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ALQUIMIA CONSCIENCIAL

Hélio Couto

ALQUIMIA CONSCIENCIAL

1a edição – EPUB
São Paulo, abril 2018
Linear B Editora
Rua dos Pinheiros, 1076 cj 52 • Pinheiros
CEP 05422-002 – São Paulo – SP – Brasil
Tel 011 3812-3112 e 3812-2817
www.linearb.com.br
***
ALQUIMIA
CONSCIENCIAL
***
© Hélio Couto
Obra registrada na Biblioteca Nacional
1a edição – EPUB: abril 2018
***
Revisão
Camila Cotrim
Capa
Carlos Clémen
Edição
Linear B Editora
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – CIP

C871 Couto, Hélio


Alquimia consciencial / Hélio Couto. – São Paulo: Linear B Editora, 2018. (Coleção
Metafísica) 272 p. EPUB.
eISBN 978-85-5538-085-3

1. Metafísica. 2. Mecânica Quântica. 3. Harmonia Cósmica. 4. Ressonância


Harmônica. 5. Desenvolvimento Pessoal. 6. Alquimia. 7. Consciência. 8. Prosperidade.
I. Título. II. Série. III. Calcinatio. IV. Solutio. V. Coagulatio. VI. Mortificatio. VII.
Coletivo Alquímico. VIII. Separatio, coniunction e o andrógino. IX. Pedra Filosofal. X.
Alquimia: instrumento para a prosperidade.
MCDU 111 CDD 110
Catalogação elaborada por Regina Simão Paulino – CRB-6-1154
Apresentação do tema

Neste livro falaremos sobre Alquimia Consciencial.


Este tema requereu um livro específico e será tratado com exaustão
em virtude da atenção e importância que deve ser dada a este assunto.
Em virtude disso se tentará sanar todas as dúvidas, no intuito de ficar
documentado para que todas as pessoas tenham acesso a essas
informações.
Para que este livro seja bem aproveitado e absorvido, aconselho, não
se apegue a qualquer crença ou religião.
Boa Leitura e aprendizado.
Introdução

A Alquimia promove uma transformação transcendental na pessoa que


entende realmente os objetivos psicológicos embutidos nos procedimentos
alquímicos. O salto de consciência é inevitável porque as imagens que
representam a alquimia provocam uma resposta do inconsciente que se
altera sem que se perceba isso. Estudar alquimia tem um profundo efeito
transformador na visão de mundo. Entende-se perfeitamente o que
acontece com os seres que vivem no universo. Quais as possibilidades?
Como chegar na Individuação? Quais as dificuldades? Qual o mapa para
chegar nisso? Quais as crenças que impedem isso? Quais as resistências
no meio do caminho? E assim por diante.
O fim do trajeto é o ser transformado num Ser de Luz, num Anjo da
Luz, um ser Unificado com o Todo. Não haverá um só dia em que a
transformação não esteja ocorrendo. Tudo passa a ter um novo
significado e tudo passa a ser sagrado na existência.
A Psique humana tem todos os materiais necessários para essa
transformação. Basta apenas iniciar o trabalho. As imagens que Jung
selecionou fazem isso. Elas ativam conteúdos inconscientes que passam a
fazer parte da transformação. Essas imagens são arquetípicas. Elas
mostram em que ponto da individuação a pessoa está. Mostram
exatamente o que acontecerá durante os procedimentos. Portanto, não há
surpresa para quem estuda isso. O que acontecerá no futuro está
totalmente aberto no livro da alquimia. Não está oculto de forma
alguma. Apenas é preciso ter olhos de ver. E a coragem de aceitar a
realidade última.
O que é a Realidade Última? Essa era a questão que os alquimistas
queriam resolver. Mesmo sem ter aceleradores nucleares, eles intuíram a
natureza da Realidade Última. As imagens provam isso. Eles sabiam o
que estavam fazendo. O que hoje chamamos de Vácuo Quântico eles
chamavam de prima matéria. O Oceano Primordial de onde tudo emerge.
O Todo. Esse conhecimento era e é tão poderoso que eles o ocultaram
numa linguagem metafórica. Porém, as imagens provam que eles sabiam
o resultado da união com a prima matéria.
Vejam a imagem da prima matéria que está no livro “Psychology and
Alchemy” de Jung.
http://www.christies.com/lotfinder/Lot/marolles-michel-de-1600-
1681-tableaux-du-temple-5698498-details.aspx
É um desenho que exemplifica a turbulência energética do Vácuo
Quântico. Podem ver isso também nos livros e DVD’s de Brian Greene
sobre o tecido do cosmo.
A alquimia mostra as infinitas possibilidades de transformação desta
prima matéria em seres conscientes, inteligentes e amorosos.
À medida que os procedimentos alquímicos são realizados e interagem
entre si há um efeito sinérgico que faz borbulhar o estado de consciência.
Este “cozer” da consciência pode levar muito tempo, mas chega uma hora
em que as mudanças são exponenciais, da mesma forma que as guerras
do século XX foram “cozidas” em fogo lento por mais de 1.500 anos.
Porém, quando chegou no século XII, a coisa começou a aquecer
muito. E a partir do século XVII a dinâmica tomou uma velocidade e
rumo inevitáveis para desembocar no século XX. Quem estava no ano
400 DC poderia ver isso? Quem estava nos anos 1600 poderia perceber
isso? Quem estava em 1900 poderia perceber isso? Não, embora todo o
quebra-cabeça estivesse montado só faltando a peça final a ser encaixada.
Toda a história se repete, mas não de maneira igual.
Na consciência é a mesma coisa. Normalmente ela está presa num
loop em que só sairá a depender de uma causa externa. Essa causa
externa é “cozida” até chegar no ponto em que a pessoa enxerga de
qualquer maneira. E aí sai do loop. A disposição em enxergar é a melhor
coisa que se pode fazer, pois assim acelera o “cozimento” e o salto
consciencial é mais fácil.
E isso tudo, no final, pode ser feito com alegria, paz, harmonia e
amor, mas isso só depende da decisão de cada um. Essa é a formula da
Pedra Filosofal.
I. Calcinatio

Vamos iniciar nosso livro de Alquimia Consciencial, com a Calcinatio,


a forma como transcende-la. Primeiramente, precisamos saber que a
Alquimia é uma das chaves que abrem todas as portas como Jung disse.
Ele encontrou uma das chaves que abre todas as portas, na verdade são
algumas chaves e alquimia é uma delas.
Precisamos entender que Alquimia explica exatamente como funciona
o Universo. É algo realmente impressionante a genialidade de Jung. Se
vocês pensarem que uma pessoa, num planeta pequeno, na borda de uma
galáxia comum, entre inúmeras galáxias deste Universo, chegar à
conclusão que ele chegou, é realmente algo que está além do natural, é
sobrenatural, com certeza absoluta.
E estamos considerando apenas os nados que você pode obter neste
planeta. Em seis mil anos de história, Jung deduziu, por raciocínio
abstrato, simplesmente, as regras e leis fundamentais que regem o
Universo inteiro. Isso é muito impressionante. Para entender isso, é
preciso entender o que ele descobriu.
Neste capítulo nos falaremos de um dos procedimentos da alquimia.
Somente um pedaço do procedimento de Calcinatio. São vários e nos
próximos capítulos nós iremos falando de todos eles.
Para poder entender o que é Alquimia é preciso entender como que
tudo começou há muito tempo atrás. É preciso fazer uma abstração e
imaginar o seguinte: no início o Todo estava sozinho, não existia mais
nada, somente o Todo. Existia infinita energia ondulando sozinha, uma
única consciência, somente a dele, em perfeita paz, alegria e felicidade.
Agora imaginemos que, como se fosse um oceano terrestre, que as
ondas batem na praia e vão e vem, vão, são inúmeras ondas que chegam
na praia e reflui e volta e reflui e volta e assim vai, e o oceano é o
mesmo. Imagine que uma onda comece a desejar expressar-se
individualmente, então tem uma onda que quer ficar na praia, ela não
quer voltar para o oceano, ela que se desligar do oceano, e ter vida
própria. Essa onda insiste. Isso está acontecendo dentro do Todo, já
vibrando numa frequência diferente da Dele. Aí, depois de um certo
tempo, o Todo resolve fazer com o que aquela onda quer e ela é emanada
ou se solta na praia.
Assim, agora nós temos o Todo e essa onda individual que saiu
andando dentro do Todo. Saibamos que não pode ter nada fora do todo,
até hoje e sempre será assim, não existe nada fora do Todo.
Atualmente temos o Universo material, naquela época, no exemplo
dado, não tinha nem isso. Então a onda ainda está vibrando de uma
maneira diferente, mas dentro do Todo, como Jonas dentro da baleia. Até
esse ponto, tudo continua na santa paz, essa onda que se tornou
individual está feliz da vida.
Imagine no mundo material que tenhamos um ser unicelular, que está,
vamos dizer, numa placa, num microscópio para ser analisado, esse ser
unicelular, nem sabe que está nesta placa. Ele tem discernimento, tem o
entorno, tem o ecossistema dele, sozinho, ele está feliz da vida. Bom,
neste ponto ele já tem ego, já está diferenciado, e começa a achar que está
sozinho, ficando aborrecido com a situação, fica chato e começa a
emanar, desejar, insistir que precisa de mais alguém para bater um papo.
Bom, o Todo vendo esta necessidade da onda 1, resolve fazer a
vontade dele e emana outra onda, a 2. Tão logo a onda 2 está na 1, fica
feliz da vida porque naquela placa agora tem um outro ser para eles
trocarem opinião, trocarem em última instancia, informação.
Todo mundo crescendo, o 1 cresce, o 2 cresce, o Todo continua
crescendo, que agora está ganhando informação do 1 e do 2, passando,
cada um, sua experiência individual. Até aí está dando tudo certo, mas
como agora nós temos o ego 1 e o ego 2 num lugar restrito, logo
começam as reclamações, como morar, pensar que não está do jeito que
se queria, que agora tem outro ser disputando alimento, importunando,
então um já não está satisfeito.
O 1 ficando insatisfeito, o 2 também fica insatisfeito. Começaram a
perceber que tem pouco espaço, vocês sabem, o ego ocupa muito espaço,
então quando juntou os dois numa placa, pode ser do tamanho que for,
começaram a criar um clima ruim por causa da disputa entre esses dois
egos. Exatamente neste instante, surgiu a calcinatio, o que é calcinatio?
Em termos filosóficos, psicológicos e espirituais, esse é o objetivo final
da alquimia, é uma purificação, ou uma iluminação no final de todo o
trabalho. Quer dizer, o 1 e o 2 quando terminasse a história, estariam
iluminados, mas isso vai levará tempo. No momento em que eles
deixaram de ficar satisfeitos um com o outro ou pelo menos um deles
com o outro, a calcinatio começou.
Calcinatio é, literalmente, os problemas da vida de qualquer ser, desde
uma célula, até o organismo mais complexo que se possa imaginar. Todos
os problemas que existem, não importa o tipo, o grau, a complexidade,
não importa nada disso, todos os problemas são calcinatio.
Calcinatio vem da cal, que limpa, purifica. Evidentemente que isso é
extremamente desconfortável para qualquer ser. Nenhum ser gosta de
problemas, gosta de ter alimento, com seu meio ambiente em paz e fazer
o que quer. Mas à medida que tem dois, três, quatro seres, mais
problemas aparecem, mais competição aparece. É nesta interação, atrito,
que há aumento da informação. Quanto mais vivencia, quanto mais
atrito, quanto mais competição, mais informação é acrescentada ao
Universo, então todos em última instância estão ganhando. O Todo fez
tudo certo, mesmo fazendo a vontade do 1, que quer sair por aí. O Todo
já sabe que depois do 1 vai aparecer o 2 e assim por diante e isso
inevitavelmente fará com que apareça mais, e comecem os problemas, e
mais problemas, e mais problemas de todos os tipos, jeitos e intensidades.
Vocês podem ver que no nosso planeta nós estamos muito bem
sortidos de problemas, então a calcinatio no planeta Terra é,
simplesmente, espetacular. Logicamente que quanto mais calcinatio, mais
desconfortável fica. Um gerente de vendas que não consegue fazer com
que os seus vendedores vendam, ele está passando por uma calcinatio. Os
vendedores que são pressionados pelo gerente para venderem estão na
calcinatio. Os clientes que são pressionados pelos vendedores também
estão na calcinatio. Os clientes que estão tentando arrumar mais dinheiro
para comprar, calcinatio. Os que estão empregados e tem a pressão do
chefe, calcinatio. Os que estão desempregados, calcinatio. Na família,
calcinatio, na empresa, calcinatio, no planeta inteiro, calcinatio. Os sete
bilhões e tanto no planeta Terra, calcinatio. Existe outro jeito? Existe.
Chegaremos lá.
Os seres humanos e qualquer ser no universo, em qualquer planeta,
considera isso, dependendo do grau, insuportável, pois se mexe na zona
de conforto. O 1 estava feliz da vida sozinho, na zona de conforto total,
só ele, mas chegou uma hora que ele sozinho, se sentiu fora da zona de
conforto, para vocês verem o que é o ego.
Os humanos fazem isso muito bem com relação ao passado. Vocês já
ouviram aquela história, quando se fala “como era verde a minha grama
antiga”? O passado sempre vai adquirindo cores maravilhosas, o presente
é uma tormenta total e o futuro é uma esperança também cor de rosa.
Mas o presente, quando chegar, no futuro, o presente para de ser também
uma cor muito agradável, aí o futuro passa a ser tenebroso e assim por
diante, por quê? Porque sempre se está na calcinatio. Enquanto não se
transcende a calcinatio, ela pode ser de infinitas maneiras, a turbulência
pode ser de infinitas maneiras, os problemas infinitos. Quando os
problemas são muito grandes, surge nos seres algo que se dá o nome de
trauma. A pessoa acaba por ficar traumatizada por um evento qualquer
da calcinatio global.
Trauma é algo difícil de ser resolvido, precisa de tempo.
Principalmente porque a pessoa não entende o motivo do trauma, o
porquê daquilo ter acontecido. E sem entender o porquê, cria-se um
círculo vicioso de raciocínio em que a pessoa não sai mais daquilo, ela
fica rememorando o fato, o trauma, e cai numa vitimização. Tenta o
tempo todo e não sai mais.
Se a pessoa permitir, deixar, isso dura a eternidade. Tem que haver
um fator externo que vá lá e tire a pessoa do trauma. Ninguém sai
sozinho do buraco. Não há como puxar os próprios cabelos. Alguém tem
que ajudar. Enquanto a pessoa estiver lá no fundo do poço dando voltas,
não haverá saída. Existe uma coisa chamada livre arbítrio. Se a pessoa
não pede ajuda, respeita-se o livre arbítrio dela, consequentemente ela
ficará lá no fundo do poço, indefinidamente.
O que é possível fazer é orientar, explicar, falar, motivar, ensinar,
para ver se a pessoa pensa e muda o padrão de pensamentos, muda a
vibração que tem. Para isso é preciso que a pessoa transcenda o trauma,
transcenda a Calcinatio. Ela tem que parar de reclamar, de chorar e de
lamentar. Tem que sair deste sofrimento eterno. Se alguém vem de fora e
tira o sofrimento, sai de um lado e passa para outro. Não adianta trocar
de lugar, o sofredor vai junto com o sofrimento. Se está chorando aqui,
vai chorar aqui, se está lamentando aqui, vai lamentar ali, pode trocar o
que quiser, os fatores externos não afetarão o trauma interno, o
paradigma da pessoa. A lamentação, a vitimização vai onde a pessoa for.
E isso não acaba, quer dizer, a calcinatio continua enquanto a pessoa
estiver nesta situação. Isto é a calcinatio.
Vamos a um exemplo. Um terremoto, a casa caiu, isso é a Calcinatio.
Se a pessoa só fica chorando que teve terremoto, e não trabalha, não tira
os escombros, não constrói tudo de novo e vai em frente, se ela ficar só se
lamentando, sentada nos escombros, o terremoto na pratica continua, só
não treme mais, mas os efeitos estão lá, presentes internamente. Se ela
não começar de novo, isso não acabará nunca, então isto é a calcinatio.
No livro de Jung tem um desenho do lobo devorando o Rei e depois
tem o rei sendo queimado. O desenho do lobo devorando o rei é o
exemplo típico padrão do que é uma calcinatio.
Vejam bem. É o Rei, não é o lobo devorando o mendigo, o lobo
devora o Rei. O rei é o mais alto cargo que se pode imaginar. Isso
significa que não existe nenhum tipo de ser no universo, por mais
importante que ele seja, que esteja fora da calcinatio. Mais cedo ou mais
tarde, todo ser terá problemas. Por mais importante que seja ou por mais
poder que tenha terá calcinatio.
Vamos supor que você tenha um motorista particular e ele erra a
entrada de uma rua, atrasando o seu itinerário, o que é isso? Calcinatio.
Seu carro passa por cima de um prego e fura o pneu, o que que isso?
Calcinatio. O garçom não serve do jeito que você gostaria, calcinatio. Um
cônjuge com o outro, um atrito qualquer, irrelevante, calcinatio. Se está
solteiro, sozinho, solidão, calcinatio, então consegue um relacionamento,
tem um atrito, calcinatio. Se está sozinho tem calcinatio, se está junto,
tem calcinatio. Se é um trilhardário tem calcinatio, o pneu fura, tem uma
turbulência, o jato particular tem que desviar, o iate dá um problema no
motor, mesmo que seja um iate de 500 milhões de dólares. Uma formiga
que está carregando uma folha e para ir ao formigueiro, passa por cima
da mesa, normalmente vem alguém, humano, olha aquilo e fim da
formiga, calcinatio da formiga. A leoa que pula na jugular da zebra,
calcinatio da zebra, a leoa que está passando fome por não achar uma
zebra, calcinatio da leoa.
Estou contando isso para vocês enxergarem o grande quadro universal.
Em todos os planetas do universo, tem calcinatio. Todos os habitantes do
universo, desde uma célula até... calcinatio. Até que o ser, qualquer que
seja ele, resolva transcender, isso significa tirar o foco do problema, tirar
o foco do problema, terá calcinatio.
Teve terremoto? Ótimo, passou, acabou, se ainda está aqui, excelente,
reconstrói o que for possível, começa tudo de novo. Qualquer problema
que seja, deixar para trás, recomeçar.
Acho que já deu para perceber que esse assunto tem uma ligação com
o outro que sempre falo, que é soltar a calcinatio. Solta o problema que
tudo se resolve. Bom, mais aí tem um gerente de vendas que é
pressionado pela diretoria para vender, então ele pressiona os vendedores
que pressionam os clientes. E quando se explica que bastaria o vendedor
soltar, o gerente soltar, o diretor soltar, que tudo se resolve, parece que se
está falando grego. Completamente. Deve ter algumas interrupções nas
sinapses que impeçam o entendimento do que é o soltar. O ego tem uma
tal obsessão por pegar, prender, conquistar e prender, que soltar parece a
maior aberração do universo. Então imagine transcender a calcinatio
soltando.
Soltando tudo anda, vamos dizer, coisas boas acontecem, vendas,
faturamento, clientes. Se você não põe pressão nos clientes, não põe
pressão nos vendedores, nos gerentes, todo anda.
Isso praticamente ninguém enxerga como calcinatio, o vendedor, o
gerente, o diretor, é uma calcinatio leve, mas como o conceito é ignorado.
Quantas pessoas em sete bilhões sabem que existem calcinatio, quantas
pessoas no planeta terra leram Jung? Nem tem ideia do que Jung falou.
Vocês estão lembrados que quanto maior é o pensamento abstrato, maior
o poder?
Se sua capacidade de abstração está limitada a construir uma casa
térrea, seu poder é X, agora se sua capacidade de abstração consegue
levantar um prédio de 100 andares, é outra coisa. E assim é tudo. Quanto
maior a abstração, maior o poder. Se você consegue imaginar como
administrar uma empresa de 10.000 funcionários, toda aquela cadeia de
produção, contábil, marketing, tudo, seu poder é grande. Se você
consegue imaginar comandar 300 mil pessoas, maior ainda. Se você
dirigir 200 milhões, 300, um bilhão e meio de pessoas, muitíssimo maior,
se você consegue dirigir um planeta inteiro, é imensa a capacidade de
abstração. E um sistema solar? E uma galáxia? E um conglomerado de
galáxia, e o universo inteiro?
Então vocês imaginem, à medida que a mente, a consciência ganha
complexidade, o poder aumenta, exponencialmente. Desenvolver a
abstração mental, isto é, pensar simplesmente, simplesmente pensar, não
fazer nada, ficar só parado pensando, é um exercício extremamente
valioso, para se ganhar, ter poder, cada vez maior. Imagine se Jung
tivesse usado o conhecimento que ele tinha para dirigir uma empresa, um
império, o que ele poderia fazer? Não tem limites, qual o limite? Qual o
limite de uma pessoa que consegue numa vida todo aquele conhecimento?
E somente com 20 poucos anos já tinha grande entendimento que foi
ganhando complexidade. Com pouquíssimo tempo já tinha entendido,
compreendido, escreveu “Os sete sermões aos mortos” aos 21 anos de
idade. Como o objetivo de Jung era outro, o que ele fez? Ele quantificou
tudo isso em 31 volumes, que é o que está publicado. Todo o segredo de
como funciona a vida está nestes 31 volumes. Depois tem o seminário
etc., mas está tudo isso escrito e documentado. Detalhadamente. Os
alquimistas falaram que a alquimia era um segredo que precisava ser
mantido a todo o custo, porque aquilo nas mãos erradas seria desastroso
e foi o que eles fizeram. Durante séculos a alquimia foi um tremendo
segredo, durante milênios, passado de um para um, um para um, tal o
poder que existe, ao entender alquimia.
Para o público foi divulgado que era pegar chumbo transformar em
ouro, essas coisas bem banais e mundanas e disso veio a química. Todo
mundo dá risada quando acha que alquimia é um negócio que eles
tentavam fazer ouro de chumbo. Eles sabiam que não era isso, mas era
uma excelente maneira codificar o conhecimento falando que estavam
fazendo ouro de chumbo. E quando explicaram a calcinatio, falaram que
o lobo devora o rei e queimavam sua carcaça. Isso tem quantos anos?
Essa gravura? Tem gravuras de alquimia de 400 anos. Existe uma extensa
documentação alquímica, em gravuras. Desta forma é muito mais fácil
passar o conteúdo, o conhecimento, através de um símbolo, do que
escrever numa língua qualquer. O símbolo transmite a ideia emocional
que se quer passar. Uma foto vale mais que 10.000 palavras, então todas
essas gravuras alquímicas transmitem um profundo conhecimento de
como funciona a vida.
Quando você fala como funciona o Universo, não é como funciona um
carro, um foguete, isso é normal, não é isso que vai fazer a diferença. O
que faz a diferença é como funciona a vida da pessoa, como se evita a
tentativa e erro. E isto é o que vale ouro.
Em vez de eu tentar ir por um lado e ter mil problemas para depois ter
que voltar para o outro, por que eu já não vou direto para este último?
Quanto vale não fazer a tentativa e erro? Inúmeras vezes verifica-se o que
se chama de padrão de comportamento, a pessoa erra uma vez, duas, três,
10, 1.000, 500 mil vezes até que desconfia que tem algo errado, mas esse
desconfia leva tempo. É a calcinatio. Calcinatio uma vez, duas, três até...,
aí cai naquilo que a gente citou acima, tem o trauma, e fica dentro do
poço rodando e não sai.
Caso fosse uma calcinatio, uma vez, fez aquilo não deu certo, “vou
para cá”, ótimo, “até que não saiu caro”, ocorre que a história se repete
n vezes, porque as pessoas não aprendem com a história e continuam a
calcinatio eternamente se deixar. Então, o valor econômico de se entender
o que é alquimia é imenso. Se entendido como a vida funciona, como é
que o ser funciona, como é que a mente funciona, como que a psique
funciona, abrevia-se muito sofrimento e isso é um ponto extremamente
importante, sem entender psique não se consegue mais nada, nem como
entender alquimia...
A ilusão da separação é algo muito persistente para o ser humano. Ele
vê a matéria, que o outro está lá e ele está aqui e não tem nada entre nós,
não tem ligação, ele é um, eu sou outro. Essa ilusão é terrível, porque cria
toda a competição.
Se o um soubesse que ele o dois são a mesma coisa e que os dois estão
dentro do Todo, tudo estaria resolvido. É extremamente importante se
entender que a Psique, com P maiúsculo, é uma só, uma só.
Eu sei que tem n teorias pelo mundo afora, pela ciência afora, mas eu
falo da minha experiência pessoal que é vivencial. Outras pessoas podem
ter outras experiências, outras opiniões, não há problema algum, cada um
está ganhando experiência individualmente, mas segundo minha
experiência só existe uma psique, o Todo. O Todo pensa, sente, o Todo é
consciente, onipresente, onipotente, onisciente etc.
Tudo está dentro do Todo, então, qualquer ser autoconsciente e
também os não conscientes, estão dentro de onde? Da consciência do
Todo. Essa psique individual com p minúsculo está dentro, ela é uma
parte da outra Psique maior, P maiúsculo, como uma onda do mar está
dentro, pertence ao oceano. N ondas chegam, mas todas são o oceano.
Não existe separação, aquela onda particular é apenas uma expressão
individual. É uma expressão do oceano inteiro, mas aquela onda
particular é o Todo também. Então veja bem, um ser individual tem uma
psique, a mente dele, a consciência que faz parte do Todo, é por esta
razão que dá para entender como que, por exemplo, Jung chegou nas
conclusões que chegou. Quando se fala que a intuição emerge o tempo
todo, ela emerge de quem? Do Todo para o ser, é uma Psique, com P
maiúsculo, falando com uma psique de p minúsculo, mas é a mesma
psique, só que esta é pequena, p minúsculo. Se ela ainda não sabe isto e
acha que está separada, que é um indivíduo separado de tudo, o ego, isso
dificulta receber informação, receber a intuição. Isso ocorre porque o ego
fala o tempo todo e ele cria uma extrema dificuldade para informação
chegar.
A informação é muito sutil, é muito suave, ela trafega nas sinapses,
nos microtúbulos e tenta chegar no consciente. O consciente fala sem
parar, quer dizer, é um ruído total, o tempo todo, como que aquela voz
de fundo da intuição pode passar alguma coisa? A voz fica falando o
tempo todo, 24 horas por dia está lá a intuição jorrando, mas não é
ouvida. Se essa psique individualizada deixar a Psique falar, passar o
conhecimento, haverá uma unificação e mais nenhuma obstrução deste
canal de comunicação. As duas psiques, na verdade, são uma só. Isso
significa que a pessoa nunca, qualquer ser, nunca está sozinho, nunca. O
Todo é como se fosse um protetor, um guarda-costas que o tempo todo
protege a pessoa, em todas as situações, mas ele é invisível. A pessoa não
percebe que está sendo protegida, guiada, aqui tem um caminho, que
facilita tudo, as portas se abrem, os negócios são feitos e assim por diante
se a pessoa transcende a calcinatio. É preciso entender que o Todo, Ele
não fez a calcinatio, o Todo está consertando as bobagens que os seres
fizeram desde o começo.
Quando o 1 começou a encrencar com o 2 e os problemas surgiram,
apareceu a calcinatio e desde daquela época o Todo está ajudando a
resolver o problema.
Evidentemente que todas essas potencialidades já estavam presentes
dentro do Todo, é lógico, as infinitas possibilidades já estão presentes
dentro dele, mas ainda não viraram probabilidades e nem coisas reais,
entende-se, enquanto os seres não atuam.
É o colapso de onda dos seres que transforma uma onda de
possibilidade em probabilidade e o carro na garagem. Essa transformação
é feita com o colapso da função de onda, o poder do colapso da função de
onda do Todo, da psique. Isso se a pessoa sentir. Entender
intelectualmente, digamos, é mais fácil. Para colapsar deve-se sentir que a
consciência Dele é parte de uma enorme consciência, que as duas
consciências estão pensando ao mesmo tempo. Não tem nada separado, a
pessoa não consegue ter pensamentos separados, individuais. Não existe
isso, é impossível, porque só existe uma mente no Universo inteiro. Todas
as outras mentes individuais fazem parte desta Mente imensa. É só uma
questão de frequência.
Todas as frequências estão dentro do Todo. Você tem um ser numa
frequência X, outro ser, em outra, e sete bilhões de frequências
diferentes, assinaturas de frequências diferentes e os bilhões de planetas
no Universo afora e etc., e todos os seres, cada um com sua assinatura
individual igual à digital e cada um numa frequência, mas todos eles
estão dentro da frequência maior do Todo, dentro da mente do Todo.
Desta forma nós temos algo bidirecional, o que a pessoa pensa, o
Todo está sabendo e está pensando. Não tem como você pensar e ele não
saber, porque o veículo que você usa, sua mente, sua consciência, é o
Todo, uma parte dele. Você está usando o veículo do Todo para pensar.
O Todo pensa o tempo todo, então se você está pensando e ele sabe o que
você está pensando. É uma coisa só, mas se você inverter a equação, você
também sabe o que o Todo está pensando. É bidirecional, por isso que
existe a intuição, porque o que ele pensa, se ele está em fase com você,
em fase, comprimento amplitude de onda, a comunicação é perfeita, está
passando tudo, claro na sua frequência, ele está passando o que é possível
passar para você. Isso pode aumentar e você chegar muito perto dele, mas
você está recebendo, você tem um canal direto de comunicação com ele,
então qual o conhecimento do Todo? Imenso, não é? Você pode acessar
um pedaço deste conhecimento? Pode, é claro, você tem comunicação
total. Se o ego já está de lado, sai fora, então o ser transcendeu, o ser
pode se comunicar livremente, o canal flui dos dois lados. O Todo sabe o
que está acontecendo com ele e ganha informação de tudo que acontece
com ele. O Todo cresce na medida em que o ser faz alguma coisa, e o
outro lado também, é uma simbiose. Tudo que o Todo está fazendo,
crescendo, acrescentando etc., o ser também está recebendo, na medida
em que ele deixe. Se este canal estiver aberto, 100%, o que acontecerá?
Exatamente o que aconteceu com Jung.
Como pode, leiam, pensem, analisem, como um ser humano chega nas
conclusões que ele chegou? É porque a fonte, o Todo, passou todo esse
conhecimento, sem parar, e ele foi escrevendo, escrevendo, escrevendo,
escrevendo, o quanto pode. E foi analisando, claro, tem a mente, a
personalidade, tudo isso acrescentou, filtrou, organizou e tudo mais,
porque há uma interface, o que o Todo pode passar para esse ser? O que
esse ser deixa, mas o que esse ser deixa também tem uma variável, é o
que esse ser conhece. Vamos supor que o Todo quer passar uma língua X
qualquer, e esse ser não estuda essa língua, como que é que o Todo passa
essa língua para ele? O Todo só pode passar se o ser estudar, se ele der o
máximo de si, estudar tudo que pode, aí haverá formas do cérebro deste
ser interpretar o que o Todo está passando para ele. O Todo pode passar,
ele não tem nenhum problema em passar conhecimento, e que o Universo
cresça e que haja super civilização etc. O problema está nos seres que não
se permitem receber essa informação. Se eles não estudam, como que eles
podem receber a informação? E isso, vamos dizer, é algo simples, uma
língua, agora imagine alquimia, que é para você entender todo o
mecanismo de auto-organização da vida no Universo. Nós já sabemos,
inevitavelmente, você terá a calcinatio de qualquer maneira a partir do
momento que tem dois seres, ou um né? Porque se o um começa a ficar
solitário, aí ele já está calcinatio certo? Já ficou desconfortável para ele,
ele está com problemas, estou sozinho no Universo, então, assim que o
um ficou diferente do Todo, quer dizer, lá dentro ele vibrou de uma
forma, baixou a vibração dele, para ganhar um ego, neste momento ele já
começou a ficar desconfortável, por isso que muita gente no mundo
esotérico fala “voltar à fonte”, “voltar”, “unificar-se novamente”,
“voltar para casa”, esse sentimento de falta, de ausência, incompletude
que os seres têm, não é? E eles procuram alguém para se completar,
complementariedade, que é uma forma de abrandar a calcinatio da
separação do Todo.
O Todo, já sabendo o que ia acontecer, entendeu que precisa do um e
do dois. O que o um e o dois conseguem fazer? Eles acham que se eles
forem complementares acaba essa angustia existencial da separação do
Todo. O ego muito vezes nem tem ideia que é isso, a pessoa está
deslocada, ela não dá certo em lugar nenhum, nada funciona, é um drama
total etc., é o quê? É a separação do Todo, é essa calcinatio 24 hs por dia
em andamento, desconfortável, então é fuga de um jeito, fuga de outra,
compensa com a com b, com c, compensa com 300 coisas diferentes, tudo
compensando o quê? A separação do Todo, que enquanto estava junto,
estava tudo certo, e agora?
Depois que está separado, que a calcinatio está em andamento, é
preciso achar um jeito de voltar para casa, aí tem os outros
procedimentos da alquimia. Eles foram estudando tudo isso. A primeira
que eles enxergaram foi a calcinatio, o lobo vai devorar o Rei, de
qualquer maneira, mais cedo ou mais tarde, de um jeito ou de outro, quer
dizer, os problemas não acabam nunca, uma hora mais, uma hora menos,
mas isso, teoria do caos, mas acabar, bom você pode ter uma filosofia
como a oriental, que os problemas são oportunidades de crescimento e
são mesmo, ok? É uma forma positiva de você enxergar os problemas, é
um problema, mas é também uma oportunidade de crescimento, sempre
se cresce com os problemas, isso é uma verdade líquida e certa. Muitas
vezes é muito desconfortável esse aprendizado e pode ser feito de uma
outra maneira.
Os alquimistas foram, séculos após séculos, estudando,
individualmente. Não existe comitê de alquimistas, é um por um, um
depois o outro, depois o outro, todos separados, é um caminho solitário,
inevitavelmente. Não há forma de ter iluminação coletiva, é um a um, a
pessoa desenvolve a consciência que vai ganhando complexidade, vai
alterando o emocional. A iluminação não é mental, a iluminação é
emocional, é um sentimento, é uma unificação com o Todo e o Todo é
um sentimento, e é por isso que não é fácil de fazer. Se fosse algo mental,
seria só um conceito, mas como é um sentimento e o ser 1 optou pela
separação, na medida em que ele ganhou um ego, o sentimento dele ficou
bastante alterado. A partir daí ele pensa em território, em poder, porque
perdeu o sentido de união que ele tinha, caso contrário ele não ficaria
separado.
Se você está unificado com o Todo, está na mesma fase que ele, aqui
não tem separação nenhuma, aqui não tem 2, tem 1. Na medida que esse
1 quis se separar, a frequência dele teve que mudar. E ele não lembra
mais porque está em outra frequência. Na frequência do Todo não tem
mais competição. O 1 e o Todo estão fora de fase. O 1 esqueceu que o
Todo existe, no segundo seguinte o 1 está sozinho, ele nem sabe mais de
onde ele veio, o que ele está fazendo aqui, para onde ele vai, ele não sabe
mais nada. Sabe que está sozinho num Universo gigantesco, descomunal,
sozinho.
No começo, como eu disse, foi agradável, mas depois se sentiu
solitário e começou a desejar a não ficar solitário. Daí surge o 2, 3 etc. E
aí a calcinatio ficou maior, maior e maior. Vocês lembram que um
grande filósofo disse: o inferno são os outros? O inferno são os outros.
Ele teve uma percepção da realidade excelente. Ele, em outras palavras,
tinha calcinatio que não era brincadeira para chegar nesta conclusão. Se
você inverter, os outros são infernais. Isso é calcinatio. E isso a pessoa
vive, 24 horas por dia, vive a calcinatio.
Agora vejam bem, como que se passa um conceito desse para frente?
Quem quer ouvir falar de calcinatio? De entender isso, de filosofia, de
entender como é o Universo, como ele funciona, de onde eu vim, o que eu
estou fazendo aqui, para onde eu vou, toda esta metafísica? Se a pessoa
não vê saída, se a pessoa não para e analisa calmamente durante dias,
meses, e anos, porque não está saindo, digamos, uma hora, meia, duas
horas...
Quanto tempo levou para os alquimistas chegarem nisso? Séculos.
Jung gastou a vida para resumir um conhecimento imenso. E nós estamos
resumindo mais ainda, fazendo, vamos dizer, arroz com feijão para ficar
fácil. Se quiserem saber o original, está lá, 31 volumes na prateleira.
Imagine quantos anos para ler e entender o que ele escreveu, por que não
está escrito de uma forma simples de entender, por quê? Porque ele tinha
que ter certas precauções para explicar um assunto desta magnitude.
Os alquimistas mantinham tudo no mais absoluto segredo e o que ele
teve que fazer? Ele também teve que escrever tomando certas precauções
e nós estamos fazendo um resumo também com certas precauções, é
logico, é obvio. Mas se vocês compararem o que foi feito há séculos e
séculos, 500, 1.000 anos atrás, os escritos alquímicos com o que está
sendo falado hoje aqui e agora, é brutal o quanto isso foi simplificado
para ser entendido. Mas então como que fica o risco aos alquimistas?
Não tem problema, eles também tinham enxergado isso: nós vamos falar
de uma maneira que só aqueles que já tem certo grau abstração vão
entender exatamente o que nós estamos falando.
Vamos supor que tenha sete níveis de entendimento num texto
alquímico. Algumas pessoas vão entender um nível mais alto, muitas
pessoas vão entender o nível 1, outras, menos, o nível 2, menos ainda o 3,
aí o nível 7 tem três, quatro ou cinco pessoas. E está tudo certo. O
conhecimento está protegido. A medida que a pessoa estudar, a mente se
abre, ganha complexidade e entende mais. Neste livro isso está sendo
feito da mesma forma, é como se fosse um livro dos alquimistas e está
colocado, abertamente, todos os conceitos, claro, e calcinatio é o
primeiro, depois vamos ter todos os outros nos próximos capítulos, mas
cada um abertamente explicado com todas as letras. Portanto, se a pessoa
leu este capítulo e entendeu um pouco, se ela estudar e assistir a 2a vez,
na primeira vez ela entende um pouco, na 2a vez aumenta, na terceira, na
quarta, na quinta, na medida em que ela estudar mais e mais vai
aumentando o entendimento. Daqui a um tempo o conhecimento,
digamos 100% do que está sendo passado aqui agora, será entendido.
Não está sendo ocultado o conhecimento, pelo contrário, está se falando
como que é, abertamente. Somente não dá para reduzir, simplificar, mais
do que um certo ponto. Pode-se explicar o Universo metaforicamente até
um certo ponto, menos que aquilo, impossível, dada a complexidade do
próprio Universo. Não há jeito de facilitar além de um certo ponto, e
ficar mais arroz com feijão, não tem jeito, porque o Universo é algo
extremamente complexo. Para facilitar a vida humana é que os
alquimistas estudaram como funciona a vida. Estamos aqui e temos a
calcinatio e como que a gente faz... e agora qual a saída disso?
Transcender a calcinatio, soltar, solta. Venho falando isso há quanto
tempo? É a mesma coisa, só que agora é para explicar o que é alquimia,
só que o soltar já teria resolvido tudo isso lá atrás. A pessoa que solta ela
não precisa estudar alquimia. Isso é super ultra interessante estudar, mas
em termos práticos, em termos da vida prática da pessoa, do quanto ela
tem as necessidades supridas, de renda, de tudo, de salário, as
necessidades básicas, ela não precisa de alquimia, basta soltar, isso é
obvio, é, como eu disse, uma intuição do Todo que fala para pessoa
soltar.
O Todo é, ele transmite o conhecimento dele, a intuição para você,
independentemente do grau de estudo que a pessoa tem, porque senão
seria extremamente injusto. Um índio na Amazônia que nunca viu
civilização, nunca viu um branco, como que eles vivem? O Todo não está
chegando neles? O Todo não está neles? Eles estão no Todo? Claro. E
como é que eles vivem? Está sonegado a informação para eles? Não! Eles
estão recebendo tudo que eles precisam! Se eles tiverem abertura do ego,
baixar o ego etc., isso independe. Eles estão recebendo tudo que eles
precisam, independe de conhecimento específico. Todos os seres, o ser
unicelular está recebendo conhecimento que precisa para ser feliz. Agora
depende do ser. Nós estamos explicando, claro, muitos conceitos
complicados de entender, complicados de abstrair, e muito mais
complicados de aceitar, mas do mesmo jeito que os alquimistas fizeram
100 anos atrás e deixaram para a humanidade aquilo e pensaram “um dia
eles entenderão”, 100 anos atrás Jung também codificou. Daqui um
século a mesma coisa. Só que a medida que o tempo passa dá para
explicar mais como funciona. Agora nós já estamos explicando da forma
clara possível. Só depende do paradigma para entender o que está sendo
explicado. Quando se fala que há uma Psique que abarca tudo, este
conceito é difícil de ser aceito no momento pela humanidade. É muito
difícil. Paciência. É um problema aceitar o Todo, é um problema aceitar
que somos um, um. Tudo está dentro do Todo. É mesmo um problema,
então a terminologia é diferente porque as consequências e a abstração
são diferentes.
Nós teremos uma outra série para falar de psique, pois há várias
formas de você entender como funciona o Universo. A porta não tem uma
fechadura só, ela tem várias, dá para abrir esta porta com várias chaves.
Você pode entende por um ângulo, por outro ângulo, e todos funcionam.
Uns são mais abstratos que os outros, mas são uma abstração gigantesca.
A medida que o tempo passar, nós vamos explicando todos estes ângulos,
não haverá, não há ocultamento do conhecimento.
É obvio que para pessoa entender um certo conceito já tem que ter
transcendido algumas coisas no paradigma, é passo a passo. Primeiro
ensina-se uma coisa, um degrau, entendido isso, parte-se para o segundo e
para ensinar o segundo você tem que ter aprendido o primeiro. Sem
entender o primeiro você não consegue entender o segundo e sem
entender o segundo, você não entende o terceiro e assim o quarto, o
quinto, e assim vai. Não está se tentando ocultar nada, é preciso estudar
passo a passo para poder chegar na abstração que é necessária. Seis mil
anos atrás, se isso fosse explicado vocês imaginam, impossível.
A mecânica quântica facilita extremamente o entendimento disso
tudo. Nós temos física, tem laboratório e toda essa parafernália
eletrônica. Tudo. Essa sociedade em grande parte está toda baseada, toda
tecnologia em cima das descobertas da mecânica quântica, então é física.
E mesmo assim você sabe a resistência que tem a se aceitar isso. Quando
se faz experimento do retardamento, que o elétron ou fóton já passou
mas ele ainda não chegou no sensor lá atrás, mas já passou pelas fendas
ou pela fenda e você troca, se tinha uma fenda vira duas, ou duas vira
uma e o resultado se adapta as fendas que você abriu, depois que ele
passou, o efeito retardado, como que isso é possível? Ele já passou. Ou
ele passa como partícula ou ele passa como onda. Só que depois que ele
passou, você muda a fenda. E o resultado lá atrás, lá na frente o que é?
De acordo com a mudança que você fez nas fendas, mas ele já tinha
passado, então como é que faz, como é que fica? Esse elétron sabe o que
ele está fazendo? Ele sabe o que você está fazendo? Ele sabe a intenção do
físico? Porque o resultado concorda com o que o físico mexeu depois que
ele já tinha passado pela fenda. Então o elétron tem consciência, o fóton
tem consciência, pois é. Para aceitar isso, ainda vai muito tempo. Vai
demorar muito tempo para que isso seja aceito, e isso nós estamos
falando de um experimento feito em laboratório que você pode duplicar
quantas vezes quiser, em qualquer lugar do mundo com quantos físicos
você quiser, e nem assim, por quê? Porque aceitar isso implica aceitar
outra coisa, outra coisa, outra coisa, e aí tem que mudar o paradigma,
então para não mudar o paradigma, não se aceita nenhuma mudança no
paradigma, mas pode-se usar, certo? Pode ter GPS, pode ter internet,
pode ter míssil, pode ter satélite, pode ter tudo isso sem problema
nenhum usando a Mecânica Quântica, agora o que significa a mecânica
quântica? “Aí não pode, aí não mexe nisso, deixa para lá, põe embaixo
do tapete e deixa”, aí um dia, esse um dia, você põe séculos, séculos,
secular, porque depois de 1.000 anos de alquimia, olha a situação que
estamos.
Estamos explicando a mesma coisa que eles explicaram há 1.000 anos
atrás ou 2 ou 5 mil anos atrás. De novo. Tudo que Jung falou há 100
anos atrás, 70 anos, 80 anos, 90 anos, nós estamos explicando tudo de
novo, só que em livro, mas está lá os 31 volumes, e o Joseph Campbell? E
toda a imensa obra que ele fez? É a mesma coisa, nós estamos falando do
mesmo assunto.
E o John Nash? Porque se você quiser acabar com uma parte
gigantesca da calcinatio é só aplicar o que John Nash, o prêmio Nobel de
Economia, descobriu, é só aplicar e estará resolvido uma grande parte da
calcinatio. Então vocês veem que a ajuda vem por todos os lados, em
todas as áreas. O Todo não descansa um nano segundo sequer, ele
trabalha sem parar, mas ele só pode passar na medida em que os seres
aceitam receber.
Desta forma, num dado momento da história 1910, 1920, 1905, um
grupo ultra eminente de físicos se reúnem na mesma época da história da
humanidade, praticamente no mesmo lugar, e fazem as descobertas
fundamentais da mecânica quântica. Todos ao mesmo tempo. E isso
deveria ter sido suficiente para ter mudado tudo e até agora só
tecnologia. A filosofia não mudou nada! Sempre será feito isso,
conhecimento será passado de novo, e de novo, e de novo, e de novo,
como disse um físico, a ciência avança funeral após funeral, 1.000 anos,
várias gerações, está avançando, passo a passo. Podia ser muito mais
rápido? Com certeza.
É impossível entender alquimia sem entender que existe algo maior.
Algo que abarca tudo, algo que dá significado a tudo. A busca dos
alquimistas era para chegar na Pedra Filosofal. Todo aquele trabalho
imenso para poder entender, compreender e chegar. E eles chegaram, eles
entenderem o que era exatamente. A Pedra Filosofal foi entendida, não
foi descoberta, porque nunca esteve oculta, mas ela foi entendida. E foi
entendida sem problema nenhum depois que os alquimistas passaram por
muitos procedimentos. Um procedimento depois outro, depois outro,
depois outro... foi refinando. Eles mesmos foram refinando o
experimento que eles mesmos tinham feito. Assim como você tem o
moinho e você tem o trigo. Na primeira vez saiu uma farinha X, mói essa
farinha X, vai sair outra farinha, está refinando, saiu a Y, mói a Y, saiu
outra farinha, mói de novo, outra. No fim tem a Pedra Filosofal, a
farinha ficou perfeita. A farinha está iluminada, temos uma farinha com
iluminação total, espiritual, porém, moeu uma vez, duas, três, quatro... n
vezes, tem um número limite para moer? Não, não tem. Um ser precisa
de 20 moídas, o outro ser precisa de cinco moídas, o outro de 50 moídas.
Cada ego é de uma forma, cada um facilita ou dificulta segundo suas
interpretações e interesses pessoais, mas o moedor está lá sem problema
nenhum.
A calcinatio é o moedor. Caiu a ficha? A calcinatio é o moedor. Cada
vez que mói, purifica, purifica, purifica… cada vez que purifica ilumina
um pouco, mais luz, mais luz... Porém, só com calcinatio não se chega lá,
tem que ter os outros procedimentos, e aí que entra o tema deste
capítulo. Sem transcender a calcinatio, não haverá saída. Aí você poderia
pensar, vamos para o segundo procedimento e pronto. Não adianta. A
pessoa não passa, ela não faz o segundo procedimento se ela não
transcender a calcinatio, caso contrário já estaria tudo resolvido, não está
porque está preso na calcinatio, preso no trauma, preso no paradigma.
Não é fácil, pega a farinha que saiu da primeira moedura e mói de
novo, mas a farinha que saiu da segunda não quer ser moída novamente,
ela está parada, filosofando, essa farinha está na autolamentação dizendo
para si mesmo que “me moeram, fui moída, tô um pó”, é isso que ela
está falando, “agora, passa por esta aqui que vai ficar melhor, não, não,
não... estou um desastre, aqui está insuportável, eu não quero mais
moedura nenhuma, vou ficar aqui na autolamentação eterna.” Por isso
que é difícil, não é que o Todo não está tentado, o Todo está tentando,
“vem pra cá, segunda vez depois vai melhorar, terceira, quarta, está tudo
resolvido”, “não! Não quero mais.” Fica no trauma, fica na reclamação,
na lamentação, na vitimização etc. etc.
Desta forma o soltar os problemas, soltar a calcinatio é fundamental,
você solta e vai para frente. Se você solta o cliente, se você não põe
pressão, você vende. Só que isso tem que ser experienciado, só fazendo é
que você perceberá que esta simples regra move o Universo. Se você soltar
as coisas andarão, os problemas terão solução, tudo melhorará, porque
você solta a solução e deixa que a solução apareça através da vontade do
Todo. E ele resolve tudo, sempre. Está tentando resolver tudo sempre,
mas depende da vontade das pessoas, livre arbítrio.
O dilema do soltar, e isso é um dilema, a quanto existe? Mais ou
menos 2.500 anos neste planeta, isso foi passado há 2.500 anos. E até
agora é um dilema, é um mistério, é uma coisa incompreensível. E vocês
podem notar que ao longo da história nunca se construiu nada em termos
de civilização em cima do soltar, não é interessante isso? Extremamente
interessante. Nunca houve uma tribo na face da Terra com 50, 100, 300
pessoas, em que a filosofia de vida fosse soltar. O caso de ter um
monastério com alguns monges é completamente diferente do que eu
estou falando. Aquilo é uma ordem religiosa, é outra história. Estamos
falando de uma civilização. Você ter uma tribo com 300 pessoas ou 400
ou 500 que o fundamento desta tribo fosse SOLTAR nunca foi feito, tal
para vocês verem, tal o grau de resistência que os humanos têm com
soltar alguma coisa. Em 2.500 anos jamais surgiu essa possibilidade,
nenhuma tentativa. Tomar, n, soltar... e isso se vocês considerarem toda
a calcinatio que está acontecendo no planeta desde 6 mil anos atrás, que é
a história documentada. Se você quer e gosta de histórias de terror, basta
ler a história do planeta Terra. Você não precisa de ficção, não tem ficção
que supere a história do planeta Terra. Tudo documentado, espessamente,
é só ler. Em todas essas civilizações, bilhões e bilhões de pessoas que já
passaram, nunca houve um grupo de pessoas que se reuniu e falou
“viveremos sob a filosofia do soltar.”
“Nós produziremos, venderemos, trocaremos, uma civilização, uma
tribo indígena, mas tudo baseado no soltar.” Não! Teima-se na
calcinatio. Coletivamente ainda é impossível haver uma decisão desta.
Tudo bem, não tem problema. Chegará um dia, mas individualmente.
Pode-se soltar a calcinatio na hora, no momento que a pessoa quiser,
então tem solução? Tem solução. Não fica mais preso no problema e dá
um passo além, dá um salto acima. Deixa a calcinatio para trás. Foca
outra coisa.
“Não estamos vendendo, estamos pondo pressão e o cliente não
compra” e mais pressão, e mais do mesmo, vocês já sabem como
funciona, né? Mais esforço do mesmo, então mais pressão, e mais e
quanto mais põe, menos resultado tem, ad eternum, e o negócio continua,
como que solta isso? Como que solta a calcinatio de que o cliente não
quer comprar, por mais pressão que a gente ponha nele? É simples. Ajuda
o cliente! Ajuda o cliente! É o obvio ululante. Tão simples que é viver.
Ajuda o cliente. Você quer enfiar um apartamento que ele não quer, ele
não ganha, ele não tem renda, ele não tem entrada, não importa, ele não
quer comprar o seu apartamento que você quer vender para ele, pela
metragem, pelo local etc., ele não quer, não adianta insistir, não adianta
ligar etc. Se você inverter a ordem e procurar saber quais são os
problemas deste ser e ajudá-lo na solução dos problemas dele, na medida
das suas possibilidades, advinha o que vai acontecer? Você ganhou um
cliente futuro, se não foi agora, no futuro, ganhou um cliente, por uma
simples fórmula ou regra contábil. Entra debita, sai credita. Como que se
lança um documento na contabilidade? Quando entra, debita, você está
devedor daquilo, porque aquilo entrou em você, entrou dinheiro no caixa,
pegou dinheiro e colocou no caixa, qual é o lançamento? Debita o Caixa.
E credita o sujeito, cliente que foi lá e botou dinheiro no caixa, então está
creditado o cliente, e debitado o caixa. Toda a contabilidade funciona
assim. E a contabilidade cósmica é da mesma maneira. Isso não foi
inventado no planeta Terra, isso é cósmica, entra debita, sai credita.
Muito bem, o que você está fazendo? Se você ajudar o cliente, o que
acontece? Sai de você, você é creditado e entra ajuda no cliente, ele é
debitado, agora o cliente está devendo, em ternos cósmicos e você
creditado. Esta contabilidade cósmica, ela não pode ficar desbalanceada,
lembra? Ativo, passivo, quando chega lá no final, os dois valores tem que
bater.
A contabilidade não ficará com você só dando e não recebendo nada.
Dá e dá e não recebe nada, não é essa pessoa que você ajudou que fará
esse equilíbrio da contabilidade cósmica, quem faz isso é o Todo, ele
administra a contabilidade cósmica do Universo inteiro, de tudo, para
ajustar que todos fiquem equilibrados, receita, despesa, ajudou, recebeu.
Quanto mais ajuda, mais recebe, esta é a formula, centuplicado, como foi
falado, se você ajudar, volta centuplicado para você. Aí o que você faz?
Você ajuda mais, porque, claro, se voltou centuplicado para você, agora
você está devedor e ninguém gosta de ser devedor, então o que você faz?
Você ajuda mais, para não ficar devedor. Ninguém gosta. A sensação é
ruim, de dever, de dívida, então você faz mais.
Só que o Todo não se deixa vencer em generosidade, então de
qualquer maneira ele vai dar mais para você. E aí ficamos neste clima
maravilhoso onde você ajuda mais e é mais ajudado. Todo mundo ganha.
Essa contabilidade cósmica é um ganha, ganha absoluto, todo mundo
ganha, e começa como? No seu caso particular, começa ajudando o
cliente, seja no que for.
Se um cliente tem cachorro que está com um problema de pele e você
tiver o conhecimento de como ajudar a curar o cachorro, você deve falar
para o cliente: “eu sei um pet, não sei aonde, que pode ajudar, um
veterinário que pode ajudar a curar o pelo do seu cachorro.” Pronto. Este
cliente está agradecido para você para resto da vida, qualquer problema
que o cliente tem. Imagine os problemas que o cliente tem. Se você
levantar, sem falar esse nome, claro, a calcinatio dos clientes, mas nunca
falar esse nome, quais são os problemas que ele tem. Na vida pessoal
dele. Ajuda numa coisa qualquer, ínfima que seja, num instante, se você
fez isso, isso volta, antes que você perceba você está sendo ajudado mais,
mais, mais e mais, quanto mais dá, mais recebe. E isso é transcender a
calcinatio, passar a ajudar.
Tem problema? Ok. Deixa ele lá parado, ele vai ter solução. Ajudar.
Trabalhar, estudar, ajudar. O máximo possível, dentro das suas
possibilidades, ninguém está pedindo o impossível, dentro das suas
possibilidades, mas ajudar resolverá o problema da calcinatio,
transcenderá com certeza. Você soltou o problema, agora você faz parte
da solução, você está ajudando. O problema terá solução no devido
tempo. Não é no tempo que você quer, é logico, é no devido tempo,
porque se for no tempo que eu quero, voltamos no ego, aí voltou tudo
atrás e continua na calcinatio.
Para sair na calcinatio, tem que deixar um pouquinho de lado o ego e
pensar no problema do cliente. Para de pensar no seu problema, que é
vender e pensa no problema do cliente, qualquer que seja ele, isso mudará
completamente situação.
Então, solução existe? Existe. Existe. E não precisa nenhum esforço
heroico, não precisa uma coisa transcendental, não precisa uma coisa
monumental. É como nós estamos falando. O cliente pode ter um
cachorro que está com problema de pele, se nós ajudarmos ou
simplesmente escutarmos o problema que ele tem, que ele possa
desabafar e nos escutarmos atentamente com interesse, com boa intenção
de ajudá-lo, só escutar os problemas dele, já ajudará e muito. Ele
encontrou alguém que ele pode conversar. Então não existe impedimento
algum, nem problema algum para começar a ajudar.
É do gesto mais simples, um sorriso, qualquer coisa, qualquer atenção,
cordialidade, civilidade, educação, qualquer coisa que se fizer, que ajude
já está se transcendendo a calcinatio.
II. Solutio

