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HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE

DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE
DE SÃO PAULO

Guia de Utilização de Anti-infecciosos


e
Recomendações para a Prevenção de
Infecções Hospitalares

Elaboração
Grupo e Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar
do Hospital das Clínicas - FMUSP

Manual aprovado em reunião da


Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

São Paulo
2007 - 2008
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Governador
Dr. José Serra

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE


Secretário
Dr. Luiz Roberto Barradas Barata

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA


UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - 2007
Presidente do Conselho Deliberativo
Prof.Dr. Marcos Boulos

Diretor Clínico
Prof.Dr. José Otávio Costa Auler

Superintendente
Dr. José Manuel Camargo Teixeira

Chefe de Gabinete
Dr. Haino Burmester
COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
Gestão 2007 - 2010
Prof. Dr. Antonio Alci Barone
Presidente

Enfa. Adriana Pereira de Paula


Dr. Alfio Rossi Junior
Dra. Ana Lucia L. M. Lima
Dra. Anna Sara Shafferman Levin
Dra. Aurora Rosária P. Waetge
Enfa. Carla Renata Couto
Dra. Denise Schout
Dr. Erasmo Simão da Silva
Dra. Flávia Rossi
Dr. Haino Burmester
Dr. José Ulysses Amigo Filho
Enfa. Maria Emília Ferraz de Campos
Profa. Maria Aparecida Shikanai Yasuda
Dra. Maria Paula Siqueira de Melo Peres
Dra. Maristela Pinheiro Freire
Dr. Pedro Takanori Sakane
Dra. Silvia Figueiredo Costa
Dra. Sônia Lucena Cipriano
Dra. Tânia Mara V. Strabelli
Dr. Wladimir Alves Pereira
Tratamento de Infecções

EQUIPE TÉCNICA DE TRABALHO


Coordenação
Profa. Dra. Anna Sara S. Levin
Dra. M. Beatriz G. Souza Dias Dra. Maura Salaroli de Oliveira
Enfa. Renata Desordi Lobo
Colaboradores
Dr. Adriano Rotger Armelin Dr. Edson Abdalla
Enf. Adriana Pereira Paula Dr. Edson Carvalho de Melo
Ft. Adriana Sayuri Hirota Prof. Dr. Eduardo Alexandrino S. de
Dra. Aléia Faustina Campos Medeiros
Dra. Alessandra Carvalho Goulart Dr. Eduardo Moreira
Dra. Alessandra Saito Regatieri Dra. Eliana Battaggia Gutierrez
Dr. Alexandre Suzuki Horie Dra. Emy Akiyama Gouvea
Dr. Alfio Rossi Júnior Dra. Érika Ferrari
Dra. Alice Tung Wan Song Dra. Evelyne Santana Girão
Enfa. Amanda Maciel Prof. Dr. Evandro Baldacci
Dra. Ana Carolina Posada Dr. Fabiano R. Maximino
Dra. Ana Lúcia Munhoz Dr.Francisco Torgller Filho
Dra. Ana Marli Christovan Sartori Dra. Fernanda Maffei
Dra. Ana Paola Castagnari Dr. Fernando de Paula Machado
Dra. Ana Paula Volpato Dr. Frederico Leon Fernandes
Dra. Ana Paula Matos Porto Dra. Gisele Duboc
Dra. Ana Silvia de Andrade Dra. Gladys Villas-Boas de Prado
Dra. Ana Paula da Silva Herbella Dra. Gláucia F. Varkulja
Dr. Andre Oliveira Paggiaro Dr. Gustavo L. Guimarães
Dra. Andréa Remígio Oliveira Leite Dra. Heloise M. Camilotti Codo
Dra. Ângela Carvalho Freitas Dr. Ícaro Bszczowski
Dr. Brenno A. A. Falção Dr. João Carlos Pereira Gomes
Dra. Candida Parisi Dr. João Nóbrega de Almeida Jr.
Enfa. Carla Renata Couto Dr. José Jukemura
Dr. Carlos Alberto Maganha Dr. José Mauro Vieira Júnior
Dr. Carlos Diêgoli Dra. Josefina Eugênia Xavier de Lucena
Dr. Celso Ricardo B. Neves Dr. Julio Croda
Dra. Christiane Takeda Dra. Karina T. Miyagi
Dra Christina T. Gallafrio Dr. Karim Yakub Ibrahim
Dra. Cinthia Yukie Kuga Dra. Lara Gurgel Távora
Dra. Claudia Mangini Enfa. Laura Maria B. Gomes
Aux.Enf. Cleide Roque dos Santos Dra. Ligia Pierrotti
Dr. Cleyton Gregory Dr. Luciano Bello Costa
Dra. Cilmara Polido Garcia Dra. Luciana Moura Gori
Dr. Cornelius Mitteldorf Dr. Marcelo Magri
Dra Daniela Mayumi Matsuoka Dr. Marcos Cyrilo de Brito
Enf. Daiane Cais Dra. Maria Aparecida S. Teixeira
Dr. Danilo Duarte Dra. Maria Ivete Boulos
Prof. Dr. David Everson Uip Enfa. Maria Rosa Cursino
Enfa. Doris Aoshima Dra. Maria Silvia Biagioni Santos
Dr. Edison Manrique Dra. Mariana Garcia Croda

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Tratamento de Infecções

Enfa. Marion Elke S. Araya Dr. Rafael Said dos Reis


Dra. Marília Miranda Franco Dr. Rafael da Silva
Dra. Marisol M. M. Santos Dra. Regina C.R.M. Abdulkader
Enfa. Mariusa Basso Dra. Renata Maronna Praça
Enfa. Marlene Seiko I. Oshiro Dr. Ronaldo C. B. Gryschek
Profa. Dra. Marta Heloisa Lopes Prof. Dr. Roberto Eduardo Bittar
Dra. Melissa Mascheretti Dr. Rogério Zeigler
Dra. Mirian de Freitas Dalben Dra. Rosana Richtman
Dra. Mônica Velhote Dra. Rosilene de Mata Elios
Enfa. Nilza Martins Ravazoli Brito Enfa. Satiko Gobara
Dra. Patrícia Bonazi Dra. Sílvia Figueiredo Costa
Dra. Paula Resende Marques da Silva Dra. Sílvia Vidal Campos
Dr. Paulo Afonso Martins Abati Dra. Tânia Mara V. Strabelli
Dr. Pedro Paulo Pereira Dr. Tálib M. Moussallem
Dr. Pedro Takanori Dra. Tatiana S. Goldbaum
Dra. Priscila R. D. Oliveira Enfa. Viviane Resende
Dra. Rachel Russo Leite Enfa. Walquíria Barcelos de Figueiredo

Grupo de Interconsulta do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da FMUSP

Apoio administrativo
Sueli Ferreira Sena - e-mail: gcih@hcnet.usp.br - Fone/Fax:(11) 3069-7066

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Tratamento de Infecções

Apresentação

Mais uma edição, atualizada para o biênio 2007-2008 do nosso Guia de


Utilização de Anti-Infecciosos e Recomendações para a Prevenção de
Infecções Hospitalares está sendo oferecida para os nossos profissionais da
área da saúde, não só do Complexo HC-FMUSP, mas também para outros centros
do Estado de São Paulo e do Brasil.
Ela representa o esforço de um grande grupo de profissionais de diferentes áreas
de atuação, mas com o interesse comum em doenças infecciosas e parasitárias e
no controle das infecções hospitalares.
O uso adequado dos anti-infecciosos e a observação de princípios básicos no
controle das infecções hospitalares interessa a todos os profissionais que militam
nessa área. A importância desses parâmetros faz com que eles sejam pontos
fundamentais no credenciamento e na categorização dos diferentes
estabelecimentos que se dedicam aos cuidados com a saúde.
Considerando a nossa posição entre os centros de excelência na assistência aos
pacientes, na formação de recursos humanos e na produção de novos
conhecimentos, é obrigação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo oferecer a sua experiência para outros centros além
de manter, sempre atualizados, os conhecimentos e as padronizações para atuação
na área tão complexa dos antimicrobianos e do controle das infecções hospitalares.
Mais uma vez, acreditamos que este manual será de extrema utilidade para todos
e que a expectativa de seu lançamento será amplamente atingida entre os que
dedicam suas vidas aos cuidados de seus semelhantes, em todas as áreas da saúde.

Antonio Alci Barone


Presidente da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do HC-FMUSP
Professor Titular - Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade
de Medicina da USP

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Tratamento de Infecções

Introdução
O surgimento de resistência bacteriana aos antimicrobianos tem como um de
seus principais fatores de risco o próprio uso desse medicamento. Os
antimicrobianos são muito importantes, têm contribuído para salvar vidas, porém
não sem ter seu preço “ecológico”. Assim, devem ser utilizados somente quando
necessário e de modo adequado em termos de dose, posologia e duração de
tratamento.

O Complexo Hospital das Clínicas alberga pacientes com condições clínicas


diversas, frequentemente muito grave. O uso de antimicrobianos pode ser
fundamental para a sobrevida desses pacientes.

Através do Guia de Utilização de Anti-infecciosos e Recomendações para a


Prevenção de Infecções Hospitalares esperamos orientar a escolha do tratamento
e a profilaxia em diversas situações clínicas. A elaboração deste manual envolveu
um grande número de profissionais das diversas especialidades médicas, o que
contribui para melhorar a qualidade das informações aqui reunidas. As condutas
foram discutidas com as diferentes especialidades e lastreadas em evidências da
literatura disponível da melhor qualidade. Em algumas situações clínicas, sobre
as quais não há registro de estudo, a discussão entre a CCIH e a especialidade
envolvida, com respaldo dos príncipios gerais de uso adequado de
antimicrobianos, orientou a conduta aqui sugerida.

A primeira parte do manual contém as recomendações para tratamento, seguida


das orientações para profilaxia antimicrobiana. A última parte apresenta
recomendações para a prevenção de infecções hospitalares, que são de interesse
médico geral. Ao final encontram-se as orientações de como encaminhar
propostas de inserção ou modificação das condutas.

Para esta segunda edição, foram revisados e atualizados alguns tópicos, devido
às mudanças no conhecimento médico. Também se incluíram várias novas seções,
como pneumonias hospitalar e aspirativa, tratamento de parasitoses intestinais,
correção de drogas para função renal alterada, etc.

No interesse do pequeno espaço disponível as fontes de informação e a bibliografia


não foram citadas no texto, mas estão à disposição no GCIH.

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Tratamento de Infecções

Sumário

TRATAMENTO DE INFECÇÕES
Abdome Agudo Inflamatório .............................................................................. 11
Aspergilose Invasiva ............................................................................................ 12
Candida spp. - Infecções Invasivas .................................................................... 14
Infecções Cutâneo-mucosas ...................................................... 15
Cateter Venoso Central - Óstio ........................................................................... 18
Túnel ........................................................................... 19
Bacteremia primária ..................................................... 20
Coleta de Hemocultura ................................................ 22
Clostridium difficile ............................................................................................. 24
Criptococose ...................................................................................................... 25
Diarréia Aguda ................................................................................................... 28
Endocardite em valva protética ........................................................................... 30
Endocardite em valva nativa ............................................................................... 31
Ginecologia (DIP) ............................................................................................... 35
Grande Queimados ............................................................................................ 36
Hemodiálise ....................................................................................................... 39
Herpes simples ................................................................................................... 42
Meningites em Pediatria ..................................................................................... 43
Meningites em Adultos ....................................................................................... 45
Neutropenia Febril em Adulto ............................................................................. 46
Neutropenia Febril em Pediatria .......................................................................... 48
Obstetrícia - Infecção do Sítio Cirúrgico ............................................................. 52
M. ovular ....................................................................................... 53
I. Puerperal .................................................................................... 53
Abortamento ................................................................................. 53
Mastite .......................................................................................... 54
Ortopedia ........................................................................................................... 55
Otorrinolaringologia (Amigdalite, Otite, Sinusite) ................................................ 56
Parasitoses Intestinais ......................................................................................... 57
Pâncreas e Vias Biliares ....................................................................................... 63
Partes moles: Infecções de Pele ........................................................................... 64
Infecções Necrotizantes ................................................................. 65
Pé diabético .................................................................................. 68
Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE) ............................................................... 71
Pneumonia Comunitária do Adulto ..................................................................... 72
Pneumonia Comunitária em Pediatria ................................................................. 76
Pneumonia Hospitalar do Adulto ........................................................................ 78
Pneumopatia por Aspiração (adulto) ................................................................... 79

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Tratamento de Infecções

Trato Urinário: .................................................................................................... 80


Candidúria .................................................................................... 84
Urologia ............................................................................................................. 85
Vírus Sincicial Respiratório .................................................................................. 86

PROFILAXIA
Cirúrgica
Antibioticoprofilaxia - Princípios Gerais ............................................................... 87
C. Cabeça e Pescoço ........................................................................................... 88
C. Cardiovascular ................................................................................................ 89
C. Gastrointestinal e Hérnia ................................................................................ 90
C. Ginecológica .................................................................................................. 92
C. Neurológica ................................................................................................... 93
C. Obstétrica ...................................................................................................... 94
C. Oftalmológicas ............................................................................................... 95
C. Ortopédica ..................................................................................................... 96
C. Otorrinolaringológica ..................................................................................... 97
C. Plástica ........................................................................................................... 98
C. de Tórax ......................................................................................................... 99
C. em Urologia e procedimentos ......................................................................... 101
C. Vascular ......................................................................................................... 103
Cirurgias por vídeo ............................................................................................. 104
Transplante de Órgãos Sólidos ............................................................................ 105
Trauma ............................................................................................................... 106

Não Cirúrgica
Acidente Ocupacional com Risco Biológico (Infecção por HIV/HBV) ..................... 107
Endocardite Bacteriana ....................................................................................... 111
Mordedura Humana e de Animais ...................................................................... 114
Procedimentos Endoscópicos .............................................................................. 115
Profilaxia de Fungos em Pacientes Neutropênicos ................................................ 116
Profilaxia de Fungos em Pacientes Críticos ........................................................... 116
Tétano ................................................................................................................ 117
Streptococcus Grupo B em RN ............................................................................ 118
Vítimas de violência sexual .................................................................................. 119

RECOMENDAÇÕES PARA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO HOSPITALAR


Microorganismos Multirresistentes:
Critérios para início e retirada de isolamento de contato e investigaçãode contactantes ... 120
Precaução para Clostridium difficile .................................................................... 128

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Tratamento de Infecções

Precaução para isolamento


Precaução padrão ......................................................................................... 129
Precaução de contato ................................................................................... 131
Precaução respiratória com aerossóis ............................................................ 132
Precaução respiratória com gotícula .............................................................. 133
Tabela de infecções/microorganismos e tipo de isolamento ........................... 134
Prevenção de Infecções do Trato Urinário associado a
Cateter Vesical de Demora ............................................................................ 143
Cateterismo Vesical Intermitente Hospitalar ................................................... 145
Cateterismo Vesical Intermitente Domiciliar ................................................... 146
Prevenção de infecção associada a cateteres intravasculares ................................ 147
Prevenção de infecção respiratória ...................................................................... 152
Cuidados com equipamentos de assistência respiratória ................................ 154
Prevenção de infecção do sítio cirúrgico .............................................................. 158
Uso de anti-sépticos ........................................................................................... 162
Tuberculose - Biossegurança e Precaução Respiratória ......................................... 164
Vacinação de profissionais de saúde ................................................................... 166

DOSES DE ANTIMICROBIANOS
Função Renal Normal (Adultos e Pediatria) .......................................................... 170
Função Renal Alterada ........................................................................................ 172
Função Hepática Alterada ................................................................................... 177
Uso de Anti-infecciosos na gestação ................................................................... 178

PROPOSTA DE MODIFICAÇÃO / INSERÇÃO DE CONDUTAS ......................... 185

FICHA CATALOGRÁFICA ............................................................................... 186

ÍNDICE REMISSIVO ...................................................................................... 187

10
Tratamento de Infecções

TRATAMENTO DE INFECÇÕES

Abdome Agudo Inflamatório

DOSE AO
TIPO ANTIMICROBIANO INTERVALO DURAÇÃO
DIAGNÓSTICO

Cefoxitina ou 2g 1 g 6/6h
Apendicite
edematosa ou Cloranfenicol ou 2g 1 g 6/6h
24h
úlcero –
Metronidazol + 0,5g + 0,5 g 8/8 h +
flegmonosa Gentamicina* 240 mg 3-5 mg/Kg IV
d.u. diária

Apendicite Metronidazol ou 0,5 g 0,5 g 8/8h


perfurada,
Cloranfenicol 2g 1 g 6/6h > 5 dias e 72 h
abscesso local ou
peritonite + sem sinais de
Gentamicina* 240 mg 3-5 mg/Kg infecção ∗∗
Diverticulite IV d.u. diária

Fazer cobertura
para,
Enterococcus se
houver:
• Gram da coleção
ou bacteremia por
cocos Gram Até o
positivos esclarecimento do
Ampicilina 2g 2 g IV 6/6h
• Má resposta ao diagnóstico
tratamento clínico microbiológico
de diverticulite
• Desenvolvimento
de coleção intra-
abdominal
• Peritonite
terciária

* Usar ceftriaxone (2 g seguido de 1 g 12/12h) se insuficiência renal ou alto risco de insuficiência renal
∗∗ para suspensão do antimicrobiano: leucograma normal e apirexia > 72h
d.u. - dose única

SUMÁRIO 11
Tratamento de Infecções

Aspergilose Invasiva
A abordagem diagnóstica e terapêutica da aspergilose é complexa e deverá ser
acompanhada por um infectologista experiente.

Critérios Clínico-Radiológicos
Trato Respiratório Inferior
Maiores → qualquer dos seguintes sinais na tomografia de tórax: sinal do
halo, sinal do ar crescente, cavitação
Menores → sintomas de infecção do trato respiratório inferior (tosse, dor
torácica, hemoptise, dispnéia), atrito pleural, derrame pleural, infiltrado pulmonar
que não preencha critérios maiores.

Sinusite
Maiores → sinais radiológicos de infecção invasiva nos seios (p. ex. erosões da
parede dos seios, extensão da infecção para estruturas vizinhas, destruição da
base do crânio).
Menores → sinais de infecção do trato respiratório superior (coriza), úlcera da
mucosa nasal, epistaxe, edema periorbital, lesões necróticas ou perfuração do
palato duro.

Sistema Nervoso Central


Maiores → evidência radiológica de infecção do sistema nervoso central
(mastoidite ou outro foco parameníngeo, empiema extradural, lesão de massa
no parênquima cerebral ou na medula espinhal).
Menores → sintomas e sinais neurológicos focais (p. ex. convulsões, hemiparesia,
paralisia dos pares cranianos), alteração do nível de consciência, alterações
liquóricas.

Critérios do Hospedeiro
Neutropenia (N<500) por tempo >10 dias.
Febre persistente por >96 h em paciente de alto risco (transplante de medula
óssea, indução de leucemia mielóide aguda, mieloma múltiplo, transplante de
órgãos sólidos) com ATM de largo espectro.
Temperatura >38 ou <36 e uma destas condições predisponentes: neutropenia
prolongada (>10 dias) nos 60 dias prévios, uso atual ou nos 30 dias anteriores
de imunossupressores, infecção provável ou comprovada em episódio anterior
de neutropenia, Aids.

12 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

Doença do enxerto versus hospedeiro.


Uso de corticóides por >3 semanas nos 60 dias prévios.

Iniciar terapêutica na:


Aspergilose possível: pelo menos 1 critério do hospedeiro +
- Cultura ou micológico direto positivo, ou um critério clínico-radiológico maior
ou 2 critérios menores.
Aspergilose provável: pelo menos 1 critério do hospedeiro + cultura ou
micológico direto positivo +
- Um critério clínico-radiológico maior ou 2 critérios clínicos menores.
Aspergilose confirmada: evidência histológica de dano tecidual, com ou sem
cultura positiva.

Tratamento de eleição
Anfotericina B deoxicolato: 1-1,5 mg/kg/dia
Se houver intolerância incontornável, o caso deverá ser discutido com o
especialista, devido à existência de outras opções terapêuticas: formulações
lipídicas da anfotericina, voriconazol e caspofungina.
Após resolução de sinais radiológicos ou estabilização da doença, manter o
tratamento VO:
- Voriconazol 200mg 12/12 h ou
- Itraconazol 10 mg/kg/dia

Duração do tratamento
É incerta. Depende da extensão da doença, da resposta terapêutica e da situação
da doença de base. Sugere-se continuar o tratamento por, no mínimo, 3 a 6
meses.

Conduta diante de nova Quimioterapia ou


Transplante de Medula Óssea
Deve-se considerar continuação do tratamento antifúngico ou reinício do mesmo
para pacientes cuja infecção esteja aparentemente resolvida.

SUMÁRIO 13
Tratamento de Infecções

Candida spp. - Infecções Invasivas

ANTIFÚNGICO DOSE OBSERVAÇÃO


- Pré medicar com SF 500 ml e 2 ml de
dipirona
Anfotericina B 0,6 - 1 mg/kg/dia - Diluir em SG 5% 500 ml e infundir
em 4-24h
- Não usar em Candida guilliermondii e
C. lusitaniae
- IV nos primeiros 7 dias seguido de
Fluconazol 400 mg/dia ou VO ou IV
6 mg/kg/dia - Não usar em C. krusei ou C. glabrata
- Experiência limitada em neutropênico
70 mg IV no - Custo elevado
Caspofungina primeiro dia seguida - Experiência limitada em
por 50 mg/dia IV neutropênico*
Formulações 3 mg/kg/dia - Custo elevado *
lipídicas

* Indicação
- Intolerância aguda não-controlável à formulação clássica da anfotericina, esgotadas
as medidas de controle com utilização de dipirona, acetaminofem, hidrocortisona,
prometazina e meperidina
- Toxicidade renal com aumento de creatinina sérica acima de 2 vezes o limite superior
ao valor normal para a idade.
- Para infecções nas quais a formulação clássica parece ter falhado, incluindo dose
acumulada acima de 500 mg.

14 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

Candida spp. - Infecções cutâneo-mucosas


1. Candidíase oral
1.1. Pacientes com infecção por HIV ou com outras patologias (exceto
neutropênicos)

Nistatina (pastilhas) ou 1 a 4 ml
4x/dia por 14 dias
tempo contato >2 minutos

Recidiva Sem resposta

Repetir tratamento Fluconazol 200 mg no D1 e


Se recuperação 100 mg/diapor 14 dias 7-14 dias (após
imunológica prevista melhora clínica)
Itraconazol 200 mg/dia por 14 dias ou
Cetoconazol 200 mg/dia por 14 dias

1.2. Quadro extenso de candidíase oral:


• Fluconazol 200 mg no primeiro dia seguido de 100 mg/dia 7-14 dias (após
melhora clínica)
• Itraconazol 200 mg/dia (14 dias) ou
• Refratária ou fluconazol ou intolerância ao fluconazol:
- Anfotericina B EV 0,3 - 0,5 mg/kg por 7-14 dias
- Caspofungina 50 mg/dia EV por 14 dias

2. Candidíase vaginal

2.1. Gestante → tratamento tópico


2.2. Mulheres não-gestantes
Tratamento Tópico:
• Clotrimazol - 500 mg 1x/dia em dose única ou
- 200 mg 1x/dia por 3 dias ou
- 100 mg 1x/dia por 6 a 14 dias
ou

SUMÁRIO 15
Tratamento de Infecções

• Miconazol - 5 g creme 1x/dia por 7 dias ou


- 200 mg em susp. vaginal por 3 dias
ou
• Tioconazol creme 6,5% aplicação única

Tratamento Oral:
• Fluconazol 150 mg V.O. 2 doses com intervalo de 3 dias (casos graves) ou
• Cetoconazol 200 mg 12/12h por 5 dias ou
• Itraconazol 200 mg 1x/dia por 3 dias
Obs.: • A nistatina não deve ser utilizada no tratamento da candidíase vaginal.
• Não é necessário tratar o marido assintomático.
2.3. Candidíase vaginal grave e recorrente
• Clotrimazol tópico 1 vez por semana ou
• Cetoconazol 100 mg/dia VO ou
• Cetoconazol 400 mg/dia VO nos 5 primeiros dias do ciclo menstrual (se
menstruação fator de risco).
• Fluconazol 150 mg V.O. 1x/semana por 6 meses

3. Candidíase Esofágica

Diagnóstico clínico - realiza tratamento empírico. Se não houver melhora clínica


em 72 horas ou suspeitar de candidíase refratária, realizar endoscopia digestiva
alta. Cultura e teste de sensibilidade devem ser realizados em caso de candidíase
refratária.
• Fluconazol 200 mg/dia VO por 21 dias ou
• Itraconazol 200 – 400 mg VO por 14 dias
• Anfotericina B 0,3 - 0,5 mg/kg/dia por 14 - 21 dias
• Caspofungina 50 mg/dia por 14 - 21 dias

Obs: • Pacientes com Aids antes do uso de anti-retrovirais apresentam 90%


de recidiva.
• A profilaxia é controversa e não deve ser indicada como rotina.
• O uso de itraconazol em solução oral diminui os problemas de absorção
com hipocloridria e ingestão de alimentos (não-disponível no Brasil).

16 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

4. Onicomicose

• Terbinafina 250mg/dia, uso contínuo por 4 a 6 meses


ou
• Itraconazol 400mg/dia durante 1 semana a cada 4 semanas (pulsoterapia)
ou
• Itraconazol 200mg/dia, uso contínuo - Pés: até 6 meses
- Mãos: até 4 meses

5. Dermatofitoses
Utilizar preferencialmente o tratamento tópico.
Indicações de tratamento sistêmico:
Doença extensa
Falha da terapia tópica
Intolerância ao uso tópico
Tinea capitis
Comprometimento palmar ou plantar extenso
Imunossupressão

5.1. Tinea pedis


• Itraconazol − 400 mg/dia por 7 dias
• Fluconazol − 150 mg/semana por 4 semanas
• Cetoconazol − 200 mg/dia por 2 a 6 semanas alternadas
• Terbinafina − 250 mg/dia por 3 semanas

5.2. Tinea capitis


• Griseofulvina − 500 mg/dia por 6-12 semanas
• Itraconazol − 100 mg/dia por 6 semanas
• Terbinafina − Peso<20Kg - 125 mg/dia
Peso 20-40Kg - 250 mg/dia
Peso>40Kg - 500 mg/dia
Até cura clínica e micológica

5.3. Tinea corporis


• Itraconazol − 100 mg/dia por 14 dias
• Terbinafina − 250 mg/dia por 3 semanas
• Fluconazol − 150 mg/semana por 4 a 6 semanas

SUMÁRIO 17
Tratamento de Infecções

Cateter Venoso Central (CVC)


As complicações infecciosas relacionadas a CVC podem ser tanto locais (infecções
do óstio ou do túnel) como sistêmicas (bacteremias).

1. Infecção do óstio do CVC:


1.1. CVC de curta permanência:
a) Suspeita: presença de secreção purulenta no óstio do CVC ou celulite.
b) Como proceder: retirar o CVC, mandar ponta para cultura e providenciar dois
pares de hemoculturas de sangue periférico. Caso o paciente ainda necessite de
acesso venoso, instalar novo CVC em outro local.
c) Interpretação dos resultados:
Se ponta de cateter positiva* e hemoculturas negativas em paciente sem
sinais sistêmicos de infecção: não tratar, apenas observar evolução. Em
pacientes com doença valvar ou neutropenia e colonização do CVC por
Staphylococus aureus ou Candida spp.: monitorizar para sinais de infecção e
repetir hemoculturas se necessário.
Se ponta de cateter positiva* e hemoculturas negativas em paciente com
sinais sistêmicos de infecção e sem outro foco: completar sete dias de
antimicrobiano sistêmico baseado no antibiograma
Se ponta de cateter positiva* e hemoculturas positivas: ver tratamento de
bacteremia.

1.2. CVC de longa permanência:


a) Suspeita: presença de secreção purulenta no óstio do CVC ou celulite.
b) Como proceder: não remover o CVC. Colher dois pares de hemoculturas de
sangue periférico e cultura de secreção pericateter. Iniciar tratamento empírico
com vancomicina.
c) Interpretação dos resultados:
Hemoculturas negativas e cultura de secreção pericateter positiva: completar
sete dias de ATB sistêmico baseado no antibiograma.
Hemoculturas positivas: ver tratamento de bacteremias.
OBS: não recomendamos colher de rotina hemoculturas pelo CVC, principalmente
se houver secreção purulenta ou celulite do óstio.

*Somente considerar positivas as culturas de ponta de catéter semi-quantitativas com


crescimento de microorganismo único e acima de 15 ufc.

18 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

2. Infecção do túnel ou bolso


a) Suspeita: presença de eritema, edema e dor que se estende por mais de 2 cm
no trajeto do túnel a partir do óstio do CVC.
b) Como proceder: retirar CVC; se houver coleção drenável, colher material para
cultura e colher dois pares de hemoculturas de sangue periférico. Iniciar
tratamento empírico com vancomicina.
c) Interpretação dos resultados:
Hemoculturas negativas: completar sete dias de antimicrobiano sistêmico
com base no resultado do antibiograma.
Hemoculturas positivas: ver tratamento de bacteremia.

3. Infecção da corrente sanguínea

Paciente com CVC de curta


permanência e episódio febril agudo

• Hemoculturas, 2 pares (periféricos)


• Foco da febre não identificado: remover
CVC e inserir por outra punção ou trocá-
lo sobre fio-guia se não houver sinais de
infecção local
• Cultivar ponta do CVC

Doença pouco ou não grave Doença grave


(sem hipotensão ou falência de órgãos) (hipotensão, hipoperfusão, falência de órgãos)

Considerar Iniciar
ATM ATM

Hemocultura (-) e Hemocultura (-) e Hemocultura (-) e Hemocultura (+) e


CVC não-cultivado cultura ponta CVC (-) cultura ponta CVC cultura ponta CVC
> 15 ufc > 15 ufc

Febre mantida e Investigar Em pacientes com doença Ver abaixo


sem outro foco: outros focos valvar ou neutropenia e tratamento de
remover e cultivar colonização do CVC por S. bacteremia
CVC aureus ou levedura → relacionada a CVC
monitorizar para sinais de de curta
infecção e repetir permanência
ATM - Antimicrobiano hemoculturas se necessário
SUMÁRIO 19
Tratamento de Infecções

3a.

Paciente com bacteremia relacionada a


CVC de curta permanência

Complicada Não-complicada

Trombose séptica, Staphylococcus


Staphylococcus Bacilos Gram-
endocardite, coagulase- Candida spp.
aureus negativos
osteomielite, etc negativo

Remover CVC e • Excluir • Remover CVC e Remover CVC Remover CVC


tratar com ATM contaminação tratar com ATM e tratar com e tratar com
sistêmico por 4-6 • Remover CVC e sistêmico até ATM sistêmico antifúngicos*
semanas; 6-8 tratar com ATM paciente afebril até paciente até paciente
semanas para sistêmico por por 7 dias afebril por 7 afebril por 7
osteomielite 5-7 dias • Eco trans- dias dias
• Se CVC mantido, esofágico (+),
tratar com ATM prolongar ATM
sistêmico + “selo“ sistêmico por 4-6
de ATM no CVC semanas
por 10-14 dias

* Ver Tratamento de infecção invasiva Candida spp.


ATM - Antimicrobianos
CVC - Cateter Venoso Central

20 SUMÁRIO
Paciente com bacteremia relacionada a 3b.
CVC tunelizado ou implantável (port)

Complicada Não complicada

Infecção do Trombose séptica, Staphylococcus


endocardite, Staphylococcus Bacilos Gram
túnel ou bolsa coagulase Candida spp.
osteomielite etc aureus negativos
negativo

SUMÁRIO
Remover CVC e Remover CVC e • Excluir contami- • Remover CVC e • Remover CVC e Remover CVC
tratar com ATM tratar com ATM IV nação tratar com ATM IV tratar com ATM e tratar com
por 10-14 dias por 4-6 semanas; • Manter CVC e por 14 dias se eco IV até paciente antifúngicos*
6-8 semanas para tratar com ATM IV transesofágico (-) afebril por 7 dias até paciente
osteomielite por 7 dias + “selo“ • Para tentar salvar • Para tentar afebril por 7
de ATM no CVC CVC, se eco trans- salvar CVC, tratar dias
por 10- 14 dias esofágico (-), tratar com ATM IV +
• Remover CVC se com ATM IV + “selo“ de ATM no
houver piora “selo“ de ATM no CVC por 14 dias
clínica, bacteremia CVC por 14 dias • Se não houver
persistente ou • Remover CVC se resposta,
recidiva piora clínica, remover CVC e
* Ver Tratramento de Infecção invasiva por Candida spp.
bacteremia tratar com ATM
ATM - Antimicrobianos
CVC - Cateter Venoso Central
persistente ou IV até paciente
recidiva

21
IV - Intravenoso afebril por 7 dias
Tratamento de Infecções
Tratamento de Infecções

Coleta de Hemocultura
A contaminação da hemocultura, devido à coleta inadequada é freqüente,
levando ao diagnóstico incorreto e uso desnecessário de antibiótico. Portanto a
padronização da técnica de coleta é fundamental.

Indicações e momento da coleta:


Para sepse ou bacteremia de origem indeterminada obter 2 punções venosas de
locais diferentes.
Para suspeita de endocardite e febre de origem indeterminada colher de 2 a 3
pares de frascos com intervalos de 20 a 30 minutos.
Para pacientes em uso de antibiótico e com indicação de coleta de hemocultura,
esta deve ser colhida antes da próxima dose de antibiótico.
Nota: Se mais de uma hemocultura já tiver sido coletada antes da introdução de
antibioticoterapia, coleta de múltiplas amostras após início de terapêutica para
investigação do mesmo episódio febril deve ser desencorajada.
Para diagnóstico de infecção relacionada a cateter através de hemoculturas
pareadas são os 2 métodos mais estudados são:
Diferença do tempo de positivação: Este método compara os registros do
tempo de crescimento de microorganismos isolados em hemocultura periférica e
colhida através do cateter. Por esta técnica é considerada infecção relacionada a
cateter quando a hemocultura colhida através do cateter positiva duas horas ou
mais antes da amostra periférica. A desvantagem desse método é que a maioria
dos pacientes tem resultado indeterminado, pois somente um dos pares é positivo.
Quando o exame é conclusivo, a sensibilidade chega a 85% e a especificidade a
81%.
Culturas Quantitativas: Por esta técnica, considera-se infecção relacionada
a cateter quando a quantidade de microorganismos isolados na via do acesso
for de três a cinco vezes maior que a isolada na amostra periférica. Esta
técnica não é disponível no Hospital das Clínicas.
Ainda não existem estudos que corroborem o uso destas técnicas para cateter
venoso central de curta permanência.

Técnica de coleta de hemocultura periférica:


1. Higienizar as mãos;
2. Colocar as luvas de procedimento;
3. Garrotear o membro do paciente e localizar a veia;
4. Realizar a anti-sepsia local com solução de clorexidina alcoólica a 0,5%;
5. Aplicar o anti-séptico em um único sentido;

22 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

6. Esperar secar;
7. Após a anti-sepsia, realizar a punção sem colocar a mão no local. Caso seja
necessário, usar luvas estéreis;
8. Volume de sangue a ser aspirado:
• Adultos:10-20 ml, divididos em dois frascos, respeitando o volume máximo
de cada frasco.
• Neonatos até 1 ano : 0,5 a 1,5 ml, preferencialmente > 1 ml.
• Crianças:: 1 ml/ano, divididos em 2 frascos, respeitando o volume máximo de
cada frasco (por exemplo: 6 anos: coletar 6 ml e distribuir 3ml em cada frasco
pediátrico)
Acima de 8ml, utilizar frasco aeróbio (8 a 10 ml)
9. Não é necessário trocar de agulha para inoculação nos frascos;
10. Inocular primeiro o sangue no frasco aeróbio;
11. Misturar o conteúdo dos frascos por inversão.

Técnica de coleta de hemocultura por cateter venoso central:


1. Identificar no frasco a coleta realizada pelo cateter e a coleta pelo acesso periférico;
2. Higienizar as mãos;
3. Colocar as luvas de procedimento;
4. Limpar com álcool 70% a conexão e extremidade distal do cateter. Esperar
secar 30 a 60s;
5. Aspirar e desprezar 3ml de sangue do cateter em adultos ou 0,2 ml em crianças;
6. Colher amostra de todos os lúmens do cateter, contendo mesmo volume de
sangue;
7. Utilizando nova seringa, coletar volume de sangue desejado;
8. Inocular o sangue no frasco de hemocultura, respeitando o volume máximo
de cada frasco;
9. Misturar o conteúdo dos frascos por inversão.

Observações:
Evitar coleta de sangue 1 hora após término de infusão de antibiótico;
Para suspeita de infecção por fungos filamentosos,Histoplasma e micobactérias
utilizar o frasco especifico Myco F. Coletar apenas 1 amostra, em volume
máximo de 5 ml.
Para amostras pareadas, o volume coletado por via central deverá ser o mesmo
do coletado por via periférica;
A coleta através do cateter deve ser sempre pareada com a hemocultura periférica;
O intervalo de tempo entre a coleta pelo cateter e periférica não deve ultrapassar
15 minutos;

SUMÁRIO 23
Tratamento de Infecções

Clostridium difficile

Episódio inicial:
Parar antimicrobianos, se possível.
Metronidazol 250 mg VO 6/6h ou 500 mg VO 8/8h (pode ser IV).
Em casos graves, confirmados por colonoscopia e não responsivos a metronidazol,
usar vancomicina 125 a 500 mg VO 6/6h (não pode ser IV).
Duração 10 - 14 dias ou até 7 dias após a suspensão dos antimicrobianos.
Não usar antiperistálticos, devido ao risco de megacólon tóxico.

Recorrência:
Metronidazol 250 mg VO 6/6h ou 500 mg VO 8/8h por 10 - 14 dias.
Após o 3º ou o 4º episódio, vancomicina 125 mg VO 6/6h por 10 - 14 dias.

24 SUMÁRIO
Criptococose em HIV-Positivos

1) Doença no SNC:
ATAQUE:
• 1ª opção: Anfotericina B (0,7 - 1mg/kg/dia) + 5-flucitosina (100-150 mg/Kg/dia) por 2 semanas
• 2ª opção: Anfotericina B (0,7 - 1mg/kg/dia) por 3-4 semanas
Criptococose

Colher líquor de controle com cultura para fungos

Paciente em REG ou
Paciente em BEG culturas +
(melhora clínica) e
culturas negativas
Manter dose de ataque até

SUMÁRIO
cultura negativa no líquor*

CONSOLIDAÇÃO
Fluconazol 400-800 mg/dia por 8 - 10 semanas

MANUTENÇÃO * Para casos refratários


Fluconazol 200 mg/dia indefinidamente considerar anfotericina
ou até CD4 > 100-200 por 6 meses intratecal

Outras opções de ATAQUE:


Não é necessária a
• Anfotericina B 0,7-1mg/kg/dia + 5-flucitosina 100-150 mg/kg/dia por 6-10 sem.
CONSOLIDAÇÃO. Fazer
• Fluconazol 400-800 mg/dia + 5-flucitosina 100-150 mg/kg/dia por 10 sem.
MANUTENÇÃO com
• Fluconazol 400-800 mg/dia por 10 sem.
fluconazol

25
• Formulação lipídica (Ambisome) 4 mg/kg/d por 6-10 sem.
Tratamento de Infecções
26
Criptococose em HIV-Positivos
Tratamento de Infecções

2) Doença pulmonar e outros sítios:

> 3 cm Abordagem cirúrgica apenas

SUMÁRIO
Criptococoma pulmonar

< 3 cm Considerar somente tratamento clínico:

Assintomáticos/Sintomas leves ou moderados:


• Fluconazol 200-400 mg/dia por 6 a 12 meses

Sintomas graves/progressivos
• Anfotericina B (0,7 - 1mg/kg/dia) até a
melhora dos sintomas, seguido de fluconazol
Criptococose em HIV-Negativos

1) Doença em SNC:

Ataque: • 1ª opção: Anfotericina B (0,7 - 1mg/kg/dia) associado a 5-flucitosina (100-150 mg/kg/dia) por 2 semanas
• 2ª opção: Anfotericina B (0,7 - 1mg/Kg/dia) por 3 semanas

Colher líquor de controle com cultura para fungos

Paciente em REG ou imunocomprometido

Paciente em BEG (melhora clínica)


Manter ataque até cultura negativa no líquor*

SUMÁRIO
Fluconazol 400 mg/dia por 8 - 10 semanas

2) Doença pulmonar e outros sítios:

Fluconazol 200-400 mg/dia por 6 - 12 meses


Tratar todos os imunocomprometidos

> 3cm Abordagem cirúrgica apenas


(nos imunocomprometidos, associar tratamento clínico)
Criptococoma pulmonar

< 3cm Considerar apenas


tratamento clínico (acima)

27
Tratamento de Infecções

* Para casos refratários considerar o uso de anfotericina intra-tecal


Tratamento de Infecções

Diarréia Aguda

Sem febre Com febre > 38ºC

Hidratação Duração <72 horas Duração >72 horas


Evitar antidiarréicos
Observar

Adulto hígido

Com indicação Sem indicação


Sem indicação de internação: de internação:
de internação Colher coprocultura Hidratação
Evitar antidiarréicos Evitar antidiarréicos
Iniciar*: norfloxacino 400 mg
Extremos idade Ciprofloxacino 400 mg VO 12/12h
imunossuprimido IV 12/12h ou
Ceftriaxona 2 g
por dia

* A diarréia provocada por E. coli êntero-hemorrágica não deve ser tratada com
antimicrobianos devido ao risco de síndrome hemolítico-urêmica.

28 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

Diarréia Aguda

Patógeno Tratamento Duração


Shigella spp. TMP-SMZ 160-800 mg VO 12/12 h
Ciprofloxacino 500 mg VO 12/12 h 3-5 dias
Ceftriaxona 2 g por dia IV
Salmonella não-typhi* TMP-SMZ 160-800 mg VO 12/12 h
Ciprofloxacino 500 mg VO 12/12 h 5-7 dias
Ceftriaxona 2 g por dia IV
Campylobacter Eritromicina 500 mg 12/12 h 5 dias
Escherichia coli spp.** TMP-SMZ 160-800 mg VO 12/12 h
Ciprofloxacino 500 mg VO 12/12 h 3 dias
Ceftriaxona 2 g por dia IV
Yersinia spp.*** TMP-SMZ 160-800 mg VO 12/12 h
Ciprofloxacino 500 mg VO 12/12 h
Clostridium difficile toxigênico Metronidazol 500 mg VO ou IV 8/8 h 10 dias
Giardia Metronidazol 250-750 mg VO ou IV 8/8 h 7-10 dias

* Tratar somente casos graves ou pacientes com menos de 6 anos ou mais de 50 anos, doença
valvar, aterosclerose grave, neoplasia ou uremia.
** Não tratar E. coli êntero-hemorrágica.
*** Tratar somente casos graves ou associados a bacteremia.

SUMÁRIO 29
Tratamento de Infecções

Endocardite em valva protética

Suspeita de endocardite em prótese valvar (ocorre até um ano após a troca


valvar):

• Após coleta de três pares de hemocultura com intervalo de pelo menos 20


minutos iniciar:
- vancomicina (40 a 60 mg/kg/dia) e
- amicacina (15 mg/kg/dia) ou cefalosporina (cefepima) em pacientes com
insuficiência renal (Cr>2,5 mg/dl).

• Após isolamento do agente etiológico, ajustar a antibioticoterapia, que deverá


ser mantida por 6 a 8 semanas. Quando há indicação de trocar a prótese valvar,
manter pelo menos 4 semanas de terapêutica após a troca valvar.

30 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

Endocartite em valva nativa

ETIOLOGIA ANTIMICROBIANO DOSE DURAÇÃO COMENTÁRIOS


Streptococcus Penicilina cristalina 12-18 milhões 4 sem. Preferível em pacientes
viridans U 24h EV >65 anos ou pacientes
sensível a ou com lesão renal ou
penicilina e Ceftriaxone 2 g /24 h EV/IM 4 sem. auditiva
Streptococcus Penicilina cristalina 12-18 milhões 2 sem. Duração de 2 sem. não
bovis ou U 24h EV se aplica a pacientes
com abscessos
Ceftriaxone 2 g /24 h EV/IM 2 sem. cardíacos ou extra-
associados à 3 mg/kg IM/EV 2 sem. cardíacos ou pacientes
Gentamicina dividido 3x/dia com ClCr<20ml/min,
prejuízo do 8º par
Vancomicina 30 mg/kg 24h EV 4 sem. Apenas nos intolerantes
dividido 2x/dia à penicilina ou
(máx 2g/dia, a ceftriaxone (níveis
não ser que indicados: pico 30-
concentração 45 mcg/ml e vale
sérica baixa) 10-15 mcg/ml
Streptococcus Penicilina cristalina 24 milhões U 24h 4 sem. Pac. com cepas
viridans e EV contínuo ou resistentes à penicilina
Streptococcus em 4-6 doses (MIC> 0,5 mcg/ml)
bovis ou devem ser tratados
relativamnete Ceftriaxone 2 g /24 h EV/IM 4 sem. com o esquema
resistentes à associados a 3 mg/kg IM/EV 2 sem. recomendado para
penicilina Gentamicina dividido 3x/dia Enterococcus spp.
(0,12mcg/ml< Vancomicina 30 mg/kg 24h EV 4 sem. Apenas nos intolerantes
MIC < dividido 2x/dia à penicilina ou
0,5 mcg/ml) (máx 2g/dia, ceftriaxone (níveis
a não ser que indicados: pico 30-45
concentração mcg/ml e vale
sérica baixa) 10-15 mcg/ml

SUMÁRIO 31
Tratamento de Infecções

ETIOLOGIA ANTIMICROBIANO DOSE DURAÇÃO COMENTÁRIOS


Enterococcus spp. Ampicilina 12 g/24h 4-6 sem. 6 sem. em pacientes
sensível à ou em 6 doses EV com sintomas >
penicilina, Penicilina 18-30 milhões 4-6 sem. 3 meses
gentamicina e U 24 h contínuo
vancomicina ou em 6 doses
associados à 3 mg/kg/24 h EV 4-6 sem.
Gentamicina em 3 doses
Vancomicina 30 mg/kg 24h EV 6 sem. Apenas nos intolerantes
associada a dividido 2x/dia a penicilina ou
Gentamicina (máx 2g/dia, a ampicilina
não ser que
[sérica] baixa)
3 mg/kg/24 h EV 6 sem. 6 sem de vanco
em 3 doses recomendadas por sua
atividade menor
contra enterococcus
Enterococcus spp. Ampicilina 12 g/24h em 4-6 sem. 6 sem em pacientes
sensível a ou 6 doses EV com sintomas >
penicilina, Penicilina 24 milhões 4-6 sem. 3 meses
estreptomicina U/24 h contínuo
e vancomicina ou em 6 doses EV
e resistente a associados a 15 mg/kg/24 h 4-6 sem.
gentamicina Estreptomicina IM/EV em 2 doses
Vancomicina 30 mg/kg 24h EV 6 sem. Apenas nos intolerantes
dividido 2x/dia a penicilina ou
(máx 2g/dia, a ampicilina
não ser que
[sérica] baixa)
associada a 15 mg/kg/24 h 6 sem.
Estreptomicina IM/EV em 2 doses

32 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

ETIOLOGIA ANTIMICROBIANO DOSE DURAÇÃO COMENTÁRIOS


Enterococcus spp. Cepa produtora de ß - lactamase
resistente a Ampicilina- 12 g/24h EV 6 sem. Se cepa R agenta, usar
penicilina e sulbactam em 4 doses > 6 sem de
susceptível associada a 3 mg/kg/24 h 6 sem . ampi-sulbactam
a aminogli- Gentamicina IV/IM em 3 doses
cosídeo Vancomicina 30 mg/kg/24 h 6 sem. Apenas nos intolerantes
e vancomicina em 2 doses a ampicilina-sulbactam
associada a 3 mg/kg/24 h 6 sem.
Gentamicina IV/IM em 3 doses
Resistência intrínseca a penicilina
Vancomicina 30 mg/kg 24h EV 6 sem. Consulta a
dividido 2x/dia infectologista
recomendada
associada a
Gentamicina 3 mg/kg/24 h 6 sem.
EV/IM em 3 doses
Enterococcus Linezolida 1200 mg/24 h > 8 sem. Atenção a
faecium R a peni, EV/VO em 2 doses palquetopenia após
aminoglicosídeos 2 semanas
e vanco
Enterococcus Imipenem 2 g/24 h EV > 8 sem.
faecalis R a peni, associado à em 4 doses
aminoglicosídeos Ampicilina 12 g/24 h > 8 sem.
e vanco em 6 doses EV
Ceftriaxone 4 g /24 h > 8 sem.
associado à em 2 doses EV/IM
Ampicilina 12 g/24 h > 8 sem.
em 6 doses EV
HACEK Ceftriaxone ou 2g/24h EV/IM 4 sem. Cefotaxime ou outra
(H. influenzae, em 1 dose cefalo 3ª/4ª podem
H. aphrophilis, ser usados
Actnobacillus, Ampicilina ou 12 g/24 h 4 sem.
Cardiobacterium, em 4 doses EV
Eikenella e Ciprofloxacino 1 g/24 h VO 4 sem. Fluoroquinolonas
Kingella) ou 800 mg/24 h apenas para pacientes
EV em 2 doses não tolerantes a
cefalosporina ou
ampicilina

SUMÁRIO 33
Tratamento de Infecções

ETIOLOGIA ANTIMICROBIANO DOSE DURAÇÃO COMENTÁRIOS


Staphylo- Oxacilina 12g/24h em 6 sem.
coccus spp opcionalmente 6 doses EV
Sensível a associada à
oxacilina Gentamicina ou 3 mg/kg/24 h 3-5 dias
EV/IM em 3 doses
Cefazolina 6g/24h em 6 sem. Para pacientes com
opcionalmente 3 doses EV reações alérgicas não
associada à graves a penicilina
Gentamicina ou 3 mg/kg/24 h 3-5 dias
EV/IM em 3 doses
Vancomicina 30 mg/kg/24 h 6 sem. Para pacientes com
em 2 doses EV reações alérgicas
graves a penicilina
Resistente à Vancomicina 30 mg/kg/24 h 6 sem.
oxacilina em 2 doses EV
Dose pediatrica:
40mg/kg em
2 ou 3 doses EV
Streptococcus Penicilina ou 12-18 milhões 4 sem. Alguns especialistas
pneumoniae, UI /24h EV recomendam a adição
Streptococcus de gentamicina (a
dos grupos A, B, Ceftriaxone ou 2 g /24 h EV/IM 4 sem. penicilina e ceftriaxone)
CeG por 2 a 6 semanas
para tratamento de
endocardite causada
por Streptococcus do
grupo B, C e G
Vancomicina 30 mg/kg/24 h 4 sem. Apenas em intolerantes
em 2 doses EV a ß-lactâmicos

34 SUMÁRIO
GINECOLOGIA
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA – DIP
AGENTES MAIS TRATAMENTO INICIAL TRATAMENTO INICIAL TRATAMENTO
DOENÇA COMENTÁRIOS
COMUNS DE ESCOLHA ALTERNATIVO AMBULATORIAL

1) Cefoxitina 1) Ciprofloxacino Ofloxacino 400 mg • Considerar a


Neisseria gonorrhoeae 2 g IV 6/6h
200 mg IV 12/12h + VO 12/12h + abordagem cirúrgica
(continuar por 24 a 48h
Chlamydia trachomatis após melhora clínica) se necessária.
Doxiciclina 100 mg Metronidazol
seguidos de Doxiciclina VO 12/12h +
Ureaplasma urealyticum 400 mg VO 8/8h
100 mg VO 12/12h • Critérios de
(continuar por 14 dias e Metronidazol 500 mg durante 14 dias
Mycoplasma hominis internação:
associar cobertura para IV 8/8h durante 14 dias
anaeróbios por 14 dias diagnóstico incerto e
DIP Streptococcus agalactiae
se houver abscesso tubo diferencial com
Haemophilus influenzae ovariano) ou apendicite ou

SUMÁRIO
Ceftriaxona gravidez ectópica,
2) Penicilina cristalina
Peptococcus spp; abscesso pélvico ,
4milhões UI IV 4/4h + 250 mg IV ou IM
Gentamicina 3-5 mg/ dose única + adolescente, HIV/
Peptostreptococcus spp
kg d.u. diária IM ou IV AIDS, falha no
(continuar até 48h após Doxiciclina 100 mg
Bacteróides spp tratamento
melhora clínica) seguida VO 12/12h - 14 dias +
de Doxiciclina 100 mg ambulatorial.
Metronidazol 500 mg
VO 12/12h (por 14 dias;
e associar cobertura IV ou VO 8/8h durante
para anaeróbios durante 14 dias
14 dias se houver
abscesso tubo ovariano)
AMBULATORIAL

d.u. - dose única

35
Tratamento de Infecções
Tratamento de Infecções

Grande Queimado
À INTERNAÇÃO

CULTURA DE LESÃO

CULTURA DE NASOFARINGE
*
(pesquisa de Streptococcus do Grupo A)*
repetir cultura semanalmente

AOS CURATIVOS

SEM SINAIS DE INFECÇÃO COM SINAIS DE INFECÇÃO

Celulite ou
Aprofundamento do grau da
cultura de swabs de ferida queimadura ou
Febre ou hipotermia ou
Instabilidade hemodinâmica ou
cultura (+) Leucopenia

colonização Colher hemocultura e ver critérios para terapêutica empírica

(-) (+)

Rediscutir Antimicrobiano de acordo


OBSERVAR* tratamento com antibiograma

* Pacientes com culturas de vigilância positivas para S. pyogenes:


Iniciar penicilina G cristalina 200.000 - 300.000 unidades/kg divididas com intervalo de
4 horas por 4 dias. Manter o paciente em isolamento durante esse período.
Recomendamos adiar a enxertia até término do curso de penicilina.
Pacientes com infecção por S. pyogenes:
Primeira escolha: penicilina G cristalina 200.000 - 300.000 unidades/kg divididas com
intervalo de 4 horas por 10 a 14 dias. Manter o paciente em isolamento de contato
durante esse período. Recomendamos adiar a enxertia até término do curso de penicilina.

36 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

Grande Queimado

Critérios para Terapêutica Empírica Sistêmica

Iniciar antimicrobiano sistêmico quando se observarem dois dos critérios abaixo:

1. Leucopenia (< 2500/mm3)


2. Aprofundamento do grau da queimadura (exceto em queimadura elétrica)
ou febre (> 38,5o C) ou hipotermia (<36oC)
3. Instabilidade hemodinâmica após correção hidroeletrolítica
4. Celulite
5. Confusão mental (sem outra causa) ou hiperglicemia (>150 mg/dl sem diabetes
prévia)

Indicações de uso tópico de antimicrobianos

1. PROFILÁTICO em paciente proveniente de outro hospital.

2. PROFILÁTICO após escarotomia ou fasciotomia.

3. PROFILÁTICO em queimaduras extensas (criança >10% e adulto >20% de


superfície corpórea).

4. ASSOCIADO a antibioticoterapia sistêmica, quando houver indicação de


tratamento de infecção.

SUMÁRIO 37
Tratamento de Infecções

Grande Queimado
Esquema Terapêutico Empírico para Infecções

ATÉ 72 HORAS DE INTERNAÇÃO E


SEM USO PRÉVIO DE ANTIMICROBIANO

Oxacilina
+
Ciprofloxacina

Reavaliação após 72h


APÓS 72 HORAS DE INTERNAÇÃO OU ou
USO PRÉVIO DE ANTIMICROBIANO piora importante

Vancomicina + Ciprofloxacina

Reavaliação após 48h ou


piora importante

Vancomicina + Imipenem

Reavaliação após 48h ou


piora importante

Associar anfotericina B ou
fluconazol IV

38 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

Hemodiálise
Infecção de Via de Acesso Venoso

Pacientes com infecção no acesso


(excluídos outros focos)

Sinais de infecção local Bacteremia

Colher 2 pares de hemoculturas Colher 2 pares de hemoculturas


de sangue periférico e cultura da de sangue periférico e cultura da
secreção pericateter secreção pericateter (se houver)

Cefalosporina 1ª Geração* Vancomicina*/**


1-2 g cada 24-48h 1 g cada 4 a 7 dias
(suplemento 0,5 g - 1 g pós-diálise) (checar nível sérico)
por 1 a 2 semanas

Infecção resolvida Infecção Infecção resolvida Infecção


não-resolvida não-resolvida

Observar Medidas cirúrgicas Observar Pesquisar outros


Troca de cateter focos
Antimicrobiano*
Presente Ausente

Tratamento Medidas cirúrgicas


Específico Troca de cateter
Antimicrobiano*/**

* Ajustar o tratamento de acordo com o agente isolado. Se S. aureus fazer ECO


transesofágico: se endocardite, tratar por 4 a 6 semanas.
**Manter antimicrobiano até o paciente permanecer 7 dias afebril .

SUMÁRIO 39
Tratamento de Infecções

Hemodiálise
Infecções Relacionadas a Cateter Venoso Central (CVC)

1. CVC de longa permanência:


a) Suspeita: presença de secreção purulenta no óstio do CVC ou celulite.
b) Como proceder: não remover o CVC. Colher 2 pares de hemoculturas de
sangue periférico e cultura da secreção pericateter. Iniciar vancomicina
empiricamente.
c) Interpretação dos resultados:
Hemoculturas negativas e cultura da secreção pericateter positiva: completar
7 dias de ATM sistêmico com base no antibiograma.
Hemoculturas positivas: ver tratamento de bacteremias.
Obs: não recomendamos colher hemoculturas pelo CVC de rotina, principalmente
se houver secreção purulenta ou celulite do óstio.

2. Infecção do túnel ou bolso


a) Suspeita: presença de eritema, edema e dor que se estende por mais de 2cm
no trajeto do túnel a partir do óstio do CVC.
b) Como proceder: retirar CVC, se houver coleção drenável, colher material para
cultura e colher 2 pares de hemoculturas de sangue periférico. Iniciar tratamento
empírico com vancomicina.
c) Interpretação dos resultados:
Hemoculturas negativas: completar 7 dias de ATM sistêmico com base no
antibiograma.
Hemoculturas positivas: ver tratamento de bacteremia.

3. Bacteremias
a) Suspeita:
Presença de febre ou síndrome séptica sem outro foco.
Sinais de sépsis se instalam abruptamente após a infusão de fluidos ou
medicação IV pelo CVC.
b) Como proceder: não remover o CVC e colher 2 pares de hemoculturas; dá-se
preferência a coleta de sangue periférico.
c) Interpretação dos resultados:
Hemoculturas positivas: iniciar tratamento com antimicrobiano sistêmico pelo
CVC e fazer “selo” do CVC com ATM com base no antibiograma.

40 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

Obs: Para organismos potencialmente contaminantes da pele (p. ex:


Staphylococcus não-aureus) são necessárias 2 amostras de hemocultura positivas
para o mesmo organismo; para patogênicos (p. ex: S. aureus) uma amostra de
de hemocultura positiva é suficiente para iniciar tratamento.
Hemoculturas positivas para fungos: retirar CVC e iniciar tratamento com
antifúngicos (anfotericina B).

Duração do tratamento:
Tratar por até 7 dias após o paciente ficar afebril.

*Obs: realizar acompanhamento do paciente para o diagnóstico de possíveis


complicações como endocardite infecciosa, osteomielite e abscessos metastáticos.

ATM - Antimicrobiano
CVC - Cateter Venoso Central

SUMÁRIO 41
Tratamento de Infecções

Herpes Simples (genital e oral) - Tratamento

Herpes genital Droga/dose Duração


Imunocompetente Aciclovir 400 mg VO 8/8 h ou
Primeiro episódio Fanciclovir 250 mg VO 8/8 h ou 7-10 dias
Valaciclovir 1 g VO 12/12 h
Imunocompetente Aciclovir 400 mg VO 8/8 h ou
Episódios recorrentes Fanciclovir 125 mg VO 12/12 h ou 5 dias
Valaciclovir 500 mg VO 12/12 h
Supressão
Indicações: Aciclovir 400 mg VO 12/12 h ou
- recorrências freqüentes Fanciclovir 250 mg VO 12/12 h ou
(>6 episódios/ano) Valaciclovir 0,5–1 g VO 1 x/dia 6-12 m
- recorrências graves
- pródromos graves
- L transmissão
- L problemas psicossexuais
Imunossuprimido Aciclovir 400 mg VO 8/8 h ou
Primeiro episódio Fanciclovir 500 mg VO 8/8 h ou 7-10 dias
Valaciclovir 1 g VO 12/12 h
Imunossuprimido Aciclovir 400-800 mg VO 8/8 h ou
Supressão Fanciclovir 500 mg VO 12/12 h ou
Valaciclovir 500 mg VO 12/12 h

Herpes oral Droga/dose Duração


Recorrência Podem ser usados a partir do pródromo:
Diminui a duração dos sintomas Aciclovir em creme a 5% 3/3 h ou 4 dias
Aciclovir 400 mg VO 4/4 h 5x/dia ou 5 dias
Valaciclovir 2 g 12/12 h 1 dia
Profilaxia
Pode ser considerada em: Aciclovir 400 mg 12/12 h, 7 dias
- recorrências freqüentes iniciar 12 h pré-exposição (ou
(>6 episódios/ano) enquanto
- HSV associado a eritema durar a
multiforme exposição ao
- Cirurgia em gânglio trigeminal fator de
- Cirurgia peroral ou intra-oral risco)
- Estresse: exposição ao sol ou
compromissos profissionais
- Profissionais de saúde
selecionados (L transmissão)
- Imunocomprometidos

42 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

Meningites em Pediatria
Etiologia da meningite de acordo com a faixa etária

Menores que 2 meses Bacilos entéricos Gram-negativos


(principalmente Escherichia coli)
Estreptococo do grupo B
Listeria monocitogenes
Estafilococos
De 3 meses a 3 anos Meningococo
Pneumococo
Haemophilus influenzae
Maiores que 3 anos Meningococo
Pneumococo
Trauma Cranioencefálico S. aureus
aberto e após Neurocirurgia S. pneumoniae
Bacilos Gram-negativos não fermentadores
Derivação ventrículo peritoneal Estafilococo coagulase negativo

Antibioticoterapia empírica

Faixa etária Antimicrobiano (1ª escolha) Antimicrobiano (2ª escolha)


< 2 meses Cefalosporina de 3ª geração Ampicilina +
(cefotaxima ou ceftriaxona) aminoglicosídeo
+ ampicilina (gentamicina ou amicacina)
2 meses a Ceftriaxona Cloranfenicol
5 anos
Ceftriaxona Penicilina ou
>5 anos
cloranfenicol
Trauma ou Vancomicina + cefalosporina Vancomicina + meropenem
neurocirurgia antipseudomonas

Obs: Corticóide (dexametasona 0,4 mg/kg/dose 20 minutos antes do ATM, de12/12h


por 2 dias se H. influenzae)

SUMÁRIO 43
Tratamento de Infecções

Antibioticoterapia específica

Agentes Antibióticos Doses Intervalos Duração do


Tratamento
Neisseria Penicilina 250-400.000 UI/kg/dia 4/4h
meningitidis G. cristalina * até 24.000.000UI/dia 7 dias
ou Ampicilina 200-400 mg/Kg/dia 6/6h
até 12 g/dia
Haemophilus spp. Cloranfenicol 75-100 mg/Kg/dia 6/6h
ou até 6 g/dia 7 a 10 dias
Ceftriaxona 80-100 mg/kg/dia 12/12h ou
até 4 g/dia 24/24h
Pneumococo** Penicilina G 250-400.000 UI/kg/dia 4/4h 10 a 14 dias
cristalina* até 24.000.000UI/dia
Estafilococo Oxacilina ou 200 mg/kg/dia 8/8h
Vancomicina até 12 g/dia 21 dias
40-60 mg/kg/dia 6/6h
até 2-4 g/dia
Enterobactérias Ceftriaxona ou 80 - 100 mg/kg/dia 12/12h ou
até 4 g/dia 24/24h 14 a
Cefotaxima 200 mg/kg/dia 6/6h 21 dias
até 12 g/dia

* Em caso de alergia à penicilina, usar cloranfenicol.


** Se isolado pneumococo parcialmente sensível usar ceftriaxona ou vancomicina.
Se pneumococo R (MIC > 2 mcg/ml) usar ceftriaxona + vancomicina
Obs: O uso de corticóide na criança não altera a penetração da vancomicina.

44 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

Meningites em Adultos
Etiologia da meningite de acordo com a circunstância clínica

Circunstância clínica Etiologia usual Tratamento empírico


inicial*
Adultos sem fator de risco Pneumococo (>80%) Ceftriaxona 1-2 g IV 12/
Meningococo 12h por 10-14 dias
Trauma cranioencefálico Staphylococcus aureus Vancomicina 1-2 g IV 12/
penetrante, neurocirurgia ou coagulase-negativo 12h + Cefepime 2g IV
ou válvula de derivação Pseudomonas aeruginosa 8/8h por 10-14 dias*
Acinetobacter baumannii
Fístula liquórica Pneumococo Ceftriaxona 1-2 g IV 12/
12h por 10-14 dias*

Gestantes Acrescentar ampicilina ao esquema, devido à


Adultos > 50 anos possibilidade de infecção por Listeria.
Portadores de HIV

Obs: Alguns estudos sugerem que o uso de corticóide (dexametasona 0,15 mg/kg/dose
de 6/6h por 4 dias) possa melhorar o prognóstico da meningite por S. pneumoniae. Se
o corticóide for utilizado, a vancomicina deverá ser evitada, pois sua penetração no
líquor estará diminuída.

*Ajustar terapêutica de acordo com o agente isolado.

SUMÁRIO 45
Tratamento de Infecções

Neutropenia Febril em Adulto


1. Definições
A neutropenia febril é definida como a presença de :
Febre: temperatura axilar> 38,0°C em uma medição ou > 37,8°C mantida
por uma hora, não relacionada a infusão de hemoderivados;
Neutropenia: número de granulócitos < 500/mm3 ou entre 500 e 1000/mm3
com tendência a queda.

Classificação de acordo com o risco de infecção:


Baixo Risco:
Neutrófilos >100/mm3 ou <100/mm3 com plaquetas >75.000/mm3
Doença de base em remissão
Intervalo entre quimioterapia e neutropenia maior que 10 dias
Paciente em bom estado geral
Ausência de hipotensão ou disfunção de orgãos
Ausência de co-morbidade: mucosite grave, diarréia, infecção perianal, celulite
ou pneumonia

Alto Risco:
Paciente que não preencha os critérios descritos acima

2. Exames iniciais
Hemograma
Uréia /creatinina
Radiografia de tórax
Hemocultura (2 pares)
Urocultura
Cultura de qualquer outro sítio potencialmente envolvido na infecção

3. Princípios básicos da terapêutica empírica para neutropenia febril


Iniciar prontamente antimicrobiano de amplo espectro
Levar em conta na escolha, a epidemiologia local (agentes mais frequentes e
perfil de sensibilidade desses agentes) e observar a somatória dos efeitos colaterais
Avaliação diária cuidadosa, com atenção aos detalhes da evolução
Insistir no diagnóstico etiológico
Qualquer que seja o esquema empregado, deve-se usar por 3 dias consecutivos
para avaliação dos resultados
46 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

Esquema Empírico para neutropenia Febril para Adultos


Paciente proveniente da comunidade Paciente com >48h de hospitalização
Baixo-risco Alto-risco

CEFFEPIMA* CEFEPIMA*
Após 48h, reavaliar

Hemocultura (+) ou Hemocultura (-)


Foco clinicamente definido

Afebril Febril
Reajustar de acordo com antibiograma
Tratar pelo tempo recomendado
para o sítio em questão Estável Instável**
No caso do uso de anfotericina B Aguardar +24h
interromper se forem observadas:
• recuperação de granulócitos
• resolução dos sintomas e sinais VANCOMICINA+
Persistência de febre** IMIPENEM/
clínicos
• resolução radiológica MEROPENEM
• negativação das culturas IMIPENEM/MEROPENEM*
Cobertura para anaeróbio se
abscesso perianal, intra-abdominal
ou gengivite Persistência da febre
após 24h**

VANCOMICINA

Baixo-risco Persistência da febre após 24 horas**

Alta com ATM VO Completar 3-5 dias Suspeita ou colonização Aspergillus?


de ATM IV Alto-risco
Risco de Candida glabrata/krusei?
Uso recente de fluconazol?
TMO alogênico?
* Indicações para utilização precoce SIM NÃO
de Vancomicina:
- Mucosite grave Anfo B Fluconazol 400-800 mg/dia
0,5-1 mg/kg ou anfo B 0,5 -1 mg/kg
- Evidente infecção relacionada a
cateter venoso central
- Colonização por S.aureus resistente
a oxacilina ou S.pneumoniae Neutrófilos>500/mm3
resistente a penicilina
por > 2dias Neutrófilos <500/mm3
- Instabilidade hemodinâmica Parar após 5 dias Completar 2 semanas
de tratamento
** Reavaliação clínica e laboratorial ATM - antimicrobiano
SUMÁRIO 47
Tratamento de Infecções

Neutropenia Febril em Pediatria


As orientações contidas na parte inicial desta norma se referem a pacientes
neutropênicos que desenvolverem febre sem que seja identificado o foco do
processo infeccioso na avaliação inicial.
As normas relativas aos antimicrobianos indicados nas diferentes situações foram
elaboradas com base na análise da sensibilidade dos principais agentes causadores
de infecções em neutropênicos do Instituto da Criança. Estas normas serão
periodicamente revistas.

Definições:
Neutropenia: Contagem total de neutrófilos periféricos <1000 / mm3 com
perspectiva de queda em 72 horas.
Febre:: Dois ou mais episódios de t >37,8oC em 24 horas ou um episódio de
t >38,5oC.
Avaliação laboratorial inicial: Hemograma, hemoculturas (veia periférica
+/- cateter), RX Torax, urina tipo 1 + urocultura, proteína C reativa.

Antibioticoterapia inicial
Esquema 1- monoterapia
Cefepima (50 mg/kg/dose de 8/8h)
Deve ser introduzido para todas as crianças neutropênicas febris à admissão,
exceto quando houver indicação dos Esquemas 2 ou 3.

Esquema 2 - esquema duplo


Cefepima (50 mg/kg/dose de 8/8h)
MAIS
Vancomicina (1200 mg/m2/dia de 6/6h)
Deve ser utilizado sempre que houver evidência de infecção por germes Gram-
positivos:
presença de hiperemia ou secreção purulenta em túnel de cateter vascular
implantado
hemocultura exibindo crescimento de cocos Gram-positivos, ainda sem
identificação e testes de sensibilidade
evidência clínica e/ou radiológica de pneumonia
presença de flebite, celulite ou erisipela

48 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

Esquema 3 - esquema triplo


Cefepima (50 mg/kg/dose de 8/8h)
MAIS
Vancomicina (1200 mg/m2/dia de 6/6h)
MAIS
Amicacina (15 mg/kg/dia 1 vez)

Deve ser utilizado para crianças que à admissão estiverem em mau estado geral,
apresentando sinais de sepse franca, instabilidade hemodinâmica, hipotensão
e/ou choque.

Reavaliação da terapêutica empírica inicial

Sempre que os resultados de culturas indicarem o agente responsável pelo


processo infeccioso atual, a antibioticoterapia deve ser adequada ao perfil de
sensibilidade desse agente.
Enquanto o paciente se mantiver febril, neutropênico, com culturas negativas,
sem foco aparente de infecção, deverão ser colhidas hemoculturas diariamente,
preferencialmente durante o pico febril.
A reavaliação do paciente a fim de definir a resposta à terapêutica instituída
deve incluir, além do exame físico completo, a verificação da situação dos locais
de inserção de cateter; dos resultados de culturas coletadas à admissão, a coleta
de novas culturas e a realização de outros exames de investigação, como
radiografias do tórax e dos seios da face. Quando possível, deve-se mensurar os
níveis séricos dos antimicrobianos utilizados, em especial da vancomicina e
aminoglicosídeos. Caso os achados clínicos sejam sugestivos, devem ser coletados
exames para diagnóstico de infecções pouco frequentes, como as causadas por
Toxoplasma gondii, herpes simples, citomegalovírus, EBV, Mycobacterium
tuberculosis, outras micobactérias e Chlamydia pneumoniae. Quando houver
suspeita de infecção fúngica, complementar a investigação diagnóstica com
exames tomográficos.
A resposta clínica ao tratamento empírico inicial (esquemas 1, 2 ou 3) deve ser
avaliada após 72 horas:
a) Pacientes que estejam recebendo o esquema 1 e que se tornarem afebris,
embora neutropênicos, sem que haja evidência de localização do foco infeccioso

SUMÁRIO 49
Tratamento de Infecções

e sem resultados de culturas positivas, desde que mantendo bom estado geral e
com perspectiva de recuperação medular breve, devem ter a
antibioticoterapia suspensa após um período afebril de 24 horas. Essa
conduta não se aplica a pacientes portadores de cateter venoso central e àqueles
com comprometimento medular (em fase de indução ou recidivas).
b) Pacientes que estejam sendo tratados com o esquema 1 e que se mantenham
febris e neutropênicos sem que haja evidência de localização do foco infeccioso,
sem culturas positivas e com estado geral preservado devem continuar
recebendo o mesmo esquema (1), que será reavaliado em 48 horas.
Caso se mantenham tais condições clínicas, devem iniciar o esquema 3.
c) Pacientes que estejam recebendo o esquema 1 e que se mantenham febris e
neutropênicos sem que haja evidência de localização do foco infeccioso e sem
resultados de culturas positivas mas apresentando deterioração clínica evidente
devem iniciar o esquema 3.
d) Pacientes que desenvolverem quadro diarréico e outros sinais de infecção
intestinal deverão receber Metronidazol (30 mg/kg/dia de 6/6h) em
associação ao esquema em uso.
e) Pacientes tratados com o esquema 1 que se mantenham febris e neutropênicos,
sem resultados de culturas positivas, e apresentarem evidências de infecção por
bactérias Gram-positivas, devem iniciar o esquema 2.
f) Pacientes que estejam recebendo os esquemas 1 ou o 2 que apresentem
indícios de infecção de pele causada por Pseudomonas spp. devem iniciar o
esquema 3.
g) Pacientes em tratamento com qualquer dos esquemas anteriores e que se
mantenham febris e neutropênicos, sem sinais de localização da infecção e sem
culturas positivas entre o 5 o e o 7o dia de tratamento, devem receber
anfotericina B (1 mg/kg/dia) em associação ao esquema utilizado. Caso seja
diagnosticada uma infecção fúngica, o tratamento deve ser orientado de acordo
com o agente causal, a localização e extensão da doença. Caso não seja
diagnosticada nenhuma infecção fúngica, a anfotericina B poderá ser suspensa
após o período de administração de duas semanas, assim como os demais
antimicrobianos.
h) Caso o esquema terapêutico inclua a vancomicina, o paciente se mantenha
febril após 72 horas de tratamento e as culturas colhidas à admissão não revelem
crescimento de bactérias Gram-positivas, deverá ser considerada a retirada
deste antimicrobiano, a fim de minimizar o surgimento de cepas de
bactérias resistentes a eles.

