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Quem sai na chuva è pra se molhar.
Ainda mais quando a junta não é SaNS.
Peça perfeição.
Peça junta Sabó.
Junta mais.

Juntas
tralzwort
REDAÇÃO

Editor
Neuto Gonçalves dos Reis
Redatora-Chefe
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Redator Principal

Redator

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Walter de Sousa

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trallworte
Paulo lgarashi Ano 31 - n? 358 - Maio de 1994
ArtelProdução ISSN n? 0103-1058 - 4,00 URVs
Duatryx Produção Gráfica é Editorial Ltda.
Assistente de ArtelProdução
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Jornalista Responsável
Neuto Gonçalves dos Fieis IMTb 85381
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CasaGrande - Representações
ESTATÍSTICA 15 Pesquisa sobre serviço regional mostra que
metade da carga é transportada por caminhoneiros
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1 Montadoras preparam o caminhão do futuro
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INTERNACIONAL 18 Engenheiros investem em eletrônica, em automação
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1
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1 Belgas oferecem Antuérpia a operadores
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1
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Documentos sob n? 705 em 23/0311963; última averbação
n° 26 394 em 20/07/1988.
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As opiniões dos artigos assinadas e dos entrevistados não são
necessariamente as mesmas de Transporte Moderno.
Uma publicação de Leia em TRANSPORTE MODERNO - PASSAGEIROS

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QUALIDADE 35 Estrutura enxuta, pessoal treinado, veículos
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Fax (011) 571-5869
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DE SEGURANÇA 38 Entre os itens: janelas de emergência, assentos
de polipropileno e mecanismo especial para porta
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1
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de g«culação
Filiada à ANATEC e à ABEMD

Circula em Junho/1994
SEÇÕES
Neuto Escreve - 4 Atualidades - 5 Produtos - 32 Rumos
e Rumores - 33 Última Parada - 40

Capa Foto Divulgação


so, o ponto de partida para a formação do
seu preço é, quando muito, o custo variável.
Na maioria das vezes, o mercado acaba di-
tando a tarifa, que é, quase sempre, inferior
ao custo operacional.
Outro fator superestimado são as alíquo-
tas defrete-valor. Ninguém discute que, de-
vido à responsabilidade objetiva do transpor-
tador, o risco da atividade aumenta com p
valor da mercadoria. No entanto, atuais alí-
quotas proporcionam receitas muitas vezes
superiores às do próprio frete-peso, que co-
brem, com amplafolga, as despesas do segu-
ro obrigatório da carga e todos esses riscos.
Especialmente porque os desvios de carga,
embora cada vez maisfreqüentes, são cober-
tos pelo Ademe, um adicional de emergência
que acabou se perpetuando.
Concebido doze anos atrás, o sistema tari-
fário também carece de uma revisão quanto
aos critérios de produtividade. Na era dos Si-
ders, do EDIe da mecanização de terminais,
não se admitem mais tempos de carga e de
descarga de seis, de oito e de até dez horas.

As gorduras Da mesma maneira, em muitos casos os veí-


culos, especialmente os pesados, já não são
mais utilizados durante apenas um turno. As
próprias características desses veículos (con-

das tabelas sumo, velocidade, tara, e assim por diante)


são hoje muito maisfavoráveis. Por exemplo,
as velocidades comerciais adotadas na época,
de 40 km/h e de até35 km/h, estão superadas.
O frete engorda mais um pouco quando
se constata que a criação do bloco de despe-
O atual sistema tarifário oficial da NTC sas administrativas e de terminais não foi
— Associação Nacional das Empresas de complementada pela extinção das 'generali-
Dansporte Rodoviário de Carga é uma ver- dades' correspondentes(é o caso, por exem-
dadeira Colcha de retalhos; superestima os plo, da taxa de despacho), gerando duplica-
fretes e dificulta a comparação entre pro- ções. Outra 'generalidade', o CAT — Cus-
postas alternativas de transporte, dizia o pé to Adicional de Transportes, que cobre a co-
desta coluna em dezembro de 1993. Discu- leta e a entrega, está mal equacionada e mal
tir tais distorções parece particularmente enquadrada. O CAT não deveria ser trata-
oportuno neste momento, quando a Fipe es- do como simples taxa, e seu cálculo precisa-
tá revendo a metodologia de cálculo de ta- ria incorporar outras variáveis além do pe-
rifas e o setor de transportes começa a bus- so. Há 'generalidades'para todos os gostos.
car maior produtividade. Até mesmo, como no caso do ITR, para co-
Não é difícil relacionar as hipóteses de brir as despesas das transportadoras com
cálculo que engordam as tabelas. Uma delas, suas associações e seus sindicatos.
já mencionada aqui, é a falsa suposição de Diante da obesidade das tabelas, não é
que a transportadora trabalha apenas com de se estranhar que o regime de emagreci-
frota própria, quando uma boa parte das mento inclua descontos generalizados, até
transferências éfeita por autônomos. Pode- mesmo sobre o frete-valor. Ou que, apesar
se argumentar que, teoricamente, não há di- de todas as tentativas de conscientização,
ferença entre o custo operacional de um veí- os embarcadores, às voltas com unidades
culo de empresa e o de um caminhão de car- tão díspares quanto frete por tonelada, alí-
reteiro. Acontece que o autônomo não é pa- quotas sobre o valor da mercadoria, taxas
go com base em nenhuma planilha. Custos por quilo, por conhecimento, e assim por
fixoscomo,por exemplo, depreciação, remu- diante, prefiram a ilusória simplificação do
neração do capital ou seguros constituem fic- frete integrado. Já é tempo de se abolir es-
ção científica para a maioria deles. Por is- dsas distorções.
Toyota troca motor
Mercedes do Bandeirante
Depois de produzir, durante
36 anos, a família de utilitários Um dos mais antigos utilitários, o Bandeirante, da Toyota, ganha motor japonês
Bandeirante com motor Merce-
des-Benz, a Toyota decidiu trazer A Toyota já havia feito nos brica de veículos na Argentina,
da matriz japonesa o motor 14-B, seus utilitários Bandeirante, em o que possibilitará a exportação
em CKD,para ser montado e com- 1993, uma série de substituições, dos motores 14-B da fábrica bra-
pletado com algumas peças brasi- como, por exemplo, câmbio de sileira (que adiciona agregados
leiras. A decisão foi tomada há cinco marchas, direção hidráuli- aos motores japoneses). Da Ar-
dois anos e, a partir daí, a Toyo- ca, ventilação forçada e ar quen- gentina, as picapes seriam trazi-
ta do Brasil investiu US$ 2 mi- te. Agora foi a vez do motor, das para o Brasil. Entretanto, o
lhões para desenvolver as peças que, além de ser mais moderno, governo argentino ainda não apro-
e preparar a linha de produção. possibilitará uma redução de US$ vou o projeto da Toyota.
O engenheiro Milton Sakahara, 2 mil no preço ao consumidor.
assessor técnico da Toyota, diz Para Kamata, a escolha do FICHA TÉCNICA DO MOTOR
que, a partir de agora, o Bandei- motor Toyota está relacionada
Modelo Toyota 1443
rante vai ficar mais ágil que os com dois fatores: o desejo da fá- Combustível Bisel
modelos anteriores porque o mo- brica brasileira de experimentar Tipo 4 cilindros em linha
tor Toyota oferece 12 cv a mais a alta tecnologia japonesa para Cilindrada total 3681 cm 3
que o Mercedes-Benz OM-364,que melhorar a qualidade de seus pro- Potência máxima 102 cv a 3 400 rpm
tem potência máxima de 90 cv. dutos, e a instalação de uma fá- Torque máximo 25,5 mkpf a 2 000 rpm

EUROPA INAUGURA A OBRA DO SÉCULO, O EUROTÚNEL


O transporte entre a ilha britânica Cada uma das 46 composiçõesferro- ao TGV francês, que liga Caiais a
e o continente europeu ganhou, no dia viárias tem oitocentos metros de com- Paris, via Bruxelas, e que transita a
7de maio, uma estrutura ambicionada primento e vagões de dois andares. uma velocidade de 300 km/h.
durante mais de um século, o Eurotú- O consórcio franco-britânico res- O custo das obras, estimado em
nel(ou Chunnel, misto de canal com ponsável pela obra assegura que sua USI 8 bilhões em 1988, ano em que
túnel), que reduz drasticamente o tem- operação tende a substituir, em par- foram iniciadas, terminou em US$
po gasto na travessia do Canal da te, aponte aérea Paris—Londres,fei- 15,5 bilhões, resultando num custo
Mancha. Por exemplo, a Rover, in- ta em quarenta minutos de vôo, tem- diário da dívida Com o consórcio de
dústria inglesa de automóveis, fez po esse, porém, aumentado para bancos financiadores de US$ 3 mi-
uma viagem-teste em apenas24 minu- mais de duas horas devido às dificul- lhões por dia. Por isso, a tarifa de ida
tos com 170 carros zero-quilômetro dades de acesso aos aeroportos e à e volta por veículo custa, nos perío-
dentro do trem. Tony Estell, gerente espera nas salas de embarque. Em dos de menor demanda, US$ 328, e
de Distribuição da Rover, diz que o três horas e dez minutos, será possí- nos de pico, US$ 463. Em contraste,
Chunnel reduzirá de oito para dois vel sair de Waterloo, em Londres, e segundo a revista Veja, algumas bal-
dias as entregas ao mercado italiano chegar a Gare du Nord, em Paris, sas cobram US$ 90 para a travessia
porque, graças a ele, serão eliminadas graças não só ao túnel, mas também de um veículo pelo Canal da Mancha.
as paradas para carga e descarga nos
dois lados do canal, o que também
reduz o risco de danos aos veículos.
Construído a oitenta metros abaixo
do nível do mar e a 25 metros abaixo
do leito oceânico, o túnel é um com-
plexo ferroviário composto de três
túneis(um de ida, um de volta, am-
bos com 7,60 m de diâmetro, e um
no meio, com 4,80 m, para serviço
e manutenção), que liga as cidades
de Caiais, na França, a Folkstone,
na Inglaterra. A extensão total é de
'50,5 km, dos quais 37 km estão sob
o mar. Os veículos viajam dentro de
um trem (Le Shuttle), que circula a
uma velocidade máxima de 160km/h. Os carros zero-km da Rover fizeram a viagem de teste pelo túnel em 24 minutos

TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994 5


TOPLINE - A CABINE DO FUTURO MOTPRIZAÇ110 INTELIGENTE: MAIS TREM DE FORÇA: SCANIA DO
POTENCIA, MENOS CONSUMO MOTOR AO EIXO TRASEIRO
A mais extraordinária cabine
equipa opcionalmente o Scania 94. Uma linha de motores de Todos os componentes do trem
Guiar um veículo pesado dentro ultra-baixo consumo de combustível, de força - motores, câmbios,
de uma cabine espaçosa, confortável equipa a linha Scania 94. diferenciais - são fabricados pela
e silenciosa torna bem mais suaves e O motor de 14 litros, com Scania para a Scania.
produtivas as longas viagens de 450 cv a 1900 rpm e torque de Junto com a maior
trabalho. Tudo nesta cabine foi feito 195 kgf.m a 1150 rpm, é o motor de confiabilidade técnica e operacional,
para que o motorista possa chegar a caminhão mais potente do Brasil. esta exclusividade significa maior
padrões mais elevados de produtividade. A gama de potência dos economia, maiores velocidades
É por isso, que a Scania criou caminhões Scania compreende quatro médias e, conseqüentemente, menores
Topline - uma cabine como nunca se opções básicas: 310, 320, 360 e 450 cv. custos de operação.
viu num caminhão.
O CAP111111110 QUE SE DESTACA.

Manter uma posição de liderança pressupõe


evolução contínua frente às exigências do mercado.
Baseados na mais adiantada tecnologia disponível,
os caminhões Scania sempre se destacaram como os mais
avançados, produtivos e rentáveis caminhões pesados.
Esta verdadeira especialização Scania, atinge agora
seu ponto máximo com o novo Scania 94 - o mais
moderno caminhão já fabricado no Brasil.
Vá conhecer o caminhão 94 no Concessionário
Scania. Você irá avaliar uma nova linha de caminhões,
cujo desenvolvimento está voltado inteiramente para a
mais alta produtividade.

ALTA PRODUTIVIDADE E ECONOMIA TRANSPORTE E MEIO AMBIENTE


Nos tempos de hoje, os A Scania é uma das mais
avanços tecnológicos industriais têm avançadas empresas do mundo em
como premissa principal atingir, o política ambiental. Nos últimos anos
máximo retorno econômico.
Embora possuindo a mais
avançada e rentável linha de
reduziu em mais de 50% a emissão
de poluentes e em cerca de 85% os
ruídos de seus veículos.
NOVO
caminhões pesados, a Scania equipa
seus caminhões 94 com inovações
que privilegiam, ainda mais, o
Hoje, ao aumentar a eficiência
geral de seus caminhões, a Scania
consegue colocar em todos eles a
IA
desempenho e custo operacional. proposição maior do futuro: veículos
econômicos e que,ao mesmo tempo,
resguardem o meio ambiente. 94
Alcoa traz tecnologia de 1,05 m por 1,25 m, e pode ser- ma, que, além dos quatrocentos
vir para oito, dez ou doze paletes, quilômetros, objeto da primeira li-
dos EUA para baús dependendo do comprimento da citação, inclui outros 3 352 km,
carroçaria. Seu peso, segundo Ro- dos quais 1 652 km são de pistas
berto Bertolla, gerente comercial simples a serem duplicadas. Ainda
da Cargo Van, é inferior ao do continuam sendo administrados
SAAI■it/V:
modelo de baú para bebidas que pelo estado 15 mil km de rodovias.
a empresa vem produzindo des- O programa dividiu a malha
de há dois anos, pois utiliza alu- estadual em 28 lotes, que incluem
mínio de liga mais leve. Além dis- um, dois ou três diferentes tre-
so, o design possibilita sua cons- chos de rodovias, de modo a asse-
trução com estrutura mais resisten- gurar ao interessado, além do re-
te, porém mais leve. A soldagem torno do investimento, um lucro
das partes é feita por meio de de 14% sobre o capital. O progra-
máquina especial, que está sendo ma também prevê investimentos
importada pela Alcoa. Bertolla da ordem de US$ 2,4 bilhões.
diz que o preço ainda não está Ferreira enumerou, entre as
definido, mas garantiu que será vantagens da concessão, a explora-
competitivo com a concorrência. ção comercial de pedágios — deve-
rão ser construídas cerca de mais
O projeto já está no computador São Paulo cede estradas quarenta praças de pedágio —, a
preferência na exploração comer-
Uma carroçaria especial para à iniciativa privada cial das margens das rodovias e
o transporte de bebidas com tec- facilidades no financiamento das
nologia da Mickey Truck Bodies, O governo Fleury está oferecen- obras de ampliação. O estado fi-
da Carolina do Norte (EUA), e do à iniciativa privada a concessão cará com 0,5% da receita para
que tem como peculiaridade a de 3 752 km de rodovias estaduais. cobrir custos de fiscalização, que
solda das peças substituindo os Por um período de vinte anos, os será feita pelo DER e pela Dersa.
rebites, portas roll-up e chassi re- concessionários poderão explorar
baixado, é a novidade anuncia- o pedágio em troca da ampliação
da para junho pela Divisão Car- da capacidade (duplicação), recu-
go Van, da Alcoa. Especial para peração, conservação e operação.
o transporte de bebidas em pale- O processo teve início em 21 de
tes, o novo baú da Cargo Van é outubro do ano passado, com a
uma alternativa que os transporta- divulgação dos editais de pré-qua-
dores de bebidas terão em face lificação. Porém, algumas inter-
do da Randon-Rodoviária, produ- venções judiciais impediram seu
zido com tecnologia norte-ameri- prosseguimento até agora, infor-
cana obtida junto à Hesse Corpo- mou Arthur Ferreira Neto, secre-
ration, também dos EUA. tário adjunto da Secretaria dos
Assim como o do grupo gaú- Negócios dos Transportes. Em au-
cho, o baú da Cargo Van é todo diência pública, no dia 25 de abril,
de alumínio. O chassi fica a 50 dirigida a mais de duzentos repre-
cm do solo, oferecendo fácil aces- sentantes de empresas interessadas,
so para descarga, utiliza paletes Ferreira apresentou o novo progra- Arthur Neves Filho: lucro assegurado

PISCA • Alarico Assumpção Jr. (foto), • Depois de fechar contratos para


diretor das concessionárias Jaíba, fornecimento de tecnologia com a
foi reconduzido ao cargo de Edscha, da Alemanha, e com a
presidente da Abravo, associação Dansliner, da Inglaterra, a Toller,
dos revendedores Volvo, para o fabricante dos baús lonados Sider,
período 1994-96. Assumpção está negociando com a Coca-Cola
"anunciou como meta para o período Co. a utilização de coberturas laterais
a implantação do conceito de Sider nas carroçarias abertas. André
Qualidade Total dentro da rede, 71teg, sócio-diretor da Toller, diz que
incluindo a criação de uma central as franqueadas da Coca-cola mantêm
de informações na sede da entidade, no Brasil onze mil caminhões para
em São Paulo. o transporte de seus produtos.

