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sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Galileu Galilei, O Mensageiro das Estrelas

Nota de abertura
- Anunciou várias descobertas - cada uma mais surpreendente e controversa que a
anterior
- A superfície da lua ser semelhante à da terra, as inumeráveis estrelas de que é
formada a via láctea, os quatro satélites de Júpiter
- Após algumas negociações com a corte Medici - designou os satélites de Jupiter
por Estrelas Mediceias
- Sidereus Nuncius serviu como candidatura a um emprego
- Farto de ser professor de matemática - universidade de Pádua
- Novo e promissor futuro como matemático e losó co da natureza - corte
orentina
- Quando chegou a Veneza (1609) um instrumento novo inventado nos países
baixos - o telescópio - no nal de agosto Galileu já tinha conseguido fazer um
muito melhor
- Deu inicio a uma série de descobertas surpreendentes - deram lhe a fama após a
publicação março de 1610
- Livro que estabeleceu novos standards para o papel dos instrumentos nas
pesquisas de ciência
- Gravuras lunares do sidereus Nuncius importantes para a de nição da disciplina
de astronomia como parte da loso a natural ou da física
- Entendido como defesa do copernicianismo
• Em apoio ao heliocentrismo - sol no centro do sistema solar, os planetas
movem-se em órbitas elípticas, etc

• Observações astronómicas - Utilização do telescópio para recolha de


evidências
- é um livro de tal modo importante que cada geração de estudiosos retorna a ele
- Mario Biagioli - importancia do mecenato
- Samuel Y. Edgerton a Horst Bredekamp - importância dos contextos artísticos
para as imagens lunares
- Fernand Hallyn - tornaram qualidades literárias e poéticas do livro

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- atenção renovada e interdisciplinar - melhor evidência
- Não apenas como texto cientí co mas um produto de cultura

Prefácio
- Sidereus Nuncius, Veneza, 1610
- Galileu Galilei (1564-1642)
- Deu a conhecer as novidades que descobrira com o telescópio
- A intenção de Galileu é visar uma audiência instruída e internacional
- Estrutura e conteúdo - permitem a leitura pelos que eram pouco versados em
astronomia ou ciências matemáticas
- Nos dias de hoje, todos os materiais que se referem - fontes e literatura
secundária - encontram-se com muita facilidade online

Estudo Introdutório
1) Uma Gazeta Sideral com “osservazioni di in nito stupore”
- lua tem a superfície irregular com montanhas e vales
- Ha muito mais estrelas do que as que se conseguem ver a olho nu
- Via láctea é constituída por miríades de estrelas muito próximas
- Júpiter tem satélites
- Deu a conhecer o telescópio
- Saudado em inúmeras peças literárias e numa iconogra a variada
- A noticia dos descobrimentos - atravessou Itália como um relâmpago e alcançou
de imediato a Europa
- Johannes Kepler (1571-1630) soube desses factos por Johann Matthaus
Wackher
- Não hesitaram em comparar Galileu a Colombo
- Em 1611 - noticias chegam a Moscovo
- Em 1612 - á india
- Em 1614 - a Pequim por meio de um português

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- Sidereus Nuncius - narrativa rápida de tom jornalístico
- Não se citam autores nem outras fontes para alem das suas próprias obras
- Referes ao seu livro como - aviso astronómico - destinado a relatar novidades
- Re ecte-se logo no titulo
- Ambiguidade entre mensagem e mensageiro - núncios
- Isabel Pantin - le courrier des atres” - não optou por este titulo porque perdia a
tensão poética
- Gaceta sideral
- este livro assinala a primeira grande entrada do autor anunciador mercurius alter
- As descobertas de Galileu mudaram o mundo, mas primeiro mudaram Galileu
- Assinala uma drástica alteração nos principais interesses cientí cos de Galileu,
de mecânica para astronomia
- Nunca abandonara as investigações mecânicas - discori e dimostrazioni
matematiche intorno a que nuove scienze 1638
- a adesão às teses copernicianas - processo complicado com hesitações
- 30 de maio de 1597 - escrevia a Jacopo Manzoni
- Primeiras informações acerca do seu copernicianismo
- 4 de agosto de 1597 - carta a kepler
- Declara que havia aderido as ideias do Copérnico há muitos anos
- Anunciada ter várias provas o que não era seguramente verdade
- especialistas dizem que abandonou as suas convicções copernicianas entre
1604 e 1610
- O telescópio foi o factor crucial para tornar Galileu nu, defensor do
copernicianismo
- No livro, a forma como revela a sua adesão é discreta
- Só em 1613 - defesa pública e explicita do heliocentrismo copernicano
- Com a publicação da Istoria e dimostrazioni intorno alle macchie solari
- Torna mais explicita a sua campanha em prol do novo modelo de ordenamento
cósmico

