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Website: http://tilz.tearfund.org/Portugues
justiça no Peru.
Subeditora: Rachel Blackman, Maggie Sandilands
Editora – Línguas estrangeiras: Sheila Melot É importante que a justiça seja defendida e
Administradoras: Judy Mondon, Sarah Carter Deus dá o mesmo valor a todas as pessoas: promovida nacionalmente através da
Comitê Editorial: Ann Ashworth, Simon Batchelor, homens e mulheres de todas as raças, idades e criação ou reforma de leis. Porém, preci-
Paul Dean, Richard Franceys, Mark Greenwood, grupos sociais. samos ir além disso: as leis devem ser
Martin Jennings, Ted Lankester, Simon Larkin, realmente respeitadas na prática, caso
Donald Mavunduse, Sandra Michie, Mary Morgan,
Nigel Poole, Naomi Sosa
negativo da polícia e das pessoas dentro contrário elas são inúteis. A Paz e
Design: Wingfinger Graphics, Leeds do sistema legal ao lidarem com as Esperança também ajuda a educar as
Tradução: L Bustamante, S Dale-Pimentil, mulheres que procuram a sua ajuda. Esta comunidades quanto aos seus direitos. Nós
H Gambôa, L Gray, M Machado, P Mandavela, desigualdade entre os sexos reflete-se em as empoderamos (encorajamos) para que
C Murray, N Ngueffo, J Perry, G van der Stoel, toda a sociedade, pois a nossa cultura sejam capazes de agir e desafiar os sistemas
L Weiss
geralmente tolera a violência doméstica. e as práticas injustas no Estado e para fazer
RELAÇÃO DE ENDEREÇOS: Escreva, dando uma
breve informação sobre o trabalho que você faz e Não devemos fechar os olhos para esta lobby (pressão) em prol dos seus direitos.
informando o idioma preferido para: injustiça. No nosso trabalho de defesa de direitos,
Footsteps Mailing List, PO Box 200, Bridgnorth,
Shropshire, WV16 4WQ, Reino Unido.
A Paz e Esperança oferece apoio legal, usamos campanhas públicas, educação e
E-mail: footsteps@tearfund.org pastoral e psicológico às vítimas da pesquisa. Trabalhamos através de redes,
Mudança de endereço: Ao informar uma mudança violência dentro da família, especialmente com os meios de comunicação e fazendo
de endereço, favor fornecer o número de referência mulheres e crianças. lobby (pressão) diretamente entre as
mencionado na etiqueta.
Direitos autorais © Tearfund 2006. Todos os direitos
reservados. É permitida a reprodução do texto da ESTUDO DE CASO A história de Rosa
Passo a Passo para fins de treinamento, desde que
os materiais sejam distribuídos gratuitamente e que Em muitas regiões do Peru, as crianças que nascem fora do casamento podem ficar sem sobrenome,
a Tearfund Reino Unido seja mencionada como sua se o pai negar a paternidade. Isto causa sérios problemas mais tarde, dificultando a matrícula da
fonte. Para qualquer outra utilização, por favor, entre
em contato com footsteps@tearfund.org para obter
criança na escola ou o seu acesso ao dinheiro que o pai deveria prover (providenciar) por lei. Além
permissão por escrito. disso, quando estas crianças se tornam maiores de idade, elas não podem fazer a carteira (bilhete) de
As opiniões e os pontos de vista expressos nas identidade e, assim, ficam excluídas dos direitos e das responsabilidades dos cidadãos.
cartas e artigos não refletem necessariamente o
Uma das pessoas que a Paz e Esperança ajudou é Rosa Ayala. Ela é uma mãe solteira, de 38 anos,
ponto de vista da Editora ou da Tearfund. As infor-
mações técnicas fornecidas na Passo a Passo são que mora na região de Alto Mayo, no Peru. Ela processou o pai do seu filho mais novo, para
verificadas minuciosamente, mas não podemos que ele pudesse ter o sobrenome do pai. Rosa recebeu apoio legal, espiritual e emocional da
aceitar responsabilidade no caso de ocorrerem Paz e Esperança. Com a permissão de Rosa, a Paz e Esperança usou o caso para conscientizar
problemas.
(consciencializar) as pessoas sobre esta questão através dos meios de comunicação locais.
