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PUBLICAÇÃO MENSAL - N? 342 - SETEMBRO/OUTUBRO 1992 - Cr$ 29 000,00

rnye TM Ltd.

4$144‘17

4 000 D,
o novo leve

SALÃO DO AUTOMÓVEL MERCOSUL


Nos tempos de hoje, os avanços•tecnológicos industriais
A têm como premissa principal atingir, além da otimização
do desempenho,o máximo retorno econômico.
Não se compreendem mais projetos que,embora avançados
Atecnologicamente,sejam anti-
MEDID econõmicos. O desenvolvimento
dos produtos Scania sempre se pautou pelos princípios
agora tidos como indispensáveis. Embora possuindo a mais
SENSAVA avançada e rentável linha de
In caminhões pesados a Scania
prioriza ainda mais o lado econômico e equipa seus
caminhões 93com novos motores, de melhor desempenho e
.2 baixo custo operacional. E,também,com menores
D índices de emissão de poluentes,atendendo às mais
rígidas normas internacionais. Conheça todos seus detalhes
po Concessionário Scania. E verá que com um Scania, você
TEcNoLorjr A seguramente atinge
Ull.Jni• a med da sensata
de caminhão:tecnologia superior, desempenho a baixo
REDAÇÃO

Editor
Neuto Gonçalves dos Reis
Redatora-Chefe
Valdir dos Santos
Redator Principal
trafigififir
Ano 30 - n° 342 - Setembro/Outubro de 1992
Gilberto Penha de Araújo
Redatores ISSN n? 0103-1058 - Cr$ 29 000,00
Carmen Ligia Torres
Colunista

SUMARIO
José Luiz Viti, do Carmo
Fotógrafo
Paulo Igarashi
Chefe de Arte
Alexandre Henrique Batista
Assistente de ArtelProdução
Lacy Midon Tanaka
Jornalista Responsável
Nauta Gonçalves dos Reis IMTh 8 5381 1A Padrão de desempenho já tem nome
Impressão e Acabamento
Cia. Lithographica Ypiranga
BENCHMARKING ". Meta é atingir marcas de empresas eficientes
Rua Cadete, 209
Fone. 10111 825-3255 - São Paulo.SP
Veículo do futuro reduz congestionamento
DEPARTAMENTO TÉCNICO MODERNIZAÇÃO 16 Projeto anuncia caminhão integrado a contêiner
Gerente
Economista Jorge Miguel das Santos
Assistente Faróis acesos de dia reduzem acidentes
10,
Eng Antonio Lauro V. Neto SEGURANÇA " Medida contribuiu com 44% na Souza Cruz
DEPARTAMENTO COMERCIAL

Diretor n Fim do cartel do transporte internacional


Ryniti lgarashi MERCOSUL 2
" Mais de cem empresas disputam a carga rodoviária
Gerente
Marcos Antonio B. Manhanelli
Representantes
Carlos A. R. Criscuolo, Viro Cardaci Neto
INTERNACIONAL
2= Trem vai levitar sobre trilhos na Alemanha
Representantes
`•• A 400 km/h, o Transrapid ligará Hamburgo a Berlim
Paraná e Santa Catarina
Spala Marketing e Representações
20 Quatro dias para embarcar dois portêineres
Gilberto A. Paulin
Rua Conselheiro Laurindo, 825 - conjunto 704
LOGÍSTICA " Bardella exporta e mostra sofisticação no transporte
CEP 80060 100 - Fone 10411 222-1766
Curitiba-PH
Rio Grande do Sul
CasaGrande Representações
SALAO DO AUTOMOVEL
Ivan° CasaGrande
Rua Gonçalves Ledo, 118
Fones: 10511 224 9/49 / 224-5855 ABERTURA
3, Poucas novidades entre veículos comerciais
90610-250 - Porto Alegre-RS
a Mostra reflete a queda do mercado de caminhões

DEPTO. ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO
AGRALE
3.„ Montadora gaúcha entra no mercado das 4 t
Gerente Caminhão 4 000 D tem até mola parabólica
Morim 01

DEPARTAMENTO DE CIRCULAÇÃO ,, Cabinas simplificadas para reduzir custo


Gerente
MERCEDES-BENZ 3
" Menos sofisticação atende gosto de frotistas
Cláudio Alves de Oliveira
Distribuição
LOBRA - Mala firma, Informática e Distribuição Ltda.
Assinaturas Motores de menor consumo e baixa emissão
Anual idoze edicões1 Cr$ 312 000,00
SCAN IA " A fábrica garante DSC 11 com mais potência e torque
Pedidos com cheque ou vale postal
em favor da Editora TM Ltda.
Exemplar avulso Cr$ 29 000,00. Em
estoque apenas as últimas edições.
Dispensada de emissão de documentação fiscal, conforme
TRANSLOR 30
"P
Cegonha dimensionda para atender Mercosul
Modelo transporta automóveis de perfil baixo
R.E. Proc. NT. 1 n° 14 498/85 de 06/12/85.

Circulação: 1/000 exemplares


Registrado no 2° Ofício de Registro de Titulas e
Leia em TRANSPORTE MODERNO - PASSAGEIROS
Documentos sob n" 705 em 23/03/1963; última averbação
n" 26 394 em 20/07/1988. Quinta geração de carroçarias rodoviárias
As opiniões dos artigos assinados e dos entrevistados não são
necessariamente as mesmas de Transporte Moderno.
MARCOPOLO 41 A quinta versão traz diversas inovações
Uma publicação de
1
A Novo motor e três versões urbanas
4 /Editora TM Ltda.
Rua Vieira Fazenda, 72
MERCEDES-BENZ 4-I'
[
Rodoviários com motor 400 e urbanos mais longos
CEP 0407030 • Vila Manana - São Paulo - SP
Fone. 575-1304 (Linha seqüencial) Ford e Volkswagen lançam chassis urbanos
Fax (011) 571-5860 AUTOLATINA 46 As duas marcas prometem brigar por espaço
Telex (011) 35247
C.G.C. 53 995 544/0001-05
Inscrição Estadual n° 111 168 673 117 Montadoras e encarroçadora fazem melhorias
MAIS NOVIDADES 47 Scania, Volvo, Mafersa e Nielson atualizam produtos

IVL Inefilulo
Verificador
Filiada à ANATEC o à AREMD
SEÇÕES
Cartas - 4 Neuto Escreve - 5 Atualidades - 6 Rumos e
Rumores - 30 Produtos - 39 Última Parada - 49
de Cilzulaçao Circula em Novembro/1992 Capa: Foto Paulo Igarash,
Ford diz que a linha F é ma de direção com trama de aço e las (capuz basculável, modificações
'totalmente nova' terminais reutilizáveis. na suspensão e na direção, radiador
Deve-se prestar especial atenção ao selado, nova caixa de direção, nova
Agradecemos pela reportagem, novo sistema de freios com duplo cir- embreagem e nova caixa do F-4000)
veiculada na edição de junho de 92, cuito no F-4000, que visa promover foi citada na reportagem. Pode-se
que marcou o lançamento da nova maior segurança. Recebeu também o até ter omitido uma ou outra, mas
linha F. Gostaríamos, entretanto, de novo auxiliar a vácuo ISOVAC,e vál- apenas por limitação de espaço. Re-
tecer alguns comentários importantes. vula proporcionadora do freio traseiro. gistre-se também um equívoco quan-
O enfoque básico da reportagem O trem de força de todos os mo- to à caixa de câmbio dos médios. Ba-
faz referência à linha F como se ela delos da linha F apresenta grandes seada em informação escrita que o
fosse basicamente igual ao modelo novidades: próprio Departamento de Comunica-
anterior, tendo como principal altera- Elo sistema de acionamento da redu- ção da Fordforneceu a TM,esta afir-
ção uma nova cabina. Na realidade, zida, nos modelos equipados com ei- mou que a Earon FS-4005-A seria .
a nova linha F é constituída de veícu- xo traseiro de dupla velocidade, pas- substituída pela ZF-8095, o que aca-
los totalmente novos, do pára-cho- sou de mecânico para eletropneumá- bou não ocorrendo.
que dianteiro à lanterna traseira. tico, objetivando-se, com isso, maior O Sr. Barata confirma que o mo-
A cabina dos pesados (F-12000/ eficiência e maior redução de esforços; tor dos caminhões e a caixa dos mé-
14000 1-1D), além do novo estilo, Ela embreagem, em todos os mode- dios permaneceram os mesmos. Por-
possui o capuz do motor totalmen- los, também é nova; o platô é agora tanto, apesar das indiscutíveis e natu-
te basculável e feito em resina refor- do tipo diafragma (chapéu chinês); rais inovações, TM só pode atribuir
çada com fibra de vidro (RTM). As e, além disso, o F-4000 ganhou um a afirmação segundo a qual a nova
extensões laterais são também em disco de maior diâmetro (305 mm, linha F é constituída de veículos to-
RTM e diversos painéis, tais como contra 279 mm do anterior); talmente novos, do pára-choque dian-
os do assoalho, das portas e do Elo F-4000 passa a utilizar a caixa teiro à lanterna traseira, ao justificá-
teto, são em chapa galvanizada, obje- de mudanças CL-2615, que apresen- vel zelo do missivista pela imagem
tivando-se, com isso, a obtenção de ta características de maior durabilida- do produto. E também não vê nada
maior durabilidade, maior facili- de, maior suavidade nos engates e re- de errado no fato de ter destacado a
dade de manutenção e redução do dução do ruído; cabina como a principal e mais evi-
custo operacional. LI quanto aos motores, embora per- dente modificação da linha F.
O painel dos instrumentos, e os maneçam sendo os MWM, tiveram
painéis das portas, dos bancos e do um aumento de potência de cerca Costa divide
sistema de ventilação também são de 4 cv pesados, em conseqüência indicação com equipe
novos. É a completa remodelação da utilização da embreagem viscosa
da linha F, e ela não pára por aí: o introduzida nesses novos modelos; Recebi, com o orgulho e a satisfa-
chassi dos pesados é totalmente no- Lilalém disso, os motores passam a ção de quem vê reconhecido o dever
vo, com longarinas retas, sem rebites ter um aliado adicional, o sistema cumprido, a comunicação sobre o re-
ou elementos de fixação, para facili- de arrefecimento: o F-4000, com ra- sultado da eleição do 'Homem do
tar o beneficiamento. Também foram diador selado e reservatório de com- Transporte 1992', promovida por TM.
utilizados materiais de maior capaci- pensação, e os pesados, com siste- Quero aproveitar a oportunidade
dade (LNE-38 e LNE-50), o que per- ma pressurizado de desaeração cons- para dividir a honra da indicação com
mitiu um ganho na capacidade de tante e reservatório de expansão; tu- os meus companheiros de diretoria,
carga dos veículos. do isso completado pelos novos radia- com os empresários do setor rodoviá-
A suspensão e a direção também dores, do tipo tupo x convolução, e rio de passageiros e do setor de cargas,
foram modificadas. A suspensão dian- pelo novo diâmetro de 559 mm do com os dos setores ferroviário e agua-
teira utiliza molas com maior curso, ventilador dos pesados; viário, com os das lideranças dos trans-
redutores de atrito entre as lâminas El para completar, os modelos F-12000 portadores autônomos e, em especial,
e jumeio traseiro, e a suspensão tra- e F-14000 HD tiveram suas capaci- com a equipe da CNT, a cuja compe-
seira ganhou novos suportes, gram- dades de carga aumentadas em 800 tência e apoio irrestritos credito o su-
pos, placas de molas e feixe de mo- kg e 500 kg, respectivamente, pro- cesso do meu trabaffib em prol do
las auxiliar parabólico. piciando maior lucratividade e maior nosso setor, agora valorizado pela
A nova caixa de direção é a ZF durabilidade. conquista de tão importante título.
8095, com redução variável e vál- Quero,ainda, parabenizar a Edito-
vula limitadora incorporada. A bom- FERNANDO B. P. PINTO ra TM, através de seu editor e de sua
ba hidráulica foi acoplada ao com- Autolatina Brasil - Divisão Ford de Vendas & magnífica equipe, que, como sempre,
pressor de ar, eliminando polia, cor- Marketigg Caminhões primaram por converter esse evento
reia e suporte. Gerente Executivo no sucesso de sempre.
O F-4000 teve a suspensão diantei- São Paulo-SP
ra recalibrada e também ganhou no- THIERS FATTORI COSTA
va bomba hidráulica de maior eficiên- LIITM não contesta as inovações téc- CNT — Confederação Nacional do Transporte
cia. Tanto o F-4000 como os pesados nicas da linha F relacionadas pelo Presidente
usam mangueiras de pressão do siste- Sr. Barata. Tanto que a maioria de- Brasília-DF

4 TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992


to. Por isso, os técnicos costumam dizer que a
demanda no setor é 'derivada'e 'pouco elástica'.
Mesmo que o quisesse, dificilmente o con-
cessionário poderia tirar partido de qualquer
tipo de promoção ou de desconto, pois não
controla o preço cobrado. Além do mais, co-
mo a concorrência é limitada, não prevalecem
no setor, em sua totalidade, as leis do mercado.
No entanto, há também fatores que pesam
a favor do marketing no transporte público.
Trata-se de um serviço que, além de intangível,
é facilmente copiável. Portanto, só consegue
diferenciar-se dos seus concorrentes se lançar
mão de uma boa imagem.
Por isso, os especialistas garantem que o
conceito de marketing pode ser aplicado per-
feitamente em um ambiente difuso, mesmo sen-
do ele tão complicado como aquele no qual o
transporte público está envolvido. No entanto,
quem se ativesse a adotá-lo ao pé da letra fra-
cassaria redondamente. Os manuais também
[1 1ransporte ensinam que os serviços de natureza social, di-
rigidos ao grande público, requerem estraté-
gias mais cautelosas, atendimento mais abran-
público também gente, preços mais acessíveis e comunicação
mais bem controlada. Quanto aos serviços co-
merciais, destinados a atender necessidades
mais específicas de alguns segmentos, podem
tem mar , et)in_g utilizar exatamente as mesmas armas adotadas
para vender bens de consumo: comunicação
agressiva, segmentação, preços mais flexíveis,
serviços mais sofisticados, diversificação maior,
Desenvolvidas inicialmente para estimular margem de lucro mais ampla, e assim por diante.
as vendas de bens de consumo, asferramentas
do marketing têm sido sistematicamente negli- NECESSIDADES DOS USUÁRIOS
genciadas pelos técnicos e pelas operadoras
particulares de transporte público. A melhor No entanto, mesmo que a operadora só aten-
prova disso é a ausência de livros brasileiros da clientes cativos, não pode abrir mão dos ins-
sobre o assunto. Os raros artigos existentes trumentos de marketing. Afinal, o chamado
abordam, quase sempre, casos de empresas pú- composto mercadológico não se limita à comu-
blicas, como, por exemplo, a CBTU, a RFFSA nicação e à distribuição, mas começa bem an-
ou o Metrô de São Paulo. tes, nas próprias características do serviço pres-
Não faltam nem mesmo os que argumen- tado. Como ficou, mais uma vez, demonstra-
tam que os conceitos mercadológicos dificil- do na queda do presidente Collor, não há mar-
mente se aplicariam ao transporte coletivo. keting que consiga suportar um mau produto.
Afinal, se a essência do marketing consiste Embora nem sempre seja fácil uniformizar
em criar, conquistar e manter clientes satisfei- o nível do serviço, é indispensável definir e pre-
tos e lucrativos, ele teria pouca ou nenhuma servar um padrão de qualidade para a opera-
importância num setor onde os usuários são, ção. Para tanto, deve-se levar em conta não
quase sempre, cativos. só as normas do poder concedente mas, princi-
Além disso, há obstáculos adicionais. O palmente, as exigências do passageiro. A pri-
transporte não constitui um fim em si mesmo, meira delas é que seus desejos de se deslocar,
mas apenas um meio para atender a outras ne- especialmente até o local de trabalho e até a
cessidades, entre as quais as de trabalhar, de escola, sejam satisfatoriamente atendidos.
estudar, defazer compras, de visitar parentes e Além disso, o usuário espera não ter de andar
de se divertir. A freqüência com que se fazia muito a pé e nem ter de esperar muito pela
uso do transporte não irá aumentar simples- condução. Quer, ainda, viagens seguras, rápi-
mente porque este melhorou ouficou mais bara- das, e realizadas dentro dos horários programa-
dos e com relativo conforto. Tudo isto exige reta dos veículos e dos pontos de ônibus, a dis-
frota bem dimensionada (máximo de 7 passa- tribuição de roteiros, de horários, de mapas e
geiros em pé por metro quadrado) e veículos de guias, a orientação por meio de telefones
dotados de características aceitáveis (em bom de informações, e assim por diante, são recur-
estado e, de preferência, equipados com três sos que contribuem para melhorar o serviço.
portas e construídos com corredores largos). Além de anúncios em várias mídias, um as-
Pontos de parada bem sinalizados, se possível pecto importante para a construção da imagem
fechados, e junto aos quais tenham sido insta- da empresa é a utilização da própria decoração
lados abrigos e bancos, também contribuem (pintura) dafrota como instrumento de marke-
para melhorar o nível do serviço. ting. Essa decoração deve ser encomendada a
A prática mostra que os usuários cativos (o- profissionais experientes e sua conservação de-
perários e estudantes)são menos sensíveis à lo- ve merecer atenção constante.
tação do que os passageiros do entrepico (mu- A empresa também não pode se descuidar
lheres, crianças e velhos). de seu relacionamento com a comunidade.
Nas cidades médias, onde a zona central é Em São Paulo, por exemplo, o Metrô não se
o mais intenso pólo de atração de passageiros, preocupa somente com a necessidade de pres-
a construção de terminais centrais fechados é tar informações ao público, mas também com
indispensável para evitar transbordos e facili- a de treinar a população para utilizar suas ins-
tar as viagens bairro-a-bairro. Quanto às cida- talações, chegando até mesmo a abrir seus es-
des grandes, o transbordo, inclusive o intermo- paços para eventos culturais e cívicos.
dal, passa a ser perfeitamente aceitável. No seu dia-a-dia, a empresa também intera-
Para determinados segmentos do mercado, ge com associações de bairros, com o poder
as exigências dos passageiros poderão incluir concedente, com as entidades do próprio setor,
itens adicionais, como, por exemplo, ar condi- com sindicatos de empregados, com fornecedo-
cionado, decoração mais sofisticada, suspen- res e com a imprensa. Esta última, em particu-
são a ar, ônibus mais confortáveis e rotas diretas. lar, merece uma atenção especial. Além do de-
ver de informar, o empresário tem, igualmen-
PREÇO E COBRANÇA te, o direito de expressar sua opinião — direi-
to esse que muitos ainda mal exercem.
Uma característica essencial do serviço — Um dos resultados dessa política de portas
especialmente para os usuários de baixa ren- fechadas são os eventuais quebra-quebras —
da — é o preço. No entanto, o dilema entre quase sempre espontâneos — provocados por
preço e qualidade não chega a ser crucial. A mal-explicados aumentos de tarifas.
desvinculação entre a tarifa e a remuneração Também não se pode esquecer de que, co-
do operador (já feita em muitas cidades por mo concessionário de um serviço de interesse
quilômetro rodado), a criação do vale-trans- público, o empresário de ônibus tem uma res-
porte e a decisão de subsidiar o transporte pú- ponsabilidade social maior que o de qualquer
blico têm contribuído para amenizar a ques- outro tipo de empresa. Sua missão, por isso,
tão. Além disso, o passageiro está geralmente é tornar lucrativo para sua empresa tudo o
disposto a pagar um pouco mais por um servi- que seja genuinamente bom para o público.
ço melhor. Em São Paulo, por exemplo, o pre- Cabe-lhe, portanto, converter as exigências
ço fica apenas em quinto lugar entre os itens da sociedade em oportunidades para a empre-
mais importantes para os usuários do Metrô. sa. Reduzir a poluição (graças ao emprego de
A própriaforma de recebimento da passagem ônibus a gás), adotar veículos maiores e mais
pode contribuir para baixar o preço. Muitas ci- duráveis e lançar mão de dispositivos de se-
dades vendem o bilhete antecipadamente, com gurança, tais como a ABS, o retarder ou o ta-
desconto(Passe Fácil). A eliminação da presença cógrafo são os exemplos atuais mais marcan-
do cobrador também constitui uma rara oportu- tes desses desafios. Mais do que apenas aten-
nidade para reduzir a tarifa. A medida, no en- derem a reclamos da sociedade por um trans-
tanto, não podeser implantada bruscamente, pa- porte mais limpo e mais seguro, todos eles po-
ra não gerar desemprego e nem atrito com ossin- dem significar, no fundo, reduções nos cus-
dicatos. O idealseria aproveitar os cobradores co- tos operacionais.
mo vendedores de bilhetes ou como motoristas.
Este editorial é um resumo do trabalho "Comunica-
COMUNICAÇÃO ções e Marketing no Transporte Público", a ser apresen-
tado no dia 30 de outubro, no Rio de Janeiro, duran-
A comunicação eficiente constitui uma exi- te o 4? Encontro dos Transportadores de Passageiros,
gência adicional do usuário. A sinalização cor- promovido pela Fetranspor.
Confirmada disputa na va, presidente do sindicato goiano. regulamentação do transporte de
Quanto a Adalberto Pansan, passageiros, embora inclua, para
eleição da NTC preferiu não adiantar qualquer os modais rodoviários de carga
Antonio Pereira nome, e nem mesmo confirmar e de passageiros, e para os trans-
de Siqueira, da os de alguns ex-presidentes de sin- portadores autônomos, progra-
Bahia, concorre com dicatos que estariam apoiando mas de privatização, de isenção
Adalberto Pansan, sua candidatura. Assegurou, en- de ICMS, de linhas de crédito e
de São Paulo
tretanto, que teria lideranças re- de limitação da responsabilidade
presentativas de diferentes estados. civil em caso de acidentes. Para
A eleição será realizada de 24 o segmento urbano de passagei-
a 26 de novembro, na sede da en- ros, propõe revisão dos modelos
tidade(Rua da Gávea, 1 390),em- tarifários, tributários e do regi-
bora o estatuto preveja votos por me de concessão/permissão.
correspondência e por procuração. Clésio de Andrade, por sua
vez, promete acompanhar e defen-
der os interesses do transporta-
Candidatos à CNT dor junto ao Congresso Nacional,
R divulgam programas e também na revisão constitucio-
• nal de 1993. Propõe, para a refor-
o Como no caso da NTC, a elei- ma fiscal, as seguintes medidas:
ção da CNT terá disputa para a transformar o recolhimento da
escolha do presidente, a ser indi- Previdência Social em faturamen-
Bem que foram feitas, diver- cado pela seção de passageiros: to, substituindo a folha de paga-
sas vezes, tentativas de um acor- Heloísio Lopes, representando mento, para reduzir custos; pôr
do para a formação de uma cha- os rodoviários, e Clésio de Andra- um fim ao ICMS para carga, e
pa única. A última. ocorreu em de, os urbanos. A escolha estava reduzi-lo para o segmento de pas-
setembro, mas o candidato situa- marcada para o dia 27 de outu- sageiros; buscar financiamentos
cionista, Antônio Pereira de Si- bro, e ambos se mostravam con- para a construção e para a amplia-
queira (atual segundo vice), não fiantes na vitória, embora a dispu- ção de terminais, e também para
quis conversa, segundo seu adver- ta se limitasse aos votos de dez a informatização das empresas;
sário Adalberto Pansan. O presi- federações dessa seção. O presi- criar condições para a implanta-
dente Domingos Fonseca delibe- dente Thiers Fattori Costa consi- ção de um sistema de rastreamen-
rou, depois de um período de in- derava, até o fechamento desta to, por satélite, de veículos de
decisão, não se candidatar à ree- edição, que Clésio de Andrade carga e de passageiros, para coi-
leição. Por ocasião do fechamen- estaria eleito, por ter o apoio da bir furtos. Além disso, prega a
to desta edição, ainda faltavam maioria das federações. Segundo liberação de leasing para os trans-
duas semanas para o encerramen- o regulamento, se a seção não in- portadores autônomos. E, por
to do prazo para a inscrição das dicar seu candidato, perde a vez, fim, promete criar o Museu Histó-
chapas, mas ambos os candidatos e quem escolhe é a seção seguin- rico do Transporte.
consideravam, pela primeira vez te; no caso, a dos autônomos.
Heloísio Lopes e
na história das eleições para a di- Mas os empresários que apóiam Clésio de Andrade:
retoria da NTC, que a disputa se- Heloísio Lopes prometem recor- dois mineiros na
ria irreversível. rer à Justiça se perderem nesse disputa pela CNT
Siqueira adiantou alguns no- primeiro turno, pois consideram
mes que comporiam sua chapa, que a seção pode escolher mais
entre eles os de Romeu Luft, de um candidato.
atual primeiro vice, Newton Gib- De qualquer forma, Lopes tem
son, presidente da federação nor- feito campanha em todo o país,
destina, Areli Teixeira de Lara, levando consigo seu Plano de
presidente do sindicato paranaen- Ação. O candidato prega a cria-
se, Thiers Fattori Costa, presiden- ção do Sistema Nacional de Via-
te da CNT, Oswaldo Dias de Cas- ção/Código Nacional dos Trans-
tro, ex-presidente da NTC, Agrá- portes, que conterá as diretrizes
rio Marques Dourado, também básicas para o setor. Mas, ao
ex-presidente da NTC, Hélio Pe- mesmo tempo, pede menor inter-
tersen e Herber de Bôscoli Lara, venção do estado nas atividades
líderes do sindicato e da federa- de transporte. Em nenhum mo-
ção mineiros, e Paulo Afonso Sil- mento seu programa toca na des-

TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992 7


Romeu Luft representará Para a seção de transporte
aquaviário, já havia sido escolhi-
seção de carga na CNT do Meton Soares, e, para a seção
ferroviária, João Carlos Linhares.
Depois de inúmeras reuniões
das lideranças do transporte ro-
doviário de cargas, foi escolhi-
Goldman nos Transportes
do, na noite de 15 de outubro, o surpreende o setor
nome do presidente do sindica-
to e da federação gaúchos, Ro- A nomeação do deputado fede-
meu Luft, para representar a clas- ral Alberto Goldman(PMDB-SP)
se na nova diretoria da CNT — para o Ministério dos Transpor-
Confederação Nacional dos Trans- tes surpreendeu as lideranças do
portes, a ser eleita em 27 de no- empresariado do setor. "Acho Alberto Goldman:escolhido por Quércia
vembro. A formalização da es- que o próprio deputado não sa-
colha estava marcada para o dia bia que seria nomeado", arriscou rou a nomeação "muito boa pa-
27 de outubro, na sede da CNT, Domingos Fonseca, presidente ra o setor". Quanto a Domingos
em Brasília. Os votos, nesse ca- da NTC. Sua ligação com Ores- Fonseca, não quis emitir opinião
so, são restritos às sete federa- tes Quércia, de quem foi secretá- sobre o novo ministro, mas dis-
ções: São Paulo, Minas Gerais, rio de Administração no gover- se estar pronto para visitá-lo e
Distrito Federal, Nordeste, Rio no de São Paulo, foi a única ra- para lhe apresentar sugestões.
de Janeiro, Santa Catarina e Rio zão apontada para a escolha. "O importante é que a reestru-
Grande do Sul. Sua falta de intimidade com turação recriará o Departamento
Esta é a primeira vez que o os transportes, na opinião de Pe- de Transportes Terrestres", apon-
presidente da NTC não acumu- dro Paulo Fonseca, secretário-exe- tou. Domingos surpreendeu-se
la a função de representante da cutivo da Rodonal, não se consti- mais uma vez ao saber que um
seção de cargas na CNT. Também tui em problema. "O importan- dos nomes cotados para esse car-
é a primeira vez em que há dis- te é que ele se cerque de pessoas go é o do consultor Carlos Finkels-
puta pela presidência da NTC, competentes e experientes", opi- tein, do Rio Grande do Sul. Diz
cuja eleição será realizada depois nou. Pedro Fonseca, que se diz que não o conhece e que suas re-
da definição dos representantes amigo pessoal do presidente em ferências, vindas dos empresários
do setor na CNT. exercício, hamar Franco, conside- gaúchos, não o recomendariam.

THIERS FATTORI COSTA É O HOMEM DO TRANSPORTE


Oswaldo Dias de Castro, vice Denisar Arneiro e o ex-ministro
de Thiers na CNT e ex-presiden- dos Transportes Affonso Camargo.
te da NTC, ficou em segundo, Thiers Costa, diretor da ITD
com 7,61%. O terceiro foi Alen- Transportes, da Transfarma e da
car Burti, presidente da Fenabra- Amazon Modal, tinha sido escolhi-
ve, Federação Nacional dos Dis- do como o Homem do Transporte
tribuidores de Veículos Automoto- em 1986 no final de seu segundo
res, e o quarto, Sebastião Ubson mandato na presidência da NTC.
Ribeiro, também ex-presidente Nos últimos seis anos, Thiers or-
da NTC, com 6,52%, empatou ganizou a Conferência da IRU —
com Clésio Soares de Andrade, International Road Union, no
Thiers é escolhido pela segunda vez presidente da NTU — Associação Rio de Janeiro, e presidiu a CNT.
Nacional das Empresas de Trans- Seu mandato termina neste ano.
Com 37,5% dos votos, o em- porte Urbano de Passageiros. A A apuração dos votos foi fei-
presário Thiers Fattori Costa,pre- Secretária Nacional de Economia, ta no dia de outubro, na sede
sidente da CNT — Confederação Dorothéia Werneck,ficou em quin- da Editora TM, por uma comis-
Nacional dos Transportes e ex- to, com 4,89%, enquanto que o são de três jornalistas: Ariverson
presidente da NTC, foi escolhi- prefeito de Curitiba, Jaime Ler- Feltrin, editor de Transportes da
do como Homem do Transporte ner, conquistou o sexto lugar, com Gazeta Mercantil, Marco Piqui-
1992, na eleição promovida anual- 4,35%, empatando com o presi- ni, colaborador da Agência Esta-
mente pela revista Transporte dente da Rodonal, José Augusto do, e Neuto Gonçalves dos Reis,
Moderno junto aos seus leitores. Pinheiro, o ex-deputado federal editor de TM.

8 TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992


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ra avançar sobre a plataforma
Usinas de cana começam Codesp inaugura de pesagem. Sensores posiciona-
a usar Scania R balança informatizada dos antes da balança registram a
entrada do caminhão e o núme-
A Codesp — Companhia Do- ro de eixos. As células de carga
cas do Estado de São Paulo aca- registram a curva de aumento de
ba de substituir a primeira das peso à medida que o veículo avan-
26 balanças de coleta e de tabula- ça. Esses dados são enviados ao
ção manuais existentes no Porto CLP, que avalia parâmetros e in-
de Santos por outra, totalmente terage com o micro para emissão
informatizada, que agilizará o ge- do relatório de pesagem.
renciamento e a manipulação dos Ainda neste ano, a Codesp de-
dados, aumentando assim a con- verá informatizar outros cinco
fiabilidade de todo o processo, postos de pesagem. A integração
segundo Cícero Couto de Mora- de todos os postos do porto deve-
es e Eduardo Dias, coordenado- rá estar concluída em um ano.
res do projeto. Iniciado há pou-
co mais de um ano, o projeto de Rede reinicia produção
Treminhão usa 6 t no eixo dianteiro informatização das balanças foi
desenvolvido pela Escola Politéc- de dormentes de concreto
A autorização de 6 t no eixo nica da USP com a colaboração
dianteiro está trazendo resultados de algumas empresas privadas. A Rede Ferroviária Federal es-
para a Scania, que conseguiu in- A Metal Leve forneceu um contro- tá reativando duas fábricas de
troduzir 66 unidades do seu cami- lador lógico programável (CLP), dormentes de concreto em Ara-
nhão cara-chata (R 113 e 143) principal responsável pela coleta guari(MG)e Lages(SC)para com-
em quatro usinas do interior pau- de dados de sensores e de células plementar o suprimento de suas
lista, para tracionar treminhões de carga, pelo comando e pela su- necessidades de reposição de dois
nesta safra: a Usina da Barra ad- pervisão do processo de pesagem. milhões de dormentes por ano,
quiriu 41, a Nova América treze, "A automação propiciará um número equivalente a 5% do to-
a São José dez, e a Santa Cruz dois. ganho substancial em produtivida- tal instalado em suas linhas em
Segundo as usinas, essa tonela- de, eliminando erros ocasionais todo o território nacional. A Re-
da adicional contribui, na média, ou intencionais que eventualmen- de já mantém 1,3 mil km de vias
para um ganho de 10% na carga te ocorram na pesagem de cami- férreas sustentadas por dormentes
por viagem. Outra vantagem é nhões e de vagões ferroviários, e de concreto. Quando essas fábri-
na tonelagem/litro/quilômetro, possibilitará a integração de to- cas estiverem trabalhando a ple-
valor que, no caso do rodotrem, dos os postos." na capacidade, estarão produzin-
aumenta numericamente de 45 O projeto desenvolvido pela do 330 mil unidades por ano.
para 51,5. Além disso, as usinas EPUSP aproveitou as mesmas A empresa também produz
apontam o fato de terem conse- instalações já existentes no pri- dormentes de madeira na base
guido ganhar 0,50 m no compri- meiro posto, onde foram manti- de 140 mil unidades por ano
mento total do veiculo, pois o das as células de carga da balan- a um custo de US$ 10 contra
modelo T(cabina semi-avançada) ça convencional. O funcionamen- US$ 13 ou US$ 22 no merca-
atinge 30 m quando acoplado aos to pouco mudou: por um semáfo- do, para bitola estreita e larga,
reboques do rodotrem. ro, o veículo recebe liberação pa- respectivamente.

PISCA •Carlos Alberto Mira, do Expresso •A Cofap fechou sua fábrica de •A exportação de veículos da
Mira, foi nomeado pelo presidente molas a gás de Belo Horizonte, Mercedes-Benz e da
da NTC, Domingos Fonseca, diretor transferindo a produção para Lavras, Marcopolo/Scania para o México
adjunto do Comjovem — Comitê onde fabrica amortecedores. A inaugurou o serviço roll-on roll-off
de Jovens Empresários da entidade. unidade de Belo Horizonte existe entre os dois países. São responsáveis
Até então, Mira coordenava a desde 1970, e chegou a produzir 10 pela operação a Companhia Marítima
Comjovem do Setcesp. A mudança mil molas por ano, valor reduzido Nacional, do grupo Libra, e a
ocorre às vesperas da eleição na NTC, para a Metade em 1991. armadora mexicana TMM, por
para a qual Adalberto Pansan, irmão intermédio do consórcio Mexbras.
do presidente do Setcesp, é candidato •Arsênio Carlos Nóbrega, Para isso, está sendo utilizado o
de oposição. Mira diz que vai representante da Aliança,foi reeleito navio ro-ro Mercandia Senator, com
coordenar as comissões já existentes presidente da AABLC — Associação capacidade para transportar 102
e incentivar a criação de outras, seja dos Armadores Brasileiros de Longo ônibus em viagem de quinze dias de
quem for o novo presidente da NTC. Curso, em eleição realizada em junho. Santos a Veracruz.

10 TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992


Grupo Libra quer Pelo contrato, o Grupo Itama-
rati tem direito, por noventa
construir dez navios anos, à concessão, para fins de

Foto: Divulgação
exploração comercial. O grupo
Otimista com a primeira vota- começará a pagar o financiamen-
ção do projeto de reformulação to dentro de três anos e meio,
portuária, considerada como um mas terá onze anos e meio pa-
dos pontos principais para o for- Motor B: no Cargo e no Volkswagen ra amortizar a dívida, a ser co-
talecimento da Marinha Mercan- rrigida pela TR mais 7,507o de ju-
te Brasileira, o Grupo Libra de O B também foi parcialmente ro ao ano.
Navegação pensa em investir US$ responsável pelo crescimento das Olacyr de Moraes desembolsa-
250 milhões na encomenda de vendas no mercado interno, de rá cerca de US$ 150 milhões de
dez embarcações, que vão de por- 1 128 unidades no primeiro se- recursos próprios, que correspon-
ta-contêineres a graneleiros. Os mestre de 1991 para 2 185 unidades dem a 35% da obra ferroviária,
pedidos de financiamento estão no primeiro semestre de 1992(das cuja inauguração está prevista
sendo analisados pelo Fundo de quais cerca de 35% foram destina- para dezembro de 1994.
Marinha Mercante, mas dependem das ao mercado automotivo). Ou- Em setembro de 1989, Moraes
de novas regras, que devem ser tra importante razão para esse afirmara que o Grupo Itamarati
fixadas no prazo de um mês. crescimento foi a substituição dos só dispunha de 20% dos US$ 2,6
Segundo o vice-presidente exe- motores da Ford pelo Cummins na bilhões necessários à construção
cutivo do Grupo Libra, Newton linha Cargo. Graças a essa recu- da primeira etapa da obra, ligan-
Figueiredo, o Brasil está a cami- peração, a Cummins, que opera do Cuiabá (MT) a Santa Fé do
nho do fortalecimento do setor, hoje apenas 30% da sua capacida- Sul (SP), numa extensão de 1 038
uma vez que dois dos principais de, espera, neste ano, engordar km, e incluindo um ramal até
problemas estão sendo soluciona- em 10% o seu faturamento, que Uberlândia, a partir de Jataí(GO).
dos: a questão portuária e a do foi de US$ 101 milhões em 1991. O projeto original prevê a con-
Lloyd Brasileiro. Além disso, Fi- clusão da primeira etapa em seis
gueiredo espera que, agora, o go- anos. A segunda etapa, com um
verno venha a cuidar do registro
BNDES financia primeiro total de 4 000 km, ligará Cuia-
brasileiro, da excessiva incidência trecho da Ferronorte bá a Porto Velho (RO) e a San-
de encargos sociais, que atinge tarém (PA).
2,66% do faturamento de cada em- Um contrato de financiamento
barcação, e do seguro do casco, no valor de US$ 276 milhões, fir-
hoje monopolizado pelo IRB — mado entre o BNDES e o Grupo
Fepasa duplica 41 km do
Instituto de Resseguros do Brasil. Itamarati, de Olacyr de Moraes, corredor de exportação
garante, desde agosto, as obras do
primeiro trecho da Ferronorte, Até outubro, a Fepasa prome-
Cummins B poderá ligando Aparecida do Taboado a tia entregar as obras de duplica-
equipar novo VW Chapadão do Sul, no Mato Gros- ção do trecho de 41 km entre Evan-
so do Sul,com 311 km de extensão. gelista de Souza e Paratinga, na
Depois de conquistar os mo- Essa linha será conectada à da Serra do Mar,completando assim
delos Cargo 1215 e 1415, o mo- Fepasa por meio de uma ponte ro- o corredor de exportação entre
tor Cummins série B deverá equi- doferroviária sobre o rio Paraná, Uberaba e Santos. As obras, que
par, no ano que vem, um novo em Santa Fé do Sul, o que permi- custarão US$ 6,5 milhões, elimi-
caminhão da VW e um ônibus tirá o acesso ao porto de Santos. narão o maior gargalo do corre-
da Mafersa. As obras da ponte já foram inicia- dor, que passa a ter a capacida-
A chegada do B ao mercado das em treliça metálica, em dois de triplicada. Passa por esse tre-
automotivo estimulou a Cia. Dis- níveis, com duas pistas rodoviá- cho, com origem ou destino no
tribuidora de Motores Cummins, rias no tabuleiro superior e uma Porto de Santos, a maioria das
a mais antiga e a segunda maior ferroviária no inferior. A obra cargas procedentes dè Santa Fé
revenda da marca, a investir US$ terá pilares subterrâneos de até do Sul, Panorama, Colômbia e
1,2 milhão em novas instalações, quarenta metros de altura, e sua Presidente Epitácio,segundo Wag-
de 2 700 m2 (que crescerão para extensão será de 3 770 m. Foi ini- ner Rossi, secretário da Infra-es-
3 500 m2 após a conclusão da úl- ciada com recursos estaduais a trutura Viária.
tima fase) de área, construída ela destinados pelo governo Quér- A remodelação do corredor de
em terreno de 8 500 m2, na rodo- cia. O custo inicial da ponte é exportação começou há dez anos
via Régis Bittencourt ri? 1 400, de US$ 130 milhões, e a obra de- e, em 1990, foi instalada a nova
em Taboão da Serra (SP). verá estar concluída em 1994. linha de bitola mista(1 rn e 1,60 m).

TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992 11


Lei do capital estrangeiro presença de grandes empresas, lhetos e cartazes com frases espe-
tais como a DHL, a Federal Ex- ciais de orientação, destinadas a
provoca polêmica press e a UPS, em território na- motociclistas e a pedestres, e com
cional, em competição com as es- instruções sobre o uso do cinto
O parecer de um consultor ju- pecializadas em encomendas,ilus- de segurança e de advertência aos
rídico do Ministério da Infra-Es- tra a caducidade da lei. motoristas sobre os perigos do
trutura, a pedido do DNC — De- consumo de álcool. Esses cartazes
partamento Nacional do Petróleo, são distribuídos gratuitamente a
dentro do processo judicial envol-
Programa de prevenção empresas e a demais interessados.
vendo as distribuidoras de com- de acidentes no MS
bustíveis e as empresas de trans- Quatro livros técnicos
porte a elas coligadas, e que ficou O Detran de Mato Grosso do
conhecido como 'Caso Esso-Trans- Sul está desenvolvendo uma série sobre comércio exterior
depe', considerou inconstitucio- de atividades que têm por objeti-
nal a Lei 6 813/1982, que limita vo aumentar a segurança e redu- A empresa Edições Aduanei-
a participação estrangeira nas em- zir o número de acidentes de trân- ras, especializada em publicações
presas de transporte a 2007o do sito. Campo Grande é considera- sobre comércio exterior, está lan-
capital votante. da uma das cidades que possuem çando quatro livros: Transporte
Esse documento provocou trânsito mais violento do país, se- Aéreo e Responsabilidade Civil,
muita discussão entre as lideran- gundo o diretor técnico do De- de Geraldo Bezerra de Moura,
ças empresariais do TRC. Porém, tran, Rudel Trindade Júnior. sobre os fundamentos do Direi-
o diretor da NTC em Brasília, Na área da educação, criou o to em transporte aéreo; Comentá-
Alfredo Peres da Silva, conside- Setinha, jornal bimestral que di- rios à Lei Aduaneira, que abran-
ra que o parecer comete um peca- vulga, nas escolas do estado, as gem desde o artigo 1? até o arti-
do, pois, segundo diz, a Consti- medidas adotadas. Entre essas me- go 248 do Regulamento Aduanei-
tuição é clara na definição das didas, estão um trabalho especial ro, de Roosevelt Baldomir Sosa.
empresas nacionais. Quando se de orientação para condutores de Essa publicação está sendo edita-
refere ao setor de transporte, diz veículos de transporte de estudan- da em três volumes seqüenciais
que será regulamentado por lei. tes, um curso para futuros moto- para cobrir todo o Decreto 91 030,
"Ora,essa lei já existe", assegura. ristas, destinado a estudantes da de 1985; a terceira edição de Ex-
Mesmo assim, o assunto foi quinta série à oitava série, e um portar: Rotinas e Procedimentos,
objeto de uma reunião na NTC concurso de redação sobre o tema Incentivos e Formação de Preços,
no dia 1? de outubro. Como não "Trânsito". Para o diretor geral de Luiz Martins Garcia, e No-
se chegou a uma definição, a pró- do Detran, Sérgio Guimarães ções Básicas de Importação, de
xima reunião do Conet deverá in- Dias, o jornalzinho, além de di- autoria de João dos Santos Bizel-
cluí-lo na pauta. vulgar as regras de trânsito, é li e Ricardo Barbosa. Mais infor-
Seja como for, a Lei 6 813 já um instrumento para a educação mações poderão ser obtidas pelo
é considerada ultrapassada por da juventude a respeito do assunto. telefone (011)259-0233 ou pelo
algumas lideranças do setor. A Além disso, o Detran criou fo- fax (011)255-9190.

