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ABSTRACT
The diversity of climatic environments on earth, usually leads to the development
of a series of strategies in civil engineering, to face the adversities that each of
climates features. However, there is often in our country situated in a hot tropical
zone, the adoption of constructive models inspired by effective concepts in other
countries. The positive incorporation into the design process of the local climatic
conditions requires the knowledge of parameters such as wind speed and direction,
temperature and annual humidity, precipitation, accumulation and distribution of
outdoor temperature and radiation. In this article the most suitable building
strategies to warm climates are studied in a way to determine the most accurate
building characteristics for the country Angola.
Keywords: Climate, Comfort, Building Strategies, Project
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APLICAÇÃO DO MÉTODO MAHONEY PARA O DESCONFORTO CLIMÁTICO NOS EDIFÍCIOS EM
CABINDA
Guza A.B.O
1 INTRODUÇÃO
Clima continua sendo um fator básico de grande importância na elaboração e
projeção de um projeto construtivo, uma vez que no estudo deste leva a conclusão
de:
➢ Formas e modelos construtivos;
➢ Tipo de construção;
➢ Materias de construção.
Angola tem uma grande necessidade de infra-estruturas básicas de habitação, e em
virtude disto tornou-se um porto para empresas estrangeiras ligadas à engenharia
civil, de paises como Portugal, Brasil, China e Japão.
A globalização dos critérios arquitetónicos e de contrução desses paises bem como
a diferência climática, por vezes descontextualiza a construção em Angola. O
fascínio pelas novas tecnologias e a importação de modelos construtivos
característicos de países com clima temperado ou frio, para países de clima quente
e tropical, tem como consequência:
➢ Uma defeituosa resposta por parte dos edifícios às solicitações do clima
local;
➢ Desconforto climático nos interiores dos edifícios;
➢ Pouca durabilidade estrutural;
É assim fundamental estudar e adaptar os edifícios a uma realidade climática
distinto da nossa, para que em função disso se possa reduzir o uso mecânico
constante para o desconforto climático nos interiores dos edifícios (ar
condicionado), sendo este uma solução anti-económica.
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CABINDA
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2.1 TEMPERATURA
No gráfico(Variação média
Temperatura ao longo do ano em
Cabinda) ilustrativo da
variação da temperatura ao
longo do ano, verifica-se
que as temperaturas são
maiores entre os meses de
Fevereiro e Abril, e mais
baixas entre Julho e Agosto,
variando a temperatura
média do ar entre os 27 ºC
em Março e os 20.4 ºC em
Julho, originado desta forma uma amplitude térmica média anual de 6,6 ºC. A
temperatura poderá, em média, atingir valores máximos e mínimos extremos de
33,2 ºC e 22.3 ºC em Março, e 26,3 ºC e 16,2 ºC em Julho.
2.3 PRECIPITAÇÃO
Relativamente à precipitação,
o gráfico é ilustrativo da
variação da quantidade de
precipitação caída durante ao
ano. Verifica-se a ausência de
chuva durante o Cacimbo,
isto é, durante o período de
menos calor, e a ocorrência
de precipitação nos meses em
que as temperaturas são mais elevadas. Em termos médios, a precipitação caída
durante um ano não ultrapassa os 350 mm, nem os 120 mm mensais. Constata-se
assim que, apesar das elevadas HR registadas ao longo dos meses e do ano, a
precipitação é reduzida.
3.6 RADIAÇÃO
Um outro aspecto climático importante é a radiação solar. A energia proveniente
dos raiossolares é uma das principais fontes de produção de calor no interior das
habitações, sendo por isso aconselhável a sua quantificação. A energia solar
recebida num local da superfície da Terra, sobre um plano perpendicular às
radiações emitidas pelo Sol, é dada pela expressão 𝛿𝜚 = 𝐴. 𝑡 е , onde: A representa a
constante solar, isto é, a intensidade com que a radiação solar atinge a Terra, cujo
valor é 13514,19 W/m2, t o factor de redução da intensidade devido ao
atravessamento da atmosfera terrestre por parte das radiações, e e o aumento do
caminho percorrido por estas quando atravessam a atmosfera obliquamente, sendo
𝐿
determinado através da fórmula е = = √(100. cos 𝜃𝐻 )2 + 201 − 10. cos 𝜃𝐻 . 𝛿.