A Tearfund é uma organização cristã evangélica
que se dedica ao trabalho de desenvolvimento e No final, Rosa ganhou a causa. Seu filho, Pedro, agora possui o sobrenome do pai e status legal. O
assistência através de grupos associados, a fim caso serviu como um novo exemplo legal na região de Alto Mayo, por ser a primeira a ser ganha sem
de levar ajuda e esperança às comunidades em a necessidade do teste de DNA. Rosa disse numa entrevista: “Os advogados que eu contratei não
dificuldades no mundo.
fizeram nada. O meu ex-marido falou com eles e subornou-os. Depois disso, os advogados ficaram
Tearfund, 100 Church Road, Teddington,
do lado dele. Quando eu fui à Paz e Esperança, eu sabia que as pessoas tinham direitos, mas eu não
Middlesex, TW11 8QE, Reino Unido.
Tel: +44 20 8977 9144 sabia como reinvidicá-los. Foi muito difícil para mim me expor na frente dos meios de comunicação,
Publicado pela Tearfund, uma companhia limitada, falar sobre a minha situação e contar coisas da minha vida particular para os outros. Agora, eu
registrada na Inglaterra sob o No.994339 agradeço a Deus por tudo.’
Organização sem fins lucrativos sob o No.265464.
2 PASSO A PASSO 66
defesa de direitos
PASSO A PASSO 66 3
direitos humanos
Restaurando a
esperança Baliesima Kadukima Albert
Editorial
A Violência Baseada no Gênero (VBG) é a violência, sexual ou não, que ocorre devido às
A Bíblia diz que Deus criou todos os desigualdades entre os géneros. Ela é reconhecida como um abuso dos direitos humanos.
As mulheres e as meninas são as principais vítimas, pois a violência baseada no gênero
homens e mulheres com o mesmo
está enraizada nas relações do poder tradicionalmente desiguais na sociedade, embora
valor e que devemos amar ao próximo
os meninos e os homens também sejam alvos da violência sexual. Ela é especialmente
como a nós mesmos. A Declaração
comum durante o conflito armado, onde é freqüentemente usada de propósito como
dos Direitos Humanos das Nações
arma de guerra, e em situações pós-conflito.
Unidas diz que todas as pessoas têm
direitos iguais, não importando o sexo, A violência baseada no gênero é uma violação do direito da mulher à igualdade e à
raça, nacionalidade, religião, política, segurança pessoal e prejudica o que já foi alcançado nos Objetivos de Desenvolvimento
opiniões ou status social. No entanto, do Milênio quanto à igualdade entre os sexos e o empoderamento da mulher.
quando olhamos para o nosso mundo
hoje, vemos injustiça, discriminação,
violência e sofrimento, causados pelo Há quase dez anos, há conflito entre os possui oito dioceses na RDC. Ela procura
facto de as pessoas não respeitarem diferentes grupos armados da República servir a Deus, contribuindo na luta contra
os direitos dos outros.
Democrática do Congo (RDC), o que o VIH e a SIDA e tentando restaurar a
deixou cicatrizes profundas na sociedade. esperança entre as pessoas que tanto sofrem
É fácil ficar zangado e triste com a Aproximadamente 3,5 milhões de pessoas ao longo do conflito. A PEAC acha que, para
injustiça do mundo, mas é mais difícil já morreram como resultado do conflito, que a igreja seja uma fonte de esperança em
encontrar soluções práticas para grandes grupos de pessoas foram deslocadas que as pessoas possam confiar, devemos
o problema. Nesta edição, vemos e há pobreza e subnutrição. O problema mostrar o amor de Deus de maneira
algumas maneiras através das quais de violação e violência sexual ocorre por prática. Por exemplo, a PEAC trabalha com
as pessoas estão a lidar com os toda parte, o que também contribuiu para a mulheres que foram violadas.
problemas nas suas comunidades e rápida propagação do VIH (HIV). Os efeitos Algumas das actividades que a PEAC
defendendo os seus direitos. tanto da violência quanto do VIH e da SIDA organiza são:
Os que mais sofrem são geralmente (AIDS) não são apenas físicos, mas também
psicológicos e sociais. Consciencializacão Consciencializar as
as pessoas pobres e marginalizadas, mulheres sobre questões relativas a violação
as quais talvez não tenham acesso La Province de l’Église Anglicane du Congo e incentivá-las a fazerem denúncias. Muitas
aos sistemas judiciários formais. – PEAC (a Igreja Anglicana do Congo)
As relações de poder desiguais da
sociedade fazem com que mulheres
e crianças por todo o mundo não
desfrutem nem mesmo dos seus
direitos humanos básicos de igualdade
e segurança pessoal.
