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O que eu eu apren
di com
as perdas e os lut
os
Turma 4
Organização
SUMÁRIO
Apresentação .................................................................................. 3
Lêda Milazzo
Grandes descobertas
Em 2005, a minha vida mudou, contraí uma infecção óssea que destruiu duas
vértebras da minha coluna, o que poderia ter gerado uma infecção generalizada, o
que felizmente, não aconteceu. Mas, tive que ser submetida a uma reconstrução
da coluna. Situação essa, que me afastou do mercado de trabalho. Os anos se
passaram, entre tratamento e uma nova adaptação de vida, com novos desafios e
limitações.
Então, chegamos no ano de 2020. Logo no início do ano começamos a ouvir falar
sobre um vírus, que estava infectando e matando muitas pessoas na China. E logo
depois do carnaval, a imprensa começou a divulgar os casos de infectados e
mortes aqui no Brasil. E em março, do mesmo ano, fomos orientados
a fazer isolamento social, suspender as atividades fora de casa e a
usar máscaras, caso fosse extremamente necessário sair de casa.
Cerca de 45 dias depois do isolamento, fui convidada para
participar, como voluntária, de um projeto de atendimento
psicológico para brasileiros residentes em qualquer lugar
do mundo. O objetivo do projeto era dar apoio psicológico
a todos, incluindo as pessoas que moravam em
outros países, pois em sua maioria, estavam sozinhos
num país onde eram estrangeiros.
Infelizmente, meu tio Emílio faleceu um dia antes do meu aniversário de 13 anos.
Deixando 2 filhas, uma de 4 e outra de 2 anos. As quais, infelizmente, não
tiveram a chance de conhecer e sentir o amor que aquele homem trazia consigo.
Hoje eu mantenho o túmulo do meu tio e,
sempre que possível, viajo até a cidade onde
está enterrado, para lhe prestar
homenagem e cuidar da manutenção do seu
túmulo. Sempre achei que o sofrimento e
tristeza por sua morte, iria me acompanhar
pelo resto da minha vida, até que o curso
me fez entender que a vida é finita! Que
posso sim, sentir saudades.
Mas que a dor precisa ser amenizada e dar espaço à saudade! Foi a professora Lêda,
que me ensinou que o meu tio sempre irá existir dentro do meu coração, porque o
amor nunca morre! Não posso deixar de ressaltar, a importância das trocas que
aconteceram, durante as aulas ao vivo, onde a maioria dos alunos tiveram a
oportunidade de falar sobre o seu próprio luto e em como o curso e a escuta ajudou
cada um no seu processo pessoal. Aprendi que, ao invés de sofrer, em datas como
o Natal, eu posso homenagear a memória do meu tio. É possível, lembrar dos
momentos bonitos, que compartilhamos.
Hoje, consigo falar sobre a minha perda sem chorar, sem sentir aquela dor que me
sufocava e apertava o peito. Sinto que estou aprendendo a lidar
com o meu próprio luto, e a ideia de criar um grupo para
trabalhar as perdas e luto com pessoas enlutadas, já não é tão
impossível, como acreditava. O curso me deu o conhecimento
e a segurança que precisava para acolher e ajudar
aquela e outras mães enlutadas.
Considerando que cada pessoa que morre deixa pelo menos 10 enlutados a sua volta,
com a pandemia de Covid-19 o luto tornou assunto recorrente frente ao número de
mortes e urgente com os números estarrecedores de enlutados. Diante desse cenário,
tornou-se necessário buscar mais conhecimento e aprofundamento sobre o tema. Essa
temática sempre foi de interesse na minha trajetória profissional, porém, com
conhecimentos básicos e experiência em atendimentos.
O curso “Perdas e luto: entender para melhor atender” foi um divisor, que elucidou
algumas dúvidas e acrescentou muito para o trabalho com os pacientes que têm
buscado ajuda profissional após perdas de familiares, separações e tantas outras perdas
inerentes a cada indivíduo.
