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JURÍDICA
Sabine Heumann
Comportamento pró-
social: desenvolvimento
e manutenção
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar o desenvolvimento e a manutenção de
um tipo específico de comportamento, o comportamento pró-social.
Acredita-se que a pró-sociabilidade é a chave para a vida civilizada, por
revelar aspectos positivos e sadios do psicológico humano. Ainda assim,
os cientistas sociais, em geral, têm negligenciado o estudo desse tipo
de comportamento, priorizando a compreensão de comportamentos
agressivos e antissociais. Entende-se que o foco das pesquisas em com-
portamentos negativos é importante para o esclarecimento de alguns
aspectos da natureza humana, entretanto, estudar os comportamentos
essencialmente positivos pode ser de grande ajuda para melhorar a vida
em sociedade.
Assim, neste capítulo, você vai estudar os conceitos de comporta-
mento pró-social, focando seu desenvolvimento e sua manutenção,
e de julgamento moral pró-social. Em seguida, você vai verificar como
relacionar a pró-sociabilidade com a empatia, conceitos muitas vezes
discutidos de forma conjunta. Por fim, você vai identificar as possíveis for-
mas de se manter esse importante e específico tipo de comportamento.
2 Comportamento pró-social: desenvolvimento e manutenção
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Pró-sociabilidade e empatia
A pró-sociabilidade, como já vimos, refere-se a aspectos positivos e sadios do
ser humano, que levam em consideração a vida comunitária e são importantes
para o bom convívio social. A partir dessa compreensão, vamos verificar o
Comportamento pró-social: desenvolvimento e manutenção 5
Empatia e simpatia são conceitos diferentes, apesar de muitas vezes serem confundidos.
A simpatia está relacionada a uma preocupação com o sofrimento de outra pessoa. Já
a empatia, conforme você verá neste escopo, está relacionada a uma capacidade de
compartilhar uma emoção percebida em outra pessoa, agindo-se sob essa perspectiva,
conforme explicam Cecconello e Koller (2000).
https://goo.gl/sEnb4h
https://goo.gl/AFgUc8
Determinantes biológicos
■ Estão relacionados às bases genéticas e evolutivas dos comportamen-
tos pró-sociais, tais como o comportamento de proteção à família e
aos descendentes, apresentado por muitas espécies.
■ Essa herança genética pode ser entendida como um potencial para
ação, mas sua ativação depende de situações sociais, da evolução
das espécies e da aprendizagem social.
Determinantes culturais, educacionais e sociais
■ A cultura é um determinante importante do comportamento pró-
-social, sendo que crianças que se desenvolvem em culturas nas
quais o comportamento de ajudar os outros e de se preocupar com
os demais é algo rotineiro tendem a ser mais pró-sociais.
■ Além disso, também é observado que a forma como a educação é
transmitida tem efeito no desenvolvimento de comportamentos pró-
-sociais, sendo que, em geral, estratégias mais rígidas, envolvendo
muita punição, tendem a resultar em pessoas menos pró-sociais.
■ No mesmo sentido, estratégias educacionais que promovem o de-
senvolvimento da empatia costumam resultar em maior ocorrência
de comportamentos pró-sociais.
Determinantes cognitivos
■ Entende-se que, antes de alguém agir de maneira pró-social, é neces-
sário que perceba e interprete a situação. Sendo assim, tratando-se
dos determinantes cognitivos do comportamento pró-social, a capa-
cidade de percepção e de interpretação e o nível de desenvolvimento
cognitivo interferem na ocorrência de comportamentos pró-sociais.
■ É visto que pessoas com habilidades de percepção mais desenvolvidos
tendem a ter respostas mais pró-sociais, bem como pessoas com
habilidade de tomada de perspectiva (que possibilita a compreensão
da inversão de papéis em dada situação) e de julgamento moral.
Determinantes relacionados à responsividade emocional
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Leituras recomendadas
KOLLER, S. H.; BERNARDES, N. M. G. Desenvolvimento moral pró-social: semelhanças
e diferenças entre os modelos teóricos de Eisenberg e Kohlberg. Estudos de psicologia,
Natal, v. 2, nº 2, p. 223-262, jul./dez. 1997.
MOTTA, D. C. et al. Práticas educativas positivas favorecem o desenvolvimento da
empatia em crianças. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 11, nº 3, p. 523-532, set./dez. 2006.