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Questões sobre o livro “Triste Fim de Policarpo Quaresma”

Questão 1) (UNIVEST) Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, é

a) a narrativa da vida e morte de um funcionário humilde conformado com a realidade social


do seu tempo.
b) uma autobiografia em que a personagem-título expõe sua insatisfação com relação a
burocracia carioca.
c) o relato das aventuras de um nacionalista ingênuo e fanático que lidera um grupo de
oposição no início da República.
d) um livro de memórias em que o personagem-título, através de um artifício narrativo, conta
as atribulações de sua vida até a hora da morte.
e) a história de um nacionalista fanático que, quixotescamente, tenta resolver sozinho os males
sociais de seu tempo.

Questão 2) (PUC) Da personagem que dá título ao romance Triste Fim de Policarpo


Quaresma, podemos afirmar que:

a) foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com afinco as coisas brasileiras.
b) perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcionado com a realidade brasileira.
c) defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte
injustamente por valores que defendia.
d) foi considerado traidor da pátria, porque participou da conspiração contra Floriano
Peixoto.
e) era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelas pessoas que o cercavam.

Questão 3) (FUVEST) No romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, o nacionalismo exaltado


e delirante da personagem principal motiva seu engajamento em três diferentes projetos, que
objetivam “reformar” o país. Esses projetos visam, sucessivamente, aos seguintes setores da vida
nacional:

a) escolar, agrícola e militar;


b) lingüístico, industrial, e militar;
c) cultural, agrícola e político;
d) lingüístico, político e militar;
e) cultura, industrial e político.

Questão 4) (PUC) Associe as obras pré-modernistas (primeira coluna) aos respectivos


fragmentos a elaspertencentes (segunda coluna).

I. Triste Fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto)


II. Os Sertões (Euclides da Cunha)
III. Lendas do Sul (Simões Lopes Neto)

( ) “Canudos não se rendeu. Exemplo único emtoda a história, resistiu até o esgotamento
completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do
termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimosdefensores, que todos
morreram.”
( ) “Foi assim e por isso que os homens, quando pela primeira vez viram a boiguaçu tão
demudada, não a conheceram mais. Não conheceram e julgando que era outra, muito
outra, chamam-na desde então de boitatá cobra de fogo, boitatá, a boitatá!”
( ) “Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo inteiro. (...) estudou
a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e
na sua política.”

A seqüência correta, de cima para baixo, na segunda coluna, é

a) II – III – I
b) III – II – I
c) I – II – III
d) II – I – III
e) I – III – II

Questão 5) (UFF) TEXTO I

CANÇÃO DO EXÍLIO

Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas, Nossas


várzeas têm mais flores, Nossos
bosques têm mais vida, Nossa vida
mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,


Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;

Minha terra tem primores, Que


tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho –, à noite –
Mais prazer encontro eu lá; Minha
terra tem palmeiras, Onde canta o
sabiá.

Não permita Deus que eu morra,


Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras
Onde canta o sabiá.

DIAS, Antonio Gonçalves. Poesia completa e prosa escolhida. Rio de Janeiro: José
Aguilar, 1959, p.103

TEXTO II

Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo; Quaresma era antes de
tudo brasileiro. Não tinha predileção por esta ou aquela parte de seu país, tanto assim
que aquilo que o fazia vibrar de paixão não eram só os pampas do Sul com seu gado,
não era o café de São Paulo, não eram o ouro e os diamantes de Minas, não era a
beleza da Guanabara, não era a altura da Paulo Afonso, não era o estro de Gonçalves
Dias ou o ímpeto de Andrade Neves – era tudo isso junto, fundido, reunido, sob a
bandeira estrelada do Cruzeiro.
Logo aos dezoito anos quis fazer-se militar; mas a junta de saúde julgou-o incapaz.
Desgostou-se, sofreu, mas não maldisse a Pátria. O ministério era liberal, ele se fez
conservador e continuou mais do que nunca a amar a "terra que o viu nascer."
Impossibilitado de evoluir-se sob os dourados do Exército, procurou a administração
e dos seus ramos escolheu o militar.
..................................................................................
Durante os lazeres burocráticos, estudou, mas estudou a Pátria, nas suas riquezas
naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e na sua política.
Quaresma sabia as espécies de minerais, vegetais e animais, que o Brasil continha;
sabia o valor do ouro, dos diamantes exportados por Minas, as guerras holandesas, as
batalhas do Paraguai, as nascentes e o curso de todos os rios. Defendia com azedume e
paixão a proeminência do Amazonas sobre todos os demais rios do mundo. Para isso ia
até ao crime de amputar alguns quilômetros ao Nilo e era com este rival do "seu" rio
que ele mais implicava. Ai de quem o citasse na sua frente ! Em geral, calmo e delicado,
o major ficava agitado e malcriado, quando se discutia a extensão do Amazonas em
face da do Nilo.
BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. In: Três Romances. Rio de
Janeiro: Garnier, 1990, p. 17-18