Sempre vi e acreditei que não há como desvencilhar o luto como um processo separado
da vida pois, onde acontece uma perda, seja ela por morte, perda de um emprego,
separação ou rompimento de relacionamento, fica um sujeito que terá que dar
continuidade a vida.
E, essa segurança e
consciência para atender
pessoas enlutadas é um diferencial
que adquirimos e fortalecemos no decorrer
das aulas e encontros durante curso.
Ficou, ainda mais evidente, o quanto é necessário ampliar a discussão sobre o luto e
suas implicações sobre a atuação clínica, ter clareza sobre as influências sociais que
decorrem das experiências de perda, considerando a realidade social e as experiências
singulares, respeitando e permitindo a vivência da perda sem dizer “é necessário ser
forte”; “é assim mesmo, tem que superar”; “o luto tem prazo, logo vai passar”. Não
fazemos parte do coletivo comum. Precisamos sim ter empatia, definir limites, ser
autênticos, ser tolerantes, interessados.
No curso “Perdas e luto: Entender para melhor atender” pude entender que o luto é
realmente um processo natural e que cada sujeito fará com que seus anseios e medos
possam ser vividos e entendidos dentro do seu contexto familiar e de grupo, assim
como eu fiz.
Anides Maria
CRP 04/15.715
WhatsApp
(11) 95242-4652
Vida e Morte: luto como vínculo!
Isso me fez refletir sobre quem se foi, aqueles que não estão mais entre nós,
mas que, de alguma forma, continuam como elos. Sim, somos seres de vínculos e a
morte não nos desagregou... Na verdade, a cada vez que me olho mais me
reconheço nos gestos e atuações dos meus antepassados: nos provérbios de minha
avó, no olhar encantado de meu avô, na ansiedade de meu pai, enfim, aquelas
marcas que nós agregamos ao longo do tempo e que nos fazem ser esta família.
Não, a morte não nos separou. Na verdade, penso que a morte me trouxe mais
maturidade: de entender os limites do outro, de pensar que nem sempre os desejos
do outro são caprichos, que cada um tem uma forma de funcionar, e que o amor
vai além disso que conseguimos nomear.
No curso Perdas e Lutos: entender para melhor atender, com a psicóloga Lêda
Milazzo, o entendimento da posição do luto na vida das pessoas me preparou para
uma abordagem mais assertiva e condizente com a realidade de cada pessoa.
Compreender a história do luto, suas características e significados, além de
aprender que não existe um tipo único de perda, mas para cada perda, um manejo,
uma técnica, um acolhimento, além de estudar os fatores que possam complicar o
processo do luto, como também aqueles que possam ser facilitadores para cada
sujeito no trajeto de sua história.
Estudando luto, algumas coisas, anteriormente só teóricas, passaram a ter valor
de experiência. Muito além apenas daquilo que se lê nos livros. Vida! Vida em sua
mais completa forma. Ao pensar na morte, e nas perdas vivenciadas em vida,
cada vez mais me energizo com as condições de ser vivente.
u s e i q u e s ã o
i n h a c a s a . E
m u n d o n a m ia m s a ir
r a, e s t á t o d o a m q u e n ã o
“Douto e le s d e c id ir ir m ã o s .
i m o s d i a s , e a t ia , m e u s
meus úl t a m ã e , m in h n h o
f il h o s , m in h e , já n ã o t e
. M e u s ia . S a b
daqui.. d o n a n o it e , n o d
. M u i to b o m
se re v e z a n in h a m i s s ã o
Estão e i q u e c u m p r i m
p r e s s a d e i r
e p a r ti r . S e s t á c o m
medo d a q u i . N i n g u é m
q u e r o ir co m
o d o s ju n t o s u v o u .. . e
ver t e m q u e já , j á e
je é o ú lt im o
. Ele s s a b o q u e h o
embora a b e , d o u to r a , a ch
t o u ca n s a d a
e s se a m o r.S c a n sa d a . Es
todo e s to u m u ito h o ra s q u e
e s c re v o . J á o m e ç o . T e m
dia que d e d o e n ç a , d e r e c
o s v ã o f ic a r
v i d a d e d o r, e ci s o i r . T o d
dessa d e ix a r i r . E u p r
r ir e c o n t a r .
