IVECO APOSTA NA

RENOVAÇÃO TOTAL DA
2023 | Nº39 | Dezembro/Janeiro | Bimestral
Continente | Directora: Ana Paula Oliveira
GAMA DE PRODUTOS
PVP: €3,00

INCLUI DOSSIER ESPECIAL

DESCARBONIZAÇÃO DO
TRANSPORTE RODOVIÁRIO

NOVO BYD APRESENTA IRON KNIGHT

RENAULT MASTER FURGÃO ETP3 PASSOU POR PORTUGAL

VALORPNEU - AUTOENGENHOCAS - NOTÍCIAS

 Logística

DESCARBONIZAÇÃO DO
www.pesadosemercadorias.com

PROMOVER A COOPERAÇÃO TRANSPORTE RODOVIÁRIO

PARA PREVENIR PERDAS E
DOSSIER ESPECIAL
PROTEGER ATIVOS NA CHEP

D
epois de um ano dedicado
a melhorias estratégicas na
equipa de Prevenção de Per-
das e Proteção de Ativos, a
CHEP dá a conhecer os ob-
jetivos alcançados, que contribuíram
para a poupança de cerca de 100 árvo-
res, mais de 126.000 emissões de CO2
(correspondente a 3 voltas ao redor do
mundo) e uma diminuição de mais de
nove toneladas de resíduos.

Os resultados apurados são reflexo de

um trabalho intenso em torno da sus-
tentabilidade e da economia circular –
pontos basilares de toda a estratégia de
negócio da CHEP – e que permitiram o
reforço da partilha e reutilização de pale-
tes, com uma redução notória de custos
e riscos de distribuição e um aumento
considerável na transparência e eficiên-
cia das cadeias de abastecimento.
Ricardo Silva, Gestor de Prevenção de
Perdas e Proteção de Ativos da CHEP,
revela “um enorme orgulho” por fazer
parte desta jornada.

“Como gestor desta equipa dedicada,
presenciei não apenas a proteção in-
cansável dos ativos da CHEP, mas tam-
bém a revolução que desencadeamos
no âmbito da sustentabilidade e econo-
mia circular”, afirma.
No decorrer dos últimos anos, os desa-
fios inerentes à perda de paletes, cau-
sados pelo seu uso indevido ou venda
ilegal, têm-se intensificado, tendo sido
necessário o reforço das estratégias de
proteção e de recuperação. Nesta ótica,
a colaboração com diversas entidades
e organismos, a integração de tecnolo-
gias avançadas e o foco na consciencia-
lização de todos os stakeholders pos-
sibilitaram um incremento substancial
dos ativos recuperados.
A título de exemplo, Ricardo Silva des-
taca também a atenção dada aos locais
de recolha através da criação de uma
“frota de pequenos veículos, capazes
de recolher paletes em locais inacessí-
veis a camiões, e que adicionalmente
contribuem para espalhar a mensagem
dos benefícios da utilização de paletes
de pool”.
Com a chegada da época festiva, a CHEP
estende o seu compromisso para com a
sustentabilidade a todas as campanhas
sazonais e apela ao uso responsável de
paletes durante o aumento do fluxo de
mercadorias. A empresa salienta a facili-
dade do contributo de cada um sempre
que exista uma palete azul vazia, pronta
a ser recolhida, sendo apenas necessá-
rio aceder ao site https://collect.chep.
com/.
Ricardo Silva relembra que “neste com-
promisso com a sustentabilidade, a
CHEP emerge como o parceiro ideal”.
SOLUÇÕES
“Unir-se a nós não é apenas uma deci-
são de negócios; é um compromisso
com um futuro sustentável, circular e
BP DOUROGÁS GALP
próspero”, conclui.

32.
 Descarbonização
Autor | André Pintor

A DESCARBONIZAÇÃO DO
TRANSPORTE RODOVIÁRIO
As alterações climáticas são
uma ameaça para as futuras
gerações e o setor dos
transportes está a fazer o seu
papel para travá-las.