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- quando publica Sidereus Nuncius - já tem claras as conclusões que pretende
retirar dos novos factos
- Anuncia 3 vezes a intenção de apresentar uma obra de grande envergadura
sobre o sistema do mundo
- Muitas das implicações do que vira no telescópio só serão totalmente
desenvolvidas - no Dialogo sopra i due massimi sistemi - 1632
- O tom e o estilo do livro - revelam uma atitude de aproximação ao estudo da
natureza, diferente da preconizada e praticada nas aulas de loso a natural
- Galileu despreza os lósofos - meros compradores de textos
- Eram os seus adversários mais constantes e mais tenazes
- Quando não evidenciavam uma hostilidade aberta, eram incapazes de
compreender a grandeza dos seus descobrimentos
- Stillman Drake - nenhum lósofo apoiou galileu, em excessão Campanella
- A rmação talvez um pouco exagerada
- Mas transmite e traduz o sentimento geral dos lósofos perante o famoso
cientista
- Galileu ensaiou também a utilização de uma nova linguagem visual
- Co códigos de representação usados habitualmente em astronomia
- as suas gravuras da lua foram mais determinantes na aceitação da natureza
rugosa da superfície do satélite do que qualquer argumento ou demonstração
- Descrição visual do movimento dos satélites de Júpiter é completamente
inovadora
- A sua obra foi uma peça capital na aproximação da corte Grão Ducado da
Toscana e a família Medici
- Planeava transitar ou obter um emprego na esfera de proteção da corte Toscana
- Verão 1604 - tutor de matemática do jovem Cosme de Medici
- Manteve o contacto com o jovem
- 1609 - intensi cou quando o jovem ascendeu a cargo de grão duque
- Janeiro 1610 - escreveu um breve relatório das suas descobertas que enviou
para a corte

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- Processo de aproximação que culminaria com a nomeação dos satélites de
Júpiter e a dedicatória do sidereus nuncius a Cosme II
- O nome dos Medici cava para sempre ligado às mais importantes
descobertas observacionais da história da astronomia
- Galileu seria recompensado com a entrada na corte de orentina
- Planeou cuidadosamente esta aproximação - buscava num estatuto
indispensável para a legitimação das suas ideias cienti cas

O Mensageiro das Estrelas - tradução Henrique Leitão

Ao Sereníssimo Cosme II de Medici, Quarto Grão-Duque de Toscana:


- ilustre e cheio de humanidade
- aqueles quase esforçaram por proteger da inveja os feitos notáveis dos
homens eminentes pela sua virtude
- defender do esquecimento e da morte os seus nomes mercadores de
imortalidade
- daí as imagens legadas à memória da posteridade
- Esculpidas em mármore
- Forjadas no bronze
- Estátuas erigidas pedestres e equestres
- Colunas e pirâmides (de custos astronómicos, como diz o poeta)
- Cidades edi cadas distinguidas pelos nomes daqueles que foram con ados à
eternidade
- a condição do espírito humano
- Se não é estimulada pela representação das coisas do exterior
- Esse espirito esvazia-se e perde a sua capacidade
- outros con aram em meios mais sólidos e duradouros
- Con aram a celebração dos homens ao cuidado das musas e monumentos
incorruptíveis pelas letras
- E não à pedra e ao metal

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- porém, todos os monumentos humanos acovam por aparecer sob a força do
tempo e da velhice
- Há símbolos mais incorruptíveis - o tempo voraz e a velhice não reivindicam
nenhum direito para si
- Assim, passando para os céus
- Inscreveu nos orbes eternos dos astros mais brilhantes - nomes daqueles que
foram dignos pelos seus feitos ilustres e quase divinos
- Dignos de desfrutar com as estrelas a vida eterna
- Por isso, a fama de Júpiter, Marte, Mercúrio, Hércules e outros heróis não se
apagará antes que o resplendor das estrelas se extinga - pois estrelas são
designadas pelos seus nomes
- esta invenção da sagacidade humana nobre e admirável
- caiu há muitos séculos no esquecimento
- ocupando essas sedes brilhantes os antigos heróis e mantendo-as como por
direito próprio
- O imperador romano Augusto rebotó incluir Julio Cesar
- Nomear como astro Juliano a estrela a que os gregos chamavam de cometa
- Mas a estrela desapareceu pouco depois e frustrou essa ambição
- príncipe sereníssimo
- Augurar a vossa alteza de coisas verdadeiras e mais felizes
- Começaram a brilhar na terra os ornamentos da vossa alma
- Mostraram-se nos céus uns astros brilhantes
- Hão de narrar as vossas extraordinárias virtudes
- Quatro estrelas reservadas para o vosso nome
- Não são das menos notáveis estrelas xas
- Mas da ordem ilustre das estrelas - com movimentos diferentes
- Fazem percursos e órbitas com uma velocidade maravilhosa em torno da
estrela de Júpiter