p re c i s a le m b r a r e
a gente , m a s ta m b é m v ã o
r a ! O b r i g a d a
V ã o c h o r a r ig a d a , D o u t o
bem! f u i a m a d a . O b r
r t e . ”
q u a n t o h o d e m o
Eu sei do g a te i n o m e u c a m in
v i d a q u e re s
pela
Como pensar duas experiências tão distintas,
ao mesmo tempo tão próximas? Minha família
em reencontro, a família da paciente junta
para uma despedida... Quantas coisas em
comum ao tempo em que as perspectivas são
tão distintas. Sim, ela vai partir. Minha família
vai ficar, por enquanto. Neste momento,
juntas somos famílias afins: contando
histórias, relembrando casos, afagando as
mãos, abraçando os distantes, desejando o
almoço de amanhã, decidindo quem faz o que.
A vida e morte nos dois lados da mesma
situação.
CONECTADAS!
Whatsapp: (71)99192-4222
E-mail: claudia.alice@terra.com.br
Instagram: @psicologaclaudialice
Meu luto, minhas cicatrizes
Vivi poucas, mas significativas experiências de luto ao longo da minha vida, uma
em especial de tirar o tapete do chão. Meu pai faleceu aos 63 anos de infarto
fulminante, estava jogando bola com os amigos se sentiu mal e foi para casa.
Neste dia tínhamos chamado minha mãe para jantar para que não ficasse
sozinha em casa. Tudo isso durou 1h e quando ele chegou em casa tomou um
banho e caiu desfalecido, sozinho. Em poucos minutos chegamos do nosso jantar
e já o encontramos sem vida. Meu chão abriu, meu pai era o pilar de todos nós,
estava vivendo uma das melhores fases da vida, amava com toda sua forca os
netos e queria se aposentar para curtir mais eles. Tinha comprado uma casa nova
na praia para que todos nós pudéssemos estar juntos.
Nesta mesma semana meu marido havia sido transferido para outro estado, se
despediram combinando um churrasco no próximo encontro. Fiquei sem meu pai
e com meu marido longe. Neste dia, tudo saiu muito diferente do que
costumávamos fazer, minha mãe que é dona de casa não saia para jantar fora
durante a semana. Meu filho mais velho, na época com 10 anos era o
companheiro inseparável do meu pai no futebol, naquele dia não foi com ele, se
tivesse ido teria visto o vô morrer.
Algum tempo depois entendi que tudo foi preparado para que não estivéssemos
lá. Uma semana antes fizemos uma festa de aniversário em família, toda família
do meu pai se reuniu num evento épico. Minha avó, já com um grau de Alzheimer
estava lúcida coordenando a festa. Algumas semanas depois do falecimento do
meu pai, pedi a meu primo as fotos do evento, ele não quis
enviar, achei estranho, por que não? Falou depois que no lugar
da imagem do meu pai em várias fotos estava uma imagem
turva, ele não aparecia direito. Caí para trás, mais uma vez o
mundo espiritual agindo. Sim eu tenho certeza disso, vivi várias
experiências espirituais com meu pai após a morte dele, mas
isso merece um outro texto.
Meu luto foi intenso e doloroso.
Passei por todas as fases e não
conseguia entender o porquê? Não
conseguia achar justo, logo agora
que ele estava tão feliz com os netos.
Meu marido que estava fora, vinha
todos os finais de semana de
Salvador durante 6 meses, nunca vou
esquecer.
Para minha surpresa foi um bálsamo. A Lêda tem um jeito amoroso e delicado de
falar da morte. Aprendi muito, me emocionei muitas vezes e nem em sonho achei
que eu ainda compreenderia tantas coisas que aconteceram comigo e me lavariam
a entender, ainda melhor, os grandes e pequenos lutos da vida.
