereiro. Após 1 ano e 10 meses do primeiro caso,
já ocorreram mais de 600 mil mortes, e mais de 22 milhões de casos apenas no Brasil
(G1, 2021). De acordo ao site our world in data (2021), no mundo todo foram mais de 5
milhões de mortes, e mais 270 milhões de casos.

A contaminação ocorre caso o indivíduo inale o vírus quando estiver próximo a


alguém que esteja infectado, ou se tocar em uma superfície ou objetos contaminados e
logo em seguida passar as mãos nos olhos, no nariz ou na boca, sem que as mãos estejam
devidamente higienizadas. O vírus se espalha rapidamente em locais fechados e em
multidões (Our world in data, 2021). Os sintomas apresentados são febre, dores de cabeça,
perda do paladar ou do olfato, tosse seca e cansaço excessivo, em casos mais graves são
dores intensa no peito, dificuldade para respirar e perda da fala (Tuasaúde- coronavírus,
2021).

Durante a pandemia causada pelo coronavírus, houve a necessidade da quarentena


e com ela o isolamento social. Com isso modificou completamente o hábito da sociedade

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33
e trouxe o medo da falta de alimentos nos supermercados, fazendo com que as pessoas
garantissem o abastecimento em suas residências, levando ao armazenamento de
alimentos e o aumento das vendas dos comércios. Devido a estocagem de alimento houve
uma grande procura em produtos industrializados e congelados, pela facilidade do
preparo.

3.3 Impactos no consumo interno da carne de frango

A carne de frango se tornou ainda mais procurada durante o período de pandemia


devido seu baixo custo de produção. Porém, mesmo com a alta procura, o consumo
interno desta proteína recuou 2,7% entre as projeções realizadas ao início e ao final do
primeiro quadrimestre de 2020, com uma diferença de 272 mil toneladas
(VASCONCELOS et al., 2021). Aumento do consumo de produtos da avicultura tanto de
carne quanto de ovos, está diretamente relacionado a um fator interno. Sendo ele o preço
da carne bovina, proteína de preferência do brasileiro. Com os preços da arroba na casa
dos R$300, os cortes também estão mais caros no mercado, chegando a dobrar de preço.
Em um ano de dificuldades econômicas, com o desemprego saltando dos 11,3% para
14,3%, muitos consumidores se viram obrigados a abrir mão da carne de boi e partir para
alternativas mais baratas (FAEP/SENAR-PR, 2021).

Com isso, coronavírus trouxe grandes impactos no consumo interno da proteína,


conforme afirma o diretor da Confina, o preço do quilo do frango para o consumidor era
comercializado, em 2019, por R$ 4 e R$ 5 em média, já em 2020 (em ano de pandemia e
de desvalorização do Real), chegou a R$ 7 no supermercado.

Os levantamentos da ABPA (2021) indicam que a produção nacional de carne de


frango deverá totalizar entre 14,100 e 14,300 milhões de toneladas, ou o equivalente a
3,5% de crescimento em relação ao total produzido em 2020, com 13,845 milhões de
toneladas. Se as estimativas estiverem corretas, isso representará o maior volume de
produção já registrado pela avicultura nacional.

3.4 Impactos da COVID na produção de grãos

Segundo publicações da revista Veja, o aumento da produtividade no campo veio


atrelado aos investimentos tecnológicos que fizeram o Brasil se tornar o maior exportador
do agronegócio do mundo. Essa conquista se tornou essencial nos momentos de crise
como a causada pela Covid-19 (VEJA, 2020).

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34
De acordo com dados divulgados pelo IBGE sobre o PIB, divulgados em setembro
de 2020, a agropecuária foi o único setor que cresceu durante a pandemia. O aumento foi
de 0,4% no segundo trimestre comparado ao trimestre anterior. Apesar de pequeno, esse
acréscimo se tornou significativo ao ser comparado à queda em outras áreas: o setor
industrial teve retração de 12,3% enquanto o de serviços caiu 9,7%. Comparado ao
segundo trimestre de 2019, o segundo semestre de 2020 alcançou uma alta de 1,2% ao
mesmo tempo que os outros setores apresentaram quedas superiores a 11%, em dados de
ajuste sazonal (VEJA, 2020).

Como visto, a agricultura se tornou a área menos afetada durante o período de


pandemia, os setores ligados aos grãos foram muito beneficiados com o alto valor da soja
e do milho no mercado internacional, a espera de 2020 foi de uma colheita com mais de
249 milhões de toneladas de grãos em uma supersafra (summitagro.estadao.com.br). Isso
ocorreu devido ao aumento da demanda por alimentos, para se ter uma ideia, a estimativa
para a produção de grãos na safra de 2019/20 foi de 250,9 milhões de toneladas, volume
3,6% (8,8 milhões de toneladas) superior ao colhido em 2018/19, conforme o 8°
Levantamento da Safra 2019/20 divulgado em maio de 2020 pela Conab (gov.br 2020).

Nota-se que, com o isolamento social, houve uma alta procura por produtos não
perecíveis de fácil estocagem (como a soja, milho e o café). A partir disso, várias pessoas
passaram a estocar esses tipos de alimentos, o que acabou aumentando a demanda e, com
a alta de insumos, o custo de produção se elevou. Observou-se então que nos últimos 12
meses esses produtos subiram bastante, o milho teve um acréscimo de 84% e a soja de
79% (ABIA, 2021).

Na produção de soja, a estimativa de produção em 2021 aponta alta de 1,5%


comparada ao segundo relatório é de 6,8% em relação a 2020. A área de plantação (38,1
milhões de hectares) deverá crescer 2,7%. A média de rendimento (3.410 kg/ha) deve
subir 4,0%. Em decorrência dos preços mais compensadores da soja em relação ao milho,
os produtores devem aumentar suas áreas de cultivo, que devem apresentar em 2021 mais
de 57,0% da área total de cereais, leguminosas e oleaginosas. (IBGE, 2021).

3.5 Impactos na produção de ovos

O ovo é rico em nutrientes, vitaminas, proteínas e com vários outros benefícios


para a saúde, principalmente no fortalecimento dos ossos, imunidade e nas prevenções de
doenças. Com a eclosão da pandemia do COVID-19, acarretou grandes impactos nas

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35
cadeias produtivas, refletindo sobretudo na economia e nas limitações da oferta e
demanda. Com o alto valor da carne bovina, a busca por ovos teve um grande aumento,
especialmente no consumo das famílias afetadas pela falta de renda causada pelo alto
índice de desemprego por conta da pandemia, fazendo com que o ovo se tornasse o “prato
principal” nas refeições de milhares de pessoas.

De acordo com os dados da ABPA (2021), estima-se que a produção de ovos passe
para 56,2 bilhões de unidades, tendo um aumento de 5% em comparação a 2020. Mesmo
com a queda entre os anos de 2020 e 2021 o Estado de São Paulo segue sendo o maior
produtor de ovos, seguidos pelos os estados do Paraná com 9,2%, Espírito Santo, com
8,7% e Minas Gerais com 8,5% na produção nacional. Em relação ao consumo per capita,
os números devem aumentar em 255 unidades com, 1,55% maior que em 2020 com 251
unidades (ABPA, 2021). A partir desse resultado o Brasil já produz 22,5 dúzias por
pessoa, o maior número da história desde 1974.

O consumo de ovos bateu recorde em 2020 e alcançou 4,8 bilhões de dúzias,


crescendo 3,5% comparado ao ano de 2019. Dados da Associação Brasileira de Proteína
Animal (ABPA, 2021) mostram que as exportações de ovos atingiram 819 toneladas em
outubro em 2021, sendo estes números 150 % superior se comparado ao mesmo período
de 2020, quando foram embarcadas 328 toneladas.

Figura 1.

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36
3.6 Impactos na exportação de carne de frango

Conforme a Embrapa (2020), as exportações de carne de frango durante a


pandemia da COVID-19 tiveram um aumento de 200 mil toneladas, isso demonstra a
facilidade de acesso aos mercados externos e consequente dinamização da cadeia nesse
período. Além disso, outro fator que contribuiu para esse avanço foi a alta internacional
dos custos de produção, onde os países passaram a importar produtos com preços mais
acessíveis.

Em 2021 as exportações brasileiras de carne de frango, continuam em alta,


considerando todos os cortes in natura e os processados, que totalizaram 4,8 milhões de
toneladas nos 10 primeiros meses deste ano. Foram vendidas 3,8 milhões de toneladas,
10,45% acima do volume registrado no mesmo período do ano anterior, respectivamente
(UOL, 2021).

Os principais compradores de carne de frango do Brasil são: a China aparece como


o maior cliente do Brasil no ano, entre janeiro e outubro deste ano, o país importou 550
mil toneladas de carnes de frango. O Japão, aparece como o segundo mercado mais
relevante para o setor, com 403,5 mil toneladas exportadas, 8,8% a mais que o embarcado
no mesmo período de 2020, além dos Emirados Árabes Unidos, com 344 mil toneladas,
26,4% a mais do que em 2020, África do Sul, com 268,8 mil toneladas, 13,3% a mais do
que em 2020, União Europeia, com 178,7 mil toneladas, 14% a mais do ano anterior e
Filipinas, com 154,8 mil toneladas, 158,7% a mais do que o ano passado (ABPA, 2021).

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA, 2021) afirma que as


exportações de carne de frango deverão totalizar entre 4,500 e 4,580 milhões de toneladas
até o final do ano de 2021, número de 8% maior do que o alcançado em 2020. Já em 2022,
as exportações poderão chegar a 4,750 milhões de toneladas, superando em 5% as
exportações projetadas para 2021 (figura 2). Se estimativas estiverem corretas, esses
dados representarão um novo recorde na avicultura nacional.

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37
Figura 2.

Fonte: ABPA.

Em receita, as exportações de carne de frango acumulam alta ainda mais


expressiva entre janeiro e novembro deste ano, chegando a 25,3%. Ao todo, foram US
$6,944 bilhões registrados nos onze primeiros meses de 2021, contra US $5,543 bilhões
do ano de 2020 (O presente rural, 2021).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que com os efeitos da COVID-19 na produção avícola, destacou-se a
exportação acentuada, diretamente relacionada a uma demanda produtiva maior e
consequentemente a dinamização em meio a um cenário de crise global. Além disso, fica
evidente que mesmo com as variações de consumo provocadas, o Brasil segue como um
dos maiores produtores e tende a continuar em posição mundial na comercialização
internacional de carne de frango, impulsionando gradativamente a economia nacional.

REFERÊNCIAS
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alimentos. Associação Brasileira da Indústria de Alimentos. ABIA. Publicado em
23/09/2021. Disponível em: https://www.abia.org.br/releases/commodities-agricolas-
seguem-em-tendencia-de-alta-e-pressionam-industria-de-alimentos. Acessado em:
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ABPA. ABPA Projeta Desempenho Positivo Para Avicultura E Suinocultura Em 2021


E 2022. Publicado em 16/12/2021. Disponível em: http://abpa-br.org/abpa-projeta-
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ABPA. Produção e exportações da Avicultura e da Suinocultura em 2021. Site: ABPA.


Publicado em 29/09/2021. Disponível em http://abpa-br.org/producao-e-exportacoes-da-
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AGRO, canal. Agronegócio é o setor da economia menos afetado pelo coronavírus.


Site: Canal Agro. Publicado em: 14/04/2021. Disponível
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Avicultura: plano estratégico para as cadeias produtivas do agronegócio no Estado do


Tocantins: 2018 - 2027 / José Roberto Fernandes (Coordenador)– Palmas - TO: Sistema
FIETO, 2018. Disponível:
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MIELE, et al. Impacto Da Covid-19 Sobre As Cadeias Produtivas De Frangos De Corte,


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MIELE, Marcelo. Análise Da Situação Atual E Perspectivas Da Avicultura De Corte.


Embrapa. Disponível em:
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_avicultura_de_corte_000fzpf3ufi02wx5ok0cpoo6a551x8he.pdf. Acessado em:
01/12/2021

NOTÍCIAS, agência IBGE. IBGE prevê safra recorde de 260,5 milhões de toneladas
para 2021. Gov.br. Publicado 13/01/2021.

PURCHI, Luísa. Como a agropecuária foi o único setor que cresceu durante a
pandemia. Veja. Publicado em 01/09/2021. Disponível em
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durante-a-pandemia. Acesso em 21/10/2021

Rural o presente. A ABPA projeta novos recordes de produção e consumo em 2021 e


para 2022. O presente rural. Disponível em: https://opresenterural.com.br/abpa-projeta-
novos-recordes-de-producao-e-consumo-em-2021-e-para-2022/ . Acessado em
16/12/2021

Rural o presente. Exportações de carne de frango mantêm alta de 9,08% em 2021 . Site:
O presente rural. Disponível https://opresenterural.com.br/exportacoes-de-carne-de-
frango-mantem-alta-de-908-em-2021/. Acessado em 16/12/2021

SÃO PAULO, G1. Mortes e casos de coronavírus nos estados. Site: G1. Publicado em:
16/12/2021. Disponível em:
https://especiais.g1.globo.com/bemestar/coronavirus/estados-brasil-mortes-casos-
media-movel/ acessado em 17/12/2021

SOUZA, Felipe. Aumento da pobreza e falta de comida fazem o ovo 'prato principal' na
pandemia. Economia UOL. Publicado em: 29/05/2021. Disponível em:
https://economia.uol.com.br/noticias/bbc/2021/05/29/aumento-da-pobreza-e-falta-de-
comida-fazem-ovo-prato-principal-na-pandemia.htm?cmpid=copiaecola. Acessado em:
15/11/2021

TAGUCHI, Viviane. Exportação de carne de frango e de porco já rendeu quase R $50


bi em 2021. Publicado em: 12/11/2021
Disponivel:https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2021/11/12/exportacao-de-
carne-de-frango-e-de-porco-ja-rendeu-quase-r-50-bi-em-
2021.htm#:~:text=A%20receita%2C%20por%C3%A9m%2C%20teve%20um,%2C9%2
5%20para%20a%20suinocultura. Acessado em 15/12/2021

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40
VASCONCELOS, Amanda, et al. Docência, pesquisa e liderança em zootecnia 2 /
Organizadoras Amanda Vasconcelos Guimarães, Patrícia Maria de França. – Ponta
Grossa - PR: Atena, 2021. Acessado em: 14/12/2021.

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41
CAPÍTULO 4
IMPACTOS DA COVID-19 NA CADEIA PRODUTIVA DA CARNE BOVINA

DOI 10.47402/ed.ep.c202319804907 Jacqueline Seixas Dos Santos


Moisés Magalhães Lourenço
Daniel Dias dos Santos
Brenda Souza Silva
Rebeka Carvalho Santana
André Mantegazza Camargo
Clauber Rosanova
Otavio Cabral Neto
RESUMO
Este estudo trata dos impactos na cadeia produtiva da carne bovina decorrente da Covid-
19. Teve como objetivo caracterizar de forma descritiva as reações e tendências desse
seguimento nesse setor em tempos de crise sanitária. Consiste em uma pesquisa
qualitativa, descritiva e para obtenção das informações, foram realizadas realizada buscas
por artigos e entrevistas em sites e periódicos institucionais com uso de palavras-chaves
relacionadas à temática. Os resultados foram categorizados em: contextualização e
histórico sobre a epidemia e o setor produtivo da carne bovina, bem como as
especificações sobre os impactos da doença nessa cadeia produtiva. Os estudos revelaram
que apesar desse segmento ter sido afetado, não foi impactado negativamente no que se
refere ao mercado externo. Por outro lado, com o advento da crise econômica e sanitária,
o mercado interno mostrou-se fragilizado. Conclui-se que mesmo diante dos colapsos
sanitários e econômico, este setor se destaca entre os demais, sendo um dos menos
ameaçados, com perspectivas e tendências positivas.
Palavras–chave: produção, pandemia, coronavírus, carne bovina.

1 INTRODUÇÃO
Apesar da pandemia COVID-19 e de seu impacto na economia, as exportações do
agronegócio brasileiro não foram impactadas negativamente. Em contrapartida, as vendas
do agronegócio no exterior totalizaram 9,29 bilhões em março de 2020. Mas mesmo com
bom desempenho, as incertezas no ambiente econômico atual criam tensões que geram
desequilíbrios de mercado, afetam negativamente o comportamento e o desempenho dos
negócios e ajustes em toda a cadeia produtiva (EMBRAPA, 2020).

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA (2007),


a cadeia da carne bovina ocupa posição de destaque no contexto da economia rural
brasileira, ocupando grande parte do território nacional e proporcionando emprego e
renda a milhões de brasileiros. O conjunto de agentes que o compõe é muito heterogêneo:
de pecuaristas altamente capitalizados a pequenos produtores empobrecidos, de

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frigoríficos com alto padrão tecnológico que podem atender a alta demanda externa, a
frigoríficos que mal atendem aos requisitos mínimos de higiene.

Mesmo assim, esse setor da cadeia produtiva da carne bovina agrega um conjunto
de subsistemas que integra sua base. Esses agentes subsidiam e dão consistências a esse
segmento da economia. Entre eles mencionam aquele que fornece insumos básicos,
caracterizado pela produção de matéria-prima. Além deste subsistema, a indústria, é o
outro fator que impulsiona o processamento do produto e agrega valores. Ainda na ótica
dos subsistemas, tem destaque o marketing com suas vertentes atacadistas e varejistas que
por um lado possibilita o escoamento da produção, e por outro, aquece a economia.
Somado a isso, o subsistema de consumo, é responsável pela compra, preparação e
utilização do produto, compreendendo a parte final do ciclo que vai desde à produção ao
consumidor.

Outro aspecto que também potencializa esse setor além dos agentes, é o ambiente
institucional que impulsiona a competitividade da cadeia agroindustrial. Desse modo,
questões associadas a cadeia produtiva da carne bovina, bem como efeitos na economia
e os impactos desse durante o período pandêmico serão descritas e discutidas a seguir.

Com a intenção de somar aos estudos que investigam os efeitos da pandemia na


economia, na produção e consumo da carne bovina, este estudo tem como objetivo
caracterizar de forma descritiva as reações e tendências do seguimento dessa cadeia
produtiva em tempos de crise sanitária.

2 MATERIAIS E MÉTODOS
O presente trabalho objetivou realizar um levantamento dos artigos publicados em
periódicos científicos, sites renomados, livros e revistas da área de Ciências Agrárias,
impactos da covid-19 na cadeia produtiva da carne bovina. Como estratégia de busca
foram utilizadas as palavras chaves produção, pandemia, coronavírus, carne bovina)
como norteadoras e a busca foi realizada on-line. Foi verificado que como o tema é atual
e o apice da pandemia foi a pouco tempo, poucos artigos científicos idexados foram
encontrados sobre o tema. Após o levantamento, foram encontrados 43 documentos
relacionados, que posteriormente adotou-se o critério de selecionar os documentos mais
pertinentes com a temática do trabalho e mais atuais (2019-2021), restando 19 (dezenove)
que foram usados neste artigo de revisão.

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43
3 REVISÃO
3.1 Contextualização da cadeia produtiva da carne bovina

O Brasil é um dos mais importantes países produtores de carne bovina do mundo,


isso se deve aos resultados de décadas de investimento em tecnologia, que não só
melhorou a produtividade dos produtos brasileiros, tornando-os competitivos, mas
fazendo com que chegasse ao mercado de centenas de países. Conforme a Embrapa
(2020), nos anos de 2015, o Brasil possuía o maior rebanho bovino do mundo, o segundo
maior consumidor e o segundo maior exportador de carne bovina, com abate de mais de
39 milhões de cabeças. 80% da carne bovina consumida pelos brasileiros é produzida no
país - o parque industrial de processamento pode abater cerca de 200 mil cabeças de gado
todos os dias. As exportações de carne bovina representam 3% das exportações
brasileiras, com um faturamento de 6 bilhões de reais. Isso significa um expressivo
aumento na economia.

De acordo com Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos/DEPEC


Bradesco (2019), a produção de carne bovina só aumentou nos últimos anos. No ano 2000
a 2019 a produção começou com mais ou menos 7.000 mil toneladas e aumentou para
10.200 toneladas. O consumo de carne bovina tem apresentado crescimento na última
década, chegando em 2019 com um consumo mundial de cerca de 59,6 milhões de
toneladas. A carne bovina é uma proteína muito consumida na mesa do brasileiro, sendo
assim, vem aumentando frequentemente com o passar dos anos. Com décadas de
investimentos em tecnologias que alavancou a produtividade do país, organização na
cadeia assim se tornado uma grande potência no mundo. Entre os anos de 2008 e 2020,
ao saltarmos de 7,3 milhões de toneladas de carne bovina consumida no país para 7,8
milhões de toneladas. Dado o aumento da população ao longo destes anos, isso implica
em uma disponibilidade per capita de 37,1 quilograma por habitante ano em 2020. O
Brasil segue na segunda posição do ranking, com uma produção de 10,2 milhões de
toneladas no ano de 2019.

3.2. Contextualização sobre a Covid - 19

De acordo com a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), a Organização


Mundial da Saúde (OMS) tomou conhecimento de vários casos de pneumonia na cidade
de Wuhan, província de Hubei, República Popular da China em 31 de dezembro de 2019.

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44
Era uma nova cepa (tipo) de coronavírus que não foram previamente identificados em
humanos.

Uma semana depois, em 7 de janeiro de 2020, as autoridades chinesas


confirmaram que haviam identificado um novo tipo de coronavírus. Os coronavírus estão
por toda parte. Eles são a segunda causa mais comum de resfriado comum (depois do
rinovírus) e, até recentemente, raramente causavam doenças mais graves em humanos do
que o resfriado comum.

Um total de sete coronavírus humanos (HCoVs) foram identificados: HCoV-


229E, HCoV-OC43, HCoV-NL63, HCoV-HKU1, SARS-COV (causa síndrome
respiratória aguda grave), MERS-COV (causa síndrome respiratória grave) Médio Leste)
e o novo coronavírus mais recente (que inicialmente tinha o nome temporário 2019-nCoV
e foi renomeado SARS-CoV-2 em 11 de fevereiro de 2020). Este novo coronavírus é
responsável pela criação da doença COVID-19.

Em 30 de janeiro de 2020, a OMS declarou que o surto do novo coronavírus é


uma Emergência de Saúde Pública de Preocupação Internacional (ESPII) - o maior nível
de alerta da organização, conforme previsto no Regulamento Sanitário Internacional. Esta
decisão teve como objetivo melhorar a coordenação, colaboração e solidariedade global
para impedir a propagação do vírus.

Na primeira semana de fevereiro de 2020, o número de mortes pelo novo


coronavírus ultrapassou 800 pessoas e ultrapassou a Sars, doença causada pelo Sars-CoV-
1 que matou 774 pessoas em todo o mundo entre 2002 e 2003. Em 13 de fevereiro, os
Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) anunciou uma transmissão
assintomática do novo coronavírus. Em 14 de fevereiro, o primeiro caso africano foi
confirmado no Egito. Em 15 de fevereiro, o Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanom,
instou os governos estaduais a organizar seus sistemas de saúde porque a direção da
epidemia não podia ser prevista. Em 24 de fevereiro, Adhanom exortou o mundo a se
preparar para uma pandemia (FIOCRUZ, 2020).

O número de mortos em março já era de 3.000 pessoas em todo o mundo. Em 11


de março, a Organização Mundial de Saúde/OMS declarou o surto de pandemia devido à
disseminação e gravidade acelerada e crescente do vírus em vários países. Escolas e
universidades em mais de 100 países foram fechadas e mais de 1,5 bilhão de alunos em
todo o mundo ficaram sem aulas. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a

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Ciência e a Cultura/UNESCO recomendou o uso de plataformas, recursos e programas
de ensino à distância para garantir o ensino à distância e evitar interrupções no
aprendizado.

A Europa foi classificada como um centro ativo da Covid-19 pela OMS em 13 de


março de 2020. A Espanha emitiu um bloqueio em 14 de março. Durante esse período,
os casos na Europa dobraram em períodos de 2 a 4 dias.

Em vários países, os mercados de armazenamento de alimentos se apressaram em


preparar os sistemas de saúde para o achatamento da curva epidemiológica à medida que
a admissão gradual de pacientes gravemente enfermos, o isolamento social, o
distanciamento social, a quarentena e o bloqueio ganharam o lado de vários portadores
de informações. Eles também se tornaram decretos do governo e esvaziaram as ruas do
planeta. Estima-se que cerca de 3 bilhões de pessoas em todo o mundo foram colocadas
em quarentena nos primeiros meses da doença. Durante o mesmo período, o número de
casos confirmados em todo o mundo ultrapassou um milhão de pessoas e o número de
mortes foi de 50.000. No dia 11 de abril, os Estados Unidos se tornaram o novo epicentro
da pandemia no planeta.

No contexto da publicação Coronavírus: Impacto social e crítico, Nascimento


(2021), revela que a Covid-19 tornou-se a principal causa de morte no Brasil. O número
de pessoas infectadas e óbitos aumentava a cada dia e, com elas, cresce o impacto social,
econômico, político, cultural e histórico em decorrência da doença. O sentimento de
medo, impotência e vulnerabilidade colocou toda a sociedade em alerta preventivo na
quarentena. A questão do coronavírus e as medidas profiláticas cotidiano das pessoas. Os
efeitos disso resultou em um estado de paralização que refletiu nas indústrias e comércios
e suspensão de atividades escolares, ao ar livre. A escassez de álcool gel e a falta de alguns
itens básicos de supermercado também despertou atenção e temor. Vários trabalhadores,
vendedores ambulantes e autônomos foram impedidos de trabalhar, impactando ainda
mais a economia local e regional.

O Brasil, adotou como medida de segurança, fechar suas fronteiras para controlar
os números de contaminação e passou a prestar socorro emergencial à população. Os
estados implantaram medidas restritivas, colocaram sinalizadores mostrando o nível de
vulnerabilidade e infecção e a Secretaria de Saúde atualiza diariamente sobre o
desenvolvimento do vírus enquanto expressiva parte da população de trabalhadores e
estudantes, aguardavam ansiosos a recuperação e normalização da situação sanitária.

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Além dos danos psicológicos, as questões econômicas, sociais e educacionais, são
comprometidas, aumentando ainda mais, as desigualdades sociais (NASCIMENTO,
2021).

3.3 O impacto da covid-19 na economia brasileira

A pandemia da Covid-19 resultou em medidas de isolamento social sendo


tomadas em todo o mundo, resultando em uma desaceleração drástica da economia. Os
setores de indústria, comércio e serviços apresentados em março de 2021 caíram 9,1%,
2,5% e 6,9%, respectivamente, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística. Ainda de acordo com o IBGE (2021), a indústria tem aumentado a produção
de alguns produtos por conta da quarentena, como papel higiênico, absorventes, fraldas,
desodorantes, sabonetes, detergentes, xampus, seringas, agulhas, luvas de borracha,
protetores e caixões, mas só estes não têm força para levar todo o setor ao crescimento.
Consequentemente, os efeitos também podem ser sentidos no já fragmentado mercado de
trabalho.

Para Bosquerolli (2020), o cenário das crises sanitária e humanitária expressa a


forte informalização que tem sido a alternativa de sobrevivência dos brasileiros. O
desemprego e crescente é um exemplo dos reflexos do que vem provocando o declínio
econômico. Durante o período crítico da pandemia destaca 12,9 milhões de
desempregados, 6,5 milhões de subempregados por insuficiência de horas e 8,3 milhões
de trabalhadores potenciais. Juntas, essas três categorias representam a subutilização da
força de trabalho e significam que de alguma forma 27,6 milhões de pessoas estavam sem
trabalho.

