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vivifica e fortalece em nossa vida diária. A liturgia do 2.º Domingo do Tempo Comum convida-nos
a descobrir que Deus conta connosco para concretizar, no mundo e na história, o seu projeto; e
propõe-nos acolher, com disponibilidade e generosidade, os desafios de Deus.
V E R D E
ORAÇÃO COLETA
Deus todo-poderoso e eterno, que governais o céu e a terra, escutai misericordiosamente as
súplicas do vosso povo e concedei a paz aos nossos dias. Por nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os
séculos dos séculos.
C O R
palavra de Jesus é a voz do Pai chamando os homens à grande assembleia do seu povo. Mas antes
de o Filho vir ao mundo, já a palavra de Deus se fizera ouvir e chamava os homens. E os que a
ouviram e lhe responderam ficaram sendo o modelo dos verdadeiros discípulos do Senhor, como
Samuel.
Leitura do Primeiro Livro de Samuel
Naqueles dias, Samuel dormia no templo do Senhor, onde se encontrava a arca de Deus. O
Senhor chamou Samuel e ele respondeu: «Aqui estou». E, correndo para junto de Heli,
T E M P O
disse: «Aqui estou, porque me chamaste». Mas Heli respondeu: «Eu não te chamei; torna a
deitar-te». E ele foi deitar-se. O Senhor voltou a chamar Samuel. Samuel levantou-se, foi ter
com Heli e disse: «Aqui estou, porque me chamaste». Heli respondeu: «Não te chamei, meu
filho; torna a deitar-te». Samuel ainda não conhecia o Senhor, porque, até então, nunca se
lhe tinha manifestado a palavra do Senhor. O Senhor chamou Samuel pela terceira vez. Ele
D O
levantou-se, foi ter com Heli e disse: «Aqui estou, porque me chamaste». Então Heli
compreendeu que era o Senhor que chamava pelo jovem. Disse Heli a Samuel: «Vai deitar-
te; e se te chamarem outra vez, responde: ‘Falai, Senhor, que o vosso servo escuta’». Samuel
D O M I N G O
voltou para o seu lugar e deitou-se. O Senhor veio, aproximou-Se e chamou como das outras
vezes: «Samuel, Samuel!» E Samuel respondeu: «Falai, Senhor, que o vosso servo escuta».
Samuel foi crescendo; o Senhor estava com ele e nenhuma das suas palavras deixou de
cumprir-se. Palavra do Senhor.
1-Esperei no Senhor com toda a confiança e Ele atendeu-me. Pôs em meus lábios um
cântico novo, um hino de louvor ao nosso Deus. Refrão
2-Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações, mas abristes-me os ouvidos; não pedistes
holocaustos nem expiações, então clamei: «Aqui estou». Refrão
3-«De mim está escrito no livro da Lei que faça a vossa vontade. Assim o quero, ó meu
Deus, a vossa lei está no meu coração». Refrão
4-«Proclamei a justiça na grande assembleia, não fechei os meus lábios, Senhor, bem o
sabeis. Não escondi a justiça no fundo do coração, proclamei a vossa bondade e fidelidade».
Refrão
EVANGELHO Jo 1, 35-42
«Foram ver onde morava e ficaram com Ele»
Jesus vem ao mundo. A sua vinda é dom gratuito, que quer ser aceite pelos homens. De facto, se
muitos O não reconheceram, outros O procuraram e ficaram junto d’Ele. A alguns, o Senhor
chama-os a segui-l’O, de mais perto, para o serviço em favor do seu reino e da salvação dos
homens. Este chamamento exige, por vezes, transformação profunda na vida: a Simão até o nome
lhe foi mudado.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, estava João Baptista com dois dos seus discípulos e, vendo Jesus que
passava, disse: «Eis o Cordeiro de Deus». Os dois discípulos ouviram-no dizer aquelas
palavras e seguiram Jesus. Entretanto, Jesus voltou-Se; e, ao ver que O seguiam, disse-lhes:
«Que procurais?». Eles responderam: «Rabi – que quer dizer ‘Mestre’ – onde moras?».