R
ecentemente, o tema mais
importante para as empresas
portuguesas tem sido a exe-
cução da descarbonização
do transporte rodoviário
que está a revolucionar o futuro do
setor, as questões que se mantêm são
como será feita a redução de emissões,
quando entrará em vigor e quais serão
as soluções a adotar. O Acordo de Paris
de 2015 estabeleceu a meta ambiciosa
de conter o aquecimento global mui-
to abaixo de 2°C, procurando esforços
para limitá-lo a 1,5°C acima das tempe-
raturas pré-industriais. O compromisso
português foi de total neutralidade car-
bónica até 2050.
Em resposta a essas vontades, diver-
sos governos e líderes empresariais
começaram a estabelecer metas e as-
sumir compromissos para a redução
das emissões de carbono. A pressão ção expressiva de 98% nas emissões, Cada opção apresenta vantagens e de-
também começou a crescer por parte quando comparado aos níveis de 2005. safios específicos, sendo que a indústria
de investidores, consumidores e colabo- Este desafio coloca ênfase na transi- está em constante busca pela solução
radores, que estão a implementar ações ção para fontes de energia renovável, mais adequada para as particularidades
mais robustas nesse sentido. Alcançar visando abranger entre 94% e 96% do de cada segmento do setor. No entanto,
este objetivo implica para Portugal uma consumo total desse setor. Esse com- a tecnologia energética está em cons-
redução de emissões superior a 85%, promisso não apenas reflete a urgência tante evolução e é possível que outras
em comparação com os níveis regista- das questões ambientais, mas também soluções ainda possam surgir.
dos em 2005 - ano do máximo histó- impulsiona a necessidade de inovação A descarbonização do setor vai além
rico- e a capacidade de sequestro de e transformação abrangente dentro da dos combustíveis, implicando uma re-
13 milhões de toneladas de carbono, indústria dos transportes. volução estrutural. Repensar trajetos,
conforme delineado no Roteiro para a As alternativas principais, atualmente adotando uma logística sustentável que
Neutralidade Carbónica (RNC 2050). neutras ou quase neutras em carbono, tem em mente a maior economia de
As metas traçadas para o setor dos aos combustíveis fósseis, incluem a combustíveis e uma consolidação das
transportes, identificado pelo Relatório energia elétrica com veículos a baterias, cargas são passos cruciais tal como as
de Estado do Ambiente como respon- o hidrogénio utilizando células de com- estratégias de manutenção e reutiliza-
sável por 25,8% das emissões setoriais bustível, biocombustíveis derivados de ção dos pneus em conjunto com uso de
de CO2, demonstram uma ambição no- fontes renováveis, e gases como o gás materiais mais duradouros e ecológicos
tável. O objetivo até 2050 é uma redu- natural, propano e metano, entre outras. reduzem a pegada de carbono.

