Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
APRESENTAÇÃO ............................................................................................ 8
CAPÍTULO 1 ................................................................................................... 9
A MODERNIDADE NA CIÊNCIA GEOGRÁFICA: UMA ANÁLISE DA
GEOGRAFIA CRÍTICA E DA GEOGRAFIA HUMANISTA NOS TEMPOS
ATUAIS
DOI 10.29327/535474.1-1
Ítalo Ramon Carvalho Silva
Keilha Correia da Silveira
José Geraldo Pimentel Neto
CAPÍTULO 2 ................................................................................................. 18
OS PERÍODOS DO ESPAÇO RELATIVO
DOI 10.29327/535474.1-2
Leonardo Luiz Silveira da Silva
Larissa Santos Rocha da Silva
Alfredo Costa
CAPÍTULO 3 ................................................................................................... 35
BÁRIE À
CIVILIZAÇÃO. O RACISMO CIENTÍFICO
DOI 10.29327/535474.1-3
Antonio Guimaraes Brito
CAPÍTULO 4 ................................................................................................... 52
CAPÍTULO 5 ................................................................................................... 69
DOI 10.29327/535474.1-8
Fabrícia Martins Silva
Patrícia Soares de Maria de Medeiros
146
Espaço Geográfico: diversidade temática e metodológica / Capítulo 9
INTRODUÇÃO
A cidade de Porto Seguro, no estado da Bahia, é um dos principais polos
turísticos do Brasil, recebe anualmente uma grande quantidade de pessoas, atraídos
pelos seus recursos naturais, sobretudo pelas suas praias associadas a
ecossistemas como recifes de corais, manguezais e falésias, e pelos seus recursos
culturais, especialmente históricos (SILVA et al., 2008). Com uma população
estimada de 150.658 mil habitantes, Porto Seguro é uma cidade média e enquadra-
se como um Centro Sub-regional, tendo relevância para o contexto regional do
extremo sul baiano (IBGE CIDADES; IBGE REGIC, 2020).
O município é constituído de 5 (cinco) distritos: Porto Seguro (sede municipal),
Arraial d´Ajuda, Caraíva, Trancoso e Vale Verde, que possuem relação com o
turismo, bem como sua própria dinâmica rural. A prefeitura abarca as características
locais, com secretarias voltadas para agricultura, turismo e meio ambiente (PMPS,
2020), o que permite entender que na escala municipal existe uma preocupação com
todas as atividades locais.
Um dos distritos de Porto Seguro que merece destaque é o de Vale Verde, que
tem sua história ligada à presença dos jesuítas no Brasil. A localidade foi constituída
u
as Leis de 1755 para o Estado do Brasil, objetivando transformar os antigos núcleos
de catequização em vilas, que deveriam adotar nomes de cidades e vilas de Portugal
(CANCELA, 2007). Pela lei estadual nº 1190 de 1917, o município de Porto Seguro
147
Espaço Geográfico: diversidade temática e metodológica / Capítulo 9
adquiri
MATERIAL E MÉTODOS
Pelo crescimento do município de Porto Seguro (BA), foi escolhida a primeira
década do século XXI para confecção dos mapas. Para delimitação da área de
estudo, foi utilizada a base cartográfica e Malha Municipal do Instituto Brasileiro de
Geográfica e Estática - IBGE (2019); para elaborar os mapas foi utilizado o programa
QGIS, versão Madeira LTR 3.4 (QGIS, 2019), sendo estabelecido como datum o
148
Espaço Geográfico: diversidade temática e metodológica / Capítulo 9
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi possível gerar imagens da região para o ano 2000 e 2013 (Figura 1),
identificando os principais usos da terra. Na literatura, existem poucos registros sobre
a dinâmica do uso e cobertura da terra em Porto Seguro (BA), em especial no distrito
Vale Verde. Sabe-se que a vida da área rural, em parte, é resultante das diferentes
formas de uso e ocupação do solo, e que as ações antrópicas interferem no
desenvolvimento natural e na transformação desse ambiente, podendo levar a
deterioração natural e diferentes formas de uso e emprego (ROMÃO; SOUZA, 2011).
Para o ano de 2000 (Figura 1A), foi possível identificar 11 usos: (1)
pasto/agricultura anual - 55,58%; (2) vegetação florestal inicial/media - 30,80%; (3)
cabruca - 4,26%; (4) agricultura perene - 3,40%; (5) vegetação florestal avançada -
2,22%; (6) plantio de eucalipto - 2,04%; (7) comunidade aluvial - 0,67%; (8) corpos
d´agua - 0,53%; e (9) outras classes - 0,35%; (10) área urbana - 0,06%; (11)
mineração - 0,02%.
