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BioLoGiA

setor A

setor 3405

prof.:
aula 23 ............... AD h...............TM h............... TC h ................ 132
aula 24 ............... AD h...............TM h............... TC h ................ 135
aula 25 ............... AD h...............TM h............... TC h ................ 135
aula 26 ............... AD h...............TM h............... TC h ................ 139
aula 27 ............... AD h...............TM h............... TC h ................ 142
aula 28 ............... AD h...............TM h............... TC h ................ 142

Texto teórico ..................................................................................145


AULA 23 PoPULAções

População é um conjunto de organismos da mes-


ma espécie que vivem no mesmo local.
Densidade populacional
N I M E
Densidade No de indivíduos
5
populacional Área ou Volume

Variações na densidade
A densidade de uma população pode variar em
consequência das taxas de: natalidade (N), mor-
talidade (M), imigração (I) e emigração (E).
No de nascimentos
Natalidade 5
Tempo
O equilíbrio de uma população depende do balanço entre
No de mortos Natalidade + Imigração e Mortalidade + Emigração.
Mortalidade 5
Tempo
Crescimento populacional = Potencial bió-
Taxa de emigração é a saída de indivíduos de tico 3 Resistência ambiental (R).
uma população por unidade de tempo. Potencial biótico: capacidade biológica própria
Taxa de imigração é a entrada de novos indi- de crescimento de uma espécie ou capacidade
víduos por unidade de tempo. que os indivíduos de uma espécie têm de se re-

N M
produzir e gerar descendentes em quantidade
ilimitada.
Resistência ambiental: conjunto dos fatores
bióticos e abióticos do ambiente que se opõem
ao crescimento de uma população.
Curva em “S”: curva de crescimento padrão,
teoricamente esperada, para o crescimento de

D
uma população desde a sua instalação num certo
local até que essa população alcance um equilí-
brio com o ambiente.
Capacidade limite ou capacidade suporte:
número máximo de indivíduos de uma espécie
que um ambiente é capaz de suportar.

I E Capacidade
limite
(capacidade
Tamanho populacional
máximo suportado
pelo ambiente

Resistência
N de indivíduos

de suporte) do meio
As seguintes situações podem ser verificadas: Potencial
biótico Curva de
N + I > M + E: crescimento real
densidade da população aumentando
o

N + I = M + E: Tempo
densidade da população estabilizada O crescimento populacional de uma espécie é limitado por
fatores representados pela resistência ambiental (R), como falta
N + I < M + E: de espaço, condições climáticas, luminosidade, nutrientes, ação
densidade da população declinando de predadores, parasitas e competidores.

132 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 4


exercícios

1 (FGV-SP) A tabela abaixo indica o que aconteceu com uma população, cinco anos seguidos:
H-14
Ano No de nascimentos No de imigrações No de mortes No de emigrações
H-17 1 200 - 150 80
2 160 10 130 60
3 150 20 100 50
4 140 10 80 30
5 130 10 70 40

O gráfico que representa a variação do número de indivíduos dessa população é:


a) c) e)

No de indivíduos
No de indivíduos
No de indivíduos

Anos Anos Anos

b) d)
No de indivíduos

No de indivíduos

Anos Anos

2 (Fuvest-SP) A partir da contagem de indivíduos de uma população experimental de protozoários, durante


determinado tempo, obtiveram-se os pontos e a curva média registrados no gráfico abaixo. Tal gráfico per-
H-14
mite avaliar a capacidade limite do ambiente, ou seja, sua carga biótica máxima.
H-17

H-29
100
Nœmero de indiv’duos

80

60

40

20

2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 Tempo (dias)

De acordo com o gráfico,


a) a capacidade limite do ambiente cresceu até o dia 6.
b) a capacidade limite do ambiente foi alcançada somente após o dia 20.
c) a taxa de mortalidade superou a de natalidade até o ponto em que a capacidade limite do ambiente foi
alcançada.
d) a capacidade limite do ambiente aumentou com o aumento da população.
e) o tamanho da população ficou próximo da capacidade limite do ambiente entre os dias 8 e 20.

DRUMMOND 4 Biologia – Setor 3405 133


3 (UFU-MG) A ilustração abaixo representa dois padrões de crescimento populacional.
H-14

H-17
A população é mantida
H-28 Morte por falta em equilíbrio pelos inimigos
de alimento naturais
Explosão
populacional
População

f
g

c e

b
d Curva em S

a Curva em J

Gerações

SILVA JÚNIOR, C.; SASSON, S. Biologia. v. 3. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 357. Adaptado.

Com relação às curvas de crescimento, analise as afirmativas abaixo.


I. A letra f representa uma curva exponencial ou potencial biótico.
II. As letras d e e representam flutuações nos tamanhos populacionais em torno da carga biótica máxima do
meio.
III. A letra g representa a carga biótica máxima do meio.
Assinale a alternativa que apresenta somente afirmativa(s) correta(s).
a) I e III.
b) I e II.
c) II e III.
d) II.

orientAção de estUdo

tarefa Mínima tarefa complementar


Leia o resumo da aula. Leia o Texto teórico da aula 23.
Faça os exercícios 1 a 3 do Rumo ao Enem.

AnotAções

134 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 4


AULAs 24 e 25 reLAções entre os seres vivos

As relações ecológicas são relações ou interações entre os seres vivos de uma comunidade.
Tipos de relações entre seres vivos: as relações entre os seres vivos numa comunidade podem ser
Intraespecíficas ou Interespecíficas, Harmônicas ou Desarmônicas.
Relações intraespecíficas: são as que ocorrem entre indivíduos da mesma espécie.
Relações interespecíficas: são as que ocorrem entre indivíduos de espécies diferentes.
Relações harmônicas: são aquelas em que não há prejuízo de nenhum dos participantes e há benefício
para pelo menos um dos participantes.
Relações desarmônicas: são aquelas em que há prejuízo para pelo menos um dos participantes, havendo
ou não benefício do outro participante.

INTERAÇÕES
BIOLÓGICAS
INTRAESPECÍFICAS

Sociedade Colônia Competição

Agrupamento de indivíduos Disputa por parceiros sexuais


da mesma espécie com Seres da mesma
e recursos ambientais como
comportamento cooperativo. espécie com
luminosidade, água,
Ocorre hierarquia e ligação corporal.
alimento e território.
divisão de trabalho.
smuay/shuTTERsTock

LiTTLEsam/shuTTERsTock

kdamian/shuTTERsTock

Rei, rainha, operários e Gaviões utilizam grande


Corais são formados por
soldados de um cupinzeiro parte da energia dos
vários pólipos unidos pelo
apresentam comportamento alimentos para manter
exoesqueleto.
cooperativo. seus territórios.

A sociedade e a colônia podem ser consideradas relações harmônicas e a competição intraespecífica, uma
relação desarmônica. No entanto, essa classificação é mais utilizada para as relações interespecíficas.

DRUMMOND 4 Biologia – Setor 3405 135


INtEraçõEs
Harmônicas
bIológIcas
(positivas)
INtErEspEcífIcas

inquilinismo/
mutualismo Protocooperação comensalismo
Epifitismo

uma espécie é
beneficiada, por exemplo, uma espécie ganha
benefício para as benefício para as ganhando restos abrigo ou suporte
duas espécies. duas espécies. Relação alimentares. sem beneficiar
Relação obrigatória. não obrigatória. a outra espécie não ou prejudicar
é prejudicada a outra espécie.
ou beneficiada.