50 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

i) Justifica-se o uso de drogas antivirais nos pacientes que apresentam infecções


clinicamente aparentes pelos vírus herpes simples, varicella-zoster ou
citomegalovírus (esta apenas quando laboratorialmente documentada através
de antigenemia e/ou PCR). O uso empírico de drogas antivirais não deve ser
indicado. O uso profilático de antivirais deve ser reservado a situações específicas,
como por exemplo, nos protocolos de transplante de medula.

Observações:
1. Pacientes que, a qualquer tempo durante a internação, deixem de estar
neutropênicos (neutrófilos periféricos >1.000/mm3) mas se mantenham febris
devem ser reavaliados e ter sua antibioticoterapia revista e adequada à nova
condição. Dessa forma, caso não haja localização da infecção, os antimicrobianos
podem ser suspensos 4 a 5 dias após o término da neutropenia.
2. Em pacientes que estejam recebendo o esquema 3 e se mantenham febris
após um período de 72 horas de tratamento, ou que apresentem queda evidente
do estado geral na vigência desse esquema, pode ser considerada a ampliação
do espectro de ação em relação as bactérias Gram-negativas. Substitui-se a
cefepima por carbapenêmicos (IMIPENEM 100 mg/kg/dia de 6/6h) ou quinolonas
(CIPROFLOXACINO 20 mg/kg/dia de 12/12h), mesmo que não se disponha de
resultados de culturas indicando infecção por germes resistentes.

SUMÁRIO 51
Tratamento de Infecções

Obstetrícia
Infecção do Sítio Cirúrgico
Avaliação Inicial:
Ultra-sonografia de partes moles.
Coleta de material para bacterioscopia e cultura (nos casos exsudativos).
Avaliação sistêmica clínica e laboratorial.

DOENÇA QUADRO CLÍNICO TRATAMENTO CONDUTAS

Forma leve Hiperemia e Não está indicado Acompanhamento


hipertermia local ambulatorial
Ausência de comprome- Tratamento
timento sistêmico conservador da ferida
Celulite Ausência de Amoxicilina / clavulanato Acompanhamento
Acometimento comprometimento ambulatorial
do tecido celular sistêmico (500 + 250 mg) 1cp VO Tratamento
difuso e extenso de 8/8h ou conservador da ferida.
subcutâneo Clindamicina 300 mg
1cp VO 6/6h ou
2cp VO 8/8h
Presença de Clindamicina 600 mg IV Internação.
comprometimento 6/6h+gentamicina Abordagem cirúrgica
sistêmico 3-5 mg/kg d.u. com remoção de tecido
diária IM ou IV necrótico (envio para
(correr em 1hora) cultura)
Forma purulenta / Hiperemia e calor local Clindamicina 600 mg IV Internação
exsudativa Coleções teciduais 6/6h + gentamicina Abordagem cirúrgica
3-5 mg/kg d.u. diária IM para drenagem de
ou IV (correr em 1hora) coleções
Celulite e Acometimento difuso Penicilina cristalina Internação
Fasciíte de subcutâneo e fáscia 2.000.000 UI IV Abordagem cirúrgica
necrotizante: muscular, acompanhado de 4/4h+clindamicina para drenagem de
de crepitação e necrose 600 mg IV 6/6h coleções e
de extensa área tecidual desbridamento extenso.
Considerar uso de
câmara hiperbárica
Nos quadros graves ou Associar gentamicina
de má evolução clínica 3-5 mg/kg d.u. diária
IM ou IV ou
ceftriaxona 1 g IV 12/12h

Obs.: Fazer reorientação da terapêutica após resultados de bacterioscopia e culturas.

52 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

Obstetrícia
Infecção da Membrana Ovular, Abortamento e Infecção
Puerperal
TIPO ANTIMICROBIANO DOSE OPÇÃO
AMBULATORIAL
Abortamento Ampicilina ou 1-2 g IV 4/4h Amoxacilina/
clandestino penicilina+ 3 milhões U IV 4/4h clavulanato
Gentamicina + 3-5 mg/kg IV d.u. diária 500/125 mg VO
metronidazol* 0,5 g IV 8/8h 600 mg IV 6/6h 8/8h
ou 3-5mg/kg IV d.u. diária
Clindamicina + até paciente afebril por 48h
gentamicina**
Infecção de Ampicilina/sulbactam 3 g IV de 6/6h
membrana ovular - ou
corioamnionite Ampicilina+ 2 g IV de 6/6h
Conduta obstétrica Gentamicina 3-5 mg/kg IV em d.u. diária
resolutiva por
via vaginal 7 dias
Infecção de Ampicilina+ Por 7 dias 2 g IV de 6/6h
membrana ovular - gentamicina + 3-5 mg/kg IV d.u. diária
corioamnionite metronidazol na 0,5 g IV de 8/8h
Conduta obstétrica indicação da cesárea
resolutiva por ou
cesárea Clindamicina + 600 mg IV de 6/6h
gentamicina** 3-5 mg/kg IV em d.u. diária
Infecção Puerperal Ampicilina ou 1-2 g IV de 4/4h Amoxacilina/
Penicilina+ 3 milhões U IV de 4/4h clavulanato
Gentamicina + 3-5 mg/kg IV em d.u. diária 500/125 mg VO
Metronidazol* 0,5 g IV de 8/8h de 8/8h
ou
Clindamicina + 600mg EV 6/6h
Gentamicina** 3-5mg/Kg EV d.u. diária
até paciente afebril por 48h

* Não é eficaz contra estafilococos produtores de penicilinase; em pacientes com suspeita de infecção
por esse agente deverá ser utilizada oxacilina, clindamicina ou vancomicina, na dependência do
antibiograma e da gravidade do quadro.
** Não é eficaz contra enterococo na falha desse esquema deverá ser associado ampicilina ou penicilina.
Comprometimento da função renal: substituir gentamicina por ceftriaxone.
A manutenção de febre após 48 horas do início do tratamento, sem evidência de foco extragenital,
deverá ser interpretada como falha terapêutica: considerar abordagem cirúrgica.

SUMÁRIO 53
Tratamento de Infecções

Obstetrícia - Mastites

DOENÇA TRATAMENTO TRATAMENTO


HOSPITALAR AMBULATORIAL

1ª Opção: 1ª Opção:
Oxacilina 2 g IV de 4/4h + Cefalexina 1 g VO de 6/6h
metronidazol 500 mg IV de VO durante 7 dias.
MASTITE 8/8h durante 7 a 10 dias

2ª Opção: 2ª Opção:
Clindamicina 600 mg IV de Clindamicina 600 mg VO de
6/6h durante 7 a 10 dias. 6/6h durante 7 dias para
pacientes alérgicos a
betalactâmicos

54 SUMÁRIO
DIAGNÓSTICO DROGAS E DOSES DURAÇÃO CULTURAS A OBSERVAÇÕES
SEREM COLHIDAS
Oxacilina 8 a12 g/dia 2 semanas EV Líquido sinovial
Pioartrite aguda + + + Tratamento VO com
Gentamicina 240 mg/dia 2 semanas VO Hemoculturas cefalexina 2 a 4 g/dia
Ortopedia

(dose única diária)


Osteomielite aguda Oxacilina 8 a 12 g/dia 2 semanas EV Osso
hematogênica + + + Considerar punção e/ou drenagem
Gentamicina 240 mg/dia 4 semanas VO Hemoculturas
(dose única diária)
Clindamicina 2,4 g/dia 6 meses Reavaliação do tratamento deve
Osteomielite crônica + (EV durante Osso ser guiada pelo resultado de
cultura
Ciprofloxacino 800 mg/dia internação,
VO após alta)
Fratura exposta Se alta, tratamento VO com
• Tipo I (MMSS e Cefazolina 3g/dia 14 dias cefalexina 2 a 4 g/dia

SUMÁRIO
MMII)
• Tipo II e III Clindamicina 2,4 g/dia Osso
(MMSS e MMII) + 14 dias (na admissão e em Se alta, tratamento VO
Gentamicina 240 mg/dia todas as limpezas com cefalexina 2 a 4g/dia
(dose única diária) cirúrgicas)
Teicoplanina 400 mg/dia Osso (preferencial) • Dose da Teicoplanina deve ser de
Infecções + Conform + 400mg 12/12h nos 2 primeiros dias
pós-operatórias Amicacina e evolução Partes moles • Considerar retirada de
+ material de síntese
Exsudato profundo • Reavaliação do tratamento deve
ser guiada pelo resultado de
cultura
Revisão de Até resultado Osso + Reavaliação do tratamento deve ser
Artroplastia Cefuroxime 3 g/dia de cultura Partes moles+ guiada pelo resultado de cultura e
Exsudato profundo pelo aspecto intraoperatório

55
Tratamento de Infecções
Tratamento de Infecções

Otorrinolaringologia

INFECÇÃO ANTIMICROBIANO OBS


Amigdalite
Tratar somente com os Penicilina Benzatina Os objetivos do tratamento
4 critérios de Centor: 1.200.000U IM em d.u. são: a prevenção da febre
• Febre Amoxicilina 500 mg VO reumática (penicilina),
• Exsudato tonsilar 8/8h por 10 dias prevenção de complicações
• Ausência de tosse Penicilina V 500 mg VO supurativas locais, redução
• Adenopatia cervical 12/12h por 10dias da transmissão e melhora
dolorosa Claritromicina 250 mg VO dos sintomas
12/12h por 10 dias (controverso).
Eritromicina 500 mg VO
6/6h por 10dias
Azitromicina 500 mg VO no
1o dia e 250 mg por mais 4 dias
Otite média aguda
Na indicação de Amoxicilina 500 mg VO Tratamento de pacientes
antibioticoterapia é 8/8h por 5-7 dias por mais de 2 anos
fundamental a Amoxicilina clavulanato é controverso
diferenciação de OMA 500/125 mg VO 8/8h por 5-7dias
com Otite média com Claritromicina 500 mg
efusão – quadro para 12/12h por 10 dias
o qual não Azitromicina 500 mg VO no
recomendamos ATM. 1o dia e 250 mg por mais 4 dias
Sinusite aguda
Recomendado ATM Amoxicilina 500 mg VO Não é recomendado o RX
em caso de: 8/8h por 10 dias de seios da face no
• Sintomas por Claritromicina 500 mg diagnóstico.
mais de 7dias 12/12h por 10 dias Considerar TC de seios
• Dor facial/dentária Quinolona respiratória da face apenas em
• Secreção nasal a critério médico situações especiais.
purulenta

56 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

Parasitoses Intestinais
Princípios gerais:
Tratamento de parasitoses associadas:
a) tratar inicialmente a parasitose potencialmente mais grave
b) observar anti-parasitários polivalentes
c) a eficácia das drogas é menor quando utilizadas na vigência de multi-parasitoses
d) não tratar: I. büstschlii; E. coli; E. nana; C. mesnili; T. hominis
Tratamento de entero-parasitoses na gestação:
a) evitar o uso de anti-parasitários na gestação, sobretudo durante o primeiro
trimestre e principalmente os imidazólicos
b) cogitar o tratamento quando a parasitose for suficientemente sintomática
para colocar em risco a gestação; nesse caso, protelar para depois do primeiro
trimestre. Exceção: infecção por Taenia solium.

PARASITOSE ALTERNATIVAS DE APRESENTAÇÃO CONTROLE


TRATAMENTO COMERCIAL DE CURA
Amebíase Forma intestinal assintomática
(Entamoeba Etofamida Kitnos® 500 mg/cp 7, 14 e
histolytica) 500 mg, 2 x ao dia, 3 dias 21 dias
OU
Teclosan Falmonox® 100 mg/cp
100 mg, 3 x ao dia, 5 dias
Intestinal sintomática / extra-intestinal
Metronidazol 500 a 750 mg, •Metronidazol genérico
3 x ao dia, 10 dias ou 250 mg/cp ou 400 mg/cp
20 a 40 mg/kg/dia, em 3 doses, ou susp. oral - 40 mg/ml
10 dias genérico 250 mg ou
400 mg/cp ou susp. oral
OU 40 mg/ml
Tinidazol, 2 g ou 50 mg/kg, Pletil® / Amplium®
dose única OU 500 mg/cp 7, 14, 21
Nimorazol, 2 g ou 50 mg/kg, Naxogim® 500 mg/cp ou e 28 dias
dose única OU susp. oral 250 mg/10ml
Ornidazol, 2 g ou 50 mg/kg
dose única OU
Secnidazol Secnidal® ou Secnidazol
2 g ou 50 mg/kg, dose única genérico 500 mg ou 1 g/cp
ASSOCIADO A: (ministrar ao final
Etofamida OU Kitnos® 500 mg/cp
Teclosan Falmonox 100mg/cp
SUMÁRIO 57
Tratamento de Infecções

PARASITOSE ALTERNATIVAS DE APRESENTAÇÃO CONTROLE


TRATAMENTO COMERCIAL DE CURA
Giardíase Metronidazol Metronidazol genérico
(Giardia 250 mg, 3 vezes ao dia 250 mg/cp ou 400 mg/cp
lamblia/ OU ou susp. oral - 40 mg/ml
intestinalis) 15 mg/kg/dia em 3 doses por
7 a 10 dias OU
Tinidazol Pletil®/Amplium®
2 g ou 50 mg/kg, 500 mg/cp 7, 14, 21 dias
dose única OU
Nimorazol, Naxogim ®

2 g ou 50 mg/kg, 500 mg/cp ou


dose única OU susp. oral 250 mg/10 ml
Ornidazol,
2 g ou 50 mg/kg,
dose única
Secnidazol Secnidal® ou Secnidazol
2 g ou 50 mg/kg, genérico 500 mg ou
dose única OU 1 g/cp
Albendazol Albendazol genérico ou
400 mg/dia, 5 dias Zentel® 400 mg/cp ou
OU susp. oral 40 mg/ml
Nitazoxanida Annita® 500 mg/cp
500 mg 2x/dia,
Crianças: 7,5 mg/kg 2x/dia
por 3 dias
Isosporíase Sulfametoxazol+trimetoprim* Bactrim, Infectrim,
(Isospora 50 mg/kg/dia (S) e genérico 400 mg (S)
belli) 10 mg/kg/dia (T), 15 dias + 80 mg (T) / cp
25 mg/kg/dia (S) e ou susp. oral 7, 14 e
5 mg/kg/dia (T), 28 dias 200 mg(S)/5ml+ 21 dias
por 6 a 8 semanas 40 mg(T)/5 ml
*recaídas em 45% dos casos
OU
Sulfadiazina Sulfadiazina 500 mg/cp
100 mg/kg/dia +
Pirimetamina 25 mg/dia Daraprim® 25 mg/cp
por 6 a 8 semanas

(S) sulfametoxazol / (T) trimetoprim

58 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

PARASITOSE ALTERNATIVAS DE APRESENTAÇÃO CONTROLE


TRATAMENTO COMERCIAL DE CURA
Criptosporidíase Espiramicina Rovamicina® 500 mg/cp Baixos índices
(Cryptospo- 1 g, 3 x ao dia de cura parasi-
ridium sp) duração indefinida OU tológica. Me-
Paromomicina Humatim® 500 mg/cp lhora clínica
500 mg, 4 x ao dia (não disponível no transitória em
duração indefinida OU mercado nacional) alguns casos
Nitazoxanida Annita® 500 mg/cp Boa eficácia
500 mg 2x/dia, 3 dias em pacientes
com CD4>
200/mm3
Ciclosporíase Imunocompetente Bactrim, Infectrim,
(Cyclospora Sulfametoxazol genérico 400 mg (S) +
cayetanensis) +trimetoprim 80 mg (T)/cp ou susp.
800 mg (S) + 160 mg (T), oral 200 mg(S)/5ml
2 x ao dia, 7 dias +40 mg(T)/5 ml
Imunodeprimido Bactrim, Infectrim,
Sulfametoxazol +trimetoprim genérico 400 mg (S) +
(Ataque) 800 mg (S) + 80 mg (T)/cp ou susp.
160 mg (T), 4 x ao dia, 10 dias oral 200 mg(S)/5ml
(Manutenção) 800 mg (S) +
160 mg (T), 3 x/semana
Microsporíase Albendazol 400 mg, Zentel® ou Albendazol Eficaz para
(Enterocyto- 3x/dia por 2 - 4 semanas genéricoou 400 mg/cp E. intestinalis;
zoon bieneusi, ou susp. oral 40 mg/ml eficácia
Encephalito- duvidosa
zoon para E.
intestinalis) bieneusi
Balantidíase Tetraciclina 30 a 50 mg/kg/dia, Tetrex® 500 mg/cp
(Balantidium durante 10 dias
coli) Evitar em crianças OU 7, 14 e
Metronidazol Metronidazol genérico 21 dias
20 mg/kg/dia durante 7 dias 250 mg ou 400 mg/cp
ou susp. oral - 40 mg/ml
Dientamebíase Metronidazol Metronidazol genérico
(Dientamoeba 250 mg, 3 x ao dia, 250 mg ou 400 mg/cp 7, 14 e
fragilis) 7 a 10 dias ou susp. oral - 40 mg/ml 21 dias
15 mg/kg/dia, em 3 tomadas, (gen) 250 mg ou
7 a 10 dias 400 mg/cp ou susp. oral
40 mg/ml

SUMÁRIO 59
Tratamento de Infecções

PARASITOSE ALTERNATIVAS DE APRESENTAÇÃO CONTROLE


TRATAMENTO COMERCIAL DE CURA
Blastocistose Metronidazol Metronidazol genérico
(Blastocystis 500 a 750 mg, 3 x ao dia, 250 mg/cp ou 400 mg/cp 7, 14 e
hominis) 10 dias OU ou susp. oral - 40 mg/ml 21 dias
(gen) 250 mg ou
400 mg/cp ou susp. oral
40 mg/ml
Nitazoxanida Annita® 500 mg/cp
500 mg 2 x/dia, 3 dias
Ancilostomíase Albendazol Zentel® ou Alendazol
(Ancylostoma 400 mg, dose única, genérico 400 mg/cp 7, 14 e
duodenale repetida após 7 dias OU 21 dias
Necator Mebendazol Pantelmim® ou
americanus) 100 mg 2 x ao dia, Mebendazole (genérico)
durante 3 dias 100 mg/cp
Estrongiloidíase Formas habituais
(Strongyloides Ivermectina Revectina® 6 mg/cp
stercoralis) 200 mcg/kg, dose única OU 8, 9 e 10 dias
Cambendazol Cambem® 180 mg/cp (ou)
5 mg/kg, dose única OU 6 mg/ml susp. oral 7, 14 e
Tiabendazol Thiabem® ou 21 dias
25 mg/kg/dose, 2 x ao dia, Tiabendazol genérico
2 dias (máximo de 3,0 g/dia) 500 mg/cp ou
Repetir após 10 a 15 dias. 250 mg/5 ml susp. oral
Hiper-infecção
Ivermectina Revectina® 6 mg/cp
200 mg/kg dia, 2 dias OU
Tiabendazol Thiabem® ou
25 mg/kg/dose, 2 x ao dia, Tiabendazol genérico Até negati-
5 a 7 dias ou 500 mg/cp ou vação do
500 mg/dia durante 30 dias OU 250 mg/5 ml susp. oral exame de
Cambendazol Cambem® fezes
5 mg/kg, dose única 180 mg/cp
semanal, 3 a 5 semanas, 6 mg/ml susp. oral
dependendo da evolução clínica

60 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

PARASITOSE ALTERNATIVAS DE APRESENTAÇÃO CONTROLE


TRATAMENTO COMERCIAL DE CURA
Ascaridíase Forma habitual
(Ascaris Levamizol Ascaridil 80 mg ou
lumbricoides) adultos: 150 mg, dose única 150 mg/cp ou
crianças: 80 mg, dose única
OU 7, 14 e
Albendazol Albendazol (gen) ou 21 dias
400 mg, dose única Zentel® 400 mg/cp ou
susp.oral 40 mg/ml
Oclusão/sub-oclusão intestinal
Hexa-hidrato de piperazina “Solução de piperazina Diante de
100 mg/kg + 50 ml de com licor de ameixa” insucesso do
óleo mineral por SNG (Laborsil® - tratamento
após 24h: 50 mg/kg + 500 mg/5 ml) ou clínico,
50 ml de óleo mineral Vermifran 500 mg/5 ml abordagem
dose máxima diária de cirúrgica com
piperazina: 6 g remoção
manual dos
vermes
Teníases Praziquantel Cestox® Tamização
(T. solium, 10 mg/kg, dose única 150 mg/cp das fezes de
T. saginata) Clorossalicilamida Atenase® 24h após o
adultos: 2 g 500 mg/cp tratamento
crianças: 1 g, dose única (escolex) ou
idem 90 dias
após o
tratamento
(proglotes)
Himenolepíase Praziquantel Cestox®
(H. nana, 25 mg/kg, dose única 150 mg/cp
H. diminuta) Repetir após 10 dias. OU 7, 14 e
Clorossalicilamida Atenase® 21 dias .
adultos: 2 g; crianças: 1 g, 500 mg/cp
1 x/dia, durante 6 dias
consecutivos
Tricuríase Albendazol Zentel® ou Albendazol
(Trichuris 400 mg em dose única OU genérico ou 400 mg/cp
trichiura) ou susp. oral 40 mg/ml 7, 14 e
Mebendazol Pantelmim® 21 dias
100 mg, 2 x ao dia, 3 dias Mebendazol genérico
100mg/cp ou susp.
oral 20 mg/ml

SUMÁRIO 61
Tratamento de Infecções

PARASITOSE ALTERNATIVAS DE APRESENTAÇÃO CONTROLE


TRATAMENTO COMERCIAL DE CURA
Enterobíase Mebendazol Pantelmim® ou swab anal
(Enterobius 100 mg, dose única OU Mebendazol genérico a partir do
vermicularis) 100mg/cp e dia 8 pós
susp. oral 20 mg/ml tratamento,
Albendazol Zentel® ou Albendazol durante 7
400 mg, dose única OU genérico 400 mg/cp e dias
susp. oral 40 mg/ml
Pamoato de pirvínio Pyr-pam® 100 mg/cp e
10 mg/kg, dose única susp. oral 50 mg/5 ml
(não absorvido; pode ser
utilizado durante a gestação
Esquistossomose Oxamniquina Mansil® 250 mg/cp e 6 coprosco-
(Schistosoma adultos: 12,5 a 15 mg/kg, susp. oral 50 mg/ml pias mensais,
mansoni) dose única; a partir do
crianças: 20 mg/kg, dose única 45º dia pós-
OU tratamento
Praziquantel Cisticid® 500 mg/cp
40 a 60 mg/kg, dose única (uso hospitalar)
Cestox® 150 mg/cp

62 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

Pâncreas e Vias Biliares

DOENÇA ANTIMICROBIANO PROVÁVEIS COMENTÁRIOS


PATÓGENOS
Colecistite Ceftriaxona 1 g IV 12/12h + Enterobactérias +
aguda ou metronidazol 500mg IV de 8/8h enterococcus +
colangite ou anaeróbios
Ampicilina 6-8 g/dia IV +
gentamicina 3-5 mg/kg IV d.u. +
metronidazol 500 mg IV 8/8h
Até 72h após o controle do
quadro infeccioso (afebril e
leucograma normal)
Colangite Ceftazidima 1-2 g IV 8/8h Pseudomonas Após manipulação
ou aeruginosa endoscópica da
Cefepime 2 g IV 12/12h Gram-negativos via biliar ou
Até 72h após o controle do multirresistentes próteses biliares
quadro infeccioso (afebril e
leucograma normal) e
desobstrução da via biliar
Pancreatite Não há indicação
aguda
leve
Pancreatite Ciprofloxacina 400 mg IV Enterobactérias Quando houver
aguda de 12/12h sinais de necrose
grave + metronidazol 500 mg IV 8/8h visualizada em
durante 14 a 21 dias tomografia
ou computadorizada
Imipenem 0,5 -1 g IV 8/8h de abdôme ou
diagnóstico de
infecção por
aspirado guiado
por tomografia
computadorizada

SUMÁRIO 63
64
Partes Moles - Infecções de Pele

DOENÇA AGENTES TRATAMENTO TRATAMENTO COMENTÁRIOS


MAIS COMUNS INICIAL DE ESCOLHA ALTERNATIVO
Tratamento de Infecções

IMPETIGO Streptococcus Cefalosporinas de 1º geração Eritromicina Risco de GNDA


do Grupo A (cefalexina 1 g 6/6h por 7 dias) 500 mg 6/6h por 7 dias Difícil diferenciar
S. aureus Aplicação tópica de impetigo
mupirocina ou ácido fusídico estreptocóccico de
estafilocóccico
ERISIPELA Streptococcus Ambulatorialmente: Clindamicina 300-450mg 6/6h VO Culturas positivas em
do grupo A, Penicilina procaína 400.000 IM por 7dias ou 600 mg 6/6h apenas 5% dos casos
às vezes grupos G, 12/12h ou 900 mg 8/8h IV por 7 dias
C, B e mais Internado:penicilina cristalina

SUMÁRIO
raramente 2.000.000 IV de 4/4h
S. aureus
CELULITE Streptococcus Ambulatorialmente: Clindamicina 300-450mg 6/6h VO Tentar obter GRAM e
do grupo A Cefalosporinas de 1º geração por 7 dias) ou 600 mg 6/6h ou cultura em caso de
S. aureus (cefalexina 1 g 6/6h por 7 dias) 900 mg 8/8h IV por 7 dias secreção purulenta.
Se internado oxacilina Maior positividade em
(2 g IV 4/4h por 7 dias) hemocultura.

Observações:
a) Tanto a erisipela quanto a celulite apresentam sinais flogísticos; o paciente pode ter febre e leucocitose, mas a erisipela é
mais superficial e bem delimitada.
b) As doses foram calculadas para adulto com peso de 60 a 70Kg e com função renal normal.
Partes Moles - Infecções Necrotizantes

TIPO AGENTE CAUSAL USUAL CAUSAS PREDISPONENTES QUADRO CLÍNICO


Gangrena S. aureus Cirurgia Ulceração de progressão lenta
Sinergística de Streptococos microaerófilos restrita à fáscia superficial
Melaney
Celulite Clostrídica Clostridium perfringens Trauma local ou cirurgia Gás na pele, fáscia poupada,
pouca repercussão sistêmica
Gangrena Gasosa C. perfringens Trauma, injecções de epinefrina, Mionecrose, formação de gás,
C. histolyticum neutropenia toxicidade sistêmica, choque

SUMÁRIO
C. septicum
Celulite Anaeróbia Flora mista aeróbia e anaeróbia Diabetes mellitus Gás nos tecidos
não Clostrídica
Fasciíte Necrotizante Flora mista anaeróbia, Cirurgia, diabetes, Destruição de gordura e fáscia;
do Tipo 1 Gram-negativos e Enterococcos doença vascular periférica envolvimento da área perineal na
Síndrome de Fournier
Fasciíte Necrotizante Streptococcus do grupo A Feridas penetrantes, Toxicidade sistêmica, dor local
do Tipo 2 procedimentos cirúrgicos, intensa, gangrena, choque,
falência de múltiplos órgãos

65
Tratamento de Infecções
Tratamento de Infecções

Partes Moles - Infecções Necrotizantes

Evidência de infecção grave ou não controlada (dor, aumento de hiperemia,


febre, taquicardia, agitação, instabilidade hemodinâmica).

Coleta material
por punção ou 2 swabs + hemocultura (2 locais)
+
antibioticoterapia

Drenagem ampla através de incisões para


exposição da fáscia e/ou músculos

Considerar
oxigenoterapia
hiperbárica

Infecção controlada Infecção não-controlada

Reavaliar desbridamento /
antibioticoterapia

66 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

ORIGEM COMUNITÁRIA

Streptococcus Flora mista oral Flora mista


Clostridium (gangrena beta-hemolítico, (gangrena intestinal (Fournier,
gasosa extremidades) S.aureus (idiopático, Ludwig ) pé diabético)
pós trauma, inj. drogas,
animais peçonhentos)

CLINDAMICINA
900 mg 8/8h
CLINDAMICINA 900 mg 8/8h IV +
+ GENTAMICINA*
PENICILINA CRISTALINA 3 mi 4/4h IV 240 mg/dia
(dose única)

Reavaliar antibioticoterapia de acordo com cultura/antibiograma

* Ceftriaxona 1 g IV de 12/12h em caso de insuficiência renal ou alto risco

ORIGEM HOSPITALAR

Flora mista (pós-drenagem S.aureus Streptococcus


de abcessos, cirurgias pot. beta-hemolítico (pós cirurgias limpas
contaminadas /sujas / infectadas) ou potencialmente contaminadas)

VANCOMICINA + AMICACINA# + METRONIDAZOL#


1 g 12/12h 1 g 24/24h 0,5 g 8/8h

Reavaliar antibioticoterapia de acordo com cultura/antibiograma

#
Imipenem/meropenem em caso de insuficiência renal ou alto risco

SUMÁRIO 67
Tratamento de Infecções

Partes Moles - Pé Diabético


Tratamento do Pé Diabético

Princípios gerais para tratamento do pé diabético infectado

1.Determinar gravidade da lesão (tabela 1)


2. COLHER CULTURAS antes de iniciar a antibioticoterapia para diagnóstico
etiológico:
Cultura do local:
Limpar e desbridar a lesão (gaze e soro fisiológico);
Obter espécime da base da ferida desbridada, por curetagem (raspando com
a lâmina do bisturi ou cureta) ou por biópsia;
Evitar realizar swab da base da lesão desbridada. Se for a única opção disponível,
usar um swab com meio de transporte para aeróbio e anaeróbio e encaminhar
rapidamente ao laboratório;
A aspiração por agulha pode ser usada para obter material de coleção purulenta,
e deve ser feita através da pele íntegra ao redor da ferida após antissepsia;
A aspiração sub-periostal por agulha de áreas com suspeita de osteomielite
pode ser usada para obtenção de espécimes;
Identificar adequadamente o material e seu local de coleta e encaminhar
rapidamente ao laboratório de microbiologia em meio estéril ou meio de
transporte para aeróbios e anaeróbios.
Colher hemocultura se sinais de infecção sistêmica
3. Iniciar TERAPIA EMPÍRICA baseado nos agentes etiológicos mais freqüentes
(tabelas 2 e 3).
A terapia empírica deve sempre cobrir S. aureus e Streptococcus beta-hemolítico.
Enterococcus usualmente é apenas colonizante. Considerar o momento ideal
de cobrir gram-negativos: usualmente em infecções crônicas, com uso de
antibiotico prévio. Pseudomonas aeruginosa deve ser tratada apenas se for o
patógeno predominante em cultura de tecido profundo.Cobrir anaeróbios
quando houver isquemia com necrose ou gangrena (“o clássico odor fétido”)
4. ADEQUAR antibioticoterapia após isolamento do agente
5. DESBRIDAMENTO é essencial
6. ATENÇÃO PARA ALTERAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL, muito comum neste
pacientes
7. Checar VACINAÇÃO PARA TÉTANO
8. O tratamento do pé diabético deve ser sempre multi-profissional
68 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

Tabela 1. Classificação de pé diabético infectado (segundo Sociedade Americana de


Doenças Infecciosas )

Classificação Descrição Clínica


Leve > 2 Manifestações inflamatórias (secreção purulenta ou eritema, dor, calor,
aumento de sensibilidade, empastamento); qualquer celulite ou eritema se
estendendo até 2 cm ao redor da úlcera, e infecção limitada à pele ou
tecido subcutâneo superficial; sem complicações locais ou acometimento
sistêmico
Moderado Infecção em paciente sistemicamente bem e metabolicamente estável, com >
1 dos seguintes: celulite se estendendo > 2 cm; linfangite; extensão à fáscia;
abscesso planos profundos; gangrena; envolvimento de músculos, tendões,
articulações e/ou osso.
Grave Infecção em paciente toxemiado, com instabilidade metabólica (febre,
calafrios, taquicardia, hipotensão, confusão, vômitos, leucocitose,acidose,
hiperglicemia, insuficiência renal)

Tabela 2. Etiologia de infecção e pé diabético em diferentes apresentações clínicas do


pé diabético

Quadro clínico Patógeno


Celulite sem ferida aberta Streptococcus β-hemolítico (grupos A,B,C,G) e
Staphylococcus aureus
Úlcera infectada, sem ATM prévio Staphylococcus aureus e Streptococcus β-hemolítico
Úlcera infectada, crônica ou com Staphylococcus aureus e Streptococcus β-hemolítico e
uso prévio de antimicrobiano Enterobactérias
Úlcera macerada, úmida* Pseudomonas aeruginosa, freqüentemente com outros
microorganismos
Feridas não cicatrizadas, crônicas, Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase-negativo,
com uso prévio prolongado difteroides, Enterococcus, Enterobactérias, Pseudomonas
de ATM de amplo espectro** spp. , Bacilos Gram-negativos não-fermentadores e fungos
(raro).
Pé fétido: necrose ou gangrena Cocos gram-positivos aeróbios, incluindo Enterococcus,
extensa, fétido* Enterobactérias, Bacilos Gram-negativos não-fermentadores
e anaeróbios.
*Geralmente polimicrobiana
**Geralmente polimicrobiana e com bactérias multi-resistentes (S. aureus OXA-R, Enterococcus
Vanco - R, Enterobactérias produtoras ESBL)

SUMÁRIO 69
Tratamento de Infecções

Tabela 3. Tratamento empírico inicial para infecções em pé diabético

Classificação Antibioticoterapia Dose para função Duração e via


empírica inicial renal normal de adm.
Leve Comunitária Cefalexina ou 1g 6/6h VO
Amoxicilina- 625 mg 8/8h 1 a 2 semanas
Clavulanato ou (até 4 semanas
Clindamicina ou 900 mg 8/8h se a resolução
Sulfametoxazol + 800/160 mg for lenta)
Trimetoprim 8/8h
Relacionada a Clindamicina + 900 mg 8/8h
Serviços de Saúde Ciprofloxacino ou 500 mg 12/12h
ou uso de antibió- Levofloxacino+ 500 mg 1x/dia
tico nos últimos Metronidazol 500mg 8/8h
30 dias
Moderada Comunitária Amoxicilina- 625 mg 8/8h Inicialmente EV,
Clavulanato ou podendo ser VO
Clindamicina + 900 mg 8/8h após melhora
Ciprofloxacino ou 500 mg 12/12h VO clínica
ou 400 mg 12/12 EV
Ceftriaxone + 1 g 12/12h 2 a 4 semanas
Metronidazol ou 500 mg 8/8h
Ertapenem* 1g 1x/ dia
Relacionada a Piperacilina/ 4,75 g 8/8h
Serviços de Saúde Tazobactam ou
ou uso de antibió- Ertapenem* 1g 1x/ dia
tico nos últimos Associado a:
30 dias Vancomicina ou 1g 12/12h
Teicoplanina 400 mg 12/12h
Grave Comunitária Clindamicina + 900 mg 8/8h EV
Ciprofloxacino ou 400 mg 12/12h 2 a 4 semanas
Cefepime + 2g 12/12h
Metronidazol ou 500 mg 8/8h
Ertapenem* 1g 1x/ dia
Relacionada a Imipenem ou 500 mg 6/6h
Serviços de Saúde Meropenem ou 1g 8/8h
ou uso de antibió- Piperacilina/ 4,75 g 8/8h
tico nos últimos Tazobactam
30 dias Associado a:
Vancomicina ou 1g 12/12h
Teicoplanina 400 mg 12/12h

* No Hospital das Clínicas, a prescrição do ertapenem é controlada pela CCIH e pode ser utilizado
no tratamento de infecções causadas por enterobactérias produtoras ESBL ou sensíveis apenas a
carbapenem.

70 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

Diagnóstico e Tratamento de
Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE)

DEFINIÇÕES/ DIAGNÓSTICO:
PBE clássica: PMNs > 250 cels/mm3 e cultura positiva
PBE com cultura negativa: PMNs > 250 cels/mm3 e cultura negativa
Bacteriascite: PMNs < 250 cels/mm3 e cultura positiva

Para aumentar positividade da cultura de líquido ascítico (LA): inocular


10 ml do líquido ascítico no frasco de hemocultura.