- Completam as suas revoluções a cada doze anos em torno do centro do


mundo - sol

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- o próprio Criador dos Astros me exortava a designar esses novos planetas
pelo nome ilustre de Vossa Alteza

- essas estrelas, como digna descendência de Júpiter, nunca se afastam do


seu lado senão por pequena distância
- o príncipe está também rodeado por qualidades notáveis, como clemência,
bondade, majestade, que são comparáveis à in uência da "benigna estrela de
Júpiter.”
- Foi Júpiter que no nascimento de Vossa Alteza derramou todo o seu esplendor
e grandeza sobre o ar mais puro
- A m de que a vossa alma e corpo absorvesse todo esse poder universal e
autoridade
- Descobri essas estrelas desconhecidas de todos os anteriores astrónomos
- Decidi adorná-las com o nosso da vossa família
- Se fui o primeiro a descobri-las, ninguém negará o direito de lhes atribuir um
nome - Estrelas Mediceias
- Apenas o vosso mérito pode garantir a essas estrelas a imortalidade do
nome

- em Pádua - no quarto dia antes dos idos de Marco, MXCD REF20


- Conselho 10 - 1 de março de 1619
- Senhores Marco Antonio Valaresso, Nicolò Bon, Lunardo Marcello - chefes
- Bartolomeu Comino - secretário
- 8 de março de 1610
- Giovanni Battista Breatto - contra blasfémia
- Não se encontra contrária à santa fé católica, aos princípios e aos bons
costumes,
- É digno de ser impresso
- concedem a licença para que possa ser impresso na cidade

Mensagem Astronómica:
- que contém e apresenta as recentes observações

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- Feitas com uma nova luneta da superfície da lua, da via láctea ed as nebulosas
de inumeráveis estrelas xas, e ainda de quatro planetas designados por astros
de Cosme nunca até hoje vistos

- Grandes coisas
- As que proponho neste tratado
- Devem ser examinadas e contempladas pelos que estudam a natureza
- Excelencia do assunto
- Novidade absolutamente inaudita
- Instrumento de auxilio - pela qual estas se tornaram manifestas
- Acrescentar e expor à incontável multidão de estrelas xas outras nunca antes
vistas - ultrapassam 10 vezes o número daquelas que se conhecem
- magní co e agradável observar o corpo lunar
- Afastado de nós sessenta raios terrestres
- O diâmetro da lua parecesse quase trinta vezes, a superfície novecentas vezes,
volume vinte e sete mil vezes maiores do que quando são vistos à vista
desarmada
- A lua não é revestida de uma superfície lisa e perfeitamente polida
- É uma superfície acidentada e desigual como a própria face da terra
- Coberta por enormes protuberâncias, depressões profundas, sinuosidade
- eliminado as controvérsias acerca da Galáxia ou Via láctea
- Revelado a sua natureza
- Será demonstrado claramente a substancia dessas estrelas ´que até ao
presente os astrónomos chamavam de nebulosas
- descobrimos quatro estrelas errantes, vagueando e sem destino
- Nem conhecidas nem observadas
- Tal como Vénus e Mercúrio em torno do sol
- Têm os seus pedidos em torno de um astro
- Seguindo e nunca afastadas dele para além de certos limites
- por meio de uma luneta concebida por mim

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- Depois de ter sido iluminado pela graça divina
- Serão descobertas com o tempo com um instrumento semelhante
- Forma, construção e circunstancias mencionarei brevemente
- História das observações feitas