Somos seres individuais e nossa dor é única, cada um vive à sua maneira;
Estarmos ligados as pessoas que amamos forma uma rede de apoio que
salva vidas;
Falar sobre a morte não potencializa a vontade de morrer, ao contrário,
exorciza nossas dores;
Como profissionais devemos estar munidos de conhecimento, acolhimento e
amor;
O luto está em tudo que perdemos e nos separamos, pequenos e grandes.
Precisamos continuar respirando e ressignificando a vida com as nossas
cicatrizes.
Obrigada Lêda Milazzo, pelo Curso Lutos e Perdas, pelo conhecimento e sabedoria
de falar de algo tão delicado de forma tão honrosa e por fazer eu entender mais
ainda minha própria dor. Gratidão.
Instagram @psicologaelianapmensch
Facebook .Psicologa Eliana P.Mensch
E-mail: elianapmensch@gmail.com
E agora? Estou de luto
Minha irmã mais velha.Nos falávamos sempre por vídeo chamada após
a morte dos meus pais. Ela lidava bem com tudo, muito prática, sempre
dando conta de tudo. E, ela me liga, diz que vai para o hospital com
saturação baixa e um “resfriadinho” que não estava melhorando. Nos
falamos até sua internação, que foi quando ela autorizou contar para
nossas outras duas irmãs. Depois de 4 dias foi para UTI e me deixou
recado para buscar suas coisas no hospital.
O hospital me liga, conta a história de todos os dias e fala da morte. Percebo o tom
de muita dó esperando eu questionar alguma coisa. Só tive forças para perguntar
se ela sofreu. A resposta foi que antes da intubação sim, depois não...e eu já tinha
entendido tudo. Entendo que para eles (equipe de saúde) também não deixa de ser
um fracasso a morte do paciente.
E agora???
Avisar a todos, cuidar do velório.... Meu pai havia feito um plano funerário para as
filhas. Não queria se preocupar quando alguém morresse, era só
ligar e resolviam tudo. Ele fez um para cada família das irmãs
casadas. Ela estava no meu plano. Foi muito tranquilo essa
parte,da de correria desespero, só uma dor horrível. e a
pergunta que não quer calar:
E agora???
Estou de luto.
Me senti órfã. Minha irmã mais velha não estava mais aqui e tendo
que lidar com algumas situações que as outras pessoas esperavam
de mim. Como ser a minha profissão de psicóloga me desse o poder
de não sofrer, de não sentir a dor.
Gizélia Bispo
CRP 06/31234-3
Instagram: @gizelia_psicologa
E-mail: gizeliabd@yahoo.com.br
WhatsApp: (11)98558-3503
Falar de morte é falar de vida
A partida do meu padrinho me abalou emocionalmente. Ele era uma pessoa muito
presente em minha vida, um segundo pai. Não medi esforços para ajudar naquele
momento difícil, mas quando chegou o fim eu desabei. Eu já havia perdido
pessoas na minha família, mas talvez eu não havia estado tão presente nesse
momento como estive com ele. Talvez eu também tinha
dentro de mim a esperança de que ele viveria pois estava
no melhor hospital, sendo tratado pelos melhores
médicos e recebendo o melhor tratamento. Por um
instante me esqueci que meu padrinho não
era um super-herói, era um ser humano.
Hoje eu entendo que falar da morte é falar da vida, e quero ensinar isso a
mais e mais pessoas. Quando falamos da morte podemos dar mais valor a
vida, mudar valores e crenças que carregamos acreditando que somos
eternos.
Instagram: @lilianfreitaspsico
E-mail: lilianfreitaspsico@gmail.com
Site: psicologalilianfreitas.com.br
Da nutrição à psicologia do luto
Após longos anos trabalhando na área de nutrição resolvi cursar psicologia, uma
paixão!! Meu desejo sempre foi ajudar o outro e demorei muitos anos para
ingressar realmente na ativa.
