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do V
Império
Boletim N.º 15
Maio de 2007
(Ano 2)
NESTA EDIÇÃO:
Editorial
A Gestão do Tempo
Pelo R∴Ir∴ Ulisses
Efemérides Maçónicas
Pelo R∴Ir∴ José Melo Brás
Não se Auto-Renunciem
Pelo R∴Ir∴ Miguel Afonso
Kriya–Yoga
Pesquisa do R∴Ir∴ A. Secretus
Pensamentos Anónimos
Recolha org. p/ R∴Ir∴ T. Cabral
O “Athanor” do V Império – Boletim Mensal de Temática Esotérica – Ed. n.º 15 – Maio de 2007
A Gestão do Tempo
Pelo R∴Ir∴ Ulisses
Editorial
Chegámos à 15ª Edição.
Mantemos o mesmo nível de motivação que
nos levou à criação deste Boletim.
A correspondência recebida continua a ser
muita, mas temos dedicado os últimos dias a dar
respostas e já estamos praticamente em dia
com os nossos leitores.
Muitos leitores, referindo-se à edição de Abril,
perguntam-nos qual a razão de não termos
dedicado nenhum artigo ao 25 de Abril de
1974, apesar da capa do Boletim ser alusiva a
tal evento, pela presença do cravo vermelho.
Limitar-nos-emos a deixar no ar algumas
perguntas, para as quais não pretendemos
receber resposta alguma:
- Não há igualdade de oportunidades? 1. O tempo esse ladrão...
- Não temos mais direitos? São raras as pessoas que hoje em dia não
- Não temos maior justiça social? se queixam com falta de tempo para
- A distribuição da riqueza não é mais justa? desenvolver de forma consistente as suas
- Não podemos sair à rua com segurança?
funções.
- Não temos maior garantia de emprego e
Existem na prática uma série de
mais estabilidade nas carreiras?
- Não somos representados por quem elegemos, devoradores de tempo aos quais é
num sério compromisso com o que têm necessário dar a devida atenção, sob pena
prometido nas campanhas? de andarmos sistematicamente com a
- O ser humano não é mais respeitado do que sensação de nada termos feito, muito
o dinheiro? embora o cansaço seja evidente.
(Pedimos desculpa pelos sinais de interrogação). Em primeiro lugar há que catalogar as
principais perdas de tempo. Estas, normalmente,
TT∴AA∴FF∴ para TODOS.
são divididas em dois grandes blocos:
Os artigos apresentados são da responsabilidade - Por deficiências próprias
dos seus autores e poderão eventualmente, - Por deficiências dos outros
num ou noutro aspecto, não expressar os As causas devidas a deficiências próprias
pontos de vista dos fundadores. mais comummente referidas são:
inexistência ou confusão de objectivos e
Nota: Algumas imagens contidas no boletim foram
obtidas através de pesquisa no “google”, e submetidas prioridades;
(ou não) a alterações de cor, formato ou modelação plano de trabalhos inexistente;
gráfica. exageros na perfeição;
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sobreposição na delimitação de
responsabilidades;
resistência à mudança;
interesses dispersos ou em excesso;
dificuldade em dizer NÃO;
decisões muito rápidas (obrigando a
posteriores correcções), ou morosas.
Por deficiência dos outros, são apontadas
como principais causas devoradoras de
tempo as seguintes:
telefone, com chamadas imprevistas ou
inutilmente longas;
2. Abreviar contactos
colaboradores que vêm expor os seus
Numa situação de diálogo com alguém que
problemas pessoais ou simplesmente
por motivos profissionais, ou outros, se veja
cavaquear;
obrigado a contactar, existem algumas
política de porta aberta com as consequentes
regras básicas que podem ser postas em
perturbações;
prática no sentido de abreviar os contactos.
visitantes que aparecem a qualquer hora;
Partindo do pressuposto que somos muito
pessoal insuficientemente formado ou
conversadores, ou que esse mérito pertence
incompetente;
ao nosso interlocutor, situação que redunda
almoços demasiado frequentes e demorados;
invariavelmente em conversas que duram
reuniões muito frequentes e mal preparadas;
mais que o necessário e que provocam
mistura de assuntos pessoais com assuntos
enormes e perdas de tempo, podem apontar-
de trabalho;
se diversas soluções para a abreviação dos
interrupções constantes e desnecessárias;
contactos sem vexar humana, ou
comunicações insuficientes ou excessivas.
profissionalmente, quem connosco conversa.
A lista não é exaustiva mas já possui alguns
Seguem-se alguns exemplos dessas técnicas,
elementos de reflexão para nos ajudar na
normalmente ensinadas em cursos de
tarefa de melhor gerir o tempo disponível.
formação de chefias, as quais, regra geral,
se defrontam com enormes problemas
em termos de falta de tempo para com
exercício das suas funções.
Vejamos, então, algumas sugestões:
1) No inicio do contacto fixe a sua
duração, dizendo ao seu interlocutor que
apenas dispõe de um determinado
tempo para atendê-lo. Por exemplo "Não
imagina como me sinto satisfeito por
poder estar consigo durante os próximos
trinta minutos", ou outra expressão
equivalente.