Neste capítulo vamos ver o procedimento solutio. O anterior era


baseado no calor, em queimar, e este é baseado na água. É muito
importante entender que os procedimentos na alquimia eles não seguem
uma linha linear como nós estamos explicando, isso é apenas uma forma
didática. Todo eles estão entrelaçados, acontecendo ao mesmo tempo, uns
mais, outros mesmo, então quando nos chegarmos no final da explicação
dos procedimentos o quebra-cabeça estará montado, até lá passo a passo,
iremos vendo as características de cada procedimento.
Alquimia tem que ser sentida, é um sentimento. Olhar alquimia
apenas como uma coisa racional ou como se fosse química moderna, não
levará à conclusão que se deseja. Os alquimistas, para chegarem nestas
conclusões, levaram séculos de pesquisa, de introspecção, de meditação,
para expandir a consciência, para poder entender o procedimento do
ponto de vista metafísico. Não a questão de transformar chumbo em
ouro. Tudo é isso é metafórico, tudo isso é simbólico, todas aquelas
descrições muito difíceis de entender nos textos alquímicos são
simbólicas, eles já tinham entendido isso, e escreviam de uma maneira
simbólica para os iniciados. Quem já sabia do que eles estavam falando,
entendiam, mas trocavam os textos e todo mundo inserido no contexto
entendia. Eles sempre disseram que o poder embutido na alquimia era
tremendo e que, portanto, não era uma coisa que poderia cair na mão de
pessoas mal intencionadas. Essa questão continua válida, mas também
continua válido o que eles falavam sobre a questão de entender a
alquimia.
No universo energia, você tem informação e ainda tem mais um
detalhe, que será falado pela primeira vez, que é a percepção. Só energia e
só informação não chega na alquimia. Para chegar na alquimia tem que
ter percepção. E essa percepção não é só intelecto, há o sentimento. Se a
pessoa não sente, fica muito difícil ela entender o que se está falando, o
que significa aquilo na vida prática.
Caso a pessoa comece a abordar calcinatio unicamente, ela não
chegará à conclusão nenhuma. Qualquer dos procedimentos não pode ser
analisado sozinho. É um conjunto em ação. E para isso é preciso que a
pessoas expanda a percepção para chegar no mesmo nível que os
alquimistas chegaram, que Jung chegou. Sem isso fica muito abstrato,
muito esotérico, muito fora da realidade, ou então que se está
destorcendo a realidade. É preciso muito cuidado quando se trabalha com
alquimia, quando se analisa alquimia, quando se pensa, quando se faz,
quando se chega à alguma conclusão, porque não é banal de forma
alguma.
Nós temos o fogo de um lado em que o Rei é comido pelo lobo e
depois o corpo do Rei é queimado e do outro lado nós temos a água. A
água dissolve o ser. O fogo queima, transforma, purifica, o Rei renasce
purificado. Na água a mesma coisa. Só que é a dissolução. É dissolvido.
O ego é dissolvido e transformado numa nova pessoa, um novo ser que
incorpora o self. O indivíduo não some, não desaparece, o ego não
desaparece, a individuação não anula o ego, ele é transformado e
incorpora o self em si mesmo. O ser transcende e salta para um novo
nível de existência, uma ascensão, mas o ego continua lá, a pessoa
continua com a mesma identidade, não desaparece nada. Mas é um novo
ser.
A solutio está baseada em algo extremamente fácil de entender. Como
que dissolve? Como que é possível dissolver o ego? Pelo amor. Esse é o
sentimento que dissolve o ego. Como é isso? É que a quantidade, digamos
assim, quantidade, qualidade, do amor que o Todo derrama sobre a
pessoa é tão imenso que, teoricamente, deveria dissolver com facilidade e
provocar a transmutação necessária. A pessoa recebe tanto amor que
aquilo é arrasador, não sobra mais nada, é uma avalanche. Ela, digamos,
metaforicamente, se afoga naquele amor imenso e renasce com o self
incorporado no ego. Ou o ego incorporado no self. Esse é o método
perfeito, é o método, é o que deveria acontecer desde sempre. E isso está
baseado naquela lei da contabilidade, entra debita, sai credita. Se entra
tanto amor no ser, ele inevitavelmente passou a dever esse amor que ele
recebeu. Para que ele possa compensar débito e crédito ele deveria dar
amor também, e na total capacidade do ego deste ser, que já está
unificado com o Self, com S maiúsculo, feito isso, tudo estaria resolvido,
e tudo está resolvido quando acontece isso. Como que é isso na prática?
Na teoria é perfeito, não tem coisa mais simples que isso. Se você faz,
passa pela solutio, e fazendo isso perfeitamente, acabou a calcinatio, não
há necessidade de calcinatio. É irrelevante, não acontecerá nada de
calcinatio, porque já houve a transformação do ego no self. A calcinatio é
para purificar o ego, deixando entrar o self. Quando há resistência, há
mais calcinatio. Não há necessidade de ser desta forma. Pode ser muito,
extremamente, simples.
Quando o bebê nasce, vamos a regra geral. O bebê nasceu totalmente
humano, totalmente desprotegido. Normalmente ele recebe uma
quantidade enorme de cuidados dos pais, uma enorme quantidade de
amor do pai e da mãe, transbordante, e supre todas as necessidades
daquele ser que acabou de nascer. Isso durante meses e meses, anos e
anos, até que aquele ser fique um adulto independente. Então o que
acontece? A pessoa já chega aqui no planeta Terra, nasce e já é inundada
de amor dos pais, dos avós, dos irmãos etc. Isto é, já está devendo uma
quantidade enorme.
Se a pessoa tem gratidão, ela sente, enxerga isso, ela retribui. E
retribui para família, para os pais, para os avós etc., mas retribui para os
demais que não tem ligação de parentesco também. Quer dizer, essa
pessoa espalha amor por onde for, torna-se um canal mais perfeito
possível do Todo. Este pode passar por esse canal e jorrar amor
incondicional onde for, onde estiver etc.
Neste ponto tudo já foi resolvido. Então imagine que a criança com
cinco, seis, sete anos já está consciente, ela sente isso, e resolve fazer a
parte dela, também dar amor, então ela recebe e dá, recebe e dá. Tem
uma solutio perfeita em andamento. Todo mundo está recebendo e
passando para frente. Quando essa criança chegar com 10 anos, o ego já
foi resolvido, o self já está incorporado no ego, a criança de 10 anos de
idade já é um canal do Todo, sem calcinatio, só amor.
Para vocês terem depoimentos se a alquimia funciona ou não, se é real
ou não toda essa literatura e essas análises psicológicas imensas que
foram feitas, é muito simples: entreviste uma pessoa de 80 anos e
pergunta como que foi vida desta pessoa. Primeiro pergunte como foi a
vida e depois explique suscintamente que existe a calcinatio e a solutio e
veja o que essa pessoa dirá, o que que aconteceu na vida desta pessoa.
Tem que ser uma pessoa de uns 80 anos. Com 40 ainda tá muito fácil o
jogo, é muito a favor ainda com essa idade. É preciso um pouco mais de
tempo, aí, inevitavelmente a pessoa entende e sente o que é alquimia, 80
anos de idade, 90 de idade, aí você comenta sobre a calcinatio e a solutio.
Depois comenta sobre os outros procedimentos de alquimia e vê o que a
pessoa, que nunca leu sobre alquimia, nunca ouviu falar, dirá que
aconteceu na vida dela. Vocês verão que essa pessoa, se ela for honesta
consigo mesmo, responderá que recebeu uma quantidade de amor
absurdamente grande do Todo através das pessoas, e o que ela deu em
troca? Ou não deu? Aí qual a calcinatio que passou pela vida dela,
quantas vezes? E aí pergunte se com 80 anos ela entendeu, chegou alguma
conclusão, percebeu o quão sábio é o procedimento da alquimia.
Não há necessidade de chegar nos 80, com 10 anos de idade, com
cinco anos de idade, se o ser receber e passar pelos procedimentos, todos
os problemas estarão resolvidos. Pois bem. Essa é a teoria que deveria ser
na prática. Para algumas pessoas, ao longo da história do planeta, vocês
percebem claramente que foi. E o que aconteceu? Não precisou de
calcinatio, só solutio foi suficiente para resolver toda a questão.
No passado da história deste planeta, existiu um ser que comandou
multidões e foi responsável pela morte de milhões de pessoas. Este ser, na
juventude, foi ajudado por inúmeras pessoas desconhecidas,
completamente desconhecidas. Ele tinha uma necessidade, passava por
um lugar, precisava de alguma coisa, de comida, as pessoas davam,
precisava dormir uma noite, as pessoas deixavam, a necessidade que
tivesse era suprida. Esse ser ficava perplexo e nunca entendeu porque que
as pessoas o ajudavam. Atentem, ele nunca entendeu porque que as
pessoas o ajudavam. O conceito de ajudar, amor incondicional, é
completamente fora da capacidade de entendimento de percepção de
mundo, de visão de mundo deste ser. Ele era sistematicamente ajudado.
Se uma destas pessoas não tivesse o ajudado, a vida dele mudaria, poderia
mudar completamente.
Você tem n futuros prováveis. Se uma pessoa te ajuda, o caminho é
para este lado, se ela não te ajuda, o caminho pode ser X, ou Y, ou talvez
bifurque. E isso aconteceu n vezes. N vezes. Sabe aquilo que se fala muito
nos filmes da ficção? Se o sujeito tivesse nascido morto ou tivesse sido
assassinado, ele não teria matado milhões? Pois é, se ele não tivesse sido
ajudado por uma pessoa duas, três, 10, 50 pessoas, n pessoas, a vida dele
seria outra. E ele não teria matado tantas pessoas. Mas o que o Todo faz?
O Todo não sabe de tudo isso? Claro que sabe, já sabe que o sujeito fará
uma barbaridade desta, então o que o Todo faz? Vocês devem estar
pensando “calcinatio nele”, mas não! O Todo põe uma pessoa no
caminho e dá amor para essa pessoa, para mostrar a ele que existe outra
forma de ser que não seja o ódio, que existe amor. Aí ele recebe amor e
fica perplexo. “Como? Por que essas pessoas me ajudam? Uma vez, duas,
10, 50 vezes, n vezes. Por que será que as pessoas me ajudam? Que coisa
mais intrigante, mais absurda. Vou me aproveitar delas, porque estão
ajudando, me aproveito, passo para trás. São os otários que estão
ajudando.” E assim foi até que a pessoa chegou no poder e foi
responsável por milhões de mortes. O Todo ficou derramando amor na
pessoa o tempo todo de n maneiras, n maneiras, dia e noite. Ano após
ano, décadas. E qual foi o resultado? Fez o que fez mesmo recebendo
amor. Sem parar.
Então, solutio funciona? Funciona, mas depende do ego da pessoa. Se
a pessoa está recebendo amor, retribui com o quê? Com ódio?
Prejudicando? Mais cedo ou mais tarde, qual a será a consequência disso?
Calcinatio. Calcinatio não é castigo, muito pelo contrário, é cuidado, é
fazer evoluir de uma outra forma. Ou vai de um jeito ou vai de outro
jeito, mas tem que ir. O Universo é um rio que corre numa direção só,
não tem contramão, é para lá que vai, de um jeito ou de outro. O
Universo só funciona para o lado do bem, do amor. Se a pessoa quer
receber amor e contribuir com amor, está tudo resolvido, sem problema,
sem sofrimento. Recusa, então ela mesma, a pessoa está criando as
condições para a calcinatio aparecer, mais cedo ou mais tarde. Inevitável.
Porque o rio corre para o mar, não tem como escapar do rio, pode
resistir, pode não aceitar, pode, o ego pode escolher a opção que quiser,
mas terá que ir na direção que o rio corre por amor ou por calcinatio. É
inevitável. E isso foi o que os alquimistas, só nesses dois casos
descobriram, e sentiram que era exatamente assim. Então quando eles
viram que a solutio resolvia tudo, é claro que ficaram felizes da vida
entusiasmados, não precisa ter calcinatio nenhuma, basta receber e doar,
pois é.
Na teoria parece muito simples, e é muito fácil.
Agora vamos, vejamos um ou outro caso prático, histórico, como se
faria isso na prática? A solutio está na sua mão. A calcinatio não está nas
nossas mãos, são coisas que já fogem do controle, você liga o carro e
acabou a bateria, você tira da garagem e o pneu está furado. Você vira a
esquina vem um e bate em você e assim por diante, então a calcinatio está
completamente fora do seu controle, mas está te levando a aprender
algumas coisas, se não tem solutio.
Vejamos o caso de Aníbal. Você tem Cartago e tem Roma, Roma é,
digamos, o super império que domina o mediterrâneo inteiro. Domina
todas as margens e território interno também, uma força absoluta.
Dentro desta região não há nada que possa se opor, mas tem Cartago na
África que é uma potência emergente, quer alçar voo e quer bater de
frente com o império. Ego, ego, egos e egos e egos. Muito bem, então
temos Aníbal que resolve invadir Roma pelos Alpes, o que nunca foi
feito. A opção mais difícil e mais impossível, e foi o que ele pretendeu e
fez. Como que se poderia evitar chegar nas últimas consequências como
chegou? Roma não poderia ter mandado um embaixador para tratativas
de acordo e evitar uma guerra? Bom, chegou neste ponto porque teve uma
série de coisas que aconteceram e levaram a essa situação.
Vamos supor que começou, mas de novo insisto, Roma não poderia
ter mandado um embaixador conversar com os governantes ou o
governante de Cartago? E perguntar: “o que vocês precisam? O que a
gente pode fazer para viver em paz? Você progride, eu progrido e todo
mundo progride e está tudo certo, em paz”, não é lógico isso? Não seria
absolutamente lógico fazer isso? Perguntar para eles o que que vocês
precisam? Roma sabe que tem o poder total e absoluto.
Naquela época era impossível vencer Roma. O poder militar,
econômico etc., de Roma era avassalador. Poderia invadir pelo lado que
for que não haveria maiores problemas para Roma, pois Roma tinha
poder absoluto. Neste caso entramos naquela questão da negociação
humanizada e que Roma deveria ter feito. Numa negociação humanizada,
Roma mandaria um embaixador conversar com Aníbal e perguntar o que
eles precisavam. “Comida? Tinham sobrando, ok, podemos vender.”
Tinham gente passando fome e se não tivessem dinheiro para comprar,
Roma forneceria de graça a comida para Cartago. Resolvido o problema
e do que mais eles precisavam? Ferro, cobre, quais são as necessidades
econômicas para viverem em paz, felizes, prósperos, ad infinitum? Não é
simples? É simples. Não, mas agiram assim... “um absurdo, vai contra
todas as leis econômicas, toda a estratégia, toda a política internacional
etc., etc. imperial e tal. Como que Roma dará a mão, fornecerá, ajudará
Cartago? Não. Império domina.” Roma ia e tomava todo mundo, tomava
o dinheiro, transformava em escravos, arrasava a terra.
Aonde está Cartago hoje? Nem no mapa, não aparece. A solução
existia, sem gerar sofrimento para ninguém, nenhum sofrimento,
nenhuma calcinatio. Aníbal, dos Alpes, venceu várias regiões, 15.000
mortos do lado de Roma. 15.000 viúvas, 15.000 mães sem filhos, 15.000
crianças, n crianças sem pais. E do outro lado a mesma coisa. A troco de
quê? Isso não poderia ter sido resolvido se Roma ajudasse Cartago?
Trocasse, comercio justo, isso é solutio, isso é solutio. Essa situação, isso
é apenas um exemplo, mas isso ao longo da história, n vezes ao longo da
história acontece isso, mesmo quando a solução solutio está na mão.
Se você ajuda, você desarma. Vamos supor que Aníbal, por questões
pessoais, quer destruir Roma, ou quer tomar o Império. Pelo ego dele.
Uma hipótese. Mas atrás dele tem que ter um exército enorme para fazer
o que ele quer. E esse exército enorme precisa de quê? De comida. E o
povo que está atrás do exército e a população de Cartago precisa de
comida, isso é só um exemplo. Se Roma chega lá e fala “o que vocês
precisam? Comida? Toma”, todo mundo alimentado e feliz da vida. Está
resolvido o problema. Não há necessidade nenhuma de ter guerra e de
Aníbal querer invadir Roma, acaba o problema antes que comece. Se
Roma dá amor para Cartago teria invertido a lógica imperial. Isso é
totalmente possível, se quisessem. Como já falei, tem todas essas questões
de ego no final das contas, que se traduzem em n argumentações
imperiais para justificar que não podem ajudar Cartago. Afirmam que
tem que escravizar, levar todo mundo como escravo, e claro, tem toda a
mais-valia destes escravos.
Tinha cidade em Roma, no Império, em que 30% da população era de
escravos, 30% da população de escravos, quer dizer, o Império era
baseado na mais-valia destes escravos todos. Foi assim que foi construído
e mantido. Saqueia, traz os recursos e traz escravos. Enquanto isso foi
possível de ser feito, não teve problema nenhuma, vai crescendo,
anexando, anexando, mas é claro, quanto mais você estende o tamanho
do Império, mais problema de logística você tem e isso é gravíssimo em
termos de exército, fica muito caro também, então todos os problemas
exponenciam quando você tem vários fronts de guerras. Fica complicado.
Mesmo com toda essa complicação e dificuldade, será que passou pela
cabeça do Imperador ou dos senadores que era melhor ajudar do que
saquear? A história mostra que é uma vez após a outra que isso acontece.
Os alquimistas foram pesquisar isso um bom tempo depois, mas não
precisa nem de alquimia, isso é pura lógica, se todo mundo se ajuda, todo
mundo ganha, todo mundo cresce, todo mundo evolui, todo mundo
progride. O menor custo possível e o maior ganho possível, cooperar.
Dois mil anos após, precisou vir John Nash e provar que cooperar é
melhor e ganhar um Nobel de economia, e nem assim as pessoas fazem
desta forma.
Será que alquimia funciona? Será que solutio funciona? Nash provou
que funciona, e o problema persiste. Se nós pegarmos esta questão
imperial de Roma e trouxermos para nossa vida, para a vida de qualquer
pessoa, é a mesma questão que está em andamento. A quantidade de
amor que o Todo despeja, quer a pessoa perceba ou entenda, ou não
entenda, é imensa. É avassaladora. Seria absolutamente lógico que isso
fosse passado adiante. Qual é o problema de passar adiante isso? Você
será passado para trás? Será tido como um otário? Ficará pior que antes?
Perderá alguma coisa? É justamente o contrário, por incrível que pareça.
É justamente o contrário. Quanto mais ajuda, mais recebe. Lembra? Que
volta centuplicado, 100 vezes? E isso é uma metáfora. Quanto mais
ajuda, mais recebe. Nunca ficará pior que estava, mesmo que te passem
para trás, que levem vantagem, que..., não importa, ficará melhor que
estava, dando, ajudando, e ajudando, e ajudando. Em tudo que for
possível. N vezes. Quanto mais faz isso, mais solutio entra na pessoa.
Está entrando e está saindo, a pessoa está mergulhada na água do oceano
primordial, então ela está sendo lavada. Ela está transcendendo tudo. É
por isso que o soltar funciona. O soltar é literalmente a solutio,
descoberto por Lao Tse na China.
A verdade é única, então cada filósofo, cada místico pesquisa na sua
época, no seu local, mas chegam na mesma conclusão, solutio é o soltar.
É o Tao em andamento. Então quando se fala, quanto mais você solta,
mais as coisas andam, quanto mais pressão põe, menos as coisas andam,
é pura alquimia, é pura solutio. Quanto mais você ajuda, mais você
recebe. Sem fim, sem limite.
No início, há 2.000 anos atrás, o simbolismo era um peixe, por que
era um peixe? Por que pescava? Não. É porque o ser, o ego, ou o self, ele
está nadando no oceano primordial, no que os alquimistas chamam Prima
Materia, que nós chamamos Vácuo Quântico, a Energia Primordial, de
tudo, de onde tudo emerge, por isso que era o peixe. É muito, digamos, é
extremamente simples viver. Alquimia explica a vida. Como eu falei, se
você pega alguém de 80 anos e fizer uma longa entrevista, desde o início
da infância do ser e perguntar tudo que foi acontecendo, ver quanto tem
de calcinatio e quanto tem de solutio na vida desta pessoa, ver o que ele
fez com a solutio e ver o que aconteceu na vida dele, sem necessidade
nenhuma. Se a pessoa parar para pensar, olhar para dentro, e perceber a
quantidade e a qualidade de coisas boas que acontecem para esta pessoa
ela ficará estarrecida. Os bens, a saúde que tem, todo mundo que gosta
desta pessoa, tudo que esta pessoa recebe ainda sem ter feito nada,
chegou aqui e encontrou tudo isso pronto. Todo o bem estar que a pessoa
recebe. Tudo isso é solutio. Se você anda de carro, se você tem carro é
solutio. Se você tem saúde, é solutio que está recebendo. Se você tem
meios de ir num hospital é solutio que está recebendo, se você tem
comida três vezes por dia ou mais, é solutio que está recebendo. Se o
mendigo recebe uma esmola, é solutio que está recebendo. Qualquer que
seja a condição de vida que a pessoa esteja, ela está recebendo solutio.
Está sendo cuidada, está sendo protegida. O tempo todo.
Quando os problemas aparecem, é o ego da pessoa que criou os
problemas. Porque ela já chegou aqui recebendo solutio, amor imenso. Se
depois começa a aparecer um pouquinho de calcinatio, é consequência
das atitudes que ela teve, do próprio ego.
Vamos supor, a pessoa faz uma dívida que ela não tem como pagar,
faz uma dívida acima da capacidade de receita que ela tem, cria despesas
sem ter a receita fixa para isto. Uma coisa é você ter um salário X e ficar
com suas despesas dentro deste salário, agora se você é um autônomo, se
você é um empresário, se você é um comerciante, quer dizer tem uma
renda variável, que depende de oscilações de mercado etc., ciclos
econômicos, você nunca pode contar que sempre ganhará no pico. O
máximo que eu já ganhei foi 30 e vou ganhar 30 todo mês? Isso não
existe. Isso é ego. Então se você faz dívidas contando que receberá 30, o
problema é certo, líquido e certo. Agora está com um monte de problema
de crédito e dívida, disso, daquilo e aí está sofrendo a calcinatio. Por
culpa de? Por culpa do Todo? Não! Em hipótese alguma. O Todo está
tentando ajudar e continua tentando ajudar. E aí cabe a pessoa usar o
cérebro que tem e adotar uma atividade econômica que gere mais renda.
Mude de atividade, crie alternativas, novos produtos, novos serviços etc.
e tal, use o cérebro, os seus tantos bilhões de neurônios que ganhou de
graça, solutio, ganhou. A pessoa resolve o problema.
Se todo mundo resolver o problema para ela, qual é o crescimento que
ela tem? Qual a evolução dela? Se tudo for dado de graça, qual o
crescimento que ela tem? Como esta pessoa se fortalece? Como que ela
evolui, como que ela aprende, como que ela enfrenta desafios? De jeito
nenhum. É extremamente relativo essa questão de a pessoa nascer suprida
de todas as necessidades, o que será desta pessoa? Que força interior esta
pessoa terá? É por isso que os desafios do Universo inteiro existem, em
todos os planetas, em todos, em todo lugar, em todas as dimensões tem
oportunidades de crescimento, que é uma forma de enxergar. Crise,
problemas, é outra forma, é a mesma coisa, oportunidade de crescimento
ou um desastre, problemas.
O Universo, por si só, já está construído de uma maneira que oferece
infinitas possibilidades de crescimento. Então, se Roma vai a Cartago e
ajuda, pode ter certeza que não amolecerá Cartago. Agora eles ficarão
todos dependentes de Roma. Pode ter certeza que Cartago tem seus
problemas, ele crescerá de outra forma, cresce sem guerra, desenvolvendo
n avanços científicos etc., etc., que são extremamente difíceis de fazer.
Usaria toda sua capacidade física, mental, emocional, espiritual para estes
avanços, os desafios são infinitos, então ninguém ficará mole, ninguém
ficará inútil, e também não será um tédio. Não existe isso no Universo,
ele já está emanado de uma maneira que os desafios são inevitáveis. E
constantes, cada vez mais. Mas desafios benevolentes. Benéficos.
Pacíficos. Sem guerra. Sem dor, sem sofrimento. Esse é o lado que o Todo
pensa e faz. Dá desafios para as criaturas crescerem, aprenderem, cada
vez mais. Na velocidade que querem. Tem gente que não quer aprender
muito, não tem problema, vai na sua velocidade, tem gente que quer
mais, vai em frente. Todo mundo é abastecido no que precisa. Precisa de
quantos livros por ano? Cinco? Não tem problema, ou não, um livro por
ano? Não tem problema, vai ganhar um livro, tem dinheiro para comprar
um livro por ano. Precisa de 500 livros por ano, não tem problema, terá
os recursos para ter 500 livros novo por ano. Precisa de 30.000 livros?
Sem problema. Pergunta para alguém que tem, ou teve 30.000 livros na
sua biblioteca, como pessoas aqui em São Paulo tiveram, na biblioteca
particular, 30.000 livros. Humberto Eco tinha isso na Itália, particular,
veja se teve dificuldade para estas pessoas terem os 30.000 livros. De
jeito nenhum. Não é biblioteca pública, é biblioteca particular. Faz o
cálculo. Tira uma média de quanto custa um livro e multiplica para ver o
quanto foi investido para ter conhecimento e isso era mais importante
que arroz com feijão, mais importante que comida, mais importante que
dormir, mais importante que roupa, mais importante que tudo, para estas
pessoas. Pode ser 30.000? 30.000. Não tem problema.
O Todo não tem mesquinharia, Ele fornece o que precisar para o
crescimento da pessoa. É ela que determina o quanto quer crescer. Vejam
os exemplos atuais da humanidade. As fortunas, bilhões e bilhões de
dólares. Essas pessoas têm algum problema para chegar nestes valores,
neste patamar? Nenhum. Foram fazendo, fazendo, querendo mais,
ganharam mais e mais e foram em frente. Usaram sua capacidade,
chegaram no limite, é seu, sem problemas.
Usa o que você tem. Quer? Faz. Não quer? Não faz. Paciência. Não
tem problema. Enquanto está crescendo, não tem calcinatio, tem os
problemas normais de crescimento, de dirigir, organizar, financeiro etc.,
etc., mas isso tudo é normal, isso não é calcinatio. Calcinatio ocorre
quando a pessoa se recusa a contribuir para o crescimento, evolução, do
Todo, através de cada emanação, de cada ser que existe no Universo, que
está perto dele. O que a pessoa deve fazer? Ajudar quem está perto. Aí
fica aquela dúvida que eu ouço ou leio, do que é ajudar.
Tem uma senhorinha que está parada no farol, tentando atravessar,
mas já está com idade, então ela tem dificuldade para andar, andar
depressa, atravessar antes que o farol abra, feche, então se ajudar essa
senhora a atravessar a rua, isso se chama ajudar.
Se a sua empregada doméstica não está ganhando o salário devido,
pagar o salário que ela merece e tem direito é ajudar.
Propiciar os meios de crescimento dos seus filhos, educação, comida,
roupa etc., é ajudar.
Ser cortês com os estranhos da rua, com as atendentes no shopping,
com o varredor de rua, com o mendigo, sorrir para as pessoas, tratar bem
com educação, é ajudar.
Se a pessoa precisa de algum recurso para crescer, é ajudar. Um colega
está tendo dificuldade para entender o trabalho que ele deve fazer, ajude.
Isso nunca é perda, nunca prejudicará a si mesmo, só ganha, mas isso
precisa ser feito, ter a experiência, senão a pessoa não acredita. Parece
muito visão romântica da vida falar em ajudar, ajudar, ajudar, parece que
vai ter perda se ajudar. A pessoa tem que fazer primeiro, para ver o
resultado depois, não é “primeiro vejo, depois eu acredito”, primeiro
você acredita, depois você verá o resultado. Se você acredita, você ajuda,
ajuda e depois você vê o resultado. Mas não é negócio. “Eu vou ajudar a
senhorinha a atravessar a rua, porque daí eu vou ganhar um carro”, não
funciona desta forma. Não vai ganhar carro nenhum, aí vai sair falando
que ajudou a senhorinha e não ganhou nada, portanto solutio não
funciona.
Solutio só funciona se for de livre espontânea vontade, incondicional.
Do mesmo jeito que o bebê chegou aqui e ganhou tudo
incondicionalmente, é o que esse ser tem que fazer quando cresce,
incondicional. Ninguém ficou medindo o que esse bebê teria para comer,
para se vestir, para ter atendimento, para ter o carinho dos pais etc. Isso
tudo ele ganha sem limites.
Vou dar só um exemplo para ficar mais graficamente explicado.
Quanto vale? Você tem um bebê, 50 cm, sai da maternidade, te entregam
e você leva para casa, sem manual, está lá, 51 cm. Se você perguntar para
o bebê quanto vale o pai ou a mãe, trocar as fraldas do bebê, limpá-lo,
passar um óleo nele, talco, fralda nova, mantê-lo seco, feliz da vida?
Quanto vale? Já imaginou se o pai ou a mãe olhasse para o bebê e falasse
a seguinte palavra, “quanto? Quanto? Bebê quanto você paga para a
gente te limpar?” E dali a não sei quantas horas começa tudo de novo. E
tem que comer, tem que mamar, tem que arrotar, aí põe para dormir,
dali duas ou três horas, está chorando de fome de novo, começa tudo de
novo. Limpa, dá de mamar, põe para dormir, três horas depois, chora
está com fome, não é eterno, mas para o pai e para mãe parece, pois
aquilo é dia e noite sem parar, meses e meses, e meses. Só quem já passou
por isso sabe o quanto vale isto para o bebê. E ele recebe tudo isso de
graça. E todo mundo com amor e carinho cuidando da criatura, pois é.
Agora vamos inverter a situação. Olha para você. Você já esteve na
mesma situação deste 51 cm e seus pais também fizeram a mesma coisa
por você, sem você ter que pagar nada. Seu pai e sua mãe não
perguntaram para você, “quanto, bebê? Quanto você vai transferir para
nossa conta para gente limpar você?” Nada. Anos e anos e anos,
cuidando.
Imagine quanto vale isso, imagine o débito de amor que o ser tem
para quem o pôs no mundo e cuidou. O ser humano chega totalmente
desprotegido. Um cavalo nasce, em poucos minutos depois ele já está em
pé. Tremendo, se sacudindo, mas daqui a pouco ele já está trotando. A
maioria do animais são extremamente independentes. Chega pronto. O
ser humano não, chega totalmente desprotegido e precisa de décadas para
ficar independente. Quanto vale isso? Quanto você pagaria se não te
limpasse? Está assado, está doendo, está queimando e ninguém está nem
aí, problema seu, deixa chorar, uma hora ele cansa e dorme, ninguém dá
a mínima. Já imaginou você dentro deste serzinho de 51 cm? E agora? E
agora? Totalmente indefeso. E ninguém tá nem aí. E você não tem nem
como dar cheque, fazer uma transferência, você não tem conta em banco.
Não tem nada. Nem sabe ainda que está aqui. E aí? Quanto vale isso?
Faz um cálculo? Quanto você pagaria? Enquanto você está limpo é uma
coisa, mas na hora que a assadura estiver doendo, o preço sobe, quanto?
“Eu pago tanto”, e o pai fala assim: “é pouco, é pouco”, “eu dobro, eu
triplico, qualquer coisa”, pois é. Tudo isso você recebeu de graça. É
terrível ter que falar uma coisa dessa, mas tudo isso, o ser recebeu de
graça e aí ele ficou com 10, 15, 30 anos de idade. Aí ficou independente.
E aí qual é a retribuição para os pais e para a sociedade? Porque já
chegou aqui com toda esta infraestrutura pronta, o serzinho não fez nada
para construir nada disso, já chegou aqui e estava tudo pronto.
“Ah, eu não quero nada disso, eu não preciso de nada disso”, sem
problema. Nasce numa tribo indígena no meio da selva, sem nenhum
conforto da civilização para ver como se sente. Quanto vale nascer na
civilização, ou nascer? Quanto vale ter um banheiro? Banheiro com porta
fechada, privacidade. Isso é um luxo, sabia? É. Quantos povos, quantas
nações da face da Terra não tem isso? Privacidade para ir no banheiro. E
isso a gente dá por batido como se fosse a coisa mais normal do mundo
neste planeta ter banheiro. Entra na internet e faz uma pesquisa, veja em
quantos lugares do planeta tem um buraco no chão. Tem dois lugares, um
onde você põe um pé, e outro, o outro pé e só. Não tem vaso. Só tem o
lugar para pôr o pé e tem o buraco. Eu não vou contar no ocidente onde
acontece isso, mas no ocidente tem inúmeros locais desta forma, porque
eu já vi. Não é conversa, não é literatura, eu vi isso, portanto é um
privilégio enorme ter todas essas benesses na vida da pessoa. Agora
imagine que um número mínimo, podemos dizer, destas pessoas que
recebem todos esses bens dos pais resolvessem retribuir. Resolvesse fazer
o bem, ajudar. O mundo mudava ou não? Solutio. Mudava ou não?
Mudava. Mudava. Mas precisa de um número mínimo que faça isso,
uma, duas, três, cinco. É mínimo, mas o efeito multiplicador disso é
gigantesco. É algo incompreensível. Pensam “deve ser louco, é um
excêntrico, não está batendo bem”, mas as pessoas começaram a pensar,
“por que será, né, que o sujeito ajuda? Por que será quê?” Não é? Vamos
supor que tinha acontecido isso: Roma foi lá e ajudou Cartago. O que
teria mudado na história da humanidade? O que teria mudado no
Império? Vocês acham que Roma teria desaparecido? Quer dizer, Roma
foi invadida pelos bárbaros, vocês acham que isso teria acontecido se
Roma tivesse ajudado em vez de oprimir? Pois é, Roma ainda estaria aí
hoje, mas benevolente. Portanto, é possível. Agora, milênios, seis
milênios de história escrita e nada. E ainda falar disto é uma questão.
Os alquimistas quando descobriram isso, entre si, eles falavam: nós
temos que escrever isso aqui tudo codificado que não podemos colocar
isso abertamente. Calcinatio, solutio não dá para pôr isso. Isso quando?
500 anos atrás, 400 anos, 300 anos, codificaram tudo isso. Ninguém
entendeu e virou química, lá na frente sem problema, e virou química até
hoje. Mas o que que significa alquimia? Peguem os livros para ler. Leia
Jung. E veja se está, isso que ele explicou, veja se está explicado no arroz
com feijão o que está aqui. Jung também explicou o que era possível.
Quantas pessoas já leram os livros de Jung na face da Terra? Portanto o
segredo da alquimia está perfeitamente guardado, mesmo ele tendo
escrito tudo aquilo lá, quem sabe? Meia dúzia? E agora neste caso? A
mesma coisa. O fato de estar gravado e ter internet, essas coisas todas,
não modifica a situação praticamente em nada. Quantas pessoas da face
da Terra tem interesse em alquimia? Mínimo, é 0,0000.
A cada geração explica-se mais um pouco, e mais um pouco e explicou
muito, a gente vai colaborando, explica mais um pouco, são n níveis, n
níveis de entendimento da alquimia, n níveis.
Tenta-se explicar da forma mais simples possível, entendido isso,
sobe-se de nível, novo patamar. Mas quando se fala ajudar, a pergunta é
o que é ajudar. Parece uma coisa estratosférica, parece uma coisa do
oculto. É ajudar dentro das suas possibilidades, onde você estiver. É
simples. Não é para ir na África, não é ir para nenhum lugar missionário.
É simplesmente onde está trabalhando, vivendo, colaborar, cooperar, com
todos que estão à sua volta no seu dia a dia normal.
Tem um caso interessante. Que é preciso deixar registrado, porque
deve ter inúmeros casos assim. A pessoa assiste um vídeo de 2 horas ou 3
horas. Vocês sabem que tem 73 vídeos de 2 a 3 horas no meu canal
oficial. De graça, então tem material sobrando e o que as vezes se sucede?
Assiste um, assiste dois, três, quatro, dorme, come, continua assistindo,
não sai mais do quarto, é só assistir vídeo. Não se faz mais nada, só
assistir vídeo. Aí me perguntam: isso está certo? Se a pessoa está
assistindo os vídeos e prestando atenção no que é falado lá durante três
horas, se ela leu as 800 postagens e os livros, ela deve ter ouvido falar e
deve ter lido várias e várias vezes em ajudar, trabalhar, estudar ou vice-
versa, não importa a ordem, ajudar, trabalhar, estudar. Não é assistir
vídeo ad infinitum, para o resto da vida, sem produzir nada para a
sociedade, é o contrário, ajudar, trabalhar, estudar. Não é para ficar
trancado num quarto assistindo vídeo sem parar dia e noite, isso não
levará a nada. O caminho do meio, bom senso, equilíbrio. Desta forma, o
que deve fazer? “Estou assistindo os vídeos, e o que que devo fazer da
minha vida?”
Ajudar aos demais dentro das possibilidades, sem loucura, sem fazer
exagero. Não é sair e ir para África, nem para Amazônia, nem para lugar
nenhum, é onde está. Ajudar as pessoas que estão ao seu redor na medida
das suas possibilidades. Trabalha, estuda, ajuda. Precisa ficar claro, e eu
acho que isso já era o óbvio. Nestes 73 que estão no canal isso tudo já foi
explicado e está claramente explicado e subentendido. O que não está
claro, está óbvio que está subentendido. Se tem um vídeo falando de
budismo, qual é a intenção? É que depois que assistam, comecem a
pesquisar o budismo, que leiam, estudem a vida do buda, incorpore os
ensinamento dele. O caminho do meio. Esse é o objetivo. Expansão
contínua. É importante fazer um esclarecimento deste para não ficar com
uma ideia de fuga da realidade. É justamente o contrário, ajudar é estar
presente na realidade, ajudar a melhorar tudo que for possível, onde se
estiver. Fazendo o bem. Na medida das possibilidades, bom senso.
É muito, é muito simples. “O que eu devo fazer na vida? Para ser
feliz, para ter sucesso, para progredir, o que devo fazer na vida?” Ajudar,
ponto. Ajudar, ponto. Se ajudar, aparecerá trabalho, se ajudar, aparecerá
forma de estudar. O principal que existe é o ajudar. É a solutio. É a
retribuição do que já recebeu. Sem limite. Portanto, é simples ser feliz na
vida, é muito simples. É muito fácil. Basta soltar, retribuir o amor que
recebeu, passar para frente, incondicionalmente. Sem querer fazer
negócio, sem manipular, sem nenhum outro interesse, apenas dar o que
recebeu, só isso.
Desta forma, a calcinatio, durante a vida toda, será mínima, mínima.
Furar um pneu, facilmente resolvido. E se fura pneu, é porque você tem
carro. No ônibus você não precisa trocar de pneu, se você tem problema
de trocar o pneu, é porque você tem carro. Já está recebendo.
Passo a passo, este quebra cabeça será fechado e aí ficará
absolutamente claro que os alquimistas entenderam literalmente como
tudo funciona nesta vida, no Universo, em todas as dimensões. É o
mesmo critério, é a mesma coisa que acontece em todo o Universo.
O Universo é baseado na solutio. Amor infinito é dado, basta retribuir
na medida das suas possibilidades.
III. Coagulatio

Neste capítulo trataremos de Coagulatio.


Quando Jung começou a falar sobre alquimia e psicologia, algumas
críticas foram feitas e estas críticas não tinham ligação uma com a outra.
Ele respondeu que não era responsável pelas pessoas não terem
conhecimento de psicologia.
A Alquimia envolve todas as áreas de atuação humana. Coagulatio e
dinheiro, tem alguma coisa a ver? Alquimia e dinheiro, alquimia e
prosperidade e etc.
Tudo tem a ver com Alquimia porque Alquimia dá a resposta de como
funciona o Universo, de como funciona a vida. O segredo. Um dos
grandes segredos. O outro é o soltar e o outro são os arquétipos, é um
tripé.
O Coagulatio é a encarnação do ser. Precisamos saber que todos os
procedimentos acontecem ao mesmo tempo, então isso tudo é inter-
relacionado, não é estanque, nem linear como parece, ocorre que para
explicar tem que ser um por vez, mas tudo acontece simultaneamente.
Vamos trocar um pouco o vocabulário para ver se fica mais fácil.
Quando a alma foi criada, gerada, ou emanada, ela se torna pronta para
encarnar. E desta forma é indispensável que ela encarne num corpo físico,
na 3a dimensão, para que desenvolva um ego. A alma precisa das
condições terrestres para se desenvolver. Se o ego ficar apenas no nível
espiritual, quando da criação da alma, não haverá desenvolvimento,
porque não há atrito, não há acréscimo de informação. Se não há troca de
nada com nada, qual é o desenvolvimento que se tem? Se a alma não tiver
condições de estar num corpo físico e vivenciar todas as condições de um
corpo físico, ela não desenvolve um ego forte.
É preciso ter um ego forte para que a pessoa possa evoluir. Um ego
fraco ficará capenga por todo tempo até que este ego tenha condições e
resolva aterrar. No convívio do dia a dia todos vocês já devem ter
conhecido pessoas que estão com um pé do lado espiritual e um pé do
lado material. Estão, nem lá nem cá. Ainda não aterraram, como se fala.
Para que o ego possa se desenvolver e a centelha divina também possa se
desenvolver dentro do ego, dentro do ser, é preciso que o ser esteja
completamente aterrado neste planeta, por exemplo, com todas as
condições boas e más que existem nos planetas em evolução.
Esta questão de aterrar é extremamente importante, caso contrário o
ego não se desenvolve. O que é um ego não desenvolvido? Vocês vejam
quando a pessoa, o ser está numa situação que ele tem que avaliar,
analisar, considerar, agir, reagir, em função de inúmeras variáveis, tem
que pensar numa situação A, em todas as condições daquela situação,
causas e efeitos etc., etc., do A, situação A, do B, situação B, C, D, E, F,
G, H, e assim por diante. Tem algum limite para isso? Não, nenhum.
Inúmeras variáveis em andamento ao mesmo tempo para se tomar uma
simples decisão digamos, de negócio. Abre um negócio, o número de
variáveis em torno desta decisão para que se faça certo, para que faça
correto, para que tenha lucro, é enorme. Quando não se considera essas
variáveis, todas as decisões são simplistas, preto, branco, certo, errado, o
que acontece? Dá tudo errado, ou dá pouco certo. Por quê? Porque o
Universo não é preto e branco. Tem 16 milhões de cores só nesta
dimensão no planeta Terra, possíveis, 16 milhões de cores. As variáveis
são mais do que isso, então...
Um ser que ainda não tem um ego desenvolvido plenamente,
plenamente encarnado, que enfrente as situações, o que acontece com esse
ser? Ele regride para infantilidade, ou nem sabe do estágio da
infantilidade. É um arquétipo. O ser nem sai do estado infantil, isto é, a
idade cronológica aumenta, mas o comportamento se mantem
basicamente infantil, por quê? Porque a medida que o ser for crescendo,
ele se depara com todas estas variáveis, inúmeras, que ele tem que
analisar e tomar uma decisão, considerando todas elas, e umas são fáceis
de tomar, outras são difíceis e outras são muito difíceis.
Antigamente, vamos falar 100 anos atrás, 200, 300 anos atrás, era
uma outra civilização. Os seres, as pessoas, amadureciam muito rápido,
então, num instante, uma pessoa era um adulto, muito rápido, por quê?
Porque as pessoas enfrentavam as situações, O mundo era hostil, adverso,
complexo, mais do que agora? Não, não, tanto quanto, sempre foi assim.
Seis mil anos atrás as decisões, a problemática que existia era a mesma.
Basta ler a história desde o começo e ver o dia a dia das pessoas, não a
história do Rei, do imperador, mas das pessoas, como que o povo vivia,
quais eram as decisões que o povo tinha que tomar. A diferença é que as
pessoas tomavam as decisões, enfrentavam os problemas, não tinha para
onde fugir, não tinha fuga, tinha que enfrentar. E isso faz uma diferença
brutal no ego, porque desta forma o ego se desenvolve e a pessoa precisa
estar totalmente encarnada, aterrada para que a centelha possa atuar.
Pode ser que o ego não deixe a centelha atuar e ele assuma o controle, ele
não dê espaço algum para o lado espiritual e tudo bem, vai em frente,
mas evidente que todo ser está debaixo da Alquimia. Então se o ego toma
decisão de ignorar todo o resto das variáveis, encontrará logo calcinatio
pela frente.
O problema do ser encarnado, é simples, ou ele opta por vivenciar
calcinatio, ou ele opta por agir através da solutio, ou é por um lado ou
pelo outro, não tem três lados, tem dois caminhos, ou é um ou é outro. A
pessoa saiba disso ou não saiba, é irrelevante. É irrelevante. As
consequências são ilimitadas.
Se você não conhece placa de trânsito, pega um carro e entra numa
rua que é mão única, mas você não conhece placa, então você não sabe o
que aquela seta lá no poste quer dizer, aí você entra e bate de frente. O
que o Universo iria fazer? Porque você entrou numa contra mão sem
saber que é contra mão, ele vai tirar todos os carros que vem pela frente?
Não, não. O Universo anda no ritmo dele, nas condições dele, debaixo
das leis dele. Se você sabe que é contra mão ótimo, você não entra, se
você não sabe, paciência, aprenderá pelo lado mais difícil, isso é
Alquimia.
Como todos os procedimentos estão interligados, fica muito fácil, em
termos, é logico, a pessoa viver num planeta igual se está encarnado, se
estiver totalmente encarnado, porque ela consegue entender como
funciona toda organização deste planeta, neste planeta. E sabendo como
funciona a pessoa pode tomar as decisões corretas, considerando todas as
variáveis que existem em andamento. E são muitas variáveis. E inevitável
que seja assim.
Um sistema de tal complexidade, como é o Universo, não pode ter
pequenas ou ínfimas variáveis. Evidentemente que a percepção das
pessoas faz uma diferença ou outra. A pessoa que tem pouca percepção
da realidade, vamos dizer, que ainda não está totalmente aterrada, ela
pensa em termos de quatro, cinco, seis variáveis e aquele que tem um
raciocínio abstrato, vai expandindo e expandindo e começa a pensar em
centenas de variáveis.
Vamos a um exemplo de uma situação, vamos dizer, é uma
generalização, só para fins didáticos. Você tem um soldado raso, que é
um trabalhador braçal, não tem conhecimento praticamente de nada, é
um soldado, da infantaria e você tem um general de quatro estrelas, qual
é o grau a capacidade de avaliar uma batalha, um plano de guerra de um
soldado e de um general de quatro estrelas? É isso, essa é a diferença,
agora se você pega essa pessoa, um soldado, no mundo civil, e um general
no mundo civil, quando eles tem um problema pela frente, como é que
eles avaliam? É exatamente isso que nós estamos falando. Quem tem a
maior capacidade de abstração consegue perceber todas as variáveis que
estão envolvidas e assim a centelha pode se desenvolver. A centelha
exigirá do ser cada vez mais percepção da realidade, ou falando de outro
jeito, entendimento do próprio destino. O destino é aquilo para o qual a
pessoa nasceu, chegou aqui para fazer.
Quando a alma é criada, antes de encarnar é feito um planejamento
do que será a vida daquela alma, pais, mães, avós, o entorno, o lugar que
nasce, as dificuldades etc., etc. Todas as variáveis de uma encarnação.
Então essa alma entra num ser e nasce naquelas condições já
preestabelecidas. Isso tudo é estabelecido para que haja um maior
crescimento possível daquele ser. Todas as condições necessárias para que
ele cresça, para que ele evolua. Uns nascerão com mais facilidades, com
mais recursos e outros com menos. Pode parecer que o ser que nasce com
mais recursos é um privilegiado e o que nasce com menos recurso é um
castigado, mas não é bem assim. As aparências enganam. Aquele que tem
poucos recursos terá, digamos, mais oportunidade de lutar para crescer,
ele ficará mais forte.
O que nasce com muito mais recursos, este terá mais dificuldade para
crescer, porque se tudo está pronto e mastigado, qual a necessidade de
lutar, de se ter uma tremenda auto estima, uma tremenda auto confiança
para realizar, se já está tudo pronto? Tudo fácil, quer dizer, não há luta
pela sobrevivência, a sobrevivência já está garantida eternamente e o
outro ser não sabe nem se tem algo para comer no dia seguinte. Quando
se tem todos os recursos, isso não quer dizer que há muita vantagem
nisso, vai depender se esta pessoa que tem os recursos usará na plenitude
da sua capacidade. Se esta pessoa que tem os recursos, usará o tempo que
tem e os recursos que tem para crescer sem parar. O outro é obrigado a
fazer isso, porque se não crescer e parar, ele não come, não mora, não
tem roupa, ele é instigado a lutar.
Tudo isso que falamos acima está debaixo de uma encarnação. É claro
que existe n outras variáveis nesta situação, mas em termos gerais, uma
alma nova que encarna pela primeira já pode nascer em todas estas
condições, as mais variáveis possíveis, pela primeira vez ela já pode
nascer com todos os benesses e também uma outra alma numa primeira
vez já pode nascer numa situação difícil. Por que que isso acontece? Por
quê? Qual que é o objetivo a longo prazo do Universo? É um crescimento
contínuo, infinito. Para ter crescimento contínuo, é preciso ter aumento
de consciência, aumento de percepção, aumento da complexidade, da
consciência. Se houver muita facilidade, dificilmente se terá grande
aumento de evolução da consciência, porque dependeria da própria
pessoa criar obstáculos, criar oportunidades para que ela possa crescer,
então vocês imaginem se a pessoa tem bastante recursos, ela teria que sair
da zona de conforto o tempo todo, ela teria que se impor isto. Ela não
pode cair na zona de conforto, pensar “meu futuro já está garantido, eu
já tenho tudo, eu não preciso lutar, porque está tudo feito, nunca terei
problemas materiais, de sobrevivência.” Uma pessoa nesta situação tem
que achar, criar dificuldades para si mesmo, tem que se impor desafios
gigantescos, porque os normais já estão resolvidos, ela tem que se impor
estes desafios para que possa continuar crescendo, não pode ficar
esperando que vida crie as dificuldades, porque isso, inevitavelmente
acontecerá. A calcinatio acontece quer se queira, quer não se queira. Os
problemas aparecerão. Temos uma inter-relação, no momento, digamos,
de mais de 7 bilhões de pessoas, então tem um atrito tremendo de egos. A
calcinatio acontecerá inevitavelmente, mas neste caso é algo que a pessoa
está sofrendo os efeitos, não que tenha escolhido crescer. Se aparece um
concorrente, você tem uma empresa, aparece um concorrente e quer
destruir a sua empresa, fazendo dumping, isso é uma calcinatio que você
não procurou, mas que apareceu inevitavelmente, apareceria
inevitavelmente, é lógico, se você está num mercado competitivo, qual é a
regra? A competição, então o lobo devora o Rei. Ele pelo menos tentará.
Então o que você tem que fazer? Antes que o concorrente destrua sua
empresa, você tem que transcender o seu negócio.
Você está desenvolvendo um negócio e chega num ponto que está
ótimo, o que você faz? Revoluciona esse negócio, fecha o negócio, cria
outro negócio, cria outro produto, outro serviço e assim por diante. Você
não vai esperar que o concorrente ganhe de você por qualquer forma que
seja, você não pode esperar isso. Isso é visão romântica da vida. Ficar
esperando, sentar em berço esplendido, esperar... O concorrente,
inevitavelmente, se for possível, destruirá completamente o negócio,
tomará o mercado. E isso é o normal num planeta em que a competição
está instalada abertamente. É um Serengueti total. Não adianta chorar no
Serengueti, é preciso lutar, senão terá calcinatio inevitavelmente.
Imagine uma zebra no Serengueti que tem uma crise existencial e fica
pensando porque ela nasceu, que ela não deveria estar naquela situação,
que ali é muito difícil, que está cheio de leões, de hienas, de leopardos
etc., e fica no muro de lamentações, quanto tempo tem de vida uma zebra
com crise existencial? Pois é.
A questão é que quando tudo se está bem, a pessoa tem um emprego,
está tudo andando bem, o que ela deveria fazer? Ela deveria criar uma
segunda profissão enquanto tudo está andando bem, digamos dos 20 aos
40 anos, quando está no auge. Ela não pode esperar que depois dos 40
será a mesma coisa que dos 20 aos 40, isso é visão romântica da vida.
Isso é não encarnar completamente, quem está aterrado enxerga a
realidade nua e crua e não tem ilusões. Esperança. Sonho. Todas estas
terminologias românticas. Pouquíssimas pessoas do planeta se interessam
por alquimia. Séculos e séculos atrás se achava o quê? Que não se poderia
passar o conhecimento de alquimia porque é o segredo do segredo, era
um poder astronômico. Assim, o povo não poderia saber alquimia. Era
isso que eles falavam há 500 anos atrás. Era tudo codificado e os textos
falam de enxofre, de chumbo, de nigredo, de saturno e assim por diante,
então se você pega um texto original de alquimia, ele é escrito desta
forma.
O que eles estão tentado transmitir ou estão transmitindo é
exatamente o que nós estamos falando aqui, agora, arroz com o feijão,
completamente, da forma mais simples possível. Essa simplicidade tem
um limite, você pode simplificar até um ponto, depois daquilo se perde
completamente o entendimento do que se quer passar. Tem um limite,
não tem como simplificar além do ponto ótimo, menos que aquilo ali é
nada.
Alquimia é extremamente complexa. As pessoas falavam para Jung
que isso não está em lugar nenhum, “a gente não consegue achar”, claro
que consegue achar, os livros existem, o que os alquimistas escreveram
está aí à disposição. É como Jung falou, “eu não tenho culpa se as
pessoas não tem conhecimento, eu não tenho culpa, o material está à
disposição.” Agora, pensar, analisar e ver que existe uma ligação direta
entre a mente, a psique e a alquimia, isso ele fez e ele ficou maravilhado
quando enxergou que era a mesma coisa o que eles, alquimistas, estavam
falando e o que Jung estudou. O que ele fazia era pura alquimia. E ele
começou a divulgar nos livros. As pessoas começaram a falar que não
tinha nada a ver os assuntos, e a questão do dinheiro é a mesma situação.
Um ser que não está aterrado, como vai empreender um negócio? Um
pé do lado espiritual, isto é, ele não quer estar aqui, está metade aqui,
metade lá, está aqui à força, empurrado, quer estar fora daqui, como
falam. Para o planeta que eu quero descer, ou vou para outro planeta,
como se fosse muito simples fazer isso. Eu saio daqui e vou para outro
planeta, só porque eu quero. Não é assim. Alquimia mostra que não é
assim. Você não vai para onde quer, você para onde tem que estar. Isso
quebra a ilusão, acaba com a ilusão? Acaba, quem quer saber a realidade
tem que estar disposto. O quanto a pessoa está disposta a entender, a
saber como que é a realidade? Lembra aquela pergunta? “O quanto que
vocês aguentam saber de verdade?” Essa é a questão. Não há problema,
não precisa saber tudo, um pouco por vez, uma dose homeopática, mas
sempre crescente, não tem problema, passo a passo, mas é preciso decidir
por saber a realidade nua e crua. Qual é a realidade nua e crua do
mercado?
Você vai abrir um negócio e sem saber a realidade nua e crua de como
o mercado funciona. Qual destino terá sua empresa? Seu negócio? Seja lá
o empreendimento que for, não é obvio isso? Quanto mais a pessoa
conhece do mercado, das forças envolvidas, das lei da competição dos
concorrentes, a inteligência de mercado mais ela crescerá. O que é
inteligência de mercado? É simplesmente ter a capacidade de entender
como é o mercado e como que ele funciona, o que o concorrente está
fazendo ou pretende fazer, isso é inteligência de mercado. Agora, vamos
supor que a pessoa não quer enxergar esta realidade no mercado,
portanto inteligência de mercado quase nula, só quer abrir um negócio na
esperança de que vai dar certo. Qual será o resultado? Pois é. Quando a
alquimia fala que você tem que encarnar 100%, é de dinheiro que ela está
falando. Uma das ligações possíveis, é de mercado que se está falando, é
do mundo real que ela está falando, é do Serengueti que está falando.
Enquanto a competição for a regra, a calcinatio existirá de qualquer
maneira. Agora imagine neste planeta, pouquíssimas pessoas tem
interesse em saber de alquimia, de entender alquimia de ouvir falar,
pouquíssimas. É, nem existe uma estatística, é o 0,0000.
A dificuldade que existe de se fazer um negócio dar certo é essa, a
dificuldade de se ter prosperidade num planeta inteiro, é esta. É não
querer ver a realidade, não querer saber a realidade nua e crua.
Quando o sistemas mitológicos, a mitologia universal de cada tribo
conta estórias que explicam o nascimento do Universo, ou a criação do
Universo etc. etc., aquilo são estórias que dão uma ideia, uma analogia da
realidade. Aquilo tem um profundo conhecimento embutido, mas é um
conhecimento tão profundo e tão emocional, tão espiritual, que já
implica num grande esforço intelectual do ego para poder entender um
mito de qualquer tribo.
A mitologia foi criada para facilitar a vida das pessoas. Elas não
querem pensar na realidade nua e crua, então o xamã fala que funciona
assim, assim, assim, assado e pronto, conta uma história e a tribo inteira
acredita na história e está tudo certo, todo mundo trabalha, estuda e
ajuda, aquela tribo lá de 300 pessoas é prospera e todo mundo vive, está
tudo certo e foi em cima daquela estória, que os modernos podem ler os
livros de mitologia e achar que é pueril, que é infantil. Como que eles
acreditavam? Pois é. Eles acreditavam porque aquela história, ela explica
como funciona tudo, num certo nível de entendimento. Existe um
conteúdo inconsciente na história que o inconsciente das pessoas capta e
aplica, então funciona perfeitamente, o mito funciona perfeitamente,
cumpre a sua função e todo mundo progride, dentro das possibilidades e
chegamos até aqui, em 2000.
Se não fosse assim há 6.000 anos atrás, nenhuma tribo conseguiria
sobreviver, porque estavam embaixo de estórias de mitos, e vivendo
mitos. O mito é inevitável, ele é indispensável, ele é inerente ao Universo.
Não pode existir nada no Universo sem que exista um mito associado.
A alquimia mostra o lado nu e cru disto, do lado da mitologia você
tem o lado, digamos, romântico da coisa. Qualquer um consegue
entender o mito e vivenciar aquilo.
A alquimia foi feita por pessoas que queriam e sabiam que havia o
mito, mas elas queriam entender como funciona, a forma nua e crua e
começaram a pesquisar. Veio a química, a ciência e tudo mais a partir
desta visão de mundo dos alquimistas, que pesquisavam em laboratório.
Eles entenderam que teriam que fazer por tentativa e erro criando teorias,
elaborando, refinando e pesquisando cada vez mais. Por tentativa e erro.
Inevitavelmente, depois de alguns séculos, um alquimista pesquisa,
escreve tudo, deixa para o próximo, o próximo lê aquela matéria toda e
faz sua própria pesquisa e um cresce no ombro do outro e claro que eles
enxergaram, compreenderam, decodificaram a realidade total, como
funciona a vida sem mitologia. A partir deste ponto criou-se uma divisão,
inevitável, de um lado tem as pessoas que vivem os mitos e do outro lado
tem as pessoas que vivem a realidade nua e crua. Evidentemente que esse
número não é meio a meio, claro, é meia dúzia simplesmente do lado da
realidade e quase que a totalidade do lado do mito. Por isso que nós
estamos explicando, porque tem que se aterrar completamente, tem que
se entender a realidade nua e crua. Não se pode ter nenhuma ilusão sobre
o mercado, falando em termos de dinheiro, mas isso vale para qualquer
outro assunto. Qualquer coisa que o ser humano faça, está debaixo da
alquimia.
As questões psicológicas todas, todas as problemáticas psicológicas já
estão explicadas e elucidadas na alquimia, foi isso que Jung. Ele já tinha
um conhecimento de um lado quando ele estudou o outro, viu que era a
mesma coisa, eles estão falando da mesma coisa. E facilitou muito.
Resolver os problemas de um lado pelo conhecimento do outro lado, ou
seja, resolver os problemas psíquicos, psique com base na alquimia.
Uma pessoa que não está aterrada completamente, que tipo de
tratamento vai se colocar numa pessoa que não quer aterrar? Bom,
primeiro que ela não percebe isso, que o ego dela está lutando para não
aterrar. Então ali já está cindido. Já está dividido. É preciso explicar para
esta pessoa que é isso que está acontecendo e que a solução destas
questões todas envolve aterrar completamente, incorporar completamente
no corpo humano. Aqui, agora. Em todos os problemas que existam de
local, de época, qualquer um.
Não há outra forma de agir, esta é a questão. Não tem como fugir da
realidade. Por isso que alquimia é difícil de ser aceita. É difícil de alguém
querer ler, entender, raciocinar sobre alquimia, por quê? Porque vai na
contra mão de tudo. Viver com mito é fácil, relativamente falando. Você
tem a calcinatio, mas a calcinatio está embutida no mito. Tem uma parte
lá da estória que explica porque acontece calcinatio. Claro que não usa
esta terminologia, lógico, mas vai ter a explicação de um jeito ou de
outro dos acontecimentos, calcinatio. E tudo bem, a pessoa aceita aquilo
e vai em frente. Mas isso tem limitações. Para se chegar em grandes
avanços não há como fugir, de entender a realidade, não há como fugir
da alquimia e isso depende de uma decisão pessoal. Depois que a pessoa
entender isso, quer dizer, isso seja explicado, que a problemática que ela
está enfrentando é em virtude do aterramento... é logico que se você
explicar isso, sugiro que ninguém saia explicando isso, isso é função dos
terapeutas, se você explicar isso para qualquer pessoa que não quer
aterrar, ela se voltará contra você, é inevitável.
Se pessoa está com um pé lá outro aqui e você explicar que todo
problema é por falta deste aterramento, o que acontecerá com este ego?
Este ego lutará contra você para defender a visão de mundo dele, que ele
não quer aterrar. E é por isso que os problemas demoram tanto para ter
solução. Um ego ou milhões de egos que não querem aterrar criam um tal
sistema de defesa, de resistência, que os problemas em níveis sociais são
gigantescos. É diferente quando o problema é de uma pessoa ou de um
grupo, pois neste último caso é social. Você pode ter países ou
civilizações inteiras com visão de mundo de não aterramento, os
problemas, em vez de serem individuais, passam a ser coletivos. Então é
óbvio que se você explica que a problemática é essa, você não pode
esperar ser aceito ou compreendido tão cedo. Por quê? Porque não se
quer aterrar, é simples. Se todos os habitantes quisessem aterrar
completamente, os 100%, todos os problemas estariam resolvidos, é isso
que acontece num planeta avançado. Quando se fala avançado, os
principais problemas já foram resolvidos, problemas de sobrevivência etc.
Porque estas pessoas já aterram, elas já entenderam a realidade. Elas não
estão vivenciando uma mitologia que não mostra a realidade.
Em todo o Universo é obvio que tem que existir uma mitologia. A
mitologia é implícita à psique, implícita, mas você tem níveis, níveis de
mitologia. O refinamento da história mitológica acontece de acordo com
a evolução dos seres que estão vivendo debaixo daquela mitologia.
Para uma criança de três anos de idade conta-se uma historinha bem
simplória para explicar qualquer coisa que ela te pergunte, e as crianças
quando começam a fase do porquê, é aquilo dia e noite, insaciável, eles
querem saber porque, porque isso, porque aquilo, porque que assim,
assado etc.
Vocês já imaginaram se os pais, os avós, fossem pegar uma criança de
três, quantro, cinco anos de idade e dar uma explicação de Universidade
para uma perguntinha simples que a criança fez? Ela quer uma resposta
no nível dela, então elabora-se uma resposta simples, no nível que a
criança é capaz de entender e está tudo resolvido. Quando ela crescer
mais um ou dois anos, três anos, ela vai fazer uma pergunta mais
complexa e assim sucessivamente até...
Com a mitologia é a mesma coisa. Esta resposta simplória que é dada
para criança de três, quatro, cinco anos é uma mitologia necessária e
suficiente para que aquela criança continue vivendo e seu ego se
desenvolva. A criança precisa ter contato com os arquétipos dos pais, dos
avós etc., para que o ego se estabilize, amadureça corretamente. Uma
criança que não teve este suporte arquetípico quando adulto terá
problemas até que isso seja resolvido.
Cada civilização que vai surgindo pelo planeta e depois de um planeta
para o outro, recebe uma mitologia de uma determinada forma, até um
nível X, porque o mito tem que ser passado para a média da população.
Você não pode pegar um mito, uma explicação mitológica de patamar
alto e pôr numa civilização que está no patamar baixo. Terá problemas.
Também colocar uma explicação no nível baixo para uma civilização que
está alta também não funcionará. Ficará parecendo uma historinha
infantil para três anos de idade. É como dar uma explicação de três anos
de idade para um adulto, ele dará risada. Se você tentar dar uma
explicação alta, o problema é o mesmo, então é passada uma mitologia
de acordo com a capacidade de assimilação dos seres daquela civilização,
ou daquela planeta. Existe uma sabedoria enorme nisso, para que o ser
possa crescer, aquele mito permite que as pessoas cresçam. Não é um
mito que anula as pessoas, é um mito que permite que cresça, essa é
função do mito.
Evidentemente que em qualquer tribo, qualquer civilização, há meia
dúzia que quer saber como que funciona, o que se chamaria hoje de
cientista. Estes querem pesquisar, criar laboratório, refinar as teorias e
assim por diante, e como neste planeta houve uma cisão, existindo
praticamente uma divergência total entre o lado da ciência e o lado da
espiritualidade ou da religião, antagonismo, no momento não há
complementariedade. Mesmo que seja a mesma coisa, cada lado defende
o seu ponto de vista e até agora ainda não houve meios de se unificar
isto. Nós ficamos nessa situação em que de um lado nós temos a alquimia
e do outro lado nós temos a mitologia.
A unificação acontecerá no dia em que estas duas coisas forem
entendidas como a mesma coisa, porque na verdade são a mesma coisa, é
uma descrição digamos, realista, da verdade, da realidade e o outro é
uma descrição mitológica, mas está se falando da mesma coisa, uma
moeda com dois lados, é uma moeda só, mas ainda levará bastante tempo
para se entender que é uma moeda só, não é a questão aqui e agora.
Aqui e agora é como que a pessoa pode tirar benefícios do
conhecimento da alquimia. Como que alquimia pode propiciar que a
pessoa seja mais feliz, seja mais próspera, melhor em tudo que faz. Esta é
a questão do momento presente, por isso que é extremamente importante
a pessoa estudar alquimia. Em tudo que ela fizer, os procedimentos
acontecerão todos embaralhados. É claro que você pode ter mais de um
procedimento e menos de outro dependendo de como você vai agindo,
como já foi explicado. Se você tem solutio em larga escala na sua vida, a
calcinatio diminui na mesma proporção, mas solutio, menos calcinatio, é
logico. É assim que funciona o universo.
A solutio é o amor incondicional. Bom, esse termo é um tanto quanto
complicado de ser entendido. Amor incondicional no nível do Todo é
continuar dando oportunidades para um chefe num campo de
concentração, por exemplo. Ele foi chefe num campo, foi responsável por
inúmeras mortes etc., e esse ser continua recebendo oportunidades de
crescimento. É claro que com todas as consequências de calcinatio
inerentes aos atos que ele fez. Calcinatio não é castigo, o próprio ser atrai
as condições de calcinatio para sua própria vida, é a base do livre
arbítrio, então o amor incondicional é cósmico, nível cósmico, é, apesar
de todo mal que o ser possa ter feito, ele continuar recebendo ajuda,
orientação, oportunidade de evoluir, de realizar créditos que compensem
os débitos.
Agora quando se vê e se lê o que acontece e o que está começando a
acontecer no planeta Terra, no momento, em termos de robótica, e
quando mistura uma terminologia de robótica, de um robô, um androide,
mecânico, eletrônico, não é biológico, mecânico eletrônico, inteligência
artificial, com a terminologia amor incondicional, a coisa fica muito
complicada. Muito complicada. Isso é sair completamente da alquimia.
Você imagine, é um robô com formato humano, seja homem ou mulher,
pele né? Tem uma textura, alguma substância, um tecido, qualquer
substância que imite a pele etc., etc., então você tem um formato de ser
humano. E você resolve fazer sexo com este robô, como que isso pode ser
classificado como amor incondicional? Essa é a questão e é isso que está
se considerando no momento, ainda levará um bom tempo até chegar
num protótipo, o mais perfeito possível, mas vocês, já podem, se
procurarem, já podem ver fotos de pessoas fazendo sexo com robôs. E os
textos falam que isso também pode ser amor incondicional. Isto, este
termo neste caso específico, está completamente fora da realidade do que
o Todo pensa sobre isso. Então vocês vejam que esse é um exemplo
extremamente gráfico desta situação.
Sexo com robô já entra no lado mitológico, isso já é o lado
completamente fora da alquimia, da realidade nua e crua. A realidade
nua e crua não é um robô, nua e crua é um outro ser humano. Não é
robô.
Um mega empresário, mega, disse esta semana que a inteligência
artificial e a robótica só deveria ser usada para aquilo que os humanos
não podem ou não conseguem fazer, que se os robôs forem usados para
substituir os seres humanos, a humanidade terá muito mais dor do que
felicidade nos próximos decênios. E isso é uma grande verdade, mas é
aquela velha história do vivendo e aprendendo, aprende-se através da dor,
aprender através do amor seria pensar se isto vale a pena ser feito, pode
ser feito e isto não deve ser feito, embora se possa fazer, se tem o
conhecimento para fazer, mas não devemos fazer. Ciência não é
incondicional, não é porque se tem o conhecimento para fazer algo, que
se deve fazer, tem que ter um julgamento humanista nestas questões. Tem
o conhecimento, mas não é feito.
Daí vocês podem ter uma ideia da importância da alquimia, porque
todas estas questões fogem completamente do que os alquimistas
desenvolveram, de como funciona. Pensem bem, é como funciona, não é
uma opção, não é uma ideia, não é um achômetro, não! É exatamente
como funciona, não tem meio termo, nem jeitinho, não dá para quebrar
um galho, nem ficar meio alquimia, meio calcinatio, meio Coagulatio,
não dá, não existe isso.
Alquimia é um osso duro de roer ou uma pílula amarga, por não ter
meio termo, ou é de um jeito ou é de outro jeito, só que se você sabe
como é, os erros não são cometidos. Essa é a vantagem, o grau de acerto
infinitamente maior do que aquele que não tem este conhecimento. Se
você quer algo extremamente competitivo é a alquimia. Se você quer uma
vantagem competitiva no mercado, é a alquimia. Na vida, é a alquimia,
porque alquimia te mostra como isso funciona ad eternum. As leis da
alquimia nunca serão revogadas, nem mudadas, porque são as leis que
regem o Universo, é a base de tudo. As outras leis físicas variam,
dependendo do local, dependendo da galáxia, dependendo é, tanto, a
ciência descobre isso todo dia que faz pesquisa. As leis mudam, os livros,
textos de ciência mudam continuamente, porque toda semana se descobre
algo novo que não era bem assim, agora é diferente, agora tem uma nova
teoria. Se vocês lerem as revistas científicas, verão isso acontecer sem
parar. Por quê? Porque eles estão estudando o fenômeno material, mas
isso não é alquimia, alquimia é antes disso, depois da alquimia virou
química, alquimia é o fundamento.
Digamos, falando de outro jeito, é a metafísica da coisa, então, as leis
metafísicas, estas não mudam, estas são eternas. Estas são leis da psique e
nós já explicamos que você tem uma única psique no Universo inteiro,
cada psique individual, ela está partilhando desta enorme psique
universal. E como um oceano em que você tem ondas, batendo na praia,
inúmeras, infinitas ondas batendo na praia, mas aquilo é o oceano, não é
uma onda solta, não existe isso. A onda faz parte do oceano, então cada
psique está dentro do oceano, permeado pelo oceano, inserido no oceano.
Desta forma, alquimia explica o quê? Explica como o oceano
funciona. Isso é um mega projeto de entendimento intelectual e
emocional. Foi o que eles entenderam e eles sabiam disso, um mega
projeto de entender a realidade, e por isso que eles esconderam tudo que
podiam e codificaram tudo numa linguagem hermética, difícil de ser
traduzida, porque eles sabiam que isso era um segredo inacreditável.
Primeiro a descoberta e depois eles teriam que manter isso em segredo
por ser um conhecimento indescritível. Chegar a esse conhecimento foi
algo astronômico que levou bastante tempo, é a história do raciocínio
abstrato.
Se você pensa, pensa, pensa, pensa, chega a algumas conclusões,
documenta isso, vem um outro, pega o que você já pesquisou e pesquisa
em cima disso, e pensa, pensa, pensa, pensa, e faz a mesma coisa, e
depois outro, outro, outro e você põe 100, 200, 300, 500 anos, é só
questão de pensar.
Da mesma forma que 500 anos atrás isso era um conhecimento
imenso, de um valor imenso e continua válido até hoje. Aquela época,
500 anos atrás, era mais possível de querer ou de entender o que eles
estavam explicando, então eles ficaram muito preocupados com isso e
codificaram tudo. 500 anos depois, por incrível que parece, hoje é muito
mais difícil entender o que é alquimia em larga escala planetária. Muito
mais difícil. Na medida em que houve um avanço da ciência no início, em
paralelo e depois houve uma divergência completa, os alquimistas
ficaram sendo algo esotérico, oculto, mágico. Ou uma coisa risível, não
é? Transformar chumbo em ouro. O que se fala da alquimia é que é uma
infantilidade para quem conhece química. À medida que a ciência
avançou, a distância para alquimia ficou astronômica a tal ponto que
hoje a alquimia é vista como uma excentricidade, algo esotérico, meio
freek, uma curiosidade histórica e só.
Qual foi o resultado disso? O resultado foi que deu certo exatamente
como os alquimistas queriam. O segredo está mantido, vocês vejam como
eles eram inteligentes. Eles construíram de uma determinada forma, eles
codificaram de uma determinada forma que você pode pôr séculos e
século e séculos para que entendam o que eles fizeram. Se tem uma coisa
que foi extremamente bem codificada foi a alquimia. Tem muitos filmes,
alguns falam da segunda guerra mundial, da máquina enigma, aquela
coisa toda de decifrar a máquina era para ganhar a guerra, como
realmente aconteceu.
É gozado a enigma. A base da coisa era a mesma que os alquimistas
fizeram, a máquina você precisava de um livro texto para ser o livro
código. Você tem um livro aqui, o mesmo livro lá, e aí o código está
inserido no livro.
Na alquimia acontece a mesma coisa, só que não tem livro. O livro da
alquimia é o Universo. E eles codificaram de uma maneira, está lá a
psique do Universo, eles descobriram isso lá, codificaram tudo. Passaram-
se séculos, séculos e séculos, e Jung entendeu. Ele também estava
estudando a psique do Self, com S maiúsculo. Como ele estudava o Self,
ele estudava o Universo. Eles tinham codificado com base no Universo,
por isso quando Jung leu o código dos alquimistas, ele entendeu
exatamente o que eles estavam falando. Se ele tivesse o livro de um, e o
mesmo livro, os dois, igual a máquina enigma, o mesmo livro dos dois
lados, como eles estavam falando da psique do Universo, Jung estava
estudando psique do Universo, bateu, como se fala, 100%.
Isso é ultra extraordinário, isso é simplesmente espetacular, porque
poderia ter passado mais séculos, séculos e séculos sem ninguém entender
o que eles estavam falando. Se não tivesse alguém que fizesse o mesmo
estudo, com outra ótica, quer dizer, as setes cores lá do prisma, eles, com
uma cor aqui, mas estavam estudando a mesma coisa. Se não tivesse isso
e se não houvesse acesso aos livros dos alquimistas, não seria possível
fazer esse junção, essa unificação, isso só foi possível porque você tinha
uma biblioteca espetacular nas mãos, aí dava, e aí deu para se entender
qual o código usado aqui, é a mesma coisa que eu descobri aqui.
Era inevitável que isso seria documentado, então livros, livros e livros,
documentando a descoberta. Mas a descoberta é tão descomunal que caiu
na mesma situação de 500 anos atrás por exemplo. Hoje está totalmente
documentado, mas é visto como, já falei, uma excentricidade, é visto
como uma curiosidade histórica. E isso por quê? Por tudo que nós já
explicamos, porque na época, naquela época, os alquimistas mostraram a
realidade nua e crua.
Isso tudo está lá documentado, nu e cru, Jung pegou isso entendeu e
documentou nu e cru para bom entendedor, é lógico. Um assunto desta
magnitude, como eu já falei, não tem como ser simplificado além de um
certo ponto. Tem um limite. Se descer mais que aquilo, não tem sentido,
vira como se a gente fosse falar, para uma criancinha de três anos de
idade. Imagine que se fosse explicar alquimia, nós estamos explicando
para pessoas, para umas crianças de três anos de idade. Só tem um jeito,
é contar uma história, um mito. É aí que entra a mitologia, você pegar
tudo isso colocar dentro de uma história, você conta para uma criancinha
de três anos de idade e está tudo certo, ela vai descobrir um negócio
maravilhoso.
Mas para um adulto não dá, para um adulto, que queira entender, é
preciso explicar desta maneira que estamos fazendo, já dando mastigado
o máximo possível. Claro, tem vários e vários procedimentos e cada
procedimentos tem seus níveis de entendimento. A coisa é muito
complexa, porque o Universo é composto por níveis de percepção, níveis
de entendimento, níveis de estado de consciência, níveis de dimensões, em
cada dimensão o nível de percepção aumenta, a capacidade de percepção
de absorção aumenta e nós temos várias, várias e várias dimensões, isto é
mecânica quântica, é outro pedaço da história.
Claro, inevitavelmente, da alquimia um dia chegaria na mecânica
quântica, inevitável, se chegou naquilo, teria chegado na mecânica
quântica, e por incrível que pareça mecânica quântica e Jung andam
exatamente juntos no mesmo período histórico, exatamente no mesmo
período histórico.
Todos os principais físicos que criaram, documentaram, codificaram,
descobriram a mecânica quântica nasceram na mesma época. Não é que
você tem um, depois de um certo tempo vem o outro, não! Na mesma
época, década. Você tem todos eles atuando ao mesmo tempo e
conversando para chegar à verdade. Isso é Coagulatio. Qual a
probabilidade de coagular todos estes físicos na mesma década? O Jung
na mesma década? É praticamente impossível. Por aí já dá para você ver
que existe um plano, um plano macro em andamento no Universo. Para
se poder chegar, não é? 100 anos depois e juntar claramente o que os
alquimistas fizeram com o que Jung fez, o que eles descobriram? A
mesma coisa.
Para fechar o quebra-cabeça disso é lógico que precisa entender todos
os procedimentos, então à medida que formos explicando cada
procedimento chegará uma hora que os principais estarão compreendidos
e aí você tem todas as peças do quebra-cabeça para montar, um
gigantesco quebra-cabeça de 3.000 peças.
E o título deste quebra-cabeça, aqui em cima, é a VIDA.
IV. Sublimatio

Nosso tema deste capítulo é Sublimatio.