1/1 1/1 1/0 1/0


aRvind baLamaRan/shuTTERsTock

Radu bERcan/shuTTERsTock

vLadimiR mELnik/shuTTERsTock

TomE213/shuTTERsTock
Animais polinizadores As formigas protegem os Alguns animais se Plantas epífitas são bem
ganham alimento. pulgões contra predadores. alimentam de restos iluminadas nos galhos
As plantas ganham Os pulgões fornecem orgânicos deixados das árvores em que
transporte para o pólen. alimento para as formigas. pelo homem. se apoiam.

Considere que o sinal (1) representa benefício, o sinal (2) significa prejuízo e o 0 (zero) expressa neutralidade.

INtEraçõEs
Desarmônicas
bIológIcas
(negativas)
INtErEspEcífIcas

Predação herbivoria Parasitismo competição

Predador mata e animais se Parasita obtém Espécies disputam


consome a presa. alimentam de alimento do corpo do recursos do ambiente.
vegetais ou algas. hospedeiro vivo.

1/2 1/2 1/2 2/2


juLia PivovaRova/
shuTTERsTock
vLadimiR kogan
michaEL/shuTTERsTock

hung chung chih/


shuTTERsTock

aRTo hakoLa/
shuTTERsTock

Predadores causam Panda-gigante se Cipó-chumbo retira Sobreposição de


morte rápida das presas. alimenta de bambus. nutrientes dos vasos nichos ecológicos gera
condutores das plantas. competição entre espécies.
Considere que o sinal (1) representa benefício, o sinal (2) significa prejuízo e o 0 (zero) expressa neutralidade.

136 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 4


O estudo envolveu seis espécies (A e B; C e D; E e F)
exercícios
criadas em hábitats isolados, conforme ilustrado nos
três gráficos à esquerda, e criadas unidas no mesmo
1 (PUC-SP) São conhecidas várias interações bioló- hábitat, conforme ilustrado nos gráficos à direita.
gicas entre espécies diferentes. Considere os três As interações I, II e III, respectivamente, são clas-
H-14
tipos de relações interespecíficas abaixo: sificadas como
H-28 I. Nas raízes de leguminosas encontram-se nó- a) competição, cooperação e comensalismo.
dulos onde se instalam bactérias fixadoras de b) predatismo, mutualismo e inquilinismo.
nitrogênio do ar. Após transformações bioquí- c) parasitismo, comensalismo e epifitismo.
micas, compostos nitrogenados são utilizados d) amensalismo, mutualismo e cooperação.
pelas plantas para sintetizar proteínas. Por sua e) canibalismo, epifitismo e cooperação.
vez, as bactérias utilizam material orgânico pro-
3 (PUC-RJ) As figuras abaixo mostram o crescimen-
duzido pelas plantas.
to populacional, ao longo do tempo, de duas es-
II. Tênias adultas vivem no intestino de mamíferos, H-14
pécies de Paramecium cultivadas isoladamente e
utilizando alimentos já digeridos por enzimas
H-15 em conjunto. Os resultados desse experimento
dos hospedeiros.
embasaram o que é conhecido como Princípio
III. Num dado ambiente, insetos servem de alimen- H-17
de Gause.
to para anfíbios e esses servem de alimento H-28 100

REPRodução/Puc-Rio 2013
para répteis.

Densidade populacional
H-29 80
As relações descritas em I, II e III são, respectiva-
mente, 60
a) comensalismo, inquilinismo e predação.
b) comensalismo, predação e parasitismo. 40
c) mutualismo, parasitismo e predação. 20
d) mutualismo, inquilinismo e predação.
e) inquilinismo, comensalismo e parasitismo. 0
3 6 9 12 15 18
Tempo (dias)
2 (FGV-SP) Analise os gráficos a seguir, os quais
Paramecium aurelia
ilustram três interações ecológicas entre espécies em cultura isolada
H-14
diferentes.
H-15
100
No No
Densidade populacional

H-17 I
indiv. indiv. 80
H-28
60
A A
B B 40

20
Isoladas Tempo Unidas Tempo
0
3 6 9 12 15 18
Tempo (dias)
o o
N N II
indiv. indiv. Paramecium caudatum
em cultura isolada
C
D
C 100 P. aurelia
Densidade populacional

D
80
Isoladas Tempo Unidas Tempo
60

40
No No III
indiv. indiv. 20
F
P. caudatum
0
E 3 6 9 12 15 18
E Tempo (dias)
F
Paramecium aurelia e Paramecium
caudatum em cultura mista
Isoladas Tempo Unidas Tempo disponível em: <http://nossomeioporinteiro.
wordpress.com/tag/comunidades/>.

DRUMMOND 4 Biologia – Setor 3405 137


Considere o tipo de relação ecológica entre essas
duas espécies e indique a afirmação correta. orientAção de estUdo
a) A espécie P. aurelia é predadora de P. caudatum.
b) P. aurelia exclui P. caudatum por competição tarefa Mínima
intraespecífica.
c) P. aurelia e P. caudatum utilizam recursos dife- AULA 24
rentes.
d) P. aurelia exclui P. caudatum por parasitismo. Leia o resumo das aulas.
e) P. aurelia exclui P. caudatum por competição Faça os exercícios 1 a 4 do caderno de exercícios,
interespecífica. série 20 – biologia b.

4 (Imed-RS) Relacione a Coluna 1 à Coluna 2, asso- AULA 25


ciando as relações ecológicas aos exemplos dados.
H-14 Faça os exercícios 5, 6 e 12 do caderno de
Coluna 1 Coluna 2 exercícios, série 20 – biologia b.
1. Parasitismo. ( ) Lombrigas no in-
2. Herbivoria. testino humano. tarefa complementar
3. Inquilinismo. ( ) Vacas pastando.
4. Comensalismo. ( ) Plantas epífitas so- AULA 24
5. Mutualismo. bre árvores.
Leia o Texto teórico das aulas 24 e 25.
A ordem correta de preenchimento dos parênte- Faça os exercícios 9 e 10 do caderno de
ses, de cima para baixo, é: exercícios, série 20 – biologia b.
a) 1 – 2 – 3.
b) 3 – 2 – 4. AULA 25
c) 5 – 4 – 3.
d) 1 – 2 – 5. Faça os exercícios 11 e 15 do caderno de
exercícios, série 20 – biologia b.
e) 2 – 4 – 5.

5 (Fuvest-SP)
AnotAções
H-14
Número de indivíduos/mL

H-17
2000 A
H-28

1000
espécie I
espécie II

Tempo
Número de indivíduos/mL

2000 B espécie I
espécie II

1000

Tempo

Os gráficos representam o crescimento de duas


espécies de animais nas mesmas condições am-
bientais: em A, vivendo isoladamente, e em B, vi-
vendo juntas.
Com base nesses dados, pode-se dizer que o tipo
de relação ecológica entre essas duas espécies é:
a) competição. d) mutualismo.
b) comensalismo. e) predatismo.
c) parasitismo.