Tratamento de PBE:
PBE

PBE complicada * ?

SIM NÃO

Cefotaxima 2g 8/8h Paciente em uso


EV por 5 a 14 dias + de profilaxia com
Albumina& Norfloxacino?

SIM NÃO

Amoxicilina- Amoxicilina-
Clavulanato VO Clavulanato VO
ou ou
Ceftriaxone IM/EV Ciprofloxacino VO
por 10-14 dias por 10 a 14 dias

* PBE Complicada: presença de qualquer dos seguintes: encefalopatia grau II a IV,


choque, HDA , íleo paralítico ou alteração da função renal
&
Albumina 1,5g/ Kg no primeiro dia e 1,0g/ Kg no terceiro dia.
SEGUIMENTO: Se não houver melhora clínica em 48h: considerar nova punção de LA

SUMÁRIO 71
Pneumonia Comunitária do Adulto

72
Co-morbidades ? GRUPO I
Sinais de alerta ? • Neoplasias Baixo risco ambulatorial
• Confusão mental • ICC • Amoxacilina ou
• PAS <90 mmHg NÃO NÃO
• Insuf. Renal • Macrolídeos ou
• TAX >40ºC ou <350C • Hepatopatia, alcoolismo • Doxiciclina
• Taquicardia >125 bpm • Sequela neurológica 7-10 dias
• Taquipnéia >30 ipm • DPOC
Tratamento de Infecções

• Oximetria <90% • Diabetes


• Doença multilobar • Doença vascular cerebral
• Idade >65 anos
SIM
SIM

Solicitar hemograma, glicemia, eletrólitos, função hepática e renal.


HIV consentido e hemoculturas para pacientes internados

SUMÁRIO
Utilize o escore de gravidade de PAC para determinar o risco e avalie co-morbidades

<70 pontos 71-90 pontos 91-130 pontos >130 pontos


GRUPO II - Ambulatorial GRUPO III - Internação por 24h-48h GRUPO IV - Internação em GRUPO V - Terapia
• Macrolídeo ou • Fluorquinolona respiratória IV ou Enfermaria Intensiva
• Amoxacilina + clavulanato ou • Macrolídeo IV • Fluorquinolona • Ceftriaxona +
• Fluorquinolona respiratoria 10 dias respiratória IV ou macrolídeo IV ou
7-10 dias • Ceftriaxone + macrolídeo • Fluorquinolona IV
IV 10-14 dias
10-14 dias
• Amoxacilina 500 mg 8/8h VO
• Amoxacilina clavulanato 500 mg 8/8h ou 875 mg 12/12h IV/VO
• Azitromicina 500 mg/ dia, claritromicina 500 mg 12/12h ou eritromicina 500 mg 6/6h IV ou VO
• Ceftriaxona 1 g IV de 12/12h
• Doxiciclina 100 mg 12/12h VO
• Levofloxacino 500 mg/dia ou moxifloxacino 400 mg/dia IV/VO
Tratamento de Infecções

CO-MORBIDADES CONSIDERAR
Etilismo,dentes precários,disfagia, aspiração Anaeróbio
Amoxacilina clavulanato,
clindamicina ou metronidazol
Etilismo, insuficiência hepática, neoplasias, idoso Bacilos Gram-negativos
Não prescrever macrolídeo
isoladamente
Influenza com superinfecção bacteriana S. aureus, H.influenzae, S.pnemoniae
Bronquiectasia, fibrose cística ou internação P. aeruginosa
prévia ou uso recente antibiótico

ESCORE DE GRAVIDADE DE PAC PONTOS


Idade anos
Sexo feminino - 10
Asilo +10
Neoplasia +30
Hepatopatia +20
ICC +10
Doença cerebrovascular +10
Insuficiência Renal +10
Confusão mental +20
Taquipnéia: FR >30 +20
PAS <90 mmhg +20
Temperatura axilar <35ºC ou >40 ºC +15
Pulso >125 bpm +10
pH arterial <7.35 +30
Uréia >40 mg/dl +20
Glicose >250 mg/dl +10
Sódio <130 mEq/dl +20
Hemoglobina <9 g/dl +10
Derrame pleural +10
PO2 <60 mmHg ou Sat AA <90% +10
TOTAL

SUMÁRIO 73
Tratamento de Infecções

Características e patógenos mais frequentes nos diferentes grupos


conforme classificação da Sociedade Americana do Tórax (ATS)

GRUPO CARACTERÍSTICAS PATÓGENOS MAIS COMUNS


1 • Sem necessidade de internação • Streptococcus pneumoniae
• Pneumonia leve ou moderada • Mycoplasma pneumoniae
• Idade superior a 65 anos • Chlamydia pneumoniae
• Ausência de doença associada* • Haemophilus influenzae
• Vírus respiratórios
2 • Sem necessidade de internação • Streptococcus pneumoniae
• Pneumonia leve ou moderada • Haemophilus influenzae
• Idade inferior a 60 anos e/ou doença • Vírus respiratórios
de base com morbidade associada* • Bacilos Gram-negativos
• Staphylococcus aureus
3 • Necessidade de internação • Streptococcus pneumoniae
(sem terapia intensiva) • Haemophilus influenzae
• Bacilos Gram-negativos
• Legionella spp.
• Chlamydia pneumoniae
4 • Necessidade de internação • Streptococcus pneumoniae
em unidade de terapia intensiva • Legionella spp.
• Bacilos Gram-negativos
• Chlamydia pneumoniae
• Vírus respiratórios

*Insuficiência cardíaca congestiva, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica,


insuficiência hepática ou renal e alcoolismo

74 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

Investigação Pneumonia Comunidade

MICROBIOLOGIA enviar 5 ml em tubo seco estéril e


pedido único para a mibrobiologia
PESQUISAS DIRETAS Bacterioscopia*
P carinii §
Micobactéria
CULTURAS Geral*
Legionella pneumoniae
Fungos (filamentosos)**
Micobactéria

BIOLOGIA MOLECULAR enviar 3 ml em tubo seco estéril e


pedido único para o setor de
biologia molecular
PCR P. carinii §

Legionella pneumoniae
Mycoplasma pneumoiae
Chlamydia
Mycobacterium turbeculosis

LIM 54 Enviar 7 ml em tubo seco estéril e


para LIM 54
prof. Dahir - fone: 3066-7029
SOROLOGIA Legionella pneumoniae#
Mycoplasma pneumoiae#

Observações:
* lavado bronco-alveolar
#
sangue
As demais pesquisas podem ser realizadas em qualquer secreção respiratória.
§
Infecção pelo HIV / outras imunodepressões
** Apenas em imunossuprimidos hematológicos e transplantados.

SUMÁRIO 75
Tratamento de Infecções

Pneumonia Comunitária em Pediatria


1. Diagnóstico clínico e etiológico:
Se os sinais clínicos de ausculta estão presentes, não é necessária a realização
de radiografia para o diagnóstico.
Pneumonia bacteriana se associa a febre, dispnéia e taquipnéia; em crianças
menores de 3 anos, pneumonia bacteriana deve ser considerada em crianças
com t >38,5oC, FR >50 e tiragem.
Realizar hemoculturas em todas as crianças com suspeita de pneumonia, ainda
que se saiba que <10% delas serão positivas.
Aspirados de nasofaringe para pesquisa viral devem ser realizados em todas as
crianças menores de 18 meses.
Colher líquido pleural para diagnóstico sempre que possível.

IDADE ETIOLOGIA
RN – 21 dias • Estreptococos do grupo B
• Bactérias Gram-negativas entéricas
• Citomegalovírus
• Listeria monocytogenes
21 dias – 3 meses • Chlamydia trachomatis
• Vírus sincicial respiratório
• Parainfluenza-vírus tipo 3
• Streptococcus pneumoniae
• S. aureus
4 meses – 4 anos • Vírus sincicial respiratório, parainfluenza-vírus,
influenzavirus, adenovirus, rinovirus
• S. pneumoniae
• H. influenzae
• Mycoplasma pneumoniae
• Mycobacterium tuberculosis
5 anos – 15 anos • Mycoplasma pneumoniae
• Chlamydia pneumoniae
• S. pneumoniae
• M. tuberculosis

2. Indicações de internação:
Hipoxemia: SatO2 <92%.
Família sem condições de cuidar apropriadamente da criança em casa.
Em lactentes, FR >70 irpm, dispnéia, apnéia, gemência ou dificuldade de
alimentação.
Em crianças maiores, FR >50 irpm, dispnéia, gemência ou sinais de desidratação.
76 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

3. Indicações de Internação em UTI:


SatO2 <92% com FiO2 >60%.
Sinais de choque.
Desconforto respiratório progressivo com sinais de falência respiratória, com
ou sem hipercapnia.
Apnéia ou respiração irregular.

4. Tratamento:
FAIXA TRATAMENTO INTERNAÇÃO INTERNAÇÃO
ETÁRIA AMBULATORIAL (criança sem imagem (criança COM SEPSE,
lobar nem derrame pleural) e/ou com infiltrado alveolar,
e/ou com derrame pleural
RN-21 Internar Ampicilina (ou penicilina Ampicilina (ou penicilina
dias cristalina) e gentamicina, cristalina) e gentamicina,
com ou sem cefalosporina com ou sem cefalosporina
de 3a geração (IV) de 3a geração (IV)
de Pac. afebril: • Pac. Afebril: eritromicina Cefalosporina de 3a geração
3 sem. a eritromicina 30-40 30-40 mg/kg/d IV de 6/6h
3 meses mg/kg/d VO 6/6h ou • Pac. febril: associar à
azitromicina 10 mg/kg/d eritromicina uma
no 1o dia e 5 mg/kg/d cefalosporina
por mais 4 dias em de 3a geração
1 tomada diária
de Amoxicilina 50 – • Suspeita de pneumonia Cefalosporina de 2a
4 meses 100 mg/kg/dia viral: não dar ATB, apenas (cefuroxima 150 mg/kg/d IV
a 5 anos 8/8h suporte (O2, hidratação, 8/8h) ou 3a geração, ou
fisioterapia respiratória) penicilina cristalina ou
• Suspeita de etiologia ampicilina
bacteriana: penicilina
cristalina 100.000 UI/kg/d
IV de 4/4h ou ampicilina
200 mg/kg/d IV de 6/6h
5 anos- Eritromicina 30-40 mg/ Claritromicina 15 mg/Kg/d Cefalosporina de 2a
Adultos Kg/d VO 6/6h ou IV 12/12h ou, em crianças > (cefuroxima 150 mg/kg/d IV
jovens azitromicina 10 mg/Kg/d 8 anos, doxiciclina 4 mg/Kg/d 8/8h) ou 3a geração, ou
no 1o dia e 5 mg/Kg/d IV 12/12 h. Se forte suspeita penicilina cristalina ou
por mais 4 dias em de infecção por bactéria ampicilina. Se não evoluir
1 tomada VO diária ou Gram-positiva, associar bem, associar macrolídeo.
claritromicina15 mg/Kg/d penicilina cristalina ou
VO 12/12h ou, em ampicilina
crianças > 8 anos,
doxiciclina 4 mg/Kg/d
VO 12/12h

SUMÁRIO 77
Tratamento de Infecções

Pneumonia Hospitalar do Adulto

Pneumonia Hospitalar
Não associada à Ventilação Mecânica
Sem Uso Prévio ATM Com Uso Prévio ATM*
Cefalosporina 3ª ger. ou quinolona Cefalosporina 3ª /4ª ger.
respiratória anti-pseudomonas*
Obs: Se aspiração, considerar associação + MRSA? (Casos Graves)
com clindamicina ou metronidazol

Pneumonia Hospitalar
Associada à Ventilação Mecânica
Momento do Sem uso prévio ATM Com uso prévio ATM*
diagnóstico Piora Piora
clínico- Estável hemodinâmica Estável hemodinâmica
radiológico e/ou respiratória e/ou respiratória
Precoce Ceftriaxona ou Cefalosporina de Cefepima ou Cefalosporina 3ª/4ª
(<5 dias quinolona 3ª/4ª geração anti- piperacilina- ger. ou
ventilação respiratória pseudomonas*ou tazobactam anti-pseudomonas*
mecânica) piperacilina- + MRSA
tazobactam*
+ MRSA
tardio Cefalosporina Cefalosporina 3ª/4ª Cefalosporina 3ª/4ª Cefalosporina 3ª/4ª
(>5 dias 3ª/4ª geração geração anti-pseu- ger. anti-pseudo- ger. anti-pseudo-
ventilação anti-pseudo- domonas* ou carba- monas*ou carbape- monas* ou carba-
mecânica) monas ou penem* + MRSA nem* + MRSA? penem* + MRSA
piperacilina-
tazobactam

*Discutir a cada caso a associação com aminoglicosídeos


MRSA – cobertura para S.aureus resistente a OXACILIINA

78 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

Pneumopatia por Aspiração (adulto)

Situação clínica Condição Antimicrobiano Duração do


tratamento
Pneumonite Hígido sem fatores de risco • Clindamicina ou 7-14 dias
aspirativa para colonização gástrica* • Ampicilina ou conforme
“BCP” + aspiração do (p. ex: crise convulsiva, • Penicilina gravidade e
conteúdo gástrico teste- intoxicação exógena aguda, evolução
munhada com febre, pós-anestesia eletiva)
leucocitose e imagem -
início nas primeiras Fatores de risco para coloni- • Quinolona
24h da aspiração zação gástrica por Gram-neg. respiratória ou
• Institucionalizados e • Cefalosporina 3ª
hospitalizados geração+macrolídeo*
• Disfagia neurológica, • Considerar adição
obstrução intestinal, sonda de clindamicina ou
gástrica ou enteral e metronidazol
bloqueadores H2
Pneumonia adquirida Tratamento ambulatorial • Quinolona
na comunidade com respiratória ou•
risco para aspiração Amoxacilina-
Rebaixamento do nível clavulanato 7-14 dias
de consciência, disfagia conforme
ou obstrução digestiva Tratamento internado • Quinolona gravidade e
respiratória ou evolução
• Cefalosporina 3ª
geração + macrolídeo
• Considerar adição
de clindamicina ou
metronidazol
Abscesso ou Tratamento ambulatorial • Amoxacilina- Prolongada
pneumonia clavulanato ou (>3 semanas)
necrotizante • Clindamicina conforme
gravidade e
Tratamento internado • Quinolona evolução
respiratória ou
Cefalosporina
3ª geração
• Adicionar
clindaminica ou
metronidazol

SUMÁRIO 79
Tratamento de Infecções

Infecção do Trato Urinário (ITU)


1. Bacteriúria assintomática
Caracterizada pela presença de bactérias na urocultura (>100.000 UFC/ml) e
ausência de sinais e sintomas clínicos de infecção.
Indicação de tratamento: apenas naqueles pacientes com alto risco de
desenvolvimento de bacteremia:
transplante de órgãos sólidos;
granulocitopenia;
gravidez;
pré-operatório de cirurgias urológicas;
pré-operatório de colocação de próteses.
Tratamento: de acordo com o antibiograma por 5 dias.

2. Infecção do trato urinário baixo (cistite)


2.1. Mulher grávida, puérpera ou nutriz
Realizar urina tipo 1 e urocultura
Tratamento: de acordo com antibiograma, levar em conta os potenciais efeitos
colaterais fetais na escolha do antimicrobiano
Duração: 7 dias

Urina tipo 1 alterada


Urocultura

Iniciar antibioticoterapia empírica


• Cefalosporina de 1a geração (cefadroxila ou cefalexina)
• Amoxicilina

Reavaliar com resultado da cultura e antibiograma e


adequar esquema de tratamento se necessário

Exames de controle: urina tipo 1 e urocultura após 2 a 4 semanas

80 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

2.2. Mulher não-grávida


A infecção de trato urinário não complicada em mulheres não-grávidas não
requer a realização de exames laboratoriais.
Iniciar antibioticoterapia empírica VO:
SMX – TMP (800 mg/160 mg) 12/12h ou
Norfloxacino 400 mg 12/12h ou
Ácido nalidíxico 500 mg 6/6h ou
Nitrofurantoína 100 mg 6/6h

tratar por 3 dias

Ausência de melhora clínica


Melhora clínica
realizar urina tipo 1 e urocultura

(+) (+)
Agente sensível à (-)
Agente resistente à
droga utilizada Repetir cultura em 48h
droga utilizada

Novo tratamento por 3


dias, de acordo com Reavaliar o caso (-)
antibiograma

Chlamydia trachomatis
Ureaplasma urealitycum
Gardnerella vaginalis
Mycoplasma hominis

Doxiciclina
100 mg VO 12/12h por 7 dias ou
azitromicina
1 g VO em dose única

SUMÁRIO 81
Tratamento de Infecções

2.3. Homem
A ITU nos pacientes do sexo masculino está frequentemente associada a
hiperplasia prostática.
Realizar: urina tipo 1
urocultura
exame clínico da próstata
Tratamento de acordo com antibiograma por 7 dias

3. Infecção do trato urinário alto (pielonefrite aguda)


Na presença de sintomas clínicos sugestivos de Infecção do trato urinário alto,
solicitar: urina tipo 1
urocultura
hemocultura
Iniciar antibioticoterapia VO, IV ou IM, de acordo com o estado geral do
paciente, e reavaliar em 72 horas para passar à terapêutica oral.
Investigar alterações do trato urinário: obstrução/cálculos.
Opções de tratamento:
Aminoglicosídeos (IV ou IM)
(gentamicina 5 mg/kg ou amicacina 15 mg/kg por dia) tratar por 14 dias
Ciprofloxacino 400 mg IV ou 500 mg VO 12/12h
Ceftriaxona 1 g IV de 12/12h *

* Para gestantes, pacientes com insuficiência renal ou maior risco de adquiri-la, ou ainda com idade
>65 anos, usar somente cefalosporina.

4. Infecção em pacientes com cateter urinário


O principal fator de risco para infecção do trato urinário hospitalar é a presença
da sonda vesical.

Ausência de sintomas Suspeita clínica de ITU


clínicos de infecção
Alteração da urina tipo 1 e Urocultura (+)
Urocultura (+) • reavaliar a necessidade da sonda
• retirar a sonda assim que possível
Tratamento não indicado
Exceção: pacientes de alto risco Piúria franca
• Transplante de orgãos sólidos
• Granulocitopênicos Trocar o cateter vesical
• Gravidez
• Pré-operatório de cirurgias urológicas Iniciar antibioticoterapia, de
• Pré-operatório de colocação de próteses acordo com antibiograma

82 SUMÁRIO
Tratamento de Infecções

5. Tratamento de infecção do trato urinário recorrente


Mais de três ITUs por ano relacionadas ao coito:
Realizar profilaxia pós-coito
Opções de Tratamento:
SMX-TMP (800 mg/160 mg) - 1 compr. em dose única
Cefalosporina de 1a geração - 0,5 g VO em dose única

Mais de três ITUs por ano não relacionada com coito:


Realizar profilaxia contínua com dose única diária por período
de 6 meses a 1 ano
Opções de Tratamento:
SMX-TMP (400 mg/80 mg)
Nitrofurantoína (100 mg)
Norfloxacino (200 mg)

SUMÁRIO 83
Tratamento de Infecções

Candidúria
1. Candidúria assintomática
a) Ausência de sintomas clínicos, ausência de piúria e
presença de urocultura (+) com >10.000 UFC/ml

Pacientes de alto risco:


• Pré-operatório de cirurgia urológica Pacientes não-pertencentes
• Neutropênicos ao grupo de risco
• Transplantados

Se sondado, trocar a sonda. Para todos,


repetir urocultura após 48h Tratamento não indicado

Cultura (+) >10.000 UFC/ml

Indicado tratamento

b) Ausência de sintomas clínicos porém com piúria

Pacientes de alto risco Pacientes não pertencentes ao grupo de risco


Pós-transplante renal
Pré-operatório de cirurgia urológica Se sondado, tirar a sonda
Neutropênicos

Discutir caso a caso a


Trocar sonda e iniciar tratamento necessidade de tratamento

2. Candidúria sintomática
Caracterizada pela presença de sintomas clínicos e piúria

Trocar ou retirar a sonda (parar ATM, se possível)

Indicar tratamento
PROPOSTAS DE TRATAMENTO
a) Fluconazol 200 mg no 1º dia e 100 mg/dia nos 5 dias subsequentes
b) Anfotericina B 0,3 mg/kg IV em dose única
c) Anfotericina B, irrigação vesical: Anfo B 50 mg 42 ml/h em sonda
Diluído em 1 litro de de tripla via por 1
ATM: Antimicrobiano água destilada estéril a 2 dias
84 SUMÁRIO
UROLOGIA
INFECÇÃO GERMES MAIS FREQUENTES TRATAMENTO PROPOSTO TRATAMENTO ALTERNATIVO
1. Epididimite • >35 anos: E. coli, • >35 anos: ciprofloxacino • >35 anos: ceftriaxona 1 g IV ou IM 12/12h
Pseudomonas, Haemophilus 500 mg ou ofloxacino 200 mg VO ou cotrimoxazol (800 mg/160 mg) 12/12h
eventualmente Gram-positivos 12/12h por 10 dias VO por 10 dias
• <35 anos: considerar germes • <35 anos: ceftriaxona 500 mg • <35 anos: ofloxacino 200 mg VO 12/12h
de DST, como C. trachomatis, IM dose única + doxiciclina 100 mg por 10 dias
N. gonorrhoeae 12/12h por 10 dias
2. Orquite E. coli, Klebsiella, Pseudomonas, Ciprofloxacino 500 mg ou ofloxacino Cefalosporina de 3ª geração (ceftriaxona 1 g
bacteriana Staphylococcus, Streptococcus 200 mg VO 12/12h por 10dias IV ou IM de 12/12h) por 10 dias
3. Prostatite Enterobactérias, Staphylococcus, • Não complicada: ciprofloxacino • Não complicada: cefalosporina de 3ª
bacteriana Haemophilus 500 mg ou ofloxacino 200 mg de geração (ceftriaxone 1g IV ou IM 12/12h) OU
aguda 12/12h VO por 4 semanas cotrimoxazol (800mg/160mg) 12/12h VO por
• Complicada: iniciar ciprofloxacino 4 semanas
200 mg ou ofloxacino 200 mg IV • Complicada: inicialmente cefalosporina de 3ª
12/12h, trocando para VO quando geração (ceftriaxona 1 g IV ou IM 12/12h) +

SUMÁRIO
melhora do quadro. aminoglicosídeo (gentamicina 80 mg IV 8/8h)
Total: 4 semanas completando com quinolona VO
(ciprofloxacino 500 mg ou ofloxacino 200 mg
12/12h) Total: 4 semanas
4. Prostatite Enterobactérias, Ciprofloxacino 500 mg ou ofloxacino Cotrimoxazol (800mg/160mg) VO 12/12h
bacteriana S. saprophyticus, E. faecalis 200 mg VO 12/12h por 6 semanas por 6 semanas
crônica**
5. Prostatite Idem ao anterior + considerar Ofloxacino 200 mg VO de 12-12 h, Se não houver resposta, considerar
crônica / C. trachomatis, Ureaplasma por 6 semanas ceftriaxona 125 mg IM em dose única +
Síndrome da doxiciclina 100 mg VO 12/12h por 7 dias
algia pélvica
crônica

** Profilaxia nas recorrências: baixas doses de nitrofurantoína (100 mg 1x/d), cotrimoxazol (400 mg/80 mg 1x/d) ou quinolonas
(ciprofloxacino 250 mg 1x/d ou ofloxacino 200 mg 1x/d). Ressecção prostática pode ser necessária para resolver a infecção.

85
Tratamento de Infecções

DST: Doenças Sexualmente Transmissíveis / VO: Via Oral / IM: Intra muscular / IV: Intravenoso
86
Vírus Sincicial Respiratório
1) Transplantados de medula óssea:

Paciente com sintomas respiratórios (principalmente outono-inverno)

Pneumonia (RX de tórax com infiltrado,


IVAS (tosse, coriza, + febre) IVAS (dispnéia, baixa SatO2)
hipoxemia, creptos ou sibilos)
Tratamento de Infecções

Colher PCR para VSR no LNF e/ou LBA*

Não tratar Negativo Positivo

SUMÁRIO
• Ribavirina inalatória 6g/dia (20mg/ml por 18h/dia) 3 a 7 dias
• Precauções de contato

2) Crianças:

Considerar tratamento com ribavirina apenas para crianças com doença cardíaca congênita, pneumopatias, doença ou terapia
imunossupresiva e com infecção grave pelo VSR (necessidade de ventilação mecânica).

* Enviar 3 ml lavado nasofaríngeo e/ou broncoalveolar ao LIM-52 (Virologia-IMT) em recipiente com gelo em até 3 horas
Profilaxia

ANTIBIOTICOPROFILAXIA
Princípios Gerais da antibioticoprofilaxia em cirurgia:
Indicação apropriada
Determinar flora provável numa infecção pós-operatória
Administrar dose efetiva na INDUÇÃO ANESTÉSICA (exceto parto)
Administrar por via endovenosa (exceto alguns procedimentos urológicos)
Usar antibióticos por curto período (em geral dose única, não ultrapassar 48 h)
Mudar o antibiótico em caso de suspeita de infecção
Evitar drogas úteis no tratamento de infecções graves
Quando indicadas cefazolina/cefoxitina usar 1 g em pacientes com peso<70
kg e 2g em > 70 kg.
Em pacientes com alergia grave a cefalosporinas, consultar CCIH

SUMÁRIO 87
88
Profilaxia

PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO DOSE NA INTERVALO DURAÇÂO


INDUÇÃO INTRA-OPERATÓRIO PÓS-OPERATÓRIO
Cirurgia limpa Não indicado
sem lesão de - - - -
mucosa
Cirurgia com Cefazolina 1-2g EV Não indicada Não indicada Intra-operatório
lesão de mucosa
Cirurgia de Cabeça e Pescoço

Oncológica Limpa Cefazolina 1-2g EV 1g 4/4h Não indicado Intra-operatório

SUMÁRIO
Oncológica Cefazolina 1-2g EV 1g 4/4h 1g 8/8h
potencialmente + 24 horas
contaminada Metronidazol ou 500 mg EV 500 mg 6/6 h 500 mg 8/8 h
Clindamicina isolada 600 mg EV 600 mg EV 6/6h 600 mg 6/6h
Oncológica Clindamicina 600 mg EV 600 mg 6/6 h 600 mg 6/6 h
infectada + 10 dias (tratamento)
Ceftriaxone 1g EV 1g 12/12 h 1g 12/12 h
Profilaxia

Cirurgia Cardiovascular

INTERVALO
PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO DOSE NA INTRA- PÓS- DURAÇÃO
INDUÇÃO OPERATÓRIO OPERATÓRIO
Cirurgia Cardíaca 750 mg após
com uso de término da CEC 750 mg 6/6h Total
Circulação Cefuroxima 1,5g EV ou após 6h de (4 doses) 5 doses
extra-corpórea duração da
(CEC) cirurgia
Cirurgia Cardíaca 50 m/kg após
com CEC em Cefuroxima 50 m/kg EV térmico da CEC 50 mg/Kg 6/6h Total
crianças até ou após 6h de (4 doses) 5 doses
30 Kg duração da
cirurgia
Cirurgia Cardíaca Cefuroxima 1,5g EV 750 mg 6/6h 750 mg 6/6h Total
sem CEC (3 doses) 4 doses
Instalação de Cefazolina 1-2 g EV 1 g após 4h de Não 1a2
marca-passo duração da indicada doses
cirurgia

SUMÁRIO 89
90
Profilaxia

DOSE NA INTERVALO
PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO INDUÇÃO INTRA- PÓS- DURAÇÃO
OPERATÓRIO OPERATÓRIO
ESÔFAGO Incisão na mucosa Cefoxitina 1- 2 g EV 1 g 2/2 h 1g 6/6h 24 horas
Câncer Ceftriaxone ou 1 g EV 1g 12/12h 1g 12/12h
Gentamicina 240 mg — 240 mg 1x/dia
+ 24 horas
Clindamicina ou 600 mg EV 600 mg 6/6h 600 mg 6/6h
metronidazol 500 mg EV 500 mg 6/6h 500 mg 8/8h
Baixo Risco Não indicada
Alto risco:
- Obstrução Cefazolina 1-2g EV 1g 4/4h 1g 8/8h

SUMÁRIO
GASTRO- - hipocloridria, ou
Cirurgia no Trato Gastrointestinal

DUODENAL - sangramento, Cefoxitina 1-2g EV 1g 2/2h 1g 6/6h 24 horas


- obesidade,
- idade> 70 anos
CÓLON Preparo mecânico:
opcional
Descontaminação
oral: neomicina + Cefoxitina 1-2g EV 1g 2/2h 1g 6/6h 24 horas
eritromicina ou
metronidazol VO
às 13h, 14h e 23h
da véspera da cirurgia
DOSE NA INTERVALO
PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO INDUÇÃO INTRA- PÓS- DURAÇÃO
OPERATÓRIO OPERATÓRIO
BAIXO RISCO Não indicada
ALTO RISCO:
- pacientes >60 anos
COLECIS- - inflamação aguda;
TECTOMIA - coledocolitíase; Cefazolina 1-2 g Ev 1g 4/4 h Não indicada Intra-
- cirurgia ou manipu- operatório
lação endoscópica
prévias de tato biliar
PÂNCREAS Sem abertura do Não indicado
trato gastrointestinal

SUMÁRIO
Com abertura do
trato gastrointestinal Cefazolina 1-2 g EV 1g 4/4h Não indicada Intra-
operatório
HÉRNIA BAIXO RISCO Opcional
ALTO RISCO:
- Hérnia volumosa
- Duração
prevista> 2h
- Idade > 65 anos Cefazolina 1- 2g EV 1g 4/4h Não indicada Intra-
- Diabetes, neoplasia, operatório
imunossupressão,
- Obesidade (IMC> 30)
- Desnutrição

91
Profilaxia
Profilaxia

Cirurgia Ginecológica

DOSE NA INTERVALO
PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO INDUÇÃO INTRA- PÓS- DURAÇÃO
OPERATÓRIO OPERATÓRIO
Cirurgia de Mama:
- Nodulectomia
- Quadrantectomia Cefazolina 1-2g 1 g 4/4h Não indicada Intra-
- Mastectomia operatório
- Cirurgia Estética
com Prótese
Cirurgia
ginecológica:
- Histerectomia
abdominal/vaginal
- Ooforectomia
- Miomectomia Cefazolina 1-2g 1 g 4/4h Não indicada Intra-
- Panhisterectomia operatório
- Perineoplastia
- Cistocele
- Retocele
- Uretrocistopexia

92 SUMÁRIO
Profilaxia

Cirurgia Neurológica

DOSE NA INTERVALO
PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO INDUÇÃO INTRA- PÓS- DURAÇÃO
OPERATÓRIO OPERATÓRIO
Craniotomia sem Cefuroxima 1,5 g EV 750 mg 4/4h Não indicada Intra-
implantação de operatório
corpo estranho
Craniotomia com
implantação de Cefuroxima 1,5 g EV 750 mg 4/4h 750 mg 8/8h 48 horas
corpo estranho
(Ex. válvula)
Cirurgias com
acesso Clindamicina 900 mg EV dose única Não indicada dose única
trans-esfenoidal
Laminectomia e Cefuroxima 1,5g EV 750 mg 4/4h Não indicada Intra-
demais cirurgias operatório
Fístula liquórica* e
pneumoencéfalo
pós-trauma: Cefuroxima 1,5g EV 750 mg 4/4h 1,5 g 12/12h 5 dias
Eficácia não
estabelecida

* Em fístulas > 5-7 dias está contra indicado o uso continuado de antibiótico.

SUMÁRIO 93
Profilaxia

Cirurgia Obstétrica

DOSE INTERVALO
PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO APÓS CAM- DURAÇÃO
PLEAMENTO INTRA- PÓS-
DO CORDÃO OPERATÓRIO OPERATÓRIO
Parto Vaginal Não indicada
Parto Vaginal Cefazolina 1- 2 g EV Dose
com dequitação única após
manual de ou clampeamento Não Dose
placenta e/ou do cordão indicada única
manipulação Clindamicina 600 mg EV
intra-uterina
Parto Fórcipe Cefazolina 1-2 g EV Dose
ou única após Não Dose
Clindamicina 600 mg EV clampeamento indicada única
do cordão
Parto Cesárea Cefazolina 1 - 2 g EV Dose
ou única após Não Dose
Clindamicina 600 mg EV clampeamento indicada única
do cordão
Abortamento Não indicada
espontâneo
Abortamento Não indicada
eletivo
Abortamento Ver Tratamento
clandestino

94 SUMÁRIO
Profilaxia

Cirurgia em Oftalmologia

DOSE NA INTERVALO
PROCEDIEMENTO ANTIBIÓTICO INDUÇÃO INTRA- PÓS- DURAÇÃO
OPERATÓRIO OPERATÓRIO
- Facectomia
- Facoemulsificação
- Vitrectomia
- Introflexão escleral
- Trabeculectomia
- Trabeculotomia
- Implante de Tubo Não indicada
- Correção de
Estrabismo
- Sutura de
perfurantes
- Evisceração
- Enucleação
Dacriocistori-
nostomia

SUMÁRIO 95
Profilaxia

Cirurgia em Ortopedia

DOSE NA INTERVALO
PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO INDUÇÃO INTRA- PÓS- DURAÇÃO
OPERATÓRIO OPERATÓRIO
• Artroplastias Cefazolina 1 g EV 1 g 4/4h 1 g 8/8h
primárias
(checar urocultura
no pré-operatório)ou
• Cirurgias com
Sínteses 24 horas
• Cirurgias em
pacientes:
- Imunodeprimidos
- DPOC Cefuroxima 1,5 g EV 750 mg 6/6h 1,5 g 12/12h
- Diabéticos
- Prostáticos
5 dias
Reavaliação
Revisão de Cefuroxima 1,5 g EV 750 mg 6/6h 1,5 g 12/12h das drogas
artroplastia após resul-
tado da
cultura

96 SUMÁRIO
INTERVALO
PROCEDMENTO ANTIBIÓTICO DOSE NA INTRA- PÓS- DURAÇÃO
INDUÇÃO OPERATÓRIO OPERATÓRIO
Timpanomastoidectomia
Mastoidectomia Cefazolina 1 g EV 1 g 4/4 h Não indicada Intra-operatório
Timpanomastoidectomia
Ressecção de tumores de
ângulo ponto-cerebelar
Descompressão de saco Ceftriaxone 1 g EV Não indicada Não indicada Intra-operatório
endolinfático
Neurectomia vestibular
Implante coclear
Ressecção de tumores Não indicada
glômicos
Cirurgias endoscópicas de
seios paranasais (sinusites Cloranfenicol 500 mg 500 mg 4/4h Não indicada Intra-operatório
crônicas, poliposes nasais,
papilomas nasais)
Ressecção externa Cloranfenicol 500 mg 500 mg 4/4h Não indicada Intra-operatório

SUMÁRIO
Cirurgia em Otorrinolaringologia

de tumores naso-sinusais
Ligadura de artéria Não indicada
esfenopalatina
Septoplastia/ rinoplastia
Realizar quando houver cefazolina 1 g EV 1 g 4/4h Não indicada Intra-operatório
tampão > 48h
Amigdalectomia Cefazolina 1 g EV 1 g 4/4h Não indicada Intra-operatório
Adenoamigdalectomia
Microcirurgias de laringe Não indicada
(pólipos, cistos e nódulos)
Hemilaringectomia Cefazolina 1 g EV 1 g 4/4h Não indicada Intra-operatório
Laringectomia total
Tireoplastias / cirurgias de Cefazolina 1 g EV 1 g 4/4h Não indicada Intra-operatório
arcabouço laríngeo
Submandibulectomia/ Cefazolina 1 g EV 1 g 4/4h Não indicada Intra-operatório

97
Profilaxia

parotidectomia
Profilaxia

Cirurgia Plástica

DOSE NA INTERVALO
PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO INDUÇÃO INTRA- PÓS- DURAÇÃO
OPERATÓRIO OPERATÓRIO
Estéticas:
Abdominoplastia
Blefaroplastia Opcional:
Dermolipectomia Cefazolina 1-2g EV 1g 4/4h Não indicada Intra-
Lipoaspiração operatório
Mamoplastia redutora
Otoplastia
Ritidoplastia
Estética com prótese:
Mamoplastia com Cefazolina 1-2g EV 1 g 4/4h Não indicada Intra-
colocação de prótese operatório
Cirurgia de mão: Opcional:
Bridas Cefazolina 1-2g EV 1 g 4/4h Não indicada Intra-
Sindactilia operatório
Queimados: Colher swab no planejamento operatório.
Enxerto A antibioticoprofilaxia deverá ser feita de acordo com Manter por
Retalho os resultados de cultura e antibiograma. 24h
Reparadora;
Craniofacial
(congênitas, trauma) Cefazolina 1-2g EV 1 g 4/4h Não indicada Intra-
Microcirurgia operatório
Reconstrução de mama

98 SUMÁRIO
DOSE NA INTERVALO
PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO INDUÇÃO INTRA- PÓS- DURAÇÃO
OPERATÓRIO OPERATÓRIO
Cirurgia de Tórax

• Cirurgia redutora de enfisema


• Correção de hérnia/
eventração diafragmática
• Correção de pectus
• Decorticação pulmonar
• Pericardiectomia
• Pleuroscopia terapêutica
• Ressecção de condrite/osteomielite Cefazolina 1-2 g EV 1 g 4/4h 1 g 6/6h Intra-

SUMÁRIO
• Ressecção de estenose de traquéia operatório
• Ressecção de tumor pleural ou no
• Ressecção pulmonar: nodulectomia, máximo
segmentectomia, lobectomia 24h
• Toracectomia (tumor de parede)
• Toracoplastia
• Toracotomia para acesso à coluna
• Transplante pulmonar (seguir protocolo)
• Tromboendarterectomia pulmonar

99
Profilaxia
100
Profilaxia

DOSE NA INTERVALO
PROCEDIEMNTO ANTIBIÓTICO INDUÇÃO INTRA- PÓS- DURAÇÃO
OPERATÓRIO OPERATÓRIO
• Biópsia de Gânglio
• Biópsia de pleura
• Biópsia de pulmão a céu aberto
• Biópsia de tumores de parede
• Biópsia Transtorácica
• Bronscoscopia rígida e flexível
• Costectomia segmentar Não indicado
• Drenagem pleural (não empiema)
• Laringoscopia de suspensão
• Mediastinoscopia
• Mediastinotomia

SUMÁRIO
• Pleuroscopia diagnóstica
• Toracocentese diagnóstica
• Traqueostomia
Alérgicos a beta-lactâmicos: vancomicina 1 g 12/12h ou clindamicina 600 mg EV 6/6h para cobertura de Gram-positivos.