A valorização do nacional, expressa no poema de Gonçalves Dias (texto I) e nas idéias


de Quaresma (texto II), é uma característica presente nos seguintes períodos literários:

a) Simbolismo e Modernismo
b) Arcadismo e Romantismo
c) Realismo e Simbolismo
d) Romantismo e Modernismo
e) Barroco e Arcadismo
Questão 6) (UFF) No final do romance Triste fim de Policarpo Quaresma, o
personagem Quaresma adota uma postura crítica em relação ao nacionalismo que ele
adotara no texto II (questão anterior).

Assinale a alternativa em que esta postura crítica aparece:

a) "Nada de ambições políticas ou administra-tivas; o que Quaresma pensou, ou


melhor: o que o patriotismo o fez pensar, foi um conhecimento inteiro do Brasil, (...)
para depois então apontar os remédios, as medidas progressivas, com pleno
conhecimento de causa."
b) "E o que não deixara de ver, de gozar, fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não
pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua
tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara."
c) "É preconceito supor-se que todo esse lado da existência que parece fugir um
pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara."
d) "A pátria que quisera ter era um mito; era um fantasma criado por ele no silêncio
de seu gabinete. Nem a física, nem a moral, nem a intelectual, nem a política que
julgava existir, havia."
e) "Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da pátria tomou-
o todo inteiro."

Questão 7) (PUC) O autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma é um pré-modernista


e aborda em seus romances a vida simples dos pobres e dos mestiços. Reveste seu texto
com a linguagem descontraída dos menos privilegiados socialmente. O autor descrito
acima é:

a) Euclides da Cunha
b) Graça Aranha
c) Manuel Bandeira
d) Lima Barreto
e) Graciliano Ramos

Questão 8) (UNIFRA) Associe corretamente as colunas:

( ) ...“Raquel tinha a cabeça inclinada para baixo e os olhos fitos no


fundo do batel; cedendo a inexplicáveis movimentos de
1. O Moço Loiro desassossego, suas mãos, que se achavam unidas uma à outra sobre o
colo, apertavam-se".(...) "Dir-se-ia que Raquel tinha n’alma um
pensamento doloroso. (...) ... Honorina, ao contrário, estava um
pouco voltada para fora.”
( ) ...“Aurélia reuniu o cheque e os maços de dinheiro que
2. Senhora estavam sobre a mesa.
Este dinheiro é abençoado. Diz o senhor que ele o regenerou, e acaba
de o restituir muito a propósito para realizar um pensamento de
caridade e servir a outra regeneração.”
( ) ... “Olga tocou no velho piano de Dona Adelaide; e, antes das onze
3. Dom
Casmurro horas, estavam todos recolhidos. Quaresma chegou a seu quarto,
despiu-se, enfiou a camisa de dormir e, deitado, pôs-se a ler um velho
elogio das riquezas e opulências do Brasil.”
( ) ...“Capitu estava ao pé do morro fronteiro, voltada para ele,
Triste fim de riscando com um prego. O rumor da porta fê- la olhar para trás; ao
4. Policarpo dar comigo, encostou-se no muro, como se quisesse esconder alguma
Quaresma cousa. Caminhei para ela; naturalmente levava o gesto mudado,
porque ela veio a mim, e perguntou- me inquieta: - que é que você
tem? (...)”
( ) ... “O povoado novo surgia, dentro de algumas, já feito
ruínas. Nascia velho. Visto de longe, desdobrado pelas câmeras,
5. Os Sertões atrelando as canhadas, cobrindo área enorme, truncado nas
quebradas, revolto nos pendores - tinha o aspecto perfeito de
uma cidade cujo solo houvesse sido sacudido e brutalmente
dobrado por um terremoto.”