138 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 4


AULA 26 PoLUição i

Poluição é o despejo de substâncias químicas ou de fatores físicos como radiações, vibrações, calor e ruídos,
em quantidade ou intensidade que causam prejuízos aos ecossistemas atingidos.
Existem dois tipos de poluentes: os qualitativos e os quantitativos.
O DDT e o gás freon (clorofluorcarbono ou CFC) são exemplos de poluentes qualitativos que não existiam
na natureza.
Exemplos de poluentes quantitativos são os que já existiam na natureza, mas a atividade humana causou
um aumento prejudicial ao ambiente, como as fezes humanas e o CO2.
Efeito cumulativo (bioacumulação ou magnificação trófica) é o processo no qual um poluente aumenta a
sua concentração ao longo de uma cadeia alimentar.
O DDT, os metais pesados, como o mercúrio, e as substâncias radioativas, como o estrôncio-90, são exem-
plos de poluentes com efeito cumulativo.

100

60
DDT (ppm)

40

20

0
Lama do Pequenos Peixes Gaivotas
fundo insetos (3-6 ppm) (99 ppm)
(0.014 ppm) (0.41 ppm)
A concentração de DDT aumenta exponencialmente ao longo da cadeia alimentar.

DRUMMOND 4 Biologia – Setor 3405 139


Observe, adiante, o gráfico, que mostra a conta-
exercícios minação por mercúrio (Hg) nos tecidos de alguns
organismos dessa teia alimentar, como conse-
1 (UCS-RS) Os alimentos que conhecemos como quência da poluição dos rios da região, principal-
frutos do mar são considerados ingredientes fun- mente por atividade de garimpo.
H-14
damentais na alimentação balanceada, porém
H-15 podem conter substâncias que, em vez da lon-
gevidade prometida, aceleram o fim. Isso ocorre, organismo 1
H-17
pois algumas substâncias ficam concentradas nos
organismos que estão no ápice da cadeia alimen- organismo 2
tar. A figura abaixo representa essa situação, que
pode ser denominada
organismo 3

Homens DDT* = 25 ppm** *DDT: diclorodifeniltricloretano


**ppm: partes por milhão mg hg/organismo
Peixes
DDT = 2 ppm
grandes
A cadeia alimentar que substitui, respectivamen-
Peixes
DDT = 0,5 ppm te, os algarismos 1, 2 e 3 está correta somente na
pequenos
alternativa
Zooplâncton DDT no plâncton = 0,04 ppm
Organismo Organismo Organismo
1 2 3
Fitoplâncton DDT na água = 0,000003 ppm
a) Onça-pintada Jacaré Tuiuiú
b) Lambari Tuiuiú Onça-pintada
a) pirâmide trófica.
b) bioacumulação. c) Piolho Pulga-d’água Fitoplâncton
c) teia alimentar.
d) Jacaré Piranha Lambari
d) pirâmide de energia.
e) transformação bioquímica.

2 (UEMG) O esquema, a seguir, caracteriza uma teia 3 (UFF-RJ) Na antiga União Soviética, no dia 26 de
alimentar simplificada com representantes de es- abril de 1986, aconteceu um grande acidente nu-
H-14 H-14
pécies que existem no Pantanal. Analise-o. clear – a explosão de um dos reatores da Usina
H-29 H-17 de Chernobyl. A população local sofreu os efeitos
danosos da radiação. Além disso, material radioa-
Piolho H-28
tivo foi lançado à atmosfera e levado pelo vento a
vários países vizinhos, afetando a vida de milhares
de pessoas.
onça-pintada jacaré Considere o fato abordado no texto e analise as
proposições:
1. Em casos como esse há a liberação de vários
elementos radioativos, como o césio-137, o es-
Piranha trôncio-90 e o iodo-131.
2. O estrôncio-90 se comporta quimicamente
como o cálcio, seguindo o mesmo ciclo bioló-
gico desse mineral, sendo rapidamente absor-
Tuiuiú Lambari vido pelos vegetais.
3. Os efeitos da radiação aparecem na pele sob a
forma de eritemas, ulcerações e necroses. Além
dos casos de morte e invalidez, ao longo do tem-
po, encontra-se o aumento do número de casos
de câncer e de más-formações congênitas.
Pulga-d’água Com relação a estas proposições pode-se afirmar
que:
a) Apenas 1 e 2 são corretas.
b) Apenas 1 e 3 são corretas.
Fitoplâncton
c) Apenas 2 e 3 são corretas.
d) Apenas 3 é correta.
e) Todas são corretas.

140 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 4


4 (PUC-RJ) O gráfico abaixo mostra a concentração de um poluente persistente (o inseticida DDT) em diferentes
níveis tróficos e na água.
H-14

REPRodução/Puc-Rio 2013
H-17

Disponível em: <http://campus.fct.unl.pt/afr/ipa_9798/grupo000B_ambsaude/controlo/index.htm>.

Com relação ao fenômeno mostrado no gráfico, foram feitas as seguintes afirmativas:


I. A concentração do poluente é maior nos organismos dos últimos níveis tróficos.
II. A concentração do poluente é maior nos consumidores primários.
III. O fenômeno mostrado no gráfico é conhecido como eutrofização.
IV. A concentração do poluente é maior no nível trófico de maior biomassa.
Aponte a opção correta:
a) Todas estão corretas.
b) Apenas a IV está correta.
c) Apenas I e II estão corretas.
d) Todas estão erradas.
e) Apenas a I está correta.

orientAção de estUdo

tarefa Mínima tarefa complementar


Leia o resumo da aula. Leia o Texto teórico da aula 26.
Faça os exercícios 3 e 7 do caderno de exercícios, Faça o exercício 9 do caderno de exercícios, série
série 21 – biologia b. 21 – biologia b.
Faça o exercício 9 do Rumo ao Enem.

AnotAções

DRUMMOND 4 Biologia – Setor 3405 141


AULAs 27 e 28 PoLUição ii

Poluentes e tiPos de Poluição

eutrofização
A eutrofização, como forma de poluição, é o aumento excessivo da disponibilidade de nutrientes minerais
em ambientes aquáticos.
Eutrofização é uma consequência da poluição orgânica das águas: lançamento de esgoto doméstico ou
resíduos orgânicos industriais na água dos rios, lagos, etc.
A morte dos peixes e outros organismos aeróbicos após o lançamento de esgoto em ambientes aquáticos se
deve ao esgotamento do gás oxigênio dissolvido na água.
O mau cheiro, característico de ambientes aquáticos poluídos com matéria orgânica, decorre da decompo-
sição anaeróbica após o esgotamento do oxigênio na água.
Eventos que ocorrem na eutrofização:

Floração das
Eutrofização águas

Esgotos Aumento do
Ação teor de Proliferação do Barragem
Detergentes
bacteriana PO4 e NO3 fitoplâncton da luz
Fertilizantes

Morte de Redução da
Proliferação
Decomposição organismos concentração Morte do
de bactérias
anaeróbica aeróbicos de O2 fitoplâncton
aeróbicas
dissolvido na água
Decomposição
aeróbica

a) Lago normal b) Lago eutrofizado

• Baixo nível de nutrientes • Alto nível de nutrientes


• Boa penetração de luz • Pouca penetração de luz
• Alto nível de oxigênio dissolvido • Pouco oxigênio dissolvido
• Pouco crescimento de algas • Águas turvas
• Alta diversidade de peixes • Alto crescimento de algas
• Baixa diversidade de peixes

Compara•‹o entre um lago normal e um lago eutrofizado.