Telescópio
- Há cerca de 10 meses - rumor de que um belga havia construído uma luneta
- Os objectos visíveis mesmo que estivessem muito afastados do observador -
viam-se distintamente como se estivessem próximos
- Foi-me con rmado através da carta enviada de paris do nobre - Jacques
Badovere
- Fez me dedicar a descobrir as razões e conceber os meios para chegar à
invenção de um instrumento semelhantes
- Baseando-me na teoria das refracções - mudança da direção da luz quando
atravessa diferentes materiais
- Inicialmente
- Preparei um tubo de chumbo e ajustei as extremidades a duas lentes de vidro
- Ambas planas numa face
- Uma delas convexa e outra côncava
- Aproximando o olho da lente côncava - objectos bastante maiores
- 3 vezes mais próximos e 9 vezes maiores do que quando vistos a olho nu
- depois
- Construí um que apresentava os objectos sessenta vezes maiores
- instrumento excelente
- Quase mil vezes maiores
- 30 vezes mais próximas que as faculdades naturais
- apliquei-me à investigação das celestes
- Primeiro
- Vi a lua de tão perto como se estivesse afastada apenas por 2 raios terrestres

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- Observei estrelas xas e errantes - veri quei o seu grande número
- Imaginei um método para medir a distância entre elas

Para fazerem este tipo de observações


- primeiro lugar - prepararem uma luneta de grande precisão
- Deve apresentar os objectos de maneira brilhante, distintamente
- Aumente pelo menos 400 vezes - mostrará vinte vezes mais próximos
- segundo lugar - determinar a ampliação do instrumento
- Desenhe dois círculos ou dois quadrados num papel
- Um deles será quatrocentas vezes maior que o outro quando o diâmetro for 20
vezes o comprimento do outro
- Olhará de longe em simultâneo das folhas
- A mais pequena - olho aplicado à luneta
- Maior - olho à vista desarmada
- Se o instrumento ampliar os objectos de acordo com a proporção desejada -
as duas guras aparecerão do mesmo tamanho
- terceiro lugar - investigar o método de medir distâncias
- ABCD - tubo
- E - olho do observador
- Quando não há lentes no tubo
- raios visuais seguem ate ao objecto FG
- Segundo as linhas rectas ECF e EDG
- Colocadas as lentes
- Seguem ao longo das linhas refractadas ECH e EDI
- com efeito
- Os raios sua apertados
- Antes dirigidos para o objecto FG
- Agora compreendem a parte HI

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- razão da distância EH para HI
- Determina-se pelas tabelas dos senos - valor do angulo HÊI
- Este angulo tem apenas alguns minutos
- aplicar à lente CD
- Cartões perfurados
- Uns com buracos maiores e outros menores - colocando ora um ora outro
- Formaremos ângulos subtendendo mais ou menos minutos
- assim, medimos o intervalo entre estrelas separadas umas das outras por alguns
minutos
- Erro de um ou dois minutos
- contudo, tornaremos pública uma teoria completa deste instrumento

Corpo Lunar
- relatar observações feitas nos dois últimos meses
- Primeiro lugar - face da lua
- Distinguirei em duas partes - uma mais clara e outra maus escura
- Clara - parece rodear e inundar de luz todo o hemisfério (metade da terra)
- Escura - cobre como uma nuvem essa face enchendo-a de manchas
- Manchas
- Grandes ou Antigas
- um pouco escuras e bastantes vastas
- visíveis a todos e em todas as épocas
- menor tamanho
- Numerosas - recobrem toda a superfície lunar especialmente a parte mais
luminosa
- Nunca foram observadas por ninguém antes de nós

- assim podemos discernir com certeza


- A superfície da lua não é perfeitamente polida, uniforme e exatamente esférica

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- É, pelo contrario, desigual, acidentada, constituída por cavidades e
protuberâncias
- como a face da própria terra
- Marcada por cadeias montanhosas e profundezas de vales
- no quarto/quinto dia após a conjunção
- A lua apresenta-se com cornos resplandecentes
- O limite que separa a sua parte escura da sua luminosa estende-se seguindo
uma linha oval
- A linha é desigual, acidentada e sinuosa
- Uma espécie de excrescências brilhantes, saliências - estendem-se em grande
número na parte escura
- E ao contrário, pequenas partes escuras avançam para dentro da parte
luminosa
- Também uma grande quantidade de pequenas manchas enegrecidas -
separadas da parte obscura - espelha-se por quase toda a extensão - devido à
luz do sol
- Com exceção à parte que tem manchas grandes e antigas
- As pequenas manchas
- Parte enegrecida está virada para o sol
- O lado oposto - coradas de extremidades mais luminosas
- semelhança com a terra
- Nascer do sol
- Ilumina as montanhas mas os vales ainda estão à sombra - contraste entre
áreas iluminadas e escuras
- á medida que o sol sobe
- Cavidades terrestres diminuem
- As manchas lunares perdem as estrelas à medida que a parte luminosa
cresce
- enorme número de pontos brilhantes aparece no seio da parte escurecida da lua
- Separados e desligados da zona iluminada

