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• Rapariga do campo:
era uma jovem camponesa («rapariga do campo»),
extremamente pobre («a casa da mais pobre das mulheres»),
solidária e solícita, pois procura ajudar o príncipe a sair do poço
e a tratá-lo na sua pobre casa («deixava-o tratado», «a rapariga
lembrava-se de levar bonitos raminhos para o quarto do doente»).
Vivia feliz na sua pobreza («Prendas para quê? […] se a mim não
me falta nada!», «Tanto vale o pouco como o muito»), não
invejava os outros («nunca me dá cuidado o que os outros têm.»;
«nunca tive invejas»). No final, revela também amor pelo jovem
(«era também isso que eu estimava»).
5.3. Indica os processos de caracterização destas duas
personagens.
Príncipe:
Rapariga do campo:
• Narração:
«O triste moço, todo arranhado, quando deu consigo no buraco
negro onde caíra barafustou, gritou e gastou as unhas nas
pedras, mas tudo em vão.» (linhas 6-8); «Dito isto, de chacota,
começaram a limpar a boca do poço. E um, depois, desce por
uma corda abaixo.» (linhas 57-58).
• Diálogo:
«Mas tem agora às suas costas este empecilho, interrompeu-a
ele. / Foi assim que me entendeu? / Ora, ora, ora. / Devo-lhe a
vida, uma nova vida... / Cale-se aí, e ponha-se rijo. Sabe qual é a
mais rica prenda que me pode dar? / Não posso saber. / Vê-lo
sadio.» (linhas 95-100).
• Monólogo:
«Quem sabe se o andariam a procurar?» (linhas 17-18); «Que noite
tão grande! E tão triste.» (linha 26).
Narração:
relato de acontecimentos/ações que representam momentos de
avanço na ação, como se pode verificar na predominância de
verbos no pretérito perfeito («deu», «gritou», «gastou»,
«começaram a limpar») e de nomes («moço», «buraco», «unhas»,
«pedras», «boca do poço», «corda»).
Descrição:
momento de pausa na ação para transmitir informações, no primeiro
caso, sobre os barulhos provocados pelos animais noturnos e, no
segundo, sobre a casa da rapariga do campo. Verifica-se, assim, o
predomínio de verbos no pretérito imperfeito («adejavam»,
«piavam», «faziam», «Ficava», «não se avistava», «dava-lhe»), o
uso de adjetivos («doce e longa», «serenas») e a ocorrência de um
recurso expressivo («pouco maior que um lenço de assoar») a
indicar o tamanho da horta.
Diálogo:
conversa entre o jovem príncipe e a rapariga do campo que contribui
para o dinamismo da narrativa.
Monólogo:
o príncipe é simultaneamente locutor e interlocutor, revelando,
assim, os seus próprios pensamentos e emoções.