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A HISTÓRIA É UM ROTEIRO PARA QUADRINHO, ENTÃO AOS QUE LEEM, NÃO SE

INCOMODEM MUITO COM O ESTILO ESTRANHO E SEM FLUIDEZ DA ESCRITA

( * ) indicação para mostrar como o cenário ou posições de personagem

( indicação de ação e narrador ) textos do narrador e indicação de ação possuirão pauta

( - ) indicação de diálogo

(---) passagem de tempo

( ~ ) Indicação de pensamento

( Negrito ) Quando algum personagem sem nome determinado for citado, o mesmo estará em
Negrito, para facilitar o processo de manutenção do manuscrito

( Vermelho ) Texto em vermelho serão parcialmente ou totalmente reescritos

( azul ) sinais azul serão para o desenvolvimento de um novo texto que irá complementar o
enredo e auxiliar melhor na hora de ilustrar a HQ, assim como informações

*inicia mostrando o quarto por cima (ainda a definir) com a protagonista sentada na
escrivaninha que fica entre uma cômoda e a janela enquanto mexe no notebook*

【V】- Você

Eu não consigo sabe!? Entender o mundo


e as pessoas que estão à minha volta

𝟔:𝟑𝟔 𝐏𝐌 ᵛⁱˢᵗᵒ

【V】- Você

Me sinto uma estranha até mesmo quando estou com a minha própria família, parece que não
pertenço a esse lugar

𝟔:𝟑𝟔 𝐏𝐌 ᵛⁱˢᵗᵒ
【A】- Anônimo242

Já tentou conversar melhor com eles?


Talvez seja só impressão sua esse sentimento de exclusão, sabe!?
As vezes nos sentimos solitários mas é por que não demos a chance a alguém poder estar ao
nosso lado

ᵛⁱˢᵗᵒ 𝟔:𝟑𝟔 𝐏𝐌

【V】- Você

Como se eu já não tivesse tentado, o que eu tenho feito durante todo a minha vida foi tentar,
mas sempre acabo falhando de novo e de novo
Não importa oque eu faça, não consigo me encaixar
Não consigo sentir que faço parte deles
Eu simplesmente desisti de tentar, eu cansei de me decepcionar
Eu não os odeio nem nada do tipo, apenas não consigo me conectar

𝟔:𝟑𝟕 𝐏𝐌 ᵛⁱˢᵗᵒ

【A】- Anônimo242

No passado eu tive o mesmo sentimento


Sentia que não fazia parte do mundo a minha volta
Porém foi nesse mundo confuso que depois de tanto procurar, encontrei o meu lugar, encontrei
amigos e uma família que sempre desejei
Eles me acolheram e me apoiam em tudo

ᵛⁱˢᵗᵒ 𝟔:𝟑𝟕 𝐏𝐌

【A】- Anônimo242

Desde que nós dois nos conhecemos, você me contou sobre a sua família, e pelas coisas que
me falou, parece que eles realmente te amam e se importam
Por que em vez de tentar conectar as pessoas de fora, você não tenta a pena com os
compartilham o mesmo teto??

ᵛⁱˢᵗᵒ 𝟔:𝟑𝟕 𝐏𝐌

【A】- Anônimo242

Talvez se conectar com aqueles que tanto prezam pelo seu bem primeiro, seja a porta de
entrada para um desenvolvimento melhor

ᵛⁱˢᵗᵒ 𝟔:𝟑𝟖 𝐏𝐌

【V】- Você

Talvez tenha razão


Eu inconscientemente acabei me isolando deles, guardando tudo pra mim, talvez se eu tentar
me abrir mais, eu veja alguma diferença
Mas de qualquer forma, a escola é um dos piores lugares, eles olham para mim como se
estivessem vendo um monstro e se afastam como se eu tivesse alguma doença contagiosa

𝟔:𝟑𝟖 𝐏𝐌 ᵛⁱˢᵗᵒ

【V】- Você

Por esse motivo eu descartei a ideia de fazer amigos e aceitei a forma que eles me tratam sem
nem sequer questionar
E mesmo que eu passe horas pensando o motivo por estar sofrendo esse tipo de exclusão,
nada me vem a mente, não faz sentido.

𝟔:𝟑𝟗 𝐏𝐌 ᵛⁱˢᵗᵒ

Distraída com o diálogo que estava tendo, Kimberly é pêga de surpresa por um grito da sua
mãe


- Mãe- Kim vem jantar



-Kim- so um segundo, já estou indo


Kimberly volta a sua atenção para o notebook enquanto revira os olhos e se despede
momentaneamente do seu conselheiro e ouvinte anônimo

【V】- Você

Bom, eu vou ter que ir agora, minha mãe me chamou pra jantar

𝟏𝟖:𝟒𝟒 𝐏𝐌 ᵛⁱˢᵗᵒ

【A】- Anônimo242

Tudo bem, sempre que quiser desabafar ou apenas conversar é só mandar um “Oi” que eu
venho o mais rápido possível haha

ᵛⁱˢᵗᵒ 𝟔:𝟒𝟒 𝐏𝐌

【V】- Você

Ok hahaha, até depois :)

𝟏𝟖:𝟒𝟓 𝐏𝐌 ᵛⁱˢᵗᵒ

Kimberly é uma jovem de 16 anos que foi adotada por uma família que por conta da
infertilidade, acabou adotando 3 crianças para suprir este sentimento de falta e incapacidade

Mesmo que tenha sido adotada com apenas 2 anos, Kimberly nunca se sentiu parte daquela
família e por conta disso, nunca conseguiu criar um vinculo emocional muito forte com seus
irmãos e pais adotivos

Kimberly chega na sala de jantar mas logo é repreendida por seu pai
- Pai- recebi uma ligação da escola, me falaram que você se recusou a voltar para a sala e
passou o resto das aulas no pátio desenhando, por que fez isso?


Kimberlly abaixa o rosto como se tivesse tentando esconde-lo de vergonha e com uma voz
baixa ela responde

-Kim- Não me senti bem, então apenas fiquei do lado de fora tomando um ar, os outros alunos
são muito barulhentos

O pai encara ela com uma certa expressão de compreensão, acena com a cabeça para que
ela possa se sentar com todos na mesa para comer

As refeições da familia são feitas sempre em silêncio, quando terminam cada um lava seu
prato e se recolhem para dormir
E assim foi como todos os dias.

KImberly chega no quarto e olha alguns segundos para o notebook, pensando se seu amigo
anônimo ainda estaria acordado

-Kim- Deixa pra lá, ele já deve estar dormindo, e eu também preciso ir
Não vou conseguir aturar aquele hospício se eu estiver cansada

Kimberly mesmo sem sono, se deita e enrola-se até o pescoço. Ela nota que após se deitar
um sono pesado recai sobre ela

~Kim~ Acho que eu só não tinha percebido ainda que meu corpo estava tão exausto, tomara
que seja um dia calmo amanhã

Antes que percebesse, ela cai em um sono profundo.

Kimberly é acordada pelo seu despertador que fica na cômoda próxima à sua cama e quando
ela olhou para ele viu que já eram 6:00
Ela revira os olhos e rapidamente se levanta para ir tomar um banho e se arrumar para a
escola
(Não será necessário descrever todo o processo dela se arrumando, pularemos para ela
já caminha até a escola)

Kimberly caminha lentamente até a escola, contando em sua cabeça os passos que deu até
chegar na escola, até que ver a marcação no meio fio da calçada que indicava que estava em
frente a escola

Ela para e virasse em direção a escola. olhando para a escola com um olhar cansado, ela
fecha os olhos enquanto suspira

~Kim~ Enfim, de volta ao inferno

Já dentro da sala, Kimberly estava sentada em sua carteira, que é a antepenúltima ao lado da
janela enquanto arruma seus materiais na mesa, mas acaba tendo sua atenção roubada por
conta de 1 dos 2 colegas que estavam conversando, eleva sua voz após um terceiro que
acabará de chegar

-Sec1- Iae mano, como você tá? tava viajando? faltou três dias e nem foi sábado lá em casa
quando te chamei pra jogar um play e você nem veio

Com um semblante exausto, Sec3 responde com uma voz um pouco rouca

-Sec3- Eu não estava muito bem, precisava ficar um pouco sozinho

-Sec1- entendi, mas você perdeu mano, o Sec2 levou um novo RPG que ele comprou, era
muito cabuloso, como era o nome mesmo?

