Você está na página 1de 13

CENTRO DE ENSINO MÉDIO 02 DE CEILÂNDIA-DF

DISCIPLINA: PORTUGUÊS

PROFESSOR(A): ROSANE ROCHA

O VELHO DA HORTA

GIL VICENTE

ALUNO(a): KAMILA VITÓRIA VIEIRA LACERDA

ANO/TURMA: 1° “S”

N°: 15

DISTRITO FEDERAL

DEZ./2020
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 2

DESENVOLVIMENTO 3

CAPÍTULO 1: GIL VICENTE 3

2.1. Vida 3

2.2. Obra 3

CAPÍTULO 2: O VELHO DA HORTA 4

2.3. Resumo da Peça 4

2.4. Personagens 5

CAPÍTULO 3: EXPLORANDO O TEXTO 5

2.5. Análise 5

2.6. Características 6

2.7. Linguagem 6

2.8. Tema Central 7

2.9. Contexto 7

CONCLUSÃO 9

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 10

ANEXO 12

1
1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho é acerca da obra: O Velho da Horta, do autor Gil Vicente.


Abordaremos a vida e obra do dramaturgo, o resumo da peça e seus personagens,
além de explorar suas características e construir uma análise.

É objetivo deste trabalho apresentar um estudo efetuado acerca do tema


proposto, buscando a compreensão e o conhecimento dessa obra teatral.

É constituído por 3 capítulos. No primeiro capítulo, será abordado a vida e obra


do autor Gil Vicente. O segundo capítulo apresentará um resumo da peça e seus
personagens. O último capítulo explora o texto, discorrendo sobre suas
características, linguagem, tema e contexto, expondo uma análise sobre o Velho da
Horta.

A metodologia aplicada consiste na realização de pesquisas bibliográficas em


páginas de website.

2
2. DESENVOLVIMENTO

CAPÍTULO 1: GIL VICENTE

2.1. Vida

Considerado "pai" do teatro português, Gil Vicente foi o principal representante


da literatura renascentista no país. Exerceu grande influência na cultura popular
portuguesa, e criou quarenta e quatro peças.

Por falta de documentos na época, alguns fatos da vida do autor são incertos,
como a data de seu nascimento e de sua morte. Há especulações que tenha
nascido entre 1465 e 1470, e que morreu entre 1536 e 1540. O local desses
acontecimentos também é desconhecido, apenas se sabe que ele nasceu em
Portugal. Os pesquisadores presumem que Gil Vicente casou-se duas vezes, teve
cinco filhos e estudou na Universidade de Salamanca, na Espanha.

Existem várias hipóteses sobre a atividade exercida por Gil Vicente na


sociedade portuguesa. No início do século XVI, teria tornado-se responsável pela
organização dos eventos da corte portuguesa, sendo o vassalo do rei. Pode ter sido,
também, "mestre da balança" da Casa da Moeda, em Lisboa. A teoria mais aceita,
porém, é de que Gil Vicente seria ourives, pois, foi atribuído a ele um recipiente feito
de ouro, a Custódia de Belém (1506), além de utilizar diversos termos técnicos de
ourivesaria em seus autos. Ainda, alguns historiadores defendem que ele
desempenhou as três funções.

2.2. Obra

Denominadas como teatro vicentino, as peças de Gil Vicente representam a


passagem entre a Idade Média e o Renascentismo. Dessa forma, apesar de terem
sido escritas durante o Humanismo, o autor não deixou de expressar os princípios
morais e cristãos da época medieval.

3
Além do teatro, Vicente explorou a poesia, como vilancetes e cantigas,
inspirados nos palacianos e nos trovadores. Retratando a sociedade portuguesa, os
textos possuíam humor e comicidade, além do caráter satírico. Com elementos
alegóricos e místicos, Gil Vicente construía personagens-tipo, abordava temas
pastoris, cotidianos, profanos e religiosos, de modo a fazer uma crítica social.
Evitava os clássicos gregos, os quais prezavam pela ação, espaço e tempo, a obra
de Gil Vicente se dividia em: autos pastoris, autos de moralidade, farsas, autos
cavaleirescos e autos alegóricos de tema profano.

Sua primeira obra, Auto da Visitação, foi apresentada na corte à rainha D. Maria,
para homenagear o nascimento do príncipe, D. João III. A Trilogia das Barcas é a
obra mais importante da carreira do dramaturgo.

CAPÍTULO 2: O VELHO DA HORTA

2.3. Resumo da Peça

O início do ato ocorre quando a Moça vai à horta do Velho comprar temperos. O
Velho, no mesmo instante, apaixona-se por ela e começa a se declarar, porém, ela
responde às investidas com zombaria. Depois de pegar os temperos que precisava,
a Moça vai embora, deixando o Velho com suas queixas, alegando que morreria de
amor. A Esposa do Velho percebe a situação, falando-lhe do absurdo que era para
um homem de sua idade estar apaixonado por uma jovem.

Notando o desespero do Velho, uma alcoviteira chamada Branca Gil, oferece


seus serviços, garantindo a ele a conquista de sua amada. O Velho concorda com a
proposta, e a mulher extorque toda sua riqueza.

Por conta de seu trabalho, Branca Gil é presa pelos oficiais de justiça. O Velho
fica sabendo através de uma Mocinha sobre a prisão da alcoviteira, que levou cem
chicotadas como castigo. A Mocinha conta-lhe, também, que a Moça por quem havia
se apaixonado, casou-se com outro homem. Então, o Velho limitou-se a

4
lamentações, já que, sendo pai de quatro filhas, não as deixou nada, pois gastou
todo seu dinheiro tentando conquistar a Moça, e sem ela, ficara sem amor,
restando-lhe apenas a morte.

2.4. Personagens

A trama gira em torno do Velho, que tem uma atitude imprópria para sua idade e
para seu estado civil, pois é casado, e da Moça, por quem o Velho se apaixonou,
que critica e zomba de suas declarações. Há personagens secundários, como a
Esposa do Velho, a Mocinha, o Parvo, funcionário da horta, e os oficiais de justiça. A
antagonista é a alcoviteira, Branca Gil, pois ela enganou o Velho.

CAPÍTULO 3: EXPLORANDO O TEXTO

2.5. Análise

O enredo da obra trata das frustrações de um amor não correspondido e


satirizado. Nesta peça há dois personagens-tipos: o Velho, que possui uma paixão
cega, e a Moça, que debocha do amor do Velho. O diálogo entre ambos representa
um cenário tanto ilusório, quanto ridículo. O Velho apresenta uma postura cômica e
idealizadora, além de insuportável, por toda a peça. A Moça, então, conquista a
simpatia do público, mantendo sua conduta realista, mesmo que trate o Velho com
crueza.

Gil Vicente se inspira no comportamento trovadoresco para retratar o Velho,


conservando o aspecto ultrapassado. Essa farsa vicentina é produzida com o intuito
de refletir sobre a sociedade pré-renascentista, a mesma valorizava o
antropocentrismo e abandonava os ideais religiosos. Alguns elementos da peça, por
outro lado, expressam costumes medievais, como o açoite em praça pública.

"Rindo, castigam-se os costumes", famosa frase do teatrólogo, elucida seu


propósito, visto que com o humor, critica a imoralidade do Velho, que não respeita

5
seu casamento, e a procura de alcoviteiras, essas seriam feiticeiras, costumes que
vão contra os fundamentos da Igreja Católica.

2.6. Características

Como dito anteriormente, o Velho da Horta é uma farsa. As farsas, de caráter


humanista, demonstram os traços humanos e sociais, mediante ao uso de
comicidade e exagero. Caracteriza-se como peça de enredo, a qual gera uma
história de ação continuada e conectada, em torno de um episódio ​com começo,
meio e fim.

Gil Vicente utiliza pouco mecanismo cênico e suas peças são apresentadas em
um palco, algo inédito no teatro português. Ele põe todo o ato em um mesmo
cenário, a horta, e os fatos que ocorrem fora dela são mencionados oralmente como
situações que vêm de fora. Contém personagens-tipo, que reproduzem estereótipos
de uma determinada classe social. O Humor da obra baseia-se na comicidade de
situação, a qual as atitudes dos personagens são engraçadas.

O texto é escrito em versos, com métrica popular. Composto por quatro versos
em redondilhas maiores e um quinto verso com três sílabas métricas, descreve um
enredo bem construído.

2.7. Linguagem

Mesclando a linguagem popular, arcaica, moderna e elitizada, o autor conserva


o falar de cada personagem, procurando ser exato aos falantes de cada tipo social.

O Velho abrange uma linguagem estereotipada e galanteadora, influenciada


pela poesia palaciana, uma forma do teatrólogo satirizar a mesma. Com suas
declarações, o Velho aborda conceitos amorosos derivados do Quinhentismo,
utilizando-se de poesia lírica com diversas antíteses para manifestar seus
sentimentos:

"Oh fortuna triunfante! Quem meteu um velho amante com menina! O maior
risco da vida e mais perigoso é amar, que morrer é acabar e amor não tem saída, e

6
pois penado, ainda que amado, vive qualquer amador; que fará o desamado, e
sendo desesperado de favor?"

A linguagem da Moça, no entanto, contrasta à do Velho. Cheia de zombarias e


ironia, rebate as cantadas dele sem piedade, fato que traz humor a peça:

“Velho — Onde se criou tal flor? Eu diria que nos céus.

Moça — Mas no chão.

Velho — Pois damas se acharão que não são vosso sapato!

Moça — Ai! Como isso é tão vão, e como as lisonjas são de barato!"

2.8. Tema Central

O amor tardio e suas consequências são o tema central desta peça. Esse
assunto abordado prega o racionalismo, presente no Humanismo, em que a razão
humana prevalece, já que a forma como a Moça reage às galanteadas do Velho,
baseia-se no contexto realista de um amor impossível. Assim como a variedade do
tema, já que na época passada, os assuntos eram apenas de cunho religioso,
amoroso e satírico.

Há, também, a presença de traço do trovadorismo, visto que há uma crítica


moralista, julgando aqueles que vão contra preceitos éticos e religiosos citados na
análise da peça.

2.9. Contexto

A Europa, entre o final do século XV e o início do século XVI, passou por


mudanças socioeconômicas, adotando o mercantilismo, e tentando adaptá-lo às
estruturas feudais.

Em Portugal, após as Grandes Navegações, o poder do Rei intensificou-se,


aumentando a centralização absolutista. Dessa maneira, o pensamento cultural
também evoluiu, desenvolvendo o Renascentismo. O teatro vicentino apresenta

7
justamente estas duas visões históricas: o fim da Idade Média e o início da Era
Moderna.

As produções teatrais do período medieval, restringiam-se a encenações


litúrgicas, influenciadas pela Igreja Católica, e encenações profanas, atuadas fora da
igreja. Gil Vicente revolucionou a produção teatral de sua época, modificando a
abordagem dos temas religiosos e sociais. Considerado assim, além de "pai" do
teatro português, o "criador" do teatro moderno.

8
3. CONCLUSÃO

Neste trabalho abordamos a obra: O Velho da Horta, de Gil Vicente.


Discorremos sobre a vida e obras do autor, e exploramos particularidades da peça.

Este trabalho foi de extrema importância, pois, através dele, nós adquirimos
conhecimento a respeito da obra, que faz parte da matriz do Pas UNB, propiciando
uma absorção relevante das informações, as mesmas serão aproveitadas
futuramente.

9
4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

GIL Vicente. ​Wikipedia​. Disponível em: <​https://pt.wikipedia.org/wiki/Gil_Vicente​>.


Acesso em: 12 de dez. de 2020.

GIL Vicente. ​Guia Estudo​, 2019. Disponível em:


<​https://www.guiaestudo.com.br/gil-vicente​>. Acesso em: 12 de dez. de 2020.

