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Introdução às Utilidades Não Elétricas

Conteúdo Programático

Introdução - você está aqui!

Unidade I - Sistema de Captação e Distribuição de Água do Mar

Unidade II - Sistema de Geração e Distribuição de Hipoclorito

Unidade III - Sistema de Produção e Distribuição de Água Potável e Industrial

Unidade IV - Sistema de Água de Resfriamento para o Processo

Unidade V - Sistema de Água de Aquecimento para o Processo

Unidade VI - Sistema de Água de Injeção no Reservatório de Petróleo

Unidade VII - Sistema de Combate a Incêndio

Unidade VIII - Sistema de Ar Comprimido

Unidade IX - Sistema de Óleo Diesel

Unidade X - Sistema de Tratamento de Esgoto Sanitário

Unidade XI - Sistema de Ventilação e Ar Condicionado

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Para dar suporte a esses processos e garantir a funcionalidade das unidades de produção,
é necessário dispor de uma série de sistemas de suprimento e apoio, denominados
Utilidades Elétricas e Utilidades Não Elétricas.

Este curso discorrerá sobre as Utilidades Não Elétricas, especialmente aquelas

destinadas às plataformas marítimas de produção.

Deste modo, serão tratados aqui, considerando-se os aspectos gerais, os sistemas de


captação e distribuição de água do mar, geração e distribuição de hipoclorito, produção e
distribuição de água potável e industrial, água de resfriamento para o processo, água de
aquecimento para o processo, água de injeção no reservatório de petróleo, combate a
incêndio, ar comprimido, óleo diesel, tratamento de esgoto sanitário, ventilação e ar
condicionado.

Espera-se, com isso, contribuir com um material de estudo, mesmo sucinto, para aqueles
profissionais que atuam na área de produção de petróleo offshore.

Está pronto para estudar? Aguardo você na próxima unidade. Bons estudos!

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UNIDADE I – SISTEMA DE CAPTAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA DO MAR

1.1. Finalidade

O Sistema de Captação e Distribuição de Água do Mar tem por finalidade:

➢ Captar e fornecer água do mar, filtrada e tratada, aos diversos consumidores da


plataforma.

1.2. Principais consumidores

➢ No passado, a água do mar captada era utilizada principalmente para circular água salgada
fria nos permutadores de calor do sistema de água doce de resfriamento, pressurizar a rede
de combate a incêndio e fazer neblina no flare para conter a radiação da chama.

➢ Hoje, a água do mar captada deve atender às necessidades da própria plataforma


(utilidades, segurança) e à água de injeção.

Os principais consumidores da água do mar captada são:

➢ permutadores de calor do sistema de água de resfriamento;


➢ sistema de geração de hipoclorito;
➢ sistema de geração de água potável e industrial;
➢ sistema de combate a incêndio;
➢ sistema de tratamento de esgoto;
➢ tomadas de serviço;
➢ sistema de água de injeção no reservatório (em algumas plataformas).

1.3. Principais componentes

Os principais componentes do Sistema de Captação e Distribuição de Água do Mar


são:
➢ telas de proteção;
➢ bombas de captação (via caixa de mar ou via tubulão);
➢ pontos de injeção de hipoclorito de sódio;
➢ filtros;

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➢ válvula de pressão (PV) de overboard.

1.4. Diagrama típico do sistema

A figura a seguir ilustra um sistema típico de captação de água do mar via caixas de mar,
de aplicação em navios FPSO e plataformas semi-submersíveis, que são caixas de
captação, localizadas em compartimentos estanques da embarcação, abaixo do nível do
mar.

Existem também sistemas de captação via tubulão, de aplicação em plataformas fixas e semi-
submersíveis, que são tubos verticais que se prolongam até determinada profundidade do mar, onde
bombas submersas, localizadas no interior desses tubos, efetuam a captação.

1.5. Descrição do processo

A água do mar é captada via caixas de mar ou via tubulão, onde recebe a dosagem de
hipoclorito de sódio, de forma a se obter um residual de 0,5 a 1,0 ppm de cloro livre ao
longo do sistema, com a finalidade de impedir a proliferação de organismos marinhos no
interior das tubulações e equipamentos e a incrustação biológica nos sistemas por onde
circula essa água.

Para a geração de hipoclorito, é usada parte da água captada, que é desviada para o gerador
de hipoclorito. O excedente de volume da água captada é descartado para o mar pela linha
de overboard, sob controle de pressão, através de uma PV.

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Há telas de proteção, de 100 mm x 100 mm instaladas na extremidade do tubulão e nas
caixas de mar para prevenção da admissão de grandes objetos que possam danificar as
bombas.

Na descarga das bombas de captação, a água passa pelo conjunto de filtros tipo cesto (em
geral de 2.000 µm), com o objetivo de reter as partículas de maior tamanho, como algas,
moluscos, crustáceos, peixes etc.

Saindo desses filtros, a água segue para os consumidores de água salgada da plataforma.

As bombas de captação de emergência enviam a água para os geradores auxiliares de


energia elétrica.

1.6. Captação via caixas de mar e captação via tubulão

Veja como funciona a captação via caixas de mar e tubulões.

V I A C A I X A S D E M A R - Em sistemas de captação via caixas de mar, as bombas de


captação são bombas emersas, instaladas no interior de pontoons ou casa de máquinas de
FPSO, que são compartimentos estanques, situados abaixo do nível do mar. São bombas
centrífugas verticais, acionadas por motor elétrico, e existe, nesses casos, relativa
facilidade de acesso para manutenção.

T U B U L Õ E S - Já em sistemas de captação via tubulões, as bombas de captação (sea water


lift pumps) são bombas submersas (em torno de 14 metros de profundidade), instaladas
no interior de tubulões, que são tubos verticais (em torno de 20” de diâmetro) que se
prolongam até determinada profundidade do mar. São também bombas centrífugas
verticais, acionadas por motor elétrico. Para manutenção, essas bombas são suspensas
por meio de desmontagem e elevação das diversas seções de sua tubulação de descarga.

1.7. Filtração

Na descarga das bombas de captação, a água do mar passa pelo conjunto de filtros
tipo cesto (em geral de 2.000 µm) com o objetivo de reter as partículas de maior
tamanho, como algas, moluscos, crustáceos, peixes etc. Saindo destes filtros, a
água segue para o consumidores.

Algumas plataformas possuem dois estágio de filtração, estando o primeiro na sucção das bombas de
captação (em geral de 2.000 µm) e o segundo na descarga, (em geral de 500 µm).

A perda de carga do fluxo de água nesses filtros é medida por um indicador-


transmissor de pressão diferencial e a pressão diferencial alta gera sinal de alarme
no painel. Periodicamente, o elemento filtrante deve ser retirado para limpeza.

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1.8. Tratamento com hipoclorito de sódio na captação e verificação do cloro
residual

O hipoclorito de sódio é um composto químico (NaClO) injetado na captação da água do


mar, com a finalidade de combater o crescimento de organismos marinhos e a
incrustação biológica nos sistemas por onde circula essa água.

A incrustação biológica (biofouling) pode ser de dois tipos.


➢ Macroincrustação – A macroincrustação é causada por organismos marinhos maiores
(algas, cracas etc.).
➢ Microincrustação – A microincrustação é causada por organismos marinhos
microscópicos (plânctons, fungos e bactérias).

Os efeitos mais comuns da incrustação biológica são restrição de fluxo em tubulações, entupimentos,
redução de transferência de calor em permutadores, corrosão em tubulações e equipamentos etc.

Para combater o crescimento desses organismos, o ponto de captação da água do mar


recebe uma dosagem de hipoclorito de sódio.

A dosagem deve ser contínua, pois é mais eficaz do que a dosagem de choque, e deve ser
ajustada para que se consiga um residual de 0,5 ppm a 1,0 ppm de cloro livre ao longo do
sistema, que é o residual de cloro necessário para o controle do crescimento de bactérias.

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A cloração da água pode ser feita por meio de:
• 1 - cloro gasoso (Cl2);
• 2 - hipoclorito de sódio (NaClO), contendo este cerca de 10 % de cloro livre.

Os dois são muito similares nos efeitos, pois dependem da formação do ácido hipocloroso na
solução (HClO), que é o principal agente esterilizante.

O hipoclorito de sódio fornecido em bombonas também tem seu uso limitado em plataformas de
petróleo.

O hipoclorito fornecido em bombonas é nada mais que o gás cloro (Cl2) dissolvido em uma
solução de hidróxido de sódio (NaOH).