-Sec2- o nome é progênitos do purgatório, eu achei muito divertido


Desenrola muito bem e mesmo sendo um RPG de mesa tem momentos que dá muito medo

-Sec1- Sim, eu procurei em todos os lugares pra comprar, porque nessas férias queria jogar
com meus primos, mas não achei em lugar nenhum

-Sec2- É que eu comprei em um Fórum de histórias de terror que eu achei por acaso enquanto
procurava alguns jogos, o nome do fórum é reflexo oculto

Sec3 após ouvir o nome do Fórum, mesmo que ninguém tenha percebido, arregalou os olhos
e abaixou a cabeça com uma expressão aterrorizada com pequenas gotas de suor no rosto

-Sec2: acho que é um fórum específico de criadores de RPG, eles ficam postando umas
histórias lá e o povo age como se fosse real, um bando de loucos

Em voz baixa de forma quase imperceptível, Sec3 fala

-Sec3- É tudo real

-Sec1- Oi? Você disse alguma coisa Sec3?

-Sec3- Ah… não, deixa pra lá, já vou pro meu lugar

Enquanto Sec3 caminha até sua carteira que ficava uma carteira de distância da de Kimberly,
Sec2 fala para Sec1

-Sec2- Cara, ele tá muito estranho, será que acontece alguma coisa?

-Sec1- Não sei, o professor já vai chegar, no intervalo a gente fala melhor com ele pra saber se
aconteceu alguma coisa

O professor chega na sala pedindo para os que ainda estavam de pé não estavam em seus
lugares se organizassem para o início da aula

Kimberly fica parada enquanto apoia a cabeça em seu braço e divaga em seus pensamentos
durante a aula que segue normalmente

~Kim~ Que forúm é esse? Não que eu seja muito fã de terror mas acho que pode ser legal ler
essas historinhas

Até que algo a faz voltar a realidade, um barulho repetitivo junto com oque pareciam ser
sussurros vindo da última carteira do fundo, onde sec3 estava. O barulho e os sussurros
inaudíveis continuavam, até que do repentinamente, ele para, nada podia ser ouvido além de
uma respiração forte
Ela então ouve em alto e bom som a voz de Sec3, como se tudo além daquela voz não
pudesse ser ouvido, dizendo

-Sec3- Ele está aqui-

Kimberly sente um arrepio subir do pé de sua espinha até o topo de sua cabeça, seu coração
começa a acelerar e um sentimento de que alguma coisa não estava certa começa a tomar
conta do seu ser
Ela começa a se virar lentamente para olhar para o Sec3, enquanto seus instintos a diziam -
não olhe para trás, apenas corra- ignorando seus instintos ela continua se virando

Assim que seus olhos se encontraram com os dele, ela é tomada pelo pavor, seu corpo não se
mexia e ela era incapaz de gritar, o tempo parecia ter parado assim que ela viu o rosto do Sec3
com olhos arregalados e um sorriso que mais pareciam uma expressão de dor

Sec3 que também encarava Kim como olhos sem alma, vira seu rosto em direção a janela e
uma lágrima desce lentamente de um dos seus olhos

Não haviam se passado nem 1 minuto mas aquele momento parecia durar uma eternidade e o
silêncio era ensurdecedor
Mas então ela ouve mais uma vez a voz do Sec3, porém desta vez, a sua voz era tão profunda
que parecia que a cada palavra que saia de sua boca, todo o seu corpo estremecia

-Sec3- Aquilo matou todos eles, de longe parecia uma pessoa mas… Não era humano

Era como se somente ela pudesse ouvi-lo, como se só estivessem somente os dois naquela
sala

No momento aquela frase não fazia sentido para Kimberly, mas após dizer aquilo, ela ver que
Sec3 começa em seu estojo que estava em cima de sua carteira, sem tirar nem por um
segundo os olhos dela, ele puxa de dentro do esteja um estilete, naquele momento Kim
entendeu um pedaço do que ele estava falando

Um desespero toma conta de Kimberly, e mesmo que ela estivesse implorando para que seu
corpo reagisse, ela continuava ali paralisada sem poder fazer nada, nem sequer mover um
dedo ou deixar sair um som, não conseguia fazer nada além de assistir
Mas por dentro ela gritava e suplicava
-Kim- Não, Não, Não, Não, por favor não faz isso

-Sec3- Aquilo não vai me pegar, eu não vou deixar. Finalmente… vou poder descansar

Diz Sec3 antes de encostar o estilete em seu pescoço e cortar lento e profundamente a sua
garganta, o sangue escorre pelo corte e pela boca, Sec3 se engasga com o próprio sangue,
fazendo sangue espirrar do corte.

Uma aluna ouve o som que Sec3 fez e vira-se rapidamente para olhar pra ele e se depara com
seu colega engasgando no próprio sangue, fazendo-a gritar e consequentemente desperta
Kimberly de sua paralisia

Kimberly respira fundo como se estivesse prendendo o ar por vários minutos, e como de
imediato, as lágrimas começaram a cair
O grito dado pela aluna fez o professor que estava virado para a lousa, voltar sua atenção para
Sec3 e correr em sua direção para tentar ajudar, mesmo que a fosse demais para isso

-Prof- Chamem ajuda agora!!

O caos toma conta da sala, os gritos ecoam por todos os corredores da escola, tanto que
poderia fazer as paredes tremerem, porém para Kimberly, os gritos eram abafados pelos
batimentos de seu coração, pois parecia que ele iria explodir a qualquer momento

Mesmo em estado de completo choque e início de crise de ansiedade, Kimberly sentia algo
diferente, pois oque ela estava sentindo não vinha dela, ela estava sentindo-se observada
como se um predador estivesse à espreita apenas esperando o momento de atacar

Sua cabeça começou a se mover sozinha em direção a janela, em direção ao lugar onde ela
sentia que esse predador estava, seus instintos mais uma vez tentam loucamente alerta-la para
não olhar, mas não existiam forças que poderiam ajuda-la a lutar contra isso

Ela vira seu rosto e finalmente encara a janela. sua visão embaçada por conta das lágrimas
não impediu que conseguisse vê-lo, se esgueirando atrás de uma árvore no parque do outro
lado da rua, mesmo não de forma nítida, ela o viu... e ele também viu ela.

A visão de Kimberly começa a ficar turva, até que tudo escurece e desmaia em meio aquela
confusão
Com flashs de lembrança de Sec3 cortando a garganta e a visão embaçada da criatura
Kimberly abre os olhos e se levanta rapidamente e ver que está na sala dos professores com a
professora Suzy que estava de olho até que ela acordasse

-Prof- Que bom, você finalmente acordou, estava muito preocupada já que você ficou
desmaiada por umas 2 horas, como você está? Sente algum tipo de dor?

-Kim- Não, Não, só estou um pouco confusa mas… eu estou bem

-Prof- Entendo, ninguém conseguiria se sentir realmente bem depois de presenciar aquilo, você
é uma garota muito forte

*ela fala enquanto se aproxima e encosta a mão no braço de Kimberly*

-Prof- A aula já acabou mas não se preocupe em ir agora, nós ja ligamos para os seus pais e
eles estão vindo te buscar, eu vou lhe fazer companhia então descanse um pouco mais

-Kim- Está tudo bem, de qualquer forma eu preciso andar um pouco para limpar a mente, já me
sinto muito melhor então não precisa se preocupar, estou indo senhorita Suzy, até amanhã

-Prof- Mas por que a pressa? Seus pais ja devem estar vindo e aliás por conta do ocorrido
trágico de hoje, não teremos aulas nos próximos dias, avisaremos aos pais quando iremos
retornar

-Kim- Não estou pronta para tanta atenção assim em cima de mim... entendi, então vejo a
senhora depois, muito obrigado por ter cuidado de mim, até

-Prof- Eu entendo, não precisa agradecer, está tudo bem, até depois e se cuida ok!?