Ainda em se tratando de crises relacionadas à pandemia causada pela Covid-19,


um aspecto que se deve levar em consideração que muito se agravou, diz respeito a
ocupação dos brasileiros, uma vez que afetou a mão de obra formal e ainda mais, a
informal. Assim, para construir uma análise confiável desse cenário, é preciso fazer o uso
de variáveis que podem contribuir para uma avaliação da situação. Nesse sentido, dados
sobre direitos de seguro-desemprego e estimativas da atividade do setor por centros de
pesquisa, são indicadores governamentais que revelam a situação do desemprego e que
servem para repensar ou reelaborar as políticas públicas relacionadas ao setor que é um
componente importante da economia do país (KREIN, e BORSARI, 2020).

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O setor da indústria também foi afetado diante desse panorama, uma vez que a
produção industrial retrocedeu 9,1% entre os meses de fevereiro e março de 2021. Os
bens de consumo duráveis e bens de capital foram os que apresentaram as maiores quedas:
-23,5% e -15,2%, respectivamente, no intervalo de um mês. No caso da indústria
automotiva, a jornada de trabalho dos empregados reduziu 74%, mostrando assim, um
retrocesso dos contratos e geração de empregos (IBGE, 2021).

Na concepção de Mulinari (2020), a paralisação da produção capitalista provoca


por um lado, o declínio da produção de bens de consumo duráveis, mais dinâmico de uma
economia dependente do capitalismo, e, de outro, o atraso da a produção de bens de
capital. Na opinião desse pesquisador, é fundamental para condensar a paralisia do
processo de acumulação de capital, uma vez que mais se aproxima da taxa de
reinvestimento produtivo do mais-valia criada no processo de produção. Em suma,
quando o capital não só não se reproduz intensamente, mas também não produz sua
reprodução simples.

A desigualdade sempre foi um problema no Brasil e com o impacto da pandemia,


a tendência é agravar esse quadro. Além de estratégias fragmentadas de combate à doença
e do cenário político instável, a sociedade brasileira é caracterizada por enormes
heterogeneidades e vulnerabilidades socioeconômicas e de saúde. Isso aumenta
significativamente os desafios de administrar esta crise e fazer a transição para a
reabertura da economia. A caracterização da vulnerabilidade da população brasileira é,
portanto, essencial para qualificar o debate sobre a implementação de estratégias de
combate à epidemia (NUNES et al., 2020).

No que se referre à produção, comercialização e consumo da carne bovina e sua


relação com a economia, observa-se que o consumo total da carne produzida no país é de
79,6% para o mercado interno e 20,4% para o mercado externo. Isso evidencia que esse
setor também foi afetado, uma vez que houve declínio nos postos de trabalho e
consequente redução dos meios de comercialização interna e externa gerando por
problemas que vai desde aquisição insumos ao escoamento da produção (IEA, 2020).

A pandemia resultou em uma mudança no comportamento do consumo de carne


bovina por meio da adoção de medidas preventivas, principalmente a quarentena. As
vendas no setor da restauração caíram até 65%, mas o efeito foi inverso no pequeno,
médio e grande varejo. As pessoas começaram a comprar mais em supermercados e
mercados locais conforme o consumo fora de casa diminuiu e isso afetou as vendas no

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varejo, que aumentaram cerca de 40% a 45%. Além disso, muitos restaurantes passaram
a vender no delivery, modalidade que gerou aumento nas vendas, mas por outro lado,
foram impulsionadas alternativas diversificadas quanto ao consumo de proteína. Dessa
forma, com a supervalorização da carne bovina, a tendência foi a opção de introduzir aos
hábitos alimentares proteínas provenientes de outras fontes mais acessíveis, (IEA, 2020).

Vale considerar que os frigoríficos enquanto empresas que abatem e distribuem


no mercado interno tiveram a reorganização dos percentuais de apuração de sua produção.
As projeções indicam que a movimentação de produção para o mercado externo e interno,
enfrentará uma recessão global e o comércio interno será igualmente afetado. Para o IEA
(2020), ao deter grande parte do processamento, o maior esforço será conciliar a
necessidade de manutenção do mercado e a vontade de aumentar o volume de vendas de
sua produção, que não é absorvida pelo consumo interno. A importância dos negócios é
indiscutível e, portanto, a busca por soluções, além de investir em pesquisa e ação
governamental, também deve ser amplamente discutida entre os diferentes seguimentos
do setor.

3.4. Impactos na exportações da carne bovina

A pandemia trouxe efeitos impactantes na vida das pessoas, mas também, no


âmbito do agronegócio e do comércio. No setor econômico nacional e global, causando
instabilidade no mercado mundial. Apesar da insegurança, o Brasil não sofreu um choque
negativo em suas exportações, conforme explicita a Associação Brasileira das Indústrias
Exportadoras de Carnes/ABIEC. A China retomou e ampliou suas compras após o
controle da pandemia, sugerindo uma melhora no ritmo de negócios entre ela e o Brasil.
As entregas e os volumes para o Oriente Médio aumentaram e alguns países aumentaram
seus estoques para garantir a segurança alimentar (ABIEC, 2020).

Ainda conforme a ABIEC (2020), o impacto da pandemia no mercado mundial


não afetou as exportações brasileiras de carne bovina. Ao contrário, a crise tem servido
de alavanca para as empresas, abrindo caminho para novos e futuros compradores. A
expectativa era que os desembarques da carne bovina ultrapasse o recorde de 8 bilhões
de dólares em 2020.

“Há tratativas por parte do Ministério da Agricultura, pecuária e Abastecimento


com países que representam grande volume de compras e que estão ansiosos pela CARNE
BOVINA brasileira, como o Japão, Canadá e Taiwan”, afirma Antônio Jorge Camardelli,

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presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes
Industrializadas (ABIEC, 2020).

Em referências às exportações brasileiras de carne bovina, os faturamentos


demonstram sinais positivos na economia, correspondendo a média de US$ 1 bilhão como
registrado em julho de 2021. De acordo com dados divulgados pela Secretaria de
Comércio Exterior/Secex e compilados pela Associação Brasileira da Indústria
Exportadora de Carnes/Abiec, as exportações brasileiras de carne bovina em julho de
2021, aumentaram 16,4% em relação a junho do mesmo ano, sendo embarcada um total
de 191.251 toneladas de carne bovina foi embarcado em um mês. Isso demonstra em
termos percentuais que em comparação com um mês anterior, a receita aumentou 21,1%,
passando de US $ 835,1 milhões para US $ 1 bilhão (ABIEC, 2021).

Outro fator que impacta negativamente as importações são os vetos que alguns
países boicotam a compra da carne bovina brasileira em decorrência sanitária dos animais.
Isso gera também desconforto à economia que agrega valores aos bens e consumo
(SENAR, 2020). Em se tratando de consumo, entre os vários fatores que afetam a
demanda por carne bovina, os mais importantes são os de ordem econômica, tais como a
renda da população, o preço da carne e o preço de proteínas concorrentes. Atualmente,
não só no Brasil, mas no mundo todo, há uma elevação no número de desempregados e
uma diminuição da renda dos trabalhadores, e como a carne bovina é elástica à renda,
existe uma tendência de redução do consumo interno que representa 79,6% do total
produzido no país (SENAR, 2020).

Ainda de acordo com o SENAR (2020), pandemia trouxe mudanças no padrão de


consumo e as vendas para food services caíram em até 65%, mas no pequeno, médio e
grande varejo, o efeito foi contrário. Passou-se a comprar mais nos supermercados e
mercados locais, pois o consumo fora do domicílio caiu e isso impacta as vendas no
varejo, levando a uma retração na aquisição de carnes nobres, tendo menos impacto nos
demais cortes de menor preço. Nesse sentido, o mercado externo vem se configurando
como um fator determinante no desempenho do setor, sendo demonstrado pelo valor
médio da arroba, em que no acumulado de janeiro a junho de 2020, alta de R$48,01 por
arroba, representando uma elevação de 33,7%.

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3.5. Impactos no consumo interno da carne bovina

Em relação ao consumo, entre os diversos fatores que influenciam a demanda por


carne bovina, os mais importantes de ordem econômica são a renda da população, o preço
da carne bovina e o preço das proteínas concorrentes, que atualmente, não só no Brasil,
mas em todo o mundo, o número de desempregados está aumentando, a renda dos
trabalhadores está caindo e, como a carne bovina é elástica em termos de renda, há uma
tendência de redução do consumo interno, que responde por 79,6% do total produzido no
país (IEA,2020).

Convém mencionar que além de atender o mercado internacional no que tange à


distribuição de carne bovina, o Brasil também supri as necessidades de abastecimento do
seu mercado interno. Nesse sentido, vale enfatizar que às crises sanitárias, produtivas e
econômicas pode diminuir o poder de compra do consumidor e fragilizar a demanda
interna como esclarece a Fundação Getúlio Vargas/FGV, podendo o setor enfrentar
dificuldades internas (FGV, 2017).

No caso da comercialização interna da carne bovina no Brasil, entre os problemas


que dificultam o mercado interno cita-se a “concorrência desleal no baixo custo de abate
e da comercialização clandestina dos abatedouros que operam com baixo nível de
fiscalização”. Isso favorece a insalubridade e dúvidas quanto as questões sanitárias
(XIMENES, 2020).

Nota-se, no entanto, que os impactos do consumo interno da carne bovina são


relevantes, mas passíveis de serem contornados, em detrimento do mercado externo, que
precisa de normatizações, regras e políticas comercial que atenda as exigências do
mercado tanto interno quanto externo.

3.6. Impactos no produtor rural

Do lado dos pecuaristas, há muita preocupação com o mercado de carne bovina.


O ano de 2019 só foi positivo em outubro e os preços só se recuperaram nos últimos dois
meses. Agricultores com animais acabados para exportação com menos de 30 meses não
têm grande dificuldade em vender a bons preços segundo o IEA (2020). Quem tinha
animais com essas características teve um pouco mais de dificuldade de negociação, teve
que aceitar valores menores ou manter os animais a pasto. Os produtores, apesar das boas
ofertas para animais de reposição, enfrentam problemas para vendê-los e os negócios são

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mais lentos. Os agricultores estão inseguros e, portanto, aguardando, especialmente no
que diz respeito aos animais de reposição, e a maioria está em projeções futuras.

Vale ressaltar que há muitos rumores no setor pecuário e que informações


inverídicas podem atrapalhar a dimensão econômica desse setor, deixando os produtores
ainda mais inseguros. Os mesmos não se sentem encorajados a vender seus bovinos
durante este período incerto, devendo decidir se continuam com sua programação de abate
ou se os mantêm. Outra incerteza é o risco de ter que vender seus animais durante a
entressafra. O período sazonal tende a ser mais difícil devido à alta dos preços e às
consequências do enfraquecimento das economias nacional e mundial, bem como ao
aumento dos gastos com forragem, que deverão aumentar no longo prazo (IEA, 2020).

As quedas neste setor também afetam a cadeia proteica animal, visto que aí são
consumidas em grande escala. Também sob outra perspectiva, observa-se a dinâmica
econômica, cujo valor da carne bovina ora é favorável ao consumidor, ora para o produtor.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluímos com esse estudo, que a pandemia da Covid-19 além de ser considerada uma
crise sanitária, também impactou negativamente nos setores da economia e da produção. Desse
modo, provocou mudanças de comportamento pessoal, mas também, afetou produtores e
consumidores, corroborando com o colapso de uma crise humanitária e econômica de dimensão
local, regional e global, mas que mesmo diante dos colapsos sanitários e econômico, este setor se
destaca entre os demais, sendo um dos menos ameaçados, com perspectivas e tendências
positivas.

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http://abiec.com.br/vendas-de-carnes-devem-passar-de-us-8-bi/ >. Acesso em: 14 dez
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BOSQUEROLLI, A. M. et.al. Brasil e o mundo diante da Covid-19 e da crise


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2021.

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CAPÍTULO 5
IMPACTOS DA COVID-19 NA CADEIA PRODUTIVA DO LEITE

DOI 10.47402/ed.ep.c202319815907 Camila Pereira Neres


Filipe da Silva Santos
Nilo Neto Pereira Lima
Rhanya Pimentel Ribeiro
Sérgio Cruz dos Santos Araújo
Eduarda Barros de Pinho
Clauber Rosanova
Otavio Cabral Neto
RESUMO
A cadeia produtiva do leite vem se destacando cada vez mais no cenário brasileiro e
mundial. Dados mostram o quanto essa cadeia é importante para o consumo, fabricação
de produtos derivados e criação de serviços fornecidos à população. Porém, entre os anos
de 2019 e 2021 o mundo inteiro estava em crise pela infecção do Covid 19. A
grandiosidade deste problema mundial afetou diversos mercados, inclusive o de leite, por
ser um produto bastante consumido. Durante esses anos a produção conseguiu crescer,
mesmo estando em ano de crise, onde a qualidade foi realizada conforme as demais
tecnologias utilizadas no campo pelos pequenos e grandes produtores rurais. Entretanto,
o maior problema dado foi em relação à logística utilizada pelos fornecedores de bens e
serviços, que acabaram fechando panificadoras e mercados para não aumentar a infecção.
Nesse sentido, o consumidor final acabou se preocupando se o produto estaria disponível
a ele nos mercados e quais seriam os valores de venda, já que na produção os custos se
elevaram pelo aumento do custo de alimentação, com a alta do custo dos grãos no país.
Palavras–chave: consumo de produtos láteos, desafios, logística, pandemia, produção de
leite.

1 INTRODUÇÃO
Coronavírus é o nome de uma família de vírus que têm uma estrutura em formato
de coroa, essa família é conhecida desde meados de 1960. O novo coronavírus (SARS-
CoV-2) começou a circular na China em dezembro de 2019, e em março de 2020 ele foi
caracterizado como uma pandemia (esse nome se refere à distribuição geográfica, ela é a
disseminação mundial de uma nova doença), ele provoca a doença chamada de COVID-
19 (SCIELO, 2020).

Com a origem do novo coronavírus na China e sua expansão no mundo, houve


internacionalmente um grande surto que gerou tensões em vários mercados financeiros.
A doença da Covid-19 teve uma grande potencialidade de expansão e fatalidades no
mundo todo, se tornando uma pandemia global que afetou diretamente a microeconomia
das cadeias de produção e o consumo internacional. Dentre os mercados que passaram

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por prejuízos está a agricultura e pecuária, sendo um dos principais meios de consumo
mundial de necessidade humanitária (SENHORES et al, 2021).

Em virtude dos prejuízos de produção e financeiros disseminados pelo Covid-19,


a cadeia produtiva do leite passou por grandes dificuldades. O leite é uma matéria prima
para grandes produtos no mercado atual, estando entre os produtos mais importantes da
agropecuária brasileira. Sua produção é necessária para a geração de diversos derivados
que estão presentes na mesa dos consumidores de diversos lugares do mundo. Além de
ser essencial nutricionalmente para os seres vivos, a cadeia produtiva de leite fornece
emprego e renda para a população que ajuda o capital a girar em determinadas regiões
(VILELA, 2019).

Nesse contexto, observando que a pandemia da Covid-19 trouxe prejuízos para a


economia e para alguns meios de produção, e que o leite é uma matéria prima de grande
consumo mundial, este trabalha buscou comentar sobre a cadeia produtiva do leite e como
foi a sua relação com a Covid-19, identificando os problemas ou as melhoras com o início
da pandemia.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho objetivou realizar um levantamento dos artigos publicados em


periódicos científicos, sites renomados, livros e revistas da área de Ciências Agrárias,
sobre impactos da covid-19 na cadeia produtiva do leite. Como estratégia de busca foram
utilizadas as palavras chaves (consumo de produtos láteos, desafios, logística, pandemia,
produção de leite) como norteadoras e a busca foi realizada on-line, com ajuda de sites
de buscas. Foi verificado que como o tema é atual e o àpice da pandemia foi a pouco
tempo, poucos artigos científicos idexados foram encontrados sobre o tema. Após o
levantamento, foram encontrados 47 (quarenta e sete) documentos relacionados, que
posteriormente adotou-se o critério de selecionar os documentos mais pertinentes com a
temática e mais atuais (2015-2021), restando 18 (dezoito) que foram usados neste artigo
de revisão.

3. REVISÃO
3.1. A cadeia produtiva do leite no Brasil

A produção de leite no Brasil foi um dos hábitos mais esperados na pecuária do


país e seus primeiros dados foram registrados pela FAO em 1961, quando o País produziu

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5,2 milhões de toneladas (FAO, 2016). A produção do leite está aumentando
constantemente, e um dos fatores importantes neste aspecto é a tecnologia para os
produtores rurais de grandes e pequenas propriedades estima-se que em 2025 o Brasil
produzirá 47,5 milhões de toneladas de leite (VILELA, 2015).

A produção leiteira não teve queda em questão de produção do ano de 2019.


Segundo dados da Federação da Agricultura e Pecuária do Brasil, ela foi responsável por
cerca de 21,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2019, o que equivale a cerca
de R$1,55 trilhão (CNA, 2019). Com relação a estes dados, podemos analisar o quanto a
cadeia produtiva do leite é importante para o país.

Carvalho & Rocha (2020), a cadeia produtiva do leite tem passado por
transformações importantes nas suas últimas décadas, registrando alto consumo e alto
crescimento produtivo, tudo isso, acompanhado de uma intensa modernização
tecnológica, que acarreta ao produto final e mostra que a produção não parou, as logísticas
mostradas apresentam que mesmo tendo altos ricos por conta do vírus a produção assim
mesmo teve crescimento por conta das tecnologias apresentadas e testadas pelos
produtores de grande e pequeno porte.

Com as grandes indústrias no mundo todo, o Brasil encontra-se hoje como um


grande produtor leiteiro, crescendo substancialmente 2% por ano e movimentando cerca
de 4 milhões de trabalhadores, seja na produção primária, no campo ou nas indústrias
(CRMV/GO, 2020).

3.2. A Covid 19

A pandemia do Coronavírus (Sars-Covid19) está causando não apenas um colapso


de grande preocupação no sistema de saúde, mas afetando sobremaneira a economia
nacional e global (PREISS et al., 2020). Na verdade, segundo Mazzucato (2020), estamos
assistindo a uma crise de saúde induzida por uma pandemia que desencadeou rapidamente
uma crise econômica com consequências ainda desconhecidas para a estabilidade
financeira dos países, em um contexto de crise climática.

Devido a fatores inerentes ao mundo globalizado em que vivemos, como o


deslocamento constante da população, e também o inverno, favoreceram a rápida
disseminação do vírus por todo o planeta, causando uma crise sanitária de grande
magnitude que causou à OMS para declarar, em 11 de março de 2020, a situação de
pandemia decorrente da COVID-19, com diferentes impactos (FREITAS et al., 2020).

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57
A crise provocada pelas medidas de contenção do novo coronavírus (SARS-Cov-
2), de fato, vem afetando diretamente a logística da cadeia do leite. Os reflexos da
pandemia interferiram não somente nos fatores externos, como também na desvalorização
do real.

Conforme dados do IBGE (2021) houve um aumento significativo na produção


de leite no brasil entre os anos de 2019 e 2020. A economia do brasil sofreu bastante
impacto nesse período, a cadeia produtiva do leite vem se destacando muito em
produtividade comparado às outras cadeias de setores próximos.

3.3. Impactos na exportação do leite

A chegada do novo coronavírus ao Brasil acarretou diminuição do consumo de


leite e derivados, já que muitos restaurantes, indústrias e outros comércios alimentícios
tiveram que parar suas atividades temporariamente. O anúncio da quarentena também
impactou o comportamento dos consumidores, que começaram a estocar bens de
consumo rápido, levando ao aumento dos preços do varejo. Apesar de o Brasil ser,
atualmente, um dos maiores produtores mundiais de leite, este é um dos poucos produtos
de origem animal nos quais o Brasil não se destaca como exportador. Pelo contrário, é
deficitário na maioria dos anos (SENHORES et al, 2021).

A produção de leite teve, em 2019, um ano favorável com bons preços ao produtor
e um aumento da produção paulista de 9,3% em relação ao ano anterior, apesar de uma
oferta restrita devido ao clima seco na maior parte do tempo. Com a pandemia, a mudança
de cenário com significativo aumento do consumo em domicílio em detrimento do
consumo fora de casa, assim como a perda de empregos e renda (principalmente de
trabalhadores informais), reduziu a possibilidade de escoamento de boa parte da
produção, inclusive até de produtos básicos e essenciais que fazem parte da cesta básica,
como é o caso do leite e alguns outros derivados, inviabilizada pela falta de renda
(SENHORES et al, 2021).

A produção e a distribuição de leite em São Paulo, até agora, não haviam sofrido
alteração. Segundo Paulo Machado, que obtivemos contato em 3 de abril de 2020, da
Clínica do Leite e professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-
USP), a coleta de leite estava ocorrendo em cerca de 660 indústrias, que representam em
torno de 40% do leite com Sistema de Inspeção Federal (SIF) e quase a totalidade do leite
fiscalizado pelo Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Estado de São

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58
Paulo (SISP) e Sistema de Inspeção Municipal (SIM) do Estado de São Paulo. Constata-
se que havia problemas localizados em algumas regiões devido ao fechamento de
laticínios, pequenas e médias empresas que atendem o mercado institucional
(restaurantes, food service e pequenos distribuidores) e que perderam mercado. Aquelas
que continuaram ativas mostraram receio de enfrentar o mesmo problema, chegando a
recomendar cautela na produção de leite.

Os custos de produção para a cadeia leiteira ainda estão muito elevados, os grãos
como a soja e o milho que são os mais usados para compor a alimentação das vacas
leiteiras não têm perspectiva.

3.4. Impactos no consumo interno do leite

Os impactos no consumo interno do leite estão relacionados com a exportação.


Com a pandemia da covid-19 fecharam muitos restaurantes, fast foods que levaram a
diminuição do consumo fora de casa, tudo isso trouxe consequências até mesmo para os
pequenos produtores (pequenos laticínios), que tiveram a diminuição na produção e até
mesmo a perda de seus pontos de vendas (SILVA, 2020).

O leite mais conhecido e consumido atualmente é o UHT fluido, no Brasil ele é


muito consumido e tem a possibilidade de estocagem, como por exemplo também o leite
em pó. Levando em conta também os derivados, como os iogurtes, queijos, que tiveram
uma redução nesse período de pandemia, prejudicando os produtores que em sua maioria
dependem inteiramente dessa produção (SILVA, 2020).

Em 2019, foi um ano favorável para a produção e o consumo do leite, com a


pandemia, houve uma mudança significativa nesse cenário, justamente levou ao aumento
do consumo interno. “Alguns produtores que vivenciaram a perda de mercado têm
conseguido enviar seu leite para cooperativas, como acontece no Vale do Paraíba.
Segundo informação de Wander Bastos, coordenador da Comissão Especial de
Bovinocultura da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (FAESP), eles
redirecionaram o leite que tinha como destino pequenas queijarias para a Cooperativa
Barra Mansa. Ainda, segundo Wander, a decisão tomada em caráter excepcional em 30
de março de 2020 pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, devido à
questão emergencial do país em função do coronavírus, auxiliou muito o produtor.”
(SILVA, 2020).

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59
3.5. Impactos da Covid 19 na produção de grãos

O início da pandemia da Covid 19 levou alguns impactos negativos para o setor


da agricultura brasileira (INSPER, 2020). Isso aconteceu pelo fato de que diversos
trabalhadores adoeceram ou tiveram que ficar em isolamento em suas casas, os
restaurantes tiveram que ser fechados, assim a comida acabou indo para o lixo e muitas
pessoas acabaram perdendo seus empregos, tendo que diminuir o consumo, incluindo na
alimentação.

Porém, mesmo com a pandemia, na safra 2020/2021 houve uma alta demanda
global por grãos como o da soja e milho, e infelizmente o Brasil não conseguirá atingir
essa procura. Segundo Luiz Fernando Gutierrez, analista da consultoria Safras &
Mercado (CANAL RURAL, 2020), “nós devemos ficar atentos, pois em ano de La Niña
geralmente temos perdas no Sul, e com dois estados importantes na produção como Rio
Grande do Sul e Paraná pode haver impacto na oferta com o impacto mais severo do
clima”.

A Companhia Nacional de Abastecimento (GOV, 2021) tem uma estimativa de


que a produção brasileira de grãos na safra 2020/2021 será de 254 milhões de toneladas,
volume menor que a safra anterior em 1,2%. Com isso os preços de venda dos grãos se
elevaram, similarmente com o aumento do dólar, e o consumidor é quem sofre com as
consequências e produções como a de leite, que dependem de grãos de soja e milho para
consumo do animal, e também passam dificuldades nos altos preços da ração.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observamos que durante a pandemia não houve queda na produção, e a vantagem


do Brasil nesse período de pandemia é que o país tem uma população grande e
disponibilidade de insumos produtivos, porém muitos trabalhadores perderam seus
empregos e tiveram que diminuir seus gastos, impactando no consumo de leite fluido e
alimentos processados lácteos (queijos e outros lácteos refrigerados), que tiveram uma
redução no consumo. Esses fatos trouxeram consequências para os pequenos e grandes
produtores de leite, principalmente com redução de consumo do leite fluido que é um
grande produto de consumo mundial e de importância econômica para o Brasil.

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60
REFERÊNCIAS
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de boi’; entenda os motivos. Disponível em:
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https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/215880/1/CT-123.pdf. Acesso em:
15 de dez. 2021.

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performance do agronegócio, 2019. Disponível em:
https://www.cepea.esalq.usp.br/upload/kceditor/files/Cepea_PIBdoAgro_set_Dez21.pdf.
Acesso em: 16 dez. 2021.

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https://jornada.ifsuldeminas.edu.br/index.php/jctpcs2020/jctpcs2020/paper/viewFile/58
51/4833. Acesso em: 07 dez. 2020.

GOV. Conab prevê produção de grãos em 254 milhões de toneladas impactadas por
clima adverso. Notícia publicada em 10 de ago. 2021. Disponível em:
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/noticias/conab-preve-producao-de-graos-
em-254-milhoes-de-toneladas-impactada-por-clima-adverso. Acesso em: 27 nov. 2021.

INSPER. Impactos da Covid-19 no agronegócio e o papel do Brasil. Publicado em jun.


2020. Disponível em: https://www.insper.edu.br/wp-content/uploads/2020/06/impactos-
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JORNAL DA USP. Impacto da covid-19 no agronegócio brasileiro ainda é incerto.


Publicada em 08 de maio de 2020. Disponível em:
https://jornal.usp.br/atualidades/impacto-da-covid-19-no-agronegocio-brasileiro-ainda-
e-incerto/. Acesso em: 27 nov. 2021.