8 TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994


Leilão da Rffsa será sável pelo Programa Nacional ta da Madeira, em São Luís, no
de Desestatização, após estudo Maranhão, o de Rio Grande, no
por arrendamento elaborado por outras empresas Rio Grande do Sul, e o de Sua-
de consultoria. pe, em Pernambuco. Além da
A Rede Ferroviária Federal A Rffsa dividiu a malha ferro- descrição das características e de
S.A. só será leiloada no ano que viária em seis trechos: Nordeste, informações sobre a localização,
vem, mas uma decisão já foi to- da Bahia ao Maranhão; Sul, dos as vias de acesso, a estrutura e a
mada: seu patrimônio, avaliado três estados da região, excluindo capacidade de cada um, o traba-
em US$ 16,6 bilhões, os 46 mil a ferrovia do carvão (Teresa Cris- lho fornece estatísticas sobre a
funcionários e o passivo de US$ tina), que constitui o terceiro tre- movimentação de cargas. O traba-
2 804 milhões continuarão nas cho; Sudeste, São Paulo, parte lho do Geipot também enumera
mãos da União; e o leilão dos de Minas Gerais e do Rio de Ja- as potencialidades dos portos e
seis trechos da malha ferroviária neiro; Centro-Oeste, incluindo indica as obras prioritárias, com
de 22 mil km e da frota de trens partes da Bahia e de Minas Ge- avaliação dos investimentos neces-
(1 380 locomotivas e 37 mil va- rais, bem como Campos (RJ); e sários para executá-las.
gões)será feito por arrendamento. Oeste, Mato Grosso do Sul e a Desse modo, o Porto de Para-
O governo estará oferecendo à Regional de Bauru (SP). naguá, por exemplo, que movi-
iniciativa privada a operação e o Fiore esclarece que essa divisão mentou em 1991 um total de 12,3
gerenciamento do transporte ferro- foi feita de modo a juntar linhas milhões de toneladas, necessita-
viário,e assegurando a continuida- rentáveis com outras deficitárias. ria de US$ 483,85 milhões para
de do subsídio(normalização con- "Mesmo assim, a negociação te- ampliar as capacidades de embar-
tábil) para as linhas deficitárias. rá regras diferentes para cada tre- que para exportação e de recep-
Em contrapartida, exigirá dos ar- cho. Os que forem mais rentáveis ção de produtos importados e
rendatários, além do pagamento pagarão mais pelo arrendamento, de fertilizantes, incluindo aquisi-
contratual,investimentos em infra- e o trecho do Nordeste continua- ção de equipamentos para movi-
estrutura, informa Luiz Alberto rá recebendo subsídio porque faz mentação interna.
Fiore, sócio da Deloitte Touche o transporte social." No ano pas-
Tohmatsu e coordenador do pro- sado, os subsídios somaram US$ GEIPOT
Emprese Brasi■eira de Planeiarnento de Transportes
jeto. A Rffsa estabeleceu para o 140 milhões. Para este ano, estão mmieltnio DOS TRANSPORTES

triênio 1994-96 um programa de previstos US$ 250 milhões.


investimentos da ordem de US$ A Deloitte deverá entregar o
1,5 bilhão, e espera contar com relatório preliminar em agosto e "
0..
recursos da iniciativa privada para o definitivo em novembro. O —
`c\°
executá-lo, pois, como diz o rela- BNDES costuma marcar os lei- •,(P,'" 0, -,"
tório do balanço, as negociações lões, no mínimo, sessenta dias
com o Eximbank e com o BID depois de receber o relatório.
ainda não surtiram resultados.
A Deloitte iniciou, em maio, Geipot analisa quatro

a avaliação econômico-financei- ESTarourcInCoS _

ra para elaborar a proposta de portos brasileiros


MOVI= PORTUÁRIO
ARIA
PORTO DE PARANAGUÁ ----

preço mínimo não só da Rffsa


como também da AGEF — Ar- A Série Documento, produzi-
mazéns Gerais Ferroviários. O da pelo Geipot, está oferecendo DO~ENTO
arrendamento, segundo Fiore, a análise de quatro portos: o de
foi decidido pelo BNDES,respon- Paranaguá, no Paraná, o de Pon- A série mostra o potencial dos portos

•Michael Breu! (foto), de 35 anos, respondeu pela gerência de Vendas PISCA


é o novo diretor da Lufthansa para de Cargas para a Europa.
São Paulo e Sul do Brasil, em
substituição a Klaus Sandgathe, que • A Alcoa promete um modelo de
voltou à Alemanha. Breul ingressou carroçariapara carga seca em alumínio
naLufthansa em 1986, comopromotor com preço competitivo, assegura
de Vendas. Em 1989, foi nomeado Roberto Bertola, gerente comercial
gerente de Vendas de Cargas em da Divisão Cargo Van. Os cálculos
Madri, e, no ano seguinte, passou a estruturais feitos pela A kros
acumular a gerência de Marketing. Engenharia, de São José dos Campos,
Nos três últimos anos, e atéfevereiro permitem à Alcoa anunciar o início
deste ano, quando veio ao Brasil, da produção para setembro.

TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994 9


Pare muda Dia da Paz
para lembrar Senna
O Movimento Pare — Progra-
ma Nacional de Redução de Aci-
dentes decidiu mudar para o dia
1? de maio, a partir de 1995, o
Dia Nacional pela Paz no Trânsi-
to, em homenagem ao piloto Ayr-
ton Senna, falecido nessa data.
No presente ano, a comemoração
foi no dia 21 de abril, início de
um feriado prolongado, período
em que o número de acidentes
nas rodovias costuma aumentar.
Nesse dia, a fiscalização policial
foi reforçada, visando a orienta-
ção aos motoristas e a vistoria
nos veículos. Um levantamento Semi-reboque e kombi fazem transporte e escolta de produtos perigosos
feito pela coordenadoria do Pa-
re apurou que, no dia 21 de abril, soja, a Expresso Mira transpor- tre ecológico de conseqüências im-
ocorreram 92 acidentes, com 31 ta até três mil toneladas por mês previsíveis para o meio ambientè,
feridos e três mortos, o que repre- desses produtos e, fora do perío- teria repercussões internacionais
senta 20% da média dos feriados do, de oito a dez toneladas por e comprometeria para sempre a
prolongados. No período, foram mês. Embora nunca tivesse sido imagem da empresa. "É isso que
vistoriados 250 mil veículos nas fiscalizada pela Polícia Rodoviá- queremos evitar", conclui.
rodovias de dezenove estados e ria ou por autoridades do meio A preparação da empresa para
no Distrito Federal. ambiente, segundo seu diretor esse serviço especializado incluiu
O Movimento Pare decidiu fa- Carlos Alberto Mira, a empresa a construção de três boxes no ar-
zer uma nova campanha de fisca- resolveu agora cumprir as exigên- mazém em São Paulo destinado a
lização no dia 25 de julho, Dia cias legais para o transporte de reunir três diferentes grupos de
do Motorista, e também no Dia produtos perigosos, existentes des- produtos: cursos de treinamento
da Criança, 12 de outubro. de 18 de maio de 1988. de motoristas de viagem e de cole-
"Estamos contribuindo para ta; formação de uma equipe de
Mira monta estrutura a consciência ecológica", explica dez pessoas para atendimento ex-
Mira, ao contar que a kombi pin- terno, em caso de emergência; e
para produtos perigosos tada em amarelo com litras pre- sinalização especial dentro da em-
tas, assim como o semi-reboque presa, para atender à legislação.
Transportadora de carga geral construído pela Iderol, de uma Além disso, a Mira produziu
entre São Paulo e o Centro-Oes- encomenda de quatro, estão equi- um manual de procedimentos pa-
te, a Expresso Mira equipou uma pados com todos os dispositivos ra ser utilizado por todos os fun-
kombi e, por enquanto, um se- de segurança exigidos pela Porta- cionários no atendimento às emer-
mi-reboque com dispositivos de ria n? 291, do Ministério dos gências, onde constam nomes e
segurança para transportar produ- Transportes, de 31 de maio de telefones dos principais reponsá-
tos perigosos em pequenos volu- 1988, que regulamentou o Decre- veis, descrição do kit de seguran-
mes. Para suprir a região com to 96 044. Segundo Mira, um aci- ça e recomendação para não se
defensivos agrícolas, de maio a dente com produtos perigosos fazer qualquer comentário em ca-
setembro, período de plantio da no Pantanal provocaria um desas- so de acidente.

PISCA •A ZF,fabricante de caixas de interno e emissão de manual. informações em tempo real sobre
câmbio e,de suspensões,foi certificada localização da carga graças à conexão
conforme a Norma IS0-9001, o que •Powership é o sistema de do computador do cliente com o da
representa a garantia de qualidade, comunicação on-line com troca de matriz, nos EUA; emite relatórios
após dois anos de preparação, o que documentos que a Federal Express de encomendas e gera formulários,
incluiu a criação de um programa está implantando junto a clientes no simplificando a rotina de remessas e
interno que abrange, entre outros Brasil. A Editora Abril é o primeiro as consultas, e reduzindo o custo
tópicos: auto-avaliação, treinamento deles. O Powership permite operacional e o de pessoal.

10 TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994


A divisão cargas da Lufthansa passa a ser independente em janeiro de 1995

Privatização não influi tes do mundo, acrescentou Frey.


Durante uma homenagem aos
na divisão da Lufthansa agentes de carga aérea do Brasil
que mais se destacaram em 1993,
A decisão do governo alemão Frey mostrou-se satisfeito com o
de leiloar os 51,42% de participa- desempenho do setor de cargas da
ção acionária da Lufthansa não empresa. "Trabalhávamos com a
interferirá na decisão da empresa previsão de um prejuízo da ordem
de criar uma outra razão social, a de US$ 250 milhões no ano passa- 08-140já roda em frotas da Alemanha
Lufthansa Cargo, que dará mais do e fechamos com US$ 110 mi-
autonomia à atividade, segundo lhões, graças inclusive ao traba- MWM da Série 10 turbo, a Volk-
informou Wolfgang W.Frey, dire- lho empenhado dos nossos agentes swagen prepara-se para oferecê-
tor da empresa para a América do de carga", afirmou. Para este lo ao mercado alemão. O veícu-
Sul."A Lufthansa Cargo começa- ano, ele disse esperar resultados lo já foi testado nas pistas de
rá a operar como empresa inde- ainda melhores, apesar da compe- Wolfsburg, e agora está sendo
pendente a partir de 1? de janei- tição que enfrenta no Brasil com submetido ao crivo de frotistas.
ro de 1995", assegurou: A mu- as demais companhias aéreas. Algumas alterações terão de ser
dança de mãos do controle acio- introduzidas para atender às leis
nário, por outro lado, não deve- Volks poderá exportar alemãs, mas nada que impeça a
rá trazer mudanças para as opera- remessa das primeiras unidades
ções da companhia aérea alemã leva para a Alemanha ainda neste ano. Oficialmente, a
no Brasil e na América do Sul, fábrica não tem encomendas,
bem como no acordo de parceria Depois de lançar no mercado mas confirma a intenção de ex-
que mantém com a Varig e com interno a nova versão de cami- portar o caminhão, que entra no
outras companhias em outras par- nhão leve, o 8-140, com motor mercado dentro da linha LT.

•Os amortecedores importados pela abril, às obras de duplicação da PISCA


Região Autopeças, da marca Koni, Rodovia Fernão Dias, desde o Km
para veículos rodoviários e 36,3, na intersecção com a Via
ferroviários,já podem ser adquiridos Dom Pedro 1, até o entroncamento
em cinqüenta revendedores com a Via Dutra, no Km 90. As
credenciados nos seguintes estados: obras comportam a restauração da
São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, pista existente e a construção de
Minas Gerais, Goiás e Bahia. Mais outra, paralela. Seu custo está
informações poderão ser fornecidas estimado em US$ 534 milhões, para
pelo telefone (011) 813-7863 ou pelo os quais o governo paulista está
fax (011) 814-1803. contribuindo com 11,3%. A
conclusão dessa fase está prevista
•O governo paulista deu início, em Amortecedores que dispensam troca para abril de 1996.

TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994 11


mo poupar
30% de óleo dísel 1,
, 2-,
1 ,,A.4
, r4-_-~1■5111111~111■~11,".~~1

Economia se obtém com o veículo


operando dentro da
faixa correta de rotação (entre
1 200 rpm e 1 600 rpm)

• Em maio de 1992, a Dom Vital, O melhor rendimento do veícu-


uma das maiores transportadoras lo é obtido quando se está operan-
do país, dispensou os serviços do do o motor dentro da faixa verde
coordenador de Treinamento do Se- do tacômetro (entre 1 200 rpm e
nai, Carlos Roberto Rodrigues, por 1 600 rpm). O torque mais alto e o
achar desnecessário para seus mo- menor consumo também são conse-
toristas o curso sobre "Condução guidos nesta faixa.
Econômica". "A empresa alegou Na faixa amarela, o torque é me-
que o curso não passava de teoria nor e o consumo é maior (entre
e não oferecia nada de prático", 2 000 rpm e 2 400 rpm). A operação
conta Rodrigues. do veículo na faixa vermelha (aci-
Este não é um caso isolado. Em ma de 2 500 rpm) pode provocar
37 empresas, que incluíam um total danos gravíssimos ao motor. Isto
de 68 motoristas treinados pelo Se- se deve ao fato de que, quando o
nai em São Paulo em 1992, apenas motor gira a 3 000 rpm, as válvulas
duas (Transportadora Americana e abrem e fecham cinqüenta vezes por
White Martins) estavam ligadas ao segundo e desgastam o assentamento.
transporte rodoviário de cargas. Por dexemplo, no motor 0M-355,
Rodrigues atribui esse alheamen- de cinco cilindros, do caminhão Mer-
to a uma questão cultural. Por sua cedes 1519, o conta-giros alcança até
vez, o governo estima que esse des- 2 200 rpm. Esse motor atinge o seu para o motorista semi-alfabetizado.
caso é responsável pelo desperdício pico em 1 400 rpm, que corresponde "Ele tem na cabeça que a sala de
de 100 mil barris de combustível à faixa de maior economia de com- aula é uma 'tortura chinesa", argu-
por dia, o que significa um prejuí- bustível e de menor consumo. Isto é menta Rodrigues, observando que
zo anual de US$ 800 milhões. comprovado em resultados de testes o motorista sente-se melhor no trei-
Aparentemente, evitar esse prejuí- com dinamômetro, que indicam po- namento prático.
zo não seria difícil se as empresas tência, torque e consumo específico.
treinassem (e reciclassem) seus moto- Os instrutores da Mercedes e da Prêmio especial — A primeira fase
ristas todos os anos. No entanto, na Scania estimam que a melhor faixa do curso do Senai, dividida em três
renovação de frota, os manuais dos para caminhões de carga situa-se no etapas, de um mês cada, permite iden-
fabricantes são esquecidos, embora nível de 1 500 rpm, sem desconsidt- tificar os vícios do motorista, tais
contenham orientações preciosas so- rar o fato de que entre 1 200 rpm e como o de pisar fundo por qual-
bre 'condução econômica', como, 1 600 rpm observa-se o melhor mo- quer motivo e o de guiar sem pres-
por exemplo, o cuidado com o con- vimento de torque do 0M-355. tar atenção no conta-giros.
ta-giros, que indica o regime de rota- A assimilação desses conceitos Depois de quatro ou cinco meses,
ções a que o motor está submetido. constitui outro empecilho natural começa o treinamento individual,

12 TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994


A Mirassol está testando o top-brake
em três Mercedes 1936, e já obteve
quase 15% de economia de dísel. Nos
caminhões da White Martins, cada
motor possui uma faixa média de
rotação, controlada pelo computador
de bordo equipado com alarme.