34.
 Descarbonização
Autor | André Pintor
BP
APRESENTA SOLUÇÕES
RUMO ÀS ZERO EMISSÕES
DE CARBONO
A empresa demonstra o seu caminho para a descarbonização
após anos do sucesso no setor energético.
E
ste trabalho atual da BP
apoia o caminho da marca
para se tornar uma empresa
neutra em carbono até 2050
por meio da descarboniza-
ção do transporte aéreo, terrestre e ma-
rítimo através das seis iniciativas rumo à
neutralidade.
Uma economia circular em que tudo
é reutilizado para outros fins e a pro-
dução de resíduos é minimizada ao
máximo é um dos caminhos para a
descarbonização da BP com a abertura
da nova fábrica de Medora, no Indiana
(EUA), que converte os resíduos de um
aterro sanitário em Gás Natural Reno-
vável (GNR) pode ser utilizado para
várias utilidades desde a produção de
eletricidade, produção de bioplásti-
cos e para uso direto como combustí-
vel tanto de veículos como para usos
do dia (aquecimento, cozinhar, entre
outros). A construção da fábrica, para
além de fornecer os seus clientes com
um combustível com baixo teor de car-
bono já amplamente utilizado em todo
o mundo, melhora a qualidade do ar da
zona. O projeto de Medora é o primeiro
projeto da Archea Energy - empresa ad-
quirida pela BP que contribui com um
design modular destas centrais, tal feito
permitirá que 40 novas centrais entrem
em funcionamento até 2026.
Entre as empresas detidas pela BP
surge também a Reliance, uma multi-
nacional indiana que apresentou uma
tecnologia de armazenamento de ba-
terias removíveis e substituíveis que
36.
Descarbonização
www.pesadosemercadorias.com
poderiam ser utilizadas em veículos
elétricos e em energia doméstica -
podendo ser trocada numa estação
de serviço ou recarregada através de
painéis solares. A nível empresarial no-
ta-se ainda o acordo global entre a BP
e a Uber que ajudará a empresa norte-
-americana a reduzir todas as emissões
nas suas entregas até 2040, tal soma-se
ao compromisso da Uber com a susten-
tabilidade por onde passa a eliminação
de todos os resíduos plásticos desne-
cessários até 2030.
Importa recordar que o transporte marí-
timo é responsável por cerca de 3% das
emissões globais de CO2 a empresa bri-
tânica está a encorajar as empresas de
transporte marítimo a abandonar o fue-
lóleo marítimo normal e a optar então
por biocombustíveis. Exemplos destas
alterações são o fornecimento de 24%
de biocombustíveis compostos de éster
metílico de óleo alimentar usado mistu-
rado com o habitual combustível com
60 toneladas de SAF, um biocombustí-
vel produzido a partir de matérias-pri-
DESCARBONIZAR do desde operadores de autocarros,
serviços de entrega até empresas de
com baixa pegada de carbono
desempenhe um papel crucial no
teor de enxofre ultra-baixo ao operador mas sustentáveis cuja sua composição O DIA-A-DIA logística. Dado que cada frota é única, transporte pesado de longa distância,
de ferries da Nova Zelândia, StraitNZ, química é muito semelhante à do com- Nas estradas, a BP continua a oferecer cada transição será também única. devido à sua maior autonomia e tempos
para alimentar os ferries que ligam as bustível fóssil tradicional para aviões, à uma variedade de formas de energia, Os veículos desses clientes variam em de reabastecimento mais rápidos.
ilhas do norte e do sul do país; e a EMS, Virgin Atlantic para voar um Boeing 787 desde soluções elétricas até biocom- tamanho, abrangendo desde carros
uma empresa de navegação responsá- de Londres até Nova Iorque. Este voo bustíveis. A empresa prevê que o mix e furgões até camiões de médio e
vel pelo transporte até ao terminal de serviu para mostrar o potencial de bio- energético do futuro incluirá diversas grande porte. Conforme esses clientes EXPLORAR ALTERNATIVAS
processamento de asfalto produzido
pela maior refinaria da BP, e pelo con-
combustíveis para voos de longo cur-
so reduzindo as emissões de carbono
soluções de baixo carbono para facilitar
a descarbonização.
embarcam na transição energética, são
oferecidas diversas opções de energia
PARA MANTER AS FROTAS
sumo de 159.000 litros de gasóleo que, em 70% ao longo do seu ciclo de vida A BP já está a disponibilizar uma ampla para atender às suas necessidades. EM MOVIMENTO
no espaço de uma semana adotaram o quando comparado com um combus- gama de produtos para auxiliar clientes, É mais provável que os camiões de A BP está a colaborar com parceiros em
uso de biocombustíveis - demonstran- tível fóssil tradicional. Atualmente a re- sejam eles particulares ou empresas, médio porte, que percorrem distâncias todo o setor da energia para agilizar