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30 março 2020. Disponível em: https://www.project-
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2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rb/a/MsJJz6qXfjjpkXg6qVj4Hfj/?lang=pt.
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SENHORES, SILVA, R. O, PAULO, M. Primeiros impactos do coronavírus no mercado


de leite e derivados. Publicação em 17 abr. 2020. Disponível em:
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62
CAPÍTULO 6
FARINHA E BIOMASSA DE BANANA VERDE: UM PANORAMA DE SUA
APLICABILIDADE NA ELABORAÇÃO DE PRODUTOS CARNEOS

DOI 10.47402/ed.ep.c202319826907 Kamilla Arruda Moura


Otavio Cabral Neto
Antônio Carlos Silveira Gonçalves
Alysson Soares da Rocha
Clauber Rosanova
Sergio Luis Melo Viroli
Fernando Morais Rodrigues
André Mantegazza Camargo
RESUMO
A procura e a necessidade de consumir alimentos mais saudáveis e nutritivos com menor
teor de gordura em busca de combater e prevenir doenças, tem sido a preocupação da
maioria das pessoas. Pensando nisso, foram realizados estudos para reformular produtos
cárneos a partir da biomassa e farinha de banana verde, resultando em alimentos
funcionais e saudáveis. A banana apresenta, quando madura, elevada quantidade de
vitaminas e minerais benéficos para o organismo, no entanto, podem oscilar de acordo
com a variedade analisada. Já a banana verde, apresenta menor quantidade de açúcar e
elevada quantidade de amido conhecido como amido resistente, esse amido contribui com
diversas vantagens para o organismo e previne diversas doenças, podendo ser classificado
de acordo com os fatores que afetam sua resistência, já que ele não é hidrolisado como os
demais amidos. Tanto a farinha, quanto a biomassa da banana verde podem ser utilizadas
para agregar valor e substituir total ou parcialmente o teor de lipídios dos produtos
derivados de carne e embutidos, levando em consideração dois fatores: a quantidade de
substitutos utilizados na fabricação dos produtos e os resultados da análise sensorial,
obtendo alimentos mais saudáveis e mantendo o paladar agradável. O uso dessa inovação
contribui ainda com a redução do desperdício nas lavouras e atribui valor a produtos antes
ignorados.
Palavras–chave: amido resistente, alimentos funcionais, biomassa de banana verde,
farinha de banana verde e produtos cárneos.

1 INTRODUÇÃO
Atualmente, a procura por alimentos mais saudáveis tanto por jovens, com
finalidades estéticas aliado a uma boa alimentação, quanto por idosos devido a
necessidade de consumir alimentos ricos em nutrientes essenciais, têm sofrido um
aumento, já que a tendência da alimentação está unindo a conveniência, a autenticidade,
o prazer e a saúde (MARX, 2018).

Assim, a utilização de novos ingredientes, como a banana verde, pode agregar o


valor nutricional dos alimentos, melhorando a saúde e evitando desperdícios da fruta.

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63
Para que ocorra o “melhoramento” alimentício, busca-se produtos com elevados teores
de gordura saturada, que não apresentam fontes alimentares de fibra (SILVA et al., 2015)
ou simplesmente para agregar valor. Por isso, alimentos como derivados da carne e
processados são ótimos para essa finalidade, aliando mais saúde sem alteração de paladar.

Dessa forma, o presente trabalho possui a finalidade de, por meio das análises
bibliográficas, fazer um panorama da aplicabilidade da biomassa e farinha de banana
verde na elaboração de produtos cárneos.

2 MATERIAIS E MÉTODOS
O presente trabalho objetivou realizar um levantamento dos artigos publicados em
periódicos científicos, sites renomados, livros e revistas da área de Ciência e Tecnologia
de Alimentos, sobre a utilização de farinha e biomassa de banana verde na elaboração de
produtos cárneos. Como estratégia de busca foram utilizadas as palavras chaves (amido
resistente, alimentos funcionais, biomassa de banana verde, farinha de banana verde e
produtos cárneos) como norteadoras e a busca foi realizada on-line. Após o levantamento,
foram encontrados 47 documentos relacionados, que posteriormente adotou-se o critério
de selecionar os documentos mais atuais (2015-2022), restando 20 que foram usados
neste artigo de revisão sendo apenas 2 anteriores a 2015.

3 DESENVOLVIMENTO
3.1 Banana (Musa Paradisíaca)

A banana, cientificamente conhecida como Musa, produzida em sua maioria em


países com climas tropicais e subtropicais, é uma das culturas mais antigas do planeta,
originada do sudeste da Ásia e oeste do Pacífico (EMBRAPA, 2015).
Ademais, a banana é um alimento com elevado teor de minerais como: potássio,
fósforo, cálcio, sódio e magnésio, apresentando ainda ferro, manganês, iodo, cobre,
alumínio e zinco, ela também dispõe de vitaminas do complexo B (B1, B2, B6 e niacina),
vitamina C e ácido fólico, há também a presença de proteínas como a albumina e a
globulina, em quantidades diminutas, e aminoácidos como a asparagina, glutamina e
histidina, as quais podem variar de acordo com o tipo e variedade de banana. (MARX,
2018). Dentre as cultivares presentes no país, as mais populares são Prata, Pacovan, Maçã,
Nanica e Nanicão (EMBRAPA, 2015).

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Além de apresentar um ótimo sabor, paladar macio e adocicado quando maduro,
possui compostos bioativos de grande valia, benéficos para o bem-estar ligado aos
sentimentos e a mente. Esse papel é realizado pelas aminas biogênicas, que desempenham
um trabalho importante no cérebro e no corpo humano, sendo elas: serotonina, que auxilia
na manutenção dos sentimentos de bem-estar e felicidade, a dopamina que se apresenta
como um neurotransmissor, o qual influencia na capacidade emocional, capacidade de
concentração e estabilidade emocional (TESSMER, 2020).

3.2 Banana Verde

A banana verde apresenta uma característica específica conhecida como


adstringência, a qual é ocasionada pela presença de taninos, fenólicos oligoméricos.
Sente-se este gosto/sensação de “aperto” pelo fato de que quando se rompem as células
taninas, através da mastigação, e os taninos reagem com as proteínas da saliva, unem-se
a receptores de sabor e causam esse paladar adverso (TESSMER, 2020).

Apesar dessa variação e adversidade de paladar proporcionada pela banana,


pesquisas mostraram que a banana verde apresenta quantidades consideráveis vitaminas
A, C e complexo B (B1, B2 e niacina), possuindo ainda flavonoides, que atuam na
proteção da mucosa gástrica, cerca de 20% de amido, dependendo da variedade que está
em uso, pode apresentar até 84% de amido o qual age como fibra alimentar (OI et al,
2012). O fruto verde apresenta cerca de 2% de açucares e altas quantidades de amido, que
no decorrer do processo de amadurecimento são transformados em açucares (sacarose,
glicose e frutose) (CARMOS, 2015).

Por esses fatos a banana verde passou a desempenhar um novo papel na indústria
alimentícia, na qual antes era descartada pela sua inutilidade, pelo não aproveitamento
quando alguma alteração (tamanho, porte, alteração na aparência) ou devido ao paladar
indesejado. A fruta verde pode ser utilizada para auxiliar na produção de novos produtos,
saudáveis, funcionais, com elevado teor de nutrientes, reduzindo o índice de gordura,
evitando o desperdício no pós colheita devido a falhas na cadeia produtiva (CARMO,
2015).

3.3 Amido Resistente

O amido resistente se enquadra entre os carboidratos complexos, no mesmo grupo


onde se encontram as fibras, no qual entram os amidos e não amidos, diferenciando entre

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65
si as estruturas químicas e alguns efeitos fisiológicos. A resistência desse amido é o que
o torna especial, pois ele não sofre hidrólise como os demais amidos, é fermentado no
intestino grosso e auxilia no desenvolvimento de ácidos graxos de cadeia curta - AGCC
(AMORIM, 2016). O processo de fermentação mais elevado ocorre no cólon proximal,
sendo realizado por bactérias anaeróbias estritas bacterióides, eubactérias, bifidobactérias
e clostrídios (SALGADO et al., 2005).

Esse componente da banana verde pode ser classificado como: rapidamente


digerível, lentamente digerível e amido resistente (ALMEIDA, 2009), tudo depende de
como ele se sairá diante de enzimas que realizam a hidrólise e quanto tempo levará para
que eles sejam submetidos pela mesma. Já o amido resistente não sofre ação nenhuma
dessas enzimas e podem ser classificados em AR1, AR2 e AR3, de acordo com os fatores
que afetam sua resistência à digestão. Na banana verde são encontrados os amidos do tipo
AR1 e AR2, após o processo realizado na produção da biomassa e da farinha de banana
verde, os amidos encontrados são dos três tipos, apresentando quantidades diferentes para
cada variedade da fruta (CARMO, 2015).

O amido resistente apresenta diversos benefícios para a saúde humana, previnem


várias doenças, aumenta o bolo fecal e contribui para diminuição de sobrepeso e
obesidade (MARX, 2018). Dentre os efeitos positivos do AR na saúde do cólon estão o
aumento da taxa de produção das células da cripta, redução da atrofia do epitélio do cólon
em comparação a dietas sem fibras (SAJILATA et al., 2006), favorecimento da
vasodilatação, aumento da absorção de água e eletrólitos, prevenção de colite ulcerativa,
diminuição do risco de câncer de cólon, redução da constipação, inibição da síntese de
colesterol e melhor controle do diabetes devido ao baixo índice glicêmico (POLESI,
2011). Ainda, os AGCC foram envolvidos na regulação da expressão de genes e de
mecanismos celulares envolvidos na restrição da adipogênese, diminuição do
desenvolvimento de resistência insulínica, controle do status inflamatório e manutenção
da integridade da barreira intestinal em estudos com seres humanos e ratos (PEIXOTO,
2015).

3.4 Obtenção da Farinha e Biomassa de Banana Verde

A biomassa de banana verde é uma espécie de purê, o qual pode ser utilizado para
fazer bolos, rico em minerais como: potássio, manganês, iodo e zinco e vitaminas do

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complexo B (B1, B2, B6 e niacina), vitamina C e ácido fólico, podendo ser utilizada para
agregar valor a massas, patês e varias outras receitas (MARX, 2018).

Existem três tipos de biomassa existente a ser utilizado: Biomassa P, a qual é


utilizada somente a poupa, Biomassa F, feita com a fibra da casca da banana verde e a
biomassa integral, que contém tanto a massa (polpa) quanto a casca. Dentre estas, as mais
utilizadas são Biomassa P e Biomassa Integral. Para obter a biomassa P, lava-se bem as
bananas verdes com água e sabão, adiciona as mesmas em uma panela de pressão, com
água acima da linha das bananas. Em seguida são submetidas ao processo de cozimento,
o qual leva cerca de oito a doze minutos em fogo médio ou alto. Logo após material é
triturado e direcionado ao processo de extrusão, com o material quente para que a polpa
não esfarele (CARMO, 2015).

Para obtenção da farinha de banana verde, basicamente segue-se, os mesmos


passos iniciais realizados no processo de desenvolvimento da biomassa de banana verde.
Após a limpeza o produto é descascado e cortado em rodelas finas, cerca de 3 mm de
espessura, de forma a facilitar o processo de secagem. O material é levado para estufa de
circulação forçada a 65ºC durante 6 horas para que a fruta fique desidratada. Por fim, o
material é moído/triturado e peneirado em uma peneira com abertura da malha de 0,208
mm, resultando na farinha de banana verde (NASCIMENTO et al., 2017).

Silva et al. (2015) constatou que não somente as cultivares podem influenciar nas
características físico-químicas, tecnológicas e funcionais da farinha, mas também a forma
em que essas bananas são desidratadas e as condições dos equipamentos utilizados.

3.5 Farinha e Biomassa de Banana Verde na Produção de Produtos Cárneos

Com base nas características e vantagens da banana no seu estado de pré-


maturação (verde), já citadas, é possível observar a sua importância na alimentação.
Assim, foram desenvolvidas algumas formas de inserir tais benefícios na dieta humana a
partir da elaboração de produto cárneos como: empanados (SILVA; DINIZ, 2016),
almondegas (FARIAS et al., 2018), kafta (MELO, et al., 2021), hambúrgueres (SOUZA
et al., 2019), entre outros.

Segundo a Embrapa, produtos cárneos são derivados da carne, normalmente,


influenciados por algum processo que não altera suas características nutricionais, mas
buscam alterar o sabor, favorecendo o paladar, cor, aroma, vida útil e diversas outras
possibilidades a partir do cozimento, defumação, adição de sal e diversos tipos de

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aditivos. Tais produtos são adquiridos a partir da carne fresca ou de cortes que não seriam
direcionados ao comércio e consumo de forma in natura, os quais possuem, em sua
maioria, níveis consideráveis de gordura que contribuem para a obesidade e problemas
cardiovasculares (FARIA, et al., 2018). Devido a isso, surge a importância de reformular
tais produtos com a finalidade de reduzir os índices de gordura e torna-los mais saudáveis.

Segundo Faria et al. (2018) a substituição do toucinho utilizado na obtenção de


almôndegas por biomassa de banana verde com a finalidade de reduzir parcial ou
totalmente a gordura das mesmas, sem alterar as características sensórias, obteve sucesso.
A tabela 01 mostra os tratamentos utilizados para comparar a influência da biomassa,
onde o tratamento G15 é a substituição total e G10 a parcial do toucinho na almôndega.
Nota-se que quanto maior foi a adição do subsídio substituto, menor foi a quantidade de
gordura, reduzindo cerca de 37% no tratamento G10 e 49% no tratamento G15. Pode-se
analisar também que, o teor de biomassa elevou a umidade, a qual está diretamente ligada
ao rendimento do produto, proporcionado pela elevada capacidade de retenção do amido
resistente.

Tabela 01 – Características físico-químicas das almôndegas com reduzido teor de


gordura.

Padrão G10 G15

Umidade (%) 65,69ª ±1,30 71,18ª ±2,33 76,26ᵇ ±0,39


Cinzas (%) 3,46ª ±0,21 3,1lª ±0,70 3,35ª ±0,04
Lipídeos (%) 17,01ª ±0,3l 10,77ᵇ ±0,29 8,71c±0,28
Proteínas (%) 14,84ª ±0,23 14,83ª ±0,25 14,26ª ±0,39
pH 5,70ª ±0,04 5,63ª ±0,06 5,28ᵇ ±0,06
Aw 0,99ª ±W,01 0,98ª ±0,01 0,98ª ±0,01
L* 39,87ª ±4,03 39,47ª ±1,25 37,53ª ±1,36
a* 2,48ª ±0,82 2,29ª ±0,28 2,42ª ±0,29
b* 7,49ª ±H,54 7,64ª ±0,61 7,40ª ±0,45
Rendimento (%) 61.40ª ±1.17 61,98ª ±0,95 63.66ᵇ ±1.01

Fonte: Farias et al., 2018.

Analisando as características sensoriais das almondegas obtidas (tabela 02), pode-


se observar que as variações foram mínimas, não possuindo caráter significante.

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Tabela 02 – Resultados do teste de aceitação sensorial das almôndegas com reduzido
teor de gordura.

Atributos Controle Gl0 Gl5

Cor 6,70ª ±1,31 6,80ª ±1,31 6,56ª ± l,l1


Aroma 6,80ª ±l,10 6,68ª ±1,36 6,48ª ±1,25
Sabor 7,04ª ±l,17 7,00ª ±1,49 7,28ª ±1,38
Textura 7,20ª ±l,27 7,50ª ±1,54 7,26ª ±1,34
Aceitação Global 7.06ª ±l,07 7.32ª ±1,31 7.08ª ±1.02

Fonte: Farias et al., 2018.

Souza et al. (2019) realizou um estudo sobre a utilização da farinha de banana


verde no hambúrguer de carne de coelho, para analisar os parâmetros químicos, físicos e
sensoriais. Ver-se que, assim como a utilização da biomassa de banana verde, a farinha
também apresenta elevado valor de umidade, mostrado na tabela 03, onde foram dispostos
quatro tratamentos com adição total ou parcial da farinha de banana, sendo suas
quantidades no T1: 10% de toucinho, T2: 5% de e 5% de farinha de banana verde, T3:
3% de toucinho e 7% de farinha de banana verde e o T4: 10% de farinha de banana verde.
Além do mais, também foi alcançado o objetivo de reduzir as quantidades de gordura
existente no hambúrguer, o qual variou de aproximadamente 4% a 16%, sendo o T4 o
tratamento que apresentou menor quantidade de lipídios. Também foi possível observar
uma alteração na coloração do hambúrguer devido a reduzida quantidade de gordura, que
também reduz luminosidade, tornando a carne mais escura.

Tabela 03 – Parâmetros químicos e físicos do hambúrguer de carne de coelho cru.

Amostraᴬ

T1 T2 T3 T4
Proteína 18,74ª 18,95ª 18,56ª 18,51ª
Umidade 56,61c 64,89ᵇ 68,49ª 68,34ª
Lipídio 14,84ª 8,82ᵇ 6,35ᵇc 3,98c
Cinzas 4,00ª 4,01ª 3,78ª 3,75ª
Valor Calórico 228,78ª 168,48ᵇ 142,64c 131,56c
Ph 6,30ᵇ 6,38ª 6,38ª 6,40ᵇ
Cor L 62,41ª 58,7ᵇ 57,89ᵇ 56,67ᵇ

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a* 9,1ª 5,54ᵇ 5,41ᵇ 4,95ᵇ

b* 20,65ª 17,83ᵇ 17,56ᵇ 17,50ᵇ

C* 21,73ª 18,37ᵇ 18,18ᵇ 17,36ᵇ

h* 67,03ᵇ 72,07ª 72,42ª 73,70ª

Fonte: Souza et al., 2019.

Quanto a análise sensorial do hambúrguer (tabela 04), pôde-se concluir que o


tratamento T2 apresentou uma maior aceitação global, se comparado com o tratamento
T4 que teve divergência quanto aos resultados da testemunha, sendo isso, consequência
da retirada total da gordura, mostrando que tal produto cárneo com a adição de 5% do
nível de farinha de banana verde apresenta bom potencial para reformulação de tais
produtos.

Tabela 04– Aceitação sensorial das amostras de hambúrgueres de carne de coelho

Amostra Sabor Cor Textura Suculência Aceitação


global

T1 7,72ª 7,32ª 7,60ª 7,37ª 7,83ª


T2 7,67ª 7,30ª 7,25ª 7,32ª 7,62ª
T3 6,62ᵇ 6,32ᵇ 6,40ᵇ 6,30ᵇ 6,76ᵇ
T4 6,37ᵇ 6,18ᵇ 5,97ᵇ 6,02ᵇ 6,00c

Fonte: Souza et al., 2019.

No Campus Batalha do Instituto Federal de Alagoas, foi realizado a aplicação de


biomassa de banana verde em Kafta bovina (MELO et al., 2021), a qual, teve seus efeitos
avaliados. Foram elaboradas quatro formulações de kafta, F1 com 0% de biomassa de
banana verde, F2 com 0,75%, F3 com 1,5% e F4 com 2,25% de BBV, a qual foi
inversamente relacionada com a quantidade de toucinho, que em F1 possuía 15% e em
F4 passou a ter 12,75%.

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70
Tabela 05– Análise de kafta bovina com adição de biomassa de banana verde

Formulações Umidade Cinza Proteína Ph PPC CRA


(g/100g) (g/100g) (%)
(g/100g) (%)

F1 (0%) 67,69ª 2,6ª 19,64ᵇ 6,13ª 33,86ª 77,03ª


F2 (0,75%) 58,03ª 2,93ª 24,16ª 6,03ª 28,51ªᵇ 74,93ª
F3 (1,5%) 52,51ª 2,94ª 21,35ªᵇ 6,1ª 24,81ªᵇ 73,77ª
F4 (2,25%) 64,96ª 2,39ª 21,41ªᵇ 6,01ª 18,91ᵇ 78,47ª

PPC: Perda de Peso por Cocção; CRA: Capacidade de Retenção de Água.

Fonte: MELO et al., 2021.

A tabela 05, apresenta o resultado das análises da kafta com a adição de BBV, vê-
se que a substituição de toucinho por Biomassa não influenciou de forma significativa. A
umidade variou entre 52,51g e 67,69g, que comparado com a análise de umidade
realizada em kaftas de carne de cabra (sem adição de BBV) por Barbosa (2016) foram
bem próximos, variando entre 68,03g e 68,23g, quanto as cinzas verificou-se que a adição
de biomassa não influenciou o teor de minerais nas formulações. A proteína se encontra
dentro da quantidade recomendada pelo Regulamento de Técnico de Identidade e
Qualidade para Hambúrguer, que determina no mínimo 15%. Já a PPC diminuiu com o
aumento de biomassa de banana verde no decorrer das formulações e consequentemente
a CRA aumentou, trazendo assim, textura macia e de fácil mastigabilidade ao cárneo.

Tabela 06– Índice de aceitabilidade resultante da avaliação sensorial da kafta bovina


enriquecida com biomassa de banana verde

Índice de Aceitabilidade
Formulação Aparência Cor Textura Sabor Aroma Aparência
Global

F1 (0%) 80,23 80,29 85,13 91,83 85,13 89,38


F2 (0,75%) 82,03 80,56 82,82 91,18 82,84 88,89
F3 (1,5%) 79,74 77,45 82,35 88,56 82,35 85,62
F4 (2,25%) 78,1 77,78 82,42 89,87 82,42 88,07

Fonte: MELO et al., 2021.

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71
Na análise sensorial (tabela 06) também não houve diferenças estatísticas,
mostrando mais uma vez que a adição de biomassa de banana verde não influencia na
aceitabilidade dos consumidores.

Já Silva (2016), elaborou um empanado de carne de frango com biomassa de


banana verde, dessa vez a BBV não foi utilizada para substituir a gordura, como nas
formulações apresentadas acima. A variação ocorreu entre a carne de frango utilizada
(peito) e a biomassa de banana verde, estando dividida em: Formulação padrão com 780
g de peito e 0 g de BBV, Formulação A com 702 g de peito e 78g de BBV e Formulação
B com 585 g de peito e 195 g de BBV.

Tabela 07 – Avaliação da composição proximal nas formulações de empanado de frango


com adição de biomassa de banana verde

Análises
Formulações Umidade* Cinzas* Proteínas* Lipídios* Carboidratos
Totais*

Padrão 49,58 ± 0,72ª 2,49 ± 0,37ª 18,04 ± 0,58c 13,38 ± 0,90ª 16,64
Formulação A 49,45 ± 0,42ª 2,58 ± 0,15ª 20,25 ± 0,43ᵇ 8,53 ± 0,41ᵇ 19,06
Formulação B 41,33±0,61ᵇ 2,58 ± 0,09ª 24,70 ± 0,51 8,56 ± 1,04c 22,83

*Média em triplicata±desvio padrão. Médias seguidas de letras diferentes, nas colunas, onde se diferem
entre si pelo teste de Tukey, (p<0,05). Carboidratos calculados por diferença. Formulação A: substituição
de 10% de peito de frango por biomassa de banana verde. Formulação B: substituição de 25% de peito de
frango com biomassa de banana verde.

Fonte: SILVA et al., 2016

Ao realizar as análises, observou-se que os valores de umidade variaram entre as


formulações (tabela 07), a qual pode ter ocorrido pelo tempo de cozimento da banana que
influencia na quantidade de umidade livre. Houve diferença significativa também no teor
de lipídios que reduziu nas formulações com BBV devido o amido resistente presente na
mesma. O teor de carboidratos aumentou, devido o aumente gradativo de biomassa de
banana verde, no entanto permaneceu dentro do limite da normativa numero 6, qual diz
que o teor máximo de carboidrato deve ser de 30% para empanados de frango (BRASIL,
2001).

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Tabela 08– Avaliação da análise sensorial dos empanados de frango com adição de
biomassa de banana verde

Análise Sensorial
Formulações Cor* Aroma* Sabor* Textura* Aceitação
Global*
Padrão 8,54 ± 1,25ª 8,52 ± 1,44ª 8,83 ± 1,66ª 8,56 ± 1,66ª 8,70 ± 1,08ª
Formulação A 7,97 ± 2,04ª 8,49 ± 1,18ª 8,46 ± 1,29ª 8,04 ± 1,77ª 8,40 ± 1,35ª
Formulação B 7,54 ± 1,68ª 7,50 ± 1,75ª 8,07 ± 1,74ª 8,16 ± 1,71ª 7,95 ± 1,61ª

*Média em triplicata±desvio padrão. Médias seguidas de letras diferentes, nas colunas, onde se diferem
entre si pelo teste de Tukey, (p<0,05). Carboidratos calculados por diferença. Formulação A: substituição
de 10% de peito de frango por biomassa de banana verde. Formulação B: substituição de 25% de peito de
frango com biomassa de banana verde.

Fonte: SILVA et al., 2016

A tabela 08 mostra o resultado da análise sensorial, apontando para o tratamento


padrão como o mais aceitável, apesar de não haver uma diferença grandiosa entre os
resultados da formulação padrão e a A, ficando um pouco mais distante de B devido o
fato de que B teria sido frito por último, sofrendo influencia da alta temperatura da
gordura e da umidade do ambiente.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, pode-se concluir que tanto a biomassa de banana verde quanto a farinha,
podem ser ótimas aliadas no processo de caracterização e reformulação de produtos
cárneos processados, com o objetivo de obter alimentos com menor índice lipídico
possuindo uma ótima aceitação pelos consumidores, desde que a quantidade de
substituição seja moderada.

Ademais, o alimento pode contribuir para o combate e prevenção de doenças,


como câncer de cólon e no controle de diabetes devido à presença do amido resistente
nos compostos, sem falar que a utilização da banana verde apresenta aplicabilidade a
produtos que antes não eram considerados válidos para o consumo, diminuindo o
desperdício.

5 AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao CNPq e ao IFTO pelo fomento e apoio para a execução do
projeto que possibilitou a realização desta pesquisa.

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73
REFERÊNCIAS
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Trabalho de conclusão de curso (Especialização em Nutrição Clínica) - Universidade
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BARBOSA, P. T.; SANTOS, I.C.V.; V.C.S.; FRAGOSO, S.P.; ARAÚJO, I. B. S;


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caprinos com baixo teor de sódio, LWT -Food Science and Technology(2016).
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BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº


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Brasil, Brasília, DF, 19 fev. 2001.

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Plantaconsciência, 20 fev. 2020. Disponível em:
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75
CAPÍTULO 7
IMPACTOS DA COVID-19 NA CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA

DOI 10.47402/ed.ep.c202319837907 Elpídio Vitor Braga de Oliveira


Blenda Samara Ramos de Moura Duarte
Wendy Andrade Meireles
Lyvia Maria Almeida Nunes
Ana Clara Rodrigues Coelho
Maria Vitória Delfino
Antônio Carlos Silveira Gonçalves
Otavio Cabral Neto
RESUMO
Os impactos do coronavírus, tanto na suinocultura quanto em outras culturas, ainda são
ferramentas de pesquisa ainda em desenvolvimento. Afinal, toda essa problemática é tão
recente quanto às causas posteriores. O presente artigo tem como objetivo descrever as
causas que impactaram a suinocultura durante a pandemia. Foram descritos os principais
impactos, abordando a cadeia produtiva da suinocultura, os preços, consumo, exportação,
economia e causas de forma detalhadas. A suinocultura foi bastante afetada pela
pandemia, mas causando altos prejuízos. No entanto, mesmo diante de um cenário
instável, o crescimento no setor não foi impedido e o consumo de carne suína per capita
aumentou chegando a 17,58 kg, e a exportação por conta do cenário mundial da carne
suína também aumentou.
Palavras–chave: carne suína, consumo, economia, exportação, impacto.

1. INTRODUÇÃO
O Brasil se posiciona como o país com a quarta posição de maior rebanho suíno
comercial do mundo, chegando em uma marca de 41,4 milhões de cabeças, dados esses
que foram coletados pelo IBGE em 2018. A carne suína aparece como o 30º colocado
quando falamos de principais produtos exportados pelo Brasil. No ano de 2020, de janeiro
a março já haviam sido exportados cerca de 181 mil toneladas, gerando assim US $452
milhões, valor este superior em 59% ao mesmo período em 2019.

Segundo a autora Sinara Bueno do blog "fazcomex", A Carne Suína aparece como
o 30º colocado quando se fala de principais produtos exportados pelo Brasil no ano.
Tendo em vista tudo isso, com a chegada da pandemia ocasionada pelo vírus COVID-19,
a suinocultura acabou sendo afetada causando altos prejuízos, no entanto, mesmo diante
de um cenário instável, o crescimento no setor não foi impedido. Um exemplo disso é o
crescimento notável do consumo da carne suína, que se tornou uma ótima opção para o
consumidor.