O Expresso Mercúrio decidiu equi-


par caminhões com computadores
de bordo e com tacógrafos para ob-
ter maior nível de segurança no trans-
porte de carga fracionada (produtos
perigosos) e na redução do consu-
mo de dísel: Quanto ao primeiro in-
tento, o resultado esperado foi lo-
go obtido. Mas em relação ao segun-
do, não: o consumo continuou ele-
vado. Então, a empresa instituiu
uma 'comissão de média de consu-
mo', espécie de prêmio destinado
àqueles motoristas que conseguissem
melhor desempenho econômico dos
veículos na estrada.
Além de manter o binômio trei-
namento-comissão, a empresa esten-
deu o curso de 'condução econômi-
ca', com 36 horas de duração, aos
motoristas de quinhentos caminhões.
O aparelho Econovias passou a me-
dir o consumo de dísel em trinta
caminhões Scania e no restante da
frota, abrangendo 95% de cami-
nhões Mercedes.

O perfil técnico — De acordo com


João Adolfo Naide,instrutor de Trei-
namento, o treinamento de recém-
admitidos (ou não) exige hoje que
a primeira saída da empresa seja
acompanhada de instrutor. Guian-
do o veículo à sua maneira, o moto-
rista percorre um trajeto de 24 km
e depois recebe ensinamentos teóri-
onde se procura 'lapidar' o motoris- São Paulo chegaram à conclusão de cos sobre mecânica básica: funciona-
ta. A reciclagem tem duas etapas que os motoristas só levam a sério o mento do motor, do câmbio, do di-
distintas. Na primeira, o motorista dísel quando são estimulados para ferencial e do sistema de freios.
dirige num trajeto desconhecido e poupar, mediante um prêmio de 50% Na segunda volta, idêntica ao per-
cheio de lombadas, a fim de perce- sobre o valor de cada litro economi- curso anterior, sob orientação do
ber as variações de cada área e ob- zado. Resultado: alguns chegam a instrutor, ele começa a dirigir de
servar que nem todas as subidas ou economizar até trezentos litros/mês maneira econômica. "Um motoris-
descidas são iguais. e recebem CR$ 50 mil de prêmio. ta chegou a usar 66 marchas no pri-
"Quando o instrutor conhece o "Ao mesmo tempo em que econo- meiro percurso", exemplifica Nai-
itinerário habitual do motorista, o miza dísel, o empresário lucra com de, notando que, quando bem orien-
treinamento atinge a meta, com a a lona de freio e com a caixa de tado, o número de marchas caiu pa-
redução de 30% de dísel/mês", diz mudanças, que se desgastam me- ra 28 na segunda volta.
Rodrigues. nos", analisa Rodrigues, frisando Em geral, a Mercúrio e outras em-
No entanto, nem sempre o conhe- que, uma vez passada a euforia, com presas seguem orientação técnica
cimento técnico baliza a ação dos o fim da reciclagem, o consumo al- idêntica à do Senat/SP. Os técnicos
frotistas. Empresas do ABC e de to pode voltar. Luís Rafael Marchesi, analista de

TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994 13


Para Marco Antonio,
o Expresso Mira SIGA AS DICAS E
vem testando dois
veículos diferentes ECONOMIZE DiSEL
com o Tacomax
•Pressione o pedal do acelerador somen-
a fim de estipular
te o necessário.
uma rotação
•Efetue as mudanças de marcha obede-
máxima para o
cendo as rotações da curva de Iorque do
motorista
motor (faixa verde do tacômetro).
•Nas subidas, reduza a marcha quando
o ponteiro do tacômetro estiver na parte
inferior da faixa verde.
• O regime ideal de rotações, no qual o
Treinamento Sênior do Senat, e Fran- em 10% o consumo mensal da em- motor tem o menor consumo e o maior
cisca Biagioni, diretora do Capit 1, presa (500 mil litros). torque, é indicado pela faixa verde.
destacam que o enfoque diferencia- O Expresso Mira testou o Taco- •Se o veículofor dirigido numa velocida-
de constante, somente parte da potência
do do novo curso sobre 'Direção max em dois veículos diferentes, do seu motor é utilizada, e o consumo
Segura e Econômica' baseia-se no um de transferência (Volvo NL 10) de combustível é mínimo. Ao pressionar
fato de se trabalhar conjuntamente e outro de coleta (Volkswagen 14 desnecessariamente o pedal do acelerador,
três aspectos: segurança, economia 210). O dispositivo monitora a rota- aumenta-se o débito de combustível na
e dirigibilidade sem desgaste prema- bomba injetora, o que eleva a potência
ção do motor, sendo possível estipu-
do motor e o consumo de combustível.
turo dos componentes do veículo. lar uma rotação máxima a ser obe- Esse aumento de velocidade e de consu-
Sem criticar o conteúdo do curso decida pelo motorista. "O custo de mo tem de sèr anulado por meio dafrena-
sobre'Condução Econômica' desen- operação do dispositivo é mais bara- gem do veículo. Conseqüentemente,é acon-
volvido pela Mercedes-Benz e pela to que o do tacógrafo, que exige selhável manter uma 'velocidade de cru-
Volvo, Biagioni salienta que o treina- zeiro' constante, sempre que possível.
um supervisor para fazer a leitura
•Altas velocidades provocam alto consu-
mento do Senat primeiro aplica um diária dos discos", compara Marco mo de combustível, em virtude da resistên-
teste prático nos candidatos e depois Antônio, assessor da Gerência Na- cia do ar. Duplicando-se a velocidade,
traça o perfil técnico de cada um cional, dizendo que ainda é cedo quadruplica-se a resistência do ar ao avan-
(a partir de uma planilha, com de- para mensurar a economia propor- ço do veículo.
zoito itens, anotada pelo instrutor). • Os pneus oferecem resistência ao rola-
cionada pelo Tacomax, em teste des-
mento. A calibragem correta influi no
Com o perfil definido, o candi- de há cinco meses. consumo do combustível e dos pneus.
dato faz o treinamento teórico, re- Outro dispositivo que tem a capa- •Dirigir o veículo com o pé apoiado so-
pleto de procedimentos técnico-ope- cidade de reduzir o consumo do dí- bre o pedal da embreagem provoca des-
racionais corretos e de noções sobre sel é o top brake, lançado pela Mer- gaste dos componentes e aumento do con-
economia, segurança e desgaste. cedes-Benz em suas linhas de cami- sumo de combustível(a embreagem patina).
•Em descidas longas, os freios são sub-
Por fim, o instrutor realiza a 'dire- nhões e de ônibus. Trata-se de um metidos a grandes esforços, gerando supe-
ção comentada', dirimindo as dúvi- freio-motor que monitora a rota- raquecimento e perda de eficiência. Para
das restantes. ção, aliviando o uso do freio de ser- evitar esse risco, use na descida a mesma
viço, o que reduz o consumo de com- marcha que usou para subir. Para obter
uma frenagem suave e eficiente, pressio-
Rotação controlada — Na White bustível. No entanto, a opção fun-
ne o pedal com força, conforme o tráfe-
Martins, o passo decisivo para eco- ciona mais adequadamente em veícu- go o permita, e o alivie gradualmente.
nomizar dísel foi dado em 1992, quan- los que cumprem prolongados tre- Pressionar o pedal mais que o necessário
do um funcionário se formou no chos de descida e de subida de ser- aquece rapidamente as lonas e o tambor.
Senai como instrutor de 'condução ra, como é o caso do Expresso Mi- diminuindo a eficiência defrenagem.
econômica'. Sua frota de 215 veí- rassol. "Estamos testando em três • Utilize o freio-motor nas descidas, e,
sempre que seja necessário, reduza a velo-
culos especializados no transporte veículos que percorrem diariamente cidade. O acionamento éfeito por meio de
de carga líquida foi, inicialmente, o trecho Araraquara—Santos",con- um interruptor no assoalho ou pelo pedal
equipada com computadores de bor- ta o diretor Celso Salgueiro, adian- dofreio. Quando o sistema é conjugado,
do Redac, da Micromac. Depois, o tando que o seu uso exige treinamen- neste caso ofreio-motor é comandado por
instrutor transmitiu sua experiên- to do motorista. um interruptor no painel de instrumentos.
• A eficiência do freio-motor é maior
cia a 260 colegas. A melhor média conseguida pela em alto regime de rotações do motor(pon-
"Cada motor possui sua faixa Mirassol com esse dispositivo foi em teiro do tacômetro na parte superior da
média de rotação, controlada pelo um caminhão 1935 carregado com faixa verde).
computador de bordo, que é equipa- suco cítrico: aumentou a média de li- • Verifique regularmente o alinhamento da
do com alarme", diz Paulo Rober- tro/km para 2.80, quando antes era direção. Caso contrário, ocorrerá desgas-
te prematuro dospneus e aumento do con-
to Vale, gerente de Distribuição, que de 2.40 (quase 15% de economia). sumo de combustível. Se o veículofor se-
acredita ser importante coadunar o "Isso descendo a Serra do Mar,com mi-reboque, é necessário alinhar os eixos
regime de trabalho dos motores com a velocidade média de 95 km/h", da carreta todas as vezes em quefor efe-
o treinamento específico de cada esclarece Salgueiro, ressaltando que, tuado o alinhamento no cavalo mecânico.
motorista. O programa, que já du- no trajeto, o freio de serviço é acio- FONTE: "Técnicas e Conceitossobre Condução Econômica",
ra cinco anos, conseguiu reduzir nado três vezes, no máximo. trabalho da Divisão de Assistência à Empresa - Senai/SP.

14 TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994


1 - Tipo de
Transportador,
Frota e
eplatec Produto
apura força do
autônomo ETC - Empresa de "Canado. Comercial;
TCP Transportador de Carga Própria:
TCA Tranaportador de Carga Autônomo.
Frota Produto

Pesquisa constata que o


carreteiro responde
por 51% do transporte 2 - Produto por 35

regional de cargas Transportador 30


e Idade 25
(em porcentagem)
20

•Desde há várias décadas se propala 15


NOVO
que o carreteiro é uma espécie em (de O a 3 anos) 10
extinção. Será mesmo? A falta de USADO
Ide 4 a 8 anos(
estatísticas oficiais tem permitido VELHO
que, de tão freqüentemente repeti- (mais de 8 anos)
TCA
TCP
das, essa e outras afirmações não
comprovadas assumam ares de ver-
dade. No entanto, uma pesquisa re-
alizada pela Seplatec - Serviços,
Planejamento e Assessoria Técnica
Ltda., empresa de Brasília, consti-
tuída por ex-funcionários do sucate- 3 - Frota e
ado Geipot, poderá destruir esse Produto
mito. Segundo o suscinto relatório por Classe
"Os Grandes Números do Transporte de Veículos Leves
Rodoviário de Carga no Brasil em 2,4%
1992", enviado pela empresa a esta
redação, o autônomo ainda detém
50,4% dos 600 mil caminhões que
atuam no transporte regional de car-
ga (veja Gráfico 1). A outra metade Frota Produto
está nas mãos das empresas de trans-
porte de carga (27,6%) e dos trans-
portadores de carga própria (22%).
O autônomo também responde ículos semipesados (32%), seguidos mas categorias já representam, jun-
por 51% do produto transportado pelos médios (26,3%) e pelos leves tas, 23,2% da frota de transporte
(383,5 milhões de toneladas em 1992). (18,5%). Nos últimos lugares estão regional (12,9% da frota total, de
O restante é dividido entre as empre- os extrapesados (12%) e os pesados 1 051 mil veículos) e são responsá-
sas de transporte (35,2%) e as em- (11,2%). No entanto, as duas últi- veis pelo transporte de 46,1% da car-
presas de carga própria (13,8%). ga regional. Quando se analisa esse
No entanto, o envelhecimento PRODUTO POR CLASSE DE VEÍCULO produto por classe de caminhão e
da frota não é nenhum mito. Uma E TIPO DE TRANSPORTADOR por tipo de transportador, constata-
parcela de cerca de 45,7% do produ- se que, desses 46,1%,22,6% referem-
Classes de ETC TCP TCA Totais
to do transporte(que totalizou 373,9 I%)
se a viagens realizadas por empresas
Caminhões NI 1%) (%)
bilhões de t.km) continua sendo le- de transporte, 17,5% por transporta-
Leves 0,7 0,8 0,9 2,4 dores autônomos e apenas 6% por
vada em caminhões com idade supe- Médios 3,2 1,7 14,0 19,7
rior a oito anos (veja Gráfico 2). 5,3 17,8 31,8
empresas de carga própria (veja Ta-
Semipesados 8,7
No caso específico do transportador Pesados 4,8 2,6 6,4 13,8 bela 1). Uma parcela de cerca de
autônotno, esse índice atinge 70%. Extrapesados 17,8 3,4 11,1 32,3 47,4% do movimento dos autôno-
A maior parte da frota total (ve- Totais 35,2 13,8 51,0 100,0 mos continua sendo realizada em ca-
ja Gráfico 3)já é constituída por ve- Fonte: Seplatec minhões médios e semipesados.

TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994 15


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orno sera o
pesado do futuro .~1111191111818111HONM12 .,■~11~~

Mais econômicos, limpos,


aerodinâmicos e
seguros. Serão assim os
caminhões de amanhã

• Como será o caminhão do futu- to grandes de baixo peso e de eficiên-


ro? Enquanto algumas montadoras cia altíssima, eles, muitas vezes, não
estão optando por conceitos bem precisam tratar a restrição dos cus-
avançados e ousados, como, por tos da mesma maneira que um fabri-
exemplo, o Superfighter da Mitsubi- cante de caminhões." dos de longas distâncias ficarão
shi ou o projeto suíço-alemão Cola- Apesar do tradicionalismo, o de- mais baixos para que se possa au-
ni, os fabricantes tradicionais da senvolvimento dos caminhões não mentar a altura disponível para car-
Europa acreditam mais no progres- pára. Nos próximos dez anos, prevê- ga (altura máxima de quatro metros).
so em doses homeopáticas. Porém, se o surgimento de outras inovações Várias marcas já lançaram tratores
daqui a dez anos, as novidades não técnicas, que melhorarão ainda mais pesados com uma plataforma com
serão poucas. a produtividade, e que mudarão o menos de um metro de altura para
Já é possível atualmente construir rosto dos caminhões do futuro. semi-reboques rebaixados (megatrai-
caminhões mais confortáveis e mais Para começar, a cabina ficará ca- ler). Essa tendência vai se generalizar.
seguros, menos poluentes, menos da vez mais aerodinâmica, ou seja, Com toda a certeza, surgirão no-
barulhentos, mais leves e mais econô- mais redonda e mais 'bicuda'. Um vas soluções, que irão adotar espaço
micos. Por outro lado, para que o dos problemas é o de montar o pá- para carga entre os eixos nos semi-
caminhão continue sendo o mais efi- ra-brisa numa posição suficientemen- reboques. Também surgirão novas
ciente meio de transporte de cargas, te inclinada. Porém, com novos mé- geometrias e novas maneiras de dis-
não é possível esquecer a redução todos de isolamento, isso já é possí- tribuir o peso por eixos; isso, para
de custos para a transportadora. Es- vel. Segundo a Mercedes, o valor reduzir a distância entre a cabina e
ta é a prioridade número um dos fa- do coeficiente Cd para novos cami- o semi-reboque, aumentando assim o
bricantes para o desenvolvimento nhões aerodinâmicos pode baixar volume de carga, e diminuindo a re-
de caminhões agora e no futuro. para 0,35, ou seja, para o mesmo sistência ao ar. O caminhão, o semi-
Há alguns anos, o ex-diretor téc- nível que o dos carro de hoje. reboque e o reboque tornar-se-ão
nico da Scania, Stig Ericsson, justifi- Na Europa, as normas de compri- partes cada vez mais bem-integradas.
cou a necessidade desse compromis- mento, de largura, de altura e de pe- Os fabricantes também estudam a
so dentro da própria Scania, revelan- so provavelmente não serão modifi- possibilidade de aperfeiçoarem os
do: "O fato é que os engenheiros cadas. Se, por acaso, isso acontecer, aerofólios. Serão criados sistemas de
da Saab Aircraft (a divisão de Aero- será para criar restrições e não para defletores que adaptam automatica-
náutica no grupo Saab-Scania) estão, liberar aumentos. Desse modo, cada mente os ângulos para melhorar a
pelo menos, uma década mais adian- fabricante de caminhões na Europa fluidez do ar, de acordo com o tipo
tados do que a Scania em tecnologia terá de aumentar o volume de carga da carroçaria e o dos reboques, ou
de novos materiais, em eletrônica, dentro das dimensões já existentes. de acordo com a altura e com o peso
em informática e em aerodinâmica. da carga. Vários modelos modernos
A razão disso é que, como a indús- Mais baixos — Isso significa que de caminhões já estão sendo equipa-
tria aeronáutica tem exigências mui- muitos modelos de caminhões pesa- dos com proteções contra ventos la-

18 TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994


terais entre as rodas. Com o tempo,
isso tornar-se-á um padrão, até mes-
mo na parte de baixo dos veículos.
É possível construir novos tipos de
acoplamentos, que diminuem auto-
maticamente o espaço entre o semi-
reboque e a cabina, para estradas es-
treitas, e que reduzem a sobrelargura
numa curva. Acoplamentos assim já
existem para reboques, mas a Merce-
des incorporou a solução ao trator-
Fotos: Divulgação

protótipo, o EXT-92, no qual o se-


mi-reboque chega a ficar apenas a
100 mm da cabina durante a viagem.
Igualmente com o propósito de
aumentar a altura disponível para
o volume da carga, as rodas tornam- Alternativas como, por exemplo, Normas de controle de emissões e de
se cada vez menores e utilizam pneus motores a álcool ou a gás natural ruído e exigências de espaço para
carga levaram a DAF a produzir o
mais baixos. Uma desvantagem é irão aparecer com freqüência ca- modelo 95com gigantesco semi-reboque
que isso piora a elasticidade, aumen- da vez maior. No entanto, proble- e a Mitsubishi a abusar das
tando assim a exigência de uma sus- mas tais como custos de produção, características futuristas
pensão melhor e de uma elasticida- estocagem e baixo teor energético
de maior do próprio chassi. ainda continuarão a manter os no-
Nos caminhões pesados, a potên- vos combustíveis demasiadamente mas relativas às emissões estabeleci-
cia dos motores continua aumentan- caros para uso em grande escala, das para a Europa para depois de
do. Os veículos de tamanho normal depois do ano 2000. 1996 (EUR II*), ficarão ainda mais
já utilizam até cerca de 425 cv, en- limpos e mais econômicos, e dota-
quanto que os mais pesados, como, Consumo menor — Os motores dos de melhor combustão, de maior
por exemplo, os veículos para trans- LEV — Low Emission Vehicle já es- torque e de menor consumo.
porte de madeira, chegam a 550 cv. tão sendo oferecidos em grande esca- Apresentando injeção eletrônica
Sem nenhuma dúvida, o motor Die- la pelos fabricantes. Esses motores, cada vez mais avançada e melhores
sel continua sendo insubstituível. que obedecem plenamente às nor- pistões, e utilizando cada vez mais o
TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994 19
O protótipo EXT-92,
da Mercedes-Benz,
á tido como uma
vitrine tecnológica;
já o Virage, da
Renault de destaca
pelo cumprimento
e pelo espaço
da cabina

turbocomposto e o intercooler como que trocam as marchas com muito do comando a ar. Porém, os fabri-
padrões, o motor Diesel alcançará mais cuidado. Isso possibilita a intro- cantes estão, cada vez mais, optan-
uma eficiência de 50% (atualmente, dução de caixas com marchas em do pelos freios a disco, até mesmo
sua eficiência é de 45%). O consumo degraus menores para manter a rota- nos reboques, convencidos de que
do dísel diminuirá cerca de 30% em ção certa do motor. A condução fi- eles têm mais capacidade de frea-
dez anos. Na área de poluição, o ca bem mais simples e mais segura. gem para veículos pesados do que
presidente da Volvo Truck Corpora- Depois de ser aperfeiçoada, a pró- os freios de tambor, que já chega-
tion, Sten Langenius,afirmou no Sa- pria caixa terá vida útil mais longa. ram ao seu limite.
lão de Bruxelas, em 1993, que "no A suspensão a ar substituirá a O problema do curto tempo de
ano 2005, as emissões de um motor parabólica. O próximo passo será vida dos cubos nos freios a disco
Diesel novo deixarão de constituir a suspensão semi-ativa: um micro- já está quase resolvido. Além disso,
um item de preocupação ambiental". processador receberá dados da sus- a manutenção dos freios a disco é
Para depois de 1996, as normas pensão e calculará eletronicamente mais fácil, e o peso nas rodas trasei-
da União Européia exigem que um a rigidez de que os amortecedores ras é bem menor.
caminhão pesado emita, nas estra- e a barra estabilizadora necessitam Em vários países europeus, os
das, um ruído máximo de 80 dBA para aumentar o conforto e a segu- freios ABS já se tornaram obriga-
em velocidade normal (hoje, esse rança da carga. Desse modo, a sus- tórios para certos tipos de transpor-
máximo é de 84 dBA). Nenhum fa- pensão poderá funcionar de manei- te de carga. Por isso, logo irão se
bricante, atualmente, hesita em cum- ra bem macia numa estrada boa, e tornar padrão.
prir essa norma, porém sob a condi- tornar-se automaticamente mais rígi- Outro progresso resultará da com-
ção de que os pneus e a pavimenta- da em curvas ou em estradas piores. binação do ABS com o ASR
ção submetam-se a um desenvolvi- Outra possibilidade viável para o fu- — Atriebs-Schlups-Regelung, num
mento paralelo. Com maior ênfase turo será a ligação entre o micropro- controle eletrônico e automático pa-
na evolução dos fatores externos, cessador da suspensão e o sistema ra antiderrapamento. Além disso,
incluindo muros anti-ruídos em zo- de freio, o que poderá limitar a for- o sistema de freagem terá controle
nas sensíveis, Voker Rubi, que era ça de tombamento em freagens vio- eletrônico para uma atuação mais
diretor técnico da Mercedes AG lentas com carga pesada. rápida e simultânea do freio em ca-
em 1989, afirmou, nesse mesmo ano, Com suspensões semi-ativas, se- da roda. Também haverá a possibili-
que é possível reduzir o ruído de rá possível simplificar a suspensão dade de comandar a freagem de ca-
um caminhão em, pelo menos, mais da cabina, e talvez até mesmo ex- da roda individualmente.
12 dBA nos anos seguintes, sem en- cluí-la. Com certeza, a suspensão Além dos novos freios para ro-
capsulamentos caros(corno é obriga- das poltronas poderá ser eliminada das, o freio motor e o retarder inte-
tório, por exemplo, na Áustria). sem diminuir o conforto. gral tornar-se-ão mais eficientes e
Com a nova eletrônica, surgirão mais padronizados. Os freios das
caixas de câmbio automáticas (em Avanços nos freios — 'Rido indica rodas serão utilizados exclusivamen-
1993, a Volvo lançou o Powertronic) que os freios continuarão utilizan- te para freagens de emergência e pa-

20 TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994


radas definitivas, enquanto que o de LCD — Liquid Crystal Display. putadores PC. O programa contro-
freio motor e o retarder serão utili- As telas mostrarão apenas informa- la automaticamente as funções vi-
zados para adaptar a velocidade ções vitais(como, por exemplo,tem- tais e, quando surge um defeito, acio-
em marcha normal; em declives, re- peratura, pressão e consumo) quan- na o alarme e informa qual é o pro-
duzirão o consumo e prolongarão do ocorrer alguma anormalidade. blema e como deve ser consertado.
a vida dos freios das rodas. Em ângulos difíceis, os retrovisores A reparação, em si mesma, também
Novos materiais mais leves e poderão ser substituídos por retrovi- se tornará mais fácil, pois os fabri-
mais resistentes aparecerão modesta- sores eletrônicos, que são câmaras cantes oferecerão sistemas padro-
mente em novos caminhões. Alguns com ângulos de 90 graus ligadas a nizados de troca de componentes
anos atrás, a Renault experimentou telas no painel. Este, por sua vez, sob a forma de módulos pequenos
um chassi em alumínio, mas admi- será mais adequadamente prepara- ou maiores, tornando desnecessá-
te hoje que o custo era proibitivo. do para abrigar instalações práticas ria a manipulação de pequenas pe-
Mesmo assim, o alumínio pode ser e estéticas de equipamentos informá- ças particulares.
utilizado em partes do chassi, na ca- ticos destinados afleet management: Em princípio, os progressos reali-
bina, nos aros ou na caixa de câm- telefone celular, fax, tela e teclado, zados no setor dos pesados valem
bio. Mais plástico de fibra de vidro os quais também diminuirão consi- igualmente para caminhões mais le-
será utilizado, por exemplo, em tan- deravelmente de tamanho. ves. Porém, é provável que os veícu-
ques de ar e de combustível. Para os fabricantes, em questões los para distribuição passem a utili-
No entanto, o aço continuará a de manutenção e de serviço, a era zar mais motores com combustíveis
imperar nas construções do chassi de ganhar dinheiro com grandes con- alternativos, e a ter um piso muito
e da cabina. Porém, com novos ti- tratos de reparos freqüentes já pas- baixo e plano, ao longo de toda a
pos de colas, será mais fácil mistu- sou. Os veículos do futuro precisa- extensão do seu comprimento,e tam-
rar, e mais viável utilizar, na mes- rão de menos manutenção e de maio- bém a adotar direção nas quatro ro-
ma construção, o aço juntamente res intervalos entre as revisões. Tam- das, para melhor acesso às cidades.
com o alumínio, com o plástico e bém será possível esperar o cami- O caminhão SLW 2000 da MAN
com novos materiais compostos,sem nhão chegar de viagem para fazer mostra o caminho.
necessidade de se recorrer à solda. a revisão. Os veículos rodarão até Apesar de a indústria de cami-
Se for possível colar os painéis da 1,5 milhão de km em trabalho pro- nhões insistir em falar num desen-
cabina, isso abrirá a possibilidade dutivo antes de se tornarem obsoletos. volvimento tradicional, os próximos
de talvez construir os novos habitá- Os fabricantes não acreditam que dez a quinze anos não parecem isen-
culos com materiais compostos. Den- poderão oferecer caminhões que não tos de inovações interessantes. O
tro da cabina, o magnésio irá, com quebram. No entanto, quando ocor- que se espera é que eles cumpram
toda a certeza, tornar-se usual para rer uma falha mecânica, se for um o que é essencial para o transporta-
a construção das poltronas e do pai- problema pequeno, será possível re- dor e para o consumidor: baixar os
nel destinado aos instrumentos. parar sem recorrer a oficina. Os fa- custos do transporte.
bricantes estão desenhando sistemas
Eletrônica — O painel terá menos para diagnosticar cada tipo de de- Mikael Karlsson,
instrumentos de controle com telas feito, pequeno ou grande, em com- de Bruxelas

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Administradores do Porto de
Em 1993, o porto movimentou 20 milhões de t de carga em contõineres
Antuérpia mostram
na América do Sul as vantagens de equipamentos, e contratam o pes- toneladas de carga. Por rodovia,
soal encarregado do manuseio de chegam outras 55 milhões de tonela-
dos serviços mercadorias por meio das associa- das. O porto é servido por 800 km
ções empresariais com os três sindi- de ferrovias, que transportam anual-
catos de estivadores, cada um deles mente 27 milhões de toneladas por
ligado a um partido político. meio de 500 mil vagões.
•We care(nós cuidamos)é o slogan Não há tarifas fixas, e os preços Seus 4 milhões de metros quadra-
criado pela Associação de Promo- praticados pelos operadores por- dos de armazéns representam mais
ção do Porto de Antuérpia, na Bél- tuários são negociados levando-se do dobro da capacidade oferecida
gica, para demonstrar o cuidado em consideração a natureza da car- pelo Porto de Roterdã, o primeiro
com que seus estivadores tratam as ga, o peso unitário e a quantidade, da Europa, sendo ela maior que a
mercadorias. Em visita ao Brasil, esclarece Jan Burvenichm, vice-di- capacidade conjunta dos portos ale-
ao Chile e à Argentina, a alta di- retor geral da Empresa Portuária mães de Hamburgo e de Bremen.
reção do porto exibiu um filme em de Antuérpia. Para os investidores brasileiros,
que o trabalho dos operários é com- Sua localização estratégica no cen- Antuérpia oferece aluguel de espa-
parado com o de artistas belgas la- tro da Europa permite que uma car- ço, joint-ventures com operadores
pidando um diamante, esculpindo ga, transportada por caminhão ou locais, e construção e exploração
nas paredes de uma catedral ou so- por trem, atinja, em 24 horas, qual- de área própria.
lando uma música num saxofone. quer destino em 9007o do território A ALIC — Comissão Antuerpen-
No dia 25 de abril, a apresentação europeu. A ligação com os rios Re- se de Informação e Logística ofere-
reuniu cerca de duzentos convida- no e Danúbio permite o transporte ce serviço gratuito sobre a burocra-
dos em São Paulo. de cargas pelo continente, por meio cia e sobre oportunidades comerciais,
A mão-de-obra altamente qualifi- de embarcação, até o Mar Negro. preservando o sigilo das empresas.
cada, resultado de uma tradição de Cerca de 50 mil barcos chegam A infra-estrutura de serviços do por-
quase seiscentos anos, o tempo de anualmente ao porto pela via flu- to dá apoio no financiamento de es-
existência do porto, é tida como o vial, transportando 50 milhões de toques, na construção de armazéns
maior trunfo de que o país dispõe e nos seguros. Uma rede de radar
para obter o maior índice de produ- com dezenove postos, construída
tividade entre todos os portos do OS NÚMEROS DO PORTO ao longo do rio/Escalda, onde o
mundo, o que permite a esse porto Capacidade de armazenagem 3,8 milhões de m2 porto foi construído, cobre 120 km.
oferecer uma das tarifas mais com- Armazéns frigorificados 560 mil m3 O sistema de informática APICS
petitivas da Europa. Mão-de-obra em atividade 7 mil — Sistema de Controle e Informa-
Área portuária 12 mil hectares
Antuérpia recebe do Brasil meta- Área para expansão 2 mil hectares
ção do Porto de Antuérpia contro-
de das cargas procedentes da Améri- Comprimento do cais 125 km la todo o tráfego marítimo e coorde-
ca do Sul, entre as quais minério Área das docas 2 100 hectares na as eclusas e os serviços de reboca-
de ferro (1,5 milhão de t em 1993), Área para automóveis 3 700 hectares gem e de pilotagem. O serviço buro-
Capacidade do Tecon 600 mil unidades
crático do Porto de Antuérpia é con-
soja, ração, madeira, caulim, fru- Movimentação de carga 102 milhões de tlano
tas, aço, papel, açúcar e substâncias Líquidos 27 milhões de- t/ano trolado pelo SEAGHA — Sistema
químicas, e, mais recentemente, su- Minério de ferro 10 milhões de tlano Eletrônico de Troca de Dados do
co de laranja do grupo Votorantim, Carvão 7 a 9 milhões de tlano Porto de Antuérpia, que possibilita
que instalou ali um terminal privativo. Cereais 3 milhões de tlano utilização de EDI com operadores,
Frutas 1,4 milhão de tlano
A administração do porto é tare- Carga mista 47 milhões de t/ano
com a alfândega belga, com a com-
fa da prefeitura de Antuérpia, mas Contáineres movimentados 20 milhões panhia ferroviária e com o sistema
as empresas privadas mantêm con- Aço 11,7 milhões de tlano APICS. Criado por iniciativa das
tratos de concessão para a explora- Unhas marítimas regulares 300 empresas operadoras, o SEAGHA
Ligação com 800 portos
ção de terminais, investem na cons- limitou o número de documentos
Regime de trabalho 24 horas/dia
trução de armazéns e na compra para cada carga.