Esse é o procedimento elemento ar, é de elevação espiritual, esse é o
tema deste procedimento.
Elevação espiritual envolve a questão principalmente do ego. Se o ego
está no controle fica muito difícil ter elevação espiritual. Sempre existe a
questão do que é o ego, como que eu identifico isso.
Então vejamos um exemplo. Se você tem uma pessoa que vem
conversar e fala de um novo negócio que quer fazer, um produto, serviço,
qualquer coisa. Se você, após observar, escutar a proposta do novo
negócio levantar algumas variáveis envolvidas na questão e que, ainda, a
pessoa não percebeu, não pensou, normalmente você verá uma reação de
resistência enorme contradizendo aquilo que você está mostrando, que
pode acontecer isso, ou aquilo, que é preciso verificar as opções, quer
dizer você avalia as inúmeras variáveis que tem qualquer negócio que se
queira implantar. E a reação da pessoa é simplesmente cair numa
resistência enorme e quanto mais você mostra as variáveis envolvidas e
que a coisa não é bem assim como foi apresentada à primeira vista, a
resistência da pessoa vai se tornando cada vez mais agressiva. Isso
acontece porque o ego “quer porque quer”, isso é o ego.
Você pode mostrar que tem muito mais coisas em relação aquilo do
que foi visto, mas a pessoa não aceita e resiste. Neste caso os problemas
aparecerão, o fracasso aparecerá, o prejuízo aparecerá, mas dificilmente a
pessoa voltará atrás ou parará para pensar, para avaliar o que você está
orientando.
Então, qualquer pessoa que se dê o trabalho de fazer isto e já passou
por uma experiência desta, em que tentou orientar alguém, seja um
amigo, um filho, um parente, seja lá quem for, se a reação que existe,
isso é o melhor exemplo que se tem sobre o ego. A pessoa quer porque
quer e ponto final. Então ela aprenderá pelo lado mais difícil, né? A dor.
A pessoa aprenderá pela dor. Pelo amor, você está mostrando que poderia
ser diferente, assim, assim, assim, mas esta pessoa não quer escutar isso
de forma alguma, ela quer escutar o quê? Ela quer que você fale
exatamente o que ela quer escutar, “que maravilha, nossa, excelente o
plano”, ouvindo isso, ela ficará satisfeita, dará tudo errado, ela perderá
tudo, mas ainda está satisfeita, porque você concordou que o plano era
ótimo. Se você falar que não é ótimo, você passou a ser o problema. Por
esta razão que é extremamente difícil o progresso pelo lado fácil,
amoroso, alegre, feliz para todo mundo. É por isso que é um drama o
progresso, em qualquer área, principalmente no dinheiro. Tudo é de uma
extrema dificuldade neste planeta em relação ao crescimento, à
prosperidade, ao dinheiro.
Não é que não se saiba qual é a solução, o que se deve fazer, qual a
forma mais eficiente de fazer, qual a forma correta de fazer para ser
mínimo o problema, de trabalho e maximizar o lucro etc. Conhecimento
é uma coisa disponível, são seis mil anos de história escrita com n
experimentos e teorias e etc., do que dá certo e do que não dá certo, não
tem nada de novo basicamente do solo, tudo já foi testado e tentado,
praticamente não tem mistério, mas é o caso típico da alquimia. Quando
se pesquisa alquimia e pega os livros da história da alquimia etc. você lê,
lê, lê e parece que tem algo errado, em toda literatura da história da
alquimia não aparece Jung, nunca, como pode?
Tudo que se tem em alquimia até hoje e onde aparece Jung? Ele foi a
pessoa que decodificou o que se significa alquimia, o que eles estavam
fazendo, o que eles pensavam.
Muitos alquimistas escreveram abertamente o que eles estavam
fazendo, não é algo do oculto, hermético, não! Muito escreveram
literalmente. O que nós estamos fazendo? O que é amor agem? Os
moinhos do senhor moem excelentemente bem, grãos finos e cada vez
mais, passa farinha, sai mais fina, passa farinha, sai mais fina, e assim
vai, está moendo o quê? O ser, o ser, o ego, isso está claramente falado
no texto. E isso vocês vejam naquele e-mail que recebi sobre a calcinatio,
a pessoa entendeu perfeitamente que amor agem era a moagem do ego.
Jung decodificou tudo isso.
O importante na alquimia é a questão psicológica, é a psique, isso é
alquimia, é disso que eles estavam falando, fazendo, de uma forma
codificada, ouro, chumbo, enxofre, nigreto etc. Isso é a aparência.
Evidentemente que há 500 anos atrás falar desta forma que nós estamos
falando aqui agora era muitíssimo complicado, mas mesmo assim para
bom entendedor, meia palavra basta. Eles escreveram claramente o que
eles estavam fazendo. E aí nós chegamos na questão espiritual, que é a
questão da alquimia.
Sublimar, mas não é o sublimar do tipo repressão, psicologicamente
falando, não é? Não é você substituir uma coisa por outra, não é você
compensar um problema, uma compulsão psicológica qualquer por algo,
trocar por alguma coisa. Não é reprimir o sentimento, não é neste sentido
que o Sublimatio da alquimia está falando, não é repressão, é elevação.
Elevação de si, do espírito, ascensão, elevação da psique, individual.
E para se fazer isso, tem algumas questões.
Existe um problema que é você ter uma sublimação mais ou menos,
quer dizer, lembra aquele caso que a pessoa está com um pé de um lado e
um pé do lado de cá, quer dizer, ela não aterra. Nasce meio de cada lado
e continua assim, então, para que a sublimação, a Sublimatio funcione, é
preciso que a pessoa esteja totalmente aterrada. A primeira coisa que, não
há como fugir disso, é Coagulatio. A pessoa tem que aterrar. Tem que
estar aqui no planeta Terra. Tem que estar totalmente no mundo
material. Não dá para fazer esta elevação fugindo do mundo material.
Essa é a questão. Não dá para fugir do mundo. “Para o mundo que eu
quero descer, eu quero ir para outro planeta”, isso não existe, não tem
como fugir, que isso não funcionará, não consegue sair daqui desta
forma.
Então, a primeira coisa é aterrar. Estou 100% vivendo no lado
material. Nesta dimensão. A partir dali eu posso começar o meu trabalho
de elevação espiritual. A espiritualizar a matéria, como eles falavam. Isso
é uma forma de falar, porque a matéria já está espiritualizada, tudo é
uma coisa só, é só uma forma de dizer, lado material, lado espiritual.
A energia é espiritual, em última instância, no vácuo quântico, aquilo
é puramente espiritual, então qualquer outra coisa que venha a partir dali
e tudo vem a partir dali, átomos, moléculas etc., tudo já está
espiritualizado. Porém o ego não admite isso, o ego não quer saber disso,
o ego não aceita isso, é aí que vem um grande trabalho para você poder
se elevar. É preciso um trabalho imenso de auto convencimento para o
ego entender que a melhor opção é a elevação espiritual. Mas isso só
pode ser feito depois que está completamente aterrado. Aterrou, o que
acontece? Quando a pessoa está completamente aterrada, ela passa a ter
problemas. Problemas terá de qualquer maneira, esteja com o pé aqui, o
outro do outro lado, esteja com os dois pés do outro lado, não importa,
os problemas existem. Só tem uma diferença, se a pessoa está com um pé
do outro lado e tem problema, ela não tenta resolver os problemas, e aí
que a coisa pega. Para tentar resolver os problemas ou trabalhar para
resolver os problemas, é preciso que a pessoa esteja aterrada 100%. Por
exemplo, tem um problema de emprego. A pessoa que está com o pé de
um lado e um pé do outro, ela não quer saber de como se resolve isso,
não! Ela empurra, empurra com a barriga de um jeito ou de outro,
inúmeras possibilidades e vai indo, e isso não tem solução nunca.
N casos, se você olhar são n, milhões, milhões de casos, centenas de
milhões de casos, nesta humanidade. 7 bilhões de pessoas que são os que
não procuram resolver os problemas. É a fuga muito bem disfarçada. Um
pé aqui outro lá. A pessoa se abstém de enfrentar os problemas. Como
vai ter evolução espiritual se a pessoa não aterrar?
A evolução espiritual é simplesmente, pode se traduzir num nome,
num verbo, ajudar os demais. Sem isso, não existe evolução espiritual.
Ajudar. Depois vem estudar, trabalhar, mas ajudar é que faz a coisa ir
pra frente. Agora se a pessoa está com pé aqui outro lá, ela vai ajudar
quem? Se nem a ela mesma não está ajudando. É por essa razão que é
sempre alertado que primeiro tem que encarnar totalmente, “estou aqui!”
Bom, aí os problemas existem. Então o que que eu faço com isso, como
que eu melhoro esta situação? Como que eu resolvo esta situação? Aí sim,
os problemas teriam solução. Porque se, vamos dizer, todas as pessoas
estivessem engajadas na solução do problemas, assim, num estalar de
dedos, tudo estaria resolvido. Como a fuga da realidade é uma coisa
muito mais fácil de se fazer, o problema se eterniza, digamos assim. E é
por isso que quando se tenta orientar alguém que poderia ser feito de
outro jeito, a pessoa simplesmente surta.
Por quê? Porque você está tirando da fuga. Aquela proposta, aquele
negócio, aquela ideia, normalmente, é algo ilusório. Para ser uma coisa
real, tem que ser muitíssimo estudada. Um plano de viabilidade
econômica, um estudo de viabilidade econômica e isso só é possível fazer
quando se está totalmente aterrada, consegue-se olhar as 1.358 variáveis
que tem aquele negócio. As 1.358 variáveis, neste tipo, “ah, isso dá muito
trabalho. É mais fácil pensar que vamos fazer assim, assim, assim, assim,
vai dar tudo certo”, tudo fácil e o que isso quer dizer, lembram?
Esperança, ilusão, depois do carnaval, no ano que vem dá certo, numa
próxima década acerta, isso é pura fuga. Em termos científicos não tem
isso que um dia dá certo, depois do carnaval a coisa anda, não tem
esperança, esperança é um algo totalmente psicológico. O pode ser e pode
não ser não tem nada concreto. Agora quando se fala que projeto está
definido assim, assim, assim, e tudo foi avaliado, está baseado em todo
conhecimento científico que se tem. E já se sabe que se fez assim e deu
certo, e se fez assim deu errado, então, “vou fazer assim, só pode dar
certo.” Só pode dar certo quando se faz corretamente. É o obvio. Então
por que publicidade funciona? Sempre. Porque está baseado em leis. A
mente reage assim, assim, assim, assim, se você põe um estimulo assado,
assado, assado, a resposta é X, não tem como ser Y, é X. Você vai vender
o produto, inventar as soluções, não funciona. Aquilo tem que ser
baseado nas leis que já se conhecem e não esperar que as pessoas reajam
de determinada forma. Existe um mercado potencial, de não sei quantos,
para se vender tal coisa, para quem? Tem o mínimo de observação do que
que é o mercado. Aqui. É obvio que não existe a possibilidade daquela
reação de que se vá comprar aquele produto, né? Quantidade X que está
almejando. Mas tenta explicar isso! E aí os problemas não tem fim.
Não precisaria ser nada desta forma, mas...
Está aterrado, bom, então como se resolvem os problemas disso aqui?
Tanto os pessoais quanto os coletivos? Ajudando. Só olhando para si
mesmo não haverá solução. Só vendo o próprio interesse não haverá
solução para os problemas, por quê? Porque sete bilhões de pessoas,
olhando apenas o próprio interesse, teremos um conflito de sete bilhões
de lados, cada ego puxando a brasa para a própria sardinha. Sete bilhões,
por enquanto! É lógico que se cada um só vê o próprio interesse e o
interesse é divergente de todo o resto, haverá conflito. Porque é o óbvio,
só vê o próprio interesse, é uma psique individualizada, portanto única no
Universo, única, no universo de cada pessoa, cada psique, cada ser é
único, único. No universo inteiro. Igual a impressão digital, bom se o ser
é único, como que ele pensará a princípio no interesse do outro?
Só pensa no interesse dele, e como é único, ele só pode pensar em um,
nele, não é pensar no outro, não tem dois iguais, assim, evidentemente o
conflito é geral. E se o conflito é geral como que podemos ter uma
solução geral? Impossível, simplesmente. Como vamos achar uma solução
que atenda a coletividade em que todos tenham as mínimas condições
humanas de vida, como? Se cada um dos sete bilhões olhar só o seu
próprio interesse? Isso é o ego, isso é o normal. Neste aspecto, neste
ponto da história não tem elevação espiritual nenhuma, só lado material.
Então como que começa o lado, a evolução? Isso é simples, se nós todos
estivermos aterrados, procurando a solução individual para cada um, o
conflito será geral. O conflito gera calcinatio, gera dor. Aquele ego
individual vai tentar se sobrepor aos outros sete bilhões.
No início, é claro, esse ego individual vai tentar se sobrepor ao que
estão ao redor dele. Quando ele nasce, vai manobrar para dominar,
manipular, ajustar do jeito que interessa para ele, pai, mãe, irmão, os
avós, o âmbito familiar, aí ele tenta manobrar todo mundo para a hora
que quer comer, dormir, tomar banho etc., etc.
Aquele serzinho já está com 100% de ego trabalhando pelos próprios
interesses. Como ele tem uma mãe e um pai que não estão preocupados
100% com o próprio interesse, então o pai, a mãe e a própria família
olham o interesse do novo ser, aí ele é abastecido, alimentado, cuidado de
todas as maneiras, aí dá tudo certo, ele cresce e vira um adulto feliz da
vida.
Se o pai e a mãe só cuidasse dos próprios interesses, aquele ser ficaria
largado às traças. Isso é o ego. Normal, não é? O pai ia puxar a brasa
para ele, a mãe ia puxar a brasa e pronto, é... se vira.
Isso não acontece porque ele tem um sentimento de amor no pai e na
mãe que se sobrepõe a tudo. Há até o instinto de sobrevivência do
próprio pai e da própria mãe que dão a vida pelo próprio filho. Se não
tivessem esse sentimento, seria simplesmente, “qual o interesse deste ser?
Não é o meu interesse”, acabaria a humanidade em pouquíssimo tempo,
só não acaba porque existe o amor.
Então, uma ínfima parte do amor do Todo está dentro do pai e da
mãe daquele ser, é por isso que o ser sobrevive, porque é cuidado, porque
uma ínfima parte do amor do Todo está dentro da centelha de cada um,
centelha do pai, centelha da mãe, cuida da centelha do filho, se não fosse
isso, seria um desastre. Esse amor que se tem pelo filho é que tem de ser
desenvolvido pelo resto da humanidade, pelo resto da criação, por todos
os animais, arvores etc., etc., etc., por tudo o que existe.
Agora voltando, se o conflito é generalizado, o ser, vamos supor que
já cresceu e tem que se debater com os outros sete bilhões, chega uma
hora que é tanta calcinatio que ele começa a repensar a estratégia, “ah,
deste jeito não está funcionando, não está dando certo”, não é? O
dominar não está funcionando, então à medida que o ser sofre, ele
começa a ter calcinatio, ele começa a repensar a estratégia dele ou a visão
de mundo que ele tem. “Desta forma não está funcionando, então,
preciso mudar a minha estratégia para conseguir o que eu quero.” E aí o
ser suaviza a abordagem dele em relação aos demais, então, pouco a
pouco, aumenta a dor, aos pouquinhos, começa aumentar a compaixão,
mais dor, mais compaixão. Mais dor, mais compaixão, mais dor, mais
compaixão, menos ego, mais dor, menos ego. Menos ego, mais
compaixão. É uma fórmula bem simples. Por isso que citei no parágrafo
acima, pergunta para quem tem 80 e poucos e anos o que ele acha do
conceito da calcinatio.
Alquimia funciona matematicamente, ela descreve como funciona a
realidade do Universo com uma precisão total, não tem margem de erro,
é impressionante.
Quando nós chegarmos e falarmos de todos os procedimentos, é
impossível a ficha não cair, você pode não aceitar, mas a ficha cai,
porque é extraordinário. A alquimia, evita, se a pessoa entende,
praticamente, todo o sofrimento que a pessoa teria, a pessoa evitaria
entendendo alquimia, entendendo o que Jung detalhou, publicou. E aquilo
já está quanto? 60 anos, 70 anos. Não é? Não é de agora. Está muito bem
claro isso, explicado por ele, mas é uma pílula amarga para o ego aceitar.
O lobo devora o Rei. O lobo devora o Rei. Essa pintura é
extraordinária, o insight que o artista teve foi extraordinário. É líquido e
certo que isso acontecerá, se o Rei persistir com o ego dominando. Se o
Rei deixar o ego de lado e puser o amor no lugar, a compaixão, substituir
a calcinatio pela solutio... a solutio é o amor do Todo que se derrama
sem parar, é um tsunami gigantesco pelo Universo afora, incomensurável,
infinito. Bastaria deixar isso passar pelo ser, entra o tsunami por você e
você deixar passar, entrou amor infinitamente, você deixa passar amor
infinitamente.
Mas tem uma questão. Para fazer isso, você tem que estar no mundo,
mas não ser do mundo. Estar no mundo e não ser do mundo. Isso é
Sublimatio. Estar no mundo 100% aterrado, mas a minha atitude é
outra, “eu tenho desapego em relação ao mundo. Eu estou, mas não sou
do mundo.”
2.000 anos atrás foi dado uma seguinte instrução, “vocês dois vão sair
aí pela cidade, e pregando a boa nova. Se vocês forem bem recebidos,
maravilhoso, está tudo certo, abençoa todo mundo, amor para todo
mundo. Se quiserem saber da mensagem, não tem problema, vocês vão
sair da cidade, chega na fronteira, fim da cidade, tira a sandália, bate
para tirar a poeira da cidade, bate, limpou a sandália e põe a sandália e
segue em frente.”
Traduzindo isso em uma palavra, soltar, soltar, senão querem saber a
mensagem, não tem problema nenhum, ok, solta, solta, bate a poeira e
segue em frente. Isto é estar no mundo e não ser do mundo. Você não vai
brigar com os habitantes da cidade, não vai fazer nada, deixa, solta,
solta, problema deles. Eles aprenderão lá na frente, pelo lado mais difícil,
paciência. Sempre existe a melhor solução possível, desde que se tenha
paciência para implementá-la. Não pode ser aqui agora ou do jeito que eu
quero, isso não funciona. Vai dar calcinatio. Dá problema. Mais
problema. Se tiver paciência, o Todo resolve, no DEVIDO TEMPO, no
DEVIDO TEMPO.
O Todo olha o melhor para todos, portanto, muitas vezes não é a
solução que você quer aqui e agora. Tem que compatibilizar os sete
bilhões de variáveis para que possa acontecer o melhor para todos dentro
de um determinado período de tempo. A vida de cada um dos sete
bilhões. Tudo isso encadeado todo tempo. Todas as varáveis possíveis e
imagináveis de cada vida ao mesmo tempo. Imagina uma mente que
consiga fazer isso. Se é para tomar a rua da direita, tem lá na frente um
outro caminho, os sete bilhões estão fazendo escolhas, colapsando a
função de onda e tudo isso está sendo dirigido para que daqui a um ano
ou cinco anos, ou 50 anos, ou 500 anos dê certo para todos.
Todas as escolhas sendo administradas, e atenção que o livre arbítrio
continua existindo, o livre arbítrio continua sendo respeitado, apesar de
todas as decisões erradas que o ser pode fazer. Isso está sendo computado
para o resultado final. Assim, errando de todas as maneiras que se quiser,
no final, ainda dará certo.
É claro que esse final pode demorar bastante, lógico, né? Se as pessoas
erraram, erraram, erraram e tem que ajustar o erro de milhos e milhões
errantes e tem que se contar tudo isso aí para lá na frente, um milhão de
anos, cinco milhões de anos, 50 milhões de anos, 500 milhões de anos dar
certo, imagina fazer isso com sete bilhões, agora imagine fazer isso com o
Universo inteiro. Todos os planetas, todas as galáxias, e o lado material,
e o lado espiritual, e as inúmeras dimensões espirituais da realidade, tudo
isso coordenado ao mesmo tempo. É inimaginável.
Isto é o Todo. Isto ele faz o tempo todo. Se o Todo parar de colapsar a
função de onda do multiverso, adivinha? O multiverso desaparece. Uma
coisa existe se tiver uma mente colapsando. Se o Todo descolapsa, quer
dizer, se ele para de pensar em todo mundo, no melhor para todo mundo
e conduzir tudo, orientar, criar etc., fim! Fim! Se por um nano segundo
ele fizer isso, estalar de dedos, tudo desaparecia, ele ficaria sozinho, o
resto todo mais desaparece. Então, esse é o trabalho do Todo. Isso dá
trabalho? Dá. Imagine o trabalho que dá manter o colapso do multiverso
em andamento.
Portanto, se o Todo pode trabalhar desta forma, por que o ser não
pode? Quando o ser se recusa a ajudar, ele entra na contramão do Todo,
porque o Todo está trabalhando sem parar, aí tem um ser que não quer
trabalhar, que não quer ajudar. Imagine a confusão que o ser está
causando. O melhor plano foi previsto para que todo mundo trabalhe,
todo mundo estude. Se todo mundo estuda, dá tudo certo, mas se um se
recusa, tem que se arrumar o planejamento geral deste aqui que diz “eu
não vou ajudar, eu não faço nada, eu não quero evolução espiritual”, este
aqui unzinho, ele cria um terrível problema de rearrumar tudo isso. E isso
é que atrasa tudo. Por que as coisas, às vezes, demoram para acontecer?
Por que as coisas poderiam ser imediatas. Qual a dificuldade de uma
coisa colapsar, e aparecer imediatamente? Acontecer imediatamente? Em
termos energéticos nenhum, colapsou, criou, mas se tem n pessoas
atrapalhando, o rearrumar de toda esta situação, é extremamente
complexo. Por isso que, digamos, o carro na sua garagem às vezes
demora tanto para aparecer, não é? Isso, aquilo e outra coisa, todas as
coisas materiais que se deseja, e não dão certo por um tempo. Então tem
calcinatio. A calcinatio não é um negócio que tem que acontecer. Não
tem que ser assim.
Os alquimistas descobriram como é que o negócio está funcionado.
Nesta situação atual tem calcinatio para tudo quanto é lado de acordo
com o pensamento do momento, com o estado de consciência das pessoas
do planeta no momento. O estágio de consciência desta competição gera
calcinatio. Você quer colocar um carro na garagem, mas tem sete bilhões
que querem colocar um carro na garagem deles. Fica difícil, porque aí nós
temos que arrumar alumínio, aço, e construir tudo isso, e agora está todo
mundo disposto a trabalhar para fazer os carros, para que os sete bilhões
tenham, não?! “Não eu não vou trabalhar para construir carro nenhum,
pronto!” Como nós vamos colocar sete bilhões de carros, se já tem uma
quantidade significativa que se recusa a contribuir para fazer os carros?
Construir carro é uma metáfora, porque serve para todos os tipos de
trabalho. Isso é complementar. E se todo mundo fosse lixeiro e se todo
mundo gostasse do amarelo? Tudo está abarcado. Nasce gente com todas
as vocações possíveis e imagináveis, então está tudo certo, tem gente para
fazer tudo, potencialmente. Precisamos de não sei quantos milhões de
pintores, tem, mas tem uma quantidade X de pintores que não querem
pintar, então vai atrasar, a produção vai atrasar, para a linha de
montagem, está faltando estofamento para os carros, porque o povo do
estofamento não quer fazer estofamento, então vai atrasar, então você
está esperando o carro chegar na sua garagem e ele não chega, por quê?
Porque tem ser que não quer contribuir para o bem estar geral do
Universo. Tudo funcionar, ter tudo para todos, na medida das
necessidades de cada um é algo extremamente lógico e racional.
O copo cheio estaria felicíssimo da vida, um copinho de cafezinho
cheio também está feliz, uma jarra de 12 litros cheia também está feliz,
este está feliz, o outro está feliz, todo mundo está feliz. Não é questão de
quantidade de água que tem que ter para ficar feliz, é se as minhas
necessidades físicas, mentais, espirituais estão satisfeitas. “Aí estou feliz”,
é simples. Um ser precisa de um pouco de amor do Todo para ficar feliz,
o outro ser precisa de mais um pouco para ficar feliz, o outro precisa
tomar um banho, não tem problema, o Todo abastece todos, até o limite
da capacidade deles, portanto, é injusto que um ser tem um tanto de água
e o outro tem só isso?
Não, não é injusto, um está felicíssimo com a aguinha que ele tem e o
outro copinho também está feliz, dá para pôr mais água nele? Não, não
dá, vai vazar, vai perder a água, ele tem problema? Não, ele não tem
problema nenhum, ele está feliz, portanto esta questão da justiça é muito
relativa, em termos do Todo, a justiça é extremamente discutível, porque
o Todo não segue este parâmetro. O Todo dá amor, é só o que ele faz,
esparrama amor. Ele não vai ficar olhando lá o currículo no 20, para ver,
puxa a vida deste sujeito, barra, barra, barra, barra, né?! Quantas vidas
este sujeito teve? Acha o débito e credito dele.
O Todo não pensa deste jeito. Isso tudo existe. Existe os seres que
vivem no Universo, que precisam saber um senso dos outros habitantes,
quem fez o quê. Se você precisa de um trabalho, alguém que vá ajudar
numa missão qualquer, você precisa chamar alguém que esteja disposto,
tenha esta habilidade, consultar o currículo do sujeito para saber se ele é
adequando para aquela função, óbvio, mas isso é algo dos seres.
O Todo não precisa de banco de dados nenhum para administrar isso,
ele achou uma forma mais fácil de administrar tudo, qual é? Ele derrama
amor no Universo inteiro e pronto. Está resolvido, mais cedo ou mais
tarde. A inundação de amor é tamanha que mais cedo ou mais tarde vai
ser coagulatio de qualquer maneira. Começa com calcinatio, é, porque se
o ser resiste, resiste, resiste, o lobo aparece e depois disso, que sofreu
bastante, começa a achar o quê, né? Melhor pedir ajuda e quando pede
ajuda o Todo já está derramando Coagulatio em cima dele, aí cai a ficha,
como se fala, ele descobre como funciona o Universo, não é? Realmente,
aí há uma catarse, uma tremenda transformação no ser que entendeu que
o Universo é amor. Não é guerra, é amor. Desta forma o ser passa a
colaborar e também passa a amar e deixa o amor do Todo passar por ele.
Quando ele vai fazer obra benemerente, beneficente em qualquer lugar,
viaja pelo mundo inteiro, faz todos os sacrifícios possíveis e imagináveis,
para aquele ser não é sacrifício. Quando está a Coagulatio, aterrou, e
sentiu amor do Todo, deixou de ser problema, essa é questão.
Somente é problema porque os seres não deixam passar amor, só por
isso, agora, uma grande quantidade, não quer deixar passar? Não tem
problema, cada um na sua.
O ser individual que deixa passar, ele é transformado, então ele deixa
de ser o que ele é e passa a ser outra coisa, uma nova realidade, uma nova
consciência, ele unificado. Deixando passar, virou um canal, pronto, a
vida deste ser está completamente resolvida, embora muitas vezes os
demais que estão por perto não percebam isso. Podem não enxergar, não
é? Por quê? Porque quem está de fora olha a aparência, não olha dentro,
o ser já mudou, mas continua se vestindo do mesmo jeito, andando no
mesmo carro, com o mesmo emprego etc., etc. O ser não aparenta nada,
quem mudou não precisa aparentar nada, nem quer aparentar nada. Ele
se basta, o ser que já unificou, ele se basta, ele não precisa fazer
propaganda de que ele mudou, ele é simplesmente, se tem uma opção A
ou B, ele vai escolher a B e acabou, mas todo mundo escolhe A, porque
que este sujeito escolhe a B? Porque agora ele é B, ele não é mais A, é
claro que o povo do A, não vai entender o B, mas como? Ele deveria fazer
assim, assim, assim, teria mais vantagem se fizesse do nosso lado, mas ele
não pensa mais assim, ele não é, ele não sente mais deste jeito, então tudo
na vida desta pessoa está resolvido. Por incrível que pareça, todos os
problemas foram resolvidos, de alimentação, de vestuário, de moradia, de
tudo de tudo, de tudo está resolvido.
O sujeito mora lá num barraco, né? Se veste com um lençolzinho
branco e fica lá tecendo a roupinha dele, no tear, que vida é essa? Né?
Tem alguma coisa errada! Olha só! E o ser está feliz da vida fazendo isso
e sendo assim, e morando lá no barraquinho, mas os outros, é lógico, não
entendem isso. Não sentem como ele sente. Então, é preciso tempo. Dá
para sentir como ele sente? Dá! Dá para ficar igual ele? Dá! “Nossa que
coisa horrível, ficar no barraco de lençolzinho igual ele.” Não! Não
precisa ser igual, cada um é um, lembra? Cada um é um no Universo.
Um ser assim já é suficiente para mudar um planeta, não precisa de
dois, mais um para fazer outra coisa, né? Aí essa outra coisa é “ei, posso
andar de Mercedes?” Pode, pode andar de Mercedes, “posso ter roupa?”
Pode! Não tem problema nenhum, iluminação não tem nada a ver com a
aparência externa. Se tem carro, se não tem carro, se tem mansão de 40
quartos ou se... é irrelevante. A única coisa que mede, a reguinha que
mede é se o ser dá amor, se o ser deixa passar o amor do Todo. É única
coisa, não importa o resto irrelevante. Esse ser que tem a mansão dos 40
quartos, se ele está iluminado, aquilo não significa nada para ele. Ele está
com 40 quartos, mas ele não é os 40 quartos, ele não precisa daquilo.
Mas se para fazer um trabalho X neste mundo ele precisa aparentar uma
mansão de 40 quartos, sem problema nenhum, faz parte do trabalho
daquela ser ter os 40 quartos. Ou 50 carros, seja lá o que for, é
irrelevante.
O Todo está em toda a matéria que existe, tudo já está
espiritualizado, então, o ser já está iluminado, ele pode viver na mansão
sem problema nenhum, que aquilo não significa mais nada para ele, é um
meio dele morar, ter um teto, se vestir, andar, só, mais nada. Isso você
não percebe olhando de fora, só quem já está no mesmo patamar de
consciência. Você olha e você sabe, um reconhece o outro. Pelo olhar.
Pelo olhar dá para saber quem é que já chegou na iluminação e quem não
chegou ou quem está no caminho. Semelhante atrai semelhante
inevitavelmente, bateu o olho já sabe, não precisa nem falar, não precisa
ter comunicação, não precisa ter nada, você já sabe, quem é quem, é só
olhar. Quem tem olhos veja, quem tem ouvidos ouça. É muito simples na
verdade, deveria ser muito prazeroso viver num planeta deste, abundante
em tudo. Se você considerar 7 bilhões, ainda é uma população pequena
para um planeta que tem os recursos assim.
Não precisaria ser deste jeito, enfim, os alquimistas pensaram em tudo
isso, analisaram tudo isso, e viram como que era na prática. Bom,
atualmente a coisa funciona assim, assim, assim, assim, então eles
documentaram tudo, fizeram, escreveram os livros, fizeram aquelas
gravuras maravilhosas, dezenas, dezenas e dezenas. Tudo o mais claro
possível, dentro da época. E deixaram lá e pensaram, “daqui uns séculos,
eles vão entender um pouquinho mais do que a gente fez, é logico. Do
ponto de vista de 2017, nós ainda teremos que esperar alguns séculos, até
que entendam um pouco mais.”
A medida que os séculos forem passando e que as gerações forem
mudando, daqui um tempo, quando os pais e as mães já estiverem um
pouco diferentes, eles vão educar a criança de uma outra forma, então
estas crianças crescem já de uma forma mais amorosa, aí não só olhando
o próprio interesse, aí os filhos, os netos já crescerão de uma forma mais
amorosa ainda. Lentamente, esse nível de consciência de que o amor é a
regra de tudo; vai passando o tempo, 100, 200, 300, 400, 500 anos,
muitas gerações, pouco a pouco as pessoas começarão a entender que não
existe solução individual, que a solução só pode ser para todos.
Um sozinho não consegue resolver os problemas que tem e saciar os
desejos que tem. Quando um ego tenta resolver os problemas do entorno
dele, ele mesmo, sem ajuda da centelha: “eu sozinho vou resolver”, ele
vai se bater contra os outros 7 bi. Aí fica difícil. Se todos fazem isso,
eleva o estado geral de consciência depois de uma calcinatio apertada, é
por isso que daqui uns 500 anos haverá um outro nível de consciência, o
de que trabalhar sozinho não dá, é melhor a gente se juntar, e resolve o
problema de tudo mundo.
E para resolver o problema de cada um e de todo mundo, é desta
forma que citei, o copo cheio, o copinho cheio, a jarra cheia etc., está
resolvido, é só isso. Esse que quer enfrentar tudo sozinho, ele precisa
dominar tudo, vamos supor que ele chegasse a fazer isso, dominou tudo.
Ele tem tudo. É suficiente? Não, não é suficiente, nunca é suficiente. Essa
questão da psicologia, da psicanálise, nunca é suficiente. Muito menos
quando você está se digladiando com os demais, mas mesmo sozinho,
nunca será suficiente.
Por quê? E o medo? Se você sozinho tem tudo, evidentemente você
supõe que a medida, você mede o Universo pelo que você é, é uma
projeção, você sabe que todos os outros querem tomar aquilo de você.
Óbvio, todos os egos querem só para si. Todos querem tomar tudo de
todos os outros, então se você alcançou um nível de poder, que você
sozinho tem tudo, você terá os 7 bi contra você, querendo tomar tudo o
que você tem, imagine viver assim.
Isto poderia se classificar, literalmente, como a vida infernal, não é?
Porque é o poder, mas todo mundo querendo tomar o seu poder. Foi isso
que o escritor pôs lá. O lobo devora o Rei. O lobo é esse coletivo, neste
caso que estamos explicando, é esse coletivo, eles vão querer tomar de
qualquer maneira, então, é uma disputa infinita, isso não acaba nunca.
Mas como toda disputa gera informação, tudo que é atrito gera
informação, então essa informação é assimilada por todos os outros e vão
chegando à conclusão que a melhor forma não é esta, então como que a
gente faz para satisfazer as necessidades de todos? E isso é fácil, porque
as necessidades de cada ser não são iguais as necessidades dos demais.
Todos não precisam ter a mesma coisa, não existe isso, cada um tem uma
necessidade específica, copinho, copo, jarra, por isso que é perfeitamente
viável achar uma solução para tudo na face deste planeta, por exemplo.
Num planeta avançado, é nisso que eles chegaram, avançado em
termos espirituais, é nisso que eles chegaram, as pessoas foram evoluindo,
evoluindo, evoluindo e perceberam que cada um tem uma necessidade e
não tem problema nenhum, se eu sou o copinho e tem o do lado aqui que
é o copo grande, não tem problema nenhum para mim, eu tenho meu
copinho cheio, estou feliz da vida, ele tem o copo dele cheio, está feliz da
vida e assim sucessivamente. Porque não são coisas materiais que vão,
que darão esta felicidade existencial. Não é nada material que pode suprir
a psique. Nada. O material é só o meio que a psique usa para transitar no
Universo, para ganhar conhecimento, ganhar informação, ganhar
experiência etc., a única coisa que pode preencher a psique, que não cabe
mais uma gota, é o amor, é a única coisa, o resto é puramente irrelevante,
o resto não adianta nada, pode juntar todo diamante do Universo, todo
ouro do Universo, não vai adiantar nada, por quê? Porque é externo. É
externo, a psique é uma coisa que está aqui e o outro está ali, isso aqui é
uma energia, a psique individual é um campo de energia, uma onda,
pequena. Essa onda só tem como ser preenchida, se a centelha assumir o
controle desta onda, quer dizer a centelha preencher a onda do ser, com
uma outra onda, a onda da centelha e aí tiver uma interferência
construtiva, o pico de uma, com o pico da outra, aí soma, aí sim, aí a
onda individualizada está satisfeita da vida, porque não cabe mais nada,
nada, nada. É, é como se você pegasse, vamos supor, um sistema nervoso
central humano, aqueles feixes de nervos pelo corpo todo, e desse uma
corrente elétrica ali, bioquímica elétrica, neuro transmissores e você
jorrasse uma gotinha ali de dopamina. Os neurônios, um manda, o outro
abre e pega dopamina, em todo o seu cérebro, você já ficou mais forte,
mais feliz, auto confiante, seguro, nossa, é uma sensação de plenitude
extraordinária, dopamina. Aí solta outra gotinha, outra gotinha, aí vai
captando gotinha de dopamina, aí ocitocina, põe todos os neuro, aí
inundou, um mar de neuro transmissores. A corrente trafegando no
sistema nervoso central e ramificando não cabe mais nada, vamos trocar
de termos, não aguenta mais nada, chegou num ponto que não aguenta
mais uma, um choquezinho elétrico, mais uma gotinha, mais uma gotinha
de dopamina, “não, não, não pelo amor de Deus, para”, vou pôr mais
uma gotinha de dopamina, “não, não, não”, por quê? Por quê? Porque
está, em termos, insuportável.
O prazer de receber tanta dopamina, tanta ocitocina, tanta endorfina,
chegou no limite do sistema, do sistema nervoso central, no ser, o ser
inteiro. Não cabe mais nada. Nem um impulso a mais pode-se colocar,
que o ser não suporta. Imagine nesta situação, você fazer uma pergunta
para o ser que está no limite total do que aguenta de felicidade.
Bioquímica é felicidade pura, é por isso que a adição é tão grande, pelo
planeta afora, por causa disso.
Pergunta para o ser que está nesta situação, “meu amigo, vamos, só
pôr um número para efeito comparativo, você está recebendo aí você não
aguenta mais nada, mas você está com 100, ok, 100, só para graduar, o
nosso amigo aqui do copo, o limite dele é 200, você tem algum problema
com isso?”
“Você quer que passe um pouco dele para você? Não tem problema,
ele falou que pode ceder um tantinho que pode pôr, não tem problema.
Você quer isso? Você tem algum problema que ele está com 200, aqui
lotado de 200? Ele também não está aguentando mais, mas ele está no
nível de 200 que é o que ele aguenta. E tem um outro amigo aqui que está
no 400. Algum problema ele ter 200 e este aqui ter 400? Podemos
despejar em você.” O que o ser falará? Imagina. O ser implora para não
colocar mais nada, que ele não aguenta mais. Entende como funciona o
Todo? O Todo pega o ser e jorra nele o neurotransmissor bioquímico
elétrico até o ser não aguentar mais, o Todo não se deixa vencer em
generosidade, ponto, lembra disso, então como ele não se deixa vencer,
ele precisa de 100, pode pôr 100 nela, pronto, esse 200, esse 400.
O ser que decide. Se puser mais uma gotinha nele, ele desmaia porque
ultrapassou a capacidade do sistema nervoso central suportar, suportar
aquele prazer. Desmaia. Para ele não ter um colapso e se auto destruir,
desliga o sistema, ali ele fica quietinho. Já não tinha mais o que colocar,
ele já estava 100% feliz. Por isso que a pessoa desmaia.
Temporariamente, é uma defesa. De tanta felicidade que recebeu. Então,
é tão obvio isso. O ser do 100 não vai querer mais nenhum gotinha, ele
não está mais preocupado que o 200 é 200, o 400, o 1.000 seja lá o que
for, ele está feliz da vida, pronto é só isso que importa, então o Todo fez
a coisa perfeita, ele garante que todos os seres do Universo fiquem
satisfeitos 100%, cada um deles. Desde uma ameba, até um aglomerado
de galáxias. Todos felizes. Cada um na sua. A ameba pode crescer e
ganhar mais, é só ela se desenvolver.
E como que a gente se desenvolve? Ajudando, deixando o Todo passar
pela pessoa. Então vocês vejam só, nestes quatro primeiros procedimentos
já está tudo, o universo inteiro resolvido, porque estes são os quatro
elementos. Água, Terra, Ar e Fogo, só com estes quatro está resolvido,
mas tem mais porque os alquimistas enxergaram. Bom estes quatro está
dando o que está dando, os egos não estão deixando a coisa acontecer do
jeito que tem que ser, então é preciso mais umas coisinhas, para ajudar.
Mas só estas quatro operações, pronto, tudo resolvido. Dá para
ganhar dinheiro com alquimia? Muito dinheiro. Imagine que você faz
tudo certo, quanto que isso pode virar de dinheiro? Não tem, não tem
limite. Se em vez de você fazer escolhas erradas, só fizer as certas, o que
aconteceria? É só acerto, acerto, acerto, em tudo, em todas as áreas, só
acerto, acerto quer dizer eficiência, você faz cada vez melhor, mais
eficiente, mais produtivo, imagine isso em termos monetários.
A alquimia entendida, ela evita que você cometa erros, essa é uma das
grandes vantagens, evita que você cometa erros, você sabe como que o
sistema todo funciona, você não vai fazer por tentativa e erro, você já
sabe como funciona, então você faz o certo e se fez o certo
continuamente...
Pega uma pessoa de 40 anos e faz estas perguntas, faz uma análise de
quanto que teve, ou tem de calcinatio na vida de 40 anos. 20 anos de
idade. Cinco anos praticamente nada de calcinatio, só amor, não é? Toda
a família. Aí entrou na escola, aí já virou uns 10 anos de idade, aí mais
ego, mais ego. Aí começou a calcinatio. Um pouco, depois mais um
pouco, aí vê a adolescência, aí bastante calcinatio, aí pega um de 20 anos
e pergunta quanto tem de calcinatio na vida dele. Infelizmente. Não
precisava ser assim. Imagina com 40, 50, 60, 70, 80...
Tem raras exceções? Com certeza. Nos 7 bilhões? Com certeza.
Algumas exceções, mas o geral é só ver o que acontece. É só calcinatio. E
erro após erro, após erro, após erro, após erro... E cada erro gera mais
calcinatio. Se não tivesse esses erros...
Existe alguns exemplos, atualmente, em termos econômicos, se a
pessoa começou e já é voltada para o trabalho, com a sua vocação, e já é
focada, na sua garagem desenvolve um produto, um serviço, com 15, 16,
18 anos, aí vira um mega.
Se o ser com 10 anos de idade não cometer erros, 10, 11, 12, 15, 16,
18, trabalhando, trabalhando, trabalhando, trabalhando, porque são
focados. O que que acontece? O mínimo de erro, só acertos, qual vai ser
o limite de crescimento destas pessoas? Imenso. Por isso. Porque erraram
pouco. E erraram pouco, porque tiveram pouca calcinatio, e para ter
pouca calcinatio escolhas corretas, e para ter escolhas corretas tem que
ter outras opções de ego. Aí tudo anda, muito mais fácil, então é, depois
que você põe o ovo em pé, nossa é muito simples, né? Como que os
demais não conseguem pôr o ovo em pé? Mas a questão é a seguinte, será
que os demais querem pôr o ovo em pé? Aquela pergunta, quanto vale
economicamente ter esse conhecimento? Saber como funciona.
Alquimicamente o Universo inteiro, quanto vale isso?
Vale uma fortuna, vale a felicidade da pessoa, porque se ela errar
pouco, com certeza ela terá um grande índice de felicidade, pouquíssima
calcinatio, só amor entrando, pouquíssima calcinatio. E isso é possível? É
possível. É possível para qualquer pessoa que queira realmente aprender,
que queira, que tenha sinceridade de objetivo, boa vontade de coração, de
aprender, de não por resistência a receber o conhecimento.
Para quem quer ler, está la a biblioteca, está lá a prateleira dos livros
do Jung, exaustivamente explicado.
Mas quantas pessoas neste planeta querem ou estão interessadas em
aprender alquimia? Vocês sabem, é ínfimo. É uma gota d’água, então é
falta da informação existir? Não é.
O Todo está sonegando informação para humanidade, para fazer com
que a humanidade seja infeliz? Não, não está. O Todo está jorrando
informação sem parar para a humanidade ser feliz, desde que começou o
planeta, mas o livre arbítrio da pessoa, a pessoa tem que querer aprender,
querer estudar, querer crescer, querer evoluir, querer ser feliz etc., etc., a
pessoa tem que querer, não dá para forçar isto na pessoa, é livre arbítrio,
o que se pode é colocar à disposição a informação, como? Olha as
bibliotecas.
Não falta informação, mas vocês podem perceber a reação que os
demais tem com relação ao assunto Alquimia, não existe interesse, como
também há 500 anos não existia interesse, sempre foi assim, por isso que
a gente fala por mais alguns séculos, tem que esperar que despertem, que
queiram. Tem que ter paciência, porque à força não tem jeito, então, gota
à gota, gota à gota.
Há 500 anos atrás isso estava dentro dos laboratórios, não é?
Escondido, para que eles ficassem vivos é lógico, codificado, foi
passando, passando, uma parte virou química, e a outra parte finalmente
foi entendida, e eles estavam falando do espírito. Da Psique, do Todo.
Então agora nós chegamos num ponto que está. Mais mastigado que isso
é praticamente impossível, mais mastigado é impossível, porque não é
uma questão de trocar o vocabulário, se trocar o vocabulário nós vamos
ter que falar de um jeito de um criancinha de quatro, cinco anos de idade
e ela ainda não tem condições de entender esses conceitos. Então, não é
como passar o conteúdo, mais mastigado que isso não tem, no futuro
pode ser feito de outras formas, não é? Uma outra pessoa vai falar de
outro jeito, outra personalidade, uma variação, mas mais simples é
impossível. O mais simples que isso é o simplório. E o simplório não é
mais conhecimento, já não está mais passando conhecimento, já chegou
num nível que não transmite mais nada, então é a mesma coisa que falar
para uma criancinha, falar uma metáfora que ela não tem a menor
possibilidade de entender, isso é o simplório, mas para seres racionais a
fórmula mais simples de passar um conteúdo, de explicar que isso não
tem.
Esse quatro primeiros já resolveriam tudo. Não sei se fica claro,
sempre penso que fica claro quando se explica, explica, explica, explica.
Para mim é claríssimo que se você comete erros e você faz os acertos,
você acaba por ganhar muito dinheiro, porque todos negócios que você
fizer, a sua profissão ou seja o que for, você vai fazer tudo certo, e quem
faz tudo certo logo chama atenção, então você será promovido, não tem
limite dentro da empresa, se fizer tudo certo todos os projetos que pôr a
mão, dará certo, já imaginou?
Todos os produtos, todos os serviços, tudo dará certo, o grau de erro é
ínfimo, é logico que isso é uma fortuna incalculável. Para mim é o óbvio
isso. Se faz certo o resultado virá inevitavelmente, em todas as áreas. E
alquimia veio no mundo para simplesmente ensinar isso, a fazer certo, se
fizer desta forma o lobo devora o rei, se fizer desta foutra forma não tem
lobo, só tem amor, pronto, então vou fazer o quê? Vou fazer só desta
forma. Se eu deixar passar o amor do Todo, tudo se resolve. Por mais,
por mais piegas que possa parecer isso.
Porque para quem está passando com o conteúdo é sempre uma
decisão, uma escolha contínua de palavras. Você tem um conteúdo para
passar, mas com que palavras, com que conceitos, com que vocabulário?
Se você é, fala de uma forma mais sofisticada, podem não entender. “O
que será que ele quer dizer com isso?” E se você fala de uma forma mais
simples e eficiente, para muita gente pode parecer, como eu disse, piegas,
não é? Se explicar de uma forma teológica aí fica parecendo uma
pregação. E aí já gera todas as resistências possíveis contra este tipo de
explicação. Se fica na parte científica, aí fica parecendo uma coisa
materialista, casa, carro, apartamento. Então você é obrigado a explicar
tudo na parte da ciência, n vídeos, tudo ciência, depois para completar
você é obrigado a fazer vários vídeos do lado da espiritualidade. E espera-
se que as pessoas assistam parte da ciência e parte da espiritualidade e
juntem isso, num todo unificado. Juntem que isto é uma coisa só, não é
só a ciência, e não é só o lado espiritualista. A verdade é a junção de
todas essas coisas. Mas isso nem sempre acontece e isso está
completamente fora da nossa vontade. A nossa é que todo mundo assista
tudo para poder entender como está sendo, o que está sendo transmitido,
mas se só vê um pedaço aqui, um pedaço ali, um ali, é claro que haverá
uma distorção do entendimento de qual é a mensagem.
Dentro de uma palestra já foi falado que é um trabalho póstumo, é
inevitável. Daqui um bom tempo é que fecharão este quebra cabeça que
foi falado aqui, na ciência, foi falado na espiritualidade, junta tudo isso,
“então é isso que se queria dizer”, como isso leva tempo, né? 150 anos
depois de Nietzsche, ainda não entendeu o que ele falou. E ele também
falou da forma mais simples que ele podia explicar. Não é que ele queria
complicar a situação, é que o Universo é complexo, extremamente
complexo, então ele explicou de uma forma, digamos, um tanto quanto
complexa, mas ele explicou como funciona, com as palavras dele, com o
raciocínio dele, mas até hoje se faz congressos para discutir o que ele
falou. O que ele quis dizer? Ele quis dizer isso, não aquilo, aí vem as
interpretações, aí as distorções gigantescas que se pode fazer em cima de
pegar uma frase, um conceito e distorcer tudo aquilo. Que é uma
projeção, o que você interpreta do que ele disse, é uma projeção, não é o
que ele disse, é o que, na sua mente, você entende. Você está filtrando
com seu conhecimento e não com o dele, então você não sabe o que ele
quis dizer com aquilo, precisaria de muita introspecção e tempo para
entender o que ele quis dizer, não é uma coisa banal. Por isso que é
possível pegar um conceito que ele falou e aquilo virar o oposto do que
ele disse. Porque depende de quem está interpretando. E os interesses de
quem está interpretando.
De qualquer maneira, quem tem acesso, tem a oportunidade
gigantesca de tirar um benefício enorme disso. Errar o mínimo possível e
acertos, acertos, acertos e disso, de acertos, só se gera felicidade,
prosperidade etc.
V. Mortificatio