Logo que retornei a morar em Campinas encontrei com um amigo muito querido
que faz parte da ONG a qual também sou voluntária, “Fraternidade sem
Fronteiras”, e que já com a intenção de me convidar, contou, sobre um projeto
que ele tinha vontade de iniciar: Acolhimento a mães enlutadas. Como não
tínhamos conhecimento, nem prático ou teórico, passamos a nos encontrar para
estudarmos o assunto através de livros e estruturarmos os encontros. Lembrando
que o grupo é de acolhimento e não terapêutico.
Mônica Serpentini
CRP
Psicóloga (USF, Itatiba/SP). Especialização em
Psicologia Breve (CEFAS), cursos sobre Perdas e
Luto ( Lêda Milazzo), Curso Perdas e Luto e
Aconselhamento do Luto (RNT), cursando pós
em Tanatologia (RNT), voluntária grupo de
acolhimento a mães enlutadas ( ProSeguir)
Instagram: @monicaserpentini
E-mail: moniserpentini@yahoo.com.br
Para sempre em minhas lembranças
Há alguns meses atrás falar sobre a morte para mim era algo impensado, um
enorme tabu. Significava sofrimento, choro, medo, momentos de muita dor, ao
qual eu não conseguiria falar ou mesmo estudar. Entretanto pude notar que
quanto mais se fala e estuda sobre um determinado tema, menos assustador ele
se apresenta. Abriu-se para mim uma compreensão do assunto, pude perceber a
morte como natural, que as perdas são naturais, e ocorrem em diversas fases de
nossas vidas. Ela está presente no nosso viver, no dia a dia.
Passo então a dar um valor à vida, pois conhecendo a finitude vejo o quanto é
importante viver com mais qualidade o presente.
Em seu curso - Perdas e Luto: entender para melhor atender – Lêda traz que, o
tema do luto causa estranhamento em muitas pessoas, gerando nas mesmas, um
inquietante desconforto. Contudo as questões da morte e do luto precisam ser
proferidas, pois este importante tema também se refere ao viver. Lêda relata
ainda ver a necessidade de ampliar o conhecimento dentro dessa temática afim de
possibilitar um outro olhar diante da morte. A finitude, que em algum momento
da vida, se fará vigente, de modo direto ou indireto, as pessoas estando
preparadas ou não. E tendo assimilado está questão, torna-se viável ser a partir
desse momento, fonte de apoio e auxílio àqueles que estão passando pelo processo
de luto.
Parkes, um dos autores indicados pela Lêda, relata o estigma que sofrem as
pessoas que estão enlutadas, referindo-se à mudança de atitude que ocorre nas
pessoas e na sociedade quando alguém morre. O autor descreve que os enlutados
acabam por descobrir que aqueles que outrora demonstraram ser amigos próximos
sentem-se tensas e sem saber como agir em sua presença. A afetividade e as
promessas de amparo desvelam em atitudes vazias. Percebe-se que apenas pessoas
que já sofreram com a experiência de perda ou aqueles que estão enlutados e
sofrendo a mesma perda, permanecerão por perto. E a isto se dá justamente por
não compreendermos o processo do luto, por tratarmos como algo tão horrível e
distante, que não sabemos o que falar, como nos comportar (o desejo é fugir da
situação), passamos a agir com falta de empatia com alguém que está passando
por um momento tão difícil, mas que será comum a todos nós, mais cedo ou mais
tarde.
O fato de conhecer mais sobre o tema perdas/morte/luto e ter compreendido que
não era o “monstro” que eu tinha em minha cabeça, me fez refletir sobre o
quanto tinha medo do desconhecido e o quanto me afastei do que deduzi que
iria me fazer mal, ao invés de fazer o caminho contrário e procurar entender
melhor, obter informações daquilo que não sabia, e descobrir o quanto estava
dotada de “achismos” e preconceitos errados e limitantes. A partir do
conhecimento adquirido posso fazer um conceito com mais propriedade a
respeito do tema perdas/morte/luto na minha vida e na minha profissão.