22 TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994


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1 - O 27° Concurso de Pintura de Fro- da frota em várias posições e deta- ções visuais.
tas de Transporte Moderno tem co- lhes da pintura (logotipo, letreiros etc.). 8 - Haverá duas categorias de veícu-
mo objetivos: selecionar, sob os as- 4 - Não serão aceitos eslaides fora los de carga (caminhões, picapes e
pectos mercadológico, estético e de do padrão especificado. utilitários) e de passageiros (ônibus
segurança, as frotas que mais se 5 - Sempre que possível, a inscrição e táxis). TM se reserva o direito de
destacaram; estimular a fixação da deverá vir acompanhada de memo- enquadrar em uma outra categoria
imagem das empresas através da rial justificativo, explicando a solu- frotas eventualmente indefinidas quan-
utilização da pintura dar marcação ção adotada. to à sua utilização.
de seus veículos; escolher a frota 6 - A empresa participante deverá in- 9- Em cada categoria, será considera-
mais bem pintada. formar, por escrito, no ato da inscri- da vencedora a frota quê :obtiver
2 - Poderão inscrever-se todas as em- ção:-nome da empresa; ramo de ativi- maior número de pontos,::
presas da América Latina que operem, dade; especialidade; endereço; núme- 10 - Entre os vencedores, um de ca-
no mínimo, cinco veículos com pintu- ro; tipos e marcas de veículos; nome, da categoria, os jurados escolherão
ra uniforme, e que não tenham sido endereço e telefone do projetista da aquela que será considerada a me-
premiadas em concursos anteriores pintura; cargo e endereço da pessoa lhor pintura.
com a mesma pintura. que solicitou a inscrição. -
- 3- Para participar, basta enviar à re- O prêmio
dação de TM, Rua Vieira Fazenda, 72, Julgamento 11 - As pinturas vencedoras — uma
04117-030, Vila Mariana, São Paulo, SP, 7 - Será realizado até o dia 15 de se- de cada categoria — merecerão gran-
telefone: 575-1304, até 26 de agosto tembro de 1994, por uma comissão de reportagem em cores em TM.
-de 1994; seis eslaides coloridos de composta de, no mínimo, cinco pro- 12- Não haverá prêmios em dinheiro.
• enascendo
a todo vapor
Nova administração enxuga a
Das setenta embarcações que compõem ...
empresa, renegocia
cou a maior parte das atividades da
dívidas e recupera barcos com Enasa. Os prejuízos dos exercícios
de 1992 e de 1993 foram de US$ 456
recursos próprios mil e US$ 2,147 milhões, respectiva-
mente. Em 1993, a receita por sub-
venção recebida foi 750/o menor que
•A Enasa — Empresa de Navegação sa Econômica Aplicada, no cargo a do exercício de 1992, ou seja, um
da Amazônia S.A. espera transportar de presidente do Conselho de Admi- montante de US$ 1,359 milhão dei-
neste ano, na calha principal do Rio nistração da Enasa, por indicação xou de entrar nos cofres da Enasa.
Amazonas, entre Belém e Manaus, de Alberto Goldman, que era, na
Cerca de 32 mil t de carga e de 50 ocasião, Ministro dos Transportes. Unha Belém—Manaus — No entan-
mil passageiros, além de outros 50 "Hoje, nenhum bem está penhora- to, um salto de produtividade ocor-
mil entre Belém e Soure (Ilha de do e os débitos com o INSS foram reu no primeiro trimestre deste ano,
Marajó). Se a previsão se concreti- negociados", respira, com alívio. quando a empresa atingiu 28 016
zar, a empresa terá dado uma guina- A Enasa possui um total de 266 milhas navegadas, acima do total
da de 180 graus em seu destino, dei- funcionários (antes eram 485), cem registrado entre outubro e dezembro
xando para trás um passado que cul- deles burocráticos. A nova adminis- do ano passado (25 261 milhas). O
minou, entre fins de 1991 e meados tração calcula que com apenas qua- movimento de cargas também evo-
de 1993, com a penhora de sua fro- renta burocráticos a empresa funcio- luiu de janeiro a março deste ano
ta,formada por setenta embarcações. naria bem. A diretoria criou um pro- (3,4 mil t) superando os meses de
Além das embarcações, as penho- grama de demissões incentivadas, e outubro a dezembro de 1993 (2,028
ras atingiram o prédio do almoxa- espera chegar a duzentos funcioná- mil t). Mesmo assim, deve-se obser-
rifado, em Belém, e o estaleiro de rios até o final do ano. var que esse resultado é muito infe-
reparos, em Manaus (os dois bens Todas as ações trabalhistas contra rior ao obtido pela empresa nos
ainda em litígio), e só pouparam o a empresa que já tiveram decisão ju- seus melhores anos (veja Tabela).
estaleiro de Belém e uma fazenda dicial foram quitadas ou parceladas. No entanto, até fins de abril, o
no Amazonas. Porém, ainda restam 150 tramitan- governo ainda não havia aprovado
Nesse período, a empresa sobrevi- do em diversas instâncias da Justi- o orçamento da Enasa, e a diretoria
veu enredada em dívidas da ordem ça do Trabalho. "São ações indivi- aguardava "somente recursos para
de US$ 12,5 milhões, em grande par- duais de pequeno valor sobre ques- o pagamento do pessoal permanen-
te oriundas de quatrocentas ações tões como, por exemplo, o reajuste te e para parte das causas trabalhis-
trabalhistas. Por isso, não restou à do Plano Collor",justifica Sant'An- tas, ainda em andamento". As dívi-
Enasa outra esperança a não ser a na, acentuando que 7007o das causas das vencidas e a vencer somam ho-
sua liqüidação, que acabou sendo foram pagas com recursos do Tesou- je cerca de US$ 1 milhão, sendo
deçretada pela Resolução n? 63, ro. "As dívidas cíveis e as ações tra- que quase 5007o desse montante são
em 6 de julho de 1992. balhistas restantes foram pagas com dívidas para com a própria União,
No entanto, uma reviravolta ines- recursos próprios", declara, afian- isto sem contar outra, de US$ 4 mi-
perada aconteceria com a posse de çando que o governo federal tem lhões, contraída com o financiamen-
uma nova administração, em abril honrado os salários do pessoal per- to de navios a longo prazo.
de 1993, tendo à frente José Alex manente e as parcelas vencidas dos Na assembléia geral de 29 de
Sant'Anna, técnico de Planejamen- financiamentos. abril, o capital social da Enasa foi
to do IPEA — Instituto de Pesqui- Nos últimos anos, o governo ban- aumentado, por incorporação de re-
24 TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994
cionada. Somente a Enasa possui
navios mistos tipo catamarã com ca-
pacidade para 550 passageiros, 650
t de carga geral (em porão fechado)
e 120 t de carga frigorificada.

Turismo ecológico — Embora se-


ja perfeitamente visível o potencial
de transporte da região, o históri-
co recente da empresa prova que o
edital de 29 de fevereiro de 1992,
colocando-a à venda por US$ 17,1
milhões. Várias vezes marcado e adia-
do, esse leilão nunca foi realizado.
Em 9 de junho, a Comissão Dire-
tora do Programa Nacional de De-
a frota, somente 32 estão em condições de serem reaproveitadas economicamente sestatização baixou o preço para
US$ 13,9 milhões. Mesmo assim,
serva, para aproximadamente US$ 6 composta de setenta embarcações ninguém manifestou interesse em
milhões. "Ou seja, como todos os (dez navios de passageiros, 25 em- adquirir a empresa.
débitos não somam US$ 5 milhões, purradores e rebocadores, 32 balsas Em junho de 1993, uma rodada
isso faz com que a empresa, hoje, te- não-motorizadas, uma draga e duas de negociações com representantes
nha liquidez",argumenta Sant'Anna. balsas motorizadas), só dispõe de de oito sindicatos portuários fortale-
Com receita própria, e trabalhan- 32 em condições de serem reaprovei- ceu o papel dos sindicatos na fiscali-
do em estaleiro próprio, a Enasa re- tadas economicamente. Destas 32, zação das viagens,impedindo a ocor-
formou, em 1993 e no início deste apenas quinze estão prontas para uso rência de roubos de dísel, de merca-
ano, três catamarãs, um navio-ôni- imediato (incluindo seis balsas não- dorias, de material de almoxarifa-
bus, uma chata, duas balsas motori- motorizadas, além das nove citadas). do, e proibindo viagens gratuitas.
zadas, um rebocador e um empurra- Cinco catamarãs e dois navios- "Não constatamos mais roubos de
dor. "Reativamos a linha Belém- ônibus foram construídos a partir de combustíveis nem de cargas", infor-
-Manaus (transporte de cargas) e, 1984, enquanto que duas chatas e ma Sant'Anna.
a partir daí, os negócios cresceram duas balsas motorizadas têm quase Em 1991, o grau de deterioração
como bola de neve", entusiasma-se vinte anos de uso. As demais embar- da frota era tão grande que apenas
Sant'Anna. Desde outubro de 1993, cações têm mais de 25 anos de idade. uma embarcação estava habilitada
a freqüência nos dois sentidos tor- Na condição de maior estatal de para navegar. Três catamarãs podiam
nou-se semanal. Ainda em outubro, passageiros da Amazônia, a Enasa ser recuperados rapidamente mas
também surgiram os primeiros con- não concorre diretamente com as necessitavam de vistoria (em seco e
tratos de reforma de barcos e de via- empresas de carga especializada, en- flutuando). Os equipamentos indus-
gens, de US$ 10 mil e de US$ 100 tre elas a Di Gregório e a CNA. triais das oficinas do estaleiro, im-
mil, respectivamente. Em sua área de atuação, não há gran- portados da Europa, continuavam
No momento,a frota heterogênea, des empresas de carga geral ou fra- em boas condições de uso.
Cada catamarã (navio de passa-
QUEDA E RECUPERAÇÃO geiros de casco duplo) vale cerca
de US$ 5 milhões. São cinco catama-
Transporte Variação Transporte Variação rãs, sendo três deles regionais, pro-
Anos
de Cargas iti % de Passageiros %
vidos de heliportos, e dois de luxo
1984 154768 — 235 829 — para turismo ecológico na Amazônia.
1985 106 293 68,7 205 506 87,1 Dois navios-ônibus operam com
1986 59 509 56,0 267 645 130,2
1987 54 621
trezentos passageiros em viagens cur-
91,8 352 230 131,6
1988 40 620 74,4 292 136 82,9 tas(de até dezoito horas)e duas cha-
1989 37 778 93,0 259 558 88,8 tas transportam 150 passageiros e
1990 19 534 51,7 180 827 69,7 200 t de cargas, em rios de menor
1991 (a) 19 917 102,0 121 036 66,9 profundidade. Um navio antigo e
1992 (b) O — 29 493 24,4
1993(c) 2 028 — 92 940 315,1 de casco único, que abriga três clas-
1994 (d) 3 440 — 15 183 — ses, é utilizado, atualmente, em via-
(a) No final de novembro de 1991, foram suspensas as viagens para o Baixo Amazonas.
gens de longo curso, graças ao apoio
(b) Em 1992, somente foram realizadas viagens de recreio para a Ilha de Marajó (paralisadas em maio). dos comandantes, que até então se
(c) Em 1993, a linha de Marajó funcionou durante todo o ano 187 161 passageiros transportados), enquanto que, viam desmotivados para isso.
a partir de outubro, foi reativada a linha do Baixo Amazonas 15 779 passageiros).
(dl Dados de janeiro a março.
Fonte: Enasa Gilberto Penha

TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994 25


utolatina
o kniza distribuição
Informática integra redes VW
e Ford com os
CDs das fábricas, agilizando
fornecimento de peças

•Com doze anos de atividades, o localizado na rua Vemag, é utiliza-


Centro de Distribuição de Peças da do para estocar peças de baixa de-
Autolatina, instalado no interior manda da marca VW. Para efeito
da fábrica de automóveis Volkswa- de reposição, as embalagens das pe-
gen, de São Bernardo do Campo ças para veículos Ford e VW trazem
(SP), ainda é um modelo de técni- a marca Autolatina.
ca de armazenagem e de distribuição, Alguns anos depois de colocar a
como atestam as freqüentes visitas CD Anchieta em operação, a Volk-
profissionais que continua receben- swagen havia iniciado investimentos
do. Embora a estrutura seja a mes- visando a otimização da performan-
ma, a operação foi aperfeiçoada a ce por meio de sistemas informatiza-
ponto de reduzir, nos últimos três dos capazes de adequá-la à realida-
anos,em 25% o prazo de atendimen- de da década de 90, isto é, capazes Volkswagen, de quinze dígitos, e
to dos pedidos de peças de reposi- de promover o aumento da freqüên- que os sistemas existentes nas duas
ção vindos da rede de concessioná- cia nas entregas e a melhoria do ní- fábricas eram insuficientes para a
rias. Agora, a empresa trabalha pa- vel de informação com a rede de unificação. Por isso, foi adquirido
ra ganhar mais 1507o em dois anos. concessionárias. Dessa maneira,esta- da LS-3 da Inglaterra um sistema
Roberto Dalé, gerente executivo ria atendendo a outra necessidade chamado Popims, que, a partir de
do Centro de Distribuição e Admi- da rede, a redução de estoque para 1989, possibilitou a costumização,
nistração de Peças da Autolatina, diminuir os custos ao consumidor, ou seja, a leitura comum das duas
conta que, além da agilização no devido à competição com o merca- marcas e sua integração com a matriz.
processo de distribuição, houve ou- do paralelo de autopeças. O segundo passo consistiu na ob-
tras mudanças. O CD não é mais tenção da interface dos sistemas de
da Volkswagen, mas da Autolatina, Integração de marcas — Esse traba- ligação das fábricas com os softwa-
embora distribua apenas peças pa- lho coincidiu com a fusão da Volk- res de suas redes: o Sincro, da Volk-
ra a marca VW, tanto para carros swagen com a Ford, na instituição da swagen, e o Datadif, da Ford. As
de passeio como para veículos co- Autolatina, em julho de 1987. Dalé 1 444 concessionárias (558 de auto-
merciais. Da mesma maneira, o an- conta que, a partir daí, foi necessário móveis e de caminhões da Ford, 886
tigo CD da Ford, hoje Autolatina, organizar um plano interno de inte- de automóveis Volkswagen e 139
instalado na fábrica da marca, no gração das duas marcas de modo a de caminhões VW) passaram a ser
bairro Taboão, também em São Ber- organizar a cadeia de atendimento interligadas com as fábricas e com
nardo, presta atendimento à sua re- às redes, desde o pedido até a efeti- os três CDs. Hoje, a comunicação
de própria com peças para automó- va entrega, dentro do menor prazo é feita, em 90% dos casos, por meio
veis, para caminhões e para chassis possível e com informações corretas. do sistema Batch, com transmissão
de ônibus. No bairro do Ipiranga, Ele recorda que as peças Ford ti- noturna dos dados e apenas 10%
um antigo depósito da Volkswagen, nham código de 22 dígitos, e as da on-line. Dalé esclarece que o Batch

