Logística

DESCARBONIZAÇÃO DO
www.pesadosemercadorias.com

PROMOVER A COOPERAÇÃO TRANSPORTE RODOVIÁRIO

PARA PREVENIR PERDAS E
DOSSIER ESPECIAL
PROTEGER ATIVOS NA CHEP

D
epois de um ano dedicado
a melhorias estratégicas na
equipa de Prevenção de Per-
das e Proteção de Ativos, a
CHEP dá a conhecer os ob-
jetivos alcançados, que contribuíram
para a poupança de cerca de 100 árvo-
res, mais de 126.000 emissões de CO2
(correspondente a 3 voltas ao redor do
mundo) e uma diminuição de mais de
nove toneladas de resíduos.

Os resultados apurados são reflexo de

um trabalho intenso em torno da sus-
tentabilidade e da economia circular –
pontos basilares de toda a estratégia de
negócio da CHEP – e que permitiram o
reforço da partilha e reutilização de pale-
tes, com uma redução notória de custos
e riscos de distribuição e um aumento
considerável na transparência e eficiên-
cia das cadeias de abastecimento.
Ricardo Silva, Gestor de Prevenção de
Perdas e Proteção de Ativos da CHEP,
revela “um enorme orgulho” por fazer
parte desta jornada.

“Como gestor desta equipa dedicada,
presenciei não apenas a proteção in-
cansável dos ativos da CHEP, mas tam-
bém a revolução que desencadeamos
no âmbito da sustentabilidade e econo-
mia circular”, afirma.
No decorrer dos últimos anos, os desa-
fios inerentes à perda de paletes, cau-
sados pelo seu uso indevido ou venda
ilegal, têm-se intensificado, tendo sido
necessário o reforço das estratégias de
proteção e de recuperação. Nesta ótica,
a colaboração com diversas entidades
e organismos, a integração de tecnolo-
gias avançadas e o foco na consciencia-
lização de todos os stakeholders pos-
sibilitaram um incremento substancial
dos ativos recuperados.
A título de exemplo, Ricardo Silva des-
taca também a atenção dada aos locais
de recolha através da criação de uma
“frota de pequenos veículos, capazes
de recolher paletes em locais inacessí-
veis a camiões, e que adicionalmente
contribuem para espalhar a mensagem
dos benefícios da utilização de paletes
de pool”.
Com a chegada da época festiva, a CHEP
estende o seu compromisso para com a
sustentabilidade a todas as campanhas
sazonais e apela ao uso responsável de
paletes durante o aumento do fluxo de
mercadorias. A empresa salienta a facili-
dade do contributo de cada um sempre
que exista uma palete azul vazia, pronta
a ser recolhida, sendo apenas necessá-
rio aceder ao site https://collect.chep.
com/.
Ricardo Silva relembra que “neste com-
promisso com a sustentabilidade, a
CHEP emerge como o parceiro ideal”.
SOLUÇÕES
“Unir-se a nós não é apenas uma deci-
são de negócios; é um compromisso
com um futuro sustentável, circular e
BP DOUROGÁS GALP
próspero”, conclui.

32.
 Descarbonização
Autor | André Pintor

A DESCARBONIZAÇÃO DO
TRANSPORTE RODOVIÁRIO
As alterações climáticas são
uma ameaça para as futuras
gerações e o setor dos
transportes está a fazer o seu
papel para travá-las.

R
ecentemente, o tema mais
importante para as empresas
portuguesas tem sido a exe-
cução da descarbonização
do transporte rodoviário
que está a revolucionar o futuro do
setor, as questões que se mantêm são
como será feita a redução de emissões,
quando entrará em vigor e quais serão
as soluções a adotar. O Acordo de Paris
de 2015 estabeleceu a meta ambiciosa
de conter o aquecimento global mui-
to abaixo de 2°C, procurando esforços
para limitá-lo a 1,5°C acima das tempe-
raturas pré-industriais. O compromisso
português foi de total neutralidade car-
bónica até 2050.
Em resposta a essas vontades, diver-
sos governos e líderes empresariais
começaram a estabelecer metas e as-
sumir compromissos para a redução
das emissões de carbono. A pressão ção expressiva de 98% nas emissões, Cada opção apresenta vantagens e de-
também começou a crescer por parte quando comparado aos níveis de 2005. safios específicos, sendo que a indústria
de investidores, consumidores e colabo- Este desafio coloca ênfase na transi- está em constante busca pela solução
radores, que estão a implementar ações ção para fontes de energia renovável, mais adequada para as particularidades
mais robustas nesse sentido. Alcançar visando abranger entre 94% e 96% do de cada segmento do setor. No entanto,
este objetivo implica para Portugal uma consumo total desse setor. Esse com- a tecnologia energética está em cons-
redução de emissões superior a 85%, promisso não apenas reflete a urgência tante evolução e é possível que outras
em comparação com os níveis regista- das questões ambientais, mas também soluções ainda possam surgir.
dos em 2005 - ano do máximo histó- impulsiona a necessidade de inovação A descarbonização do setor vai além
rico- e a capacidade de sequestro de e transformação abrangente dentro da dos combustíveis, implicando uma re-
13 milhões de toneladas de carbono, indústria dos transportes. volução estrutural. Repensar trajetos,
conforme delineado no Roteiro para a As alternativas principais, atualmente adotando uma logística sustentável que
Neutralidade Carbónica (RNC 2050). neutras ou quase neutras em carbono, tem em mente a maior economia de
As metas traçadas para o setor dos aos combustíveis fósseis, incluem a combustíveis e uma consolidação das
transportes, identificado pelo Relatório energia elétrica com veículos a baterias, cargas são passos cruciais tal como as
de Estado do Ambiente como respon- o hidrogénio utilizando células de com- estratégias de manutenção e reutiliza-
sável por 25,8% das emissões setoriais bustível, biocombustíveis derivados de ção dos pneus em conjunto com uso de
de CO2, demonstram uma ambição no- fontes renováveis, e gases como o gás materiais mais duradouros e ecológicos
tável. O objetivo até 2050 é uma redu- natural, propano e metano, entre outras. reduzem a pegada de carbono.