A seqüência correta é:

a) 1 - 3 - 4 - 5 - 2. b) 1 - 4 - 3 - 2 - 5.
c) 4 - 3 - 2 - 1 - 5.
d) 1 - 2 - 3 - 4 - 5.
e) 1 - 2 - 4 - 3 - 5.

Questão 9) (MACKENZIE) Considere as seguintes associações:

I - José de Alencar - Iracema - indianismo - Romantismo - narrativa lírica


II - Raul Pompéia - O Ateneu - memorialismo - Modernismo - crônica biográfica III -
Lima Barreto - Triste fim de Policarpo Quaresma - nacionalismo - Realismo
- tragédia

Assinale:

a) se apenas I estiver correta.


b) se nenhuma estiver correta.
c) se apenas II e III estiverem corretas.
d) se apenas I e II estiverem corretas.
e) se todas estiverem corretas.

Questão 10) (UFU) Leia e compare os textos seguintes.

Estou no hospício ou, melhor, em várias dependências dele, desde o dia 25 do mês
passado. (...) Eu sou dado ao maravilhoso, ao fantástico, ao hipersensível; nunca, por
mais que quisesse, pude ter uma concepção mecânica, rígida do Universo e de nós
mesmos. No último, no fim do homem e do mundo, há mistério e eu creio nele. (...) O que
há em mim, meu Deus? Loucura? Quem sabe lá? (...) Que dizer da loucura?
Mergulhado no meio de quase duas
dezenas de loucos, não se tem absolutamente uma impressão geral dela.
(Lima Barreto. Diário do hospício)

E essa mudança não começa, não se sente quando começa e quase nunca acaba. Com o
seu padrinho, como fora? A princípio, aquele requerimento... mas que era aquilo? Um
capricho, uma fantasia, coisa sem importância, uma idéia de velho sem conseqüência.
Depois, aquele ofício? Não tinha importância, uma simples distração, coisa que
acontece a cada passo... E enfim? A loucura declarada, a torva e irônica loucura que
nos tira a nossa alma e põe uma outra, que nos rebaixa... (Lima Barreto. Triste fim de
Policarpo Quaresma)

Assinale a alternativa correta:

a) Sem a experiência pessoal de Lima Barreto sobre a loucura, o autor não teria
elementos suficientes para compor sua personagem nem para refletir sobre o tema.
b) Em ambos os textos, os narradores crêem que o universo e o homem estão sujeitos a
uma ordem supra-sensível, misteriosa, que impede a demarcação exata da lucidez e da
loucura.
c) Seguindo padrões estabelecidos, a personagem Quaresma pauta-se por uma conduta
racional e objetiva, comportamento esse positivista, que a leva à loucura.
d) Ainda que não saiba definir a loucura, Lima Barreto faz uma exaltação dela, por
meio de sua vida e da personagem Quaresma.

Questão 11) (PUC-SP) O autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma é um pré-


modernista e aborda em seus romances a vida simples dos pobres e dos mestiços.
Reveste seu texto com a linguagem descontraída dos menos privilegiados
socialmente.

O autor descrito acima é:

a) Euclides da Cunha
b) Graça Aranha
c) Manuel Bandeira
d) Lima Barreto
e) Graciliano Ramos

Questão 12) (UNIVEST) Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, é

a) a narrativa da vida e morte de um funcionário humilde conformado com a


realidade social do seu tempo.
b) uma autobiografia em que a personagem-título expõe sua insatisfação com relação
a burocracia carioca.
c) o relato das aventuras de um nacionalista ingênuo e fanático que lidera um grupo
de oposição no início da República.
d) um livro de memórias em que o personagem-título, através de um artifício
narrativo, conta as atribulações de sua vida até a hora da morte.
e) a história de um nacionalista fanático que, quixotescamente, tenta resolver sozinho
os males sociais de seu tempo.

Questão 13) (PUC) Da personagem que dá título ao romance Triste Fim de


Policarpo Quaresma, podemos afirmar que

a) foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com afinco as coisas


brasileiras.
b) perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcionado com a realidade
brasileira.
c) defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte
injustamente por valores que defendia.
d) foi considerado traidor da pátria, porque participou da conspiração contra
Floriano Peixoto.
e) era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelas pessoas que o
cercavam.

