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CURSO DE PSICOLOGIA
RECIFE-PE
2023
UNIPESU – CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RECIFE
CURSO DE PSICOLOGIA
RECIFE-PE
2023
SUMÁRIO
1. Introdução...................................................................................................5
2. Fundamentação Teórica.............................................................................5
3. Procedimentos - Atividades Desenvolvidas................................................6
4. Discussão....................................................................................................7
5. Considerações Finais..................................................................................8
6. Anexos (Entrevistas)...................................................................................10
DADOS DOS ESTAGIÁRIOS
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O candomblé é uma religião afro-brasileira que tem suas raízes na África e foi
trazida ao Brasil pelos escravos africanos. É uma religião que cultua divindades
(orixás) que representam forças da natureza e elementos da vida humana. Os
praticantes do candomblé acreditam em uma força divina chamada de Olorum, que
é considerada a origem de tudo.
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Durante as observações do candomblé, é possível identificar uma série de
fenômenos relacionados ao culto dos orixás. Um dos principais rituais do candomblé
é o toque de tambor, que é utilizado para chamar os orixás e estabelecer uma
conexão com o divino. Durante o toque, os praticantes dançam e cantam em
homenagem aos orixás, e muitas vezes entram em transe.
Outro fenômeno comum no candomblé é o uso de oferendas para os orixás.
Essas oferendas podem ser alimentos, bebidas, roupas e outros objetos, e são
oferecidas aos orixás como forma de agradecimento ou para pedir proteção e ajuda
em situações específicas.
As observações do candomblé geralmente ocorrem em casas de candomblé,
que são locais de culto onde os praticantes se reúnem para realizar seus rituais. É
importante lembrar que o candomblé é uma religião que possui suas próprias
tradições, crenças e valores, e deve ser respeitada como tal.
Como observador, é importante adotar uma postura respeitosa e não interferir
nos rituais. Também é crucial lembrar que as observações do candomblé podem ser
afetadas por preconceitos e estereótipos culturais, e que é necessário ter uma
abordagem sensível e cuidadosa para evitar julgamentos ou interpretações
equivocadas.
No que diz respeito às normas éticas para a pesquisa envolvendo seres
humanos, é fundamental obter o consentimento informado dos participantes,
respeito da privacidade e confidencialidade dos dados coletados e garanta a
segurança e o bem-estar dos participantes envolvidos na entrevista.
4. DISCUSSÃO
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No entanto, é importante lembrar que a discriminação social contra
praticantes do candomblé é uma violação de direitos humanos, e deve ser
combatida por toda a sociedade. É papel dos governos, das instituições religiosas e
da própria mídia, contribuir para a promoção do respeito e da tolerância às
diferenças culturais e religiosas.
Em resumo, as observações realizadas pelo grupo de estudantes de
psicologia no candomblé evidenciaram a presença de diversas formas de
discriminação social contra praticantes dessa religião. Essa questão está presente
em várias esferas da sociedade e tem reflexos na mídia. É necessário combater
essa forma de preconceito e promover o respeito e a tolerância às diferenças
culturais e religiosas.
Apesar de existirem avanços na luta contra a discriminação religiosa, ainda há
muito a ser feito. Essa discriminação pode ser percebida tanto em atitudes
individuais quanto em estruturas institucionais que perpetuam a exclusão e
marginalização de determinados grupos sociaisPraticantes do candomblé relataram
dificuldades em conseguir emprego devido à sua religião, ou em serem aceitos em
espaços públicos sem serem alvo de olhares e comentários preconceituosos.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este relatório apenas foi uma demonstração de tudo o que foi vivenciado
durante este estágio, ele permitiu uma relação entre a teoria e a prática, confirmando
e/ou confrontando aquilo que já tínhamos como conhecimento teórico/prático. Esta
experiência proporcionou um maior conhecimento da Psicologia do Cotidiano e
como esta pode contribuir para uma melhoria da vida de pessoas. Esse estágio
trouxe para minha formação uma experiência ímpar aprimorando ainda mais meus
conhecimentos.
É necessário reprisar a importância da atuação do psicólogo do cotidiano, que
é .... utilizando da teoria em psicologia aplicando a prática, e propondo a execução
de um plano de ação, trabalhando individualmente ou em uma equipe ou e
multidisciplinar, realizando atividades que desenvolva o ambiente do cotidiano,
inserido como um fator de transformação pessoal e social.
Esse estágio foi muito especial pois a colaboração dos entrevistados foi sem
igual, a supervisão acadêmica contribuiu bastante para as nossas práticas como
futuros profissionais de Psicologia. Existiram diversos desafios, desde o primeiro até
o último dia, porém como equipe e como acadêmicos buscamos superar as barreias
e focar nas soluções que melhor pudessem conduzir o nosso trabalho.
Em suma, as observações realizadas durante as entrevistas e a análise de
artigos da mídia apontam para a persistência do preconceito e da discriminação
contra praticantes do candomblé e outras religiões de matriz africana. Esses
fenômenos são complexos e multifacetados, envolvendo questões de ordem cultural,
social, política e econômica.