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- Afastados dela por um intervalo - não pequeno
- Os pontos vão aumentando em tamanho e luminosidade
- Passadas 2 a 3 horas juntam-se ao resto da zona brilhante que aumentou\
- semelhança à terra - lua apresenta diferenças mais elevadas e as depressões são
mais acentuadas
- Antes do nascer do sol
- Cimos dos montes mais elevados são iluminados pelos raios solares
- A sombra ainda cobre as planícies
- Curto intervalo de tempo - a luz espalhasse e ilumina as partes médias e largas
desses montes
- O sol já se levantou - juntam-se as iluminações das planícies e das colinas
umas às outras
- lua avançando em direção à sua primeira quadratura
- Golfo tenebroso - área escura e profunda que está na parte inferior do circulo
luminoso
- Notou que após cerca de duas horas - pico luminoso começou a surgir na
parte inferior na cavidade escura
- Esse pico era separada da área iluminada e tinha uma forma triangular
- O pico triangular luminoso começou a ser cercado por 3 pequenas
protuberâncias luminosas
- Á medida que o tempo passava - a lua aproximasse do ocaso, horizonte
- A gura triangular expande-se e une-se á parte iluminada da lua
- Criando uma espécie de promontório que estava rodeado pelas três pequenas
protuberâncias luminosas
- Nas extremidades dos cornos, superior e inferior emergiam alguns pontos
resplandecentes isolados do resto da luz
- Grande quantidade de manchas escuras em cada corno sobretudo no inferior
- As mais próximas da fronteira entre luz e escuridão - maiores e mais escuras
- As mais afastadas - menos escuras e mais apagadas
- Parte escurecida da mancha - está do lado da irradiação solar

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- Franja mais resplandecente da mancha - oposta ao sol virada para a zona
sombria da lua

- manchas grandes da lua


- mais regulares e uniformes
- Com pequenas zonas brilhantes
- opinião pitagórica
- A lua seria uma outra terra
- Parte mais brilhante - superfície terrena
- Parte mais obscura - superfície aquosa

- fase crescente e fase minguante


- Vê-se que as grandes manchas são mais cavadas do que as zonas mais claras
- Vê-se sempre subir no limite da luz e das trevas, nas manchas grandes, bordos
da parte mais clara
- Contornos das manchas
- São cavados mais uniformes, sem rugas ou asperezas
- antes da segunda quadratura
- Vê-se uma mancha rodeada de contornos negros
- Dá-se o inverso nas cavidades, oposto ao sol ca brilhante e inverso ca
escuro
- Mas como os cumes das montanhas - oposto ao sol ca mais escura, e diante
do sol mais brilhante
- Depois, quando a superfície luminosa diminui
- A dita mancha está coberta pelas trevas
- As costas mais luminosas das montanhas - emergem para a obscuridade

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- área centro da lua - ocupada por uma cavidade maior do que todas as outras
perfeitamente redonda
- Rodeada de cordilheiras tão elevadas que o lado luminoso - vê-se banhado de
luz antes que a linha divisória chegue ao diâmetro que a separa em dois
- machas da lua
- Argumento muito forte acerca da rugosidade e irregularidade da lua
- Essas irregularidades são visíveis na zona brilhante da lua
- Lua crescente o bordo virado para o ocaso
- Lua decrescente o bordo virado para o Oriente,
- Lua cheia toda a periferia, não são vistos desiguais, rugosos e sumosos, mas
perfeitamente redondos e circulares e não irregulares, com proeminências e
depressões
- todo o bordo é composto da substância lunar mais brilhante, é completamente
irregular e coberto com depressões, pois nenhuma das manchas grandes chega
até ao extremo do bordo, mas todas se vêem aglomeradas longe da periferia.
- Primeiro
- se as proeminências e depressões no corpo lunar estives-sem espalhadas
apenas ao longo da periferia circular que delimita o hemisfério visto por nós,
- então a Lua deveria mostrar-se-nos numa forma análoga a uma roda dentada,
- delimitada por uma linha sinuosa.
- Se, contudo, não houvesse apenas uma única cadeia de proeminências
distribuídas apenas ao longo de uma única circunferência, mas antes muitas
las de montanhas, com as suas lacunas e sinuosidades, dispostas ao longo
do circuito externo da Lua - e estas não apenas no hemisfério visível mas
também do outro lado (mas perto da fronteira entre os hemisférios) - então o
olho, vendo de longe, não poderia de modo algum distinguir entre
proeminências e depressões.
- Os intervalos entre montes dispostos num mesmo circulo ou cadeia
- Estão escondidos pela interposição
- Se o olho estiver localizado numa mesma linha com os cumes dessas elevações
- Como na terra parecem estar dispostos numa superfície plana se o observador
estiver muito longe e situado na mesma altitude