Nota: Quando houver necessidade de realizar procedimentos fora do centro cirúrgico, usar paramentação
cirúrgica completa, campos cirúrgicos ampliados e fazer degermação das mãos seguido de degermação e
anti-sepsia da pele do paciente.
Obs: cirurgias vídeo-assistidas seguem a mesma recomendação.
DOSE NA INTERVALO
PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO INDUÇÃO INTRA- PÓS- DURAÇÃO
OPERATÓRIO OPERATÓRIO
Biópsia de próstata Ciprofloxacina 500mg 12h _ 500 mg 24h
transretal e 1 hora antes 12/12h (5 doses)
Braquiterapia prostática Não indicada
transperineal
Extração endoscópica ou Ceftriaxona ou 1 g EV _ Norfloxacino Até a retirada da
manipulação percutânea de Gentamicina 80mg IM/EV 400mg VO sonda vesical.
cálculos 12/12h Nos cálculos de estru-
vita manter com
norfloxacino 400 mg
VO 12/12h até haver
mais cálculos renais
Litotripsia Ceftriaxone 1 g EV Não indicada

SUMÁRIO
(recomendado se não houver
certeza ou possibilidade de
urina estéril)
Cirurgia e procedimentos em urologia

Estudos urodinâmicos Norfloxacino 400 mg VO -- 400 mg 12/12h 24h


Cistoscopia e baixo risco Norfloxacino 400 mg VO Não indicada 400 mg 12/12h 24h
Pielografia
retrógrada alto risco
simples
Cirurgia endourológica Ciprofloxacino 500mgVO Não indicada Não indicada Dose única
ambulatorial
(colocação/troca stent,
ureteroscopia diag/
terapêutica)
Profilaxia

101
102
Profilaxia

DOSE NA INTERVALO
PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO INDUÇÃO INTRA- PÓS- DURAÇÃO
OPERATÓRIO OPERATÓRIO
Cirurgias limpas
(orquiectomia, postectomia, Não indicada
vasectomia, varicoceletomia
Esfíncter Artificial Ciprofloxacino 400 mg EV _ 500 mg VO 48h
12/12h
Próteses penianas Ciprofloxacino 400 mg EV _ 500 mg VO 48h
12/12h

SUMÁRIO
Nefrectomia Opcional: 1 g EV _ _ dose única
ceftriaxona
Prostatectomia aberta Cefazolina ou 1 - 2 g EV 1 g 4/4h Norfloxacino Até retirada da
Ressecção transuretral ciprofloxacino 400 mg EV 400 mg 12/12h 400 mg VO SVD
de próstata / bexiga ou ceftriaxona 1 g EV 1 g 12/12h 12/12h
Cirurgias com Preparo Até suspenso jejum.
manipulação intestinal intestinal + 2 g EV 1 g 2/2h 1 g 6/6h Manter norfloxacino
Cefoxitina 400 mg VO 12/12h
até retirada de SVD
Profilaxia

Cirurgia Vascular

DOSE NA INTERVALO
PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO INDUÇÃO INTRA- PÓS- DURAÇÃO
OPERATÓRIO OPERATÓRIO
Varizes* Baixo risco Não recomendada
Alto risco Cefazolina 1-2g EV 1 g 4/4h 1 g 8/8h 24 horas
Embo- Baixo risco Não recomendada
lectomia Alto risco Cefazolina 1-2g 1 g 4/4h 1 g 8/8h 24 horas
Enxertos com
prótese vascular Cefazolina 1-2g 1 g 4/4h 1 g 8/8h 24 horas
(sem LTI)
Enxertos com Veia Cefazolina 1-2g 1 g 4/4h _ _
Autóloga (sem LTI)
Implante de catéter
de longa Não indicada
permanência
Fístula arteriovenosa Não indicada
sem próteses
Fístula arteriovenosa Cefazolina 1-2g 1-2 g 4/4h dose única
com próteses
Amputações por Cefoxitina 2g 1 g 2/2h 1 g 6/6h 24h
gangrena seca
Amputações por Clindamicina + 600 mg EV 6/6h Adequar
gangrena úmida Ciprofloxacino 400 mg EV 12/12h conforme
culturas e
manter con-
forme a evo-
lução clínica

LTI= lesão trófica infectada


*varizes de baixo risco: ligaduras de perfurantes e colaterais
varizes de alto risco: safenectomias, tromboflebite, dermatofibrose, úlceras de estase, fibredema,
dermatofitose, distúrbio de imunidade, varizes exuberantes
** embolectomia de alto risco: extensas, em membros inferiores, com alteração neurológica

SUMÁRIO 103
Profilaxia

Cirurgias por Vídeo


INICIAR ANTIBIOTICOPROFILAXIA SEMPRE NA INDUÇÃO ANESTÉSICA.

PROCEDIMENTO ANTIMICROBIANO

GASTROINTESTINAL Indicação semelhante à das cirurgias


GINECOLÓGICA convencionais
ORTOPÉDICA
TORÁCICA

104 SUMÁRIO
Profilaxia

Transplante de órgãos
DOSE NA INTERVALO
PROCEDI- ANTIBIÓTICO INDUÇÃO INTRA- PÓS- DURAÇÂO
MENTO OPERATÓRIO OPERATÓRIO
Até retirada da
sonda vesical.
Transplante Cefazolina 1-2g EV 1 g 6/6 h 1g 8/8h Profilaxia P.carinii:
renal* SMX-TMP 800/
160 mg 1cp 3X /
semana
Transplante Fluconazol 200mg 200mg 12/12h 200mg 12/12h Por 10 dias.
de pâncreas +Ampicilina 1g 1g 6/6h 1g 6/6h Profilaxia P.carinii:
ou +Ceftriaxona 2g 1g 12/12h 1g 12/12h SMX-TMP 800/
rim- +Metronidazol 500mg EV 500mg 8/8h 500mg 8/8h 160 mg 1cp 3X /
pâncreas* 30 minutos semana
antes da
cirurgia
Transplante
rim ou rim Vancomicina 1g 12/12 h 12/12 h Até retirada de SVD
+pâncreas – +Ceftriaxona 1 g EV 12/12 h 12/12 h
reoperação*
Transplante
coração Cefuroxima 1,5 g EV 750 mg 6/6 h 750 mg 6/6h 48h
(adulto)
Transplante
coração Cefuroxima 50 mg/kg 50 mg/kg 50 mg/kg 6/6h 48h
(criança) EV 6/6 h
Transplante Ampicilina 2g 1g 6/6 h 1g 6/6 h 48h
de fígado +cefotaxima 1g EV 1 g 6/6 h 1 g 6/6 h
(adulto)
Transplante Ampicilina 200 mg/ 200 mg/kg/dia 200 mg/kg/dia
de fígado kg/dia 4 dias
(criança) +cefotaxima 50 mg/kg 50 mg/kg 8/8h 50 mg/kg 8/8h
EV
Pulmão 48h, até resultado
(doença não Cefuroxima 1,5 g EV 1,5 g 8/8 h 1,5 g 8/8 h da cultura do coto
supurativa) brônquico do
doador
Pulmão
(doença Terapêutica antimicrobiana orientada por culturas
supurativa)
Pele Profilaxia antimicrobiana orientada por culturas de swab do leito da pele

* corrigir doses de acordo com função renal

SUMÁRIO 105
Profilaxia

Trauma
DOSE NA INTERVALO
PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO INDUÇÃO INTRA- PÓS- DURAÇÃO
OPERATÓRIO OPERATÓRIO
Trauma abdominal
penetrante*
Trauma abdominal
fechado com Cefoxitina 2 g EV 1 g 2/2h 1 g 6/6h 24h
indicação cirúrgica*
Trauma tóraco -
abdominal
penetrante*
Lavagem peritonial
ou Laparoscopia Não está indicado
diagnóstica
Trauma torácico
penetrante Cefazolina 1 g EV 1 g 4/4h 1 g 8/8h 24h
Trauma torácico
fechado com dreno
Trauma torácico Clindamicina 900 mg EV 600 mg 6/6 h 600 mg 6/6 h Reavaliação
penetrante em + em 7 dias
esôfago + contami- Gentamicina** 240 mg/dia _ 3-5 mg/kg
nação grosseira EV d.u. diária
IM ou EV
Fratura exposta Cefazolina 1 g EV 1 g 4/4 h 1 g 8/8 h 2 semanas
(Tipo 1)
Fratura exposta Clindamicina 600 mg EV 600 mg 6/6 h 600 mg 6/6 h
(Tipos 2 e 3) + 2 semanas
Gentamicina** 240 mg _ 3-5 mg/g
d.u. IM ou EV
Lesão vascular Cefazolina 1-2 g EV 1 g 4/4 h 1 g 8/8 h 24h
Trauma cirúrgico
cabeça / pescoço
Trauma de crânio Cefazolina 1-2 g EV 1 g 4/4 h 1 g 8/8 h 24h
fechado, cirúrgico
Trauma de crânio
penetrante
Trauma de crânio
com fístula liquórica* Cefuroxima 1,5 g EV 750 mg 1,5g 5 dias
e pneumoencéfalo 4/4h 12/12h
pós-trauma: eficácia
não estabelecida
d.u. - dose única
* Com ou sem lesão de víscera oca, inclusive cólon
** Se o paciente tiver mais de 60 anos ou apresentar choque ou mioglobinúria, deverá ser utilizada
clindamicina e ceftriaxona (2 g seguidos de 1g a cada 12 horas)
106 SUMÁRIO
Profilaxia

PROFILAXIA
Não cirúrgica

Exposição Ocupacional a material biológico


Cuidados imediatos com o local da exposição:
1. Lavar ferimentos e a pele imediatamente com água e sabão (não há vantagem
em utilizar soluções anti-sépticas)
2. Se houve exposição de mucosa, lavar abundantemente com água corrente
3. Não realizar expressão do local ferido, pois esse procedimento pode aumentar
a área lesada e, conseqüentemente, a exposição ao material infectante
4. O funcionário acidentado deverá entrar em contato com sua chefia imediata
ou supervisão de enfermagem para comunicar o acidente e receber as orientações
quanto ao fluxograma de atendimento de acidentes com material biológico no
Complexo Hospital das Clinicas que é o seguinte:

Supervisão
Enfermagem Enfermagem Consulta no Ambulatório de
do setor (5° andar ICHC) PA - MI* Acidentes da MI

Abre ficha de • Avaliação • Acompanhamento


Acidente com do acidente por no mínimo
material biológico • Sorologias 6 meses (0,1,3,6 meses)
(HIV,VHC, VHB • Acompanhar por
e Chagas) do 12 meses quando a
acidentado e do fonte for HIV e
paciente fonte VHC positiva
• Prescrição de
drogas, vacina,
imunoglobulina,
de acordo com
o caso.

*Funcionamento do PA-MI: 24h/dia, ininterruptamente (Segunda à sexta, das 8h às


16h no ambulatório de Moléstias Infecciosas, PAMB 5º andar, bloco 2A. Finais de semana,
feriados e dias de semana das 16h às 8h, na Enfermaria de Moléstias Infecciosas, Instituto
Central, 4º andar)
SUMÁRIO 107
1. Recomendações para profilaxia de HIV após exposição ocupacional a material biológico

108
EXPOSIÇÃO PERCUTÂNEA
Profilaxia

Paciente fonte HIV+ assintomático ou HIV+ sintomático, AIDS ou Fonte ou sorologia HIV negativo
Tipo de acidente carga viral <1500 cópias/ml Carga Viral >1500 cópias/ml anti-HIV desconhecidas
• Agulha de grosso AZT + 3TC + Nelfinavir ou AZT + 3TC + Nelfinavir ou
calibre e grande lúmen ou Indinavir + Ritonavir Indinavir + Ritonavir
• Lesão profunda ou (este como adjuvante (este como adjuvante Considerar uso de
• Sangue visível no objeto farmacológico do Indinavir) farmacológico do Indinavir) anti-retrovirais somente
contaminante ou em locais com alta
• Agulha usada prevalência de Profilaxia não
recentemente em veia ou pacientes HIV+ recomendada
artéria do paciente-fonte ou com história
• Lesão superficial ou AZT + 3TC AZT + 3TC + Nelfinavir ou epidemiológica para
• Agulha sem lúmen Indinavir + Ritonavir DST/HIV
(este como adjuvante
farmacológico do Indinavir)

SUMÁRIO
EXPOSIÇÃO DE MUCOSA OU PELE NÃO INTACTA
Contato prolongado ou AZT + 3TC AZT + 3TC + Nelfinavir ou Considerar uso de
grande quantidade de Indinavir +Ritonavir anti-retrovirais somente
material biológico (este como adjuvante em locais com alta
de risco farmacológico do Indinavir) prevalência de Profilaxia não
Poucas gotas de pacientes HIV + recomendada
material biológico Considerar AZT + 3TC AZT + 3TC ou com história
de risco epidemiológica para
DST/HIV

Doses: AZT 300 mg + 3TC 150 mg (1 comprimido) VO 12/12h


Nelfinavir 1250 mg (5 comprimidos de 250 mg) VO 12/12h
Indinavir 800 mg (2 comprimidos de 400 mg) + Ritonavir 100 mg (1 comprimido de 100 mg) VO 12/12h (1h antes ou 2h após refeição)

Medicamentos anti-retrovirais diferentes do esquema padrão podem estar indicados quando há suspeita de exposição a
cepas virais resistentes. Nestes casos, uma avaliação criteriosa deve ser feita por médicos especialistas na
área de infecção pelo HIV/aids
Profilaxia

2. Recomendações para profilaxia de hepatite B após exposição


ocupacional a material biológico ‡

Vacinação prévia Caracterização Sorológica do paciente-fonte


e resposta sorológica
do profissional de AgHBS positivo AgHBS negativo AgHBs desconhecido
saúde exposto ou não testado
Não Vacinado IGHHB + Iniciar vacinação Iniciar vacinação e
iniciar vacinação ±IGHHB*
Com Vacinação IGHHB + iniciar Completar vacinação Completar vacinação
Incompleta vacinação e±IGHHB*
Com vacinação completa
• Com resposta vacinal Nenhuma medida Nenhuma medida Nenhuma medida
conhecida e adequada específica específica específica
(Anti-HBs>10UI/mL)
• Sem resposta vacinal IGHHB + iniciar 2º Iniciar 2º esquema Iniciar 2º esquema de
(Anti-HBs<10UI/mL) esquema de de vacinação vacinação
após 1ª série de 3 doses vacinação
• Sem resposta vacinal Nenhuma medida
( Anti-HBs<10UI/mL) IGHHB (2x)† específica ±IGHHB*
após 2ª série (6 doses)
• Com resposta vacinal Testar o profissional Testar o profissional Testar o profissional de
desconhecida de saúde e proceder de saúde e proceder saúde e proceder de
de acordo com a de acordo com a acordo com a sorologia
sorologia sorologia

‡ Tanto a vacina como a imunoglobulina devem ser aplicadas o mais


precocemente possível após a exposição, porém idealmente a vacina deve ser
aplicada nas primeiras 12 horas.
*Uso associado de IGHHB está indicado se o paciente fonte tiver alto risco para
infecção pelo HBV como: usuários de drogas injetáveis, pacientes em programa
de diálise,contatos domiciliares e sexuais de portadores de AgHBs, homens que
fazem sexo com homens, pessoas com vários parceiros sexuais e relações
desprotegidas, história prévia recente de doenças sexualmente transmissíveis,
pacientes provenientes de áreas geográficas de alta endemicidade para hepatite
B, pacientes provenientes de prisões, instituições de atendimento a pacientes
com deficiência mental. Fora destas situações não está indicado o uso de
imunoglobulina.
†IGHHB (2x): duas doses de imunoglobulina hiperimune para Hepatite B com
intervalo de 1 mês entre as 2 doses. Esta opção deve ser indicada para aqueles
que já fizeram duas séries de três doses da vacina, mas não apresentarem resposta
vacinal, ou que apresentaram efeito adverso grave que contra-indique a vacina.
SUMÁRIO 109
Profilaxia

3. Recomendações para profilaxia de hepatite C após exposição


ocupacional a material biológico
Fonte com sorologia positiva para hepatite C:
Não é recomendado o uso de imunoglobulina comum ou interferon.
Recomenda-se acompanhamento clínico e sorológico do indivíduo exposto
ao sangue e/ou fluidos contaminados pelo vírus da hepatite C, para se fazer o
diagnóstico e tratamento precoces dessa patologia.

4. Recomendações para profilaxia de Doença de Chagas após


exposição ocupacional a material biológico
Fonte com sorologia positiva para doença de Chagas:
A infecção acidental ocorre principalmente nos profissionais de saúde que
exercem atividades laboratoriais.
Recomenda-se benzonidazol na dose de 7-10 mg/kg/dia, de 8/8 horas, por via
oral, durante 10 dias (1 cp = 100 mg).

110 SUMÁRIO
Profilaxia

Profilaxia de Endocardite Bacteriana


Tabela 1. Profilaxia de ENDOCARDITE em pacientes que serão
submetidos a PROCEDIMENTOS DENTÁRIOS
CONDIÇÃO DO PACIENTE PROCEDIMENTO DENTÁRIO ANTIBIOTICO
PROFILAXIA
Categoria de alto risco • Extração dentária
• Prótese valvar cardíaca • Procedimentos periodontais incluin-
• Endocardite prévia do cirurgias, raspagem e aplainamen-
• Cardiopatia congênita cianótica to radicular, sondagens e controles
complexa (ex: transposição das • Implantes dentários ou reimplante
grandes artérias, tetralogia de de dentes avulsionados Recomendada
Fallot, ventrículo único) • Tratamentos endodônticos ou (Ver esquemas
• “Shunt” pulmonar sistêmico cirurgias periapicais na tabela 3)
construído cirurgicamente • Colocação de bandas ortodônticas
• Prótese vascular sintética (exceto se apenas “brackets”)
(há <1 ano) • Anestesia injetável intraligamentar
Ou (periodontal)
Categoria de risco moderado • Limpeza profilática quando
• Maioria das malformações sangramento é provável
congênitas (exceto anteriores e • Dentística restauradora com ou
citadas abaixo) sem retração gengival
• Disfunção valvar reumática • Anestesia injetável local
• Cardiomiopatia hipertrófica (não intraligamentar)
• Prolapso de valva mitral com • Manipulação intracanal após a
regurgitação e/ou folheto espessado obturação (núcleos)
• Colocação de isolamento absoluto Não
• Remoção de suturas recomendada
• Instalação de aparelhos protéticos
ou ortodônticos removíveis
• Moldagens
• Aplicação de flúor
• Radiografias
• Ajustes de aparelhos ortodônticos
• Extração de dentes decíduos
• Esfoliação de dentes decíduos
Categoria de baixo Risco:
• “Bypass” de artéria coronária, defeito
septal corrigido ou ducto patente
• Prolapso de valva mitral sem
regurgitação
• Defeito atrial septal isolado Qualquer procedimento dentário Não
“secundum” recomendada
• Sopro cardíacos fisiológicos/
funcionais/inocentes
• Febre reumática sem disfunção valvular
• Marcapassos
• Desfibriladores implantáveis.

SUMÁRIO 111
Profilaxia

Tabela 2. Profilaxia de ENDOCARDITE em pacientes que serão


submetidos a PROCEDIMENTOS INVASIVOS

CONDIÇÃO DO PACIENTE PROCEDIMENTOS ANTIBIOTICO


INVASIVOS PROFILAXIA
Categoria de alto risco • Dilatação de estenose esofágica
• Prótese valvar cardíaca • Escleroterapia de varizes, ligadura
• Endocardite prévia de varizes
• Cardiopatia congênita cianótica com- • CPRE/obstrução de via biliar,
plexa (ex: transposição das grandes arté- cirurgia do trato biliar
rias, tetralogia de Fallot, ventrículo único) • Outros procedimentos endoscópi- Recomendada
• “Shunt” pulmonar sistêmico construído cos incluindo EDA e colonoscopia nas tabelas
cirurgicamente (com ou sem biópsia/polipectomia) (Ver esquemas
• Prótese vascular sintética ( há <1 ano) • Cirurgia do TGI 3 e 4)
• Cistoscopia, dilatação uretral,
cirurgia prostática
• Broncoscopia com aparelho rígido
• Amigdalectomia, cirurgia
envolvendo mucosa respiratória
Categoria de risco moderado • Dilatação de estenose esofágica
• Maioria das malformações congênitas • Escleroterapia de varizes
(exceto anteriores e citadas abaixo) • CPRE/obstrução de via biliar,
• Disfunção valvar reumática cirurgia do trato biliar
• Cardiomiopatia hipertrófica • Cirurgia do TGI Recomendada
• Prolapso de valva mitral com • Cistoscopia, dilatação uretral, (Ver esquemas
regurgitação e/ou folheto espessado cirurgia prostática nas tabelas
• Broncoscopia com aparelho rígido 3 e 4)
• Amigdalectomia, cirurgia
envolvendo mucosa respiratória
• Outros procedimentos endoscó-
picos incluindo EDA e colonoscopia Não
(com ou sem biópsia/ polipectomia) recomendada
• Ligadura de varizes
Categoria de baixo risco:
• “Bypass” de artéria coronária, defeito
septal corrigido ou ducto patente
• Prolapso de valva mitral sem
regurgitação
• Defeito atrial septal isolado Todos os procedimentos Não
“secundum” endoscópicos recomendada
• Sopro cardíacos fisiológicos/
funcionais/inocentes
• Febre reumática sem disfunção valvular
• Marcapassos
• Desfibriladores implantáveis

CPRE: Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica


EDA: Endoscopia Digestiva Alta
TGI: Trato Gastrointestinal

112 SUMÁRIO
Profilaxia

Tabela 3. Antibióticos para Profilaxia de ENDOCARDITE em


Procedimentos Dentários, Orais, do Trato Respiratório e Esôfago

SITUAÇÃO ADULTO CRIANÇA


Profilaxia padrão Amoxicilina 2g VO, 1h antes Amoxicilina 50 mg/Kg VO 1h
do procedimento antes do procedimento
Sem condições de Ampicilina 2g EV/IM Ampicilina 50 mg/Kg EV/IM
ingestão oral 30’ antes do procedimento 30‘ antes do procedimento
Alergia a penicilina • Clindamicina 600 mg ou • Clindamicina 20 mg/kg ou
• Cefalexina 2 g ou • Cefalexina 50 mg/kg ou
• Azitro/claritromicina 500 mg • Azitro/claritro 15 mg/kg
VO, 1h antes do procedimento VO, 1 h antes do procedimento
Alergia a penicilina e sem • Clindamicina 600mg ou • Clindamicina 20mg/kg ou
condições de ingestão oral • Cefazolina 1g IV/IM, Cefazolina 25 mg/kg IV/IM,
30’antes procedimento 30’antes procedimento

VO: Via Oral / IM: Intramuscular / EV: Endovenoso

Tabela 4. Antibióticos para Profilaxia de ENDOCARDITE em


Procedimentos invasivos de vias biliares, intestino e trato geniturinário

SITUAÇÃO ADULTO CRIANÇA


Categoria de alto risco Ampicilina 2g + Ampicilina 50 mg/kg (máx 2g/d) +
Profilaxia padrão Gentamicina 1,5 mg/Kg IM/EV Gentamicina 1,5 mg/kg (máx
30’ antes e 6 h após 120 mg)IM/EV 30’ antes e 6 h após
Categoria de alto risco Vancomicina 1g + Vancomicina 20mg/kg em
Pacientes alérgicos Gentamicina 1,5mg/kg 1- 2 horas +Gentamicina 1,5mg/kg
a ampicilina (máx 120mg) IM/EV; terminar (máx 120mg)IM/EV; terminar a
a infusão dentro de 30’ antes infusão dentro de 30’ antes do
do início do procedimento início do procedimento
Categoria de risco Ampicilina 2 g IM/EV 30’ antes Ampicilina 50 mg/kg (máx 2g/d)
moderado ou Amoxacilina 2 g 1h antes IM/EV 30’ antes ou
Profilaxia padrão do procedimento Amoxacilcina 50mg/kg 1h antes
do procedimento
Categoria de risco Vancomicina 1g em 1h; Vancomicina 20mg/kg em 1- 2 h;
moderado terminar a infusão dentro terminar a infusão dentro de 30’
Pacientes alérgicos de 30’ antes do início do antes do início do procedimento
a ampicilina procedimento

VO: Via Oral / IM: Intramuscular / EV: Endovenoso

SUMÁRIO 113
Profilaxia

Mordeduras Humanas e de Animais Domésticos


(Cães e Gatos)
Cuidados locais:
Realizar limpeza vigorosa (com degermante ou sabão), irrigação com SF (500ml)
ou água limpa imediatamente
No hospital, repetir a limpeza e fazer desbridamento com retirada de tecido
desvitalizado
Lesões puntiformes profundas devem ser abertas cirurgicamente com
cicatrização por segunda intenção
As demais lesões devem ser desbridadas, lavadas e suas bordas aproximadas.
Atenção: ver profilaxia do tétano (página 117) e da raiva.

Características da mordedura ATB 1ª Escolha Opções Duração


e do paciente
• Mordedura humana ou animal Clindamicina 600 mg
(cão ou gato) com envolvimento VO 6/6h + 5 dias
de cartilagem, mãos, pés, e Amoxacilina+ Ciprofloxacina 500mg
Ambulatorial

articulações, ou lesões profundas clavulanato VO 12/12h


• Qualquer mordedura em (500/125mg) Clindamicina 600 mg
pacientes imunocomprometidos, VO 8/8h VO 6/6h + 5 dias
esplenectomizados, etilistas, TMP-SMZ 160mg
cirróticos ou diabéticos /800 mg VO 12/12h 5 dias
Doxiciclina 100 mg
VO 12/12h
Clindamicina Piperacillina-
600-900 mg Tazobactan
IV 8/8h + 4,5 g IV 8/8h
Ciprofloxacino, ou
Internado

200-400 mg IV q Clindamicina
12h ou 600-900 mg IV 8/8h 5 dias
Clindamicina +
600-900 mg IV TMP-SMZ
8/8h + 8-10mg/kg/dia
Ceftriaxone 2 g IV IV 6-12h
24/24h

Para mordeduras por porco (Flavobacterium 2B resistente a amoxacilina-


clavulanato) e animais marinhos (predomínio de Vibrio, Aeromonas e
Pseudomonas spp.) está indicada a associação com ciprofloxacina.

114 SUMÁRIO
Profilaxia

Profilaxia de complicações relacionadas aos


Procedimentos Endoscópicos

PROCEDIMENTO CONDIÇÃO DO PACIENTE ANTIBIOTICOPROFILAXIA


• CPRE • Obstrução biliar (cálculos, Adultos:Ciprofloxacino 1g VO
• Ultrassonografia endoscópica doença benigna/maligna) 2h antes do procedimento
para aspiração por agulha fina • Lesão cística pancreática Crianças: Cefoxitina ou
• Colangite esclerosante Ceftriaxona 30 mg/kg
• Imunossuprimidos (1 dose EV)
Gastrostomia endoscópica Cefazolina 1g EV dose única
percutânea Todos os pacientes imediatamente antes do
procedimento
Paciente cirrótico com Norfloxacina 400 mg VO 12/12
hemorragia digestiva alta Paciente cirrótico horas por 7 dias ou
(com ou sem procedimento Ciprofloxacina 400 mg EV 12/12
endoscópico) horas por 7 dias
Crianças: Cefotaxima 100 mg/
kg/dia por 7 dias
• Dilatação de estenose Ascite Ciprofloxacina 1g VO 2h antes
• Escleroterapia de varizes Paciente Imunocompro- do procedimento
metido Crianças Ceftriaxona 30 mg/kg
(1 dose EV)
Outros procedimentos
endoscópicos incluindo EDA Ascite
e colonoscopia (com ou sem Paciente Imunocompro- Não recomendado
biópsia/ polipectomia), metido
ligadura de varizes
Próteses articulares Cefazolina 1 g EV
Artroscopia Outros procedimentos
endoscópicos Não há consenso

ATENÇÃO: para profilaxia de endocardite bacteriana em pacientes submetidos a endoscopia ver


PROFILAXIA DE ENDOCARDITE BACTERIANA (pág 108)

SUMÁRIO 115
Profilaxia

Profilaxia de Fungos em Pacientes Neutropênicos


Indicação: Pacientes com previsão de neutropenia (neutrófilos <500) por tempo
superior a 2 semanas devido a:
Neoplasia hematológica aguda em uso de quimioterapia
Receptor de TMO

FLUCONAZOL 400 mg IV ou VO
Início
TMO: início do condicionamento
Neoplasia hematológica aguda: início da neutropenia

Manutenção: até 1 semana após o fim da neutropenia

Profilaxia de Fungos em Pacientes Críticos


Considerar* nos pacientes com:
Múltiplas cirurgias abdominais por deiscências, perfurações, etc.
Pancreatite aguda necrotizante de tratamento cirúrgico

FLUCONAZOL 400 mg IV ou VO
Início: quando indicada reoperação ou cirurgia na pancreatite

Manutenção: até a suspensão da antibioticoterapia

*Não foi demonstrada redução de mortalidade

116 SUMÁRIO
Profilaxia

Profilaxia do Tétano

História de Imunização Ferimento limpo ou superficial Todos os outros ferimentos*


contra tétano Vacina Imunoglobulina Vacina Imunoglobulina
humana humana
antitetânica antitetânica
Menos de 3 doses Sim Não Sim Sim
ou ignorado
Vacinação primária comleta (> 3 doses):
• Última dose há Não Não Não Não
menos de 5 anos
• Última dose entre Não Não Sim Não
5 e 10 anos
• Última dose há mais Sim Não Sim Não
de 10 anos

*Consideram-se outros ferimentos: fraturas expostas, ferimentos por arma branca


ou de fogo, queimaduras extensas, ferimentos com retenção de corpos estranhos,
ferimentos profundos e puntiformes (provocados por agulhas, pregos ou outros
objetos pontiagudos).

Vacina:
para menores de 7 anos: utilizar a triplice (DPT), dupla infantil (DT) ou a tríplice
acelular.
para maiores de 7 anos: utilizar a dupla tipo adulto (dT)

Imunoglobulina humana antitetânica: 250 UI IM.

Observação:
Não administrar imunoglobulina e vacina no mesmo grupo muscular.

SUMÁRIO 117
118
Fatores de Risco?
- RN prévio com infecção por GBS
Profilaxia

- Bacteriúria por GBS na gestação atual


- Parto Prematuro (<37 semanas)

SIM NÃO

Realizar profilaxia intraparto Colher cultura (swab retal e vaginal para


GBS na 35-37ª semana de gestação*
do grupo B (GBS) no RN:

POSITIVA NEGATIVA

SUMÁRIO
Não realizar profilaxia
Profilaxia de infecção por Streptococcus

* Quando não houver resultado de cultura, deverá ser Droga de Escolha Penicilina Cristalina 5 milhões UI EV no início do
indicada profilaxia intraparto quando existirem os trabalho de parto, seguido de
seguintes fatores de risco: 2,5 milhões UI EV 4/4 h, até o
- RN prévio com infecção por GBS, nascimento
- Bacteriúria por GBS nesta gestação, Alternativa Ampicilina 2g EV no início do trabalho de
- Parto prematuro (<37 semanas) parto, seguido de 1g EV 4/4 h,
- Bolsa rota há mais de 18 horas até o nascimento
- Temperatura materna >38° no intraparto
Alergia a penicilina Clindamicina 900 mg EV 8/8h até o
nascimento
Cesárea eletiva: não está indicada profilaxia
Vítimas de violência sexual - Atendimento inicial
COLETA DE Secreção vaginal, uretral, faringe, anal, de Sorologias: Teste de gravidez - β−HCG
MATERIAL acordo com o local da violência: • HIV
• Gram • HBV
• Bacterioscópico de secreção vaginal • HCV
• Imunofluorecência direta para Chlamydia • HTLV I e II
• Cultura Geral • Herpes simples 1 e 2
• Cultura para gonococo (Thayer-Martin) • Sífilis
• Cultura para fungos • IF indireta Chlamydia
PROFILAXIAS INDICAÇÃO MEDICAÇÃO e DOSE DURAÇÃO
Infecções Ceftriaxona 1 g IM Dose única para todos os
sexualmente Azitromicina 1 g VO medicamentos
transmissíveis Metronidazol 2 g VO
Anticoncepção Levonorgestrel 0,75 mg Só 2 doses
VO de 12/12h Remedicar se vômitos até 2h
após dose
Adultos
AZT + 3TC + NELFINAVIR OU Fornecer kit inicial para
AZT + 3TC + INDINAVIR + RITONAVIR 7 dias
AZT 300 +3TC 150 1 compr. 12/12h Manter 4 semanas
NELFINAVIR 250 mg 5 compr. 12/12h

SUMÁRIO
INDINAVIR 400 mg 2 compr. 12/12h Em crianças que conseguem
RITONAVIR 100 mg 1compr. 12/12h engolir cápsulas pode-se usar
• Penetração anal e/ou vaginal Crianças INDINAVIR 500 mg/m2 8/8h
HIV • Penetração oral com ejaculação AZT + 3TC + NELFINAVIR OU como opção de IP do
• Até 72h do ocorrido AZT + 3TC + RITONAVIR esquema
AZT 90 a 180 mg/m2 de 8/8h;
3TC 4 mg/kg de 12/12h;
NELFINAVIR 30 mg/kg de 8/8 h
RITONAVIR 350-400mg/m2 12/12h; iniciar
com 200 mg/m2 e aumentar 50 mg/m2
de 3 em 3 dias até atingir a dose usual.
SUP. CORPORAL em M2: (peso kg X 4 ) +7
peso kg + 90
HEPATITE B • Penetração anal, vaginal ou oral; Imunoglobulina p/ hepatite B-0,06 mg/kg I g - dose única até 14o dia
• Pacientes não vacinadas ou Vacina hepatite B – 1 ml IM ( 3 doses) Vacina dia 0, 1 mês, 6 meses
esquema incompleto
TÉTANO • Ferimento ou traumas associados e a Anatox tetânico – 1 amp ou 0,5 ml IM + A depender do estado
depender do estado vacinal prévio imunoglobulina humana antitetânica vacinal prévio
250 UI-500 UI IM
Profilaxia

119
OBS: Sorologia do agressor sob consentimento informado do mesmo: HIV (teste rápido, HCV, HBsAg, VDRL)
Tempo de seguimento da vítima – 6 meses (não doar sangue/órgãos, não engravidar, não amamentar neste período)
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

RECOMENDAÇÕES PARA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO HOSPITALAR


Microorganismos Multiresistentes
Critérios para início e retirada de isolamento de contato e
investigação de contactantes

Paciente com colonização ou infecção por microorganismos multiresistentes


passíveis de transmissão por contato direto ou indireto

Instituto Central
Pseudomonas spp, Acinetobacter spp e enterobactérias resistentes ou com
sensibilidade intermediária a carbapenem
Enterococcus spp resistente a vancomicina

CONDIÇÃO / UTI ENFERMARIAS


MICROORGANISMO

COLONIZADO / INFECTADO Isolar até a alta Isolar se dispositivos invasivos,


sinais de infecção e lesões abertas

CONTACTANTES
QUANDO DEFINIDO PELA Colher culturas
SCCIH de dispositivos invasivos Não colher culturas
Pseudomonas spp. e lesões abertas
Acinetobacter spp.
Enterobacter spp.
Enterococcus spp. Colher swab retal

VIGILÂNCIA SEMANAL E Somente para cirurgia Somente para hematologia,


TRANSFERIDOS DE OUTROS geral e gástrica, transplante renal e de fígado
HOSPITAIS OU PRONTO transplante de fígado e
SOCORRO DO HC nefrologia
(internação > 24 horas)
Enterococcus spp. Colher swab retal Colher swab retal

120 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Instituto do Coração
Enterococcus spp. resistentes à vancomicina em qualquer sítio;
S. aureus resistente à oxacilina;
Enterobactérias produtoras de β-lactamase de espectro extendido (ESBL) e/ou
resistentes a carbapenem;
Pseudomonas spp. e Acinetobacter spp. resistentes a carbapenem
Isolados nos seguintes sítios:
Feridas abertas, com drenagem de secreção purulenta (não contida no curativo)
independe do agente;
Vias aéreas de pacientes intubados ou traqueostomizados;
Urina de pacientes com incontinência urinária.