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As pesquisas do site da ABCS (2021) apontam que o consumo de carne suína per
capita aumenta no Brasil pelo segundo trimestre consecutivo, chegando a 17,58 kg nas
projeções, sendo que em 2020 o recorde era de 16,9 kg, dados esses sendo entregues pelo
mesmo. Ou seja, apesar dos problemas de poder aquisitivo da população em geral e das
restrições da pandemia de Covid-19, a carne suína tem se mostrado cada vez mais como
uma opção para o consumidor brasileiro, aumentando os dados da presença da suína. Com
toda essa repercussão do COVID-19, não foi possível evitar os efeitos negativos que
ocorreram nas culturas em massa, no qual serão apresentados ao decorrer deste trabalho.

2 MATERIAIS E MÉTODOS
O presente trabalho objetivou realizar um levantamento dos artigos publicados em
periódicos científicos, sites renomados, livros e revistas da área de Ciências Agrárias,
sobre impactos da covid-19 na cadeia produtiva da suinocultura. Como estratégia de
busca foram utilizadas as palavras chaves (carne suína, consumo, economia, exportação,
impacto) como norteadoras e a busca foi realizada on-line. Foi verificado que como o
tema é atual e o apice da pandemia foi a pouco tempo, poucos artigos científicos idexados
foram encontrados sobre o tema. Após o levantamento, foram encontrados 16 documentos
relacionados, que posteriormente adotou-se o critério de selecionar os documentos mais
pertinentes com a temática e mais atuais (2020-2022), restando 09 (nove) que foram
usados neste artigo de revisão.

3 REVISÃO
3.1 COVID-19

A COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo vírus SARS-CoV-2,


descoberta na cidade de Wuhan, província de Hubei, China, em Dezembro de 2019, no
entanto, infelizmente, foi reconhecida mundialmente no início de Março de 2020. É uma
infecção respiratória aguda potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de
distribuição global, ou seja, é transmissível.

O site do Ministério da Saúde (2021) informa que os principais sintomas são:


tosse, dor de garganta e coriza, seguido ou não de anosmia, ageusia, diarreia, dor
abdominal, febre, calafrios, mialgia, fadiga e ou/cefaleia. Com a chegada do vírus, o
mundo teve de se adequar com o uso de máscara, álcool gel, evitar contato com as pessoas
e até mesmo os animais.

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Dados registrados do site Viva bem (2021) mostram que o vírus matou cerca de
3,5 milhões de pessoas e infectou mais de 170 milhões em todo mundo. Segundo o site
OPAS (2021), em 26 de Novembro de 2021, a OMS designou a variante da COVID-19
B.1.1.529 como uma variante de preocupação denominada Ômicron. Essa variante
apresenta um grande número de mutações, algumas das quais preocupantes. As outras
variantes de preocupação ainda estão em circulação e são: Alfa, Beta, Gama e Delta.
Dessa forma, quanto mais o vírus da COVID-19 circular, através da movimentação das
pessoas, mais oportunidades terá de sofrer mutações.

Portanto, o mais importante a se fazer é reduzir o risco de exposição ao vírus e


vacinar-se contra a COVID-19 (com todas as doses necessárias, segundo o esquema de
vacinação), o uso contínuo de máscara, manter a higiene das mãos, deixar os ambientes
bem ventilados sempre que possível, evitar aglomerações e reduzir ao máximo o contato
próximo com muitas pessoas, principalmente em espaços fechados (OPAS, 2021).

3.2 A cadeia produtiva da suínocultura

Com relação à cadeia produtiva da suinocultura no Brasil, houve um grande


aumento no rebanho, principalmente no abate e exportação. Conforme os dados
registrados na Tabela 1, IBGE (2021): no 2º trimestre de 2021, foram abatidas 13,04
milhões de cabeças de suínos, representando aumentos de 7,6% em relação ao mesmo
período de 2020 e de 2,9% na comparação com o primeiro trimestre de 2021. Em uma
comparação mensal, foram registrados os melhores resultados para os meses de abril,
maio e junho, propiciando um recorde de abate de suínos na série histórica desde que a
Pesquisa se iniciou em 1997. O resultado recorde das exportações de carne suína in natura
apurado pela Secex, com o pico em junho, ajudou a compor esse cenário positivo.

O peso acumulado das carcaças alcançou 1,22 milhão de toneladas no 2º trimestre


de 2021, representando aumentos de 9,7% em relação ao mesmo período de 2020 e de
5,0% na comparação com o primeiro trimestre de 2021. Os animais foram abatidos com
peso médio de 93,4 kg, aumento de 1,9% em relação ao 2 trimestre de 2020 (91,7 kg),
(IBGE, 2021). Segundo dados da Secex, no 2 trimestre de 2021, as exportações brasileiras
de carne de suíno alcançaram novos recordes trimestrais na série histórica e registraram
aumentos do volume in natura e do faturamento em dólares em relação ao mesmo período
de 2020 (IBGE, 2021).

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Na comparação com o 1 trimestre de 2021, também o volume in natura e o
faturamento em dólares registraram altas. O aumento dos preços internacionais da carne
de suíno negociada com o exterior ocorrido na comparação entre ambos os períodos
possibilitou registros de aumentos percentuais mais robustos do faturamento em dólares,
que podem ser observados na Tabela 1. (IBGE, 2021).

Tabela 1. Abate de suínos e exportação de carne suína in natura - Brasil - Trimestres


selecionados de 2020 e 2021.

Suínos abatidos, produção de carcaças e 2020 2021 Variação (%)


exportação de carne suína
2º trimestre 1º 3º trimestre 3/1 3/2
trimestre
(1) (3)
(2)

Suínos abatidos ¹ (cabeças) 12.116.520 12.688.566 13.040.080 7,6 2,9

Carcaça produzida¹ (t) 1.110.898 1.160.732 1.218.249 9.7 5.0

Carne in natura exportada² (t) 240.618 224.051 276.419 14,9 23,4

Faturamento da exportação² (milhões 556.814 554.724 710.663 27,6 28,1


de US$)

Preço médio (US$/t) 2.314,10 2.475,88 2.570,97 11,1 3,8

Fonte: Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, IBGE e Secretaria de Comércio Exterior,


SECEX/SECINT/ME.

Conforme os dados registrados na Tabela 1, IBGE (2021) o 2º trimestre de 2021,


foram abatidas 13,04 milhões de cabeças de suínos, representando aumentos de 7,6% em
relação ao mesmo período de 2020 e de 2,9% na comparação com o 1° trimestre de 2021.

3.3 Impactos da COVID-19 na produção e comercialização de suínos

A carne suína teve sim um aumento de porcentagem de consumo e boa opção para
consumir durante essa época de pandemia, como já citado. Segundo a Embrapa, a redução
da demanda interna, dos preços e dos custos de produção, manutenção das atividades
produtivas e expansão das exportações, foram alguns dos impactos observados da
pandemia de Covid-19 nas cadeias produtivas de suínos.

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79
Dados do (IBGE, 2021) apontam que “no 1º trimestre de 2021, foram abatidas
12,62 milhões de cabeças de suínos, representando aumentos de 5,7% em relação ao
mesmo período de 2020 e de 0,6% na comparação com o 4º trimestre de 2020. Em uma
comparação mensal, foram registrados os melhores resultados para os meses de janeiro,
fevereiro e março, determinando, assim, o melhor 1º trimestre da série histórica desde que
a pesquisa se iniciou em 1997”. O peso acumulado das carcaças alcançou 1,16 milhão de
toneladas, no 1º trimestre de 2021, representando aumentos de 7,8% em relação ao mesmo
período de 2020 e de 2021 na comparação com o 4° trimestre de 2020. Os animais foram
abatidos com peso médio de 91,6 kg, aumento de 2,0% em relação ao 1º trimestre de 2020
(89,8 kg) (IBGE, 2021).

A Conab, (2021) afirma que “com a estimativa de um rebanho próximo a 42


milhões de cabeças, tanto na produção quanto nas exportações tendem a atingir os
maiores níveis já registrados, ficando em torno de 4,45 milhões de toneladas e 1,24 milhão
de toneladas respectivamente”. “O maior volume de carne produzida reflete na elevação
da disponibilidade deste tipo de carne do mercado, garantindo a oferta interna e mantém
a quantidade de produto por habitante estável, próximo da marca de 15 quilos por pessoa”,
ressalta a Conab, (2021).

3.4 Impactos no preço e consumo da carne suína

Em decorrência da COVID-19 e pela pandemia no qual acarretou o fechamento e


a redução de estabelecimentos comerciais como restaurantes e bares, houve uma queda
do consumo de carne suína no mercado interno, no qual afetou principalmente os
frigoríficos de médio e pequeno porte, que em várias partes do Brasil tiveram redução no
abate de 20% em 2020 (O PRESENTE RURAL, 2020). Houve também um aumento no
preço ofertado pelo suíno vivo nos meses mais críticos, sendo em abril de 2020 e, em
simultâneo, o crescimento na demanda de exportação de grãos, desta forma prejudicando
os pecuaristas que enfrentaram uma alta na produção decorrente dos gastos na
alimentação do animal.

Suinocultores tiveram grandes preocupações em relação a outros pontos da cadeia


produtiva suína, tais como mão de obra, logística, abate e processamento da carne. O
IBGE aponta que o Indicador do suíno vivo Cepea/Esalq, o preço médio recebido pelo
produtor (R$/kg) sem ICMS, de abril a junho de 2021, entre as regiões pesquisadas que
consideram o animal retirado da granja (RS, SC, PR), foi de R$6,44/kg, variando de

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80
R$5,40/kg a R$7,42/kg na apuração envolvendo os três estados. No mesmo período de
2020, o preço médio foi de R$3,97/kg, no que se refere ao aumento de 62,09% no
comparativo entre os 2o trimestres de 2021/2020. A partir de 1 de agosto de 2019 o
Indicador da Pesquisa passou a coletar somente valores de produtores independentes,
desconsiderando os de integrados.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE) registrou para o subitem


carne suína no período de abril a junho, considerando um aumento de 1,47%. No
acumulado do ano até junho o registro foi de queda de 3,34%, ficando abaixo do Índice
geral da inflação (+3,77%) (IBGE, 2021).

3.5 Impactos na exportação da carne suína

Mesmo com a crise causada pela pandemia da Covid-19, a exportação de carne


suína brasileira bateu um recorde em 2020, ultrapassando 1 milhão de toneladas. O
crescimento em relação a 2019 foi de 36,1% segundo a Associação Brasileira de Proteína
Animal. Esse aumento se deu porque “a China seguiu sendo o maior destino da carne
suína, o que vem sendo observado desde março/2019” (ABPA, 2021).

Segundo dados do IBGE (2021) afirma que no 2° trimestre de 2021, as


exportações brasileiras de carne de suíno aumentaram em 14,9% na comparação com o
2° trimestre de 2020 e tiveram a China como principal destino (57,2% de participação),
ocupando esse lugar de destaque que pertenceu à Rússia por um longo período.

A peste Suína Africana dizimou grande parte do rebanho suíno da China, e


promoveu desde o seu início, no fim do 2o semestre de 2018, aumentos das exportações
brasileiras de carne suína para esse destino, culminando neste mês de junho com o maior
volume de carne suína já embarcado. Na comparação entre os 2 trimestres de 2020/2021
a China aumentou suas importações de carne suína brasileira (+28,04 mil toneladas),
alcançando variação anual de 21,6%. O Chile (+7,83 mil toneladas) também figurou entre
os principais destinos com variação percentual positiva de 98,1%. Outro destino que
incrementou consideravelmente suas aquisições de carne suína do Brasil foram e
Filipinas. Em sentido oposto, ainda que de forma pouco acentuada, Cingapura foi o
destino, entre aqueles com ao menos 1% de participação nas exportações, com a maior
queda, 8,14 mil toneladas a menos ou variação negativa de 39,9% (Tabela 2).

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81
Tabela 2. Quantidade de carne suína in natura exportada do Brasil, segundo os destinos
- 2º trimestre de 2020 e 2021.

Destino das 2º trimestre de 2020 2º trimestre de 2021 Variação anual


exportações de
carne suína in (Toneladas) (%) (Toneladas) (%) (Toneladas) (%)
natura

Total 240.618 100,0 276.419 100,0 35.801 14,9

China 130.026 54,0 158,066 57,2 28.041 21,6

Hong Kong 37.811 15,7 32.152 11,6 -5.659 -15,0

Chile 7.984 3,3 15.819 5,7 7.834 98,1

Cingapura 20.398 8,5 12.260 4,4 -8.138 -39,9

Uruguai 10.406 4,3 10.601 3,8 194 1,9

Vietnã 4.614 1,9 8.764 3,2 4.150 89,9

Argentina 2.817 1,2 6.756 2,4 3.939 139,8

Filipinas 616 0,3 6.381 2,3 5.765 935,7

Angola 5.681 2,4 5.734 2,1 53 0,9

Japão 3.041 1,3 3.343 1,2 302 9,9

Demais destinos 17.223 7,2 16.542 6,0 -681 -4,0

Fonte: Secretaria de Comércio Exterior.SECEX/SECINT/ME.*Agregado dos destinos com participação


menor que 1%.Não se aplica.

Ainda conforme o IBGE (2021), na comparação entre os 2 os trimestres


2021/2020, o volume de embarques de carne suína para o exterior com origem da Região
Sul do total exportado aumentou, passando de 91,8% para 92,6%, sendo que houve
incrementos de 1,0 ponto percentual na participação das carnes de origem catarinense e
de quando a origem foi do Rio Grande do Sul (Tabela 3). Em sentido contrário, o volume
de comercialização das carnes de suíno com origem paranaense caiu 1,8 ponto porcentual.
A China adquiriu 92,53 mil toneladas de origem catarinense, sendo 16,73 mil toneladas
o incremento em relação ao período homólogo, enquanto o Chile importou 15,82 mil

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toneladas, 7,83 mil toneladas a mais no mesmo período de comparação. De origem do
Rio Grande do Sul, a China adquiriu 60,73 mil toneladas, 11,29 mil toneladas a mais
neste comparativo anual.

Tabela 3. Exportação de carne suína in natura por Unidades da Federação - Brasil - 2º


trimestres de 2020 e 2021.

2º trimestre de 2020 2º trimestre de 2021 Variação anual

Unidade da
Federação (Toneladas) (%) (Toneladas) (%) (Toneladas) (%)

Total 240.618 100,0 276.419 100,0 35.801 14,9

Santa Catarina 122.343 50,8 142.258 51,8 20.914 17,1

Rio Grande do Sul 64.856 27,0 79.071 28,6 14.215 21,9

Paraná 33.676 14,0 33.634 12,2 -42 -0,1

Mato Grosso 7.927 3,3 7.732 2,8 -185 -2,5

Mato Grosso do Sul 4.512 1,9 5.430 2,0 918 20,3

Minas gerais 5.283 2,2 4.924 1,8 -360 -6,8

Demais UF’s 2.021 0,8 2.371 0,9 350 17,3

Fonte: Secretaria de Comércio Exterior, SECEX/SECINT/ME. *Agregado das UF’s com participação
menor que 1,0%

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar da redução do consumo de carnes no mercado interno, com o fechamento
de bares e restaurantes durante a pandemia, houve um aumento no consumo de carne
suína, provocado principalmente pelo preço da carne em relação à bovina. Na produção,
assim como na exportação, apesar de toda turbulência e impacto, a Suinocultura se
mantém estável e em crescimento.

REFERÊNCIAS
ABCS – Associação Brasileira dos criadores de suínos. 2021. Brasileiros tem
aumentado o consumo per capita de carne suína. Disponível em:
https://abcs.org.br/noticia/brasileiros-tem-aumentado-o-consumo-per-capita-de-carne-
suina/. Acessado em: (24 Jun.2022).

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83
ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal. 2021. Produção e exportações da
Avicultura e da Suinocultura em 2021. Disponível em: https://abpa-br.org/producao-e-
exportacoes-da-avicultura-e-da-suinocultura-em-2021/. Acessado em: (24 Jun 2022).

EMBRAPA . Estudos socioeconômicos e ambientais. Pesquisa mostra como as


indústrias de ovos, frangos e suínos sofrem os efeitos da pandemia. 2020. Disponível
em: <https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/52505210/pesquisa-mostra-
como-as-industrias-de-ovos-frangos-e-suinos-sofrem-os-efeitos-da-pandemia>.
Acessado em: (20 Jul.2022).

CEPEA. Retrospectivas de 2020. CEPEA Esalq/USP. 2020. Disponível em:


<https://cepea.esalq.usp.br/br/releases/cepea-retrospectivas-de-2020.aspx>. Acessado
em: (01 Dez.2021).

CONAB. Exportações de aves e suínos devem alcançar recorde em 2021 sem


comprometer oferta interna. Conab. 2021. Disponível em:
<https://www.conab.gov.br/ultimas-noticias/4390-exportacoes-de-aves-e-suinos-devem-
alcancar-recorde-em-2021-sem-comprometer-oferta-interna>.Acessado em: (16 Dez.
2021).

IBGE. Indicadores IBGE: Estatística da Produção Pecuária. IBGE. 2019. Disponível


em: <https://ftp.ibge.gov.br/Producao_Pecuaria/Fasciculo_Indicadores_IBGE/abate-
leite-couro-ovos_202102caderno.pdf>. Acessado em: (15 Dez.2021).

IBGE. Indicadores IBGE: Estatística da Produção Pecuária.IBGE.2021. Disponível em:


<https://ftp.ibge.gov.br/Producao_Pecuaria/Fasciculo_Indicadores_IBGE/abate-leite-
couro-ovos_202101caderno.pdf>. Acessado em: (15 Dez.2021).

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sintomas da Covid-19. MINISTÉRIO DA SAÚDE.2021.


Disponível em:
<https://www.google.com/search?q=ministerio+da+sa%C3%BAde+sintomas+da+covid
+19&rlz=1C1FCXM_pt-
PTBR1001BR1001&oq=ministerio+da+sa%C3%BAde+sintomas+da+covid+19&aqs=c
hrome..69i57.47978j0j15&sourceid=chrome&ie=UTF-8>. Acessado em: (24
Out.2022).

OPAS. Folha informativa sobre a Covid-19. 2021. Disponível


em:<https://www.paho.org/pt/covid19>. Acessado em: (17 Dez. 2021)

O Presente Rural. Análise de mercado traz os impactos da pandemia do Coronavírus na


produção de suínos: Preocupação dos suinocultores abrange preço do suíno vivo, custos
de produção e demanda interna de carne suína. 2020. Disponível em:
<https://opresenterural.com.br/analise-de-mercado-traz-os-impactos-da-pandemia-do-
coronavirus-na-producao-de-suinos/>. Acessado em: (16 Dez. 2021).

Viva bem.Tire as principais dúvidas sobre covid-19, doença causada pelo


coronavírus.Viva bem uol. 2020. Disponível em:
<https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/01/25/tire-suas-principais-
duvidas-sobre-o-coronavirus-que-se-espalha-pelo-mundo.htm>. Acessado em: (17 Dez.
2021).

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CAPÍTULO 8
OS IMPACTOS DA UTILIZAÇÃO DE DRONES AGRÍCOLAS NA APLICAÇÃO
DE HERBICIDAS

DOI 10.47402/ed.ep.c202319848907 Luan Araújo de Souza


João Pedro Souza Pires
Kacyo Junior Pereira dos Santos
Mateus Rodrigues Pinto
Sabrina Sena de Melo
Otavio Cabral Neto
Thomas Vieira Nunes
Antônio Carlos Silveira Gonçalves

RESUMO
O presente estudo visa analisar o uso de drones na aplicação de herbicidas que começaram
a ganhar espaço no cenário agrícola nacional, tecnologia essa que otimiza recursos
financeiros e ambientais, mas sobretudo os reflexos em melhor produtividade aos
sistemas de cultivo. Contudo, ao produtor rural, parece refletir em menor incidência de
erodibilidade em lavouras, muito relacionado a redução no trânsito de máquinas, assim
evitando impactando negativos aos atributos físicos do solo. Dentro os modos de
aplicação de agroquímicos os mais utilizados para a aplicação de herbicidas consiste na
aplicação mecanizada ou autopropelida. Muito embora estas máquinas agrícolas, possam
compactar o solo e danificar as linhas do plantio durante as operações. No entanto, a
avanços tecnológicos surgiram a exemplo dos Veículos Aéreo Não Tripulados(VANTs)
sugerem auxiliar a tomada de decisões e aplicação destes produtos de maneira mais
racional e com reduzidas implicações mecânicas ao solo das lavouras.) Tais equipamentos
podem sobrevoar áreas a serem plantadas com objetivando não só a aplicação de
herbicidas para o manejo integrado de plantas daninhas, como também à captura de
imagens, para detecção de falhas no plantio, análise de características de solos,
acompanhamento de irrigação, entre outros. O uso de drones chegou junto a agricultura
4.0 que visa maior precisão com menor custo para um aprimoramento na produção, pois
é uma junção de tecnologias conectadas a softwares, assim os produtores colocam em
prática a agricultura de precisão, fazendo então com que as etapas desde a plantação até
a colheita sejam feitas com êxito.
Palavras chaves: agricultura de precisão, custo, daninhas, tecnologia, VANTs.

ABSTRACT
The present study aims to analyze the use of drones in the application of herbicides that
began to gain space in the agricultural scenario, where it brought greater productivity and
ease for the rural producer, causing less problems in the crops and not impacting the
physical characteristics of the soil. With that, precision agriculture is a set of techniques
that increases productivity, reduces the environmental impact and also the cost. The most
used method for the application of herbicides is agricultural machinery, with
modernization, UAVs have emerged, capable of flying over areas to be planted or
observed, with the aim not only of applying herbicides to control weeds, but also to
capture of images, detection of planting failures, monitoring of the irrigation system,

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monitoring of deforestation, geoprocessing, analysis of soil characteristics, among others.
The use of drones came along with agriculture 4.0, which aims at greater precision at the
lowest cost for an improvement in production, as it is a combination of technologies
connected to software, so producers put precision agriculture into practice, then making
the steps from planting to harvesting are carried out successfully.
Keywords: precision agriculture, cost, weeds, technology, UAVs.

1. INTRODUÇÃO
No Brasil a agricultura de precisão tem ganhado espaço ao trazer informações e
aplicações de maneira exata, fazendo com que o produtor tenha menos custo com trabalho
e mais resultados. As plantas daninhas são espécies vegetais que ocorrem em locais
indesejáveis. Dentro desta definição ampla, a tiguera de culturas que vegetam
naturalmente em culturas subsequentes também deve ser enquadrada como tal
(LORENZI, 2014) A medida em que se estabelecem e se propagam, essas plantas
competem diretamente por recursos vitais, como água, luz, nutrientes e dióxido de
carbono, muitas vezes afetando o rendimento e a qualidade da agricultura. Além disso,
podem liberar substâncias alelopáticas e abrigar pragas e doenças comuns a culturas de
interesse comercial (GOMES et al., 2010; OLIVEIRA JUNIOR et al., 2011).

O método mais adotado para o manejo das plantas daninhas consiste no controle
químico. Para tanto, trata-se de operações que se utilizam implementos a exemplo de
pulverizadores e tratores. Porém essa tática de manejo tem preocupado a comunidade
científica e segmento de produção, pois parece gerar elevação nos custos de produção,
mas sobretudo na conservação de recursos naturais. Os impactos negativos à mecânica de
solos, causado pelo tráfego de máquinas agrícolas, que além de compactar o solo causam
grandes perdas das plantações devido aos danos causados nas plantas. A aplicação de
insumos em lavouras, onde não se tem controle exato da aplicação de herbicidas e adubos,
sendo assim as novas tecnologias ainda são inviáveis para um médio produtor.

Diante disso, se torna cada vez mais essencial a utilização de drones agrícolas que
ganham espaço dentro da agricultura de precisão. Logo sua aplicabilidade e suas
funcionalidade devem ser entendidas e estudadas principalmente em áreas de aplicação
de herbicidas onde temos os melhores aproveitamentos dessa tecnologia

Com isso, o uso de VANTs têm ganhado cada vez mais espaço dentro dessa nova
era da agricultura. Entender como cada um funciona e sua aplicabilidade é de suma

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86
importância e também entender, os meios viáveis, as competências técnicas de cada
aparelho e sobretudo otimização no ramo da aplicação de herbicidas .

No geoprocessamento é importante ressaltar a análise de território para o


entendimento de áreas com diferentes relevos e carências, também é possível notar níveis
de pH e temperatura fazendo esse trabalho rápido e de maneira eficiente praticamente
sem custos fazendo assim que ocorra delimitação de territórios.

No monitoramento se destaca a facilidade do produtor de visualizar a produção e


entender falhas e necessidades de maneira única e sem custos, trazendo conforto e uma
melhor análise para o produtor deixando ele com uma visão periférica.

Portanto é notório o impacto causado por novas tecnologias sendo imprescindível


o estudo e comparação para entendermos a agricultura 4.0.

2.MATERIAIS E MÉTODOS
O presente estudo consiste em revisão sistemática realizada por meio de análise
documental e bibliográfica ampliada. Sobre a qual também pesa a análise de viabilidade
sobre a evolução e cenários da pulverização com drones. Para tanto utilizou-se
ferramentas de busca de agregadores de periódicos científicos.desde 2015 ao ano
atual.WebSite’s renomados de agricultura de precisão, livros, revistas da área de ciência
e tecnologia agrícolas que visa a utilização de drones em diversas aplicabilidades.A fim
de estabelecer o contraste realizou-se a comparação (técnica e econômica) com métodos
tradicionais de pulverização tratorizada. A pesquisa tem como foco analisar a aplicação
de herbicidas com a utilização de drones.

3. REVISÃO
3.1 Surgimento dos drones

O surgimento dos drones foi para auxiliar nas guerras (PEREIRA, 2017). No
princípio, era um modelo bem diferente do que conhecemos hoje, isso porque os drones
passaram por um longo processo de revolução. Esse pequeno veículo aéreo não tripulado,
hoje ocupa lugar em diversos setores, da agropecuária ao setor da construção, do auxílio
ao policiamento, a entrega de mercadorias, entre muitos outros setores que fazem uso
dessa nova tecnologia. A Era da revolução tecnológica abarca essa onda de inovações que
trazem novidades como o uso do drone em diversas atividades comerciais,inclusive a
agricultura.

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87
Atualmente boa parte da agricultura vem sendo feita com o auxílio dos drones,
atividades como mapear propriedades, acompanhar o desenvolvimento do plantio,
descobrir pragas e pulverizar regiões infectadas com ervas daninhas. Esses serviços que
antes ocupavam muito tempo e demandava grande quantidade de mão de obra foi
substituído por um pequeno equipamento, que além de auxiliar na redução da mão de
obra, exige profissionais capacitados para seu manuseio, ou seja, “aquele peão de
fazenda” precisa aprender a lidar com o auxílio da tecnologia em seu dia a dia
(MULTIDRONES, 2018)

3.2 Agricultura 4.0

Os avanços da tecnologia na agricultura foram responsáveis pelo termo


agricultura 4.0, ou agricultura digital, proveniente da indústria 4.0, que representa novos
processos originados de avanços tecnológicos de ponta. A agricultura 4.0 faz referência
ao uso destas tecnologias na agricultura, buscando estimular processos de valor agregado
no setor agrícola, utilizando sistemas de rastreamento, sensores, câmeras, GPS,
algoritmos inteligentes, modelos matemáticos, entre outros, que poderão trazer
oportunidades nos processos, produtos e negócios (SIMÕES et al., 2017).