𝑙
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Figura 2.5 - Determinação do ângulo de incidência da radiação solar sobre um ligar da superfície da Terra
A declinação do Sol pode ser calculada, com uma boa aproximação, pela fórmula
284+𝑛
empírica de Cooper: 𝛿 = 23,45. sin(360. ), onde, n o número do dia do ano
365
considerado. variando os seus valores entre -23,45º no Solstício de Verão e 23,45º
no Solstício de Inverno, isto para o caso de regiões situadas no hemisfério Sul. A
partir das coordenadas trigonométricas citadas, o ângulo de incidência das
radiações é dado pela seguinte expressão
:cos 𝜃 = sin 𝛿. sin 𝛾. cos 𝑆 − sin 𝛿. cos 𝛾. sin 𝑆. cos 𝜑 + cos 𝛿. cos 𝜑. cos 𝑠. cos 𝜔 +
cos 𝛿. sin 𝜑. sin 𝑆. cos 𝜑. cos 𝜔 + cos 𝛿. sin 𝑆. sin 𝜑. sin 𝜔
Conhecidos os princípios de cálculo da radiação solar de um local na superfície da
Terra, procedeu-se à determinação dos valores da intensidade solar recebida por
superfícies horizontais e superfícies verticais com 8 orientações, nomeadamente
Norte (N), Nordeste (NE), Este (E), Sudeste (SE), Sul (S), Sudoeste (SW), Oeste
(W) e Noroeste (NW), para todos os dias do ano. Uma vez que os 12 meses do ano
não têm todos o mesmo número de dias, a análise da quantidade de radiação solar
recebida pelas fachadas e cobertura centrou-se na avaliação dos valores médios
diários por metro quadrado característicos de cada mês, possibilitando assimaferir
quais os períodos do ano em que a radiação é mais ou menos intensa. Assim, de
acordo com a metodologia de cálculo anteriormente apresentada, procedeu-se à
representação gráfica da variação anual da radiação solar, ilustrada no gráfico 2.6,
podendo-se afirmar que a intensidade da radiação solar recebida pelas fachadas é
maior em Dezembro e mínima no mês de Março. Segundo o mesmo gráfico, a
radiação média diária recebida pelas coberturas é máxima em Fevereiro e mínima
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em Junho, altura em que o Sol se encontra mais baixo. Avaliando o conjunto das
duas parcelas, constata-se que o mês de Junho é aquele em que a quantidade de
radiação solar total recebida é menor, sendo máxima durante o mês de Dezembro.
Figura 2.6 - Variação quantidade radiação solar incidente em superfícies horizontais e verticais ao longo
do ano em Cabinda
Figura 2.7 - Variação da intensidade da radiação solar média mensal incidente ao longo do ano em Cabinda
3 ESTRATEGIA CONSTRUTIVA
O Método de Mahoney é um método a partir do qual se podem obter
recomendações bases para o projecto de habitações, devendo por isso ser encaradas
como elementos orientativos para a definição das características construtivas dos
edifícios, ou seja, a utilização das recomendações fornecidas deverá ser precedida
de uma análise dos resultados fornecidos pelo método. Introduzidos os valores da
Temperatura média, média máxima e média mínima, Humidade Relativa média e
Pluviosidade média referentes a Cabinda nas respectivas tabelas, foram obtidos os
seguintes resultados:
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4 CONCLUSÃO
A grande diversidade de climas existentes no nosso planeta inviabiliza a existência
de um único modelo construtivo. Foi apresentado neste artigo uma estrategia
construtiva, cuja aplicação depende das características do clima, nomeadamente da
temperatura, humidade relativa, das respectivas amplitudes diárias e anuais, da
exposição solar e dos ventos dominantes. Determinados os graus de ocorrência
anuais de cada um dos indicadores e analisando as consequentes necessidades e
recomendações construtivas, observa-se que o tipo de construção aconselhada para
as condições climáticas de Cabinda é uma construção ligeira, com baixa
capacidade térmica. De acordo com o Relatório de recomendações base resultante
da aplicação do Método de Mahoney, os edifícios deverão estar orientados
segundo o eixo Este-Oeste, dando ao Norte e ao Sul as fachadas com maior área. O
movimento de ar através dos espaços interiores é fundamental, sendo por isso
recomendado o afastamento entre os edifícios e a existência de aberturas em
paredes opostas, de modo a facilitar a ventilação cruzada (ver anexos). As
aberturas deverão ter uma área entre 40% e 80% da área de parede, sendo a
orientação preferencial destas Norte e Sul, uma vez que são as fachadas que, no
conjunto, recebem menos radiação solar. De forma a reduzir os efeitos da radiação
solar incidente nas aberturas, estas deverão ser protegidas através de dispositivos
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5 Referências
➢ Koenigsberger, O. H., Ingersoll, T. G., Mayhew, A., Szokolay, S.V. (1977).
Viviendas y edificios en zonas cálidas y tropicales. Paraninfo, Madrid.
➢ Oakley, D. (1961). Tropical Houses – A guide to their design, B. T. Batsford
LDT, Londres.
➢ Sena, C. (2004). Análise comparativa entre o Método de Mahoney
Tradicional e o Método de Mahoney Nebuloso para caracterização do clima
no projeto arquitetônico.
FRY, Maxwell, DREW, Jane - Tropical Architecture in the Dry and Humid Zones,
London: BT Batsford,1964
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ANEXOS
Figura 2 - Influência da distância entre edifícios e da sua altura na admissão de brisas locais e
Fluxos de ar em função da disposição conjunta de habitações
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são mais favoráveis que as anteriores do ponto de vista da iluminação, assegurando uma
protecção equivalente contra a irradiação solar
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