No caminho de volta para casa, Kimberly anda lentamente enquanto mantém seus olhos fixos
no chão, perdida em pensamentos sobre tudo oque havia acontecido

-Kim- Esses flashs não param de me fazer voltar de novo e de novo para aquele momento,
como se aquilo estivesse me perseguindo, por aqueles olhos afundados no horror que eles
presenciaram, os olhos de uma mente cansada de continuar existindo… aqueles olhos

Kimberly tem flashs mais vívidos daquilo que observava do parque no outro lado da rua
-Kim- Será que aquilo realmente estava lá, aquela coisa de olhos profundos?

Um arrepio intenso toma conta do corpo de Kimberly em conjunto com uma sensação de
perigo, a mesma sensação que teve quando… viu aqueles olhos
Kimberly naquele momento de tensão, acabou notando que tudo estava em silêncio, nenhum
pássaro, nenhum grilo ou cigarra, até o vento havia parado, como se estivessem avisando que
algo ruim iria acontecer

CORRE!!

Gritaram seus instintos e ela usando todas as forças que nem ela sabia que tinha, correu,
correu com o sentimento de que se parasse ao menos por um segundo sequer, não teria a
mínima chance de conseguir ver oque ela sentia que a estava perseguindo

Ela corre de cabeça baixa e olhos fechados buscando forças dentro de si para continuar
correndo e ignorar o quão exausta suas pernas estão, ela acaba esbarrando em um guarda
que estava na ronda e caindo no chão. Ela rapidamente olha para trás mas não ver nada
Ela tenta recuperar o fôlego e entender oque estava acontecendo e se por acaso aquilo era
uma imaginação criada pelo trauma sofrido devido os acontecimentos do dia de hoje?

Kimberly tem seus pensamentos interrompidos pela voz do guarda

-Guarda- Você está bem, se machucou em algum lugar?

-Kim- Eu estou bem sim senhor, me desculpa, acabei esbarrando do senhor

-Guarda- está tudo bem, mas por que você estava correndo? Aconteceu alguma coisa?

-Kim- Não senhor, eu só tive a impressão que alguém estava atrás de mim, mas era só
imaginação minha

-Guarda- Entendo, tome mais cuidado da próxima vez ok!?

-Kim- Ok, peço desculpas mais uma vez

Kimberly olha mais uma vez para trás antes de seguir em frente, se despede do guarda
acenando para ele
A casa de dela não estava tão longe de casa, ficava a apenas 4 quadras de distância dali,
então ela segue caminhando de forma tranquila para tentar recuperar suas energias

Enquanto caminha até sua casa, ela tenta se convencer de que nada estava acontecendo, que
tudo aquilo não passava de coisas da sua cabeça, que todo o estresse estava criando aquele
sentimento de perseguição
Descansar um pouco faria com que sua mente voltasse ao normal

Quando Kimberly se deu conta já estava em frente a sua casa,


Assim que entrou não perdeu tempo em pegar a toalha, roupas e ir direto para um banho que
a ajudaria a tirar aquele peso que o cansaço colocou sobre seus ombros

Depois de sair do banho vemos Kimberly sentada em sua cama, com a toalha no cabelo
enquanto passa pomada em seus joelhos e braços que ela havia ralado durante a queda
Ela termina de fazer seus curativos colocando alguns band aids e fica alguns segundos
olhando fixo para o nada, perdida em pensamentos
Kimberly balança a cabeça e coloca as mãos no rosto

-Kim- Por que eu não consigo ficar sequer um segundo sem lembrar disso??

Ela tira a toalha da cabeça e joga dentro do balde de roupa suja que ficava ao lado da porta de
seu quarto, em seguida deita sua cabeça no travesseiro com força e começa a encarar o teto,
ela fecha os olhos e respira fundo
O cansaço era tanto que este leve relaxamento, fez com que em poucos segundos Kimberly
viesse a adormecer.

Kimberly acorda repentinamente com sua mãe a chamando

-Mãe- Kim desce, o jantar já está pronto

ainda sonolenta e quase voltando a dormir, ela se assusta com algo que lembrava sons de
arranhões do outro lado da parede na mesma direção em que sua cabeça estava

ela fica em silêncio para mais uma vez escutar aquele som, mas não escuta nada além dos
batimentos do seu coração que começou a acelerar

Lentamente ela vai aproximando seu ouvido até a parede do quarto para escutar melhor, seu
coração começa a acelerar ao conseguir ouvir uma leve respiração junto com oque pareciam
ser sussurros, ela tenta entender oque os sussurros dizem, até que Kimberly toma um susto
com sua mãe que mais uma vez a estava chamando para jantar
Sentindo que seu coração quase saiu da boca, Kimberly revira os olhos e em seguida grita em
resposta

-Kim- Já estou estou descendo!!

Respirando forte ainda se recuperando do susto, Kimberly decide olhar pela janela oque
estaria do outro lado da parede
Sentindo um pouco de receio, no começo ela se recusa, mas toma coragem para destrancar e
abrir a janela e olhar rapidamente… mas não havia nada ali

-Kim- Pelo jeito agora eu tô ficando louca, não é possível

*Kimberly fecha a janela e volta a tranca-la, vai em direção a porta do quarto, olhando de volta
para a janela antes de sair do quarto*

Apos descer e se sentar na mesa, todos se mantêm calados, pois seus irmãos e pais já
sabiam oque havia acontecido, pois posts sobre o ocorrido já haviam começado a se espalhar
pelas redes sociais e a escola também havia feito uma ligação aos pais de todos os alunos,
especialmente os pais de Kimberly, pois ela havia passado mal a ponto de desmaiar

-Pai- Kim, como você está? hoje não deve ter sido nada fácil, me perdoe não ter chegado a
tempo de ir busca-la, assim que nos ligaram viemos tentamos voltar o mais rápido possível,
mas você ja havia saido da escola quando chegamos lá
Nós somos uma família, sempre estaremos aqui pra você e você sabe que não precisa
guardar tudo pra si

-Kim- eu estou bem, não precisam se preocupar... eu só estou um pouco cansad…

Os olhos de Kimberly começam a ficar marejados, e sua garganta parece querer fechar,
impedindo que as palavras saíssem.
Ela tinha passado esse tempo todo segurando oque estava sentindo, ela não queria
demonstrar fraqueza, pois ela sentia que não deveria causar mais preocupações aos seus pais

Ela abaixa a cabeça e fecha os olhos, tentando se acalmar, até que sente alguém a abraçar.
Era seu pai que havia se levantado pois não entendia pelo que Kimberly estava passando mas
sabia que ela precisava dele naquele momento
-Pai- não se segure, pode chorar minha filha, coloque toda essa dor e angústia para fora

Kimberly fica com uma expressão de surpresa, ainda mais após sua mãe e seus irmãos se
juntarem ao abraço
tudo aquilo a fez sentir como se o peso que até então carregava sozinha havia sumido, a
fazendo chorar como uma criança, suas lágrimas pareciam que nunca mais iriam parar de cair

Após ela colocar para fora um pouco daquela enorme angústia que sentia, todos voltaram a se
sentar na mesa

-Irm1- Eu até tinha esquecido de dizer, o Irm2 viu um pote de sorvete na geladeira que tava
cheio de caldo de feijão, ele confundiu com sorvete de chocolate e acabou comendo uma
colherada sem nem pensar

-Irm2- Poxa cara você disse que não ia falar pra ninguém, qualquer um poderia ter se
confundido

todos na mesa começam a rir, e para Kimberly, essa foi a primeira vez que ela sentiu que fazia
parte daquela família, a primeira vez que ela não se sentiu sozinha.