Esse novo método de trabalhar a agricultura foi base para os avanços tecnológicos
dos insumos agrícolas, pois nele o objetivo é a eficiência e o baixo custo de maneira
precisa onde o produtor tem o conhecimento de todas as necessidades de sua lavoura
fazendo com que seu produto seja cada vez mais valorizado.

Outro benefício trazido pela a agricultura 4.0 é a sustentabilidade porque com ela
o produtor não precisa fazer aplicações onde não há necessidade fazendo com que ocorra
uma preservação do solo e do ambiente e cada vez mais com os avanços tecnológicos os
impactos causados pela agricultura no meio ambiente tendem a diminuir.

3.3 Plantas daninhas e controle químico

As plantas daninhas apresentam a capacidade de se adaptar a lugares diversos, sob


os mais variados tipos de limitações de crescimento e desenvolvimento. Em razão desta
característica, estas plantas obtêm mais facilmente os recursos naturais necessários (água,
luz e nutrientes), tornando-as grandes competidoras em meio às culturas. Por causa do
seu caráter competitivo, as plantas daninhas garantem sua perpetuação por meio de
dormência e germinação desuniforme das sementes. Estas habilidades conferem um

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difícil controle das espécies invasoras pelo fato de não germinarem todas ao mesmo
tempo, mesmo em condições ideais de temperatura, umidade e luz.

O grau de interferência imposto pelas plantas daninhas às culturas é determinado


pelas espécies que ocorrem na área, pela distribuição espacial da comunidade infestante,
pelo

Para a realização apropriada do Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD), é


importante e necessário que seja feita uma identificação correta das espécies presentes,
bem como sua frequência na área, pois cada espécie apresenta seu potencial para se
estabelecer e sua agressividade, o que pode interferir de forma caracterizada na cultura.

A utilização dos herbicidas para o controle químico das plantas daninhas tem sido
uma ferramenta frequente dos agricultores, em razão da praticidade, economia e
eficiência, quando comparada a outros métodos. Contudo, o uso indiscriminado de
herbicidas provocou a evolução de muitos casos de resistência a tais compostos por
diversas espécies de plantas daninhas. Este processo compromete a obtenção de elevados
rendimentos dos cultivos agrícolas, ocasionando aumento nos custos de produção e
inviabilizando a utilização de determinados herbicidas.

Fonte:(https://www.embrapa.br/tema-plantas-daninhas/sobre-o-tema)

3.4 Tipos e modelos de drones para a aplicação de herbicidas

Para compararmos a pulverização por vants e por meio tratorizado devemos levar
em consideração todos os fatores sendo eles: custos, modelos e disponibilidade.

Para isso trouxemos os principais tipos de drones e preços de mercado como está
na tabela abaixo.

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89
Figura 1: São cinco modelos de drones, trazendo o comparativo de rendimento,
capacidade do reservatório, velocidade, dentre outros.

Fonte: Elaboração própria

Diante disso é possível entender a aplicabilidade de cada tipo de drone sendo


diferenciados pelas suas características físicas, outro ponto de destaque é o rendimento
que ainda é baixo perto de uma máquina agrícola de grande porte.

Mas como podemos ver no modelo protótipo ElevaSpray 150 que possui um alto
rendimento, ou seja, essas novas tecnologias tendem a evoluir suas características cada
vez mais.

3.5 Vantagens e desvantagens do uso de drones na aplicação de herbicidas

A utilização dos drones parece apresentar vantagens, como: operações de


pulverização em áreas de difícil acesso, em áreas muito íngremes ou com obstáculos que
impossibilitem o trânsito de máquinas e implementos. Portanto aplicações de herbicidas
com Drones em cenários mais desfavoráveis de topografia pode ser a única alternativa.,

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90
Então, em alguns casos, é a única alternativa ao cultivo de áreas com essas características
O drone também permite fazer aplicações em taxa variável ou localizado somente na área
de interesse, consequentemente há uma economia de produto (LUCHETTI, 2019).Porém
a utilização dessa tecnologia também possui suas desvantagens e por isso ainda não tomou
todo espaço dentro do cenário agrícola. Quando se deseja realizar qualquer aplicação de
um produto fitossanitário, devemos sempre consultar a bula do mesmo, para se averiguar
se o produto é recomendado para aquela modalidade de aplicação, dessa forma, os
produtos ainda não tem recomendações para aplicação com drone. E o drone pelo seu
porte e dimensão possui um baixo rendimento operacional entre 3 a 4 hectares por hora e
também há uma necessidade de mão de obra especializada para se pilotar o mesmo
(LUCHETTI, 2019)

3.6 Tecnologia de Aplicação

Os herbicidas são substâncias químicas ou agentes biológicos,micro ou macro,


organismos vivos,que matam ou suprimem o crescimento de espécies específicas de
plantas. A função dos herbicidas nas lavouras é como um método de controle para plantas
daninhas. Estas espécies competem com as culturas por água, luz e nutrientes o que,
consequentemente, prejudica o desenvolvimento dos vegetais(TSUKADA, 2022).

sendo assim a aplicação de herbicidas é imprescindível para a agricultura porém


há um problema que é o alto custo dos produtos e o alto custo da aplicação por máquinas
agrícolas, sendo assim os drones pulverizadores surgiram com esse papel de solucionar o
alto custo dessa aplicação e para confirmar essa hipótese é necessário compreender dados
de uma máquina agrícola tradicional e de um drone com pulverizador acoplado.

Diante disso trouxemos gráficos de experimentos já feitos para termos um melhor


entendimento da comparação

No gráfico 1 foi comparado a disparidade de gotas na aplicação de herbicidas. No


gráfico 2 foi comparado o tempo de trabalho entre os meios estudado sendo feito por
média de eficiência por hectare. No gráfico 3 foi feita a comparação de custos entre eles
visando custo de compra e manutenção. No gráfico 4 foi relacionado o valor de
terceirização de cada meio como custo de mão de obra e de acoplamentos das máquinas.
No gráfico 5 visa comparar todos os gráficos para obter resultados finais da comparação
e obter uma resposta da avaliação

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91
Gráfico 1.

Fonte: JOBIM,2017.

Gráfico 2.

Fonte: JOBIM,2017.

Gráfico 3

Fonte: JOBIM,2017.

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92
Gráfico 4.

Fonte: JOBIM,2017.

Gráfico 5.

Fonte: JOBIM,2017.

O experimento realizado teve como o VANT o avião agrícola comparado com o


tratorizado e o autopropelido, diante dos resultados obtidos é possível ver que ainda não
tem um método em destaque aos outros,pois é apresentado vantagens para cada um em
cada tipo de funcionalidade, sendo assim o produtor deverá analisar qual a sua
necessidade, podendo ser ela o custo ou a precisão.(JOBIM,2017)

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93
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso de drones na aplicação de herbicidas é extremamente necessário à redução
nos custos de produção.áreas de atuação, porém o grande obstáculo ainda está no alto
custo e rendimento médio quando comparado a um autopropelido ou uma aplicação
tratorizada.portanto é necessário estudar os meios tecnológicos para aumentar o
rendimento de Ha/hr e a viabilidade para o produtor e somente assim a aplicação de
herbicidas com drones vai se tornar totalmente vantajosa comparadas com os outros
métodos. Ainda há a necessidade de novos estudos específicos comparando produtividade
de cada tipo de drone para cada tipo de cultura para entendermos sua precisão e ganhos
de produtividade.

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insumos. RPAnews. Disponível em: https://revistarpanews.com.br/aplicacao-localizada-
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08/08/2022

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https://www.multidrones.com.br/2018/08/01/entenda-a-influencia-dos-drones-sobre-o-
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Acesso em: 01/10/2022.

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CAPÍTULO 9
IMPACTOS DA FERRUGEM ASIÁTICA NA SOJA NO BRASIL

DOI 10.47402/ed.ep.c202319859907 Emanuela Guimarães Batista


Emily Araujo de Souza
Gisele da Silva Santana
Héllia Cristinne da Mota Reis Martins
Helyssama Lustosa Santana
Clauber Rosanova
Alysson Soares da Rocha
Otavio Cabral Neto
RESUMO
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, exercendo um papel fundamental
para economia do país, com uma produção de 114,843 milhões de toneladas. Para
alcançar altos resultados como esse, é necessário que os produtores fiquem atentos para
novas pragas durante a safra. A partir de 2001, foram detectados casos de mais uma
enfermidade na produção brasileira. A ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo
Phakopsora pachyrhizi, pode ser considerada uma das doenças mais graves da cultura,
podendo causar perdas de produtividade de até 90%, provocando um prejuízo de 9 em
cada 10 toneladas de soja no Brasil. Em 2021, esses danos foram estimados em R$113
bilhões para os agricultores, impactando também no preço de uma série de outros
produtos, como derivados de soja e carnes. Sendo assim, foram realizados estudos
utilizando estratégias de controles para minimizar os impactos gerados pelo fungo,
baseando principalmente no controle químico, genes de resistência e fungicidas. Para
bons resultados, o manejo da ferrugem asiática somente é alcançado mediante a
integração das diversas práticas apresentadas. Essas podem ser ajustadas conforme a
lavoura do produtor, disponibilidade dos seus recursos e a legislação vigente em cada
estado. Assim, evita-se perdas de produtividade e de renda. Este artigo de revisão,
baseado em estudos e pesquisas já realizados, tem como objetivo apresentar desde a
origem do fungo no Brasil, até as medidas de controle atualmente usadas, destacando os
primeiros sintomas, a causa, o modo de disseminação e quais as condições mais
favoráveis à enfermidade.
Palavras-chave: controle químico, fungo, genes de resistência, Phakopsora pachyrhizi,
safra.

ABSTRACT
Brazil is the world's second largest producer of soybeans, playing a key role in the
country's economy, with a production of 114.843 million tons. To achieve such high
results, it is necessary for producers to be on the lookout for new pests during the harvest.
Since 2001, cases of another disease have been detected in Brazilian production. The
Asian soybean rust, caused by the fungus Phakopsora pachyrhizi, can be considered one
of the most serious diseases of the crop, and can cause productivity losses of up to 90%,
causing a loss of 9 out of every 10 tons of soybeans in Brazil. In 2021, these damages
were estimated at R$113 billion for farmers, also impacting the price of a number of other
products, such as soy derivatives and meat. Therefore, studies have been conducted using
control strategies to minimize the impacts generated by the fungus, based mainly on

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chemical control, resistance genes and fungicides. For good results, the management of
the Asian rust is only achieved through the integration of the various practices presented.
These can be adjusted according to the producer's crops, the availability of resources, and
the current legislation in each state. Thus, losses in productivity and income are avoided.
This review article, based on studies and research already done, aims to present since the
origin of the fungus in Brazil, until the control measures currently used, highlighting the
first symptoms, the cause, the mode of dissemination and what are the most favorable
conditions for the disease.
Keywords: chemical control, fungus, resistance genes, Phakopsora pachyrhizi, crop.

1. INTRODUÇÃO
Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, vindo logo
depois dos Estados Unidos. A produção total é de 114,8 milhões de toneladas, sendo a
produção agrícola mais importante do país, exercendo um papel fundamental para a
economia. Da mesma forma, o Tocantins está sendo visto como o “novo polo agrícola do
Brasil”, pois possui terras férteis de valor competitivo no mercado e de topografia plana.
Enquanto boa parte do estado e do país estão confiantes em relação à produção, com as
lavouras apresentando bons resultados, outras sofrem com impactos da ferrugem asiática
na soja. Causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, provoca desfolha precoce, o que
impede a completa formação dos grãos e consequentemente redução da produtividade. O
fungo foi notificado no Brasil pela primeira vez em 2001 e no Estado do Tocantins na
safra 2020/21.

Phakopsora pachyrhizi é um fungo biotrófico obrigatório e a sua sobrevivência e


multiplicação ocorre somente em tecidos vivos da planta. O fungo produz dois tipos de
esporos: uredósporos (esporos assexuados) e teliósporos (esporos sexuados). Os
teliósporos não infectam as plantas, mas correspondem a um estágio importante do ciclo
de vida do patógeno, associado à sobrevivência (HAUDENSHIELD & HARTMAN,
2015). Esse fungo pode causar uma das doenças considerada a mais severa da cultura,
podendo causar perdas de até 90% de produtividade se não controlada. Para que os danos
sejam minimizados, recomenda-se medidas de controle cultural, como a ausência do
cultivo da soja no período de entressafra (vazio sanitário), o controle genético com uso
de cultivares com genes de resistência e o controle químico com aplicação de fungicidas,
preventivamente ou no aparecimento dos sintomas.

Diante deste contexto, este artigo tem como finalidade revisar pesquisas, a fim de
detalhar as possíveis soluções para a ferrugem asiática.

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2. MATERIAIS E MÉTODOS
Para atingir os objetivos propostos foi realizado um estudo qualitativo com
elaboração de um artigo de revisão. Para a realização do mesmo foi realizado um
levantamento dos artigos publicados em periódicos científicos, sites renomados, livros e
revistas da área de Ciência Agrárias, sobre os impactos da ferrugem asiática na soja no
Brasil. Como estratégia de busca foram utilizadas as palavras chaves (controle químico,
fungo, genes de resistência, Phakopsora pachyrhizi, safra) como norteadoras e a busca
foi realizada on-line. Após o levantamento, foram encontrados 44 documentos
relacionados, que posteriormente adotou-se o critério de selecionar aqueles com
informações mais detalhadas e atualizadas sobre o assunto, restando 21 que foram usados
(1994 - 2022) neste artigo de revisão.

3. REVISÃO
3.1 O histórico da ferrugem asiática no Brasil e no Tocantins

A ferrugem-asiática é uma doença que traz grandes preocupações aos produtores


de soja, podendo alcançar perdas totais na ausência de controle. Ela é causada pelo fungo
Phakopsora pachyrhizi, nativo do Oriente, presente na maioria dos países que cultivam a
soja na Ásia e Austrália. Foi detectada pela primeira vez fora desses países no Hawaii,
em 5 de maio de 1994 (BONDE & PETERSON, 1996; KILLGORE, 1996). A primeira
constatação da ferrugem asiática no Continente Americano foi feita no Paraguai, em 5 de
março de 2001 (MOREI PAIVA, 2001) e no Oeste e Norte do Paraná (Londrina), de 26
a 28 de maio de 2001 (YORINORI, 2002), em soja guaxa e lavouras “safrinha”. Após a
primeira constatação no Paraguai e no estado do Paraná, a ferrugem asiática espalhou-se
rapidamente por todo o Brasil, Paraguai, Bolívia e partes da Argentina. O fungo é
disseminado pelo vento sendo, portanto, difícil evitar sua dispersão. Atualmente, ela
ocorre em praticamente todas as regiões produtoras de soja do nosso país.

A ferrugem asiática da soja foi notificada no estado do Tocantins na safra 2020/21.


Segundo o responsável técnico do programa estadual de Controle da Ferrugem Asiática,
Cleovan Barbosa, essas ocorrências aconteceram na região das várzeas tropicais, que
possuem autorização para cultivar sua safra fora do período de vazio sanitário do estado.
Barbosa explica que essa região possui condições climáticas menos favoráveis ao
aparecimento dos fungos, mas não está imune a eles.

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99
3.2 Sintomas

Os sintomas iniciais são minúsculos pontos escuros (1 a 2mm de diâmetro) nas


folhas do baixeiro, mas posteriormente podem progredir para os demais órgãos da planta.
Devido à limitação proveniente das nervuras das folhas, as áreas atacadas pela doença são
de forma poligonal com clorose foliar. As lesões podem atingir de 2 a 5mm de diâmetro.
Após a formação das lesões, elas produzem urédias (“verrugas” de cor castanho-clara a
castanho-escura), local responsável pela produção e liberação dos uredosporos. Nesse
ponto da epidemia já é possível visualizar os sintomas em ambas as faces da folha. Todo
o processo produtivo é afetado pela doença devido à intensa desfolha precoce (Figura 1)
que compromete o enchimento e a formação das vagens e dos grãos (CAGLIARI, 2019).
A planta pode ser afetada em qualquer órgão acima do solo, principalmente as folhas em
qualquer estádio fenológico, sendo mais comum próximo ao florescimento (Figura 2).
Por apresentar lesões e urédias em ambas as faces da folha, a ferrugem reduz a capacidade
fotossintética da planta e, com isso, diminui significativamente a habilidade de produzir
energia para seu desenvolvimento.

Figura 1 – Desfolha precoce e interrupção no enchimento de grãos de soja.

Fonte: MADALOSSO, M.G. 2017.

Segundo Nunes (2022), os primeiros sintomas da ferrugem são caracterizados por


minúsculos pontos (1 a 2 mm de diâmetro), mais escuros do que o tecido sadio da folha,
com coloração esverdeada a cinza esverdeada (Figura 2).

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100
Figura 2 - Sintomas iniciais de ferrugem asiática na face abaxial da folha de soja.

Fonte: MADALOSSO, M.G. 2017.

Essas lesões, provenientes da fase inicial da infecção, correspondem a formação


de protuberância, chamadas urédias (estruturas de reprodução do fungo), que se
apresentam como pequenas saliências na lesão (Figura 3).

Figura 3 - Pústulas de Phakopsora pachyrhizi na face inferior da folha de soja.

Fonte: Madalosso, M.G. 2017.

As lesões da ferrugem tendem para o formato angular e podem atingir 2 a 5 mm


de diâmetro, podendo aparecer nos pecíolos, vagens e caules. Progressivamente, as
urédias, adquirem cor castanho clara a castanho escura, abrem-se em minúsculo poro, por
onde é liberado os uredósporos (Figura 4).

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101
Figura 4 - Sintomas da ferrugem asiática da soja causada por Phakopsora pachyrhizi na
face inferior da folha.

Fonte: C. V. Godoy

A observação das urédias é a principal característica que permite a distinção entre


a ferrugem da soja e outras doenças com outros sintomas semelhantes, tais como as lesões
iniciais de mancha parda (Septoria glycines) que forma um halo amarelo ao redor da lesão
necrótica, que é angular e castanho avermelhada.

Os uredósporos, inicialmente de coloração hialina (cristalina), tornam-se bege e


acumulam-se ao redor dos poros ou são carregados pelo vento. A medida que prossegue
a esporulação, o tecido da folha ao redor das primeiras urédias, adquirem coloração
castanho clara (lesão do tipo “TAN”) a castanho-avermelhada (lesão do tipo “reddish-
brown”- RB), formando as lesões que são facilmente visíveis em ambas as faces da folha.
As urédias que deixaram de esporular apresentam as pústulas,nitidamente, com os poros
abertos, o que permite distinguir da pústula bacteriana, que frequentemente tem sido
confundida com a ferrugem.

3.3 Método de disseminação

A disseminação da ferrugem ocorre unicamente através da dispersão dos


uredósporos pelo vento. O alastramento da doença dentro da lavoura pode chegar a 3,0
metros por dia, sendo capaz de se deslocar até 96 km por semana. O ciclo da doença
começa quando esse esporo, estrutura de reprodução do fungo, penetra pelas folhas da
planta. Após essa etapa, o fungo completa seu ciclo de vida em 6 a 9 dias, em condições
favoráveis (NUNES, 2022).

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102
Figura 5 - Ciclo da ferrugem asiática da soja

Fonte: REIS; CARMONA, 2005, citado por REIS et al., 2006.

Ademais, segundo o Portal ADAMA, os esporos da ferrugem asiática se


disseminam pelo ar, especialmente, quando venta nas lavouras. Isso facilita a rápida
disseminação da doença. Além de atingir as plantas da soja, as tigueras, também são
hospedeiras do patógeno, servindo de inóculo para novos plantios de soja. Para que o
fungo infecte a planta é preciso que haja disponibilidade de água livre na folha. Ou seja,
a folha tenha água por no mínimo 6 horas e também expostas a certas temperaturas. As
chuvas favorecem o desenvolvimento do patógeno, justamente por manter as folhas
úmidas, por isso, é importante estar atento à lavoura.

A dispersão e transporte do fungo também podem ocorrer através de implementos


agrícolas contaminados com restos vegetais da cultura e, principalmente, através do
vento. Não há relatos de transmissão por mudas, raízes e inflorescências. A possibilidade
de transmissão via semente é muito baixa, uma vez que o fungo necessita de um
hospedeiro vivo para se desenvolver (BRADLEY, 2008).

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103
3.4 Condições favoráveis para à doença

Para que a ferrugem asiática infecte a planta é preciso que haja disponibilidade de
água livre na folha, ou seja, se a folha estiver em contato por no mínimo seis horas e
exposta a temperaturas que variam de 15°C a mais de 30°C. As chuvas favorecem o
desenvolvimento do patógeno, justamente por manter as folhas úmidas, por isso, é
importante estar atento à lavoura (REIS et al., 2022).

Períodos prolongados com temperaturas acima de 28°C reduzem o


desenvolvimento da ferrugem. Os esporos germinam em uma hora à temperatura
ambiente de 25°C - 27° C, porém, a penetração no tecido da folha pode ocorrer à
temperatura variando de 8°C a 28°C. Sob essas condições favoráveis, as primeiras lesões
podem ser visíveis 4-5 dias após a inoculação e as primeiras frutificações (urédias) e
esporulação aparecem aos 6-7 dias após a inoculação (REIS et al., 2022).

Em experimentos conduzidos em laboratório, os efeitos de temperaturas e de


tempos de exposição na germinação de uredosporos e no crescimento de tubo germinativo
de Phakopsora pachyrhizi foram quantificados. O trabalho foi conduzido em câmaras de
crescimento do tipo Biological Oxigen Demand (BOD) e avaliados os efeitos das
temperaturas (fator ‘a’), combinadas com (fator ‘b’) tempos exposição no delineamento
experimental de blocos ao acaso com quatro repetições. Após cada tempo de exposição,
foi determinada a germinação e o comprimento dos tubos germinativos. Os experimentos
foram repetidos duas vezes e os dados submetidos à análise de regressão. Com as
equações gerados foram calculados os limiares térmicos inferior de 6,5ºC, superior 34,2ºC
e a temperatura ótima 22,3ºC para a germinação de esporos e 5,8°C, 34,2°C e ótima de
22,2°C para o crescimento dos tubos germinativos. Os limiares térmicos para a
germinação de esporos são utilizados no cálculo da constante térmica K para prever a
ocorrência da ferrugem numa área cultivada com soja pelo calor acumulado (REIS et al.,
2022).

Segundo a Engenheira Agrônoma Gressa Chinelato, a temperatura deve estar na


faixa de 15°C a 25°C, além disso, a água nas folhas pode ficar disponível gratuitamente
por pelo menos 6 horas. A chuva também beneficia a doença, mantendo as folhas úmidas.
Para temperaturas amenas (10°C ou menos) e mais altas (acima de 27°C), são necessárias
8 horas de molhamento das folhas. Embora os sintomas ocorram em todos os estágios de
desenvolvimento, a maior incidência e gravidade são observadas após o fechamento das
linhas. Isso se deve ao microclima favorável de umidade e temperatura que protege os

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104
esporos da radiação solar. No entanto, quando plantas hospedeiras substitutas sobrevivem
na área de cultivo, o inóculo presente na área pode fazer com que a doença apareça nos
estágios iniciais. Portanto, o dano é causado principalmente pela queda das folhas.

Outros autores dissertam que os esporos de P. pachyrhizi são capazes de germinar


em temperaturas variando de 8 a 36°C, com uma faixa ótima entre 19 e 24°C. O fungo é
capaz de infectar a planta com temperaturas entre 15 e 28°C, desde que a superfície foliar
permaneça úmida/molhada durante um período mínimo de 6 horas (SALVADORI &
BACALTCHUK , 2016). Epidemias surgem constantemente, uma vez que o fungo possui
uma gama de hospedeiros alternativos e sucessivos (BIGOLIN, 2019).

3.5 Efeitos

De acordo com Jander da Silva Neves, em sua dissertação de mestrado, a infecção


por P. pachyrhizi causa rápido amarelecimento, bronzeamento ou crestamento e queda
prematura das folhas, impedindo a plena formação dos grãos. Quanto mais cedo ocorrer
a desfolha, menor será o tamanho dos grãos e, consequentemente, maior a perda do
rendimento e da qualidade (grãos verdes). Em casos severos, quando a doença causa
desfolha nas fases vegetativa, floração, de formação ou início de enchimento das vagens,
pode causar aborto das flores e queda total das vagens.

Custou mais de 150 bilhões de reais em perdas de plantio de soja desde que foi
descoberto há 21 anos no estado do Paraná. A queda na produção de soja tem impacto
direto na vida de todos os brasileiros. Por exemplo, o óleo usado para fritar os alimentos
será mais caro. O mesmo acontece com o preço do biodiesel, já que a soja responde por
mais de 80% da produção brasileira desse combustível. Essa reação afeta as carnes
(bovina, de frango e suína), pois aves, suínos e bovinos são os maiores consumidores de
farelo de soja. A catástrofe causada pela ferrugem asiática também afetará a balança
comercial do Brasil. Portanto, essa enfermidade é uma das maiores preocupações dos
sojicultores brasileiros, exigindo mais de 80% dos recursos fungicidas para proteger o
plantio. (IGLESIAS, 2020).

3. 6 Estratégias de controle

Para o manejo da ferrugem-asiática é preciso integrar medidas culturais, de


resistência genética e uso de fungicidas quando ela incide (GODOY et al., 2020). Esse
contexto levou o Brasil a implementar diversas medidas para minimizar o problema, por

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105
exemplo, limitar o cultivo de soja na entressafra, pois áreas semeadas no inverno (grande
parte irrigada) principalmente na região Centro-Oeste serviam de ponte verde para o
fungo, tornando comum a incidência precoce da doença ainda na fase vegetativa, em
lavouras semeadas próximas das áreas semeadas na entressafra. Alguns estados que
tinham essa condição de semeadura no inverno instituíram o vazio sanitário, um período
mínimo de 60 dias sem presença de soja no campo na entressafra, baseado na
sobrevivência de esporos por 55 dias em folhas de soja infectadas e armazenadas à
sombra. O objetivo é reduzir o inóculo do fungo, eliminando-se o principal hospedeiro.

O resultado esperado com o vazio sanitário é o atraso nas primeiras ocorrências


de ferrugem-asiática na safra, diminuindo a possibilidade de ocorrência da doença nos
estádios iniciais do desenvolvimento da soja nas primeiras semeaduras e,
consequentemente, podendo reduzir o número de aplicações de fungicidas necessárias
para o controle.

Figura 6 - Períodos de vazio sanitário em estados brasileiros e no Paraguai, estabelecidos


por normativas em seus respectivos órgãos de defesa fitossanitária.

Fonte: EMBRAPA SOJA, 2020.

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Outra medida importante que pode ser tomada é a resistência genética. As
cultivares com gene(s) de resistência à ferrugem-asiática são menos suscetíveis a perdas
de produtividade e auxiliam na redução da pressão de seleção para resistência do fungo
aos fungicidas. Cultivares suscetíveis apresentam lesões TAN, termo inglês que significa
marrom-claro e produz uredosporos em grande quantidade, aumentando rapidamente o
número de lesões nas folhas, provocando amarelecimento e desfolha prematura. Já as
cultivares resistentes apresentam lesões RB (Reddish brown), de coloração marrom-
avermelhada e maiores que as lesões TAN, produzindo pouco ou nenhum uredosporos
conforme gene e, pelo desenvolvimento limitado, não ocasiona amarelecimento e queda
de folhas de modo tão intenso como as lesões TAN (GODOY et al., 2020).

Figura 7 - Lesão RB (marrom-avermelhado) característica em cultivar de soja com


gene(s) de resistência à ferrugem-asiática.

Fonte: SOARES, M. S. 2021.