Nosso tema deste capítulo é mortificatio. Para se chegar neste ponto,


quinto procedimento, nós temos um longo caminho. As pessoas
percorrem um longo caminho para chegar neste nível de consciência, do
procedimento mortificatio. Os quatro primeiros procedimentos são a vida
normal de todas as pessoas, até haver um despertar da consciência. A
pessoa tem que aterrar completamente, na verdade ela tem que baixar na
Terra 100%. Aí ela executa o Coagulatio. Qualquer destes quatro
procedimentos são intercambiáveis, podem ser todos ao mesmo tempo,
ou primeiro um, segundo outro e assim por diante, mas o fato é que os
quatro primeiros descrevem a vida como ela é. Pura e simplesmente.
Inevitavelmente a pessoa está recebendo sempre e desde que passou a
existir, a pessoa está recebendo todo o amor do Todo que ela precisa.
Não há carência ou falta de nada. Isso desde da primeira vez que ela
passou a existir. É óbvio que ao longo das inúmeras existências a pessoa
cria um débito e um crédito em andamento. Uma contabilidade de débito
e crédito. Apesar disso, numa determinada vida a pessoa está sempre
recebendo todo apoio e ajuda que ela precisa. O Todo derrama amor em
cima da pessoa sem parar, generosamente. Já sabe que não dá para
superar a generosidade do Todo, quanto mais você faz, mais você recebe.
Mas o ego sempre se impõe até que acontecem n situações de calcinatio e
aí vai balanceando o ego. Não há necessidade de ter uma calcinatio
gigantesca ou contínua para que haja evolução. Mas como é uma batalha
eterna, em termos de ego de todos contra todos, como Thomas Hobbes
falou, no livro Leviatã, todos contra todos, é o poder que se impõe. O
ego. Inevitavelmente, se há uma luta de todos contra todos, a calcinatio é
irreversível, é inevitável, ela acontecerá em n formas, em n medidas,
tamanhos e qualidade. Só que a calcinatio é muito rápida, não é algo que
levará décadas, milênios, não! É dinâmica, muito rápida.
O colher da plantação é muito rápido. Então, a ideia que algumas
pessoas possam ter de que não existe a calcinatio, ou que nada acontece,
não é bem assim. Existe uma projeção e pensa-se que não há
consequência que joga-se a semente e ela não frutifica. E quando se pensa
desta forma, há uma revolta, principalmente se a pessoa está passando
por alguma dificuldade, ou tem algum parente com grandes dificuldades
ou um cônjuge que está desempregado ou que perdeu os negócios, ou que
faliu, ou que foi roubado e etc., infinitas possibilidades. A pessoa se
revolta, ela não aceita a situação. E não aceita a resignação, cai na
seguinte situação, quanto mais a pessoa luta contra a situação, sem
considerar o passado, distante, julga que há um sistema injusto. A pessoa
se debate, aquilo é uma luta inglória e ela aumenta a própria calcinatio.
Ela resiste a entender a situação, o porquê que está naquela situação, e
tem n possibilidade, do porquê está na situação, não necessariamente é
um problema da pessoa, são n circunstancias em andamento, mas o ego
só enxerga, normalmente, um lado da questão, então é “por que que isso
está acontecendo? Eu não aceito” e etc. Então, aquilo vira uma batalha
eterna. E quanto mais põe resistência, pior fica, a única maneira seria
soltar o problema, mas não, a pessoa se apega ao problema e luta
desesperadamente para resolver.
Por raciocínio lógico, a pessoa pode olhar para trás, nesta vida, e não
achar causas suficientes para estar com aquela enorme calcinatio em
andamento. Por mais que se raciocine, os pesos e medidas, uma
plantação, uma semente gerou uma árvore gigantesca de calcinatio, “não
é possível! Tem algo errado.” Por puro raciocínio dedutivo, deveria se
chegar à conclusão que existem mais variáveis em andamento do que se
pensa e do que se percebe.
Já citei outra vez questões feitas há 10 mil anos atrás. Se nós olharmos
a história do planeta Terra, de 6 mil anos para cá, é o que está
documentado, vocês verão coisas indescritíveis feitas neste planeta.
Estas coisas não desaparecem, energia só se transforma, energia não
desaparece, não vai desaparecer, a semente que foi jogada na terra
continua existindo, quer se queira, quer não se queira. Quer se tivesse
consciência, quer não se tivesse. E aí tem uma questão muito interessante.
Se vocês olharem a natureza, os animais, vocês verão que cada animal,
tem uma personalidade diferente. Se analisarem detidamente o
comportamento deles, um grupo de leões, tigres, águias, chimpanzés etc.
Vocês verão diferenças marcantes na personalidade de cada um, cada leão
é de uma maneira, tem uma personalidade distante, igual aos humanos
que são diferentes um do outro, na impressão digital.
Cada leoa é de uma maneira. Existe águias e águias, tartarugas e
tartarugas, golfinhos e golfinhos, tubarões e tubarões. Cada uma deles é
uma individualidade. Então se analisarmos o comportamento destas
criaturas, vocês verão que uma leoa X, matará a zebra com menos
sofrimento possível para a zebra e a leoa Y matará uma outra zebra com
muito mais sofrimento para a zebra. Isto é a personalidade de cada uma.
Aquela que está usando da mínima violência possível para se alimentar,
praticamente, não cria carma algum. Débito algum, aquela que abusa do
poder que tem sobre o outro animal essa está criando carma.
A medida que a evolução caminha, essas personalidades vão mudando
de forma até chegar no nível de formato humano, cabeça, tronco e
membros. Quando adquire esse formato e essa consciência pela primeira
vez, esse ser, esse ego já está com X de débito e X de crédito. Isso não é
injusto pelo seguinte: é a mesma personalidade, o mesmo ego, que está
desde o mineral até... em toda cadeia da evolução. Aquele humano, que
pela primeira vez, está como humano e já é um serial killer, pela primeira
vez ele já sai matando dezenas e centenas de pessoas, por prazer, ele
simplesmente está reproduzindo o que ele era desde o início. Desde o
início ele tem uma centelha divina dentro dele falando para ele não
cometer nenhuma crueldade, desde o início, o Todo está em tudo, o
tempo todo.
À medida que o ser ganha poder, ele deixa de ser uma pedra e passa a
ser um vegetal ou uma árvore gigantesca, e assim vai, ou uma planta
carnívora. Ele está demostrando o ego que tem e a centelha está lá
orientando sugerindo intuindo que não seja violento, mas o ego se impõe
sempre. Cada criatura vai mudando de forma na evolução, e o ego
persistente ali. É um longo caminho, mas é uma continuidade. Quando
surge o humano pela primeira vez e já é um serial killer, não houve
mudança, praticamente, nenhuma, na trajetória de evolução dele. Só que
como humano ele passa a acrescentar débitos com extrema velocidade,
pois ficou mais eficiente. A medida que planta, um animal, humano,
quanto mais melhora, aprimora a forma, a inteligência, mais apto ele fica
a cometer a violência.
E os séculos vão passando, os milênios vão passando, o tempo não
existe, é irrelevante, inúmeras encarnações, até que ele evolua. A medida
que ele vai plantando estas situações negativas, as situações que ele atrai
para si mesmo e nada disso é castigo, as situações que
eletromagneticamente ele trai para si, são cada vez mais complexas e
complicadas. Se ele não está aprendendo uma determinada lição, a lição
tem que ser repetida n vezes, até que ele aprenda. É como ir à escola, a
professora manda uma tarefa escolar para casa e ele faz tudo errado,
manda de novo, de novo, de novo, de novo senão não passa de ano.
Enquanto não aprender a lição do primeiro ano, ele não passa para o
segundo. No Universo é assim. Assim, se ele passou por uma dificuldade,
passou por uma calcinatio e não aprendeu nada, aquela situação se
repete. Na mesma vida, n vezes, e depois nas próximas, da mesma
maneira, vai se repetir, ele atrai a mesma situação. Existe infinitas
possibilidades de se fazer arranjos nesta situação toda, isso é
administrado, não é uma coisa caótica, no sentido de desordem, o caos
rege o Universo, no sentido da ordem, mas esse ego exacerbado, ele
impõe um caos do sentido de desagregar. E inevitavelmente mais
calcinatio e mais calcinatio, ao mesmo tempo o Todo amenizando, dando
todas as condições para que supere aquele aprendizado que tem que ser
aprendido e tudo isso girando ao mesmo tempo. De vez em quando, no
meio desta história toda, com tanta calcinatio, o ser lembra que existe
um ser superior e faz uma oração ou eleva o pensamento ou qualquer
coisa que ele pare para pensar no que ele está fazendo com a própria
vida. É a Sublimatio, ele pensa em algo a mais, em algo espiritual que
possa talvez, ter outra dimensão da realidade, outra realidade acima
desta. Mas tudo isso está entremeado nos quatro primeiros
procedimentos. E fica nisso, dezenas e dezenas de anos, 80, 100 anos,
volta de novo, mais 100 anos, volta de novo e de novo e de novo e
milênio outro milênio, outro milênio, outro milênio até que o ser cai em
si e descobre que a forma que ele está conduzindo a coisa não funciona,
pura e simplesmente, não funciona. Aquilo não é um castigo, o ser chegar
nesta conclusão é um tremendo avanço.
O ser começa a resignar-se de que existe um outro caminho possível
para ele. Isso normalmente acontece numa vida, lá na frente, depois de n,
em que teve bastante calcinatio e aí o fruto está amadurecendo, foi
amadurecendo, vida, após vida, após vida, após vida, ele foi
amadurecendo, amadurecendo, amadurecendo, então ele, digamos que ele
estava pronto para dar um salto, uma transformação de consciência e
numa vida x determinada, ele está pronto para começar a vida, começam
as calcinatio, ele vai, vai, vai, vai, vai mas chega uma hora que ele cai em
si, ele tem um insight, ele tem uma iluminação. Ele enxerga o que
alquimia vem falando há centenas de anos. Quando o ser enxerga que
pelo caminho que ele escolheu da imposição do ego não funciona, e que
aquilo gerou sofrimento e mais calcinatio, calcinatio, calcinatio sem
parar e a calcinatio não tem limite quanto mais semeia mais colhe, então
se a pessoa semeou pouca violência, ela colhe pouca violência, se semeou
muita violência, ela colhe muita violência, e cito violência só pra não
falar as infinitas possibilidades. Só resumindo num termo, num ato só,
mas vale todas as situações possíveis e imagináveis.
Quando a pessoa já entendeu que não é o caminho que ela está
seguindo e tem outro e que ela pode resolver o problema dos débitos, aí
ela está pronta para começar o procedimento da calcinatio, ela está
pronta para os outros quatro procedimentos. Mas só passa para os
últimos procedimentos, tem mais que oito, mas os quatro principais
últimos, ela só passa para esta fase quando ela já enxergou a realidade
nua e crua. Quando ela já reconheceu que o caminho da imposição do
ego não funciona.
Bom, neste ponto da história a solução começa. Até agora ela
acrescentou problema, problema e mais problema, agora ela pode
trabalhar na solução. Evidentemente que a solução, depois que o débito é
gigantesco, não é uma solução muito fácil.
Quando o ego está na primeira fase, os quatro do início, ele vislumbra
de vez em quando que existem quatro finais, então ele vislumbra que
chegará um dia ou que existe uma coisa chamada mortificatio. E aí ele
sabe que é uma situação difícil. Ele vê o saldo bancário cósmico e vê que
tem um débito gigantesco e que aquilo precisa ser resolvido mais cedo ou
mais tarde, passo a passo, uma gota por vez, mas terá que ser resolvido.
Mais cedo ou mais tarde.
No começo, o ser reluta de todas as formas, ele tem os vislumbres que
está errado, esse caminho não vai dar certo, mas quando ele olha para
frente um pouco ele vê que tem mortificatio, aí ele volta, deixa pra lá, “o
ano que vem eu resolvo ou na próxima vida” e aí ele deixa na próxima,
na próxima, aí mais, claro, cada vez que ele falar “a próxima vez eu
resolvo”, o problema aumenta e assim vai aumentando, aumentando,
aumentando, aumentando, até que um dia depois de tanta calcinatio ele
resolve falar, “então vou começar a pagar um pouco por vez”, ele pensa,
ele elabora seriamente a mortificatio. “Como que eu vou fazer isso?”
Bom, a Mortificatio tem suas próprias regras, não é algo que dá para
inventar jeitinhos de contornar ou de arrumar, ou forma mais
confortável, ou seja lá o interesse que o ego tem.
Quando a pessoa decide fazer isso, isto é, dá uma autorização, por
escrito de que quer fazer o pagamento parcelado da dívida, então entra
num programa de mortificatio. É como se você fosse num banco,
reconhece a dívida, eles fazem um refinanciamento e você assina um novo
contrato, refinancia tudo e pagará em suaves prestação etc., etc., começa
um novo contrato e esse contrato chama-se mortificatio.
Nunca esquecer que o Todo continua jorrando benesses em cima do
ser. Ele só chega nesta conclusão, que deveria mudar, por causa da
centelha divina que continua trabalhando para que ele aceite uma
sugestão, uma intuição, mas à medida que o ego suaviza um pouco, a
informação da centelha consegue penetrar na consciência. E ai ele resolve
fazer a mortificatio.
Como vai saldar aos poucos os débitos? É aquilo que já foi explicado
inúmeras vezes. Trabalhar, estudar, ajudar. Trabalhar, estudar, ajudar.
No máximo da capacidade do ser, da capacidade física mental, emocional
e espiritual. No máximo. Não é um dia por semana. Nem uma hora por
dia. Nem de vez em quando. Não! A fórmula, a regra que está lá no
contrato, não está em letras pequenas, está em letras garrafais, no
máximo da capacidade do ser, é isso que você assinou na reformulação
do contrato da dívida. E isso implica inevitavelmente em, quando chega
neste ponto da mortificatio, em estar no mundo e não ser do mundo.
Se alguém quer que você ande uma milha, você anda duas. Se alguém
quer a capa, você dá a blusa também. Se não querem ouvir que você pode
ajudar, bate a sandália, joga o pó fora, solta e segue em frente. Todas as
decisões de trabalho mudam a forma de ser quando a mortificatio está
em andamento. “Quanto que eu pago de salário para o meu funcionário?
Quanto eu deveria pagar de salário para ele? Como que eu devo tratar os
funcionários? Quais as condições de trabalho que eu devo pôr para ele? O
que eu devo exigir dele?” Etc. A pessoa que está na mortificatio, ela não
pensa mais como os demais. Ela está totalmente fora do mundo, fora do
paradigma vigente. Ela fará mais, muito mais que os demais. Se pagam
10 e ela pode pagar 20, ela paga 20, se ela puder pagar 30, ela paga 30.
Ela faz um máximo possível para ajudar os demais.
Mesmo quando ela é passada para trás, é roubada, as n possibilidades
que os humanos tem de prejudicar os outros humanos, então o ser que
está na mortificatio, ele mudou completamente a forma de ser em relação
à vida.
Ele, simplesmente, dá amor incondicionalmente. Quando ele é
atacado, ele dá amor incondicionalmente. Quando ele é prejudicado, ele
continua dando amor, incondicionalmente. Se chega aos ouvidos dele que
um funcionário fala barbaridades sobre ele e ele ajudando de todas as
formas o funcionário e mesmo assim o funcionário, fora da empresa,
xinga de tudo que se possa imaginar e reclama e... o que ele faz? Ele
demite o funcionário? Não! Não! Ele ajuda mais ainda o funcionário.
Por isso que mortificatio não é fácil. Não é técnica. Não é política,
não é jeitinho. A pessoa tem que ter passado por todos os problemas, por
toda calcinatio durante milênios, milênios e milênios, para, sinceramente,
aceitar que fará a mortificatio.
Existem dois tipos de mortificatio. Uma que é consequência dos
débitos todos, então aquilo foi acrescentando, acrescentando e vira uma
montanha e a o outra o serviço prestado aos irmãos. Não deixa de ser
mortificatio. Viver numa choupana, numa cabana, num barraco no meio
do mato com mínimo de comida, com mínimo de roupa, e só ajudar,
ajudar e ajudar, é castigo? Não! É mortificatio, mas a serviço dos irmãos,
então, neste caso, não existe débito, ele veio para prestar um serviço.
Nem sempre estar passando por uma mortificatio significa débitos, pode
significar mais créditos. Se você passa pela mortificatio, sem dever, você
acrescenta créditos. E é por razão que foi falado há 2 mil anos atrás: não
julgueis. Ponto. Não julgueis, por quê? Porque não tem a informação
toda. Só por isso. Sem ter a informação toda, de todo o passado, uma
vida/outra vida, barra, barra, barra, barra, qual o saldo? Débito/crédito.
Sem saber isto, qualquer julgamento, é apressado. Pode ser injusto. Nem
sempre aquele que está passando por uma mortificatio forte está devendo
alguma coisa, ele pode estar passando por aquilo para que os demais em
sua volta aprendam uma determinada lição. Talvez ele tenha se oferecido
como voluntário para passar por aquele problema para que os outros,
convivendo com aquela situação toda, aprendam.
São infinitas as maneiras de se administrar isso da forma mais
benevolente possível. É lógico que um débito gigantesco, por mais
irrisória que seja a parcela paga mensalmente ao banco, ela pode ter um
valor significativo. Por quê? Porque o débito é uma montanha, é algo
indescritível. E só pode ser saudado com a ajuda, com a benevolência,
com a generosidade do Todo. Mas o débito tem que ser saudado até o
último centavo. Não adianta ter nenhuma visão romântica da coisa de
que haverá um jeitinho, porque não tem jeitinho.
E também não se deve ter ilusões de que uma prestação pequena no
novo contrato é tudo aquilo que terei que pagar, ou ficarei pagando
aquela prestação minúscula para o resto da eternidade. Não! A medida
que o tempo passar e que a capacidade de consciência, o estado de
consciência da pessoa aumentar, a compreensão aumentar, ela pode pagar
um valor maior por mês.
Quando se olha uma barra atrás, ou duas, e se vê que aquela pessoa
teve escravos, por exemplo, e se vê como aquela pessoa tratava os
escravos, com a máxima crueldade possível, e hoje ela tem pequenos
problema, coisas minúsculas, pode-se pensar que o sistema é injusto. Um
débito gigantesco e uma prestação ínfima aqui. Como se dizia
antigamente, ledo engano, esta prestação está deste tamanho hoje, mas
amanhã ela será imensa, daqui umas duas barras, maior, e assim
sucessivamente e isto não é injusto, não é castigo. E não é para
desmotivar ninguém. O futuro não é negro. É luz! Mas à medida que
pessoa expande a consciência, ela tem mais consciência do débito que
causou.
Veja bem, aquela vida na qual ela teve os escravos e mandou tortura-
los e etc., com todos aqueles indescritíveis instrumentos usados para fazer
com que o escravo aceite ser escravo, naquela vida a pessoa acha que
aquilo é normal. Depois de uma barra (vida), ela pode ter já uma certa,
um sentimento de culpa, um remorso, muito leve, de que talvez tenha
sido errado tratar os escravos daquela forma. Talvez. Passa umas duas
barras (duas vidas), aí a pessoa pensa assim, “espera, realmente a gente
não deveria ter tratado eles deste jeito”, mas mais umas duas barras, “é,
realmente eu fui cruel com os escravos”, neste ponto que ela já reconhece
que foi cruel, e a prestação já está maior e a pessoa já reconheceu que foi
cruel com os escravos, ela já acha que uma prestaçãozinha deste tamanho
está mais que justa, “não tem problema nenhum, as primeiras barras, eu
vou ter que pagar isso aqui por mês?” Mas depois de um tempo que a
consciência está expandindo e que a dor do outro está doendo nela...
Vocês sabem que todas as consciências estão interligadas, existe uma
psique só no Universo, então é só a benevolência do Todo que impede que
haja uma transferência de informação do escravo, que está sofrendo, para
ela que está mandando tortura-lo, é só uma benevolência do Todo que
está impedindo que aquela informação trafegue. O spin de uma partícula?
Duas partículas emaranhadas? Elas vão uma para cada lado do Universo,
mexeu nesta, esta responde. Instantaneamente. Seja a distância que for no
Universo, mais veloz que a velocidade da luz, portanto, quando a pessoa
mandou torturar aquele escravo, ela criou um emaranhamento quântico
com o escravo. E n escravos. Ela criou. Existe um vínculo impossível de
ser equacionado enquanto o débito não for pago.
Então, daquele tempo, a pessoa acha que uma prestação deste
tamanho está mais que certa, está tudo certo, está ok. Bom, passa mais
uma barra, a consciência se expandiu, então a pessoa pensa, “não, mas
isso aqui, estou pagando pouco, porque eu fui cruel demais”, então vai no
banco, “quero pagar mais“”, aí o banco, “vamos fazer um novo
contrato”, faz um novo contrato, sua prestação mensal será maior e a
pessoa sai felicíssima. Ela já sabe que a dívida que tem é incomensurável,
e que se o banco está cobrando só isso por mês, por benevolência do dono
do banco, aí o tempo vai passando, então as prestações tornam se
gigantescas e a pessoa está feliz da vida, porque está podendo pagar as
prestações.
Isso chama-se mortificatio. Quando se fala na generalidade do texto
legal que a pessoa deve fazer o máximo que ela puder, esse máximo é
algo enorme mesmo, não é uma hora por dia, são 24 horas por dia, sete
dias por semana, 365 dias por ano, décadas e décadas e milênio e milênio
e milênio até que a dívida esteja paga. Quando o ego vê, percebe uma
coisa desta, no outro, não nele, no outro o ego fica horrorizado. “Eu não
quero saber desta coisa de mortificatio de jeito nenhum, isso é pavoroso.”
Então ele continua na calcinatio, um dia ele chega lá. Mas para quem já
expandiu o suficiente para aceitar que deve começar a pagar uma
prestação grande por mês, sem problema nenhum, porque neste nível da
história a pessoa já não tem mais resistência a pagar o débito, ela já está
na resignação. Aquela nossa irmã não aceita, mas aí quando ela aceita e
vai pagar por mês é porque já está resignada. Resignação não é algo
negativo, é positivo, é que reconheceu o erro, o quanto fez os demais
sofrerem. Se vocês vissem estes seis mil anos de histórias, as milhões de
pessoas que fizeram maldades e são milhões e milhões e milhões, o prato
da balança é enorme.
Assim, quando se olha hoje e se vê que tem calcinatio sobrando, pela
face da Terra, nada mais justo em função dos seis mil anos anteriores. É
possível resolver isso o mais rápido possível com mortificatio. Não existe
outro jeito. Na medida da suas possibilidades. Simples.
Você pode dar 10? Dá 10, o outro pode dar 100? Ele dá 100, o outro
pode dar cinco milhões? Dá cinco milhões. Ninguém vai pedir que quem
tenha 10, dê 20, não! Mas ele tem que dar 10. É no limite da capacidade
mental, física, espiritual do ser, no limite, no máximo.
Isso tem consequências práticas imensas. Em todas as áreas. A questão
não está, “eu posso pagar 10, ou 15, ou posso 20”, aí que está a questão,
ou em que situação que eu agarrei o 10. Não! É na mesma situação em
que você está hoje.
“Eu vou sair, vou no Tibete ser um mendigo, vou pro monastério.”
Não! Não é para fazer nada disso, não é para fazer nenhuma loucura,
não é para mudar a vida que está tendo, não é para fazer nada insano.
“Vou virar faquir, vou dormir na cama de pregos” e assim por diante,
não é para fazer nada disso, mortificatio não é uma coisa na carne. Não é
uma coisa na carne. Se fosse assim era muito fácil, mortificatio é no ego.
É o ego que tem que pagar a dívida.
Por exemplo, eu estou numa família e os filhos são rebeldes, é uma
turbulência, eles estão na adolescência. Ter a maior paciência possível
com os filhos. É simples. Orientá-los, educá-los, ajudá-los etc. De todas
as formas possíveis e imagináveis com toda a paciência possível do
Universo.
Na empresa eu tenho um chefe que me persegue, e etc., é um chefe
insuportável, o que você tem que fazer? Trocar de emprego? Não. Não
precisa trocar de emprego, no outro emprego também terá um chefe
assim. Lembra? Calcinatio, a dívida? Não tem jeitinho, não vai resolver o
problema saindo daqui pulando para cá, “aí eu dei um salto e dei uma
ajeitada na mortificatio”, não existe isso. Vai trocar de chefe, vai trocar
seis por 12? Não! Vai trocar seis por três. Vai ficar pior ainda. Existem n
situações, isto é um generalização, ok? Eu não estou falando para
ninguém trocar de empregado, nem não trocar de emprego. Ok? É
preciso ter bom senso, raciocínio para entender qual é o espirito da coisa
que eu estou falando.
Mas, o que é mortificatio? É a tolerância, é a paciência, é a boa
vontade, é ajudar de todas as maneiras possíveis e imagináveis. Estudar
sem parar, porque é pelo conhecimento que se chega na iluminação. Não
só pelo amor, amor é fundamental. Mas é preciso ter conhecimento para
saber aplicar o amor corretamente.
Saber quando é um abuso, e quando não é. Porque pode abusar do
amor incondicional, é lógico, né? O ego tem mil maneiras de levar
vantagem, de passar para trás de prejudicar etc., etc., etc., então é preciso
estar bem consciente dos pesos e medidas para saber quando uma coisa é
uma coisa, quando outra coisa é outra coisa.
Essa capacidade de diferenciar citada acima vem inata, com a
iluminação, com a mortificatio. Estas duas coisas andam juntas,
iluminação e mortificatio. Caso contrário, se fosse só mortificatio, aí é
outro departamento. Aí seria um masoquismo, a pessoa gosta de sofrer.
Isso não é mortificatio. Se a pessoa gosta de sofrer, ela não está pagando
débito nenhum, atenção para isso. Se ela gosta de sofrer, ela não está
pagando débito nenhum. Mortificatio tem que ser uma coisa que dói.
Que tira da zona de conforto. Se não tirar da zona de conforto, não é
mortificatio.
Na Idade Média era comum ver cadáveres em putrefação.
Decompondo ao céu aberto. Guerras e mais guerras e mais guerras.
Numa situação desta, a pessoa tem uma outra visão da vida, outra visão
de mundo, ela vê aquilo em que ela também chegará um dia, a estar
naquela situação. Essa visão, essa consciência é como ir num velório, faz
uma grande transformação na vida da pessoa, na consciência da pessoa,
porque ela é obrigada a ver o fato concreto na frente dela.
Inevitavelmente, daqui a x tempo, todo ser biológico passa por uma
situação assim, então ela repensa muita coisa na vida. Isso naquela época
era algo extremamente chocante, você via a putrefação a cores. Hoje em
dia praticamente ninguém vê isso na face da terra, com raríssimas
exceções. Hoje em dia você vai num velório alguma hora ou o mínimo
possível, e pronto, joga na caixinha, põe no arquivo e esquece, e segue a
vida. É claro, não é para ficar tendo uma visão mórbida da vida, nem
ficar cultuando a morte, mas ter em conta que no final de uma barra é
inevitável uma troca de vestimenta, é altamente salutar para evolução do
ser. Saber que um dia troca de roupa, mas que tudo continua é muito
interessante. Tudo continua, sai desta roupa, mas a consciência persiste.
Uma parte dela pode continuar sendo, a menor, pode continuar sendo
atenuada, ou esquecida temporariamente, isso ocorre porque se o ser
souber o tamanho da dívida, ele não quer pagar. É melhor ele não saber
quanto que deve e achar que pagando um valor por mês ele resolve o
problema. Na hora que a consciência expandir, ele já sabe que tem que
pagar um valor por mês, depois outro valor e assim por diante. Daí ele
paga de boa vontade, de livre e espontânea vontade. Nesse mundo
terrestre, fazer a mortificatio é algo extremamente desagradável. É lógico.
Quem em sã consciência do ego acha que trabalhar para ajudar, estudar
para ajudar, e ajudar para ajudar, é o necessário? É indispensável?
As consequências práticas disso, num meio que não se partilha da
mesma opinião, são óbvias. Imagine quando todo mundo falar para
retaliar, pagar o mal com o mal, e você falar que não é assim, que tem se
fazer o bem para que essa pessoa aprenda.
A Calcinatio não fica sob seu comando, sob sua administração. O
Universo administra tudo isto, não é você que imporá a calcinatio no ser
que te prejudicou. Por isso foi dito há dois mil anos atrás: “amai vossos
inimigos”. Amar os amigos é a coisa mais fácil que existe. Isso qualquer
um faz. Agora ajudar aquele que te prejudica, isso é evolução. Isso vai
contra todas as regras de convivência entre os egos. Todos contra todos.
Mesmo quando se é prejudicado, deve-se ajudar. A balança é controlada
por outro departamento. Não cabe a nós fazermos justiça com as própria
mãos. Nossa parte é ajudar, ajudar e ajudar. E soltar. Ajuda e solta.
Para chegar neste ponto, é preciso muita calcinatio ou reconhecer a
imensa solutio que o Todo derrama. Não precisaria ter calcinatio
nenhuma, praticamente, basta que o ser reconheça a benesse que recebe
sem parar, imensa. Se a pessoa parasse para avaliar, para analisar o
quanto que o Todo está ajudando, todos os problemas seriam resolvidos.
Se ela entendesse isso, ela pararia de reclamar. Pararia de resmungar, de
fazer birra, de sapatear, de rolar no chão. E resmunga, resmunga,
resmunga e resmunga. Bastaria entender isso. Mas para isso é preciso
sentir. Como que o ser pode sentir algo que, dentro dele, é pequeno e que
ele está recebendo um pacote grande? O ser faz uma projeção. Ele recebe
um pacote enorme, mas pensa que ganhou uma coisinha pequena. Ele
acha que aquilo não é nada. “Não é nada, eu estou com um problema.” A
pessoa não pensa no quanto de mais problema ela poderia estar tendo,
em função do débito, e que só está recebendo pequenos problemas graças
a benevolência do Todo. O Todo está ajudando a pessoa a evoluir e
quitar o débito que já veio com desconto. Não está sendo todo cobrado
tudo o que a pessoa deve, está sendo cobrado uma parte, porque se for a
cobrar o que está no débito, seria impagável. Impagável.
Por uma simples fórmula, vamos supor o seguinte. O ser humano tem
um sistema nervoso central com toda aquela ramificação bioquímica
elétrica. Aquilo tem uma capacidade x de passar uma corrente eletrônica
ali dentro. Além daquilo, pifa, entra em pane, enlouquece etc. É por isso
que toda tortura funciona. No começo a pessoa acha que vai resistir, mas
depois que bateu, bateu, bateu, bateu, chegou no limite do sistema
nervoso central para assimilar aquilo ali, os nervos esfrangalham e a
pessoa cede. Muito bem. Vamos voltar. Você tem um sistema nervoso
central com a capacidade X. Vamos supor que numa das conquistas ao
longo da história você participou de uma matança, e matou umas 1.000
pessoas. Soma os mil. Soma mil sistemas nervosos centrais. Imagina. A
dor, a dor de 1.000 sistemas nervosos. Não de uma pessoa, mas de mil.
Você já imaginou a carga eletrônica desta dor de 1.000, que tem de entrar
no seu sistema nervoso central? O que tem que ocorrer para você não
sentir a dor que você causou em 1.000? Está somado. Mas você pode
falar, “tudo, eu quero que entre um por vez.” Um por vez vai levar não
sei quantos milhões de anos, depois não sei quantas barra, barra, barra,
barra, a pessoa já está disposta a fazer a mortificatio. Mas ainda está
faltando, porque, “espera um pouco, só passou 20 até agora, tem mais
980.” Se passasse os 1.000 de uma vez só no sistema nervoso central,
desintegraria, deixaria de existir.
O átomo tem os elétrons rodando em volta, em órbitas determinadas,
é onde ele tem que ser, não é onde ele quer.
Se numa frequência certa um fóton colide com elétron, o que os físicos
dizem? Esse elétron fica excitado, então ele salta para uma órbita maior,
ele está todo energizado. Em vez de fazer uma órbita pequena, ele faz
uma órbita grande. Só que ele desaparece de um lugar e aparece em
outro, o salto quântico, some e aparece. Durante um certo tempo ele fica
na órbita grande, gastando energia, aí chega uma hora, ele perde um
fóton, o fóton vai embora, não é aquele que entrou, é um outro, vai
embora, ele sai desta órbita grande e vai para órbita pequena, que é o
normal dele. Um fóton que colide no elétron faz com que ele salte de
órbita, um fóton. É uma partícula, uma onda que está saindo da
luminária. N estão saindo o tempo todo, mas unzinho que bateu no
elétron e o elétron dá um salto. Agora você imagine se bater 1.000 fótons
no elétron e você imagine se a dor daqueles 1.000 que você matou,
passasse ao mesmo tempo pelo seu sistema nervoso central. Desfaz. É por
essa razão que tudo isso é administrado e você não lembra, a memória é
pagada temporariamente. Entra uma prestaçãozinha por mês e o débito
vai sendo resolvido ao longo do barra, barra, barra (vidas). Vai chegar
uma hora que você aceita pagar um dívida deste tamanho por mês e
depois uma outra, depois uma montanha, e está tudo certo e aí um dia
está resolvido. Porém, muitas vezes a pessoa resiste, o ser resiste a
compensar de qualquer forma. Ele persiste, “não, eu fiz e continuo
fazendo, e se tiver jeito faço de novo e faço mais.”
Ego é isso. Infinitas possibilidades, então, mesmo sabendo que causou
tudo isso “eu faço de novo, se puder”. Enquanto o ser que pensar assim,
ele está livre de uma maior conscientização, pois ele não enxerga. À
medida que vai evoluindo, o sujeito enxerga, então ele resolve pagar
mais. Aquele que ainda não enxergou, ele fala eu faço tudo de novo, mas
se o fóton luz bate no elétron, ele ganha energia e salta. Ele tem um nível
maior de consciência, ele estava numa órbita pequena agora está numa
órbita enorme, ele ganhou mais consciência ganhou energia, vibração,
consciência.
Se esse ser que fala que “eu faria tudo de novo e até mais”, receber um
lotezinho de fótons, uma luzinha, um laser na consciência, aquilo pula.
Um fóton, vocês imaginem. Imagine um laser! Entrou luz nas trevas, o
que acontece com as trevas? Somem, claro, somem, acende a luz na
parede, iluminou o ambiente, estava tudo escuro, agora tem luz. Então
quando a luz entra na consciência, uma dosesinha deste tamanho,
infinitesimal, mas dentro da consciência ilumina tudo e aí enxerga. Quer
queira ou quer não queira, enxerga.
O Universo é luz, não dá para ficar nas trevas dentro do Universo,
mais cedo ou mais tarde, a luz entra em tudo que for lugar. Isso é
inevitável, é assim. Tem coisas que são assim, não é o achômetro, “eu
queria que fosse diferente”, queria, mas não é assim. A lei da gravidade
se você soltar cai, solta, cai, solta, cai. Não tem como escapar disto, é
assim para o bem estar de todos, nenhuma destas leis foi criada para
fazer sofrer, pelo contrário, é para ajudar, para que sejam felizes.
Qual é o objetivo final do Universo? Que todos sejam felizes, alegres,
felizes, produtivos. Um ajuda o outro, o outro, o um, todos se ajudam. É
simples, na verdade, é extremamente simples. Um ajuda o outro, que
ajuda o outro. Uma troca, pura e simples. Mas isso, por incrível que
parece, é algo muito difícil de se fazer com tantos egos interagindo.
E o que acontece com nosso amigo que teve a luzinha expandida na
consciência dele? Quem já passou por uma situação que reconheceu um
remorso, por exemplo. Um parente seu faleceu e aí você se lembra de que
poderia ter feito mais, poderia ter ficado mais junto, poderia ter ajudado,
poderia ter convivido, poderia, não é? Infinitos poderia. E a pessoa não
está mais, e acabou, e está enterrado. Aí vem o remorso. E aí a pessoa
chora e chora, chora e chora, chora e chora. E para curar isso precisa de
amor e amor, amor e amor. Mas imagina o ser que a luz entrou e agora
ele enxerga, tem consciência. Imagina a reação. Imagina a dor do ser que
sente isso, porque ele enxergou uma pequena parcela. Isso porque está
sentindo muito pouco da dor dos 1.000. Porque se sentisse a dor dos
1.000, enlouqueceria. Por que isso mais cedo ou mais tarde acontece?
Porque o Universo é luz, o Todo é luz, o Todo é amor, não há como
escapar desta situação.
O Todo é tudo que existe, não tem nada para fora dele. Não tem
fronteira, não tem para onde sair. Isso simplesmente é um fato
irrecusável. Se leva milhões de anos para aceitar, paciência, mas esse é o
fato, quer se queira ou não. Não tem como ignorar isso, isso é um fato.
Mais cedo ou mais tarde, a luz entra em qualquer lugar que seja do
Universo. A luz, o fóton caminha por si só, é luz. O Todo quer o bem de
todos, ele não tem como evitar isto. Vê se fica claro isso, Ele não pode
fazer algo contra a própria essência dele. É Todo poderoso? Sim! Menos
fazer algo contra ele mesmo, então se o Todo ama, Ele não pode deixar
de amar, as consequências dos atos dele são inevitáveis, ele vai amar,
então vai amar todas as criaturas que ele emanou. E quando Ele ama, o
que ele quer? Quer que fique feliz, alegre etc., etc., tem que sair das
trevas e pôr luz no ser, mesmo que seja uma luzinha, mas uma luzinha,
pelo menos já começa alguma coisa.
Então o que o Todo faz? Inevitavelmente Ele porá luz no ser, mesmo
que seja um fóton, mas um fóton que entrou na consciência faz uma
explosão enorme, porque o elétron salta da órbita. Depois o ego pode
fechar tudo de novo, encapsula a centelha de novo, concreta tudo e tudo
como dantes, tudo bem, desta vez passou. Mas entrou um fóton, botou
luz o sujeito teve uma visão, mas ele conseguiu resistir e tudo bem. Desta
vez. Mas chegará uma vez que serão dois fótons, três fótons, um milhão
de fótons. E não tem como evitar isso. Além do que, ainda tem as ações
das pessoas que amam o ser, esse ser que matou mil tem mãe, tem pai,
tem avô, tem avó etc., então tem um povo que gosta dele, que o ama,
apesar dele ter matado mil, e o que faz esse povo que gosta do ser?
Manda luz, reza e ora por ele. E vocês já sabem, quando faz oração,
quando reza, o que acontece em termos de física? Vai luz. O esotérico
fala, manda luz, o outro fala, eu oro, o outro fala que reza, o fato é o
mesmo, vai luz.
O ser tem como evitar que a mãe dele o ame? Não tem. A mãe vai
falar “meu filhinho querido”, né? E manda amor para o ser, manda fóton
nele, luz. Como que ele vai evitar isso aí? É por isso que mais cedo ou
mais tarde, entra luz no ser de qualquer maneira, ele não tem como
escapar disso, “ai, o Todo está me mandando luz e está me torturando”,
não! O Todo não está mandando luz, é a sua mãe que está mandando luz
para você. Não adianta você falar para mamãe não mandar luz que “eu
não quero que você me ame”, não adianta, a mãe ama o filho. O pai ama
o filho, o irmãozinho ama o irmãozinho e aí? E fora disso ainda tem os
seres que evoluíram e que mandam amor incondicional para o Universo
inteiro, estes não são nem parentes, nem conhecidos, nem coisa nenhuma,
mas como eles já tem amor incondicional, eles mandam luz, para o
Universo inteiro, então chega luz lá nas cavernas, do amor incondicional
de um sujeito de uma galáxia distante. O ser que está lá mandou luz, aí
entrou no planeta Terra, lá na caverna, luz, aí a consciência do nosso
amigo expande, aí ele é obrigado a fechar de novo, entrou mais luz, abre
fecha, abre fecha, é muito insuportável isso. Tem jeito? Tem, claro. É só
pedir ajuda. Se o ser pede ajuda ele transcende isso, sai desta situação,
todo mundo ajudará, ele vai se recuperando, e nos barra, barra, barra, da
vida lá na frente ele começa a pagar uma coisinha pequena, igual a toda
esta história que citei acima.
Começa pequeno, tranquilo, não precisa ficar preocupado. “Vou ter
que pagar uma montanha”, sim, mas não é de uma vez só, é algo pequeno
por vez. Mas se o ser não quer pagar nem esse algo pequeno? Aí ele fica
no ego e adia a mortificatio para a próxima vez ou para daqui umas 100
vezes. Ele só esquece que cada vez tem calcinatio, calcinatio e calcinatio e
não é castigo, é assim que funciona e por que é assim que funciona?
Porque o Todo é amor. O Todo não tem como ser diferente, é simples.
Não tem o que fazer. Esta é a questão. Estamos inseridos num sistema
gigantesco em que a base dele, o tijolo da existência, o bóson de Higgs
que emanou do vácuo quântico que é amor. Por todo lado que se for é
amor. Não tem para onde fugir disso. A melhor forma é aceitar a
realidade, nua e crua. É amor e pronto, e vamos conviver e viver de amor.
Pronto. Aí entra em fase com o Todo e está tudo certo, o máximo
possível, certo? Claro, harmônico do Todo.
Então, alquimia é difícil? E praticamente ninguém quer saber de
alquimia, por causa disso. Nos primeiros quatro procedimentos eles
enxergaram até aqui, tranquilo, mas quando viram que era inevitável
mortificatio, de livre e espontânea vontade, a questão é se não é
calcinatio, aí os alquimistas pensaram “isso é uma pílula demais para as
pessoas engolirem, vai ser pouca gente, por vez será pouca gente”. Se
você pegar os sete bilhões e ver quem tem interesse numa alquimia
consciencial, pouquíssimos. Pouquíssimos, 0,00000.
É uma pílula amarga para quem não chegou no nível de entender isso.
Pergunta para os que estão ajudando no mundo deste lado e estão do
outro lado, “se para eles existe mortificatio”. Isso é só na cabeça das
pessoas que ainda não chegaram num patamar x do ajudar, ajudar,
ajudar, ajudar, o que é a mortificatio. Quando se expandiu consciência, a
coisa inverte, é amor incondicional, não existe conceito de mortificatio
mais para este ser, ele só dá amor incondicional que o Todo passa através
dele, só, não tem sofrimento, não tem castigo, não tem tortura, não tem
nada disso. Ele faz o que tem que fazer, cada um numa situação, um tem
que cuidar de um doente que está há anos e anos numa cama, um parente
tem que trabalhar mais para cuidar dos filhos, são n situações. O ser faz
isso por amor incondicional. Não é mortificatio para ele.
Precisa ficar bem claro isso. Esse conceito, tem que explicar. Como
falar de alquimia se não falar disso? Tem que falar isso vai ser assim,
assim, assim, vai ter essas consequências e para sanar a coisa é preciso ter
o trabalhar, ajudar, estudar. E isso não é nenhum castigo, nenhuma
tortura, quanto mais se trabalha, mais se realiza e realização dá
satisfação pessoal, você só ganha. Quanto mais você trabalhar, melhor
você fica.
Não é castigo, quanto mais estuda mais inteligente você fica, só está
ganhando, quanto mais você ajuda, mais ajuda você recebe. Portanto,
qualquer que seja destas três coisas, você só está ganhando. Isso não é
sacrifício. Mas para aquele que começa e olha o relógio, se está na hora
de ir embora, aí é complicado, é sacrifício. Aí julga que aquilo é ruim
para ele. Mas na verdade é uma tremenda oportunidade dele desenvolver
a capacidade que ele veio aqui expandir.
Tem uma outra questão. Quando a pessoa tem a calcinatio forte, na
verdade, muitas vezes, é nesta hora que a pessoa está baixando realmente
na Terra. Que ela está aterrando mesmo. Muitas vezes a pessoa só baixou
de vez aqui para fazer o que veio fazer com calcinatio, às vezes uma coisa
leve não produz esta decida do espírito na Terra, a encarnação mesmo. Às
vezes é só com muita calcinatio que isso acontece, então, aquilo de fora
olhando, pensa-se “que calcinatio terrível que o sujeito tem”, não é isso,
aquilo é o que e necessário, é a dose necessária para que ele aterre, e aí
ele pode fazer o que ele veio fazer.
Se a flor não aterrasse completamente, ficaria semente e morreria.
Semente. E não chegaria essa beleza. Semente que não quer germinar.
Semente só produz frutos se ela aterrar mesmo. E as vezes os humanos
precisam passar por calcinatio para poder aterrar, porque vê a realidade,
enxerga a realidade total. “Bom estou aqui, agora o que eu faço? O que
eu vim fazer, de onde eu vim, para onde eu vou?” A pessoa questiona,
questiona, aprende, bom, então vou fazer. E quando ela decidiu, vou
fazer, mesmo que seja inconscientemente, é a mortificatio. Portanto tudo
está dentro de um plano maravilhoso que provê o crescimento e a
evolução de todas as criaturas do Universo.
De qualquer maneira todo o ego, mais cedo ou mais tarde, tem que se
defrontar com uma decisão, vai crescendo, crescendo, expandindo, os
quatro primeiros procedimentos, mas chega uma hora que a pessoa tem
que tomar uma decisão se continua para frente ou continua no mesmo
lugar.
No filme que estava em cartaz, Alien Covenant, existe, eu não vou
contar o filme, mas a mensagem é importante, existem dois androides
praticamente idênticos e eles tem visões de mundo diferentes, eles pensam
diferentes, são seres diferentes, embora sejam extremamente parecidos.
Eles se encontram na história, se enfrentam e há uma luta de vida e morte
entre os dois androides. Vamos dizer que um é do lado da luz e o outro é
contra. O outro, bom, nesta luta de vida e morte, faz a seguinte
afirmação para o outro androide: “irmão agora você tem que escolher se
você vai servir no céu ou reinar no inferno.”
VI. Coletivo alquímico

Coletivo alquímico ou dinheiro e alquimia.


Neste capítulo falaremos de um coletivo alquímico, e como funciona
isso? Duas ou três pessoas que decidem fazer algo juntas ou se ajudar, só
que não são duas ou três pessoas sem um salto alquímico. Se uma pessoa
já é capaz de fazer um trabalho gigantesco, como Jung, Campbell,
imagine duas ou três pessoas assim reunidas no mesmo trabalho.
A questão que dificulta duas ou três pessoas trabalharem juntas, são
os sentimentos, de ciúme e inveja. Ciúme e inveja paralisam qualquer
possibilidade de trabalho conjunto, de realização, de harmonia, de paz,
de progresso e aí que entra a alquimia. Sem transcender essa questão de
ciúme e inveja é impossível que duas ou três pessoas possam fazer algo
juntos.
É por isso que sociedade é tão complicada. Surge uma disputa de que
um está recebendo mais que o outro, um está trabalhando mais que o
outro e assim por diante, e esta é a dificuldade que existe numa empresa,
digamos patriarcal, em que houve um fundador, um empresário, uma
pessoa que tinha dom de empresariar e depois que ele vai embora,
doença, idade e falecimento, torna-se um problema enorme, o
gerenciamento familiar disso.
O dom de empresariar não é uma coisa banal, não é uma coisa que
nasce sem parar, é um dom, é uma vocação, então são poucas pessoas na
prática que tem essa capacidade de empreender. A visão do empresário, a
capacidade de sentir quais são as oportunidades do momento e as
próximas oportunidades que aparecerão, fazer uma avaliação rápida e
mantê-la.
O que difere o empresário de sucesso dos demais é essa capacidade de
avaliar uma situação rapidamente e manter a decisão tomada. Se a pessoa
fica pensando, pesando, analisando aquilo e não chega a nenhuma
conclusão, não toma nenhuma decisão, dificilmente algum negócio pode
ser empreendido dessa forma, porque a dinâmica dos acontecimentos, a
dinâmica da mudança, seja para que lado for, é tremenda, é alucinante. O
Universo muda segundo após segundo, não tem nada estático, nada está
garantido, tudo está em mudança, em inovação ou em destruição criativa,
como fala o economista austríaco, isso acontecerá de um jeito ou de
outro, mesmo que haja n leis protecionistas, isso só atrasará o progresso.
A destruição criativa terá que acontecer.
Se um determinado negócio não é mais bem administrado, qual é a
lógica consequência disso? O negócio tem que desaparecer. É lógico. Se
não existe produtividade, como que algo pode perdurar sem produzir
nada? Então é altamente salutar que de vez em quando haja uma
destruição criativa, como o caso dos dinossauros. Senão até hoje os
dinossauros estariam aqui e nós não. Para que possa haver evolução é
preciso que haja mudança sem parar. Pois bem, e o dom de administrar a
mudança? Esta capacidade de sentir tudo que está acontecendo e saber
exatamente o que vem a seguir, o que acontecerá a seguir e onde estão as
oportunidades e qual é a forma correta de conduzir o negócio, quais as
decisões que tem que ser tomadas em todas as áreas do negócio... Um
empreendimento não tem um só departamento, tem n departamentos,
controle de estoque, produção, comercialização etc., etc.
Administrar um departamento deste já é um desafio, um, agora o
empresário tem que administrar todos os departamentos ao mesmo
tempo e fazer com que trabalhe em harmonia, senão cada um quer só
produzir e fazer aquilo que interessa para ele.
A produção quer produzir o que interessa para ela, as vendas querem
vender o que interessa, e não bate uma coisa com a outra, o que você
vende não é produzido e vice-versa. Quem empresaria, seja o tamanho
que for, e essa é uma questão interessante, o tamanho que for, desde um
pequeno empreendimento até uma multinacional gigantesca, os
problemas são basicamente os mesmos. É só uma questão de tamanho,
mas a complexidade de tocar um pequeno empreendimento, em termos de
decisões pessoais do empresário, é a mesma.
Por exemplo, tem uma pessoa que está fazendo um produto infantil
excelente, tudo, o produto, o preço, tá tudo ok, porém se você entra num
dos buscadores que tem na internet, e digitar o tipo de produto, por
exemplo, lírios, você não acha o produto. Em termos de marketing
digital, você não acha o produto, porque existe o lírio e existe um lírio
específico de uma marca X.
Se você digita, estou procurando um lírio mais ou menos de um certo
jeito, é lírio, não aparece pela tela e não aparece o lírio X, e o lírio X é
excelente, é um produto inovador, é um espetáculo e não aparece,
somente quando você digita o nome do produto, então o lírio x aí
aparece. Este tipo de falta de divulgação é crucial, é vital, você tem um
produto excelente, tem a produção, mas você não consegue vender,
vende-se pouco, quando poderia vender muito. Por quê? Porque ninguém
sabe que existe o produto, mesmo que a pessoa digite lírio, não aparece o
produto e quem é que vai descobrir? Como que vai descobrir que o nome
do produto é X? Como? Só quem já conhece, então o que deveria ser um
facilitador tremendo, você ter um marketing digital, você ter um banco
de dados, como tudo que existe está dentro daquele banco de dados,
deveria ser extremamente fácil vender, mas acontece que a pessoa busca e
não acha o produto X.
A não ser que ela saiba que produto existe e ela digita, aí aparece.
Então vocês veem que tocar um empreendimento não é uma coisa tão
simples, você pode acertar no produto, você pode acertar na produção,
todas as outras áreas, mas você não acerta em vendas e você está
tentando vender, mas não vende, por quê? Porque há uma carência de
divulgação no marketing digital.
Um outro produto, vestuário feminino, a mesma coisa, o produto é
excelente, tem a produção pronta, tem a divulgação excelente, quer dizer,
milhares e milhares de pessoas ficam sabendo que o produto existe, e não
há venda, por quê? Porque quando se faz uma investigação para descobrir
o porquê aquilo não vende, descobre-se que o software que está fazendo a
venda não fecha a venda, a pessoa não consegue comprar, então você
pode ter milhares de pessoas tentando comprar, e não consegue, então,
por mais que tudo esteja certo, aí gera uma incógnita total, o que será
que está dando errado? E esse que tá dando errado, não é resolvido, não é
descoberto enquanto a pessoa certa não é contatada para fazer a pesquisa.
Isso é a questão do Coletivo Alquímico.
Como que uma pessoa não consegue descobrir onde está o erro e outra
pessoa descobre o erro? É porque a pessoa que descobre o erro já deu os
saltos de percepção, saltos de consciência, a pessoa já enxerga a realidade
de outra forma, um a visão está pequena, e o outro a visão está grande.
Esta capacidade de ver o que os demais não veem, não percebem, é
crucial nos negócios. Existe um mundo das aparências, a terceira
dimensão, em que você tem níveis de percepção de significado da
realidade. A pessoa que não tem maiores percepções, capacidade de
percepção, ela enxerga um determinado nível, primeiro nível da
realidade, ela não vê padrões, ela olha uma avenida e vê carro passando
para lá e para cá, mas ela não enxerga que tem um padrão, por exemplo,
um padrão de fechamento dos faróis, então a avenida toda está
congestionada, todo dia, anos e anos assim, por quê? Porque os faróis
não estão sincronizados corretamente.
Quem olha só carro pra lá e carro pra cá, não percebe que falta um
sincronismo nos faróis para que o transito fluísse. Isso já teria um
segundo nível de percepção, acontece que no Universo nós temos vários e
vários níveis de percepção, significados, quando você lê um livro você
tem o primeiro nível de significação que você entende. Algumas pessoas
ficam só neste primeiro nível, depois tem um segundo nível mais
profundo, quando você lê a segunda vez, você percebe, enxerga outras
comunicações que o autor está fazendo, tem um terceiro nível, quatro,
cinco, seis, tem livros com sete níveis de percepção.
E isso é o quê? É expansão da consciência, quanto mais a consciência
expandida, mais a pessoa percebe o significado daquilo que está sendo
passado. Então, isso simplesmente é crucial nos negócios, porque o
mundo das aparências, esse primeiro nível de percepção é uma coisa que
basicamente não transmite informação nenhuma, o que significa este
acontecimento?
Você tem um fato, digamos, antes de começar a Primeira Guerra
Mundial, quando o arquiduque foi assassinato, tem uma sociedade
secreta que resolve o fato, resolvem assassinar o arquiduque. Tem lá dois
ou três armados e eles atiram, e o arquiduque morre, quantos
assassinatos por dia tem no planeta Terra? N, n, mais um assassinato? Se
for olhar a coluna policial dos jornais, mais um que morreu, pois é, mas
este não é mais um que morreu, este é o arquiduque, qualquer coisa que
acontecer com ele, tem tremendas implicações. O assassinato dele terá
repercussões tremendas e o que aconteceu? Aconteceu a Primeira Guerra
Mundial com milhões e milhões e milhões de mortos, por causa daquele
assassinato. Agora foi só por causa daquele primeiro assassinato que
foram mortos os milhões, e que durou quatro anos e que disso gerou a 2a
Guerra, e assim por diante? Não! Aquilo foi só o estopim, a geração das
condições para que a guerra acontecesse. Faltava só um dominó cair para
desencadear tudo. Aquilo foi gerado durante décadas, décadas e décadas,
ou século.
Quem tem olhos vê. Se a pessoa viu isto e enxerga, enxerga o que está
acontecendo, a pessoa já sabe, já saberia todo o desenrolar dos próximos
acontecimentos, dos próximos anos.
Um empresário, por exemplo, ele saberia que tais produtos deixaram
de ser vendidos e outros produtos serão vendidos. Então ele para de
produzir uma coisa e passa a produzir outra. Isso é visão empresarial, é
perceber a realidade última, para saber qual é o caminho que uma
civilização está tomando ou o consumo de determinado produto ou a
invenção de um novo produto, um novo serviço e assim por diante. Isso
um empresário de sucesso tem, vamos dizer, sobrando, essa capacidade
de avaliar e tomar a decisão e faz isso imediatamente. Quando um
funcionário vem perguntar, está acontecendo assim, assim, o que eu faço?
Isso não dá para ficar filosofando. Não dá para esperar, vamos fazer uma
reunião de diretoria para decidir, isso não existe. Se for por este caminho
a empresa acaba.
É preciso tomar uma decisão na hora. É como fazer teatro ou cinema.
Quando toda a equipe chega, começa a tirar os equipamentos, a montar
tudo, os atores se preparando e agora diretor? Fazemos o quê? O diretor
vai falar, estou pensando? O ângulo? A tomada? Este diretor não vai
durar nada. Ele tem que decidir instantaneamente qualquer problema que
surja, tem que resolver na hora e isso, como eu já disse, isso é um dom de
nascença ou pode ser desenvolvido, isso pode ser implementado, pode ser
transferido, digamos assim e aí que entra a alquimia, na hora que você
transmite a informação, você entra dentro dos processos alquímicos.
Calcinatio, solutio etc., então se a pessoa deixa o procedimento atuar
nela, ela dará os saltos de consciências que precisa dar. Isso é um
trabalho de década, de décadas, estes trabalhos alquímicos não são coisas
de amanhã ou mês que vem, ou daqui a seis meses. Isso é, dezenas de
anos, 10, 20, 30 anos, depende de cada caso, e cada objetivo é de uma
forma, mas se não começar, nunca fica pronto. É preciso, vai levar 10
anos, então daqui a 10 anos eu tenho este estado de consciência X.
Agora, se não começar agora e começa daqui a 10 anos, então daqui a 20,
e assim por diante.
Não adianta adiar o trabalho de conscientização ou de expansão da
consciência, porque isso terá que acontecer de um jeito ou de outro. Isso
é um fato inexorável do Universo, a consciência tem que ser de qualquer
maneira. Todos os procedimentos alquímicos levam a isto, eles todos
interagem entre si. Isso tudo acontece ao mesmo tempo, todos eles e se a
pessoa sede, como se fala, sede o ego, põe um pouquinho de lado e deixa
os procedimentos atuarem, a pessoa muda e isso pode ser muito rápido
ou pode levar quase que uma eternidade para acontecer, tudo depende da
resistência que a pessoa põe em aceitar a realidade, porque alquimia é
simplesmente a realidade nua e crua.
Quando se fala soltar, que é um dos fundamentos de como funciona o
Universo, pode-se pensar, por exemplo, que é largar. Soltar não é largar,
por isso que o soltar é o estado de arte da coisa.
A princípio pode parecer que soltar é largar. Existe uma diferença
enorme nessas duas coisas, soltar é o estado da arte do desapego, mas
digamos, seria do desapego criativo, porque você solta para que aquilo
aconteça, você solta para que aquilo entre no fluxo do universo e seja
criado, construído, permitido etc., no devido tempo.
A pessoa que solta, ela não larga, ela não desiste, ela simplesmente
está deixando o fluxo acontecer. Quando se fala ação através da não
ação, não ação não é não fazer nada, não é largar, não é desistir, é
simplesmente não por pressão para que aquilo aconteça no tempo que o
ego quer. Tem o tempo do ego, e o tempo do Universo. Tem um tempo
propício para que aquilo possa acontecer. Quando nós soltamos um
objetivo qualquer, nós estamos deixando que aquele evento entre no fluxo
do tempo propício.
Na hora certa aquilo acontecerá, na hora certa, aluga o imóvel, na
hora certa vende o imóvel, na hora certa arruma um emprego, na hora
certa faz o empreendimento e assim por diante. Esse feeling de ter um
empresário para não forçar nada, cria um produto e lança, cria o serviço
e lança, divulga o produto corretamente, tudo isso corretamente, é o
obvio ululante.
O copo tem que conter a água, se você fizer um copo furado, é logico
que dará errado. Se o copo está tecnicamente construído de forma
perfeita, ele será um sucesso, basta deixar que ele entre nesse fluxo, para
chegar no tempo propício da venda. Isso é estado de consciência.
Vocês se lembram daquela pessoa que precisou ler oito vezes um livro
sobre taoísmo para poder sentir o que era soltar e ainda precisou que
alguém a orientasse como soltar de vez? Uma coisa é entender, vamos
supor, intelectualmente ou mentalmente, a pessoa lê uma vez, “tá
entendi”, entendeu que soltar é largar? Não é isso, então tem que ler a 2a,
3a, 4a, bom, um dia entendeu, soltar não é largar.
Agora, e o sentir isso? Porque o que faz as coisas acontecerem, não é o
mental, é o sentir. Pelo mental, o que acontece é largar. A avaliação
mental deste fluxo da não ação, é simplesmente largar tudo, larga e
veremos se vende, não venderá nada deste jeito.
Larga o projeto e veremos se acontece, não acontecerá nunca. É
preciso pôr trabalho, preciso pôr esforço continuamente para que a coisa
aconteça, mas sem colocar nenhuma ansiedade, nenhuma pressão,
nenhum desespero, nada disso, deixar isso acontecer no devido tempo,
fazendo tudo que é possível fazer.
Vocês vejam que aparentemente o soltar é uma coisa simples, mas a
prática disso é muito sofisticada. É o que um dia foi dito, quantas pessoas
no planeta hoje entendem e sentem o que é realmente soltar? Não são
muitas pessoas, porque se fossem muitas pessoas tudo seria
completamente diferente, se fossem muitas pessoas, um percentual
significativo, todos os problemas dessa civilização já estariam resolvidos,
todos os problemas desta civilização já estariam resolvidos há muito
tempo, então, na prática, são poucas pessoas que sentem e agem de forma
a soltar.
O impulso do ego é justamente o contrário, é de querer impor a sua
vontade, a vontade do ego. O ego é o cérebro reptiliano, é o complexo R,
ele não quer esperar nada, ele quer abocanhar a presa e resolver o
problema dele. Única e exclusivamente, é uma visão muito unilateral.
E soltar, praticamente é o oposto disso, o ego seria assim: vamos caçar
todos os animais da espécie X, indiscriminadamente, o tempo todo, ora,
se nós não estabelecermos que na época da procriação não se pode caçar
essa espécie, porque se nós matarmos todas as fêmeas desta espécie não
haverá mais espécie, ela será extinta, o ego não consegue enxergar a
lógica deste raciocínio, por incrível que pareça. Parece um absurdo que o
ego não consiga enxergar que se nos matarmos todas as fêmeas da
espécie, nós não teremos mais nenhum membro dessa espécie,
extinguiremos a espécie no planeta Terra.
E isto acontece todo dia. Vejam quantas espécies já foram extintas
durante a vida do homem aqui na Terra, seis mil anos para cá, durante
este tempo quantas espécies já desapareceram, por ação humana.
Estas espécies duraram quanto? Milhões de anos. Se fosse uma coisa
tão simples, de que o ego não deve exterminar, não teria acontecido.
Então vocês vejam que se o ego for deixado à própria sorte, sem nenhum
controle do córtex, da razão, como ele não tem limite, ele destruirá o que
vir, o que ele achar que é do interesse dele naquele momento, não 50 anos
depois, nem 100, “não, não, agora, é o que me interessa.” E isso você vê
nas destruições das florestas, o tempo todo, no mundo todo, derrubando-
se árvores sem parar, sem parar, sem nenhuma consideração que aquilo
afeta o clima. O que aquilo gerará, será um dos fatores fundamentais
para gerar o aquecimento global, com consequências as mais terríveis
possíveis. Não, pensa-se o quê? Vai aumentar meio grau, um grau, dois
graus. Um dia faz oito graus, no outro dia faz 27 graus. Se a pessoa
raciocinar desta forma... “dois graus não é nada”, mas não consegue
enxergar o que são dois graus na média global da temperatura e o que era
antes da Revolução Industrial... e o número de partículas no ar etc., etc. e
etc...
Vocês veem algo quantificável que não é entendido, algo que se mede,
sabe-se exatamente quantas partículas tinham antes de começar e quanto
tem agora, quanto terá se continuar gerando partícula na velocidade que
estamos gerando, é aritmética, mas não entende, por quê? Porque o
interesse do ego no momento é fazer tal coisa, o resto não interessa. O
que vai acontecer daqui a 10, 15, 20 ou 100 anos não interessa, ou 500,
ou se a espécie não existir, também não interessa, é só o interesse do
aqui, então esta é a percepção no nível número um do ego. Os carros
estão andando na Avenida e tem um congestionamento todo dia, nesta
mesma hora, é isto que o ego enxerga no primeiro nível. Por que será que
tem este congestionamento? O que significa ter esse congestionamento?
Quando que começou isso etc?. Esse raciocínio dedutivo é que o
empresário precisa ter em altíssimo grau para avaliar todas as,
praticamente, infinitas variáveis que tem em qualquer negócio. Se ele tem
isso, o sucesso é inevitável, qualquer coisa que ele puser a mão será
sucesso.
Agora vejamos se uma pessoa é capaz de fazer isso sozinha, imagine
que nós tivéssemos duas pessoas ou três pessoas assim, unidas,
trabalhando em conjunto pelo mesmo objetivo. Sem competição entre
elas. Se uma pessoa é capaz de mudar os rumos do planeta, de uma
civilização, imagine duas ou três pessoas que pudessem, que conseguissem
trabalhar juntas.
Agora, vocês acham que duas ou três pessoas com um ego que só vê o
primeiro nível da realidade, que só vê o próprio interesse, como que este
ego pode trabalhar com mais um ego? Ou dois? É por esta razão que tudo
praticamente é difícil. Não se consegue que duas pessoas trabalhem
juntas sem ter atrito, sem ter competição, sem ter ciúmes, sem ter inveja,
sem desarmonia.
E isso estamos falando de superior e subordinado, o chefe e
funcionário. O funcionário teoricamente deveria obedecer às ordens para
que tudo andasse bem e todos ganhassem. Se o negócio vai mal não se
tem funcionário, acaba, desemprego, então o funcionário deveria prezar
muito pelo emprego que tem, e cumprir aquilo que o chefe está
solicitando que ele faça. E o que nós vemos na prática diária?
Conflitos e mais conflitos, não seguir a ordem que foi dada, fazer
errado, tem que fazer duas vezes, três, quatro vezes. É uma raridade
quando se acerta na primeira vez. Faz tal coisa, fez! E isso nós não
estamos falando nem da mensagem para Garcia. Se vocês entrarem na
internet e digitarem “mensagem para Garcia”, vocês verão um
maravilhoso texto que conta o que é um funcionário ou uma pessoa,
neste caso, era um militar, mas alguém que não pergunta como, onde,
quando, porque, o que eu tenho que fazer, como vou fazer, não! Ele
recebe a incumbência e sai e faz, por mais difícil que seja, por menor
informação que ele tenha, ele sai e executa, sem resmungar, sem ficar
perguntando, onde que eu vou, como é que eu faço. Mensagem para
Garcia, isso tem uns cem anos de idade, essa mensagem é uma história
real.
Nós não estamos nem pedindo isso. Que cumpre o que foi pedido,
pega o copo daqui e coloca o copo aqui. Só isso. “Por quê? Não quero, o
copo acho que tem que ser ali.” Então vocês imaginem, a dificuldade que
é tocar um empreendimento com tantos egos conflitantes desta forma. É
por isso que é tão difícil e o custo da produção de algo é enorme para
harmonizar os conflitos de interesse.
Vamos dizer, uma empresa, uma fábrica com 10 mil funcionários,
vocês imaginem, vocês poder harmonizar 10.000 egos ente todas as
camadas de administração, de produção etc., para que eles consigam
trabalhar juntos e que saia um produto lá no fim da linha de montagem,
que saia um produto perfeito, estável, funcionando, isso se você parar
para pensar é um verdadeiro milagre, milagre é isto, juntar 10 mil
pessoas e que consiga sair um produto lá no final da linha.
Isso ocorre porque cada um está vendo somente o seu próprio
interesse. E ignorando, se for possível, todos os demais. É por esta razão
que há carência de tudo, numa civilização assim, no planeta inteiro.
Há dois bilhões de pessoas quase com $2.00 por dia e com tanta
abundância de recurso. Não se consegue o mínimo de harmonia sequer
para que se possa produzir o que todos os habitantes precisam, não há
harmonia, há egos e egos só vendo o próprio interesse, este é o fato.
Agora vejamos, você quer ter um gigantesco sucesso neste entorno que
nós acabamos de descrever. É lógico que se você montar uma equipe da
mesma forma que já estão montadas com egos competindo entre si, sem
nenhuma alquimia, cairá na mesma, então serão todos contra todos, mas
no mesmo patamar de entendimento da realidade. E se você tivesse duas
pessoas que já saltaram, duas pessoas que já deixaram o ego de lado, e
que estão trabalhando pelo mesmo objetivo, bom para os dois e bom para
todos os demais que estão no entorno. Aí o sucesso simplesmente é
indescritível. Parece milagre, se contar ninguém acredita e como ninguém
acredita, não se conta, mas na prática os resultados são extraordinários.
Por quê? A maioria está nesse patamar do entendimento da realidade,
se você tem dois ou três juntos neste nível de entendimento da realidade,
onde só há harmonia e paz e produção e alegria, sem choro, sem
reclamação, sem rumor, sem fofoca, produzindo pelo bem de todos, aí
parece que é outro planeta, parece que é outra dimensão, parece que não
se está no planeta Terra, quando consegue esse grau.
Não estamos falando de 50 pessoas, veja, não é metafórico o que está
sendo falado, duas ou três pessoas não é uma metáfora. É literal, três,
duas, isso é muito importante de ser entendido, por incrível que pareça,
no final vocês vão entender o porquê que se tem dois ou três. É muito
difícil achar isso. Na prática geral, sair olhando por aí, numa avenida,
“você, você, e você” realmente é muito difícil, porque a maioria tem o
primeiro nível de significado da realidade.
O alquimista é aquele que enxerga a próxima dimensão, ele está além
dessa terceira dimensão e tudo que ele faz é em função desta outra
dimensão da realidade. A busca, a pesquisa, os procedimentos, são todos
da outra dimensão, então quando ele escreve, descreve os procedimentos
com o vocabulário desta dimensão linear, fica difícil de entender, é por
isso que os livros de alquimia parecem codificados, parece um oculto.
Acontece que eles estão trabalhando na outra dimensão, e eles tem que
escrever para as pessoas desta dimensão usando os vocabulários e os
instrumentos, as ferramentas, as substâncias desta dimensão, mas todo
trabalho é feito na outra dimensão. Quando um alquimista faz um
negócio, empreende uma empresa, ele não está dirigindo a empresa nesta
dimensão, terceira dimensão terrestre, ele não está dirigindo a empresa
nesta dimensão, não está dirigindo com as informações desta dimensão.
É por isso que quando se fala que quando se olha a história, olha-se
um padrão e sabe-se exatamente o que vem a seguir. Puxa seis mil anos
atrás e já dá para saber se a pessoa olhou esta história na outra dimensão,
ela sabe exatamente o que acontece agora, daqui a 10 anos, 20, 30, 50,
500, 1.000 etc., isso chama-se o quê? Uma visão de negócios
extraordinária, claro, é isso que se pensa. A pessoa cria um equipamento
numa garagem, um jovem, e aquilo torna-se, digamos, quase que a maior
empresa do mundo, depois aparece um outro que também atua numa
garagem e assim por diante, uma meia dúzia.
Por quê? Porque estas pessoas têm a visão, a visão da realidade,
passada e futura, então eles sabem o que vem a seguir, não é um chute,
não é uma tentativa e erro. Quando se abre uma confeitaria que está
vendendo um novo alimento da moda, e tem cliente até não acabar mais,
aí vem o segundo, e abre outra, igualzinha, mesmo produto, tudo igual,
aí vem o terceiro, o 500, daqui a pouco nós temos 500, iguaizinhos, o que
acontece? É o óbvio. 100 de consumo, para um, ele tem 100, para dois já
virou 50, para três, para 500, zero. Aí dos 500, 499 fecham e sobra um.
Isso é visão, o 1o, o 1o teve a visão, vamos inventar o produto X e pôr no
mercado, pronto, ele desbravou, os outros 499, qual a visão que eles têm?
Eles só têm a visão daquele que fez primeiro. Eles só enxergam o quê? Ele
fez aquilo, está dando lucro, então vamos atrás, mas o que fez o 1o? Ele
enxerga o mercado que não existe ainda nesta dimensão, enxerga algo do
outro lado, na outra dimensão que pode ser posta nesta dimensão, com
sucesso.
A ciência do outro lado está quantos anos na frente da ciência deste
lado? No mínimo uns 500 anos, então existem inúmeros produtos do
outro lado, um dia virão para este lado, então já tem algo que pode vir
agora, que será aceito, assimilado, vendido comercialmente e dá sucesso.
E tem coisas que só podem ser daqui a 10 anos, outro 50 anos, outro 500
anos.
Leva um celular para 1300 e tenta vender, é a mesma coisa, na
prática, é mais que isso, se pegasse o ferramental que tem no outro lado e
colocasse aqui agora, é mais que pegar um celular nosso hoje, levar à
Idade Média e tentar vender, é mais.
Sempre tem alguma coisa que pode ser posta aqui, aqui também
evolui, é devagar mas evolui, então quem tem a visão alquímica, consegue
perceber ou consegue ter a intuição para captar a informação que está
vindo do outro lado e implementar aqui. E esta intuição não é algo que só
meia dúzia tem, nós temos 7 bilhões, e tem lá uns privilegiados, meia
dúzia que vão ter intuição. Não, não existe isso. Intuição emerge, tenta,
para todos, o tempo todo. A informação está tentando passar pelas
sinapses, microtúbulos e tentando entrar no consciente, através do ego.
Intuição de n serviços e n negócios, n produtos de tudo, a solução de
tudo, todos os problemas que existem, está tentando vir à tona para
todos os habitantes, 24 horas por dia, sem parar e isso é assim desde de
que surgiu o primeiro e por que que isso não acontece facilmente? Porque
a pessoa não sabe discernir o que é o ego e o que que é a intuição. Se você
tem 70 mil pensamentos/dia, borbulhando na sua mente, nem por cinco
segundos isso não para, como que a informação da intuição pode chegar
no seu consciente? 70.000 coisas dançando na mente da pessoa, desde
dívidas, compromisso e tudo quanto é coisa que você pode imaginar, fica
lá, só que tiqueando na mente da pessoa, passa de um pensamento por
outro, outro, outro, vai, sobe, é um fluxo deste tamanho, 70.000,
impossível. Não é que haja falta de informação, ela é ultra disponível,
super disponível, mas se o ego não serena cinco, 10 segundos, como que
você vai perceber isso? A pessoa que já deu saltos, que está
transcendendo, que está deixando os procedimentos alquímicos
trabalharem nela, ela já serenou em grande parte o ego, já soltou, mas
continua trabalhando o máximo que pode, ela não largou nada, ela não
desistiu de nada, ela simplesmente está em harmonia com o fluxo do
Todo. Só isso. Trabalhando sem parar, em harmonia com o fluxo. Para
essa pessoa que serenou a mente, a informação vem sem cessar, um
produto, outro produto, outro produto, ideias, ideias e idéias. Se a pessoa
ficar com um caderno na mão, ela só anota, anota, ideias, outra coisa,
outro produto, outro, outro, outro... Como os bons roteiristas de cinema,
de seriados, que quando eles começam a pensar na história emerge tanta
história que eles falam, bom na 1a temporada só dá para colocar isso
aqui, vamos deixar estas histórias para 2a temporada, 3a, 4a, 5a, porque
não para de emergir para aquele filme ou seriado. Não existe carência de
inspiração criativa. Quando se fala que o autor, o escritor, está em crise
de criatividade, é porque só falta serenar a mente.
Se parar com esses pensamentos frenéticos, a informação vem na hora,
instantânea, uma atrás da outra. Agora, vocês imaginem, se não se
consegue separar o que é uma intuição do que é ego, do que é
racionalização... A intuição está dizendo que tal negócio não é viável, e o
ego está dizendo, “eu quero fazer esse negócio.” Como que faz com o “eu
quero fazer este negócio” parar para pensar e a intuição dizendo “não,
isso não é a melhor coisa para fazer nesse negócio”, se ele quer fazer o
negócio a qualquer custo. E ainda numa circunstância que o negócio está
tendo problemas. Não é que seja um projeto inicial em que tudo é cor-de-
rosa e aquelas coisas da esperança, que ganharemos milhões, não! O
negócio já começou e o negócio não anda. Tem problemas, problemas,
problemas, e aí não sabe se a informação que está recebendo é intuição
ou é racionalização. E qual a dificuldade disso? A dificuldade única é
serenar a mente para ouvir a resposta, intuitiva, que pode ser contrária ao
que o ego quer, e aí é que está o problema, porque a intuição pode
mostrar a realidade nua e crua, que aquele negócio não deve ser feito
daquela forma. Mas e se você “quer porque quer” que seja daquele jeito?
E aí vem a intuição e diz, “não, não pode ser desse jeito, isso dará
errado” e o ego tem que ceder. Mas se a pessoa não solta, como que ela
cederá?
É por essa razão que aquele que solta tem infinitas novas ideias de
produtos e negócios. O ego dele não atrapalha mais em nada, ele soltou,
aqueles 70.000 pensamentos não o atrapalham mais, porque os 70 mil
pensamentos são do ego, e o ego já não está aqui, o ego está aqui de lado.
O ego pode ficar pensando os 70 mil que ele quiser, fique à vontade, pode
pensar 24 horas por dia “eu quero”, que não afeta mais nada porque o
ego foi posto de lado, e a pessoa está centrada, então ela deixa, a intuição
está fluindo 24 horas por dia. É claro que a pessoa não ficará sentada
com caderno na mão só anotando ideias, porque aí a pessoa não produz
nada.
Quando a pessoa para um pouquinho, vem as ideias, anota, novos
produtos, novos serviços, deixa lá, é um estoque. E está trabalhando e
está fazendo o que tem que ser feito. Tem que produzir, então não é só
para ficar filosofando, tem a hora de filosofar e tem na hora de produzir,
porque senão não pararia nunca de virem ideias, ideias e ideias, produtos
novos sem parar, mas para isso acontecer o ego fica sob o controle aqui
do lado, ele não manda mais nada.
Agora vocês imaginem, o ego não manda mais nada, o ego quer
mandar em tudo. Por exemplo, o ego quer comprar o carro X, e ele quer
porque quer, o seu carro está novo, está tudo certo, está em perfeito
estado, “não, mas eu quero o novo carro.” E aquilo fica martelando.
Como que você fala “não tem carro novo”. Será da forma que tem que
ser, a intuição diz que não é agora que vai ter de carro novo, pronto.
Quem está imerso no problema, isto é, quem está sob controle do ego
não consegue ter esse tipo de raciocínio que nós estamos falando, a
pessoa está sob controle do ego, nem passa pela mente do ego uma
possibilidade dessa, de não ter o carro. Somente a pessoa que soltou, livre
do ego, é que pode pensar e analisar quais as vantagens e desvantagens de
ter um carro novo.
É só quem soltou, soltou o carro novo, este não significa nada, é um
meio de transporte, não é afirmação pessoal. A minha autoestima não
depende do carro que eu tenho, da marca, do pneu, isso é ego, o que
soltou, para ele, aquilo é uma ferramenta de quatro rodas que leva para
lá e para cá, só, não significa mais nada. Bom, só por essa afirmação você
já imaginam como é difícil o ego dar uma brecha para se soltar alguma
coisa.
O ego tem um alarmezinho vermelho que pisca quando se fala solta,
aquilo imediatamente alerta, alerta, alerta, perigo, perigo, perigo. E
quando se fala aquilo não significa mais nada, o ego pensa simplesmente
que é o fim do mundo. O fim do mundo. O nada, o desastre total e
absoluto, a extinção. E é por isso que o ego foge de todas as formas, de
qualquer ideia ou qualquer filosofia que signifique algo que ele tenha que
abdicar ou soltar. Quando ele suspeita que lá no fim da história, começou
a história, mas lá no fim da história tem essa coisa que não significa mais
nada, aquilo é um pânico total para o ego, pavor, pavor, não tem filme
de horror tão forte quanto falar para o ego que lá no fim da história
aquilo não significa mais nada.
É por essa razão que o apego no ego é uma coisa brutal, e o apego nas
coisas é uma coisa brutal, a mínima soltura, como se fala, é uma
rachadura terrível na represa e está saindo um filetizinho de água, soltou
um copo, soltou dois reais, aquilo já é um sinal terrível, então melhor
não soltar nada. O ego só esquece, ou nem se lembra que lá na frente,
aqueles dois reais, se transformaram em n reais, n, centuplicado, que não
tem importância nenhuma, então você soltou dois e agora você soltou um
carro, agora você tem 10 carros. Você pode se divertir e andar com o
carro que quiser, mas aquilo não tem a importância que tinha para o ego.
Um carro para o ego tem uma importância tremenda, e 10 carros para o
que soltou, não tem importância nenhuma. Ele tem 10 meios de
locomoção, só isso.
Por essa razão que nos negócios, quando a pessoa solta o negócio, o
negócio anda, quando desiste do negócio, o negócio anda, quando fecha a
empresa na sexta-feira, porque não tem jeito, não vai para frente, fecha
na sexta, vão para casa descansar e aí eles param de pensar no negócio,
porque lógico, já fechou, acabou, faliu, na segunda-feira anda. Isso na
prática é o que acontece. Na sexta fecha, desistiu, na segunda andou.
Agora enquanto não desistiram, por mais que se falassem, solta que o
negócio anda, não põe tanta pressão, não adiantou. Só aprenderam depois
que desistiram e que na segunda-feira eles viram que andou. Isso a gente
vê todos santo dia. “Quero alugar o imóvel, e precisa, e é desesperador, e
tem que alugar de qualquer maneira”, não aluga, e quando para de
pensar no aluguel, aí aluga. E tem que vender tal coisa, é a mesma coisa.
E tem que arrumar cliente, tudo está debaixo desta lei cósmica.
Se soltar, no devido tempo, volta, centuplicado. Mas se soltar... e não
é um soltar técnico, não é um jeitinho, não é um malabarismo, não é uma
enganação. Eu vou só soltar porque aí vem. Neste caso não soltou nada.
O soltar é quando aquilo não significa mais nada para o ego, é por isso
que o ego fica de lado. Para a centelha vem, para o ego não vem.
Também aceitar o conceito da centelha é uma coisa também dificílima
de ser implantada, por quê? Porque para a centelha vem, centuplicado,
mas para o ego não vem. Porque o ego não é uma coisa real. O ego é uma
cobertura em volta da centelha, a única coisa real que existe no Universo
é a centelha. O resto, plumas e paetês cobrindo, e para a centelha ficar
individualizada precisa ter esse ego por cima, é só isso, mas chegará uma
hora que o ego entende que a melhor coisa para ele é deixar a centelha
trabalhar, então ele solta tudo e deixa a centelha assumir e quando a
centelha assume, tudo anda.
Para isso não precisa ir para o Himalaia, não tem que virar monge,
não tem que fazer nada do outro mundo, qualquer pessoa, aqui agora, é
capaz de soltar se quiser. Você tem uma psique que faz parte da psique
total absoluta, então, esta psique consegue controlar o ego. O ego não é o
todo poderoso que não dá margem para nada, você virou um autômato,
um robô com um único software, não, não existe. Você tem a centelha
conduzindo tudo, mas dando, deixando o ego controlar, em termos, para
ele aprender. Quando o ego aprende, deixa a centelha conduzir. Não é
algo impossível, não é uma coisa que só meia dúzia de místicos,
predestinados conseguem ou conseguiram, não é nada disso, qualquer
pessoa consegue, qualquer pessoa tem uma centelha que está, em última
instancia administrando, mas ela dá livre arbítrio para o ego conduzir o
processo e cometer todos os erros que ele quiser cometer, todas as
tentativas e mesmo assim, enquanto o ego está fazendo tudo isso, a
centelha está mandando informação intuitiva para, “olha não é por aqui,
é por aqui”, mas não adianta, “quero que seja aqui”. Vai dar tudo
errado, bom... e aí para esse é tudo errado, os alquimistas enxergando
todo esse procedimento, deram um nome para isso, calcinatio, então é
problema, problema, e problema.
Não é que a calcinatio seja a essência do Universo, e essência do
Universo é amor, solutio, agora se não quer amor, a calcinatio é
inevitável, e isso é simplesmente decorrente da ação do ego, não tem nada
a ver com castigo. Errou, consequência, entrou na contramão, bateu de
frente com outro carro, o que é isso? Castigo? Não, quem é que tá
dirigindo o carro? Quem é que decidiu contrariar a seta de contramão? O
ego do indivíduo, então ele bateu o carro, vai custar. É assim que vai
aprendendo, na próxima contramão ele não entra. Ou bate de novo e
assim por diante, não precisa ser deste jeito, mas do mesmo jeito que se
entra na contramão se faz nos negócios. Também há contramão dos
negócios.
O que nós estamos passando é que se uma pessoa já incorporou a
alquimia em si, já entendeu e já sentiu todos os procedimentos
alquímicos, ela já não está mais, ela continua aqui, mas ela não é daqui,
ela está no planeta, mas ela não é do planeta, está no mundo, mas não é
do mundo. Estar aqui é operacional, vivendo no meio de todos, usar os
mesmos carros, as mesmas roupas, as mesmas comidas etc., ninguém
consegue diferenciar uma coisa da outra, mas na energia, já não está mais
aqui, está aqui só operacionalmente, mas já transcendeu, e como a pessoa
transcendeu e ela já anda na próxima dimensão, simultaneamente, o que
acontece com os negócios que ela faz? Sucesso, porque ela tem a visão de
cima, não a visão bidirecional, bidimensional ou tridimensional, ela vai
até a quarta dimensão.
Ela já enxerga todas as consequências, passado presente, futuro da
terceira dimensão, é um livro aberto, para quarta dimensão. E é por essa
razão que os negócios fluem magnificamente para essas pessoas que já
transcenderam. Elas não ficarão alardeando isto de forma alguma, e se
você perguntar elas falarão que não tem nada a ver uma coisa com a
outra.
Vocês já sabem o que acontece quando a pessoa ouve vozes, vê coisas
e etc., já sabem onde estas pessoas terminam, né? É por isso quem é, não
fala, quem é, não fala. O segredo é a alma do negócio, não é verdade? É
verdade, o segredo é a alma do negócio, então aquele que tem a visão
transcendental, ele não fala isso. Você vê pelos resultados. O negócio 1
deu certo, o negócio 2, o negócio 3, negócio 4, é uma sequência de
sucesso, sucesso, sucesso, o grau de acerto, qualquer decisão que toma
desde servir o cafezinho até abrir uma filial não sei aonde, todas as
decisões são corretas, então, por essa margem de acerto, já deveria servir
para levantar a orelha e ver que tem algo a mais. Uma margem de acerto
deste tipo está completamente fora da média estatística da realidade desse
planeta, então acerta, acerta, acerta é claro ele tem algo, digamos
sobrenatural ou extradimensional, é evidente.
Quando se tem esse fluxo ininterrupto de originalidade é óbvio que
aquilo ali é um canal que está passando a informação, sem nenhuma
interferência. Quando o ego põe interferência na informação que chegou,
os erros acontecem, não dá certo, não anda bem, fracassa, não vende.
Agora quando o canal não tem aresta nenhuma dentro do tubo, a água
entra limpa, sai limpa e integral do outro lado. E é por isso que você
percebe nessas pessoas novas ideias, novos procedimentos, tudo aquilo,
semanalmente, se não for diariamente. No mundo linear é preciso ter
tempo para colocar em ação uma coisa depois outra, depois outra, depois
outra, e isso leva tempo, é por isso que você vê uma nova ideia numa
semana, depois ou 10 dias ou 20 dias depois, mas já tem um estoque para
mais 50 anos e está pondo linearmente uma coisa atrás da outra, é o
possível de se fazer aqui.
Isso deveria servir de alerta de que tem uma outra dimensão além
desta, que os olhos veem e que os ouvidos ouvem, uma outra dimensão.
Quem já incorporou a alquimia já transcendeu tudo isso, então, no dia
que nós tivermos um coletivo alquímico, isto é, duas ou três pessoas que
conseguirem trabalhar, harmoniosamente pelo bem comum, este bem
comum dos três se espalha pelo resto da humanidade, é lógico, porque
estas três pessoas ou dois, ou duas já não tem um ego que está
controlando tudo, a harmonia é total e absoluta e quando tem harmonia,
tem paz e quando tem paz, tem produtividade. Tem evolução, tem
progresso, tem tudo que é de bom.
E isso está disponível para todas as pessoas, de três em três, dois em
dois, dois, dois, três, três, três. Vamos juntar 10 mil assim, esquece.
Esquece. Impossível. No atual estágio da história, impossível. Vamos
começar devagar pelo o que é possível, dois ou três. Já é suficiente, se nós
conseguirmos três pelo planeta inteiro, mudou tudo. Vocês imaginem o
grau de sucesso de realização que tem esse dois ou três pelo mundo
inteiro, n vezes, dois ou três, inúmeros dois ou três, tendo sucesso sem
parar. Um sucesso astronômico, não é um sucesso normal, digamos
comum, nós estamos falando de pessoas que transcenderam, de pessoas
que soltaram, três pessoas que soltaram, se um que solta é uma coisa
tremenda, imagina dois ou três juntos que soltaram.
É indescritível. Dois ou três juntos que soltaram. O que eles são
capazes de fazer, é mais que exponenciar um caso deste. Um já é
exponenciador, é viral, como se fala, um. Agora imagine dois, ou três
trabalhando desta forma, cada um numa função complementar, ninguém
competindo com ninguém todo mundo se ajudando. É por essa razão que
até hoje isto não funcionou no planeta Terra, por causa do ego. Se isso é
uma coisa tão maravilhosa, tão espetacular, o resultado lucrativo e
extraordinário etc., etc., por que isso até hoje, depois de 6 mil anos, não
acontece? Por causa do ego, pura e simplesmente. Achar duas pessoas que
convivam em harmonia é uma raridade. E quando se põe dinheiro na
história, muito mais raro. Quando se põe dinheiro, a coisa exponencia a
desarmonia, ali é o apego, é o complexo R total e absoluto querendo
controlar para si. Nada para o outro e tudo pra mim. A gente vê isso
todo dia acontecer, no planeta inteiro.
E não é por coisas milionárias, não! A mínima coisa que for, é capaz
de gerar uma desavença tremenda, a mínima coisa. Porque tudo é ganho
ou perda, não é ganha ganha, tudo eu ganho e o outro perde, é assim que
funciona. Tudo está montado desta forma. Mas esta não é a realidade do
Universo, esta não é a realidade da outra dimensão, que é a real, mesmo.
É por isso que é tão difícil ter prosperidade no atual estágio do planeta
Terra, como sempre foi, é por isso que é tão difícil ter prosperidade,
porque se você produz, aquilo se multiplica, se dois produzirem
multiplica muito mais, se 500 produzirem multiplica muito mais.
Como fazer os dois trabalharem em conjunto, em paz, em harmonia,
pelo bem comum? Esta é a questão, vamos dizer, definitiva que um dia
terá solução, mas este dia que pode estar muito distante ainda. Enquanto
o ego não aprende, ele persiste no complexo R e ele não quer saber de
harmonia com nada, ele quer saber do interesse dele e fim. Por mais que
ele esteja vendo, percebendo que todo mundo perderá com aquela
decisão, inclusive ele, mas é opinião dele e aquilo tem que prevalecer de
qualquer maneira, custe o que custar, custe milhões de mortes, não
interessa, é o que o ego daquela pessoa quer. Não importa o custo.
Por mais absurdo que seja uma situação desta, vocês veem isso
acontecer o tempo todo, sempre. Será que este ego não é capaz de
enxergar as consequências de tal obsessão? Por si mesmo? O ego e a
inteligência são altamente compatíveis. Pode ser extremamente inteligente
e um ego gigantesco junto.
Agora, inteligência é capacidade de análise, será que este ego não
consegue analisar e ver o encadeamento das consequências? Consegue. Ele
sabe, mas ele sabe aquilo que foi falado hoje. Ele sabe que se ele ceder
dois reais aqui agora, lá na frente os dois reais não significam mais nada.
Ou um milhão não significa mais nada, ou um bilhão não significa mais
nada e etc. E isso ele não quer, então ele volta e não cede os dois reais.
Ele não cede simplesmente porque ele não quer, não é que não tenha
inteligência para entender todo o encadeamento das ações, não é que não
tem inteligência para entender o que foi falado e explicado, tem total
inteligência para entender isso, mas o ego é dono absoluto momentâneo,
é o dono da ação deste ser. Não solta nada.
Aqueles que estão dispostos a soltar, a transcender, a deixar a
alquimia trabalhar, a darem saltos de consciência, estes podem formar
um coletivo alquímico de duas ou três pessoas. E por que duas ou três
pessoas? Porque foi dito há dois mil anos atrás o seguinte: “se dois ou
três estiverem reunidos em meu nome eu estarei entre eles.”
VII. Separatio, Coniunction e o Andrógino

