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Vulcanismo

https://www.youtube.com/watch?v=xx6IOCC1n2Y
Vulcanismo

Vulcanologia

das Ciências da Terra que estuda a


formação, a distribuição e a
classificação dos fenómenos
vulcânicos.

O estudo dos fenómenos vulcânicos é importante porque:


• o vulcanismo é um processo fundamental para a formação de crusta terrestre;
• as erupções vulcânicas constituem riscos naturais para a sociedade humana;
• os materiais que são libertados durante os fenómenos eruptivos fornecem aos
investigadores informações sobre os processos físicos e químicos que ocorrem
no interior da geosfera.
Vulcanismo

manifestação da geodinâmica da Terra, segundo a qual


Vulcanismo grandes quantidades de matéria e energia são transferidas do
interior da terra para a superfície.

Primário Secundário ou residual

há a ocorrência de erupções há a libertação de gases e/ou água a


vulcânicas, com libertação de materiais temperaturas elevadas.
no estado sólido, líquido e gasoso;
Vulcanismo

há a ocorrência de erupções vulcânicas, com libertação de materiais no estado


Vulcanismo Primário sólido, líquido e gasoso;

Central Fissural
presença de um aparelho vulcânico – expulsam dos materiais vulcânicos através de
o vulcão; fraturas da superfície terrestre – as fissuras;
Vulcanismo

Vulcanismo Central
Vulcanismo

Vulcanismo Central

Chaminé vulcânica:
Canal colunar por onde ascendem os
materiais incluídos na câmara
magmática.
Vulcanismo

Vulcanismo Central

Cone vulcânico:
estrutura cónica resultante da
acumulação dos materiais expelidos
durante a erupção vulcânica
Vulcanismo

Vulcanismo Central

Cratera vulcânica:
Parte terminal externa da chaminé,
normalmente em forma de funil, por
onde são ejectados os materiais
provenientes da atividade vulcânica.
Vulcanismo
Vulcanismo Central

Como resultado de fortes erupções vulcânicas, por vezes, formam-se caldeiras –


depressões circulares de grandes dimensões (superiores a 1,5 km) que surgiram como
resultado do colapso do cone vulcânico.

Caldeira Katmai, Alasca

Caldeira das Sete Cidades, Açores


Vulcanismo

Etapas de formação de uma caldeira vulcânica:


Vulcanismo

Vulcanismo Fissural

Os materiais expelidos acabam por preencher vales


profundos ou de relevo muito acidentado, acabando por
formar vastos planaltos de acumulação vulcânica, com
centenas de milhar de quilómetros quadrados e com
espessuras que podem exceder 1 Km.

Erupção fissural na Islândia.

Esquema representativo de uma erupção do tipo fissural.


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Materiais expelidos durante uma erupção vulcânica

Gases Piroclastos Lava

o vapor de água, mas o fragmentos sólidos de origem material rochoso


monóxido de carbono, o lávica ou da rocha encaixante resultante de magma
dióxido de carbono, o expelidos pelos vulcões parcialmente
hidrogénio, o azoto, o desgaseificado
ácido clorídrico e
compostos de enxofre

QUEDA FLUXO

fragmentos projetados durante Movimentam-se ao longo da


erupções explosivas. Alguns vertente envolvido em água ou
solidificam durante a queda. gases. Ex: nuvens ardentes.
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Classificação dos piroclastos de Queda

▪Poeira – materiais de dimensões muito reduzidas, inferiores a


1/16 mm;

▪ Cinzas: de diâmetro inferior a 2 mm, podem ser transportadas


pelo vento até longas distâncias;

▪ Lapilli ou bagacina: de diâmetro compreendido entre 2 e 64


mm, Podem ser libertados já solidificados, formando fragmentos
angulosos, ou podem resultar da consolidação na superfície de
fragmentos de lava pulverizados, formando fragmentos
arredondados. Quando os fragmentos são de pedra pomes ou de
materiais de baixa densidade, denomina-se bagacina;
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Classificação dos piroclastos de Queda

▪Bombas vulcânicas: de diâmetro superior a 64mm,. São


fragmentos de lava que solidificam durante o seu percurso aéreo,
adquirindo uma forma arredondada e com aspeto vítreo;

▪Blocos vulcânicos: fragmentos de rocha, com dimensão superior


a 64 mm, projetados na forma sólida, podendo apresentar uma
forma arredondada.
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Classificação dos piroclastos de Fluxo

Escoadas
Escoadas de lama
piroclásticas ou
ou lahars
nuvens ardentes
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Classificação da lava:
▪ Percentagem de sílica:

Sílica < 52% 52% < Sílica < 65% Sílica > 65%

Lava básica Lava intermédia Lava ácida

▪ Viscosidade:
CARACTERÍSTICAS Lava viscosa Lava fluida

Temperatura 800ºC a 1000ºC 1000ºC a 1200ºC

Quantidade de sílica Rica (ácida) Pobre (básica)


Capacidade de
Dificuldade em libertar gases Facilidade em libertar gases
retenção de gases

Teor em gases Rica em gases ( 4 a 6 %) Pobre em gases (1 a 2%)


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Tipos de solidificação de lavas fluidas

▪Lavas encordoadas ou pahoehoe: lavas muito fluidas, que formam


escoadas muito longas (rios de lava) e originam superfícies lisas ou com
aspeto semelhante a cordas;

▪ Lavas escoriáceas ou aa: lavas fluidas que após a sua solidificação


originam superfícies ásperas, irregulares e formadas por fragmentos
porosos;

▪ Lavas em almofada ou pillow lavas: lavas fluidas que se formam


nas erupções subaquáticas marinhas e, após a sua solidificação, originam
massas arredondadas, semelhantes a almofadas, revestidas por uma
película de vidro vulcânico.
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Tipos de solidificação de lavas viscosas e fenómenos associados:

▪ Nuvens ardentes: massas de gases e cinzas incandescentes e


dotadas de grande mobilidade expelidas nas erupções vulcânicas
explosivas;

▪ Agulhas vulcânicas: formação vulcânica resultante da


consolidação de lavas, muito viscosas, dentro da chaminé
vulcânica;

▪ Domos ou cúpulas: estruturas arredondadas resultantes da


solidificação de lavas viscosas sobre a abertura vulcânica,
obstruindo-a.
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Tipos de erupções vulcânicas

Explosiva:
▪ Lavas viscosas e ácidas;
▪ As lavas fluem com dificuldade e impedem a libertação dos gases;
▪ Erupções muito explosivas com emissão de piroclastos;
▪ Formação de domos ou cúpulas, agulhas vulcânicas e nuvens ardentes;
▪ Cone vulcânico alto e com vertentes íngremes.
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Tipos de erupções vulcânicas

Efusiva:
▪ Lavas fluidas e básicas;
▪ Formação de correntes de lavas ou mantos de lava e fácil libertação dos gases;
▪ Erupções calmas;
▪ Não ocorre emissão de piroclastos;
▪ Cones vulcânicos baixos e com vertentes suaves.
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Tipos de erupções vulcânicas

Mista:
▪ Alternância de emissão de lavas fluidas com emissões lavas viscosas;
▪ Pode ocorrer a libertação de piroclastos;
▪ Cones vulcânicos mistos, em que alternam camadas de lavas com camadas de
piroclastos;
Vulcanismo
Vulcanismo
Tipos de erupção e formas de relevo associadas

Vulcões em escudo ou
tipo havaiano

Vulcões compósitos ou
estratovulcões

Vulcões fissurais ou
do tipo islândico
Vulcanismo
Vulcanismo
Vulcanismo

Manifestações de vulcanismo secundário

Fumarolas Géiseres Nascentes ou


fontes termais
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Manifestações de vulcanismo secundário

Fumarolas Géiseres Nascentes ou


fontes termais
emanações de vapor de água e jatos de água quente e vapor
fontes de água corrente, a
outros gases, a temperaturas projetados para o exterior
elevada temperatura, que
elevadas sob a forma de repuxos
libertam vapor de água e
intermitentes
dióxido de carbono e contêm,
dissolvidas, substâncias
minerais
sulfataras mofetas
compostos dióxido de
de enxofre carbono
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As águas libertadas podem resultar nas manifestações de vulcanismo secundário podem


resultar:
▪ do arrefecimento e condensação do vapor de água que se liberta do magma – águas juvenis ou
magmáticas (termais);
▪ da infiltração, acumulação em rochas porosas e aquecimento de águas pluviais, por rochas a elevadas
temperaturas, situadas nas proximidades de câmaras magmáticas – géiseres e nascentes termais;
▪ da mistura de águas termais com águas frias de reservatórios subterrâneos - géiseres;
▪ da ascensão direta de águas termais que começam a ferver devido à diminuição da pressão – fumarolas.
Vulcanismo

▪ Os fenómenos de vulcanismo secundário (nascentes termais e fumarolas), são importantes


meios de acesso ao calor armazenado no interior da Terra – constituem fontes de energia
geotérmica.
▪ O aproveitamento dessa energia depende da temperatura de emergência (TE)do fluido.