O controle químico é outra estratégia valiosa. Nela as aplicações de fungicidas são


recomendadas preventivamente ou no início do aparecimento dos sintomas. Quando for
preventivo, deve-se considerar os fatores essenciais para surgimento da ferrugem-
asiática, como presença do fungo na região, idade da planta e condições climáticas
favoráveis, bem como tamanho da propriedade, equipamentos disponíveis, custos do
controle e existência de outras doenças. Os fungicidas sítio-específicos atuam contra um
único ponto da via metabólica de um patógeno ou contra uma única enzima ou proteína.
Já os fungicidas multissítios agem em diferentes pontos metabólicos do fungo, têm baixo

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107
risco de resistência e formam uma camada que protege a superfície da folha. Entretanto,
eles não são absorvidos e podem ser lavados com maior facilidade pelas chuvas (GODOY
et al., 2020).

O monitoramento da ferrugem asiática, aliado às demais medidas de manejo, é


uma prática que vem sendo utilizada com sucesso com o objetivo de prever a ocorrência
da epidemia e auxiliar o produtor na tomada de decisão para o controle doença,
diminuindo os custos e o impacto ambiental decorrente da aplicação de fungicidas
(GIARDINO et al., 22 2010; ASSIS et al., 2015; SEIXAS et al., 2018). O monitoramento
envolve diferentes técnicas que podem estar baseadas na presença do patógeno, nas
características do hospedeiro e seus diferentes estádios fenológicos, bem como, nas
condições ambientais (MOREIRA et al., 2015; SEIXAS et al., 2020; BERUSKI et al.,
2020).

A eficácia da aplicação e do produto aplicado depende do momento em que a


ferrugem asiática é detectada pela primeira vez e da intensidade de seu desenvolvimento.
Quanto mais tardia a entrada do patógeno na área, mais eficaz é o controle (Richetti &
Roese, 2011), quando o início da doença ocorre a partir do estádio R5, não há redução no
rendimento e massa de mil grãos.

Segundo Chinelato (2021), há algumas novidades para o controle da ferrugem


asiática que podem ser de grande importância para minimizar os prejuízos. Uma dessas
estratégias é o uso do peróxido de hidrogênio (H2O2), estudos vêm demonstrando efeito
positivo na adição desse produto em misturas comerciais de fungicidas. O produto causa
redução da severidade da doença entre 33% e 44% quando comparado à aplicação dos
produtos sem adição. Outra novidade relaciona-se a taxa de aplicação, pesquisas
demonstraram que a taxa de aplicação de 160 L ha -1 possibilitou maior cobertura e
deposição da pulverização. A taxa de 80 L ha-1 prejudicou a deposição e cobertura da
pulverização, principalmente no terço médio e inferior das plantas de soja (locais de início
da doença).

Outra novidade que está sendo desenvolvida para ajudar no monitoramento da


dispersão da ferrugem asiática da soja no Brasil é o aplicativo Web Mobile, uma
tecnologia que foi base para o desenvolvimento do aplicativo foi o Java Server Faces
(JSF), uma especificação publicada em 2004, mas que evoluiu muito nos últimos anos e
hoje encontra-se em uma versão madura e estável. O desenvolvimento de um aplicativo
multiplataforma fez-se necessário, visando uma solução de baixo custo para ampliar a

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108
disponibilidade das principais funcionalidades para o monitoramento da doença,
permitindo visualizar a disseminação da doença a cada safra, por meio de consultas,
gráficos e mapas que permitem visualizar em quais pontos se tem maior e menor número
de ocorrências, assim como, sobre como a doença está se dispersando. Com um aplicativo
multiplataforma, usuários de diferentes tipos de dispositivos poderão executar o
aplicativo em smartphones e tablets, independente das características do dispositivo e do
sistema operacional que estiver utilizando, bastando que o mesmo possua acesso à
Internet.

4. CONCLUSÃO
A partir das análises dos resultados encontrados nesta pesquisa, pode-se concluir
que a ferrugem asiática tem grande impacto na cultura da soja a nível de Brasil e também,
no estado do Tocantins, gerando grandes efeitos negativos na produção e
consequentemente, no lucro do produtor. Recomenda-se que os produtores fiquem atentos
com a safra, principalmente durante os períodos de chuva, pois a ferrugem asiática infecta
a planta quando há disponibilidade de água livre na folha, o que favorece o
desenvolvimento do patógeno, ainda que a região possua condições climáticas menos
favoráveis para o aparecimento do fungo, não está totalmente imune. Apesar de todos os
estudos desenvolvidos, ainda não encontrou-se uma estratégia de controle totalmente
eficaz, apenas controles parciais, como o sistema integrando medidas culturais,
resistência genética e uso de fungicidas. Destacando também novos estudos para
minimizar esses impactos, como o uso do peróxido de hidrogênio (H2O2). Essas práticas
não eliminam a ferrugem, mas podem reduzir o seu impacto e contribuir para a efetividade
das outras medidas de controle.

5. REFERÊNCIAS
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sua produção. 2022. Disponível em: https://portaladama.com/ferrugem-
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Acesso em: 23 ago. 2022.

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111
CAPÍTULO 10
EFEITOS E IMPORTÂNCIA DOS MICRONUTRIENTES NO POTENCIAL
PRODUTIVO DAS CULTURAS DE SOJA E MILHO

DOI 10.47402/ed.ep.c2023198610907 Marcos Cabral Massariol Filho


João Victor Silva dos Santos
Emanuele Monteiro Rodrigues
Alysson Soares da Rocha
Clauber Rosanova
Antônio Carlos Silveira Gonçalves
Otavio Cabral Neto
RESUMO
O correto balanço nutricional é base primordial do desenvolvimento vegetal. Com base
nisso, ter ciência dos efeitos obtidos na disponibilização dos elementos necessários às
culturas protagonistas no Brasil, a soja e o milho, traz à tona a real importância dos
micronutrientes na agricultura e seus impactos diretos na produtividade final, além disso,
é possível verificar através de análises sistematizadas se a aplicação complementar ou
suplementar desses elementos superou o custo de sua aplicação e aquisição, fatores que a
princípio, afetam diretamente o ganho real final ao produtor, viabilizando ou não a
prática. Por meio de uma revisão bibliográfica acurada é plausível obter um panorama
relativo dos efeitos alcançados com a suplementação por diversas vias de aplicação, desde
o tratamento de sementes até mesmo via foliar, nos diferentes estágios vegetativos, não
limitando-se apenas a um determinado elemento, mas a todos disponíveis no mercado dos
quais há estudos relacionados e destacando os efeitos encontrados, sejam benéficos,
prejudiciais ou sem alteração estatística.
Palavras-chave: Nutrição vegetal, produtividade, fertilidade, Glycine max, Zea mays.

Abstract
The correct nutritional balance is the primordial basis of plant development. Based on
this, being aware of the effects obtained in the availability of the necessary elements for
the main crops in Brazil, soybeans and corn, brings to light the real importance of
micronutrients in agriculture and their direct impacts on final productivity, in addition, it
is possible to verify through systematic analyzes if the complementary or supplementary
application of these elements exceeded the cost of its application and acquisition, factors
that, in principle, directly affect the final real gain to the producer, making the practice
viable or not. Through an accurate bibliographic review, it is plausible to obtain a relative
overview of the effects achieved with supplementation by different application routes,
from seed treatment to even foliar application, in the different vegetative stages, not
limited to just one particular element, but to all available on the market which have related
studies and highlighting the effects found, whether beneficial, harmful or without
statistical change.
Keywords: Plant nutrition, productivity, fertility, Glycine max, Zea mays.

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112
1. INTRODUÇÃO
A importância da soja no cenário do agronegócio brasileiro é notável, seja do
ponto de vista econômico das exportações ou até como uma alternativa alimentar muito
requisitada, com mais de 40% de proteína e 34% de carboidratos essenciais (EMBRAPA,
2010), sendo o Brasil, o maior produtor mundial do grão. Nessa perspectiva, a produção
de grãos no Brasil vem avançando gradativamente à medida que novas tecnologias
chegam ao produtor, contribuindo para uma produção final na safra 2021/2022 de 113,2
milhões de toneladas de milho, um aumento de 30% em relação ao ciclo anterior.
(CONAB, 2022).

Uma adubação ineficiente gera transtornos ao produtor à medida que limita o


potencial produtivo da planta, prejudicando os estágios iniciais de desenvolvimento e a
fase de enchimento de grãos, como consequência, há uma diminuição na produtividade
final. Problemas estes que poderiam, em parte, serem evitados com uma maior atenção
aos níveis relativos de micronutrientes disponibilizados para a planta, dos mais diversos
modos e em diferentes momentos do crescimento vegetativo. (EMBRAPA, 2006).

Através de uma análise de artigos relacionados é possível identificar e categorizar


os efeitos da disponibilização de micronutrientes seja na aplicação foliar, de cobertura ou
no tratamento de sementes, seus impactos no total produzido, e assim conjecturar acerca
da importância de uma aplicação eficiente nas culturas de Soja e Milho.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho objetivou realizar um levantamento dos artigos publicados em


periódicos científicos, sites renomados, livros e revistas da área de Ciências Agrárias,
sobre os efeitos da aplicação de micronutrientes no potencial produtivo das culturas de
Soja e Milho. Como estratégia de busca foram utilizadas as palavras chaves (Nutrição
vegetal, produtividade, fertilidade, Glycine max, Zea mays) como norteadoras e a busca
foi realizada virtualmente. Após o levantamento, foram encontrados 17 documentos
relacionados, que posteriormente adotou-se o critério de selecionar os documentos mais
atuais (2017-2022), restando 11 que foram usados neste artigo de revisão, sendo apenas
6 anteriores a 2017.

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113
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. A importância da Soja

A soja (Glycine max L.), que há muito foi domesticada e introduzida na cadeia
produtiva mundial, tornou-se muito viável em território brasileiro, devido baixa exigência
e alta resistência (GONÇALVES e YADA, 2019), a leguminosa apresenta-se como
recurso protéico importantíssimo na alimentação animal (GOUVEIA et.al, 2020),
passando também a compor parte relevante da nutrição humana, visto que sua grande
disponibilidade no mercado.

No âmbito comercial, a soja representa grande parte das exportações nacionais e


dispõe de uma fatia substancial dos investimentos em tecnologia produtiva durante as
safras (SOUZA, 2019), sendo assim, seu valor comercial intrínseco torna-se um grande
atrativo para a busca de melhoramentos agronômicos no campo comercial e produtivo,
contando com cada vez mais com tecnologias de ponta e comercialização em larga escala
(PEREIRA, 2021).

3.2. A importância do Milho

O milho (Zea mays L.) deixou para trás nas últimas décadas concorrentes como
arroz e trigo, alcançando o patamar de maior cultura agrícola do mundo, sendo a única a
ultrapassar 1 bilhão de toneladas. O uso diversificado dessa cultura é notado como sua
maior importância, estimativas apontam para mais de 3.500 aplicações. Com este cereal
é possível produzir uma infinidade de produtos, como combustíveis, bebidas e polímeros,
além da sua importância na segurança alimentar, na alimentação humana e também na
animal (MIRANDA, 2018).

O ecossistema produtivo do milho engloba uma imensa variedade de derivados


produtivos, visto que seu alto valor nutricional, composição química e sua adaptabilidade
contribuem para que seja considerado um dos cereais de maior importância mundial além
de ser o mais produzido, elevando a cadeia de desenvolvimento tecnológico tanto
agronômico quanto no momento da comercialização do grão (FRANÇA, 2022).

3.4. Lei dos Mínimos

A lei de Liebig ou mais conhecida como “Lei dos mínimos", que trata de explicar
o fator de crescimento vegetal baseando-se em um limite de déficit para determinado
nutriente mesmo que todos os demais estejam disponíveis em suas doses necessárias

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114
(EMBRAPA, 2017). Em detrimento da exigência nutricional da cultura, a Lei argumenta
que, para o completo desenvolvimento vegetativo , deverá haver uma quantidade mínima
de determinado nutriente disponível, ou seja, o crescimento da planta fica limitado por
esse elemento em questão, baseado em sua disponibilidade no solo. (LIMA et al., 2019).

3.3. Micronutrientes

Com os avanços da agricultura moderna, uma atenção voltada para a importância


dos micronutrientes no meio produtivo veio à tona, visto a sua essencialidade intrínseca,
as correções nutricionais realizadas tornam-se parte da agricultura de precisão, dada a
baixa necessidade metabólica necessária e os custos de aplicação, entretanto os efeitos da
negligência da apresentação desses elementos à planta demonstram que o cultivo torna-
se inviável e improdutivo (NETO e MACHADO, 2019). Como elementos principais
apresentam-se: Zn, Fe, Mn, B, Cl, Cu, Mo (MANFRO, 2020).

Benefícios diretos como a influência na captação e na eficiência do uso de


nitrogênio e água pela planta, promovendo tolerância a estresses bióticos e abióticos são
exemplos do que pode ser proporcionado pelo correto manejo dos micronutrientes
(ALVES, 2022). Em processos bioquímicos e fisiológicos durante a germinação e
estabelecimento das plântulas no campo, observa-se uma importante função na
estabilização da membrana (ALVES,2022).

3.4 Vias de aplicação

Devido a dificuldade de serem aplicados em suas formas químicas naturais, os


micronutrientes necessitam de uma aplicação por meio de compostos que possuam em
sua formulação as quantidades viáveis de nutrientes, que em sua grande maioria estão
dispostos em óxidos, sulfitos e silicatos. Aplicação via foliar, fertirrigação, inoculação
nas sementes ou raízes de mudas, além da deposição direta no sulco, são algumas das
formas de aplicação que visam maior eficiência e uniformidade (SANTOS, 2013).
Todavia, o fornecimento via inoculação nas sementes, em comparação aos demais
citados, demanda uma menor quantidade de material, tornando-se a opção mais
economicamente viável e com menor complexidade de execução, colaborando para um
bom custo-benefício aliado ao melhor o desenvolvimento inicial das plântulas
(ALVES,2022).

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115
3.5 Acerca da aplicação de micronutrientes na soja

A questão dos micronutrientes vem sendo mais explorada nas regiões do cerrado,
onde BROCH & FERNANDES (1999) comprovaram ao analisarem 12 estudos com
micronutrientes aplicados via sementes, onde resultou em um aumento de até 7,9 sacas
por ha-1 na sua produtividade.

Em um dos experimentos realizados pelos pesquisadores da Embrapa Gedi Jorge


Sfredo e Maria Cristina Neves de Oliveira, a aplicação de micronutrientes via semente se
tornou bastante eficiente na produtividade e no peso das sementes. O aumento na
produtividade dos três melhores tratamentos foi de 7,2 sacas ha-1 e, em 0,66g no peso de
cem sementes. O aumento na produtividade, de todos os produtos utilizados, foi de 6,3
sacas ha-1 e em 0,53 g no peso de cem sementes. Segundo Gedi Jorge Sfredo (Broch &
Fernandes, 1999), os dois micronutrientes que apresentaram o melhor desempenho foram
os que apresentaram somente Mo e Co na composição das sementes, mostrando que para
esta região onde foi realizado o experimento (Maracaju/MS) cujo o bioma predominante
é o cerrado, o aumento na produtividade da soja é devido ao uso de Mo e ao Co.

Tabela 1. Produtividade da soja (kg.ha-1), cv.CD-201, em resposta ao uso de


micronutrientes via semente. Maracaju/MS. Fundação MS. 1991.

3.6 Acerca da aplicação de micronutrientes no milho

Um estudo que foi aplicado extrato de alga juntamente com zinco apresentou
resultados positivos para indicar os seguintes parâmetros avaliados (comprimento
radicular, altura da parte aérea, massa fresca sistema radicular e massa fresca parte aérea),
quando foram submetidos ao teste tukey ao nível de 5% (FRANÇA, 2022).

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116
Tabela 2. Médias variáveis em comprimento radicular (cm) de milho cultivado com
diferentes doses de zinco e bioestimulante realizado em São Gotardo, 2021.

O zinco e o extrato de algas quando aplicados em conjunto, proporcionam maior


estímulo à produção de hormônios ligados diretamente ao crescimento do sistema
radicular; o zinco, por sua vez, tem função na produção triptofano o qual é precursor do
hormônio auxina responsável pelo resultado encontrado, isso se explica, de acordo
Malavolta (FRANÇA, 2022).

Um estudo realizado em Curitiba-PR 2019, apontou que a produtividade não


significamente afetada pelo tratamento de sementes com micronutrientes em geral, mas
o micronutriente zinco de destaque que teve a maior probabilidade de efeito, independente
da cultura (OHSE et al., 2019). A ausência do zinco é definida como um problema
nutricional mundial para todas as culturas, além do milho, particularmente, para as
poáceas que são exigentes neste micronutriente (OHSE et al., 2019).

O zinco apresenta inúmeras funções na planta, por exemplo, sua participação nas
enzimas superóxido dismutase e catalase, as quais evitam efeitos deletérios das espécies
reativas de oxigênio e, sua exigência para a síntese do aminoácido triptófano, precursor
do ácido indolacético, principal auxina produzidas pelas plantas e, fitormônio que
apresenta maior número de efeitos conhecidos (OHSE et al., 2019). Em plantas de milho
deficientes em Zn, comumente se observa decréscimo do tamanho das plantas, devido à
redução do comprimento dos internódios (OHSE,2019), o que se deve à participação do
Zn na síntese de auxina (OHSE et al., 2019).

4. CONCLUSÃO
Com base nos estudos analisados acerca dos efeitos dos micronutrientes e sua
relação com a produtividade final nas culturas de soja (Glycine max L.) e milho (Zea mays

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117
L.) , foi possível apurar que a aplicação via foliar ou por tratamento de semente, não
obteve resultados muito positivos. Nas culturas de milho o micronutriente Zinco foi o que
obteve uma resposta melhor em relação ao crescimento do sistema radicular, pois, o zinco
estimula a planta a produzir esse hormônio chamado auxina, mas nenhuma resposta na
melhora em relação a produtividade. Na cultura da soja, os produtos que tiveram o melhor
desempenho com a aplicação via sementes foram o Molibdênio e o Cobalto, juntos eles
obtiveram uma melhora significativa em relação a produtividade.

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diferentes níveis de vigor: absorção durante a germinação e efeitos sobre o potencial
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119
CAPÍTULO 11
CONTROLE DA MOSCA BRANCA (BEMISIA TABACI) NA CULTURA DE
SOJA

DOI 10.47402/ed.ep.c2023198711907 Lays Lorrany Sanches Silva


Lázara Kayllane Cunha Marques
Mariana Lima Passos
Reni Carvalho de Araujo Bezerra
Thais Ribeiro Araujo
Alysson Soares da Rocha
Antônio Carlos Silveira Gonçalves
Otavio Cabral Neto
RESUMO
A dificuldade dos produtores em atingir uma produtividade eficiente no cultivo de soja
têm sido um grande impasse no agronegócio devido algumas pragas na lavoura,
principalmente a mosca branca (Bemisia tabaci). Este inseto causa danos diretos, através
da sucção da seiva, na qual promove injeção de toxinas, ocasionando na queda das folhas.
Já nos danos indiretos, ela secreta um líquido açucarado que favorece o crescimento de
virose provocando a fumagina, responsável na coloração escura das folhas, o que acarreta
a perda de área fotossintética das folhas, prejudicando a produção. Dependendo do grau
de infestação pode causar perdas significativas que variam de 20% a 100%, visto que a
praga apresenta um alto grau de polifagia o que favorece sua resistência. Apesar dos
compostos químicos não serem 100% eficazes, devido seu difícil manejo, faz-se
necessário uma escolha adequada de controle que atinja desde a ninfa até a fase adulta do
inseto. Portanto, estudos comprovaram que a inserção do manejo químico + biológico,
apresenta uma melhor eficiência, pois mantém a regulação da lavoura contribuindo ainda
para a sanidade cultural, preservação ambiental e produtividade, resultando assim no
domínio do produtor sobre a infestação. No entanto, o assunto ainda requer estudos
aprofundados, a fim de obter uma maior eficiência com a exploração de outros métodos.
Palavras-chaves: controle biológico, controle químico, danos diretos, danos indiretos,
praga.

ABSTRACT
The difficulty of producers in achieving efficient productivity in soybean cultivation has
been a major impasse in agribusiness due to some pests in the field, mainly the whitefly
(Bemisia tabaci). This insect causes direct damage, through the suction of the sap, in which
it promotes the injection of toxins, causing the leaves to fall. In indirect damage, it secretes
a sugary liquid that favors the growth of the virus causing sooty mold, responsible for the
dark coloring of the leaves, which causes the loss of photosynthetic area of the leaves,
impairing production. Depending on the degree of infestation, it can cause significant
losses ranging from 20% to 100%, since the pest has a high degree of polyphagia, which
favors its resistance. Although chemical compounds are not 100% effective, due to their
difficult handling, an adequate choice of control is necessary, ranging from the nymph to
the adult stage of the insect. Therefore, studies show that the insertion of chemical +
biological management presents a better efficiency, as it maintains the regulation of the

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crop, also contributing to cultural health, environmental preservation and productivity,
thus resulting in the producer's control over the infestation. However, the subject still
requires in-depth studies in order to obtain greater efficiency with the exploration of other
methods.
Keywords: Biological control, chemical control, direct damage, indirect damage, pest.

1. INTRODUCTION
O Brasil tem como principal atividade econômica o agronegócio, sendo o maior
exportador de açúcar, café, suco de laranja, soja em grãos, carne bovina e frango o que
contribui para um crescimento econômico significativo. A soja é uma das principais
commodity agrícola brasileira, se tornando a cultura que mais se destacou nas últimas três
décadas, sendo utilizado como moeda na mão de agricultores, cerealistas e corretores,
podendo gerar altos ganhos para quem conseguir administrar o vasto mercado,
colaborando para aumento do PIB (Produto Interno Bruto Brasileiro) brasileiro que em
2021 a participação chegou em 27,4% (EXAME AGRO, 2022).

Em 2021 o setor de soja alcançou uma participação de 135,409 milhões de


toneladas (EMBRAPA, 2021). E atingiu 341.747.600 Mil Reais (IBGE, 2021). A
liderança da soja na agricultura brasileira se deve, em grande parte, ao retorno econômico
e à versatilidade do grão, que a indústria pode utilizar como fonte de proteína para a
pecuária, produção de óleos vegetais e até biocombustíveis. Além disso, às novas práticas
agrícolas, aos avanços científicos e disponibilidade de novas tecnologias que auxiliam no
desenvolvimento do setor produtivo. Em comparação a outras culturas agrícolas, pode-se
dizer que a soja é a cultura com maior participação do valor de produção e uma das
principais culturas em extensão territorial, sendo que na safra passada (2020/2021), foram
cultivados 38.507,6 mil hectares da oleaginosa (MAIS SOJA, 2021).

Uma das maiores dificuldades no âmbito da produtividade de grãos vem sendo a


mosca branca, a praga tem afetado muitas culturas de soja, causando graves danos devido
à sua alta taxa reprodutiva e resistência a alguns pesticidas. O alto grau de polifagia torna
uma ameaça direta e indireta nas plantações. O controle da mosca-branca no campo é um
grande desafio, dependendo do seu nível populacional, as perdas de produção podem
variar de 20% a 100%, além de comprometer a qualidade dos grãos. (MAIS SOJA, 2020).
Este estudo relata os impactos financeiros e meios eficazes para o controle da mosca
branca na produção de soja.

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2. MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho objetivou realizar um levantamento dos artigos publicados


em periódicos científicos, sites renomados e revistas da área de Ciência e Tecnologia de
agrárias, sobre a utilização de inseticidas químicos para o controle da mosca branca
(Bemisia tabaci). Como estratégia de busca foram utilizadas as palavras chaves (mosca
branca,inseticidas, controle, soja e praga) como norteadoras e a busca foi realizada on-
line. Após o levantamento, foram encontrados 97 documentos relacionados, que
posteriormente adotou-se o critério de selecionar os documentos mais atuais (2018-2022),
restando 16 que foram usados neste artigo de revisão, sendo apenas 4 anteriores a 2018.

3. REVISÃO
3.1. Mosca-branca (Bemisia tabaci)

Primeiro registro de mosca branca (Homoptera: Whitefly) Bemisia tabaci


(Gennadius) apareceu em plantas de tabaco na Grécia em 1889. Nos Estados Unidos, um
novo biótipo da espécie surgiu na década de 1980, denominado Bemisia tabaci biótipo B.
Este novo biótipo adaptou-se rapidamente a um grande número de plantas hospedeiras
como algodão, brássicas (couve-flor, repolho), cucurbitáceas (abobrinha, chuchu),
leguminosas (feijão, soja) e solanáceas (tomate, pimenta,fumo) e começaram a causar
danos. Já no Brasil, a espécie foi introduzida na década de 1920 e se espalhou
rapidamente, sendo uma das pragas que mais afeta na agricultura, especialmente a soja.

A Bemisia tabaci é um inseto sugador que causa danos diretos e indiretos na


plantação. De acordo com (BUENO et al., 2013), o ciclo biológico do inseto é constituído
pela fase de ovo, quatro ínstares ninfais, sendo o último instar denominado de
“pseudopupa” e, finalmente, os adultos (macho e fêmea).O primeiro ínstar se locomove
durante alguns minutos após emergir do ovo, até encontrar o local mais adequado na
planta para se fixar. Os adultos medem cerca de 1,0 mm de comprimento (fêmea maior
que o macho), possuindo o dorso amarelo-pálido e dois pares de asas membranosas de
cor branca. A fecundidade média é de 100 a 300 ovos, podendo variar em função da planta
hospedeira e de fatores ambientais. Os ovos possuem coloração amarela clara, medindo
cerca de 0,2 mm de comprimento, e são colocados na face inferior das folhas. Conforme
a Revista Cultiva, 2020, todo o ciclo de vida pode durar de 20 a 35 dias, dependendo
principalmente da temperatura, pois temperaturas mais elevadas favorecem o
desenvolvimento mais rápido da praga, e consequentemente sua multiplicação. Testes de

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laboratório mostraram que sua temperatura ótima para desenvolvimento varia de 31 a
33°C e que sua alta temperatura letal varia de 37 a 42°C (MUÑIZ e NOMBELA 2001).

Figura 1. Estágios da mosca-branca.

Fonte. Canal rural. 2022.

Ademais, as moscas brancas são voadoras pouco eficientes. Caso a planta


hospedeira apresente condições que permitam a multiplicação do inseto, os adultos não
se expõem, realizando somente voos curtos nos períodos mais frescos do dia. Quando as
populações atingem altas densidades, os insetos deslocam-se em nuvens para novas áreas,
transportados pelas correntes de ar, buscando novos hospedeiros onde possam se manter.
(REVISTA CULTIVAR. 2020)

3.2. Danos diretos e indiretos

Esta praga possui a capacidade de ocasionar danos diretos ou indiretos nas


culturas, sendo todos ocasionados pelo seu processo de alimentação, em que ao se
alimentar diretamente do floema da planta na face abaxial da folha, a mesma pode ficar
debilitada devido a sucção constante (PERRING et al., 2018), ou o excesso de seiva
absorvido pela alimentação, é excretado na forma de uma substância açucarada
honeydew, também conhecida como melado, favorecendo o desenvolvimento do fungo

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Capnodium (fumagina), impedindo as trocas gasosas, afetando a capacidade de
fotossíntese e consequentemente diminuindo a produção e produtividade (LOPEZ et al.,
2008; LIMA et al., 2017; LIMA et al., 2018).

Figura 2. Lavoura infestada.

Fonte. Canal rural.2022.

Figura 3. Fumagina.

Fonte: Embrapa. (Mais soja. 2020).