Assim que todos terminaram de jantar, Kimberly foi limpar seu prato, mas foi impedida por sua
mãe

-Mãe- esta tudo bem, pode deixar comigo hoje, vá descansar

-Kim- ok, obrigada

Kimberly vai em direção a escada, mas desta vez, ao invés de voltar logo o seu quarto sem
dizer nada, ela para na escada e olha para sua família

-Kim- Sabe… obrigado por tudo, eu me sinto muito melhor, Boa noite

Ao chegar em seu quarto Kimberly se deita e decide ir dormir, porém ela acaba se lembrando
da conversa que seus colegas estavam tendo sobre um tal site de terror
-Kim- É mesmo eu fiquei de procurar aquele site, ler um pouquinho talvez me ajude a me
distrair um pouco

Kimberly pega seu notebook na escrivaninha e começar a pesquisar aquele misterioso site

-Kim- Como era mesmo o nome? Reflexo obscuro? Não, mas sei que começa com reflexo

Ela começa a coçar a cabeça tentando lembrar do nome do site, diversos nomes passaram
por sua cabeça

-Kim- Reflexo sombrio? Reflexo maldito? Reflexo assustador? Hahaha acho que não
colocariam um nome tão bobo assim. Vamos ver, Reflexo noturno, Reflexo oculto, Refle…
Espera aí, é isso, Reflexo oculto é o nome

Kimberly começa a pesquisar por Reflexo oculto e de forma simples e rápida o site apareceu
no topo dos resultados de pesquisa

-Kim- Tão fácil assim? Pelo jeito que o Sec2 estava falando, pensei que seria algum fórum mais
misterioso, será que é esse aqui mesmo?

Ao entrar no fórum, ela e se depara com uma tela vermelha escura, com letras negras com
uma pergunta sobre uma barra de uma de resposta

TEM CERTEZA QUE DESEJA ENTRAR?

sem pensar duas vezes, ela escreve na barra de resposta

-Sim, eu desejo entrar

A tela escurece e um símbolo de player aparece na tela que Kimberly aperta sem demora, a
direcionando ao feed de publicações do fórum
O fórum possuía diversas postagens que Kimberly foi explorando de uma em uma

-Kim- hahahahaha de onde esses caras tiram isso? Um duende yeti em meu quintal? Uma
tartaruga com asas? Hahahahaha esse daqui é o melhor “Minha calça ganhou vida” hahahaha
só tem louco aqui

Enquanto se divertia com as postagens, ela acaba percebendo a existência de uma aba de
catálogos do site e clica nela

-Kim- Vamos ver se tem algo além dessas posts sem noção

Kimberly dá uma atenção maior em uma área do catálogo que mostra postagens de
determinado estado e cidade

-Kim- Olha que legal, tem posts da minha cidade, quais monstrinhos tem por aqui? Seria legal
ter um duende yeti, quero um pra mim hahahaha.
Homem das cavernas vivo no esgoto? A criatividade desse pessoal é com toda certeza
gigante hahaha

Kimberly se distrai lendo e não ver as horas passarem e começa sentir um pouco de sono

-Kim- Acho melhor eu ver o resto amanhã, meus olhos estão começando a coçar

Até que um nome de um dos posts acaba cativando a curiosidade de Kimberly, pois todos até
agora pareciam historinhas infantis de monstrinhos bobos

-Kim- O massacre? Quem diria que eu conseguiria achar uma historinha pesada, tudo bem, só
mais essa e eu vou dormir.

O MASSACRE
Na noite do dia 22 de julho às 21:15, gritos que vinham da casa da família (...), mas o
estranho disso tudo é que além dos gritos da família, um grito em particular tinha sido o motivo
deste caso estar sendo contado aqui.

A porta não parecia ter sido arrombada, os corpos estavam tão destruídos que sequer
poderiam dizer de forma detalhada de onde começava ou terminava cada parte
Se não soubessem quem morava ali, jamais poderiam dizer apenas olhando, de quem poderia
ser aqueles corpos

Porém uma coisa que foi possível notar em todos os corpos, é que o coração havia sido
retirado

Toda a casa foi revirada, mas não existia nem sequer uma mínima pista sobre quem ou oque
havia feito aquela atrocidade

Porém eu, que estava observando pela fresta da janela da minha casa, vi oque tinha feito tudo
aquilo
É impossível descrever com detalhes pois havia pouca iluminação, mas era uma criatura alta,
com membros longos e aparentava ser corcunda, pois tinha uma má postura
Este meu relato foi o único até o momento, espero descobrir se mais alguém viu este monstro.

22/07/2023 - 23:57

Kimberly ficou incrédula com oque acabará de ler, tomada por um sentimento de desconforto,
pois mesmo que ela não tivesse ouvido falar daquilo antes, ela sentia que sabia do que ele
estava falando
Em voz baixa ela começa a falar pra si mesma

-kim- se acalma kimberly, é tudo coisa da sua cabeça, isso não tem nada a ver, o que era ruim
já passou

Kimberly então ver uma barra de comentários que não havia percebido antes e nela só havia
um comentário

-Não era humano

Essa frase fez com que o coração de Kimberly batesse feito louco, ela já tinha ouvido essa
frase antes, sabia que quem tinha comentado nesta publicação tinha sido o Sec3
Mas o medo e ansiedade que voltaram a bater em sua porta, não impediram a curiosidade
dela de saber oque realmente estava acontecendo

Ela foi até o perfil do Sec3 para saber se encontraria respostas que a ajudariam a entender
tudo

Já no perfil dele, ela viu que desde o dia do “Massacre” ele vinha publicando algumas coisas,
como se estivesse escrevendo um diário… ou relatando passo a passo, o caminho que fez ele
tomar a decisão que o levou ao seu trágico fim

23/07
Aquela coisa, ela me viu, agora ela fica atrás de mim, arranhando e sussurrando do outro lado
da parede.

23/07/2023 - 03:18

Ao ler está primeira publicação a garganta Kimberly lembra do que havia acontecido
momentos antes da sua mãe ter lhe chamado pela segunda
Ela engole seco e continua a ler.

24/07
Desde o dia que ele me viu eu não consigo dormir direito, sempre que tento, eu o ouço
sussurrando, rindo, fazendo barulhos
É assim que ele caça, ele enlouquece a presa antes de matar.

24/07/2023 - 19:02

25/07
Não importa onde eu vá, ele sempre vem atrás, eu não aguento mais isso, eu só queria que
isso tudo fosse apenas um pesadelo.

25/07/2023 - 15:28

26/07
Eu o vi… pela janela da janela da sala de estar, eu o vi
Ele ficou me observando do outro lado da rua
Não consigo mais dormir, nem sequer fechar os olhos sem que eu veja aqueles olhos.

26/07/2023 - 20:10

27/07
Eu quero morrer.

27/07/2003 - 00:01

Kimberly estava em choque, olhando com os olhos arregalados para a tela o notebook
Ela lentamente leva suas mãos aos cotovelos como se estivesse se abraçando e recolhendo
os pés, ficando encolhida na cadeira

-Kim- É mentira, isso é tudo mentira, não tem como ser real

Lágrimas começam a cair de seus olhos enquanto ela tentava se convencer de que aquilo era
só uma site cheio de histórias inventadas por pessoas idiotas

Kimberly fecha os olhos e tenta se agarrar a última migalha de sanidade que tinha naquele
momento, enquanto puxava todo ar que conseguia e soltava, algo dentro de si começou a
ajuda-lá a se acalmar… uma lembrança
Ela se lembrou do jantar de mais cedo, se lembrou que ainda tinha sua família.

Agora um pouco mais calma, Kimberly abre os olhos lentamente, retorna até a página inicial
do fórum
Começa a limpar seu rosto e esticar suas pernas

-Kim- Acho que já deu por hoje, melhor eu tentar dormir

Kimberly pega o mouse no intuito de sair do fórum, mas acaba sem querer atualizando a
página

Assim que a página é atualizada, ela ver algo que faz com que ela fique paralisada, pois uma
nova publicação havia sido feita com o título “O Segundo Massacre”
Sua mão sobre o mouse começa a tremer e ao invés de seguir a escolha inicial de sair do site,
ela lentamente move o cursor até a nova publicação
O cursor tremia na tela, Kimberly estava hesitando, mas ela fecha os olhos e clica na
publicação… Ela respira fundo e abre os olhos

O SEGUNDO MASSACRE

A mais ou menos 1 hora atrás mais uma família foi morta, vizinhos chamaram a polícia, dando
as mesmas informações que haviam sido relatadas na primeira publicação com o título de
“Massacre” no catálogo da cidade de (...)