142 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 4


outros tipos de poluição
Efeito estufa: é o aquecimento do globo provocado pelo aumento da concentração de CO2 (gás carbônico)
da atmosfera.
Buraco na camada de ozônio e os CFCs (clorofluorcarbonos): é a destruição das moléculas de
ozônio (O3) na alta atmosfera, devido à presença de gás freon ou CFCs (clorofluorcarbonos), que resulta na
diminuição da filtração das radiações ultravioleta da luz solar.
Chuva ácida: é a acidificação da chuva pela reação de óxidos de nitrogênio e enxofre, liberados pela queima
de combustíveis fósseis.
Poluição por ozônio: é o aumento da concentração de ozônio na atmosfera próxima à superfície terrestre,
devido à poluição pela liberação de óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos no ambiente.
Poluição por monóxido de carbono: é o aumento da concentração de monóxido de carbono (CO) no
meio ambiente, resultante da queima de combustíveis fósseis. O monóxido de carbono é um gás letal.
Smog fotoquímico: é a presença de poluentes na atmosfera produzidos a partir da transformação de outras
substâncias presentes no smog (do inglês: smoke, fumaça, e fog, neblina) devido à ação da luz solar.
Inversão térmica: é a interposição de uma camada de ar quente entre duas camadas de ar frio na
atmosfera.

exercícios

1 (Vunesp)
H-14 A forma comum e, talvez a mais antiga, de poluir as águas é pelo lançamento de dejetos humanos e de animais
domésticos em rios, lagos e mares. Por serem constituídos de matéria orgânica, esses dejetos aumentam a quantidade
H-17 de nutrientes disponíveis no ambiente aquático, fenômeno denominado eutrofização (do grego eu, bem, bom, e trofos,
nutrição).
AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia das populações, v. 3, 2004. Adaptado.

Nos gráficos, o eixo Y corresponde a um dentre vários fatores que se alteram durante o processo de eutro-
fização, e o eixo X, ao tempo decorrido no processo.
(valores arbitrários)

(valores arbitrários)

(valores arbitrários)
Fator alterado

Fator alterado

Fator alterado

0 I Tempo 0 II Tempo 0 III Tempo

A partir das informações fornecidas, considere um lago que esteja em processo de eutrofização. O teor de
oxigênio na água, a concentração de microrganismos aeróbicos, a mortandade dos peixes e a concentração
de microrganismos anaeróbicos podem ser representados, respectivamente, pelos gráficos:
a) I, III, III e II.
b) III, III, II e I.
c) I, II, III e II.
d) III, I, II e II.
e) II, I, I e III.

2 (Mack-SP) Diariamente, a atmosfera recebe toneladas de gases poluentes tais como o monóxido de carbono
(CO), o dióxido de carbono (CO2), o dióxido de enxofre (SO2), o dióxido de nitrogênio (NO2), o ozônio (O3) e
H-14
hidrocarbonetos.
Com relação a esses poluentes, considere as afirmações a seguir.
I. O CO e o CO2 são responsáveis por doenças respiratórias e seus principais emissores são as indústrias e
as siderúrgicas.

DRUMMOND 4 Biologia – Setor 3405 143


II. O NO2 e o SO2, além de provocarem problemas
respiratórios, são os principais responsáveis orientAção de estUdo
pela ocorrência das chuvas ácidas.
III. O O3 e os hidrocarbonetos não oferecem peri- tarefa Mínima
go à saúde, mas, em taxas mais elevadas, afe-
tam a concentração do gás oxigênio. AULA 27

Então: Leia o resumo das aulas.


a) somente I está correta. Faça os exercícios 2 e 4 do caderno de exercícios,
b) somente II está correta. série 21 – biologia b.
c) somente III está correta.
d) somente I e II estão corretas. AULA 28

e) somente I e III estão corretas. Faça o exercício 1 do caderno de exercícios, série


21 – biologia.
3 (Enem) Algumas estimativas apontam que, nos
H-14
últimos cem anos, a concentração de gás carbô- tarefa complementar
nico na atmosfera aumentou em cerca de 40%,
devido principalmente à utilização de combustí- AULA 27
veis fósseis pela espécie humana. Alguns estudos Leia o item 1.1 do Texto teórico das aulas 27 e 28.
demonstram que essa utilização em larga escala
Faça os exercícios 5 e 6 do caderno de exercícios,
promove o aumento do efeito estufa. série 21 – biologia b.
Outros fatores de origem antrópica que aumen- Faça o exercício 11 do Rumo ao Enem.
tam o efeito estufa são
a) chuva ácida e destruição da camada de ozônio. AULA 28
b) alagamento e inversão térmica. Leia os itens 1.2 a 1.8 do Texto teórico das aulas 27
c) erosão e extinção das espécies. e 28.
d) poluição das águas e do solo. Faça os exercícios 12 a 15 do Rumo ao Enem.
e) queimada e desmatamento.

AnotAções

144 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 4


TEXTO TEóriCO

a soma da natalidade com a imigração é menor


AULAs23
AULA 11 e 02
do que a soma da mortalidade com a emigração:
a densidade está declinando.
1. As PoPulAções
1.3 Crescimento populacional
1.1 Conceitos básicos Uma vez que uma população se instala num de-
Nas aulas iniciais de Ecologia, vimos que popu- terminado espaço geográfico com recursos disponí-
lações são conjuntos de organismos de uma mesma veis, ela deverá crescer. No entanto, o equilíbrio am-
espécie que vivem num mesmo espaço geográfico ao biental desse local depende de que esse crescimento
mesmo tempo. seja harmônico. Do contrário, poderá acarretar não
Sabemos também que as populações não estão so- só a extinção da própria população, como das demais
zinhas nesse espaço geográfico, mas que formam co- componentes da comunidade ou a destruição de fa-
munidades com outras populações desse mesmo local. tores abióticos, resultando em mudanças definitivas
Se quisermos conhecer a dinâmica de uma popula- na paisagem do local.
ção, devemos analisar inicialmente o que ocorre com o Portanto, há um limite para o crescimento popu-
número de componentes dessa população ao longo de um lacional.
determinado período e quais os fatores bióticos e abióticos
que podem causar eventuais variações desse número. 1.4 Potencial biótico e resistência ambiental
Há duas forças opostas atuando no crescimento e
1.2 dinâmica das populações equilíbrio de uma população, o potencial biótico e
A densidade é o parâmetro usado para estudar o a resistência ambiental.
tamanho de uma população. Potencial biótico
Densidade é o número de indivíduos de uma É a capacidade biológica própria de crescimento de
espécie que vivem numa determinada área (espécies uma espécie, ou seja, a capacidade que os indivíduos de
terrestres) ou volume (espécies aquáticas). uma espécie têm de se reproduzir e gerar descendentes
Se mantivermos fixo o espaço de distribuição em quantidade ilimitada.
dos indivíduos, a densidade da população pode variar Para que esse crescimento possa ocorrer de fato,
devido à natalidade, à mortalidade, à imigração e à é necessário que as condições bióticas e abióticas do
emigração. local sejam ideais.
Natalidade é o número de indivíduos da espécie Nesse caso, o crescimento é exponencial.
estudada que nascem nesse local por unidade de tem-
po considerada.
Mortalidade é o número de indivíduos que morrem
nesse período.
Imigração e emigração correspondem aos indiví-
duos que, respectivamente, chegam e saem dessa po-
Número de indivíduos

pulação num certo período.