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- Exemplo: mar com cristas elevadas estendem-se num plano embora apresente
muitas cavas e golfos fundos, navios grandes que cam ocultos

- em torno do perímetro da lua há uma disposição complexa de proeminências e


depressões
- A olho nu, com os raios visuais rasastes - eles mostram-se numa linha uniforme e
sinuosa
- Porque existe em torno do corpo lunar um orbe de substancia mais densa que o
resto do éter
- Capaz de receber e re ectir a irradiação solar
- Orbe iluminado pelos raios solares - oferece e mostra o corpo lunar com o
aspecto de uma esfera maior
- Se fosse mais espesso podia limitar a nossa vista de modo a não alcançar o
corpo sólido da lia
- Assim, é espesso em relação aos nossos raios visuais que o intersectam
obliquamente mas não é absolutamente espesso
- Pode di cultar a nossa visão, especialmente quando está iluminado,
escondendo a periferia que está exposta ao sol
- ABC - Corpo Lunar
- DEG - Orbe vaporoso
- F - Olho
- DA - Vapores nos
- EB - Vapores profundos
- F alcança as partes médias DA
- EB bloqueia a visão

- rugosidades terrestres são menores do que as lunares


- CAF - Globo lunar
- E - Centro do globo
- CF - Diâmetro do globo

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- CF está para o diâmetro da terra - 2 para 7
- Diametro terrestre - 7000 milhas italianas
- CF - 2000 milhas
- CE - 1000
- AC - Vigésimo de CF
- EA - semidiâmetro
- GCD - Tangente, representa o raio solar
- AD - Representa um pico que é maior que 4 milhas italianas
- Não existem na terra montanhas com 1 milha vertical
- Evidencia-se que as proeminências lunares são mais elevadas que as terrestres

- Quando a lua se encontra próxima do sol -


- Oferece à nossa vista - cornos brilhantes e um ténue círculo reluzente
- Parece delimitar o contorno da parte escura que está afastada do sol
- Separada do fundo escuro do éter
- Toda a face da lua brilha
- A região da lua desprovida de luz solar também brilha com uma luz
considerável
- Especialmente quando as trevas nocturnas forem mais espessas - devido à
ausência Don sol
- Sobre um fundo mais escuro a luz parece mais brilhante
- explicações falsas
- Brilho natural e intrínseco da própria lua
- que lhe é conferido por Vénus ou por estrelas
- Luz dada pelo sol
- Se fosse verdade, a lua retê-la-ia e mostrá-la-ia especialmente durante os
clipes quando o céu está muito escuro

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- Mas isto é contrário à experiência, pois a luz que aparece na Lua durante um
eclipse é muito mais fraca, avermelhada, quase cúprea, enquanto que esta luz
é mais brilhante e mais branca
- A luz do eclipse - mutável
- Será que o corpo lunar, como qualquer outro corpo escuro e opaco, é banhado
de luz pela Terra
- toda a face da Lua que está voltada para a Terra é iluminada com uma luz
muito brilhante que vem do Sol em oposição, e a superfície da Terra brilha por
todas as partes, inundada pelo esplendor lunar.
- Depois, quando a Lua começa a decrescer, emite raios mais fracos na nossa
direcção e a Terra é iluminada mais fracamente; e à medida que a Lua se
aproxima da conjunção, a noite escura vem sobre a Terra.
- a luz lunar espalha sobre nós as suas iluminações mensais, umas vezes mais
brilhantes, outras mais fracas.
- Mas o favor é retribuído da mesma maneira pela Terra, pois quando a Lua está
sob o Sol, próximo das conjunções, ela está diante da superfície inteira do
hemisfério da Terra exposta ao Sol e iluminada por raios vigorosos, recebendo
luz re ectida dela.
- E, assim, por causa desta re exão, o hemisfério inferior da Lua, embora
destituído de luz solar, aparece com um brilho considerável.
- Quando a Lua está afastada do Sol por um quadrante, ela apenas vê uma
metade iluminada do hemisfério terrestre, a saber, o ocidental, pois a outra, a
metade oriental, está escurecida pela noite.
- A Lua é, pois, iluminada menos brilhantemente pela Terra, e a sua luz
secundária aparece-nos por consequência mais fraca. Pois, se supusermos a
Lua em oposição ao Sol, ela terá diante o hemisfério completamente tenebroso
e coberto de noite escura da Terra situada a meio.
- Nas suas diferentes posições em relação ao Sol e à Terra, a Lua recebe mais
ou menos luz da re exão terrestre ao estar diante de uma parte maior ou
menor do hemisfério terrestre iluminado.