Deus pede-nos que nos manifestemos
pelos direitos dos pobres e oprimidos.
Espero que esta edição desafie e
incentive os leitores a trabalharem
juntos para reconhecer e lidar com a
injustiça.
Espero que gostem da nova aparência
da Passo a Passo. As futuras edições
examinarão a renovação urbana e a
reconciliação.
Foto Marcus Perkins Tearfund
Maggie Sandilands
Subeditora
Os homens e a mulheres devem ser capazes de viver e trabalhar juntos sem a ameaça da violência.
4 PASSO A PASSO 66
direitos humanos
PASSO A PASSO 66 5
direitos humanos
■ Todo indivíduo tem direito à liberdade de primeiro. Mesmo assim, uma pessoa que Instituto Mundial de Informações Legais
expressão, crenças e opiniões. coloca uma causa na justiça só pode apelar www.worldlii.org
6 PASSO A PASSO 66
Cartas Notícias ■ Opiniões ■ Informações
Por favor, escreva para: The Editor, Footsteps, PO Box 200, Bridgnorth, Shropshire, WV16 4WQ, Reino Unido E-mail: footsteps@tearfund.org
Aprendizagem participativa sobre OMS declara a tuberculose uma questão de emergência na África
o VIH (HIV) e a SIDA (AIDS)
É essencial que se use uma abordagem A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a tuberculose como uma questão de emergência
participativa para a introdução e o em África. O número de novos casos de tuberculose a cada ano, em muitos países africanos,
desenvolvimento de competência nas quadruplicou desde 1990, devido principalmente à sua ligação com o VIH e a SIDA, a pobreza e os
várias questões relativas ao VIH (HIV) e sistemas de saúde precários. A doença está a matar mais de meio milhão de pessoas na África a
da SIDA (AIDS). cada ano. Por todo o mundo, a tuberculose é responsável por dois milhões de mortes por ano. Para
Como se costuma dizer em relação à alcançar os alvos do Objectivo de Desenvolvimento do Milênio, de reduzir as mortes causadas pela
aprendizagem: tuberculose, será necessária uma ação urgente.
Eu ouço … Eu esqueço. “É trágico que esta doença não esteja sob controle, pois eu sou uma prova viva de que a tuberculose
Eu vejo … Eu lembro. pode ser tratada e curada com eficácia” disse o vencedor do prêmio Nobel, Arcebispo Desmond Tutu,
Eu experimento … Eu sei fazer. que, assim como o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, sobreviveu à doença. “O problema é
Precisamos criar e facilitar experiências enorme, e as autoridades médicas não podem superá-lo sozinhas. Elas precisam de ajuda.” A falta
de aprendizagem que possam ser de verbas dificulta a luta contra a epidemia, porém, somente com mais recursos financeiros não será
aplicadas na prática por indivíduos e possível resolver o problema da tuberculose. É necessário que haja também um esforço dedicado
comunidades para lidar com questões para fortalecer os sistemas de saúde.
de prevenção do VIH, apoio, tratamento Sam Ajibola (em Johannesburg) E-mail: ajibolas@afro.who.int
e vida positiva. Elas devem estar ligadas
Patrick Bertrand (francophone media) E-mail: p.bertrand@noos.fr
à realização do que as pessoas mais
querem e valorizam na vida: os seus
objectivos e sonhos.
A Bridges of Hope é um pacote útil, que pessoas conheçam outras pessoas com veículos velhas ou para reciclá-las e
oferece uma variedade de técnicas VIH e SIDA, estes ainda são vistos como usá-las de alguma outra maneira?
de aprendizagem participativa e motivo de zombaria e vergonha para Este é um problema para os nossos
actividades de treinamento. Para obter a pessoa doente e a sua família. Nosso funcionários que trabalham em regiões
mais informações, consulte o website povo agora entende a importância de remotas, por motivos de saúde e
www.bridgesofhope.info se quebrar o “silêncio” em relação ao segurança.
Peter Labouchere VIH e à SIDA. Não falar sobre a SIDA é
Mike Webb
HIV and AIDS Training Consultant mais perigoso do que viver com o VIH.