Normalmente, as bombonas de hipoclorito contêm cerca de 11 % de cloro quando são


envasadas. Dependendo das condições de transporte e armazenamento nas plataformas
(calor e agitação), a solubilidade do cloro na solução é reduzida, favorecendo a liberação
do gás cloro.

O teor de cloro pode ser reduzido a menos da metade da concentração original. Isto faz
com que se tenha um alto consumo do produto para conseguir obter o residual
recomendado de cloro livre no sistema. A equação a seguir demonstra a reação do
hipoclorito fornecido em bombonas durante a fabricação.

Cl2 + 2 NaOH ↔ NaClO + NaCl + H2O


O produto comumente utilizado nas plataformas de petróleo da Bacia de Campos é o hipoclorito de
sódio obtido em unidades geradoras de hipoclorito, a partir da água do mar.
Como é possível produzir hipoclorito de sódio em águas contendo cloreto, como a água do
mar, ela então é captada e enviada a unidades geradoras de hipoclorito, eliminando a
necessidade de transporte e armazenamento de grandes quantidades de solução de
hipoclorito de sódio.

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Nas unidades geradoras de hipoclorito, ao circular a água do mar por células (anodos e catodos)
energizadas com corrente contínua

ocorre o processo eletrolítico, gerando hipoclorito de sódio e hidrogênio, de acordo com


a seguinte reação.

H2O + NaCl -> NaClO + H2

Por outro lado, o cloro é um forte agente oxidante.


Além de combater os organismos marinhos vivos (algas, plânctons, fungos e bactérias),
ele reage com íons ferrosos, sulfitos, bissulfitos, ácido sulfídrico (H2S) e alguns inibidores
de corrosão e de incrustação.

Devido às perdas nessas reações, a dosagem de cloro na solução deve ser ajustada para que se
consiga um residual de 0,5 ppm a 1,0 ppm de cloro livre ao longo do sistema, que é o
residual de cloro necessário para o controle do crescimento de bactérias.

Deste modo...

Se o teor de H2S ou de íons ferrosos for muito alto, o uso de cloro fica limitado.

Normalmente, não se utiliza cloro quando se tem longas linhas em aço, pois o cloro reage
com o aço.

Se a linha é muito longa, a quantidade de cloro necessária para se obter um teor de 0,5
ppm a 1,0 ppm no final da linha é muito grande. Isso pode resultar em aumento da taxa de
corrosão e aum

ento do custo de tratamento.

Nas plataformas mais modernas, estes sistemas são dotados de materiais inertes à
corrosão por oxigênio ou por cloro, como as ligas de cobre-níquel e FRP (Fiber Reinforced
Plastic), entre outros.

1.9. Overboard: problemas de cavitação

A água do mar não consumida, do Sistema de Captação e Distribuição de Água do Mar,


junto com a água do mar que passou pelos permutadores de calor do Sistema de Água de
Resfriamento é descartada de volta para o mar (overboard), por meio de um tubo vertical
que se prolonga do convés da plataforma até um ponto próximo da superfície do mar.

A aceleração da gravidade a que fica submetida esse volume de água que se desloca
verticalmente no tubo de descarte provoca grande queda de pressão (vácuo) em todo o
sistema.

Esse fenômeno promove redução do NPSH das bombas de captação e consequente


cavitação dessas bombas, comprometendo a eficiência do sistema.

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Para evitar esse fenômeno, o descarte de água para o mar é realizado sob controle de pressão, por
meio da válvula (PV) de overboard, que é ajustada para manter pressão positiva no sistema. A
operacionalidade desta válvula precisa ser permanentemente monitorada.

Para prevenir a formação de vácuo a jusante da PV, são instaladas válvulas quebra-vácuo
que propiciam a entrada do ar no interior da tubulação.

Resumo
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Sistema de Captação e Distribuição de Água do Mar.

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UNIDADE II – SISTEMA DE GERAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE HIPOCLORITO

2.1. Finalidade

O Sistema de Geração e Distribuição de Hipoclorito tem por finalidade:


Produzir hipoclorito de sódio por meio da eletrólise da água do mar, descartar o
hidrogênio resultante do processo e enviar o produto gerado para as caixas de mar e
tubulões de captação de água. O hipoclorito de sódio é utilizado para combater o
crescimento de organismos marinhos e a incrustação biológica nos sistemas por onde
circula a água do mar captada.

2.2. Principais componentes

Os principais componentes de uma unidade geradora de hipoclorito são:


➢ eletrolisador;
➢ transformador-retificador;
➢ painel de controle;
➢ vaso desgaseificador;
➢ ventiladores de diluição de hidrogênio;
➢ skid de limpeza química.

Unidade geradora de hipoclorito

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2.3. Descrição do processo

A geração do hipoclorito de sódio é feita por um processo eletroquímico (eletrocloração),


mediante a eletrólise parcial do cloreto de sódio presente na água do mar, que flui através
de eletrodos energizados por corrente contínua no eletrolisador.

O eletrolisador se compõe de células (anodos e catodos) energizadas com corrente


contínua retificada no transformador-retificador. A corrente elétrica é controlada
permanentemente por meio do painel de controle. Ao circular a água do mar por essas
células, ocorre o processo eletrolítico, gerando hipoclorito de sódio e hidrogênio, de
acordo com a seguinte reação:

H2O + NaCl -> NaClO + H2

No anodo (polo +), normalmente feito de titânio revestido de platina, o íon cloreto Cl− é
oxidado a cloro Cl2, o cloro reage com a água, originando íon hipocloroso HClO− e o íon
hipocloroso reage com íon sódio Na+, originando hipoclorito de sódio NaClO.

No catodo (polo −), normalmente feito de titânio, o íon H+ é reduzido a hidrogênio H2.
A quantidade de hipoclorito de sódio produzido é diretamente proporcional à corrente
elétrica que percorre as células. O total de cloro gerado é a concentração de cloro em ppm
na descarga da unidade multiplicado pelo total de água em m3/h que passa pela unidade,
dividido por 1000.

Depois de ocorrido o processo, o hipoclorito de sódio segue para o vaso desgaseificador,


onde o hidrogênio remanescente do processo é misturado ao ar que é inserido pelos
ventiladores de diluição de hidrogênio (blowers), e posteriormente separado e ventilado
para a atmosfera, em um lugar seguro.

A partir daí, o hipoclorito de sódio é distribuído para as caixas de mar e sucção das bombas
nos tubulões de captação de água do mar.

Outros pontos de consumo são a sucção das bombas de água de combate a incêndio e tanques de
lastro dos FPSOs e plataformas semi-submersíveis.

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2.4. Controle da produção de hipoclorito

A concentração de hipoclorito de sódio produzido pela unidade geradora é diretamente


proporcional à intensidade de corrente nas células eletrolíticas. Sendo assim, a corrente
elétrica deve ser controlada permanentemente.

Resumo

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UNIDADE III – SISTEMA DE PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA POTÁVEL E
INDUSTRIAL

3.1. Finalidade

O Sistema de Produção e Distribuição de Água Potável e Industrial tem por finalidade:


Produzir e distribuir água doce para os consumidores da plataforma. Produzir água doce
representa dessalinizar a água do mar, tratar e estocar água doce, atendendo a legislação
em vigor.

A plataforma pode também receber água doce, por meio de embarcações marítimas, quando o
sistema estiver inoperante ou com baixa eficiência.

3.2. Diferença entre água industrial e água potável

As unidades marítimas de produção de petróleo estão cada vez menos dependentes


da água doce transportada por rebocadores.

Hoje, a água do mar captada pode atender a todos os consumidores de água industrial e
de água potável da plataforma, bastando para isso possuírem equipamentos para
dessalinizar e clorar a água do mar.

Água de consumo humano para beber e cozinhar alimentos é fornecido por galões de água mineral.

Mas qual é exatamente a diferença entre água industrial e água potável?

Água Industrial – A água industrial é a água doce que segue a especificação para uso
industrial, sendo mais restritiva no parâmetro salinidade. Ela pode ser levada por
rebocadores ou produzida na plataforma, por meio da dessalinização da água do mar e
cloração.

Água Potável – A água potável é a água doce que segue as exigências para consumo humano
(não sendo utilizada para beber nem cozinhar alimentos) segundo as legislações vigentes.
Ela pode ser levada por rebocadores ou produzida na plataforma, por meio da
dessalinização da água do mar e cloração.

O sistema de água doce tem a função de prover água para as seguintes aplicações:
Á G U A PA R A C O N S U M O H U M A N O

➢ A água para consumo humano deve ser mineralizada e esterilizada.


➢ Água quente e fria para pias, lavanderia, cozinha, oficinas, estações de serviço, chuveiros
e lava-olhos de emergência.