- Pois as posições relativas desses dois globos são sempre tais que, quando a
Terra está mais iluminada pela Lua, a Lua está menos iluminada pela Terra
- Diremos mais no nosso Sistema do Mundo

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Estrelas fixas
- quando as estrelas são observadas por uma luneta não se vêem aumentadas na
mesma proporção de outros objectos
- Aumento menor nas estrelas
- Luneta multiplica objectos por uma razão de 100 e multiplica estrelas por uma
razão de 4/5
- Porque quando as estrelas são observadas à vista desarmada não aparecem de
acordo com o seu tamanho simples
- Mas sim irradiadas de um certo brilho e com uma cabeleira de raios brilhantes
- Especialmente quando a noite é avançada
- assim, o ângulo visual é determinado não pelo corpo mas pelo brilho circundante
- Os outros objectos, sejam observados durante o dia ou noite, parecem-nos
sempre do mesmo tamanho
- As estrelas vêem-se raiadas por meio da escuridão
- A luz do dia pode rapá-las da sua cabeleira
- A luneta
- Primeiro - retira às estrelas o brilho emprestado oi acidental
- Depois - aumenta os seus globos simples - parece, aumentadas por uma
razão menor
- Pequenas estrelas de quinta viu sexta grandeza parecem, de primeira quando
são vistas pela luneta
- os planetas - apresentam globos exactamente redondos e circulares, cobertos
de luz
- As estrelas xas - não são delimitadas por contornos circulares, mas sim como
luminárias cintilando em volta com raios brilhantes
- Aparecem com a mesma forma com a luneta oi vista desarmada mas maiores
- Com a luneta observa-se uma multidão de estrelas abaixo da sexta grandeza -
escapam à vista desarmada
- Mais do que 6 ordens de grandeza
- maiores - sétima grandeza ou primeira grandeza das invisíveis

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sexta-feira, 20 de outubro de 2023
- Maiores e mais brilhantes do que as de segunda grandeza quando vistas a
olho nu
- Maiores conhecidas ou antigas - contorno de linha dupla
- Menores e invisíveis - linha simples
- Respeitando a diferença de tamanhos
- a essência ou matéria da Via Láctea
- Aglomerado de incontáveis estrelas reunidas em grupo
- nebulosas
- São enxames de pequenas estrelas reunidas
- Cabeça de Oriente
- Contasse 21 estrelas
- Presépio
- Não é apenas uma única estrela mas a reunião de mais de quarenta pequenas
estrelas

Júpiter
- 7º dia de Janeiro de 1610
- Vi que três pequenas estrelas estavam muito perto de Júpiter
- Pequenas mas muito brilhantes
- Este - duas estrelas
- Oeste - uma estrela
- Oriental e ocidental - eram maiores que a outra
- Achava que se tratavam de estrelas xas
- 8º dia
- Encontrei um arranjo diferente
- Oeste - três pequenas estrelas
- Mais perto e separadas por intervalos iguais
- Porque razão podia estar Júpiter a leste das estrelas xas? Se antes estaria a
Oeste de duas delas

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sexta-feira, 20 de outubro de 2023
- 9º dia - nublado
- 10º dia
- Oriental - duas estrelas
- Oculta por Jupiter - pensei estar a terceira
- Sempre em linha reta
- Percebi que não era possível atribuir semelhantes mutações a Júpiter, a
permutação aparente tinha a sua origem nas estrelas que não seriam xas
- 11º dia
- Oriente - duas estrelas
- A do meio estava 3 vezes mais longe de Jupiter do que da oriental enquanto
na noite anterior a distância parecia aproximadamente igual
- Existiam no céu em torno de Júpiter - três estrelas errantes
- Com observações posteriores descobri que não eram apenas três mas quatro
- 12º dia
- primeira hora da noite
- Oriental - maior maior do que ocidental, mas ambas muito conspícuas e
brilhantes
- Estavam a dois minutos afastadas de Júpiter
- Terceira hora
- Apareceu uma terceira pequena estrela que antes não se via
- Quase tocava no lado este de Júpiter e era muito diminuta
- Todas estavam na mesma linha recta alinhadas ao longo da elíptica
- 13º dia
- Oeste - três estrelas, a estrela do meio estava um pouco desviada da linha
recta
- Este - uma estrela, dois minutos afastada de Jupiter
- Os restantes intervalos - apenas de um minuto
- Todas exibiam o mesmo tamanho, pequenas, muito brilhantes e mais
luminosas que as estrelas xas do mesmo tamanho