Onde era possível escutar um grito de algo desconhecido que nenhum ser humano
conseguiria fazer, em conjunto com os gritos das vítimas
Relatos dizem que aquele grito era tão horrendo que fez com que todos que ouviram,
sentissem um grande desconforto e uma sensação de perigo constante, algo que também foi
notado pelos animais de estimação e insetos
Pois todo o quarteirão havia entrado num estado de silêncio absoluto, como se todas as
criaturas vivas estivessem se escondendo do dono daquele grito

Ainda não possuímos informações de como os corpos foram encontrados, mas por conta da
grande similaridade com o caso “Massacre” podemos supor como eles devem estar

Uma última informação não diretamente ligado ao ocorrido, mas sim à família que foi morta
No manhã de hoje, o único filho da família, tirou a própria vida enquanto estava na escola
Isso pode ou não ter a ver, mas o ar de estranheza pelas duas tragédias terem ocorrido
exatamente no mesmo dia, nos faz criar todo tipo de teoria.

28/07/2023 - Agora mesmo

Kimberly estava paralisada, com os olhos arregalados em direção a tela do notebook, seu
coração batia mais rápido do que já havia batido em toda sua vida, o sensação de morte
eminente tomava todo o seu corpo
Pânico... era o sentimento que Kimberly

-Kim- E-Ele, não mata só quem ele marcou… ele mata toda a família.

A mente de Kimberly estava para quebrar, pois a única coisa que estava conseguindo mante-lá
calma e de pé, estava em perigo por causa dela

Kimberly se levantas e começa andar de um lado para o outro, sem saber o que fazer e como
resolver tudo aquilo, ela segurava a cabeça puxando os cabelos e batia na própria cabeça
como se tivesse se castigando por ter colocado a sua família em perigo, ela deita de bruços na
cama e começa a chorar e bater no colchão.

----------------------------------

O sol nasce e vemos kimberly deitada em sua cama com olheiras, descabelada e com olhos
arregalados e vermelhos de tanto chorar
Enquanto olha pro teto Kimberly começou a pensar de forma mais calma

-Kim- aquilo atormentou o Sec3 antes de ir atrás dele, então eu tenho tempo
Preciso de ajuda… mas não importa com quem eu fale, vai só vai parecer que eu enlouqueci
depois de eu ter presenciado a morte do Sec3

Como um estalo em sua mente, kimberly lembra do seu irmão que possuía interesses em
conteúdo sobrenatural e cultivava um senso de crença nesse tipo de coisa
Kimberly olha rapidamente para o seu alarme em cima da cômoda e se espanta com o horário,
pois logo logo seu irmão teria que sair para poder ir para a escola
Ela ouve os passos dele pelo corredor enquanto se despede dos seus pais, mas momentos
antes de ele sair pela porta da frente, ela consegue alcança-lo o puxando pelo braço

-Kim- Espera, eu preciso falar com você, é urgente

-irm1- eu vou ter que ir pra escola, podemos conversar quando eu chegar??

-Kim- Mas eu não tenho muito tempo para desperdiçar, por favor

Irm1 conseguia sentir o desespero de Kimberly, então mesmo tendo obrigações a serem
feitas, ele as deixou de lado para saber o motivo da urgência

-Irm1- Ok, mas faz silêncio, vamos ter que subir sem fazer barulho pros nossos pais não
desconfiarem que eu não fui pra escola hoje
Vou no meu quarto me trocar e em alguns segundos vou no seu e a gente conversa, ok?

-Kim- Certo, muito obrigado


irm1 fecha a porta, dando a entender para quem escutou, que ele havia ido para a escola
Kimberly para distrair sua mãe que estava na cozinha, para que seu irmão pudesse subir sem
ser notado

-Kim- Bom dia, como a senhora tá?

-Mãe- Bom dia minha flor, estou bem sim, e você? Conseguiu descansar?

-Kim- Sim, estou me sentindo muito melhor hoje

-Mãe- Fico muito feliz por isso, aliás, ontem eu fiquei de te dar algo que eu havia comprado
para te dar no seu aniversário mas eu senti que não tem problema dar agora né

-Kim- Um presente? Oque é?

-Mãe- Vem comigo

A mãe de kimberly pega em sua mão e a leva até o escritório que os pais compartilham
Quando chegam até o escritório, ela vai em direção a um armário que fica no canto do
escritório e tirando da última gaveta um caderno de capa preta e sem pauta

-Mãe- Sabe, eu tava pensando em deixar ele um pouco mais especial… Bom se você não
quiser tudo bem, foi só uma ideiazinha que passou na minha cabeça haha

-Kim- Não, não, eu quero sim, oque é?

A mãe de Kimberly pega um pequeno pote de tinta de tecido da cor branca

-Mãe- Oque acha de fazermos uma marca com nossas digitais na capa do caderno? Me
desculpa por isso parecer tão besta, eu apenas pensei que poderíamos fazer esse tipo de
coisa mais vezes, sabe!? Coisas de mãe e filha
Você deve se lembrar das vezes que eu te contei que na minha infância, eu e sua avó nunca
nos demos muito bem, então prometi a mim mesma que quando tivesse uma filha, seríamos
melhores amigas
Me arrependo de estarmos tão distantes durante esses anos, admito que a culpa foi minha

-Kim- A culpa não foi sua, eu sempre evitei me abrir pois sentia que não pertencia a esse lugar
e que não deveria incomodar vocês com meus problemas, a culpa é minha
-Mãe- Não, você não deve me culpar meu amor, em vez de remoer o passado, vamos olhar pro
futuro
A Partir de hoje vamos mudar isso, eu e você vamos contar sempre uma com a outra

A mãe da Kimberly não sabia oque estava acontecendo com todo o caso da misteriosa criatura
que estava de olho em sua família, mas as palavras de sua mãe criaram uma motivação maior
para tentar driblar esse mal que ficava a espreita, apenas esperando para atacar

-Mãe- Eu estava pensando em fazermos uma borboleta, oque acha?

-Kim- Acho legal, eu gosto de borboletas

-Mãe- Ok, então vamos lá fazer isso haha, é algo bem simples mas estou muito eufórica por
isso

Kimberly e sua mãe mergulham os dedos na tinta branca e uma após a outra, marcam seus
polegares na capa do caderno, fazendo uma forma de uma Borboleta com suas digitais
E durante esses segundos enquanto faziam a marca na capa do caderno, ela esqueceu de
toda a dor, medo, desespero, ansiedade e angústia

-Mãe- E pronto, temos uma borboleta linda

-Kim- Sim, mas eu posso fazer uma pergunta? Por que uma borboleta?

-Mãe- ah você não se lembra? Hahaha


É por que quando você era pequena, eu sempre te chamava de borboletinha

Ao sua mãe terminar de falar, curtas lembranças de sua mãe a pegando no colo e levantando
enquanto a chama de minha borboletinha aparecem para ela

-Kim- É verdade, agora eu lembro

-Mãe- Ok haha, melhor eu ir pro trabalho, já estou quase atrasada e tem muito caminho ainda
pela frente
A mãe de kimberly vai indo na frente, mas quando chega na porta do escritório Kimberly a
chama

-Kim- Mãe espera… eu fico muito feliz por ter a senhora como a minha mãe, mesmo que não
seja de sangue, eu te amo

KImberly vai em direção a sua mãe e a abraça

-Mãe- Eu também te amo… minha borboletinha

Elas se despedem, até que Kimberly lembra do seu irmão que a está esperando
Ela corre para o seu quarto, onde o seu irmão já estava lá a esperando

-irm1- Por que demorou tanto? Aconteceu alguma coisa?

-Kim- Não, nós só estávamos conversando um pouco

-Irm1- Certo, mas oque você queria me falar mesmo?