26 TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994


é eficiente e muito mais barato que número do desenho, fornecedor, cor, O Centro de Distribuição dos
o on-line, pois não utiliza linha tele- durabilidade, demanda, preço, pro- produtos Volkswagen emite de
2 500 a 3 mil notas fiscais ao dia
fônica. "Não há necessidade de co- gramação, e assim por diante." contendo 20 mil itens, referentes
municação em tempo real, pois os a pedidos urgentes, e pelo menos
pedidos feitos periodicamente, e tam- Busca de resultados — Assim co- trinta caminhões deixam as docas
bém os que forem urgentes, para mo a venda dos veículos zero-quilô- todos os dias
prestar atendimento a veículos para- metro, a distribuição de peças é
dos, poderão ser feitos via fax ou um negócio para a Autolatina. Por
telefone, ou até mesmo on-line. isso, investe na estrutura e no desem- do com Dalé, as técnicas japonesas
A Autolatina, segundo Dalé, in- penho, visando não apenas a melho- de redução de inventário têm aplica-
vestiu US$ 5 milhões na implantação ria do atendimento às redes de con- ções limitadas no Brasil."No Japão,
dos dois sistemas, a qual exigiu a cessionárias como também a raciona- o maior problema é o do espaço pa-
compra de uma rede de microcompu- lização dos custos. Para Dalé, a lo- ra armazenagem, mas no Brasil is-
tadores e também o treinamento de gística brasileira foi marcada, na so não existe; no entanto, as dimen-
pessoal interno e da rede. Além dis- década de 70, por grandes investi- sões territoriais brasileiras exigem
so, as concessionárias tiveram de se mentos em instalações, nos quais o estoque de segurança, devido à dis-
adequar, adquirindo micros e softwa- custo não era a principal preocupa- tância que separa a rede da fábrica."
res. "Hoje, 99% da rede é informa- ção. O CD Anchieta, por exemplo, Com experiência de 35 anos no
tizada e interligada com as fábricas. foi projetado nesse período. setor de peças, Dalé aplica a Lei de
Os pedidos são feitos em código, Quanto à década de 80, ela her- Pareto, também conhecida como
pois cada peça reúne, depois da uni- dou as conseqüências da crise do curva ABC, para medir os resulta-
ficação, 58 dígitos. Esses dígitos cor- petróleo e exigiu das empresas maior dos das operações dos CDs da Auto-
respondem a várias características: velocidade nas operações e racionali- latina. Segundo essa lei, 20% dos
número, modelo, parte do veículo, zação da estrutura existente. De acor- produtos respondem por 80% do

TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994 27


faturamento. Por isso, Dalé divide
em três categorias os cem mil itens
existentes nos depósitos: a categoria
A corresponde a 20% desse estoque
e cobre os itens que têm maior volu-
me de venda e maior índice de lucro;
a categoria B,correspondente a 50%
do estoque, abrange os itens conside-
rados de vendas médias, cujos pre-
ços cobrem os custos; e a categoria
C responde pelos 30% restantes,
que são itens deficitários e sustenta-
dos pelo grupo A. No ano passado,
seu setor faturou US$ 456 milhões, No CD Anchieta, o estoque de
representando 6% do total de US$ carroçarias e de peças de reposição
7,6 bilhões faturados pela Autolati- são suficientes para três meses de
atendimento à rede VW; a
na. Para este ano, prevê um aumen- embalagem Autolatina custa em
to dej, 20%, devido ao crescimento média 2% do valor da peça, assegura
do mercado automotivo. o gerente Roberto Dalé.
Na categoria C estão incluídos
os componentes de veículos fora de fosse facilitado por rampas suaves. para recolher ou para depositar pale-
linha, que a fábrica é legalmente Desse modo, no primeiro andar, as tes em ambos os lados de cada cor-
obrigada a manter em estoque du- carroçarias e as peças estampadas, redor. Há também um exército de
rante oito anos. "Mas há exceções, vindas da própria montadora, che- carrinhos de mão, de empilhadeiras
como no caso da Brasília, cuja pro- gam por caminhões até o nível da e de transpaletes, os quais, das 6 h
dução, embora tenha sido desconti- primeira rua. Quanto aos veículos da manhã até 1h19min do dia seguin-
nuada em 1981, tem fornecimento dos fornecedores externos, eles en- te, movimentam-se incessantemente
garantido até hoje", exemplifica. tram no recebimento do andar tér- manipulando peças cujo volume che-
Por sua vez, no inventário dos CDs, reo, no nível da segunda rua. ga a cinco mil toneladas por mês.
suficiente para atender a demanda A expedição fica num plano mais Situado à esquerda do local de
da rede durante três meses, uma par- baixo, onde há um pátio para esto- recebimento,foi levantado um arma-
cela de 70% se refere a veículos fo- cagem de contêineres de exportação
ra de linha, em sua maioria cami- e para estacionamento de caminhões, OS NÚMEROS DA AUTOLATINA
nhões, que têm vida mais longa do situando-se no mesmo nível de uma
Itens recebidos 10 milhões/mês
que os automóveis. das portarias da fábrica. Em cada Movimentação 5 mil 1/mês
andar, o recebimento é feito em seis Embalagens 200 mil/dia
Estrutura — Um dos três CDs, o docas, onde chegam de quinze a vin- Custo da embalagem 2,5% do da peça
Anchieta, como é denominado o te caminhões por dia. Itens despachados 30 mil/dia
Caminhões 90/dia
da antiga Volkswagen, ocupa um Os dois andares, com 48 mil m2 Pessoal envolvido 1 200
armazém de 110 mil metros quadra- de área, e com pé direito de 8 m, Sortimento !itens) 600 mil
dos e foi construído para atender mantêm estanterias com corredores Fornecedores 600
às necessidades da fábrica até o pró- largos para armazenagem dos com- Concessionários 1 444
Depósito São Bernardo 1 100 m2
ximo século. Concebido para funcio- ponentes de maior demanda, que é 48 mil m2
Depósito Taboão
nar com modernas técnicas de arma- efetuada por meio do sistema FI- Depósito 'piranga 28 mil m2
zenagem, o CD foi levantado nu- FO. A movimentação é feita por em- Tempo de estoque 6 dias
ma área da fábrica onde havia um pilhadeiras trilaterais, que giram so- Inventário USO 120 milhões
morro. O corte em três estágios per- bre seu próprio eixo, permitindo, Faturamento dos CDs USO 456 milhões
Previsão para 94 +20%
mitiu que o acesso aos dois andares com isso, manobras nos corredores,

28 TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994


viagem até o endereço indicado na cessionários via computador. Dentro
etiqueta. Cada viagem dura, em mé- do sistema, são feitas as consultas
dia, sete minutos, e o sistema de ar- para atendimento, gerando o pedi-
mazenamento é o próprio FIFO,que do,que vai ser montado manualmen-
controla os movimentos horizontais. te por um grupo de separadores,
Outros dois anexos menores es- equipados com carrinhos de mão.
tocam peças de pequeno porte e de Durante o mesmo tempo em que o
fácil acesso, que ficam à mão dos pedido é emitido, é também libera-
separadores. da a documentação de transporte.
A fatura é a última etapa, pois de-
Recebimento — Dentre as dez mi- pende das anotações do separador.
lhões de peças que chegam mensal- Uma vez fechado o pedido, o mate-
mente aos três CDs, a maior parte rial, constituído por pequenos paco-
delas ainda é inspecionada por meio tes, é colocado numa embalagem
do sistema Quasie, de controle de maior e levado à doca de expedição.
qualidade. Somente as que procedem O registro da falta de um ou de ou-
de fornecedores que já se enquadra- tro item fica armazenado na memó-
ram nas normas do ISO 9000 ficam ria do computador, e sua reposição
sujeitas àquilo que Arlindo Cardoso é providenciada no próximo pedi-
Duarte, supervisor da CD, chama do do concessionário. Nos três últi-
de spot-check(controle por amostra- mos anos, o sistema Popims permi-
gem aleatória). Para controlar a qua- tiu reduzir de oito dias para seis
lidade, a Autolatina mantém, dentro dias o atendimento de cada pedido.
do CD, laboratórios para teste, pa- "Agora, queremos ganhar mais
ra ensaios e para a medição da dura- um", conta Dalé.
bilidade e da resistência dos compo- Dezessete transportadoras prestam
nentes que serão fornecidos à rede serviço para o grupo Autolatina, e
e também do material utilizado na noventa caminhões, pelo menos,
embalagem. Além disso, o CD man- deixam diariamente os três CDs."Te-
tém uma máquina que lubrifica pe- mos o pleno controle do atendimen-
ças antes de elas serem embaladas. to até que a carga embarque no ca-
Ao chegar, cada uma das merca- minhão. A partir daí, contamos ape-
zém vertical anexo aos dois andares. dorias recebe uma guia e, depois nas com a previsão da entrega", ex-
Tem 26 m de altura (equivalente a de conferida e de aprovada pela qua- plica Dalé, para quem a informatiza-
um prédio de nove andares) e 2 500 lidade, é enviada à embalagem, libe- ção do transporte deverá constituir
m2 de superfície, e é utilizado para rando-a para venda ou para armaze- o próximo passo."Na Europa,com-
componentes de baixa demanda. namento. A guia de recebimento de- putadores de bordo, roteirização e
Esse armazém, o único com funcio- fine o endereço de estocagem, que comunicação via satélite permitem
namento automatizado, compõe-se será utilizado posteriormente, no a informação sobre o transporte
de quatro estruturas de aço agrupa- momento de separação dos pedidos. em tempo real. Isso não só possibili-
das em três blocos, como gigantes- Todas as peças são embaladas com ta a melhoria do negócio como tam-
cas prateleiras geminadas, e tem ca- o timbre da Autolatina, no serviço bém aumenta a rentabilidade e a sa-
pacidade para armazenar 12 780 pa- interno de condicionamento do CD. tisfação do cliente."
letes de 1 m por 1,10 m. A dupla A exceção fica com alguns fornece- O custo do transporte é bancado
profundidade dessas estruturas per- dores, que recebem da montadora pela Autolatina. A mercadoria,acres-
mite abrigar duas fileiras de paletes, a embalagem própria. Além de pape- cida do preço do transporte, chega
que são movimentados por meio lão, a Autolatina utiliza madeira pa- ao concessionário em seis dias. Da
de dois transelevadores, nos senti- ra os contêineres de exportação e mesma forma, os pedidos extraordi-
dos vertical e horizontal, que utili- engradados para proteger as peças nários, para atendimento a carro pa-
zam, para isso, garfos longos e retrá- estampadas. Só nesse setor, traba- rado,são entregues em 48 horas, por
teis. A adequada capacidade de ex- lham 75 pessoas. Dalé garante que Sedex, a toda a rede. "Atualmente,
tensão dos garfos é necessária para a embalagem aumenta, em média, esses pedidos estão limitados a dez
que a segunda fileira de prateleiras em somente 2,5% o custo da peça. quilos, mas pretendemos estendê-lo
em cada andar possa ser atingida. Mas Arlindo Duarte diz que, no ca- para trinta quilos", assegura. A fá-
Todo o sistema é comandado a so das embalagens de madeira, o brica banca o aumento do custo do
partir de uma cabina externa. Estei- custo é muito superior ao da média. transporte pelo correio (Sedex). Seu
ras rolantes transportam os paletes volume, no entanto, corresponde a
previamente inspecionados, embala- Fluxo natural — O CD Anchieta apenas 807o do total dos pedidos.
dos e etiquetados até os transelevado- mantém uma rotina de doze anos:
res, que conduzem dois paletes por a encomenda de itens chega dos con- Valdir dos Santos

TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994 29


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32 TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994


RUMOS & RUMORES José Luiz Vitú do Carmo

Da Série 4. Fúria de inocentes


PARCEIROS
DA
O relógio. A ladei-
ra. A multidão. O
— Pessoal, não é com violência que
se vai resolver coisa alguma.
leva, descobriu o gosto amargo de certos
cafezinhos. Com o avanço da regulariza-
MULTIDÃO que Toninho Perei- A moderação de Toninho não abran- ção, a caçada aos clandestinos recrudes-
ra mais temia esta- dou a aspereza do crítico: ceu, e três dos quatro veículos que per-
Visita ao mundo va na iminência — Quem não tem competência, não maneciam ilegais na linha do Jardim da
dos ónibus de acontecer. Seu se estabeleça. Deixe o lugar pra quem tra- Conquista foram apreendidos. O outro
clandestinos
de São Paulo alvoroço expressa- balhe direito. integrante do quarteto, poupado casual-
va-se na inquietu- Toninho media as palavras, não po- mente pela sanha da fiscalização, prefe-
de dos olhos, na vigilância constante so- dia dizer tudo. "A gente faz mil coisas riu recolher-se. Reduzidos de dezesseis
bre os três pontos que lhe permitiam ava- certas, e basta um problema..." Além para doze, os ônibus em operação passa-
liar a fermentação do conflito. A multi- do mais, os usuários não poderiam en- ram a desdobrar-se em idas e vindas,
dão. A ladeira. O relógio. Dezoito minu- tender coisas incompreensíveis até mes- seus motoristas rezando pela fluência
tos! Dezoito minutos e nada de chegar mo para ele. Semanas atrás, uma cena do tráfego e contra furos de pneus.
um ônibus. E de cada esquina, de cada como aquela seria impossível. Com de- — Vocês acham que queremos isto?
desvão, de cada reentrância do emaranha- zesseis ônibus em operação, a linha ia Que gostamos de ficar difamados?
do de casas e vielas brotava gente, mui- bem, apesar dos solavancos da traves- Na confusão de vozes, era mais fácil
ta gente. Caras fechadas, os passageiros sia entre a irregularidade e a ordem. No distinguir a instigação à quebra do que
mastigavam xingamentos. Para muitos, início de fevereiro, o mundo dos clan- qualquer expressão de apoio. O relógio
o atraso valeria censura no trabalho, destinos agitara-se com a iminência do aliava-se à acusação: mais de trinta mi-
ameaças de demissão. Em dias normais, Juízo Final, da divisão inapelável entre nutos! Um lampejo de razão iluminou a
o intervalo entre partidas de ônibus, na- os eleitos para o sossego da legalidade e defesa:
quele horário de pico matinal, não passa- os condenados à proscrição sem volta. — Se vocês apelarem pra violência,
va de doze minutos, e esse pensamento Foi um período de tamanha indefinição todo mundo vai dizer que este é um lu-
alarmou Toninho enquanto seus olhos quanto aos direitos de cada um que a in- gar de baderneiros. Nenhuma empresa
deslizavam outra vez até a última curva terdição de um ônibus na rua parecia de- de ônibus vai querer entrar aqui.
da ladeira, em busca de um sinal. Assim pender sobretudo do humor do oficial à Lá embaixo, ao pé da ladeira, uma
que o ônibus despontasse, os ânimos se- frente do comando. Também dos guichês capota de ônibus definiu seus contornos
renariam. Vinte minutos! Uma voz exal- brotavam confusão e incerteza. Na quin- contra o panorama de morros. Um suspi-
tada destacou-se: ta-feira, 10 de fevereiro, véspera do Car- ro de alívio e, em seguida, uma sensação
— A gente tem mais é que quebrar. naval, Toninho foi solicitado a entregar de náusea: 35 minutos! O inesperado re-
Fazia tempo que o fantasma de um uns papéis, derradeira exigência para a corde não combinava com as expectati-
bando de vândalos a pulular sobre ôni- regularização de sua linha. Reuniu de- vas de Toninho Pereira. Naquela manhã,
bus destroçados assombrava Toninho. pressa os colegas — e constatou que nem 20 de abril de 1994, o calejado otimista
Mas ele não se apavorou, confiante num tudo estava à mão. O grupo decidiu enca- sentiu-se em dúvida quanto ao futuro
poder de conciliação cultivado ao longo minhar a documentação disponível. A de seu negócio.
da vida, e apurado nos dias recentes. Co- parte pendente, esclareceu Toninho, seria
mo presidente da associação dos donos protocolada sem problema logo após o
de ônibus do Jardim da Conquista, ou- Carnaval, conforme orientação que rece-
via com serenidade as queixas dos compa- bera de uma autoridade. Então, ele co-
nheiros, trocava ponderações com outros memorou a vitória com os companheiros
líderes, ajustava-se ao jogo sinuoso das e foi viver o que supunha ser o Carnaval
autoridades. Seu refinamento só não as- da redenção. Ilegalidade, nunca mais.
similava os 'reis da enrolação', como ele E, no entanto, agora, a linha não só
designava na intimidade certa súcia de carecia de plena regularidade, como ti-
engravatados que lhe ministravam nos nha contra si a multidão rebelada.
gabinetes uma dieta de indefinições e adia- — Vocês acham que é culpa nossa?
mentos, amenizada por cafezinhos e tapi- — tentou conciliar.
nhas nas costas. Mas nunca se defronta- Difícil obter aliados em meio ao desas-
ra com um interlocutor tão hostil como tre: a espera passava dos 25 minutos!
o que fomentava a sublevação naquela Não, antes do Carnaval não era assim.
manhã. Despida a fantasia, Toninho tivera de se
— Tem que quebrar. Eles seguram os lançar numa longa peregrinação. Foi en-
ônibus pra lotar mais, pra faturar mais. tão que, no esforço para habilitar os ôni-
Era preciso reagir, e logo. bus cuja papelada compunha a segunda A fila em sossego: após 12 minutos, perigo

TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994 33


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TRANSPORTE URBANO •Quando o Subcomitê de Trans- Masterbus:
"mudança de
porte Terrestre de Passageiros da postura" fez
CNT, encarregado de auscultar o
É possível satisfazer o usuário setor para detectar sinais seguros
motoristas
melhorarem
de transporte público? de Qualidade e de Produtividade atendimento
(veja Box), fizer seus contatos com ao usuário
Com sua gestão compartilhada, a
a empresa paulista Masterbus, de-
Masterbus prova que sim tentora de dezoito linhas privatiza-
das da CMTC,irá se deparar com
um exemplo inédito de sucesso.