c o m o
i t u d e
a f i n e d e
e n d e r v i d a
m p r e t e d a e j o o
Co z p a r r a v
u e f a o a g o a d a
r a l, q r a i s s v e r c
na t u e p a a z v i d o
s e r , s e f o , s e n
nos s o s á r i o t e n h
n e c e s o q u e
quão o do tem ida. p
g u n d n h a v
se d e m i l i d a r
o r a d o a
aut , a p r e n
t a d a s ,
f i m e n l u
E por s pessoas mento, e
n t e a u m o
o r f r e o s e
m e l h - a s n o r .
t a n d o s u a d
i
respe do-as em
o l h e n
ac
Entender a temática morte/perdas/lutos me deixa mais preparada e com menos
peso para o processo do luto de pessoas que eu venha a trabalhar, ou que estejam
próximas a mim ou mesmo para quando este ocorrer em minha trajetória. Me
remete a apreciar o valor do tempo e da cicatrização das feridas emocionais,
ensinou-me a encarar com mais naturalidade o que de fato é genuíno em todos
nós, mas o que não é inerente a vida, é viver com banalidade, com pré-conceitos
que nos paralisam e nos tornam ignorante, com julgamentos, laçando no outro
coisas que são nossas e que tentamos esconder, sem autoconhecimento, deixando
a cargo do outro as rédeas de nossa vida, terceirizando nossa felicidade e
permitindo ser dependente, ter medo da opinião dos outros, e deixando de lado a
tão sonhada e invejada liberdade.
finitos.
No ano de 2020 e 2021 vivemos uma pandemia que resultou em milhões de
vidas perdidas, de perdas de trabalho, de relacionamentos entre outros. E,
tivemos que nos deparar com essa dor, com a angústia, o medo, e outros
sentimentos que vieram à tona e ficamos perdidos frente a tanto sofrimento.
Sonhos, desejos perdidos, e aí o que fazer?
Raquel Ribeiro
CRP 04/18.762
Instagram: @raquel_ribeiro_psicologa
Site: raquelbaptistaquel@gmail.com
Nem deu tempo e já veio outro
"Oh morte, onde estás oh morte? Quem és tu oh morte? Qual a tua vitória?"
Ano após ano cresci aprendendo que a morte nunca será vitoriosa, pois Cristo
ressuscitou e ele venceu a morte, por isto este refrão sempre cantei com muito
fervor no tempo Pascal. Sempre tive uma vida muito religiosa e sempre soube
que aqui é apenas uma passagem, que o que eu busco é a vida eterna.
No ano de 2019 no dia da festa de três anos do meu filho, meu avô que estava
acamado há anos, também morreu.
Os dois anos foram bem complicados, pois o dia que
estávamos celebrando a vida de uma das pessoas mais
importante para mim, eu também estava lidando com a
perda de pessoas muito queridas. No primeiro caso eu
recebi a notícia no decorrer da festa. No caso do meu avô,
como ocorreu de manhã deu tempo de cancelar com o
buffet e remarcar para uma outra data. (Agradeço até hoje
a empresa, pois sei que eles não tinham a obrigação de
cancelar a festa com tudo pronto) O fato por si só, já é
difícil passar, agora imagina ouvir comentários do tipo
"espero que no próximo ano você não festeje este
aniversário, pois toda a vez que você organiza uma festa
alguém morre". Frases como está machucam pois sempre
vem de pessoas que você não espera.
Em outubro meu pai foi para uma consulta e acabou ficando internado por
questões de saúde que ele já estava tratando. Devido a sua dificuldade que ele
estava de locomoção durante o tempo de internação, revezávamos para
acompanhar ele no hospital. Na última noite que eu passei com ele, percebi que
ele estava bastante incomodado, não tinha posição que ele ficasse confortável,
então foi uma noite bem difícil, pois tinha que esquecer a dor da minha perna,
para ajudar ele a se virar na cama.
Mas nenhuma dor física se comparou a dor que eu senti de manhã. Um pouco
antes da passagem da médica, minha avó chegou para visitar o meu pai.