O aumento da população é determinado pela soma
das taxas de natalidade e imigração, e a diminuição se
deve à mortalidade mais a emigração.
A análise comparativa desses fatores que nos in-
forma a situação da densidade de uma população é:
a soma da natalidade com a imigração é maior do
que a da mortalidade com a emigração: a densi-
dade está aumentando;
a soma da natalidade com a imigração é igual à Tempo
soma da mortalidade com a emigração: a densi-
dade está estabilizada; Potencial bi—tico.

DRUMMOND 4 Biologia – Setor 3405 145


As curvas de crescimento
A curva em “S”
A curva em “S” ou sigmoide é a curva de crescimento padrão teoricamente esperada para o crescimento de uma
população desde a sua instalação num certo local até que essa população alcance um equilíbrio com o ambiente.
Na curva de crescimento padrão há três fases:
Número de
indivíduos
K K – Capacidade limite
(capacidade de suporte)

A
Tempo
A B C
Crescimento lento Crescimento exponencial Estabilização

Curva de crescimento padrão ou curva em “S” com as fases de crescimento de uma população.
Quando indivíduos de uma espécie encontram um ambiente com condições favoráveis, geralmente o número
de indivíduos que chega ao local é pequeno e a disponibilidade de recursos ainda é muito grande.
Fase de crescimento lento: note, porém, que, apesar dessa grande disponibilidade de recursos, inicialmente
o crescimento da população é lento (A), pois no início da colonização o número de indivíduos ainda é pequeno e
está acontecendo um ajuste dos organismos ao meio de vida.
Fase de crescimento rápido: com o aumento do número de indivíduos, o crescimento torna-se exponencial
(B) em função dessa grande disponibilidade de recursos.
Fase de estabilização: finalmente, a taxa de competição pelos recursos naturais aumenta à medida que a
densidade populacional se eleva; o crescimento torna-se gradativamente mais lento até que a população para de
crescer e, a partir daí, se mantém num número constante (C).
O que leva a essa estabilização?
Nenhum ambiente natural suportaria que uma população crescesse de acordo com o seu potencial biótico.
Capacidade limite do ambiente (K): é o número máximo de indivíduos de uma população que o ambien-
te é capaz de suportar. Esse número também é chamado de capacidade suporte, capacidade ou densidade de
saturação para uma dada população.
Fatores limitantes do crescimento de uma população: na natureza, existem fatores que restringem o
crescimento de uma população, tais como a disponibilidade de espaço e alimento, as condições climáticas, pa-
rasitas, predadores, a competição intraespecífica pelos recursos do ambiente, eventualmente a competição com
outras espécies pelo mesmo nicho ecológico e outros.
Resistência ambiental
Resistência ambiental é o conjunto dos fatores bióticos e abióticos do ambiente que se opõem ao crescimento
de uma população.
crescimento populacional

População
Potencial
biótico
Resistência
Carga
ambiental
biótica
máxima
(capacidade Curva de
suporte do crescimento
ambiente ou
capacidade
limite)

Tempo

Crescimento populacional: Potencial biótico 3 Resistência ambiental.

146 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 4


No gráfico, a resistência ambiental é a diferença entre o potencial biótico e a curva de crescimento
padrão. Perceba que a curva em “S” é uma aproximação teórica do crescimento real e que esse crescimento
está sujeito a flutuações em função de variações climáticas, reprodutivas e tantas outras que podem ocorrer.
A manutenção de uma população na fase de estabilidade ou equilíbrio é decisiva para a sua sobrevivência
no ecossistema.
Apesar do inegável prejuízo para o indivíduo, é evidente que a ação de parasitas, predadores, competidores e
outras possíveis relações desarmônicas são necessárias para o equilíbrio e a existência da própria população.
Curva em “J”
O que acontece então se, por algum motivo, uma população tiver acesso, mesmo que temporariamente, a
recursos como alimento e espaço ilimitados e não houver resistência ambiental?
O que se verá é uma curva de crescimento em “J”, ou seja, exponencial.
O excesso de oferta de recursos possibilitou um crescimento explosivo.
Todavia, já sabemos que na natureza os ambientes não suportam esse crescimento, e o que se vê em seguida
a esse crescimento explosivo é uma queda brusca do número de indivíduos, não raramente, levando à extinção
da população.
Isso se dá por causa do esgotamento de recursos que essa superpopulação acaba implicando.
Infelizmente, há muitos exemplos desses na natureza por causa da interferência humana.

Tamanho da população
No de indivíduos

Tempo
Tempo

Depois do crescimento exponencial, a extinção.

Densidade populacional

Número crítico

Aumento da
resistência
ambiental

Potencial biótico Resistência ambiental

Taxa de reprodução Falta de alimentos ou nutrientes


Capacidade de migração ou dispersão Falta de água
Capacidade de invasão de novos hábitats Falta de hábitat adequado
Mecanismos de defesa Condições climáticas adversas
Capacidade de lidar com condições adversas Predadores
Doenças
Parasitas
Competidores
A sobrevivência da população depende do equilíbrio entre o potencial biótico e a resistência ambiental.

DRUMMOND 4 Biologia – Setor 3405 147


Operárias “jardineiras” cuidam dessa “horta” onde o fungo
AULAs 24 e 25
é cultivado, impedindo que outros fungos indesejáveis pro-
liferem no local. Há as que zelam pelas larvas que crescem
1. RelAções entRe os seRes vivos no “berçário”, soldados que tomam conta da segurança do
formigueiro e, é claro, a rainha, cuja função é reproduzir.
As relações entre seres vivos numa comunidade
Além disso, ela produz feromônios que podem regu-
podem ser intraespecíficas ou interespecíficas.
lar a diferenciação das castas, como aquele que mantém
Dos muitos tipos de interações entre organismos que
as demais formigas fêmeas estéreis. Isso contribui para
vivem no mesmo local, as mais frequentes são as seguintes:
que não surja outra rainha e haja desorganização social.
Sem falar dos machos alados, cuja única função
1.1 intraespecíficas é copular com a rainha – depois, geralmente morrem,
São relações dentro das populações, ou seja, entre pois são impedidos de voltar ao formigueiro e não sa-
indivíduos da mesma espécie. bem como sobreviver sozinhos.
Cada uma dessas especialistas não é capaz de fazer
Competição intraespecífica outros tipos de trabalho, dos quais elas também dependem.
A competição é a relação presente no dia a dia dos É evidente que a divisão de trabalho aumenta a
indivíduos na natureza, a maioria delas involuntária. eficiência e a capacidade de sobrevivência neste caso.
Qualquer ser vivo, na natureza, está competindo O preço é a dependência total do grupo.
a maior parte do tempo, mesmo que não haja relacio- No que difere a sociedade de uma colônia?
namento direto com os seus competidores. Como vimos, na sociedade os indivíduos não estão
Seja esse ser vivo um protozoário, uma bactéria, ligados fisicamente e anatomicamente uns aos outros.
um fungo, um vegetal ou animal, ele explora o mesmo
nicho ecológico que os outros da sua espécie, pois, Colônia
muitas vezes, o número de indivíduos que nascem As colônias são associações intraespecíficas nas quais
numa população é maior do que os recursos disponí- os indivíduos estão ligados fisicamente uns aos outros.
veis no ambiente são capazes de suportar. As colônias geralmente se formam a partir de orga-
Portanto, indivíduos da mesma população compe- nismos que se reproduzem assexuadamente, originando
tem. Por exemplo, peixes da mesma espécie competem novos indivíduos de partes do seu corpo, como acontece
pelo oxigênio dissolvido na água; plantas, pela luminosi- no brotamento, por exemplo.
dade, pela água e pelos nutrientes minerais; animais, pelo É comum que o broto não se separe do seu genitor
e mais tarde venha ele próprio a formar novos bro-
alimento ou pela possibilidade de procriar; protozoários
tos, assim mantendo vários indivíduos geneticamente
parasitas, pelos recursos do hospedeiro; bactérias, pela
iguais ligados fisicamente entre si.
matéria orgânica morta que elas decompõem.
Nas colônias pode ou não haver divisão de traba-
Os organismos competem quando fogem de um pre-
lho entre os participantes do grupo, e isso não está
dador ou se são mais ou menos resistentes aos parasitas.
relacionado com a definição de colônia ou sociedade.
Nota-se que a modalidade de competição intraes-
O critério é se há ou não ligação física entre os
pecífica não é só a que envolve de fato a luta corporal.
elementos do grupo.
A principal competição intraespecífica é essa com-
São exemplos de colônias as esponjas, os recifes de
petição diuturna pelos recursos do ambiente, que sele-
corais, a caravela-portuguesa (constituída de uma colônia
ciona os mais aptos e elimina os menos aptos, seja ela flutuante de cnidários entre os quais há divisão de traba-
consciente ou inconsciente. lho), as leveduras, várias espécies de algas, bactérias, etc.
sociedade A divisão dessas relações intraespecíficas em har-
mônicas e desarmônicas não está errada, embora não
Sociedade é um conjunto de indivíduos de mesma seja muito frequente.
espécie que são incapazes de sobreviver isolados, mas A competição intraespecífica é uma relação desar-
que não estão ligados física ou anatomicamente. mônica porque há prejuízo de participantes.
É o caso das formigas, dos cupins, das abelhas e Já a sociedade e a colônia são harmônicas, pois
de outros insetos sociais. não há prejuízo para nenhum dos seus componentes,
O que os impede de viver isolados são as relações havendo geralmente benefícios.
hierárquicas que há nessas populações, nas quais a Essa divisão ou classificação é muito utilizada para
divisão de trabalho é tão bem estabelecida que a sobre- as relações interespecíficas.
vivência de um depende do trabalho de todos.
Por exemplo, nos formigueiros de saúvas, operárias 1.2 interespecíficas
“cortadeiras” trazem principalmente pedaços de folhas que São relações entre indivíduos de espécies diferen-
elas cortam para nutrir o fungo do qual se alimentam. tes numa comunidade.

148 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 4


Harmônicas ou positivas (do grego: mikós ou myces, fungo, e riza, raiz), que ob-
São relações interespecíficas sem prejuízo dos par- têm alimento orgânico desses vegetais.
ticipantes. Ou, de outra maneira, há apenas benefício Esses fungos vivem onde as raízes absorvem água
para dois ou pelo menos um dos participantes. e sais minerais.
O corpo dos fungos pluricelulares, como é o caso
Mutualismo destes que se associam às raízes, é organizado em fi-
É uma relação interespecífica harmônica em que lamentos chamados hifas que aumentam a superfície
ambos os participantes são beneficiados, sendo obriga- de absorção da raiz e a capacidade de captação de nu-
tória para pelo menos um deles. Ou seja, uma das es- trientes minerais.
pécies da relação, ou ambas, não sobrevive sem a outra. Todas as tentativas de cultivar esses fungos em
Os principais exemplos de mutualismos são: laboratório foram frustradas, mesmo em meios ricos
em nutrientes orgânicos.
Ruminantes e microbiota bacteriana gástrica Embora ambos sejam beneficiados, pelo menos
Microbiota é um agrupamento de indivíduos mi- para o fungo, a relação é obrigatória.
croscópicos de mesma espécie ou de espécies dife-
rentes que vivem no mesmo lugar (pode ser uma po- liquens
pulação ou, mais frequentemente, uma comunidade). São associações entre fungos e algas ou cianobacté-
Gástrica porque essa microbiota vive no estômago rias. As algas ou as cianobactérias garantem a nutrição
complexo desses animais, mais exatamente num com- do fungo com parte da matéria orgânica que produzem
partimento chamado rúmen ou pança. pela fotossíntese. O fungo provê à alga ou à cianobacté-
Os ruminantes (vacas, cabras, carneiros, etc.) deglu- ria nutrientes minerais importantes. Nos locais em que
tem o alimento (de origem vegetal e rico em celulose) qua- os liquens são normalmente encontrados, nenhum dos
se sem mastigá-lo. O alimento vai direto para o rúmen. participantes da relação sobreviveria sozinho.
Lá, a microbiota libera enzimas capazes de digerir celu-
lose, compartilhando os produtos dessa digestão com o Cooperação ou Protocooperação
animal e removendo o empecilho para que esses animais Relação de benefício mútuo sem obrigatoriedade.
tenham acesso aos outros nutrientes existentes nesse ali-
mento. Depois disso, esse mesmo alimento é regurgitado o paguro e a anêmona ou actínea
em pequenas porções para ser mastigado, novamente de- O paguro bernardo (eremita ou simplesmente “er-
glutido, mas agora encaminhado para a continuidade do mitão”) e a sua relação com a anêmona é o exemplo
processo digestivo em outros compartimentos. clássico e mais conhecido de cooperação.
Em contrapartida, além de compartilhar os pro- O paguro é um caranguejo cujo abdome não tem
dutos da digestão da celulose, as bactérias dessa mi- a proteção rígida e resistente que os crustáceos nor-
crobiota obtêm amônia a partir do animal e com esse malmente têm, o que o torna uma presa em potencial.
composto são capazes de produzir aminoácidos, vitais Para se proteger, esse animal faz duas coisas: entra
para a construção das suas proteínas. nas conchas vazias de caramujos e coloca sobre o dorso
Fica claro que há benefício mútuo nessa relação. uma ou mais anêmonas, um cnidário fixo dotado de
Fica evidente também que, sem essas bactérias, os ru- tentáculos urticantes.
minantes não conseguiriam digerir o alimento e mor- No dorso da concha do paguro, a anêmona ganha
reriam de inanição. A relação é, portanto, obrigatória. locomoção e pode explorar novos ambientes. O paguro
Cupins (térmitas) e protozoários que digerem tem os tentáculos urticantes da anêmona que afastam
eventuais predadores.
madeira
Há benefício mútuo, mas nenhum deles é incapaz
Os cupins têm na madeira sua dieta básica. Protozoá- de sobreviver sem a relação. Não há obrigatoriedade.
rios que vivem no intestino desses insetos digerem não só
a celulose, mas outros componentes da madeira para os Comensalismo
quais os cupins não produzem enzimas digestivas. É uma relação entre indivíduos de espécies dife-
Os cupins garantem abrigo e alimento para essa rentes na qual um deles é beneficiado e, para o outro,
microbiota, mas sem ela não conseguiria digerir o ali- a relação é indiferente.
mento. Este é outro exemplo de relação que, sem o
microrganismo, o animal morre de inanição. o tubarão e a rêmora
É comum encontrar sob o tubarão um peixe cha-
Micorriza mado rêmora, que possui uma ventosa, ou apreensório,
A maioria das plantas terrestres tem certas espé- na parte de cima da cabeça, com a qual se prende ao
cies de fungos em suas raízes, chamados de micorriza ventre do tubarão.