Treze anos depois (2013, Figura 1B), houve um aumento de 7 (sete) áreas,
totalizando 18 tipos de ocupações: (1) pastagem 41,18%; (2) floresta ombrófila densa
estágio inicial - 18,80%; (3) pastagem abonada - 12,64%; (4) floresta ombrófila
estágio médio - 10,03%; (5) cabruca - 4,14%; (6) seringal - 3,59%; (7) culturas
prementes não florestais - 3,38%; (8) silvicultura - 2,18%; (9) culturas temporárias -
1%; (10) formação fluvial ou lacustre - 0,67%; (11) floresta ombrófila aluvial - 0,64%;
(12) corpos d´agua - 0,61%; (13) mamão - 0,34%; (14) café - 0,21%; (15) coco -
0,20%; (16) área urbana - 0,15%; (17) área degrada - 0,02%; e (18) floresta ombrófila
densa - 0,001%.
149
Espaço Geográfico: diversidade temática e metodológica / Capítulo 9
Figura 1. Uso da terra no distrito de Vale Verde (Porto Seguro BA) no ano 2000
(A) e 2013 (B).
Uma paisagem pode ser definida como uma porção do espaço resultante da
combinação dinâmica dos elementos físicos, biológicos e humanos, os quais,
interagindo entre si, formam um conjunto único em desenvolvimento (CEMIN et al.,
2009). Observa-se que, depois de uma década, os principais usos estão voltados
para a agropecuária, sendo que a maior área continuou destinada para pastagens,
com redução de uso em 14% que com o passar do tempo foram abandonadas.
150
Espaço Geográfico: diversidade temática e metodológica / Capítulo 9
151
Espaço Geográfico: diversidade temática e metodológica / Capítulo 9
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O emprego do sensoriamento remoto para a construção de mapas de uso e
cobertura do solo no distrito de Vale Verde (Porto Seguro - BA) foi relevante para
identificar o destino do uso da terra, sendo que no espaço temporal de uma década,
as áreas para pastejo foram as maiores. É importante que novos estudos contribuam
com a temática apresentada neste capítulo, complementando as informações
fornecidas por este estudo, para compreensão histórica e fonte para decisões pelo
poder público.
AGRADECIMENTOS
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia Fapesb, ao Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia - IFBA e à Pró-Reitoria de
Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação - PRPGI / IFBA por apoiar e dar suporte a esta
pesquisa. A profa. Me. Ivaneide Almeida da Silva pelos esclarecimentos sobre a
história de Porto Seguro (BA) e do distrito de Vale Verde.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAUJO, Cristina Pereira de; SILVA, Sérgio Bernardes da. As duas Porto Seguros.
In: VALENÇA, Márcio Moraes. CAVALCANTE, Gilene Moura. (org.). Globalização
e Marginalidade: transformações urbanas. Natal: EDUFRN, 2008. ISBN: 978-82-
7273-392-2.
BARROS, Talita Delgrossi. Silvicultura. Árvore do Conhecimento Agroenergia.
EMBRAPA - Parque Estação Biológica. Disponível em: <
https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/agroenergia/arvore/CONT000fmcbqc
wh02wyiv80kxlb36vbkge01.html>. Acesso em: 30 de mar. 2021.
152
Espaço Geográfico: diversidade temática e metodológica / Capítulo 9
153
Espaço Geográfico: diversidade temática e metodológica / Capítulo 9
ROMAO, Adevanilde Cristina Bueno Castelar; SOUZA, Marta Luzia de. Análise do
uso e ocupação do solo na Bacia do Ribeirão São Tomé, Noroeste do Paraná PR
(1985 e 2008). RA´E GA 21, p. 337-364, 2011. Disponível em:<
http://dx.doi.org/10.5380/raega.v21i0.16657>. Acesso em: 30 de mar. 2020.
SANTOS, Danielle Ivana Pereira dos; ARAÚJO, Érica de Oliveira; PAGANI, Pâmela
Cristina Patrício; PAGANI, Caio Henrique Patrício; ARAÚJO, Marcel Eméric Bizerra
de; NEGRÃO, Marcelo Pires. Análise multitemporal de uso e ocupação do solo do
núcleo inicial do projeto integrado de colonização Paulo de Assis Ribeiro no
município de Colorado do Oeste RO. Caderno de Geografia, v.25, n.43, p. 34-51,
2015. Disponível em:<https://doi.org/10.5752/P.2318-2962.2015v25n43p34>.
Acesso em: 05 de jan. 2020.
154
Espaço Geográfico: diversidade temática e metodológica / Capítulo 9
155