Neste capítulo falaremos de Separatio, Coniunction e o Andrógino.


Se nós analisarmos as descobertas cosmológicas do século 20, a tal
radiação de fundo, radiação cósmica de fundo, do Big Bang, tudo isso foi
falado há pouco mais de 50 anos, assim no máximo esse tipo de
descoberta astronômica tem um século, 100 anos.
Se nós olharmos todas as mitologias do planeta, de 6.000 anos para
cá, todas falam que havia um tempo ou um não tempo no início de tudo,
antes que existisse o Universo. Todas as mitologias de todas as tribos do
planeta inteiro, mesmo sem ter contato uma com outra, há milhares de
anos, concordam que existia algo antes de existir este Universo.
A ciência descobriu o Big Bang há no máximo 100 anos, nós estamos
falando que os xamãs sabiam isso há milhares e milhares de anos.
Quando se fala mitologia é onde está a verdade, falada de uma forma
poética, mas aquilo é a mais pura ciência no amplo sentido da palavra. E
o que os xamãs perceberam desde sempre? Que antes existia o nada,
vácuo, cheio de energia potencial, isto é, o Todo, sem fazer ainda este
Universo.
O que a alquimia diz? Que para o ser poder evoluir, primeiro tem que
haver uma separação, tem que sair do Todo indiviso, para um ego, para
uma individualidade. Então por que tem ego? Tem ego senão o Todo não
consegue a individualidade de cada ser que existe no Universo, o Todo
continuaria sendo o Todo indiviso, portanto não haveria nenhuma
diversidade e somente o Todo.
Para que o Todo possa se multiplicar é preciso que emanem infinitos
seres, a capacidade do Todo é infinita, mas isso só vira algo na prática, se
esse potencial é utilizado. Para que Ele possa utilizar o potencial, Ele tem
que se multiplicar infinitas vezes. Cada vez que o Todo emana um ser
com ego, isto é, um indivíduo, Ele está se multiplicando. Dentro de cada
indivíduo tem a centelha divina, isto é, o Todo. O Todo quando emana
10 seres, Ele já se multiplicou por 10, se o Todo emana um milhão de
seres, Ele se multiplicou em um milhão de vezes e assim sucessivamente.
A multiplicação do Todo é infinita. Ele vai faz isso dentro dos vários
Universos em que vai emanando, esse nosso é um deles, segundo a
ciência, tem três e meio bilhões de anos.
Na medida em que há esta separação, a separatio, cada ser torna-se
um indivíduo completamente separado dos demais, isto é, o ser tem a
ideia de que ele está separado, esse é o grande segredo para se conseguir a
individuação lá na frente, o ser pensa, tem a ilusão, maya, que ele está
separado de tudo, ele é uma coisa e o outro é outra coisa, distante,
separado, o elefante é outra coisa, um cavalo é outra coisa, a flor é outra
coisa, a mesa é outra coisa, a lua é outra coisa, tudo separado.
Essa ilusão é o mundo de Maya. Os indianos já entenderam isso, já
tinham percebido, entendido, há milhares e milhares, por isso que os
indianos são extremamente avançados no estudo da individuação, porque
quando os indianos perceberam que houve a separação, eles começaram a
pensar em como poderia haver a unificação.
No momento da separação, o que se criou para que pudesse haver
separação? Os opostos, o contrário dos opostos, bem e o mal,
frio/quente, macho/fêmea e assim por diante, todos os opostos que
existem na natureza e a partir da criação dos opostos os problemas
aumentaram, e a calcinatio apareceu imediatamente também.
Todos os procedimentos alquímicos passaram a existir ao mesmo
tempo, quando houve a primeira separação, quando houve a primeira
emanação, uma partícula atômica surgiu neste Universo e todas as
separações apareceram.
Esse contrário, os opostos, geram disputa e competição. Vem a guerra
inevitavelmente e todos os arquétipos já existentes, porque são
necessários para se administrar um Universo. Tudo isso, o germe de tudo
isso já estava em ação. Quando apareceu o primeiro ser macho, a
primeira fêmea as divergências começaram.
As mitologias, as mais variadas, explicam essa separação de muitas
formas. No nosso caso ocidental foi tirada de uma costela de Adão. Eva
não foi emanada, Eva é um subproduto de Adão. A partir desse momento
em que houve essa separação, os dois seres ficaram incompletos, porque
foi tirado um pedaço do ser Adão, agora falta um pedaço nele e do lado
da Eva, ela é um pedaço de Adão, mas só que os dois estão separados e
essa separação criou inúmeros problemas para se conseguir a
individuação.
O que é individuação? É a volta para a unificação. Depois disso ter
acontecido, cada ser volta para casa, volta a se unificar com o Todo. Esta
carência do Todo que toda criatura sente, toda criatura percebe isso como
estando incompleta, todo ser, desde um elétron, até o mais amplo estado
cósmico, sente a carência do Todo, é a carência do estado original antes
que viesse a existir este Universo, antes que o ser viesse a existir. Antes do
ser existir, ele estava aonde? No Todo, sendo parte do Todo, sendo o
Todo mesmo, quando se tirou um pedaço, forma de falar, quando se
tirou um pedaço do Todo e esse ser saiu pela Universo a fora vivenciando
todo tipo de experiência para aumentar a sua consciência, expandir a sua
consciência. No universo, cada ser que é emanado inicia sua jornada e ele
ganha mais e mais consciência ou autoconsciência e essa consciência está
sendo multiplicada.
Se o Todo emanou 100 e cada um desses 100 está ganhando
consciência, o Todo está ganhando 100 vezes mais consciência, cada
experiência que cada ser passa agrega consciência no Todo. Como todos
estão interligados, todos estão ganhando, cada um dos 100 está ganhando
a experiência dos outros 99, de uma forma inconsciente. Eles não sabem,
mas está acontecendo isso. Lá no fundo eles sentem. Tem o inconsciente
coletivo, é isso, vai agregando essa informação para o Todo e para os
outros 100.
Ocorre que cada ser sente-se sozinho, é um indivíduo, isolado,
faltando um pedaço. Os animais compensam essa carência se
multiplicando. Cada espécie ou indivíduo do reino animal se multiplica, o
ser humano está compensando a carência que ele tem do Todo, foi aí,
desde sempre, que apareceu a Coniunction, a conjunção, a unificação.
O que faz o ser sozinho? Ele procura alguém da espécie dele para se
unir, mesmo que seja temporariamente, segundos, mas nesse segundo ele
se sente unificado, pelo menos parcialmente, porque é uma centelha com
outra centelha, então eles se sentem, os dois, unificados, mais ou menos,
depende do grau de consciência que tenha, se o grau de consciência é
muito avançado essa unificação é percebida como uma unificação com o
Todo mesmo.
A necessidade da Coniunction apareceu também imediatamente no
universo a medida que o ser se percebeu sozinho. O ego dele ainda não
percebe que ele faz parte do Todo, ele se sente um indivíduo, separado de
tudo, tem que competir com todos os demais pelos recursos, não tem
ideia de que os recursos são infinitos, ele pensa na escassez. Todos os
problemas passam a surgir nesse momento.
Os problemas, todos, farão com que esse ser cresça, quanto mais
calcinatio o ser tem, mas ele evolui e ele aprende a soltar. O ser só pode
voltar para o Todo se soltar o Universo material.
Quando ele soltar tudo, ele está de volta ao Todo, mas isso precisa um
longo caminho de evolução e de vivência, de vida para que o ser perceba
que ele não perderá nada e só tem a ganhar se ele soltar tudo e aí ele fica
unificado novamente e, unificado, ele não tem mais carência de nada.
A busca do ser é incansável, mesmo que seja inconsciente, por essa
volta, por essa unificação e isso acontece, digamos, eternamente na vida
da pessoa, essa ansiedade existencial que o ser tem e que aí ele compensa
com uma coisa, compensa com outra, agrega matéria, coisas, compra
casa, carros, apartamentos, barcos, aviões, constrói impérios, domina
milhões de pessoas, meio continente, se der, o mundo inteiro. Muitos
tentaram isso até agora, para quê?
Tudo isso tem um fundo lá no inconsciente, a busca frenética da
conquista de coisas, é uma forma de compensação por eles estarem
separados do Todo, é pura e simplesmente isso. Quando um ser humano,
digamos assim, abraça outro ser humano, o que ele está tentando fazer?
Uma unificação com o Todo, mesmo que seja inconsciente. O que
acontece na prática? O ser se sente bem quando dois amigos se
cumprimentam, quando dois amigos se abraçam ou mesmo que seja
romanticamente, o que é isso, na prática? É uma centelha buscando outra
centelha para poderem sentir a unificação novamente. Centelha com
centelha é mesma coisa que centelha com o Todo, é tudo na prática o
Todo, cada centelha é o Todo.
Assim, essa busca do amor romântico é a busca pelo Todo, só que se
isso não é entendido desta maneira, fica só a questão, digamos, material,
emocional daquele ser procurando um amor de outro ser, simples. Aí vem
toda biologia, psicologia, e tudo o mais, um assunto infinito, os
relacionamentos humanos.
Essa complexidade toda se resume, em última instância, a necessidade
que o ser tem se unificar novamente. A partir da Separação a ansiedade
surgiu no ser, inevitavelmente, não há forma de escapar desta situação e é
nesse ponto que muita gente, muito seres se revoltam contra a situação da
Separação. Isso não é elaborado dessa forma, mas é elaborado com
sentimentos contrários ao Todo, de oposição ao Todo.
Então, nega-se a existência do Todo, nega-se o Todo. Todo tipo de
resistência é colocada porque o ser está separado, em última instância, a
resistência que o ser coloca é porque ele tem consciência da separação ou
ele sente a separação, ele sente esta ansiedade existencial, desde o início.
É algo muito desconfortável estar separado e tentar compensar com todo
tipo de coisas ou poder para suprir a carência que ele sente do amor do
Todo. O ser procura amor em todos os tipos de coisas possíveis e
imagináveis para compensar o amor do Todo. Muitos caem na revolta,
caem na oposição, eles sentem que não há alternativa, não há como
escapar dessa situação. O ser sabe que está contido no Todo, mesmo que
não seja conscientemente, ele sabe que está dentro do Todo.
O Todo é tudo o que existe, tudo, portanto ninguém, nem nada está
fora do Todo, o Todo é tudo que existe, então o ser, seja ele o que for, ele
está contido dentro do Todo, mas em termos de ego o ser se sente
separado do Todo. É preciso que seja assim para que o ser evolua e
conscientemente opte por se unificar com o Todo novamente,
conscientemente. Ele já estava dentro do Todo, mas aí qual o nível de
consciência que ele tinha? Indistinto, para que este ser evolua, crie um
ego forte, esse ego, ele use para unificação e finalmente chegue à
iluminação, à unificação. Isso é uma vitória desse ser indivíduo que agora
está individuado, a vitória dele tem créditos, então agora,
conscientemente, ele faz parte do Todo. Antes era inconscientemente,
agora não, depois de uma longa jornada ele opta unificar-se com Todo,
opta servir ao Todo.
E essa é a palavra problemática. Unificar com o Todo até que não
tem, digamos, grandes problemas, mas quando se fala que para haver a
unificação é preciso servir ao Todo, com alegria, não adianta servir com
raiva, reclamando, esperneando, não vai levar a nada isso, é preciso servir
com amor ao Todo e para chegar nesse ponto é que alquimia explica
tudo, esta palavra gera problemas, servir.
Os alquimistas foram geniais, porque foi só a partir do intelecto. O
que tinha de laboratório naquela época? Só com o intelecto eles chegaram
a todas essas conclusões, que claro, os indianos 5 mil anos atrás também
já tinha chegado, e as várias tribos pela Terra afora, nas suas mitologias,
também tinham chegado na mesma conclusão, de que tinha um começo,
tinha um meio e teria um fim e esse fim seria a renovação de tudo.
Todos voltariam a casa do pai, todos seriam unificados. Tem
mitologias imensas pelo mundo afora sobre os mortos que irão sair da
sepulturas, na Polinésia todo ano tem um ritual de morte, renascimento,
em que se para de trabalhar, faz-se comida e todos ficam parados
esperando que os antepassados virão comer com eles, porque será
reiniciado no Universo.
Tem n variações do mesmo tema, de que um dia tudo acaba e tudo
começa de novo. Os indianos também falam da respiração do Universo,
ele se contrai e se expande, se contrai e se expande, até a física fala isso.
A pesquisa é se o Universo se expande indefinidamente ou se chega uma
hora que ele esgota a energia e começa a se contrair de novo. Isso, o que
é? Expansão/contração? Os indianos falam que é respiração, é a mesma
coisa que estão falando.
Agora como que um xamã chega nessa mesma conclusão? O xamã
tem acesso ao outro lado da realidade, todos os xamãs, em todas as
tribos, todos os pajés etc., todos têm acesso ao lado espiritual e aí eles
tem, eles sabem a verdade absoluta, é o que os alquimistas, depois,
elaborando lá em seus laboratórios, pensando, pensando séculos e
séculos, chegaram nas mesmas conclusões de que existiriam estes
procedimentos, sem uma ordem específica, todos atuando ao mesmo
tempo, mas toda problemática é como resolver a separação.
E agora? Estamos separados, como que fazemos para voltar àquela
beatitude original, o paraíso, essa volta para o paraíso ou a busca do
paraíso e etc.?
Todas as mitologias tem a mesma coisa, como terminar com a
separação? A solução já havia sido dada, também no início, Coniunction,
quando você unifica e volta tudo ao estado original, paradisíaco, e isso é
o que está nas descrições do que é um ser iluminado ou um ser
individuado. N descrições pelo mundo afora também de como é um ser
assim, que voltou à unificação ou chegou na unificação e continua vivo,
em carne e osso, nesse planeta, por exemplo.
Tudo isso que nós estamos falando acontece pelo Universo inteiro
afora, em todos os planetas, é a mesma dinâmica, a mesma problemática,
as mesmas questões, só mudam as formas, se tem mais dedinho, menos
dedinho, a cabeça é maior ou menor, se tem orelha, não tem orelha, se é
de cinza, se é de cor-de-rosa, não importa, o problema é o mesmo em
todos os lugares, tanto do lado material quanto do lado espiritual.
Do lado espiritual, se chego lá não Unificado o problema persiste,
todas as questões continuam em aberto, o ego, os interesses particulares
do ego, os questionamentos filosóficos e todos os sentimentos
contraditórios, turbulentos etc., etc., etc., é uma cópia exata do que tem
deste lado e do que tem do outro lado, guardadas algumas mínimas
coisas operacionais, digamos assim, mas o problema é o mesmo.
Qualquer ser separado do Todo inicia a jornada, vamos falar,
desesperadamente, tentando voltar ao Todo, só que ele ainda não sabe
como fazer isso, então ele tateia pelo Universo afora tentando chegar no
conhecimento, por tentativa e erro, de como que ele pode se unificar.
Bom, a solução da unificação já está dentro dele, lembra? Ele tem uma
centelha divina dentro de si, portanto ele tem a pergunta e tem todas as
respostas dentro dele. Quando se fala, a pessoa faz uma pergunta e se fala
“olha para dentro de você, ou segue a sua intuição”, é simplesmente a
pessoa prestar atenção no que a centelha dela está dizendo. A centelha
tem todas as respostas, porque a centelha é o Todo.
O ser não está abandonado, largado no Universo, sozinho contra tudo
e contra todos, não existe isso. Ele está caminhando, teoricamente
sozinho, para que ele ganhe consciência, está ganhando consciência e
chega num nível, um dia, que ele resolve voltar a unificar-se
conscientemente de livre e espontânea vontade, não de forma obrigada. A
coisa mais simples para o Todo seria pegar e puxar todas as centelhas de
volta para Ele, dissolveria o Universo e pronto, volta tudo à estaca zero,
mas volta à estaca zero de que jeito? Todo capenga porque um voltou
com nível de consciência 10, o outro com 50, o outro com 100, e aí como
que o sujeito que está com 50 de nível de consciência dentro do Todo, aí
não tem mais o Universo, só tem a energia primordial, o oceano
primordial, o vácuo quântico, aí ele está lá consciente porque a
consciência não tem como desaparecer, ela só agrega, soma, expande, fica
mais complexa. A consciência não acaba e ele ainda está num nível de
consciência que não sabe que existe o Todo ou como que é o Todo, ou
como que ele poderia se unificar novamente etc., etc., e ele foi jogado de
volta dentro do Todo, então é como se ele estivesse num quarto escuro,
não enxerga nada, não tem luz alguma, mas ele está lá consciente, mas
não sente, não ouve, não tem percepção, não tem mais corpo, percepção
zero. Mas a consciência dele existe.
Seria como se nós tivéssemos um surdo-mudo, que aí não tem tato,
não tem cheiro, não tem gosto, não tem nada, não tem percepção
nenhuma, mas ele está consciente, guardadas as proporções, é a mesma
situação. Isso vocês poderiam chamar de horripilante, isso poderia ser
chamado de infernal mesmo, você consciente preso dentro do ser, sem
alternativa nenhuma, porque parou a evolução, parou a individuação,
isso seria a pior situação possível e imaginável. O Todo não faz isso, o
Todo deixa todos evoluírem, com livre arbítrio, faz o que bem entender,
aprende com os próprios erros, pode levar o tempo que for, o Todo está
sempre protegendo, tem todos os auxiliares que o Todo pôs para proteger
o ser, todas as pessoas, todos os seres tem protetores ou mentores, anjos
da guarda, não importa o nome que seja, tem alguém que zela pela
segurança do ser, com livre arbítrio, “deixa ele dar as cabeçadas que
quiser dar”, vai só amparando, tenta, dá uma intuição, “meu amigo, é
para cá, é ali, volta pra cá”, mas quer continuar vindo para cá e errar,
errar, errar, sem problema, continua fazendo.
É claro que num Universo que existe livre arbítrio, inevitavelmente,
aparecerão os do contra como já foi explicado, a pessoa que não quer
existir, não quer se separar do Todo, filosoficamente, contra o Todo por
ter gerado o ser para que ele evolua. É caso dos negativos, eles são
filosoficamente contra, por quê? Porque eles estão numa situação que não
querem estar e eles não tem alternativa. No fundo, quem tem mais
expansão de consciência sabe que não tem para onde fugir, que ele está
dentro do Todo, o único caminho que tem é ele colaborar, servir ao
Todo, mas quando se fala servir ao Todo é como se fosse o maior
palavrão que pode existir, então a resistência persiste, persiste e persiste.
É claro que essa resistência poderia ser, vamos dizer, neutra, você
resiste, mas fica em cima do muro só assistindo o desenrolar dos
acontecimentos, não se envolve, eu sou contra, mas eu não vou fazer nada
contra.
Não fazer nada é um problema seríssimo para qualquer ser, faz parte
do Universo o movimento, o fazer, o agir. Não é suficiente para eles
assistirem a evolução do Universo, como eles são do contra, eles passam a
atuar contra, vão atuar no livre-arbítrio, vão sugerir novas ideias
contrárias ao Todo, todo tipo de meios e artimanhas que possam usar
contra o Todo e contra as criaturas que estão no caminho da evolução
eles usarão.
Agora vocês já sabem, o Todo tira o bem de qualquer coisa, do mal o
Todo tira o bem, o mal que possam causar, a turbulência que eles possam
causar é usada dentro da calcinatio, então a calcinatio faz parte da coisa
pela ação própria da pessoa que é contra, então ela resiste, e pelas
atividades dos demais que são contrários, os negativos.
Junta tudo isso aí, e todos os conflitos egóicos, e aí temos uma
calcinatio gigantesca, imensa, mas da calcinatio aprende-se. É problema,
problema, mais problema, mais problema, mais problema e a pessoa
aprende. Se ela entra na contramão e bate de frente com outro carro, não
foi azar. É o que vai pensar no início, mas na segunda vez, ela bateu de
novo? Na terceira vez perdeu três carros, quatro carros, cinco carros, seis
carros, vai chegar uma hora que ele vai falar “é melhor eu não entrar na
contra mão, porque eu vou perder mais um carro e para comprar um
carro, eu tenho que trabalhar muito, então eu não vou entrar na contra
mão”, simples, então uma coisa banal levou um tempão para aprender,
mas aprendeu, não entra mais na contra mão.
E isso vale para todas as regras ou leis cósmicas que existem no
Universo afora, de como a coisa funciona para este lado e contrariamente
só dará problema. É isso, em última instância, que a alquimia explica. Se
a alquimia fosse entendida, vamos falar, por um ser de 18 anos de idade,
imagine onde esse ser, essa pessoa, chegaria no planeta igual a Terra. Que
progresso essa pessoa poderia ter se lá de baixo se já soubesse como
funciona o Universo.
Guardada as proporções, é normalmente o que acontece pelas tribos
todas pela Terra afora, em que a mitologia original ainda existe, o
contagio com o homem ocidental civilizado ainda não foi muito grande e
persistem nas mitologias deles e dá tudo certo dentro daquela sociedade,
dentro da tribo. São felizes dentro das possibilidades, progridem. Quando
se destrói aquela mitologia, a tribo entra em colapso, entra em
decadência total, vocês podem estudar bastante o assunto, lembra
daquela palestra que foi falado do Frum? O Deus Frum na Polinésia,
onde explodiram bombas testando etc. Aqueles habitantes daquelas ilhas,
em virtude dessas situações todas, assimilaram que existia um novo Deus
chamado Frun, que era uma das pessoas que chegou na Ilha. Se chega um
ser com grande tecnologia num lugar digamos simples, sem tecnologia, é
inevitável que aqueles seres julguem que o ser que tem um grande poder
de destruição é um Deus. Eles tentaram incorporar o Frum na mitologia
deles, original, isso ficou. Já tem um bom tempo essa história. Os
antropólogos já puderam estudar detalhadamente essa situação. No início
parecia que ia ter um jeito de encaixar, mas à medida que o tempo foi
passando, não conseguiram encaixar a forma de ser do Frum, na
mitologia original. Eles viram que o comportamento dos seguidores do
Frum não coadunava com a mitologia original, de como o Universo era,
de como funcionava os rituais, se a gente fizer assim todo mundo
progride, safra, chuva etc.
O povo do Frum não conseguia se encaixar nessa mitologia, é logico,
era fatal que isso acontecesse, porque é claro que a visão de mundo do
povo do Frum, é uma visão, digamos, materialista, reducionista,
cartesiana, e o povo original é toda mitologia do Todo. É uma mitologia
elaborada com metáforas, mais ou menos, como todas as outras
mitologias, mas que tem um fundo de verdade filosófica e existencial,
metafísico perfeito, então aquilo serve perfeitamente àquela tribo e
durante milhares e milhares de anos a tribo progrediu com aquela
mitologia.
E aí aconteceu toda a história do Frum, como é que encaixa? Isto não
encaixa, então, depois de 10, 20, 30 anos, essa história já tem mais de 60
anos, ficou muito complicada, o líder dos nativos que estava elaborando
como juntar porque a maioria aceitou, “está bom existe o povo do Frum,
tudo bem”, mas o xamã não tem a possibilidade de deixar para lá “e
temos a nossa mitologia e agora apareceu esse povo do Frum e está tudo
certo, vamos em frente e o que importa é a casa, carro, apartamento.”
Acontece que na ilha não tem casa, carro, apartamento, eles vivem
num paraíso, numa ilha que os ocidentais vão passar as férias, resorts.
Eles não tem necessidades de casa, carro, apartamento. Eles têm que viver
dentro da mitologia deles, senão se dissolve a sociedade deles e viram o
quê? Nada, viram nada. Viram refugiados em qualquer favela mundo
afora, eles não podem sair daquela mitologia, senão acaba, mas essa é a
função primordial do xamã. O xamã daquelas ilhas é obrigado a ficar
sentado e pensando. O xamã é um mitólogo, um psicólogo, um
psicanalista, ele é tudo na tribo. Ele tem que pensar, pensar, e aí vê o
comportamento daquele povo, que não se encaixa com eles, não dá certo
e começou a dar problema, dar atrito, todo tipo de situação desagradável,
o que o xamã fez? Voltou à origem, lógico, ele abandonou o povo do
Frum, e voltou na origem. A origem, a mitologia deles, funciona, a
civilização deles funciona. “E agora estamos nessa situação, uma
separação, separatio, agora houve, digamos, uma contaminação cultural
tremenda e claro que ficou difícil, mesmo o Xamã voltando às origens,
ficou difícil porque todo mundo da ilha sabe que o povo do Frum existe.
Por mais que se queira jogar para debaixo do pano uma situação dessa na
ilha, não se consegue. De uma certa maneira houve uma expansão de
consciência dos nativos, houve uma intervenção externa, de algo que eles
jamais poderiam imaginar que existisse e agora eles não conseguem
integrar uma coisa na outra, mas tem que conviver com o povo do Frum.
Bom, isso é o que acontece em qualquer tribo terrestre que estava
isolada na selva, numa ilha, num continente, na Antártida, seja lá onde
for e que chegam os exploradores, desbravadores, os cientistas. E seja lá
quem for, por que razão for, chegaram pessoas completamente fora do
paradigma vigente daquela sociedade. O que acontece? Desmonta aquela
sociedade.
Antropologicamente, vocês veem o que aconteceu com os indígenas
brasileiros, é exatamente a mesma coisa. Claro, não tem essa, vamos
dizer, elaboração toda, essa documentação toda. Neste caso era uma ilha,
então o povo, antropólogos, mitólogos e religiosos etc., tiveram grande
interesse em fazer um estudo porque é um laboratório fechado lá no meio
do Pacífico. E aqui, como eles não estão no meio do Pacífico, mistura-se
com tudo. Para quem der uma olhada nessa situação verá que a
desintegração daquela cultura é liquida e certa, é só uma questão de
tempo, toda aquela mitologia que viviam e que estavam sendo felizes por
milhares e milhares de anos vira pó. Todos os problemas da civilização,
da mitologia materialista destrói aquela civilização, inevitavelmente, e
vem todas essas outras questões de demarcação de terras, disputas de
terras, invasão etc.
Quando uma mitologia é invadida por outra mitologia, qualquer que
seja a proporção em que isso aconteça, neste caso é uma tribo de 10, 20
mil anos de existência, e chega uma civilização mais avançada,
tecnicamente mais avançada, há a destruição da outra.
Não precisaria nem fazer um genocídio físico e matar todos os
indígenas, o simples fato de destruir a mitologia daquela tribo já é
suficiente para que a tribo, no devido o tempo, acabe, literalmente, se
desfaça completamente, mas isso, vamos supor, levaria um certo tempo
para acontecer até contaminar todos os conceitos mitológicos.
Na pressa, vocês já sabem o que acontece, na história toda, é mais
prático e rápido exterminarem todos fisicamente, em 30 anos você já
liquida uns quatro milhões, o que levaria muito tempo destruindo a
mitologia deles, então é muito mais rápido fazer genocídios.
A história humana é riquíssima nesse aspecto. Para quem quiser
estudar esse assunto, tem material para o resto desta vida e outras vidas.
Assistiram “a Promessa”? Tem um outro filme para assistir, também com
o arquétipo Diana, “o Jardineiro Fiel” é outra forma de vocês verem
como a mitologia, como Diana atua neste planeta, nessa civilização.
“Diamantes de sangue”, tem n possibilidades para se estudar o arquétipo
Diana, depois nós veremos todos os outros, um passo por vez.
Na medida que os alquimistas foram estudando Coniunction, como
juntar, foram analisando a vida das pessoas que chegavam da unificação e
continuavam vivas. Então, um caso, dois casos, n casos, pelo planeta
todo. As mitologias todas começaram a incorporar esse conhecimento, o
que acontece com um ser iluminado, o ser chegou na iluminação, chegou
da unificação, voltou ao Todo, agora temos um Todo andando pelo
mundo, depois 2 Todos, 3 Todos, 4 Todos, então, Todos sempre andaram
pelo mundo, ou seja, pessoas que chegaram na iluminação.
Essas pessoas tem um comportamento característico, completamente
diferente dos demais, o fato de terem chegado nesse nível de consciência
da iluminação faz com que eles não tenham mais nada a ver com isso
aqui. Eles estão andando aqui, estão vivendo, comendo, andando de carro
etc., mas não tem mais nada a ver com isso, é aquilo que foi falado, eles
estão no mundo mas não são do mundo, é isso que foi falado há 2 mil
anos. Estão no mundo, mas não são do mundo.
É uma psicologia, é uma forma de ser completamente diferente dos
demais, todas as atitudes, a forma de viver, como pensa, como age, o que
gosta, o que não gosta, opiniões, visão de mundo, é totalmente
transcendente à situação dos demais. Isso está acontecendo pelo mundo
todo, em várias tribos pelo mundo todo, há milhares de anos, sempre
acontecendo em alguns lugares, vários casos simultâneos, como a Índia.
Eles querem entender como funciona o Universo, aquilo é o tempo todo.
Eles querem estudar aquilo, eles não estão preocupados com outras
questões, a civilização indiana é muito particular, muito sui generis. Essas
questões materiais para eles são irrelevantes, o que importa é como que a
gente volta ao Todo.
Os estudos todos são feitos em cima disso, as pesquisas, a sociedade,
os xamãs, os faquires, os gurus etc., etc. Centenas e centenas e centenas,
o que eles procuram? Como voltar ao Todo, o resto é irrelevante. É
lógico, uma cultura desse tipo gerará uma literatura vastíssima sobre o
tema, sobre como conseguir fazer isso e claro, aprofundados o estudo
sobre aqueles seres que chegaram nessa situação.
Imagine milhares de anos estudando isso e quem chega na iluminação,
documentando tudo isso e criando metodologias, protocolos de como que
os outros também podem chegar lá. Todo mundo tem um grande
interesse em aprender qual é o método, “esse que chegou na iluminação,
como é que ele fez? De onde que ele partiu? O que que ele fazia? Como
ele vivia? Quantas horas ele dormia? O que ele comia? Etc.” Desta
forma, estudando a vida daquele ser, chega a definir um protocolo que
aquilo deu certo, aquele chegou da iluminação, criam-se correntes de
seguidores, filosofia, teologia, Yoges e tudo mais em cima de um ser X
que deu certo.
Aparece um Y na mesma região, digamos assim, que também deu
certo. Aí disseca-se como se faz para copiar tudo que ele fez para chegar
na iluminação. Aparece o Z, A, B, C, D, E, F, G, quer dizer, um lugar em
que a prioridade máxima é chegar na iluminação acontecerá em dezenas e
centenas. É evidente na Índia a grande quantidade de pessoas interessadas
em chegar na volta ao Todo e todo mundo que procura acha, quem
procura acha.
Assim, se a pessoa devota a vida dela a achar a forma de se iluminar e
tendo n experiências de conterrâneos que foram se iluminando a partir de
milênios e milênios para trás, a quantidade de gente que se ilumina, a
tendência, é ser cada vez maior. Não tem lugar onde mais se estudou
coniunction do que na Índia.
O que eles descobriram dissecando a vida dos que chegaram a
iluminação? Descobriram aquilo que os taoístas também já tinham
descoberto. Nos pares de opostos, você Yin e o Yang, você a força
feminina e a força masculina, o Yin e Yang, opostos. Bom, como opostos
ninguém chega no Todo. O Todo, por definição, não tem pares de
opostos. No Todo não existe opostos. Essa coisa de bem e o mal não
existe no Todo, isso é par de opostos. Os alquimistas foram pensando,
pensando, pensando, e logicamente chegaram à conclusão, antes de viver
qualquer caso prático, de que um Yin sozinho não chega no Todo, não
unifica de novo com o Todo, um Yang sozinho não unifica com o Todo
também, logo temos um problema, sozinhos não chegam a lugar nenhum,
na unificação com o Todo. Estamos falando em termos de formar campo
para serem felizes. Na Terra não há problema algum, está tudo certo, fez
campo, serão felizes, enquanto o campo existir, serão felizes para sempre,
até que a morte os separe. “O separe” é o campo. Separou o campo,
mesmo após a morte, se continuar mantendo o campo, continuarão
felizes para sempre. Quando se fala que o amor é eterno, realmente o
amor é eterno se o campo for mantido, mas isso é outra história.
Os indianos foram estudando pelo mundo afora os seres que
conseguiram chegar à unificação, à iluminação. Eles chegaram à
conclusão e todos chegaram a essa mesma conclusão em todos os lugares
da Terra, que o ser que chega na iluminação fez uma união, ele é uma
mistura de Yin e Yang, ele não é mais Yang e não é mais Yin, ele é uma
terceira coisa, nem meio Yin, e nem meio Yang, é uma terceira coisa e é
por isso que o ser é completamente diferente de tudo o mais que existe
andando pelo planeta.
Por que é fácil você bater o olho e ver um iluminado? É porque ele é
uma terceira espécie, digamos assim, ele não é nem Yin, nem Yang, qual
o nome que se deu para este ser? É andrógino. Foi aí que surgiu há
milhares de anos o conceito, a ideia. Eles viram isso na prática, esse ser
não é mais Yin e nem Yang, ele é uma terceira coisa. Isso deixa todo
mundo perplexo. Numa tribo isso chama a atenção, a não ser que o
sujeito vá viver numa caverna, longe de todo mundo, mas se ele estiver no
meio social, é impossível não chamar a atenção. E já existia, o
hermafrodita. Eles também já tinham percebido o ser original, o Todo
não tem essa divisão de opostos, não é nem Yin, nem Yang.
Ele é essa terceira unidade de Yin e Yang, nele não tem essa divisão,
mas os seres emanados, tem alguns seres que são hermafroditas, eles
procriam sem ter necessidade de outra parte, nem de Yin nem de Yang,
eles já são completamente diferentes. Vendo isso na natureza, o que eles
perceberam? Eles fizeram uma analogia, eles viram que tem seres assim e
o sujeito que evoluiu, evoluiu, evoluiu, e chegou na iluminação, agora ele
é um unificado, e tem as suas características.
Assim, o que eles compararam? Eles viram que o hermafrodita, em
algumas questões, era muito parecido ou o andrógino era extremamente
parecido com o hermafrodita, a unificação, até nos termos físicos, tinha
acontecido. Não é que o ser unificado vira hermafrodita, mas em termos,
digamos espirituais, emocionais, energéticos, não é mais nem Yin nem
Yang, ele é uma outra coisa e essa outra coisa, unificada, o andrógino, é
extremamente parecido com hermafrodita.
Então, isso gerou mais estudos ainda para criar umas mitologias que
pudessem incorporar o andrógino aos mitos da tribo. Eles viram que o
andrógino era o original, antes que tudo tivesse acontecido, Big Bang, o
que existia? O andrógino, não tinha pares de opostos, em Yin e Yang,
isso foi quando separou.
Então, antes o que existia? Antes não tinha separação, estava
unificado, e esse unificado como é? É igual esse ser que está andando ali,
que mora naquele ashram, é um andrógino, o comportamento dele é
assim, ele não é nem Yin, nem Yang, ele era, isso acabou, aconteceu
alguma coisa na vida dele um dia que teve a iluminação, seja lá o que for,
com protocolo ou sem protocolo, por graça divina, o fato é que agora ele
é um andrógino
Vocês imaginem isto em termos sociais, como que fica. Uma coisa é
você ter umas divisões claras de papéis, Yin e Yang, cada um vai se
comportar assim, assim, e assim, e aí surge um novo ser no meio daquela
tribo que não é nada disso, que já transcendeu tudo isso, e que
transcendeu a matéria, transcendeu as coisas, transcendeu o ego,
transcendeu tudo, mas continua vivo, por um tempo, mas continua vivo.
Não tem mais interesse em nada, nas coisas da tribo, mas está ali dentro,
o que faz um ser assim? Ajuda, ajuda, ajuda, ajuda, continua estudando,
claro, e ajuda, ajuda, ajuda, ajuda, por quê? O que faria um ser que
transcendeu tudo? Que não tem mais interesse em nada que a tribo faz?
O que faz ele? Se ele está unificado, o Todo tomou conta dele
inteiramente. O ego dele continua existindo, em termos de
individualidade, ele sabe o que está acontecendo, penso logo existo, mas
quem domina, quem controla é o Todo, é a centelha dele que está no
controle, está unificado, o que que faz uma centelha em carne e osso?
Ajuda, não faz outra coisa. Estuda, ajuda, estuda, ajuda, estuda, e não faz
outra coisa, que interesse vai ter uma centelha numa coisa material?
Como é que o Todo vai ter interesse numa coisa material que não seja
ajudar? Isso já foi falado há bastante tempo numa palestra, mas dá para
imaginar que o Todo vai disputar algum jogo competitivo? Impossível,
literalmente impossível, vai parecer ficção científica, os super heróis, por
quê? Como que você vai competir com o Todo? Os outros estão no
caminho da evolução, isto é, não são iluminados, e tem um que é, e esse
tem o poder do Todo dentro dele, se ele estalar os dedos acontece o tal do
colapso da função de onda consciente, CoCriador. Que graça vai ter a
coisa? Tanto para os demais quanto para ele?
Vamos supor que este ser esteja de goleiro, no futebol, aí chuta uma
bola no gol, ele só põe para fora, nenhuma bola chega nele. Resultado,
ganhou todas, ganha todas, todas, todas, logo chamarão este time para
conversar, vamos fazer o seguinte, vocês ficam só dando show,
demonstração, e o campeonato vai funcionar com os outros, vocês não
vão mais disputar campeonato, porque não tem condição, não tem
competição, vocês ganham todas, então vocês vão dar show, pronto aí
eles saem fazendo excursão pelo mundo afora dando show, igual aquele
time de basquete, dá show, resultado perde-se o interesse.
Uma centelha nesta situação não vai ter interesse nenhum em jogar
nada, nem participar de nada, o que ela pode fazer? Já que está aqui, só
tem uma coisa que centelha faz, é ajudar, porque o que faz o Todo o
tempo todo? Só ajuda, mais nada. Por que se fala que Deus é Amor? O
que faz ele? Ele ajuda, ajuda, ajuda, ajuda, e como que se classifica um
ser que só ajuda, ajuda, ajuda, ajuda? É claro, por lógica chegou-se à
seguinte conclusão, bom esse só pode ser amor, porque se ele ajuda,
ajuda, ajuda, ajuda, não faz outra coisa na vida, ele só pode estar amando
o tempo todo, por pura lógica, se chegou nisso, ok?
Você está dentro dele. Dentro. Não é uma situação em que você pode
pegar, pôr numa bancada e fazer testes, análises em laboratórios em cima
dele para descobrir como que ele é, só pode descobrir como Ele é por
dedução. E que tipo de dedução você pode fazer? Por você mesmo, isso
tudo os indianos elaboraram, se nós temos uma centelha dentro de nós,
podemos ver, quem tem olhos vê a centelha dentro do ser, vê o formato
da centelha.
Eles viram e falaram, “bom, se nós fizermos uma unificação, nós
vamos conseguir saber o que a centelha pensa, sente, seus ideais, seus
interesses etc.”, e foi o que eles fizeram, eles estudaram profundamente
dentro deles, já unificados com a centelha, que é o máximo que dá para
fazer, é logico, você consegue saber a verdade, isso qualquer ser que tem
interesse consegue saber, mas a verdade da verdade, aí não dá, isso o ser
emanado não tem como saber, a não ser que um dia ele esteja
completamente unificado, aí ele saberá a verdade da verdade.
E é isso que todo ser iluminado acaba fazendo, a busca da verdade,
por que ele estuda, estuda, estuda, estuda? Porque ele quer saber a
verdade, entre esses tempos ele ajuda, ajuda, ajuda, ajuda, porque ele
virou centelha, está unificado com a centelha, então ele não tem outra
coisa para fazer na vida, ele só pode estudar e ajudar. Sendo assim ele é
feliz.
Antes que se pense, lembra aquela coisa lá, “ai, que chato ser assim”,
não tem nada de chato ser assim, a pessoa, o iluminado é o ser mais feliz
que pode existir. Quanto mais ele ficar iluminado, mais feliz ele fica e
mais unificado. Tudo é uma questão de frequência, ele pode elevar a
frequência dele praticamente em termos infinitos. Até a frequência do
Todo, que é infinito, quer dizer, não existe problema de que algum dia
um ser unificado deixará de ter o que fazer da vida, ou não terá novas
fronteiras para desbravar, novos empreendimentos e novos
conhecimentos, isso tudo é infinito.
Isso garante, a diversão é infinita. Tem espaço que não acaba nunca
mais. E tudo que foi descoberto em todas as mitologias, na alquimia, no
taoísmo, com os indianos etc., chegou na mesma conclusão, o ser
unificado é um Andrógino. Evidentemente que filósofos vendo a mesma
coisa que aqueles que enxergaram, falaram “bom como classifica isso?”
Você se classifica segundos os filtros que você tem, não é? Para quem só
tem martelo, todo problema é prego, então você tem sete cores do
prisma, se você está numa cor, você enxerga tudo na mesma cor, então,
Nietzsche, por exemplo, viu essa situação, e como é que ele classificou?
Ele falou “agora temos um andrógino?” Não! Temos um super-homem, o
homem do futuro, o homem do futuro é o andrógino, os indianos
também já enxergaram tudo isso, no futuro como será a humanidade?
Serão andróginos, por quê? Porque serão os seres unificados, não serão o
Yin e Yang andantes, eles estarão unificados, então todos eles serão
andróginos. O Nietzsche enxergou isso em termos filosóficos, então ele
falou “no futuro teremos o super-homem”, que é exatamente o
andrógino.
Nietzsche escreveu longamente sobre todas essas situações do ponto de
vista filosófico e ficou muito difícil para os demais entenderem o que ele
estava falando. Ele está falando de um outro patamar, de algo
transcendente, qual o vocabulário que se usa numa situação dessa?
Filosoficamente. Se ele começasse a falar igual indiano, seria classificado
como um místico indiano, e acabaria com a fase filósofo dele. Vocês
sabem que até hoje isso acontece. Se você transcendeu, você deixa de ser
aquela, aquele pedaço Yin/Yang que era e já é outra coisa, já é
classificado, posto lá e pronto. Reclassificado. O Nietzsche estava na
mesma situação, se ele fala que toda essa terminologia metafísica dos
indianos, “agora temos um andrógino” isso em 1850, 60, 70, um tanto
quanto complicado, não é? Hoje isto é muito complicado, imagina
naquela época.
Desta forma ele falou “no futuro teremos um super-homem” que é o
ser unificado, individuado como o Jung falou. Jung também enxergou a
mesma coisa e usou outra terminologia, já no século 20, para poder ter
necessárias precauções, mas todos estão falando a mesma coisa.
Se Nietzsche for lido com outros olhos, dará para entender muita
coisa do que realmente ele quis dizer. Evidentemente, tudo que se fala,
tudo que se escreve pode ser distorcido para dizer que foi dito outra
coisa, isso faz parte da natureza humana.
É bem difícil você entender certos escritores, filósofos, místicos etc.,
porque eles estão escrevendo a partir do ponto de vista unificado deles, e
quem está lendo não está unificado, quem está unificado entende
exatamente o que eles quiseram dizer, mas quem não está unificado pode
tirar conclusões completamente opostas. Ou muito diferentes. Por
exemplo, Joel Goldsmith escreveu que quando a pessoa está preenchida
do Todo, não foi com essas palavras que ele disse, mas o conceito é o
mesmo, é um ser unificado, iluminado, que esse ser está totalmente,
vamos usar um termo moderno, blindado contra todo tipo de problema.
O que Joel está dizendo é que quando o ser transcendeu, ele soltou tudo e
que nada mais, em termos terrestres tem importância, tudo passou a ter
uma conotação relativa para o ser. Tudo que se fizer, o ser unificado
enxerga, sente e pensa de outra forma, ele não tem, como eu disse, mais
nada a ver com esta realidade terrena. Estas pessoas foram muito
estudadas, foram dissecadas, teve a psicologia do unificado, por isso que
se chegou, que se sabe como eles pensam. Quando se fala “estou
totalmente imune a qualquer coisa que possa me prejudicar e etc., etc.”,
sim, mas isso não quer dizer que ele não possa ter gripe, não possa
quebrar o pé, que não possa bater o carro, que não possa ficar doente,
que não possa ficar desempregado etc., etc. Não é que o sujeito virou um
super man, o homem de aço, não! Não tem nada a ver uma coisa com a
outra. Infelizmente, Nietzsche falou desta forma, mas não é assim na
prática. O ser sente assim, o ser sente iluminado, ele sente desta forma,
ele já soltou tudo, então o que você pode fazer? “Vou tomar o seu carro”,
“leva filho, leva o carro”, vocês não leram? Se o sujeito quer a capa, dá o
manto, se ele quiser que ande uma milha com ele, anda duas milhas.
Tudo isso já foi falado e explicado, então o que, como você vai roubar
um ser que se você tomar a capa dele, ele dá o manto também, “precisa
da sandália? Leva ela também porque eu não preciso.”
Francisco de Assis, quando via um mendigo, melhor vestido que ele,
ele fazia questão de trocar de roupa, “para, para, mendigo vem cá, vem
cá, eu estou melhor que você, me dá essa sua roupa e toma a minha”,
pronto e aí ficava coma roupa do mendigo. Se aparecesse outra mendigo
em piores condições ele trocava a roupa com o outro. Isso é um ser
iluminado, então que mal você pode fazer para este ser? Entendeu o
conceito?
Depois que transcendeu, tudo mudou, mas é claro e aí sempre volta
nesta história, um ser assim, é problemático dentro de uma determinada
civilização, porque é completamente diferente dos demais, então todos os
critérios de julgamento, de comportamento, de tudo o mais, esse ser será
diferente.
Se o ser é diferente, ele forçosamente tira os demais da zona de
conforto. Esta é a questão principal para o demais. Que o ser iluminado é
um freek, é um ser diferente, é um... pode classificar do jeito que for, não
tem problema, ele fica lá no canto dele e não perturba ninguém, está tudo
certo, só ajuda, ajuda, ajuda e está tudo certo, mas o problema é que só a
presença do ser iluminado já perturba porque ele emite uma radiação.
Radiação atômica, ele emite uma radiação, uma emanação, iluminado,
com luz. Ele emite luz, porque sai luz dele sem parar. Ele é um canal do
Todo. Sai luz e aí cria certos problemas. A luz vai afetar as trevas, a treva
não gosta de luz, e isso mexe na zona de conforto, tanto do povo da
tribo, quanto do povo de baixo, os negativos. Luz é muito complicado.
É por essa razão que se o ser iluminado ficar numa caverna não terá
grandes problemas, mas se ele ficar no meio, transitando, aí é um
problema. Se o ser não transitar, ele terá paz para continuar o trabalho
dele sem problema algum. Isso para o ser não é problema. Se ele já está
unificado, não precisa transitar para lugar algum, então tanto faz, como
tanto fez, para ele está tudo certo, ele vai fazendo o trabalho e ajuda,
ajuda, ajuda, ajuda até quando o Todo quiser, depois ele continua
ajudando do outro lado e assim vai, ad eternum. Para os que estão aqui
no caminho da evolução, é muito importante entender certos conceitos,
para entender em que pé que está da jornada.
Se você que está se iluminando, você já está sentindo de uma forma
diferente em que você já não é 100% Yin nem 100% Yang, se já está
ficando 80/20, 40/60, as coisas estão misturadas, seus sentimentos já
estão variando em relação a essas coisas todas, em relação à visão de
mundo, está tudo meio turbulento no Yin e Yang, não tem problema
algum, está perfeitamente correto, está tudo certo, está dando certo, você
está no caminho da iluminação, não tem que se preocupar com nada,
deixa a luz entrar que chegará o dia do 100% da iluminação.
É importante a pessoa ter esse conhecimento de que esta mudança
energética Yin e Yang está em andamento, senão a pessoa começa a sentir
que já “eu não sou como eu era, será que está tendo alguma coisa errada
comigo?” Não! Está tudo certo. Para chegar na iluminação tem que haver
essa mudança toda.
Não se preocupem, não precisa de preferência. Nunca divulgar isto,
nunca proclamar que está havendo essa transformação energética,
filosófica de visão de mundo. Não precisa contar para ninguém, deixar
totalmente transparente para o mundo e faz a sua vida normal, trabalha,
estuda, ajuda, e está tudo certo, no devido tempo, chegará lá.
Eu estou contando isso para que ninguém fique preocupado. Porque
“estou sentindo as coisas diferentes”, é normal, isso é sinal de que está
em perfeita evolução. E para quem quer iniciar o caminho da evolução,
também é importante saber disso, porque passará pelas mesmas
mudanças energéticas.
Está tudo certo, está tudo perfeito, os alquimistas descobriram coisas
maravilhosas, espetaculares. Esse conhecimento vale mais que ouro. É
como se você tivesse o mapa, o território, o mapa do território, “quando
começar o caminho da iluminação, eu sentirei isso, depois isso, depois
isso, depois isso. Sei exatamente onde eu estou e que está tudo certo,
embora o entorno possa não entender, não compreender”, possa achar
que você está ficando muito freek, mas não se preocupe que está tudo
certo, só não precisa contar isso para ninguém, nem divulgar, nem falar
nada, porque quem não está no caminho, no mesmo nível de frequência,
não tem como entender estas coisas, não tem como entender a
transformação que está acontecendo com o ser que está se iluminando.
É só ter paciência que tudo dará certo, com certeza absoluta. O
próximo passo de alquimia é o passo final e aí nós faremos as análises da
pedra filosofal, capítulo seguinte.
VIII. Pedra Filosofal – Parte 1

Neste capítulo falaremos da primeira parte da Pedra Filosofal.