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ÁGUA DOCE INDUSTRIAL

• Reposição (make up) do sistema de aquecimento.


• Reposição (make up) do sistema de resfriamento.
• Água de diluição (dessalgação do petróleo).
• Diluição de polieletrólito.
• Limpeza de membrana de URS (Unidade Redutora de Sulfato) etc.

Esta água deve ser fornecida por um tanque independente e exclusivo para usos que
envolvam sistemas de processamento de hidrocarbonetos.
A água doce para limpeza das membranas da URS deve ser isenta de cloro. Assim, a tomada
de água para esta finalidade deve ser feita antes da etapa de cloração da água.

3.3. Principais componentes


O sistema se compõe de:
➢ unidades dessalinizadoras (por osmose reversa ou destilação a vácuo);
➢ unidade cloradora;
➢ vaso hidróforo;
➢ tanques de água industrial;
➢ tanques de água potável;
➢ bombas;
➢ filtros;
➢ medidores;
➢ aquecedores elétricos de água (boilers);
➢ bombas de água potável quente.

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3.4. Diagrama típico do sistema

3.5. Descrição do processo

A água do mar captada, após passar por cloração e filtração, segue para as unidades
dessalinizadoras (por osmose reversa ou destilação a vácuo), em seguida é tratada em
unidade cloradora e depois é enviada para tanques de armazenamento.

O sistema pode também receber água doce de embarcações marítimas, utilizando


mangotes, quando as unidades não possuem dessalinizadoras ou estas estiverem
inoperantes ou com baixa eficiência.

Dos tanques de armazenamento, a água doce tratada é distribuída aos diversos


consumidores, por meio de bombas.

Na grande maioria das unidades marítimas, a água doce é distribuída da seguinte


maneira:

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Água industrial para processo e serviços gerais

Atende ao sistema de água de resfriamento para o processo, sistema de água de aquecimento para
o processo, unidades de limpeza lava-jato, tomadas de água industrial etc.

Água potável fria das acomodações

Atende aos banheiros, cozinha, lavanderia, enfermaria, estações de mergulho, oficina e aquecedores
de água para as acomodações.
Água potável quente das acomodações
Atende a diversas áreas das acomodações. A água deste sistema é aquecida por aquecedores elétricos
(boilers).

3.6. Dessanilização da água do mar


Há dois métodos de dessalinização da água do mar:
➢ Dessanilização por osmose reversa
➢ Dessanilização por destilação a vácuo

Dessanilização por osmose reversa - A osmose reversa é o inverso da osmose.

Osmose é o fenômeno natural que ocorre quando duas soluções de concentrações


diferentes, como, por exemplo, a água pura e a água salgada, são separadas por uma
membrana semipermeável, ou seja, permeável para solventes (no caso, a água pura) e
impermeável para solutos (no caso, os íons).

A unidade de dessalinização por osmose reversa permite dessalinizar a água do mar


à temperatura ambiente, sem destilação. Aplicando à solução concentrada, uma pressão
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superior à sua pressão osmótica, a água da solução concentrada passa para a solução
diluída, através da membrana semipermeável, enquanto os sais são retidos, resultando
em aumento da concentração da solução salina.

Um analisador de salinidade (salinômetro) instalado na linha de água tratada monitora


a concentração de sais na água, indicando a necessidade de realização de limpeza química
e/ou manutenção do equipamento.

Dessanilização por destilação a vácuo

O destilador a vácuo pode ser provido de ejetor ou de compressor. No caso de destilador


a vácuo com ejetor, a bomba ejetora e o ejetor da mistura de ar e salmoura criam um
vácuo no sistema de modo a abaixar a temperatura de vaporização da água salgada.
Esse processo é realizado em dois estágios de vaporização.

1 º E S TÁG I O
A água é introduzida no trocador de calor de 1° estágio e distribuída por um canal de placas
(canal do trocador de calor). A água quente também é introduzida no trocador de calor de
1º estágio e distribuída por outro canal de placas. A água salgada é aquecida ao trocar calor
com a água quente.

Assim que alcança a temperatura de vaporização, em uma pressão menor que a pressão
atmosférica, a água salgada sofre uma evaporação parcial e a mistura gerada de vapor e

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salmoura entra na câmara de separação de 1º estágio, onde a salmoura é separada do
vapor e é enviada para o trocador de calor de 2º estágio.

Através de um demister, o vapor gerado passa pelo vaporizador de 1º estágio e segue para
o trocador de calor de 2° estágio, para fornecer calor à água salgada.

2 º E S TÁG I O
No evaporador de 2º estágio, novamente a água salgada sofre uma evaporação e a mistura
gerada de vapor e salmoura entra na câmara de separação de 2º estágio, onde a salmoura
é separada do vapor e é extraída pelo ejetor combinado de ar-salmoura. Parte do vapor
condensa e é extraído por uma das bombas de água destilada.

Através de outro demister, o vapor gerado passa pelo vaporizador de 2º estágio e segue
para o condensador. No condensador, a água destilada produzida é extraída por uma
bomba.

Em seguida, a água destilada é enviada para a unidade cloradora e finalmente para os


tanques de estocagem.

3.7. Monitoramento e controle de qualidade de água

Periodicamente são realizadas análises físico-químicas da água potável a bordo das


unidades marítimas para acompanhamento da qualidade da água e ajustes operacionais.
Além disso, existe rotina de envio de amostras para análise físico-química e
microbiológica em terra.

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Os objetivos principais do controle da qualidade da água doce nas plataformas da Bacia
de Campos são:
➢ manter os níveis exigidos de potabilidade da água;
➢ combater o crescimento de bactérias; e
➢ prevenir processos corrosivos em tubulações e equipamentos.

Sob o ponto de vista da corrosão, é bom destacar a atuação de alguns parâmetros de


medição no controle de processos corrosivos em tubulações e equipamentos dos sistemas
de água doce, tanto de água industrial como de água potável.

pH baixo – O pH baixo pode acelerar o processo corrosivo do sistema e o inibidor de


corrosão apresenta melhor eficiência em meio alcalino.

Cloro residual – O cloro residual é o percentual de cloro que deve ser mantido para combater
o crescimento de fungos e bactérias, a incrustação biológica e a corrosão decorrente dessa
incrustação nos sistemas por onde circula a água.

Além disso, existem bactérias que são capazes de oxidar a matéria ativa do inibidor de
corrosão (a base de nitrito) injetado nos sistemas de água fria para resfriamento e de água
quente para aquecimento oxidando o nitrito a nitrato), podendo provocar corrosão
localizada nesses sistemas. O residual de nitrito também é monitorado nesses sistemas.

Alto percentual de cloretos – O alto percentual de cloretos também interfere na ação do


inibidor de corrosão injetado nos sistemas de água fria para resfriamento e de água quente
para aquecimento.

Presença de ferro – A presença de ferro nos sistemas por onde circula a água doce é um
indicativo de processo corrosivo.

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Resumo
Parabéns! Você chegou ao final da Unidade III - Sistema de Produção e Distribuição
de Água Potável e Industrial.

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UNIDADE IV – SISTEMA DE ÁGUA DE RESFRIAMENTO PARA O PROCESSO

4.1. Finalidade

O Sistema de Água de Resfriamento para o Processo tem a finalidade de:


Resfriar a água doce e utilizá-la, em circuito fechado, para resfriar os fluidos e os
equipamentos de processo. Após passar pelos consumidores, a água de resfriamento
aquecida é resfriada pela água do mar nos permutadores de placas.

As principais funções do sistema de água de resfriamento são:


➢ resfriar os fluidos de processo de forma a atender aos requisitos técnicos e
operacionais;
➢ resfriar equipamentos;
➢ em projetos antigos previa-se também o resfriamento da água produzida
antes de ser descartada, de forma a atender os padrões de descarte
estabelecidos pelo órgão ambiental (legislação antiga).

A remoção de calor em uma planta de processo em plataforma marítima pode ser feita de
duas formas.

Sistema aberto - O fluido de resfriamento é água salgada, a qual retorna ao mar após passar pelos
permutadores, onde absorve calor.

Sistema fechado - O fluido de resfriamento é água doce, a qual circula em circuito fechado,
absorvendo calor em diversos pontos da planta de processo e cedendo este calor à água do mar. Este
sistema é denominado “sistema de água de resfriamento”.

O sistema de resfriamento deve ser, preferencialmente, em circuito fechado de


água doce.

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4.2. Principais consumidores

Os principais consumidores são:


➢ permutadores de calor do sistema de compressão de gás;
➢ permutadores de calor da unidade de glicol;
➢ compressores de ar;
➢ unidades de ar condicionado;
motores das bombas de transferência de óleo, de água quente e de injeção.