•A Fetracan — Federação das do Grupo Triunfo, está oferecendo


PISCA Empresas de Transporte de Carga serviços de reparo e de armazenamento
do Nordeste tem nova diretoria: é para contêineres durante 24 horas
agora presidida por Newton Gibson, por dia no porto do Rio de Janeiro,
presidente do Sindicato das Empresas em área de 20 mil m2, com acessos
de Transporte de Cargas de rodoviário eferroviário, equipamentos
Pernambuco (foto). para movimentação e oficina de
contêineres.
eu O Simefre — Sindicato Interestadual
da Indústria de Materiais e •Os caminhões Agrale 1600 e 1800
Equipamentos Rodoviários e e os chassis para vans e microônibus
Ferroviários tem nova diretoria para começaram a ser vendidos no mercado
o triênio 1992/1995. Newton Rafael argentino com a marca Deutz-Agrale
Dei Nero, diretor da General Electric, Dynamic, graças a um acordo em
é o novo presidente, em substituição que a Agrale fornecerá à Deutz o
a Astor Schmitt, diretor da Randon. veículo desmontado. Os veículos
foram apresentados ao mercado
•A Sea Rider Serviços Marítimos, durante a Feira de Palermo.

12 TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992


1
Haja nta

fOo.Ccorncduorse
omde19

pela revista Transporte Moderno


P6
in7
tura de Frotas

para incentivar o aperfeiçoamento


da imagem das frotas de caminhões e ônibus nacionais.
p Desde então, tornou-se um sucesso que já utilizou tanta
teisnptaecaiap.ocnotomdoe,lapgopraê,msieorTms_t
fe Geijasduoritdepuomr
e
asm
teanmeoirtaivomuoitso

vencedores dos concursos anteriores — e Representantes


das montadoras de veículos e
encarroçadoras de ônibus, Presidentes de
asiesm
ocdiaoçsõfersoteiss
tainsd
, ip
eraoto
gsradmaac
daotreeg
sovris
a,ua is,

criatividade!
publicitários e da Imprensa ligada ao setor
— estão convidados a conhecer
os ganhadores do 259 Concurso de Pintura de Frotas e do 19 Prêmio Glasurit.
É o reconhecimento da revista Transporte Moderno de que sua participação, com muita
tinta e criatividade, coloriu as frotas nacionais e tornou
as estradas brasileiras mais belas. o

Ag 113~9/1:4!
OP
(Nr6( &ias

Tintas Automotivas

1'20 "StRír Ma\oces


G-óes
04
,
r uso

Local: Instituto de Engenharia Av. Dante Pazzanese, 120,São Paulo - SP Data: 30 de novembro de 1992 Horário: 16 horas
s padrões
da qualidade
Perseguir metas alcançadas
por outras empresas
ajuda o transportador a
melhorar o serviço

Walter Zinn*

•A alternativa para o transporte- Padrões externos — A parceria en-


custo é o transporte-serviço. O pri- tre embarcador e transportador é
meiro, baseado na guerra de preços uma das tendências mais importan-
entre transportadores, eleva os cus- tes na administração de transportes
tos para o embarcador e para o seu nos Estados Unidos. Numerosas em- serviços oferecidos. Esses padrões
cliente. Isso ocorre porque a despre- presas vêm adotando esse modelo podem ser obtidos em áreas adminis-
ocupação com a qualidade do servi- em substituição ao modelo tradicio- trativas, como, por exemplo, admi-
ço gera danos e quebras de mercado- nal, onde se enfatiza o preço e se nistração de frotas, eficiência em
rias. Também gera custos relaciona- negocia cada carga. Entretanto, a armazenagem ou processamento de
dos à entrega atrasada de mercado- adoção do modelo transporte-servi- pedidos. O benchmarking é uma for-
rias. Empresas são obrigadas a man- ço apresenta importantes desafios ma de se obter padrões de desempe-
ter estoques de segurança (e espaço de implementação. O mais importan- nho externos à empresa, e que pos-
adicional de armazenagem) para ga- te é que a empresa de transportes sam ser utilizados como objetivos
rantir o prosseguimento normal das que decide adotar esse modelo preci- de custo e de níveis de serviço.
operações no caso de atraso nas en- sa elevar de forma significativa os Uma das primeiras implementa-
tregas de matérias-primas. níveis de serviço que está disposta ções bem-sucedidas do benchmar-
O transporte-serviço, por outro la- a garantir aos seus clientes/parceiros. king foi realizada pela empresa Xe-
do, reduz os custos para o embarca- Como fazer isto? Uma técnica rox. Ela deu início a uma campanha
dor e para o seu cliente. Quando de crescente popularidade é o benc- para melhorar seus padrões de desem-
embarcador, cliente e transportador hmarking. Esse termo não tem tra- penho quando descobriu que suas
trabalham em conjunto, os estoques dução para o português. Significa concorrentes (na maioria empresas
são menores porque o cliente estará 'padrão de desempenho', no senti- japonesas) vendiam copiadoras a
seguro de que a mercadoria será en- do de que o nível Cie desempenho preços mais baixos que o custo de
tregue pontualmente. O transporta- demonstrado por uma empresa pas- produção da Xerox.
dor se beneficia da utilização mais sa a servir de objetivo para uma ou- Uma das empresas que a Xerox
eficiente da frota. E o embarcador tra. Por exemplo, se uma empresa usou como parceira para o seu pro-
reduz o seu custo de negociação de apresenta um baixo nível de consu- grama de benchmarking foi a L.L.
fretes, pois a relação entre embarca- mo de combustível, esse nível pas- Bean, especializada na venda de pro-
dor e transportador passa a ser regida sa a ser um)padrão de desempenho dutos de caça e pesca por mala dire-
por um contrato de longo prazo, que (ou benchmarking) para outras. Por ta. A L.L. Bean é considerada uma
especifica o nível de serviços a serem intermédio dessa técnica, a empre- das empresas líderes nos EUA na
prestados e as penalidades em que sa obtém padrões de desempenho área de administração de armazéns.
se incorre quando esse nível não é de outras empresas, que são então Os padrões de desempenho utiliza-
alcançado, bem como uma fórmu- utilizados como objetivos de desem- dos na administração de armazena-
la para a determinação de preços. penho, para melhorar o nível dos gem da L.L. Bean tornaram-se obje-

14 TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992


países idéias já testadas, mas que
são ainda desconhecidas por seus
concorrentes. O benchmarking tam-
bém pode ser empreendido com em-
presas do mesmo ramo, mas que
operam em países diferentes. Final-
mente, torna-se mais fácil justificar
investimentos em setores da empre-
sa cujos objetivos de desempenho
foram fixados com base num estu-
do de benchmarking.
Para empresas brasileiras interessa-
das em implementar o benchmar-
king como forma de melhorar os
seus níveis de serviço, o primeiro
passo consiste em identificar os par-
ceiros. Um parceiro tanto pode ser um
líder funcional no Brasil como uma
empresa em outro país, e que já te-
nha atingido níveis competitivos de
serviço. A elevação dos níveis de ser-
viço é inevitável. Além de já estar
concorrendo vigorosamente em ou-
tros países, a melhoria de níveis de
serviço é um processo com dinâmi-

91(L ca própria. Isto porque a primeira


empresa a elevar os níveis de servi-
ço também eleva as expectativas do
mercado, obrigando outras empre-
tivos para a Xerox, que operava desempenhem bem uma função se- sas a proporcionarem os mesmos
em um nível menos rigoroso. melhante, mas que não seja concor- serviços. E o processo já teve início
O caso Xerox também serve pa- rente. Duas empresas não concor- no Brasil, onde um grupo de empre-
ra ilustrar um dos conceitos fun- rentes — por exemplo, um distri- sas multinacionais está se reunindo
damentais do benchmarking, a li- buidor de papel e um distribuidor em São Paulo com o objetivo de ini-
derança funcional. Ao contrário de aço — podem trocar padrões de ciar estudos de benchmarking.
do líder de mercado, que é a maior desempenho em atividades tais co-
empresa num ramo de atividade(Ge- mo administração de frota própria,
neral Motors, McDonald's, Coca- processamento de pedidos, medi-
Cola, etc.), o líder funcional é uma ção do nível de serviços, e assim
empresa que desempenha extrema- por diante.
mente bem uma função empresa- As principais vantagens do benc-
rial. Por exemplo, a Toyota é reco- hmarking ajudam a explicar o suces-
nhecida como uma das empresas lí- so dessa técnica. A primeira vanta-
deres na prática do just-in-time, en- gem é que o benchmarking abre à
quanto que a Federal Express é lí- empresa os métodos mais modernos
der em tecnologia de processamen- de administração. O parceiro não
to de pedidos. absorve apenas os padrões de desem-
penho, mas também as técnicas admi-
Muitas vantagens — A importância nistrativas que tornam possível esse
do líder funcional está no fato de- desempenho. Uma segunda vantagem
que ele pode ou não pertencer ao do benchmarking é que se cria na
mesmo ramo que seu parceiro de empresa uma mentalidade e uma cul-
benchmarking. Empresas que atuam tura propícias à busca de eficiência
no mesmo mercado, por motivos e de produtividade. Portanto, o benc-
óbvios (de natureza competitiva), hmarking estimula, motiva e propor-
não divulgam seus padrões de de- ciona objetivos concretos e mensurá-
sempenho. Portanto, uma das ta- veis para profissionais da área.
refas cruciais da empresa que ini- Outra vantagem do benchmar- * Walter Zinn é professor-assistente
cia um estudo de benchmarking con- king é a oportunidade de importar de Marketing e de Logística na Uni-
siste em identificar companhias que de outras indústrias ou de outros versidade de Miami (Flórida)

TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992 15


Sistema de Proteção lateral
comunicação superior
a bordo

cunho do
veículo de amanhã ,111111111~111,-~,,,,S, -
Proteção lateral
inferior

Técnico da DAF propõe caminhões


Informação
integrados aos
contêineres e aos equipamentos
de manuseio da carga

•O transporte rodoviário europeu tica, e cuja implementação esbarra


está acelerando e indo de encontro a em hábitos e em leis atuais. Tal si-
um congestionamento 'monstro'. Se- tuação, segundo Hans Staals, preci-
gundo o fabricante de caminhões sa ser encarada de forma audacio-
DAF,da Holanda, entre 1980 e 1990 sa. De fato, a proposta do engenhei- 11111*-11,1■9,0.•

o volume de tráfego rodoviário, na ro da DAF beira a ficção-científica.


maioria dos países da Comunidade Staals, porém, sugere que suas idéias
Econômica Européia,cresceu em tor- poderão servir para o transporte ro-
no de 40%, e isso deverá se repetir doviário do próximo século, que es-
nos próximos dez anos. A malha ro- tá apenas a nove anos de distância.
doviária da CEE já apresenta garga-
los, e até mesmo as projeções mais Problema de manuseio — Enquan-
otimistas indicam um aumento em to o transporte de longa distância
21% no movimento das estradas nos ainda apresenta razoáveis níveis de
anos 90. A DAF é mais pessimista: eficiência, é no transporte de cur-
o incremento será de 8%, no máxi- ta e média distância que Staals lo-
mo, devido à pressão ecológica. caliza o problema. Seu veredito:
Além disso, a DAF ainda acha que os "Os veículos nesta área são dese-
esforços para a transferência de carga nhados apenas para mover merca-
das rodovias para as ferrovias terá su- dorias e não para dispor dessas mer-
cesso limitado. Previsão: caos à vista! cadorias de maneira conveniente."
Solução? Segundo o diretor de Nos caminhões atuais, o equipamen-
Desenvolvimento de Produto da to de carga (contêineres, guindas-
DAF, Hans Staals, como o volume tes, plataformas móveis, e assim
da unidade de transporte rodoviário por diante) é 'adicional' ao veícu-
(caminhão e sua respectiva área de lo em si e não uma parte integral
carga) é limitado por lei, a saída do design, causando peso extra e
imediata é o aumento da velocida- ineficiências de manuseio.
de de entregas, evitando-se, para is- Suas idéias: a criação de um novo
so, os horários de pico, isto é, trans- tipo de contéiner, um caminhão dife- O novo contêiner teria o forma-
ferindo-se grande parte do transpor- rente dos atuais, um novo sistema to de um drops gigante (com 2,2 m
te para o período da madrugada, de entregas automatizadas e uma de comprimento, 2,2 m de altura e
e, ao mesmo tempo, otimizando-se avançada rede de comunicações pro- 12,45 m de largura), dimensões pa-
o uso do espaço disponível. dutor—distribuidor—destinatário, dronizadas para receber dois paletes
São medidas simples, mas que de maneira a permitir uma radical comuns compatíveis com diversos
geram colossais problemas de logís- mudança de perfil do transporte. modais (por exemplo, a ferrovia).

16 TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992


Sistema de Carregamento
carregamento traseiro
lateral

O veiculo do futuro trafega à maior aceleração ou maior torque


noite, manuseia contêineres com se fizerem necessários. Além disso,
guindastes próprios e tem sistema os eixos traseiros teriam capacida-
eficiente de comunicação
de esterçante de 180 graus, para dar
ao veículo mobilidade total em áre-
trega. Contêineres poderiam ser aco- as urbanas restritas. Unia suspensão
plados para agilizar carregamentos hidropneumática poderia variar a
de longa distância em grandes cami- altura livre em relação ao solo, de
nhões, e depois desmembrados pa- maneira a facilitar as operações de
Unidade sendo Rodas traseiras
ra a entrega em sua destinação final,
descarrega da esterçantes carga e de descarga.
a bordo de veículos menores. Por fim,Staals prevê que certos lo-
Tais 'unidades' poderiam receber cais de entregas (tais como centros
sua carga no local de fabricação da comerciais e lojas em novos distri-
mercadoria, ou em centros especiais tos) poderiam ser redesenhados de
de distribuição fora das cidades. modo a aproveitar o novo conceito
Haveria contato computadorizado de maneira completa, com entradas/
permanente com a fonte de origem depósitos automatizados no lado ex-
da mercadoria, com os centros inter- terno, para permitir rápida e eficien-
mediários e com seu destino, crian- te entrega noturna. Tais entradas
do um perfeito sistema just-in-time, devem ser projetadas de maneira a
que evitaria a criação de estoques garantir a segurança das lojas duran-
em todos os pontos da cadeia de en- te a operação, e a poder dispor de
tregas, limitaria o manuseio dos pro- equipamentos de comunicação gra-
dutos e aceleraria despachos. Os con- ças aos quais seja possível trocar in-
têineres incluiriam um sistema de ro- formações automaticamente com o
tulagem e de identificação por códi- veículo entregador, por exemplo a
go de barras, ou por qualquer outro confirmação da entrega e da saída.
método de leitura computadorizada.
Dessa forma, Staals acredita que Espiando o futuro — Inovações co-
a otimização do transporte chegaria mo essas permitiriam o contínuo cres-
perto da situação ideal, a ponto de cimento econômico e o conseqüen-
se poder, por exemplo, diminuir te aumento do volume do transpor-
em até 75% o número de veículos te de cargas dentro da CEE, evitan-
de entrega em circulação nos cen- do, ao mesmo tempo, o possível co-
DNAMENTO DO TRÁFEGO tros urbanos. lapso do tráfego rodoviário. Porém,
muitas das novidades propostas por
Carregamento em 'ponte' — Hans Hans Staals ainda estão longe da re-
Staals vai mais longe. Imagina um no- alidade, e não poderiam ser executa-
vo tipo de caminhão de entregas com das (o caminhão híbrido, por exem-
Distribuição do tráfego
durante a noite
novidades ainda nunca vistas em ne- plo, para o qual a tecnologia dispo-
nhuma cidade do planeta. Cabina e nível é insuficiente) ao passo que
trailer formariam uma só estrutura, outras exigiriam muito dinheiro, e
com área de cargas em forma de'pon- teriam viabilidade comercial nula
te', onde os contêineres seriam atraca- devido ao preço final.
dos a trilhos suspensos e poderiam No entanto, como acontece no
ser carregados e descarregados por mundo do automóvel, os fabrican-
trás, pelas laterais ou, ainda, verti- tes costumam incentivar elocubra-
calmente, sob a 'ponte', por meio ções 'malucas' de seus engenheiros
de um sistema de roldanas e de cabos. pois, muitas vezes, chega-se a idéias
Esse caminhão do futuro seria, revolucionárias que, com pesqui-
7ite preferencialmente, um veículo híbri- sas e investimentos, poderão se trans-
do, com um motor Diesel frontal e formar em produtos vencedores.
motores elétricos montados nas ro- Hans Staals e seu sistema de en-
Sua carcaça seria forte o suficiente das traseiras(com freios regenerado- tregas do século 21 podem ser ape-
para ser usada como parte integral res de energia), de maneii.a a limitar nas um sonhador e um sonho, mas,
do veículo de transporte. Tais con- as poluições ambiental e sonora. através deste, a DAF já está espian-
têineres, batizados de 'unidades de Nesta combinação, o motor Diesel do o futuro.
carga', poderiam ser acoplados uns poderia funcionar sempre em seu
aos outros, variando sua capacida- ponto máximo de eficiência, ou po- Marco Piquini,
de de acordo com o volume da en- deria ser acionado somente quando de Londres

TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992 17


ãróis acesos
e dia reduzem
os acidentes

Souza Cruz testou a idéia


e comprovou os
bons resultados obtidos na
Suécia e Canadá
A ligação automática aciona os
faróis baixos apenas quando o veículo
está acelerado, explica Teixeira

•O uso de luzes acesas pelos veícu- Com 4007o da frota total, de tados na lâmpada-piloto e na mas-
los durante o dia(day running lights) 2 300 veículos, rodando com os fa- sa do veículo.
começa a ganhar adeptos como me- róis acesos, a diminuição ultrapas- Em conseqüência desse esquema,
dida eficaz para a redução do núme- sou 44,4%, uma vez que o trimestre diz Teixeira, o farol baixo se acen-
ro de acidentes, antes mesmo de se acusou apenas 92 acidentes, o que de quando o veículo é acelerado, o
tornar obrigatória por força do no- projeta uma média de cerca de trin- que não sobrecarrega a bateria.
vo Código Brasileiro de Trânsito. ta ocorrências mensais contra as 54 As luzes traseiras e as internas
Incentivado por artigo na impren- verificadas em 1991. não ficam acesas, e passam a fun-
sa sobre o sucesso da medida na Considerado um sucesso, o uso cionar normalmente com a aciona-
Suécia, onde a queda no índice de dos faróis, a partir deste mês, passa- mento da chave dos faróis. A ala-
acidentes chegou a 2107o com a exi- rá a ser norma dentro da empresa, vanca para fazer piscar a luz não
gência de faróis acesos durante o cujos veículos estão com idade mé- sofre alteração alguma com a liga-
dia, o supervisor de Transporte da dia total de cinco anos. Teixeira afir- ção. O único cuidado da empresa,
filial de Belo Horizonte (MG) da ma que as unidades da Souza Cruz segundo Teixeira, foi a troca das lâm-
Companhia de Cigarros Souza Cruz, rodam em torno de 40 milhões de padas de 75 W para 50 W. "Nos-
Frederico Andrade, sugeriu uma ex- km por ano, principalmente no pe- sos testes apontaram as lâmpadas
periência-piloto com os 310 veículos ríodo entre as seis horas da manhã menos potentes como as mais ade-
de distribuição urbana naquele esta- e as quinze horas. quadas", diz.
do, de Kombis até caminhões leves O custo para a mudança do siste-
da MBB e da Volkswagen. Baixo custo — O gerente explica ma é insignificante, diz Teixeira, prin-
Envolvida em programas internos que, quando o programa teve iní- cipalmente se se levar em considera-
de segurança no trânsito há mais cio, era o próprio motorista o encar- ção a redução dos prejuízos, tanto
de quatro anos, a Souza Cruz, se- regado de acender as luzes. "A utili- financeiros como humanos. A liga-
gundo Marcos Amaral Teixeira, ge- zação não foi considerada satisfató- ção pode ser feita com US$ 27 por
rente nacional de Transportes da em- ria, pois o pessoal se esquecia de li- veículo, o que inclui custo de mão-
presa, encampou a idéia e, a partir gar o farol", conta ele. A empresa de-obra, relê, fios e duas lâmpadas.
de outubro de 1991, iniciou a fase passou, então, a desenvolver um sis- Os gastos da Souza Cruz com os
de testes em Belo Horizonte. tema de ligação automática, interco- consertos, em 1990, atingiram US$
A Souza Cruz registrou, em 1990, nectado à ignição. 38,4 mil/mês, o que representa uma
883 acidentes, levando em conside- A primeira das soluções encontra- despesa anual de US$ 460,8 mil du-
ração desde pequenos arranhões até das resultou em sobrecarga da ba- rante o ano. Em 1991, a medida con-
ocorrências mais graves. Em 1991, teria, pois, ao se ligar o veículo, to- seguiu diminuir as despesas para
esse número baixou para 650. Ape- das as luzes acendiam. O aperfei- US$ 18,9 mil/mês. No primeiro tri-
sar de também creditar a queda à çoamento do sistema foi resultado mestre, informa Teixeira, os gastos
nova medida, Amaral informa que de uma ligação composta de um re- mensais médios ficaram em US$ 15
os números mais representativos fo- lê de 70 ampères, com quatro ter- mil. "Nossa meta é zerar o índice
ram constatados nos primeiros me- minais, da marca Siemens. O geren- de acidentes e as despesas que deles
ses deste ano, quando a idéia já te de Transportes explica que dois resultam", finaliza.
havia, informalmente, contagiado terminais são ligados à caixa de fu-
outras filiais. síveis, e os outros dois são conec- Carmen Lígia Torres