Tudo o que os alquimistas fizeram durante os séculos, foi para chegar
na Pedra Filosofal. Qual é a importância? Qual a vantagem? Quais os
benefícios que a pessoa teria de chegar a esse conhecimento? Tem que ser
uma coisa astronômica, inigualável, para que eles fizessem todo esse
esforço, todos aqueles procedimentos que já falamos, para chegar neste
conhecimento.
Mostraremos a partir deste capítulo como que se chega nisso, teremos
a partir deste capítulo algo didático. O assunto vai crescendo passo a
passo, para que uma fase permita acontecer a outra e depois da outra e
assim sucessivamente, mas isso tudo depende da aplicação desde do
início.
Chegar na Pedra Filosofal é a coisa mais importante que uma pessoa
poderia fazer. É um assunto, digamos, hermético, pouquíssimo falado,
bem, digamos, oculto, mas dá mais alta e extrema importância. E é por
causa desse poder absoluto da Pedra Filosofal que se fez todo esse esforço
e que se manteve isso oculto através de uma linguagem codificada, para
que poucos entendam ou entendessem.
Hoje em dia já não há necessidade de tanto segredo, a importância de
se chegar no conhecimento da Pedra é extrema, a necessidade de chegar
nisso é extrema, então deve-se divulgar, mas o assunto, por si só, já é
muito complexo.
Não é um assunto banal que se possa explicar como uma receita de
bolo de chocolate em que se põe tais ingredientes, mistura numa ordem X
e depois põe no forno por tantos minutos e saiu o bolo de chocolate. Isso
é simples e isso se chama, na idade moderna, química.
O que nós estamos falando é algo extremamente complexo, por isso
que se chama alquimia, a transmutação e isso exige da pessoa uma
dedicação praticamente sobre-humana. Exatamente o que os alquimistas
falavam das características que teria que ter quem chegava para fazer um
trabalho alquímico. Existiam poucos, por quê? Porque o trabalho é
extremamente difícil, em todos os aspectos.
Mesmo que se divulgue, como estamos fazendo abertamente,
claramente, o interesse é muito pouco, justamente pelo que se exige da
pessoa para adquirir conhecimento, torná-lo na vida prática, e fazer a
transmutação que deve ser feita para que esse conhecimento possa ser
aplicado.
As pessoas podem pensar que Alquimia não tem nada a ver com casa,
carro, apartamento, barco, avião e etc., mas é só questão de pensar um
pouco sobre o que é alquimia, onde os procedimentos levam, onde se
chega e qual o poder que se tem quando se chegar ao conhecimento da
Pedra Filosofal. Esse é o conhecimento supremo, e é fácil de entender
isto.
Uma pedra emite radiação, tudo emite uma radiação, mais forte,
menos forte. Se tivéssemos aqui um recipiente e abríssemos a caixa,
dando uma olhada de um segundo numa bola de plutónio e fechássemos,
daqui a três dias todas as pessoas que estiverem aqui perto, estariam
mortas, desintegradas, dissolvidas, as moléculas e células se desfariam.
Se você já viu um filme em que as pessoas são expostas à radiação,
você sabe o que eu estou falando, dissolve por quê? Porque a quantidade
de radiação que atinge o outro ser, seja um ser vivo, uma planta,
qualquer coisa, é tamanha que quem recebe não tem como metabolizar
aquela energia, não tem como assimilar aquela energia sem ter seríssimas
consequências.
Lá em Chernobyl, por exemplo, você tem animais que foram expostos,
que não se pode tocar no animal, o animal está contaminada de radiação,
mas nenhum humano pode pôr a mão no animal, porque passará para o
humano.
Tem um filme que eu já citei uma vez, o PU-239, sobre essa questão
de radiação, é muito interessante, e é engraçado, tem cenas muito
engraçadas no filme, apesar de tratar de um assunto super sério, que é a
questão da radiação, é um filme mesmo, de roteiro, de Hollywood, PU –
239. Não é muito fácil de encontrar.
Desta forma, a Pedra Filosofal tem essa característica, como tudo que
existe no Universo. Ela emite uma radiação tremenda pela frequência
altíssima da pedra. Vocês sabem que quanto maior a frequência, maior a
energia, quanto mais você eleva a sua própria vibração, você emite,
emana, mais energia, até um ponto que seria, vamos dizer, impossível
alguém ficar perto da pessoa quando ela está emitindo neste grau. Do
mesmo jeito que não se pode colocar a mão no cachorrinho lá de
Chernobyl, qualquer coisa que emita uma radiação altíssima causará
também o mesmo problema para os que estiverem perto, mas é claro, o
poder disto é praticamente infinito, é por isso que se disputa tanto por
PU-239.
Quanto maior a vibração, maior a energia e vocês sabem que no
Universo, energia é igual a informação. Na fórmula do Einstein é matéria
igual a energia, mas tem uma outra fórmula que é energia igual
informação e isso é pouquíssimo falado. Quanto maior a informação,
mais frequência, mais energia.
Desta forma, procurava-se este conhecimento da Pedra Filosofal e
ainda se procura por causa deste nível de informação. Esta informação
vira energia e vira esse poder absoluto. É por isso que tudo aquilo foi
codificado. Mas agora pode ser passado, não tem como passar um
assunto de uma forma simplória, o assunto é complicado, não tem outro
jeito, mesmo que se queira passar da maneira mais simples possível.
Para a pessoa que tem interesse em chegar à Pedra Filosofal, o
caminho começa pelo inconsciente, a pessoa começa a procurar
interiorização, mergulhar no inconsciente próprio. Vocês sabem que o
inconsciente é um reservatório, praticamente de tudo que existe no
Universo. O consciente é uma faixa minúscula, de 12,43% do ser
humano, num mar de oceano primordial no inconsciente. Então a
realidade, digamos, nua e crua, está embaixo, ela está no nível do
inconsciente, é onde está o perigo e as benesses. Tudo que tem de bom e
tudo que tem de mal. No inconsciente está inevitavelmente a dualidade.
Para chegar nos níveis mais avançados de consciência, precisa acabar a
dualidade, e para acabar com a dualidade, a pessoa tem que resolver o
inconsciente, é onde estão os opostos. Quando ela mergulha dentro do
inconsciente dela, o que ela encontra? O contrário dos opostos, todos os
opostos estão lá dentro do inconsciente da pessoa. É como olhar para o
abismo, para baixo.
Poucas pessoas, em qualquer época, se dispõe a fazer uma coisa dessa,
porque o que tem no abismo? Outro nome que você pode dar para o
inconsciente. O que que tem no abismo, o que tem lá no inconsciente?
Uma caverna gigantesca com portas de ambos os lados, um corredor
gigantesco, escuro, tenebroso, com portas, várias. Atrás de cada porta o
que tem? Por exemplo, um exercício que é dado em alguns workshops,
não estou recomendado ninguém fazer isso em casa sem
acompanhamento, mas é uma ilustração do que é o inconsciente.
Atrás de cada porta é um ponderável que se encontrará, tanto pessoal,
quanto coletivo. Quando Jung falou inconsciente coletivo, é a somatória
de tudo isso, de todos os inconscientes, imagine, e coletivo não é coletivo
do planeta Terra, isso ele não precisou explicar ou não quis, mas quando
se fala coletivo, é coletivo universal.
Vocês imaginem o que é o inconsciente coletivo Universal. Tudo de
mal que se faz, que se fez na história deste Universo está lá no
inconsciente coletivo Universal. Todos os assassinatos, os estupros, as
guerras etc., etc., torturas etc. Tudo lá para ser resolvido. Enquanto a
pessoa não resolve o seu próprio inconsciente, não há meios de evoluir.
Para resolver isto, de um jeito ou de outro, tem vários jeitos, a pessoa
tem que mergulhar no seu inconsciente. Tem que olhar no abismo.
Então, o que acontece na prática? Ela adia isso, adia, adia, adia, o
tempo passa, os milênios passam, e a pessoa adia sempre, o máximo
possível, olhar para o abismo próprio. Abismo próprio.
A alquimia ensina como fazer isso, os procedimentos de Alquimia, eles
permitem a pessoa fazer isso de uma forma controlada, gradativa, passo a
passo, leva tempo, leva bastante tempo, mas desde que a pessoa tenha
toda a boa vontade, intenção, determinação, motivação,
comprometimento de levar até onde for necessário, o seu projeto de
iluminação, acontece. Alquimia chega aonde chega a iluminação, a
individuação.
Tudo isso está entrelaçado, tudo. Alquimia com mitologia com
psicologia profunda, com transpessoal e pode agregar, ir agregando tudo
que quiser, tudo isso faz parte de um todo único de conhecimentos. Você
pode abordar pedaço por pedaço, mas no caso da alquimia,
inevitavelmente, estes pedaços, vários deles estarão presentes
imediatamente, estão todos interconectados.
É inevitável que quando a pessoa mergulha, olha para dentro de si e vê
o entorno que tem lá embaixo, ela se vê tendo que confrontar os opostos
dentro dela mesma, a dualidade, aquilo tudo que ela colocou, o ego da
pessoa colocou, eu vs eles, tudo separado. Eu sou uma coisa
completamente independente deles.
Vamos supor, aonde leva esse raciocínio egóico? Se existe uma
separação, então não tem problema nenhum, porque não tem nada
conectado, não tem problema nenhum escravizar o outro, colocar
correntes, aqueles colares etc., etc., e usar milhões de pessoas para
benefício próprio. Isso só é possível quando existe uma visão de mundo
eu vs eles, separados.
Todos os males feitos na face deste planeta e de todos os outros
planetas em que isso acontece, advém de quê? Do contrário dos opostos.
Se não existisse na mente da pessoa eu vs eles, a pessoa não faria isso.
Se somos um, como que o outro pode ser escravizado? É a mesma
coisa que eu me escravizar, porque todos estão ligados, interligados,
todos são um. Desta forma, todo problema começa quando a pessoa faz
essa separação e toda solução só advém quando a pessoa acaba com essa
separação. Pois é. Mas aí é que começa o problema, a dificuldade de fazer
isso, porque o ego enxerga de uma forma e não quer ver unificação
alguma. O que interessa, interessa na visão do ego é ele sozinho contra o
resto.
Se você pega o caso de uma pessoa com 29 anos, não casou, está
desempregada, perdeu todas as ilusões, não vê sentido em nada mais da
vida etc., e a pessoa quer soluções, já sabe né? Do tipo casa, carro,
apartamento, emprego, namorado etc., mas quer aqui agora estando
reclamando, murmurando, reclamando, esbravejando.
Quando se explica para pessoa que cada vez que ela pensa
positivamente por alguns segundos o barquinho dela começa a ir para o
lado da realização, mas se ela começa a maldizer, esbravejar, praguejar,
aí o barquinho vai para o lado negativo. Depois, mais alguns segundos de
positivo, o barquinho vai negativo, aí ela volta, começa a pensar tudo
negativo, o barquinho vai para o outro lado.
Falo “pensa positivamente, foca na luz etc.”, o barco começa a virar,
mas aí ela começa a xingar, o barco volta. Há anos que essa situação está
assim. E não chega a lugar nenhum. É muito difícil para essa pessoa
entender que se ela deixasse, mantivesse o foco no positivo, um dia, dois
dias, três dias, uma semana, um mês, o barco vai rapidamente chegar nas
soluções para alcance da realização pessoal. Bastando apenas deixar o
barquinho ir continuamente para o lado positivo em vez de, a cada meia
hora ou dez minutos, reclamar. Aí o barco volta para o lado negativo,
depois a gente fala e o barco vai para o positivo um pouquinho, aí
reclama, o barco volta novamente, e assim estamos.
E por mais que se explique isso, a ficha não cai, por mais que se
ponha lógica, ciência e racionalidade, tudo mais, de que basta deixar
aqui, mantem, que a solução logo aparece, “não”, reclama. Isso acontece
no nível “conseguir as coisas”, imagine falar Pedra Filosofal.
Esse é um caso extremamente interessante de como é que essa coisa da
alquimia pode começar, dos procedimentos.
Essa pessoa está se dilacerando internamente por essa questão do
inconsciente e do consciente egóico do “quero aqui agora.”
Existem duas forças dentro da pessoa puxando em direções opostas,
uma força quer ir para o lado positivo, da luz, e a outra força tem todos
os instintos básicos puxando para o lado do ego. E aí nessa hora tem uma
questão interessante, se a pessoa pensa que pode subir no muro e ficar
aguardando os acontecimentos, não adianta, vamos supor que a pessoa
fale “eu não vou nem puxar um lado e nem puxar pro outro e eu fico lá
neutro, em cima do muro”, a vida não funciona desse jeito. O Universo
não funciona desse jeito. O Universo funciona fazendo, se fez alguma
coisa errada, lá na frente conserta o que fez, débito, crédito, conserta,
está evoluindo, está aprendendo, está adquirindo conhecimento, está tudo
certo, fazer, se abstém de fazer, isto é, fica morno, morno, não faz,
estagna.
E no Universo não existe nada estagnado, o Universo é um
crescimento frenético, dentro de um parâmetro, velocidade etc. O certos é
fazer, fazer, fazer, fazer. Não há meio de se olhar o abismo e falar “não,
eu não quero jogar o jogo, eu vou ficar aqui fora, eu não quero nada de
olhar o abismo, nem de entrar no inconsciente, nem de resolver essas
coisas, eu vou ficar fora disso”, não adianta, o Universo tem meios de
fazer o jogo andar de um jeito ou de outro, mesmo que não se queira
mexer em nada, o procedimento de calcinatio fará a coisa se mexer.
No início tem a solutio, derrama-se amor para fazer, derrama amor
para o ser fazer, se o ser se recusa a fazer com amor, ele fará por
calcinatio, não pode ser o contrário, não tem como frear o Universo,
impossível. Imagina, você pisa no acelerador e pisa no freio ao mesmo
tempo, com a marcha engatada, pisa no acelerador e pisa no freio, e veja
o que acontece no seu carro. Como que para um giro de uma galáxia?
Como que para um giro de uma estrela, de um planeta, das órbitas,
como, como para isso?
Cento e seis mil quilômetros por hora á a velocidade da Terra, não há
forma de evitar o crescimento. E o crescimento, em termos humanos, só
pode acontecer se a pessoa olhar para dentro de si. O que tem que fazer?
Metaforicamente. A pessoa tem que descer e tem que ir lá e abrir uma
porta, e elaborar, resolver, perdoar, integrar, seja lá o que for que
aparecer de dentro daquela porta. N portas. Uma por uma, mas isso tem
que ser feito. Se defrontar com isso é a primeira fase do processo
alquímico. A primeira fase, quando a pessoa decide que quer crescer, quer
a iluminação, quer a individuação, quer a Pedra Filosofal. Conta-se nos
dedos a cada geração os que estão dispostos a fazer uma coisa assim,
digamos, conscientemente, inconscientemente todos estão fazendo, todos,
todos, desde do minúsculo inseto, já está fazendo, ele tem um longo
caminho pela frente, mas ele já está fazendo.
Você estava na sua casa e aparece lá qualquer insetozinho
perambulando, voando para o chão, que faz você? Ou com o pé ou com o
chinelo ou com qualquer coisa, pronto, amassou o inseto. Ele sai dessa
situação e torna-se inseto de novo, ele renasce, praticamente,
instantaneamente, tem inseto aos montes. Ele tem um longo caminho e
lógico esse tipo de situação para ele aparece n vezes e está tudo calculado,
não tem problema, então esse ser terá trilhões de situações iguais a essa,
até que ele consegue uma forma melhor, aí evolui, passa num formato,
um estado de consciência para outro. E isso acontece ele queira ou não
queira, faz parte. Se não for você que irá amassá-lo, terá um outro ser
que é predador desta espécie e que o assimila e assim por diante, uma
longa cadeia... um faz o outro crescer, que faz o outro crescer, que faz o
outro crescer, e assim vai.
Isso é um processo alquímico, inconsciente. O inseto pode decidir
evoluir conscientemente? Pode, por incrível que pareça, é raro, mas pode.
Consciência não tem limites, se a pessoa quer evoluir, é uma decisão
pessoal, a qualquer instante, a qualquer momento, se ela decidir pagar o
preço do almoço, pois não existe almoço grátis. Se ela decide “eu pago”,
ela começa a executar os procedimentos alquímicos conscientemente, é
preciso passar por calcinatio? Não, não. Vai pela solutio. Ajudar,
trabalhar, estudar, ajudar, trabalhar, estudar, ajudar, trabalhar, estudar,
isso chama-se solutio, não é calcinatio.
Ajudar, trabalhar, estudar, fica aparecendo, “nossa isso é tortura da
calcinatio”, não, não é, calcinatio é outro departamento mais
complicado. É muito mais fácil ir pelo lado de ajudar. Ajuda, ajuda,
ajuda, ajuda. Todos os procedimentos alquímicos estarão resolvidos, mas
aí vocês já sabem que surge aquela dúvida do que é o ajudar.
É por isso que é difícil, parece uma coisa cabalística, quando se fala
ajudar, soltar, será que ajudar eu tenho que ir lá para o Mar do Norte?
Evitar lá no Japão a caça das baleias? Será que é um negócio? Pensa-se
em coisas enormes, que o ajudar é isso. O ajudar é a simples cortesia de
dar bom dia, boa tarde, boa noite, de tratar todos os seres amavelmente,
desde a faxineira até o CEO, todos sendo tratados como se todos já
estivessem unificados. Tratar todos como se cada um fosse o Todo, que
na realidade é isso mesmo, mas para isso é preciso ter estado de
consciência que enxergue, que veja, quem tem olhos veja, veja isso.
Existem algumas experiências de psicologia, sociologia, em que um
alguém se veste de faxineiro e fica numa calçada fazendo uma limpeza e
observando como que ele é tratado sendo um faxineiro. E o que acontece?
Ninguém dá a mínima, ninguém, é um não ser, é um nada, agora se essa
pessoa se vestir de acordo com o arquétipo importante, aí é outra história
e é a mesma pessoa, trocou a roupa, está vestido de faxineiro, pronto, aí
o tratamento é completamente diferente.
Quando se fala ajudar, é ajudar indistintamente todos os seres que
existem universo, sem forçar nada, ajudar é ajudar aqueles que precisam,
aqueles que querem, aqueles que querem receber ajuda, não é enfiar goela
abaixo do sujeito a ajuda, isso não é ajudar, isso é prejudicar, lembra,
livre arbítrio? Se a pessoa não quer ter conhecimento, não tem problema,
lá na frente ela adquire o conhecimento, se ela não quer, não toca no
assunto, não força nada, lembra? Solta é não força ninguém a evoluir, se
eles não querem evoluir pela solutio, eles evoluem na calcinatio, não tem
problema nenhum, tudo isto foi pensado, não tem nada aleatório no
Universo, nada, nada, tudo foi planejado, livre arbítrio, e solta. Começa o
jogo. Todas as situações já estão pensadas, tem os imponderáveis? Tem,
também faz parte do jogo, mas quando você é capaz de enxergar as
infinitas possibilidades, todos os imponderáveis já estão calculados ou
não? Todas as infinitas possibilidades já foram consideradas, é claro. Que
ser pode considerar as infinitas possibilidades? É lógico, o Todo.
Tudo isto já está pensado. E deixa os seres terem contato uns com os
outros, todos ganham conhecimento, aumenta o conhecimento de tudo e
a experiência de tudo, e todos ganham em última instancia, mesmo sem
saber o que está acontecendo.
A primeira questão na Alquimia para se chegar na Pedra Filosofal é
elevar a própria vibração, por que, lembra? Já explicamos, a Pedra tem
uma frequência altíssima, se por um acaso, você, inadvertidamente,
chegasse perto da pedra, como abrir, abre a caixinha de chumbo e três
dias depois acabou, se por um acaso chegasse perto, viraria nada,
desintegrado, desintegrado.
Se um átomo, um elétron, um próton, um nêutron, se receber energia
a mais do que é capaz de suportar, ele desintegra o átomo, por quê?
Porque uma partícula sai para cá, outra para lá, os elétrons saem voando,
e acabou, acabou o átomo, então o ser que é formado de átomos
simplesmente desintegra, some, volta para o vácuo quântico.
Desta forma, chegar na pedra não pode ser feito de qualquer jeito, “ai,
não tem um jeitinho, uma forma de ganhar tempo e pular tudo isso e já
chegar na pedra sem tanto trabalho?” Não, não tem, porque se a pessoa
não elevar a própria vibração, ela será desintegrada se chegar perto da
pedra, por causa da elevadíssima infinitesimal frequência, é algo
indescritível, indescritível.
Vamos dizer, se a pessoa não tem conhecimento, ela pode achar que
pode pegar a caixinha de chumbo abrir, dar uma olhadinha, pegar a
bolinha, jogar pra cima, certo? Três dias depois fim, mas a pessoa pode
achar que não tem problema nenhum jogar, brincar com a bolinha.
Assiste PU239. A própria pessoa pode não ter esse conhecimento de que
não pode fazer isso, mas o nível acima, caso contrário ela é desintegrada.
O que acontece com a hierarquia? A hierarquia põe ordem na coisa e
faz com que tudo siga uma organização, que no devido tempo a pessoa
possa chegar perto da pedra filosofal, mas no devido tempo, esse devido
tempo não tem fórmula mágica nem fixa, isso pode ser muito longe, e
pode ser razoavelmente perto, em tempo, mas isso depende, voltamos no
“depende do ajudar, trabalhar, estudar.” Pela calcinatio isso acontecerá
mais cedo ou mais tarde, mas não há necessidade de ter tanto problema
para decidir crescer, evoluir. Saiba que em cima do muro não vai poder
ficar. O muro se dissolve. Tem que fazer e para fazer a pessoa já recebeu
os instintos. Por que que será que existe esses instintos? O instinto é a
única forma de fazer um ser biológico se mexer. Senão ele não faria nada.
Essa pessoa que citei anteriormente, de 29 anos, já está nessa situação
de não fazer nada, se deixasse, ela cairia nesta situação de total
inutilidade cósmica, mas por que que ela reclama e reclama? Quais são as
questões que ela reclama? É extremamente interessante quando você tem
contato com todo tipo de problema. O que ela está reclamando? Em
última instância que ela não casou, ela não tem um relacionamento, em
última instância o emprego é irrelevante, isso é só plumas e paetês, no
âmago do problema está que ela não tem um relacionamento, e aí parou
tudo, parou a vida completamente e a revolta é gigantesca.
Por causa de um instinto, vejam, a coisa é mais ou menos, não é por
causa de amor, isso é outro departamento, outro andar no prédio, o
problema está aqui, elementar, é instinto. Como ela não tem meio, não
conseguiu, não tem jeito de resolver o problema instintivo, parou tudo,
nada mais serve, nada mais presta, tudo que foi falado é mentira e tudo
que se tenta explicar também é mentira e assim por diante, e está num
buraco sem fundo, dando volta em si mesmo. E não sai e não deixa que
alguém ponha a mão no buraco agarre pelos cabelos e tire a pessoa, não
deixa, por quê? A revolta é tanta que prefere ficar dentro do buraco
dando volta, xingando e reclamando. E não adianta falar “olha pra cima
que tem saída, vou te puxar!” Está reclamando, “não quero, não quero,”
porque assim, assado, porque assim, porque isso, porque aquilo.
Literalmente uma situação infernal, se quer um exemplo de inferno
light, é a vida dessa pessoa, onde ela está e não deixa ter a solução.
“Preciso arrumar um namorado”, ok, se pensar positivamente, fica
alegre, alegre, ajuda, ajuda o povo que precisa de ajuda, as senhorinhas
que querem atravessar o farol, ajuda quem está perto.
Imagine se você ficar num farol que passa muita gente, muito carro e
tem lá aquelas senhorinhas que precisam atravessar, se você ficar lá,
atravessa uma, atravessa outra, atravessa outra, vai e volta, fica
travessando todo mundo. Quanto tempo que precisa para que preste
atenção que você está lá ajudando as senhoras? Será que não vai aparecer
um rapaz que vai prestar atenção na moça e ver, “nossa como essa moça
é bondosa, caridosa, como ela tem amor incondicional, compaixão, deve
ser uma excelente companheira para um casamento”, certo? Lógico! “Se
ela trata as velhinhas assim, como ela não vai me tratar”. É o óbvio,
ululante, então ela arrumaria um namorado rapidamente se ela ajudasse
as senhorinhas a atravessar a rua, mas vocês acham que ela consegue
escutar esse raciocínio simples? Não! Não, consegue, todo problema se
resume em arrumar alguém que resolva o problema do instinto, depois
amor é outro departamento, se der certo, maravilhoso, mas o instintivo é
fundamental.
Vejam bem, ela está tendo que se mexer, mesmo que seja correr no
fundo do poço dando voltas intermináveis há anos e anos, mesmo assim,
ela está fazendo, por ela ficaria parada para o resto da eternidade
xingando, mas como instinto é mais forte que tudo, ela está no fundo do
poço praguejando, está se mexendo, digamos que está na calcinatio, que
ela mesma criou, porque não tem nenhum problema, não tem deficiência
física, ok? Tem cabeça, tronco e membros, pernas, braço, dedinho,
perfeito, tem 29 anos de idade, está na flor da idade, não tem problema
físico nenhum que a impedisse de arrumar um namorado. É só a atitude
dela que está impedindo que isto aconteça. Está recebendo orientação,
está recebendo ajuda, mas resiste e reclama.
Evidentemente, essa pessoa levará muito tempo na situação que está
atual, a resistência que está impondo em colaborar para si mesma, levará
muito tempo, chegará lá, mas através de sofrimento desnecessário. E
ainda está recebendo orientação e toda ajuda necessária. Agora, querer o
impossível não dá, essa pessoa querer arrumar um namorado, se ela passa
o tempo todo reclamando, xingando e praguejando, como que alguém
chegará perto dela? Não é o óbvio? Como que ela pode arrumar alguém
que dê amor para ela, se ela só reclama? Como que pode acontecer isso?
É o óbvio! Ela está afastando todo mundo que pode chegar perto ou
numa cidade de 20 milhões de habitantes não tem um que possa gostar
dela? Sendo que não tem nenhum problema de saúde, nenhum problema.
Tem vários homens, mas esses vários não conseguem chegar perto, dado
o nível de reclamação. E alguém vai querer um relacionamento amoroso
com a uma pessoa que só reclama e xinga, impossível! Na visão de
mundo dela, a vida dela é um castigo monumental, que ela nem sabe
porque, ela nem entende porque, ela nem entende porque que está aqui,
de onde veio, para onde está indo, nada, mas está viva, consciente. Cria
um entorno horrível, mas que ela não acredita que está criando.
E chega uma questão ultra importante da alquimia, nesses
procedimentos todos, que já contamos, e que contaremos, tem um
momento X em que, para a pessoa dar um salto enorme, como é o caso
da moça que precisa dar um salto gigantesco, mas que não permite e se a
pessoa tem alguma intenção, se ela está fazendo esse trabalho da
unificação do ego com boa vontade etc., etc., chega um momento em que
ela pode receber o que se chama uma graça, graça de grátis, é uma ajuda
grátis, por isso que é graça.
Para isso o Todo derrama uma graça na pessoa e esta pessoa que já
está num patamar X de evolução consciencial, espiritual, ela pode dar um
salto de consciência, essa pessoa que enxergava menos, passa a enxergar
mais. Instantaneamente. E para fazer isso, vamos supor que a pessoa ia
levar anos e décadas e milênios, milênios, passo a passo, ela poder dar o
salto. Como a pessoa já manifestou a boa vontade de que ela quer
evoluir, então pode ser dado uma graça e a pessoa instantaneamente dá
um salto exponencial, depois ela pode dar outro salto exponencial e
depois outro, e assim sucessivamente, mas isso desde que a pessoa já
tenha transcendido muita coisa, ela fez o trabalho de casa, ela está
seguindo a cartilha direitinho, está passo a passo evoluindo, de livre e
espontânea vontade e boa vontade, alegre e feliz da vida. Sem isso,
impossível, eu sei que isso não é ressaltado quase nada.
Mortificatio pode-se fazer quanto quiser. Essa moça, é uma
mortificatio inconsciente, mas ela sai disso? Não sai, por quê? Porque
não tem alegria, se ela parasse de reclamar e escutasse umas piadas e
risse, ela saía do problema num piscar de olhos. Bastava ela ficar alegre
um pouquinho, ela sairia de toda essa problemática.
Não existe evolução sem alegria, ajudar, trabalhar com alegria, não é
com sofrimento, não é como uma maldição, não é como um castigo, não
é como uma tortura. Não! Ajudar alegremente, estudar alegremente,
trabalhar alegremente, aí a coisa anda, aí o procedimento alquímico vai
de vento em popa, mas sem pôr alegria não tem forma de haver um
crescimento consistente ao longo de todo o tempo que é necessário para
se chegar na Pedra Filosofal.
Se não puser alegria não tem como chegar lá. Porque, qual é o
contrário de alegria? A neutralidade, a tristeza ou a apatia. Aonde leva
isso? Se a pessoa está procurando a iluminação, a unificação, como é que
ela pode procurar isso tristemente ou sem alegria? É impossível isso
funcionar, é impossível. Se você acha uma pessoa no meio do caminho,
está lá o andarilho todo triste e cabisbaixo e você pergunta para ele,
“onde você está indo meu amigo?” “Eu estou no caminho que eu vou me
encontrar com o Todo.” Com essa tristeza? Pois é. É um absurdo, mas é
isso que acontece na maior parte das vezes. Se a pessoa está no caminho
para haver uma unificação como que ela pode estar triste?
Quando você encontra um amigo de longa data, amicíssimo, e vocês
não se veem há algum tempo e aí ele chega de viagem do exterior e você
vai no aeroporto recebê-lo, ele sai pela porta e vocês se abraçam, quem
vai na aeroporto vê isso o tempo todo, aquela alegria total.
Naquele momento, o mundo externo despareceu, tanto para um
quanto para o outro, não tem nada naquela hora, naquele segundo não
tem dívida, não está calor, não está frio, não tem problema de emprego,
não tem problema com chefe, não tem problema nenhum, só tem aquilo
ali, eterna alegria, nesta hora nada mais existe para estes dois seres, só
alegria, pois é. Põe isso neste contexto humano. Dois seres humanos são
capazes de se abstrair de todo o resto do Universo por um abraço, por um
abraço, isso, dois seres. Imagine isso com o Todo, imagine o Todo é tudo
que existe, então imagine um abraço do Todo.
Dois amigos que se abraçam, eles já não sabem que existe mais o
Universo. Imagine se o Todo te abraça. Se o Todo te abraça, você nem
sabe mais que você existe, e isso é o que se chama Unificação, aí só tem
Todo com Todo, você sumiu, claro, continua existindo com consciência
individual, ninguém precisa ficar preocupado, não vai desaparecer. Não
existe isso, depois que foi feito, foi feito, mas a alegria da Unificação é
tanta, que some tudo, até própria individualidade, momentaneamente,
mas some.
Imagine um ser que tem uma vibração inimaginável, se Ele toca de
raspão em você, se Ele não controlar o raspãozinho que ele dá em você,
você desintegra, dado o grau de energia da frequência do ser, você
desintegra. O Ser tem que se auto regular para dar um raspãozinho muito
leve para que seus átomos possam receber aquele grau de energia que eles
aguentam receber e ainda continuarem existindo. Imagine um gigante e
anãozinho, e o gigante resolve dar um abraço no anãozinho, se o gigante
usar a força dele para abraçar o anãozinho, acabou anãozinho, guardadas
as devidas proporções, é isso que acontece. Guardadas as devidas
proporções, o Todo dá um abraço.
Quando o Todo manda uma graça, é no máximo da sua capacidade de
receber, porque a graça que o Todo pode mandar é infinita. Ele dissolve
você se Ele resolver te agradar demais. O Todo também tem que se conter
para a graça suficiente, para o ser dar um salto quântico grande. Você
recebeu aquela energia, há uma expansão de consciência tremenda e você
fica mais alegre e mais feliz e mais auto consciente, inteligente e tudo o
mais. Isto é o caminho normal da alquimia, quando se procura a Pedra
Filosofal, é nisso, nesse ponto que se chegará.
Agora se você está procurando transformar chumbo em ouro, é outra
história, é outro caminho, aí não é o caminho da Pedra Filosofal. Quando
se entra na via da alquimia tem que se pensar muito bem qual é o
objetivo que estou procurando, é chegar na Pedra ou é chegar no chumbo
que vira ouro? E vocês sabem que isto nunca aconteceu. Os alquimistas
que queriam chegar no ouro, nunca conseguiram isso, eles não tinham o
conhecimento de física nuclear para fazer os cálculos e saber a quantidade
de energia que é necessária para mudar um elemento em outro e que
portanto não dá para fazer. Ou se desse para fazer ou se der, é caríssimo,
portanto o custo benefício não compensaria.
Aqueles que entraram pelo caminho do ouro, não chegaram a lugar
algum, mas muitos entraram sabendo que o objetivo era chegar na Pedra
Filosofal. E aí chega. Se a pessoa perseverar, o tempo que for necessário,
passando por todos os procedimentos, ela chega. Quando a pessoa passa
por todos os procedimentos, ela sobe, sobe de frequência, aumenta, cada
vez, cada procedimento aumenta a frequência, aumenta a frequência,
aumenta, aumenta, mesmo que seja calcinatio sem parar, a pessoa
aumenta a frequência se ela aceitar o que está acontecendo de boa
vontade, sem reclamar, sem xingar, sem lamuria, sabendo que aquilo é
para o bem dela em última instância, “eu não sei porque que está
acontecendo isso”, Ok, mas está acontecendo para o seu bem. Não sabe,
porque ainda não buscou as raízes da questão.
E por benevolência do Todo é que não sabe, senão não haveria
evolução nunca, pararia, pararia a evolução. Imagine que ao longo do
milênios terrestres a pessoa cometeu inúmeras atrocidades, n, daquelas
que estão no inconsciente delas atrás das portinhas, n, n.
Deveria se estudar história universal profundamente. Desde que entra
na escola começa estudar história, no começo história bem simples,
aquelas de data etc., mas à medida que fosse crescendo, já o significado
dos acontecimentos, o encadeamento lógico, o porquê que aconteceu
aquilo, a causa e o efeito e depois de uma certa idade, história nua e crua.
Invadiu-se uma cidade, matou-se toda população da cidade, 163.000
pessoas, homens, velhos, mulheres, criancinhas e bebês e o cachorro, o
gato, quem fosse, com o quê? Com espada, cortando as cabeças desde a
manhã até o anoitecer, num dia 163.000, zerou, para mostrar poder, “eu
posso, portanto, eu faço,” simples, puro ego, puro ego, faço porque
posso. Não é aquela questão, “posso, mas não devo”, não, não, “faço
porque posso. Se tem aqueles indefesos, eu dizimo, e depois outro, outro,
e outro, e outro.”
Qualquer planeta é um parque infantil que tem um cercado, está lá
um retângulo gigante e as crianças. Solta todo mundo, hora do parque,
vamos brincar, eles tomam lanche, eles brincam, tem escorregador,
bolinha, tem de tudo, eles estão brincando, brincando, aí tem uns três ou
quatro que resolvem bater em todos os outros, escravizar e etc., o que
esses três ou quatro vão conseguir fazer? No máximo do quadradinho.
Eles só farão algo negativo neste limite.
Na cabeça destes três ou quatro eles podem pensar, vocês sabem né?
Tudo depende de expansão da consciência, certo? Eles podem pensar que
aquele quadradinho lá, como eles tem essa altura aqui, eles podem pensar
que aquilo ali é imenso, aliás eles nem veem que tem cerca, daqui nós não
vamos passar, aliás nós vamos acabar com todo mundo dessa escola,
depois nós vamos matar todo mundo da outra escola e da outra. Na
cabeça, delírio, egóica, pode qualquer coisa.
Vamos supor que eles chegaram na cerca, acabou o jogo, então na
história da humanidade se vê isso acontecendo n vezes, vai, vai, vai,
encosta, chega na cerca, da cerca não passa. O jogo acontece aqui dentro,
mas tem um limite, daqui não vai passar, e daqui também não. Fim.
Agora o jogo acontece porque todo mundo que está inserido no jogo
quer jogar, consciente ou inconscientemente. Ou não? Já chegaram a
pensar que quando se fala soltar, todos os problemas estão resolvidos,
mas isso não é pensamento mágico, “passei a mão no meu gato e ganhei
na mega sena”, o soltar está debaixo da mais alta lei cósmica do
Universo, estar no mundo e não ser do mundo, isto chama-se soltar.
Quando se está desta forma, conscientemente, todos os problemas foram
resolvidos, para a pessoa que está nesse nível de consciência do soltar.
Se a pessoa não está neste nível, ela não raciocina como soltar. No
nível mais baixo fará a pergunta “e as dívidas, e o emprego e os
negócios?” Soltar pensa-se: é aqui, porque não está aqui. Quem está aqui
e soltou, este não tem mais problema de relacionamento, de emprego, de
nada, e quando a gente vê e mostra um ser deste andando pelo planeta, de
vez em quando, ele é julgado de que forma? Logo arruma um jeito de ir
embora, né? Porque incomoda, mas quando você vê um Gandhi lá no
ashram dele, tecendo o lençol dele, o que se pensa? Chegou se a conclusão
de que esse ser não tem nenhum problema? Quem está olhando de fora
pensa que o ser precisa da comida X, do carro Y, do palacete não sei das
quantas, isso é quem está de fora olhando o ser, ele, o ser, não está nem
aí para casa, carro, apartamento, barco, avião, seja lá o que for. Ele
soltou tudo!
Quando ele é convidado a fazer uma visita importantíssima, ele fala
“bom, eu vou, vou, já levanta, larga a maquininha de fiar, onde eu entro,
onde eu vou?” “Você não pode ir deste jeito, você tem que pôr roupa”,
“mas eu estou pelado por acaso? Não, então qual o problema? Não estou
bem vestido com meu lençol? Estou agredindo alguém?” “Não! Você não
pode, você vai ter que botar outra roupa.” O ser não precisa visitar
ninguém, entendeu? Ele não precisa visitar ninguém, é que querem que ele
vá em tal lugar, ele não está se negando, ele já soltou, “está bom, quer
que eu vá? Eu vou para cá, para lá, para baixo, para cima, para esquerda,
para direita, onde vocês quiserem eu vou”, entendeu? Ele não põe
resistência. “Vocês querem que eu vá, eu vou! Eu vou do jeito que eu
estou, eu estou bem vestido com meu lençol”, “não, não, mas isso aí não
dá, você vai ter que pôr roupa.” “Então o problema é a roupa, não sou
eu! O problema é a roupa, não tem problema, amigo vem cá, vai lá e
compra uma roupa, traz a roupa boa”, trouxe a roupa, “toma está aqui
na caixinha, toma uma roupa excelente, leva lá para a visita, leva minha
roupa, porque é importante é a roupa que eu uso e não eu.”
Isso é soltar, literalmente. Esse tem problemas? Nenhum, nenhum. Se
ele tomar um tiro, ou dois, ou três, o que ele disse? “Meu Deus, foi mal.”
Ele não disse que azar, que desgraça, não! Ele vai se encontrar com o
Todo.
Tem bastante exemplos desse tipo de seres andando pelo planeta desde
6.000 anos atrás, é que não foi documentado, mas tudo bem, continua
andando. São julgados com a consciência dos demais e não tem problema
nenhum com a vida que eles tem. Agora se os demais julgam, “aqui falta
um carro tal, falta isso, falta aquilo,” uma questão de opinião pessoal de
cada um, mas o próprio ser que soltou, ele não tem problema nenhum
com nenhuma dessas coisas, e está feliz da vida.
Desta forma, alquimista, realmente é um ser muito alegre, muito, é
claro que o ser que está alegre não vai sair pelo mundo dando gargalhada
e mais gargalhada, entendeu? Porque ele respeita toda problemática que
existe no mundo. Ele fica na dele como se fala, quando dá pra rir, ele ri,
quando dá pra sorrir, ele sorri, quando dá pra gargalhar, ele gargalha, ele
está respeitando todo mundo, porque se você ver alguém sofrendo e você
começar a dar risada aquilo é uma agressão. A alegria é interna, você não
vê, mas o ser está alegre, e essa alegria interna, o Todo vê.
Não há fórmula de separar a alquimia do Todo, não tem forma de
fazer isso. Aqueles começaram no caminho da alquimia pensando no
ouro, eles se desiludiram, e aqueles que pensaram na Pedra Filosofal,
estes chegaram na alegria, é uma questão de escolha e essa escolha está lá
no início quando o caminho começa. Esta aqui é a primeira parte para se
explicar Pedra filosofal, então por que estamos batendo nessa tecla?
Porque o caminho tem que ser muito bem pensando, o caminho é árduo,
mas alegre, é árduo mas alegre, deve ser trafegado de forma alegre.
Assistam o filme “a Ressurreição”. Por mais problemas que se tenha,
alegria, porque com alegria aparecerá a solução, no devido tempo. Neste
filme é muito interessante vocês observarem no final a cena do bar da
estalagem, a visão dele. O que ele está sentindo. A última frase que ele
fala. Ele já chegou no entendimento da coisa, ele já soltou, ele solta, mas
ele ainda não está alegre. E os outros estão, os outros estão hiper alegres
porque todos os problemas foram resolvidos, e o dele está começando
porque ele tem um longo caminho pela frente, em que ele tem que
elaborar toda a experiência de vida que ele teve. Mas por que ele chegou
nesta situação em que ele já soltou e ele está no caminho? Por quê?
Porque quando ele estava no auge, se vocês assistirem o filme vocês vão
entender o contexto todo, quando ele estava no auge, subindo na carreira,
quando se perguntou para ele “o que você quer de benesses de prêmio?”
Ele falou, “não quero nada, só quero descansar.” É por isso que ele
chegou no ponto que chegou no final do filme, é uma, vejam bem, é uma
estória, com e, estória, não é história com H, mas o roteirista foi
extremamente intuitivo para captar literalmente como é, na prática real,
o processo alquímico para se chegar na pedra. Ele chegará na pedra, mas
naquela ponto em que ele está, no final, ainda não há alegria. Ele gastará
um bom tempo até elaborar tudo, aí ele ficará alegre.
O processo alquímico que nós estamos explicando, esse começo do
procedimento, é o final do filme, tudo que nós falamos é o final do filme.
Ocorre quando ele está lá na estalagem e todo passado acabou e ele
tomou a decisão definitiva na vida dele, ele soltou todo o passado. E aí
ele sai e caminha, quer dizer, começa o caminho dele para a iluminação,
para chegar na pedra. Então, vejam bem, em que estado emocional ele
está quando o filme termina? E aí é que a coisa começa, aí é que a
jornada começa, a jornada do herói de Campbell. É por isso que é difícil.
Quanto as pessoas estão dispostas a estar na situação que ele está quando
ele sai daquela estalagem e vai caminhando? Aquilo é o começo da
jornada, aquilo não é o fim da jornada, aquilo é o começo da jornada. A
moça dos 29 anos, este é o problema, ela não pode, infelizmente, ela não
pode nem assistir este filme, porque ela não quer nenhum argumento, e se
ela assistir ela vai falar, “que a desgraça é maior ainda”, mas a moça está
na mesma situação que o Tribuno, o Tribuno está melhor que ela.
Quando ele sai do bar, e vai caminhar, ele já sabe onde quer chegar,
ele sabe onde quer e a moça não, a moça está completamente paralisada
pela raiva que ela tem de tudo que está acontecendo, não foi do jeito que
queria, ora, o Tribuno também passou por esta situação, o que o Tribuno
queria quando ele estava na piscina conversando? Você é ambicioso, você
quer ser promovido, porque está lá no final do mundo, quer ser
promovido e crescer, trabalhador em Roma, perto do imperador, poder,
não é? E subir de cargo. E aí depois que você alcançar tudo isso, você
compra uma casa no campo, isso está tudo lá no filme, você compra uma
casa no campo, aí você tem o quê? Um dia sem morte. Tudo isso para
chegar a ter um dia sem morte na vida dele, ele comanda a morte. Este
era o desejo do Tribuno, em última instância, “vou galgar todo ano e aí
compro uma casinha no campo, e aí não preciso mandar matar
ninguém,” um dia sem morte, como esse era o desejo final dele, ele não
gostava de matar, então tinha esperança para ele, ele conseguiu o que ele
queria. Quando ele sai da estalagem, ele está no caminho, já está num dia
sem morte. Todos os dias que virão pela frente na vida dele, serão dias
sem morte, ele conseguiu o que queria, mesmo que ele esteja entendendo
ainda o que está acontecendo.
A moça está conseguindo o que quer, mas ela não deixa receber mais,
o Todo quer jorrar uma graça em cima dela, é a coisa mais banal do
mundo por um namorado na vida da moça, se ela parar de reclamar, mas
ela continua reclamando.
No filme terá n situações para trás em que tem a reclamação,
reclamação e reclamação etc., etc., etc., e tem o Tribuno que quer ter
uma vida sem mortes, em paz, e para isso tem que soltar e ele solta tudo,
literalmente tudo. Assistam o filme, quem tiver interesse em alquimia, em
seguir o caminho da alquimia para chegar na pedra filosofal, é
indispensável que assista o filme. Cheguem no final do filme, a hora que
está no fim, para e passa os próximos dias pensando no fim do filme, no
filme inteiro dias e dias e semanas e meses pensando neste filme naquela
situação, aquilo é o começo da jornada. Eu quero isso ou não? Porque se
eu começar essa jornada deste jeito eu vou ficar alegre ou vou ficar
reclamando ou vou ficar murmurando? Aí não tem jornada, não tem
jornada do herói, aí é só problema e problema, problema e problema,
criado pela própria pessoa. É extremamente importante que a pessoa faça
isso, que ela tenha absoluta consciência, que “eu quero esse caminho, eu
opto de livre espontânea vontade, eu vou enfrentar tudo que der pela
frente de maneira alegre, seja lá o que for, para o que der e vier, mas eu
vou chegar no meu destino final, a pedra filosofal.”
É muito importante que se analise, que se pense antes de começar a
jornada. Neste capítulo está clarificado aquilo tudo que foi sendo
elaborado, pensado, e reanalisado, n vezes do porquê que é daquele jeito
a alquimia, os procedimentos, onde que chega. O Tribuno sai da
estalagem, no procedimento de alquimia coniuntion, ele saiu da
estalagem, na pedra filosofal, parte I, este capítulo, é o que vai acontecer
daqui para frente. Por isso que tinha que ter aquele período de
interiorização para a pessoa decidir se é realmente, se é isso o que quer
trilhar para chegar na pedra filosofal.
IX. Pedra Filosofal – Parte 2