Permutadores de calor do sistema de compressão de gás

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4.3. Principais componentes

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4.4. Diagrama típico do sistema

4.5. Descrição do processo

➢ O Sistema de Água de Resfriamento para o Processo utiliza água doce em circuito


fechado, para resfriar os fluidos e os equipamentos de processo e também os de
utilidades, localizados tanto em áreas classificadas quanto em áreas não
classificadas. As bombas de circulação efetuam a circulação da água pelo sistema.
➢ Ao passar pelos permutadores de placas, a água doce é resfriada pela água do mar
captada. Normalmente, a água do mar captada entra nesses permutadores com
uma temperatura de 18 ºC a 23 ºC e sai com 34 ºC a 44 ºC. A água doce entra nos
permutadores com uma temperatura de 45 ºC a 56 ºC e sai em torno de 30 ºC, ao
ser resfriada pela água do mar.
➢ A água doce resfriada é distribuída para os consumidores, onde absorve calor e se
aquece. Em seguida, retorna à sucção das bombas de circulação, para ser reenviada
aos permutadores de placas, onde é novamente resfriada.
➢ Para manter uma vazão mínima nas bombas de circulação, uma válvula de
controle de pressão (PV de fluxo mínimo) efetua a recirculação da água de
resfriamento do coletor de distribuição para o coletor de retorno.
➢ O sistema possui um tanque de reposição (tanque de make-up), que
pode adicionalmente abastecer um vaso de expansão (vaso pressurizado) para
repor as perdas pela bomba de reposição (bomba de make-up) com água doce do
sistema de produção e distribuição de água potável e industrial.

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4.6. Permutador de placas

O permutador de placas consiste em um conjunto de placas metálicas onduladas (de aço


inox ou de titânio), que formam canais entre si, por onde passam os fluidos.

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Resumo

Parabéns! Você chegou ao final da Unidade IV - Sistema de Água de Resfriamento


para o Processo.

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UNIDADE V – SISTEMA DE ÁGUA DE AQUECIMENTO PARA O PROCESSO

5.1. Finalidade

O Sistema de Água de Aquecimento para o Processo tem a finalidade de:


Aquecer a água doce e utilizá-la, em circuito fechado, para aquecer os fluidos de
processo. Este sistema é constituído por um circuito de água doce aquecida e
pressurizada (com gás natural ou com nitrogênio), utilizando como fonte térmica os
gases quentes de exaustão das turbo-máquinas e os fornos de aquecimento.

A função principal do sistema de água quente de uma plataforma é aquecer o petróleo à


temperatura adequada para o processamento.

Entretanto outros usuários também podem utilizar água quente, como por exemplo:
➢ sistema de aquecimento de gás combustível;
➢ sistema de dessalinização de água por destilação a vácuo (se houver);
➢ operações especiais.

Sistema de água de aquecimento

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5.2. Principais consumidores

5.3. Principais componentes

Seus principais componentes são:


vaso de expansão;
bombas de circulação (centrífugas);
recuperadores de calor das turbo-máquinas (WHRU - Waste Heat Recovery Unit);
fornos (a gás, a diesel ou a óleo);
válvula de controle de pressão.

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5.4. Diagrama típico do sistema

5.5. Descrição do processo

O Sistema de Água de Aquecimento para o Processo aquece a água doce e a utiliza, em


circuito fechado, para aquecer os fluidos de processo. As bombas de circulação efetuam a
circulação da água pelo sistema. Após o recalque das bombas, a água é aquecida nos
recuperadores de calor dos gases quentes da exaustão das turbo-máquinas (Waste Heat
Recovery Unit - WHRU).

Caso as WHRUs não atenda à demanda total de calor, a água é aquecida também em fornos
a gás, a diesel ou a óleo, para complemento de energia. A água aquecida é então enviada
aos consumidores, retornando ao sistema com uma temperatura mais baixa, onde é
novamente aquecida.

A temperatura da água quente na saída dos recuperadores de calor dos gases quentes da
exaustão das turbo-máquinas é controlada em 180 ºC, por meio de reguladores de
chaminé na saída do gás de exaustão de cada turbo-máquina.

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A temperatura da água quente na saída dos fornos é também controlada em 180 °C, por
meio de controle da entrada de gás combustível e de ar de combustão nos fornos

A água doce aquecida a 180 °C é distribuída pelos consumidores, onde perde calor e se
resfria. Em seguida, retorna à sucção das bombas de circulação, com temperatura em
torno de 130 °C, para ser reenviada aos aquecedores, onde é novamente aquecida.

Para manter uma vazão mínima nas bombas de circulação, uma válvula de controle de
pressão (PV de fluxo mínimo) efetua a recirculação da água de aquecimento do coletor de
distribuição para o coletor de distribuição para o coletor de retorno.

O sistema contém um vaso de expansão, pressurizado com gás natural ou com ar


comprimido (normalmente 12 kgf/cm²), com duas funções principais:

• absorver as variações volumétricas do sistema de água de aquecimento, devido à


expansão e contração de volume sofrida pela água em razão das diferentes
temperaturas de operação do sistema (130-180-130) ºC;
• evitar a vaporização da água de aquecimento, mesmo estando aquecida a:

(130-180) ºC
o que é possível pelo fato de estar o vaso pressurizado.

O vaso de expansão é alimentado pelo tanque de reposição (tanque de make-up) e pela


bomba de reposição (bomba de make-up) com água doce do sistema de produção e
distribuição de água potável e industrial, com a finalidade de repor as perdas de água do
sistema.

5.6. Recuperadores de calor

Os recuperadores de calor (Waste Heat Recovery Unit - WHRU) são equipamentos


projetados para aproveitar o calor residual dos gases queimados nas turbo-máquinas.

Os gases da exaustão da câmara de combustão das turbo-máquinas trocam calor


com a água nos recuperadores de calor e depois são liberados para a atmosfera. A
troca térmica desejada depende da disponibilidade térmica dos gases queimados
(vazão e temperatura dos gases), o que é ajustado por meio de reguladores de
chaminé na saída do gás de exaustão de cada turbo-máquina.

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5.7. Fornos

Os fornos são equipamentos utilizados no Sistema de Água de Aquecimento para o


Processo, destinados a fornecerem energia para suprir a demanda térmica necessária ao
aquecimento da água. É um aquecedor de água do tipo vertical, contendo uma ou mais
serpentinas.

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O aquecedor é equipado com um ou mais queimadores, projetados para queima de óleo
e/ou gás natural, fornecido com ignição elétrica, piloto, sensores de chama tipo
ultravioleta, instrumentos de controle e programador de combustão.

Regiões de aquecimento do forno

Região de radiação - Região de radiação. É a região do forno onde a troca térmica ocorre por radiação
e convecção. O calor gerado pelos queimadores é absorvido pelo fluxo de água na serpentina da
região de radiação.

Região de convecção - É a região do forno onde a troca térmica ocorre exclusivamente por
convecção, sendo parte da energia absorvida pelo fluxo de água na serpentina da região de
convecção.

5.8. Prevenção da corrosão

A prevenção e o controle da corrosão no Sistema de Água de Aquecimento para o Processo


e também no Sistema de Água de Resfriamento para o Processo são feitos por meio de
análises físico-químicas da água, injeção de inibidor de corrosão e monitoramento da
taxa de corrosão, utilizando cupons, que são corpos de prova instalados nas tubulações e
verificados periodicamente.

Nesses sistemas (sistemas fechados), a Bacia de Campos utiliza atualmente o inibidor de corrosão a
base de nitrito (NO2) e borato de sódio.

O nitrito é um inibidor de corrosão anódico, ou seja, induz os produtos de corrosão (óxidos


de ferro) a serem protetivos na área anódica, formando um filme que serve como proteção
ao sistema. O borato é responsável pelo tamponamento do pH na melhor condição para o
tratamento, que é entre 9 e 10.

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Resumo

Parabéns! Você chegou ao final da Unidade V - Sistema de Água de Aquecimento para


o Processo.

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UNIDADE VI – SISTEMA DE ÁGUA DE INJEÇÃO NO RESERVATÓRIO DE PETRÓLEO

6.1. Finalidade

O Sistema de Água de Injeção no Reservatório de Petróleo tem a finalidade de:


Injetar a água do mar desaerada, filtrada e com tratamento químico, de modo a manter
o nível de energia do reservatório.

6.2. Principais componentes

Seus principais componentes são:


➢ filtros;
➢ desaeradora;
➢ bombas da desaeradora;
➢ bombas boosters;
➢ bombas principais de água de injeção;
➢ sistema de aplicação de produtos químicos.