do também assim a dedicação total da gulamentação já permite uma mistura durante a transição energética. A em- mais curtas e frequentemente retornam a disponibilidade de combustíveis
BP para a descarbonização. de 50% de SAF nos motores dos jatos presa atende uma variedade de clientes à base, optem pela eletricidade. Por alternativos. Entre as opções, desta-
Já no transporte aéreo a Air Bp forneceu comerciais. > de frotas em todo o mundo, abrangen- outro lado, espera-se que o hidrogénio ca-se o óleo vegetal tratado com >
.37
 Descarbonização
www.pesadosemercadorias.com
hidrogénio (HVO), um combustível de-
rivado de materiais renováveis, como
resíduos e culturas de cobertura não
alimentares. Este representa, numa fase
inicial, um substituto direto do gasóleo
convencional, podendo ser utilizado em
muitos veículos existentes sem necessi-
dade de modificações. No Reino Uni-
do, a empresa está a investir na Green
Biofuels Ltd, o principal fornecedor de
HVO do país, cujo HVO renovável e sus-
tentável pode substituir integralmente
o gasóleo ou ser misturado com este
em diferentes proporções.
O biometano renovável surge como
outra alternativa, disponível em duas
formas: comprimido a cerca de 200
bar ou liquefeito a aproximadamente
-130°C, resultando no gás natural bio-
comprimido (bio-CNG) e gás natural
liquefeito (bio-LNG). As matérias-primas
para a sua produção incluem geralmente
alimentos, resíduos vegetais e estrume.
Já o biogás, outra alternativa, é gerado
através da introdução de bactérias nos
resíduos e posteriormente processa-
do para obter biometano puro, utiliza-
do como combustível para a rede de
38.
gás ou para veículos de transporte. O
Bio-LNG é um combustível adequado
para veículos especialmente fabrica-
dos ou convertidos para operar com
GNL. Devido à sua maior densidade,
proporciona uma maior autonomia em
comparação com o bio-CNG, sendo
normalmente destinado a camiões de
grande porte que realizam viagens de
longa distância.
Como uma forma altamente versátil de
energia, o hidrogénio de baixo carbo-
no destaca-se como um combustível
emergente desempenhando um papel
crucial na estratégia de descarboniza-
ção das frotas. A BP está a investir na
produção de hidrogénio azul e ver-
de, enquanto colaboramos com uma
instalação de hidrogénio em grande
escala na unidade de produção de
Teesside, com potencial para fornecer
até 500MWe (megawatts de entrada
elétrica) de hidrogénio até 2030.
Adicionalmente, a BP juntou-se à
Daimler Truck AG para explorar manei-
ras de acelerar a implementação de uma
rede de hidrogénio, apoiando a adoção
dessa tecnologia fundamental para
a descarbonização do transporte de
mercadorias no Reino Unido. Planean-
do realizar testes-piloto tanto para o
desenvolvimento de infraestruturas de
hidrogénio como para a introdução de
camiões a células de combustível movi-
dos a hidrogénio no Reino Unido.
À medida que a qualidade e as ca-
pacidades dos veículos elétricos (VE)
continuam a melhorar, muitas frotas
já estão a efetuar a transição. As van-
tagens são evidentes: os veículos elé-
tricos podem ser mais económicos,
tornando-os uma excelente escolha
para frotas, além de ajudarem a reduzir
o impacto ambiental. Apenas um carro
elétrico na estrada pode poupar uma
média de 1,6 toneladas de CO2.
Os gestores de frotas estão a abraçar as
economias de custos e as reduções nas
emissões de combustíveis oferecidas
pelos veículos elétricos (VE). Cerca de
52% das frotas já iniciaram a utilização
de VE, e 54% das frotas que ainda não
adotaram a motorização com emissões
zero têm planos para fazê-lo em breve.
 Apresentação
Autor | André Pintor
DOUROGÁS
AVANÇA COM SOLUÇÕES PARA A
DESCARBONIZAÇÃO DO TRANSPORTE
A empresa pioneira em Portugal ao implementar uma rede de abastecimento pública de gás
natural veicular prepara o seu futuro para os desafios da sustentabilidade.
E
m 2013, a Dourogás foi pio-
neira ao implementar uma
rede de abastecimento pú-
blica de gás natural veicular
em Portugal, sendo o ope-
rador com maior número de postos no
nosso país. No ano de 2014 a Comis-
são Europeia consagrou o gás natural
e o biometano como combustíveis
alternativos, no intuito de promover a
redução da pegada carbónica no setor
dos transportes.
Em Portugal, a aprovação do Quadro
de Ação Nacional para os Combustíveis
Alternativos, que teve lugar em 2017,
conferiu ao biometano um papel pri-
mordial na política energética para a
descarbonização do setor dos trans-
portes.
A Dourogás embarcou nesta jornada,
apostando principalmente na mobilida-
de a gás natural e em gases renováveis,