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3.5. Controle químico

A perda de rendimento devido aos danos da mosca branca pode chegar a 31 kg


ha-1 para uma densidade populacional de um inseto por trifólio (Padilha et al. 2021). A
ocupação da lavoura pela mosca branca ocorre de forma aglomerada, a partir das
extremidades do talhão para o centro. Dessa forma, o monitoramento deve dar preferência
às bordas dos talhões. Portanto, é importante realizar um estudo de controle da população
de Bemisia tabaci utilizando inseticidas no início da infestação da cultura da soja, assim
podemos recuperar a safra.

Com base na (Revista cultivar. 2020)


(https://revistacultivar.com.br/noticias/como-realizar-o-controle-eficiente-da-mosca-
branca-em-soja 2020) foi realizado um experimento com a semente de variedade M7739
IPRO, semeada em sistema direto com espaçamento de 0,5m entre linhas e uma
população de 14 plantas por metro linear. Os procedimentos foram compostos por
tiametoxam + lambda-cialotrina [mistura comercial (300ml/ha)], piriproxifem
(250ml/ha), acetamiprido + piriproxifem [mistura comercial (250ml/ha), ciantraniliprole
(500ml/ha) e controle (sem aplicação de inseticida), as doses são de produto comercial,
outros manejos fitossanitários foram similar para todos os tratamentos.

Figura 4. Ilustração de adultos na face abaxial da planta (esquerda) e visão de ninfas de


Bemisia tabaci (direita) em visão pela lupa binocular estereoscópica com aumento de 20
vezes.

Fonte: Revista cultivar.2020.

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Para as avaliações de adulto após a primeira aplicação (DA1A) é possível observar
que os tratamentos compostos com os ingredientes ativos, mistura comercial de
tiametoxam + lambda-cialotrina (300ml/ha), a mistura comercial de acetamiprido +
piriproxifem (250ml/ha) e ciantraniliprole (500ml/ha) obtiveram a maior eficiência de
controle um dia após a aplicação, destacando-se o tratamento que continha a mistura
comercial de acetamiprido + piriproxifem (250ml/ha), que logo após aos três dias da 1ª
aplicação manteve a melhor porcentagem de eficiência no controle do adulto de Bemisia
tabaci. Para a análise aos 7 DA1A, a população de adulto nos folíolos se consolidou para
todos os tratamentos, não havendo desequilíbrio estatístico significativo.

Gráfico 1. Eficiência no controle de adultos de Bemisia tabaci em dias após a 1ª aplicação


(DA1A), um, três e sete dias, respectivamente. Rio Verde - GO, safra 2018-2019.

Fonte: Revista cultivar. 2020.

Observou-se após a segunda aplicação (DA2A) que o tratamento comercial misto


de acetamiprida + piriproxifeno (250ml/ha) e ciantraniliprole (500ml/ha) foi mais eficaz
no controle da mosca-branca adulta, obtendo-se a avaliação do nível ótimo de controle 1
e 3 DA2A, e mesmo na avaliação de 7 DA2A não houve diferença estatística entre os
tratamentos estudados, logo pode-se verificar que para os dois tratamentos o valor médio
de indivíduos adultos por folíolo é menor.

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Gráfico 2. Eficiência no controle de adultos de Bemisia tabaci em dias após a 2ª aplicação
(DA2A), um, três e sete dias, respectivamente. Rio Verde - GO, safra 2018-2019.

Fonte: Revista cultivar. 2020.

Após a coleta das folhas no campo, as ninfas foram levadas para análise em
laboratório. As avaliações de três e sete dias após a primeira aplicação (DA1A)
demonstram que todos os herbicidas aplicados ocasionaram uma diminuição na
população de ninfas, evidenciando a mistura comercial de acetamiprida + piriproxifeno
(250 ml / ha) e ciantraniliprole (500 ml / ha), que diminuiu essencialmente a população
de ninfas nas folhas de soja, obtendo maior eficiência de controle.

Gráfico 3. - Eficiência no controle de ninfas de Bemisia tabaci em dias após a 1ª aplicação


(DA1A), três e sete dias, respectivamente. Rio Verde - GO, safra 2018-19.

Fonte: Revista cultivar. 2020.

Após a aplicação sequencial, sete dias depois da primeira aplicação, observou-se


uma redução drástica aos três, sete e 14 dias após a segunda aplicação (DA2A) da
população de ninfas nos folíolos avaliados, destacando-se os tratamentos inseticidas com
ingredientes ativos piriproxifem (250ml/ha), a mistura comercial de acetamiprido +

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piriproxifem (250ml/ha) e ciantraniliprole (500ml/ha), que mantiveram uma eficácia de
controle até os 14 DA2A. Conforme o gráfico abaixo:

Gráfico 4. Eficiência no controle de ninfas de Bemisia tabaci em dias após a 2ª aplicação


(DA2A), três, sete e 14 dias, respectivamente. Rio Verde - GO, safra 2018-2019.

Fonte: Revista cultivar. 2020.

Após a colheita, que foi realizada quando as plantas estavam no final da fase
fenológica, o teor de umidade do grão foi ajustado para 13% e observou-se que todos os
tratamentos aplicados com inseticida resultaram em um aumento da produtividade da soja
em comparação com o tratamento controle sem aplicação de inseticida. Os tratamentos
contendo as misturas comerciais de acetamiprida + piriproxifeno (250 ml/ha) e
ciantraniliprole (500 ml/ha) proporcionaram a maior produtividade de oleaginosas de 60
sacas/ha e 58 sacas/ha, respectivamente, a eficiência desses produtos no aumento do
controle de adultos e ninfas de Bemisia tabaci é de grande importância para a saúde das
lavouras.

Gráfico 4. Produtividade da soja em sacas por hectare. Rio Verde - GO, safra 2018-2019.

Fonte: Revista cultivar. 2020.

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Os pesquisadores registraram a face adaxial e abaxial de folíolos da soja 21 dias
após a segunda aplicação, sendo possível observar a sanidade das plantas
independentemente da face, nos tratamentos de herbicida com ingredientes ativos
piriproxifem (250ml/ha), a mistura comercial de acetamiprido + piriproxifem (250ml/ha)
e ciantraniliprole (500ml/ha), representando visualmente os dados analíticos expressos na
Tabela 1 e figuras de monitoramento e produtividade já apresentadas.

Figura 5. Face adaxial (parte superior) e face abaxial (parte inferior) das folhas de Glycine
max, 21 dias após a segunda aplicação. Rio Verde - GO, safra 2018-2019.

Fonte: Revista cultivar. 2020.

O controle das populações de Bemisia tabaci com aplicação sequencial de


inseticida se faz necessário para a diminuição da população do inseto e a preservação da
sanidade da lavoura de soja.

3.5.2. Controle biológico

Dois experimentos de campo foram realizados em Santa Maria-RS/Brasil, em


duas safras (2021 e 2022). A soja variedade TMG 7063 IPRO foi semeada com densidade
populacional de 300.000 plantas ha-1. As datas de semeadura foram 11/12/2020 (primeira
colheita safra) e 17/12/21 (segunda safra). Em ambas as estações, 250 kg hectare-1 foram
utilizados fertilizantes NPK 00-20-20.

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129
Em cada experimento, quatro pesticidas biológicos ( Beauveria bassiana IBCB
66, Beauveria bassiana ESALQ-PL63, Beauveria bassiana SIMBI BB15, Isaria
fumosorosea ESALQ 4778) e dois químicos (Dinotefurano + Piriproxifeno e
Acetamipride + Bifentrina) foram selecionados para compor os tratamentos. Os
tratamentos químicos foram escolhidos com base nos grupos químicos recomendados
regularmente por técnicos de campo para controlar a mosca branca em soja, enquanto os
inseticidas biológicos formulados com fungos entomopatogênicos foram escolhidos por
serem os mais adotados pelos agricultores para o controle da praga em culturas de estufa,
onde são mais utilizadas. As combinações de inseticidas foram desenhadas para formar
quatro programas de gestão com duas aplicações cada: químico (2x); químico (1º) +
biológico (2º); biológico (2x); e biológico (1º) + químico (2º).

Para a primeira colheita em 2021 A combinação dinotefuran + pyriproxyfen +


Beauveria bassiana IBCB 66 efetuou o maior controle de mosca-branca adulta IBCB 66,
ao passo que duas pulverizações consecutivas de Beauveria bassiana SIMBI BB15
desempenharam um menor controle (23,9%). A redução da sobrevivência de ovos e
ninfas pode ter sido a causa da mortalidade de adultos, uma vez que o regulador de
crescimento, piriproxifeno, não afeta diretamente os adultos.

Considerando os diferentes programas de controle, o grupo químico + biológico


foi o mais eficaz no manejo de adultos de mosca branca (60% de mortalidade), seguido
pelo grupo químico (59% de mortalidade). Os grupos biológicos e biológicos + químicos
não diferiram entre si ( Fig. 6 ) e foram menos eficientes (35% e 32% de mortalidade,
respectivamente), provavelmente devido à ação mais lenta dos agentes biológicos
fúngicos, que demoram pelo menos sete dias para produzir resultados visíveis ( Faria e
Wraight 2001 ). Assim, a eficácia de controle de adultos de B. tabaci nos grupos biológico
e biológico + químico aumentou aos 7 DA1S (dias após a primeira pulverização), embora
posteriormente cedendo novamente.

Os tratamentos também diferiram significativamente quanto ao controle de ninfas.


A associação de acetamipride + bifentrina + Beauveria bassiana IBCB 66 proporcionou
o maior controle de ninfas de mosca-branca (56,5%), enquanto a associação Beauveria
bassiana SIMBI BB15 + acetamiprid + bifentrina apresentou o menor controle (1,9%).
Considerando os diferentes programas de manejo, o grupo químico + biológico foi
novamente o mais efetivo (34% de mortalidade ninfal), seguido pelo grupo químico

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130
(33%), enquanto os grupos biológico e biológico + químico foram menos efetivos (10%
e 12 % de mortalidade, respectivamente) e não discordaram entre si.

Já na segunda colheita em 2022, a pressão da mosca branca era média. Os


tratamentos discordaram significativamente em relação ao controle adulto, com a
associação dinotefuran + pyriproxyfen + Beauveria bassiana IBCB 66 apresentando
novamente o maior manejo (85,8%). Duas pulverizações sequenciais de Isaria
fumosorosea ESALQ 4778 (Tratamento 10), por outro lado, resultaram no menor controle
de adultos de mosca branca (36,8%).

Considerando os diferentes programas de manejo, o grupo químico + biológico


foi novamente o mais eficiente (83% da mortalidade adulta), seguido pelo grupo químico
(82%), do qual não diferiu significativamente. Ambos os grupos dominaram o nível de
controle considerado ideal para artrópodes-praga (80%). Os grupos biológico e biológico
+ químico, por outro lado, forneceram apenas 51% da mortalidade adulta, não diferindo
entre si ( Fig. 6).

Os tratamentos diferem consideravelmente em relação ao controle de ninfas. A


combinação de inseticidas possibilitou mais eficiência no manejo das ninfas de mosca-
branca (82,5%), enquanto a combinação Beauveria bassiana ESALQ-PL63 + dinotefuran
+ piriproxifeno apresentou o menor controle (33,2%). Considerando os diferentes
programas de controle, o grupo químico + biológico novamente mostrou maior
efetividade (53% de mortalidade ninfal), posterior a ele o grupo químico (52%), enquanto
os grupos biológico e biológico + químico foram menos efetivos (45% e 40% de
mortalidade, respectivamente) e não se diferenciam entre si.

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Fig. 6. Eficácia média de controle (%) de cada programa de manejo na primeira (2021) e
segunda (2022) safras. Santa Maria, RS, Brasil.

Fonte: Bevilaqua et al.,2022

4. CONCLUSÃO FINAL
Através das análises dos documentos encontrados, pode-se concluir uma grande
dificuldade no controle da mosca branca (Bemisia tabaci) e sua resistência ao manejo.
Logo, a utilização do inseticida químico acetamiprido + piriproxifen obteve resultados
superiores se comparado ao biológico. No entanto, o inseticida químico acetamiprido +
piriproxifen juntamente com o biológico apresenta melhor eficiência no controle.

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branca-em-soja. Acesso em: 20 set. 2022

Fig. 5. BEVILAQUA, J. G.; PADILHA, G.; POZEBON, H.; MARQUES, R. P.; Filho,
A. C.; RAMON, P. C.; BOENI, L.; CASTILHOS, L. B.; LUZ, G. R.; BRUM, A. L. S.
S.; BIRUEL, N.; LEÃO, J. D. J.; ARNEMANN. J. A. Uma abordagem sustentável
para o controle da mosca-branca na soja: Integrando fungos entomopatogênicos
com inseticidas. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.cropro.2022.106145. Acesso
em: 24 nov. 2022

Gráficos
Gráfico 1,2,3,4 RODRIGUES, E., NEUMAISTER, R., AGROPESQUISA, MRE.,
CORRÊA, F. R., UNIBRAS., SCIENCE, W. C., SILVA, N. F., UNIBRAS.,
AGIRTEC., BETINELLI, P. A., CAVALCANTE, W. S. S., SILVA, B. G., RIBEIRO,
D. F., UNIBRAS. Como realizar o controle eficiente da mosca-branca em soja. Revista
Cultivar, Pelotas-RS. Ago, 2020 Disponível em:
https://revistacultivar.com.br/noticias/como-realizar-o-controle-eficiente-da-mosca-
branca-em-soja. Acesso em: 20 set. 2022

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134
Gráfico 5 BEVILAQUA, J. G.; PADILHA, G.; POZEBON, H.; MARQUES, R. P.;
Filho, A. C.; RAMON, P. C.; BOENI, L.; CASTILHOS, L. B.; LUZ, G. R.; BRUM, A.
L. S. S.; BIRUEL, N.; LEÃO, J. D. J.; ARNEMANN. J. A. Uma abordagem
sustentável para o controle da mosca-branca na soja: Integrando fungos
entomopatogênicos com inseticidas. Disponível em:
https://doi.org/10.1016/j.cropro.2022.106145. Acesso em: 24 nov. 2022

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CAPÍTULO 12
PRODUÇÃO HIDROPÔNICA ASSOCIADA AO USO DE ENERGIA SOLAR

DOI 10.47402/ed.ep.c2023198812907 Dára Beatriz Vieira de Sousa


Gabriel Rios Vogado
Antônio Carlos Silveira Gonçalves
Alysson Soares da Rocha
Otavio Cabral Neto
Clauber Rosanova
Beatriz Freitas Oliveira Santiago Rocha
Jucelia Denise Nascimento Pereira
RESUMO
A agricultura familiar, grande responsável pelo abastecimento do mercado de hortaliças
folhosas, necessita de técnicas para uma produção eficiente, com tecnologia inovadora,
sustentável e de pouco investimento, para atender à demanda da população, que busca
uma alimentação mais saudável. Uma alternativa para suprir a necessidade do mercado é
através do cultivo hidropônico. Este sistema é caracterizado pelo cultivo da planta fora
do solo, sendo que este é substituído por uma solução aquosa, contendo os nutrientes
necessários para o bom desenvolvimento da planta. Pode-se agregar valor à essa
modalidade de cultivo, aliando-a ao uso de energia proveniente do sol (fotovoltaica),
energia esta que é inesgotável e não requer nenhum tipo de adaptação, utiliza pequenas
áreas e, portanto, não necessita da prática de desmatamento. Com isso, o trabalho
objetivou apresentar a importância da interação entre hidroponia e energia fotovoltaica.
Esta associação de ciências pode ser de grande valia ao pequeno produtor rural, pois além
de reduzir gastos com produção (após implantação do sistema), pode agregar valor ao
produto final, dando assim um retorno financeiro maior que o obtido em um sistema
convencional. O Tocantins, por ter alto índice de radiação solar, a interação entre
hidroponia e energia fotovoltaica tem se mostrado positiva, reduzindo o consumo
energético da produção e aumentando a eficiência financeira e a sustentabilidade
ambiental.
Palavras-chave: Custo; energia fotovoltaica; hidroponia; sustentabilidade

1 INTRODUÇÃO
O sistema de cultivo hidropônico consiste em produzir alimentos sem o uso do
solo, substituindo este por soluções aquosas munidas dos compostos necessários para o
bom desenvolvimento da planta (nitrato de cálcio e de potássio, sulfato de magnésio,
MAP, micronutrientes e outros), sendo esse cultivo realizado em ambiente protegido, ou
seja, estufas, o que faz com que a produção possa ser controlada, driblando assim os
fatores que geram sazonalidade na produção.

A hidroponia é originária de experimentos sobre composição das plantas, no


século XVII. Os alemães SACHS & KNOP foram os primeiros no desenvolvimento de

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uma tecnologia para cultivo de plantas em solução nutritiva, no ano de 1860
(BATAGLIA, 2003). Mas foi em 1935 que o termo “hidroponia” foi utilizado pelo
pesquisador William Frederick Gericke, abordando conhecimentos laboratoriais para
serem empregados no campo, em cultivos comerciais (EGÍDIO; LEVY, 2013). Sendo
assim, é considerada uma atividade jovem, mostrando-se pouco dissolvida no mundo
(FILHO, 2003). Porém, nesse pouco tempo foi capaz de adaptar-se a diversas situações,
gerando novas modalidades, como o cultivo em ar (aeroponia), utilizando estufas
altamente especializadas e apropriadas, tornando possível o cultivo em alta escala em
regiões limitadas e carregadas de problemas edáficos.

Por ser necessário a utilização de pouco espaço (se comparada ao sistema


convencional de produção), por possuir um consumo racional de água (sistema
recirculante), e se trabalhada da forma apropriada e com seus devidos cuidados, haverá
uma redução ou quase inutilização de agrotóxicos, podendo tornar o sistema 70% mais
econômico em comparação aos outros (como cultivo de alface e outras folhosas),
tornando desnecessário o uso constante de insumos e possibilitando o plantio fora de
época, podendo assim, alcançar o dobro do plantio convencional, e reduzindo
drasticamente o uso da água em comparação ao plantio em solo (BRANDÃO et al., 2018).

A geração de energia fotovoltaica é, há muito tempo, vista como uma tecnologia


de energia limpa e sustentável, que oriunda-se da fonte renovável de energia mais
abundante e amplamente disponível no planeta - o sol. No Brasil, a produção fotovoltaica
tem um gigantesco potencial. Quando a luz solar incide sobre uma célula fotovoltaica, os
elétrons do material semicondutor são postos em movimento, desta forma gerando
eletricidade. O painel solar é uma excelente alternativa para geração de energia em
lugares remotos. A energia fotovoltaica não requer nenhum tipo de adaptação, pois a fonte
de produção de energia é o sol, e este não requer intervenção humana, não precisa de
grandes áreas e de nenhum tipo de desmatamento.

Com isto, o projeto de pesquisa objetivou o cultivo de alimento hidropônico em


ambiente protegido, tendo foco na produção de alface por ser de maior procura no
mercado consumidor, mas não deixando de produzir outras culturas como a rúcula e o
agrião. O uso de sistema fotovoltaico no projeto objetivou a diminuição dos gastos com
energia elétrica, tornando o modelo de produção autossustentável, o que o torna de grande
valia para o mercado e produtores que podem ter interesse na modalidade de cultivo, além

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137
do que, com esses ajustes, o modelo pode ser aplicado em regiões remotas, ampliando
assim o campo de alcance do projeto.

Diante disso, as pesquisas realizadas pretendem compreender e especificar os


benefícios que a junção dessas duas ciências trazem ao meio. E assim verificar a
viabilidade da utilização do meio proposto, expondo dados obtidos durante seu
desenvolvimento, fomentando assim, os déficits encontrados ao implantar a modalidade
de cultivo e agregando valor à agricultura familiar, diminuindo assim a diferença entre
pequenos, médios e grandes produtores.

2 METODOLOGIA
O projeto apresentou duração de 12 meses, iniciado em agosto de 2018 e
conduzido na área do IFTO - Campus Palmas, entre os blocos 9 e 11.

2.1 Composição do sistema de Hidroponia

O sistema de Hidroponia (Figura 1) utilizado foi composto por uma estufa agrícola
contendo: uma mesa de germinação, onde foi feita a primeira fase do desenvolvimento
da planta; um berçário, onde as mudas de alface (pois as demais não necessitam passar
por essa fase) se desenvolveram até obterem o tamanho ideal para serem transplantadas
(cerca de 21 dias); três bancadas de cultivo final, onde foi feito o plantio das mudas e é
onde estas ficaram até chegarem ao tamanho comercial (o que varia de acordo com o
consumidor); duas caixas d`água (polietileno) de 500 L, onde foram colocadas as soluções
nutritivas para as plantas; duas bombas periféricas de 1/2HP, que tem como função
bombear a solução nutritiva para as bancadas e assim alimentar as plantas; dois
climatizadores, para ajudar na manutenção da temperatura no interior da estufa. As
bancadas de produção ficaram no interior de uma estufa agrícola de cerca de 63 m²,
coberta com lona transparente difusora e laterais em tela branca. O sistema de energia
fotovoltaico consiste no uso de placas solares ligadas à rede elétrica. O sistema
fotovoltaico se encontrava instalado na unidade antes de implantar a estufa.

O sistema hidropônico trabalhado é baseado no modelo NFT (Nutrient Film


Tecnique ou fluxo laminar de nutrientes). Este é o sistema mais utilizado nos cultivos
comerciais. No sistema NFT a solução passa pelos perfis de produção como um pequeno
filme laminar, molhando apenas as raízes das plantas. O retorno da solução para as caixas
d`água foi feito por meio de canos especiais (adquiridos em empresas especializadas em

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138
cultivo hidropônico) que são acoplados às calhas de cada bancada de cultivo. A
semeadura foi feita em espumas fenólicas de 345 células e, dependendo da cultura
trabalhada, foi colocado uma quantidade determinada de sementes.

Figura 1 - Interior da estufa de produção hidropônica

Fonte: Autoria própria (2020).

2.2 Atividades executadas

Desde a aquisição da estufa agrícola foram realizados experimentos com produção


de alface, agrião e rúcula, em que foram testados diferentes tipos de soluções nutritivas,
com diferentes concentrações. Foram realizados testes de marcas e tipos de sementes
distintas, com o propósito de identificar a que melhor se desenvolveu nas condições
existentes, assim como análises de qualidade de água e solução nutritiva. Foram
constantemente coletados dados de temperatura (da estufa e da solução nutritiva) e pH da
solução, dados esses que influenciam diretamente no desenvolvimento da planta. Foram
avaliados fatores como quantidade e qualidade de produto, massa foliar de cada cultura,
aspecto físico das plantas, desenvolvimento radicular, fatores comerciais de cada cultura,
dentre outros.

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139
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A técnica de cultivo hidropônico não degrada o meio ambiente, se mostrando uma
saída viável para solucionar os problemas de degradação do solo e a escassez dos recursos
hídricos, além do fato de que os produtos oriundos desse meio de produção são livres ou
recebem baixa quantidade de defensivos agrícolas, gerando uma melhor qualidade
alimentícia.

A qualidade da água é de extrema importância para o pleno desenvolvimento das


plantas hidropônicas e quanto melhor a qualidade da água menos problemas nutricionais
e de doenças ocorrerão no cultivo (HORTIVINYL, 2019). Os parâmetros para análise de
água, utilizada no cultivo das folhosas, foram: temperatura variando entre 27°C e 38°C
no interior da estufa; pH da solução normalmente entre 4,6 e 7,0. Tais fatores se
encontram dentro das boas condições para desenvolvimento da planta (FILHO, 2003).

O desenvolvimento das plantas se mostrou eficiente dentro das condições


dispostas. Com cerca de 40-47 dias, a alface apresentava-se em ponto colheita, a nível
comercial. O agrião, com cerca de 30 dias, mostrou-se bem desenvolvido, em ponto de
consumo. A rúcula não se mostrou diferente das demais culturas retratadas. Ao atingir
entre 27-35 dias se mostrou em ótimas condições de desenvolvimento. Segundo Filho
(2003), a alface se desenvolve em 45 - 60, o agrião em 25 - 35 e a rúcula em 25 - 38 dias,
comprovando o observado no experimento. Todo o processo de desenvolvimento das
plantas se deu com a utilização de solução nutritiva comercial, adquirida em empresas
que têm seus produtos voltados para essa modalidade de cultivo.

A integração da energia fotovoltaica ao projeto foi realizada por ligação do bloco


09 à estufa hidropônica, sendo o bloco completamente abastecido por energia solar,
reduzindo quase que totalmente os gastos com energia elétrica. Segundo a ABSOLAR
(2018), o Tocantins é o estado com maior incidência de luz solar da região Norte do país.
Portanto, tem um enorme potencial para desenvolver e aproveitar a energia solar
fotovoltaica como uma tecnologia que vem trazer não só energia elétrica, mas geração de
emprego e investimento para o estado e também pode contribuir com a diversificação da
matriz energética do Tocantins.

Diferentemente de estados localizados ao Sul do país, o Tocantins não apresenta


problemas relacionados a falta de radiação solar, pois até nos períodos de inverno os
índices mostram-se elevados, comprovando assim a potencialidade do estado em energia

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140
solar fotovoltaica. Com isso, a integração desse sistema energético ao cultivo vegetal em
estufa, mostrou-se viável.

A geração fotovoltaica reduz significativamente o custo da energia elétrica em


todos os setores da economia, agrega valor ao seu imóvel e ainda, garante o retorno do
investimento a médio prazo, de 5 a 8 anos, economizando ao longo de toda a vida útil do
sistema, que tem durabilidade de 25 anos. Além de reduzir os custos de produção, a
geração fotovoltaica pode ser utilizada nas mais diferentes atividades do meio rural, tais
como no bombeamento da água, na irrigação, na secagem dos grãos, em galpões e silos,
na produção avícola, piscicultura, bovinocultura de corte e leite, criação de cavalos, em
mini-indústrias, e em todas as dependências da propriedade que requerem o uso de
eletricidade (CENERGEL, 2017).

Em uma parceria do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), com a


Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), os agricultores familiares podem
adquirir equipamentos de geração fotovoltaica por um preço abaixo de mercado e com
tecnologia adequada à realidade do produtor, através do programa de incentivo à
agricultura familiar, o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar), que financia projetos ao pequeno produtor rural, com baixas taxas de juros.
Segundo dados do Censo Agropecuário Brasileiro de 2017, aproximadamente 77% dos
estabelecimentos agropecuários do país são da agricultura familiar. Com o sistema
fotovoltaico instalado em sua propriedade, o produtor rural pode ter o controle da sua
conta de energia, pagando apenas o mínimo para a distribuidora, ou em casos de
comunidades rurais que não possuem acesso à rede pública, possibilitando que toda a
propriedade passe a ser atendido com eletricidade, melhorando substancialmente a
qualidade de vida da comunidade (CENERGEL, 2017).

O lucro médio de um produtor dependerá do que ele cultiva e quais fatores


agregam valores a sua produção. Dentre as vantagens do cultivo hidropônico, se tem
como principal fator o tempo de produção em relação ao sistema convencional, a
possibilidade de não fazer uso de defensivos agrícolas, optando assim a usar sistemas
paliativos de prevenção a pragas, fungos e doenças, maior duração na prateleira. Como
não é necessário o uso de grandes áreas, a instalação de estufas mais próximas, ou até
mesmo dentro das cidades, acabam facilitando a logística de entrega dos produtos; esses
e outros fatores acabam por agregar valor ao produto final produzido, gerando assim mais
lucro ao produtor (FILHO, 2003). Para implantação do sistema em estufa de 63 m², o

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custo inicial foi estimado em 16 mil reais, gastos estes que envolvem desde a compra da
estufa (estrutura metálica), bancadas e perfis de cultivo, caixas d`água, conexões,
encanamentos, bombas d'água, dentre outros insumos. Uma opção para a redução no
investimento é a utilização de estufa artesanal, através de materiais já existentes na
propriedade, como madeira, lona e telas.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho visou comprovar a eficiência na utilização do sistema
hidropônico no estado do Tocantins. As plantas apresentaram um desenvolvimento
adequado, dentro do período observado para cultivos sem solo, com nutrientes
adequadamente fornecidos em solução aquosa. Seu cultivo apresenta diversas vantagens
como redução (ou ausência) de defensivos, aumentando a qualidade do produto, assim
como redução de espaço, uso de água e regulagem de altura do sistema, facilitando o
cuidado e a colheita dos vegetais.