Algumas unidades marítimas possuem ainda a unidade de desaeração a vácuo e a unidade de remoção
de sulfato.

6.3. Diagrama típico do sistema

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6.4. Descrição do processo

Após passar pelos permutadores de placas, a água do mar captada passa por filtros tipo
cesto de 80 µm (micrometro) e segue para as bombas centrífugas da desaeradora.

Essas bombas elevam a água até o topo da torre desaeradora.

Na desaeradora, ocorre a remoção física do oxigênio. A água entra pelo topo com cerca de
7 ppm de oxigênio e passa pelo leito recheado em contra-corrente com gás natural.

A troca de massa que ocorre entre a água e o gás faz o oxigênio dissolvido na água migrar
da fase líquida para a gasosa, ou seja, o gás retira o oxigênio da água e o leva consigo.

A água chega então ao fundo da torre desaeradora, no vaso de água desaerada, com cerca
de 50 ppb a 100 ppb de oxigênio.

Como o teor de oxigênio da água de injeção deve ser menor que 10 ppb, é necessário retirar
o restante do oxigênio pela remoção química. No vaso de água desaerada ou na linha de
saída do vaso, é feita a adição de sequestrante de oxigênio (bissulfito de sódio).

Ainda no vaso de água desaerada ou na linha de saída do vaso, são aplicados os biocidas
com o objetivo de controlar o crescimento microbiológico no trecho a jusante (depois) da
desaeradora.

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6.5. Desaeração

O objetivo da desaeração é retirar o oxigênio que vem dissolvido na água do mar captada
a fim de proteger os equipamentos e as tubulações da corrosão, evitando vazamentos e
que produtos resultantes (óxidos) sejam carreados para o poço.

O processo de desaeração é dividido em duas etapas:

➢ desaeração física;
➢ desaeração química.

Desaeração física

A desaeração física pode ser de dois tipos.

A VÁC U O ( E S G OTA M E N TO A VÁC U O )


A desaeração a vácuo é usada quando não há disponibilidade de gás ou ainda quando o gás
disponível possui componentes ácidos. Outra vantagem é que evita o contato da água de
injeção com hidrocarbonetos e a desaeradora pode ficar localizada em área não
classificada.

A desaeração a vácuo utiliza uma torre a vácuo onde se processa a vaporização da água a
baixas temperaturas. O fluido de arraste do oxigênio neste caso é o vapor produzido pela
vaporização da água ao entrar na torre a vácuo. O processo a vácuo pode ser obtido por
bomba de vácuo ou por ejetor.

A G Á S ( E S G OTA M E N TO U SA N D O G Á S )
A desaeração física a gás é efetuada em uma coluna localizada na parte superior do
conjunto de desaeração. A água atravessa um equipamento que permite o contato íntimo
entre a água aerada e o gás natural (pode ser vapor), para que se processe a remoção do
oxigênio. Este equipamento pode ser uma torre contendo um conjunto de pratos ou uma

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torre contendo um leito recheado. O sistema de desaeração com gás natural e torres
recheadas é o que mais vem sendo aplicado.

O leito recheado é formado por anéis de polipropileno, dispostos aleatoriamente


(randômicos) ou estruturados na torre recheada. Sua finalidade é aumentar a área de
contato entre água aerada que flui no sentido descendente e o gás natural que sobe pela
torre.

O fenômeno se baseia na diminuição da pressão parcial do oxigênio dissolvido na água,


fazendo com que ele se desprenda e seja arrastado pela fase gasosa que sobe rumo ao topo
da coluna.

A água chega então ao fundo da torre desaeradora, no vaso de água desaerada, com cerca
de 50 ppb a 100 ppb de oxigênio. O gás natural, após passar pelo recheio, é recolhido no
topo e enviado ao queimador (flare) ou reaproveitado pelo sistema de recuperação de
vapor.

O gás natural usado não deve possuir compostos ácidos como H2S e CO2. Normalmente se
utiliza gás combustível devidamente tratado.

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Desaeração química

A desaeração química consiste na aplicação de um agente redutor, denominado


sequestrante de oxigênio, que reage quimicamente com o oxigênio dissolvido na água.
Este processo ocorre no tanque ou vaso que compõe a parte inferior do conjunto
desaerador.

O produto utilizado atualmente é a base de bissulfito de sódio (NaHSO3). A dosagem de


bissulfito deve ser tal que o teor de oxigênio dissolvido na água, após a desaeradora, seja
menor que 10 ppb.

Além disso, deve-se adicionar um excesso do produto para que se mantenha um residual
sulfito de 2,0 ppm a 3,0 ppm após a desaeradora com a finalidade de absorver flutuações
da concentração de oxigênio após a desaeradora e acelerar a cinética da reação de
sequestro de oxigênio.

6.6. Filtração de polimento

Além de passar por filtros tipo cesto de 80 µm (micrometro), após os permutadores de


placas, a água do mar captada é submetida à filtração de polimento, por meio de filtros
tipo cartucho de 5 µm (micrometro), com o objetivo de reter as partículas maiores que o
padrão exigido para que não haja tamponamento dos poros do reservatório por partículas
sólidas.

Estes filtros são compostos por carcaças cilíndricas, com elementos filtrantes de polipropileno.

Quando a perda de carga através do filtro atingir 2,5 kgf/cm², o elemento filtrante deve
ser substituído. Existem sistemas de filtração auto-limpantes, com retro-lavagem
automática, que pode ser feita com a própria água de injeção.

6.7. Qualidade da água de injeção

A água do mar captada necessita de tratamentos para sua injeção no reservatório de


petróleo.

É necessário:
➢ reter os sólidos em suspensão para evitar o tamponamento dos poros do
reservatório;
➢ remover o oxigênio dissolvido na água para proteger os equipamentos e as
tubulações da corrosão;
➢ controlar o crescimento de micro-organismos causadores de incrustação
microbiológica e corrosão.
Processos físicos e químicos são utilizados para essa finalidade, destacando os seguintes
itens.

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Filtração:
A filtração tem a finalidade de reter os sólidos em suspensão. Além da primeira etapa de
filtração com filtros tipo cesto de 80 µm (micrometro), a filtração de polimento retém as
partículas sólidas maiores que 5 µm (micrometro). Os tipos de filtros mais utilizados são
na primeira etapa, filtros cesta, e na segunda etapa, filtros de cartucho.

Desaeração física
A desaeração física, realizada por meio de torre desaeradora, reduz o teor de oxigênio
dissolvido na água para cerca de 50 ppb a 100 ppb.

Desaeração química
A desaeração química, realizada por meio da aplicação de sequestrante de oxigênio, reduz
o teor de oxigênio dissolvido na água para menos de 10 ppb.
O produto utilizado para este fim é o bissulfito de sódio em solução.

Aplicação de biocidas
A aplicação de biocidas efetua o controle do crescimento de bactérias geradoras de
incrustação microbiológica e corrosão. Os biocidas são utilizados na forma de tratamento
de choque, por exemplo, duas vezes por semana. São normalmente a base de sais
quaternários de amônio e glutaraldeído. Um produto bastante utilizado é o THPS a 75 %.

Aplicação de biodispersantes
A aplicação de biodispersantes evita a formação de biofilme de bactérias e sua aderência
nas paredes de vasos e tubulações. Os biodispersantes são utilizados na forma de injeção
contínua. Um produto bastante utilizado é o quaternário de amônio a 50 %.

Algumas unidades marítimas utilizam a água produzida pelos poços de petróleo


para reinjeção no reservatório.

Nestes casos, o tratamento será de acordo com as características do reservatório e


das condições definidas em projeto para a injeção de água. Não são necessárias as
etapas de desaeração física e química, pois a água produzida já é isenta de
oxigênio. Pode ser necessária uma etapa de filtração para enquadramento do teor
de sólidos suspensos e partículas aceitáveis.

A aplicação de inibidores de incrustação (polímeros) evita obstruções por incrustações nas tubulações
dos poços, oriundas da precipitação de sais incrustantes, como carbonato de cálcio (CaCO3), sulfato de
cálcio (CaSO4), sulfato de bário (BaSO4) e sulfato de estrôncio (SrSO4).

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Resumo

Parabéns! Você chegou ao final da Unidade VI - Sistema de Água de Injeção no


Reservatório de Petróleo.

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UNIDADE VII – SISTEMA DE COMBATE A INCÊNDIO

7.1. Finalidade

O Sistema de Combate a Incêndio tem a finalidade de:


Fornecer água, líquido gerador de espuma, CO2 e água nebulizada com vazão e pressão
adequadas para o combate a incêndio.