34.
 Apresentação
Autor | André Pintor
DOUROGÁS
AVANÇA COM SOLUÇÕES PARA A
DESCARBONIZAÇÃO DO TRANSPORTE
A empresa pioneira em Portugal ao implementar uma rede de abastecimento pública de gás
natural veicular prepara o seu futuro para os desafios da sustentabilidade.
E
m 2013, a Dourogás foi pio-
neira ao implementar uma
rede de abastecimento pú-
blica de gás natural veicular
em Portugal, sendo o ope-
rador com maior número de postos no
nosso país. No ano de 2014 a Comis-
são Europeia consagrou o gás natural
e o biometano como combustíveis
alternativos, no intuito de promover a
redução da pegada carbónica no setor
dos transportes.
Em Portugal, a aprovação do Quadro
de Ação Nacional para os Combustíveis
Alternativos, que teve lugar em 2017,
conferiu ao biometano um papel pri-
mordial na política energética para a
descarbonização do setor dos trans-
portes.
A Dourogás embarcou nesta jornada,
apostando principalmente na mobilida-
de a gás natural e em gases renováveis,
especialmente voltados para o trans-
porte profissional, tanto de mercadorias
quanto de passageiros. O custo mais
baixo aliado à crescente preocupação
ambiental tornou-se um elemento cru-
40.
cial para tornar atrativas as soluções
de GNV e biometano veicular, impul-
sionando assim crescimentos anuais
tanto no número de clientes quanto na
quantidade de energia disponibilizada
no mercado na forma de gás (natural e
renovável) para a mobilidade.
Naturalmente, a Dourogás realizou um
investimento ambicioso que se mate-
rializou na existência de 11 estações de
abastecimento. Estas estações, devido
às suas condições tecnológicas e levan-
do em consideração as características
moleculares e propriedades químicas
do biometano, permitem oferecer GNV
(convencional, na forma gasosa ou li-
quefeita) e o próprio biometano, que
possui características técnicas seme-
lhantes às do gás natural e é produzido
num processo de emissões neutras em
carbono.
É com base nestes princípios que o
parque de veículos tem testemunhado
uma evolução notável nos últimos anos,
excluindo, naturalmente, o período de
instabilidade de preços que ocorreu ao
longo de 2022, fruto do conflito bélico
Apresentação
www.pesadosemercadorias.com
no Leste da Europa. Durante 2021, o
gás natural veícular poupou cerca de 10
mil toneladas de GEE, com a oportuni-
dade de ter o biometano a representar
cerca de 350 GWh/ano é possível falar-
mos de redução de emissões rondando
as 100 mil toneladas.
O CAMINHO DOS GASES
RENOVÁVEIS
Reduzir a pegada de CO2 na economia,
num contexto de crescente exigência
legislativa por parte das autoridades
e da crescente pressão social e gera-
cional para promover a saúde pública,
melhorar a qualidade do ar e combater
o aquecimento global, é uma necessi-
dade premente. Este imperativo está
a mobilizar cada vez mais todos os in-
tervenientes do setor, abrindo caminho
para a crescente adoção de tecnologias
alternativas, como os Gases Renováveis,
que sejam economicamente eficientes
e que garantam benefícios ambientais
significativos. A rede nacional de >
.41
 Apresentação
www.pesadosemercadorias.com
João Filipe Jesus, Diretor Executivo da
Dourogás
abastecimento de biometano em Portu-
gal cobre as áreas de maior densidade
logística e os principais eixos rodoviá-
rios. Esta infraestrutura é primariamente
direcionada para o transporte de mer-
cadorias de grande porte, abrangendo
trajetos de médio e longo curso. Com
exceção de algumas áreas pontuais, po-
de-se afirmar que a cobertura nacional
é bastante satisfatória neste momento.
Considerando as médias europeias
de veículos servidos por cada estação
de abastecimento, Portugal apresenta
atualmente um índice de cobertura que
se compara favoravelmente com os in-
dicadores médios da União Europeia.
João Filipe Jesus, Diretor Executivo da
Dourogás, afirma ainda que “atualmen-
te a mobilidade com gás natural e bio-
metano, representam, de acordo com
os dados estatísticos que estão viabi-
lizados, cerca de 3 a 4% do consumo
energético da mobilidade em Portugal
(terá certamente um peso superior na
mobilidade pesada, designadamente
no segmento dos autocarros). Nesta
quota, a Dourogás ocupa seguramen-
te um lugar cimeiro de liderança com
aproximadamente 2/3 do mercado em
volume, sobretudo fruto da intensidade
dos investimentos levados a cabo ao
longo dos anos na ampliação da rede.”