Q ualidade
apadrinhada
É que a empresa em questão nas-
ceu de uma parceria sui generis,
que acabou dando bons frutos: a
de uma construtora com uma con-
sultoria de transporte. Esse fato,
aliás, embutiu a cultura da quali-
dade na carta de princípios que
serve como gabarito de atuação
para a empresa."Tildo esteve bem
claro desde o início: não queria-
mos ser apenas mais uma opera- no para a 'cobertura' desses an-
dora de transporte público, mas seios. Foi feita uma pesquisa num
uma empresa competitiva do se- universo de quinhentos usuários,
tor", revela José Ricardo Motta na qual aspectos tais como a atua-
Daibert, sócio da Transporta, em- ção do motorista, o conforto dos
presa de consultoria, e que desem- ônibus, sua limpeza, sua pontuali-
penha as funções de diretor geral dade, o preço da tarifa e a rapi-
da Masterbus. Esse acúmulo de dez no cumprimento dos itinerá-
cargos enquadra-se nas regras da- rios foram avaliados conforme
quilo que a empresa chama de notas atribuídas a cada item pe-
gestão compartilhada. los entrevistados. Numa segunda
A Masterbus nasceu de um gru- fase dessa pesquisa, o entrevista-
po de empresas, dentre as quais do foi induzido a comparar os tivas dos funcionários identifica-
apenas uma delas é operadora serviços da Masterbus com os pres- das na pesquisa estão as seguin-
de transporte público. A majoritá- tados pela CMTC (ainda não to- tes: respeito do empregador, con-
ria é a Amafi Construtora, que, talmente privatizada), pelos clan- dições de trabalho, remuneração
juntamente com a Transporta, e destinos, por outra operadora e justa, obtenção de benefícios e
por meio de uma matriz de orga- pelos demais serviços de transpor- oportunidade de carreira.
nização arrojada, opera a frota te urbano, como o Metrô e os
de 317 ônibus da Masterbus, que corredores exclusivos da EMTU. Impacto na postura — Daibert
rodam a média diária de 65 mil "Dos dez itens questionados, a garante que a simples mudança de
km/dia. "O organograma é ino- Masterbus ficou em primeiro lu- postura empresarial, legada aos
vador: há um diretor executivo, gar em sete", comemora Daibert. funcionários que vinham de ou-
que gerencia a empresa da manei- A pesquisa identificou a ordem tras empresas de ônibus — e, por-
ra hierárquica convencional, e o das expectativas dos usuários: 1. tanto, trazendo consigo os vícios
diretor geral, que assegura a fluên- mais ônibus, item que engloba de uma organização familiar —,
cia horizontal das funções admi- menor lotação e tempo de espe- bastou para que esses funcioná-
nistrativas, atuando em todos os ra mais curto entre os ônibus; 2. rios se relacionassem melhor com
níveis", define Daibert. pontualidade; 3. estado do veícu- os usuários. Como a empresa par-
Criada em outubro do ano pas- lo; 4. atendimento; e 5. condi- tiu do zero, cada motorista con-
sado, no exato momento em que ções de operação. Uma vez que tratado passou a operar um ôni-
a empresa ganhou o direito de o item prioritário não depende bus totalmente novo, o que lhe
explorar dezoito linhas licitadas exclusivamente da Masterbus, deu um certo status profissional.
pela CMTC — em sua maior par- pois envolve uma reestruturação "No início da operação, começa-
te, com itinerários nas zonas Sul de linhas por parte do poder con- mos a cumprir as linhas sem o
e Oeste da capital paulista —, a cedente, a empresa resolveu esta- adesivo com o preço da tarifa.
Masterbus conseguiu, em pouco belecer metas e prazos para alcan- Percebemos, então, que o usuário
mais de seis meses, ser facilmen- çar o nível de satisfação exigido evitava nossos ônibus por acredi-
te reconhecida pelo usuário, se- pelo usuário. "Para cada fator tar que a tarifa fosse mais alta",
gundo pesquisa promovida pela crítico, foi eleito um 'padrinho', relembra o diretor da Masterbus.
própria empresa."Estamos fazen- que se responsabiliza pela implan- Dentro do plano de ação para
do um programa de qualidade tação de um plano de ação de os funcionários, a empresa iniciou
com os pés no chão, sem investir médio e curto prazo na sua áre- um programa de treinamento téc-
muito, mas com coragem de ou- a", conta Daibert. O sistema de nico, abrangendo cursos específi-
sar mais do que nossos concorren- medição da eficácia desse plano cos para cada área funcional.
tes", define o diretor geral. de ação baseia-se nos mesmos re- Além disso, o funcionário passou
sultados da pesquisa. a dispor de barbearia e de médi-
Expectativas identificadas — A O procedimento adotado pa- co de plantão, além de refeitório
base da gestão da Masterbus es- ra ouvir os usuários foi repetido e de serviço de assistência social.
tá no público que exige a qualida- para os outros públicos. A pes- A pesquisa final, com a iden-
de do serviço: usuário, funcioná- quisa feita com os funcionários tificação de todos os pontos crí-
rio da empresa, acionista, poder da empresa (foram ouvidos 292 ticos e com a comparação com
concedente e, por fim, a comuni- pessoas de um universo de I 600) os outros serviços, foi utilizada,
dade em geral. Esses cinco partici- culminou na elaboração de um a seguir, para um debate de qua-
pantes do sistema de transporte manual de RH e de qualidade pe- lidade junto ao poder conceden-
foram ouvidos,e passaram,então, lo Comitê de Qualidade, uma es- te. "Percebemos que a rediscus-
a definir suas expectativas para pécie de congregação de todos são de algumas linhas teria um
que a empresa iniciasse um pla- os 'padrinhos'. Dentre as expecta- forte respaldo nesse trabalho",

36 TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994


r w
4I
4I
Ir I

A frota nova, Ainda se acham em estudos


encarroçada pela projetos para a adoção do Mas-
Ciferal: segundo
terbônus, espécie de premiação
Daibert, a boa
tarifária concedida a usuários ca-
imagem requerida
pelo usuário e pelo
tivos, como aquela que as empre-
poder concedente sas aéreas oferecem; do cartão
de fidelidade e do Mastersurpre-
sa, promoção de sorteios duran-
te as viagens.
Com base numa pesquisa aca-
dêmica, a direção da Masterbus
tomou conhecimento de que um
afirm Daibert. E foi o que ocor- passageiro que utiliza ônibus du-
reu, para surpresa e aprovação rante duas horas diárias chega a
da CMTC. passar, ao longo de toda a sua
Agora, inúmeros planos ocu- vida, cerca de seis anos em viagem.
pam a rotina dos 'padrinhos' da "Estudamos uma maneira de re-
qualidade. Dentre eles, a criação duzir a ociosidade desse passagei-
do Masterdicas, informativo de- ro durante as viagens", conta
senvolvido pelo setor de Comuni- Daibert,sem revelar maiores deta-
cação Social da empresa, dirigi- lhes sobre o projeto.
do aos usuários e que deverá, Além disso, a Masterbus tem
em breve, ser distribuído nos ôni- Ônibus da cidadania — Parte in- colaborado na Campanha pela
bus. Além disso, passará a funcio- tegrante do programa de qualida- Cidadania e contra a Fome, con-
nar a recém-instalada central de de da empresa foi a aquisição duzida pelo sociólogo Herbert
atendimento,totalmente informa- dos ônibus, em sua grande maio- de Souza, o Betinho, com quem
tizada, e que responderá a todas ria com o chassi Ciferal, em plata- mantém contato para a criação
as reclamações diretamente na re- formas Mercedes-Benz, Scania, do 'Ônibus da Cidadania', que
sidência do reclamante. Volvo e, sobretudo, Volkswagen. serviria como um fórum ambulan-
te onde seriam discutidos proble-
mas como, por exemplo, a discri-
subcomitê representantes do Sindi- minação às minorias, em especial
CNT cria primeira peças, da Seção III da CNT, do aos deficientes físicos nos servi-
Subcomissão de Denatran e da ABTL
ços públicos.
Na ocasião, também esteve pre-
Qualidade sente a coordenadora do Progra- 'Rido isso, entretanto, aconte-
ma Especial de Gestão de Quali- ce diante de um cenário recente
Desde 19 de abril estáfuncionan- dade, Eliana Cardoso Emediato, de privatização, que, segundo
do o Subcomitê de P.ansporte Ter- do Ministério da Ciência e Tecno- Daibert, ainda carece de ajustes
restre de Passageiros, primeiro bra- logia, que discursou sobre as três técnicos, principalmente no que
ço do Subprograma Setorial de Qua- linhas de financiamento de que o diz respeito ao modelo de remune-
lidade e Produtividade do Transpor- governo federal dispõe para incen- ração. Hoje, as empresas não re-
te, criado pela CNT. Segundo o pre- tivar programas de qualidade e de cebem por passageiro transporta-
sidente da entidade, Clésio Soares produtividade. Tratam-se do PEGQ do, mas dividem o bolo arrecada-
de Andrade, até agosto próximo es- — Programa Especial de Gestão
tarão operando mais quatro subco- da Qualidade, voltado para o fi-
do em sua proporção participati-
mitês, na proporção de um por mês: nanciamento de capacitação de con- va. Com a disseminação do que
de cargas, ferroviário, aquaviário sultoria e com recursos do Ban- chama de 'cultura da qualidade',
e de intermodalidade. Para coorde- co Mundial, do RHAE — Recur- a Masterbus espera que o poder
nar o subcomitê de passageiros,foi sos Humanos para Áreas Estraté- concedente absorva essa nova cul-
eleito Pedro Paulo da Silva Fonse- gicas, que garante cotas de bol- tura, inclusive para readaptar seu
ca, da Rodonal, que terá as tare- sas de estudos da CNPq, e do sistema de remuneração. Somen-
fas de definir um plano de diagnós- LAQP — Linha de Apoio para Ges- te dessa maneira ela conseguirá
tico do modal e de elaborar metas tão de Qualidade, um emprésti- cumprir o quinto princípio estabe-
a serem cumpridas até dezembro mo em condições especiais com re- lecido desde a sua criação: a lu-
próximo. A expectativa é a de que, cursos do Finep. A subcomissão
cratividade, precedida pela quali-
já no princípio de 1995, os primei- de passageiros irá considerar as
ros projetos de qualidade possam três opções de crédito durante a dade, pela inovação, pela transpa-
ser implantados de maneira global elaboração de suas metas para o rência e pela participação.
no setor. Também participam do próximo ano.
Walter de Sousa

TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994 37


SEGURANÇA

Equipamentos de segurança são


incorporados pela Ciferal
porforça de legislação e agradam
a empresas de outros estados

Rio estabelece das portas deve conter dispositi-


vo capaz de impedir a aceleração

normas municipais do veículo quando quaisquer das


portas de serviço estiverem aber-
tas, bem como,também, de impe-
dir a abertura das mesmas com
o veículo em movimento."
•Um incêndio de dimensões te- com sugestões vindas dos sindica-
nebrosas num ônibus urbano ca- tos de operadores e de usuários", Asas abertas — Se uma norma
rioca, ocorrido no segundo semes- relembra Pedro Costa, do Sindica- tão específica foi incluída no de-
tre do ano passado, foi decisivo to das Empresas de Transporte creto, é claro que a comissão que
para que a SMTU — Secretaria de Passageiros do Rio de Janeiro. ajudou a elaborá-lo possuia co-
Municipal de Transportes Urba- Dentre as novas normas, está a nhecimento desse sistema, dispo-
nos, do Rio de Janeiro, resolves- obrigatoriedade de os ônibus no- nível no mercado em três versões,
se estabelecer uma série de nor- vos saírem das linhas de produção de três diferentes fabricantes. A
mas de segurança para o setor. com o mínimo de duas janelas de Ciferal, que também participou
Vigorando desde o dia 1? de abril, emergência na mesma lateral das da comissão junto à SMTU, já
o decreto municipal n? 12 713 portas de serviço, além de outras equipa em sua linha de produção
vai,ainda mais além: chega a de- três no lado oposto. Os microôni- os novos urbanos com o sistema
finir normas de segurança até bus, deverão ter uma janela de de segurança.
mesmo para os veículos rodoviá- emergência em cada lateral. "Desde há dez anos, tínhamos
rios e de fretamento, de modo a Outra norma regulariza tecnica- um sistema que impedia o fecha-
evitar os fatores agravantes que mente as portas de serviço. Para mento das portas; no entanto, ele
levaram a vida de alguns usuá- os veículos de duas portas, especi- estava ultrapassado", conta Nel-
rios durante o referido acidente: fica-se que a porta traseira deve son Lopes, chefe do setor de En-
falta de portas e de janelas de se localizar o mais perto possível genharia e Desenvolvimento da
emergência para rápida evasão do eixo anterior, ao passo que encarroçadora. Como a política
dos passageiros e assentos fabri- para os veículos com três portas, da Ciferal tem sido a de horizon-
cados com material altamente in- a central deverá estar no entreei- talizar sua produção, ela se dirigiu
flamável, e que se torna tóxico xo, também o mais perto possí- ao mercado à procura de empresas'
durante a queima. vel do centro do veículo. Os arti- que fabricassem o equipamento. A
Com a participação de técni- culados, por sua vez, não podem FRT — Tecnologia Eletrônica
cos ligados às operadoras de trans- ter menos de três portas. O decre- Ltda., fabricante do Tacomax, é
porte e aos fabricantes de ônibus, to chega até mesmo a estipular um dos três fornecedores da Cife-
o decreto foi elaborado de mo- que as portas devem ter um vão ral. Ela desenvolveu o Anjo Da-
do a cobrir todas as possíveis livre de 1,10 m de largura e 1,90 guarda, sistema elétrico que, dian-
falhas técnicas que possibilitassem m de altura. Porém, é no Pará- te da abertura das portas de servi-
a falta de segurança na operação grafo Único do seu Artigo 36 que ço do ônibus, desarma o acelera-
de veículos urbanos. "A comis- se encontra, talvez, uma perfeita dor. "A vantagem desse produto
são formada para elaborar esse novidade em termos de seguran- é que ele atua eletricamente no sis-
regulamento contou até mesmo ça: "O mecanismo de abertura tema pneumático das portas, evi-

38 TRANSPORTE MODERNO- Maio, 1994


"Estamos testando, desde há
um mês, o dispositivo em dois
veículos, e já aguardamos outros
trinta que deverão sair de fábri-
ca com o equipamento", conta,
satisfeito, José Eleutério dos San-
tos, encarregado de Manutenção
da empresa Amigos Unidos, que
opera o sistema urbano da cida-
de do Rio de Janeiro. A empre-
sa deverá equipar gradativamen-
te toda a sua frota de mais de
350 ônibus, com o novo sistema.