Eu quero começar citando Fernando Pessoa: pedras pelo caminho


guardo-as todas, um dia eu construo um castelo. Como nós vamos falar
de Pedra Filosofal em continuação, é muito importante entender o que é a
Pedra Filosofal e depois entender porque que há resistência aos resultados
do trabalho da Pedra. É claro que quando se fala a Pedra Filosofal, é um
nome simbólico, não é uma pedra, uma rocha em si, isso apenas foi um
termo dado pelos alquimistas para dizer de algo incomensurável, de algo
com uma vibração, mais perto possível do Todo, de algo que se tem
contato, haverá uma transformação absoluta. Os alquimistas entenderam
que manipulando enxofre, mercúrio, eles chegariam a uma substância
definitiva, muito perto da prima matéria.
A Pedra Filosofal ficou como o modelo de tudo, da excelência de tudo.
Se chegarmos perto dela, a vibração da Pedra provocará uma mudança
total. É impossível não ser afetado pela vibração, vibração atômica, em
Hertz.
Vocês sabem que tudo no Universo é energia e informação. Toda essa
energia a Pedra Filosofal tem, devido a sua altíssima vibração. Quanto
maior a energia, maior vibração. É evidente que dentro, intrinsicamente,
a Pedra existe in-formação, isto é, a Pedra in-forma qualquer coisa, a
Pedra tem todo o conhecimento.
O simples fato de chegar perto faz com que haja uma transferência de
in-formação tremenda, da Pedra para o ser, qualquer coisa que chegue
perto. Uma rocha, uma planta, um inseto, um animal qualquer. É
impossível não ser afetado. Em física, pela radiação atômica da Pedra
Filosofal, tanto no nível energia, se você chegar perto demais, sem estar
numa vibração adequada, pode ser pulverizado, literalmente. Quando
entra uma quantidade de energia superior à capacidade dos átomos
assimilarem, eles são dissolvidos. Para chegar perto da pedra filosofal
teria que elevar muito a vibração. É isso que os alquimistas procuravam
fazer, por isso tem todas aquelas determinações e protocolos que eles
deixaram de como poder fazer alquimia, de como procurar a pedra
filosofal, os cuidados que se teria que ter, justamente por isso, porque
eles sabiam que se chegasse perto daquela vibração, sem estar preparado,
desapareceria.
É por isso que existe todo o protocolo que deve se passar pela
calcinatio, pela solutio e por todos os procedimentos para limpar, limpar,
limpar, catarse, para poder chegar perto da pedra filosofal. Um pouco
perto. De qualquer maneira a simples existência da Pedra Filosofal faz
com que ela emita essa radiação, essa energia incomensurável, e esta
informação incomensurável, também. E vocês sabem que uma onda não
tem limite, a onda se propaga indefinidamente, portanto a onda da Pedra
Filosofal não tem limite, isso significa que ela chega a todas as pessoas de
uma maneira ou de outra maneira. Não é uma rocha mineral, é um nome
simbólico.
Entendido isso, que a Pedra Filosofal está emanando continuamente
in-formação, surge inevitavelmente a pergunta, por que as coisas não
mudam? Por que que as coisas não são diferentes? Por que que a vida na
Terra continua assim há seis mil anos, por que que há tanta resistência a
deixar a in-formação da Pedra Filosofal chegar até seu âmago? Bom, tem
n perguntas.
Para entender a resposta é preciso entender que, vamos falar em
termos freudianos, tem o id, ego e o super ego, id seria o subconsciente,
ego é a parte consciente, super ego é a parte superior, espiritual digamos
assim. O espírito. Subconsciente é aquela parte automatizada, é o cérebro
reptiliano. E o ego? Quando se fala parece que se está falando em terceira
a pessoa, o fulano x, RG número tal, ele é o X, e o ego dele é outra coisa,
distante, separado, que não tem nada a ver, e que é meio autônomo, faz o
que bem entende, e ninguém tem controle sobre ele, e o X não vai fazer
nada, porque o ego está resistindo ou fazendo etc.
A primeira coisa a entender é que a pessoa é o ego, não tem nada
separado, o que a pessoa pensa é o ego. Eu quero comprar esse carro.
Quem quer comprar o carro? O ego daquele ser, RG número tal, mesmo
número do RG número do ego. Eu quero viajar e quem quer viajar? O
ego dessa pessoa, quero fazer qualquer coisa, é sempre quero, desejo,
faço, é sempre a primeira pessoa, é ego. Não tem nada para se pôr a
culpa, o meu ego está fazendo algo que eu não concordo, não existe isso,
o seu ego é você mesmo, embaixo dele, junto com ele o cérebro
reptiliano, na prática tudo isso é uma coisa só, quando só se separa para
fins didáticos, mas para todos os efeitos quando você olha a pessoa, você
está vendo a junção de tudo isto, Id, Ego e superego, está tudo ali num
pacote. Separa-se para poder explicar, e tem a centelha divina, e aí a
pessoa faz a seguinte pergunta: “quem está me controlando, o ego ou a
centelha divina?” Aí é preciso explicar o que é livre-arbítrio, por incrível
que pareça chegamos num ponto em que este termo simplesmente
desapareceu do vocabulário normal, quando se fala livre-arbítrio, parece
algo do outro mundo, parece grego.
Cinquenta anos atrás era comum se ouvir nas conversas sobre livre-
arbítrio. Hoje sumiu isto. E por que sumiu isso? É simples, porque livre-
arbítrio exige auto responsabilidade, a pessoa, o ego, o X, é responsável
por aquilo que ele faz, ele tem liberdade para fazer o que ele quiser. E
tem as consequências daquilo que fizer, pode fazer qualquer coisa, mas
terá consequências, pode semear o que quiser, mas a colheita é
obrigatória, inevitável.
Liberdade praticamente absoluta. Qual é o limite do livre-arbítrio
num planeta como esse? O sujeito criar as condições de uma guerra
mundial? Que envolva praticamente o planeta inteiro e que morram 60
milhões de pessoas? Está bom esse tamanho de livre-arbítrio ou precisa
mais? Em que a pessoa possa ter 50 bilhões de dólares, pode ser o dono
da maior multinacional que tem no planeta, está bom? Esse limite está
bom assim? Tem livre-arbítrio suficiente para todos os egos que tem
nesse planeta? Se a pessoa quiser crescer em qualquer área, tanto do lado
da luz, quanto do lado das trevas, ela tem livre-arbítrio, ela pode crescer
a vontade, acabamos de falar, 60 milhões de mortos. Mesmo quando não
tem guerra, a pessoa ainda dominando um país, ela pode causar 30
milhões de mortos. Portanto, existe liberdade de ação mais do que
suficiente, só depende da capacidade da pessoa. É claro que cada ação
tem uma reação, cada ação tem uma consequência, então se você provoca
a morte de 30 milhões de pessoas você terá as consequências de 30
milhões.
O livre-arbítrio é sagrado, por quê? Porque todo ser tem uma centelha
divina dentro dele que só está observando os acontecimentos. Quando a
pessoa, o ego, convidar a centelha divina a atuar, ela atuará, quando ele
convidar a centelha divina para que ela assuma a própria vida, ela fará
isso, quando ele convidar para que a centelha faça uma fusão com ele, e
ele e a centelha tornarem-se uma terceira coisa, ela fará, mas só sob
convite, ela não força, ela não oprime, ela não manda, ela não faz nada,
ela está só observando. Um dia, quando o ser decidir, ela poderá atuar,
você já sabe que a centelha divina só faz o bem, só traz alegria, amor,
felicidade, prosperidade etc., etc., tudo que é de bom para o ser, se
deixar.
E aí está a questão do porquê que a irradiação da Pedra Filosofal não
provoca imediatamente esse resultado maravilhoso que seria em todos os
habitantes do planeta Terra, por exemplo. Todos os problemas seriam
resolvidos, tudo, absolutamente tudo. Só haveria alegria, amor,
felicidade, crescimento, realização inimaginável, mas está claro que o
ego, os egos não querem isso, é claro. Se a Pedra Filosofal está fazendo
isso o tempo todo, emanando essa energia e esta informação para todos
os seres e coisa não muda em larga escala, é claro que tem algo a mais
atuando, interferindo, que seria o quê? O ego da pessoa, através do livre
arbítrio. Como a pessoa, em última instância, é sagrada, porque tudo é
sagrado, porque tudo está dentro do Todo, não se pode violar o livre-
arbítrio da pessoa. Se a pessoa quer ser infeliz, ela tem o direito de ser
infeliz, se ela quer passar necessidades materiais, ela tem direito de
passar, o que ela quiser, tem direito, se ela quer fazer o mal, ela pode
fazer, terá as consequências. É evidente, no Universo não existe
dualidade, isso é construção mental dos seres, no universo não existe
dualidade, universo é uni, ele só corre para o mar, não tem contramão,
não tem duas forças se digladiando de igual poder, isso não existe, só
existe um poder.
Os seres que trabalham para luz tem força, os seres das trevas tem
força, então nós temos a batalha arquetípica entre o bem e o mal, num
nível abaixo do Todo. No nível do Todo não existe mais nada, a não ser
o Todo. Portanto, não existe dualidade nesse nível final. A dualidade está
nos seres que escolhem um lado ou escolhem outro lado. Os seres que
escolhem a luz são os seres em que o ego está a serviço da Luz,
iluminados, individualizadas, a fusão, pode ser qualquer termo que se
quiser, eles estão trabalhando para luz, eles optaram pela Luz. E os do
contrário são do contrário, é simples. Eles não estão a favor de nada, de
alguma coisa, eles são contra. Se fosse uma dualidade, como se fala, você
teria duas, dois poderes A e B se digladiando. Como não existe isso, só
existe o lado do Todo, a luz e quem é contra a luz, não existe forma de se
falar que os das trevas, os negativos são a favor dele, não, eles não são a
favor de nada porque não existe nada para eles serem a favor, se fosse
assim, eles estariam fazendo outra coisa, é o óbvio, ululante um negócio
desse, é horripilante de tão simples. Eles estariam fazendo algo para eles,
produtivo, para eles terem alegria, prazer, felicidade, prosperidade,
desenvolvimento, evolução, seja lá o que for, eles estariam a favor de
alguma coisa, e isso não se vê, desde o início dos tempos, não se vê isto.
Eles são contra os da luz, estão contra o Todo, lógico, então quem
está a favor do Todo, servindo Todo, trabalhando com o Todo, para o
Todo, eles atacam. É por isso que tem esta batalha entre o bem e o mal. É
a batalha de quê? Os da luz estão felizes da vida fazendo o bem o
máximo possível, dentro das suas capacidades, dia e noite, tudo
resolvido. Se não tivesse os do contra, nós teríamos o paraíso celestial em
todas as dimensões, qualquer planeta seria o paraíso celestial, quer dizer,
vários níveis de paraíso celestial, todos os lugares do Universo só existiria
o paraíso celestial, porque todo mundo estaria a favor do Todo.
O Todo derrama, o Todo não se deixa vencer em generosidade, se
você der um, ele dá 100, se você der 100, ele dá um milhão, você dá um
milhão, dá 5 trilhões, não vai ganhar nunca, mas, quanto mais se dá,
mais recebe. Se todo mundo trabalha para luz, para o Todo só haveria
felicidade, não haveria problema nenhum, agora como tem esse povo que
é do contra? Pois é, eles são contra, eles não são a favor de nada.
Isso precisa ficar muito claro. Porque a maior a força que eles têm, é a
negação de que de que eles existem. Essa jogada foi genial, genial, né?
Quando eles falaram nós não existimos e aí algumas pessoas acreditaram,
eles ficaram com o campo livre para atuar, porque se você sabe que eles
existem, você toma certas precauções, porque você sabe que tem forças,
forças, não poder, forças contrárias.
Desta forma livre arbítrio é simplesmente isso, esses seres que são
formato, muitos, mesmo formato nosso, cabeça tronco e membros, cinco
dedos, mas tem outros formatos também e toda a filogenética da
evolução humana para eles terem o formato que eles quiserem, ou
tiverem as consequências de ter. Do mesmo jeito que você evolui, você
involui na forma, não na consciência, na forma, então se ele involui na
forma conscientemente, é um negócio bastante desagradável. Digamos
assim, se você involui até um ovoide com a consciência que tem hoje.
Você é uma bolha de gelatina, não tem mais braço, perna, cabeça, não
tem mais nada, mas está plenamente consciente como está agora.
Bom, este é um dos últimos níveis de involução que pode acontecer,
para chegar precisa de muito tempo a pessoa sendo do contra. E os do
contra não tem nenhum poder sobre esta involução, nenhum poder,
porque poder só existe um. A medida que eles são do contra, eles vão
perdendo a forma, leva milênios, milênios e milênios, pode pôr tempo
que for, que tempo não existe fora do continuum espaço-tempo material.
Relativamente é muito tempo que passa até que os dedos começam a
sumir, mas é o preço do livre-arbítrio. Livre-arbítrio é para você escolher,
você escolhe livremente que você quer ajudar na luz, ajudar o Todo e ser
feliz, lógico, evidentemente, bastou fazer essa opção, já jorra em cima de
você todas as benesses possíveis e imagináveis.
Seria facílimo, seria maravilhoso, desde o início dos tempos se todos
os seres que ganharam consciência, ego (consciência igual a ego), optasse
pela luz, pelo Todo, mas uma grande parte opta por ser contra. Se eles
não fossem do contra, pensa bem, eles ficariam fazendo alguma coisa em
prol deles mesmos, com já expliquei, certo? Eles iriam passear, se
divertir, fazer coisas prazerosas, agradáveis para eles.
É inacreditável ter o prazer de causar dor no outro, vou furar o pneu
para o carro bater a 100 km por hora no outro, eles são capazes de fazer
isso, mas não é para ninguém ficar preocupado que eles não vão sair
furando o pneu de todo mundo. Não é assim que acontece, cada caso é
um caso, cada situação é uma, e eles não tem poder para bagunçar o
Universo inteiro e nem um milhão de carros na face da Terra, mas um
pneuzinho ou outro eles podem fazer e depende de uma série de variáveis,
de quem está dirigindo o carro etc., etc., mas que eles podem atuar nesta
dimensão, praticamente livremente, está todo mundo misturado, é claro
que podem.
Ninguém perde a consciência quando você sai do corpo biológico,
você continua consciente, e aí você continua sendo quem você é. Se
estando aqui era assaltante, quando sai deste corpo biológico, continua
fazendo o quê? Assalto, e assim por diante, continua o mesmo.
A evolução é algo que demora, demora porque se está num corpo, está
assaltando, se está fora do corpo está assaltando, como é que faz? Ele vai
continuar assaltando ad infinitum? Não, então cai naquela história de
que tem que nascer de novo para poder ser educado novamente, até que
um dia ele desiste de assaltar, mas se ele ficasse somente num lado da
realidade, seria uma mudança física, ele não pararia de assaltar nunca,
porque é extremamente difícil se conseguir uma mudança desse nível,
deste porte em quem está do lado espiritual da vida, digamos assim.
É muito difícil, é por isso que demora, se fosse fácil não existiria os
negativos dentro dessa situação que nós estamos falando. Se dissesse que
eles estão procurando o prazer deles, a alegria, desenvolvimento pessoal,
jogar bola, tudo bem, mas o campo dos sonhos do lado negativo não
existe, pois é. O campo dos sonhos do lado da luz tem, todo mundo gosta
de jogar, vai jogar bola, tem campo, tem alpinismo, todo mundo
continua se desenvolvendo e faz aquilo que gosta e é feliz e está tudo
certo.
Agora do outro lado, tem campo de futebol? Não tem campo de
futebol, aí é que está o X da questão, tem masmorra, tem caverna, tem
castelo tenebroso, poder, oprimir, celas, torturas, tudo do contra, quer
dizer, eles trabalham 24 horas por dia contra, por incrível que pareça, o
prazer é ser do contra. E a emanação da Pedra Filosofal está chegando a
todos eles, 24 horas por dia, chegando tanto do lado da Luz quanto nos
do contra, 24 horas por dia a emanação está chegando e a in-formação
está chegando. E eles continuam sendo do contra. Dia e noite, milénio
após milênio, do contra. Vejam que é muito simples. “Por que eu tenho
dificuldade para pagar as minhas dívidas? Por que que eu não tenho
clientes na empresa? Por que a empresa faliu? Por que eu não consigo
viajar?” Os porquês todos, das carências materiais todas e infinitas. Essa
é a pergunta que uma multidão se faz. “Por que eu não consigo comprar
os cinco carros que eu quero? Ou casa de 40 quartos? Ou aviões, os
iates?” Infinito. Bom, tem meia dúzia que consegue, então a pergunta é
“por que essa meia dúzia consegue eu não consigo?” Livre-arbítrio, livre-
arbítrio. Se parar para pensar, guardadas as devidas condições de
nascimento etc., etc., de países etc., o potencial dos 86 bilhões de
neurônios que qualquer ser tem é imenso, é gigantesco, um mendigo
pedindo esmola no farol tem 86 bilhões de neurônios funcionando. Um
Nobel, um Prêmio Nobel tem 86 bilhões de neurônios, todos.
O que cada um faz com seus 86 bilhões de neurônios é livre-arbítrio,
todos ganham os 86 bilhões, todos, cada um faz o que quer. Se um ser
prefere, “eu vou dedicar a ficar milionário e para isso eu devo deixar de
ver a minha mãe”, então ele esquece que tem mãe e como a mãe vai ficar
é problema dela, ele dedica todo o esforço que tem para ganhar fortuna, é
livre-arbítrio. Depois, quem estiver vendo os bilhões, não sabe que a mãe
estava sozinha.
Isso tudo é hipotético, antes que comece a procurar quem são os que
tem bilhões que largaram as mães, é hipotético, estou só dando um
exemplo das infinitas possibilidades de livre-arbítrio que se tem. São
escolhas, escolhas, se eu pego o meu dinheiro e estrago, jogo fora de n
maneiras, é uma escolha, ou compro uma biblioteca, eu escolho. Eu
quero comer pudim ou eu quero comprar um livro? São escolhas, tudo é
escolha, tudo é livre-arbítrio. Se eu leio, eu adquiro conhecimento, aí eu
aprendo, aí eu fico mais inteligente, os neurônios se interconectam, eu
avalio melhor, as relações, o que acontece, economia, sociologia etc., etc.,
e eu tomo as decisões corretas economicamente para os meus negócios
etc., etc., são escolhas, enquanto um estuda, o outro, paciência, é a
mesma coisa que nós estamos falando, enquanto os da luz estão
trabalhando, trabalhando, trabalhando, guardando tesouro no céu onde
as traças não comem e os ladrões não roubam, lembram? Pois é, tem os
do contra. Os do contra estão guardando tesouro onde? Em nenhum
lugar, pois nem tesouro tem.
Eles estão trabalhando para ficarem trilionários? Ótimo, vão crescer
em alguma coisa, mas nada, não vão crescer em nada. Eles só são do
contra, eles querem estragar os milhões que o outro ganhou, comprou
carro, botar fogo na casa do sujeito etc., são todos do contra. É patético a
coisa, mas é a realidade, eles não podem deixar de ser assim e o que nós
vamos fazer, nós vamos tirar o livre-arbítrio deles? Não podemos, é
sagrado, eles também tem centelha divina, adormecida, mas está lá, eles
não querem nem saber, mas está lá. O dia que uma luzinha pintar lá nos
86 bilhões de neurônios, pode ter certeza que a centelha acorda, enquanto
isso eles continuam sendo do contra.
Se você se colocar na mesma situação é algo inacreditável, certo? Você
passa, você morre, passa para outro lado, continua tendo consciência,
formato etc., só não tem corpo biológico, e daí qual a sua decisão de
fazer? O que você faz depois? Vai ser do contra ou você vai procurar ser
feliz, todas as possibilidades de realização estão em aberto, do outro
lado, do lado da luz. E? Entende o tamanho da loucura que é isso? Em
vez de você ir, crescer, estudar, passear, se divertir, ser feliz, não! Você
escolheria destruir os que estão sendo felizes, atacar quem está do lado da
luz. Imagina isso. Pois é. É insano, mas o ser decide gastar a vida dele
para ser do contra, em vez de ser feliz. Gasta 24 horas por dia para
destruir os outros, para causar dor, sofrimento etc., etc.
Claro que não conseguem na escala que desejam de poder, porque só
tem um poder no Universo. Você pode brincar na caixinha daqui até aqui.
Bom, essa caixinha vai ter a Segunda Guerra Mundial, mas o limite é a
segunda guerra mundial, não passa de 60 milhões de mortos, pode
brincar. Todo mundo quer brincar, o que você vai fazer?
Hora do lanche no planeta Terra, vamos fazer a segunda guerra
mundial, 60 milhões de mortos, inimagináveis feridos, o que o Todo pode
fazer? Deixa brincar, mas tem um limite, vai daqui até aqui, mas egos
querem brincar de guerra, eles brincam de guerra. Livre-arbítrio. Depois
tem as consequências, lógico, porque só existe uma força, um poder no
Universo que controla tudo. E esse é o problema. Por que são do contra?
Porque eles não concebem que possa existir uma força superior a eles. É
simples, é só isso. É existencial o questionamento. E isso é ego, ego. Ego.
Eu. “Como pode ter uma força superior a mim?”
Bom, isso logo já percebe que existe uma força superior a eles, como
todos os seres no Universo sabem, percebem, aí eles tem que optar como
todos nós, eu, você, qualquer um, tem que optar. Tem uma força
superior, qual vai ser o nosso relacionamento com essa força? Com esse
poder? Nós vamos ter um bom relacionamento de trabalhar junto, a
favor, ou seremos contra, já que não podemos dominar esse poder?
Somos inferiores a ele, o que a gente faz? Vamos ser do contra, vamos
destruir tudo que puder, vamos entrar na loja e destruir tudo, de raiva, de
ódio, por não ser o Todo, isso é inveja, claro, é inveja, inveja do Todo,
pura e simplesmente, não posso ser o Todo, então eu vou estragar o
máximo possível a criação Dele, este é o prazer que eles tem, destruir,
causar dor, sofrimento etc., no nível indescritível, mas o Todo tem em si
mesmo, como vou dizer, regras intrínsecas que são da essência Dele, tudo
tem consequência, então qualquer ser que faça terá aquilo de volta e
deram um nome, o Carma, qualquer nome serve, mas terá consequências.
Se causou X coisas, aquelas x coisas, mais cedo ou mais tarde, voltarão
para ele, para ele aprender, ele causou sofrimento, terá o mesmo
sofrimento de volta, mais cedo ou mais tarde. Não é vingança,
magneticamente ele atrai essa situação. Na hora que ele criou a situação
fazendo o mal, ele gravou dentro dele, magneticamente, aquela
informação.
Todo campo eletromagnético atrai de volta para si o que foi emanado,
é uma rádio, mandou, volta, então o que vai acontecer com o ser que
plantou uma coisa dessa? Volta para ele, mais cedo ou mais tarde, de
qualquer maneira, inevitavelmente, não tem jeitinho, não tem como
escapar desta lei, desta regra eletromagnética, plantou, colherá, até o
último centavo.
Mesmo sabendo disso, eles continuam sendo do contra, mesmo
sabendo disto! É inacreditável! Mesmo sabendo disto, eles continuam
sendo do contra. Vamos supor, os que estão do lado da matéria aqui
podem ter milhões de dúvidas existenciais, filosóficas, metafísicas etc.,
etc., não acreditar em nada, serem ateus, livre-arbítrio total, pode ser até
ateu, não tem problema nenhum, as leis continuam funcionando, para
qualquer um, se pular do 20o andar vai se esborrachar no chão, acredite
no que quiser, sistema de crenças, mas tem leis que regem o negócio, lei
da gravidade, pode ter a crença que for, não sairá voando. Ícaro pôs umas
asinhas, mas viu o que deu, né? Mesmo sabendo. Do outro lado não tem
essa dúvida que existe aqui desse lado. Do outro lado está as claras, só se
não quiserem saber, pode ser que optem por não estudar, não aprender,
não pensar, então eles podem continuar, quem sabe, talvez não sabendo
que existe lei de causa e efeito.
Se você solta o negócio cai, se você empurra, o negócio anda. Isso está
à disposição para todos eles aprenderem, de como como funciona o
universo, não se está negando para nenhum deles conhecimento de como
funciona o universo. Para eles aprenderem e serem felizes basta terem um
pensamento. Com este, eles podem sair de um lado e passar para o outro,
é só manifestar o desejo dentro de si, não tem que escrever carta, nem
memorando, nem e-mail, é dentro de si, só um desejo é suficiente para
começar a ser feliz, passo a passo.
Por que eu estou explicando tudo isso? A Pedra Filosofal parte 2 não
virou assunto sobre os negativos, é que eles são um exemplo excelente
para se falar de ego, de como se resiste à mudança. Para se falar, para se
explicar o porquê de não conseguir pôr um carro na garagem, “o carro
que eu quero.” “Porque eu não consigo a casa, porque que eu não pago as
dívidas, porque eu não tenho mais dinheiro, porque eu não fico
milionário” e assim por diante.
Porque simplesmente se resiste ao Todo, resiste à Pedra Filosofal,
simples, vejam, a emanação da Pedra, é uma informação e é uma energia,
seu cérebro é energia, massa, energia lembra? A fórmula do Einstein.
Vem informação da Pedra Filosofal, penetra no cérebro e vai se
aprofundando. Para chegar nos neurônios tem que passar nas sinapses e
chega nos microtúbulos para poder ramificar até o final, nas infinitas
conexões que tem o cérebro, nos 86 bilhões de neurônios. O que acontece
quando a onda da Pedra Filosofal penetra no microtúbulo? Uma coisa
minúscula, o que trafega no microtúbulo? Um elétron, elétrons, tudo isso
é neurologia, é física, podem pesquisar estrutura do microtúbulo, tudo
isso já está definido, descoberto etc. Até que tem um elétron dentro do
microtúbulo, os humanos já descobriram.
A informação está trafegando no microtúbulo para poder chegar à
mente toda da pessoa, que faz o ego? Emite uma onda contrária dentro
do microtúbulo, que colide com o elétron que está indo lá. Uma onda
contrária que paralisa a informação está entrando da Pedra Filosofal. E a
informação que está tentando entrar na mente não passa, empaca, por
que quem cria a realidade? Cada um cria a própria realidade, então o que
cria a realidade? O sistema de crenças da pessoa cria a realidade dela. O
que ela acredita se manifesta, mais cedo ou mais tarde, é simples, livre-
arbítrio de cada um, através do seu sistema de crenças cria a realidade, os
carros, casas, os apartamentos, seja lá o que for, o livre-arbítrio através
do sistema de crenças, cada um acredita no que quiser, é livre, pode
trocar as crenças quando quiser.
Como que eu troco a crença? Eu estudo, penso, penso, estudo. Se eu
me jogar do prédio eu não caio, quando é criancinha pode ter esta crença
certo? Então o que deveria fazer? Antes de se jogar do prédio, vai numa
biblioteca pega um livro e lê sobre gravidade. Se eu me jogo, eu caio,
então não me jogo, trocou a crença, antes acreditava que podia voar,
agora não. Agora ele leu, estudou, aprendeu, trocou de crença, se antes se
perguntasse para o indivíduo, “você acredita que o ser humano pode
voar? Com os braços dele? Sem avião, sem nada?” “Eu acredito, eu sou
dos que acredito que o ser humano pode voar”, sistema de crenças, tudo
bem, não tem problema, todo mundo acredita no que quiser, e tem
aqueles que acreditam que não dá para voar a não ser através de meios
mecânicos.
Este amigo resolve estudar, vai conversar com o povo que acredita que
não podem voar, eles emprestam um livro para ele e faz um experimento
e tal, resultado, ele troca de crença, um segundo, nano segundo ele trocou
de crença, simplesmente porque ele estudou o assunto da crença dele e
estudou a crença do outro, e aí, por raciocínio lógico, ele troca de crença.
Isso é um exemplo simplório, mas se aplica a qualquer crença que
existe. Como que eu troco as crenças? Estudando, é só isso, não precisa
ser Nobel, basta estudar. Agora se eu ficar nas crenças primeiras que eu
recebi e nunca mais estudar, questionar, pensar, avaliar, analisar, vou
ficar assim até que eu veja que as coisas são, ou experimente na carne que
as coisas não são como eu pensava. “Epa deu errado”, então outra vez,
outra vez, outra vez, “Tem algo errado com as minhas crenças, eu não
estou criando o carro na garagem, estou tentando e não estou criando,
então o que tem errado?” Não no carro, não na garagem, não no mundo,
o que tem errado nos meus pensamentos, nas minhas crenças. “Porque
tem gente que tem carro e eu não tenho?”
Se estamos no mesmo planeta, no mesmo lugar etc., etc., debaixo das
mesmas leis etc., etc., por que um tem e o outro não tem? Livre arbítrio.
“Eu sei. É lógico que pode-se fazer milhões de contra argumentações
econômicas, políticas, sociológicas, biológicas etc. etc., para justificar que
eu não tenho carro na garagem. Eu posso transferir a culpa de não ter
carro para n outras pessoas, situações, sistemas etc., etc., etc.” Pois é.
Já passou pela cabeça se cada um trocasse as crenças que têm e
servisse a luz, todos teriam tudo que necessitam? Já passou pela cabeça
isso? Todo problema é esse. Não é um problema de sistemas, de
filosofias, de qualquer coisa que possa imaginar, é neste nível terrestre.
Um nível acima o problema é outro, e aqui é o efeito, a causa está lá em
cima. Se todos os seres optassem por servir, servir. Aí pegou né? Esse
verbo é o problema, servir a luz não dá, é claro. Muita gente pensa o
contrário, como servir a luz? E onde fica o meu ego, onde fica meu
orgulho, onde ficar meu poder, como vou servir? Esse é o problema, pura
e simplesmente. O resto são plumas e paetês. O resto é só detalhe. Tem
milhões de livros sobre todos os ismos possíveis e imagináveis. E a que
conclusão vai se chegar? Nenhuma. Ou tudo já não foi testado na face
desse planeta? Tudo já foi testado. Não há nada de novo debaixo do Sol,
a mais pura verdade. E tudo já foi testado pelo universo a fora n vezes, e
o mesmo problema em todo o planeta em que os habitantes não querem
servir ao Todo, o problema persiste. Miséria, doenças, guerras, impérios,
opressões, escravidões etc., etc. Tudo igual.
Quando a pessoa fala, “eu vou descer desse planeta e vou para outro”,
vai para onde? Para outro igualzinho este aqui ou pior, pode ser mais
primitivo ainda, não é? Vai para um planeta superior, um planeta
civilizado? Em que a luz já conseguiu organizar a coisa? Pois é, este que é
o problema. A frequência não bate, porque nesses planetas civilizados,
todos servem ao Todo, todos servem ao Todo. Tudo tem harmonia,
alegria, felicidade, prosperidade e tudo mais, mas por que tem isso?
Porque todos servem ao Todo. Não há como fugir desta equação. Chega
neste planeta uma pessoa da Terra, que está ainda no cérebro reptiliano, e
verá aquela paz, aquela harmonia social e onde todo mundo tem tudo o
que precisa, está todo mundo feliz, alegre, e vocês já sabem qual é a
reação.
É a mesma reação que o menino teve, em relação aquele outro menino
que explicou mais ou menos isso para ele. “Que chato!” Isso foi um
exemplo espetacular da coisa. Quando se explica para o menino, “quando
você evoluir, você servirá a luz e assim você ficar feliz. Que chato é isso!”
Simplesmente, o ego do menino acha que é chato ser feliz, estar alegre,
saudável, próspero, tendo todos os recursos para se desenvolver, o seu
intelecto, sua centelha divina, é chato, o menino pensa deste maneira. É a
mesma coisa que os do contra pensam. Ou os do contra não são
inteligentes? São extremamente inteligentes! N formações, n. Não é falta
de inteligência e graduação mental, psicológica, escolar etc., etc., não!
Eles acham o povo da luz chatos, por incrível que pareça. E tem mais.
Eles acham que os da luz são moles. Ponto. Mole de moleza.
Para ter uma ideia, você confundir compaixão com moleza, nós
estamos falando de departamentos diferentes, abacaxi, abóbora, laranja,
são coisas diferentes. Não tem nada de moleza no povo da luz, o fato do
povo da luz fazer o bem, não quer dizer que são fracos, nem fracotes,
nem covardes, nem moleza, nem coisa nenhuma, é o contrário. Imagina
trabalhar dia e noite pelo bem. Quem que é mole? Entenderam? E no
entanto os nossos irmãozinhos do contra pensam que os da luz são da
moleza, são moles, e por que eles acham isso? Este é o paradigma, você
julga do jeito que você é. Chama projeção isso, né?
“Eles devem ser moles, sabe por quê?” Lógica aristotélica. “Se eles
não vem aqui e pulverizam a gente”, pulveriza de pulverizar, sumir,
extinguir do Universo, “então eles devem ser moles, porque nós faríamos
isso com eles, se nós tivéssemos a oportunidade iríamos e pulverizaríamos
todos eles, e ficaríamos somente nós no Universo.”
“Como eles não vêm aqui e não nos matam, não torturam, não
decapitam etc., eles são moles”, para vocês verem que compreensão da
realidade é algo muito difícil. Não confundir compaixão, amor
incondicional a todos os seres do Universo, inclusive a eles, a mão está
sempre estendida para que eles possam sair dessa situação, com algum
tipo de fraqueza, pelo contrário.
Se um ser de luz estalar os dedos! Poder é nível de consciência, nível
de frequência, não existe praticamente limite de poder para o ser de luz,
ele só não usa por compaixão, só isso, mas não provoca, entenderam?
Quando é necessário usar, usa, quando é necessário, usa, por quê? Porque
se os nossos amigos só entendem a força, só tem um jeito, é força com
força, mas não para torturá-los, nem machuca-los, nem fazer mal, nem
usar violência desnecessária, nada disso, simplesmente para que eles
possam ser colocados em devida ordem, para que não possam mais
prejudicar ninguém. Eles sabem muito bem disso, então eles ficam lá com
o papo de que os da luz são moles e isso é outra conversa fiada. Os de
cima sabem muito bem que a coisa não é assim. Os negativos são
constrangidos a brincar em espaço determinado, agora os debaixo, eles
podem contar a história que eles quiserem, paciência, mas os chefes
sabem que o espaço é limitado. No jardim da infância podem brincar, no
quadradinho, na hora do lanche.
Tudo isso que estou contando e dando como exemplo é para que se
entenda que não é por ineficiência da Pedra Filosófica ou Filosofal que a
luz não passa na sua sinapse, no microtúbulo, não é por ineficiência.
Num estalar de dedos o elétron passa, todos os elétrons passam por todos
os microtúbulos e pronto. Resolvido. Só que qual é a consequência para
se ter o resultado? Seu ego sumiu, sumiu, agora você será prospero, mas
sem ego, acabou. Sua consciência sumiu, literalmente, sobra centelha.
Este ego, penso logo existo, some num estalar de dedos. A Pedra Filosofal
tem o poder de fazer qualquer coisa, baixa luz num quilo e meio de
cérebro e na mente espiritual e todos os problemas daquelas crenças
foram resolvidos, todo aquele livre arbítrio acabou, acabou, é isso que é
preciso entender. O livre-arbítrio da pessoa, em termos, é todo poderoso,
porque não se pode fazer nada que a pessoa não queira, é ela que decide,
nem o Todo pode violar o seu livre arbítrio, foi Ele que deu o livre-
arbítrio, portanto ele não pode desfazer o que ele fez. Seria uma
incongruência lógica absoluta.
O Todo não pode desfazer o que ele faz, se Ele te deu livre arbítrio
está dado, só você pode mudar as suas escolhas, não é ineficiência. Pode-
se perguntar se a Pedra Filosofal é toda poderosa, por que ela não muda
minhas crenças? Aí eu tenho casa carro apartamento barcos, aviões etc.
Porque ela não pode fazer isso. A Pedra Filosofal tem que ter a infinita
paciência de esperar que o ser queira mudar, de livre boa vontade, ele vai
vivendo, vivendo, aprende, aprende, aprende, trabalha, trabalha, faz um
monte de coisa, conseguiu o carro, trabalha, vai aprendendo. O que
fazer? Tem livros de tudo, tem conhecimento para tudo, ou a Pedra
Filosofal não está transferindo todo o conhecimento que a pessoa precisa?
Claro que está. Não na forma de livro, livro você compra e lê, ou vai no
sebo, mas em termos de infraestrutura de inconsciente pessoal, id, ego e
superego. Tudo está sendo dado, dado para o ser. O ser já nasce com
todo esse cabedal de conhecimentos, só depende dele, só depende das
escolhas que faz.
Agora, vejamos um exemplo. Um menininho de seis anos de idade
chega na sua casa e fala assim, você tem umas plantinhas, ele fala assim
“vamos matar as plantinhas”, é a primeira coisa que o menino fala,
“vamos matar as plantinhas”, seis anos. Entenderam o que são escolhas?
São escolhas, o menino tem pai, avó, avô ensinando, vai na escola, a
professora faz tudo o que é possível para que ele cresça, aprenda, evolua,
e ele quer matar, matar e matar, são escolhas.
Com um ano de idade ele já era assim, mas com um ano de idade, não
tem força, mas com seis já quer destruir os lírios. Ele não pode ver os
lírios bonitos, enfeitando, felizes, não pode, então ele tem que fazer
picadinho do lírio. Quando tiver só folhas mortas aqui em cima da mesa,
ele estará feliz, ainda quebra o vaso, ele fica mais feliz, seis anos de
idade! Eu vi.
Do outro lado, este serzinho, fará o quê? É do contra, deste lado ele
quer matar, do outro lado a mesma coisa. Ele troca de lado e continua
com mesmo nível de consciência. Ele vem para cá para poder mudar,
porque do outro lado ele ficaria assim, então ele vindo para cá teria umas
outras condições adversas que farão com que ele pense, pense, pense, até
que ele chega à conclusão que deve deixar o lírio em paz, feliz da vida, e
que a vida é importante, a vida é sagrada, deve deixar todas as plantinhas
crescerem felizes e que ele não precisa matar nada para ele ser feliz. Isso
que ele já tem todo o apoio e suporte material nesta existência. O menino
não teve nenhum trauma de nascimento e nem na infância até os seis anos
de idade, ele não sofreu nada, nenhum abuso. Ele é assim. Matar é o que
ele pensa. É um caso extremo, mas é um perfeito exemplo de ego.
Portanto se nós deixarmos a Pedra Filosofal trabalhar, emanar,
transferir, tudo no devido tempo se ajeitará, é claro, depois que se
destruiu um tanto, vai levar um tempo para se construir.
Todos os problemas podem ser resolvidos, deste lado ou do outro
lado. Tem coisas que são irreversíveis deste lado, mas do outro lado são
facilmente resolvidas, é só ter paciência porque a vida é um continuum.
Não é vida deste lado e vida do outro lado, é tudo a mesma coisa, é um
continuum, tanto faz se está de um lado ou do outro lado, é a mesma
coisa, os problemas são resolvidos de qualquer forma, ou é resolvido aqui
ou do outro lado, simples, mas eu quero que seja aqui agora, isso é ego.
A Pedra Filosofal não está funcionando, por quê? Porque o ego da pessoa
não deixa, é a coisa mais simples que existe.
Agora se a pessoa não aceita que o Universo seja desse jeito, aí pegou,
aí o problema ficou complicado. Porque tem que ser aqui agora, aqui
agora não dá, não funciona desse jeito, então eu não aceito, o que se pode
fazer? Paciência. A pessoa pode pensar que a Pedra Filosofal não
funciona? Pode. Pode xingar a Pedra Filosofal? Pode, pode fazer o que
quiser, paciência. A Pedra Filosofal vai continuar, mesmo a pessoa
reclamando, xingando, esbravejando, praguejando.
É extremamente simples as coisas funcionarem, com solução para
todos os problemas. Mas é uma escolha pessoal de cada pessoa, a minha
escolha não vai afetar o coletivo? Vai, vai, cada escolha que for feita pelo
lado da Luz, criará um efeito multiplicador em volta daquela escolha
individual. Uma pessoa afetará todos que estão no seu entorno, e mais
uma pessoa muda, mais uma ali, outra lá, outra lá e o coletivo muda. E
quanto precisa para mudar o coletivo? Se for mudar um por um, quanto
precisaria? Mais ou menos de 2% a 4%.
E até o momento não se conseguiu esses 2%, para vocês verem o
tamanho do problema do ego. Precisamos que haja uma expansão de
consciência dos 90%? Não. Aleatoriamente jogado nos 7 bilhões, 2%
seria suficiente. Cada um influi em n pessoas que estão à sua volta. Se
cada um que tiver boa vontade, começar a ser uma sementinha da
mudança, da Luz no mundo, o mundo muda num instante.
Tudo isso os alquimistas codificaram numa roupagem elaborada,
falando de substâncias, de enxofre, de mercúrio e etc., uma linguagem
cifrada para época, para que eles pudessem trabalhar. Se eles falassem
abertamente, eles não terminariam o trabalho e nós não teríamos
nenhuma documentação do que eles fizeram. Eles falaram o que era
possível falar, escreveram o que era possível escrever, mas deixaram um
conhecimento fabuloso. A alquimia descreve exatamente como funciona o
Universo, exatamente como funciona o psiquismo humano.
Se a pessoa estudar, analisar, comparar com a vida dela, ela verá que é
exatamente igual, que eles acertaram tudo. Toda a situação do ser
humano está descrito na alquimia, o que acontece, porque é feliz, porque
que não é, porque progride, porque não progride, tudo está descrito na
alquimia, na linguagem da alquimia. E tudo isso está interelacionado.
A verdade é uma só, todos os conhecimentos são formas e as sete
cores do prisma você vê através de uma das cores, mas a verdade é uma.
Nós podemos falar por vários ângulos e chegarmos na mesma conclusão,
aí cada um estuda aquilo que mais gosta. Você pode chegar na mesma
conclusão que a alquimia chegou através da mitologia analítica, você
pode chegar na mesma conclusão que eles chegaram através do soltar, e
etc. Todos que pensaram, que analisaram, chegarão na mesma conclusão.
Os alquimistas escreveram de acordo com a época em que eles viviam, de
acordo com os resultados que eles enxergavam, como funciona o ser
humano e é perfeito. Todos eles. Por isso tanto vale seguir por um
caminho, como por outro caminho, chegará na mesma verdade, chegará
na Pedra Filosofal, falando em termos de alquimia, mas não há como
fugir da escolha fundamental, primordial. Eu estou a favor ou estou
contra.
X. Pedra Filosofal – Parte 3

Primeiramente o que é importante entender são as vantagens da


Alquimia, as vantagens de se chegar no conhecimento da Pedra Filosofal.
Qual é a transformação que a pessoa tem com o passar do tempo, na
medida em que ela aplica todos os procedimentos da Alquimia? O que
que acontece interiormente na pessoa e na vida prática da pessoa, com a
interiorização desse conhecimento?
Entendendo isso, ficará claro porque durante séculos e séculos os
alquimistas procuraram a Pedra Filosofal, procuraram esse conhecimento.
Inevitavelmente os benefícios seriam gigantescos, na medida em que
entendessem e aplicassem esse conhecimento.
Quando Nietsche escreveu sobre o conceito do super-homem, que
depois foi todo distorcido, ele estava falando exatamente do resultado da
Pedra Filosofal. O que acontece com o ser humano que chega e aplica
esse conhecimento, a mudança interna vibracional que acontece nele. Para
os demais, depois de um certo tempo, fica parecendo exatamente o que
Nietsche falou, um super-homem. A distância vibracional vai cada vez
ficando maior, maior e maior, até o ponto em que a pessoa tem que fazer
esforço para ficar aqui, nesta terceira dimensão. A frequência interna dela
aumenta tanto, que o invólucro carnal, que está numa outra frequência,
tem dificuldade de suportar o espírito que está dentro do corpo, os outros
seis corpos, essa casca biológica também fica cada vez mais distante desta
vibração.
Esse é o primeiro aspecto da questão. Vibracionalmente, isto é,
traduzido em termos consciência da realidade, vai se afastando,
afastando, afastando e isso faz com que haja uma maior dificuldade em
conviver normalmente dentro da Matrix. É possível continuar convivendo
e todos que chegaram neste ponto fazem isto, mas por uma escolha
própria, escolha pessoal, um controle pessoal que se coloca para segurar
o corpo a vibração, o espírito, aqui nesta dimensão, para se fazer um
determinado trabalho.
Isso é inevitável. Quanto mais se chega perto da Pedra Filosofal, quer
dizer, quanto mais conhecimento se tem, quanto mais refinamento da
matéria, da consciência é feita, é evidente que mais distante fica dos que
não estão fazendo isso. Quanto mais se expande, mais se expande, e é um
processo exponencial, é lógico que se tem pessoas que estão crescendo 1,
2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, aritmeticamente e o outros de forma exponencial 2, 4,
8, 16, 32, 64, 128, 256, 512, dará um salto gigantesco depois de um certo
tempo. No começo parece pouco, mas depois se torna simplesmente
astronômico.
Em termos de consciência interna, a pessoa passa a ter um sentimento,
vamos dizer, oceânico de apreensão da realidade, do todo da realidade, de
entender como funciona toda a engrenagem do Universo, todas as
variáveis envolvidas no Universo. Quando se pergunta alguma coisa,
quando tem um problema para ser resolvido, a pessoa que está perto,
mais perto da Pedra, ela, automaticamente e instantaneamente abarca no
seu raciocínio todas as variáveis daquele assunto. Isso é muito bom de se
perceber quando uma outra pessoa está avaliando o mesmo problema e
deixa determinada variáveis de lado. Quando se fala nessa situação a
primeira pessoa “é verdade, falta isso, não pensei naquilo”. Porque o
pensamento, a consciência precisa ter complexidade interna para poder
perceber o Universo. É uma questão de percepção da realidade, não é uma
questão só de raciocínio, é uma questão de apreensão da realidade e isso é
espontâneo e automático à medida que se dá saltos e saltos e saltos de
expansão. É por isso que chega no ponto em que as infinitas
possibilidades são reais, são possíveis e viram probabilidades. A pedra é o
Todo.
Quanto mais se chega na vibração Dele, por ressonância, mais se
capta a vibração do Todo. Tudo que existe é o Todo, portanto tudo
ressoa de acordo com a vibração do Todo. Quando o Todo pensa alguma
coisa, emana uma vibração, uma frequência pelo Universo afora, todos
ressoam, mais ou menos, em função do que Todo emanou. Quanto mais
perto, mais ressoa, quanto mais distante menos ressoa.
O grau de complexidade infinito do Todo está disponível na medida
das possibilidades do ser que está chegando perto Dele, dentro do que é
possível chegar perto Dele, mas vejam, nós estamos falando de
frequências, então, é possível chegar muito perto, digamos, o mais perto
possível, por quê?
Porque a prima matéria que os alquimistas falavam, isto é, a essência
do Universo, a energia primordial, oceano primordial, é o próprio Todo,
então há toda a substância de que é feito o Universo, é o próprio Todo,
emanado. A questão da unificação é juntar quem manda com o emanado.
Quando isso é feito, há a unificação, torna-se uma coisa só, isto é, o
Todo passa pelo ser sem impedimento algum, sem nenhuma resistência,
sem nenhuma dificuldade. E isso é perfeitamente possível de acontecer em
graus cada vez mais elevados com um ser encarnado. Durante a história,
nós temos vários exemplos desta situação, desta possibilidade.
Desta forma, este raciocínio, esta percepção global da realidade
abarcando todas as variáveis de um problema qualquer e quando se fala
todas as variáveis, são todas as variáveis, econômica, política, social,
sociológica, todas as variáveis da vida terrestre desta terceira dimensão,
aí as variáveis da quarta dimensão, da quinta dimensão, da sexta
dimensão, do astral superior, do inferior, do umbral e mais embaixo, as
variáveis dos negativos, do contra, da Luz. Tudo isto pode ser visto e
antevisto antes de se fazer algo, é por isso que o grau de acerto dessas
pessoas que chegaram muito perto, da frequência do Todo, isto é, da
Pedra Filosofal, é praticamente 100%. É evidente que numa dimensão
deste nível que nós temos, aqui na terceira dimensão, terrestre, um ser
que esteja pertíssimo da Pedra Filosofal ou que já tenha se tornado a
própria Pedra Filosofal terá problemas. Embora o ser faça tudo certo, ele,
em termos, encarnatórios, terá problemas, devido à resistência que uma
parte dos encarnados negativos colocarão para sua existência. Evidente
que se o ser que chegou na Pedra emanar luz, quem está na trevas ou
gosta ou é contra a luz, fará de tudo para evitar o crescimento, a
propagação da frequência da Pedra Filosofal. Chegar na Pedra Filosofal
não significa que a pessoa está livre de qualquer problema terrestre.
Estar aqui faz parte de ter problemas, é inevitável a situação desta
dimensão, mas digamos, as vantagens, em termos de vida pessoal, de
evolução pessoal do ser que chegou perto da Pedra são inigualáveis, são
extremas, são de uma realidade completamente fora da realidade das
demais pessoas que estão longe da Pedra, que nem pensam nisso, nem
procuram isso, nem tem isso como objetivo.
A realidade objetiva da pessoa é consequência direta da frequência da
pessoa, isso não quer dizer que a pessoa não terá problemas, como citado
acima, ela encontrará resistências para poder fazer o que tem que fazer. É
evidente. No âmbito geral as possibilidades de sucesso de qualquer
empreendimento que a pessoa faça está muito acima de todos os demais
que não estão perto da Pedra, pelo grau de complexidade da própria
consciência, que se traduz numa frequência altíssima, numa vibração de
luz cada vez maior. Quanto mais luz se emana, mais luz volta e a isso se
multiplica exponencialmente. É por essa razão que depois de um certo
tempo, inevitavelmente, a pessoa tem que fazer autocontrole para segurar
a emanação. Não é que vai parar a frequência interna, mas a
exteriorização da frequência, isto é, a luz emanada tem que ser
controlada, auto controlada pela pessoa para que ela possa trafegar o
mais normalmente possível pelo planeta.
Em raros casos, quando há necessidade de se educar, mostrar para
algumas pessoas o quanto esta vibração interna de luz, isso é feito. Casos
raríssimos, mas nos evangelhos vocês acharam aquela passagem da
transfiguração, em que ali tirou-se qualquer trava de auto controle para
que eles vissem o que era luz. Eles teriam que ter, vivenciar na carne
determinadas coisas para que quando eles fossem questionados, eles não
voltassem atrás ou tivessem dúvidas sobre o que viram ou viveram. A
prova teria que ser avassaladora para que não tivesse a menor forma de
negar o que viram, o que viveram.
São casos raros, quando somente há necessidade extrema de se
mostrar para educar alguém. Normalmente não há necessidade de se
fazer isso. Fazer isto também cai numa outra situação. Abrevia
rapidamente a permanência da pessoa aqui nesta dimensão. Se um ser
próximo da Pedra começar a levitar no escritório onde ele trabalha, ele
nunca mais volta a trabalhar, talvez seja internado como um doente
mental ou qualquer coisa assim. Esse tipo de efeito físico é consequência
de chegar perto da Pedra Filosofal, esses efeitos, digamos, chamados de
místicos.
Ao longo da história, várias dessas situações, com pessoas que
aparentavam, apresentaram ou passaram a apresentar certas
particularidades bem específicas de conexão direta com o Todo, essas
pessoas passam a ser colocadas de lado, ocultadas, ou passam a ter
inúmeros problemas para viver normalmente e para fazer o trabalho que
vieram para fazer. Portanto, para se chegar cada vez mais perto da Pedra
Filosofal envolve um autocontrole cada vez maior para não deixar os
demais perceberem a mudança que está acontecendo.
Evidentemente que as pessoas mais próximas começam a perceber
uma mudança, principalmente emocional, daqueles que estão a sua volta.
Aquela pessoa num grupo, torna-se diferente, isso é inevitável. E uma das
características dessa mudança é a alegria interior que a pessoa passa a ter
e ser. Essa alegria interior, ela independe de questões externas e variáveis
externas, de motivos externos. Essa alegria interior é uma ressonância
direta da alegria do Todo. Quanto mais a pessoa chegar perto da Pedra,
mais ela ressoa o que o Todo sente, pensa, é, e portanto ela começa a ter,
dentro das possibilidades, sentimentos muito parecidos com o Todo. O
Todo independe de fatores biológicos, de neurotransmissores etc., Ele não
tem corpo biológico. A alegria do Todo simplesmente não tem limite. A
alegria do ser humano tem um limite, a capacidade do sistema nervoso
central de assimilar, metabolizar todos os neurotransmissores, a
bioquímica que rege a emoção humana. É por aí que pode se entender que
a alegria interna do Espírito dos outros corpos, num determinado ponto
da evolução, entra em conflito com o corpo físico. O corpo físico está
limitado pelos neurotransmissores que permitem as emoções biológicas,
mas o espírito não tem essa limitação, ele está dentro do corpo. Se o
espírito está gerando, sentindo uma alegria nível 100, o corpo só
consegue sentir 10, é um exemplo. O espírito não tem uma barreira que
possa limitar a alegria que sente e o corpo tem a barreira física biológica.
O aumento da vibração espiritual começa a chocar contra a capacidade
biológica do ser de suportar aquela vibração interna e isso é um exemplo
de uma emoção. Essa alegria proveniente do Todo jorra sem parar, isso
independe de qualquer outra variável.
Algo que também chama atenção dos demais e causa estranheza, é que
o ser que está chegando na Pedra vive bem na solidão, vive bem sozinho,
solidão e alegria. Ele por si só se basta, como o Todo por si só se basta.
É um ser vivendo na Terra que tem essa alegria intrínseca e que ao
mesmo tempo está bem sozinho. Não que ele não possa viver em
sociedade, sociabilizar com os demais, mas ele não tem necessidade.
Vamos falar de necessidade. Você tem fome, então você tem necessidade
de se alimentar, é diferente. A pessoa tem necessidade, digamos de
socializar com alguém. O ser que chegou na Pedra não tem essa
necessidade, isto é um acréscimo, uma doação, então ele passa a alegria
que ele está sentindo para os demais, mas ele não tem necessidade dos
demais, necessidade no sentido de carência, que precisa estar com
alguém.
O ser que chegou na Pedra não tem essa dependência, essa
necessidade, é por isso que vocês vem ao longo da história que algumas
pessoas vão para o deserto e ficam um bom tempo vivendo no deserto,
em cavernas, em montanhas, ermitões, e vivendo perfeitamente bem. Eles
não têm essa carência de contato social, mas também podem viver
socialmente sem nenhum problema. Podendo escolher, essas pessoas terão
uma boa parte da sua vida, do seu dia a dia, vivendo sozinhos. E mais,
quando essas pessoas estão sós, elas produzem, elas trabalham mais e
mais, elas usam esses momentos de solidão para uma maior
produtividade, não existe nada segurando os saltos de consciência que a
pessoa pode dar. Quando está convivendo com outras pessoas sempre tem
alguém perguntando, falando, tem o convívio, mas quando fica quieto no
lugar, sozinho eles podem simplesmente pensar e pensar é um algo
extraordinário. O Universo foi criado, emanado, pensado e sentido. O
poder do pensamento é inimaginável, e é por essa razão que todo ser que
chega perto da Pedra quer pensar. Por isso os alquimistas trabalham
sozinhos nos laboratórios escondidos. Ali não haveria interferência, nem
intervalo, nem interrupção nenhuma, e eles poderiam pensar, filosofar,
sem nenhuma limitação e foi assim que eles descobriram tudo que está
documentado, pensando sozinhos.
Há coisas que podem ser feitas em equipe e precisam, mas outras tem
que ser pensadas por uma única pessoa. Depois aquilo pode virar um
trabalho de laboratório de equipe para virar tecnologia, mas a
descoberta, a invenção é um trabalho único, individual, uma mente
expandindo a sua complexidade sem parar, depois aquilo torna-se
tecnologia.
Uma nova característica das pessoas que chegam na Pedra é a
percepção do passado, presente e futuro. Essa percepção passado,
presente e futuro, não é uma vidência, como se fala normalmente. Tem
médium, vidente, que vê com os olhos da mente certas coisas que os
normais não veem. Normais aqui são aqueles que não tem um canal
aberto de percepção, de frequência para captar uma outra dimensão ou a
distância, como a visão remota.
A percepção das consequências passado, presente, futuro é oceânico.
Não é ver um fato, é entender, sentir todas as consequências de um fato
do passado, as consequências do presente e do presente às consequências
do futuro. A pessoa que está perto da Pedra sabe que algo dará errado,
não terá sucesso, será desastroso, ruim, e outras coisas serão boas,
produtivas, ajudarão a evolução etc. Isto é uma capacidade de percepção
da realidade global do Universo, passado, presente e futuro, isto é, não
existe um véu impedindo esta percepção. Quando você está longe da
Pedra, tudo é um mistério, é como se fosse jogar a bolinha na roleta. Não
se tem a menor ideia do que aquilo pode dar e gerar. À medida que essa
percepção do Universo vai expandindo, fica claríssimo com cada passo
onde aquilo chegará.
É evidente que para chegar nesse ponto, o ego tem que ter
desaparecido completamente. O ego é um filtro, como se fosse uma
membrana, ele filtra a percepção. Quando a realidade entra no ser, ela é
filtrada pelo ego e pelo sistema de crenças. A pessoa só vê aquilo que ela
quer ver, só vê aquilo que ela acredita, ficando extremamente limitada,
embora ela não perceba isso. Para ela é imperceptível que esteja filtrando
pelo ego, ela nem sonha que isso exista, nem passa pela cabeça que a
realidade que ela está formulando dentro do cérebro para enxergar certo
objeto, lírios, copos. Para que a pessoa entenda que tem um copo, isso
passou pelo filtro do sistema de crenças, senão ela não veria o copo.
Vocês conhecem o caso dos indígenas na América Central que quando
viram um galeão espanhol português chegando, de 1.500 toneladas, eles
não enxergaram. Eles podiam enxergar uma ondulação do mar, mas eles
não enxergaram o navio. Isso aconteceu porque o navio estava
completamente fora do sistema de crenças daquele povo. Aquilo para eles
não existia, desta forma eles não enxergavam, o filtro do ego deles não
permitia que eles enxergassem um navio de 1.500 toneladas. Após chegar
muito perto é que aí a realidade se impôs, mas no início não perceberam.
Estavam filtrando a realidade. Isso acontece com todas as pessoas. É por
essa razão que quando o sistema de crenças se expande, a pessoa ganha a
complexidade de consciência, ela começa a perceber outras realidades,
começa a perceber as demais variáveis que existem no Universo.
Para chegar na Pedra, evidentemente que todos os tabus e preconceitos
tem que ser abandonados. Na Pedra não existe nenhuma membrana,
nenhum véu ocultando a realidade última do Universo, isto é, ocultando a
existência do Todo. Estar o mais próximo possível do Todo, não pode
haver nenhuma crença de ego. Assim, por que é indispensável deixar o
ego de lado? Porque o ego filtra a realidade e a pessoa não enxerga, não
percebe, não entende, não compreende e não aceita a realidade. Por que
os negativos relutam e não aceitam a realidade? Porque eles não
percebem, não entendem, não compreendem a realidade, isso que, vamos
dizer, para nós é tão óbvio, tão evidente, que é o único caminho possível
para a felicidade própria, para eles é algo incompreensível, é o
desconhecido. Todo ser que ainda não chegou num determinado ponto,
ele acaba por atacar o desconhecido. As pessoas têm medo do
desconhecido e não trafegam no desconhecido.
A visão da realidade cósmica do Todo, para eles, é algo
incompreensível. Os seres negativos veem algumas nuances de
consequências ou sentem o medo da mudança em si, ou a mudança do
entorno da vida deles, como eles viveriam, como seria, o que eles teriam
que fazer ou fariam ou sentiriam, eles tem medo desta situação, mas por
quê? Porque o ego deles está filtrando a realidade. Teria que entrar uma
gota de luz na consciência para que eles possam abrir um pouco e
começar a elaborar o que é a realidade, mas o ego é capaz de fechar
tanto, que nem essa gota de luz não passa e essa é a questão da
dificuldade de milênios e milênios e pode pôr tempo que a eternidade é
vasta. Falamos em milênios mas na verdade é muito maior que isso.
Por quê? Porque nenhuma gota de luz passa, e quando passa uma gota
de luz, um fóton, imediatamente eles fecham isso de novo, fecham a
consciência, negam, embora aquilo fique lá germinando, mas é negado
praticamente, instantaneamente. Esse filtro do ego, no ser que está
chegando na Pedra Filosofal ele desaparece, é por esta razão que quando
a pessoa toma iniciativa ela quer chegar na Pedra Filosofal, a primeira
atitude que tem que tomar é soltar o mundo exterior, isto é, é uma
mudança interna de consciência, de desapego das condições externas do
mundo.
Vamos explicar. Não é largar o emprego, não é pedir demissão, não é
fechar o negócio, não é mudar para a montanha, não é viver no meio do
mato sozinho numa cabana, não é nada deste tipo de mudança física,
social, nem largar a família, nada dessas reações extremas. A mudança é
interior. Quando a luz expande interiormente, o que a pessoa faz? Na
medida em que ela se desapega da necessidade do mundo exterior, ela
pode ajudar mais. Ninguém fará mudanças radicais extremas quando está
no caminho da Pedra Filosofal. Mudanças radicais extremas etc., são
atitudes do ego. Veja se ficou claro. Qualquer radicalismo é uma atitude
egóica, é do ego. Quando o ego foi assimilado pelo Todo, fundiu-se com
o Todo, o Todo passa livremente pelo ser. Qual é a atitude desse ser? O
ser trabalha mais, ajuda mais, estuda mais, e assim por diante. O ser não
sai deste mundo, o ser não abandona o mundo. Isso precisa ser explicado
n vezes, para que se possa entender o que Lao Tse explicou e o que os
taoístas explicam há milênios.
É a ação através da não ação. A não ação é deixar nas mãos do Todo,
deixar que ele dirija a vida do ser, o Universo, o mundo. Esta é a maior
ação que a pessoa pode ter. Deixar o Tao seguir o seu caminho, é a maior
ação. Quando a pessoa coloca o ego em primeiro lugar, as possibilidades
de ação dessa pessoa ficarão minúsculas porque esta capacidade do ego,
da membrana, mas quando a pessoa solta o ego, deixa o Todo passar pelo
ego, deixa o Todo trabalhar, agir, a capacidade de ação não terá limites,
é do tamanho do Universo, é a capacidade do Todo. Isto é que quer dizer
ação através da não ação, deixar o Todo agir através da pessoa, do ser do
ego. Esse é o primeiro passo que a pessoa tem que dar quando quer
chegar na Pedra Filosofal.
O segundo passo são as preferências pessoais, soltar as preferências
pessoais, o desapego das preferências pessoais, isto é, daquilo que o ego
quer fazer. Vamos supor que ego quer fazer tal coisa, e o Todo quer que
ele faça outra coisa. O que a pessoa tem que fazer para que chegue a
Pedra Filosofal? Ela tem que não fazer o seu interesse particular e fazer o
que o Todo quer, isto é, ser um instrumento, ser um canal do Todo,
deixar o Todo atuar no mundo através da pessoa, fazer com que as mãos
da pessoa sejam as mãos do Todo atuando na Terra, o Todo andando na
rua, o Todo andando no metrô, o Todo trabalhando, o Todo fazendo
tudo, quando a pessoa deixa o Todo fazer isso, nesse ponto não existe
limite de crescimento algum, a não ser as condições, logicamente, desta
dimensão da realidade em que as coisas são lineares. Faz-se uma coisa,
depois outra, depois outra, depois outra. Claro, pode-se fazer uma
segunda coisa que também vai ter uma linearidade, uma terceira coisa,
uma quarta coisa, quanto mais empreendimento você tiver, e puder ter,
não existe limite.
Se você põe uma equipe trabalhando, você terá um resultado de uma
equipe, se você colocar 10 equipes trabalhando, aquilo multiplicou-se, se
você colocar 100 equipes trabalhando, e assim por diante, então, dentro
dessa linearidade do mundo terrestre, é possível se produzir muito,
quando é o Todo que está no comando. Isso é indispensável, soltar o
mundo, como já foi citado, soltar as preferências pessoais, deixar o Todo
atuar através da pessoa.
O terceiro passo é a unificação com o Todo, que é o passo inevitável
nessa sequência. Na medida em que a pessoa for soltando todos os apegos
materiais, para que o Todo possa passar através dela, a unificação é cada
vez maior, quando chega na Pedra, a unificação é total. Não quer dizer
que a pessoa sairá do mundo, nem que abandonará o emprego, os
negócios, não tem nada a ver uma coisa com a outra, nem abandonará a
família, nem virará um ermitão no meio do mato, nada disso.
A mudança é interna, a alegria é interna, estar bem sozinho é interno,
isso não quer dizer que você não vá participar da vida familiar, por
exemplo, não vá participar das atividades da empresa, com os colegas
etc., mas a pessoa não depende dessas variáveis para estar bem e se a
pessoa está bem, ela pode ajudar aos demais, essa é a vantagem.
Enquanto os demais estão tendo n problemas, o ser que está chegando na
Pedra Filosofal, pode ajudar. Alguém pode não ter a percepção da
realidade, mas o ser que está perto da Pedra tem essa percepção. Se
alguém vai empreender um negócio e tem dúvidas se aquele negócio será
um sucesso ou não, o ser que está perto da Pedra sabe. Se o ego da pessoa
que está com uma dúvida ou perguntando algo, o ser que está perto da
Pedra pode tirar esta dúvida, isso se o ego dessa pessoa conseguir ouvir e
aceitar um conselho.
Um caso, um exemplo perfeito disso é daquele rapaz que chegou perto
do mestre e falou “eu já cumpri toda a lei, eu já sigo, eu faço tudo, então
o que falta?” Então, o mestre disse, “você vai, vende tudo e me segue”,
que era o próximo passo lógico, isso não significa que ia faltar alguma
coisa para o rapaz. Também foi dito que “buscai primeiro o reino dos
céus e tudo mais vos será acrescentado”, buscai primeiro, primeiro busca,
depois tudo mais vos será acrescentado, isto é, não haverá falta de nada,
pois é, mas isso, digamos que é difícil de acreditar para quem não
vivencia “o buscar primeiro”. Na lógica do mundo, este tipo de atitude
parece que causará a maior carência possível, inimaginável, é justamente
o contrário. Isso tem que ser vivenciado.
É como Tao, o Tao não pode ser ensinado, o Tao tem que ser vivido,
isso não quer dizer que a gente não tente passar e tente explicar como
Tao funciona, mas isso vai depender da membrana do ego do ser que está
escutando. Por essa razão que somente vivenciando é que a pessoa sentirá
o que é o Tao. O Taoísmo é muito difícil, porque não é algo mental, não
é uma técnica mental, tem que sentir, tem que experienciar, tem que viver
e para isso a pessoa precisa cumprir todas essas fases que nós estamos
citando. Se a pessoa não desapegar de tudo isso do mundo, de si e
continuar no mundo, ela não consegue sentir o Tao. Se a pessoa não
solta, ela não sente o Tao.
Isso tudo que estamos explicando, também pode ser dado como
Alquimista taoísta. A verdade é uma só. Existe n formas de apreensão de
estudo da realidade no planeta Terra. Cada estudioso foi enxergando o
prisma por um ângulo, mas chegou na mesma verdade. O que se chama
Alquimia tem várias vertentes pelo mundo afora, nós estamos explicando
uma delas, uma das formas de chegar na Pedra Filosofal, existem várias
formas de chegar, esta que nós estamos falando é muito prática, digamos,
a mais fácil de todas, vamos dizer assim, tem formas muito complexas
para se chegar na Pedra, isso é gosto pessoal, é uma escolha pessoal, mas
existem formas mais fáceis de fazer essa evolução que é isso que nós
fazemos explicando em todos esses procedimentos de Alquimia e
traduzindo isso de uma maneira, praticamente, que qualquer pessoa possa
entender. É claro que um assunto deste tem uma limitação intrínseca do
próprio assunto. Você pode reduzir a complexidade da explicação até um
limite X, além daquilo não tem como simplificar mais, pela própria
complexidade do assunto.
Desde que a pessoa deixe o ego de lado de livre espontânea vontade,
quer dizer, que ela entenda intelectualmente que chegar na Pedra Filosofal
é a melhor coisa que ela pode fazer na sua existência eterna, isso é
fundamental. O mais importante na vida do ser é chegar na Pedra
Filosofal, é por isso que os alquimistas gastaram as vidas e os séculos
fazendo estudos de experimentação. Foi para poder chegar nesse
conhecimento, para poder chegar nesta transformação interior. Esse
conhecimento não é transformar chumbo em ouro, esta documentação
que existe dos experimentos sobre a, vamos dizer, química dos elementos,
era a aparência da alquimia. A verdade é uma alquimia interior, é uma
Alquimia da Consciência, na medida em que eles faziam os experimentos
em laboratório, eles foram sendo transformados simbolicamente. Todos
aqueles experimentos eram simbólicos, eram arquetípicos. O fato deles
usarem o ferramental de manipulação da matéria era simbólico, aquilo
provocava uma mudança na psique deles, embora, talvez, eles não
percebessem isso naquela hora. Em última instância só existe uma Psique
no Universo, não tem inúmeras psiques. Isso é só uma forma de explicar,
como a centelha divina. Você não tem n centelha divinas, cada centelha
divina é o próprio Todo, vamos dizer, um pedaço Dele que está dentro de
cada ser emanado por Ele, mas cada centelha é Ele. Cada psique
individual, a mente do ser X, Y, Z, não há três psiques, só tem uma, a
psique do Todo. O Todo é tudo o que existe, o resto é uma emanação
personalizada, individualizada do Todo. Apenas tem essa membrana do
ego encobrindo a centelha, que dá essa noção, essa percepção de
individualidade, de separação. Isso foi feito para que haja crescimento. Se
o Todo não coloca uma percepção individual, um ego, não haveria ganho
de ação individual no Universo.
Cada ser que experiência algo, aprende, o Todo agrega essa
informação, esse conhecimento, essa vivência. O Todo ganha mais
conhecimento, mais informação vivencial através de cada individualidade
que existe pelos Universos afora. O Todo se exponencia infinitamente
sem parar, e evidente, se o ser tem uma capacidade infinita de
exponenciação própria, ele fará isso, é óbvio, na mecânica quântica tem
uma lei que diz “se não tem nada que impede que exista, acontecerá”, se
não tem nada que impeça aquilo, você pode ter certeza que aquilo existirá
e acontecerá. Como não tem nada que impeça o crescimento do Todo, ele
cresce sem parar, em termos de experiência dos seres individuais que Ele
emanou e todos ganham com isso, porque todos estão ligados,
emaranhadamente quânticos, tudo está interligado. Desta forma, essa
vivência está disponível para todos, desde que a pessoa deixe o ego de
lado para poder chegar na Pedra Filosofal.
O conhecimento da Pedra Filosofal só pode passar para a pessoa se ela
deixar o ego de lado, então a gente sempre volta nesta questão
fundamental. Como ter toda esta capacidade sob humana em si, essa
exponenciação sem parar, até o humanamente possível, dentro de um
corpo, sem deixar o ego de lado? É impossível. Uma coisa está implícita
na outra, não há como a pessoa receber tal grau de conhecimento, de
informação, com a membrana do ego funcionando, impedindo que a
informação passe.
Não existe limite de informação que a pessoa pode receber, o único
limite é o ego da pessoa, é o sistema de crenças da pessoa, é quando ela
não deixa a informação entrar. No cérebro tem os microtúbulos nas
sinapses e ali trafegam os elétrons, se o ego não quer, ele fecha isso, ele
emite uma energia contrária e o elétron não consegue passar. E aí a
informação não passa. Se a pessoa está disposta a abdicar de colocar os
seus interesses particulares à frente de tudo, quer dizer, se ela soltar o
ego, não há limite de informação que a pessoa pode receber, isto é, ela
entra nessa dinâmica de expansão da consciência que nós estamos
explicando, nesse pensamento oceânico da percepção de tudo o que
existe, do passado, presente, futuro, extra-sensorial etc., etc.
Não existem limites, quando se chega na Pedra. Esses limites se
expandem sem cessar quando a pessoa está no caminho para chegar na
Pedra, isso pode levar um ano, dois, três, cinco, uma vida, não importa, é
um projeto. Nessa vida você prepara tudo para ter um melhor
aproveitamento da próxima, você já chega com todo o conhecimento que
precisa ter para aprender mais e mais, não chega zerado, já chega com
toda a experiência do passado e pronto para acrescentar mais e assim
sucessivamente, então é sempre um ganho a mais e é sempre mais fácil do
que na última vez, desde que na última vez tenha sido bem aproveitado,
isto é, que na última vez tenha ajudado, trabalhado, estudado, tenha
emanado o amor, a luz, o bem etc. Da próxima vez é sempre melhor do
que na anterior, isso com essas condições que nós falamos, se ajudar, na
próxima vez é muito melhor.
Só que ajudar implica deixar o ego de lado, então volta na mesma
situação, implica em soltar os próprios interesses e buscar a unificação
com o Todo. É um caminho indescritível este. É um caminho difícil de
quem não trilha o acreditar que é assim, é um caminho que as pessoas
podem ver nos demais, em alguém e desconfiar que tem algo a mais no
Universo do que só matéria e que a realidade última é só energia e que
isso aqui não são só fenômenos de física, já explicados pela física, não
existe mais mistério, como se falava alguns séculos atrás. Séculos atrás
tudo era mistério e qualquer ciência mais avançada sempre parecia magia
para os que ainda não a conhecesse. Se você chegasse em 1500 com um
celular, você seria queimado com certeza porque aquilo pareceria magia.
Se você tirasse uma fotografia seria magia, considerariam magia e assim
por diante. Por mais que isso seja o óbvio, quando se olha para o passado
e pensa em mil anos atrás, se a gente aparecesse com uma câmera
filmando alguém seria considerado um feiticeiro, isso todo mundo
consegue entender sem nenhum problema, mas quando nós pegamos esse
fato, este exemplo e colocamos no momento presente e alguém aparece
com um avanço científico que ainda não existe, qual é a reação? É o que
acontece com a mecânica quântica. Quantos físicos quânticos falaram
nisso em 1905, 10, 20, 30, 35, como eles foram considerados? E até hoje,
como uma grande parcela da humanidade considera isso? É a mesma
coisa que há mil anos atrás faria com alguém que aparecesse com uma
máquina fotográfica, mil anos depois acontece a mesma coisa. Se a
pessoa aparece com uma metodologia, uma técnica ou uma ciência que
ainda não existe, nega-se a existência e a resistência que aquilo seja aceito
é tremenda, só depois de um longo tempo aquilo é aceito. Vamos falar
daqui a 200 anos, daqui a 200 anos vamos dizer que a mecânica quântica
foi aceita, vamos ser otimistas, 200 anos, e daqui a 200 anos, em 2200,
alguém aparece com uma nova descoberta, um avanço e qual será a
reação dos seres daqui a 200 anos? Será que aceitarão as novas invenções
e descobertas que aparecerão em dois mil e duzentos? Ou os cientistas
que aparecerem com essas descobertas também serão tratados como os
que morreram na fogueira há pouco tempo atrás, como Giordano Bruno?
É por essa razão que o progresso, a evolução é tão demorada. É um
sofrimento tremendo fazer com que o planeta evolua. É um drama
colossal, épico, mitológico. A luta entre o bem e o mal, uma coisa
descomunal, arquetípica, e isso é assim justamente por causa de tudo isso
que foi explicado, por causa do ego dos negativos que não aceitam a
realidade como ela é, a membrana que eles têm encobrindo a centelha
divina, encobrindo o cérebro, as sinapses, é que impede que eles aceitem a
realidade última.
Imaginem que, em 1900, quando Max Planck apareceu e falou que
existia a mecânica quântica, se todo mundo aceitasse, onde estaríamos
hoje? Inimaginável, isto é, todos os problemas do planeta Terra teriam
sido resolvidos em 1900, se tivesse aceito mecânica quântica, o que ela
explica. Hoje está nos livros a mesma coisa. Todos eles, quem criou a
mecânica quântica, em termos de descoberta cientifica, foram eles, meia
dúzia mais ou menos, os pioneiros, se aquilo tivesse sido aceito, não
haveria a 1a guerra mundial, não haveria 2a guerra mundial, não haveria a
guerra do Vietnã etc., etc., tudo estaria resolvido. Trabalho, saúde,
prosperidade, paz, tudo estaria resolvido. Num piscar de olhos o planeta
poderia se transformar num planeta avançado onde a paz reina. O que é
um planeta avançado? É o lugar onde há harmonia e paz para começar, o
resto é consequência. Enquanto não há paz, há barbárie, então todo
problema se resume em conseguir chegar na paz e para chegar na paz,
volta, o problema está no ego. Se todos os seres deixarem o ego de lado e
permitir que o Todo atue, não haveria guerra nenhuma, só haveria paz,
harmonia, alegria, felicidade e etc. Pois é. Mas isso depende do filtro do
ego.
Quando os seres chegam neste ponto, em que eles estão unificados e
continuam com a sua personalidade individual, individualizada como
Jung explicou e como Nietsche explicou, o super-homem de Nietsche é a
pessoa individualizada, individuada, estas são as pessoa que o Todo pode
atuar livremente, sem resistência alguma. E Nietsche tentou explicar isso
em 1850, 60, 70, 80, escreveu uma pilha de livros enorme. Depois,
proximamente, falaremos detalhadamente do que ele explicou, mas isso é
só para ter uma ideia do tamanho da dificuldade. A pessoa vem explica
algo espiritual, uma parte enorme, uma quantidade enorme de pessoas
não entende o que ele está falando e por isso que ele falou “o meu
trabalho é póstumo, já nasceu póstumo, porque ninguém vai entender o
que eu estou explicando” e como não entendeu mesmo, e deu no que deu,
ele já sabia, mas o que ele estava explicando ele iria explicar com que
vocabulário? De que forma? Com o vocabulário que existe na época, e
dentro das possibilidades e compreensão do cérebro humano, da mente
humana. Hoje qual vocabulário poderia usar? Quando ele enxergou isso,
que o ser que se unificou com o Todo, como que ele ficou? Como houve a
transformação daquele que chegou na Pedra Filosofal? Esse ser tem essa
visão oceânica, ele vive bem com ele mesmo, tem alegria infinita eterna
que jorra através dele pelo Todo, ele passado, presente e futuro, toda esta
visão da vida total. Como que ele explicaria diferente do que ele explicou,
com o vocabulário que ele tinha na época? Ele só poderia usar o que ele
falou. Tem o homem e no futuro teremos o super-homem, que é o ser que
está unificado com o Todo, que tem todas essas habilidades que o Todo
transferiu por causa da unificação. Ele usou o termo super-homem.
Hoje se falaria o quê? Um super-herói? Hollywood? Nos filmes de
super-herói também se fala super-homem, 1930 e poucos. Mas hoje o
vocabulário seria um pouco diferente. É um super-herói com estas
capacidades. Ninguém usaria a terminologia que Jung usou como hoje
não se usa. 100 anos depois ninguém fala, nem falará, pelo menos por
enquanto, que o personagem X é um ser individuado. Seria interessante a
gente ver isto, falado desta forma, não é um super-herói. Determinados
personagens são seres individuados, são seres que estão unificados com o
Todo, mas ninguém vai explicar desta forma. Assim aconteceu o que
aconteceu e o que ele explicou foi distorcido, aí até hoje é complicado
quando se fala de Nietsche e quando se quer explicar o que ele fez, mas
isso é uma outra história.
O fato é, a Pedra Filosofal é o segredo do segredo, do segredo da
felicidade, da alegria, da prosperidade, do bem estar etc., etc., elevado a
maior potência que você puder pensar. A Pedra Filosofal é tudo. É o
Todo. Porém, como diziam os alquimistas, a Pedra não é uma pedra.
XI. Alquimia: Instrumento para a Prosperidade

Prosperidade e Alquimia I
Como estão ligadas a prosperidade e a alquimia? Normalmente se vê a
Alquimia como um processo hermético em que se fala de transmutação
de materiais. A Alquimia trata da transmutação interior do ego em busca
da individuação. Quando o ego e o Self se tornam um só. É quando a
pessoa pode dizer: Eu Sou Eu Sou. Nesse ponto houve a unificação. Isso
deve ser sentido para ser real. Para que isso possa acontecer a pessoa deve
deixar que aconteça. Ela deve desejar a unificação e assim permitir (dar
um comando) para que a mente e o coração aceitem o Eu Sou.
Quando isso acontece a prosperidade em todos os sentidos não terá
mais limites. A individuação abre as portas para que toda energia possa
ser transmutada em outra energia. Essa é uma transformação alquímica.
Um elemento pode ser tornar outro mudando-se a energia primordial de
que ele é composto. O que chamavam de prima matéria. O oceano
primordial de energia de onde tudo emerge. Quando algo é tratado sem
sua forma material, mas sim considerando sua prima matéria, essa
transmutação é possível.
Existe uma única Psique. Todas as demais compartilham da mesma
fonte. O que diferencia é o ego de cada um que é uma parte da Psique.
Essa Psique original é o Self. A Alquimia trata da unificação do Ego com
o Self.
Para que isso ocorra são necessárias várias etapas de procedimentos.
Analisaremos cada etapa. O estudo da Alquimia é da maior importância,
pois é através dela que poderemos entender a Psique. Teremos então um
Mapa do Território. É possível saber como pensa e sente o Self através da
Alquimia. Por isso foi tão estudada no passado e só era passada para
iniciados, tal a importância do seu conhecimento.
Nesta etapa crucial da história da humanidade é fundamental que o
maior número possível de pessoas entenda o que é a Alquimia. Então a
prosperidade será realmente uma realidade.