18 TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992


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do Sul abalou as
estruturas das operadoras e
ampliou a concorrência

•O transporte brasileiro está am- gentina, para onde as exportações ro-quilômetro da Autolatina para a
pliando suas fronteiras. A abertura aumentaram em 150% no primeiro Argentina, em pool com a Trans-
do mercado rodoviário internacio- semestre deste ano em comparação portadora Volta Redonda e com a
nal de cargas começou em novembro com igual período do ano passado. Furlong, da Argentina.
de 1990, com a redução do cupo — Esse excesso de oferta aviltou o fre- O ingresso de tantas empresas
medida que restringia o volume de te. Esta é a primeira reclamação provocou "uma superoferta de ca-
carga entre os países vizinhos —, e dos operadores tradicionais, que, minhões, principalmente por parte de
se acelerou depois de sua extinção, embora considerem a concorrência quem não controla custos e opera
a partir de outubro de 1991, entre saudável, acham que o mercado não aviltando o frete", alega José Pio X
Brasil e Argentina. (No Uruguai e absorverá tantos competidores. Schio, diretor da Rodoviário Schio,
no Paraguai, ainda prevalece o regi- O transporte internacional ajudou que há dezoito anos transporta car-
me de cupo, reduzido pela metade). algumas empresas a crescerem, co- ga frigorífica para a Argentina e o
O resultado foi uma corrida de em- mo a Tora Transportes, de Contagem Uruguai."Hoje,obtenho maior van-
presas brasileiras em direção a esse (MG), a oitava maior e a primeira tagem levando carga de São Paulo
mercado. Segundo a ABTI — Asso- colocada entre as dez melhores (ver a Recife do que de São Paulo a Bue-
ciação Brasileira de Transportes In- As Maiores do Transportes 1992). nos Aires (mais ou menos a mesma
ternacionais, o número de operado- A Tora, tradicional empresa especia- distância) porque o frete internacio-
ras saltou de 25, em 1989, para cem, lizada em grandes massas, leva pro- nal caiu muito", complementa.
em setembro de 1992. O DNER já dutos industrializados de Minas Ge- "Se pudesse, compraria mais ca-
cadastrou 123 empresas, mas várias rais até a Argentina. Para isso, abriu minhões, pois temos muita carga e
ainda não começaram a operar. uma filial em Buenos Aires e mon- muita disputa por veículos", discorda
A abertura também permitiu o tou um terminal em Uruguaiana Margaret Cartengiani, diretora da
ingresso de empresas argentinas em (RS), onde mantém uma frota de Latinoamérica,empresa de carga fra-
território brasileiro — por enquan- caminhões Volkswagen, segundo seu cionada que opera nos três países do
to, nenhuma uruguaia ou paraguaia diretor Paulo Sérgio Ribeiro. Mercosul desde 1959, quando o que
—,a criação de joint ventures entre "Quem procura o transporte in- havia eram ainda duas empresas, a
empresas de capital externo e empre- ternacional como alternativa para Aurora e a Sulina, que se fundiram
sas da Argentina, diferentes formas a queda da demanda de carga do- para criar a Latinoamérica em 1978.
de associação, formação de pools e méstica corre o risco de se dar -mal. As opiniões contraditórias resul-
até mesmo a fundação de uma em- Esse é um transporte nobre, que exi- tam, em geral, das diferenças de es-
presa binacional. ge investimentos e uma mentalida- pecialidades. A Schio utiliza, segun-
Essa corrida fez aumentar a ofer- de operacional que envolve toda a do seu diretor, 90% de frota pró-
ta de transporte, que coincidiu com equipe da transportadora", ressal- pria no serviço porta-a-porta, ao
a queda no volume de carga domés- va Bettina Lenci, presidente da AB- contrário da Latinoamérica, que lan-
tica e com o crescimento da deman- TI e do Conselho da Translor, em- ça mão de autônomos sempre que
da, principalmente no caso da Ar- presa que transporta veículos ze- lhe faltam caminhões.

20 TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992


Nas fronteiras
Brasil-Argentina
e Brasil-Uruguai a
burocracia ainda
retarda o transporte,
mas o aumento do
volume de carga é a
principal causa dos
congestionamentos

Paulo Roberto Tonello, gerente


geral da filial da Latino S.A. (em-
presa argentina) em São Paulo,
apóia a opinião de Schio. "Ainda
neste ano, muitas empresas peque-
nas cairão fora do mercado porque
usam o preço como arma. Porém,
depois que colocam os custos no pa-
pel, sobem a tarifa e acabam se igua-
lando com as grandes empresas, que
oferecem um serviço melhor", opina.
As empresas não gostam de reve-
lar a participação do caminhoneiro
autônomo nas operações internacio-
nais, mas a grande maioria mantém
sua frota apenas para fazer a traves-
sia das fronteiras. O cavalo atraves- alfandegado em Buenos Aires; a La- Das três sucursais argentinas consul-
sa a ponte com um semi-reboque e tino montou uma filial em São Pau- tadas por TM, a Latino é a que está
retorna com outro. "Não há qual- lo e deve se transformar, em breve, mais bem estruturada: tem filiais em
quer proibição e nem poderia ha- na primeira empresa binacional de Salvador, Belo Horizonte, Curitiba,
ver", explica Neri Schulte, gerente transportes, cujo contrato está sen- Porto Alegre e Uruguaiana, além de
geral da Linha Internacional da La- do analisado por autoridades brasi- um terminal de cargas em São Pau-
tinoamérica. "Não há como fazer leiras, segundo Paulo Tonello. Pa- lo. A frota própria fica em Uruguaia-
o transporte porta-a-porta com fro- ra ele, no futuro, as demais empre- na, para fazer a travessia. "A car-
ta própria e com uma tarifa desgas- sas deverão seguir o exemplo, pois ga de transferência é feita por cami-
tada", completa Paulo Tonello. O pool é apenas o começo. Para evi- nhoneiros autônomos", diz Tonello.
tar investimentos, uma das empre- A Transportes Panamericanos,
Novo perfil — A abertura de merca- sas utiliza estrutura da outra, mas que também trabalha na carga geral,
do está mudando o relacionamento chega um momento em que é me- foi constituída na Argentina em 1985
entre as empresas brasileiras e argen- lhor operar com estrutura própria. e possui, desde o ano passado, uma
tinas. O pool, como, por exemplo, A Latino já incorporou — essa in- sucursal em São Paulo. Seu vice-pre-
o da Latinoamérica e da Latino S.A., formação está em seu folheto institu- sidente é Jorge Mário Ferreira Leite,
que funcionou na carga geral por cional — a condição de binacional, que trabalhou durante vinte anos pa-
mais de dez anos, acabou em 1991. que lhe permite, entre outras coisas, ra a Tkansportadora Coral, a pionei-
Os clientes foram divididos e a Lati- comprar equipamentos no Brasil, on- ra nesse mercado. Responsável pe-
noamérica já construiu um terminal de o preço é, hoje, mais atraente. las operações no Brasil, Leite é acio-

TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992 21


quilômetro fizeram fila em Uruguaia-
na, e quem não trocou a carreta por
uma mais baixa teve de dividir a car-
ga para entrar em território argentino.
Embora não admitam, os argenti-
Uruguaiana, na divisa com Paso de los Libres, ainda é o principal entreposto do Mercosul nos tentam, de alguma forma, impe-
dir a invasão de transportadoras bra-
nista da Panamericanos, mas não ço de uma carga junto a fiscais de sileiras, pois o volume de carga de
quis revelar com que porcentagem. qualquer um dos países. Para al- exportação é muito maior que o de
Carlos Jorge Furlong é o diretor guns argentinos, os brasileiros ain- importação. Isso sem contar os fre-
da sucursal brasileira da Transportes da são los macaquitos. Além disso, qüentes protestos de industriais ar-
Furlong S.A., uma das maiores trans- as restrições eliminadas nos acordos gentinos pelo excesso de importação
portadoras argentinas e a única espe- conjuntos continuam vigorando na de produtos brasileiros, graças ao
cializada em transporte de veículos prática. Os empresários brasileiros câmbio favorável à Argentina insti-
zero-quilômetro. Em pool com a de transporte são vistos 'com certa tuído pelo Plano Cavallo.
Transfer, a TVR e a Translor, leva reserva' no relacionamento com José Roberto de Sampaio Cam-
veículos da Autolatina e da General seus colegas. A frota própria obriga- pos, vice-presidente da Mesquita,
Motors para a Argentina e traz os tória no transporte limita-se apenas que entrou no mercado há dois
produtos da Renault para o merca- a fazer a transposição das fronteiras. anos, conta que a Taxa Nacional
do brasileiro. Para Furlong, a prin- E policiais rodoviários também criam de Fiscalização do Transporte, de
cipal dificuldade em operar no Bra- facilidades, desde que agraciados US$ 220 e de US$ 280 para semi-re-
sil é a variação da moeda. Embora com alguns dólares. boques de dois e de três eixos, e de
as cargas de exportação sejam FOB Um exemplo ilustrativo do jeiti- US$ 300 para cavalos mecânicos, é
(pagas na Argentina, onde o peso nho brasileiro é conhecido por to- cobrada anualmente apenas dos veí-
tem paridade com o dólar, alguns dos os operadores de transporte de culos brasileiros. Os paraguaios e
contratos feitos no Brasil são pagos veículo zero-quilômetro: Numa ma- os uruguaios são isentos.
em cruzeiros, e qualquer atraso des- nhã de fevereiro deste ano, o presi- Em resposta à carta de Italo Bri-
valoriza a tarifa. Para evitar isso, dente argentino Carlos Menén tinha to Sobral, então diretor do Departa-
a Latino, por exemplo, reduz ao um encontro com a star brasileira mento de Transportes Terrestres do
máximo o prazo de pagamento. Xuxa em um estúdio de televisão Brasil — que pedia isonomia para
em Buenos Aires. Sua comitiva não os transportadores brasileiros —,
Rusgas remanescentes — A integra- conseguiu chegar ao destino porque Elio Carlos Cipolatti, subsecretário
ção entre o Brasil, a Argentina, o a cegonheira de uma transportado- de Transportes Terrestres da Argenti-
Paraguai e o Uruguai enfrenta no ra brasileira com 4,70 m de altura na, informou, em 15 de setembro,
dia-a-dia uma série de entraves no bloqueava a rua, depois de romper que, se os transportadores argenti-
transporte rodoviário internacional cabos elétricos e telefônicos. Devi- nos recolhem essa taxa, seus concor-
de cargas, mas, diplomaticamente, do ao cancelamento do encontro, rentes também devem ser cobrados.
os empresários evitam relacioná-las. as carretas com mais de 4,30 m não E aproveita para se queixar de "im-
Mesmo assim, ninguém desmente puderam mais entrar no país. pedimentos legais à verdadeira com-
que a propina ainda seja o meio Durante semanas, os semi-rebo- petição das empresas argentinas em
mais fácil para acelerar o desembara- ques carregados com veículos zero- território brasileiro", embora não
cite quais. De qualquer forma,reme-
te o assunto a uma próxima reunião
Burocracia diminuiu, mas persiste (em novembro) do Subgrupo 5, que
trata da compatibilização do trans-
Para uma empresa entrar nesse em estrutura, maior será sua
porte nos países do Mercosul.
mercado, não basta obter participação nesse mercado, recomendam
uma autorização do governo de cada os operadores tradicionais. Nesse caso, Os empresários argentinos — di-
país; o cupo foi eliminado, mas o Uruguaiana é o principal ponto: plomaticamente — queixam-se da
permiso, que antes era por veículo, agora escritório, frota, terminal, fax, burocracia brasileira e da legislação
é por empresa. No entanto, a telex e telefone são indispensáveis. ainda xenófoba. A lei 6 813, que li-
homologação da frota a ser usada Algumas empresas já ensaiam a mita a participação do capital estran-
continua sendo necessária. comunicação entre cliente e geiro nas empresas de transporte, é
Além disso, a empresa deve manter transportadora via computador. um exemplo. "Na Argentina, isso
uma representação em cada país, Disputar mercado baixando a tarifa não existe mais", conta Furlong.
seja ela um escritório de vendas, não é o melhor caminho. Por exemplo, A TNT Brasil, de capital austra-
um pátio para a frota ou até mesmo os custos operacionais na Argentina são
liano, impedida de fazer o transpor-
um terminal alfandegado. Quem não 30% mais altos do que no Brasil. Só a
está disposto a investir, tem feito mão-de-obra custa três vezes mais, te internacional no Mercosul, só es-
convênios com empresas locais. assegura Carlos Furlong. E a tarifa — tá dentro graças a uma associação
Quanto mais a empresa puder oferecer em dólar — é a mesma. que fez com a Tasa argentina — em-
presa especializada em logística de

22 TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992


distribuição e que existe desde 1930 Preço do pioneirismo - Se as em- ra após a simples conferência do
- utilizando internamente a estru- presas ainda enfrentam algumas documento e do lacre; no passa-
tura de cada uma e a transposição dificuldades no transporte além da do, ficávamos durante semanas
de fronteira com dez conjuntos da fronteira, a Transportadora Coral, parados na burocracia, na pou-
Multiex, a empresa resultante des- que se lançou na operação em 1959, ca vontade ou na exigência de mais
sa associação. e que tem hoje 80% de seu 1-atu- documentos."
O gerente da sua filial no Brasil, ramento obtido na América do Sul, Segundo Cambraia, a construção
Guido Del Bianco, um argentino enfrentou muito mais. Seu dire- de Itaipu acirrou, na década de 70,
com vinte anos de Brasil, conta que tor, Luiz Carlos Cambraia, 'asse- o sentimento nacionalista, particu-
a Multiex possui um terminal com gura que a Coral abriu as portas larmente na Argentina, durante o
armazém alfandegado em Lanus e para as demais empresas. "Hoje, regime peronista, e as dificuldades
outro em Uruguaiana, e uma frota temos o MIC-DTA - Manifesto In- aumentaram. Mas foi nessa mesma
de dez veículos, estrutura suficiente ternacional de Carga com Decla- década que se instituiu o TRA,docu-
para a meta de 4 mil toneladas men- ração de Trânsito Aduaneiro, que mento que começou a facilitar o trân-
sais a partir de 1993. permite a passagem pela frontei- sito aduaneiro.
BALANÇA COMERCIAL BRASIL‘X MERCOSUL'
,
:: ;4;-..; :(.. ;,-.
1992 (jn/jun)* 1991 (janljun) 1991 1990 1989
PAÍSES
Export Import Saldo Export lmport Saldo Export Import Saldo Export Import Saldo Export Import Saldo
Argentina 1260,9 657,3 603,5 521,3 722,5 1201,2) 1 475,5 1 614,7 1139,2) 645,1 1 399,6 1754,51 722,1 1 239,0 1516,9)
Paraguai 217,1 101,9 115,3 233,4 69,9 163,5 496,2 219,5 276,6 380,5 332,8 47,7 322,9 358,8 135,91
Uruguai 168,1 144,6 23,5 168,6 221,3 152,61 337,1 434,1 197,01 294,6 587,1 1292,5) 334,7 595,9 1261,71
Subtotal
IAI) 646,2 903,8 742,3 923,3 1013,7 190,3) 2308,8 2268,3 40,4 1 320,2 2 319,5 1999,31 1379,7 2193,2 1814,01
Brasil 18116 908,1 9366,0 7542.1 15559,4 9354,0 7195,4 31624,6 21 010,0 10 614,6 31 413,7 20 661,4 10 752,4 34 382,6 18 263,2 16 119,4
Part. %
IA/BI 9,74 9,65 - 5,58 10,83 - 7,30 10,80 - 4,20 11,23 - 4,01 12,01
• Dados preliminares. Fonte: Dem Eis LISS 1 000 000 FOB

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Fonte: Adir.
Admde até 22,40 m. ••• Toleránoa de 5% no Brasil.

LIGAR (011)260.4400 "Hoje", diz Cambraia, "é possí-


vel percorrer os 2 600 km que sepa-
do Iguaçu. Normalmente, um trans-
portador paraguaio faz o restante
ram São Paulo de Buenos Aires do trajeto. O importador paraguaio
em sete a oito dias, ficando-se de compra a mercadoria no Brasil, pa-
um a três na fronteira, para confe- ga adiantado e manda buscá-la na
rir o MIC-DTA e o lacre. A merca- fronteira. A exceção fica por conta
A doria é nacionalizada na entrega de uma pequena quantidade de pro-
ao cliente, graças ao terminal alfan- dutos que são entregues na porta

BAFOMETRO
A ÚNICA MANEIRA DE CONTROLAR
INGESTÃO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS
degado, que várias empresas já pos-
suem em Buenos Aires". Mesmo
assim, ainda há muito a ser melhora-
do, na opinião de Cambraia: "A
Receita Federal precisa de mais gen-
te; a burocracia ainda segura a docu-
mentação; e a mentalidade dos em-
do cliente. A carga de retorno prati-
camente não existe.
Embora os representantes dos go-
vernos dos quatro países venham
vencendo barreiras com relativa fa-
cilidade, a prática tem demonstra-
do que a data de 1? de janeiro de
presários precisa ser aperfeiçoada, 1995, marcada para completar a in-
•BAIXO CUSTO pois a vontade de integração é mais tegração, não será suficiente para
'TOTAL
CONFIABILIDADE forte nos governos que nas empresas. viabilizá-la. Por mais diplomatas
que procurem ser, os transportado-
Mais barreiras — Se, na Argentina, res de carga brasileiros, com longa
as restrições ainda persistem, o Uru- ou curta experiência nesse mercado,
guai mostra dificuldades para mu- mostraram-se céticos.
dar velhos hábitos. O regime de cu- De qualquer maneira, o setor têm
po, embora letra morta desde 1991, mercado assegurado entre esses paí-
ainda funciona para os caminhões ses, em particular entre a Argenti-
brasileiros: "Caminhão sem permi- na e o Brasil, pois algumas grandes
so não entra; o MIC-DTA também indústrias já estão praticando o in-
não substitui o antigo manifesto de tercâmbio de partes entre unidades
carga", assegura Sonia Rotondo, fabris dos dois países, como, por
LIGUE representante da NTC junto ao SG-5. exemplo, a Autolatina, que inaugu-
No Paraguai, a situação se com- rou, em Córdoba, uma fábrica de
(067)725.7332 plica mais um pouco, pois nem to- caixas de câmbio Transax para abas-
Rua 13 de Junho, 12 das as empresas que operam em seu tecer suas unidades brasileiras, repe-
Telefax (067) 384.3996 território, e até mesmo as que ope- tindo um critério adotado há mais
CSP Cep: 79002-420
Campo Grande/MS
ram, embora não o admitam oficial-
mente, levam a carga além de Foz
de dez anos pela Scania e imitado
pela Mercedes-Benz.
Cont. Sist. Proc. Ind. Ltda.
24 TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992
Um grupo de empresas alemãs, no mundo."Será a solução do trans-

Transrapid liderado pela Thyssen Henschel, con- porte para a próxima década", acre-
seguiu aperfeiçoar o protótipo Tran- dita Gallas, "exceto para locais on-
srapid 06 (veja TM 298), em testes de há pontes aéreas", e nos quais
ligará Berlim desde 1988, mas com velocidade in- o Transrapid perde a concorrência
ferior a 400 km por hora. para o avião.
a Hamburgo No Brasil, o governo chegou a Em recente estudo enviado à Ale-
manifestar interesse pelo projeto no manha, o gerente aponta a linha
fim da gestão Sarney. Em janeiro de do Eldorado paulista (Campinas-
1989, fez publicar um edital para a -São Paulo—Rio)como a de maior
O governo alemão homologou, modernização da linha férrea Cam- potencial para implantação do Tran-
para fins comerciais, pinas—São Paulo—Rio, com cerca srapid, em razão da demanda de
de 500 km de extensão. A francesa passageiros e de cargas. As empre-
o projeto do trem rápido de TVA, associada a uma empresa de sas de transporte e a Rede poderiam
levitação magnética consultoria brasileira, venceu a con- ser parceiras naturais do Transrapid.
corrência. Em seguida, o governo "O fato de esse trem ligar São Pau-
Collor cancelou a concorrência e lo ao Rio transforma-o em atração
•O sinal verde para a implantação nada mais se cogitou sobre o assunto. turística", avalia.
do primeiro trem de levitação mag- Agora, a homologação do proje- Referindo-se ao fato de o Transra-
nética do mundo, o Transrapid 07, to animou a AMA Consultores Exe- pid ser tão barulhento quanto uma
foi dado pelos ministros alemães cutivos, representante da Thyssen aeronave em vôo rasante, Gallas diz
Heinz Riesenhuber, da Pesquisa e no Brasil. Segundo Paulo Ricardo que, em velocidades de 250 km/h a
Tecnologia, e Guenther Krause, dos Gallas, gerente de Projetos da AMA, 300 km/h, o barulho é quase imper-
Transportes, no início deste ano. a sua consultoria empreende gestões ceptível acusticamente; mas admite
Com base em resultado do progra- diplomáticas objetivando conseguir, que em velocidades elevadas ocorrem
ma de testes coordenado pela Rede até o final do ano, a assinatura de ruídos aerodinâmicos. A 300 km/h,
Ferroviária Federal da Alemanha, um acordo de intenções entre os go- o Transrapid produz 86 decibéis de
os ministros homologaram o proje- vernos brasileiro e alemão. "O go- ruído, enquanto que o trem rápido
to para fins de operação comercial. verno alemão concorda em finan- francês atinge de 95 decibéis a 105
Sem qualquer contato com o lei- ciar o estudo sobre a viabilidade eco- decibéis, e o alemão de 87 decibéis
to, acionado por motor de estator nômica", garante Gallas, mas sem a 93 decibéis.
longo, o Transrapid 07 opera a velo- fornecer detalhes a respeito dos cus- Outros projetos do Transrapid
cidades que variam de 300 km/h a tos de investimento e do custo opera- começam a ser desenvolvidos nos
500 km/h, transportando até 1 060 cional/passageiro X km, tanto na Estados Unidos. Um deles, na Flóri-
passageiros numa composição com Alemanha como no Brasil. da, foi iniciado no ano passado e
dez carros. Seu peso total é de 574 tem previsão para entrar em opera-
t. Na versão para cargas leves (pere- Em vôo rasante — "É um trem ção em 1996, conectando o aeropor-
cíveis, em contêineres), movimenta muito mais veloz e silencioso que to de Orlando a Disneyworld. Futu-
até 14 t, em média, por carro, o que os modelos europeus", reforça Gal- ramente, estuda-se d implantação
torna seu custo mais competitivo las, pondo em evidência sua vanta- de uma linha entre Los Angeles e
que o do transporte por avião. gem ecológica, pois consome aproxi- Las Vegas.
Em comparação com o ônibus, madamente 30% menos energia que
o preço da passagem é bem mais ca- outros trens rápidos em operação Gilberto Penha
ro, mas, em compensação, poderia
fazer qualquer viagem em um quin-
to do tempo. O nível de conforto
iguala-se ao do moderno Boeing
747-400,com TV individual e indica-
dores de temperatura e de velocidade.
Desde janeiro, está em andamen-
to o estudo sobre a viabilidade eco-
nômica para os percursos Berlim—
Hamburgo(287 km)e Berlim—Bonn
(550 km). O Instituto para Técnica
Ferroviária calcula que 150 mil novos
empregos serão criados com a cons-
trução da linha Berlim—Hambur-
go. Nessa região, onde se localizam
as duas maiores cidades alemãs, há
um grande congestionamento aéreo. O Transrapid 07desenvolve até 500km/h e leva 1 060 pessoas em composição de dez carros
TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992 25
Dessa vez a
a Volvo passou
das medidas.