UTI ENFERMARIAS

COLONIZADO / INFECTADO

S. Aureus A liberação fica a cargo A liberação fica a cargo


Enterobactérias da UCIH da UCIH
Pseudomonas spp. e
Acinetobacter spp.

Enterococcus spp. Isolar até a alta Isolar até a alta

CONTACTANTES Manter em precaução de Manter em precaução de


(PACIENTES DO MESMO contato e solicitar contato e solicitar
QUARTO/ESPAÇO FÍSICO orientação da UCIH orientação da UCIH
DO CASO)

TRANSFERIDOS Manter o paciente Manter o paciente


DE OUTROS HOSPITAIS em precauções de contato em precauções de contato

Colher culturas de dispositivos Colher culturas de dispositivos


invasivos, lesões abertas invasivos, lesões abertas
e Swab retal e Swab retal

Realizar a troca dos dispositivos Realizar a troca dos dispositivos


invasivos o mais breve invasivos em 24h ou assim que
possível. A liberação das a segurança do paciente
precauções deverá ser realizada permitir. A liberação das
pela UCIH precauções deverá ser realizada
pela UCIH

SUMÁRIO 121
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Instituto da Criança
Pseudomonas spp, Acinetobacter spp resistente a carbapenem
Enterococcus spp resistente a vancomicina

UTI ENFERMARIAS

COLONIZADO / INFECTADO Isolar até a alta Isolar até a alta

CONTACTANTES Colher culturas de dispositivos Colher culturas de dispositivos


(PACIENTES DO MESMO invasivos e lesões abertas invasivos e lesões abertas
QUARTO/ESPAÇO FÍSICO e Swab retal (3) de todos os e Swab retal (3) de todos os
DO CASO) pacientes pacientes

TRANSFERIDOS Colher culturas de dispositivos Colher culturas de dispositivos


DE OUTROS HOSPITAIS OU invasivos, lesões abertas invasivos, lesões abertas
PRONTO SOCCORRO DO HC e Swab retal e Swab retal
(internação >24 horas)

Hospital Auxiliar de Suzano


S. aureus resistente à Oxacilina;
Enterococcus spp. resistente à Vancomicina
Enterobactérias produtoras de beta lactamase de espectro extendido e/ou
resistente a Carbapenem;
Pseudomonas ssp; Acinetobacter ssp resistentes a Carbapenem.
CRITÉRIO PARA RETIRADA DE ISOLAMENTO: pacientes com lesões fechadas e
sem dispositivos invasivos (traqueostomia, sonda vesical, cateter venoso central)

ENFERMARIAS

COLONIZADO / INFECTADO Isolar enquanto permanecer com dispositivos


invasivos, sinais de infecção ou lesões abertas

CONTACTANTES
(PACIENTES DO MESMO QUARTO/ESPAÇO Não colher cultura
FÍSICO DO CASO)

TRANSFERIDOS DE OUTROS HOSPITAIS


OU PRONTO SOCCORRO DO HC Não colher cultura
(internação >24 horas)

122 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Hospital Auxiliar de Cotoxó


S. aureus resistente a Oxacilina;
Enterobactérias produtoras de beta lactamases e resistentes a carbapenem;
Pseudomonas spp e Acinetobacter spp resistentes a carbapenem;
Enterococcus spp. resistente ou intermediário a vancomicina

ENFERMARIAS

COLONIZADO / INFECTADO Isolar até a alta

CONTACTANTES Colher culturas de dispositivos invasivos, e


(PACIENTES DO MESMO QUARTO/ESPAÇO feridas abertas e swab retal (3) de todos os
FÍSICO DO CASO) pacientes

TRANSFERIDOS DE OUTROS HOSPITAIS Colher culturas de dispositivos invasivos, e


OU PRONTO SOCCORRO DO HC feridas abertas e swab retal (3) de todos os
(internação >24 horas) pacientes

SUMÁRIO 123
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Instituto de Ortopedia

Pseudomonas spp.e Acinetobacter spp. resistentes a carbapenem


Enterococcus spp. resistentes a vancomicina

Isolados nos seguintes sítios:


Ferida aberta;
Vias aéreas de paciente entubado;
Urina com incontinência.

Isolamento para pacientes com microorganismos multi-resistentes


(Pseudomonas spp., Acinetobacter spp. e Enterococcus spp.)

UTI ENFERMARIAS

COLONIZADO / INFECTADO Isolar até a alta Isolar se dispositivos


invasivos, sinais de
infecções e lesões abertas

CONTACTANTES Colher culturas de Não colher culturas


(Pacientes do mesmo dispositivos invasivos e
quarto/espaço físico do caso) lesões abertas

TRANSFERIDOS DE OUTROS Colher culturas de Não colher culturas


HOSPITAIS OU dispositivos invasivos e
PRONTO SOCORRO DO HC lesões abertas e
(internação > 24 horas) Swab retal

124 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Instituto de Psiquiatria
Pacientes colonizados ou infectados pelos seguintes agentes:
Enterococcus spp. resistentes à vancomicina;
S. aureus resistente à oxacilina;
Enterobactérias produtoras de β-lactamase de espectro extendido (ESBL) e/ou
resistentes a carbapenem;
Pseudomonas spp. e Acinetobacter spp. resistentes a carbapenem.

UTI ENFERMARIAS

COLONIZADO / INFECTADO Isolar até a alta Isolar até final do


tratamento nos casos de
infecção
e
Isolar enquanto mantiver
dispositivos invasivos,
ostomias e lesões abertas

CONTACTANTES Manter em precaução de Manter em precaução de


(PACIENTES DO MESMO contato e solicitar contato e solicitar
QUARTO/ESPAÇO FÍSICO orientação da SCIH orientação da SCIH
DO CASO)

TRANSFERIDOS DE OUTROS • Manter o paciente em Manter o paciente em


HOSPITAIS OU precaução de contato precaução de contato
PRONTO SOCORRO DO HC • Colher culturas de Colher culturas de
(internação > 24 horas) dispositivo invasivo, dispositivo invasivo,
lesões abertas e swab retal lesões abertas e swab retal
• A liberação da precaução A liberação da precaução
será a cargo da SCIH será a cargo da SCIH

SUMÁRIO 125
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Tipo de precaução: precauções de contato


Quarto privativo sempre que possível.
Coorte de pacientes portadores do mesmo microorganismo.
Manter um profissional exclusivo para os cuidados do paciente, quando possível.
Avental de manga longa e luvas descartáveis, antes de entrar em contato com
o paciente ou material infectante (descartar luvas e aventais após cuidado do
paciente).
Higienizar as mãos com sabão anti-séptico (clorexidina) ou álcool gel, antes e
após contato com paciente ou material infectante e após a retirada das luvas.
Uso de artigos (estetoscópios, aparelho de pressão, termômetros, oxímetro,
aspirador de secreções, etc.), individualizado para o paciente
Processar os materiais e superfícies conforme quadro a seguir.

126 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Limpeza e Desinfecção de Artigos e Ambiente de Pacientes


Colonizados ou Infectados com microorganismos multiresistentes

ARTIGOS COMO
Aparelhos de pressão Tecido: enviar à lavanderia
Restante: fricção com álcool a 70%
Circuitos respiratórios/ Manter procedimento de rotina
Artigos de Inaloterapia
Comadre, papagaios, Limpeza mecânica com água e sabão seguido de
medidores de urina desinfecção com glutaraldeído ou álcool 70% ou
termodesinfetadores
Estetoscópio Fricção com álcool a 70%
Mobiliário: Cama, colchões, mesas, Limpeza mecânica com água e sabão seguido de
criados, suporte de soro, poltronas, etc. fricção com álcool a 70%
Monitores Cardíacos Limpeza mecânica com água e sabão seguido de
fricção com álcool a 70%
Pisos, paredes, maçanetas Seguir as normas padronizadas pelo Serviço de
Higiene e Limpeza Hospitalar em conjunto com
a CCIH
Termômetros Limpeza mecânica com água e sabão seguido de
fricção com álcool a 70%

SUMÁRIO 127
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Precaução para Clostridium difficile

Se um paciente apresentar diarréia associada a Clostridium difficile, deve-se


instituir:

1. Precauções de Contato:
Quarto privativo com banheiro individual para pacientes incontinentes ou com
hábitos de higiene precários. Se outros pacientes apresentarem doença associada
a Clostridium difficile, estes poderão ser colocados no mesmo quarto;
Uso de luvas e aventais de manga longa ao entrar em contato com pacientes
ou materiais infectantes;
Higiene das mãos é obrigatória com sabão anti-séptico imediatamente após a
retirada das luvas. Álcool-gel não é efetivo nesta situação;
Individualizar artigos de uso próprio do paciente: termômetros, aparelhos de
pressão, comadres, papagaios, medidores de urina, etc.

2 . Contactantes:
Somente investigar C. difficile em pacientes com diarréia.

3 . Critérios para suspensão das Precauções de Contato


Paciente sem diarréia por 48h

4 . Cuidados com artigos e superfícies


A limpeza concorrente diária e a limpeza terminal devem ser feitas em todas as
superfícies, utilizando hipoclorito de sódio 1% já que os esporos do C.difficile
não são inativados com álcool a 70%.
A limpeza e desinfecção de artigos deve ser a mesma da rotina de microrganismos
multiresistentes, lembrando que a limpeza mecânica é o passo mais importante
para prevenir a disseminação de C. difficile.

128 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Precauções para Isolamento

Precauções padrão
São precauções aplicadas ao cuidado de todos os pacientes independente de
seu diagnóstico infeccioso, com o objetivo de diminuir a transmissão de
microorganismos.
Aplicadas quando se antecipa o contato com sangue, fluidos corpóreos, secreções
e excreções, pele não integra e membrana mucosa.
Os equipamentos de proteção serão utilizados de acordo com a natureza da
exposição.
A aplicação das precauções padrão inclui as seguintes medidas:

1. Higienização das mãos


Higienizar as mãos nas seguintes circunstâncias:
- Antes e após contato com paciente;
- Após contato com sangue, secreções, pele não íntegra, membrana mucosa,
curativos de feridas e objetos inanimados;
- Entre procedimentos realizados para o mesmo paciente;
- Após retirada das luvas.
Se as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue ou
secreções, realizar higiene das mãos com água e sabão ou anti-séptico.
Se as mãos estiverem sem sujidade visível, pode ser utilizada solução alcoólica
(álcool-gel).

2. Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)


Observar os seguintes princípios:
Quando o contato com paciente envolver sangue e/ou fluidos corpóreos
Para proteção contra respingos ou contato com pele não íntegra e mucosa
2.1. Uso de luvas
Utilizar sempre que for antecipado o contato com sangue e líquidos corporais,
secreções e excreções, membranas mucosas, pele lesada, artigos/superfícies sujos
com material biológico.
Utilizar luvas devidamente ajustadas.
Trocar as luvas entre procedimentos no mesmo paciente se contato com material
infectado.
Desprezar imediatamente após uso.

SUMÁRIO 129
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

2.2. Uso de avental


Utilizar como barreira física, quando existir a possibilidade de sujar/contaminar
com material biológico, as roupas ou pele do profissional da saúde.
Utilizar avental de manga longa.
Desprezar imediatamente após uso, antes de sair do quarto
2.3. Uso de máscara, óculos e protetor facial
Utilizar quando houver a possibilidade da ocorrência de respingos de material
biológico sobre as membranas mucosas da boca e olho, durante a realização de
procedimentos no paciente, ou manuseio com artigos/materiais contaminados.
Limpar com água e sabão e desinfetar os óculos ou protetor facial com álcool
etílico 70% após uso.

3. Limpeza de superfícies
Realizar limpeza concorrente diária e sempre que houver sujidade visível
incluindo cama e mobiliário do paciente.
Realizar limpeza terminal quando o paciente for de alta, óbito ou transferência.
Manusear roupas o mínimo possível para evitar disseminação de partículas no
ambiente.

4. Artigos e equipamentos
Realizar limpeza seguida de desinfecção ou esterilização entre pacientes ou
sempre que sujo ou com mau funcionamento.

5. Cuidados com material pérfuro-cortante


Manusear material pérfuro-cortante com extremo cuidado.
Não reencapar e não dobrar agulha.
Descartar todo material pérfuro-cortante utilizado no cuidado do paciente em
recipiente apropriado.
Desprezar o conjunto agulha + seringa sem desconectar.
Manter caixa de perfuro-cortante sobre suporte.
Encher a caixa até no máximo 2/3 da capacidade total (linha pontilhada).

130 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Precauções adicionais
As precauções para isolamento, baseados no modo de transmissão dos
microorganismos; podem ser classificados em 3 tipos:
1. Precauções de Contato
2. Precauções Respiratórias para Aerossóis
3. Precauções Respiratórias para Gotículas
Para maioria das doenças é suficiente a aplicação de um tipo de precaução
porém para outras, que podem ser transmitidas por várias vias, há necessidade
da combinação de 2 tipos de precauções.
A aplicação de qualquer uma destas precauções implica no uso
associado das Precauções Padrão.

Precauções de contato
Está indicada para situações em que exista possibilidade de transmissão de agente
infeccioso por contato direto ou indireto. Isto é, contato entre pacientes, contato
através do profissional de saúde (mãos) ou contato por meio de artigos.
1. Quarto:
Privativo ou compartilhado com pacientes infectados com o mesmo
microorganismo

2. Luvas:
Deverá ser utilizada ao contato com o paciente ou material infectante
Descartar as luvas imediatamente após o uso e higienizar as mãos

3. Avental de manga longa:


Usar sempre que contato da roupa do profissional com o paciente, leito,
mobiliário ou material infectante
Em caso de diarréia, colostomia, ileostomia ou ferida não contida no curativo,
o uso do avental torna-se obrigatório

4. Transporte do paciente:
Deverá ser evitado. Quando necessário o material infectante deverá estar contido
com curativo, avental ou lençol, para evitar contaminação de superfícies. Se paciente
realizar exame e/ou procedimento fazer a desinfecção com álcool 70% da maca ou
cadeira de transporte e proteger com lençol e desprezá-lo logo em seguida

5. Artigos e equipamentos:
Deverão ser exclusivos para cada paciente
Devem ser limpos, desinfetados ou esterilizados após alta do paciente ou sempre
que sujo.
SUMÁRIO 131
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Precauções Respiratórias com Aerossóis


Destinam-se às situações de suspeita ou confirmação de:
tuberculose pulmonar ou laríngea
sarampo
varicela
herpes zoster disseminado ou em imunossuprimido
situações especiais como influenza aviária

A aplicação das precauções com aerossóis inclui as seguintes medidas:


1. Quarto privativo:
Obrigatório, com porta fechada
Deverá dispor de sistema de ventilação com pressão negativa e 6 trocas de ar
por hora
A exaustão do ar deve ser feita para ambiente externo (longe de calçadas,
janelas que podem ser abertas, pessoas, animais e correntes de ar). Se o ar for
recirculado deverá ser filtrado através de filtro HEPA

2. Máscara:
É obrigatório o uso de máscara específica (tipo N95 ou PFF2) com capacidade
de filtrar partículas < 3 micrometros de diâmetro, por todo o profissional que
prestar assistência a pacientes com suspeita ou confirmação das doenças citadas
acima. A máscara deverá ser colocada antes de entrar no quarto e retirada
somente após saída do mesmo .
CUIDADOS COM A MÁSCARA: A máscara não tem uma vida útil pré-
estabelecida e pode ser usada várias vezes pelo mesmo profissional. Descartar
quando estiver suja, úmida ou com defeito, por exemplo, quebra da haste

3. Transporte do paciente:
Evitar. Quando necessário o paciente deverá sair do quarto utilizando máscara
comum (cirúrgica)

132 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Precauções Respiratórias com Gotículas


Destina-se para pacientes com suspeita ou confirmação de doenças com
transmissão por via respiratória.
A aplicação das precauções respiratórias para gotículas inclui as seguintes
medidas:
1.Quarto privativo:
Obrigatório, podendo ser compartilhado com pacientes infectados pelo mesmo
microorganismo.
Manter porta fechada

2. Máscara:
É obrigatório o uso de máscara comum, durante o período de transmissibilidade
de cada doença, para todas as pessoas que entrarem no quarto
A máscara deverá ser desprezada à saída do quarto

3.Transporte do paciente:
Evitar. Quando necessário o paciente deverá sair do quarto utilizando máscara
comum (cirúrgica)

Responsabilidade e rotina na Instituição e manutenção das precauções


para isolamento
1. Quando instituir o procedimento
Sempre que houver suspeita ou confirmação de doença infecciosa ou
colonização/infecção por um microorganismo passível de ser disseminado para
outros pacientes ou profissionais de saúde
2. Quem deve instituir o procedimento
Médico ou enfermeiro da unidade onde o paciente se encontra internado
3. Notificação para a CCIH
O médico ou enfermeiro que instituiu o procedimento inicial deverá notificar a CCIH
4. Avaliação da indicação do procedimento
O médico ou enfermeiro da CCIH deverá realizar a avaliação da indicação do
procedimento imediatamente após receber a notificação. O objetivo desta
avaliação é ratificar ou não a indicação de precauções para isolamento e realizar
orientações adicionais pertinentes
5. Supervisão da aplicação do procedimento
Deverá ser realizado pelo médico ou enfermeiro da unidade. A CCIH poderá
supervisionar a qualidade da efetivação do procedimento indicado e reorientar
se necessário
SUMÁRIO 133
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

6. Suspensão do procedimento
O médico ou enfermeiro da unidade poderá suspender o procedimento seguindo
as orientações técnicas de precauções para isolamento

Relação das infecções, condições e microorganismos que exigem a


aplicação de precauções para isolamento

Infecção/Condição/Microrganismo Recomendação de
Precauções

Tipo Período
•ABSCESSO
Drenando: sem curativo ou com curativo não contido C DS
Drenando com curativo oclusivo contido P
• AIDS (ver HIV):
• ACTINOMICOSE P
• ADENOVÍRUS, infecção por:
Lactante e pré-escolar Rg+C DD
• AMEBÍASE P
• ANGINA DE VINCENT P
• ANTRAX: cutâneo e pulmonar P
• ASCARIDÍASE P
• ASPERGILOSE P
• BACTÉRIAS MULTI-RESISTENTES (ver tabela a partir da página 120)
Colonização/infecção: solicitar avaliação da CCIH C*
• BABESIOSE P
• BOTULISMO P
• BRONQUIOLITE: ver infecções respiratórias em lactentes e pré-escolares
• BRUCELOSE P
• CANDIDÍASE : todas as formas P
• CAXUMBA Rg TU 9 dias
• CELULITE: drenagem não controlada C DD

134 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Infecção/Condição/Microrganismo Recomendação de
Precauções

Tipo Período
• CANCRO MOLE (Chlamydia trachomatis):
Conjuntivite, genital e respiratória P
• CISTICERCOSE P
• Clostridium botulinum P
• Clostridium difficile C DD
• Clostridium perfringens:
Intoxicação alimentar e gangrena gasosa P
• CÓLERA C
• COLITE ASSOCIADA A ANTIBIÓTICO C DD
• CONJUNTIVITE:
Bacteriana aguda e gonocócica P
Viral aguda (hemorrágica aguda) C DD
• COQUELUCHE Rg TE 5 dias
• CREUTZFELDT-JACOB, doença P
• CRIPTOCOCOSE P
• CITOMEGALOVIROSE:
Neonatal ou em imunossuprimido P
• DENGUE P
• DERMATOFITOSE P
• DIARRÉIA: ver gastroenterite
• DIFTERIA:
Cutânea C TA+2CN**
Faríngea Rg TA+2CN**
• DOENÇA DE MÃO, PÉ E BOCA: ver enterovirose
• DONOVANOSE (granuloma inguinal) P
• ENCEFALITE: ver agente específico
• ENDOMETRITE P
• ENTEROBÍASE P
• ENTEROCOLITE -Clostridium difficile C DD
• ENTEROCOLITE NECROTIZANTE P

SUMÁRIO 135
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Infecção/Condição/Microrganismo Recomendação de
Precauções

Tipo Período
• ENTEROVIROSE (Coxackie e Echovirus)
Adulto P
Lactante e pré-escolar C DD
• EPIGLOTITE Rg TE 24 h
• ERITEMA INFECCIOSO: ver parvovírus B19
• ESCABIOSE C TE 24 h
• ESPOROTRICOSE P
• ESQUISTOSSOMOSE P
• ESTAFILOCOCCIA - S.aureus:
Pele, ferida e queimadura:
- com secreção não contida C
- com secreção contida P
Enterocolite P1
Multi-resistente: ver bactérias multi-resistentes
Pneumonia P
Síndrome da pele escaldada P
Síndrome do choque tóxico P
• ESTREPTOCOCCIA - Streptococcus Grupo A
Pele, ferida e queimadura:
- com secreção não contida C
- com secreção contida P
Endometrite (sepsis puerperal) P
Faringite: lactante e pré-escolar Rg TE 24 h
Pneumonia: lactante e pré-escolar Rg TE 24 h
Escarlatina: lactante e pré-escolar Rg TE 24 h
• ESTREPTOCOCCIA - Streptococcus Grupo B
Neonatal P
• ESTREPTOCOCCIA- Streptococcus Grupo não A não B P
• ESTREPTOCOCOS MULTI-RESISTENTES (pneumococo e enterococo):
ver bactérias multi-resistentes.
• ESTRONGILOIDÍASE P
• EXANTEMA SÚBITO P
• FEBRE AMARELA P

136 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Infecção/Condição/Microrganismo Recomendação de
Precauções

Tipo Período
• FEBRE POR ARRANHADURA DO GATO
P
• FEBRE POR MORDEDURA DO RATO
(Streptobacillus moniliformis ou Spirilum minus) P
• FEBRE RECORRENTE P
• FEBRE REUMÁTICA P
• FEBRE TIFÓIDE: ver gastroenterite
• FURUNCULOSE ESTAFILOCÓCCICA:
Lactantes e pré-escolares C DD
• GANGRENA GASOSA P
• GASTROENTERITE
Campylobacter spp, Cholera spp,Criptosporidium spp C
Clostridium difficile C DD
Escherichia coli: Enterohemorrágica 0157:4H e outras espécies:
-diarréia não contida C
-diarréia contida P
Giardia lamblia P
Rotavirus C
Salmonella spp (inclusive S.typhi) P1
Shigella spp P1
Vibrio parahaemolyticus P
Viral: outros vírus
- diarréia não contida C
- diarréia contida P
Yersinia enterocolitica P
• GIARDÍASE: ver gastroenterite
• GONORRÉIA P
• GUILLAIN-BARRÈ, síndrome de P
• HANSENÍASE P
• HANTAVÍRUS PULMONAR P
• Helicobacter pylori P

SUMÁRIO 137
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Infecção/Condição/Microrganismo Recomendação de
Precauções

Tipo Período
• HEPATITE VIRAL:
Vírus A: P
- Uso de fralda ou incontinente C2
Vírus B (HBs Ag positivo), vírus C e outros:
- sem sangramento P
- com sangramento, não contido C
Vírus E P
• HERPANGINA: ver enterovirose
• HERPES SIMPLES:
Encefalite P
Neonatal C3 DD
Mucocutânea, disseminada ou primária e grave C DD
Mucocutânea, recorrente (pele,oral e genital) P
• HERPES ZOSTER
Localizado em imussuprimido Ra+C*** DD(LC)
Disseminado(mais de 1 dermátomo) Ra+C*** DD(LC)
Localizado em imunocompetente C***
• HIDATIDOSE P
• HISTOPLASMOSE P
• HIV , infecção por:
Sem sangramento P
Com sangramento não contido C
• IMPETIGO C TE 24 h
• INFECÇÃO DE CAVIDADE FECHADA P
• INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO P
• INFECÇÃO DO TRATO RESPIRATÓRIO EM LACTANTES
E PRÉ ESCOLARES OU BRONQUIOLITE
Vírus Sincial Respiratório e Vírus Parainfluenzae C
• INFLUENZA: A,B,C Rg DD
• INTOXICAÇÃO ALIMENTAR POR:
C.botulium,C.perfringens, C.welchii e estafilocóccica P
• KAWASAKI, síndrome de P
• LEGIONELOSE P
• LEPTOSPIROSE P
138 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Infecção/Condição/Microrganismo Recomendação de
Precauções

Tipo Período
• LISTERIOSE P
• LYME, doença de P
• LINFOGRANULOMA VENÉREO P
• MALÁRIA P
• MELIOIDOSE P
• INFECÇÃO DE FERIDA CIRÚRGICA P
• MENINGITE:
Asséptica (não bacteriana e não viral) P
Bacteriana gram negativos entéricos, em neonatos P
Fúngica P
Haemophilus influenzae (suspeita ou confirmada) Rg TE 24 h
Listeria monocytogenes P
Neisseria meningitidis (suspeita ou confirmada) Rg TE 24 h
Pneumocócica P
Tuberculosa P4
Outra bactéria não citada acima P
• MENINGOCOCCEMIA Rg TE 24 h
• MICROORGANISMOS MULTI-RESISTENTE (ver bactérias multi-resistentes)
• MOLUSCO CONTAGIOSO P
• MONONUCLEOSE INFECCIOSA P
• MUCORMICOSE P
• MICOBACTERIOSE ATÍPICA (não M. tuberculosis ):
Pulmonar e cutânea P
• NOCARDIOSE P
• OXIUROS, infecção por P
• PARACOCCIDIOIDOMICOSE (P.brasiliensis):
Pulmonar ou cutâneo P
• PARVOVÍRUS B19:
Doença crônica em imunossuprimido Rg DI
Crise aplástica transitória ou de células vermelhas Rg 7 dias
• PEDICULOSE C TE 24 h
• PERTUSSIS (COQUELUCHE) Rg TE 5dias

SUMÁRIO 139
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Infecção/Condição/Microrganismo Recomendação de
Precauções

Tipo Período
• PESTE:
Bubônica P
Pneumônica Rg TE 3dias
• PLEURODÍNEA: ver enterovirose
• PNEUMONIA:
Adenovírus Rg+C DD
Burkholderia cepacia em fibrose cística incluindo
colonização do trato respiratório P5
Chlamydia P
Fúngica P
Haemophilus influenzae
- adultos P
- lactantes e crianças de qualquer idade Rg TE 24
Legionella spp P
Meningocóccica Rg TE 24
Mycoplasma (pneumonia atípica primária) Rg DD
Outras bactérias não listadas (incluindo gram-negativos) P
Pneumocócica P
Pneumocystis carinii P6
Pseudomonas cepacia: ver pneumonia por Burkholderia cepacia
Staphylococcus aureus P
Streptococcus, grupo A
- adultos P
- lactantes e pré-escolares Rg TE 24 h
Viral
- Adultos P
- Lactantes e pré escolar C
• POLIOMIELITE P
• PSITACOSE (ORNITOSE) P
• RAIVA C
• REYE, síndrome de P
• RITTER (síndrome da pele escaldada estafilocócica) P
• RIQUETSIOSE P
• RUBÉOLA: Rg IR 7 dias
- congênita C7

140 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Infecção/Condição/Microrganismo Recomendação de
Precauções

Tipo Período
• SALMONELOSE: ver gastroenterite
• SARAMPO Ra DD
• SHIGELOSE: ver gastroenterite
• SÍFILIS:
Pele e membrana mucosa (incluindo congênita,
primáriasecundária). P
Lactante ( terciária) e soro positivo sem lesões P
• SÍINDROME DA PELE ESCALDADA P
• TENÍASE P
• TÉTANO P
• TINEA P
• TOXOPLASMOSE P
• TRACOMA AGUDO P
• TRICOMONÍASE P
• TRICURÍASE P
• TRIQUINOSE P
• TUBERCULOSE:
Extra-pulmonar com lesão drenando P+Ra
Extra pulmonar,meningite e outras sem drenagem P
Pulmonar (suspeita ou confirmada) Ra TE+MC
Laríngea (suspeita ou confirmada) Ra TE+MC
Mantoux: reator (> 5mm) sem evidência de doença
Pulmonar ou laríngea atual P
• TULAREMIA: lesão drenando ou pulmonar P
• TIFO: endêmico e epidêmico (não é por Salmonella spp) P
• VARICELA Ra+C LC 100%
• ZIGOMICOSE (ficomicose / mucormicose) P

DOENÇAS EMERGENTES:
• ANTRAX Ra+C
• INFLUENZA AVIÁRIA Ra+C

SUMÁRIO 141
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Infecção/Condição/Microrganismo Recomendação de
Precauções

Tipo Período
• SARS Ra+C
• VARIOLA Ra+ C***

P= Padrão C= Contato
Rg= Respiratória para gotículas Ra= Respiratória para aerossóis
DD= Durante a doença DS= Duração da secreção
PN= Pesquisa negativas DI= Durante a internação
LC= Até todas as lesões ficarem crostosas IR= Inicio do “rash”
MC= Melhora clínica TA= Terapêutica antibacteriana
TE= Terapêutica eficaz TU= Tumefação

* A definir por CCIH de cada Instituto.


** Até 2 culturas negativas em dias diferentes.
*** Evitar ingresso no quarto de susceptíveis.

1= Usar precauções de contato para criança em uso de fraldas ou incontinente < 6 anos
durante a doença
2= Manter precauções em < 3 anos durante toda a hospitalização e em > 3 anos até 2
semanas do início dos sintomas.
3= Para recém-nascido via vaginal ou cesariana de mãe com infecção ativa e ruptura de
membranas por mais de 4 a 6 horas.
4= Investigar tuberculose pulmonar ativa.
5= Evitar contato de pacientes com fibrose cística não colonizados ou infectados com B.
cepacia com este paciente.
6= Evitar colocar no mesmo quarto com paciente imunossuprimido
7=-Manter precauções até 1 ano de idade (a menos que cultura viral de urina e nasofaringe
sejam negativos após 3 meses de idade).

142 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Prevenção de infecções do trato urinário associado a

Cateter Vesical de Demora

A - Cuidados na Instalação
1. Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool- gel;
2. Lavar minuciosamente a área perineal e genital do paciente, com água e
sabão, utilizando luvas de procedimento;
3. Realizar a higiene das mãos com solução degermante anti-séptica
4. Calçar luvas estéreis;
5. Usar campo estéril grande, de pelo menos 0,75m x 0,75m;
6. Insuflar o balão para verificação de seu bom funcionamento;
7. Realizar a anti-sepsia do meato urinário e área adjacente com PVPI tópico ou
clorexidina degermante ou clorexidina aquosa a 2%. Se utilizar clorexidina
degermante retirar o excesso com SF 0,9%
8. Aplicar vaselina líquida estéril ou gel anestésico estéril de uso único, sobre a
superfície da cateter vesical, lubrificando-o amplamente;
9. Proceder a instalação da cateter vesical com técnica asséptica utilizando sistema
de drenagem fechado estéril. O cateter vesical deve estar conectado ao sistema
coletor antes da inserção. Observar o adequado posicionamento do cateter vesical
na bexiga (após saída da urina introduzir aproximadamente mais três
centímetros);
10. Fixar o cateter vesical no hipogástrio para o sexo masculino e na face anterior
da raiz da coxa para o sexo feminino;
11. Fixar o saco coletor no extremo oposto à cabeceira, mantendo-o sempre
abaixo do nível da pelve.

B - Cuidados na manutenção
Durante o banho higienizar a região perineal, com água e sabão, incluindo a
junção do cateter-meato uretral.
Higienizar as mãos antes e após o manuseio do cateter vesical, do tubo e do
saco coletor.
Manter o fluxo da urina, favorecendo a drenagem contínua por gravidade.
Esvaziar o saco coletor quando necessário, não permitindo que ultrapasse o
limite de segurança recomendado, evitando manipulações desnecessárias. Utilizar
a seguinte rotina técnica:
1. Higienizar as mãos e calçar luvas de procedimento;
2. Retirar o tubo de drenagem do seu protetor posicionando-o para o recipiente
que irá receber a urina, evitando o contato entre as superfícies durante todo o

SUMÁRIO 143
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

procedimento;
3. Abrir o clamp do tubo de drenagem;
4. Acompanhar o esvaziamento espontâneo da urina do saco coletor no cálice
de uso individualizado. Se o cálice for de uso coletivo, lavá-lo com água e sabão
entre pacientes;
5. Fechar o clamp do tubo de drenagem;
6. Colocar o tubo de drenagem no seu protetor;
7. Desprezar a urina no vaso sanitário;
8. Retirar e desprezar a luva de procedimentos no lixo;
9. Higienizar as mãos.
OBS.: Todos os passos desta técnica devem ser repetidos no esvaziamento de
urina para cada paciente. Não é recomendado o esvaziamento simultâneo de
urina de vários sacos coletores.O frasco para coleta de urina deve ser
individualizado ou lavado entre pacientes.

C - Indicações de troca do cateter vesical de demora


Trocar todo o sistema (cateter vesical e saco coletor) se:
obstrução da luz.
suspeita ou evidências de incrustações na superfície interna do cateter vesical.
contaminação do cateter vesical na instalação ou manuseio.
a urina no saco coletor estiver com aspecto purulento.

D - Recomendações para coleta de urina em pacientes com cateter


vesical de demora
1. Higienizar as mãos;
2. Clampear o tubo de extensão logo abaixo do adaptador próprio para coleta
de material;
3. Desinfetar o local de coleta ou “látex” com álcool etílico a 70%;
4. Aspirar a urina usando agulha e seringa estéreis;
5. Passar a amostra de urina da seringa para o frasco estéril;
6. Encaminhar rapidamente ao laboratório. Caso isto não seja possível, manter
a urina sob refrigeração até 1 hora após sua coleta.
OBS.: Não encaminhar ponta de cateter vesical para cultura, pois não há utilidade.

E - Indicações de urocultura em paciente com cateter vesical de demora


Suspeita de infecção do trato urinário
Não é indicada a coleta de urina para realização periódica de urocultura, mesmo
para pacientes que utilizam cateter vesical de demora por períodos prolongados.

144 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

F - RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS
O uso de germicidas/antibacterianos por irrigação vesical ou aplicados
diretamente no saco coletor é contra-indicado. Apenas é aceito o uso de
Anfotericina B quando se opta por tratar topicamente Infecção do Trato Urinário
por Candida spp;.
O cateter vesical deve ser de uso único.
Não é recomendada a técnica de “exercício vesical” para retirada do cateter
vesical.

Cateterismo Vesical Intermitente Hospitalar

A técnica para a realização do cateterismo vesical compreende a seguinte


seqüência:
1. Separar o material para o cateterismo vesical intermitente;
2. Higienizar as mãos com água e sabão (Operador);
3. Lavar a região perineal e genital com água e sabão;
4. Abrir o Kit de cateterismo e umedecer as bolas de algodão com PVPI tópico
ou clorexidina degermante ou clorexidina aquosa a 2%.
5. Colocar o lubrificante na gaze;
6. Abrir o pacote contendo o cateter vesical estéril;
7. Calçar as luvas de procedimento estéril;
8. Fazer anti-sepsia da glande e meato uretral com a pinça e as bolas de algodão,
após remover o excesso da solução. Se utilizar clorexidina degermante retirar o
excesso com SF 0,9%.
9. Posicionar o cateter e aplicar o lubrificante no cateter vesical;
10. Introduzir o cateter no meato uretral, aproximadamente 30 cm em homens
e 20 cm em mulheres;
11. Posicionar o saco coletor de urina na saída do cateter;
12. Abrir o dispositivo do cateter, permitindo a drenagem do conteúdo urinário
no saco coletor por aproximadamente 10 a 15 minutos ou até cessar a drenagem;
13. Retirar o cateter lentamente quando cessar a saída de urina.

SUMÁRIO 145
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Cateterismo Vesical Intermitente Domiciliar

A técnica para a realização do autocateterismo vesical compreende a seguinte


seqüência:
Separar o material para o autocateterismo vesical intermitente: sabão, lubrificante
estéril, cateter vesical e recipiente para depositar a urina.
Técnica de passagem:
Orientar o paciente ou cuidador quanto à:
1. Higienizar as mãos com água e sabão;
2. Lavar a região perineal e genital com água e sabão;
3. Verificar se o cateter vesical encontra-se fechado;
4. Passar gel lubrificante na ponta do cateter;
5. Introduzir o cateter no meato uretral, aproximadamente 30cm em homens e
20cm em mulheres;
6. Posicionar o recipiente coletor próximo à saída de urina;
7. Abrir o dispositivo do cateter e observar a saída da urina por aproximadamente
10 a 15 minutos ou até cessar a drenagem;
8. Retirar o cateter lentamente quando cessar a saída de urina;
Freqüência da cateterização:
A freqüência da cateterização não deverá ultrapassar o intervalo de 6 horas,
recomenda-se a cada 4horas. Se em uma drenagem o volume ultrapassar 600
ml é necessário aumentar a freqüência da cateterização.
Cuidados com o cateter:
Lavar o cateter com água e sabão após cada uso
Aplicar jatos de água na parte interna do cateter com auxílio de uma seringa
de 20 ml
Injetar 20 ml de ar para remover o excesso de água
Armazenar o cateter em recipiente limpo e fechado
Trocar de cateter quando o atual “perder o aspecto de novo”, ou seja, quando
houver alteração da cor e/ou da flexibilidade e/ou se estiver áspero e/ou quando
a ponta estiver pontiaguda.