especialmente voltados para o trans-
porte profissional, tanto de mercadorias
quanto de passageiros. O custo mais
baixo aliado à crescente preocupação
ambiental tornou-se um elemento cru-
40.
cial para tornar atrativas as soluções
de GNV e biometano veicular, impul-
sionando assim crescimentos anuais
tanto no número de clientes quanto na
quantidade de energia disponibilizada
no mercado na forma de gás (natural e
renovável) para a mobilidade.
Naturalmente, a Dourogás realizou um
investimento ambicioso que se mate-
rializou na existência de 11 estações de
abastecimento. Estas estações, devido
às suas condições tecnológicas e levan-
do em consideração as características
moleculares e propriedades químicas
do biometano, permitem oferecer GNV
(convencional, na forma gasosa ou li-
quefeita) e o próprio biometano, que
possui características técnicas seme-
lhantes às do gás natural e é produzido
num processo de emissões neutras em
carbono.
É com base nestes princípios que o
parque de veículos tem testemunhado
uma evolução notável nos últimos anos,
excluindo, naturalmente, o período de
instabilidade de preços que ocorreu ao
longo de 2022, fruto do conflito bélico
Apresentação
www.pesadosemercadorias.com
no Leste da Europa. Durante 2021, o
gás natural veícular poupou cerca de 10
mil toneladas de GEE, com a oportuni-
dade de ter o biometano a representar
cerca de 350 GWh/ano é possível falar-
mos de redução de emissões rondando
as 100 mil toneladas.
O CAMINHO DOS GASES
RENOVÁVEIS
Reduzir a pegada de CO2 na economia,
num contexto de crescente exigência
legislativa por parte das autoridades
e da crescente pressão social e gera-
cional para promover a saúde pública,
melhorar a qualidade do ar e combater
o aquecimento global, é uma necessi-
dade premente. Este imperativo está
a mobilizar cada vez mais todos os in-
tervenientes do setor, abrindo caminho
para a crescente adoção de tecnologias
alternativas, como os Gases Renováveis,
que sejam economicamente eficientes
e que garantam benefícios ambientais
significativos. A rede nacional de >
.41
 Apresentação
www.pesadosemercadorias.com
João Filipe Jesus, Diretor Executivo da
Dourogás
abastecimento de biometano em Portu-
gal cobre as áreas de maior densidade
logística e os principais eixos rodoviá-
rios. Esta infraestrutura é primariamente
direcionada para o transporte de mer-
cadorias de grande porte, abrangendo
trajetos de médio e longo curso. Com
exceção de algumas áreas pontuais, po-
de-se afirmar que a cobertura nacional
é bastante satisfatória neste momento.
Considerando as médias europeias
de veículos servidos por cada estação
de abastecimento, Portugal apresenta
atualmente um índice de cobertura que
se compara favoravelmente com os in-
dicadores médios da União Europeia.
João Filipe Jesus, Diretor Executivo da
Dourogás, afirma ainda que “atualmen-
te a mobilidade com gás natural e bio-
metano, representam, de acordo com
os dados estatísticos que estão viabi-
lizados, cerca de 3 a 4% do consumo
energético da mobilidade em Portugal
(terá certamente um peso superior na
mobilidade pesada, designadamente
no segmento dos autocarros). Nesta
quota, a Dourogás ocupa seguramen-
te um lugar cimeiro de liderança com
aproximadamente 2/3 do mercado em
volume, sobretudo fruto da intensidade
dos investimentos levados a cabo ao
longo dos anos na ampliação da rede.”
A convicção na pluralidade tecnológi-
ca faz parte da Dourogás que defende
a manutenção de um perfil agnóstico
relativamente às diversas tecnologias
42.
por parte dos governos e das entida-
des governantes, a aposta da empresa
portuguesa é no Biometano que é, por
definição, uma fonte de energia total-
mente verde, destinada a uma transição
progressiva do gás natural, que, por sua
vez, já é uma energia de transição com
desempenho ambiental superior aos
produtos derivados do petróleo. Trata-
-se de um recurso renovável, armazená-
vel, limpo, ecologicamente sustentável
e economicamente vantajoso para o
utilizador quando comparado com ou-
tras soluções tecnicamente neutras em
termos de passivos ambientais.
Uma grande vantagem do Biometano é
que não exerce pressão sobre a cadeia
alimentar e, de facto, estimula a econo-
mia circular, ao mesmo tempo em que
impulsiona o desenvolvimento local e
regional.
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
Quanto aos preços, João Filipe Jesus
afirma:”sempre entendemos que não
podemos confundir a árvore com a flo-
resta, e portanto não devemos tomar
por estrutural aquilo que, por definição,
apresenta um caráter circunstancial. A
verdade é que nos últimos 10 anos, o