Quando a médica passou meu pai estava sentado na cama e a minha avó ao
lado dele. Ela pegou o prontuário, leu, olhou para nós e disse "seu caso é grave,
até hoje não vi ninguém no seu estado sair daqui com vida". Ao ver o rosto da
minha avó e do meu pai, ela me chamou para conversar do lado de fora e
explicar a situação.
Claro que nenhuma dessas frases vieram de superiores, mas sim de colegas que
queriam "ajudar" neste momento de luto.
Bom ainda bem que 2019 acabou, mas infelizmente em 2020 veio uma
pandemia no qual foi necessário que todos se reinventassem… Vivenciei neste
período o fim do meu casamento e a necessidade de renascer.
Instagram: @simonesantospsi
Facebook Simone Santos Psi
WhatsApp : (11) 95026-8266 / 97528-6830
Grata pelo que vivi
Sou profundamente grata pelo que vivi e conquistei neste período da minha
vida, mas algo havia mudado internamente em mim. Simbolicamente, eu gosto
de dizer que não arranco essas páginas (experiência) do livro da minha vida,
pois são justamente estes momentos que validam quem eu sou e ratificam a
minha escolha em fazer a minha transição de carreira para área da Psicologia
Clínica como foco em Terapia do Luto.
E o que aprendi disso tudo? Que estou no caminho certo, que meu foco é realmente
atuar com a Terapia do Luto e acima de tudo, aprendi reconhecer que somente
acolhendo as minhas dores e minhas perdas é possível ressignificá-las. Aprendi que
o curso te dá uma bagagem infinita sobre o processo do luto e isso é primordial
para acolher o paciente enlutado da forma correta, utilizando abordagem teórica e
técnicas atualizadas.
Fazer o curso me proporcionou levar para a prática clínica a leveza e o respeito que
o tema merece ser trabalhado. A enxergar o enlutado como protagonista do seu luto
e acima de tudo, me deixou um mantra que levo para a minha vida pessoal e
profissional - Falar de morte é falar de vida!
O curso foi um presente. Um presente que levo para a minha (nova) vida e essa
nova vida me possibilita auxiliar enlutados a descobrirem que é possível viver,
apesar da perda e do luto. Um dia de cada vez!
Simone Siqueira
CRP 06/55254
Instagram: @psi_simonesiqueira ou
E-mail: psi-simonesiqueira@uol.com.br
Precisamos falar sobre a morte
Tatiane
CRP 05/29571
Instagran: @psi.tatiane
WhatsApp: (21) 996817963
"Elaborar uma perda não é o
chavão “aceita que dói
menos”. Elaborar tem a ver
com continuar a viver
apesar da ausência do
outro. Elaborar a perda não
é esquecer a pessoa
perdida. Elaborar tem a ver
com mantê-la viva na
memória e no coração.
Elaborar a perda não é
deixar de amar a pessoa.
Elaborar tem a ver com
amar... Amar onde quer que
a saudade possa alcançar"
Lêda Milazzo
Quem é Lêda Milazzo?
Sou mãe da Bru e do Gui, esposa, irmã do Mário e da Cris e,
filha de pais vivos na minha memória e no meu coração. Minha
missão é transformar o olhar das pessoas sobre a morte e o luto,
para que tenham vida (e morte) plena e o mais saudável possível,
lembrando que a vida é finita. Profissionalmente, sou psicóloga
(CRP 09/10898) clínica, palestrante, escritora e docente em
pós-graduação.
Especialista em Psicoterapia
Analítico-Comportamental.
Especialização em Tanatologia:
sobre a morte e o morrer. e em
Psico-Oncologia. Pós-graduanda
em Psicologia Hospitalar. Membro
fundadora da Associação
Multidisciplinar sobre o Luto
(ABMLuto). Idealizadora do
curso Perdas e Luto: entender
para melhor atender. Atuação com
ênfase na morte e no morrer, luto
e perdas. E claro, na VIDA!!
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