Devido a ótima luminosidade anual, apresentada no Tocantins, proveniente ao alto


índice de radiação solar, a interação entre hidroponia e energia fotovoltaica se mostrou
positiva, reduzindo o consumo energético da produção e aumentando a eficiência
financeira e a sustentabilidade ambiental.

Contudo, algumas considerações devem ser feitas, pois a implementação de placas


solares, para a composição da energia fotovoltaica utilizada, onera sobre a produção. A
interação será possível, quando o produtor apresentar lucro sobre a produção hidropônica
e puder investir na melhoria do sistema.

Apesar dos gastos com o sistema integrado (hidroponia - energia fotovoltaica), o


produtor terá maior retorno financeiro a médio e longo prazo, gastando o mínimo de
recursos hídricos e energéticos, levando a redução total de gastos fixos e aumentando sua
lucratividade, sem deixar de lado a visão de sustentabilidade ambiental.

REFERÊNCIAS
ABSOLAR - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica. Atlas solarimétrico
facilita investimentos em energia solar no Tocantins. 2018. Disponível em:
<https://www.absolar.org.br/noticia/atlas-solarimetrico-facilita-investimentos-em-
energia-solar-no-tocantins/> . Acesso em: 2 out. 2019.

BATAGLIA, O. Nutrição mineral de plantas: a contribuição brasileira. O


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BRANDÃO, L.W.R. et al. Hidroponia com uso de energia solar - uma forma sustentável
de produzir alimentos. In: JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E EXTENSÃO, 9,
2018, Palmas. Instituto Federal do Tocantins. ANAIS… Palmas: JICE, 2018. p. 1-11.

CENERGEL. 2017. Como a energia solar pode fortalecer o agronegócio? Disponível


em: < http://www.cenergel.com.br/posts/4> . Acesso em: 1 out. 2019.

EGÍDIO, N. B.; LEVY, B. P. AS TÉCNICAS DE HIDROPONIA. Anais da Academia


Pernambucana de Ciência Agronômica, [S. l.], v. 8, p. 107–137, 2013. Disponível em:
<https://www.journals.ufrpe.br/index.php/apca/article/view/152> . Acesso em: 09 fev.
2023.

FILHO, J. D. Hidroponia - Cultivo sem Solo: Sistemas Hidropônicos. 1ª. Ed. Viçosa
MG: Aprenda Fácil. 299 p. v. 1. 2003.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2017. Censo Agropecuário 2017.


Disponível em: <https://censoagro2017.ibge.gov.br/>. Acesso em: 09 fev. 2023.

HORTIVINYL. Água e PH na hidropônica. 2019. Disponível


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143
CAPÍTULO 13
PROTEÍNA BT SER OU NÃO SER A MELHOR OPÇÃO CONTRA A
LAGARTA-DA-ESPIGA DO MILHO NAS LAVOURAS

DOI 10.47402/ed.ep.c2023198913907 Ana Laura D. Braganholo


Ana Carla R. Lisboa
Glenda R. Ribeiro
Jackeline T. Rodrigues
Luana Karyne S. Anselmo
Alysson Soares da Rocha
Antônio Carlos Silveira Gonçalves
Otavio Cabral Neto

RESUMO
A utilização da proteína Bt tem sido um refúgio pela grande maioria dos produtores pelos
arredores do mundo para combater a lagarta-da-espiga do milho (Helicoverpa Zea), que
vem sendo uma grande preocupação para se lidar no campo, principalmente infestações
larvais onde o procedimento feito com a utilização de inseticidas é de difícil acesso para
atingir às larvas, pois elas se encontram mais escondidas nos orifícios das espigas assim
a prática não se torna tão eficiente, gerando prejuízo econômico aos produtores e o
problema continua. Em áreas com plantas Bt a manifestação de larvas e relativamente
menor em relação às áreas com plantas não Bt, devido a praticidade e eficiência da
proteína no milho, para manter essa eficiência é necessário áreas de refúgio em parcelas
menores sem a utilização da proteína para proteção da lavoura e evitar uma certa evolução
de resistência das larvas contra proteína Bt, seguindo os padrões aos níveis de danos sem
comprometer a lavoura mantendo um comportamento de movimento larval equilibrado.
Dessa forma analisando as práticas defensivas contra a lagarta-da-espiga do milho nas
lavouras em relação ao uso da proteína Bt e uso de inseticidas tradicionais, a proteína é a
opção mais viável economicamente e eficiente obtendo resultados com uma garantia
menor de perda nos grãos. Porém ainda é necessário que haja mais estudos adicionais
para determinar até que ponto a redução das populações larvais nas áreas de refúgio em
misturas de sementes influencia o desenvolvimento de resistência da praga ao milho Bt.
Palavras-chaves: Helicoverpa zea, inseticidas, larvas, proteína Bt e Zea mays.

ABSTRACT

The use of Bt protein has been a refuge for the vast majority of producers around the
world to combat the corn earworm (Helicoverpa Zea), which has been a major concern to
deal with in the field, mainly larval infestations where the The procedure carried out using
insecticides is difficult to reach the larvae, as they are more hidden in the holes of the
ears, so the practice is not as efficient, causing economic losses to the producers and the
problem continues. In areas with Bt plants, the manifestation of larvae is relatively smaller
in relation to areas with non-Bt plants, due to the practicality and efficiency of the protein
in corn. of the crop and avoid a certain evolution of resistance of the larvae against Bt
protein, following the patterns of damage levels without compromising the crop,
maintaining a balanced larval movement behavior. Thus, analyzing the defensive
practices against the corn earworm in crops in relation to the use of Bt protein and the use

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144
of traditional insecticides, the protein is the most economically viable and efficient option,
obtaining results with a smaller guarantee of loss in the grains. . However, further studies
are still needed to determine to what extent the reduction of larval populations in refuge
areas in seed mixtures influences the development of pest resistance to Bt maize.
Key words: Helicoverpa zea, insecticides, larvae, Bt protein and Zea mays.

1. INTRODUÇÃO
No ano de 2021 o Brasil alcançou o ranking de 3º lugar como o maior produtor de
milho do mundo (BRFERTIL, 2022), um marco pro agronegócio brasileiro. Na produção
do milho a Lagarta-da-espiga do milho torna-se um impasse em diferentes características
como redução de fertilidade, diminuição do peso e podridão dos grãos, que acarreta o
rendimento dos produtores gerando prejuízo. Ressalta que seu ciclo de e de 40 a 45 dias,
só no período larval varia entre 13 e 25 dias, um período que pode gerar grandes prejuízos.

Dada como um desafio aos produtores rurais para combater essa praga em suas
lavouras, em meio a tantas dificuldades e poucos meios de tratamento a principal
alternativa é a utilização da proteína Bacillus Thuringiensis (Bt) na semente do milho,
sendo a forma mais eficiente, prática e econômica para o tratamento pois a proteína atinge
diretamente na lagarta durante o consumo após a sua propagação nas lavouras.
Observando o objetivo principal, no qual seja manter o aumento de produtividade com
menores números de prejuízos possíveis, analisando a situação percebe uma diminuição
na eficácia da proteína devido a evolução de resistência desses insetos responsáveis pela
propagação da lagarta-da-espiga do milho (Helicoverpa zea), visando isso necessita de
pesquisas para um melhoramento dessa proteína.

Dessa forma, o presente trabalho possui a finalidade, por meio de análises


bibliográficas, realizar um panorama sobre como a proteína Bacillus Thuringiensis (Bt)
pode ser a melhor opção no combate a lagarta-da-espiga do milho.

2. MATERIAIS E MÉTODOS
O presente trabalho teve como objetivo realizar um levantamento dos artigos
publicados em periódicos científicos e sites renomados da área de Agronomia e
Agronegócio, sobre a utilização da proteína Bacillus thuringiensis (Bt) como método de
combater a lagarta-da-espiga do milho (Helicoverpa zea). Como estratégia de busca
foram utilizadas as palavras chaves (Helicoverpa zea, larvas, inseticidas, proteína Bt e

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145
milho) como norteadoras e a busca foi realizada on-line. Após o levantamento, foram
encontrados 111 documentos relacionados, que posteriormente adotou-se o critério de
selecionar os documentos mais atuais (2018-2022), restando 22 documentos relacionados
mais atuais, realizando uma filtragem a aqueles que mais atendiam os interesses do
assunto no artigo no qual 11 que foram usados neste artigo de revisão sendo apenas 2
anteriores a 2018.

3. REVISÃO
3.1 lagarta da espiga-do-milho (Helicoverpa Zea)

A lagarta-da-espiga é uma praga que pertence à família Noctuidae, amplamente


distribuída pelas Américas. A praga está presente nas regiões com maior potencial de
produção de milho, como os estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas
Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os ovos dessa espécie
são, geralmente, depositados de forma individual, podendo chegar a 15 por espiga. São
esféricos, de coloração branca e amarela, com saliências laterais, passando para marrom
próximo à eclosão, medindo 1 mm de diâmetro. Cada fêmea oviposita 1000 ovos ao longo
da vida. À medida que crescem, as lagartas penetram no interior da espiga e destroem os
grãos em formação. O período larval varia entre 13 e 25 dias, dependendo da temperatura
e do hospedeiro no qual a lagarta se desenvolve. No fim deste período, as lagartas saem
da espiga e vão para o solo, passando para a fase da pupa, onde permanecem por 10 a 15
dias. O ataque da praga causa redução da fertilidade e do peso dos grãos, e falhas em toda
a espiga. Ao alimentar-se dos grãos, deixa orifícios que facilitam a penetração de
microrganismos, podendo causar podridão. (CORTEVA, 2020).

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146
(Imagem 1) (Imagem 2)

Imagem (1) e (2) respectivamente o período larval e adulto da Helicoverpa zea

Fonte: Embrapa, 2020.

A lagarta da espiga do milho, Helicoverpa zea, é uma das pragas de maior


importância econômica para a agricultura mundial. No Brasil, constatou-se que as
infestações de H. zea são de até 96,3%, causando danos de até 8,4%, com 2,1% em
consequência de grãos comidos, 2,0% de grãos podres e 4,3% de falhas. (KOPPERT,
2022). A evolução da resistência de insetos a essas proteínas Bt é uma grande ameaça
para a eficácia contínua da tecnologia Bt. No Brasil nas safras 2012/2013, causou
elevados prejuízos em diferentes culturas, fato que desencadeou a necessidade de se
estudar a distribuição temporal de H. zea e H. armigera, considerando sua incidência em
agrossistemas (RIOS, 2021).

A resistência de um inseto a um inseticida ou proteína Bt é uma característica


genética identificada quando o inseto tolera doses que são letais para a maior parte dos
indivíduos que formam a população da praga (BOAS PRÁTICAS, 2022). Com a
utilização dessas proteínas no decorrer dos anos os insetos acabam criando uma certa
resistência a proteína, perdendo sua eficácia no combate dessa praga, acarretando a busca
de novos métodos que sejam eficientes.

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147
(Figura 3) (Figura 4)

(Figura 5)

(Figura 6)

Figura 3, 4 e 5 representa a resistência e a evolução dos insetos sobre a proteína.

Figura 6 relata os primeiros locais que desenvolveu resistência a tecnologia Bt.

Fonte: Boas Práticas, 2022.

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148
3.2 Controle químico
O manejo de H. zea é realizado com inseticidas. Porém, tem-se notado baixa
eficiência desses produtos, além das questões ambientais envolvidas, gerando problemas
na saúde para o homem e animais (DAMASCENA et al., 2021). A utilização de químicos
para o controle da praga deve conter moléculas de Carbamato, e sua aplicação deve ser
focalizada nas espigas (NEUHAUS et al., 2019). À exceção dos clorados, praticamente
todos os grupos químicos têm representantes registrados para uso na cultura de milho,
isto 6, fosforados, carbamatos, clorofosforados, piretróides e, mais recentemente, os
produtos fisiológicos. Os insucessos no controle da praga, no Brasil, podem ser atribuídos
aos métodos inadequados de aplicação e\ou à aplicação tardia; quando os danos já foram
causados (EMBRAPA, 1995). Para um controle mais adequado e que seja eficiente, o
essencial seria aplicação de forma direta, ou seja, diretamente na espiga onde a lagarta se
encontra, de forma manual o que acaba dificultando a praticidade no controle dessa praga,
uma das abordagens utilizadas mais favoráveis e utilizadas nos últimos anos foi a proteína
Bacillus Thuringiensis (Bt). Desde a sua introdução no mercado, a tecnologia Bt passou
a ser rapidamente empregada no campo, tornando-se uma das alternativas mais
importantes para o manejo integrado de pragas (BOAS PRÁTICAS, 2021).

Os cristais de Bacillus thuringiensis (Bt), também conhecidos como proteínas Cry,


são formados principalmente por proteínas na forma de cristais, as δ-endotoxinas. As
proteínas Cry são consideradas as principais constituintes dos cristais que caracterizam
Bacillus thuringiensis, sendo codificadas por genes que geralmente se localizam em
plasmídios e, com menor frequência, no cromossomo bacteriano (POLETTI, 2020).

(Imagem 7)

Imagem 7: Ação da proteína Bt sobre a lagarta.

Fonte: Poletti, 2020.

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(Imagem 8)

Imagem 8: Representa sobra a necessidade de áreas de refúgio.

Fonte: Boas práticas, 2021.

Embora o uso generalizado de inseticidas químicos tenha levado ao


desenvolvimento de resistência a muitos deles, milho doce geneticamente modificado e
plantas de algodão que expressam Bacillus thuringiensisAs toxinas (Bt) tiveram um
sucesso considerável no controle dessa praga (WANG et al., 2018). No entanto para que
se possa evitar o mesmo acontecimento ocorrido em relação aos inseticidas na proteína,
e necessário estratégias alternativas para evitar uma possível resistência dessa tecnologia.

Em áreas que utilizam a proteína Bt como o método de combate à lagarta-da-


espiga do milho nas lavouras de milho, para manter a eficácia e o controle de resistência
é necessário áreas de refúgio, ou seja, uma pequena parcela onde não se realiza a
utilização da proteína, para que os benefícios sejam aproveitados por um maior período,
essa área serve como abrigo para os insetos para prevenir a evolução da resistência das
pragas.

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(Imagem 9)

Imagem 9: Representação de como e colocado em prática áreas de refúgio em milho não Bt.

Fonte: Mais soja, 2020.

(Imagem 10)

Imagem 10: Representação visual de milho Bt e não Bt em lavoura.

Fonte: Mais soja, 2020.

3.3 Milho

No Brasil, o cultivo do milho vem desde antes da chegada dos europeus.


(SINDMILHO, 2022). Um grão muito utilizado pela civilização desde o início dos
tempos até os dias atuais que vem crescendo cada vez mais pelos arredores do mundo.

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151
No total, 190,4 milhões de hectares de culturas GM foram cultivadas em 29 países em
2019, de milho foram 60,9 milhões de hectares. (LIU et al., 2021) onde o milho está entre
as quatro principais culturas mais largamente plantadas. Os plantios de milho safra
iniciam no mês de setembro prolongando até o mês de dezembro em algumas situações.
Já os plantios milho safrinha e segunda safra ocorrem entre janeiro e março na grande
maioria dos casos, seguidos pelos plantios de milho terceira safra que ocorrem entre os
meses de abril e junho. (SEMENTES BIOMATRIX, 2020). O milho sendo um dos
destaques de maior produção no Brasil, pode ser matéria-prima para silagem, além de ser
comercializado como milho-verde ou grãos. A Helicoverpa Zea prejudica a produção
atacando os estilo-estigmas quando ainda no 1º e 2º estádios larvais, impedindo a
fertilização e ocasionando falhas de granação nas espigas. As lagartas mais desenvolvidas
alimentam-se dos grãos leitosos, destruindo-os e facilitando a penetração de
microrganismos e pragas de grãos armazenados nas espigas através dos orifícios deixados
ocasionando na podridão dos grãos nas espigas (NAIS, 2012).

3.4 Milho Bt

No Brasil, os prejuízos anuais causados pelo complexo de pragas que ocorrem na


cultura do milho chegam a cerca de 2 bilhões de reais. Nesse sentido, a lagarta do
cartucho, Spodoptera Frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) e a lagarta da espiga,
Helicoverpa zea (Lepidoptera: Noctuidae) representam os principais insetos-praga do
milho (SIMIONATO et al., 2020). Desde que as culturas geneticamente modificadas
(GM) foram comercializadas pela primeira vez em 1996, o cultivo mundial de culturas
GM tem aumentado consistentemente em mais de 10% a cada ano. (LIU et al., 2021). As
proteínas Bt fornecem à planta uma defesa integrada contra os ataques de lagartas e outras
pragas do algodão, milho, soja e cana-de-açúcar. A implementação de estratégias eficazes
de gerenciamento de resistência a insetos (IRM) é essencial para retardar o
desenvolvimento de resistência a insetos e sustentar a eficácia da tecnologia Bt. (YANG
et al., 2021). Em pouco mais de 10 anos de uso da tecnologia Bt no milho, essa praga já
apresenta resistência para duas das cinco proteínas disponíveis no mercado, e vem
mostrando falhas de controle para outras duas proteínas em várias regiões do País. Assim,
apenas uma das proteínas Bt disponíveis nas tecnologias comerciais ainda não apresentou
indícios de quebra. Outra dificuldade do manejo da lagarta no milho está no hábito dela
de ficar escondida dentro do cartucho da planta, o que torna seu controle com inseticidas
químicos convencionais um desafio extra (EMBRAPA, 2019).

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152
As larvas que ingerem a proteína logo param de se alimentar e morrem,
normalmente em 48 horas. As proteínas inseticidas produzidas pelo milho Bt para
controle de insetos são consideradas seguras para o consumo. Devido à sua especificidade
e seu modo de ação, têm efeito somente sobre os insetos-alvo. A cultura Bt tem suas
vantagens, como a redução do uso de pesticidas químicos, o que ajuda na parte econômica
para os agricultores e sendo menos prejudicial ao meio ambiente. Para que atuem, há a
necessidade da ingestão dessas proteínas por organismos que possuam fluido gástrico
alcalino. Esse é o caso de muitos insetos. (BOAS PRÁTICAS, 2022).

O milho Bt é uma variedade de grão com tecnologia que possui características de


resistência a insetos com intuito de minimizar os danos nas lavouras causadas por pragas.
(BOAS PRÁTICAS, 2022). Os benefícios resultantes da adoção de culturas Bt incluem
a supressão de pragas de insetos, redução da aplicação de inseticidas químicos e
preservação de inimigos naturais. (YANG et al., 2021). Nos últimos anos a variedade do
milho Bt não está mais apresentando 100% de eficiência, justamente pela resistência
criada pelos insetos nas lavouras gerando baixa eficiência da proteína. H. zea variou de
parcialmente recessiva a completamente dominante dependendo da concentração de
proteína (YANG et al., 2021). Onde o nível de resistência das larvas na proteína pode ser
reduzido através da engenharia genética dos cloroplastos em plantas. A origem de muitos
dos problemas e desafios tecnológicos defrontados pelos sistemas produtivos de milho
decorre da falta de adesão a princípios fundamentais de boas práticas agrícolas
(EMBRAPA, 2019).

Vários estudos mostraram que culturas transgênicas contendo o gene Vip3A são
eficazes no controle de H. zea e S. frugiperda resistentes a Cry (DIMASE et al., 2020),
ou seja, um novo gene modificado criado para controlar as pragas resistentes. Portanto
preservar sua suscetibilidade e essencial para manter a eficácia da tecnologia de cultura
Bt.

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(Imagem 11)

Imagem 11: Representando a história do Bt.

Fonte: Boas práticas, 2022.

4. CONCLUSÃO
Por fim, pode concluir-se que a tecnologia Bt é a principal e melhor alternativa de
combate à Helicoverpa Zea, por motivos como o método convencional não ser o mais
eficiente, pela proteína não ser prejudicial no consumo humano. Porém a resistência do
inseto foi evoluindo no decorrer dos anos com a utilização da proteína, vale ressaltar que
deve ser realizado mais pesquisas e testes para aumentar a eficiência da proteína ou um
novo método de combate que traga os mesmos resultados ou melhores, para melhorar a
produtividade e o rendimento nas safras de milho como sugestão alternativa uma fusão
de outros produtos tanto químicos como orgânicos.

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154
5. REFERÊNCIAS
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precisamos trabalhar contra esse cenário. 28 jan 2022. Disponível em:
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bt-no-campo/. Acesso em: 03 out. 2022.

BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS. Milho Bt. 2022. Disponível em:


https://boaspraticasagronomicas.com.br/culturas-bt/milho-bt/. Acesso em: 03 out. 2022

BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS. Benefícios da tecnologia Bt. 23 nov 2021.


Disponível em: https://boaspraticasagronomicas.com.br/noticias/beneficios-da-
tecnologia-bt/. Acesso em: 03 out. 2022.

CORTEVA AGRISCIENCE. Insetos-praga no Brasil: Lagarta-da-espiga. Brasil, 06


jun 2020. Disponível em: https://www.corteva.com.br/boas-praticas-
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DIMASE, M.; OYEDIRAN, I.; BROWN, S.; WALKER, W.; GUO, J.; YU. W.;
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Bt e Bt contendo a característica Agrisure Viptera: Implicações para o manejo da
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EMBRAPA. Multimidia: banco de dados. set e out de 2020. Disponível em:


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EMBRAPA. Milho – Caracterização e desafios tecnológicos. p. 26 e 33, fev. 2019.

EMBRAPA. A Lagarta-do-cartucho na cultura do milho. Circular Técnica, Sete


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SIMIONATO, R. S.; NUNES, J.; NEPOMOCENO, T. A. R.; & MOCARDINI, V. F.


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WANG, J.; GU, L.; & KNIPPLE, D. C. (2018). Avaliação de alguns potenciais genes-
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YANG, F.; SANTIAGO GONZÁLEZ, J. C.; HEAD, G. P.; PRICE, P. A.; & KERNS,
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população de Helicoverpa zea resistente a Cry2Ab2. Proteção de cultivos, v. 145, p.
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OTAVIO CABRAL NETO

Formado em Zootecnia (2003) pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro


(UFRRJ), possui Mestrado (2005) em Zootecnia, Doutorado (2011) em Ciência e
Tecnologia de Alimentos (UFRRJ) e Estagio Pós-Doutoral pelo
PPGCTA/DTA/EMBRAPA Agroindústria de Alimentos. Tem experiência nas áreas de
Zootecnia e Ciência e Tecnologia de Alimentos, com ênfase em Avaliação e Tipificação
de Carcaças, Ovinocaprinocultura, Bovinocultura de corte, Bubalinocultura, Avaliação e
Julgamento de Animais, Tecnologia e Qualidade de Carnes e Produtos Cárneos.
Atualmente atua como Professor EBTT no Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Tocantins - IFTO - Campus Palmas e no momento também se encontra
como Coordenador dos Cursos de Agronegócio da unidade Palmas nas três formas de
oferecimento: Ensino Médio Integrado, Superior e EaD/UAB.
ALYSSON SOARES DA ROCHA

Possui graduação em Zootecnia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro


(2004), mestrado em Ciência Animal Tropical pela Universidade Federal do Tocantins
(2009) e doutorado em Ciências Animais pela Universidade de Brasília (2018).
Atualmente é professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Tocantins. Tem experiência na área de sistemas de produção, com ênfase em Aquicultura,
atuando principalmente nos seguintes temas: agronegócio, bioindicadores e alternativas
alimentares.
ANTÔNIO CARLOS SILVEIRA GONÇALVES

Bacharel em Zootecnia, recebendo mérito acadêmico, pela Universidade Federal de


Lavras (UFLA/2008). Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Vale do Rio
Verde (Unincor/2014). Mestre em Produção Animal (UFLA/2009). Doutor em Nutrição
e Produção de Não Ruminantes (UFLA/2013). Pós-Doutor em Piscicultura Continental
(UFLA/2015). Atualmente é professor no Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Tocantins – IFTO Campus Palmas, na área de Recursos Naturais
(Produção Animal). Tem experiência em Produção de Animais Não Ruminantes, com
ênfase em Aquicultura, atuando principalmente nos temas de nutrição, reprodução,
melhoramento genético, sanidade e sistemas de produção.
CLAUBER ROSANOVA

Graduado em Zootecnia pela UNESP - Jaboticabal, pós graduado em Gestão


Agroindustrial pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), possui MBA Executivo em
Gestão Empresarial Estratégica (EDUCON/NAIPPE), mestrado em Produção Vegetal
pela Universidade Federal do Tocantins (UFT) e Doutorado pelo programa de pós
graduação em Ciências do Ambiente - PPG/CIAMB da Universidade Federal do
Tocantins (UFT). Atuou como Coordenador do Curso de Zootecnia e docente da
Faculdade Católica do Tocantins (FACTO), atuou ainda como Coordenador de Pesquisa
junto a Pró Reitoria de Pesquisa e Inovação do IFTO - Instituto Federal de Educação
Ciência e Tecnologia do Tocantins - Campus Palmas e atualmente é professor dos cursos
de Engenharia Agronômica, Tecnólogo em Gestão do Agronegócio e de Zootecnia do
IFTO Campus Palmas, Coordenador do curso de Bacharelado em Zootecnia do IFTO -
Campus Palmas desde 2020. Inspetor do Serviço de Registro Genealógico da ARCO -
Associação Brasileira de Criadores de Ovinos.
FERNANDO MORAIS RODRIGUES

Dr. Fernando Morais Rodrigues é Engenheiro de Alimentos pela Universidade Federal


do Tocantins (UFT), Especialista em Ciência dos Alimentos pela Universidade Federal
de Pelotas (UFPEL) e Especialista em Educação Profissional pela Universidade Gama
Filho. Possui Mestrado em Políticas Públicas e Gestão da Educação Profissional e
Tecnológica pela Universidade de Brasília (UNB). É Doutor em Ciência e Tecnologia de
Alimentos pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Atualmente é
Professor do Instituto Federal do Tocantins (IFTO). É Líder do Grupo de Pesquisa em
Ciência e Tecnologia de Alimentos (CNPQ), Membro da Rede de Pesquisa e Inovação
em Leite (EMBRAPA) e Membro Pesquisador do Grupo de Pesquisa em Inovação e
Tecnologias Aplicadas à Educação (CNPQ). Tem experiência em Docência e Pesquisa
na área de Ciência e Tecnologia de Alimentos, com ênfase em Tecnologia de Leite e
Derivados, em especial Tecnologia de Queijos, bebidas lácteas e leite fermentado.
SERGIO LUIS MELO VIROLI

Possui graduação em Engenharia de Alimentos pela Universidade do Tocantins (2001),


complementação pedagógica em Química pela Universidade do Tocantins (2005) e
mestrado em Educação Agrícola pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
(2011). Atualmente é professor titular do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Tocantins. Tem experiência na área de Química, com ênfase em Química,
atuando principalmente nos seguintes temas: efluente, sistema de tratamento e na área de
alimentos, com ênfase em: tratamento de efluentes para indústria de alimentos e
processamento de produtos de origem animal e vegetal.

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