Chegou o
Metrobus,o metrô de
superfície da Volvo.
A Volvo descobriu uma maneira de re- sageiros em menos tempo e com menos
solver o problema de transporte urbano veículos, aumentando a eficiência e a ren-
sem quebrar as ruas nem o orçamento da tabilidade da operação. Porque proporcio-
cidade. É o Metrobus, o metrô de super- na um custo menor de passageiro por qui-
fície da Volvo. Um sistema de transporte lômetro rodado. E o Metrobus ainda pos-
coletivo capaz de transportar mais pas- sui motor entre eixos, que permite melhor
aproveitamento interno e portas mais lar- do contribuinte. Metrobus Volvo. O me-
gas no mesmo nível da plataforma, pro- trô de superfície que foi fundo no pro-
porcionando embarques e desembarques blema de transporte.
mais rápidos. Enfim, uma solução ágil e
moderna, sem encher a cidade de bura-
cos. E economizando tempo e dinheiro V0124510
VOLVO DO BRASIL VEÍCULOS LTDA.
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ngenho e arte
no embarque de
portêineres

Bardella mostra operação


sofisticada para
colocar os guindastes
dentro de navio

•Foi a mais trabalhosa e sofisticada


operação de embarque já vista em
portos brasileiros. Quatro meses an-
tes da chegada do Dock Express 12,
navio especializado, de bandeira ho-
landesa, para 7 mil t, que receberia
dois gigantescos portêineres, a expor-
tadora e fabricante Bardella S.A.
montou um canteiro de obras dentro
do Terminal de Contêineres do Gua-
rujá (Tecon). Começavam, assim, os
preparativos para colocar dentro da
embarcação os dois portêineres ou
cranes, guindastes para movimentar
quarenta contêineres de quarenta to-
neladas por hora. Eles foram compra-
dos pelo México por US$ 12 milhões. 13h3Omin, para dar maior flexibilida- sui oito rodas, o que totaliza 64 ro-
Só o frete ficou em USS 900 mil. de de flutuação ao navio", explicou das. Depois de colocados dentro
Com 62,7 m de altura e peso de o engenheiro Célio Siqueira Gios, do navio, a lança de um dos portêi-
750 t cada um', os dois portêineres, chefe de Exportação da Bardella. neres foi abaixada cem milímetros
depois de acomodados no Dock Ex- A embarcação atracou de modo dife- e parafusada no segundo equipamen-
press, deixaram apenas dois centíme- rente para receber a carga gigantes- to, formando uma só estrutura em
tros livres entre eles e a parede inter- ca: encostou no Tecon com a popa toda a viagem. Na parte inferior,
na do navio. A Bardella, que venceu (parte traseira) perpendicular à ter- utilizou-se o chamado estaiamento,
concorrência internacional para for- ra, e não em paralelo, como é normal. a amarração com cabos de aço e o
necer' o equipamento ao porto de soldamento dos suportes, para que
Veracruz, alugou uma área de nove Computador — O carregamento foi os equipamentos formassem uma
mil metros quadrados no Tecon pa- feito por meio do sistema fork-lift, peça solidária com o navio.
ra viabilizar o embarque. Construiu semelhante ao de uma empilhadeira, Mesmo que ocorressem fortes tem-
quinhentos metros de trilhos no cais, fixo no navio. Vinte homens na em- pestades no caminho, os cranes esta-
para que as máquinas sob rodas des- barcação e vinte em terra, orientados riam seguros. "Eles foram testados
lizassem até a embarcação. por um computador, cuidaram do para suportar furacões e terremo-
A operação de embarque, em si embarque pela rampa do navio. À tos", explica o engenheiro Gios.
mesma,durou quatro dias, obedecen- medida que o portêiner ia transferin- Nenhum porto brasileiro, acrescen-
do a uma logística que levou em con- do seu peso para o Dock Express, por ta Gios, nem mesmo o de Santos,
sideração até mesmo o quadro das meio do fork-lift, cada tanque com que é o maior da América do Sul,
marés. A Barefame, do Grupo Bar- lastro do navio ia sendo eliminado. tem guindastes tão grandes e tão so-
della, fez o trabalho de montagem Também há, dentro do navio, trilhos fisticados, de quarta geração, co-
prévia, com 150 homens em dois tur- para o deslizamento dos guindastes. mo os exportados pela Bardella pa-
nos. No fim de setembro, tudo estava No quarto e último dia, foram ra o porto mexicano de Veracruz.
pronto no Tecon. "Esperamos a maré feitos os ajustes finais. Cada colu- A Bardella fez a exportação des-
mais alta, que ocorre por volta das na ou 'perna' dos equipamentos pos- ses dois equipamentos graças à ne-

28 TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992


GUINDASTES
HIDRÁULICOS

• FORÇA
•SIMPLICIDADE
o •SEGURANÇA

Maior alcance.
Baixíssimo índice de manutenção.
Total assistência técnica e
garantia de reposição de peças.
Representantes em todo o Brasil.

cessidade que o México tem de mo- A operação de


dernizar suas instalações portuárias, embarque exigiu
quatro dias de
atendendo a uma exigência do 150 homens em
Acordo de Livre Comércio com a dois turnos de
América do Norte (Nafta), assi- trabalho
nado entre Estados Unidos, Méxi- controlados por
um computador
co e Canadá.
A elaboração do projeto básico
teve o suporte técnico da Mitsubishi
Heavy Industries, do Japão. A em-
presa brasileira desenvolveu os traba-
lhos de engenharia, de fabricação, Matriz: 14030.680 Ribeirão Preto SP
Av. dos Bandeirantes, 384 Tel. 016/634 2255
de transporte e de testes. Os guin- Fax 016/625 1949 Telex 166314 SAEQ BR
Filial: Maceió AL
dastes foram pré-moldados na fábri- Tel. 082/241 4041 Fax 082/241 4947
ca da Bardella, em Guarulhos, São Telex 822255 SAEQ BR
Paulo. O transporte das peças de
Guarulhos até a Baixada Santista
também exigiu um esquema especial.
A Dersa reverteu a mão da Rodovia
dos Imigrantes para a descida, du-
rante uma madrugada, porque as
curvas da Anchieta não permitiam
a passagem da carreta, que tem 47
metros de comprimento. Naquela
noite, o tráfego foi interditado pa-
ra os demais veículos.

TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992 29


UMOS & RUMORES José Luiz Vitú do Carmo
al4tma> .040252«..,

Curvas Perigosas (1)

Um campo minado
O professor Ardevan Machado levou 23 sa a seus apelos. A certa altura, cansou-se. jor Natanael. Um consulta a engenheiros
anos para fazer com que a Prefeitura de No início deste ano, voltou outra vez à paulistanos revelou a esta coluna que mui-
São Paulo assimilasse um ensinamento ele- carga, para topar com novas evasivas e pro- tos desses profissionais têm um mapa pesso-
mentar de Física, a cujo desprezo talvez se telações. Até que resolveu usar o trunfo al dos 'pontos de risco' existentes nos itine-
deva uma longa lista de acidentes de trânsito. das eleições municipais que se aproximavam. rários que freqüentam. Para surpresa ain-
Em 1969, Ardevan percebeu o risco que "Se não resolverem o problema imediata- da maior, verifica-se que as falhas que tor-
corriam os veículos ao rodarem por uma mente, eu vou à televisão e digo que vocês nam a capital paulista um campo minado
das pistas do recém-inaugurado túnel sob a querem o cargo mas não querem o encar- para os motoristas resultam da indiferen-
rua Major Natanael, que liga a avenida go", ameaçou. A história teve então uma ça a uma questão técnica de fácil compreen-
Rebouças a um dos pontos mais conhecidos drástica reviravolta. A prefeitura não só são até por um leigo. Identificados pelo
da capital, o estádio do Pacaembu. Então conseguiu uma "verba de emergência" pa- professor Ardevan com nomes irônicos tais
funcionário do setor de Projetos da prefei- ra corrigir um defeito de 23 anos como tam- como 'chapéu chinês' ou 'barriga de grávi-
tura, Ardevan informou seus superiores so- bém colocou Ardevan à frente da opera- da', esses defeitos nas pistas (detalhados
bre o problema da `sobrelevação negativa' ção. Ele elaborou o projeto de reparação no quadro abaixo) constituem um proble-
da pista (veja explicação abaixo), mas não da pista e comandou pessoalmente os traba- ma de múltiplas faces, que continuarão sen-
foi ouvido. Iniciou, nesse momento, uma lhos, dispensando qualquer remuneração. do aqui abordadas nas próximas edições.
cruzada para cujo êxito poderia contribuir A quixotesca história do professor, hoje
sua credencial de professor de desenho da com 66 anos, um título de doutor em Enge-
Escola Politécnica da Universidade de São nharia e vários livros publicados, só é menos
Paulo. Inútil. Ardevan esbarrou na indiferen- espantosa do que um fruto colhido no rastro
ça de administrações sucessivas, não obteve de sua empreitada: a constatação de que a
apoio do Instituto de Engenharia e decep- cidade de São Paulo está repleta de outras
cionou-se com a escassa acolhida da impren- armadilhas semelhantes à do túnel da Ma- A 'rampa reta': solução adequada

FIGURA 2

Urna ajuda ga, que, nas curvas, atuando sobre o cen-


tro de gravidade do veículo, tende a joga- O 'chapéu chinês': tão errado ...
lo para fora da pista.(Ou, numa linguagem
ao azar mais técnica, tende a 'mantê-lo em trajetó-
ria retilínea', o que dá na mesma). Todo
ILtH
•• FIGURA 3
motoqueiro tem noção dessa lei da Física,
A perversa união o que o faz inclinar o corpo instintivamen-
da negligência com a te para o lado, nas curvas. É assim que, ... quanto a 'barriga de grávida'
força centrífuga graças à mobilidade pendular de seu veícu-
lo, o piloto sobre duas rodas compensa o
Na ilustração ao lado, que apresenta efeito da força centrífuga. trífuga, em vez de neutralizá-lo. Wata-se
três hipóteses de configuração de perfil de Para os veículos de quatro rodas, a in- de um golpe de karatê na lógica e no bom
uma pista em curva para a direita, apenas clinação só pode ser dada pelo formato do senso, que cria uma armadilha até mes-
uma das soluções atende à boa técnica. É piso. Nas curvas, se a linha transversal for mo para o mais prudente dos motoristas.
aquela que mostra o corte transversal em plana,em vez de inclinada, a força centrífu- É quase inevitável que ele seja lançado
forma de 'rampa reta'(Figura I). Exata- ga não será anulada e o veículo tenderá a para fora da pista, a menos que caia pa-
mente por se tratar de uma curva para a di- sair da pista. Imagine-se, agora,o que acon- ra uma velocidade muito baixa, às vezes
reita, a pista deve ter a borda esquerda le- tecerá se, pior do que plana, a pista for, na incompatível com o tipo da via. Em geral,
vantada.(E levantada de modo que essa ex- mesma curva, inclinada ao contrário. É o a sinalização tenta impor tal redução de
tremidade seja seu ponto mais alto, o que que se dá nos casos em que o corte trans- marcha, mas funciona como um convite
não ocorre na Figura 3.) Só essa `sobrele- versal correspondes perfis dos tipos'cha- à desobediência,sobretudo em vias expres-
vação', como a chamam os especialistas, péu chinês' ou 'barriga de grávida' (Figu- sas. Nesses locais, como o poder público
poderá garantir a estabilidade do veículo ras 2e 3). Tem-se aí o que os especialistas tenta substituir um dispendioso reparo
que passar por ali com certa velocidade. chamam de `sobrelevação negativa' ou 'de- de engenharia pelo paliativo de uma pla-
Para entender o que ocorre, é preciso clividade invertida'. Essa errônea conforma- ca, o limite estipulado soa absurdo e aca-
considerar a existência da força centrífu- ção do piso acentua o efeito da força cen- ba sendo ignorado pelos motoristas.

30 TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992


MONTADORAS SEM NOVIDADES
A 17a exposição trouxe poucas
inovações técnicas
para a linha de veículos
comerciais

O 179 Salão do Automóvel, realizado tão em TM Passageiros, a partir da pági-


entre 15 e 25 de outubro, no Anhem- na 41 desta edição.
bi, e que atraiu mais de 700 mil visitantes, A Mercedes-Benz elegeu três produtos
expulsou do pavilhão de exposições os ve- básicos — o pesado LS-1630, o semipesa-
ículos comerciais, para dar lugar, pela pri- do 1418 e o leve 709 — para reformar as
meira vez, aos automóveis importados. Em cabinas e torná-las mais simples, de modo
sua maioria, os caminhões ficaram do lado a reduzir em 5% o custo dos caminhões.
externo, e os ônibus foram expostos em uma Além disso, introduziu suspensão rebaixa-
feira paralela, nas imediações do Anhembi. da no LS-1630, eliminando a diferença de al-
O espaço atual, de 40 mil m2, que abri- tura entre os veículos da série IS. A versão
gou 250 estandes, de 320 empresas, deixou 'pé-de-boi' da cabina do leve 709, segun-
dezenas de empresas fora do evento. "De do a fábrica, não sacrifica o conforto do
qualquer rriodo, desde a primeira mostra motorista relativamente ao modelo anterior.
até esta última versão, temos conseguido A Scania fez modificações nos motores
atrair um número cada vez maior de expo- DSC 11, nas versões de 310 cv, 320 cv, 360
sitores e de homens de negócios", afirmou cv e 450 cv, para baixar o consumo e redu-
Evaristo Nascimento, diretor da Alcântara zir a taxa de emissões. Atrasada em relação
Machado, promotora do Salão. Além das às demais montadoras, a Scania apresentou
montadoras brasileiras, que trouxeram veí- o sistema de freios ABS Bosch como com-
culos de suas matrizes, estiveram no salão ponente opcional destinado a ônibus e a
automóveis japoneses da Mazda, da Hon- caminhão. Para permitir a utilização de 6
da, da Subaru e da Mitsubishi, franceses t no eixo dianteiro, a montadora mostrou
da Citroen, da Peugeot e da Renault, ale- o modelo T com entreeixo de 4,6 m. O mo-
mães da BMW, e sul-coreanos da Hinday. delo R ganhou suspensão a ar na cabina-leito.
Se os carros importados deixaram os na- A Volvo limitou-se a apresentar novida-
cionais em segundo plano, os caminhões des na área de passageiros: o Metrobus,
e implementos ficaram em terceiro, até ônibus B-58 biarticulado, o motor a gás im-
mesmo porque foram poucas as novida- portado da Suécia, para ônibus urbano, e
des. Vivendo um período de recessão, as o chassi para o ônibus rodoviário B10M,
fábricas direcionaram seus investimentos na configuração 6x2.
em favor de melhorias dos veículos de sé- No segmento de implementos, a Translor
rie que pudessem trazer algum retorno de — tradicional transportadora'de veículos ze-
mercado. Com exceção da Agrale, que fez ro-quilômetro — desenvolveu um semi-rebo-
o pré-lançamento do caminhão leve 4000 que de um eixo capaz de transportar até on-
D, o qual enfrentará uma acirrada dispu- ze automóveis, respeitando o limite de altu-
ta de mercado com a Ford, a Volks e a ra dos países do Mercosul e utilizando re-
Mercedes, as demais montadoras limita- cursos modernos, tais como um sistema hi-
ram-se a mostrar pequenas mudanças nos dráulico para elevação das pranchas. Deno-
componentes de alguns veículos. As no- minada de Nova Era, a carreta será montada
vidades na área de ônibus e de chassis es- pela FNV para substituir a frota da Translor.
leve para
viagens curtas
O modelo 4000 D, com molas
parabólicas, vai
disputar mercado com a Ford,
a Volks e a Mercedes

•Enquanto as grandes ção no segmento das quatro tonela-


montadoras abstive- das. Sua maior esperança no suces-
gr-7
ra„.-- •
ram-se de apresentar so desse produto baseia-se no fato
produtos novos no 17? de ele ser "um caminhão robusto,
Salão do Automóvel, versátil e com boa manobrabilidade
restringindo-se a aperfeiçoamentos em centros urbanos". Além disso,
técnicos, a pequena Agrale, de Ca- o diretor ressalta a qualidade da ca-
xias do Sul (RS), atreveu-se a lançar bina em fibra de vidro, o que torna
o modelo 4000 D, um caminhão le- mais simples a execução dos reparos.
ve com capacidade de transportar De janeiro a agosto deste ano, a dros, com potência de 91 cv e 3 000
cerca de 3,5 t de carga útil, princi- Ford, a GM, a Agrale, a Volks e a rpm. Questionada sobre a ausência
palmente em viagens de curta e mé- Mercedes comercializaram 6 560 de um motor mais moderno, a fábri-
dia distâncias em zonas urbanas. unidades de caminhões leves no país. ca limitou-se a dizer que o D229-4
Disposta a énfrentar as concorrên- Desse total, a Agrale registrou uma desfruta "de alta confiabilidade e é
cias da Ford (o F-4000 é campeão participação de apenas 5% (250 ca- adequado ao nosso projeto, além
de vendas), da Mercedes (o 709, as- minhões 1600 e 1800 vendidos). "Se de ser utilizado em nossa linha atual".
pirado, e o 712, turbinado, estão en- compararmos nosso desempenho Mas não descartou a possibilidade
tre os mais vendidos) e da Volkswa- em igual período em 1991 (780 uni- de vir, 'futuramente', a introduzir
gen (o 7.110 é bem aceito pelos fro- dades vendidas), verificaremos uma outros motores. Os leves F-4000,
tistas), que pontificam no mercado, queda em torno de 65% nas ven- 7.90 e 7.110 da Volks também são
a Agrale abandona a cômoda posi- das", reconhece Crosa. equipados com motores MWM D229.
ção de ser a única montadora a co- No entanto, a situação mostra-
mercializar caminhões de duas tone- se um tanto favorável para a monta- Freios novos — A suspensão dian-
ladas brutas, os mais leves brasilei- dora gaúcha nas exportações para teira dispõe de molas parabólicas e de
ros. A Ford, com 35% do mercado o Uruguai, o Chile e o Paraguai. barra estabilizadora. O uso dessas
de leves, e a Mercedes, com 33%, Em 1991, cerca de oitocentos leves molas representa uma novidade de
lideram as vendas, seguidas pela foram exportados, enquanto que, mercado. Elas proporcionam maior
Volks, pela GM e pela Agrale. de janeiro a agosto deste ano, qui- nível de conforto aos usuários, maior
Para Flávio Crosa, diretor da nhentos caminhões garantiram bons estabilidade e maior leveza do con-
área de Marketing, a apresentação dividendos para a Agrale. junto da suspensão. No entanto, as
do modelo no Salão não significa o O leve 4000 D tem pbt de 6 700 montadoras receiam incorporá-las
seu lançamento efetivo. Isto só ocor- kg, correspondendo à soma das capa- devido a preconceitos dos usuários.
rerá em março ou em abril de 1993, cidades dos eixos dianteiro (2 210 O câmbio Clark CL 2615 C, com
"pois faltam alguns ajustes de enge- kg) e traseiro (4 490 kg). Possui mo- cinco marchas à frente e uma à ré,
nharia", revelou, convicto de que a tor MWM D229-4 (idêntico ao dos apresenta diferenças com relação
Agrale conseguirá 15% de participa- caminhões 1800 D), de quatro cilin- àquele que o 1800 utiliza, o Clark

32 TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992


A Agrale
introduziu
freio a ar,
molas
parabólicas
no eixo dianteiro
e chassi reto
no novo 4 000,
mas o motor
é o velho MWM
D 229/4

240v. Segundo a Agrale, esse câm- A cabina apresenta painel reestili- mite o encarroçamento de vários ti-
bio atende às necessidades de maior zado, visando oferecer maior con- pos de veículos, entre os quais
torque e de melhor reescalonamen- forto ao motorista. Por essa razão, microônibus, vans, escolas-volan-
to das marchas, permitindo um foram introduzidos desde estofamen- tes, ambulâncias e unidades odon-
melhor aproveitamento da potên- to em tecido, novo volante e pedais to-médicas. Esse chassi foi conce-
cia do motor. de comando suspensos até ventila- bido para o transporte de passagei-
Normalmente, os leves têm freio ção forçada (ar quente, opcional). ros em centros urbanos e para via-
a disco nas rodas dianteiras. Nesse A direção hidráulica é opcional pa- gens de médias distâncias. De acor-
aspecto, o modelo 4000 D traz co- ra toda a linha de caminhões Agra- do com a Agrale, sua estrutura foi
mo novidade o freio a tambor nas le. Tanto o painel como o pára-cho- dimensionada considerando-se "os
quatro rodas, acionado pneumatica- que dianteiro possuem novo design. esforços de flexão e de torção a
mente por um sistema S-CAM. Es- O pára-choque traseiro incorpora que esse tipo de veículo é subme-
te item significa um avanço, uma sinaleiras e placa embutidas. tido". No caso de encarroçamen-
vez que o Agrale 1800 tinha apenas to para microônibus, na versão ur-
servo-freio assistido. O novo chassi — Adotou-se o chas- bana, ele permite o transporte de
Outra novidade é o freio de es- si reto para possibilitar a ampliação até 23 passageiros.
tacionamento das rodas traseiras, do espaço para a carga. As dimen- A Agrale lançou a versão de
acionado pelo sistema S-CAM por sões do veículo ficaram dentro do 1 800 kg de pbt no segundo semes-
spring-brake (freio por molas) e de- padrão de mercado, o que favorece tre de 1988, e também uma carroça-
sacionado por pressão pneumáti- diversos tipos de encarroçamento, ria tipo van, para entrega urbana.
ca. Isto equivale a dizer que, numa como, por exemplo,carroçarias aber- Até 1991, tinha produzido a Multi-
eventual falta de pressão no siste- tas, vans, baús, unidades odonto- van, com rodado simples e menor
ma, tem-se um bloqueio automáti- médicas (semelhantes às dos Anjos distância entreeixos, para desbancar
co nas rodas traseiras. O tipo de do Asfalto) e carros-guincho. o domínio da kombi, com uma ofer-
freio de estacionamento do Agrale A Agrale também trouxe ao Sa- ta de carga de 1,6 t.
1800 era mecânico, com atuação lão um novo chassi com motor avan-
nas rodas traseiras. çado, para até 5,5 t de pbt, que per- Gilberto Penha

TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992 33


abinas sem
luxo e ecológicas
O uso de produtos vegetais e
de acabamento modesto
do habitáculo deve reduzir o
custo dos veículos

São usados: borracha natural, fibras...