Assento poroso — A produção


da Ciferal de ônibus urbanos com
essas especificações, além de in-
tando problemas de manutenção", O Ciferal urbano sai da fábrica cluir a adoção do sistema Anjo
com as portas de emergência
explica Cláudio Cardoso, da FRT. Daguarda, procura satisfazer a
exigidas pelo decreto carioca
Aperfeiçoado antes da elabora- demanda carioca, embora a encar-
ção do decreto carioca, o Anjo roçadora também possa atender
Daguarda funciona a partir de que é possível instalar no mes- a solicitações de outras operado-
sensores acoplados às portas de mo equipamento um pequeno sis- ras. No entanto, um caso que aca-
serviço e à caixa de marcha do tema que impede a saída do veícu- bou sendo padronizado no mode-
veículo. Este último sensor desti- lo em segunda marcha, prática lo urbano Ciferal é o dos bancos
na-se a detectar a rotação do mo- comum entre os motoristas. Com em polipropileno, resina que subs-
tor. Quando esta alcança 2 300 esse equipamento,é possível redu- titui a tradicional fibra de vidro,
rpm, e alguma porta encontra-se zir sensivelmente o consumo de utilizada desde há anos na fabrica-
aberta, a aceleração é desarma- dísel e o desgaste de componen- ção de assentos para veículos ur-
da. Além disso, Cardoso afirma tes da transmissão. banos. Fabricado pela Hidroplás
com polipropileno da PPH, o no-
vo assento evita, em caso de aci-
Estudo da MBB colisão entre um ônibus monoblo- dentes, a formação de superfícies
co e um cavalo-mecânico.
pontiagudas que colocam em ris-
recomenda uso de O estudo identificou que, no aci-
co a integridade física dos passa-
dente de 9/10/92 (veja TM 353), o
cintos fator agravante, responsável pela geiros. O polipropileno é uma re-
morte de vários passageiros, foi a sina auto-extingüível; isto signifi-
A partir da análise de quatro gra- ineficiência da ancoragem dos assen- ca que, quando incendiada, ela é
ves acidentes que, juntos, ceifaram tos do ônibus. A avaliação técnica consumida mais rapidamente, e
mais de cem vidas, uma equipe de revelou que foram quatro os fato- evita a formação de gases tóxi-
Engenharia Experimental da Merce- res preponderantes: geometria do cos. Além disso, sua superfície
des-Benz do Brasil concluiu que é trilho defixação ineficiente(sem re- porosa e antideslizante proporcio-
necessário desenvolver estruturas sistência); área de contato da trava na maior conforto ao usuário.
resistentes, e capazes de absorver do parafuso de fixação muito pe-
Segundo Lopes, a novidade
impacto, nos bancos dos ônibus ro- quena; possível falha de monta-
doviários, além de adotar cintos gem, uma vez que alguns parafusos- também está servindo de parâme-
de segurança para o motorista e os trava não se encontravam na posi- tro para padrões de qualidade exi-
passageiros das primeiras filas de ção de travamento; e inadequabili- gidos em processos de privatiza-
bancos dos mesmos veículos. O tra- dade do material com que o trilho ção, como, por exemplo, o que
balho é assinado por Marcus Roma- foifabricado (alumínio). ocorreu em São Paulo com a
ro, Helcio Onusic e Gerd Fiehl, que Embora a equipe concordassse CMTC. A prefeitura paulistana
analisaram os seguintes acidentes: com a publicação dos resultados passou a exigir das novas operado-
1) Curitiba, em 9/10/92, queda de do trabalho, que foi apresentado ras a adoção dos bancos em poli-
um ônibus numa ribanceira; 2) Ju- no Seminário de Segurança Veicular propileno, o que rendeu à Ciferal
quitiba, em 10/06/93, colisão entre da AEA — Associação Brasileira
uma venda total de quatrocentos
um ônibus e um caminhão-baú; 3) de Engenharia Automotiva, no dia
Juquitiba, em 21/02/93, colisão en- 7 de abril, a montadora não consi- veículos somente no primeiro tri-
tre um ônibus e um cavalo-mecâni- derou oportuno comentar, no mo- mestre de 1994.
co;e 4)Guaratinguetá, em 16/07/93, mento, a respeito do assunto.
Walter de Sousa

TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994 39


Metrô de Brasília começa a Inversor Prowatt para
operar parcialmente ônibus rodoviário
Fabricado pela Statpo- do equipamento é feita pe-
wer, do Canadá, chega ao la bateria, sem gerador. O
mercado nacional o inver- inversor permite 12 watts
sor Prowatt, totalmente si- ou 24 watts de entrada, cus-
lencioso e com o peso total tando ao consumidor o equi-
de 0,5 kg, ou seja, um ter- valente a US$ 280.
ço a menos que o dos simila- Podendo ser encontrado
res nacionais. Próprio para em quatro diferentes mode-
alimentar aparelhos de TV los, o inversor Statpower,
e de vídeo, freezer e siste- ligado a um conjunto de ba-
ma sonoro de ônibus rodo- terias estacionárias, também
viários, o Statpower tem permite a realização de um
um custo por quilowatt 30% no break para iluminação
menor, conforme informa- de emergência. Mais infor-
ções da MBT, importadora mações poderão ser obtidas
do produto. A alimentação pelo telefone (011) 459-3756.

Os trens circulam só nos 20 km do trecho Plano Piloto-Samambaia MBB introduz técnica de


Mesmo sob uma trovoa- do projeto, que inclui os pultrusão para novos perfis
da de acusações por parte da primeiros nove quilômetros.
Comissão Parlamentar de Agora, ficam faltando ou- A Mércedes-Benz do Bra- A pultrusão garante altas
Inquérito que investiga o tros vinte quilômetros, que sil, em parceria com a Owens propriedades mecânicas dos
escândalo do Orçamento, o o GDF — Governo do Dis- Corning, está introduzindo perfis, maior resistência à
governador do Distrito Fede- trito Federal espera concluir em sua linha de ônibus no- corrosão e boa estabilidade
ral, Joaquim Roriz, decidiu até dezembro deste ano. vos perfis plásticos fabrica- dimensional e, devido à au-
manter sua palavra e colo- Por enquanto, as viagens dos a partir da técnica de sência de absorção da umi-
car em operação o metrô são gratuitas e programadas, pultrusão, utilizada pela in- dade, o material tem baixo
de Brasília dentro do prazo como forma de treinar ope- dústria norte-americana coeficiente de dilatação.
previsto: o dia 27 de abril, radores, funcionários da Morrison Molder Fiber
quase uma semana depois companhia e usuários. O Glass, que recebeu a visita
de a capital federal comemo- metrô de Brasília estende- de técnicos brasileiros para
rar seus 34 anos. No entan- se até a cidade satélite de a absorção de know-how.
to, o fato não ocorre de Ceilândia e deverá consumir Esses perfis são fabricados
maneira definitiva. Foi inau- US$ 690 milhões, orçamen- com base na resina poliés-
gurado somente o primeiro to previsto desde a elabora- ter e reforçados com fibra
trecho, que encerra vinte ção do projeto. Entretanto, de vidro, o que os torna
quilômetros de extensão, en- isso não impediu que Roriz mais leves que os convencio-
tre o Parkshopping, região fosse barrado por uma limi- nais, e possibilita, assim,
central do Plano Piloto, e nar proibindo-o de usar o um bom acabamento de su-
a cidade satélite de Samam- dinheiro arrecadado com o perfície dos canais de ar e
baia. Dessa forma,está fina- IPTU para saldar as dívidas dos porta-pacotes dos ôni-
lizada a parte subterrânea da construção do metrô. bus rodoviários. Pultrusão: perfis mais leves

.•■■••••■ CATRACA
•O Setpec — Sindicato das comemora a emissão média • De olho no centenário de recebeu apoio da Câmara
Empresas de P-ansporte de mensal de 14 milhões de Belo Horizonte, a BHTrans Municipal, quepropôs a criação
Passageiros do Ceará, vales. Para atender a quase está editando o BH-Bus 97, de três terminais centrais e de
responsável pela venda de 300 mil usuários por mês, o projeto de remanejamento de outros 27pequenos, que seriam
vales-transporte nesse estado Setpec acaba de informatizar linhas e de adoção de integração interligados com ônibus
desde outubro de 1987, todo o serviço. metrô-ônibus. A iniciativa articulados e biarticulados.

40 TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994


Se você procura potência, desempenho
e segurança, não perca este ônibus.

O novo ônibus rodoviário Volvo litros com 400 cv (o mais poten- produtividade e segurança da
te do mercado), o que represen- viagem. Além disso, o novo
B12 chegou trazendo o que há de ta mais torque nas subidas, ul- Volvo B12 possui suspensão a ar
trapassagens mais seguras e e pode vir equipado com freio
mais avançado em matéria de maior velocidade média, encur- ABS como opcional de fábrica,
tando o tempo de viagem. para aumentar ainda mais a
conforto, segurança e desempe- Outra novidade é a caixa de segurança. E como todo veículo
mudança com "easy shift", que Volvo, ele roda mais e fica mais
nho no transporte de passageiros.
possui o curso da alavanca tempo disponível para o traba-
curto, diminuindo o esforço do lho, assegurando toda a lucrativi-
motorista e proporcionando dade que a sua empresa precisa.
O Volvo B12 está chegando ao engates mais rápidos e suaves, Vá até o concessionário mais
Brasil, trazendo em sua baga- como os modernos automóveis próximo conhecer o novo Volvo
gem uma avançada tecnologia de passeio. Tudo isso significa B12. Um ônibus de viagem tão
em transporte de passageiros. melhores condições de trabalho potente, que vai ultrapassar
Ele possui motor traseiro de 12 para o motorista, aumentando a todas as suas expectativas.

AV
VOLVO DO BRASIL VEÍCULOS LTDA.
USCELINO KUBITSCHEK DE OLIVEIRA,2,600- CIC - 81260-000 - Tel.(041)271-8111 - CURMBA - PARANÁ- BRASIL VOLVO
CMTC transfere escolas e Encontro bilateralpara Mercosul
museu a Sest/Senat decide criação de novas linhas
A última reunião do Sub- Dentre as questões de-
grupo de Trabalho n? 5, re- batidas durante a reunião
alizada em Assunção, no estavam as propostas apre-
Paraguai, no mês de mar- sentadas pelo governo do
ço, para discutir problemas Paraguai sobre a criação
do Mercosul, serviu de pal- de novas linhas internacio-
co para a XIII Reunião Bila- nais de passageiros entre
teral do Organismo de Apli- os dois países: linha inter-
cação do Convênio sobre o nacional urbana entre Pedro
Transporte Internacional Juan Caballero e Ponta Po-
Terrestre entre Brasil e Para- rã, sobre cuja implantação
guai. A delegação brasilei- já foi firmado um acordo;
ra que participou do encon- e linha rodoviária Encar-
tro foi chefiada por Silvio nacion—São Paulo, que
Caracas de Moura Junior, aguarda estudos técnicos ca-
diretor do DTR — Departa- pazes de decidir sobre a via-
mento de Transportes Rodo- bilidade de sua implantação.
viários, e contou com a par- Outra linha que se declarou
ticipação de Antônio Cândi- ser necessária é a ligação
Assinatura do convênio: Panzan e Hanashiro selam transferência
do Fernandes, empresário urbana entre Salto del Gua-
de transporte, que represen- íra e Guaíra.
Dentro do plano de priva- de Treinamento e Desenvol- tou na ocasião a NTR.
tização da CMTC, foram vimento dos Transportes de
transferidas, em regime de São Paulo, no Tatuapé, e a
comodato por cinqüenta
anos, as instalações de duas
Escola de Aprendizagem
em Transporte, no bairro
Transbrasil inaugura novo
escolas, um museu e uma do Pari, completam a lista. serviço em Guarulhos
biblioteca para a regional Na opinião do presiden-
São Paulo do Sest/Senat. te da CNT,Clésio de Andra- A recente reforma do ae- sos, de crianças e de deficien-
Com isso, a regional paulis- de, o acervo da CMTC ser- roporto de Guarulhos, em tes físicos. Outra novidade
ta é a primeira a ter um Cen- virá de modelo para os de- São Paulo, possibilitou a im- da Transbrasil é o atendi-
tro Assistencial e Profissio- mais Centros Integrados plantação, pela Transbrasil, mento externo, em que o
nal Integrado dos Trabalha- do Sest/Senat em todo o de serviços personalizados passageiro recebe seu cartão
dores em Transporte. Dentre país. Participaram da assina- aos seus passageiros. Os bal- de embarque num balcão
as instalações transferidas tura do convênio o presiden- cões destinados ao check- especial, no instante em que
está o Museu dos Transpor- te do Conselho Regional/SP in, agora em número de de- retira sua bagagem do car-
tes Caetano Ferolla, localiza- das entidades, Adalberto zoito, estão distribuídos nu- ro, sem a necessidade de se
do na avenida Cruzeiro do Pazan, o diretor da CMTC, ma área de 1 052 m2. Foi dirigir ao balcão interno.
Sul,em São Paulo, que abri- Newton L. Faria, e o Secre- instalada ainda uma sala es- Esse novo serviço é válido
ga modelos antigos de ôni- tário Municipal dos Trans- pecial para o atendimento tanto para vôos domésticos
bus da CMTC. O Centro portes, Getúlio Hanashiro. de mulheres grávidas, de ido- como para internacionais.

CATRACA
•Está previsto para abril de •Acontecerá, entre os dias
1995 o primeiro vôo do 15 e 17 de junho, em Vitória
EMB-145(foto),fabricado pela (ES), o "Encontro Nacional
Embraer. Trata-se de um dos Transportadores
birreator especial para vôos Rodoviários de Passageiros",
regionais, propulsionado por promovido pela NTR e
Foto: Divulgação

dois motores Allison AE3007A, com apoio do Setpes —


e com capacidade para Sindicato das Empresas de
cinqüenta passageiros. A Transporte de Passageiros
Embraer garante que tem 136 do Estado do Espirito Santo
intenções de compra anotadas. e da CNT.

42 TRANSPORTE MODERNO - Maio, 1994


Para provar no dia-a-dia a economia,
o desempenho e a qualidade,
a Shell foi longe com
Rimula Super MV.
SEfl AIAOO

IAAflLIA

INMETRO, Rio de
Janeiro: daqui, onde
o óleo foi colocado,
a caravana parte, Brasília: a caravana
com plena carga, cruza o Planalto
para seu duríssimo Central, uma das
desafio. regiões mais quentes
e secas do país.

4i• AEROPORTO
4e NATAL
PARNANIRIN INR>
JOLO PESSOA •
000 EM
Maranhão: imensas IMPERATRIZ -2k
distâncias entre as Rio Grande do
cidades exigem um Norte: a região, com
esforço extremo e seu calor intenso, é
ininterrupto dos — um teste rigoroso
motores. para o óleo.

Rio Grande do Sul:


a caravana chega à
região das grandes
plantações, onde
vence o teste das
mais baixas
temperaturas.

Paraná: passando
pelas cataratas de
Foz do Iguaçu e por
ltaipu. Após 75 dias
e 25.127 quilômetros,
o retorno ao ponto
de partida. Missão
cumprida para
Rimula Super MV.

Rimula Super MV é o óleo supermultiviscoso para motores a diesel da Shell.


E a Shell não tomou nenhum atalho para provar sua economia,
desempenho e qualidade.
Uma frota de caminhões e ônibus preparados com carga plena enfrentou uma
verdadeira maratona por estradas brasileiras.
Foram 25.127 quilômetros rodados sem troca, sob as mais extremas temperaturas
e as mais duras condições.
E todo o percurso teve a rigorosa fiscalização do INMETRO - Instituto Nacional de
Metrologia e Normalização Industrial e o acompanhamento total dos técnicos da Shell.
O resultado: um campeão das estradas. Um supermultiviscoso pronto para
enfrentar com você qualquer desafio.
O superóleo do seu dia-a-dia.

Conteúdo 20 litros

Sh eil LÍDER MUNDIAL

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