Tearfund
Box 131 Os pais agora explicam ao filhos sobre
Victoria Falls 100 Church Road
os danos causados pelo VIH e como ele
Zimbábue Teddington
pode ser evitado. TW11 8QE
E-mail: peterl@mweb.co.zw Entretanto, o número de pessoas que Reino Unido
vivem com o VIH e a SIDA continua a
Quebrando o silêncio em relação subir, apesar do número cada vez maior Criação de térmitas (cupins)!
ao VIH (HIV) e à SIDA (AIDS) de campanhas para educar as pessoas. Ficamos a saber que os criadores de
Na República Democrática do Congo Embora sejam realizadas conferências galinhas usam térmitas para alimentar as
(RDC), muitas pessoas já morreram por sobre a SIDA, o vírus continua a poucas galinhas que têm. Seria possível
causa do VIH e da SIDA, porém estes propagar-se. Por quê? A Passo a Passo 60 usar térmitas como alimento para um
termos raramente são mencionados. salientou a diferença entre a facilitação aviário grande? Para isto talvez fosse
Muitas pessoas no nosso país achavam e o ensino tradicional. A RDC precisa de necessário criar térmitas! Algum leitor já
que a SIDA era um mito ou uma doença mais facilitadores bons, que ajudem as usou grandes quantidades de térmitas
misteriosa que as pessoas relutavam pessoas a serem “proprietárias” destas como alimento para galinhas desta
em mencionar. Ao invés disso, elas informações e a mudarem a sua atitude maneira? Como poderíamos fazer isto?
referiam-se ao VIH e à SIDA como a
e o seu comportamento. Ficaríamos muito gratos por qualquer
malária da África Oriental, veneno, o prego
Jean-Pierre Ndaribitse Kajangwa sugestão.
enferrujado ou “ka kidudu” (micróbio).
Diocese Goma/North Kivu Christian and Heidi Meyer
Felizmente, as pessoas aqui agora
República Democrática do Congo Centre Apostolique de Formation
reconhecem que o VIH e a SIDA não são
01 BP 550
apenas um mito, mas sim uma doença
Baterias de veículos Ouagadougou 01
que leva à morte. Entretanto, elas ainda
Burquina Faso
estam reluctantes em falar abertamente Os leitores teriam alguma sugestão
sobre isto. Embora a maioria das para a eliminação segura de baterias de E-mail: c.h.meyer@gmx.net
PASSO A PASSO 66 7
defesa de direitos
1
Escolha o
problema
Escolha um problema de direitos humanos
em que você queira se concentrar. Este
deve ser um problema geral, conhecido do
grupo ou da comunidade. Decida quem,
na comunidade, sofre abuso e quem é o
reponsável. Por exemplo, um problema
poderia ser a violência doméstica, em que o
marido bate na mulher.
Mostre uma cena de uma possível situação
de abuso. Esta não deve ser de um caso
específico, mas deve mostrar o que
acontece em geral.
2 3
Enfatize (Acentue) Incentive a O facilitador também pode desafiar os
espectadores a pensarem além da sua
a injustiça participação própria experiência com perguntas como
“Será que isto tinha realmente de ser
Despois desta cena, mostre uma outra, Agora, diga que os espectadores podem assim?”, “Será que será sempre assim?”
em que a pessoa que comete o abuso fazer perguntas para qualquer personagem
Os atores devem responder como se
continua vivendo sua vida como se não da peça. O facilitador pergunta aos
fossem os personagens que estão
houvesse nada de errado. O objetivo disto espectadores com que personagem eles
representando. Antes da peça, eles devem
é que os espectadores sintam a injustiça querem falar e incentiva-os a fazerem
pensar cuidadosamente sobre os seus
da situação. Quanto mais zangadas as perguntas tais como:
personagens. Por que eles fariam o que
pessoas ficarem, mais elas vão querer ■ Por que você agiu desta maneira? fazem e o que eles poderiam achar da
participar e tentar mudar as coisas.
■ O que você acha do outro personagem? situação?
■ Por que você não se manifestou? Este processo permite que a comunidade
O papel do facilitador é muito importante. comece a discutir os problemas em
Ele deve repetir cada pergunta dos conjunto e reconhecer as atitudes por trás
espectadores para ter certeza do que eles deles.
quiseram dizer e de que todos ouviram.
8 PASSO A PASSO 66
defesa de direitos
4
Praticando a
defesa de direitos
Os espectadores podem se dividir em
pequenos grupos para discutir como
poderiam resolver o problema. Depois, eles
compartilham as suas idéias com os outros
grupos.