gás natural foi em média 30 a 40% mais
barato que outras alternativas energé-
ticas. Tal não se verificou durante parte
do ano de 2022, é um facto e muitas
empresas foram por isso penalizadas
com alguma severidade. Tal circunstân-
cia levou inclusivamente a que ficasse
declinada, na Lei do Orçamento de Es-
tado deste ano, uma medida para a cria-
ção do regime do GNV Profissional que,
até ao momento, carece de Portaria de
regulamentação.” O projeto de Portaria
recentemente sujeito a consulta de in-
teressados, remete o início da vigência
deste regime para o segundo semestre
de 2024, com um apoio de aproxima-
damente 0,10€/Kg de benefício fiscal
para o GNV e para o Biometano.
De acordo com a European Biogas
Association (EBA), o custo de produ-
ção do biometano varia entre 55 e
120 Euros por megawatt-hora (MWh).
Considerando que estamos perante
um combustível de origem 100% reno-
vável que compete com o HVO, tal não
deixa de ser competitivo, quando o pre-
ço grossista do gás natural, que atual-
mente está em torno de 40 €/MWh, mas
que está sujeito a volatilidade e exposto
à dinâmica do crescimento da atividade
industrial na China e outros blocos. O
potencial de produção anual de biogás
e biometano na Europa, de acordo com
a Agência Internacional de Energia (IEA
ronda os 350 TWh. A AIE prevê dois ce-
nários: um considerando as atuais po-
líticas energéticas e climáticas, e outro
alinhado com o Acordo de Paris e o de-
senvolvimento sustentável.
Sob as atuais políticas, o uso de biogás
deverá atingir cerca de 100 Mtoe por
ano até 2030, chegando a aproximada-
mente 150 Mtoe em 2040. No entanto,
numa abordagem mais sustentável,
prevê-se que o consumo alcance qua-
se 200 Mtoe até 2030 e 325 Mtoe até
2040. Mais de 50% desse biogás será
convertido em biometano até 2030,
com essa proporção aumentando até
2040. Destaca-se a importância do bio-
metano, considerando que sua conver-
são era praticamente inexistente em
2018. Isso sublinha a oportunidade de
explorar esse potencial com condições
favoráveis ao investimento.
“A Dourogás subscreveu desde o início
todas as metas que estão vertidas na Es-
tratégia Nacional do Hidrogénio Verde,
no que diz respeito, em particular, ao
setor da mobilidade.” reiterou o diretor
executivo “É sustentável, armazenável
e versátil na respetiva utilização. É uma
agenda em que continuamos a acredi-
tar e que certamente irá permitir ao país
reduzir a sua dependência energética
face ao exterior.”
Demonstram assim a sua fé em qualquer
caminho alternativo confirmando: “Exis-
tem outros ângulos estratégicos nesta
linha do hidrogénio onde também te-
mos vindo a fazer algumas apostas e a
alocar algum esforço de investimento e
desenvolvimento, mormente na obten-
ção de combustíveis sintéticos a partir
da captura de carbono com a produ-
ção de hidrogénio a partir de eletrões
verdes ou a produção de metanol a
partir da gaseificação de biomassa que
permite a obtenção de CO2 biogénico e
respetiva mistura com o hidrogénio pro-
duzido a partir de eletrólise alimentada
por fontes renováveis”, salientou João
Filipe Jesus.
 Descarbonização
www.pesadosemercadorias.com
A GALP
E O CAMINHO PARA A DESCARBONIZAÇÃO
A
Galp é uma das empre-
sas de energia que tem
feito um percurso mais
acelerado e integrado
de transformação do seu
perfil, assente em dois eixos fundamen-
tais: por um lado, enquanto empresa
industrial, temos que nos adaptar às
exigências da transição energética. Por
outro lado, somos protagonistas da
criação de um sistema energético mais
sustentável e menos carbónico, trazen-
do as ferramentas e as soluções para
que toda a sociedade, das famílias às
grandes indústrias, possa igualmente
fazer esse caminho transformacional.
Continuamos a ter uma forte presen-
44.
ça na produção de óleo e gás que é
fundamental para assegurar as neces-
sidades do sistema energético atual
– e que nos proporciona igualmente
a robustez económica para promover
o desenvolvimento de áreas de negó-
cio que, tão rápido quanto possível,
se consigam afirmar como motores
de crescimento para as décadas se-
guintes. As renováveis e a mobilidade
elétrica são duas áreas evidentes, tal
como os sistemas de produção des-
centralizada para autoconsumo. Mas
estamos também a falar de grandes in-
vestimentos industriais na produção de
hidrogénio verde, que será a base para
a reconversão da nossa área industrial
num polo de produção de biocombus-
tíveis avançados e de combustíveis de
baixo carbono. Estes serão essenciais
para a descarbonização de uma série
de fileiras que, com as tecnologias
