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a) foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com afinco as coisas brasileiras.
b) perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcionado com a realidade brasileira.
c) defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte
injustamente por valores que defendia.
d) foi considerado traidor da pátria, porque participou da conspiração contra Floriano
Peixoto.
e) era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelas pessoas que o cercavam.
( ) “Canudos não se rendeu. Exemplo único emtoda a história, resistiu até o esgotamento
completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do
termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimosdefensores, que todos
morreram.”
( ) “Foi assim e por isso que os homens, quando pela primeira vez viram a boiguaçu tão
demudada, não a conheceram mais. Não conheceram e julgando que era outra, muito
outra, chamam-na desde então de boitatá cobra de fogo, boitatá, a boitatá!”
( ) “Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo inteiro. (...) estudou
a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e
na sua política.”
a) II – III – I
b) III – II – I
c) I – II – III
d) II – I – III
e) I – III – II
CANÇÃO DO EXÍLIO
DIAS, Antonio Gonçalves. Poesia completa e prosa escolhida. Rio de Janeiro: José
Aguilar, 1959, p.103
TEXTO II
Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo; Quaresma era antes de
tudo brasileiro. Não tinha predileção por esta ou aquela parte de seu país, tanto assim
que aquilo que o fazia vibrar de paixão não eram só os pampas do Sul com seu gado,
não era o café de São Paulo, não eram o ouro e os diamantes de Minas, não era a
beleza da Guanabara, não era a altura da Paulo Afonso, não era o estro de Gonçalves
Dias ou o ímpeto de Andrade Neves – era tudo isso junto, fundido, reunido, sob a
bandeira estrelada do Cruzeiro.
Logo aos dezoito anos quis fazer-se militar; mas a junta de saúde julgou-o incapaz.
Desgostou-se, sofreu, mas não maldisse a Pátria. O ministério era liberal, ele se fez
conservador e continuou mais do que nunca a amar a "terra que o viu nascer."
Impossibilitado de evoluir-se sob os dourados do Exército, procurou a administração
e dos seus ramos escolheu o militar.
..................................................................................
Durante os lazeres burocráticos, estudou, mas estudou a Pátria, nas suas riquezas
naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e na sua política.
Quaresma sabia as espécies de minerais, vegetais e animais, que o Brasil continha;
sabia o valor do ouro, dos diamantes exportados por Minas, as guerras holandesas, as
batalhas do Paraguai, as nascentes e o curso de todos os rios. Defendia com azedume e
paixão a proeminência do Amazonas sobre todos os demais rios do mundo. Para isso ia
até ao crime de amputar alguns quilômetros ao Nilo e era com este rival do "seu" rio
que ele mais implicava. Ai de quem o citasse na sua frente ! Em geral, calmo e delicado,
o major ficava agitado e malcriado, quando se discutia a extensão do Amazonas em
face da do Nilo.
BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. In: Três Romances. Rio de
Janeiro: Garnier, 1990, p. 17-18
a) Simbolismo e Modernismo
b) Arcadismo e Romantismo
c) Realismo e Simbolismo
d) Romantismo e Modernismo
e) Barroco e Arcadismo
Questão 6) (UFF) No final do romance Triste fim de Policarpo Quaresma, o
personagem Quaresma adota uma postura crítica em relação ao nacionalismo que ele
adotara no texto II (questão anterior).
a) Euclides da Cunha
b) Graça Aranha
c) Manuel Bandeira
d) Lima Barreto
e) Graciliano Ramos
A seqüência correta é:
a) 1 - 3 - 4 - 5 - 2. b) 1 - 4 - 3 - 2 - 5.
c) 4 - 3 - 2 - 1 - 5.
d) 1 - 2 - 3 - 4 - 5.
e) 1 - 2 - 4 - 3 - 5.
Assinale:
Estou no hospício ou, melhor, em várias dependências dele, desde o dia 25 do mês
passado. (...) Eu sou dado ao maravilhoso, ao fantástico, ao hipersensível; nunca, por
mais que quisesse, pude ter uma concepção mecânica, rígida do Universo e de nós
mesmos. No último, no fim do homem e do mundo, há mistério e eu creio nele. (...) O que
há em mim, meu Deus? Loucura? Quem sabe lá? (...) Que dizer da loucura?
Mergulhado no meio de quase duas
dezenas de loucos, não se tem absolutamente uma impressão geral dela.
(Lima Barreto. Diário do hospício)
E essa mudança não começa, não se sente quando começa e quase nunca acaba. Com o
seu padrinho, como fora? A princípio, aquele requerimento... mas que era aquilo? Um
capricho, uma fantasia, coisa sem importância, uma idéia de velho sem conseqüência.
Depois, aquele ofício? Não tinha importância, uma simples distração, coisa que
acontece a cada passo... E enfim? A loucura declarada, a torva e irônica loucura que
nos tira a nossa alma e põe uma outra, que nos rebaixa... (Lima Barreto. Triste fim de
Policarpo Quaresma)
a) Sem a experiência pessoal de Lima Barreto sobre a loucura, o autor não teria
elementos suficientes para compor sua personagem nem para refletir sobre o tema.
b) Em ambos os textos, os narradores crêem que o universo e o homem estão sujeitos a
uma ordem supra-sensível, misteriosa, que impede a demarcação exata da lucidez e da
loucura.
c) Seguindo padrões estabelecidos, a personagem Quaresma pauta-se por uma conduta
racional e objetiva, comportamento esse positivista, que a leva à loucura.
d) Ainda que não saiba definir a loucura, Lima Barreto faz uma exaltação dela, por
meio de sua vida e da personagem Quaresma.
a) Euclides da Cunha
b) Graça Aranha
c) Manuel Bandeira
d) Lima Barreto
e) Graciliano Ramos
Questão 14) (PUC-SP) "Iria morrer, quem sabel naquela noite mesmo? E que tinha ele
feito de sua vida? Nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-
la e querê-la muito bem, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade.
Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora que estava na velhice,
como ela o recompensava, como ela a premiava, como ela o condenava? Matando-o. E
o que não deixara de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não
pandegara, não amaraa - todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua
tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentá-la. Desde dezoito
anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades.
Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois se fossem... Em que lhe contribuiria
para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele
tivesse sidi feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas causas de tupi, do folclore, das suas
tentativas agrícolas... Restava disto tudo em sua alma uma sofisticação? Nenhuma!
Nenhuma!" (Lima Barreto)
“Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo
inteiro. Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e
absorvente. ( … ) o que o patriotismo o fez pensar, foi num conhecimento inteiro de
Brasil. ( … ) Não se sabia bem onde nascera, mas não fora decerto em São Paulo, nem no
Rio Grande do Sul, nem no Pará. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer
regionalismo: Quaresma era antes de tudo brasileiro.” (BARRETO, Lima. “Triste fim de
Policarpo Quaresma”. São Paulo: Scipione, 1997.)
Este fragmento de “O Triste Fim de Policarpo Quaresma” ilustra uma das características
mais marcantes do Pré-Modernismo que é o:
Questão 17) (ENEM) “Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele
fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois
que fossem… Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil?
Em nada… O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das coisas do
tupi, do folk-lore, das suas tentativas agrícolas… Restava disso tudo em sua alma uma
satisfação? Nenhuma! Nenhuma! O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o
escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram
ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu
patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa
gente? Pois ele não a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros,
inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um
encadeamento de decepções. A pátria que quisera ter era um mito; um fantasma criado por
ele no silêncio de seu gabinete.” (BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 8 nov. 2011)
O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, foi publicado em 1911.
No fragmento destacado, a reação do personagem aos desdobramentos de suas iniciativas
patrióticas evidencia que:
I. “Seriam nove horas do dia. Um sol ardente de março esbate-se nas venezianas que
vestem as sacadas de uma sala, nas Laranjeiras. A luz coada pelas venezianas empanadas
debuxa com a suavidade do nimbo o gracioso busto de Aurélia sobre o aveludado
escarlate do papel que forra o gabinete. Reclinada na conversadeira com os olhos a vagar
pelo crepúsculo do aposento, a moça parece imersa em intensa cogitação. O recolho
apaga-lhe no semblante, como no porte, a reverberação mordaz que de ordinário ela
desfere de si, como a chama sulfúrea de um relâmpago.”
II. “Na ficção, havia unicamente autores nacionais ou tidos como tais: o Bento Teixeira,
da Prosopopeia; o Gregório de Matos, o Basílio da Gama, o Santa Rita Durão, o José de
Alencar (todo), o Macedo, o Gonçalves Dias (todo), além de muitos outros. Podia-se
afiançar que nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de oitenta pra lá faltava nas
estantes do major.”
III. “Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da
Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me,
sentou-se ao pé de mim, falou da Lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A
viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu,
porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou
para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso. — Continue, disse eu
acordando. — Já acabei, murmurou ele. — São muito bonitos.”
IV. “De sorte que quem o contorna, seguindo para o norte, observa notáveis mudanças de
relevos: a princípio o traço contínuo e dominante das montanhas, precintando-o, com
destaque saliente, sobre a linha projetante das praias; depois, no segmento de orla
marítima entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, um aparelho litoral revolto, feito da
envergadura desarticulada das serras, riçado de cumeadas e corroído de angras, e
escancelando-se em baías, repartindo-se em ilhas, e desagregando-se em recifes desnudos,
à maneira de escombros do conflito secular que ali se trava entre os mares e a terra; em
seguida, transposto o 15° paralelo, a atenuação de todos os acidentes — serranias que se
arredondam e suavizam as linhas dos taludes, fracionadas em morros de encostas
indistintas no horizonte que se amplia; até que em plena faixa costeira da Bahia, o olhar,
livre dos anteparos de serras que até lá o repulsam e abreviam, se dilata em cheio para o
ocidente, mergulhando no âmago da terra amplíssima lentamente emergindo num ondear
longínquo de chapadas.”
V. “Tinha todos os climas, todos os frutos, todos os minerais e animais úteis, as melhores
terras de cultura, a gente mais valente, mais hospitaleira, mais inteligente e mais doce do
mundo – o que precisava mais? Tempo e um pouco de originalidade. Portanto, dúvidas
não flutuavam mais no seu espírito, mas no que se referia à originalidade de costumes e
usanças, não se tinham elas dissipado, antes se transformaram em certeza após tomar parte
na folia do “Tangolomango”, numa festa que o general dera em casa.”
A) I, II e III
B) I e III
C) II e IV
D) II e V
E) IV e V
Questão 20) (UNEMAT) Sobre “O Triste Fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto,
pode-se afirmar: