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O folclorista, o literato e

o Brasil
A música popular nos trabalhos de Mário de Andrade
Na pancada do
ganzá - O prefácio
• Livro de amor, não de ciência;
• De amor pelo Brasil;
• "Ouvi o povo, aceitei o povo, não
colaborei com o povo enquanto ele
se revelava." (p. 195)
• Conhecer para se identificar e
melhor amar.
"Está claro que a peça era horrível
de pobreza, má
execução, ingenuidade. Mas assim
mesmo tinha frases aproveitáveis e
invenções descritivas engenhosas. E
principalmente comovia. " (p. 196)

"Porque não basta saber compor.


Carece ter o que compor." (p. 196)
oOrgulho, amor e incansável dedicação e
Estaduanismo entusiasmo por aquilo que lhe é seu, de
sua terra.
Cultura popular e sensibilidade
romântica
As danças dramáticas de Mário de Andrade
o“(…) 'a mais exemplar' e,
também, como 'a mais
complexa, estranha, original
de todas as nossas danças
dramáticas'." (p. 58)

o"(…) a sentença é a morte."


(p. 58) – A visão de perda
da Originalidade;

oVisão mítica e dramática em


torno das danças
folclóricas.
"(…) sua busca, via folclore, do oVozes do povo;
acesso a uma arte e cultura que,
sendo “modernas”, seriam oLibertação social;
também, a um só tempo,
“nacionais” e “universais”." (p. 58) oComover-se com o outro;

oLado romântico de sua


inspiração artística, religação
com o mundo
anterior/primitivo e
verdadeiramente brasileiro;

oRetornamos a "retórica da
perda";

oValorização do primitivo.
Muiraquitã: amuleto
de boa sorte e
de identidade nacional
• Risco de perda – da Muiraquitã
e do folclore.
• Macuinaíma e a identidade
brasileira;
• "Sua obra apresenta-se como
um vasto sistema fragmentário,
em que nos enredamos na
busca de laços e nexos de
sentido, atendendo certamente
a apelos do autor." (p. 60)
o"Haveria aqui, um
“otimismo da forma”: o
modelo compositivo do
romance é o da música
popular, que é também
o das formas européias
da suíte e da variação. "
(p. 61)

Ilustração de Mariana
Zanetti.
Dez anos de ciência e
de amor
o Textos que nasceram viajantes;
o " (…) sua primeira viagem por meio de
um elaboradíssimo diário, cheio de
desabafos e de tiradas literárias lapidadas
por uma sensibilidade brincalhona e
irônica, mesmo quando triste." (p. 62)
oTema da decadência, um reflexo da sua
visão de gabinete;
o"(…) torna a composição do texto
final curiosamente semelhante ao próprio
processo de composição das danças
dramáticas" (p. 63)
Conceituação
oForma estética: Visão integradora e a
visão fragmentada; Enredo
dramático.

oConteúdo temático: Núcleo básico -


o enredo de morte e ressurreição, do
bem contra o mal.

oOrigem comum: Desloca-se para


uma mito-história, uma visão de que
tudo se iniciou do mesmo ponto.
o"No Bumba, o tema do 'entrecho', elemento
que fornece um princípio de unidade ao
bailado seriado, é essencialmente 'mítico'"
(p. 67)
oPrimitivo e ancestral;
oIdealização da figura do Boi
como "elemento unificador do Brasil" (p.
68)
o"A característica justaposição de
temas, vista em outros
momentos como original e
mesmo exemplar, surge também
como sintoma de perda e
deterioração da integridade
primeva, que Mário de Andrade
sabe entretanto, confusamente,
nunca ter existido. " (p.69)

o"É um Mário de Andrade triste e


trágico quem vaticina 'Da
maneira como as coisas vão indo,
a sentença é de morte'" (p.69)
"Nessa conceituação, o movimento do pensamento
de Mário de Andrade assemelha-se, ele mesmo, a
um bailado dramático – ora comovido, ora
hesitante, ora lúcido e tenso, e finalmente trágico."
(p. 65)
Referências bibliográficas
o ANDRADE, Mário de. Na pancada do ganzá. O prefácio de Mário de Andrade. In:
LOPEZ, Telê Ancona. Leituras e percursos. (Orgs. Marcos Antonio de Moraes e
Tatiana Lono Figueiredo). Ebook. Belo Horizonte: Fino Traço, 2021, p. 194-201.

o CAVALCANTI, Maria Laura. Cultura popular e sensibilidade romântica: as


danças dramáticas de Mário de Andrade. Revista Brasileira de Ciências Sociais,
v. 19, n. 54, fev. 2004, p. 57-79.

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