Uma outra técnica é incentivar voluntários situação. Um voluntário entre os espectadores Os atores devem reagir à participação dos
entre os espectadores a participarem da peça, ou um outro ator pode assumir este papel. espectadores da mesma maneira como os
assumindo o papel de um dos personagens, O facilitador precisa: seus personagens reagiriam num dia ruim.
conversando com os personagens e Por exemplo, eles poderiam virar as costas e
■ explicar a tarefa e convidar as pessoas para
convencendo-os a mudar. O facilitador ir embora, não escutar ou ficar zangados.
entrarem no palco
deve explicar que a peça será mostrada Desta forma, a comunidade pode explorar
novamente, e que se, em qualquer momento, ■ parar a ação, se ela não estiver indo a lugar
diferentes maneiras de abordar o problema
os espectadores quiserem mudar o que está algum ou se as coisas ficarem violentas
e tentar fazer algo de positivo. Eles podem
acontecendo, eles devem levantar a mão e ■ fazer um resumo do que foi aprendido em tentar entrar em acordo sobre uma maneira
gritar “pare”. Talvez os espectadores queiram cada etapa, perguntando à audiência coisas realista de defender direitos na situação.
que um novo personagem, tal como um como “O que eles fizeram? Isto funcionou?”
amigo, um parente ou a polícia, intervenha na
PASSO A PASSO 66 9
deficiência
Trabalhando com
a deficiência
Há cerca de 20 milhões de pessoas A cada ano, milhares de pessoas danificam
com deficiência, que precisam de as costas e são feridas em conflitos ou por
minas terrestres. Uma em cada 400 pessoas
cadeiras de rodas nos países de baixa
por todo o mundo tem paralisia cerebral.
renda. A maioria das cadeiras de rodas Muitas destas pessoas precisam de uma
disponíveis são doações de instituições cadeira de rodas.
de caridades do ocidente e podem não
Desenho apropriado
ser adequadas para os caminhos e trilhas
A Motivation é uma organização do Reino
irregulares. Elas geralmente são modelos
Unido, que ajuda a fornecer cadeiras de
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defesa de direitos
Cartaz com A parceira da Tearfund da Etiópia, Kale Heywet Church, têm apoiado o trabalho
um desafio na área da água e do saneamento na Etiópia por muitos anos. Eles possuem
uma equipe de educadores da saúde, que trabalham com comunidades,
sobre a consciencializando as pessoas sobre a higiene, o saneamento e o desenvolvi-
questão do mento da capacidade. São eleitos Comitês de Água e Saneamento, e os educa-
dores ensinam os membros destes sobre higiene e gestão. Muitos destes
gênero comitês, agora, estão bem organizados e são eficazes. Entretanto, mudar
as atitudes é um processo lento. O Departamento de Água, Saneamento
e Irrigação produziu materiais educacionais em amárico sobre tópicos
básicos, tais como lavar as mãos e o saneamento, para ajudar o trabalho
dos comitês.
Um dos seus projetos mais recentes foi muito controverso: um cartaz
de pessoas a buscar água de várias maneiras diferentes. Nada de mais,
até que se olha melhor e se vê que todas as figuras são de homens! Addise
Amado, Coordenador de Desenvolvimento e Educação Comunitária, foi
quem teve a idéia para o cartaz. Ele diz “Sabemos que as pessoas se
preocupam especialmente com a imagem dos homens carregando água
nas costas, mas precisamos de mudar as atitudes sobre o gênero, para
que os homens tenham um papel mais ativo no que diz respeito a buscar
água para a família.”
EKHC WATSAN Programme, PO Box 5829, Addis Ababa, Etiópia
E-mail: saraelon@yahoo.com
PASSO A PASSO 66 11
desenvolvimento comunitário
Grupos de auto-
Há também mulheres individuais
procurando mudar, aprendendo novas
habilidades. Tulsi Ben, de 35 anos, de
Ghotvaln, na região rural de Gujarat,
As mulheres aceitaram
o desafio, e suas
vidas estão sendo
transformadas As mulheres da Índia estão trabalhando juntas para melhorar sua situação financeira.