TE Tipo de conversão energética Aplicação/Utilização final


• Balneoterapia/termalismo.
• Aquecimento ambiente (climatização).
• Aquecimento de águas
domésticas/outras.
Sem conversão energética (a • Piscicultura.
50ºC < TE < 150ºC água pode ser utilizada • Culturas de estufa.
diretamente na fonte). • Confecção de alimentos.
• Secagem de madeira.
• Secagem de alimentos.
•…
Conversão de calor em • Uso da electricidade nos mais diversos
150ºC < TE < 370ºC fins (domésticos, industriais, …).
eletricidade.
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Vulcanismo Secundário

Central geotérmica

Central geotérmica da
Ribeira Grande – S. Miguel

Vantagens Desvantagens

- Eficiência energética em locais de elevado potencial


geotérmico.
- Baixa emissão de CO2 quando comparada com a dos - Escassez de locais de potencial geotérmico.
combustíveis fósseis. - Emissão de CO2.
- Baixo custo em zonas de elevado potencial - Alguma poluição atmosférica na região.
geotérmico. - Poluição sonora, cheiros desagradáveis (H2S).
- Reduzida utilização e alteração dos solos. - Elevados custos de instalação e segurança.
- Impactes ambientais moderados.
- Potenciadora de desenvolvimento local.
Vulcanismo
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Vulcanismo, fonte de recursos naturais

✓ Elevada fertilidade dos solos vulcânicos

✓ Exploração de produtos mineiros (ex. enxofre, cobre, ferro…).

✓ Interesse turístico.

✓ Aproveitamento para fins medicinais

✓ Aproveitamento da energia geotérmica.

✓ Utilização de vapor ou águas de aquíferos a temperaturas elevadas para:

➢ Aquecimento de habitações, piscinas ou estufas;

➢ Produção de energia elétrica.


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Vulcanismo, fonte de recursos naturais_ Aproveitamento

Cozido das Furnas, S. Miguel Balneoterapia/Termalismo

Monte Quilimanjaro, Tanzânia


Ilha da Terceira, Açores Caldeira das Sete Cidades
(São Miguel, Açores)
Vulcanismo

Os vulcões e as placas tectónicas

✓ 15% dos vulcões ocorrem em zonas de margens divergentes


✓ 80% ocorrem em margens convergentes
✓ pequena percentagem é encontrada no interior das placas.
Vulcanismo
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Limites Convergentes

Arquipélagos ou arcos de ilhas vulcânicas Cordilheira vulcânica continental


Vulcanismo

Limites Divergentes
Vulcanismo
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Vulcanismo Intraplaca Oceânico


Vulcanismo

Vulcanismo Intraplaca Oceânico


Vulcanismo

Vulcanismo Intraplaca Continental


Vulcanismo
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Convergência de Placas Divergência de Placas


Intraplaca
Tectónicas Tectónicas
Vulcanismo de Subdução Vulcanismo de Vale de Rifte Vulcanismo Intraplaca

O magma, de origem pouco Os magmas, muitos com Pressupõe-se que os magmas


profunda, origina, geralmente, origem pouco profunda, tenham origem em zonas
erupções do tipo explosivo. originam erupções de tipo mais profundas do manto,
Representa cerca de 80% do não explosivo (efusiva e/ou desencadeiam erupções de
vulcões ativos. mistas). tipo não explosivo (efusivas
e/ou mistas).
Ex.: Indonésia/Filipinas; Ex.: Dorsal Médio-Oceânica;
Cadeias montanhosas costeiras, Rifte Valley Africano. Ex.: Ihas do Havai e Yellostone
como os Andes.
Vulcanismo
Vulcanismo
Vulcanismo

Vulcanismo em Portugal Arquipélago da Madeira


Arquipélago dos Açores

Últimas erupções se

verificaram há cerca de

1,7 milhões de anos.

Vulcanismo é considerado extinto

vulcões submarinos
Há vários vulcões ativos, 3 dos quais na ilha de S. Miguel.

vulcanismo secundário

Disjunção colunar em basaltos


Vista do Vulcão dos Capelinhos, ilha do Faial. Fumarola das Furnas, S. Miguel (Foz da Ribeira do Faial, Ilha da Madeira).
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Vulcanismo em Portugal

Portugal Continental

rochas vulcânicas no Alentejo, Estremadura e Algarve, que testemunham erupções vulcânicas do passado.

Penedo do Lexim, Complexo Basáltico de Lisboa, Mafra.