Prosperidade e Alquimia II
A transformação por que passa a psique individual é puramente
alquímica no sentido de que tem um protocolo de procedimentos que
devem ser rigorosamente seguidos para se conseguir a individuação e a
correspondente prosperidade. Um procedimento levará ao seguinte,
inevitavelmente, desde que não haja resistência do ego em deixar-se
evoluir.
Os sonhos, as pinturas e desenhos feitos ao longo de muitos séculos de
pesquisa conduziram ao perfeito entendimento de como a Psique
funciona. O que antes era oculto agora é claro como a luz do dia. Foram
séculos de exploração contínua por mentes que queriam entender os
mistérios da matéria e do universo. Para isso usaram a própria psique
sem perceber que na verdade estavam projetando a Psique Indivisível nos
seus experimentos. Agora temos um Mapa Real da Psique. Este Mapa é o
Território. Depois de milênios de exploração da mente, da matéria e do
universo chegamos a um conhecimento prodigioso. O conhecimento de
como a Psique e a Individuação realmente ocorrem. Não há exagero em
afirmar que esse conhecimento mudará a história desta humanidade
quando for entendido.
Evidentemente que um conhecimento desta magnitude não tem como
ser simplificado mais do que é possível. Existem níveis de conhecimento
que não tem como serem reduzidos sem que se perca o conhecimento que
se quer transmitir. Uma criança não tem como entender conceitos
ensinados numa universidade. É necessário dar passo a passo na expansão
da consciência para entender conceitos abstratos como os conceitos
alquímicos. Mas, quem tem olhos de ver enxergará a realidade. A própria
leitura de textos como este exponenciam a consciência.
Todo trabalho de conscientização que procura a expansão da
consciência individual é um trabalho alquímico por excelência. Quando
se injeta energia num corpo há uma transmutação que pode ser rápida ou
lenta. De qualquer forma para que seja eficiente ela deve seguir um
protocolo. Queimar etapas não funciona. Mais cedo ou mais tarde o nível
de consciência volta até onde estava parado, sem obstáculos os vários
níveis são assimilados e ultrapassados rapidamente. Descreveremos esses
níveis e o que deve ocorrer para a fluidez dos trabalhos alquímicos.
Indispensável a leitura da Tábua da Esmeralda, de Hermes Trimegisto.
O conhecimento alquímico está codificado nesta tábua. Existem
Arquétipos desde o início dos tempos. O ego recobre uma essência divina.
A composição do ego foi feita com princípios arquetípicos. O ego em sua
essência está fora da realidade individual. Essa essência transcende as
questões individuais. Seu fundamento são os Arquétipos. É por isso que
com as informações dos arquétipos é possível transmutar o ego. Porque
os Arquétipos já estão “dentro” do ego.
Esses Arquétipos operam dentro da realidade espaço/temporal. Dentro
do continuum. Quando não há resistência à sua operação temos a Opus
alquímica funcionando perfeitamente. Significa que o trabalho de
individuação está ocorrendo normalmente. O Arquétipo quer vivenciar a
descida na carne. Estar vivo num corpo biológico e consciente. Agir
conscientemente num corpo com ego consciente. Este é o trabalho do
Arquétipo. A Opus do Arquétipo. O Arquétipo evolui junto com o ego
que o recebe. Existe uma dinâmica que atua entre os dois. Um influencia
o outro mutuamente. Desta forma tudo corre em pleno desenvolvimento.
A expansão é mútua.

Prosperidade e Alquimia III


Em qualquer assunto a questão da linguagem é fundamental. Em nossa
língua a mesma palavra tem vários significados, sem falar da gíria que
transfere uma palavra de um contexto para outro. E isso cria dificuldade
de entendimento do que se está tentando explicar. No caso da Alquimia é
muito mais evidente isso. Tentar simplificar demais inviabiliza o
entendimento de um assunto que por sua própria natureza está fora do
paradigma vigente. Em vista disso teremos de usar alguns termos que
sempre foram usados pelos alquimistas para que não se perca o nosso
intuito de explicar da forma mais inteligível possível um assunto
hermético. Um assunto desta natureza sempre tem níveis de significado. A
cada vez que for lido um novo nível será percebido. Isso faz parte da
expansão da consciência. Quanto mais se expande mais se compreende o
universo.
Para se entender a Alquimia é preciso senti-la. Não é uma coisa
apenas mental ou intelectual. Sem sentir fica muito difícil entender o que
significa o conceito ou conhecimento transmitido. Como Jung explicou,
Individuação e Alquimia são a mesma coisa. Para entender a Alquimia é
preciso que o estudante tenha como objetivo de sua vida a própria
Individuação. A unificação de si mesmo com o Self. Este é o destino final
de todos os seres. Quando isso é feito conscientemente a evolução pessoal
avança aceleradamente. Existe um protocolo que foi percebido e
entendido através dos séculos e que leva à Individuação o mais rápido
possível. Este é o objetivo da Alquimia. Fornece um Mapa do Território.
Existe uma Totalidade dentro de cada ser que quer exprimir-se. Essa
Totalidade somente pode atuar através do sentimento. É assim que cada
ser evolui realmente e pode completar a Individuação. A análise da vida e
do conhecimento sendo feita de forma puramente mental impede que a
Totalidade possa se fundir com o ego pessoal. E é isso que mais se teme
na evolução pessoal. É por esta razão que demora tanto para haver a
Individuação. Somente através do sentimento é que se pode integrar o ego
e o Self. E para isso o ego deve consentir em sentir. O sentir precisa do
consentimento para que possa começar a acontecer. O sentimento se
desenvolve dia após dia, gota a gota, mas firmemente. Leva muito tempo
normalmente para o ego deixar o sentimento tomar conta de si. Quando
o sentimento assume o ser não há mais nada que reste. Todas as outras
considerações passarão pelo sentimento. Ele passa a ser o filtro, o
paradigma da pessoa, tudo é visto através da ótica do sentimento e isso
faz com que tudo mude na vida da pessoa. Normalmente a vida das
pessoas é compartimentalizada, um departamento não conversa com o
outro. Uma coisa é a vida espiritual e os negócios outra coisa. Num
departamento tem um comportamento e em outro o comportamento pode
ser totalmente diferente, essa divisão impede a pessoa de assumir a
própria Totalidade. É impossível o Self atuar nesta situação. A coerência
entre todos os departamentos da vida da pessoa tem de ser total, é
quando se percebe que não há autenticidade em algumas áreas da vida. E
isso é um grande entrave para a prosperidade total.
A vida interior e a vida exterior devem ser coerentes. Este é o objetivo
da Alquimia. Facilitar que isso aconteça. Para isso é preciso evitar toda a
superficialidade de compreensão e vivência. O Arquétipo Divino tem de
ser incorporado no sentimento. Toda a Alquimia tem como objetivo
facilitar o entendimento de como isso pode ser feito, é preciso que o
iniciado tenha esse objetivo para começar. O Arquétipo Divino está
dentro de nós. Este é um fato psicológico da mais alta importância e é
por esta razão que seguir os procedimentos alquímicos funciona para a
individualização.
A resistência do ego em deixar o Arquétipo Divino assumir traz um
entorpecimento da vida espiritual, como disse, fica uma coisa superficial
onde não há introjeção do divino. Não é possível imitar. É preciso ser.
Esse ser é sentimento e este sentimento é que provoca a individuação. A
menor onda faz parte da Onda Total, não dá para separar uma coisa da
outra. Desta forma o Arquétipo Divino tem inúmeras maneiras de atuar
dentro do ego convidando-o a se unirem. São muitos os insights que o
Arquétipo envia para o ego. O espírito está pleno do Arquétipo, mas o
ego ainda não percebe isso. A Alquimia provê os meios para a
transmutação do ego, com o passar do tempo o ego experimentará o
Arquétipo cada vez mais até que se tornem um.
Essas experiências tem um padrão. Elas são arquetípicas. São válidas
em todo o universo. O mesmo princípio atua em todos os seres, os
experimentos alquímicos mostram o simbolismo interno da psique, é por
esta razão que são o Mapa. Um protocolo que, se seguido, levará
inevitavelmente à individuação. O trabalho alquímico requer
determinação e perseverança inabaláveis, pois é um trabalho sagrado.
Esta é a atitude de reverência que se requer do iniciado na busca do
Conhecimento. Humildade para sempre buscar mais e mais o
Conhecimento, é um trabalho puramente espiritual, todos os
experimentos externos nada mais são do que uma projeção do interior.
Toda a vida do iniciado é uma projeção do seu interior, é assim que ele
percebe a ação do Arquétipo em sua vida, seus sentimentos cada vez mais
são coerentes com os do Arquétipo. É desta forma que ele vai se
transformando no Arquétipo. O mais possível dentro das limitações da
forma. Todos esses trabalhos externos são a Opus sagrada.
Não importava que não tivessem o conhecimento da Química, o
trabalho era o mesmo. Hoje temos esse conhecimento, mas o objetivo
continua o mesmo: a individuação. Entender isso é fundamental. Todos
os ramos do saber são formas de transformação alquímica. Todos os
caminhos levam ao Arquétipo. Ele nada esconde de ninguém que esteja
sinceramente imbuído de ser uno com Ele. É por esta razão que todo
alquimista bem-intencionado descobrirá todos os segredos. Todas as
portas se abrirão.
Para conseguir isso é preciso que a prioridade absoluta do ser seja o
Arquétipo. Tudo tem de estar direcionado para Ele. Somente assim o
Conhecimento será revelado ao iniciado.

Prosperidade e Alquimia IV
A Alquimia desenvolvida no planeta Terra conseguiu chegar às
conclusões que chegou porque mapeou a Psique que é universal. É a
Totalidade. Mesmo assim é preciso considerar que tendo a visão de um só
planeta é uma limitação. A diversidade de vivência no universo é
praticamente infinita. Como se diz em Mecânica Quântica: o que não é
proibido é compulsório. Como os arquétipos são universais foi possível
descobrir o Mapa da Psique. O Mapa que rege tudo. Isso ficará
absolutamente claro à medida que formos descrevendo essas descobertas.
Evidentemente que só quem sente a mesma coisa que eles sentiam poderá
entender o que escreveram. Mas, isso não deve desencorajar ninguém.
Pelo intelecto também é possível abrir a porta do sentimento.
A primeira coisa a resolver é a questão do conflito dos opostos. No
universo manifestado inevitavelmente aparece a questão da dualidade. Do
bem e do mal. Resultado do livre-arbítrio dos seres emanados. O
Arquétipo Divino não tem essa dualidade. Isto deve ficar absolutamente
claro. E isso muda toda a questão da vida quando é entendido e sentido.
No Oceano Primordial só existe Amor. O fato de conhecer as
consequências não tem nada a ver com o sentimento do Amor, uma mãe
pode saber que o filho é um criminoso, mas ela continua amando-o. Ela
sabe quando ele nasce que poderá ser o que quiser na vida, desde um
avatar até um serial killer, e isso não impede que ela tenha seus filhos. Se
uma pessoa que é uma unidade carbono pode sentir isso, quanto mais
sente o Arquétipo Divino. Quando se tem contato com seres do extremo
da dualidade isso fica claríssimo. Um ser que é puro Amor não consegue
não amar. Seu sentimento é sempre de compaixão e amor. Do outro lado,
se tivermos contato com um ser que nega o Amor, veremos que não há
compaixão e Amor. Este ser está negando o Amor. Ele não aceita que
uma mãe ame seu filho incondicionalmente, que uma mãe deixe seu filho
errar porque sabe que através do erro ele chegará na sabedoria. Vejam as
mães que visitam seus filhos numa penitenciária. As próprias leis físicas
do universo manifestado levarão à correção destes erros. O entendimento
disso mudará a vida neste planeta quando for entendido. As
consequências deste entendimento são profundas.
Mas, no universo manifestado existe a dualidade. E na dualidade os
seres podem optar por recusar o Amor. E caem na oposição. Esta
oposição se manifestará sempre contra os que optam pelo Amor. É por
esta razão que todo ser que pratique o bem sofre todo tipo de oposição.
Este é um fato. E este fato faz com que muitos seres evitem optar pelo
bem. Preferem ficar numa posição neutra tentando evitar o confronto que
é inevitável. É por isso que a evolução demora tanto. A resistência do ego
em optar pelo bem, pelo Amor, é o medo de enfrentar os opositores, mais
cedo ou mais tarde isso terá de ser feito. O ego cria a dualidade quando
escolhe e o ego tem de ter essa opção em aberto. O substrato do ego é a
Psique. E a Psique tem de dar o livre-arbítrio para o ego. É uma
consequência inevitável, mas na Psique não existe a dualidade, só existe
Amor e Alegria. Tudo na Psique é vibração e a frequência do Amor e da
Alegria é que dissolve toda a negatividade criada pelo ego que optou por
negar o Amor. Toda energia negativa é transmutada pelo Amor e Alegria.
É o puro trabalho alquímico de transmutar um elemento em outro. Toda
a energia negativada é transmutada é volta a ficar disponível para nova
polarização.
O primeiro passo é aceitar que não há dualidade na Totalidade. A
Totalidade não é o bem e o mal. É só o Amor. Portanto, o Arquétipo
Divino não se compraz em ver o sofrimento dos seres. Ele continua dando
oportunidade de optarem pelo Amor.

Prosperidade e Alquimia V
O conhecimento da Alquimia em termos psicológicos pode ser passado
sem problema algum porque somente quem também tem a experiência
psicológica é que entenderá o que está explicado. Somente sentindo é que
se entenderá o alcance deste conhecimento. Desta forma ele continua
cifrado como sempre foi. Hoje qualquer pessoa pode estudar química e
isso deixou de ser o oculto. Quanto aos aspectos arquetípicos da
Alquimia ela continua o que sempre foi, detentora do segredo da
Individuação.
A Alquimia tem tanta importância que só deve ser estudada por quem
está interessado na Individuação. O direcionamento do estudioso deve ser
o Arquétipo Divino e nunca obter conhecimento para o próprio ego. Isto
é fundamental e nunca será demais repetir isso. Mesmo que a pessoa não
perceba essa questão ela perceberá ao longo dos estudos que haverá uma
transformação interior em direção à Individuação ou caso contrário
abandonará os estudos. É preciso que haja o objetivo principal e
fundamental de conseguir a Individuação. Quanto mais avançarmos mais
perceberemos que estamos expandindo nossa consciência de forma
exponencial em direção ao Arquétipo Divino.
Toda pessoa que está na busca da Individuação é solitária. É um
trabalho individual e solitário. Não é possível fazer isso em grupo. A
mudança é interior e ultrapassará todo o paradigma vigente em qualquer
época em que seja estudada. Este estudo nunca será ultrapassado. Sempre
será atual seja em que planeta do universo estivermos ou em qualquer
dimensão da realidade. Esta é a beleza deste conhecimento. É infinito.
Podemos expandir nossa consciência indefinidamente. Todo estudioso da
Individuação deve estar preparado para ser incompreendido pelos demais.
É inevitável que a sua frequência pessoal seja elevada criando uma
distância com os demais. E aqui entra a paciência e a compaixão divina
na vida do estudioso. Outra questão é que possuir este conhecimento não
deve ser motivo de orgulho e inflação do ego. Quanto mais sabemos mais
humildes devemos ser. Esse é o resultado que mostra que a pessoa
entendeu e sente o que é a Alquimia.
A Opus alquímica promove a expansão da consciência
ininterruptamente e deve ser realizada por seres que já atingiram a
evolução de um ego individual. É o ego que atingirá a Individuação.
Quando se fala que a mente cria a realidade é pura alquimia o que se está
falando. A realidade mudará em função da expansão da consciência pelo
trabalho alquímico, isto quando o ego deixa acontecer, é por esta razão
que o estudioso precisa ter o único objetivo da Individuação, caso
contrário o ego recusará toda expansão alquímica. O resultado final da
Individuação será a Pedra Filosofal.
Era impossível milênios atrás os filósofos entenderem o que é
realmente a prima matéria. Somente com o conhecimento da Mecânica
Quântica é que se entendeu que a prima matéria é o Vácuo Quântico. É
assim que os elementos são criados e podem ser transmutados. Mas, de
qualquer forma foi o conhecimento adquirido através dos milênios que
possibilitou chegarmos até aqui. Toda a diversidade que existe está
baseada numa Unidade Primordial. Desta Energia é que surge todo o
resto. Para podermos entender e sentir essa Energia é preciso sentir a
Alegria do Arquétipo Divino, pelo menos uma parte dela!
Considerando tudo isso pode-se começar a estudar os Procedimentos
Alquímicos. Caso estes Procedimentos sejam cumpridos à risca é certeza
que a Individuação acontecerá. Este é um trabalho sagrado. Somente com
essa visão em mente é possível fazer e interiorizar os Procedimentos
Alquímicos. Normalmente eles devem seguir uma determinada ordem,
mas em última instância é o Arquétipo Divino que conduzirá os
trabalhos. Este é um estudo sem tempo para terminar, pois a
Individuação tem níveis e níveis de aprofundamento. Mas, é facilmente
perceptível quando já ocorreu o primeiro nível. É preciso paciência para
assimilar esse conhecimento passo a passo. O açodamento não levará a
parte alguma.
O primeiro procedimento chama-se Calcinatio. A purificação pelo
fogo alquímico. Este fogo arderá sem parar nos chakras preparando para
a limpeza indispensável para os demais procedimentos. Este fogo da
Calcinatio é o fogo que arde no amor do Arquétipo Divino. É o Amor
derramado em tal quantidade e qualidade que consome tudo que não seja
igual a si mesmo. É como o fogo da paixão humana, mas elevado a níveis
incompreensível para os seres. O fogo da paixão humana é uma ínfima
demonstração do Amor do Arquétipo Divino. Sua vibração frequencial é
praticamente infinita e todos sabemos que quanto mais alta a frequência
mais energia contém e emana. Quando essa energia chega num ser ela
calcina o ser. Limpa todas as impurezas da mesma forma que faz a cal. É
evidente que esta calcinação é feita em doses homeopáticas e na medida
em que o ser consegue assimila-la e sobreviver a ela. Em grau extremo
pulverizaria o ser. Um cantor de ópera é capaz de emitir uma nota que
estilhaça um cristal. Dissolve sua coesão atômica. É exatamente isso que
estamos falando. A calcinação é dada como uma Graça Divina na medida
em que o ser a deseja. Sem este desejo sincero e puro é impossível a
calcinação obter o resultado desejado. Poderá levar milênios para se obter
a Individuação sem o desejo do ser pela calcinação.
A Individuação é algo que não pode ser conseguida apenas pelos
esforços humanos. O ego por si só não consegue nem quer fazer isso. Na
verdade, o ego (na maior parte dos seres) foge completamente da
calcinação. Ele sabe que será transformado. Será transmutado em nova
forma de ser. Para evitar essa reação de resistência extrema é que a
calcinação é lenta e gradativa. Sem que a pessoa perceba inicialmente ela
vai se transformando e sentindo cada vez mais Amor Incondicional. Seus
chakras vão sendo alterados para serem um canal perfeito do Arquétipo
Divino.
Muitos sentimentos, comportamentos, reações, insights acompanham
o procedimento da calcinação. Eles serão analisados no decorrer desta
análise.
O primeiro passo é o ser dar seu consentimento para que a calcinação
seja mais veloz na medida das suas forças. Feito isso é preciso humildade,
perseverança e aceitação. O fogo da calcinação deve consumir tudo que é
negativo. Nunca se deve reclamar dos efeitos da calcinação. Devemos
deixar o fogo nos consumir da mesma forma que o fogo da paixão
humana consome quem o tem. Basta pensar que quem amamos desta
forma também é consumido no nosso fogo. É o mesmo procedimento.
Derrama amor em alguém e vê o resultado! A pessoa se transformará
através do nosso amor pessoal! É a mesma coisa com o Arquétipo
Divino! Ele derrama seu Amor sobre quem o deseja intensamente. Desta
forma não sofremos por amor. Nos transformamos em Amor.

Prosperidade e Alquimia VI
Neste primeiro procedimento de calcinação a questão principal é a
pessoa deixar-se calcinar. Sem isso nada poderá ser feito. Todos os
demais procedimentos dependem desta primeira fase e é preciso lembrar
que a pessoa está recebendo Amor Incondicional, se nesta fase a pessoa
resistir o que acontecerá com as demais fases?
Acontece que a pessoa está recebendo uma tal quantidade e qualidade
de Amor que o ego sente que será calcinado e neste ponto ele resiste. Não
há como o ego continuar sendo o mesmo com tal intensidade de amor
entrando nele. Muitas pessoas sabotam neste ponto e voltam atrás na
decisão de evoluir e crescer. Ou então ficam estagnadas nesse ponto,
travando uma luta surda com o Amor do Arquétipo Divino que procura a
transmutação deste ego.
É muito comum a pessoa tomar atitudes ilógicas e prejudiciais a si
mesma para fugir da calcinação. Notem que a pessoa não está sendo
torturada nem sofrendo! Ela está recebendo Amor Incondicional de
proporções imensas. Quando se ama não há meias medidas. O Amor é
intenso e sobrepõe todas as outras considerações. O Amor tira a pessoa
da zona de conforto da inatividade ou do ódio. E isso o ego não gosta de
forma alguma.
A pessoa precisa deixar-se Amar. Receber Amor na quantidade e
qualidade que o Arquétipo quiser dar. Parece uma coisa absurda que a
pessoa recuse o Amor, mas é o que comumente acontece. Um pouco de
Amor é aceitável, mas um Amor Incondicional desta magnitude abala os
alicerces do paradigma da pessoa. Ela não aceita que exista tal coisa e
nem quer receber isso. Por esta razão a pessoa precisa analisar muito bem
o que quer fazer em termos de Individuação. Não é uma coisa banal. É
uma coisa que consumirá tudo. A pessoa se transformará num canal de
Amor Incondicional. Ela sentirá isso. E não dá para ser um canal
incondicional sem passar pela calcinação. Não é uma questão intelectual
ou mental. A pessoa será transformada para Amar Incondicionalmente. E
isso muda tudo na vida. Ficará completamente fora do paradigma
vigente. Por isso os alquimistas eram solitários e é um trabalho solitário.
Só isso já afasta a maioria das pessoas, mas sem esses procedimentos a
Grande Prosperidade é impossível. A Pequena Prosperidade é possível
para qualquer ego. Isso é muito simples de fazer. Uma Prosperidade
imensa em todas as áreas somente existe para aquele que deixou-se
calcinar. Nesse ponto a pessoa terá a Prosperidade Divina, que cria
mundos e universos, é assim que o mundo passa a ser uma representação
de si mesmo. Na verdade, é uma representação do Self, por isso é
infinito.
Portanto, é preciso uma longa análise do que se quer realmente para
poder iniciar no caminho infinito da Alquimia. Não poderá haver busca
de aprovação, zona de conforto, medo de se expor e todo o tipo de
resistências que acontecem para aquele que está no caminho da
individuação. Este caminho envolve inevitavelmente sentir o Amor
Incondicional. E o que é Amor Incondicional? Este é um conceito que
pode envolver muita distorção de entendimento. Amor Incondicional é a
compaixão do Arquétipo Divino. Quando um ser está individualizado o
que ele sente por um chefe de campo de concentração, por exemplo? Ele
só sente compaixão pelos erros que aquele ser está cometendo e
acarretarão muito sofrimento para ele no futuro. Só há compaixão por
ele, sabe-se que ele está criando um carma horrível que terá de ser
compensado no futuro de qualquer forma. O mesmo sentimento é
aplicado em todas as situações em que alguém esteja agindo de forma
errônea, contra o Amor do Arquétipo Divino. É bom que fique claro que
não existe relativismo neste assunto. Normalmente se fala que o homem é
a medida de todas as coisas. Isso não existe! Só existe o Amor do Todo.
Essa é a única medida que existe, portanto, justificar o mal dizendo que é
cultural ou o costume de tal tribo é uma distorção flagrante do
entendimento do Amor Divino. Só existe uma medida no universo: O
Todo. Resumindo: amor incondicional é compaixão pelos demais seres.
Qualquer outro entendimento ou aplicação deste conceito está fora do
significado da expressão Amor Incondicional. E fica por conta e risco de
quem faz aplicação errada deste conceito para justificar as próprias ações,
relativizando tudo. Fica no discernimento de cada pessoa avaliar o que
está fazendo com este conceito.
A Alquimia veio para que se possa entender o Sol de Aton. Todos os
procedimentos alquímicos que serão descritos aqui são única e
exclusivamente para uso do bem. Jamais poderão ser usados para o mal.
Isso ficará absolutamente claro à medida que formos explicando os
demais procedimentos. O Sol de Aton é a Pedra Filosofal. Com o passar
dos textos isso será entendido.
O trabalho de Individuação é um desenvolvimento contínuo nível após
nível de elevação. Não é um único evento. É como um trem. A cada
estação atinge um novo objetivo e isso continua indefinidamente. Não é
um objetivo que acaba quando é atingido. Cada vez há mais
individuação, sempre há um novo nível a ser atingido. Quando ainda não
há individuação o relacionamento entre o ego e o Self é como com uma
coisa externa, ainda não há a perfeita identificação entre um e outro.
Com o tempo eles serão um só. Esse um só é o primeiro estágio da
individuação. Nesse ponto o ego está fundido com o Self. Isso pode
acontecer com a calcinação, embora a maioria não consiga fazer isso
somente com a calcinação. Enquanto a individuação ainda não foi
alcançada existe uma conversa interna contínua entre o ego e o Self. E
nesta conversa o ego vai percebendo que não tem nada a perder e tudo a
ganhar com a união com o Self. O Self vai calcinando o ego devagar e
sempre. Também pode ocorrer uma tremenda calcinação se o ego
permitir. Essa é a questão que está sempre presente. A permissão do ego
para ser calcinado. Não existe limite para a calcinação. Cada caso é um
caso. Se o ego deixar-se inundar de Amor Divino a calcinação pode ser
praticamente instantânea. Como a consciência precisa de tempo para
introjetar tudo o que vivencia, é preciso algum tempo para que ela possa
elaborar os acontecimentos. Porém, o Amor Divino estará trabalhando
nela sem parar. A calcinação é um fogo interno que queima sem nunca
parar de queimar. Dissolve tudo que não é Amor e coloca em seu lugar
um Sol dentro dos chakras. O Sol de Aton brilha dentro do chakra e a
pessoa sente esse brilho e esse calor como um sentimento de amor por
toda a criação, por todo o universo, por Aton incondicionalmente.
A união que havia no início de tudo volta a ser sentida. A unificação
com o Self acontece. Apenas é preciso sentir que o Arquétipo Divino está
dentro do seu coração, falando de uma forma poética. Na prática Ele está
dentro de cada átomo, de cada quark, de cada bóson de Higgs, do seu ser.
Isso é a realidade. Basta sentir isso e ver os resultados práticos na vida do
ser. Para sentir é preciso voltar a consciência para dentro de si. Para o seu
chakra cardíaco e saber que um Sol está lá dentro pulsando Amor.
Experimente sentir isso cada vez mais. Sempre que faz uma meditação ou
que pode pensar em si mesmo.

Prosperidade e Alquimia VII


Nassim Nicholas Taleb conta em seu livro “Existe la Suerte?” a
seguinte afirmação de Sólon, que estava conversando com Creso:
“la observación de las numerosas desgracias que afectan a todas las
condiciones nos impede ser insolentes sobre nuestros actuales
disfrutes, o admirar la felicidade de um hombre que todavia puede,
com el tempo, padecer câmbios. Pues el futuro incierto todavia está
por venir, com todo tipo de futuros; y sólo aquel al que la divinidad
há garantizado uma felicidade continuada hasta el final puede ser
llamado feliz.”
Um exemplo perfeito de Calcinação pode ser visto no filme
“Ressureição” com Joseph Fiennes. Para que uma Calcinação seja perfeita
basta um toque no ombro de uma pessoa ou um abraço. Atenção para
esse detalhe no filme. A partir desse momento a pessoa nunca mais será a
mesma e o trabalho de Individuação começou.
A Calcinatio pode começar por várias formas: a morte de alguém, um
enterro, uma cremação, um teste, contato com o Fogo Purificador do
Amor, um contato com a realidade dos negativos etc. De qualquer forma
a Calcinatio rompe com o status quo e inicia uma nova fase na vida da
pessoa. Em si a Calcinatio envolve uma profunda alegria, mas é uma
alegria reflexiva, onde a introspeção propicia o Grande Salto Evolutivo.
Evidentemente que este contato inicial com a Calcinatio é devorador.
Consome todas as crenças anteriores e obriga a uma total reavaliação de
tudo o que se acredita. É um longo período de análise interior e exterior
para integrar em si os novos insights. Tudo aquilo em que se acreditava
virou pó consumido pelo fogo da Prima Materia. O Sol por si só tem o
princípio da Calcinatio, da mesma forma que um Leão, um Lobo, ou
qualquer forma de consumir algo. A Calcinatio consome a pessoa
integralmente. Daí nasce um novo ser completamente purificado e é desta
purificação que nasce a alegria infinita. Esta é a alegria que cria a
criação. A alegria da realização, da prosperidade em todos os sentidos, da
emanação dos universos, da geração das formas atômicas e da matéria
deste universo. Tudo isso tem como princípio a Prima Materia e é
entendido perfeitamente após a primeira fase da Calcinatio. Neste ponto
a pessoa estará disposta a entrar nas próximas fases da Alquimia.
À medida que a Calcinatio avança o ego será incorporado ao Self e
praticamente deixará de existir. Essa é na prática o que significa: “nunca
mais serei o mesmo”. A Calcinatio pode ocorrer por livre e espontânea
vontade ou por um evento inesperado e de imenso poder transformador.
A primeira opção sempre é a melhor. Escolher ser calcinado por uma
decisão pessoal. Ou passar pela transformação como aconteceu com o
Tribuno. De qualquer forma o crescimento pessoal e a evolução serão
imensos. Depois desta calcinação pessoal há literalmente uma ressureição
do ser como uma fênix renascida. Isto é o que Sólon entendeu e que Creso
levará tempo para entender.

Prosperidade e Alquimia VIII


Os Alquimistas sempre consideraram esse estudo altamente sagrado.
Acercar-se destes assuntos sem o devido respeito e reverência implicará
em pesado Carma. A Alquimia estuda a Realidade Última, a Prima
Materia e em consequência disto, chegar um dia na Pedra Filosofal. Isso é
da mais extrema importância para qualquer pessoa e também de extremo
poder. Justamente por isso não poderia ser entendido por quem não
tivesse os pré-requisitos.
Quando qualquer pessoa está na presença de seres negativos ela tem
medo e é absolutamente prudente tê-lo. Ninguém desrespeita nem trata
levianamente um ser negativo, pois sabe as consequências. Então porque
razão um assunto sagrado não deveria ser tratado com a maior reverência
possível? Sendo justamente o assunto referente ao Todo, à Divindade, ao
Criador de tudo o que existe e principalmente porque tudo o que existe,
vive dentro Dele! Ele é o sustentáculo de tudo o que existe. Caso Ele
deixasse de colapsá-lo ou emaná-lo, pelo tempo mínimo que fosse, tudo
desapareceria no nada.
O aprendizado da Alquimia envolve muitas tribulações do espírito,
sempre mudando de estratégia em busca do conhecimento sagrado. Isto
será um teste para determinar quem realmente tem a disposição e a
determinação de pagar o preço para conseguir a Individuação. Todas as
oposições surgirão de todas as formas possíveis e inimagináveis para
obstaculizar o trabalho do Conhecimento Sagrado. Por isso este trabalho
deve ser feito sem pressa, sem ansiedade, sem pressão, com coragem para
afrontar todos os perigos e ciladas. Sempre retomando dia a dia a busca
incessante do Sagrado. Sem questionar porque está demorando ou porque
está tendo tais dificuldades. O objetivo procurado é o mais sagrado de
todos: a Individuação. Essa é a pérola, o tesouro, pelo qual vendemos
tudo o que temos para comprá-la. É por isso que damos todo o ego para
poder um dia estar Individuado. E estar Individuado é simplesmente
Servir ao Todo com alegria infinita.
Nessa busca enfrentaremos pensamentos negativos, dúvidas,
questionamentos, falta de esperança, desânimo, todo tipo de sugestões de
que o fracasso é certo, de que não somos merecedores, para abandonar a
busca, se a pessoa tem sabedoria para conseguir isso, dúvidas acerca do
conhecimento que está recebendo etc. Todo o caminho estará cheio de
negligências, desobediências, fuga da realidade, zona de conforto, busca
de aprovação, distrações, enganos do mundo e assim por diante. Essa é a
pura realidade e é assim mesmo que tem de ser. O buscador da verdade
não será poupado dos ataques para que possa descobrir por si mesmo o
conhecimento verdadeiro.
E no final quando conseguimos alcançar o primeiro nível de
Individuação é pela Graça Divina que o conseguimos. Por isso este
trabalho é Sagrado no mais alto nível. Pois somente amparados pelo
Todo será possível alcançar a Pedra Filosofal.

Prosperidade e Alquimia IX
Solutio
Relembrando. Este procedimento é referente ao elemento água. Da
mesma forma que Calcinatio é do fogo. Solutio é a diluição do ego para
que se possa fazer os outros procedimentos. É muito mais fácil do que
Calcinatio, que é um procedimento muito forte e externo. Uma pessoa
numa guerra está em calcinação. Haverá uma transformação do ego, mas
a um custo enorme. E muitas vezes não para melhor. Poderá haver um
endurecimento do ego tornando tudo mais difícil no futuro. Por isso a
melhor opção é Solutio. Dissolver, liquefazer, diluir, transformar de
forma sutil e indolor. Embora pareça que o ego continua existindo
normalmente, na verdade ele está dissolvido no Self. Pode-se fazer
compra no supermercado, mas quem está comprando é o Self. Em
diversos níveis de Individuação. Até a dissolução total. Este é o nível do
CoCriador Consciente. Quando não existe mais ego. Só existe o Self.
A Solutio em água é como estar no ventre materno. Imersos num
líquido dentro de outro ser. O simbolismo aqui é que a Mãe é o Self. É
um trabalho de renascimento a Solutio. Por isso o mergulhar na água do
batismo ou ser aspergido com ela. Tudo que envolve líquido tem o
procedimento de Solutio envolvido. A transformação é muito mais fácil
se o ego for reduzido à prima matéria. O Oceano Primordial. Toda
personalidade tem em si coisas cristalizadas que são muito difíceis de
serem dissolvidas e resolvidas. Um trauma emocional está no corpo
emocional e não é pelo corpo mental que será resolvido. Tem-se de atuar
diretamente no corpo emocional para conseguir essa transformação. E
para isso o melhor procedimento é a Solutio. Ela atua diretamente no
corpo emocional mudando profundamente a personalidade da pessoa.
Seria como uma desintegração atômica, mas com a Solutio é possível
manter a essência da personalidade e fazê-la integrar-se no Self. Diluída
no Self.
Essa dissolução tem de ser feita com os aspectos conscientes e da
sombra. Tudo tem de ser dissolvido. Se a Solutio for conduzida
corretamente não ficará praticamente mais nada da sombra para
atrapalhar a Individuação. No estágio final a sombra será totalmente
dissolvida. No início o ego intui que está sendo dissolvido e resiste. É
preciso vencer está resistência conscientemente e ir até o fim do
procedimento. A questão aqui é que quando mais se aprofunda maior a
resistência do ego em ser dissolvido. Porém, é necessário que isso
aconteça.
Na Solutio o inconsciente virá à tona para ser dissolvido. De forma
gradativa, mas firme. Passo a passo. É como um afogamento. É
desagradável, mas é indispensável para o renascimento. Por isso
mergulhar na água é fundamental. Se a pessoa não põe resistência é como
mergulhar no oceano nadando embaixo da água. Se resistir é como um
afogamento. O ego não quer Calcinatio e também não quer Solutio. Mas,
de um jeito ou de outro terá de ser transformado.
Quanto mais desenvolvido for o ego mais ele temerá a Solutio. Pois
sabe que será dissolvido e não quer isso. Um ego imaturo achará que é
uma coisa boa regredir para o útero da mãe. É o que hoje se chama
neotenia (o jovem eterno). Esta atitude infantil pode atrasar a Solutio por
muito tempo. Embora o ego maduro ache que é ruim na verdade é a
melhor opção. Só que o ego vê isso como muito perigoso para ele.
Toda vontade de desaparecer no Oceano Primordial ou dissolver-se no
universo é uma vontade de Solutio. Tomar banho de mar é um
simbolismo da Solutio. Jogar as cinzas de alguém no rio ou oceano tem
esse sentido. Neste aspecto uma forma é dissolvida e outra nasce dela.
Um ritual de morte e renascimento. Os elementos de uma estrela que
explode formarão outros planetas e seres pelo universo afora. Tudo se
transforma e periodicamente há uma Solutio ou Calcinatio. Somente um
ego dissolvido pode receber novas energia advindas da prima matéria. É
um rejuvenescimento.
Um aspecto interessante aqui é que se a pessoa é exposta a uma dose
grande de radiação ela sente uma Calcinatio e logo sem seguida uma
Solutio. Em poucos dias estará dissolvida. Uma liberação de energia
atômica nesse nível pode transmutar completamente o ego em segundos.
O medo de radiação é o medo da Calcinatio e Solutio.
Um ego inflado terá de ser transmutado de uma forma ou outra.
Quanto mais ego menor o desejo de ser dissolvido, mas a própria inflação
criará situações para Calcinatio ou Solutio.
A Solutio também é como a assimilação de frequências harmônicas
dentro de si. O sujeito passa a conter a outrem. A transferência de
informação é uma solutio, por isso a transformação é lenta e gradual. No
caso da radiação é imediata e imensa, por isso é Calcinatio.
Tudo que é maior pode dissolver o menor. Pode conter o menor. É por
esta razão que o Todo pode dissolver a Parte. A Parte está contida no
Todo. A Calcinatio trabalha na Partícula e a Solutio trabalha na Onda. O
resultado será o mesmo.
Sentir o sofrimento alheio é uma Solutio. Ninguém sai o mesmo
depois de sentir isso. É por esta razão que se evita a empatia. A pessoa
que assiste ao sofrimento alheio de forma indiferente está lutando contra
a Solutio. É óbvio que o Amor é a Solutio, que provê expansão,
criatividade, energia, ação etc. Toda criatividade levada ao extremo é
uma Solutio. O ato criador por si mesmo dissolve o ego, por isso a
resistência ao crescimento criativo. Onde termina a expansão do
crescimento? Na Solutio. Uma personalidade bem desenvolvida usará a
Solutio para harmonizar toda a existência, é a mesma coisa quando se diz
em paz e harmonia.
O fluxo infinito da vida, o vir a ser infinito, é um procedimento de
Solutio. Toda vez que sonhamos é um procedimento de Solutio. Onde o
inconsciente pode se manifestar procurando a própria Solutio.
A força criativa do universo, a libido, depende da Solutio para se
manifestar. Os bloqueios psicológicos são um sinal de resistência à
criatividade infinita do Self. Por isso é preciso dissolver o ego, para isso é
preciso tomar a decisão de agir pro ativamente para que a Solutio
aconteça de forma mais tranquila possível. Desta forma nos uniremos ao
Self.

Prosperidade e Alquimia XIV


Coniunctio
Um dia depois de todos os demais procedimentos alquímicos chega a
acontecer a Coniunctio. O Dois se torna Um. A águia se liberta do seu
invólucro e voa. Agora o ser pode ser físico e espiritual ao mesmo tempo.
Pode usar a forma que lhe aprouver. Pode viver em todas as dimensões e
trafegar entre elas. Pode ser sólido e sutil quando quiser. Voltou para
casa.
Na prática podemos ter fases de Coniunctio dependendo de quanto
cada parte soltou tudo o mais. A descrição acima é da última fase da
Coniunctio. Quando a união é perfeita. Em física se fala de entrar em
fase, o que seria uma interferência construtiva. As duas ondas se somam.
Os dois instrumentos precisam estar perfeitamente afinados para uma
Coniunctio perfeita. O espírito quer unir-se ao Todo. Para que isso possa
acontecer ele terá de passar por todos os procedimentos alquímicos com
perfeição. Então estará pronto para a unificação. A carapaça do ego será
deixada para trás e o espírito poderá voar.
Quando uma Coniunctio é feita sem estar totalmente preparada,
haverá de ter Mortificatio para purificar completamente o ser. Todos os
procedimentos estão inter-relacionados. O ser que almeja a unificação
com o Todo deve estar disposto a entregar-se completamente aos
procedimentos alquímicos, e ter seu ego completamente transformado
para poder entrar em fase com o Todo. A Coniunctio inevitavelmente
leva à Mortificatio do ego. É preciso muita meditação sobre este aspecto.
A Centelha só pode assumir se não houver mais nada que impeça sua
ação.
Quando a Coniunctio é perfeita surgirá a Pedra Filosofal. Esta Pedra
tem o poder de transformar todos os elementos. Nada pode ficar imune à
sua ação, tal o poder da sua frequência vibratória. Todos os elementos
que se aproximam da Pedra passam pelos procedimentos alquímicos
seguidamente alcançando níveis de pureza cada vez maiores. Quando este
trabalho termina não há mais opostos. Todos foram unificados e
integrados. Este empreendimento é totalmente espiritual. O Self é a Pedra
Filosofal. O sinal de que isso aconteceu é a presença de flores em todo o
entorno, seja físico ou espiritual. Ou a percepção do aroma das flores. O
sentimento que mostra a existência da Coniunctio é o Amor. O Amor é a
emanação da Pedra Filosofal.
A questão fundamental da qual não se tem como fugir é que estamos
contidos dentro da Pedra Filosofal. Só podemos fazer uma escolha:
unirmo-nos ou resistirmos. Caso escolhamos a união acrescentaremos
mais consciência mutuamente em todos os sentidos e aspectos do Self.

Prosperidade e Alquimia XV
Variáveis Ocultas
Qualquer trabalho de desenvolvimento pessoal, profissional, de
negócios, prosperidade em qualquer área, deve considerar o que é
chamado: Variáveis Ocultas. Vivemos num paradigma cartesiano,
reducionista, materialista, que impede que estas variáveis sejam
consideradas no dia a dia. Analisar um fato de maneira parcial impede a
resolução dos problemas. É preciso considerar todas as dimensões da
realidade e suas variáveis para se ter sucesso em qualquer
empreendimento. Os procedimentos de alquimia fazem com que a pessoa
enxergue a realidade e tenha entendimento perfeito da Realidade Última.
É preciso analisar todos os ângulos do problema ou projeto. De qualquer
forma se essas variáveis não forem consideradas a Calcinatio fará com
que mais cedo ou mais tarde sejam. Na página 359 do livro Psicologia e
alquimia, Jung mostra um exemplo de Calcinatio, que é o lobo devorando
o rei. Depois disto o rei renasce purificado.
Vinte e dois anos atrás atendi uma cliente, dona de uma loja, que
tinha perdido 80% de faturamento de um mês para outro. Ela não
conseguia entender o que acontecia, pois nada havia mudado. Tinha
analisado todas as variáveis de mercado, preço, produto, atendimento,
local etc., e nada tinha mudado a não ser que uma nova loja tinha sido
aberta em frente da sua. Ela notou que os clientes entravam na sua loja,
faziam as perguntas sobre produto, preço etc., saiam e compravam na
loja da frente. O problema é que havia sido colocado na porta da sua loja
dois espíritos negativos para afastar os seus clientes. Isso tinha sido feito
pela dona da loja da frente. Enquanto esses negativos não foram
afastados o faturamento não voltou ao normal. Este é apenas um
exemplo de como as coisas são realmente quando se considera todas as
variáveis envolvidas em qualquer coisa.
Uma lista parcial das Variáveis Ocultas seria:
* Magia negra.
* Obsessores espirituais enviados por um inimigo ou concorrente.
* Obsessores espirituais pessoais decorrentes de algum fato do passado.
* Amarração feita por alguém que quer controlá-lo.
* Traumas de nascimento esquecidos.
* Traumas de abusos sexuais na infância.
* Carma de vidas passadas.
* Emanações negativas de outras pessoas: ciúmes, raiva, inveja, ódio,
ressentimento etc.
* Os próprios sentimentos negativos da pessoa: ciúmes, raiva, inveja,
ressentimento, zona de conforto, busca de aprovação, preguiça,
dissonância cognitiva etc.
* Sistema de crenças que fazem com que o Mapa da pessoa seja
extremamente diferente do Território. O que a pessoa acredita que é
real não é. Toda crença cria uma realidade.
Tudo isso tem de ser considerado, analisado e resolvido para que se
possa progredir de maneira consistente e constante. Caso contrário a auto
sabotagem será inevitável.

Prosperidade e Alquimia XVI


Conceitos
Para se entender a Alquimia é preciso entender que o mundo que se
percebe é puramente mental. Tudo é uma projeção da mente tentando
entender o significado do que está dentro dela. Todos os procedimentos
de laboratório dos alquimistas tinham esse objetivo, mesmo que não
percebessem. Decifrar a natureza da matéria implicava inevitavelmente
em entender a si mesmo. Tudo o que existe é uma abstração mental de
uma Mente Única. Os alquimistas sabiam que este era o segredo dos
segredos e que deveria ser tratado com muito cuidado. Por esta razão os
tratados são obscuros. Era uma forma de proteger o conhecimento e a si
mesmos. Exigiria um certo nível de abstração para poder ser decifrado.
Testavam na matéria (química) para poder sair da Matrix. De certa
forma anteciparam em séculos o próprio filme. No filme o telefone toca
para se sair da Matrix e os alquimistas manipulavam os elementos para
conseguir o mesmo. Quando entendiam o funcionamento destes saíam da
Matrix. Quando se chegou nesse entendimento houve uma separação
fundamental: surgiu a química moderna e a metafísica. Hoje fala-se em
físico/química e caminha-se para a metafísica. Isso levará uns séculos
para se chegar nesse ponto, mas está em andamento.
Enquanto isso é preciso entender como os alquimistas pensavam se
quisermos ter os mesmos resultados que eles. Tudo é uma projeção
mental. A Realidade Última não é o que vemos. Ainda. Cada vez que
aumentamos a claridade de pensamento, que despertamos, damos mais
um passo para chegar perto do nível de vibração da Realidade Última.
Cada experimento que faziam tinha uma contraparte psicológica
evidente. E foi por isso que descobriram como funciona tudo o que existe.
Porque eles enxergavam as duas faces da moeda: o experimento químico
mostrava o interior de si mesmos. Mostrava todas as nuances das suas
próprias vidas. O que acontecia, o momento em que acontecia, porque
acontecia, as consequências, o que vinha em seguida etc. Tudo ficou claro
com o passar dos séculos de pesquisas até que entenderam e pararam com
os experimentos. Foi imprescindível que fosse assim. Somente testando na
vida material poderiam tirar as conclusões metafísicas do que viviam.
Todos os livros antigos com suas ilustrações alquímicas mostram que eles
entenderam perfeitamente. Tudo isso hoje já está muito bem analisado.
Mas, da mesma forma que naquela época, sempre existem profundas
implicações neste conhecimento.
A Alquimia descreve uma transformação interior, psicológica, mental,
emocional, espiritual, que todo ser atravessa durante a vida. Os
procedimentos podem não ter a mesma sequência para cada ser, podem
acontecer vários ao mesmo tempo, mas o resultado final é o mesmo.
Todas as manipulações químicas que faziam era para chegarem no âmago
da matéria, a prima matéria, a origem de tudo. Eles sabiam que tudo se
originava de uma coisa primordial. Hoje falamos em energia primordial
que gerou o Big Bang. Eles não conheciam a física nuclear nem tinham
aceleradores de partículas, mas nos seus laboratórios chegaram a mesma
conclusão. Precisamos de séculos para chegar no Bóson de Higgs e eles
conseguiram esse entendimento muito antes de nós. Por isso pararam de
fazer experimentos químicos. Os que continuaram criaram a química. É
por esta razão que a Alquimia deve ter profundo interesse para nós. Suas
descobertas são mais atuais do que nunca. O entendimento da realidade
implica na solução de todos os problemas e na prosperidade infinita.
Quando falavam do vaso hermético, por exemplo, falavam que “um é
o vaso”. É a mesma coisa que hoje se fala em Oceano Primordial. Todo o
simbolismo usado é para falar exatamente isso. Todos os procedimentos
são para que se entenda isso e que se sinta isso. Jung comenta que esse
vaso é uma espécie de Matrix do qual nascerá a Pedra Filosofal. Mais
uma vez a trilogia Matrix fala a mesma coisa em outros termos e mostra
o mesmo resultado. E por isso a conclusão da trilogia foi criticada. Vejam
que mesmo fazendo um filme de forma mais clara do que os alquimistas
escreviam o resultado foi o mesmo. Foi rejeitado. É por esta razão que
eles faziam propositalmente de forma obscura.
Existe um tratado de alquimia de nome: “A Física e a Mística”. Isso
mostra sem sombra de dúvida que eles sabiam do que estavam falando e
o que faziam. Quando os séculos passaram o trabalho deles tornou-se
metafísica (física e mística juntos). Jung pergunta por que eles faziam
experiências de laboratório se o objetivo era outro? A resposta é que eles
faziam isso exatamente da mesma forma que fazemos hoje num
acelerador de partículas. Para descobrirem como funciona tudo e quando
descobriram pararam de fazer as experiências. E o conhecimento ficou
mais hermético ainda na metafísica. Eles não desistiram. Apenas que
descobriram o que queriam. E a pesquisa passou para outro nível que não
precisa de laboratórios. É puramente mental. Foi essa longa experiência
que permitiu a que hoje se entenda que tudo o que existe é mental.
Graças a eles temos esse conhecimento hoje em dia.
Eles projetavam o inconsciente na matéria para poder entender o
inconsciente. Sabiam de forma intuitiva que o Self estava no cerne da
matéria. Foi um caminho puramente ocidental. Outros povos entenderam
isso apenas com a meditação, mas o ocidente tem o arquétipo do
empirismo. Um complementa o outro. O insight de que o inconsciente
está na matéria foi fundamental. Jung diz que pode ter sido de forma
involuntária. Talvez eles já soubessem o que outros povos já sabiam e
resolveram seguir outro caminho de pesquisa para provar de outra forma.
O fato é que chegaram nas mesmas conclusões.
Jung explica que a projeção não é feita, ela acontece por si mesma. Ela
é. Fazemos a projeção de qualquer maneira, quer queiramos ou não. O
alquimista vivenciava o próprio inconsciente quando fazia as
experiências. Tudo que vemos, sentimos, é uma projeção do inconsciente.
É por essa razão que é extremamente importante purificar o inconsciente
e isso é o que fazem os procedimentos alquímicos. E isso os alquimistas
sabiam muito bem. Toda teoria criada sobre o desconhecido é uma
projeção. Não há base de comparação com nada. É o desconhecido. Só
podemos projetar o nosso interior para podermos entender algo sobre
aquilo ou tentarmos entender. Isso é o que se chama teoria na ciência. E
as teorias são aprimoradas continuamente já que cada cientista faz uma
projeção mais aproximada da Realidade Última. Mesmo quando Niels
Bohr fala que não trata da Realidade Última, ele forçosamente está tendo
de tratar dela. Toda teoria de física em última instância é sobre a
Realidade Última. Da mesma forma que a Alquimia. Além do que nos
experimentos de laboratório os alquimistas tinham “visões”. Até que
ponto essas “visões” não eram vislumbres da outra dimensão? Até que
ponto essas visões forneceram os conhecimentos que permitiram que
chegassem às conclusões que chegaram?
Jung escreve uma frase realmente impressionante nesse ponto da sua
análise: “A matéria forma-se por efeito da ilusão – necessariamente, a do
alquimista. Esta ilusão poderia ser a ‘vera imaginativo’ (imaginação
verdadeira) que possui o poder ‘de informar’.” Ele intuiu ou sabia que a
Realidade Última in-forma tudo o que existe. Por isso os sonhos contêm
tanta informação sobre a pessoa que sonha. Porque os sonhos também
estão In-Formados. É neste ponto que a Iluminação Espiritual é um
trabalho alquímico por excelência. E precisa de uma infusão da Realidade
Última para que se possa completar. É desta forma que surge a Pedra
Filosofal.

Prosperidade e Alquimia XVII


No livro Psicologia e alquimia de Jung, página 275, ele cita um
alquimista que disse: “que a obra deve ser realizada ‘pela imaginação
verdadeira e não pela imaginação fantasiosa’, e que a Pedra Filosofal só
será encontrada ‘no momento em que a investigação tornar-se pesada
para aquele que investiga’.”
Está claro que a investigação tem de ser feita com espírito científico
(sem fantasias) e que será exaustiva. Quando a investigação estiver
insuportável é que a verdade aparecerá para o alquimista. Isso faz com
que seja necessária uma determinação sobre-humana para o trabalho
alquímico. A alquimia tem a solução de todos os problemas que existem
ou venham a existir. É por isso que os alquimistas codificaram o
conhecimento. Para que não caísse em mãos erradas. Para entender um
nível x de abstração é preciso estar pronto para isso, e isso demanda
muito tempo de estudo.
Outra coisa evidente é que tudo que se fala de alquimia é sobre o
inconsciente. A alquimia é um espelho para o inconsciente. E é por isso
que pode ser entendida. Caso já não existisse no inconsciente não
poderíamos entender. É o que Platão falava sobre as Ideias Primordiais,
os Arquétipos. Eles são pré-existentes da mesma maneira que a Alquimia.
Quando falavam da transformação da matéria já anteviam a Mecânica
Quântica. O Colapso da Função de Onda mostra a escolha consciente que
a mente faz. Da mesma forma o experimento da Dupla Fenda.
Intuitivamente eles já sabiam disso. Da mesma forma que nós
intuitivamente já sabemos outras coisas, mas que ainda não temos a
tecnologia para mostrar e provar. De qualquer forma eles estavam certos.
A imaginação verdadeira é a que cria a realidade. Mas, esta
imaginação requer pré-requisitos estritos para ser feita. Era isso que eles
pesquisavam e descreviam. Pense na dificuldade em explicar os conceitos
que estão por trás do Colapso da Função de Onda para pessoas da Idade
Média. Por isso usavam metáforas. Hoje sabemos que é o nível de
vibração, de frequência, que permite o Colapso. Eles intuíam que para
atingir isso era preciso estudar a vida inteira. Somente elevando a própria
vibração é que conseguiriam fazer o trabalho alquímico.
Nos tempos modernos se considera a alquimia como uma coisa
mágica, mas quando se considera que o Bóson de Higgs surge neste
universo a partir do Vácuo Quântico e que ele “dá” massa ao universo,
fica claro que tudo é mágico. O profundo conceito disto é que os
alquimistas entenderam. Toda pessoa que fizer o mesmo estudo chegará
na mesma conclusão. O conhecimento não está oculto. Todos podem
consegui-lo.
XII. Conclusão

Quando eu era criança costumávamos fazer paçoca em casa.


Tínhamos um moedor manual com manivela. Colocávamos o amendoim
aos poucos e íamos moendo. Depois da primeira passada juntávamos
açúcar e moíamos tudo de novo. Fazíamos isso várias vezes até a paçoca
estar perfeita. Até o amendoim estar completamente moído. Não existia
mais grão, somente o pó da paçoca. Isso é exatamente o que a Alquimia
faz, com que se torne um canal. Totalmente moído. Os procedimentos da
Alquimia são para moer o ser até que ele só seja um Canal do Divino.
Não há mais ego (não há mais grão). O grão gosta disso? Não. Mas, é a
única maneira de virar paçoca. E o grão de amendoim nasceu para virar
paçoca.
Para se tornar um canal (deixar que o Divino passe por ele sem
nenhuma interferência) é preciso tempo e muitas passadas moendo. Um
canal deve servir ao Senhor com alegria. Apesar de todos os problemas,
ataques, vicissitudes, aborrecimentos etc. que é o dia a dia de qualquer
canal que está entregue ao Senhor. E tudo isso com alegria sem esperar
nada em troca. Só dar, ajudar, trabalhar, estudar. No máximo das forças
da pessoa. Ser um canal não dará status nem vantagem alguma. É um
serviço de tempo integral. Não há mais vida particular, nem interesses
particulares etc. Só há o servir com alegria ao Pai.
É lógico que o canal não aparenta isso. O canal sempre está de bom
humor ajudando. Mesmo exausto sempre está ajudando sem medir os
sacrifícios que faz.
Jung era assim. Basta ler as conversas particulares que ele tinha. Ou
suas memórias. Para bom entendedor está tudo lá. Gandhi também era
assim. E Campbell também. E todos os que vieram ajudar a humanidade
a evoluir e expandir a consciência.
Psicologia Arquetípica, Mitologia e Alquimia tratam da mesma coisa
com abordagens complementares. Porque os Arquétipos são o
fundamento de tudo. E os procedimentos alquímicos são arquetípicos. A
marca do gênio é poder deduzir tudo isso, como Jung fez trabalhando em
um pequeno planeta, na borda de uma das incontáveis galáxias. Apenas
analisando uma parte do Todo ele foi capaz de entender como funciona
tudo.
A Alquimia mostra exatamente isso. A moagem do ser é feita pela
Calcinatio ou Solutio. Pela dor ou pelo amor. Quando o ser está pronto
vem a Mortificatio. Nesse ponto o ser já aceitou ser moído de livre e
espontânea vontade. Já está entregue ao serviço do Pai com alegria. No
final vem a unificação, a Iluminação, a Individuação (essas três palavras
são sinônimas).
Quando se põe a mão no arado não se deve olhar para trás. Nem
reclamar, nem lamuriar etc. Somente alegria de servir ao Pai. Enquanto
isso não for interiorizado é impossível ser um canal limpo, que não
interfere na mensagem. Este é um risco muito grande para o canal.
Quando ele deixa suas opiniões particulares interferirem na mensagem.
Por isso é preciso verificar os fatos que a mensagem está passando. Os
negativos também podem passar mensagens. É preciso discernimento para
separar o joio do trigo.
Esta obra foi impressa em sitema digital sob demanda com distribuição mundial.
Também disponível em e-book. RECICLE SEMPRE

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