146 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Prevenção de infecção associada a cateteres vasculares


Atualmente, o uso de cateter vascular é essencial à assistência ao paciente, sendo
a infecção de corrente sanguínea uma de suas complicações mais temidas.
O cateter venoso central (CVC) é o maior responsável por esse tipo de infecção
porém o cateter venoso periférico pode ocasionar infecções locais (flebites) como
também ICS. Medidas simples podem ser seguidas para prevenir a ocorrência
das infecções, entre elas:
Reduzir o uso de CVC
Preferir cateter venoso periférico e mantê-lo somente quando uso de medicação
endovenosa
Retirar o cateter o mais precocemente possível
Realizar treinamento para os profissionais que inserem e manipulam cateteres

ACESSO PERIFÉRICO
Cateter venoso periférico
Muito utilizado, possui baixo risco de infecção sendo que a complicação mais
comum é a flebite química ou mecânica, que pode atingir até 30% dos casos.
Abaixo segue recomendações para evitar o surgimento das flebites e outras
complicações:
O cateter deve ser preferencialmente de teflon, aço ou poliuretano
Preferir puncionar o cateter em veia localizada nos membros superiores à
membros inferiores
Realizar anti-sepsia da pele com álcool 70%, antes de inserir o cateter
Fixar cateter com fita adesiva ou filme transparente
Observar diariamente local e o trajeto da veia quanto a presença de sinais
flogísticos
Em adultos, trocar o local de inserção a cada 96 h, para reduzir o risco de
flebites ou nas seguintes situações:
Se suspeita de febre associada ao cateter venoso
Presença de sinais de infecção local
Obstrução do cateter
Presença de coágulos de sangue na luz do cateter.
Em situações especiais com dificuldade de um novo acesso e o acesso atual sem
evidências de flebite ou infecção, o cateter venoso periférico pode ser deixado
por períodos maiores, desde que o paciente e o sítio de inserção sejam
monitorados cuidadosa e freqüentemente

SUMÁRIO 147
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Cateter arterial periférico


Preferir puncionar o cateter em artéria localizada nos membros superiores à
membros inferiores. Utilizar (em adultos) artéria femoral somente quando
inevitável
Realizar a mesma recomendação em relação à passagem do cateter venoso
central
Manter por no máximo 4 dias

ACESSO CENTRAL
Cateteres de curta permanência:
Entre os mais utilizados no Complexo HCFMUSP destacam-se o Cateter Venoso
Central (CVC), cateter central de inserção periférica (PICC), cateter de
hemodinâmica (Swan Ganz) e cateter de hemodiálise
Indicação
Utilizar somente quando o cateter periférico não for possível ou insuficiente
Inserir o cateter com o menor número de lúmens, contemplando as necessidades
do paciente
Passagem
1. A escolha do local de inserção do cateter deverá seguir a seguinte ordem:
a) Subclávia
b) Jugular
c) Femoral
d) Umbilical (para recém-nascido)
e) Flebotomia como última opção e preferir membros superiores. Evitar instalar
cateter próximo a lesões de pele e/ou traqueostomia
2. Fazer a degermação da pele com clorexidina ou PVPI degermante em
uma área ampliada e remover o excesso com gaze para retirar oleosidade e/ou
sujeira;
3. Higienizar as mãos com solução degermante (clorexidina ou PVPI). Não é
necessário realizar escovação cirúrgica;
4. Usar paramentação com gorro, máscara, luva e avental de manga longa
estéreis. Caso participe mais de um médico na inserção do cateter, é necessário
paramentar-se;
5. A seguir fazer a anti-sepsia da pele em uma área ampla e com movimentos
únicos. Utilizar solução alcoólica com clorexidina ou PVPI alcoólico
alcoólico;
6. Utilizar campos estéreis que cubram todo o paciente;
7. Após passagem do cateter, manter curativo oclusivo com gaze seca no local
de inserção.
OBS: Troca por fio guia: seguir as mesmas recomendações descritas acima
148 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Troca de curativo
1. Trocar o curativo sempre que estiver úmido, sujo ou solto
2. Se o curativo for realizado com gaze: trocar a cada 48 horas, após o banho,
se for utilizado o curativo transparente, trocar a cada 7 dias
3. Higienizar as mãos (água e sabão ou álcool gel) antes e depois do procedimento
4. Realizar anti-sepsia da pele com solução alcoólica (PVPI ou clorexidina) do
óstio para a periferia a cada troca do curativo, utilizando luvas estéreis.
5. Na troca de curativo, realizar inspeção do local de inserção, atentando para
sinais de infecção local
6. Em pacientes pediátricos a troca do curativo é variável devido ao risco de
deslocamento do cateter. Porém deve estar sempre atento para sinais flogísticos
e trocá-lo sempre que úmido,sujo ou solto
Manipulação de curativo
1. Higienizar as mãos ou utilizar álcool-gel;
2. Utilizar luvas de procedimento;
3. Fazer a desinfecção da conexão do cateter + extremidade distal com álcool
70% antes de qualquer procedimento (por exemplo, administrar medicação);
4. Proteger a ponta do equipo com tampinha própria ou agulha;
5. Lavar o cateter com 3ml de água destilada ou SF0,9%, reconectar o equipo
ou fechar a torneirinha;
6. Retirar as luvas e lavar as mãos ou usar álcool-gel.
Rotina de troca do cateter
Não há rotina de troca rotineira pré-programada de cateteres. Utilizar pelo
menor tempo possível
Exceção:
SWAN-GANZ: não deve permanecer por tempo superior a 5 dias. O introdutor
é o local mais freqüentemente colonizado, não deve ser mantido como acesso.
Evitar coleta de sangue através do sistema
CATETER UMBILICAL ARTERIAL: não deve ser permanecer por tempo superior
a 5 dias
CATETER UMBILICAL VENOSO: não deve permanecer por tempo superior a 14
dias
Indicação de troca do cateter com fio guia
Suspeita de infecção associada ao cateter
Mau funcionamento
Indicação de troca do sítio de inserção do cateter
Presença de secreção purulenta no local de inserção
CVC retirado por fio guia com cultura da ponta positiva
Suspeita de infecção associada a cateter com repercussões clínicas graves,

SUMÁRIO 149
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

como deterioração hemodinâmica, ventilação mecânica ou bacteremia clínica


CVC passado na urgência, sem preparo adequado (trocar no máximo em 48
horas)
Obstrução do cateter
Trombose ou Infiltração
Mau posicionamento
Flebotomia deve permanecer por no máximo 96 horas
Rotina de troca de equipo e outros cuidados
Administrar NPP pelo cateter de um único lúmen. Se cateter de vários lumens,
separar uma via para administração de NPP
Trocar a cada 72 horas equipos de macrogotas, microgotas, PVC, equipo para
bomba de não lípides
Trocar torneirinhas e polifix a cada 24 horas
Utilizar equipo próprio para lípides e hemoderivados e trocar após cada infusão
Infundir emulsões lipídicas a cada 12 horas e NPP a cada 24 horas, a partir da
data da instalação
Indicações de envio da ponta de cateter
Suspeita de infecção associada a cateter
Colher 5 cm da ponta e colocar em tubo estéril e colher 2 frascos de hemocultura
periférica (vide instruções de coleta na página 22)

CATETER DE LONGA PERMANÊNCIA


O cateter venoso central de longa permanência é utilizado em doenças crônicas
como na insuficiência renal e no tratamento de doenças oncológicas, em que o
tratamento é longo podendo alcançar até três anos de duração e requer repetidas
transfusões e internações.
A escolha do tipo de cateter (cateter totalmente implantado , ex Port-a-cath®
ou cateter tunelizado, ex Hickman®, Broviac®, Permicath® deverá ser feita de
acordo com a indicação do uso e tempo estimado da duração do cateter
Passagem
Deve ser realizada no centro cirúrgico e com equipe especializada para esse
tipo de cateter
Preferencialmente com métodos de radiodiagnóstico
- No CC, utilizar assepsia cirúrgica:
Escovação das mãos do médico com clorexidina degermante
Degermação da área a ser puncionada com clorexidina ou PVPI
degermante
Paramentação completa do médico (avental de manga longa estéril,
luvas estéreis, gorro e mascara)
150 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Anti-sepsia com clorexidina ou PVPI alcoólica. Esperar secar antes de


realizar o procedimento
Utilizar campos estéreis que cubram todo o paciente
Fazer curativo da ferida cirúrgica e no ponto de inserção com gaze e
micropore
Curativo:
Seguir a mesma recomendação do cateter de curta permanência
Inspecionar diariamente o local de punção, o reservatório e o trajeto do cateter
quanto a presença de sinais flogísticos
Rotina para punção do cateter de longa permanência
Higienizar as mãos;
Calçar luvas estéreis;
Realizar a anti-sepsia em movimentos circulares e dentro para fora com
clorexidina alcoólica a 0,5%
Localizar o cateter por palpação;
Puncionar com agulha Huber ou escalp de bisel lateral. Evitar puncionar com
agulhas normais pois a durabilidade do cateter será comprometida;
Após puncionar o cateter, aspirar a solução anticoagulante antes de instalar as
soluções a serem infundidas, avaliando o funcionamento do cateter
(permeabilidade - bom fluxo e refluxo);
Desprezar o material aspirado;
Instalar os equipos, extensores e infundir a medicação;
Após o procedimento, lavar o cateter com 20 ml de SF 0,9%;
Com uma seringa de 10 ml, aspirar 1 ml de heparina 5000UI/ml+9ml de água
destilada e injetar 6ml dessa solução
Indicação de retirada de cateter de longa permanência
1. Final de indicação de uso;
2. Complicações técnicas. Não se deve tentar desobstruir cateteres de longa
permanência.
3. Complicações infecciosas: As complicações infecciosas relacionadas aos
cateteres de longa permanência são: infecção de óstio (apenas nos cateteres
semi-implantáveis), infecção de túnel ou bolsa subcutânea ou infecção de corrente
sanguínea primária (ou bacteremia primária).
No caso de infecção de túnel ou bolsa sub-cutânea deve ser retirado o cateter e
feito tratamento antimicrobiano sistêmico
OBS: O tratamento antimicrobiano, embora inicialmente possa ser empírico,
deve ser dirigido sempre que possível, por resultados de culturas (hemoculturas
colhidas de via periférica ou artéria).

SUMÁRIO 151
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Prevenção de infecção respiratória


A pneumonia está entre as infecções hospitalares mais freqüentes principalmente
em pacientes internados em unidades de terapia intensiva. A aplicação de normas
bem estabelecidas para a prevenção das infecções respiratórias é fundamental
para modificar esta realidade.

MEDIDAS PREVENTIVAS
Condutas gerais
Higienizar as mãos antes e após contato com o paciente intubado ou
traqueostomizado; e com secreções respiratórias mesmo que tenham sido usadas
luvas
Elevar a cabeceira da cama do paciente de 30° a 45° para evitar aspiração do
conteúdo gástrico, caso não exista contra-indicação
Verificar a posição da sonda enteral antes de infundir a dieta.
Aspirar adequadamente às secreções acima da região glótica antes de manipular
o cuff da cânula endotraqueal
Ajustar volume da dieta enteral, baseado no volume gástrico residual
No pós-operatório, estimular a respiração profunda e a deambulação o mais
precoce possível
Não realizar rotineiramente culturas de vigilância (secreção traqueal,
equipamentos, etc)
Não administrar antimicrobianos rotineiramente para prevenção de pneumonia
Entubação
Usar luvas estéreis, máscara, óculos de proteção e avental
Evitar a contaminação da cânula antes da introdução na orofaringe
Traqueostomia
Traqueostomia convencional deve ser realizada em sala de cirurgia, exceto nos
casos de urgência
Traqueostomia percutânea pode ser realizada a beira do leito. Para este
procedimento, o operador deve utilizar paramentação completa, colocar campos
estéreis cobrindo todo o paciente e preparar a pele do paciente com PVPI ou
clorexidina degermante seguido de PVPI ou clorexidina alcoólico.
Utilizar luvas estéreis para trocar a cânula de traqueostomia
O curativo da traqueostomia deve ser trocado diariamente e/ou quando úmido
e/ou sujo
Aspiração orotraqueal
Usar luvas estéreis, máscara cirúrgica e óculos de proteção

152 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Aspirar sempre que houver necessidade e não em intervalos pré-fixados.


Aspirar os pacientes entubados na seguinte ordem: traquéia, nariz e por último
a boca
Trocar sistema fechado de aspiração (trachecare) quando visivelmente sujo ou
com mau funcionamento
O calibre da sonda de aspiração não deve ser superior à metade do diâmetro
do calibre da cânula endotraqueal. O “cuff” deve ser testado antes do
procedimento.
Utilizar sonda de aspiração estéril de uso único para a aspiração orotraqueal.
Quando houver necessidade de aspirar a boca do paciente entubado, realizar
este procedimento após a aspiração traqueal e nariz.
Usar soro fisiológico estéril para fluidificar a secreção espessa (1 a 2 ml criança
e 3 a 5 ml adulto).
Os sistemas fechados de aspiração não demonstraram, até o momento,
diminuição na incidência de pneumonia hospitalar

RESPIRADORES
As peças de extensão, conectores avulsos e circuitos devem ser trocados entre
pacientes e devem ser submetidas à desinfecção de alto nível ou esterilização
Os circuitos respiratórios não devem ser trocados rotineiramente. Trocar somente
quando visivelmente sujo ou com mau funcionamento
Até o momento, o uso de filtros não mostrou redução na incidência de
pneumonias hospitalares, portanto não estão recomendados para este fim. Se
forem utilizados, não há necessidade de troca rotineira
O condensado que acumula no circuito deve ser desprezado, a fim de evitar
que retorne ao paciente ou ao umidificador
A máquina interna dos ventiladores e respiradores não devem se esterilizados
ou desinfetados rotineiramente entre pacientes

SUMÁRIO 153
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Cuidados com equipamentos respiratórios e acessórios

Definição
Procedimentos realizados que asseguram o bom funcionamento dos
equipamentos assistência respiratória, acessórios e materiais

Objetivo
Realizar a limpeza adequada dos equipamentos.
Realizar a desinfecção ou esterilização adequada dos equipamentos de assistência
respiratória e seus acessórios

Medidas gerais
Higienizar as mãos antes e depois do contato com os equipamentos e seus
acessórios;
Realizar limpeza mecânica do equipamento com tecido macio e água e sabão;
Realizar limpeza e desinfecção ou esterilização dos acessórios de assistência
respiratória conforme recomendação na tabela a seguir;
Desprezar periodicamente o líquido condensado no circuito, com cuidado
para não refluir para o paciente e/ou para o umidificador;
Trocar todos os circuitos e/ou material de assistência ventilatória entre os
pacientes e sempre que visivelmente sujo ou danificado. Quando em uso
intermitente, no mesmo paciente, guardar seco e protegido em saco plástico;
Usar água estéril, de uso individual, nos umidificadores e nebulizadores. Trocar
pelo menos uma vez ao dia, desprezando o resíduo;
Usar EPIs para manipular secreções respiratórias ou objetos contaminados
com secreções respiratórias de qualquer paciente
Antes de submeter ao reprocessamento, consultar as recomendações do
fabricante.

154 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

MATERIAL TRATAMENTO TIPO FREQUENCIA DE TROCA


e OBSERVAÇÕES
Ressucitador Desinfecção Termodesinfecção - Entre pacientes
manual (Ambu): ou ou Formaldeído a baixa - Sempre que sujo
- máscara Esterilização temperatura (VBTF) ou
- reservatório Óxido de Etileno ou Manter protegido em saco
Vapor Saturado sob pressão plástico quando em uso
intermintente
BIPAP: Desinfecção Termodesinfecção ou
circuito (USO ou Óxido de etileno ou Entre pacientes e
PERMANENTE) Esterilização VBTF ou vapor saturado sempre que sujo
sob pressão
BIPAP: máscara Entre pacientes e
com bojo Esterilização Óxido de etileno sempre que sujo
insuflável,
BIPAP: máscara Desinfecção Termodesinfecção ou
com membrana ou VBTF, óxido de etileno ou Entre pacientes e
de silicone, (USO Esterilização vapor saturado sob pressão sempre que sujo
PERMANENTE)
BIPAP: touca Limpeza Encaminhar a lavanderia Entre pacientes e
de pano sempre que sujo
BIPAP e CPAP:
- Sensores de Esterilização VBTF ou Entre pacientes e
pressão Óxido de etileno sempre que sujo
- Conectores
- Válvula exalatória
Cabo de Desinfecção Limpeza com água e sabão se- Entre pacientes e
laringoscópio guido de fricção com álcool 70% quando sujo
Cânula de Desinfecção ou Termodesinfecção ou Entre pacientes e
Guedel Esterilização VBTF ou Óxido de Etileno sempre que sujo
ou Vapor sob pressão
Capnógrafo Desinfecção Termodesinfecção ou Entre pacientes e
(adaptador com ou Esterilização Óxido de Etileno ou sempre que sujo
sensor) Formaldeído a baixa Ao trocar o circuito
temperatura
Respirador Desinfecção ou Termodesinfecção ou Entre pacientes e
(Circuito) Esterilização VBTF ou sempre que sujo
Óxido de etileno
Circuito Termodesinfecção ou Entre pacientes trocar o
Respirador Desinfecção ou VBTF ou óxido de etileno filtro antibacteriano e viral
(Centro Cirúrgico/ Esterilização ou Vapor saturado Trocar todo o circuito a
anestesia) sob pressão cada 24 horas
Extensão de Descartável NÃO SE APLICA Entre pacientes
aspirador ou quando sujo

SUMÁRIO 155
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

MATERIAL TRATAMENTO TIPO FREQUENCIA DE TROCA


e OBSERVAÇÕES
Fio guia (mandril) Desinfecção ou Termodesinfecção ou Após cada uso
Esterilização óxido de etileno
Frasco de vidro Desinfecção Termodesinfecção ou
para aspiração ou VBTF ou óxido de etileno Entre pacientes
(secreção Esterilização ou vapor saturado sob ou quando cheio
respiratória) pressão
Frasco para
aspiração de Descartável NÃO SE APLICA Entre pacientes ou
plástico (secreção quando cheio
respiratória)
Inalador: Termodesinfecção ou Entre pacientes e
- copo Desinfecção VBTF ou óxido de etileno sempre que sujo
- máscara ou ou Vapor saturado
- extensão Esterilização sob pressão Após cada uso, secar e
guardar em saco plástico
limpo
Lâmina de Limpeza com água e sabão Após cada uso
laringoscópio Desinfecção seguido de fricção com Manter protegido em
álcool 70% saco plástico
Máscara Esterilização Peróxido de hidrogênio ou Entre pacientes ou
“total face” VBTF ou óxido de etileno sempre que sujo
Máscara de Esterilização Termodesinfecção Entre pacientes ou
venturi VBTF ou Óxido de etileno sempre que sujo
Máscara para Desinfecção Termodesinfecção ou
traqueostomia ou VBTF ou vapor saturado Entre pacientes ou
(USO Esterilização sob pressão ou óxido de sempre que sujo
PERMANENTE) etileno
Medidor de Limpeza com água e sabão Entre pacientes e
pressão do Desinfecção seguido de fricção sempre que sujo
“Cuff” com álcool 70%
Monitores e seus Desinfecção Fricção com álcool 70% ou Entre pacientes e
Acessórios conforme recomendação sempre que sujo
do fabricante
Nebulizador: Desinfecção Termodesinfecção ou Entre pacientes e
- copo ou VBTF ou Vapor saturado sempre que sujo
- máscara Esterilização sob pressão ou Trocar a água diariamente,
- extensão Óxido de etileno desprezar resíduo antes
Oxímetro e Desinfecção Fricção com álcool 70% ou Entre pacientes e
acessórios conforme recomendação sempre que sujo
do fabricante

156 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

MATERIAL TRATAMENTO TIPO FREQUENCIA DE TROCA


e OBSERVAÇÕES
Peak flow Descartável Não se aplica Trocar bocal e filtro
(bocal e filtro) entre pacientes

Esterilização VBTF ou óxido de etileno Entre pacientes e


(equipamento) e sempre que sujo
Umificador Desinfecção ou Termodesinfecção ou - Entre pacientes
(de parede) Esterilização Formaldeído a baixa semrpre que sujo
temperatura ou Óxido
de Etileno Trocar a água diariamente,
desprezar resíduo antes
Tenda Desinfecção Limpeza com água e sabão
de oxigênio seguido de fricção com
álcool 70% Entre pacientes e
sempre que sujo
Capacete de Esterilização Formaldeído a baixa tempe-
oxigênio ratura ou óxido de etileno
Touca de tecido Limpeza Encaminhar a lavanderia Entre pacientes e
(CPAP ou BIPAP) sempre que sujo
Trocador de Desinfecção ou Termodesinfecção ou VBTF Entre pacientes e
umidade e calor Esterilização ou óxido de etileno sempre que sujo
Válvula Desinfecção ou Termodesinfecção ou VBTF - Entre pacientes
unidirecional Esterilização ou óxido de etileno - Na troca do circuito
respiratório
- Sempre que sujo
Ventilômetro Desinfecção Álcool 70% Entre pacientes

SUMÁRIO 157
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Prevenção de infecção de sítio cirúrgico


A infecção de sítio cirúrgico é a causa mais comum das infecções em pacientes
cirúrgicos. A infecção leva a considerável elevação dos custos no cuidado do
paciente, além de aumentar o tempo de internação, a morbidade e mortalidade.

MEDIDAS PREVENTIVAS
Tratar qualquer infecção que o paciente manifeste antes do procedimento
cirúrgico, a não ser que a cirurgia seja parte integrante do tratamento
Instruir o paciente a parar de fumar 1 mês antes da cirurgia
Compensar as doenças de base (p.ex., diabetes)
Reduzir o excesso de peso
Descontinuar o uso ou reduzir a dose de esteróide
Melhorar o estado nutricional do paciente
Diminuir ao máximo o tempo de internação pré-operatória
Examinar minuciosamente o paciente no pré-operatório, atentando para lesões
de pele que inviabilizem a cirugia

PRÉ-OPERATÓRIO
Tricotomia
Realizar apenas se houver interferência do pêlo com o procedimento cirúrgico
e/ou cuidado da ferida no pós-operatório
A área de remoção deverá ser determinada pelo médico cirurgião e ter a menor
extensão possível
Realizar imediatamente antes do encaminhamento do paciente ao centro
cirúrgico
Cortar os pêlos sem lesar a pele e sem umedecê-lo. A remoção dos resíduos
deverá ser realizada com solução fisiológica recentemente aberta
Utilizar tricotomizador elétrico

Banho pré-operatório
Nas cirurgias eletivas, o banho deverá ser realizada com anti-séptico degermante
antes do encaminhamento para o centro cirúrgico, mesmo que a área cirúrgica
seja pequena p.ex., blefaroplastia, ritidoplastia, etc.

CENTRO CIRÚRGICO
Degermação da pele do paciente
Utilizar solução anti-séptica degermante
O excesso de degermante poderá ser removido com solução fisiológica e
compressa estéril

158 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

A seguir utilizar solução anti-séptica* alcoólica com o mesmo princípio ativo


do degermante utilizado (PVPI ou clorexidina)
A aplicação deverá ser do centro para a periferia, com secagem espontânea.
OBS:
Em cirurgias oftálmicas, o PVPI (tópico) ou solução aquosa (clorexidina) pode
ser utilizado. Em cirurgias plásticas de face e ginecológica recomenda-se
clorexidina (tópica)
Em cirurgias laparoscópicas a mesma recomendação quanto à tricotomia,
degermação e anti-sepsia deve ser seguida.
*A clorexidina alcoólica é mais eficiente na redução da microbiota da pele do
que o PVPI, possui maior ação residual e não é inativada por sangue ou proteínas.

PREPARO DA EQUIPE CIRÚRGICA


Degermação das mãos
Manter as unhas curtas e retirar jóias das mãos e antebraços;
Utilizar solução anti-séptica degermante, escova estéril com cerdas macias e
de uso individualizado;
Escovar meticulosamente as mãos e antebraços, com ênfase nos espaços
interdigitais e leitos sub-ungueais por 5 minutos. Em cirurgias consecutivas, é
aceitável o tempo de escovação de 3 minutos;
Após a escovação, manter os braços em flexão com as mãos para cima;
Enxugar as mãos e antebraços com compressas esterilizadas.

Paramentação da equipe cirúrgica


Utilizar gorro cobrindo todo o cabelo;
Utilizar máscara cobrindo totalmente a boca, o nariz e os pêlos da face ao
entrar na sala, desde o início da cirurgia ou se instrumentais estéreis estiverem
expostos;
Usar avental e luvas estéreis;
Utilizar sapatos fechados e limpos. Apesar de não haver evidência de que o
uso do propé reduza os índices de infecção do sítio cirúrgico, deverá ser mantido
com a finalidade de proteger o calçado de respingos com sangue, secreções e
excreções.

Outras informações:
Utilizar óculos ou similares para a proteção individual da mucosa ocular;
O avental e as luvas deverão ser trocados se ocorrer contaminação durante o
ato operatório;
Se ocorrer dano às luvas, estas deverão ser trocadas;
Realizar troca de luvas antes do implante de próteses ou enxertos, antes do
SUMÁRIO 159
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

fechamento da pele e subcutâneo em cirurgias infectadas e antes do 2º tempo


de cirurgias artroscópicas e urológicas;
O uso de dois pares de luvas (luva dupla) pode ser uma opção para reduzir o
risco ocupacional por acidentes com sangue e fluidos corpóreos;
A paramentação básica de outros profissionais na sala operatória deverá incluir
o uso de gorro, máscara, roupa privativa e equipamento de proteção individual
quando necessário;
O anestesista que for inserir cateteres venosos centrais deverá vestir
paramentação completa, realizar a degermação e antisepsia da pele do paciente
e cobri-lo com campos cirúrgicos estéreis antes da punção;
A roupa privativa é de uso exclusivo e interno ao centro cirúrgico;
Utilizar aventais impermeáveis quando a cirurgia oferecer risco de exposição a
grande quantidade de sangue e fluidos corporais.

Cuidados com material utilizado no Centro Cirúrgico


Todo instrumental utilizado na cirurgia deve ser esterilizado;
Atentar para o prazo de validade de esterilização do produto e as condições
das embalagens e artigos cirúrgicos.

Preparo e manutenção da sala de cirurgia


Realizar a limpeza concorrente e terminal diária seguindo as recomendações
do Serviço de Higiene e Limpeza deste Hospital;
A sala operatória deverá ficar fechada durante a cirurgia, com o objetivo de
manter:
- as condições de ventilação e trocas de ar dentro das normas estipuladas;
- a umidade e temperatura adequadas;
- a pressão positiva dentro da sala em relação aos corredores;
- o número mínimo de pessoas dentro da sala;
- apenas o material necessário para cada cirurgia dentro da sala operatória.
Não fechar a sala ou realizar limpeza especial após cirurgias contaminadas ou
infectadas.

Princípios básicos de profilaxia antimicrobiana


Nos procedimentos cirúrgicos em que estiver indicado profilaxia antimicrobiana,
esta deverá ser realizada da seguinte forma:
Escolha da droga: específica para cada procedimento, evitando utilizar drogas
reservadas para o tratamento de infecções hospitalares ou com grande toxicidade.
Via: sempre endovenosa.
Momento de início: durante a indução anestésica (exceto em obstetrícia em
que a profilaxia é indicada após o clampeamento do cordão umbilical).

160 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Doses suplementares: serão administradas quando necessárias, durante a


cirurgia ou após o fechamento da incisão.
Duração: não superior a 24 horas (a concentração tecidual do antimicrobiano
durante o ato cirúrgico é considerada suficiente).
Responsabilidade da administração: Anestesista.
Ver Padronização de Antibioticoprofilaxia (pags 87 a 106)

Cuidados com a ferida operatória - recomendações gerais:


Manter curativo fechado nas primeiras 24 horas (gaze com micropore ou filme
absorvente);
Para retirar o curativo: higienizar as mãos e calçar luvas de procedimento;
Retirar o curativo umedecendo com solução fisiológica *;
Realizar o curativo com técnica asséptica;
Se a ferida apresentar-se limpa e seca, deixá-la descoberta (não há necessidade
de realizar curativo);
Se a ferida apresentar secreção hemática ou sero-hemática, realizar limpeza
do local com solução fisiológica* realizando movimentos delicados do centro
da ferida para a periferia, utilizando luvas estéreis ou pinças estéreis e cobrir a
ferida;
Não utilizar anti-séptico para a realização dos curativos;
Trocar o curativo quando sujo e/ou úmido;
Proteger o curativo no momento do banho;
Higienizar as mãos após a realização do curativo;
Em feridas infectadas consultar o especialista pois há opções de curativos
especiais;
A retirada dos pontos deverá seguir a orientação do cirurgião;
Não há consenso quanto à necessidade do curativo permanecer ocluído após
as 24h.
* A solução fisiológica deverá ser aberta no momento de realizar o curativo e
desprezada logo após o uso

SUMÁRIO 161
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Recomendações para o uso de anti-sépticos


Solução Degermante (clorexidina 2% ou PVPI 10%)
Preparo das mãos do profissional de saúde, antes da realização de
procedimentos invasivos, p.ex., cirurgias, instalação de cateteres vasculares e
urinários.
Degermação das mãos do profissional de saúde após cuidado do paciente
colonizado ou infectado por patógenos multiresistentes, ex. Acinetobacter
baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes a imipenen, cefalosporinas e
quinolonas, Staphylococus aureus sensível somente a vancomicina.
Degermação da pele do paciente, antes de procedimentos invasivos (p.ex,
cirurgia, cateter venoso central). Após a degermação realizar anti-sepsia com
solução alcoólica.
Observações
Não usar para curativos.
Não usar em mucosas.

Solução Alcoólica (clorexidina 0,5% ou PVPI 10%)


Preparo pré-operatório da pele do paciente após degermação.
Preparo da pele do paciente para realização de procedimentos invasivos
percutâneos, ex. biópsias, instalação de cateteres vasculares, diálise, etc.
Preparo da pele do paciente antes da coleta de material biológico para a
realização de exames microbiológicos.
Realização de curativo de local de inserção de cateteres vasculares.
Observações
Não usar em mucosas.
Não usar para a degermação/anti-sepsia das mãos do profissional de saúde.
Não usar para curativos de ferida cirúrgica, úlceras de decúbito e outras lesões
na pele, etc.

Solução de clorexidina tópica ou aquosa 2%


Preparo de mucosas para realização de procedimentos cirúrgicos (adequar
diluição necessária ao tipo de procedimento).
Preparo de região genital antes da instalação de cateter urinário.
Em procedimentos odontológicos.

162 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Observações
Não usar para preparo de pele do paciente cirúrgico.
Não usar para degermação/anti-sepsia das mãos de profissionais de saúde.
Não usar para curativo da ferida cirúrgica ou de lesões de pele e mucosa.

Considerações Gerais:
Em recém-nascidos, utilizar solução de clorexidina para procedimentos invasivos,
incluindo cirurgia.
Em cirurgias oftálmicas o PVPI tópico 10% pode ser utilizado.
Em cirurgias plásticas de face e ginecológicas recomenda-se o uso de clorexidina
tópica

Recomendações para o uso de anti-sépticos

PROCEDIMENTO ANTI-SÉPTICO DE ESCOLHA ALTERNATIVA


Procedimentos Clorexidina degermante 2% PVPI degermante 10%
invasivos
Cuidados com
HIGIENIZAÇÃO pacientes em Clorexidina degermante 2% Álcool gel a 70%
DAS MÃOS isolamento
Cuidados com Água e sabão ou
pacientes em Não recomendado Álcool gel a 70%
geral
CATETER VENOSO Inserção e Clorexidina alcoólica 0,5% PVPI alcoólico 10%
CENTRAL E Curativo
PERIFÉRICO Manipulação Álcool etílico a 70% Clorexidina
alcoólica 0,5%
CATETER VESICAL Inserção Clorexidina aquosa 2% PVPI tópico 10%
Manipulação Não indicado uso de Não indicado uso de
anti-séptico anti-séptico
CIRURGIA Banho Clorexidina Água e sabão
pré-operatório degermante 2%
Escovação
cirúrgica das Clorexidina degermante 2% PVPI degermante 10%
mãos
Degermação da Clorexidina degermante 2% PVPI degermante 10%
pele do paciente
Anti-sepsia da Clorexidina alcoólica 0,5% PVPI alcoólico 10%
pele do paciente
Curativo de Não indicado uso de Não indicado uso de
ferida cirúrgica anti-séptico anti-séptico

SUMÁRIO 163
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Tuberculose – Biossegurança e Precaução Respiratória


Proteção respiratória:
Profissionais de Saúde devem utilizar máscara N95 (equivalente PFF2) ao
entrar em contato com pacientes com suspeita ou confirmação de Tuberculose
bacilífera, ou em ambientes com alto risco de gerar aerossóis (Exemplo: salas de
broncoscopia, inalação com pentamidina, salas de autópsia, manipulação de
material biológico potencialmente contaminado).
As máscaras N95 (PFF2) podem ser reutilizadas por períodos longos pelo mesmo
profissional enquanto apresentar-se íntegra, seca, limpa e com boa vedação.
As máscaras cirúrgicas comuns não oferecem proteção adequada quando
utilizadas pelos profissionais, ficando seu uso restrito na contenção das partículas
no momento em que são geradas. Assim, são indicadas para os pacientes
bacilíferos fora dos locais de isolamento.

Pacientes internados - mantê-los em PRECAUÇÃO RESPIRATÓRIA PARA


AEROSSÓIS:
Quarto individual.
Pressão negativa em relação às áreas adjacentes.
A exaustão do ar deve ser feita para ambiente externo (longe de calçadas,
janelas que podem ser abertas, pessoas, animais e correntes de ar). Se o ar for
recirculado deve ser filtrado através de filtro HEPA.
No caso do paciente necessitar ser transportado, este deve utilizar máscara
cirúrgica cobrindo boca e nariz.
Não havendo a disponibilidade de quarto com pressão negativa, colocar em
quarto individual com portas fechadas e desligar o ar condicionado.

Pacientes ambulatoriais:
Agendar as consultas ao longo do turno, priorizando o atendimento de
pacientes bacilíferos e suspeitos.
Agendar as consultas de pacientes bacilíferos em horas de menor fluxo.
Oferecer máscara cirúrgica para pacientes bacilíferos ou suspeitos.
Somente utilizar ar condicionado desde que instalados exaustores ou filtros
HEPA.

Durante a consulta:
Manter as janelas abertas para ambiente externo quando possível.
Direcionar o fluxo de ar para a janela (ou porta) da sala de atendimento
utilizando ventilador de pé, de modo que o ar forme uma “barreira” entre o
médico e o paciente.

164 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Exaustores podem ser utilizados desde que a porta seja mantida fechada.

Transporte de paciente
O paciente deve utilizar máscara cirúrgica
Minimizar número de transportes
Agendar exames preferencialmente ao final do turno
O paciente não deve ficar na sala de espera antes ou após a realização do
exame.

SUMÁRIO 165
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Vacinação de profissionais de saúde


Todos os adultos devem receber as vacinas recomendadas para sua faixa etária.
A imunização dos profissionais de saúde tem como objetivo a proteção individual
do trabalhador contra doenças às quais esses indivíduos estão mais expostos,
em decorrência de sua profissão. A imunização dos trabalhadores de instituições
de saúde visa, também, a prevenção da transmissão nosocomial dessas doenças,
particularmente para pacientes com risco aumentado de doenças graves e/ ou
suas complicações.

Tabela 1. Esquema básico de vacinação para profissionais de saúde:

Vacina Esquema básico Reforço


dT (dupla adulto, (contra 3 doses, com intervalos 1 dose a cada
difteria e tétano) 1 de 2 meses 10 anos
SCR (tríplice viral, contra
sarampo, caxumba e 1 dose Não
rubéola) 2, 3, 4
Varicela 2, 4, 5 2 doses, com intervalo Não
de 2 meses
Influenza 2, 6 1 dose anual
Hepatite B 6, 7 3 doses (0, 1 e 6 meses) Não 8

1. Esquema completo de 3 doses da vacina dupla adulto (dT) é necessário para


alcançar nível adequado de proteção contra tétano e difteria em pessoas
presumivelmente não vacinadas no passado. Indivíduos vacinados na infância e
que receberam última dose há e”10 anos, uma dose da vacina é suficiente para
alcançar títulos de anticorpos protetores contra ambas as doenças. Indivíduos
com esquema inicial incompleto devem receber número de doses necessárias
para completar o esquema básico, não havendo necessidade de re-iniciar o
esquema. O uso de doses adicionais pode aumentar a reatogenicidade, sem
acrescentar qualquer vantagem.