2) Seja sintético e não permita a
introdução de outros temas para além
daquele que motiva o contacto. Não
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Mas o mais espectacular de tudo isto, Podemos considerar o Caos como o Macrocosmos
considerado da perspectiva do observador não (o imensamente grande, ao ponto da nossa
especializado, foi a aplicação dada por ignorância nos levar a chamar-lhe “infinito”)
Mandelbrot, no mesmo ano (1975) a esta enquanto um certo sentido de Ordem está
constante matemática, originando, para além representada no Microcosmos (os seres vivos e
de um rico corpo doutrinário, as fantásticas a circunstância que lhes é inerente).
imagens designadas por fractais, a que nos A popular afirmação de que “Deus escreve
referiremos mais adiante. direito por linhas tortas”, poderá não querer
O que Mandelbrot vem demonstrando e dizer, linearmente, que partimos uma perna no
afirmando leva-nos por um caminho capaz de dia em que trocámos de carro, para evitar o
ultrapassar algumas concepções materialistas acidente que ocorreria se tivéssemos conduzido
– da escola das ciências “exactas” –, uma vez a viatura recém adquirida. Pode ser muito mais
que se refere a fenómenos aleatórios, isentos séria a verdade que se encerra em tal afirmação,
de ordem, lógica ou previsão. ainda que evidenciada subconscientemente.
O grande obstáculo da escola materialista Não existe, em qualquer parte isolada deste
foi querer entender o mundo e a vida a partir planeta, algum grupo de elementos que determine
de aspectos fragmentados dos pensamentos o resultado final. É tudo “torto”, existindo
cartesianos e euclidianos. Dizemos “fragmentados” irregularidade em toda a sua superfície – altos,
porque enquanto Descartes atribuía tudo a depressões, reentrâncias, fossas gigantescas,
“Deus” (que não será outra coisa do que um etc. –, para proporcionar, como resultado final,
Princípio Abstracto ou Energia Organizada uma esfera!!! Também a ordem e disposição
do Centro do Caos), e a este Princípio se das linhas que formam os fractais é absolutamente
referia com frequência, os materialistas aleatória, aparentemente desequilibrada, ilógica
basearam-se em aspectos menores da sua e completamente imprevisível (durante o seu
filosofia para chegar ao paradoxo de negar a desenvolvimento), para revelarem uma estonteante
existência desse Princípio ou Energia beleza, ordem, funcionalidade estética e lógica
Abstracta, como se toda a “creação” não matemática depois de apreciadas no conjunto.
fosse mais do que um estúpido fenómeno Num sentido mais grosseiro e imediato, é o
do acaso, surgido de nenhuma energia, exemplo da árvore, ou de uma simples folha,
nenhum princípio, nenhuma causa ou ou até de um humilde rebento, enquanto se
nenhuma razão. desenvolvem.
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C
Caixão. No mundo profano,
o caixão evoca a morte.
No universo simbólico
da Franco-Maçonaria
a alternância morte –
renascimento é uma
constante a todos os
níveis, recordando a
transformação do homem
pela sua elevação moral
e espiritual. Candidato. Nome dado a uma pessoa que
O caixão desempenha um papel particularmente deseja ser iniciado em uma loja. De acordo
importante na cerimónia de entronização com o Regulamento Geral do Rito praticado
do 3º grau, o grau de Mestre. Com efeito, na Obediência em causa, o postulante deve
ele está materialmente presente no decurso preencher certas obrigações antes de aceder
da cerimónia que vai assistir à morte às provas de iniciação:
simbólica do Companheiro e ao seu • Ser um homem livre e de bons
renascimento como Mestre Maçom. Como costumes;
tudo o que está presente no Templo, • Ser de maior idade;
cada detalhe tem a sua importância e a • Ter um mínimo de instrução;
• Habitar em local não muito distante do
seu significado: geralmente, o caixão está
Templo maçónico que o vai acolher;
orientado na direcção oeste – este, com a • Fornecer documentação oficial atestando
cabeça voltada para o Ocidente, coberto a sua identidade, registo criminal; declaração
por um pano negro salpicado por lágrimas de honra …
de prata. À altura do peito está a letra G Em certos Ritos, o candidato deve ser
inscrita num triângulo equilátero. No lugar apadrinhado para poder entrar na Franco-
do corpo é colocado um ramo de acácia. Maçonaria.
Mais abaixo, à altura dos pés, encontra- Canhão. Durante os banquetes
se um esquadro e um compasso. maçónicos, palavra designando
Logo que começa a cerimónia, o caixão é o copo da bebida. Daí a
ocupado pelo Mestre mais recente, com o expressão “Carregar os canhões”.
rosto coberto por um tecido branco
Capitação. Sinónimo de “contribuição”.
manchado de vermelho.
Cotização anual que deve pagar todo o
Efectivamente, o caixão simboliza a busca
Franco-Maçom. Uma parte fica na loja e a
dos Mestres que procuram os despojos
restante é paga à Obediência. Também é
de Hiram.
chamado “Imposto de capitação”.