-Kim- É mesmo, por alguns segundos acabei me acalmando tanto que quase esqueci

Kimberly senta-se na cama e seu irmão na cadeira da escrivaninha de frente para Kimberly,
ela começa a contar absolutamente tudo que havia acontecido com ela e oque tinha
descoberto, entrando mais uma vez no site para que seu irmão pudesse ver
Contou sobre os arranhões e sussurros oque fez o irm1 ter a ideia de pegar uma escada que
ficava no pequeno armazém de ferramentas no quintal e ver o lugar onde Kimberly teria ouvido
os arranhões, Decisão essa que ajudou kimberly a convencê-lo, pois no outro lado da parede
onde Kimberly teria escutado os arranhões, de fato tinham marcas como se algo houvesse
cravado suas garras lá
Após tantas explicações e planos para tentar dar um jeito em tudo isso, os dois não notaram
que já eram por volta das 18:56

-Irm1- Nossa, ja está tarde, logo logo vão chegar e pai disse que iria me buscar hoje na escola,
ele vai me matar quando souber que eu não fui
Kimberly e Irm1 ouvem a porta da entrada abrindo

-Mãe- Estamos em casa!

Kimberly e seu irmão correm até a porta de entrada pois o mais importante nesse momentos
não era saber se levariam algum tipo de bronca, mas sim contar tudo aos seus pais para que
juntos pudessem encontrar alguma solução
Quando chegam lá veem seus pais juntos e seu irmão mais novo sendo o último a entrar e
fechando a porta

-Pai- Eu estava realmente querendo falar com você, por qual motivo você não foi pra escola
hoje? Não está se sentindo bem? Se for isso era só ter falado comigo ou com sua mãe para
que pudéssemos notificar a esco-

Irm1 interrompe seu pai

-Irm1- Pai eu entendo que faltar na escola foi algo errado, mas eu tinha algo mais importante e
urgente pra resolver e é sobre isso que eu e a Kimberly queremos falar, não temos tempo pra
nos preocupar com o fato de eu ter ou não ido pra escola

-Pai- Algo mais importante? Você está bem Kimberly? Aconteceu alguma coisa?

-Kim- Está tudo bem comigo, mas precisamos deixar as broncas de lado por agora, ontem
quando o Sec3 eu vi uma coisa

-Mãe- Que coisa?

-Kim- Eu não sei explicar, eu não vi direito, era um tipo de monstro.

Toc… Toc… Toc… Toc…

Repentinamente batidas na porta começam a ser ouvidas


Todos ficam em silêncio com uma sensação estranha dentro de si
Mesmo que não soubessem oque poderia estar do outro lado da porta, eles sentiam que era
algo perigoso.
Toc… Toc… Kimberly, sou eu

Após ouvir aquela voz, Kimberly sente um arrepio tão intenso que chegava a doer seu corpo

-???- Eu soube oque aconteceu ontem então eu vim aqui para saber como você esta

Com a voz tão baixa que era quase inaudível Kimberly fala consigo mesma

-Kim- Essa voz… É impossível

-???- Vamos conversar, deve estar sendo um momento difícil né

Kim- Essa é… a voz do Sec3

Naquele momento Kimberly entendeu tudo, entendeu a estranha similaridade de todos os


casos “Massacre” onde as portas não são forçadas ou arrombadas
Porque aquela coisa usa o momento frágil da familia que esta de luto contra elas mesmas…
imitando a voz do ente querido que ela perdeu para ser convidado a entrar

Mas Kimberly não entendi, por que ele esta aqui? Ele passou dias atormentando o Sec3,
então por que esse monstro já estava na porta de sua casa?

O irm2 se aproxima mais da porta com a mão estendida, indo em direção ao a maçaneta

-Kim- NÃO ABRE!!

O grito que Kimberly deu, fez com que todos que estivessem ali voltassem a sua atenção para
ela
Irm1 ao ver a expressão de medo no rosto dela, entendeu oque estava acontecendo

-Irm1- Mano, é melhor você se afastar dessa porta

Toda a família fica em silêncio após isso e junto com ela, todo o ambiente estava quieto, não
podia se ouvir nada, nem dentro ou fora da casa
Mas o silêncio é quebrado pelo som de alguém que voltavam a bater na porta

Toc… Toc… Toc…

-Irm1- Pai não temos muito tempo, tem alguma coisa que está atrás…

Um som de porta sendo aberta interrompe oque Irm1 estava tentando dizer
Irm2 havia aberto a porta, isso fez com que todos olhassem ao mesmo tempo para a porta
com um sentimento intenso de medo

-Irm1- … Da Kimberly

-Irm2- Por que vocês estavam tão desesperados? Não tem ninguém aqui, deve ter sido só uma
brincadeira de mal gosto já que a história se espalhou pela cidade

Disse o jovem Irm2 enquanto virava-se para sua família e ficando de costas para a porta
aberta
Mas ele achou estou estranho pois quando viu seus rostos, tudo oque podia ver era uma
expressão de pavor
Um arrepio sobe por sua espinha, então ele lentamente vira-se para ver o que havia deixado a
sua família com aquela expressão
Assim que seus olhos viram a criatura ele tinha entendido, pela primeira vez em sua vida ele
entendeu a verdadeira e crua definição de medo, fazendo com que ele acabasse urinando nas
calças

Estavam todos paralisados de medo por conta da aparência horrenda daquele ser, algo tão
horrível que nada no mundo poderia sequer chegar perto daquela aparência, sua mera
existência era algo que poderia enojar até o próprio Deus

A criatura tinha uma aparência humanoide e possuia cerca de 2 metros de altura, tendo que se
abaixar para entrar pela porta da frente
Seus olhos eram totalmente brancos, que mascaravam a escuridão densa da alma daquela
criatura, que poderia engolir a minima centelha de luz que houvesse
Seu corpo era a própria definição de abominação, já que era composto por partes humanas
entrelaçadas e em estado de putrefação, deixando assim um cheiro horrível por onde passasse
Suas garras eram feitos eram os ossos dos corpos que constituíam seu corpo, assim como
seu dentes que se espalhavam por sua boca com padrões assimétricos
Seu rosto era palido e se assemelhava levemente ao rosto de um bugio com dois pares de
cavidades nasais
Ele mantinha um sorriso que se estendia de um buraco em seu crânio,que supõe-se que seria
seus ouvidos, ao outro

-Mons- toque toque

A voz metalizada da criatura que mesclava entre o agudo e grave era algo que faziam todos
sentirem uma sensação de pavor e nojo tão intenso que somente o som da sua respiração
poderia ser considerado a pior das blasfêmias

-Mons- Eu geralmente brinco um pouco até abrir o apetite, mas não consegui resistir a esse
cheiro. Seria como perder tempo esquentando comida que já está pronta para saborear, mas…
sempre é bom umas preliminares hahahahaha

Todos estavam em choque, imobilizados pelo próprio medo, seus instintos de fugir foram
substituídos pelo de se esconder, pois sentiam que se movessem apenas um dedo, seria o seu
último

-Mons- Então vamos lá, já ouviram falar de “Estatua”? É uma brincadeira muito divertida que eu
e meu irmãos fazíamos em nossa terra natal. Eu vou tapar os olhos e assobiar, nesse tempo
vocês podem tentar se esconder hahahaha, mas se por acaso o assobio parar e vocês ainda
estiverem se movendo… está eliminado hahahahahahahahaha. Vamos começar

A criatura tapou os olhos com suas garras e começou a assobiar, em um tom que poderia até
mesmo quebrar uma taça.
Toda a família se manteu parada sem mover nem um centímetro, pois sabiam que não
poderiam confiar nas palavras daquela aberração
A criatura abre os olhos e ver a família ainda nas mesmas posições de antes

-Mons- Não se moveram nem um pouco hahahaha, assim não vai ter graça, então vamos de
novo

A criatura volta a tapar seus olhos e assobiar, a família mesmo desconfiada e com medo
decidiu entrar no jogo, pois perceberam que a prepotência da criatura poderia dar-lhes a
chance mesmo que mínima de sobreviver

Eles então começam a dar passos tão lentos que não poderiam nem sequer ser ouvidos. Seus
pais com passos laterais tentavam ir em direção a cozinha, Kimberly e Irm1 andavam de costas
em direção a escada sem tirar os olhos da criatura. Porém, diferente de todos os outros, o
medo que Irm2 estava sentindo era tão grande que ele não se segurou e tentou correr o mais
rápido possível em direção a cozinha. Sua movimentação chamou a atenção da criatura a
fazendo parar de assobiar e tirando suas garras dos olhos.