2. Recomendada para todos os trabalhadores de uma instituição de saúde,


independente de sua ocupação e de terem ou não contacto direto com pacientes.

166 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

3. São consideradas evidências aceitáveis de imunidade contra sarampo, caxumba


e rubéola: teste sorológico positivo para anticorpos específicos, documentação
de vacinação prévia adequada e história de doença diagnosticada por médico.
Relato de vacinação prévia sem documento comprobatório e história auto-referida
de doença não são critérios confiáveis para predizer imunidade. Não há
necessidade de triagem sorológica pré-vacinação. Pelo contrário, triagem
sorológica pode constituir uma barreira à imunização adequada. Da mesma
forma, não há necessidade de comprovação sorológica para aqueles que
apresentarem outra evidência de imunidade (vacinação adequada ou doença
passada adequadamente diagnosticada). O esquema recomendado é de dose
única no momento de admissão ao trabalho, ou durante o curso, no caso de
estudantes.

4. A vacina é contra indicada para imunodeprimidos e gestantes, por ser de


vírus vivos atenuados.

5. Todos os profissionais de saúde suscetíveis devem ser vacinados contra varicela.


Ao contrário do que ocorre com o sarampo, a história clínica positiva de varicela
(ou herpes zoster) prévia é confiável na avaliação de imunidade contra a doença.
Entretanto, a maioria dos adultos com história negativa ou incerta também são
soropositivos para o vírus da varicela-zoster (VVZ). É recomendada a triagem
sorológica dos profissionais com história clínica de varicela negativa ou incerta,
exceto se houver contra-indicação à vacina. A realização de teste sorológico
pós-vacinação não é necessária (Figura 1).

6. Gestação e lactação não constituem contra-indicações à vacinação.

7. Todos os profissionais cujas atividades envolvam contacto regular com pacientes


ou com sangue e outros fluidos devem ser vacinados contra hepatite B. Estudantes
da área da saúde devem ser vacinados antes do início de seu treinamento.
Os profissionais de saúde podem ser vacinados sem serem submetidos à triagem
sorológica prévia. Mas, por conta de seu risco ocupacional e considerando que
condutas clínicas subseqüentes, em caso de exposição a sangue ou outros fluidos,
serão dependentes do conhecimento de seu “status” sorológico, profissionais
de saúde devem realizar teste sorológico - pesquisa de anticorpos contra o AgHBs
(anti-HBs), 30 a 60 dias após a última dose da vacina. Títulos de anticorpos anti-
HBs iguais ou maiores que 10 mUI/ml são considerados protetores.
Re-vacinação, com três doses adicionais da vacina, é recomendada para os que
não responderam ao esquema básico. Não há evidências de que doses adicionais
da vacina sejam capazes de induzir resposta humoral em pessoas saudáveis que

SUMÁRIO 167
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

não responderam após o segundo esquema vacinal completo (seis doses).


Profissionais da saúde que não apresentaram resposta humoral após o segundo
esquema vacinal devem ser considerados suscetíveis à hepatite B, devendo receber
profilaxia específica em caso de acidente ocupacional com exposição a sangue
de pacientes AgHBs positivo (Figura 2).

8. O desenvolvimento de resposta humoral protetora após a vacinação (anti-


HBs e” 10 mUI/ml) é associado à imunidade de memória de longa duração, que
persiste mesmo quando os títulos de anticorpos caem para níveis indetectáveis,
não havendo, portanto, necessidade de doses de reforço da vacina para pessoas
saudáveis.

Figura 1. Fluxograma para imunização de profissionais de saúde contra varicela.

História prévia de varicela


(ou herpes zoster)

Sim Não ou desconhecida

Encerrar. Teste sorológico (pesquisa


Não há necessidade de anticorpos anti-VVZ)
de vacinação, nem de
comprovação sorológica

positivo negativo

Encerrar. Não há Vacinar: 2 doses com


necessidade de intervalo 2 meses.
vacinação Não há necessidade de
teste sorológico pós-
vacinação

168 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Figura 2. Fluxograma de imunização contra hepatite B para profissionais de


saúde. Modificado de Poland [1998].

Vacina contra hepatite B


3 doses (20 µg)

Teste sorológico (anti-HBs)

< 10 mUI/ml > 10 mUI/ml

O teste foi realizado encerrar


1 a 6 meses após a
última dose?

não sim

Aplicar 1 dose da vacina Administrar 2º esquema


(20 µg) e repetir o anti-HBs (3 doses de 40 µg)
4 a 12 semanas após

> 10 mUI/ml < 10 mUI/ml

encerrar Completar 2º Repetir o anti-HBs após 4


esquema a 12 semanas

< 10 mUI/ml > 10 mUI/ml

Verdadeiro não respondedor encerrar

SUMÁRIO 169
Recomendações
Doses para Prevenção de Infecção Hospitalar
de Antimicrobianos

DOSES DE ANTIMICROBIANOS
Função renal normal

DOSES
Antimicrobiano Pediátrica (dose/kg/dia) Adulto (dose/dia) Intervalo
Ácido Nalidíxico 33-55 mg 2-4 g 6h
Amicacina 15 mg 15 mg/kg/dia d.u. diária
Amoxacilina + 20-50 mg de 0,75-1,5 g 8-12h
Ácido Clavulânico Amoxacilina
Ampicilina IV 100-400 mg 2-12 g 6h
Ampicilina VO 50-100 mg 1-2 g 6h
Ampicilina + 100-400 mg de 6-12 g 6h
Sulbactam Ampicilina
Anfotericina B 0,5-1,5 mg idem 24h
Anfotericina B 3-5 mg idem 24h
Coloidal
Anfotericina B 3-5 mg idem 24h
Lipossomal
Azitromicina 5-10 mg 250-500 mg 24h
Aztreonam 75-150 mg 3-8 g 6-8h
Cefaclor 40 mg 0,75-1,5 g 8h
Cefadroxila 30 mg 1-2 g 12h
Cefalexina 25-100 mg 1-4 g 6h
Cefalotina 50-125 mg 2-12 g 6h
Cefazolina 50-100 mg 2-6 g 8h
Cefepima 100-150 mg 2-4 g 8-12h
Cefixima 8 mg 400 mg 12-24h
Cefoperazona 50-200 mg 2-4 g 8-12h
Cefotaxima 100-200 mg 2-12 g 6h
Cefotetana 40-80 mg 2-6 g 12h
Cefoxitina 100-150 mg 4-12 g 6h
Cefpodoxima proxetila 10 mg 200-800 mg 12-24h
Cefprozila 15-30 mg 0,5-1 g 12h
Ceftazidima 100-150 mg 2-6 g 8h
Ceftriaxona 50-100 mg 1-4 g 12-24h
Cefuroxima IV 75-150 mg 2,25-4,5 g 8-12h
Cefuroxima VO 20-30 mg 0,5-1 g 8-12h
Cetoconazol 5-10 mg 200-400 mg 12-24h
Ciprofloxacino IV 10-20 mg 400 - 800 mg 12h
Ciprofloxacino VO 20-30 mg 1 – 1,5 g 12h
Claritromicina 15 mg 0,5-1 g 12h

170 SUMÁRIO
Doses
Recomendações para Prevenção dede Antimicrobianos
Infecção Hospitalar

DOSES
Antimicrobiano Pediátrica (dose/kg/dia) Adulto (dose/dia) Intervalo
Clindamicina IV 20-40 mg 1,8 - 2,7 g 6-8h
Clindamicina VO 20-30 mg 0,6 -1,8 g 6h
Cloranfenicol 50-100 mg 2-4 g 6h
Colistina 2,5 mg 4-6 milhões UI ou 8-12h
3 a 5 mg/kg/dia
atinox 300mg*
Doxiciclina 2,5-5 mg 100-300 mg 12-24h
Eritromicina 30-50 mg 1-4g 6h
Fluconazol 3-10 mg 100-400 mg 24h
Gentamicina 7,5 mg 3-5 mg/Kg/dia d.u. diária
Griseofulvina 10-15 mg 0,5-1 g 12h
Imipenem + 50-100 mg 2-3 g 6-8h
Cilastatina
Itraconazol 3-6 mg 200-400 mg 12-24h
Meropenem 60-120 mg 1,5-6 g 8h
Metronidazol 30-50 mg 1,5 - 2 g 6-8h
Nitrofurantoína 5-7 mg 400 mg 6h
Oxacilina 100-300 mg 6-12 g 4-6h
Penicilina G benzatina 25.000-50.000 UI 1.200.000 UI dose única
Penicilina G cristalina 100.000-400.000 UI 4-30 milhões UI 4-6h
Penicilina G procaína 50.000 UI 0,6-4,8 milhões UI 12-24h
Penicilina V 25-50 mg 0,75-2 g 6-8h
Piperacilina + 150-400 mg de 12 g 6h
Tazobactam Piperacilina
Sulfametoxazol + 20-40 mg de 400-800 mg 12h
Trimetoprim Sulfametoxazol
Teicoplanina 10-20 mg 400 a 800mg 12-24h
Tetraciclina 25-50 mg 1-2 g 6h
<20 Kg : 125 mg
Terbinafina 20-40 Kg : 250 mg 500 mg 24h
>40 Kg : 500 mg
Ticarcilina + 200-400 mg de 4-16 g 6h
Ácido Clavulânico Ticarcilina
Vancomicina 40-60 mg 2g 6 - 12h

* checar apresentações pois há grande variedade entre marcas.

SUMÁRIO 171
Doses de Antimicrobianos
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Função renal alterada


Considerações sobre antimicrobianos e função renal
A creatinina plasmática (Cr) é um mau marcador da filtração glomerular (FG).
Geralmente a Cr eleva-se quando a FG já está comprometida em pelo menos 50%.
Utilizar fórmulas de estimativa da FG, como a Equação de Cockroft, que leva
em consideração sexo, peso e idade.

Cl Cr (ml/min)= (140 – idade) x peso/creatinina sérica (mg/dl) x 72

Mulheres = multiplicar por 0,85

Existem grupos de risco para nefrotoxicidade para os quais a monitorização


criteriosa da função renal, a correção de doses e a aplicação de medidas
preventivas estão indicadas.
Grupos de risco:
- idade > 65 anos
- desnutridos
- pacientes hipovolêmicos ou hemodinamicamente instáveis
- disfunção renal prévia: Cr basal maior que 1,4 mg/dl ou FG calculada < 60 ml/min.
- diabéticos, hepatopatas, nefróticos, cardiopatas, oncológicos
- associação com drogas nefrotóxicas

Considerações especiais sobre nefrotoxicidade


Aminoglicosídeos
Nefrotoxicidade: neomicina > genta = tobra > amicacina > estreptomicina
Maior risco: associação com diuréticos e outras drogas nefrotóxicas
Diminui o risco de nefrotoxicidade: dose única diária (não indicado para
neutropênicos, nem endocardite)

Vancomicina Clearance Intervalo


(ml/min) (dias)
Nefrotoxicidade questionável, mas provável, 120 0,5
principalmente quando combinada a outros agentes 100 0,6
nefrotóxicos, em particular aos aminoglicosídeos 80 0,75
Cálculo de intervalo conforme tabela 60 1
40 1,5
Colher vancocinemia no vale (imediatamente antes da
30 2
próxima dose) e aplicar nova dose se estiver na faixa 20 2,5
terapêutica (5-10) 10 4
Nefrotoxicidade associada a nível sérico > 20 mg/ml 5 6
0 12

172 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção
Doses de Antimicrobianos
de Infecção Hospitalar

Imipenem
Não é nefrotóxico mas considerar o risco de convulsão quando FG diminuída.

Anfotericina B
Maior risco: dose acumulada > 3g (até 80%), disfunção renal prévia
O risco de nefrotoxicidade diminui quando: hidratação com salina antes da
infusão, infusão lenta em 4-6h ou contínua em 24h
Indicações de formulações lipídicas: Cr > 2x o limite superior do normal para
a idade
Distúrbios eletrolíticos que podem preceder ou acompanhar a queda da FG:
hipomagnesemia, hipocalemia e acidose metabólica (renal).

Sulfas
Risco de precipitação de cristais

Trimetoprim
Risco de hipercalemia

Cefepime
Risco de alterações de consciência e crise convulsivas parciais em pacientes
com FG diminuída.

Aciclovir
Maior risco: disfunção renal prévia, altas doses, infusão rápida

Nefrite Intersticial Alérgica (NIA)


Drogas classicamente associadas com a NIA: rifampicina (principalmente com
uso intermitente), oxacilina, ampicilina, cefalosporinas, sulfametoxazol-
trimetoprim, vancomicina e quinolonas.
Suspeita: “rash” cutâneo, febre e eosinofilia acompanhando a diminuição da
FG, (somente em 30% dos casos todos esses aspectos clínicos estão presentes)

Drogas que não precisam de correção


Abacavir, azitromicina, caspofungina, ceftriaxone, cloranfenicol, clindamicina,
doxiciclina, efavirenz, indinavir, nelfinavir, nevirapina, pirimetamina

SUMÁRIO 173
174
Droga Dose Clearance Clearance Clearance Apresentação HC Observações
normal 50-90 10-50 < 10
Aciclovir 5-12,4 mg/kg - 8/8h 8/8h 12/12h ou 1x/d 2,5 mg/kg 1x/d 250mg/ amp
Amantadina 100 mg 12/12h 100 mg 1x/d 100 mg 48h 100 mg 7dias 100 mg/cp
Recomendações

Amicacina 15 mg/kg 1x/d 10 mg/kg 1x/d 7,5 mg/kg 48h 3 mg/kg 48h 50 mg/ml ou
(e Estreptomicina) 250 mg/ml
Amoxicilina 500 mg 8/8h 500 mg 8/8h 500 mg 12/12h 500 mg 1x/d 500 mg/cp
Amoxicilina 500 mg/125 8/8h 500 mg/125 8/8h 12/12h 1x/d 500 mg/125 mg /cp reduzir intervalo
Doses de Antimicrobianos

+ ác. Clavulânico da dose de


amoxicilina
Ampicilina 6/6h 6/6h 12/12h 1x/d 1 g/amp
Ampicilina + 2 g/1 g 6/6h 2 g/1 g 6/6h 2 g/1 g 12/12h 2 g/1 g 1x/d 2 g/1 g/amp
Sulbactam
Anfotericina B 1x/d 1x/d 1x/d 48h ver texto
Aztreonam 2 g 8/8h 2 g 8/8h 1 g 8/8h 500 mg 8/8h 1 g/amp
Cefazolina 1 g 8/8h 1 g 8/8h 1 g 12/12h 1 g 1x/d 1 g/amp

SUMÁRIO
Cefepima 2 g 12/12h 2 g 12/12h 2 g 1x/d 1 g 1x/d 1 g/amp
para Prevenção de Infecção Hospitalar

Cefotaxima 2 g 8/8h 2 g 8/8h 2 g 12/12h 2 g 1x/d 1 g/amp


Cefoxitina 2 g 8/8h 2 g 8/8h 2 g 12/12h 2 g 1x/d 1 g/amp
Ceftazidima 2 g 8/8h 2 g 12/12h 2 g 1x/d 2 g 48h 1 g/amp
Cefuroxima 750-1500 mg 8/8h 750-1500 mg 750-1500 mg 750-1500 mg 750 mg/amp
8/8h 12/12h 1x/d
Ciprofloxacino 400 mg 12/12h 400 mg 12/12h 200 mg 12/12h 200 mg 12/12h 200 mg/amp
Claritromicina 500 mg 12/12h 500 mg 12/12h 250 mg 8/8h 250 mg 12/12h 250 mg/cp ou
500 mg/amp
Didanosina 200 mg 12/12h 200 mg 12/12h 200 mg 1x/d 100 mg /d 25 e 100 mg/cp
Eritromicina 500 mg 6/6h 500 mg 6/6h 500 mg 6/6h 500 mg 12/12h 250 mg/cp
Etambutol 1x/d 1x/d 36h 48h 400 mg/cp
Etionamida 250-500 mg 12/12h 100% 100% 50% 250 mg/cp
Fanciclovir 500 mg 8/8h 500 mg 8/8h 500 mg 12/12h 250 mg 1x/d 250 mg/cp
Droga Dose Clearance Clearance Clearance Apresentação HC Observações
normal 50-90 10-50 < 10
Fluconazol 200 mg/d 200 mg/d 100 mg/d 100 mg/d
Ganciclovir 5 mg/kg 12/12h 5 mg/kg 12/12h 2,5 mg/kg 1x/d 1,25 mg/kg 500 mg/ampola
(indução) 3x/semana
Ganciclovir 5 mg/kg 1x/d 2,5 mg/kg 1x/d 1,25 mg/kg 1x/d 0,625 mg/kg 500 mg/ampola
(manutenção) 3x/semana
Gatifloxacino 400 mg 1x/d 400 mg 1x/d 200 mg 1x/dh 200 mg 1x/d 400 mg/cp ou amp
(e Moxifloxacino)
Gentamicina 5 mg/kg 1x/d 4 mg/kg 1x/d 4 mg/kg 48h 2 mg/kg 48h 10 mg/ml ou
(e Tobramicina) 40 mg/ml
Imipenem 500 mg 6/6h 500 mg 8/8h 250 mg 6/6h 250 mg 12/12h 500 mg/ampola
Isoniazida 400 mg/d 100% 100% 100% 100 mg/cp dar após diálise
Itraconazol 100-400mg/d 100% 100% 50% 100mg/cp
Lamivudina 150 mg 12/12h 150 mg 12/12h 50-150 mg 1x/d 25-50 mg 1x/d 150 mg/cp ou
10 mg/ml(vo)

SUMÁRIO
Levofloxacino 500 mg 1x/d 500 mg 1x/d 250 mg 1x/d 250 mg cada 48h 500 mg/cp ou amp 1a dose =
500 mg
Linezolida 600 mg 12/12h 600 mg 12/12h 600 mg 12/12h 600 mg 12/12h 600 mg/cp ou amp em ClCr<10 dar
após dialise
Meropenem 1000 mg 8/8h 1000 mg 8/8h 1000 mg 12/12h 500 mg 1x/d 500 ou 1000 mg/amp
Metronidazol 500 mg 8/8h 500 mg 8/8h 500 mg 8/8h 250 mg 8/8h 500 mg/amp
Nitrofurantoína 100 mg 100 mg evitar evitar 100 mg/cp
Recomendações para Prevenção

Ofloxacino 400 mg 12/12h 400 mg 12/12h 200 mg 12/12h 200 mg 1x/d 200 mg/cp ou
Doses

400 mg/amp
Penicilina 4-24 milhoes/d 100% 75% 25% variável
Pentamidina 1x/d 1x/d 1x/d 36h 300 mg/amp
de Infecção

Piperacilina + 4 g/500 mg 6/6h 4 g/500 mg 6/6h 2 g/500 mg 8/8h 2 g/250 mg 6/6h 4 g/500 mg/amp
Tazobactam
Pirazinamida 1,5-2g/d 100% 100% 50% 500 mg/d
Rifampicina 600 mg/d 600 mg/d 300-600 mg/d 300-600 mg/d 300 mg/cp dar após diálise
Hospitalar
de Antimicrobianos

175
176
Droga Dose Clearance Clearance Clearance Apresentação HC Observações
normal 50-90 10-50 < 10
Sulfametoxazol + 8/8h 12/12h 18/18 h 1x/d 400 mg + 80 mg
Trimetoprim /cp ou amp
Recomendações

Teicoplanina 400 mg 12/12h 400 mg 1x/d 400 mg 48h 400 mg 72h 200 ou 400 mg/amp
Terbinafina 250-500 mg/d 250-500 mg/d 250-500 mg/d não se sabe - 125-250 mg/cp
evitar
Tetraciclina 6/6h 8/8h 12/12h 1x/d 250 mg/cp
Doses de Antimicrobianos

Ticarcilina + 3 g/100 mg 6/6h 3 g/100 mg 6/6h 1500 mg/50 mg 1500 mg/50 mg 3 g/100 mg/amp
ác. clavulânico 6/6h 12/12h
Vancomicina 1 g 12/12h 1 g 12/12h 1 g 24-96h 1 g 4-7d 500 mg/amp ver texto
Zalcitabina 0,75 mg 8/8h 0,75 mg 8/8h 0,75 mg 12/12h 0,75 mg 1x/d 0,75 mg / cp
Zidovudina 200 mg 8/8h ou 200 mg 8/8h ou 200 mg 8/8h ou 100 mg 8/8h 100 mg/cp ou
300 mg 12/12h 300 mg 12/12h 300 mg 12/12h 10 mg/ml

SUMÁRIO
para Prevenção de Infecção Hospitalar
Recomendações para Prevenção de de
Doses Infecção Hospitalar
Antimicrobianos

Função hepática alterada


Antibióticos metabolizados no fígado, sem necessidade de ajuste no
hepatopata grave
Amoxacilina-clavulanato
Azitromicina
Aztreonan
Cefalotina
Cefotaxima
Ceftriaxone
Claritromicina
Fluconazol
Levofloxacino
Moxifloxacino
Oxacilina
Telitromicina

Antibióticos metabolizados no fígado, com necessidade de ajuste no


hepatopata grave

ANTIBIÓTICO Dose
• Caspofungina • 35 mg/dia na doença hepática moderada
Sem dados na doença grave
• Clindamicina • Diminuir 30%
• Cloranfenicol • Atingir nível sérico 5-20ug/ml
• Itraconazol -
• Metronidazol • Diminuir 50%
• Quinupristina/dalfopristina -
• Voriconazol • 6mg/kg12/12hs 2 dias
• 2mg/Kg 12/12hs
• Sem dados na doença grave

Antibióticos metabolizados no fígado com contra-indicação relativa


no hepatopata grave
Cefotetan
Cetoconazol
Eritromicina
Sulfonamidas
Tetraciclinas
SUMÁRIO 177
Doses de Antimicrobianos
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Uso de Anti-Infecciosos na Gestação


ANTIBIÓTICOS USO NA USO NA COMENTÁRIOS
GESTAÇÃO LACTAÇÃO
(CATEGORIA (OMS)**
FDA*)
Aminoglicosídeos • Se uso inevitável preferencial
Amicacina, Gentamicina, D S gentamicina, pois há mais estudos
Netilmicina,Tobramicina, de seu uso durante a gestação,
Estreptomicina sem relatos de teratogenicidade
• Compatível com aleitamento
materno
β-lactâmicos • Reação alérgica é o principal pro-
Penicilinas, penicilina com B S blema: indução de parto prematuro
inibidor de β-lactamase, por liberação de histamina
cefalosporinas, aztreonam • Pequena excreção no leite materno:
possíveis efeitos para o neonato
como modificação na flora intestinal
e reações alérgicas
• Ticarcilina: pode ser teratogênica
para roedores, devendo ser evitadas
em gestantes
• Piperacilina: usada entre 24 e 35
semanas em ruptura prematura de
membranas: não foram observados
efeitos adversos maternos ou fetais.
Pouco excretada no leite e conside-
rada compatível com amamentação
• Em estudo com grande número de
pacientes, o uso de amoxacilina-
clavulato foi associado com uma taxa
significativamente alta de enterocolite
necrotizante neonatal
• Aztreonam: estudos inconclusivos
no 1º trimestre da gestação: poten-
cial teratogênico não estabelecido
Imipenem-cilastatina C ND • Carbapenens: estudos animais não
demonstraram teratogenicidade, mas
aumento de abortos espontâneos
• Não encontramos na literatura es-
tudos que expliquem a diferença na
categorização entre meropenem e
imipenem
Meropenem B ?
Cloranfenicol C E • Sd do bebê cinzento:
– Fígado do RN não faz a conjugação
da droga: altas concentrações de
droga livre

178 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção
Doses
dede
Infecção
Antimicrobianos
Hospitalar

ANTIBIÓTICOS USO NA USO NA COMENTÁRIOS


GESTAÇÃO LACTAÇÃO
(CATEGORIA (OMS)**
FDA*)
Clindamicina B E
Linezolida C
Macrolídeos • Eritomicicina:
Eritromicina, Azitromicina B - Não utilizar a formulação estolato
devido ao riso de hepatotoxicidade
- Compatível com amamentação
Espiramicina • Espiramicina:
– Difusão pela placenta é incomum,
entretanto se concentra na placenta e
alcança concentrações suficientes
para diminuir a transmissão de
toxoplasmose
– Não trata o feto infectado
– Ausência de relatos de alterações
fetais
– Excretado no leite materno em
concentrações bacteriostáticas
Claritromicina C • Claritromicina
– Poucos estudos e resultados
contraditórios:
– Passagem pela placenta em grandes
quantidades
– Base fraca, com concentração no
leite materno podendo ter efeitos no
TGI do RN
Metronidazol B E • Incompatível com aleitamento
materno
Nitrofurantoína B S • Ausência de relatos de efeitos
teratogênicos
• Seguro mesmo no 1º trimestre
• Evitar uso próximo ao parto (risco
de anemia hemolítica em RN com
deficiência de G6PD)
• Compatível com a lactação, mas a
OMS recomenda evitar uso no 1º
mês de lactação, em prematuros,
deficiência de G6PD e icterícia
Polimixinas C

SUMÁRIO 179
Doses de Antimicrobianos
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

ANTIBIÓTICOS USO NA USO NA COMENTÁRIOS


GESTAÇÃO LACTAÇÃO
(CATEGORIA (OMS)**
FDA*)
Quinolonas • Alta concentração em líquido
Ciprofloxacino, C E amniótico e sangue do cordão
Ofloxacino,Levofloxacino, umbilical
Moxifloxacino, • Segurança do uso na gravidez é
Norfloxacino controverso: Estudos em animais:
desenvolvimento de artropatias e
alterações ósseas e de peso em roe-
doresEstudos em humanos: não hou-
ve demonstração de alterações arti-
culares e estudos incluindo RN de
mulheres expostas no 1º trimestre
não mostraram aumento no risco de
mal-formações
• Concentrações menores passam
para o leite materno. Ofloxacino e
norfloxacino: menor concentração no
leite materno
Ácido nalidíxico E • Ácido Nalidixico:
– Não passa a placenta
– Sem efeitos teratogênicos (animais/
humanos)
– Ação sobre ácidos nucleicos: evitar
1º trimestre da gestação
– Não é recomendado na lactação
– Indução de anemia hemolítica e
depressão medular
– Evitar em RN com deficiência de
G6PD
Sulfonamidas/Trimetropin C Ver • Pode competir com a bilirrubina
comentários nos sítios de ligação de albumina,
quando administrado no final da
gestação: aumenta o risco de
kernicterus
• Pode causar anemia no RN devido à
deficiência de G6PD
• Sulfadiazina: evitar na amamen-
tação, especialmente em <1mês
• Cotrimoxazol: Compatível, evitar
em prematuros e em <1 mês e
deficiência de G6PD
Tetraciclinas D
Teicoplanina ? • Droga não aprovada pelo FDA

180 SUMÁRIO
Recomendações para Prevenção de Infecção
Doses Hospitalar
de Antimicrobianos

ANTIBIÓTICOS USO NA USO NA COMENTÁRIOS


GESTAÇÃO LACTAÇÃO
(CATEGORIA (OMS)**
FDA*)
Vancomicina C ND • Potencial risco para ototoxicidade e
nefrotoxicidade fetal
• Sd do homem vermelho: grande
liberação de histamina pode levar a
contração uterina intensa podendo
levar a parto prematuro

SUMÁRIO 181
Recomendações
Doses de Antimicrobianos
para Prevenção de Infecção Hospitalar

USO NA USO NA COMENTÁRIOS


ANTI-FÚNGICOS GESTAÇÃO LACTAÇÃO
(CATEGORIA (OMS)**
FDA*)
Anfotericina B B ND • Não há relato de toxicidade
deoxicolato e durante a gravidez
formulações lipídicas • Poucos dados sobre uso na
lactação
• As formulações lipídicas tem menor
tamanho e altas maiores concen-
trações sangüíneas são detectadas,
podem ser fatores de passagem para
o leite materno e para o feto.
Caspofungina C • Não há estudos adequados em
mulheres grávidas
• Evidências de embriotoxicidade em
animais (ossificação incompleta do
crânio, aumento da reabsorção
óssea)
• Apresenta difusão placentária em
animais
• Excreção pelo leite
Fluconazol, C Fluconazol • Não devem ser usados na gestação:
Itraconazol, compatível evidências de teratogenicidade.
Cetoconazol Sérios riscos de mal formações com
Voriconazol e Cetoconazol
Voriconazol D
Flucitosina C ND
Terbinafina B

182 SUMÁRIO
Doses
Recomendações para Prevenção dede Antimicrobianos
Infecção Hospitalar

USO NA USO NA COMENTÁRIOS


ANTIPARASITÁRIOS GESTAÇÃO LACTAÇÃO
(CATEGORIA (OMS)**
FDA*)
Albendazol C S
Atovaquone C
Cloroquina C S
Ivermectina C
Mebendazol C S
Mefloquina C E
Pentamidina C ND
Pirimetamina C
Praziquantel B S
Quinidina C
Quinino X S Monitorar hemólise, icterícia
especialmente em prematuros e em
<1 mês

SUMÁRIO 183
Doses de Antimicrobianos
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

USO NA USO NA COMENTÁRIOS


ANTIVRAIS GESTAÇÃO LACTAÇÃO
(CATEGORIA (OMS)**
FDA*)
Aciclovir, Fanciclovir, B Aciclovir • Uso de aciclovir é preferido, pois
Valaciclovir compatível há mais estudos quanto a sua
segurança na gestação.
Amantadina e C • Nenhum estudo humano
Rimantadina adequado foi realizado
• Crianças expostas apresentaram
alterações cardio-vasculares
Cidofovir C
Foscarnet C • Apenas 1 relato de caso do uso de
foscarnet como tratamento em uma
gestante na 32º semana de gestação
não resultou em alterações para o
RN
• Uso na gestação deve ser reservado
para infecções com ameaça à vida
materna, onde o foscarnet é a única
opção
Ganciclovir C
Interferon C • Há poucos relatos com relação a
gestações de sucesso em mulheres
que foram tratadas com IFN no
tratamento de LMC e HCV durante a
gestação
Oseltamivir C • Estudos animais demonstram
alterações esqueléticas mínimas em
roedores de ambas as medicações
• Nenhum estudo humano
adequado foi realizado
Zanamivir B
Ribavirina X

* Categoria A: Estudos controlados em gestantes não apresentaram risco fetal; portanto uso seguro;
Categoria B: Estudos feitos em animais não demonstraram risco, porém não há estudos em humanos
ou animaisreprodutivos controlados demonstrando efeitos adversos; usar com cautela;
Categoria C: Estudos em animais mostrando efeitos adversos (teratogênico, embriocida, etc.) e não
há estudos em humanos ou não há estudos controlados em humanos e animais; só usar se o benefício
justificar o risco;
Categoria D: Há evidencia de risco fetal em humanos; só usar se o benefício eventualmente justifica o risco;
Categoria X: Há demonstração em estudos animais e humanos de elevado risco de anormalidades
fetais; droga contra-indicada

** S: compatível com amamentação


E: evitar durante amamentação
ND: sem dados disponíveis
184 SUMÁRIO
Doses
Recomendações para Prevenção dede Antimicrobianos
Infecção Hospitalar

Proposta de inserção / modificação de condutas

1. Proponente
Nome: _______________________________________________________
Área/clínica: ___________________________________________________
Telefone: ________________________ Bip: _________________________
Celular: _________________________ e-mail: ______________________

2. Proposta
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________

3. Referências literatura (anexar textos) _________________________


____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________

4. Outras justificativas para a proposta: _________________________


____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________

5. Encaminhar esta folha ao GCIH do HC (6º andar - Prédio da


administração) das 7h-16h ou por fax: (11) 3069-7066 ou por e-mail
(gcih@hcnet.usp.br)
185
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

FICHA CATALOGRÁFICA

Guia de utilização de anti-infecciosos e recomendações


para a prevenção de infecções hospitalares /
coordenadores: Anna Sara S. Levin, M. Beatriz Souza Dias,
Maura S. Oliveira, Renata Desordi Lobo. – São Paulo :
Hospital das Clínicas FMUSP, 2007-2008.
184 p.

1. Agentes anti-infecciosos. 2.Infecção Hospitalar/


quimioterapia. 3. Infecção Hospitalar/ prevenção e
controle. 4.Antibióticos/ uso terapêutico. 5. Antibióticos/
administração e dosagem. I. Título. II. Levin, Anna Sara
S. III. Souza Dias, M. Beatriz. IV Oliveira, Maura S. V. Lobo,
Renata Desordi.

NLM QV 350

186
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

ÍNDICE REMISSIVO

A
Abdome Agudo Inflamatório, 2
Abortamento, 53
Abscesso, 79
Amebíase, 57
Amigdalite, 56
Ancilostomíase, 60
Antibioticoprofilaxia, 87
Anti-infecciosos na gestação, 178
Anti-sépticos, 162
Apendicite, 11
Ascaridíase, 61
Aspergilose, 12

B
Bacteriúria assintomática, 80
Balantidíase, 59
Blastocistose, 60

C
Campylobacter, 29
Candida, 14
Candidíase esofágica, 16
Candidíase oral, 15
Candidíase vaginal, 15
Candidúria, 84
Cateter Venoso Central (CVC), 18
Cateterismo vesical intermitente domiciliar, 146
Cateterismo vesical intermitente hospitalar, 145
Celulite, 64
Ciclosporíase, 59
Clostridium difficile, 24, 128
Colangite, 63
Colecistite aguda, 63
Criptococose, 25
187
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Criptosporidíase, 59

D
Dermatofitoses, 17
Diarréia aguda, 28
Dientamebíase, 59
Diverticulite, 11
Doença Inflamatória Pélvica, 35
Doses de antimicrobianos, 170

E
Endocardite em valva nativa, 31
Endocardite em valva protética, 30
Enterobíase, 62
Epididimite, 85
Erisipela, 64
Escherichia coli spp., 29
Esquistossomose, 62
Estrongiloidíase, 60
Exposição Ocupacional a material biológico, 107

F
Fasciíte Necrotizante, 65
Fratura exposta, 55

G
Gangrena Gasosa, 65
Gangrena, 65
Giardia, spp., 29
Giardíase, 58

H
Hemocultura, 22
Hemodiálise, 39

188
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

Herpes simples genital, 42


Herpes simples oral, 42
Himenolepíase, 61

I
Impetigo, 64
Infecção da corrente sanguínea, 19
Infecção da membrana ovular, 53
Infecção do óstio do CVC, 18
Infecção do trato urinário, 80
Infecção do túnel ou bolso, 19
Infecção puerperal, 53
Isolamento, 129
Isosporíase, 58

M
Mastites, 54
Meningites, 43
Microsporíase, 59
Mordeduras Humanas e de Animais domésticos, 114
Multirresistentes, 120

N
Neutropenia febril, 46

O
Obstetrícia, 52
Onicomicose, 17
Orquite bacteriana, 85
Ortopedia, 55
Osteomielite aguda hematogênica, 55
Osteomielite crônica, 55
Otite média aguda, 56
Otorrinolaringologia, 56

189
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

P
Pâncreas e vias biliares, 63
Pancreatite aguda, 63
Parasitoses Intestinais, 57
Partes moles – infecções de pele, 64
Partes moles – infecções necrotizantes, 65
Pé Diabético, 68
Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE), 71
Pielonefrite aguda, 82
Pioartrite aguda, 55
Pneumonia aspirativa, 79
Pneumonia Comunitária do Adulto, 72
Pneumonia Hospitalar, 78
Pneumonia necrotizante, 79
Pneumonia por Aspiração, 79
Precauções de contato, 131
Precauções padrão, 129
Precauções respiratórias com aerossóis, 132
Precauções respiratórias com gotículas, 133
Prevenção de infecção associada a cateteres vasculares, 147
Prevenção de infecção do sítio cirúrgico, 158
Prevenção de infecção respiratória, 152
Prevenção de infecções do trato urinário, 143
Profilaxia de complicações relacionadas aos procedimentos endoscópicos, 115
Profilaxia de doença de chagas após exposição ocupacional a material biológico, 110
Profilaxia de Endocardite Bacteriana, 111
Profilaxia de fungos em pacientes críticos, 116
Profilaxia de fungos em pacientes neutropênicos, 116
Profilaxia de hepatite B após exposição ocupacional a material biológico, 109
Profilaxia de hepatite C após exposição ocupacional a material biológico, 110
Profilaxia de HIV após exposição ocupacional a material biológico, 108
Profilaxia de infecção por Streptococcus do grupo B (GBS) no RN, 118
Profilaxia do tétano, 117
Prostatite bacteriana aguda, 85
Prostatite bacteriana crônica, 85

Q
Queimado, 36

190
Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar

S
Salmonella não-typhi, 29
Shigella spp., 29
Síndrome da algia pélvica crônica, 85
Sinergística de Melaney, 65
Sinusite aguda, 56

T
Teníase, 61
Tricuríase, 61
Tuberculose, 164

U
Urologia, 85

V
Vacinação de profissionais de saúde, 166
Violência Sexual, 119
Vírus Sincicial respiratório, 86

Y
Yersinia spp., 29

191

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