Questão 14) (PUC-SP) "Iria morrer, quem sabel naquela noite mesmo? E que tinha ele
feito de sua vida? Nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-
la e querê-la muito bem, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade.
Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora que estava na velhice,
como ela o recompensava, como ela a premiava, como ela o condenava? Matando-o. E
o que não deixara de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não
pandegara, não amaraa - todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua
tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentá-la. Desde dezoito
anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades.
Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois se fossem... Em que lhe contribuiria
para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele
tivesse sidi feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas causas de tupi, do folclore, das suas
tentativas agrícolas... Restava disto tudo em sua alma uma sofisticação? Nenhuma!
Nenhuma!" (Lima Barreto)

O trecho acima pertence ao romance Triste Fim de Policarpo Quaresma. Da


personagem que dá título ao romance, podemos afirmar que:

a) foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com afinco as coisas


brasileiras.
b) perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcionado com a realidade
brasileira.
c) defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte
justamente pelos valores que defendia.
d) foi considerado traidor da pátria, porque ele participou da conspiração contra
Floriano Peixoto.
e) era um louco e, por isso, não foi levado a sério pela pessoas que o
cercavam.
Questão 15) (PUC-RS) Triste fim de Policarpo Quaresma, romance de Lima Barreto
publicado em 1911, trata do drama de um velho aposentado que se propõe a salvar o
Brasil de suas mazelas sociais. Neste romance, a figura feminina

A) vive uma relação amorosa extremamente sensual com Policarpo.


B) representa o ideal de mulher com que sonha Policarpo.
C) é a personagem que, como amiga de Policarpo, ao término, melhor entende a
dinâmica da sociedade.
D) idealiza a vida brasileira e acompanha Policarpo em suas idéias de
transformar o País.
E) cria empecilhos, como vilã, para que Policarpo realize seu sonho.

Questão 16) (UFRRJ) Fragmento de Triste fim de Policarpo Quaresma:

“Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo
inteiro. Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e
absorvente. ( … ) o que o patriotismo o fez pensar, foi num conhecimento inteiro de
Brasil. ( … ) Não se sabia bem onde nascera, mas não fora decerto em São Paulo, nem no
Rio Grande do Sul, nem no Pará. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer
regionalismo: Quaresma era antes de tudo brasileiro.” (BARRETO, Lima. “Triste fim de
Policarpo Quaresma”. São Paulo: Scipione, 1997.)

Este fragmento de “O Triste Fim de Policarpo Quaresma” ilustra uma das características
mais marcantes do Pré-Modernismo que é o:

a) Desejo de compreender a complexa realidade nacional.


b) nacionalismo ufanista e exagerado, herdado do Romantismo.
c) resgate de padrões estéticos e metafísicos do Simbolismo.
d) nacionalismo utópico e exagerado, herdado do Parnasianismo.
e) subjetivismo poético, tão bem representado pelo protagonista.

Questão 17) (ENEM) “Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele
fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois
que fossem… Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil?
Em nada… O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das coisas do
tupi, do folk-lore, das suas tentativas agrícolas… Restava disso tudo em sua alma uma
satisfação? Nenhuma! Nenhuma! O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o
escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram
ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu
patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa
gente? Pois ele não a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros,
inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um
encadeamento de decepções. A pátria que quisera ter era um mito; um fantasma criado por
ele no silêncio de seu gabinete.” (BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 8 nov. 2011)
O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, foi publicado em 1911.
No fragmento destacado, a reação do personagem aos desdobramentos de suas iniciativas
patrióticas evidencia que:

A) a dedicação de Policarpo Quaresma ao conhecimento da natureza brasileira levou-o a


estudar inutilidades, mas possibilitou-lhe uma visão mais ampla do país.
B) a curiosidade em relação aos heróis da pátria levou-o ao ideal de prosperidade e
democracia que o personagem encontra no contexto republicano.
C) a construção de uma pátria a partir de elemento míticos, como a cordialidade do povo,
a riqueza do solo e a pureza linguística, conduz à frustração ideológica.
D) a propensão do brasileiro ao riso, ao escárnio, justifica a reação de decepção e
desistência de Policarpo Quaresma, que prefere resguardar-se em seu gabinete.
E) a certeza da fertilidade da terra e da produção agrícola incondicional faz parte de um
projeto ideológico salvacionista, tal como foi difundido na época do autor.

Questão 18) (UFRGS) Considere as seguintes afirmações sobre “O Triste Fim de


Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto:

I – Na primeira parte, o autor apresenta um funcionário público exemplar, um patriota e


um nacionalista obcecado.
II – Na segunda parte, Policarpo está no campo, dedicando-se à lavoura nas terras férteis
do país, mas as saúvas põem fim ao seu projeto.
III – Na terceira parte, em que prevalece a sátira política, Policarpo rebela-se contra a
República e o militarismo, acabando preso e condenado à morte.