Para combater essa realidade, é necessário desenvolver políticas públicas
efetivas de promoção da igualdade e da valorização da diversidade religiosa e
cultural, além de campanhas educativas e de conscientização para a população em
geral. As entrevistas realizada pelo grupo, teve como objetivo contribuir para essa
reflexão e para o fortalecimento da luta contra a discriminação religiosa em todas as
suas formas.
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6. ANEXOS (ENTREVISTAS)
ENTREVISTA - 1
Para tanto, ressaltamos que suas informações pessoais não serão divulgadas em
hipótese alguma.
Gostaríamos de iniciar essa conversa pedindo que você nos situe um pouco,
pedindo que nos explique algumas coisas, já que não temos essa experiência
cotidiana em nossas vidas... poderia nos dizer:
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R- Simbolizam as forças da natureza, o fogo representa os orixás Xangô e Iansã, o
vento também simbolizam Iansã, as águas salgadas Iemanjá, Oxum as águas
doces, a lama simboliza Nanã (avó de todos os orixás). Pedra também é Xangô
O que a cor branca representa para o Candomblé?
Cor branca significa Pai orixalá (pai de todos os orixás), que no secretismo religioso
significa Jesus Cristo
Como você conheceu o Candomblé? Como iniciou? Foi uma escolha? O que te
fez escolher essa religião?
R- A convite de uma amiga, fiz consulta, super me identifiquei e vi que era a religião
que eu buscava.
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Você já pensou em mudar de religião? Por qual(is) motivos?
R- Não, porque eu acredito no candomblé e é também uma forma de honrar meus
antepassados.
Como e quando descobriu que cultuava uma religião que sofre preconceitos?
R- Desde sempre, mas acredito que seja por pura ignorância.
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Qual o olhar candomblecista, no que diz respeito à inclusão de crianças
praticantes do Candomblé, no ambiente escolar?
R- Super necessário, quanto mais conhecimento menos preconceito.
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O que podemos fazer para que o Candomblé seja respeitado como outras
religiões?
R- Abrir mais espaços e momentos de reflexões e discussões sobre a religião
ENTREVISTA - 2
Para tanto, ressaltamos que suas informações pessoais não serão divulgadas em
hipótese alguma.
Gostaríamos de iniciar essa conversa pedindo que você nos situe um pouco,
pedindo que nos explique algumas coisas, já que não temos essa experiência
cotidiana em nossas vidas... poderia nos dizer:
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R- São divindades, deuses da natureza.
O que a cor branca representa para o Candomblé?
R- A cor de Oxalá, pai maior.
Como você conheceu o Candomblé? Como iniciou? Foi uma escolha? O que te
fez escolher essa religião?
R- Curiosidade, iniciei por uma cobrança e escolhi ser do santo.
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Como e quando descobriu que cultuava uma religião que sofre preconceitos?
R- Aos 16 anos, preconceito dentro de casa já de início.
O que podemos fazer para que o Candomblé seja respeitado como outras
religiões?
R- Só mostrar a verdade sobre nossa religião
Para tanto, ressaltamos que suas informações pessoais não serão divulgadas em
hipótese alguma.
Gostaríamos de iniciar essa conversa pedindo que você nos situe um pouco,
pedindo que nos explique algumas coisas, já que não temos essa experiência
cotidiana em nossas vidas... poderia nos dizer:
Como você conheceu o Candomblé? Como iniciou? Foi uma escolha? O que te
fez escolher essa religião?
R- Eu sou nascida e criada dentro de terreiro, porém minha mãe não me batizou no
candomblé, assim como não me batizou em nenhum outro lugar para que eu
pudesse escolher quando eu crescesse. Quando cresci, escolhi continuar na religião
pelo amor que eu tinha por ela e por simplesmente me fazer bem.
Como e quando descobriu que cultuava uma religião que sofre preconceitos?
R- Por eu fazer parte desde pequena, quando eu era criança eu não entendia o que
era preconceito e nem que eu poderia sofrer isso por conta da minha religião. Em
uma situação em que eu precisei usar as vestimentas do candomblé no ambiente
escolar eu senti na pele o que era o preconceito, pois havia sofrido isso de todos ao
meu redor na escola.
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R- Luto contra isso todos os dias, tento ao máximo me posicionar. Porém em alguns
ambientes existem sim o receio de dizer qual a minha fé.
O que podemos fazer para que o Candomblé seja respeitado como outras
religiões?
R- Não vai acontecer da noite pro dia mas temos que Continuar lutando, correndo
atrás dos nossos direitos e propagando informação para que possamos ser
respeitados.
ENTREVISTA - 4
Para tanto, ressaltamos que suas informações pessoais não serão divulgadas em
hipótese alguma.
Gostaríamos de iniciar essa conversa pedindo que você nos situe um pouco,
pedindo que nos explique algumas coisas, já que não temos essa experiência
cotidiana em nossas vidas... poderia nos dizer:
Como você conheceu o Candomblé? Como iniciou? Foi uma escolha? O que te
fez escolher essa religião?