•Acompanhando a dular, tendendo agora para o cin-


maré de poucas novida- za. "O tom cinza prevalece por ser
des, a Mercedes-Benz uma cor repousante e por represen-
mostrou no Salão três tar uma tendência mundial", diz
cabinas simplificadas Gramigna. Além disso, os pneus
dos caminhões extrapesado LS-1630, 1100 R 22, radiais, integram-se aos
semipesado 1418 e leve 709. A inova- produtos da série LS. Anteriormen-
ção tem por objetivo atender a cons- te, vinham sendo oferecidos pela fá-
tantes reclamações de frotistas, des- brica como opcionais. Com isso, a
gostosos com o elevado preço dos Mercedes busca padronizar a roda-
produtos básicos da marca. Para gem dos veículos extrapesados, fa-
eles, um dos fatores que ajudam a cilitando o dia-a-dia do frotista em
encarecer os produtos Mercedes termos de intercambialidade de com-
— afora os reajustes periódicos dos ponentes (pneus) e de equipamen-
insumos — é a sofisticação, cada tos (semi-reboques).
vez maior, das cabinas. Essa versão do LS-1630 incorpo-
Mesmo se mostrando bastante ra modificações na suspensão, pois
cauteloso ao comentar até que pon- havia uma diferença de altura entre de-boi', também foi simplificado pa-
to as modificações nas cabinas vão os veículos da série LS. Para equali- ra atender à expectativa de muitos
influir no preço final de venda zar a altura das quintas-rodas em frotistas que querem renovar suas
dos três produtos apresentados no todos os cavalos Mercedes, o que frotas a partir de uma nova realidade
Salão, Celso Gramigna, gerente do facilita a operação com os diversos de preços, o que implicaria num ba-
Departamento de Frotistas de Ca- tipos de semi-reboques (carga seca, rateamento do custo final do veículo.
minhões e de Ônibus da Mercedes, graneleiro, furgão,tanque, basculan- A versão 'pé-de-boi' do L 709,
estima que um caminhão com ca- te), foram necessários a recalibragem cuja expressão lembra o célebre Volk-
bina simplificada pode custar apro- das suspensões (dianteira e traseira) swagen dos anos 60, ideal para uma
ximadamente 8% menos que uma e o redimensionamento dos feixes pessoa, procurou suavizar a parte
versão que oferece design mais esti- de mola. O rebaixamento da suspen- interna da cabina. "Simplificamos
lizado e maior nível de conforto pa- são alcançoti 50 mm, para, desse seu acabamento", diz Gramigna,
ra o motorista. modo, equiparar-se à altura dos ca- justificando a preocupação da mon-
minhões LS 1935 e LS 1941. tadora em respeitar a opinião de
Suspensão rebaixada — O extrape- muitos frotistas, que acham mais
sado LS 1630 ganhou novo padrão O 'pé-de-boi' — O acabamento da vantajoso acomodar seu motorista
de decoração interna da cabina mo- cabina do leve L 709, na versão 'pé- dentro de uma cabina mais simples.

34 TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992


st'- Capacidade, aptidão.

...dejuta, coco e algodão. O 709 de cabina racionalizada custa 5% menos.

do como caminhão-prêmio — por


ser ele o veículo de número 1 milhão
—, para ser trocado por um L 608
PEIENCIA
Não é por acaso que TRANSPORTE MODERNO é a
revista líder do seu segmento. Foi uma posição
D, o primeiro leve com motor dísel,
conquistada em 29 anos de muito trabalho e dedicação. Por
fabricado em 1972, restaurado e de- isso, TRANSPORTE MODERNO é a melhor opção de
pois colocado em exposição no sa- informação para o setor de transporte comercial em todas
guão principal da fábrica em São as modalidades. E, a informação competente é o melhor
Bernardo. O 1418 é uma versão de instrumento para quem precisa tomar decisões. Faça sua
assinatura de TRANSPORTE MODERNO e comprove.
baixa emissão, lançada em 1991,
A fórmula do sucesso tem muitos ingredientes.
"mas não sofreu melhoramento de Certamente a competência é um deles.
ponta, com exceção dos produtos
vegetais na cabina". Fibras de juta, Desejo assinar a revista TRANSPORTE
de coco e de algodão, óleos de ma- MODERNO por um ano Sei que receberei
mona e de castanha de caju e borra- 12 exemplares por apenas Cr$ 312.000,00.
.. cha natural representam recursos na-
2 turais renováveis que a Mercedes- NOME
' Benz tende a incorporar em sua li- ENDEREÇO
"Os frotistas têm uma visão prá- nha de caminhões e de ônibus.
tica da limpeza da cabina e da manu- Por outro lado, embora o esto- CIDADE
tenção do veículo", comenta, frisan- que de caminhões 1418 no pátio da CEP ESTADO FONE
do que a oferta de uma cabina de fábrica estivesse, em outubro, num
EMPRESA
menor custo (opcional) não sacrifica nível normal de tolerância, a Merce-
o conforto do motorista com relação des considera que, apesar da reces- RAMO DE ATIVIDADE
ao ruído e ao calor. "Essa parte do são, "as vendas estão boas" neste CGC INSC. EST.
isolamento termoacústico foi mantida semestre. Esse caminhão possui a
DATA ASSINATURA
na cabina", garante Gramigna,acres- mesma mecânica da linha HPN,com
centando que a mudança atingiu cofre avançado e cabina recuada.
mais o revestimento, com um acaba- "Motor, câmbio, cardã, eixos dian- NÃO MANDE DINHEIRO AGORA
mento rústico. "A mecânica básica teiro e traseiro, freio das'rodas e sis-
desse leve não mudou em nada." tema elétrico são basicamente iguais
nos dois veículos 1418 (HPN e
Baixa emissão — No Salão, o produ- FPN)", esclarece Gramigna. EdIroes TM troe
transporte.
to de série 1418 FPN (cara-chata),
Gilberto Penha Pus Vieira Fazenda, 72 - V. Mariana - CEP 04117
com cabina avançada, foi apresenta- Tel.: 575-1304 (Linha seqüencial)
TELEX (11) 35247 - São Paulo - SP
TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992 35
mas econômicos
Scania lança quatro versões
de menor consumo e
suspensão a ar para cabina
dupla do tipo R

•Seguindo o ritmo da duzem ficam bastante aquém dos li- Menor fadiga — Agora, os motores
indústria automobilísti- mites estabelecidos por essas nor- dispõem de uma bomba injetora com
ca, marcado por escas- mas. Quanto à família de baixa ta- timing modificado de modo a com-
so investimento em no- xa de emissão, ela permanece aquém binar baixos níveis de consumo com
vos produtos, a Scania até mesmo dos limites da norma eu- baixos níveis de emissão. Trata-se
do Brasil trouxe ao 17? Salão do ropéia. "Pretendemos exportar es- de uma versão aperfeiçoada das bom-
Automóvel alguns melhoramentos de ses motores para a Suécia a partir bas dos tipos 7 000, para motor tur-
ponta, inseridos nas linhas T e R. de outubro", revela Pace, confi- bo, e 7 100, para motor intercooler.
Entre esses melhoramentos incluem- ante na evidência de que a preocu- Também foram introduzidas modifi-
se freios ABS para ônibus e cami- pação com a ecologia cresce no mer- cações internas envolvendo os ca-
nhões, uma nova versão de entreei- cado externo. rnes, os ângulos de injeção e as mu-
xos (de 4,6 m) para a linha T e sus- Diversas diferenças construtivas danças de tempo e de velocidade.
pensão a ar para cabina leito dos ca- caracterizam os novos motores. Ode- "A combinação dessas modifica-
minhões do tipo R (cara-chata), vi- senho da câmara de combustão so- ções também produz aumento da
sando oferecer maior conforto ao mo- freu modificações visando melhorar pressão de injeção", informa Pace.
torista. A nova suspensão apresenta o processo. O anel de compressão A alteração no cabeçote dos cilin-
molas pneumáticas (bolsões de ar), foi deslocado 9 mm em direção ao dros (para melhorar os canais de ad-
válvulas niveladoras e amortecedores. topo do pistão, o que reduz a forma- missão) garante um desempenho
Mas o que a área de marketing ção de depósito na coroa e eleva a mais seguro para a entrada e para
alardeia como a principal mudança taxa de compressão de 16:1 para 17:1. a saída dos gases na câmara de com-
é uma 'nova' família de motores, Além disso, foram construídos bustão. A instalação de uma nova
composta pelas versões de 310 cv, novos bicos injetores, com oito furos guia dispensa o uso de retentores
320 cv, 360 cv e 450 cv, classifica- de 0,24 mm de diâmetro (os antigos de óleo nas hastes das válvulas.
das como de baixo consumo. De tinham somente cinco furos com 0,35 Com essas mudanças, o motor
modo opcional, "para quem estiver mm de diâmetro). O maior número de DSC 11 32, por exemplo, pode atin-
engajado ecologicamente", destaca furos, juntamente com a diminuição gir a potência máxima de 320 cv
Alessandro Pace, chefe da Seção no diâmetro de cada um, aumenta a num regime de 1 900 rpm, ou seja,
de Planejamento de Vendas e Produ- pressão de injeção. "Quanto maior 51/4 mais baixo que os 2 000 rpm
tos, a Scania oferece os motores de for a intensidade de pulverização do anteriores. O torque máximo passou
onze litros e de 320 cv e 360 cv, nas combustível dentro da câmara, tanto de 144 mkgf a 1 100 rpm para 146
versões de baixo consumo e de bai- maior será a Intimidade de cada par- mkgf a 1 000 rpm, e o consumo es-
xa taxa de emissão de poluentes. tícula com o oxigênio do ar", acen- pecífico baixou de 190 g/kWh para
A família de baixo consumo não tua Pace, acrescentando que uma 189 g/kWh a 1 400 rpm. "Desse
apenas satisfaz as normas brasilei- combustão limpa ocorre com baixas modo, conseguimos aumentar um
ras vigentes sobre poluição como emissões de particulados (de car- pouco o torque e a potência num
também as taxas de emissão que pro- vão)e de monóxido de carbono(CO). regime de giros mais baixos", obser-

36 TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992


A nova família de
motores de 11
litros possui
bomba injetora
com timing
modificado de modo
a combinar baixos
níveis de consumo
e emissão

va Pace, argumentando que isso equi- nor", afirma Pace. A família inclui "embora ninguém esteja conseguin-
vale a maiores intervalos entre as ainda o motor DS 11 76, de 260 cv, do vendê-lo em grande quantidade".
manutenções e as trocas dé óleo exi- específico para ônibus (ver matéria A Scania introduziu nas versões
gidas pelo veículo em operação. em TM Passageiros). de onze litros a redução traseira
Também nos motores DSC 11 33, 3,87:1 com redução nos cubos (AD
de 360 cv, as rotações máximas fo- Maior conforto — Com a constru- 100/RP 831), antes liberada somen-
ram reduzidas de 2 000 rpm para ção de um novo entreeixos de 4 600 te para motores de quatorze litros.
I 900 rpm, com o torque aumenta- mm para caminhões da linha T(com Pace considera que a questão da ve-
do de 162 kgfm a 1 050 rpm para cap(5), a Scania passa a estender a locidade ainda é uma expectativa
165 kgfm a 1 000 rpm. Segundo a toda a linha o benefício do Decre- dos frotistas, ansiosos por verem
Scania, essas mudanças propiciam to n? 98 933, que autoriza 6 t no seus caminhões trafegando com bas-
melhor dirigibilidade e menor neces- eixo dianteiro. Também com atraso tante rapidez, o que permitiria uma
sidade de trocas de marcha, ao mes- em relação às demais montadoras, maior produtividade do veículo.
mo tempo que contribuem para di- a Scania lança no Salão os freios "Quando se reduz a rotação da po-
minuir a fadiga do motorista. ABS Bosch, como componente op- tência máxima do motor é preciso
O consumo do motor de 360 cv cional para os caminhões do tipo T alongar o diferencial para manter
foi diminuído de 195 g/kWh a 1 450 (com entreeixos de 4 200 mm)e pa- os mesmos níveis de velocidade do
rpm para 189 g/kWh a 1 400 rpm. ra os ônibus K e KT da linha 1993. modelo anterior", afirma, para com
O motor DS 11 75, de 310 cv, teve Segundo Pace, a Scania fez testes isso justificar porque a montadora
seu torque modificado de 136 kgfm com os freios ABS durante um ano "resolveu liberar os 3,87:1" para
para 135 kgfm a 1 100 rpm, e o con- e meio, e assegura que continuará os motores intercooler de onze li-
sumo caiu de 202 g/kWh para 197 acompanhando, por mais um ano tros (que tiveram redução do regi-
g/kWh a 1 400 rpm. "Isto signifi- e meio, os veículos que instalarem me de rotação de potência máxima).
ca um grande feito, pois o veículo esse componente. "Todo mundo es-
tem agora um consumo 3% me- tá fornecendo o ABS", justifica, Gilberto Penha

TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992 37


Cegonheira usa
norma aeronáutica
em plataformas,
O modelo Nova Era está apto
O sistema hidráulico permite às plataformas movimentos seletivos vertical e angular
para transportar
veículos mundiais no Brasil deslocados longitudinalmente, para Os sete desafios — A Translor inves-
adequação do espaço interno. "Es- tiu US$ 700 mil nesse produto, que
e no Mercosul ta solução do remonte é inédita no vinha sendo desenvolvido desde me-
mundo inteiro", declara Ricardo ados de 1991 pelos escritórios de en-
Flores, coordenador de Projetos, genharia Protéia, Engeware e Vi-
apontando a melhor distribuição brac, sob a coordenação do profes-
•De forma radical, a do peso da carga,"porque, habitual- sor Rigoberto Soler Gisbert (da
Translor dispôs-se a criar mente, concentrava-se maior peso FEI). O projeto foi terminado em
um novo semi-reboque sobre o eixo traseiro". janeiro último. Em seguida, ocorre-
Itio
7 para transportar até O sistema hidráulico é acionado ram a montagem do primeiro protó-
onze automóveis zero por um conjunto eletro-hidráulico au- tipo e os testes estruturais e de campo.
km (veículos médios) totalmente di- tônomo instalado na carreta (e que Desde o ano passado, a Translor e
verso dos existentes no mercado bra- trabalha independentemente do cava- outros transportadores foram pressio-
sileiro. lo), permitindo às duas plataformas nados pela indústria automobilística
A principal diferença construti- os movimentos seletivos vertical e no sentido de modernizarem seus veí-
va entre a Nova Era, nome de batis- angular (subir, descer e inclinar), in- culos. A indústria exigia o uso de se-
mo da cegonheira, e as convencio- clusive operando com os pés de apoio. mi-reboques mais adequados ao
nais, que mantêm as mesmas carac- A plataforma inferior nivela-se transporte de veículos mundiais. Em
terísticas desde há trinta anos, está na altura do rodeiro (eixo traseiro) contrapartida, a empresa condicio-
na concepção do projeto. Enquan- e dispõe de suspensão variável para nou a aprovação do novo semi-rebo-
to a carreta comum possui estrutu- atender a viagens de ida com carga que ao atendimento de sete desafios,
ra treliçada de multibarras, forman- e de retorno vazio. Ao contrário entre os quais o de ser compatível
do um conjunto rígido e com pou- das convencionais, essa plataforma com qualquer família de veículos
ca mobilidade, o que compromete pode chegar até o solo. Em caso montados no Brasil ou importados,
a carga e descarga das novas famí- de avaria do motor, ou de necessida- além de apresentar estrutura e meca-
lias de automóveis, a Nova Era apre- de de manutenção, o castelo permi- nismos adequados a todas as estradas.
senta estrutura unicelular com per- te o basculamento da cabina em qual- A qualidade alcançada não poderia,
fis tubulares de grande seção, produ- quer local da estrada. de maneira alguma, encarecer o frete.
zidos com aço de elevada resistência "A partir do momento em que Os desafios estendiam-se ao cum-
à corrosão, e suas partes se movi- se aumentou a distância entreeixos, primento das legislações brasileira
mentam com facilidade. Essa estru- diminuiu-se as inclinações de trabalho (dimensões e pesos) e dos países do
tura só possui travamento (por meio na carreta, hoje cada vez mais res- Mercosul (inclusive Chile). Por últi-
de vigas de aço) na altura da quin- tritas", observou Ricardo Flores. mo, a carreta deveria oferecer segu-
ta roda e do eixo traseiro. No projeto, optou-se por uma me- rança total ao motorista e à carga,
Adotou-se uma norma de enge- sa do pino-rei com duas posições maximizando sua capacidade de car-
nharia aeronáutica, visível na estru- de acoplamento, para cavalos com ga com variações para curta, média
tura das plataformas superior e infe- cabinas avançada (cara-chata) ou e longa distâncias.
rior, com furos laterais para permi- recuada (narigudo), mas respeitou- Entusiasmada com o projeto, a
tir alívio das tensões e do peso. As se a distância máxima de entreeixos Translor já instalou maquinário num
plataformas são autoportantes, e extremos (15 m), entre pára-choques galpão em Piraporinha (Diadema),
as superfícies são antiderrapantes. (20 m) e balanço traseiro (3,5 m). para se aventurar como montadora
O conjunto funciona com ram- O estudo apontou a cabina avança- de produtos semi-acabados, sendo
pas de descarga, leves e de fácil ma- da como ideal para o transporte de um deles a própria cegonheira ex-
nuseio, incorporadas à carreta. Pos- automóveis, mantendo-se a distân- posta no Salão.
sui um castelo posicionado sobre o cia de 40 cm entre a posição de aco-
chassi do cavalo, e dois remontes plamento e a cabina recuada. Gilberto Penha

38 TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992


Sistep controla a vida
completa dos pneus
A Controle Informática desen-
volveu o Sistep — Sistema Espe-
cialista de Pneus, para controle
de pneus. O sistema contém um O padrão holandês é mais adequado às condições urbanas brasileiras, garante a Logisystems
menu por janelas independentes
e 43 gráficos, entre eles os de po-
sição, evolução, rendimento, des-
gaste, custos, sucateamento. O
R oteirizador com matriz holandesa
Sistep fornece análise de custos A Logisystems, especializada quado às condições brasileiras
por quilômetro com base em vá- em informática e em logística, es- que o norte-americano, utilizado
rios fatores: tipo de borracha, tá comercializando o software em outros modelos de roteiriza-
processo de reforma, temperatu- Logicargo, para roteirização urba- dor existentes no mercado nacio-
ra, marca, modelo e medida. O na, que é apresentado em duas nal. Na Holanda, esse roteiriza-
engenheiro Frederico Junqueira versões: a simples, que permite dor, que é fabricado pela Delta-
Nicolau, responsável pelo progra- a simulação do roteiro para entre- Logis, é usado pela indústria de
ma, diz que o software possibili- ga de cargas; e o plus, que faz o cervejas Heineken.
ta o completo controle dos custos, roteiro, automaticamente, com a Além de roteirizar, o softwa-
da manutenção e da vida útil do malha previamente digitalizada. re emite recibos e listas para car-
pneu, que pode ser efetuado por O padrão holandês de distribui- regamento e para distribuição.
apenas dois funcionários. Atra- ção utilizado no Logicargo é, se- Outras informações poderão ser
vés de janelas integradas, o siste- gundo o diretor da Logisystems, obtidas pelos fones (011)853-5444
ma permite consultar, alterar e José Geraldo Vantine, mais ade- ou (011)274-5711 ramal 143.
incluir dados. Mais informações
poderão ser obtidas pelos fones
(011)852-9542 e (011)853-5133.
Medidor de combustívelinstalado no motor
Software para A Hasler do Brasil, do Rio de
Janeiro — que comercializa o com-
as rotações econômicas e o consu-
mo instantâneo a cada cem quilô-
administração de frota putador de bordo suíço Transpo- metros. Equipado com filtro do ti-
drive — está lançando um medidor po Standard-Box, o instrumento é
A Cetil Informática, de Blume- de combustível denominado AIC aparafusado na caixa do medidor e
nau (SC), está oferecendo ao mer- 2022, produzido pela AIC Systems exige, como manutenção, apenas
cado de transportes o Safecetil, AG,da Suíça. Instalado em moto- a troca periódica do filtro e a ve-
Sistema de Administração de Fro- res de 500 cv até 2 000 cv, o ins- rificação de estanqueidade. Sua
tas e Equipamentos. Seus relató- trumento mede o consumo do aplicação impede o retorno do to-
rios permitem avaliar dados tais combustível em cm3, de 0,01 litro talizador ao zero. Mais informa-
como custos com manutenção, até um milhão de litros. Com oito ções poderão ser obtidas pelos fo-
combustíveis e seguro. Desenvolvi- funções, o equipamento, dotado nes(021)325-6479 e(021)226-6942,
do em módulos, o Safecetil pode de componentes eletrônicos, indica ou pelo fax (021)226-8243.
ser usado em partes, que incluem
veículos e equipamentos, manuten-
ção, itens do veículo, custos, e
assim por diante. Compatível com
micros AT de 20 mb de disco, o Sa-
fecetil é apoiado na linguagem
ZIM. Seu custo é de US$ 3 200 in-
cluindo o ZIM. A empresa assegu-
ra retorno do investimento em três
meses. Mais informações poderão
ser obtidas pelo telefone (0473)
29-1700, com Arlindo Maruca Jr.
A Hasler assegura, com o AIO 2022, o fim das dificuldades do controle de consumo

TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992 39


Software calcula e
gerencia o frete
A RD Análise e Desenvolvi-
mento, de São Paulo, produziu,
e a Editora TM está comerciali-
zando, o software FRET, para
calcular e gerenciar o frete da em-
presa e compará-lo com a tarifa
A carroçaria em aço é mais leve e a suspensão com molas reforçadas suporta mais carga
praticada no mercado. Compatí-
vel com micros IBM-PC,esse soft-
ware, além de calcular o frete,
emite conhecimento e elabora grá-
ficos que mostram a eficiência
Semi-reboque monobloco, a novidade da FNV
do veículo, o melhor preço do Dois perfis de aço dobrados de cana-de-açúcar. "São mais le-
mercado e o ponto de equilíbrio em Z, interligados por travessas ves", garante Luciano Alves da
financeiro, a produção ideal, a dobradas em perfil de um qua- Silva, analista de Marketing da
participação de cada insumo na drado quase fechado, sustentam empresa. A suspensão foi refor-
composição do custo, e a margem a estrutura da carroçaria mo- çada para suportar 12 t por ei-
em relação ao preço praticado nobloco dos semi-reboques da xo, por meio de um feixe de mo-
no mercado e com desconto. FNV-Fruehauf para transporte las redimensionado.
Para calcular a tarifa, o FRET
pondera os parâmetros de custos
do veículo, as despesas adminis-
trativas, os impostos, as despesas
financeiras, o tempo de carga e
Bendix lança pastilhas
descarga, a velocidade operacio- de freio sem asbesto
nal, o tipo de estradas e o núme-
ro de horas trabalhadas, além Premium é o nome das novas
da margem. A tabela é gerada pastilhas de freio da marca Ben-
por faixa de quilometragem ou dix, já disponíveis no mercado.
por localidades. Mais informa- Sem amianto em sua composição,
ções poderão ser obtidas no De- o novo produto, segundo a fá-
partamento Técnico da TM, pe- brica, dura mais que os anterio-
lo telefone (011)575-1304 ou pelo res, reduz ruídos e desgaste dos
fax (011)571-5869. discos, e produz menos pó pre-
to nas rodas.
A Bendix garante maior durabilidade às lonas

Instrumento para A ditivo para água de


magnetizar tacógrafo
radiador em litro
O magnetizador M 2 000, pro-
duzido pela SSE Sentinela Siste-
mas Eletrônicos, é usado para O Permazone, composto de
carregar ímãs desmagnetizados etilenoglicol e de antioxidantes,
em tacógrafos e em velocímetros. é um aditivo da Mobil Oil que
Dotado de desmagnetizador de eleva o ponto de ebulição da
êmbolos, o instrumento é ligado água e reduz o de congelamento.
pelo simples acionar de uma cha- É oferecido agora em embalagens
ve, e sua intensidade de energiza- de um litro. Até então, só havia
ção, obtida por meio de um bo- embalagens de vinte litros, que
tão seletor de potência, é dividi- eram adquiridos pelas montado-
da em graus que vão de um a oito. ras de veículos.
A nova embalagem é de apenas um litro

40 TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992


NOVIDADES •O conceito mundial moderno Área maior para
que a Marcopolo diz ter incorpo- os vidros e
chapas
rado em sua nova família rodoviá-
Marcopolo apresenta sua ria, carinhosamente denominada
metálicas
sem nervuras
geração 'cara limpa' Gevê(GV como logomarca, ou se- marcam a nova
ja, geração cinco), valoriza as for- familia gaúcha
para as estradas nacionais e
mas arredondadas e a 'limpeza'
internacionais das chapas metálicas, tanto na tra-
seira como nas laterais do ônibus.
Saíram as nervuras de toda a car-

Na estética
roçaria, e a frente ganha uma ex-
pressão futurista e imponente,com
a área envidraçada levemente joga-
da para trás, como se o veículo
estivesse de 'cabeça erguida'.
Os faróis dianteiros e traseiros
ficam ao mesmo nível das chapas,

do conforto sendo os frontais esticados, a exem-


plo das características dos moder-
nos automóveis nacionais e inter-
nacionais. O espaço para todos qualquer das dimensões escolhi-
os vidros foi ampliado, e as ja- das: 850, 1000 e 1150 para o Viag-
nelas incorporaram 70 mm a gio, e 1150 e 1450 para o Paradi-
mais na altura. so. As novas carroçarias são adap-
Mas as transformações nas car- táveis a seis chassis Scania, a oi-
roçarias da linha Gevê não param to Mercedes-Benz, a dois Volvo
aí. Walter Gomes Pinto, diretor nacionais e a mais dois Volvo não
de Exportações, garante que a em- disponíveis no Brasil, destinados
presa introduziu muitas modifica- à exportação (ver Quadro).
ções, desde as fibras que tecem
os estofados até a estrutura da Além do design — Se, à primei-
carroçaria, agora totalmente tubu- ra vista, a plasticidade visual se
lar, com conceito de anel estrutu- impõe, Walter Gomes Pinto escla-
ral. "Usamos nosso padrão de rece que a estética não é gratuita
qualidade na fabricação de carro- na geração cinco. "Melhores rela-
çarias para aperfeiçoar o confor- ções de aerodinâmica e baixo con-
to humano", sintetiza o executi- sumo foram fatores relevantes
vo, orgulhoso do slogan criado para que se pudesse definir as for- utilizados para a fabricação foi
para a apresentação da família: mas dos carros", afirma. Por aperfeiçoada. A estrutura é cons-
'Evoluindo para a perfeição.' exemplo, a procura de modifica- truída em aço de alta resistência,
A nova família Marcopolo nas- ções que oferecessem segurança com revestimento galvanizado, e
ce depois de a empresa passar no- máxima foi um dos principais fa- recebe, além disso, proteção anti-
ve anos sem que ocorresse uma tores que motivaram o arredonda- corrosiva de óxido de zinco nas
renovação. A quarta geração foi mento das formas internas, e a soldas. A família Gevê teve a hon-
criada em 1983, dezesseis anos procura de modificações que faci- ra de estrear um novo maquiná-
após o início da produção da pri- litassem a manutenção embasou rio para sua fabricação, desenvol-
meira geração de ônibus pela em- a eliminação de reentrâncias em vido especificamente para a pro-
presa, em 1967. Viaggio e Paradi- toda a carroçaria. dução dos novos modelos. Sem
so, os dois membros tradicionais Segundo Gomes Pinto, foram entrar em detalhes, Gomes Pin-
rodoviários, trazem as versões alterados mais de quarenta mil to admite que a capacidade produ-
Simple, Middle e High-deck, em itens. Grande parte dos materiais tiva e o controle de qualidade au-
mentaram com isso.
Um corte transversal da carro-
Império Gaúcho —,além de uma montadora de com- çaria conseguiu levantá-la em 15
ponentes exportados em CKD —
mm, o que, segundo o diretor
Completely Knocked Down para o
O que mais orgulha a Marco- México, a fabricante gaúcha con- de Exportações, enquadra o pro-
polo atualmente é o fato de ter si- seguiu crescer bastante em fatu- duto em normas internacionais.
do apontada pelo especialista em ramento. A previsão total é de US$ Walter Gomes Pinto conta que
qualidade e competitividade do Ja- 185 milhões para 1992, contra os dentro da carroçaria Marcopolo
pan Productivity Center, Kazuo US$ 130 milhões de 1991. O melhor os passageiros também ficarão
Tsuchia, como uma das duas úni- resultado foi obtido na exporta- 50 mm mais elevados em relação
cas empresas brasileiras (a outra ção, que deverá, conforme a previ- ao solo. Para os chassis com mo-
é a Honda do Brasil) com contro- são, chegar a US$ 50 milhões, con- tor frontal, os carros da Gevê tra-
le de qualidade e produlividade ca- tra os US$ 23 milhões de 1991. De zem uma solução de engenharia
pazes de competir com algumas in- acordo com a Fabus, a participação
estrutural que praticamente nivela
dústrias japonesas, e até mesmo da Marcopolo na produção de car-
de superá-las. Visitando o Brasil roçarias para ônibus rodoviários, a altura do motor com a do piso
em missão oficial de trinta dias, urbanos e microônibus caiu em interno do ônibus.
em agosto passado, para assesso- 1991 em relação a 1990, ficando Segundo o diretor de Exporta-
rar a coordenação do Programa em 28,1%, contra 29,9% em 1990. ções da Marcopolo,o redimensio-
Brasileiro de Qualidade e Produ- Porém, para este ano, a empresa namento da frente e da traseira
tividade, Tsuchia conheceu diver- pretende voltar à marca de 29%, resultou em aumento do salão
sas indústrias em todas as regiões apesar da recessão. No universo de passageiros, possibilitando
brasileiras. Surpreso, registrou o su- dos ônibus brasileiros, cerca de 80% maior espaçamento entre as pol-
cesso da aplicação dos processos in- deles pertencem ao segmento ur- tronas, e b.té mesmo um aumen-
dustriais Kanban, Kaizen e Just-in- bano, no qual a participação da em-
to do número delas. São ofereci-
Time na Marcopolo, em vigor des- presa fica com a modesta porcen-
de 1986. Com cincofábricas — qua- tagem de 19%, segundo Walter Go- das quatro versões de poltronas
tro no Brasil e uma em Portugal mes Pinto. — Intercity, Executiva, Turismo
e Leito —, com revestimento in-

42 TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992


Além do visual
externo, os
ônibus
ganharam
acessórios de
luxo, como bar
modular para
rodomoça e
geladeira movida
a eletricidade

terno de padronagens exclusivas, cados interno e externo", afir-


em combinações monocromáticas. ma Walter Gomes Pinto. As equi-
Instrumentos no painel do moto- pes de engenharia passaram qua-
rista foram reposicionados, e itens tro anos se alternando entre as
como, por exemplo, descansa-pés, pranchetas do Departamento de
suporte para objetos, apoio de Engenharia, em Caxias do Sul
braço nas poltronas, iluminação (RS), sede da empresa, e os sa-
do salão de passageiros e ilumina- lões das feiras internacionais, le-
ção individual também foram re- vantando dados e observando ten-
estudados de modo a favorecer dências mundiais para incorporá- ção é muito grande, até mesmo
o conforto dos passageiros, afir- las às carroçarias lançadas agora. no nível internacional. A compro-
ma o diretor de Exportações. Ele explica que já estava na vação disso está no número de
hora de a fábrica lançar novos unidades que a empresa exporta-
Alfaiataria completa — "O proje- produtos. Ressalta, porém, que rá em 1992, duas vezes maior que
to atual é fruto de informações a geração quatro continua no as exportadas neste ano. A previ-
e de tendências apuradas nos mer- mercado, uma vez que sua aceita- são é que esse número chegará a
1 200 unidades em 1992, contra
MODELOS DE CHASSIS ADAPTÁVEIS À G CÃO V as 631 unidades de 1991.
Com sua nova linha de rodo-
Marcopolo Mercedes-Benz Volvo Scania viários, a Marcopolo quer man-
V aggio 850 OF 1315 B-7* F 113L ter sua liderança no mercado in-
OF 1318 terno, hoje com 51% de partici-
OF 1618 pação, segundo o diretor de Ex-
OF 1315
portações. A intenção, embora
Viaggio 1000 OH 1520 B-7* BR 116 velada, também passa pela apos-
0 371- R, B-58M B 111 ta no mercado externo, em ex-
RS, RSD B-10M S 113CL
F
pansão, apesar de Walter Gomes
113HL
B-12* K 113CL Pinto assegurar que as mudan-
K 113TL ças não visaram especificamen-
te o cliente, seja ele o interno ou
Viaggio 1150 O 371 RS, B-58M BR 116
RSD B-10M B 111 o externo. "Aqui,temos uma ver-
B-12* S 113CL dadeira alfaiataria, e o cliente sem-
K 113CL pre apresenta uma ou outra al-
K 113TL teração nos seus pedidos, para
Paradiso 1150 O 371 RS, B-58M K 113CL atender necessidades específicas",
RSD B-10M K l'Isrl afirma. Segundo ele, combinan-
B-12* do-se os itens standard e os aces-
Paradiso 1450 0 371 RSD B-10M K 113TL sórios disponíveis, a Marcopo-
B-12* lo consegue oferecer mais de du-
• Chassis não disponiveis no Brasil, destinados à exportacão
zentas opções diferentes de ôni-
'• Os modelos Viaggio 850 e 1000 também estão disponiveis com MBB O 362, O 364 e O 355 bus rodoviários.

TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992 43


NOVIDADES

Mercedes introduz motor da


série 400 nos
rodoviários e lança três novas
versões urbanas

resce
a família MBB km/1. Ventura esclarece que o uso
da mesma curva de torque do ca-
•Na tentativa de resgatar o seg- ma de 354 cv, a mesma do cami- minhão, mais plana, com menos
mento do rodoviário, a Merce- nhão LS 1935. Ventura explica carga, favorece a performance
des-Benz do Brasil aposta alto que o UP receberá o novo motor do veículo, que, além disso, traba-
na introdução de novos motores no início de 1993, para obedecer lha com rotação inferior, de
da série BR-400 nos modelos ro- à legislação sobre emissões estabe- 1 680 rpm na velocidade máxi-
doviários da família 0-371 (mono- lecida pelo Proconve para 1993. ma, o que diminui o ruído e re-
blocos e plataformas dos tipos Com a substituição dos moto- duz o consumo.
R, RS e RSD) e também nos ur- res, algumas adaptações precisa- "É um carro mais leve, com
banos da mesma família, do ti- ram ser feitas nos demais elemen- a mesma capacidade (13 m3), em
po Padron (UP) (monoblocos e tos do trem de força. Os modelos volume de bagageiro, do RSD",
plataformas). A montadora está R e UP usarão a caixa de trans- informa Ventura. A capacidade
deixando para trás, nos modelos missão ZF S-6-90/6, enquanto de carga também continua a mes-
UP e R, os velhos motores que os demais terão a ZF ma do RSD, uma vez que o ga-
0M-355 A turboalimentados, e S-6-105/6, ambas com seis mar- nho de peso obtido com a supres-
nos modelos RS e RSD, turboali- chas à frente e uma à ré. As rela- são de um eixo (quase 1,5 t) e
mentados com resfriadores de ar ções de transmissão foram modi- com a utilização de novos mate-
de admissão, já considerados fra- ficadas, passando para 3,61:1 nos riais nas portas(agora pantográfi-
cos e sem competitividade. rodoviários, com exceção do RSL, cas), no piso e na isolação do
Além disso, a MBB introduz, e para 4,64:1 no UP. Todos os motor, bem como no uso de pneus
na série dos rodoviários, mais modelos, com exceção do R, se- radiais sem câmara (redução de
um modelo, o RSL, de 16,5 t de rão equipados com suspensão 140 kg) e na redução da altura
PBT, com apenas dois eixos. Lu- pneumática nos dois eixos, inclu- em 120 mm, compensam as 3,5
so Ventura, diretor de Desenvolvi- sive no eixo auxiliar do RSD. t que o eixo simples suportaria a
mento de Produto, gosta de cha- O 'carro nobre' rodoviário da mais. O salão tem o mesmo com-
má-lo de "carro nobre da linha Mercedes, segundo Luso Ventu- primento do RSD, 13,20 m, mas
para o Brasil". ra, traz um desempenho diferen- esse último pesa 20,5 t de PBT,
Para as versões R e UP, o mo- ciado relativamente aos seus ir- contra 16,5 t do RSL.
tor será o OM-449 A, de 252 cv, mãos, o RS e o RSD. Com rela- Esse novo carro, segundo Luso
o mesmo que equipa os caminhões ção de transmissão um pouco Ventura, foi planejado tendo-se em
L e LS 1625 e as três versões do mais longa que a deles, de 3,33:1, vista os objetivos específicos de
2325 — L, LK e LB. O motor ele consegue atingir a velocidade atender a reivindicações do merca-
para os ônibus RS e RSD, e tam- de 125 km/h, contra 118 km/h do sem infringir a Lei da Balança.
bém para o novo RSL, será o dos outros dois, a um consumo Além da utilização do alumí-
OM-447 LA, com potência máxi- comprovado entre 3,4 km/1 e 3,9 nio, que confere maior resistência

44 TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992


Considerado o carro nobre, o RSL
ganhou leveza e economia em
relação aos demais modelos

diz Ventura. O outro elemento in-


dicativo de sua situação interme-
diária entre o Ueo UP é a sus-
pensão, também inovadora. Na
dianteira, foi colocada suspensão
pneumática, visando manter o
veículo na mesma altura, tanto
atrás como na frente. No eixo tra-
seiro permanece a suspensão de
molas metálicas, semi-elípticas.
"Dessa maneira, não encarece-
mos muito o veículo e oferece-
mos uma opção a mais para o fro-
tista", afirma Ventura, adiantan-
do que o comprimento do UL tam-
bém ficou menor: 12 m, ao pas-
so que o UP mede 13,20 m.
Os dois outros lançamentos
são versões de plataformas para
à corrosão, as modificações que a MBB está trazendo para o seg- 16 t, pois até agora a MBB ofere-
diferenciam o RSL dos seus ir- mento de urbanos três novas ver- cia, com motor frontal, apenas o
mãos rodoviários atenderam a sões, entre monoblocos e plata- OF 1318, para até 13 t. O OF 1318
outra reivindicação do mercado: formas, uma das quais é o mode- era freqüentemente adaptado pa-
facilitar a manutenção. "Limpa- lo UL, da série do 0-371, com ra a distância entreeixos de 6 000
mos tudo o que havia ao redor motor 0M-366-LA, turboalimen- mm, uma vez que o original de
do motor, facilitando o acesso à tado e intercoolado. fábrica saía com 5 100 mm. No
manipulação mecânica", afirma. O modelo UL surge como uma 1618, de 16 t, o entreeixos é de
Vários dispositivos foram reposi- opção mais barata relativamente 6 050 mm. O motor é o mesmo,
cionados, desde reservatórios de ao Padron, e melhor do que o o OM-366 turbinado, de 184 cv.
água para toalete até o câmbio, U, uma vez que tem potência de As suspensões, as longarinas e
passando pela bateria e pelos fil- motor de 210 cv, bem como con- o sistema de cardãs foram reforça-
tros de combustível. sumo e durabilidade superiores, dos para resistir às solicitações
dados pelo intercooler. "É a pri- da nova carga. Agora, há também
Novidades urbanas — Além do meira vez que a MBB traz o inter- quatro cardãs da parte traseira, o
novo motor, no modelo Padron, cooler para o segmento urbano", que mantém a espessura na parte
central da estrutura. A embrea-
e plataformas, dos quais a partici- gem,servo-assistida, dá maior con-
Questão de mercado pação é dividida em 80% para o forto ao motorista, que, ao pres-
segmento urbano e 20% para o ro- sionar o pedal, diminui de 22 kg
A MBB não admite que tenha doviário. As plataformas lideram para 14 kg o esforço necessário.
sido a concorrência a maior pro- para o urbano, com quase 80% de A plataforma OF 1618 possui,
pulsora das novidades que ofere- unidades vendidas. A montadora ainda, um 'revolucionário siste-
ce agora ao mercado. Celso Gramig- está apostando muitasfichas no lan- ma elétrico', na opinião de Luso
na, gerente do departamento de Ven- çamento do RSL. Acredita, segun-
Ventura. Os componentes elétri-
das de ônibus e de caminhões da do Gramigna, ,que pode chegar a
Mercedes-Benz do Brasil, explica o crescer de 7% a 8% no segmen- cos foram centralizados num só
pacote de inovações e o lançamen- to nos próximos dois anos. Para painel. A manutenção é mais fá-
to de algumas novas versões de pla- o novo urbano, o UL, intermediá- cil, lembra Luso. O 1618 será ofe-
taformas e de monoblocos, tanto rio entre o Ue o UP, Gramigna recido com o painel do caminhão.
para o segmento rodoviário como prevê migração de interesse.çlo cli- A terceira novidade urbana ain-
para o urbano, como "parte da evo- ente tradicional do U. Esclarece, da não está à disposição no mer-
lução natural da linha". Para ele, porém, que os novos modelos e ver- cado. Porém, Luso Ventura adian-
1993 deverá trazer para a monta- sões serão fabricados paralelamen- ta que será a versão 1620, com
dora o mesmo resultado de 1992 te aos tradicionais da linha. "Vão as mesmas características do 1618,
— aproximadamente 13 mil uni- se manter até quando o mercado
mas com motor intercoolado, de
dades vendidas, entre monoblocos decidir", finaliza.
210 cv de potência.

TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992 45


NOVIDADES

Opçõespara velhosprodutos
marcam presença
do segmento pesado, da
Mafersa e da Nielson

Na linha
do tradicional O modelo 8 58, biarticulado, da Volvo...

•Embora sem apresentarem gran- No Brasil, a transmissão au- Detentora de 31% do mercado
des inovações, a Scania, a Volvo, tomática é muito pouco usada, de ônibus rodoviários, e de 37%
a Mafersa e a encarroçadora Niel- devido ao seu alto preço. Porém, do de rodoviários pesados, a Sca-
son aproveitam a exposição para o gerente de Negócios da Mafer- nia, segundo Cury, não pretende
divulgarem alterações em seus sa afirma que no mercado inter- entrar no segmento dos médios,
produtos. Não o fazem exclusiva- nacional a maioria dos veículos nem no rodoviário e tampouco
mente para atender a necessida- para transporte urbano de pas- no urbano, no qual participa com
des do mercado interno, pois pre- sageiros é equipada com transmis- 7,3% nos médios e nos pesados.
tendem, além disso, tentar a con- são automática. No entanto, apostando na on-
corrência em mercados externos. Toledo não divulga qual será da verde, e também no tradicio-
A Mafersa enfileira-se entre o custo adicional que a nova ver- nal apelo econômico, a montado-
aquelas empresas que começam são terá em relação ao M-210. ra apresenta duas novas versões
a se voltar para clientes estrangei- "Ainda estamos montando nos- de motores que, garante, conso-
ros. Tradicional exportadora de sa estratégia de preços, para ser- mem menos combustível e poluem
vagões para metrôs e para trens, mos competitivos", afirma. menos. São eles o DS 11 75, de
e de rodas ferroviárias, a ex-esta- Atualmente, a produção do 310 cv, e o DS 11 76, de 258 cv,
tal quer aproveitar sua experiên- M-210 é de 25 unidades/mês. A sendo este último específico pa-
cia com negócios externos para intenção, segundo Toledo, é au- ra o modelo L 113, que apresen-
aplicála na linha dos ônibus. Por mentar a participação não ape- ta chassi com motor traseiro, com
isso, conta Edgar Toledo, geren- nas no mercado externo mas tam- 6 250 mm de entreeixos fixo e
te de Negócios, ela está lançan- bém no interno. "Estamos em fa- comprimento total de 11 875 mm.
do sua versão de monobloco se de reestudos de estratégias co- As alterações básicas nos moto-
M-240, do tipo Padron, depois merciais e industriais", afirma, res, conforme a montadora, estão
de passar quatro anos comerciali- adiantando que a empresa pro- nos pistões, com anel de compres-
zando o M-210. vavelmente centralizará sua pro- são deslocado para cima, e na ta-
A diferença básica, explica To- dução industrial de ônibus em xa de compressão, que foi aumen-
ledo, é a substituição da atual Contagem (MG). tada para 17:1. Segundo a Scania,
caixa de transmissão pela automá- os cabeçotes dos cilindros, junta-
tica da Allison. Em decorrência Redução de emissões — Na Sca- mente com o timing da bomba
da mudança, a engenharia deci- nia, as modificações estacionam injetora, foram modificados, e
diu aumentar a potência do mo- no motor. "Nossos projetos F113 os novos bicos injetores, com oi-
tor. O atual, que equipa o M-210, e L113 são de 1990 e têm boa acei- to furos menores, de 0,24 mm
Cummins, 6 CT 8.3, turbo, de tação", afirma Roberto Cury, de diâmetro (os anteriores tinham
210 cv, passa a ter 240 cv, com gerente do departamento de Ven- 0,35 mm), conseguem queimas
a ajuda de aftercooler. das de Ônibus. melhores, reduzindo, assim, o

46 TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992


NOVIDADES

Adversidades de mercado
não assustam, e
Ford e Volks lançam o
chassi urbano

Aposta na
mecânica
sob medida
...é a atração principal que a montadora sueca está apresentando ao público

consumo e evitando emissões de TL). O consumo específico do •Apesar de divulgado já neste


gases poluentes. novo motor, que é de 197 g/kWh ano, o chassi de ônibus urbano
O motor DS 11 76, de 258 cv, a 1 400 rpm, fica na mesma fai- fabricado pela linha de produção
que representa, agora, o segundo xa de consumo do DSC 11 18, is- comum às duas empresas que in-
opcional com relação ao modelo to é, 195 g/kWh a I 450 rpm. tegram a holding Autolatina, a
L 113, eleva um pouco a potência Ford e a Volks, só deverá estar
do primeiro opcional, modelo Carroçaria e gás — A Volvo pre- no mercado no final do primei-
DS 11 74, de 254 cv a 2 000 rpm. tende expor ao público o seu já ro trimestre de 1993.
O motor básico, DN 11 08, opera anunciado ônibus B 58 biarticula- Sem tradição nenhuma no seg-
com 203 cv a 2 200 rpm. O consu- do,desenvolvido especialmente pa- mento do transporte comercial
mo específico do novo modelo, ra o transporte urbano de Curiti- de passageiros, nem no Brasil e
segundo as especificações técni- ba. Já comercializou trinta unida- tampouco no Exterior, as duas
cas da empresa, cai 3 g/kWh em des desse ônibus, com carroçarias empresas resolvem enfrentar uni
relação ao motor de 254 cv, fican- da Ciferal e da Marcopolo. Além mercado dominado por montado-
do em 197 g/kWh a 1 400 rpm, dele, exibirá um motor a gás natu- ras experientes, numa conjuntu-
contra os 200 g/kWh a I 450 rpm ral produzido e operado na Suécia. ra que, ainda por algum tempo,
do de 254 cv, o que representa A grande concorrente da Mar- promete adversidade. Até a ex-
uma economia de combustível de copolo, a Nielson, anuncia nova portação entra no cronograma
aproximadamente 1,5%.O motor estrutura de duralumínio na sua das estreantes.
de 310 cv apresenta o mesmo con- linha de ônibus urbanos, o Urba- Haverá duas marcas de chassis,
sumo específico do de 258 cv, e nus. Segundo a empresa catarinen- de 16 t, versão 4x2, apesar de a
a mesma rotação, porém com um se, uma tecnologia construtiva so- mecânica ser basicamente a mes-
torque máximo de 135 kgfm, con- fisticada permitiu que a carroça- ma. O diferencial estará na co-
tra o torque de 112 kgfm do pri- ria de duralumínio fosse fabrica- mercialização, na assistência téc-
meiro. Este último modelo de da sem rebites aparentes. nica e no pós-venda. A força do
motor é uma alternativa de potên- No segmento rodoviário, as li- concorrente, tanto de dentro da
cia intermediária que a montado- nhas El Buss, nas versões 320 e holding como do lado de fora,
ra apresenta entre o modelo DS 340, e as Jum Buss, nas versões não intimida. A Volks, por exem-
11 34, de 303 cv (que equipa os 360 e 380, apresentam pequenas plo, estima que abarcará uma fa-
chassis K 113 TL e S 113 AL, ar- inovações em detalhes estéticos tia de 8% do mercado já no pró-
ticulados, e é opcional com rela- no design externo, e também no ximo ano, o que representa sete-
ção ao S 113 CL e ao F 113 HL), e interno, no painel do motorista, centas unidades vendidas do Volk-
o modelo DSC 11 18, de 354 cv no porta-pacotes e também nas sbus 16.180 CO (chassis de Ôni-
a 2 000 rpm (que é opcional com novas cores e nos novos padrões bus), segundo Flávio Padovan,
relação ao K 113 CL e ao K 113 de revestimento das poltronas. gerente de Planejamento e Mar-

TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992 47



Almeida. "Nosso objetivo era


obter três mil quilômetros por li-
tro, mas em alguns testes essa ta-
xa está atingindo sete mil quilô-
metros por litro", diz.
O torque é de 65 kgfm, a
1 700 rpm. A curva de torque foi
mantida plana, para um melhor
aproveitamento. A relação de
transmissão do eixo traseiro fi-
cou em 5,86:1, com uso da cai-
xa Eaton FS-5006 A, totalmen-
te sincronizada, de cinco marchas
à frente, com uma reduzida e
uma à ré. A embreagem que equi-
pa os chassis da Autolatina é a
CASIA, com disco de cerâmica,
de maior durabilidade. O esfor-
ço de pedal é de 18 kg, caindo
para 12 kg com o uso da embre-
agem servo-assistida, oferecida
ã- como opcional.
Uma novidade dos chassis da
Volks e da Ford é o entreeixos
Uma das keting da Volks. "Brigaremos pe- tina não tem nada a ver com os modular, que possibilita o uso
inovações do lo mercado, tentando ser compe- chassis dos caminhões da Ford e de duas distâncias — 5,10 m e
chassis da
titivos", diz, sem confirmar, masda Volks, garante Almeida. "Nos 5,90 m —, sem necessidade de
Autolatina é
o entreeixos também sem desmentir, um pre- ônibus, todos os componentes cortar nem de danificar a estrutu-
modular, com ço abaixo dos que são praticados submetidos a movimentação re- ra. Um sistema de furação em
versão de 5,10 m pela concorrência. petitiva são solicitados cinco ve- pontos exatos para encaixe das
e 5,90 m zes mais do que nos caminhões",
Para driblar a falta de conheci- longarinas foi a solução adotada
mento do negócio e da mecânica afirma. O acionamento dos freios, para que o chassi suportasse car-
dos ônibus, Fernando de Almei- da embreagem e das luzes, en- roçarias de até 13 m. No entreei-
da, diretor de Desenvolvimento tre outros desses componentes, xos de 5,10 m, a capacidade é
de Produto da Autolatina, expli- no caso dos caminhões, por pa- de 44 passageiros sentados, e na
drões norte-americanos perfaz,
ca que a empresa foi buscar inspi- de 5,90 m é de 47.
ração num conceito testado e com-em sua totalidade, 300 mil ci- Uma das novidades que o no-
provado pela Toyota japonesa, clos/km. No caso dos ônibus ur- vo produto introduz, e de que
numa fase ruim de sua vida in- banos, esse valor total chega a Fernando de Almeida se orgulha,
dustrial. Conhecido pela sigla 15 mil ciclos/km. é a eliminação do ruído, 'insu-
QFD — Quality Function Deploy- À luz do método QFD,a Auto- portável' em sua opinião, dos
ment, o sistema baseia-se em latina optou pelo motor MWM freios na maioria dos modelos
abrir amplamente os ouvidos, e 6.10 turbo, com 180 cv. "É uma de urbanos do mercado. Sapatas
família moderna de motores, com
a prancheta, às solicitações de to- rígidas no freio da Master/Rock-
do o público envolvido em ônibus.camisas de cilindros úmidas, o well, de quinze polegadas, desen-
Para isso, foi necessário maisque facilita a manutenção", diz volvido especialmente para o chas-
de um ano de pesquisas e de via- Almeida, garantindo que as pes- si da Autolatina, conseguiram si-
quisas mostraram a substituição
gens de ônibus pelas ruas paulista- lenciar o sistema.
nas e pelas redondezas, e de con-de motores de empresas consa- O barulho do motor, segundo
tatos com encarroçadoras, frotis-gradas pelo MWM. o diretor de Desenvolvimento de
tas, mecânicos e usuários do trans- Sob as condições severas da Produto, foi outro problema mi-
utilização urbana, a engenharia
porte coletivo, de todos os níveis nimizado, graças à solução da co-
sociais. "Do chassi original, queoptou por alterar pistões e anéis bertura acústica do motor, feita
imaginamos na prancheta, não do motor original. Devido à rigi- de plástico rígido com elemento
sobrou muita coisa", diz Almeida.dez do bloco do motor, a altera- sonorizante e com isolante acústi-
ção desses componentes resultou co. O nível sonoro ficou 4 dB
Alta ciclagem — O chassi de ôni- num consumo de óleo lubrifican- abaixo do da maioria dos moto-
bus desenvolvido pela Autola- te que está surpreendendo, diz res existentes no mercado, afirma.

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tação do ônibus Padron. ções", diz ele, adiantan-
Modernidade e Na indústria do transpor- do que toda a área comer-
profissionalização te comercial, teve uma par- cial e de marketing deverá
ticipação na antiga Grassi, ser repensada.
em 1961, e também na Me- Hoje, a Caio possui duas
tropolitana. unidades industriais. Em
O novo diretor afirma Botucatu (SP), a capacida-
que as mudanças na Caio de mensal é de 700 carroça-
deverão, muito em breve, rias, embora a empresa este-
refletir-se no mercado, uma ja fabricando 420. Da mes-
vez que há estudos para ma maneira, em Recife
a retomada do segmento (PE), a Caio é capaz de fa-
rodoviário, praticamente bricar até 200 unidades/mês,
abandonado pela empre- mas tem uma ociosidade
sa. "É cedo para defini- que beira os 50%.

Scania prepara
- software para ônibus
Branco (dir.) é o executivo da Caio, ainda presidida por Cláudio Regina

A palavra de ordem 'pro- ma) e a gerência industrial A Scania está desenvol- cidade de manuseio e o gran-
fissionalização' também im- com Gilmar Abrahão (ex- vendo um programa infor- de número de informa-
pera entre os fabricantes Caterpillar). matizado para ajudar o fro- ções que ele administra pa-
do setor de ônibus. A Tham- Na Caio, onde quatro ir- tista a fazer o controle ope- ra oferecer, como resul-
co e a Caio, respectivamen- mãos dirigiam a empresa racional de seus veículos. tado final, o custo opera-
te com 20% e com 60% do até o início de setembro, O software valerá tanto pa- cional do veículo. Além
mercado de urbanos, resol- haverá um Conselho Admi- ra veículos operados nas disso, o software poderá
veram partir para a contra- nistrativo, onde dois dos cin- rodovias como nas vias ur- ser processado em compu-
tação de técnicos e de exe- co membros são profissio- banas, e deverá ser distri- tadores de pequena capa-
cutivos vindos de fora da nais vindos de fora da estru- buído gratuitamente para cidade, ampliando, assim,
estrutura familiar que tra- tura familiar. A gestão exe- os clientes. Segundo a em- o acesso tanto de grandes
dicionalmente predomina- cutiva será feita por uma presa, o mérito maior de como de pequenas empresas.
va nas empresas. Sediada nova diretoria, também com- seu programa é a simpli-
em Guarulhos(SP), a Thatn- posta por profissionais de
co justifica a medida em fora da família.
nome da 'modernidade'.
"Buscamos o incremento
A liderança da direto-
ria está a cargo de Adria-
CMTC I — Treinamento
da qualidade e da produ- no Murgel Branco,engenhei- assegurado
tividade, além do fortale- ro e administrador, com
cimento da imagem da em- participações importantes A CMTC está receben- Um microcomputador
presa", afirma Luiz Ro- no setor de Transportes, on- do, neste semestre, duas de bordo registra todas as
berto Ribeiro, gerente co- de atuou como secretário unidades de ônibus inéditas operações feitas pelo moto-
mercial, ex-Mercedes-Benz dos Transportes do Esta- no Brasil, fabricadas espe- rista, como, por exemplo,
e recém-contratado. Segun- do de São Paulo, na ges- cialmente para treinamento consumo de combustível e
do ele, serão adotados sis- tão de Franco Montoro, co- de motoristas. Ao custo de valor exato da rpm no mo-
temas industriais moder- mo diretor, por duas vezes, Cr$ 500 milhões, divididos mento das mudanças de
nos, como, por exemplo, da CMTC, e, ainda, como entre a Mercedes-Benz e a marcha. Internamente, o
multifundição e controllers. consultor na área para vá- Caio,essas unidades são do- ônibus funciona como uma
Entre as metas principais rias empresas brasileiras e tadas de duplo comando sala de aula, com carteiras
estão, ainda, a instalação estrangeiras. Em 1969, na de direção, freio e embrea- universitárias, retroprojetor,
de um pós-venda agressi- CMTC, foi Branco quem gem. Um simples aciona- armário, quadro magnético,
vo. A gerência do Pós-Ven- inovou o projeto do tro- mento de pedal retira o con- painel com fotos do motor,
da estará a cargo de Dil- lebus. Em 1972, balançou trole do motorista que está câmbio, diferencial e conjun-
son C. Campos, a gerên- novamente as indústrias de treinando e o transfere ao to de embreagem, além de
cia de vendas ficará com ônibus ao participar co- instrutor, que fica sentado outros acessórios para o en-
Caetano Torre (ex-Code- mo mentor da regulamen- ao seu lado. sino dos motoristas.

TRANSPORTE MODERNO - Setembro/Outubro, 1992 49


ta em que essa aquisição ca. Também não informou
CMTC 2 — Mais dez veículos foi anunciada, nem a ZF
nem a Allison falam sobre
se os funcionários serão
aproveitados ou não.
com caixa automática o assunto no Brasil. A De- Nos Estados Unidos, a
troit Allison continua ins- empresa passou a se chamar
A Companhia Munici- Em testes há mais de dois talada em prédio da Gene- ZF Allison Corporation, e
pal de Transporte Paulis- anos, o equipamento, para ral Motors, em São Pau- seu principal executivo con-
tano continua investindo Afonso Vergueiro Lobo Fi- lo, e seu gerente, até a da- tinuou sendo o mesmo da
na transmissão automáti- lho, diretor de Engenharia ta de fechamento desta edi- Allison, Bob Clark. Essa in-
ca. Mais dez unidades Vol- da empresa, "é um aliado ção, era o mesmo, Paulo corporação visa "a expan-
vo, articulados, zero-qui- potencial para o aumento Meira. Segundo fontes in- são do grupo ZF em territó-
lômetro, chegaram para se da vida útil dos componen- ternas, nenhum funcioná- rio norte-americano, princi-
juntar aos outros dez veí- tes do trem de força, e tam- rio da ZF havia apareci- palmente na área de trans-
culos da empresa equipa- bém um fator capaz de re- do por lá. missões automáticas para
dos com a caixa automáti- duzir o número de paradas Por outro lado, na ZF ônibus, caminhões e veícu-
ca da Allison Transmission. nas oficinas". brasileira, a diretoria, pro- los fora-de-estrada, incluin-
curada por TM, não infor- do as novas caixas ZF-Eco-
mou se as caixas automá- mat e Allison-WT". A ZF
ticas da Allison serão pro- já dispõe de três fábricas
Banco da Volvo será duzidas na filial brasileira, nos Estados Unidos, além
exclusivo para a marca e nem esclareceu sobre a in- de treze na Alemanha, uma
fluência que a incorporação na Itália, uma na Argenti-
viria a ter na comerciali- na e duas no Brasil (São
Com a perspectiva de che- maior vantagem para o to-
zação e na assistência técni- Caetano do Sul e Sorocaba).
gar ao final do ano com mador dos recursos do
participações de 22% no seg- Transbanco será a agilida-
mento de ônibus pesados, de na liberação do emprésti-
de 95% no da frota de arti-
culados, e de 3007o no dos
caminhões pesados, a Vol-
mo. "Cada concessionária
funcionaria como uma agên-
cia, no sentido de facilitar
A cesso fácil para
vo anuncia que o Transban- a liberação do financiamen-
idosos e deficentes
co, criado especialmente pa- to", complementou Oswal-
ra financiar veículos da sua do Tuacek, diretor de Ven- No segundo semestre de reira arquitetônica. Um car-
marca, terá contribuído pa- das da Volvo. 1993, a Fepasa espera conse- tão magnético acionará a
ra isso. Laerte Rissato, dire- Segundo Rissato, o Ban- guir instalar 43 elevadores, porta dos elevadores hidráu-
tor do Transbanco, diz que co Central autorizou finan- programados para prestar licos, de 1,60 m x 1,90 m,
lançará mão de todas as li- ciamentos de até US$ 60 assistência aos idosos e aos que serão equipados com
nhas de financiamento espe- milhões ao ano, o que possi- deficientes cadastrados no células fotoelétricas para im-
ciais para o setor, mas não bilita financiar o equivalen- Trem Metropolitano, em pedir o fechamento das por-
terá como não cobrar o ju- te a 20% da produção. Ele 21 estações. Estão sendo tas antes da entrada total
ro menor nos empréstimos adianta, ainda, que o Trans- construídas rampas em to- dos usuários.
pelo crédito direto ao consu- banco não operará com em- dos os locais onde haja bar-
midor porque, como nos ca- préstimos internacionais,
sos dos demais bancos, cap- uma vez que as operações
ta os recursos no mercado.
"Os critérios são estrita-
mente financeiros", afirmou
financeiras estrangeiras exi-
gem outros instrumentos Governo de SP libera
para cujo uso o Transban- 2,5 bi para terminais
Rissato, adiantando que a co não está capacitado.
Continuando com a polí- também para dar continuida-
tica rodoviária que marcou de a obras de reformas em
ZFcompra Allison, a gestão de seu antecessor,
Antônio Fleury Filho, gover-
diversos já iniciados em cin-
qüenta cidades do interior
e nada muda no Brasil nador de São Paulo, liberou do estado. As verbas serão
Cr$ 2,5 bilhões para a cons- repassadas aos municípios
A Allison Transmission, quirida em agosto pelo Gru- trução de quatro terminais por meio de convênios fir-
divisão da General Motors po alemão ZF Friedrichsha- rodoviários, nas cidades de mados com o DER — De-
Corporation, instalada em fen AG, da Alemanha. Po- Aramina, Guaimbé, Onda partamento de Estradas de
Indianápolis(EUA), foi ad- rém, dois meses após a da- Verde e Pereira Barreto, e Rodagem.

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