Disse-lhes Jesus: «Vinde ver». Eles foram ver onde morava e ficaram com Ele nesse dia. Era
por volta das quatro horas da tarde. André, irmão de Simão Pedro, foi um dos que ouviram
João e seguiram Jesus. Foi procurar primeiro seu irmão Simão e disse-lhe: «Encontrámos o
Messias» – que quer dizer ‘Cristo’ –; e levou-o a Jesus. Fitando os olhos nele, Jesus disse-
lhe: «Tu és Simão, filho de João. Chamar-te-ás Cefas» – que quer dizer ‘Pedro’. Palavra da
salvação.
ACTUALIZAÇÃO DO EVANGELHO
A reflexão pode partir dos seguintes elementos:
- Começamos há poucos dias um novo ano. Que programa temos para o caminho? O autor
do Quarto Evangelho tem uma proposta irrecusável a fazer-nos para este ano… Convida-
nos a redescobrir Jesus que passa, a ir atrás dele, a entrar na casa dele, a partilhar a sua
vida e o seu projeto, a interiorizar as suas atitudes fundamentais… Se aceitarmos, espera-
nos uma aventura inolvidável, uma experiência profundamente libertadora, um percurso que
nos conduzirá a uma Vida de plena realização. Aceitamos o convite?
- “Que procurais?” – pergunta Jesus àqueles dois discípulos que ousaram ir atrás dele… A
todos nós que nos sentimos insatisfeitos, que não nos conformamos com a mediocridade, que
temos sede de mais humanidade e de mais paz, que não estamos dispostos a passar o nosso
tempo de vida comodamente refugiados na nossa estéril zona de conforto, que nos questiona-
mos sobre a forma como o nosso mundo está a ser construído, Jesus pergunta também: “Que
procurais?” Estamos conscientes de que Jesus é a fonte que pode saciar a nossa sede de
Vida? E estamos disponíveis para dar testemunho de Jesus a todos os homens e mulheres que
vivem perdidos no labirinto da vida e que não sabem como dar sentido à sua existência?
- De acordo com esta bela página do Evangelho segundo João, a adesão a Jesus só pode ser
radical e absoluta, sem meias tintas nem hesitações. Os dois primeiros discípulos não
discutiram o “ordenado” que iam ganhar, se a aventura tinha futuro ou se estava condenada
ao fracasso, se o abandono de um mestre para seguir outro representava uma promoção ou
uma despromoção, se o que deixavam para trás era importante ou não era importante;
simplismente “seguiram Jesus”, sem garantias, sem condições, sem explicações supérfluas,
sem “seguros de vida”, sem se preocuparem em salvaguardar o futuro se a aventura não
desse certo. A aventura da vocação é sempre – e para nós também – um salto, decidido e
sereno, para os braços de Deus.
- André e o outro discípulo contaram com a ajuda de João Batista para encontrar Jesus e se
decidirem a ir atrás dele. Este pormenor lembra-nos o papel dos irmãos da nossa
comunidade na nossa caminhada de fé e na nossa descoberta de Jesus. A fé não é um cami-
nho solitário, que cada um percorre isoladamente; mas é uma experiência comunitária,
vivida no diálogo e na partilha com os irmãos e irmãs que caminham ao nosso lado e com
quem nos reunimos, ao menos no “dia do Senhor”, para rezar e celebrar. A comunidade
cristã é o espaço habitual onde a minha fé se expressa, se concretiza, se confronta e se
desenvolve?
- O encontro com Jesus é um caminho que tem de me levar ao encontro dos irmãos e que
deve tornar-se, em qualquer tempo e em qualquer circunstância, anúncio e testemunho.
Quem experimenta a vida e a liberdade que Cristo oferece, não pode calar essa descoberta;
mas deve sentir a necessidade de a partilhar com os outros, a fim de que também eles possam
encontrar o verdadeiro sentido para a sua existência. “Encontrámos o Messias” deve ser o
anúncio jubiloso de quem encontrou Jesus, fez com Ele uma verdadeira experiência de vida
nova e anseia por levar os irmãos a uma descoberta semelhante.
- João Baptista nunca procurou apontar os holofotes para a sua própria pessoa e criar um
grupo de adeptos ou seguidores que satisfizessem a sua vaidade ou a sua ânsia de
protagonismo… A sua preocupação foi apenas preparar o coração dos seus concidadãos
para acolher Jesus. Depois, retirou-se discretamente para a sombra, deixando que os
projetos de Deus seguissem o seu curso. João ensina-nos a nunca nos tornarmos
protagonistas ou a atrair sobre nós as atenções; a sermos testemunhas de Jesus, não de nós
próprios.