atuais, dificilmente serão eletrificáveis.
Vários destes combustíveis já são por
nós produzidos, ou comercializados,
embora ainda a uma escala limitada.
Finalmente, em parceria com o prin-
cipal produtor europeu de baterias, a
sueca Northvolt, estamos a investir na
criação de uma cadeia de valor das
baterias, que se estenda da produção
de matéria-prima, até à exportação de
baterias, à sua integração na fileira au-
tomóvel, ou à sua reciclagem. > to ambiental. Os lubrificantes atuais,
O plano de investimentos em curso
prevê a aplicação de mais de metade
dos recursos em renováveis e em novas
energias ou negócios de baixo carbono.
São projetos concretos que renovam a
nossa relação com a sociedade e com
os nossos clientes. Em setembro, anun-
ciámos a decisão definitiva de inves-
timento num eletrolisador de 100 mw
para a produção de 15 mil toneladas
anuais de hidrogénio verde; numa uni-
dade de produção de biocombustíveis
avançados, nomeadamente para avia-
ção; e inaugurámos centrais fotovoltai-
cas com cerca de 140 mw em Alcoutim.
Estes três projetos representam investi-
mentos superiores a €700 milhões em
projetos de transição energética.
O PAPEL DOS LUBRIFICANTES
NA DESCARBONIZAÇÃO
Na procura global de um futuro susten-
tável e com baixo teor de carbono, as
indústrias estão a explorar várias vias
para reduzir o seu impacto ambiental.
Os lubrificantes, têm diversas funções,
dependendo da aplicação a que se
destinam. Numa grande maioria de
aplicações podemos considerar como
principais funções, a redução do des-
gaste e a minimização do atrito entre as
peças movéis dos equipamentos. Esta
redução do atrito contribui diretamente
para a minimização de perdas energé-
ticas e para o aumento significativo da
eficiência energética da operação.
De uma forma global a presença do
lubrificante adequado garante o bom
desempenho do equipamento e torna
este produto uma peça fundamental
para o aumento da eficiência energéti-
ca, para a poupança de energia e para
o aumento do tempo de vida do equi-
pamento.
Em suma: Os Lubrificantes têm um
papel muito relevante para a descar-
bonização.
EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA
DOS LUBRIFICANTES
A inovação nos aditivos e óleos base
e consequentemente nas formulações
dos lubrificantes está a desempenhar
um papel crucial na redução do impac-
tecnologicamente avançados, são de-
senvolvidos com o objetivo de mini-
mizar as emissões, proporcionar maior
durabilidade / permitir um maior inter-
valo de mudança de óleo e potenciar a
redução no consumo de combustível.
Também com o objetivo comum de
minimizar a redução do impacto no
meio ambiente, os construtores de
equipamentos (os OEMs, Original Equi-
pment Manufacturers) têm apostado
entre outras medidas, em direcionar a
sua recomendação para lubrificantes
com grades de viscosidade cada vez
mais baixos que potenciam a redução
do atrito interno, e consequentemente
também do consumo de combustível.
Há ainda um enfoque crescente para o
desenvolvimento de Lubrificantes Bio-
degradáveis, os quais terão um impacto
reduzido nos ecossistemas, em caso de
derrame acidental na água ou no solo.
O IMPACTO DOS
LUBRIFICANTES
Eficiência energética e Poupança de
Custos / Poupança Energética
Uma das principais formas de os lubri-
ficantes contribuírem para a descar-
bonização é através do aumento da
eficiência energética das máquinas. O
atrito / fricção entre as peças móveis
dos motores e dos equipamentos in-
dustriais pode resultar em perdas sig-
nificativas de energia. Os lubrificantes
tecnologicamente avançados e de ele-
vada qualidade reduzem o atrito inter-
no, proporcionando um funcionamento
mais suave e um menor consumo de
energia.
Aumento da vida útil do equipamento
A escolha do lubrificante adequado
proporciona o funcionamento correto
do equipamento e o aumento da lon-
gevidade das máquinas.
O bom funcionamento do equipamento
garante não só a otimização do consu-
mo de energia e consequentemente das
emissões, mas também que, no caso de
existirem sistemas de pós tratamento
de gases de escape, estes estão a de-
sempenhar o seu papel de forma eficaz,
reduzindo o teor de emissões de gases
nocivos para o meio ambiente.
O aumento da vida útil do equipamen-
to permite que os recursos sejam utili-
Descarbonização
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zados de forma mais eficiente e susten-
tável levando à redução da pegada de
carbono associada à produção de novo
equipamento e eliminação do antigo.
Adicionalmente, os fabricantes de lubri-
ficantes podem ter um papel ativo para