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sexta-feira, 20 de outubro de 2023
- 14º dia - nebuloso
- 15º dia
- Terceira hora
- Oeste - quatro estrelas
- Mais próxima de Jupiter - mais pequena - as outras pareciam sucessivamente
maiores
- Intervalos de dois minutos entre elas, a mais ocidental de quatro minutos
- sétima hora
- Presentes apenas tres estrelas
- Perfeitamente alinhadas
- A mais próxima era a mais pequena, afastada a três minutos de Júpiter, a
segunda afastada a um minuto da primeira, a terceira afastada da segunda
quatro minutos e trinta segundos
- 16º dia
- Duas anqueavam Júpiter afastadas dele apenas 40 segundos
- Terceira estava a oito minutos de Júpiter no oeste
- Mais próximas eram apenas mais brilhantes
- 17º dia
- Oriente - uma estrela a três minutos de Júpiter
- Oeste - uma estrela a onde minutos de Júpiter
- Oriental era 2 vezes maior
- passadas quatro horas - quase quinta hora da noite
- Lado oriental - Começou a emergir uma terceira
- Estrela do meio oriental estava apenas a 20 segundos desviada para sul da
linha reta
- 18 º dia
- Oriental era maior que a ocidental, 8 minutos afastada de Júpiter e 10 minutos
afastada de Júpiter
- No primeiro dia de março foi avistada uma estrela xa que formava um triângulo
equilátero com Júpiter

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sexta-feira, 20 de outubro de 2023
- Observações de quatro planetas Mediceus
- Descobertos pela primeira vez por Galileu
- Primeiro lugar
- Completam as suas revoluções em torno de Jupiter
- Acompanham o seu movimento, retrógrado ou direto
- Afastados de leste para oeste - intervalos muito estreitos
- Rodam em círculos desiguais
- Nas maiores elongações de Júpiter
- Nunca se podem ver dois planetas em conjunção
- Por outro lado, se encontram dois, três e as vezes todos perto de Júpiter
- as revoluções dos planetas que descrevem círculos menores em torno de Júpiter
são mais rápidas
- Por isso, as estrelas mais próximas de Júpiter são vistas de leste para oeste de
um dia para outro
- O planeta que percorre o maior orbe - período semimensal
- Admitindo tranquilamente a revolução dos planetas em torno do sol no sistema
coperniciano
- Temos um planeta revolvendo em torno de outro enquanto ambos se deslocam
ao longo de um grande circulo em torno do sol
- Quatro estrelas vagueastes em torno de Júpiter
- À semelhança da lua em torno da terra
- Todas elas com Júpiter percorrem um grande orbe em torno do sol no intervalo
de 12 anos

- estrelas Mediceias - parecem duplicar de tamanho


- Não podemos buscar a razão nos vapores terrestres, as estrelas aparecem
maiores ou menores enquanto os tamanhos de Júpiter e das estrelas xas se
mostram inalterados
- Por outro lado, parece absolutamente inconcebível que elas se aproximem e
afastem da Terra no perigeu e apogeu das suas revoluções a ponto de causar
tais grandes mudanças

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sexta-feira, 20 de outubro de 2023
- possível explicação nal
- Interposição de vapores terrestres - sol e lua parecem ,maiores, estrelas xas e
planetas parecem menores
- Perto do horizonte as luminárias parecem maiores mas as estrelas menores e
invisíveis
- Diminuem ainda mais se os vapores são inundados de luz
- Por essa razão, as estrelas parecem muito pequenas durante o dia e nos
crepúsculos
- Mas a lua não
- A terra e alua têm o seu próprio orbe vaporoso em seu redor
- Não parece inconcebível colocar ao redor de Júpiter um orbe mais denso do
que o resto do éter em torno do qual, os planetas mediceus são levados -
como a lua em torno da esfera dos elementos
- No apogeu - pela interposição deste orbe - parecem mais pequenos
- No perigou - ausência ou atenuação deste orbe - parecem maiores

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