A convicção na pluralidade tecnológi-
ca faz parte da Dourogás que defende
a manutenção de um perfil agnóstico
relativamente às diversas tecnologias
42.
por parte dos governos e das entida-
des governantes, a aposta da empresa
portuguesa é no Biometano que é, por
definição, uma fonte de energia total-
mente verde, destinada a uma transição
progressiva do gás natural, que, por sua
vez, já é uma energia de transição com
desempenho ambiental superior aos
produtos derivados do petróleo. Trata-
-se de um recurso renovável, armazená-
vel, limpo, ecologicamente sustentável
e economicamente vantajoso para o
utilizador quando comparado com ou-
tras soluções tecnicamente neutras em
termos de passivos ambientais.
Uma grande vantagem do Biometano é
que não exerce pressão sobre a cadeia
alimentar e, de facto, estimula a econo-
mia circular, ao mesmo tempo em que
impulsiona o desenvolvimento local e
regional.
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
Quanto aos preços, João Filipe Jesus
afirma:”sempre entendemos que não
podemos confundir a árvore com a flo-
resta, e portanto não devemos tomar
por estrutural aquilo que, por definição,
apresenta um caráter circunstancial. A
verdade é que nos últimos 10 anos, o
gás natural foi em média 30 a 40% mais
barato que outras alternativas energé-
ticas. Tal não se verificou durante parte
do ano de 2022, é um facto e muitas
empresas foram por isso penalizadas
com alguma severidade. Tal circunstân-
cia levou inclusivamente a que ficasse
declinada, na Lei do Orçamento de Es-
tado deste ano, uma medida para a cria-
ção do regime do GNV Profissional que,
até ao momento, carece de Portaria de
regulamentação.” O projeto de Portaria
recentemente sujeito a consulta de in-
teressados, remete o início da vigência
deste regime para o segundo semestre
de 2024, com um apoio de aproxima-
damente 0,10€/Kg de benefício fiscal
para o GNV e para o Biometano.
De acordo com a European Biogas
Association (EBA), o custo de produ-
ção do biometano varia entre 55 e
120 Euros por megawatt-hora (MWh).
Considerando que estamos perante
um combustível de origem 100% reno-
vável que compete com o HVO, tal não
deixa de ser competitivo, quando o pre-
ço grossista do gás natural, que atual-
mente está em torno de 40 €/MWh, mas
que está sujeito a volatilidade e exposto
à dinâmica do crescimento da atividade
industrial na China e outros blocos. O
potencial de produção anual de biogás
e biometano na Europa, de acordo com
a Agência Internacional de Energia (IEA
ronda os 350 TWh. A AIE prevê dois ce-
nários: um considerando as atuais po-
líticas energéticas e climáticas, e outro
alinhado com o Acordo de Paris e o de-
senvolvimento sustentável.
Sob as atuais políticas, o uso de biogás
deverá atingir cerca de 100 Mtoe por
ano até 2030, chegando a aproximada-
mente 150 Mtoe em 2040. No entanto,
numa abordagem mais sustentável,
prevê-se que o consumo alcance qua-
se 200 Mtoe até 2030 e 325 Mtoe até
2040. Mais de 50% desse biogás será
convertido em biometano até 2030,
com essa proporção aumentando até
2040. Destaca-se a importância do bio-
metano, considerando que sua conver-
são era praticamente inexistente em
2018. Isso sublinha a oportunidade de
explorar esse potencial com condições
favoráveis ao investimento.
“A Dourogás subscreveu desde o início
todas as metas que estão vertidas na Es-
tratégia Nacional do Hidrogénio Verde,
no que diz respeito, em particular, ao
setor da mobilidade.” reiterou o diretor
executivo “É sustentável, armazenável
e versátil na respetiva utilização. É uma
agenda em que continuamos a acredi-
tar e que certamente irá permitir ao país
reduzir a sua dependência energética
face ao exterior.”
Demonstram assim a sua fé em qualquer
caminho alternativo confirmando: “Exis-
tem outros ângulos estratégicos nesta
linha do hidrogénio onde também te-
mos vindo a fazer algumas apostas e a
alocar algum esforço de investimento e
desenvolvimento, mormente na obten-
ção de combustíveis sintéticos a partir
da captura de carbono com a produ-
ção de hidrogénio a partir de eletrões
verdes ou a produção de metanol a
partir da gaseificação de biomassa que
permite a obtenção de CO2 biogénico e
respetiva mistura com o hidrogénio pro-
duzido a partir de eletrólise alimentada
por fontes renováveis”, salientou João
Filipe Jesus.