R- Conheci por meio da internet, tive a curiosidade de saber como era o culto, no
que acreditavam, como funcionava os ritos e tomei a liberdade de visitar um terreiro
para ver se gostava, depois da primeira visita me senti acolhida e muito bem
recebida e optei por seguir a religião.
Como e quando descobriu que cultuava uma religião que sofre preconceitos?
R- Antes mesmo de entrar na religião já tinha consciência que havia preconceito,
porque a gente cresce condicionado a acreditar que a única religião que salva é o
cristianismo ou catolicismo, e que qualquer religião que fuja disso é para cultuar o
mal ou coisas do tipo.
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ambiente, ou até mesmo gerar demissão. Dentro do culto temos algumas situações
que precisamos usar branco por alguns dias da semana, por saber do problema que
isso pode gerar na nossa carreira profissional, alguns terreiros já liberam a gente de
não precisar usar branco quando for trabalhar.
O que podemos fazer para que o Candomblé seja respeitado como outras
religiões?
R- Conscientizar, inserir a discussão nas escolas, faculdades, em canais de
televisão. Mostrar que o culto não está atrelado a fazer o mal ou cultuar "demônios".
Um dos principais fundamentos do candomblé e da umbanda é a caridade, a gente
aprende dentro do terreiro que a gente está ali para prestar caridade ao próximo,
inclusive muito desses terreiros fazem campanhas mensais de distribuição de
alimento para pessoas carentes, roupas etc.
Gostaríamos de iniciar essa conversa pedindo que você nos situe um pouco,
pedindo que nos explique algumas coisas, já que não temos essa experiência
cotidiana em nossas vidas... poderia nos dizer:
Como você conheceu o Candomblé? Como iniciou? Foi uma escolha? O que te
fez escolher essa religião?
R- Depois de condão lá em casa minha avó era do candomblé minha mãe era do
candomblé e eu via né todo aquele preparativo casa e escuteiro mas eu fina meus
eu sentia naquela época assim que era uma coisa assim mais reservada numa coisa
dela né eu fui algumas vezes também quando eu era criança e depois de um tempo
eu comecei a me distanciar eu acho que me distanciando também de minha família
me distanciou do candomblé.
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jeito como se fosse fazer ali um lugar de fazer trabalho para os outros e isso é
constrangedor né isso é muito constrangedor.
Como e quando descobriu que cultuava uma religião que sofre preconceitos?
R- Desde que eu nasci só o fato de ver minha mãe andando escondida quando ia
pro culto no e arrumada pro culto.
O que podemos fazer para que o Candomblé seja respeitado como outras
religiões?
R- O candomblé respeitado por que tem cultura quem não tem cultura ele não
respeita nada e não é só o candomblé ele não respeita o outro agora querer que o
candomblé seja aceito com hoje a religião católica ao protestantismo é aceito no
Brasil isso vai levar muito tempo.
ENTREVISTA - 6
Gostaríamos de iniciar essa conversa pedindo que você nos situe um pouco,
pedindo que nos explique algumas coisas, já que não temos essa experiência
cotidiana em nossas vidas... poderia nos dizer:
O que é e o que significa Candomblé?
R- Religião pautada nas tradições, vivências e registros históricos e costumes
africanos, tendo como culto principal as suas divindades Orixás, Vodunsis, Nkinsis,
entre outras denominações a depender da tradição da casa.
Como você conheceu o Candomblé? Como iniciou? Foi uma escolha? O que te
fez escolher essa religião?
R- Eu conheci o Candomblé através de familiares, num momento em que eu estava
muito alheia a tudo ao meu redor, e eu simplesmente me encontrei na minha
religião, e eu escolhi ir de só frequentar e conhecer, a me iniciar de fato porque pra
mim era como se eu já estivesse alí a muito tempo, e que só realmente tivesse
abertos os olhos naquele momento, eu despertei realmente, e já não me via mais
sem a presença dessa força ancestral em mim.
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carrega consigo muito das vivências e bagagens das épocas em que ele foi sendo
edificado, então tem coisas que seguimos que é “tradicional” dos costumes da África
onde a mulher é responsável pela fertilidade ou pelos afazeres na cozinha e os
homens são os responsáveis pelas atividades que exigem força ou comunicação
com outras partes. Eu não discordo porque também é importante manter a tradição
de um culto que resiste com sua história, mas ao mesmo tempo nos dias atuais já é
muito “ultrapassado” a questão de separação de trabalho em relação ao sexo. Mas
isso depende também da região, da nação, e até da casa onde o indivíduo pratica o
Candomblé porque isso passa a não ser mais uma “regra” mas continua sendo um
costume dentro da religião.
Como e quando descobriu que cultuava uma religião que sofre preconceitos?
R- Na verdade eu não descobri, eu já sabia, tinha uma noção de que havia um
enorme preconceito e racismo religioso com a religião, justamente por ela ser de
matriz africana.
O que podemos fazer para que o Candomblé seja respeitado como outras
religiões?