a descarbonização, analisando toda a
sua cadeia de valor, desde a aquisição
de matérias-primas até ao reencami-
nhamento dos resíduos gerados após
a utilização dos lubrificantes. Alguns
exemplos:
• Aquisição de matérias-primas que se-
jam produzidas de modo sustentável,
de fornecedores que têm uma política
de redução carbónica, e, se possível,
com proximidade geográfica;
• Otimização das suas rotas logísticas,
quer na aquisição de matérias-primas,
quer na entrega de produtos acaba-
dos;
• Utilização de embalagens e aces-
sórios que tenham menor impacto
ambiental.
• Dado que o fabrico de lubrificantes
tem consumos energéticos, é também
indispensável que os fabricantes de
lubrificantes maximização da eficiên-
cia dos seus processos produtivos,
reduzindo desta forma o consumo
energético.
OS LUBRIFICANTES GALP
Na Galp acreditamos que os nossos
lubrificantes contribuem significativa-
mente para a descarbonização. Atra-
vés do desenvolvimento de produtos
tecnologicamente avançados, mais
sustentáveis, oferecemos serviços de
gestão eficientes e trabalhamos em
estreita colaboração com os nossos
clientes, para a utilização dos lubrifi-
cantes mais adequados a cada caso e
para a implementação das melhores
práticas na utilização de lubrificantes.
A gama de lubrificantes é muito alar-
gada, tecnologicamente avançada e
cobre as exigências e as especificações
mais recentes do mercado. Os nossos
produtos foram sujeitos aos exigentes
testes dos construtores de equipamen-
tos e dispõem de aprovações formais
dos OEMs, que comprovam e reconhe-
cem a elevada performance e qualida-
de dos lubrificantes Galp.
No caso concreto dos Lubrificantes >
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 Descarbonização
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para o segmento de transportes, a
gama de lubrificantes Galp, tem cres-
cido maioritariamente nos produtos
sintéticos e grades de viscosidade mais
baixos.
Como exemplo mais recente, temos o
lançamento do produto Galp Galáxia
Extreme EVO 5W20, um lubrificante
100% sintético de baixa viscosidade
e elevada performance destinado aos
motores de veículos pesados. Foi espe-
cialmente desenvolvido para cumprir os
exigentes requisitos das normas mais re-
centes da MAN e da SCANIA: MAN 3977
e SCANIA LDF-5.
A sua avançada tecnologia de aditi-
vação “low-SAPS” garante compatibi-
lidade com os modernos sistemas de
pós-tratamento de gases de exaustão,
como filtros de partículas diesel (DPF),
recirculação de gases de escape (EGR)
e redução catalítica seletiva de óxidos
de azoto (SCR-NOx), atendendo à mais
recente legislação de emissões de ga-
ses de efeito de estufa. A excelente es-
tabilidade térmica do óleo e a proteção
à oxidação a altas temperaturas evitam
46.
a formação de depósitos, prolongando
assim a vida útil do lubrificante e do
equipamento, mesmo nas condições
mais extremas. Os seus aditivos forne-
cem uma proteção excecional contra
desgaste em áreas críticas do motor.
Este lubrificante proporciona intervalos
de mudança de óleo alargados e eco-
nomia de combustível, por comparação
com lubrificantes convencionais com
grade de viscosidade 10W-40.
A preocupação com os Clientes
Para além da alargada oferta de pro-
dutos, a GALP dispõe de uma área
de assessoria técnica composta por
técnicos especializados que prestam
serviços de formação, aconselhamento
e gestão de lubrificantes, aos Clientes,
ajudando a otimizar a utilização de lubri-
ficantes (através do acompanhamento
de óleos em serviço) e a minimizar os
resíduos.
A redução da pegada carbónica dos
Lubrificantes Galp
A Galp tem implementadas diversas
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VALORPNEU
AUTOENGENHOCAS
NOTÍCIAS
ações no âmbito da Economia Circular
e com vista à redução da pegada car-
bónica, envolvendo os Lubrificantes.
São particularmente focadas na minimi-
zação e gestão de resíduos na unidade
industrial de produção e armazenagem
e também na seleção e gestão de em-
balagens.
Em relação à geração de resíduos na
produção e enchimento de lubrificantes,
estão implementados diversos procedi-
mentos que permitem a minimização da
quantidade de resíduo gerada e o cor-
reto encaminhamento dos resíduos ge-
rados na Unidade Produtiva de acordo
com a legislação em vigor.
Em relação às embalagens, existem
igualmente ações implementadas que
potenciam a economia circular, tais
como a recolha e reutilização de paletes,
e a seleção de embalagens com menor
impacto ambiental, nomeadamente, a
utilização, sempre que possível, de em-
balagens com incorporação de material
reciclado (entre outras).