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

Questão 19) (UPE) “O Triste Fim de Policarpo Quaresma” é um romance em terceira


pessoa, em que se nota maior esforço de construção e acabamento formal. Lima Barreto
nele conseguiu criar uma personagem que não fosse mera projeção de amarguras pessoais
como o amanuense Isaías Caminha, nem um tipo pré-formado, nos moldes das figuras
secundárias que pululam em todas as suas obras. O Major Quaresma não se exaure na
obsessão nacionalista, no fanatismo xenófobo; pessoa viva, as suas reações revelam o
entusiasmo do homem ingênuo, a distanciá-lo do conformismo em que se arrastam os
demais burocratas e militares reformados cujos bocejos amornecem os serões do subúrbio.
(Bosi, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Editora Cultrix,
1998)

Quais dos trechos a seguir são da obra mencionada acima?

I. “Seriam nove horas do dia. Um sol ardente de março esbate-se nas venezianas que
vestem as sacadas de uma sala, nas Laranjeiras. A luz coada pelas venezianas empanadas
debuxa com a suavidade do nimbo o gracioso busto de Aurélia sobre o aveludado
escarlate do papel que forra o gabinete. Reclinada na conversadeira com os olhos a vagar
pelo crepúsculo do aposento, a moça parece imersa em intensa cogitação. O recolho
apaga-lhe no semblante, como no porte, a reverberação mordaz que de ordinário ela
desfere de si, como a chama sulfúrea de um relâmpago.”

II. “Na ficção, havia unicamente autores nacionais ou tidos como tais: o Bento Teixeira,
da Prosopopeia; o Gregório de Matos, o Basílio da Gama, o Santa Rita Durão, o José de
Alencar (todo), o Macedo, o Gonçalves Dias (todo), além de muitos outros. Podia-se
afiançar que nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de oitenta pra lá faltava nas
estantes do major.”

III. “Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da
Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me,
sentou-se ao pé de mim, falou da Lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A
viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu,
porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou
para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso. — Continue, disse eu
acordando. — Já acabei, murmurou ele. — São muito bonitos.”

IV. “De sorte que quem o contorna, seguindo para o norte, observa notáveis mudanças de
relevos: a princípio o traço contínuo e dominante das montanhas, precintando-o, com
destaque saliente, sobre a linha projetante das praias; depois, no segmento de orla
marítima entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, um aparelho litoral revolto, feito da
envergadura desarticulada das serras, riçado de cumeadas e corroído de angras, e
escancelando-se em baías, repartindo-se em ilhas, e desagregando-se em recifes desnudos,
à maneira de escombros do conflito secular que ali se trava entre os mares e a terra; em
seguida, transposto o 15° paralelo, a atenuação de todos os acidentes — serranias que se
arredondam e suavizam as linhas dos taludes, fracionadas em morros de encostas
indistintas no horizonte que se amplia; até que em plena faixa costeira da Bahia, o olhar,
livre dos anteparos de serras que até lá o repulsam e abreviam, se dilata em cheio para o
ocidente, mergulhando no âmago da terra amplíssima lentamente emergindo num ondear
longínquo de chapadas.”

V. “Tinha todos os climas, todos os frutos, todos os minerais e animais úteis, as melhores
terras de cultura, a gente mais valente, mais hospitaleira, mais inteligente e mais doce do
mundo – o que precisava mais? Tempo e um pouco de originalidade. Portanto, dúvidas
não flutuavam mais no seu espírito, mas no que se referia à originalidade de costumes e
usanças, não se tinham elas dissipado, antes se transformaram em certeza após tomar parte
na folia do “Tangolomango”, numa festa que o general dera em casa.”

Estão CORRETOS apenas os itens:

A) I, II e III
B) I e III
C) II e IV
D) II e V
E) IV e V

Questão 20) (UNEMAT) Sobre “O Triste Fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto,
pode-se afirmar:

A) É um poema épico que conta a história de Marechal Floriano.


B) É uma narrativa de ficção que conta a história de Brás Cubas.
C) É um livro de memórias escrito por Riobaldo Tatarana.
D) É um conto que narra a história de amor de Olga e Marechal Floriano.
E) É um romance em que é narrada a história de um brasileiro visionário.

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