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desenvolvimento comunitário
PASSO A PASSO 66 13
Recursos Livros ■ Boletins ■ Materiais de treinamento
Publicações da Tearfund
Reduzindo o risco de desastres reconhecer situações de possível risco e idéias baratas para incentivar a limpeza das
as suas vulnerabilidades nestas situações, mãos, manter os alimentos em segurança,
em nossas comunidades
planejando o que fazer para lidar com elas. fornecer água potável e manter uma boa
Os desastres saúde. Ele traz orientação sobre como
afetam milhões de Incentivando a boa higiene melhorar o abastecimento de água e
pessoas a cada e o saneamento construir diferentes tipos de latrinas, assim
ano, causando como estudos bíblicos referentes à higiene,
Este novo guia PILARES ajuda as
danos à vida, à comunidades a reduzirem a doença e a à água e ao saneamento. Assim como em
propriedade e infecção causadas pelo mau saneamento, todos os guias PILARES, a aprendizagem
sustento. Muitos más práticas de ocorre através da discussão em pequenos
desastres podem higiene e água suja. grupos, a qual pode levar à mudança de
ser evitados ou O guia tem por atitudes e prática.
tornados menos objectivo aumentar Estes recursos podem ser obtidos através de:
destrutivos através a compreensão Tearfund Resources Development
da redução dos sobre os factos PO Box 200
riscos para as pessoas. Este livro ROOTS básicos relativos Bridgnorth
examina um método para se realizar isto, à boa higiene. Shropshire
chamado Avaliação Participativa do Risco Ele está repleto WV16 4WQ
de Desastres. Este processo consiste em de informações Reino Unido
se trabalhar com os habitantes locais para práticas sobre E-mail: roots@tearfund.org
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desenvolvimento comunitário
PASSO A PASSO 66 15
desenvolvimento comunitário
A muitas viúvas e órfãos da África são negados os seus direitos a herdarem Eles construíram as paredes de tijolos
propriedades ou terras, as quais freqüentemente vão para os irmãos do marido ou e usaram as habilidades de carpintaria
existentes dentro do grupo. Agnes usou
outros parentes do sexo masculino, deixando a família desabrigada e destituída. o dinheiro que havia ganhado com a
venda das sementes para comprar portas
Agnes nasceu na província de Makamba, terras do pai dela e não deixaram nada
e janelas para a casa nova.
em Burundi. Seus pais eram agricultores para as crianças.
e levavam uma vida pacífica com os Em 2005, Agnes começou atividades
Desesperada e sem ter para onde ir,
nove filhos até 1994, quando a violência de geração de recursos para sustentar
Agnes procurou ajuda. Um vizinho
chegou à sua província. Acreditando a família. Depois, ela alugou mais
ofereceu-lhes uma casa velha em ruínas
que suas vidas estavam em perigo, a terras e contratou outras pessoas para
ao lado da sua fazenda. Agnes fez
família fugiu com o que podia carregar trabalhar nelas. Ela continua a servir
um telhado para a casa com folhas de
para o país vizinho, a Tanzânia. Outras a sua comunidade, participando de
bananeira, e a família viveu ali durante forma activa na campanha contra o VIH
milhares de pessoas também fugiram dois anos, lutando para sobreviver, com (HIV) e a SIDA (AIDS). Agnes também
de Burundi e foram viver em campos de a ajuda da bondade dos vizinhos. é uma das líderes do pedido de crédito
refugiados. Porém, a família deixou os
O governo de Makamba forneceu bancário, com o fim de aumentar a sua
campos devido à superlotação e ao risco
algumas terras pantanosas para o produtividade.
constante de doença. Por cinco anos, eles
cultivo, como parte do projeto de Agnes agora tem 21 anos e leva uma
mudaram-se de um lugar para outro,
segurança alimentar da Tearfund. As vida que nunca imaginou ser possível.
tentando ganhar a vida, até que o pai de
pessoas foram incentivadas a formar Ela era uma menina, que havia sido
Agnes morreu. A mãe decidiu voltar para
associações agrícolas, em que elas deixada desamparada e vulnerável,
Burundi, onde achava que teria alguma
pudessem trabalhar juntas e ajudarem- com a responsabilidade pelo bem-estar
ajuda dos parentes.
se mutuamente. Em 2003, Agnes entrou dos irmãos. Ela agora tem um imóvel,
Porém, em 1999, a mãe de Agnes morreu para um destes grupos e começou a um pedaço de terra e uma posição
repentinamente. Agnes e os irmãos mais cultivar. O grupo ofereceu-lhe ajuda, reconhecida dentro da comunidade. Tudo
novos foram forçados a encontrar um orientação, sementes e ferramentas. isto é o resultado do trabalho árduo em
novo lugar para morar. Ela procurou a Agora, ela faz parte de uma rede positiva parceria com outras pessoas.
ajuda dos tios, mas eles recusaram-se a e incentivadora. O grupo ajudou Agnes
acolhê-los ou protegê-los. Eles tiraram as e a sua família a construir uma casa.
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO
17313 – (0406)