7.2. Principais componentes

Seus principais componentes são:


o sistema de água de incêndio composto de bombas de incêndio:
▪ - anel de incêndio;
▪ - hidrantes;
▪ - sistema de dilúvio;
▪ - sistema de espuma;
o sistema fixo de CO2;
o sistema de água nebulizada.

7.3. Sistema de água de incêndio

O sistema de água de incêndio é composto de um anel de água que percorre a unidade


marítima, abastecendo os hidrantes, sistema de dilúvio e sistema de espuma.

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As bombas de incêndio são acionadas quando ocorre baixa pressão no anel de incêndio,
fogo confirmado em zona protegida por sistema de dilúvio ou partida manual, do seguinte
modo:

Baixa pressão no anel de incêndio: Ao detectarem pressão baixa no anel de incêndio os pressostatos
instalados no anel acionam as bombas de incêndio por atuação automática.

Fogo confirmado por sistema de visualização de chama em zona protegida por sistema de dilúvio:
A detecção de fogo por UV/IR nessas zonas aciona as bombas de incêndio por atuação automática.

Fogo confirmado por derretimento de fusível plug em zona protegida por sistema de dilúvio: A
detecção de fogo por fusível plug nessas zonas aciona as bombas de incêndio por atuação
automática.

Partida manual: Partida manual: A partida das bombas pode ser feita por atuação manual remota ou
atuação manual no local.

7.4. Sistema de dilúvio

O sistema de dilúvio consiste de ramais de água de dilúvio, dotados de válvulas ADV


(Automatic Deluge Valve), que partem do anel de incêndio para as áreas a serem
protegidas, e de redes de fusíveis plugs, que são ramais de linhas de tubulação inox de
pequenos diâmetros, pressurizadas com ar comprimido e dotadas de sensores de calor
(fusível plug) sobre as áreas a serem protegidas.

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O sistema de dilúvio é composto, portanto, de:

➢ ramais de água de dilúvio;


➢ válvulas de dilúvio (ADV);
➢ linhas de fusível plug (sensor que se rompe com o calor);
➢ pressostatos (sensores de pressão);
➢ válvula com acionamento no local;
➢ válvula com acionamento remoto.

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PÚBLICA
Saindo do anel de incêndio, os ramais de água passam pelas válvulas ADVs, que são
mantidas fechadas por pressão de ar vindo das linhas de fusíveis plugs. Os ramais de água
possuem nas suas extremidades um conjunto de bicos aspersores de água tipo sprinklers,
abertos, sobre a área protegida.

As linhas de fusível plug são linhas de tubulação inox de pequenos diâmetros


(geralmente 1/4“), pressurizadas com ar comprimido a uma pressão de
6,0 kgf/cm² a 7,0 kgf/cm², instaladas sobre as várias áreas a serem protegidas.

Ao longo dessas linhas e nas suas extremidades, existem sensores de calor, denominados
fusíveis plug, projetados para derreterem a 70 ºC, liberando o ar que mantém fechada a
ADV.

Ao se romperem, a pressão da linha de tubulação inox começa a diminuir e ao atingir a


pressão de 4,5 kgf/cm², esta pressão é detectada por um pressostato, fazendo com que
automaticamente sejam abertas as válvulas de dilúvio (ADV), que alimentam os bicos
aspersores, inundando com água toda a área protegida.

7.5. Sistema de espuma

O sistema de espuma é um sistema físico-químico de combate a incêndio, que utiliza água


de incêndio, ar e Líquido Gerador de Espuma (LGE) para formar, no momento do combate
ao incêndio, um lençol de espuma de abafamento sobre os líquidos em chama. O ar pode
ser substituído por CO2.

Os equipamentos lançadores e formadores de espuma são constituídos de reservatório de


Líquido Gerador de Espuma (LGE) e canhão lançador de água de incêndio.

Quando a válvula do canhão é aberta, a água de incêndio flui pelo difusor do canhão e
arrasta o ar e o Líquido Gerador de Espuma (LGE), formando a espuma.

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A espuma formada por esses componentes possui densidade bem baixa e flutua sobre os líquidos
em combustão, contornando os obstáculos.

O lençol de espuma formado sobre os líquidos em combustão impede a passagem de gases


aquecidos, isolando o combustível do contato com o ar, por períodos prolongados, após
sua aplicação.

Existem agentes formadores de espuma especiais que formam uma película aquosa a
partir da decomposição da espuma sobre o combustível, resultando em extinção do fogo.

7.6. Sistema fixo de CO2

A finalidade do sistema fixo de CO2 é promover o disparo e descarregamento de CO2 para


combate a incêndio no interior de compartimentos protegidos.

Seus principais componentes são:

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➢ disparo automático pela sala de controle via ECOS. Nos projetos atuais o disparo
automático não é mais aceito;
➢ disparo manual pelas válvulas manuais que ficam nos painéis locais ou pelas
solenoides de comando das cabeças dos cilindros e das válvulas direcionais.

Os cilindros de CO2 são distribuídos em baterias:

Bateria principal - Em muitos casos, a bateria principal é composta de mais de 300 cilindros, cada um
com capacidade de 45 kg de CO2 e pressão de descarga de 60 kgf/cm². Cada cilindro possui
conectado em sua extremidade uma válvula de comando e é interligado a outros cilindros por meio
de conectores flexíveis e também a um header coletor.

Bateria reserva

Nos projetos atuais a escolha pela utilização de bateria reserva é definida no projeto básico.

Configuração Atual de projeto para acionamento do sistema de CO2:

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AC I O N A M E N TO M A N UA L LO C A L
Onde a abertura da válvula direcional da sala a ser protegida e da válvula do cilindro piloto
deverá ser feita através dos acionadores elétricos manuais instalados externamente a
todos os acessos da sala a ser protegida e da sala da bateria de cilindros de CO2.

AC I O N A M E N TO M A N UA L M E C Â N I C O
Onde as aberturas da válvula direcional da sala a ser protegida e da válvula do cilindro
piloto deverão ser realizadas por meio dos acionadores elétricos manuais, instalados
externamente a todos os acessos da sala a ser protegida e da sala da bateria de cilindros
de CO2.

Cada zona protegida possui uma válvula direcional que direciona o disparo para o local habilitado,
evitando assim atingir, de forma indevida, outras zonas não envolvidas na emergência.

Os detectores de fogo são do tipo:


➢ ultravioleta de chama (UV);
➢ infravermelho de chama (IR3);
➢ ultravioleta e infravermelho (UV + IR);
➢ termovelocimétrico de temperatura (TV); e
➢ de fumaça (FUM).

A detecção de fogo dentro da área protegida aciona um alarme sonoro e alarme visual intermitente
na ECOS.

Os comandos existentes na sala de controle são ”habilita”, “dispara” e “cancela-reseta”.


Veja o detalhamento de cada um.

Habilita
O “habilita” inicia um temporizador pneumático de 15 s e se normaliza se não houver
acionamento do botão “dispara” neste período. Se a botoeira de CO2 estiver atuada no
campo e o botão de “habilita” for acionado no supervisório, o processo de disparo de CO2 é
iniciado, mesmo que não seja pressionado o botão de disparo na ECOS.

Dispara
O “dispara” inicia um temporizador pneumático, com tempo estabelecido para cada área,
calculado conforme o nível de dificuldade de abandono do local. O início do disparo
somente será efetuado se houver acionamento dos botões “habilita” e “dispara”.

Cancela-reseta
O “cancela-reseta” cancela a lógica de disparo e reinicializa todas as condições de atuação
na ECOS para situação normal, desde que não expire o tempo de fuga.

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7.7. Sistema por Água Nebulizada
O sistema de água nebulizada é um sistema de inundação por água
nebulizada que pode ser aplicado a alguns sistemas previamente definidos na
Filosofia de Segurança da PETROBRAS.

Este sistema de proteção de incêndio


é uma alternativa ao sistema fixo de
CO2 e a definição de sua utilização
deve ser definida pela UN no projeto
básico. O sistema requer uma fonte
de suprimento de água e um vaso de
armazenamento de propelente (ex:
nitrogênio) e uma rede de bicos
aspersores dedicados que acionados
conjuntamente extinguirão o fogo.
No E&P é requerido que seja utilizado
o sistema de alta pressão.

A atuação do sistema deve ser automática, a partir da confirmação da detecção de incêndio, e


adicionalmente, possuir acionamento manual (remoto e local).

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Resumo
Parabéns! Você chegou ao final da Unidade VII - Sistema de Combate a
Incêndio.

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UNIDADE VIII – SISTEMA DE AR COMPRIMIDO
8.1. Finalidade

O Sistema de Ar Comprimido tem a finalidade de:


Comprimir, secar e distribuir o ar de instrumentos, ar de serviço e ar de partida, na
pressão definida e vazão necessária, para os diversos consumidores da plataforma.