Todos ali notaram o súbito enterrompimento do assobio a criatura, fazendo que voltassem ao
estado de paralisia, menos o jovem Irm2 que ainda na tentativa de correr para a porta dos
fundos que ficava na cozinha não havia percebido que o som que aquele ser fazia tinha
cessado

Como em um piscar de olhos o braço da criatura se esticou como um elástico e perfurou o


crânio do pequeno Irm2, fazendo o sangue espirrar no rosto de seus pais que estavam mais
próximos dele. A criatura trás de volta seu braço, fazendo o corpo de Irm2 cair no chão e criar
uma grande poça de sangue no chão
Todos estavam em choque com a cena que acabaram de ver, principalmente os pais que
agora encaram o corpo do seu filho já sem vida com o sangue que jorrava de sua cabeça, indo
de encontro aos seus pés

-Mons- HAHAHAHAHAHA PRIMEIRO ELIMINADO, AGORA SIM A BRINCADEIRA ESTA


FICANDO DIVERTIDA, VAMOS CONTINUAR

A cabeça da mãe não conseguia processar oque estava acontecendo, então sua única reação
foi gritar e ir em direção ao corpo de seu filho

-Mons- Opa, mais um desqualificado

No momento que o monstro se prepara para mais uma vez disparar seu ataque, agora contra
a mãe de Kimberly, algo surpreendente até mesmo a criatura. O pai dela havia pulado na frente
do ataque da criatura, acertando seu peito

-Pai- Você não vai tirar mais ninguém de mim

-Mons- Uau, temos um herói aqui, devo admitir que sua coragem chegou a me deixar
emocionado
Já que você quer tanto, vou deixar você ir primeiro já que está com tanta pressa

A criatura usa seu outro braço, acertando o outro lado do peito do pai de kimberly. Abrindo o
corpo dele ao meio usando apenas a força bruta, fazendo com que o sangue espirrasse com
força para todos os lados.

Notando que agora tinha sido seu marido que havia perdido a vida, a mãe de Kimberly coloca
a mão na cabeça e começa a gritar

-Mãe- NÃO, NÃO, NÃO, NÃO, NÃO, NAAAAO POR FAVOR NÃO

Kimberly perplexa com tudo que estava acontecendo, colocou uma das mãos em sua cabeça
e começa a sussurrar para si mesma

-Kim- Isso tudo… é culpa minha

-Mons- Meu prato principal se mexeu, mais uma eliminação pra conta

Kimberly tinha esquecido que ainda estava nessa maldita brincadeira sádica. A criatura
prepara para atacar Kimberly até que mais uma vez a criatura é pega de surpresa após sentir
alguém a agarrar. A mãe de Kimberly tinha pulado para cima da criatura, a segurando pela
tronco

-Mãe- SAINHAM LOGO DAQUI

-Mons- HAHAHAHAHAHA SERES HUMANOS TODOS

Kimberly agarra a mão do seu irmão e sobe as escadas correndo até chegar no corredor do
seu quarto, enquanto era possivel ouvir barulho de algo sendo jogado longe no andar se baixo,
em conjunto com a risada da criatura que ecoava por toda a casa

Quando finalmente conseguem chegar até a entrada do quarto de Kimberly, ela entra mas
antes que seu irmão também possa entrar, a língua da criatura que tinha se alongado do andar
de baixo até onde eles estavam, havia se enrolado no tornozelo do seu irmão fazendo ele se
segurar na guarnição da porta do quarto de Kimberly pois estava sendo puxado
-Irm1- Já era pra mim, tranca a porta agora

Essas foram as últimas palavras que seu irmão te disse antes que ser puxado com toda força
pela língua da criatura.
Afundada no desespero, Kimberly começa a chorar mas rapidamente fecha a porta, tranca e
usando toda sua força, empurra sua estante em frente a porta.

Sem demora nenhuma era corre para se esconder debaixo da sua cama enquanto tenta
controlar seu choro para que consiga manter silêncio

… Não só ela estava em silêncio como a confusão de antes se tornou um silencio absoluto,
que não durou muito pois ela logo conseguiu escutar passos lentos e pesados que subiam as
escadas, como se apenas o ato de levantar o pé e colocá-lo de volta no chão carregasse uma
grande tensão que fazia seu coração bater mais rápido a cada passo. Os passos continuaram
no mesmo ritmo que que chegasse até a porta do seu quarto e parasse

-Mons- Abre a porta pra mim abre, você sabe muito bem que não tem como fugir… não tem
como sobreviver
Você só está prolongando sua solidão, não quer se juntar a sua família?

-Kim- SAI DAQUI SEU FILHA DA PUTA

-Mons- HAHAHAHAHA Você é mais atrevida do que eu pensei. Será que essa valentia é
genético? Seu cheiro não mente, você tem sangue daquele povo imundo

~Kim~ Oque caralhos esse arrombado tá falando?

-Mons- De qualquer forma, eu fui feito para te matar e você existe para saciar a minha fome,
então abre ESSA PORTA

A criatura bate duas vezes seguidas com força na porta do quarto de Kimberly

-Mons- de qualquer forma você está presa aí e sabe muito bem que não pode ficar aí para
sempre, quando ousar colocar nem que seja a ponta do pé para fora desse quarto, eu te mato

Kimberly tapa os ouvidos e fecha para não ouvir mais oque a criatura e tentar acordar do que
ela tenta se convencer que seja um pesadelo
Tudo volta ao silêncio de antes, que dura muito menos que o primeiro, quebrado pelo som de
passos da criatura que andava em direção ao andar de baixo

Kimberly sai debaixo da cama silenciosamente e vai até a porta, colocando seu ouvido nela
para tentar escutar oque estava acontecendo fora do quarto mas nada podia ser escutado
Ela sai de perto da porta, sentasse encostada nos pés da cama enquanto abraça suas pernas
e chora baixinho, pensando no que poderia fazer, até que ela lembra que seu notebook estava
em cima da mesa e que ela poderia usa-lo para chamar ajuda

Kimberly rapidamente corre em direção ao seu notebook e o liga

-Kim- Rápido Rápido, liga logo por favor!

O computador liga e rapidamente ela vai até o fórum onde ela conversava com seu ouvinte
anônimo para que ele pudesse ligar para a polícia pedindo ajuda
Mas enquanto escreve Kimberly ouve o som de algo batendo em sua janela

*Tack…*

ela olha para a janela para ver oque era mas não tinha nada, até que enquanto continua
encarando-a, ela ouve de novo

*Tack…*

Só que desta vez ela viu oque tinha feito o barulho, pedrinhas estavam sendo jogadas em sua
janela
Ela não tinha percebido na hora mas não demorou muito para ela entender oque era aqui

~Kim~ … Não

Kimberly se afasta lentamente de perto do notebook para ficar o mais afastada possível da
janela, até que de repente a janela é destruída pois a criatura havia pulado até ela
Kimberly cai sentada por conta do impacto
-mons- Eu disse para você que você não tem saída, se você não vai sair então eu decidi que
eu iria entrar

A criatura ver que o notebook de Kimberly estava ligado e que ela estava pedindo ajuda, então
ele com suas garras perfura o notebook, assim o quebrando

-Mons- Não acredito que você estava tentando trapacear, isso é muito feio, agora eu vou ter
que te penaliza por isso

Com medo, Kimberly ainda no chão começa se afastar da criatura, até que sente suas costas
encostarem na parede. Ela estava encurralada, não tinha para onde fugir, a única certeza
naquele momento é que ela morreria

-Mons- Você é uma garotinha muito levada sabia? Não abri quando eu mandei e ainda estava
tentando chamar mais pessoas para a brincadeira, eu vou te castigar por isso mas não se
preocupe, não vai doer… pouco HAHAHAHAHAHA, EU VOU GARANTIR QUE VOCÊ SINTA
MUITA DOR ANTES DE EU TE MATAR

A criatura estica seu braço e agarra Kimberly pela perna, a jogando do outro lado da quarto
com toda força, a fazendo perder os sentidos por poucos segundos

-Mons- É melhor você continuar acordada, não quer perder a diversão não é?