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(1))
MITOS GREGOS
OS AMORES DE AFRODITE
(Hefestos, Adónis, Anquises,
Hermes e Dionísio)
Pelo R∴Ir∴João Silas
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XVII
Vês de novo a mulher que contemplaste nos
dois passos anteriores, com o símbolo da
harmonia e do infinito sobre a sua cabeça,
simbolizando Ma’at, o perfeito equilíbrio.
Contudo, faz algo diferente: em vez de Trata-se de um dos mais célebres mitos da história
derramar os conteúdos da jarra de prata na de das culturas. Osíris morre e depois renasce através
ouro, está derramando os conteúdos de ambas da mediação da sua esposa e irmã Ísis. O deus
as jarras no mar infinito, enquanto as ondas lhe egípcio é despedaçado pelo seu maléfico irmão Set.
banham os pés. O facto dos conteúdos de uma Ao renascer, converte-se no deus dos mortos. Esta
jarra já não se derramarem na outra, significa mítica história encerra a crença na inevitável
que a cadeia de reencarnações chegou ao fim. ressurreição da vida, revelada na natureza através
Já não há necessidade de mais instrução do ciclo vegetal, com o renascer dos frutos após a
terrena. O obreiro conhece já o que lhe estava temporária morte invernal.
destinado aprender neste planeta; amadureceu
e está agora em condições de ser admitido
numa escola superior. Liberto de todos os
vínculos terrenos, o aluno reúne-se com os
deuses, para se preparar para tarefas mais
importantes, de nível superior, quem sabe em
outras atmosferas, e descansar no regaço dos Nut, deusa do céu, era a mulher de Rá.
deuses durante algum tempo. Também era amada por Geb, a cujo amor
Este símbolo indica claramente a transição do correspondia.
candidato, de um nível ao seguinte. À direita da
mulher jovem, eleva-se um pássaro, numa
árvore, disposto a empreender o voo.
Representa a alma, que abandona a Terra para
não mais regressar.
Na parte superior do símbolo existem sete
estrelas, a constelação das Pleyades, e uma
muito maior, Sírio. Sugere que esta última pode
ser o lugar de descanso do espírito. Essa é a Quando Rá descobriu a infidelidade da sua
razão da sua grande importância, e de esposa, ficou irado e proferiu maldições contra
representar directamente ‘St. ela, dizendo que o seu filho não nasceria em
Hoje, filho meu, vimos algo muito abrangente. nenhum mês nem em nenhum ano.
Agora vai em paz e dá graças aos deuses.
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Textos Tradicionais Fonte: “Egipto”, de Lewis Spence. Colecção Mitos e
Lendas, Studio editions.
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(continua)
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Kriya–Yoga 5
Tradução e adaptação do R∴Ir∴Anon∴ Secretus
INTRODUÇÃO
O Kriya-Yoga foi simplificado para o Ser
Segundo Bhattacharya, o Yoga é a união da Humano Comum por Shri Shri Lahiri
alma individual com a Consciência Infinita ou Mahashay.
Paramatman. A meta de todas as práticas A maior contribuição de Shri Shri Lahiri
espirituais é atingir a Consciência Cósmica. Mahashay ao mundo foi a de, segundo as
Neste sentido, o mais amplo de todos os instruções do seu Grande Guru Shri Shri Babaji
caminhos espirituais é o Yoga. Existe uma Maharaj, simplificar a multiplicidade infinita dos
modalidade particular de práticas espirituais processos do Raja-Yoga em algumas fases,
(Sadhana) que se chama Kriya Yoga, num tornando-o acessível ao Ser Humano comum,
sentido estrito. Este Sadhana consiste sobretudo ao chefe de família, que está
principalmente no controlo da respiração, absolutamente perdido no deserto de deveres
vivificando o Prana com o Pranayama e outros mundanos. Ele encontra-se à cabeça da família
processos. O Yoga começa com o postulado para seguir os princípios estritos de
de que o microcosmos contém tudo o que está refreamento, enunciados no Ashtanga Yoga, de
no macrocosmos. Há um provérbio bengalês Patanjali. Os processos do Kriya-Yoga,
que diz: “o que está ausente do nosso corpo ensinados por Lahiri Masaya, fazem-nos
também é inexistente no universo”. O Yogue despertar gradualmente o Divino dentro de nós,
considera o seu próprio corpo como um templo, com muito menos esforço do que é
através do qual presta culto ao Ego Supremo normalmente necessário. Os Yogues isolados
(Paramatma). sempre existiram na Índia, possuidores de
técnicas que lhes estão exclusivamente
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circunscritas. Mas, no actual ciclo mundial do
Este artigo é uma adaptação resumida (com citações
e compilações) do trabalho que J. C. Bhattacharya Kali-Yuga, há uma grande deterioração geral
apresentou em 1997 na Amrita Fundation, Inc., Dallas na característica da consciência de massa, e
Texas, P.O. Box 190978, 75219-0978. É baseado na
obra “Yogiraj Shri el Shri Lahiri Mahashay” esta condição é demasiado difícil para ser
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