Chaminé do Cabeço de Montachique, Complexo


Basáltico de Lisboa, Loures.
Vulcanismo

Atividade vs inatividade vulcânica

Entre duas erupções podem decorrer centenas ou até milhares de anos. Assim, não é fácil saber
se um vulcão está definitivamente ou provisoriamente inativo.

Vulcão adormecido – teve erupções recentes ou apresenta, à superfície, manifestações de


atividade, como fumarolas. Considera-se, assim, que se trata ainda de um vulcão ativo.

Vulcão extinto – não teve manifestações exteriores de atividade nos últimos 10 mil anos e
quando os estudos científicos demonstram que debaixo dele não há calor, não há magma que o
possa alimentar.
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Perigos vulcânicos

O fenómeno mais destruidor da


atividade vulcânica são as nuvens
ardentes.

Vulcão de Sta Helena, EUA, 1980 –


coluna eruptiva

As erupções efusivas apresentam menor risco,


pois são mais calmas e o trajeto da lava é mais
previsível; a velocidade a que as frentes das
escoadas se deslocam facilitam a evacuação
das populações.

Erupção no Havaí
Vulcanismo

Perigos vulcânicos

Tsunamis, ondas gigantes, que podem ser provocados por violentas


erupções submarinas, injetam toneladas de lava no fundo oceânico,
gerando ondas devastadoras.

Libertação de gases tóxicos a elevadas


temperaturas, provocando intoxicações e morte
por asfixia.

"Jardim dos Fugitivos", Pompeia.


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Perigos vulcânicos
Lahares

torrentes de lama vulcânica,


deslizamentos de terra, principalmente
depósitos de piroclastos recentes e pouco
consolidados (cinzas), após forte
precipitação ou degelo súbito → produto
denso em movimento capaz de causar
grande destruição.
Cratera do Nevado del Ruiz em Novembro de 1985.

Aspeto de Armero, situada a 40Km do Nevado


del Ruiz, após ter sido inundada por lahares.
Vulcanismo
Perigos vulcânicos

Formação de chuvas ácidas, quando a precipitação se combina com os gases tóxicos


libertados e com as cinzas lançadas para a atmosfera.

Impossibilidade do uso imediato dos solos para a agricultura, com grandes perdas para as
populações.

Fome - A atividade vulcânica pode perturbar as cadeias alimentares, criando graves crises
ecológicas e até sociais.

Impacte ambiental do vulcanismo pode sentir-se igualmente no clima por longos períodos de
tempo e a grandes distâncias. Quando quantidades muito grandes de cinzas são lançadas para a
atmosfera, a radiação solar é reduzida, baixando a temperatura.
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Vulcanismo

Minimização de riscos vulcânicos – previsão e prevenção

Perigo Alguns danos Minimização de alguns riscos


- Identificação de possíveis pontos
- Raramente constituem uma ameaça direta
emissores de lava;
para o Homem;
- Antecipação do padrão de escorrência da
Escoadas de - Destruição de estradas, edifícios, terrenos
escoada;
lava de cultivo, …
- Controlo do avanço das escoadas através
- Incêndios;
de barreiras, canais e arrefecimento da lava
- Cortes de vias de comunicação.
com água.

- Destruição de estradas e edifícios;


-As pessoas devem manter-se afastadas do
- Incêndios;
Projeção de vulcão em atividade;
- Problemas respiratórios e oculares;
piroclastos -Usar capacete de proteção;
- Intoxicações;
-Proteção dos olhos e das vias respiratórias.
- Perigo para a aviação civil e militar.
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Minimização de riscos vulcânicos – previsão e prevenção

Perigo Alguns danos Minimização de alguns riscos

- Intoxicação; - As pessoas devem manter-se afastadas da


Libertação de
- Envenenamento; fonte de emissão dos gases;
gases
- Asfixia. - Proteção das vias respiratórias.

Sismos - Colapso das edificações por efeito de


- Construção à prova de sismo.
vulcânicos fadiga.

- Suster a construção desenfreada nas zonas


Tsunamis - Inundação das zonas litorais.
litorais.
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Minimização de riscos vulcânicos – previsão e prevenção

História eruptiva dos vulcões, que permite


estabelecer cartas de risco vulcânico;

vigilância dos vulcões, por exemplo através da análise constante de indicadores, tais como:
✓ a temperatura das fumarolas,
✓ a mudança da composição dos gases libertados,
✓ as crises sísmicas,
✓ as variações locais do campo geomagnético e
✓ as variações da inclinação do solo.
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Minimização de riscos vulcânicos – previsão e prevenção


Vulcanismo

Minimização de riscos vulcânicos – Medidas de autoproteção

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