8.2. Principais consumidores

Seus principais consumidores são:


➢ os instrumentos e tomadas de serviço dos sistemas de processamento de
petróleo;
➢ tratamento e transferência de óleo, gás e água;
➢ captação de água;
➢ injeção de água;
➢ combate a incêndio;
➢ lastro;
➢ ancoragem e outros equipamentos que utilizam energia pneumática.

8.3. Diagrama típico do sistema

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PÚBLICA
8.4. Principais componentes

Seus principais componentes são:


➢ os compressores de ar de instrumentos e de serviço;
➢ secadoras de ar;
➢ filtros de ar;
➢ vaso acumulador de ar de instrumento;
➢ vaso acumulador de ar de serviço;
➢ purgadores;
➢ válvulas manuais;
➢ XVs de alinhamento;
➢ compressores de ar de partida.

8.5. Descrição do processo

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A distribuição do ar de serviço é feita pelo header de ar de serviço para tomadas de
ar no convés da unidade marítima, oficinas, alojamentos e outros consumidores.

A distribuição do ar de instrumentos é feita para dois headers: um de ar essencial


e outro de ar não-essencial.

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AR ESSENCIAL

Os consumidores de ar de instrumento essencial são aqueles que mantêm as funções


mínimas essenciais da plataforma para operar numa situação de emergência, tais como:

• sistemas de ventilação e ar condicionado;


• válvulas de blowdown;
• turbogeradores;
• sistemas de combate a incêndio;
• painéis remotos PLC para pressurização e purga;
• sistema do flare;
• válvulas de shutdown (SDV) e controle (XV) que fecham em nível ESD-3;
• unidades hidráulicas dos poços e lastro.

AR NÃO-ESSENCIAL

O ar de instrumento não-essencial é fornecido para os consumidores de ar de


instrumentos restantes, tais como:

• válvulas de controle;
• painéis de instrumentos de purgas e pressurização;
• válvulas de shutdown (SDVs) que fecham em nível ESD-2.

A pressão do sistema é mantida por meio de seletividade quando ocorre queda de pressão. Se a pressão
medida no vaso de ar de instrumento cai abaixo do set point, o header de ar de serviço é isolado. Se a
pressão continuar em queda, o header de ar não-essencial é isolado também.

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Resumo
Parabéns! Você chegou ao final da Unidade VIII – Sistema de Ar
Comprimido.

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UNIDADE IX – SISTEMA DE ÓLEO DIESEL

9.1. Finalidade
O Sistema de Óleo Diesel tem a finalidade de:
Receber, centrifugar, armazenar e distribuir o óleo diesel para os diversos consumidores
da plataforma.

9.2. Diagrama típico do sistema

9.3. Principais consumidores


Seus principais consumidores são:
➢ os motores dos geradores de emergência;
➢ geradores auxiliares;
➢ bombas de incêndio;
➢ gerador de gás inerte;
➢ compressor de ar de partida.

9.4. Principais componentes


Seus principais componentes são:
➢ estação de recebimento;
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➢ tanques de armazenamento;
➢ tanques de sedimentação;
➢ tanques de distribuição;
➢ centrífugas purificadoras;
➢ filtros e bombas.

9.5. Descrição do processo


O óleo diesel é recebido de embarcações marítimas, por meio de mangotes, na estação de
recebimento. Após filtragem e medição, ele é armazenado no tanque de diesel sujo.
Como o óleo diesel recebido de rebocadores está normalmente contaminado com água e
sedimentos, é necessário efetuar sua limpeza e adequá-lo ao uso, submetendo-o à
centrifugação na centrífuga purificadora.
O princípio físico que atua no interior da centrífuga purificadora para remover a água do
óleo é a diferença de forças centrífugas adquiridas, em decorrência da diferença de
densidades entre ambos.
A água e os sedimentos removidos na centrífuga são enviados ao tanque de sedimentação
(sludge tank) para decantação da borra, lama ou lodo.
O diesel purificado na centrífuga segue para armazenamento no tanque de diesel limpo.
Do tanque de armazenamento, o óleo diesel limpo passa por filtros e é distribuído aos
diversos consumidores, por meio de bombas
Um tanque de overflow recebe o diesel oriundo de drenos e ladrões de tanques, para enviá-
lo de volta ao tanque de diesel sujo.

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Resumo

Parabéns! Você chegou ao final da Unidade IX – Sistema de Óleo Diesel.

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UNIDADE X – SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO

10.1. Finalidade

O Sistema de Tratamento de Esgoto Sanitário tem a finalidade de:


Recolher, tratar e descartar o esgoto sanitário produzido na plataforma, de forma a
atender os parâmetros definidos pela Convenção MARPOL 73/78.
Há dois tipos de efluentes que são enviados à unidade de tratamento de esgoto:

➢ água cinza proveniente de ralos de banheiros, corredores, cozinha, refeitório


e pias;
➢ água negra proveniente de vasos sanitários.

10.2. Principais componentes


O Sistema de Tratamento de Esgoto Sanitário se divide em duas unidades:
➢ unidade de coleta a vácuo;
➢ unidade de tratamento.
Seus principais componentes são:
➢ bomba de vácuo;
➢ tanque de coleta;
➢ tanque de expansão;
➢ bomba de maceração;
➢ células eletrolíticas;
➢ tanque de residência;
➢ filtros;
➢ bombas de transferência de esgoto;
➢ painéis de controle.

10.3. Descrição do processo

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PÚBLICA
➢ O esgoto bruto (in natura) é coletado dos vasos sanitários pelo sistema de coleta a
vácuo, com bombas do tipo parafuso que descarrega o esgoto em um tanque de
coleta e o envia para o tanque de expansão.
➢ No tanque de expansão, esse esgoto negro de vasos sanitários é misturado com água
salgada na proporção de 12:1 e com o esgoto cinza de ralos, para normalizar o esgoto
em uma consistência tratável.
➢ Após esse processo, o esgoto é triturado e macerado por uma bomba de maceração.
Em seguida, parte do esgoto é devolvida para o tanque de expansão através de uma
placa de orifício calibrada e o restante é misturado com uma quantidade controlada
de água salgada e é bombeado através de uma segunda placa de orifício calibrada
para a unidade de tratamento de esgoto.
➢ Nessa unidade, a lama de esgoto com água salgada é tratada por meio de
eletrocloração, havendo geração de cloro em uma célula eletroquímica. Essa
unidade oxida e desinfeta o esgoto bruto através de uma reação eletroquímica na
célula, formando hipoclorito de sódio, que mata as bactérias coliformes nocivas e
oxida os compostos orgânicos do esgoto. Essa passagem pela célula mata quase
100% das bactérias residentes e oxida entre 90 % a 95 % dos compostos orgânicos
encontrados no esgoto normal.
➢ Após a eletrólise na célula, o esgoto tratado é enviado para um tanque de residência,
onde fica retido por, no mínimo, 30 minutos, para garantir que as bactérias
restantes sejam mortas e permitir que quaisquer partículas parcialmente oxidadas
decantem. Essas partículas são recirculadas para o tanque de expansão para
retratamento. Após o tempo de retenção, o efluente transborda pela parte superior
do tanque para o mar.
➢ O conjunto de células eletrolíticas é submetido diariamente a retrolavagem
automática, com o objetivo de retirar os depósitos e incrustações de cálcio nas
placas, mantendo-as limpa para melhor operação.

A Convenção MARPOL 73/78 define os seguintes parâmetros de descarga da


unidade de tratamento de esgoto:

Coliformes fecais: Menor ou igual a 250 ufc/100 ml


Total de sólidos suspensos: Menor ou igual a 100 mg/L
Demanda bioquímica de oxigênio: 50 mg O2 /L

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Resumo
Parabéns! Você chegou ao final da Unidade X – Sistema de Tratamento de Esgoto
Sanitário.

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UNIDADE XI – SISTEMA DE VENTILAÇÃO E AR CONDICIONADO

11.1. Finalidade

O Sistema de Ventilação e Ar Condicionado (VAC) tem a finalidade de:


Climatizar o ambiente, efetuando o condicionamento do ar, manter pressão positiva no
ambiente, evitando a entrada de gases e contaminantes externos (insuflamento) e
remover os contaminantes existentes no ambiente (exaustão).

Seus objetivos são obter conforto térmico e qualidade do ar interno de acomodações e


escritórios e segurança nas áreas classificadas e salas de equipamentos elétricos, evitando
que substâncias ou misturas explosivas ou tóxicas ingressem nos compartimentos
pressurizados, por meio do controle de pressão dos ambientes.

11.2 Sistema de condicionamento de ar

O condicionamento do ar é o processo de tratamento do ar ambiente, controlando


variáveis, como temperatura, umidade e pureza do ar, em ambientes fechados.

Os sistemas de climatização artificial utilizados nas plataformas de petróleo são


classificados como:
➢ sistemas de expansão direta;
➢ sistemas de expansão indireta.

Sistemas de expansão direta

A expansão direta é utilizada em aparelhos de ar condicionado tipo janela, split


system (sistema dividido) e self-contained (contido em si mesmo).

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Sistemas de expansão indireta

A expansão indireta é a utilizada em unidades de resfriamento de ar que


utilizam chiller (resfriador de água) e fan-coil (ventilador e serpentina).

O sistema de gás refrigerante e o chiller são centralizados e os dutos de água gelada são
distribuídos por áreas onde são instalados os fan-coils, próximos aos ambientes a serem
resfriados, reduzindo com isso os trechos de dutos de ar.

Esse sistema é utilizado para climatização de grandes áreas ou com necessidade de distribuição por
vários ambientes, devido à capacidade elevada de carga térmica que pode atingir.

Suas vantagens são, portanto, a redução na quantidade e comprimento de dutos de ar,


menores perdas de temperatura pelas melhores condições de isolamento térmico das
tubulações de água gelada e menor probabilidade de contaminação do ar em função da
redução da rede de dutos.

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Nessas unidades, a água é resfriada em chillers até 6 °C e é enviada aos fan-coils para
refrigerar o ar. Nos fan-coils, a água gelada passa pelo interior de serpentinas e troca calor
com o ar soprado por ventiladores centrífugos.

Em seguida, o ar refrigerado segue para a climatização de ambientes fechados e a água,


aquecida pela troca de calor com o ar, retorna aos chillers para um novo resfriamento.

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11.3 Equipamentos da unidade de refrigeração

A unidade de refrigeração por meio de vapor utiliza um fluido refrigerante que, ao ser
resfriado, absorve calor de um meio (ar ambiente, água ou água salgada), podendo ser
submetido a um ciclo frigorífico, sem sofrer alteração em sua natureza química.

As principais propriedades de um bom fluido refrigerante são:


➢ condensar-se a pressões moderadas;
➢ evaporar-se a pressões acima da atmosférica;
➢ ter pequeno volume específico;
➢ ter elevado calor latente de vaporização;
➢ ser quimicamente estável (não se alterar, apesar de suas repetidas
mudanças de estado no circuito de refrigeração);
➢ não ser corrosivo nem tóxico;
➢ permitir uma fácil localização de vazamentos; e
➢ não atacar o óleo lubrificante ou ter qualquer efeito indesejável sobre os
outros materiais da unidade.

Os principais equipamentos de uma unidade de refrigeração por meio de vapor são:

Compressor

Equipamento de compressão do fluido refrigerante, podendo ser do tipo alternativo ou


rotativo (centrífugo, parafusos, palhetas ou scroll).
O compressor classificado como hermético tem a unidade compressora e a unidade
motora montadas dentro da mesma carcaça. Neste caso, o fluido refrigerante entra em
contato com o motor elétrico.
Já o compressor classificado como aberto tem a unidade de compressão separada do
motor elétrico. Sendo assim, o fluido refrigerante não faz contato com o motor elétrico.

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Condensador

Equipamento destinado a esfriar e


condensar o fluido refrigerante sob a
forma de vapor superaquecido,
proveniente da compressão, transferindo
o calor do fluido aquecido para o meio
(considerado neste ponto do processo
como fonte quente), usando, para isso,
água ou ar.
O refrigerante sob pressão e superaquecido
entra no condensador, onde, trocando
calor com a água, ar ou água salgada, muda Os condensadores a água doce ou salgada
do estado de vapor saturado e são do tipo casco e tubo. O vapor
superaquecido para líquido saturado e superaquecido circula através do casco,
sub-resfriado. enquanto a água circula através dos tubos.

Válvula de expansão termostática

Equipamento utilizado no circuito de refrigeração para


provocar a expansão do fluido liquefeito, reduzindo sua
pressão, desde a pressão de condensação até a pressão de
vaporização do ciclo.

Este dispositivo cria uma perda de carga, a qual,


juntamente com o compressor, divide o circuito em zona
de alta pressão e zona de baixa pressão.

Evaporador

Equipamento responsável pela troca térmica entre o


refrigerante, sob a forma de líquido saturado e sub-
resfriado, e o meio a ser resfriado, seja ele o ar
ambiente (expansão direta) ou água e água salgada
(expansão indireta).

Ao circular na serpentina do evaporador, o


refrigerante líquido saturado e sub-resfriado absorve
calor do meio a ser climatizado e se vaporiza, até se
transformar em vapor saturado e superaquecido na
saída do evaporador, para ser novamente comprimido
no compressor.

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Filtro secador

Equipamento destinado a remover partículas sólidas, ácidas e


umidade do fluido refrigerante. É constituído de carcaça e
núcleo filtrante fabricado com material poroso de pequena
granulometria e com propriedades higroscópicas e químicas.

É instalado na saída do condensador e, eventualmente, na


entrada do compressor.

Ao sofrer a expansão na válvula de expansão termostática (VET), parte do líquido sub-


resfriado se evapora.

No evaporador, todo o líquido se transforma em vapor superaquecido em baixa pressão.


Ao ser comprimido no compressor, ele passa para o estágio de vapor superaquecido em
alta pressão.

No condensador, o vapor superaquecido em alta pressão se condensa, voltando à


condição de líquido sub-resfriado.

11.4 Sistema de ventilação e exaustão


O sistema de ventilação e exaustão compreende uma rede de dutos de ar, dotado
de ventiladores, exaustores e acessórios, destinado à condução de ar entre
ambientes internos e externos.

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O sistema tem o objetivo de manter pressão positiva no ambiente, evitando a
entrada de gases e contaminantes externos (insuflamento) e remover os
contaminantes existentes no ambiente (exaustão).

Os principais equipamentos do sistema de ventilação e exaustão são:

DUTOS

Os dutos podem ser em aço galvanizado para ambientes internos, mas recomendam-se
dutos em aço inox para ambientes externos. Em sistemas de ar condicionado eles devem
possuir isolamento térmico, o que não é necessário para sistemas de ventilação e
exaustão.

VENTILADORES

Os ventiladores podem ser centrífugos, indicados para altas pressões e pequenas vazões,
ou ventiladores axiais, indicados para baixas pressões e altas vazões.

F I LT R O S

Existem vários tipos de filtros disponíveis no mercado, tais como filtros rotativos
automáticos, manta filtrante, carvão ativado, antimicrobianos, tipo bolsa e filtros
absolutos.

Os filtros são classificados em filtros grossos (eficiência de 30 % a 85 %), filtros finos


(eficiência de 40 % a 90 %) e filtros absolutos (eficiência de 85 % a 99 %).

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DAMPERS

Os dampers são dispositivos instalados nos dutos de ar condicionado, ventilação e


exaustão, com objetivos específicos para cada tipo a seguir:

• os fire dampers ou “dampers corta fogo” servem para isolar determinadas zonas contra o
fogo, em instalações de ventilação e ar condicionado;
• os regulating dampers são usados para balancear a rede de dutos de ar;
• os non return dampers são utilizados para evitar fluxo contrário nos dutos de ventilação.
Eles não necessitam de atuador ou motor;
• os tightness dampers são usados onde se deseja realizar isolamento de uma área, como, por
exemplo, salas com CO2 (dampers estanques). São normalmente pneumáticos;
• os modulating dampers são usados para controlar a pressão do ar nos ambientes: positiva
(sala em áreas classificadas) ou negativa (sala de baterias). Podem ser pneumáticos ou
mecânicos;
• as watertight valves são usadas em compartimentos que possuam o risco de alagamento.
São geralmente pneumáticas.

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Resumo
Parabéns! Você chegou ao final da Unidade XI – Sistema de Ventilação e Ar Condicionado.

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Bibliografia

Apostila de autoria de Leôncio de Almeida Souza (UO-BC/OPM/SEOP);


Slides de aula de Roni Fábio Dalla Costa (LMS/OMD/ACADUP-OSS).

Produzido com o apoio da Coordenação de Tecnologias Educacionais da Universidade


Petrobras

Orientador Didático: Enildo Alves Bernardes

Conteudista/Revisores:
Enildo Alves Bernardes
Leôncio de Almeida Souza
Mara de Barros Machado

Designer Instrucional: Daniela Sirigni (EaDTech)

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