Kimberly ainda um pouco desnorteada volta a se arrastar para perto da parede, se afastando
da criatura enquanto ela lentamente se aproxima. Ela volta ficar encurralada, tirando a atenção
dela por alguns instantes mas voltando a atenção rapidamente para uma dor absurda que a faz
gritar o mais doque já tinha gritado em toda sua vida, pois a criatura havia enfiado 3 das suas
garras na perna direita de Kimberly

-Mons- GRITE! GRITE MAIS ALTO! ME DEIXE OUVIR MAIS DESSE SOM MARAVILHOSO
QUE VOCÊ FAZ QUANDO EU A FAÇO SANGRAR HAHAHAHAHAHA

Em seguida a criatura usa duas de suas garras para perfurar o braço esquerdo de Kimberly,
mais uma vez a fazendo gritar com toda força
A dor causada pelos ataques da criatura era absurda, pois os ataques que perfuravam sua
carne, também quebravam seus ossos e atravessavam até o outro lado.

Os danos causados em Kimberly superficialmente não pareciam tão sério, mas por algum
motivo o sangue não parava de sair de seus ferimentos e não demorou para ela sentir os
efeitos dessa perda de sangue, ela começou a sentir tontura e seus sentidos confusos

-Mons- Ah este cheiro, faz anos que não sinto o cheiro deste tipo de sangue, me trás ótimas
recordações

A criatura abre a boca e colocando sua língua para fora e fazendo ela passar do pescoço até a
bochecha de Kimberly
Kimberly acaba sentindo uma dor repentina no rosto, até que ela percebe que tinha sido um
corte feito pela língua da criatura, que poderia se assemelhar a uma gilete. A criatura começa a
lamber o sangue do rosto e Kimberly e seu corpo começa a reagir, tremendo e se esticando de
tanto êxtase

A criatura solta um grito alto o bastante para fazer objetos próximos tremer mesclando uma
risada ao grito

-Mons- Eu estava pensando em já te matar, mas pensando bem, seria uma pena eu comer algo
tão delicioso de uma só vez não acha?
Vou começar por aqueles vermes lá embaixo e deixo você pro final, você vai ser o meu prato
principal
Por que você não me sugere por qual eu começo?
Hmmm será que eu deveria começar pela mamãe? Oque você acha… minha Borboletinha?

A expressão de medo que Kimberly tinha em seu rosto após ouvir a voz de sua mãe saindo da
boca imunda daquela criatura foi substituída por uma expressão de fúria. Sua raiva ajudou ela
a aumentar sua percepção de ambiente, procurando algo que pudesse a ajudar a se livrar
dessa criatura
Kimberly acaba notando o reflexo de uma lasca de vidro que havia sido quebrado quando a
criatura pulou pela janela
Ela aproveitou o momento em que a criatura estava distraida rindo por ter falado da mãe dela
para poder pegar cuidadosamente a lasca de vidro

-Kim- Seu desgraçado, se você não vai me matar… então morre primeiro
Kimberly com a força que lhe restava apulhalou o braço do monstro que prendia o braço
esquerdo dela, rasgando-o de cima para baixo
A criatura grita de dor e se alguns passos de Kimberly, a livrando de suas garras.
Para a criatura aquilo tinha sido a maior das afrontas que já lhe fizeram, pois tinha sido a
primeira vez que uma presa havia lhe causado um ferimento

-Mons- SUA ARROMBADA, JÁ QUE VOCÊ QUER TANTO MORRER, ENTÃO TOMA SUA
PUTA

O monstro levanta tomada pelo ódio, vai em direção a Kimberly preparado para dar fim a ela,
mas é parado por um som vindo do lado de fora da janela destruída que lhe chama a atenção
Era uma gargalhada feminina que parecia causar um certo efeito de eco, o monstro passou
alguns segundos encarando a janela mas logo voltou sua atenção para sua presa quando
pensou não ser nada importante

-Mons- Queime no infer-

Algo que havia saltado pela janela acaba enterrompendo a criatura, a acertando tão forte que
a jogou longe, fazendo um buraco na parede do quarto e indo parar no corredor
A perda de sangue começou a afetar de forma drástica a Kimberly, sua visão começa a
escurecer
Antes de sua visão escurecer por completo ela viu oque parecia ser uma mascara branca com
orelhas de coelho e antes de perder totalmente a consciencia ela conseguiu ouvir a voz
daquela pessoa que acabou de salvá-la

-???- Cuida dela enquanto eu dou um jeitinho nessa coisa feiosa


… Acorda bicho feio, um passarinho me contou que você gosta de brincadeiras… então vamos
brincar.

Bíp… Bip… Bip… Bip…

Kimberly voltava aos poucos voltava a consciência, mas só conseguia ouvir sons repetitivos de
Bip, até que repentinamente ela acaba ouvindo uma voz familiar
-???- Você precisa acordar Borboletinha

Ela rapidamente abre os olhos e tudo oque ver é uma um teto branco com uma lâmpada e o
mesmo barulho repetitivo de bip

-???- Você acordou, que bom

-Kim- O-onde eu e-estou?

-enfermeira- Tente não falar muito, você esta no hospital, você sofreu vários ferimentos então
vamos com calma ok?

-Kim- Por quanto tempo eu fiquei apagada?

-Enfermeira- Por volta de 1 dia e meio, 2 dias e 3 horas pra ser mais exata

-Kim- 2 dias… E minha F-familia… co-como eles estão?

O silêncio da enfermeira foi o suficiente para Kimberly entender que somente ela havia
sobrevivido, levando ela a começar a chorar

-Kim- Eu, eu q-quero me sentar, po-por favor


Não consigo, falar d-direito assim

A enfermeira aperta um dos botões que haviam em um pequeno controle que era conectado a
cama, fazendo com que a parte superior levantasse, deixando a Kimberly em uma posição
sentada
As lagrimas não paravam de cair, mas momentaneamente algo tomou mais a sua atenção

-Kim- Não consigo sentir… as minhas pernas, eu não sinto as minhas pernas

-Enfermeira- se acalme, você acabou de acordar, então precisa descansar

-Kim- Eu fiquei 2 dias dormindo, eu não preciso descansar

Kimberly tira o cobertor que estava sobre suas pernas e o joga no chão
Suas pernas estavam ficando com uma cor roxa escura e veias negras por toda a perna
Era um tipo de infecção pois aparentava estar se espalhando
Kimberly sem reação, olhava para as duas pernas, tentando entender oque estava
acontecendo

-Enfermeira- Você não precisa se preocupar, estamos dia e noite trabalhando para saber como
reverter isso
-KIm- Vocês não sabem oque é isso?

-Enfermeira- Nunca havíamos visto nada do tipo antes, não existe nada parecido em nenhum
livro que já lemos e nenhuma pesquisa externa possuía traços de algo que sequer chegue
perto de se assemelhar, mas você não precisa se preocupar entendeu? Logo logo teremos a
resposta e você ficará novinha em folha

Kimberly vira seu rosto para não ver mais o quão horríveis e nojentas as suas pernas estavam,
porém ela acaba encarando o corrimão prateado da cama em que ela estava e ver no reflexo
do seu rosto um curativos que tomava o lado da sua bochecha, e mesmo com o curativo sobre
o ferimento, ela viu que a pele em volta ao curativo possuía uma coloração roxa se espalhando
Ela rapidamente puxa o curativo e ver no reflexo um tipo de pus negro saindo da ferida, ela
passa a mão, sujando-a com aquilo
Ela a encara com uma expressão de choque e as lagrimas começam a cair

-Enfermeira- Meu Deus, eu vou buscar algo para limpar e refazer o curativo, espere só um
pouco

Enquanto a enfermeira sai do quarto correndo para buscar oque precisava para limpar a ferida
e refazer o curativo, Kimberly encarava suas mãos sujas enquanto tremia

Flashs da morte do Sec3 e do que tinha acontecido aquela noite começaram a vir de uma só
vez, a mente trincada de Kimberly que se sustentava por conta de sua família, após entender
por completo tudo que havia acontecido a eles e oque estava acontecendo com ela… Havia se
partido naquele momento

Até que as memórias são interrompidas por Kimberly, que levou a sua mão até a boca, pois
tanta coisa jogada em cima dela de uma só vez, a fez vomitar

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