FRAZÃO, Dilva. Gil Vicente. ​Ebiografia​. Disponível em:


<​https://www.ebiografia.com/gil_vicente/​>. Acesso em: 12 de dez. de 2020.

GIL Vicente. ​Educação​. Disponível em:


<​http://educacao.globo.com/literatura/assunto/autores/gil-vicente.html​>. Acesso em:
12 de dez. de 2020.

MOREIRA, Daniele Fernanda Feliz. Gil Vicente. ​InfoEscola​. Disponível em:


<​https://www.infoescola.com/biografias/gil-vicente/​>. Acesso em: 12 de dez. de
2020.

DIANA, Daniela. Teatro Vicentino. ​Toda Matéria​. Disponível em:


<​https://www.todamateria.com.br/teatro-vicentino/​>. Acesso em: 12 de dez. de 2020.

SERGIO, Carlos. O "novo" Velho da Horta. ​As muitas caras da Poesia​, 2008.
Disponível em:
<​http://cfransergio.blogspot.com/2008/05/o-novo-velho-da-horta.html​>. Acesso em:
12 de dez. de 2020.

D'AMBROSIO, Oscar. Gil Vicente - Humanismo e o nascimento do teatro em


Portugal. ​Uol Educação​, 2014. Disponível em:
<​https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/gil-vicente-humanismo-e-o-nasci
mento-do-teatro-em-portugal.htm​>. Acesso em: 12 de dez. de 2020.

TOMAZ, Vanessa. Gil Vicente – Biografia e Características. ​Além das letras​.


Disponível em: <​https://blogalemdasletras.wordpress.com/2018/04/19/gil-vicente/​>.
Acesso em: 12 de dez. de 2020.

10
LUIZ, Anderson. Gil Vicente-Humanismo-O velho da Horta. ​Professor Anderson
Luiz​, 2008. Disponível em:
<​http://professorandersonluiz.blogspot.com/2008/11/gil-vicente-humanismo-o-velho-
da-horta.html​>. Acesso em: 12 de dez. de 2020.

RIGONATTO, Mariana. Gil Vicente e a revolução do teatro português. ​Português​.


Disponível em:
<​https://www.portugues.com.br/literatura/gil-vicente-e-a-revolucao-teatro-portugues.h
tml​>. Acesso em: 12 de dez. de 2020.

RODRIGUES, Marla. O Velho da Horta. ​Vestibular Brasil Escola​, 2008. Disponível


em: <​https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/resumos-de-livros/o-velho-horta.htm​>.
Acesso em: 12 de dez. de 2020.

O VELHO da Horta, de Gil Vicente. ​Passei Web​, 2013. Disponível em:


<​https://www.passeiweb.com/estudos/livros/o_velho_da_horta/​>. Acesso em: 12 de
dez. de 2020.

O VELHO da Horta. ​Wikipedia​. Disponível em:


<​https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Velho_da_Horta​>. Acesso em: 12 de dez. de 2020.

DE ARAÚJO, Ana Paula. O Velho da Horta. ​InfoEscola​. Disponível em:


<​https://www.infoescola.com/livros/o-velho-da-horta/​>. Acesso em: 12 de dez. de
2020.

LIRA, Miriã. O Teatro de Gil Vicente. ​Cola da Web​. Disponível em:


<​https://www.coladaweb.com/literatura/o-teatro-de-gil-vicente​>. Acesso em: 12 de
dez. de 2020.

DIANA, Daniela. Características do Humanismo. ​Toda Matéria​. Disponível em:


<​https://www.todamateria.com.br/caracteristicas-do-humanismo/amp/​>. Acesso em:
12 de dez. de 2020.

11
5. ANEXO

Link do Vídeo de complemento referente ao tema:

https://www.youtube.com/watch?v=qQ5zdjT-8iM&list=PLFbQq5UnmLAqNfb-cRfUHe
QDhkfkMW1fa&index=3

 
 

12

Você também pode gostar