DRUMMOND 4 Biologia – Setor 3405 149


O peixe-piloto também costuma acompanhar o Herbivorismo ou herbivoria
tubarão, embora não esteja preso a ele. É a relação na qual o animal herbívoro se alimenta
Como é próprio dos predadores vorazes, o tubarão de partes de uma planta viva.
abocanha suas presas e pedaços delas se espalham ao Não há unanimidade. Alguns não consideram os
seu redor. herbívoros que se alimentam de partes de vegetais (fo-
A rêmora e o peixe-piloto se beneficiam dessas lhas, frutos, por exemplo) como predadores.
“sobras” porque se alimentam delas. Isso não traz nem O argumento é que a “planta alimento” permanece viva.
prejuízo nem benefício ao tubarão, é indiferente.
Competição interespecífica
inquilinismo As duas espécies participantes são prejudicadas.
O inquilinismo pode ser considerado um tipo de Há um prejuízo mútuo.
comensalismo no qual o benefício não é alimentar, Ocorre toda vez que espécies diferentes que com-
mas de moradia. partilham o mesmo nicho ecológico ou parte dele vi-
Indivíduos de uma espécie vivem sobre ou den- vem no mesmo local.
tro de indivíduos de outra espécie, sem, no entanto, Sempre haverá competição entre elas pelo nicho
prejudicá-lo. ecológico. Essa competição levará uma delas à extinção
nesse hábitat.
As epífitas Enquanto durar o convívio, a população da espé-
As epífitas (do grego: epi, sobre, acima, e fito, cie que sobreviverá não crescerá o quanto poderia na
planta, vegetal), como as orquídeas e as bromélias, são ausência da competição. Isso configura um prejuízo
plantas que vivem sobre os galhos de plantas maiores, para ela também.
geralmente árvores. Qualquer caso de espécies diferentes que compar-
Na natureza, onde vivem essas plantas, isso é fun- tilhem o mesmo nicho ecológico e o mesmo hábitat é
damental para que elas tenham acesso à luz. um exemplo dessa relação.
A árvore é apenas o apoio. Para a árvore é indiferen- O Paramecium caudatum e o Paramecium aurelia
te, não há parasitismo, mas também não existe benefício. são duas espécies de protozoários que têm o mesmo
nicho ecológico.
1.3 Relações desarmônicas, negativas ou Observe o crescimento populacional das duas es-
antagônicas pécies quando cultivadas em meios de cultura diferen-
tes e no mesmo meio de cultura.
São as relações entre indivíduos de espécies dife-
rentes nas quais pelo menos um deles sofre prejuízo.
O predatismo, o parasitismo e a competição inte-
Densidade populacional

respecífica são as principais relações interespecíficas Paramecium aurelia


desarmônicas.

Predatismo e parasitismo Paramecium caudatum


No predatismo e no parasitismo há um óbvio be-
nefício para uma das espécies (predador e parasita)
e um prejuízo, não menos evidente, da presa e do Tempo
hospedeiro. Espécies A e B
A diferença é que o predador mata a presa para se em ambientes separados.
alimentar dela. O parasita explora o hospedeiro vivo e,
Densidade populacional

quanto mais tempo o hospedeiro sobreviver, será melhor.


No endoparasitismo, o parasita encontra-se abriga- Paramecium aurelia
do dentro do hospedeiro. Vimos vários exemplos no de-
correr do curso: o tripanossomo da doença de Chagas,
as tênias das teníases e da cisticercose, as bactérias da
sífilis e da leptospirose, os vírus da aids, da gripe, da Paramecium caudatum
dengue e tantos outros.
O ectoparasitismo, em geral, é temporário. O para- Tempo
sita tem um relacionamento rápido com os hospedeiros Espécies A e B
no mesmo ambiente.
e costuma mudar de um para outro. São os insetos
hematófagos, como mosquitos, barbeiros, carrapatos, Espécies competidoras prejudicam-se mutuamente, consumindo
além de muitos outros exemplos bem conhecidos. recursos do ecossistema que são importantes para ambas.

150 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 4


1.4 outras relações entre seres vivos Portanto, poluente é aquele componente introdu-
zido num ecossistema que não está adaptado a ele ou
Amensalismo ou antibiose
que não o tolera nas quantidades ou intensidades em
Relação interespecífica na qual uma espécie im- que é inserido.
pede o crescimento da população de outra espécie, por
meio da liberação de substâncias no ambiente que são 1.2 tipos de poluentes
tóxicas para esta.
Há dois tipos de poluentes: os qualitativos e os
Um exemplo é o Penicillium, o fungo que produz
quantitativos.
a penicilina, um composto tóxico para algumas bacté-
Poluentes qualitativos: são aqueles que não
rias, que não conseguem sobreviver nos mesmos meios
existiam na natureza e foram introduzidos pelo ho-
que o fungo.
mem. É o caso do DDT, do gás freon (clorofluorcar-
Alguns consideram que há prejuízo da espécie que
bono), do estrôncio-90, etc.
não consegue se instalar no local e benefício para a Poluentes quantitativos: são aqueles cujos com-
que produz a substância tóxica, uma vez que não terá ponentes já existiam na natureza e seu teor aumentou
a competição da outra. Neste caso, a relação é simbo- devido às atividades humanas, por exemplo, as fezes
lizada por (2/1). humanas e o CO2.
Outros consideram prejuízo para a espécie que não Vários dos temas relacionados à poluição são
sobrevive, mas acham que para a outra espécie a rela- estudados também na Química, na Geografia e em
ção é indiferente e aí simbolizam a relação como (2/0). outras disciplinas. Aqui, vamos abordar o problema
sob a perspectiva biológica, citando apenas aspectos
neutralismo
químicos ou geográficos quando for necessário, sem
É comum, na natureza, que haja convivência pací- nos aprofundarmos neles.
fica entre várias espécies que vivem num mesmo local,
sem haver interferência positiva (benefício) ou negativa 1.3 efeito cumulativo
(prejuízo). Esta relação é simbolizada por (0/0).
Efeito cumulativo, acumulativo, magnifica-
Canibalismo ção trófica ou bioacumulação: algumas substâncias
liberadas no ambiente, como o mercúrio, o chumbo,
É uma relação intraespecífica na qual indivíduos
alguns inseticidas e o estrôncio-90, podem ser incorpo-
são utilizados como alimento por organismos da mes- radas por organismos que não conseguem metabolizá-
ma espécie. -las e, por isso, a maior parte delas permanece no corpo
Não é uma relação comum na natureza. Os casos desses seres vivos.
mais conhecidos são das fêmeas que se alimentam dos Isso provoca um aumento na concentração desses
machos, geralmente menores do que elas, após a cópu- poluentes na cadeia alimentar.
la. Acontece com algumas espécies de aranhas e com Cada consumidor que se alimenta de organismos
o louva-a-deus. de um nível trófico abaixo incorpora todo o poluente
Há um componente nutricional envolvido. O ma- que havia nos tecidos desse organismo. Como a bio-
cho representa uma fonte importante, principalmente massa é decrescente, a quantidade de poluente trans-
de proteínas, na dieta da fêmea, que suplementa as ne- ferida para o nível trófico acima vai ficar confinada
cessidades nutricionais na época da produção dos ovos. numa biomassa menor.
Portanto, nesses casos, ocorre um aumento da
concentração do poluente ao longo da cadeia
AULA 26 alimentar e, quanto maior a concentração do poluen-
te, maior o seu efeito tóxico para um organismo.
Um exemplo nos ajudará a entender melhor esse
1. Poluição i
problema.
1.1 Conceitos básicos O DDT e demais inseticidas organoclorados
Poluição: é uma palavra que deriva do verbo po- e seu efeito cumulativo
lure em latim, que significa sujar. O DDT (dicloro-difenil-tricloroetano) é na ver-
No entanto, dizer que poluir é apenas sujar é um dade um biocida. Ou seja, é letal a qualquer forma
tanto incompleto. de vida, dependendo apenas da sua concentração no
Poluir: é introduzir substâncias ou fatores físicos organismo.
como radiações, ruído, vibrações e calor no meio am- O DDT se espalhou por todos os ambientes devido
biente em quantidade ou intensidade que normalmen- ao seu uso desenfreado, principalmente no combate às
te não estão nesse ambiente. pragas agrícolas nas últimas décadas.

DRUMMOND 4 Biologia – Setor 3405 151


Concentração de Ampliação da taxa
DDT (ppm) de concentração
do DDT (aproximada) Águia

20.00 Aves que se


107
alimentam de Águia
peixes marinha

2.0 106 Peixes


pequenos

0.20 105 Zooplâncton Protozoários, etc.

0.04 104 Fitoplâncton Algas

0.000003 1
Água

Efeito cumulativo do DDT numa cadeia alimentar. Note como a concentração de DDT na biomassa de cada nível trófico aumenta
exponencialmente numa enorme proporção: 1 : 104 : 105 : 106 : 107.

Mesmo absorvida em pequenas quantidades, essa pescadores na baía de Minamata, no Japão. Os animais
substância se concentra cada vez mais no corpo dos or- começaram a ter perda de controle sobre os movimen-
ganismos, pois os seres vivos só são capazes de eliminá- tos, seguida de convulsões, coma e morte.
-la em pequenas quantidades. Anos depois, as pessoas começaram a apresentar
É fácil perceber que os componentes de um nível sinais e sintomas neurológicos semelhantes, com di-
trófico vão se alimentar de dezenas, centenas ou mais ficuldades para falar, ouvir e comer. Várias pessoas
indivíduos do nível trófico anterior durante a sua vida. morreram e, ainda, mais de cem pessoas sobreviveram
Quanto mais isso ocorrer e, portanto, quanto mais ve- com paralisias e outras sequelas neurológicas.
lho esse componente for, maior será a concentração de A estranha doença foi causada pela intoxicação por
DDT em seus tecidos. mercúrio, cuja ação no organismo compromete princi-
Nos seres humanos, a absorção de DDT nos ní- palmente o sistema nervoso.
veis em que ocorreu desde o início da sua utilização A causa do problema foi uma indústria que ha-
nos anos 1940 pode causar câncer de fígado, cirrose e via na região, que despejou enormes quantidades
outros problemas. Em outras espécies, como no caso de mercúrio num rio cujas águas desembocam na
das aves marinhas do exemplo ilustrado, pode atingir baía de Minamata. O mercúrio foi se acumulando
concentrações letais. ao longo das teias alimentares, até que atingiu uma
A figura acima mostra que a concentração nos pri- concentração suficiente para causar transtornos
meiros níveis tróficos é relativamente pequena, mas neurológicos nos níveis tróficos cuja base alimentar
cresce exponencialmente nos últimos elos da cadeia era o pescado.
alimentar. Amazônia: mais recentemente, foram constata-
das concentrações elevadas de mercúrio em popula-
outro exemplo de efeito cumulativo: mercúrio ções ribeirinhas na Amazônia. O mercúrio utilizado
O mercúrio e outros metais pesados, uma vez ab- para separar o ouro do cascalho por garimpeiros na
sorvidos, também não são eliminados. região contaminou as águas dos rios e se acumulou na
Minamata: em 1953, uma doença muito estra- carne dos peixes, principal alimento das pessoas que
nha começou a surgir nos gatos de um vilarejo de vivem na região.

152 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 4


1.4 A contaminação do ambiente pelos As plantas da margem invadem mais espaço do
materiais radioativos e o efeito cumulativo lago e aumentam em quantidade.
A radiação é um fator mutagênico. A exposição dos Com a luminosidade intensa, aumenta excessiva-
seres vivos à radiação, portanto, têm efeitos imprevi- mente a quantidade das algas do fitoplâncton, elevando
síveis, uma vez que é muito difícil saber qual indiví- a produtividade.
duo de qual espécie e qual gene sofrerá uma mutação. Com isso, naturalmente há acúmulo de matéria or-
Como as mutações são aleatórias, não dá para prever gânica no fundo, acentuado pela morte maciça das algas.
Isso causa diminuição da disponibilidade de oxi-
como será esse gene mutante, bem como o que ele
gênio, devido ao aumento de consumo pelas bacté-
expressará.
rias decompositoras aeróbicas, cujo número aumenta
Todavia, sabemos que nos seres humanos e em ou-
na proporção do aumento exagerado de matéria or-
tros animais as radiações causam mutações cancerígenas.
gânica morta.
As substâncias radioativas se acumulam nos or-
O que pode ocorrer na sequência é a extinção com-
ganismos e nas cadeias alimentares. Suas principais
pleta da comunidade aquática e, com a continuidade
vítimas são os últimos elos dessas cadeias. do assoreamento por sedimentos, partículas sólidas ou
Estrôncio-90 (Sr90): o isótopo 90 do elemento outros detritos, essa comunidade é substituída por uma
estrôncio é um resíduo radioativo da explosão de armas comunidade terrestre. Ou, enquanto houver água e al-
nucleares e da atividade das usinas nucleares. guma quantidade de oxigênio, permanece uma comu-
Em particular, o estrôncio-90 percorre os mesmos nidade aquática capaz de sobreviver nessas condições.
caminhos do cálcio nos organismos, mas não pode ser Eutrofização devido à poluição orgânica das
eliminado e se acumula onde normalmente se acumula águas: é a eutrofização decorrente do lançamento de
o cálcio. Mesmo em pequenas quantidades, plantas esgoto doméstico, resíduos orgânicos industriais, resí-
como os pés de capim absorvem e acumulam estrôn- duos de usinas de álcool, submersão de comunidades
cio-90. As toneladas de capim que as vacas ingerem é terrestres que morrem em decorrência disso, etc.
o suficiente para imaginar a quantidade desse isótopo Esse tipo de eutrofização se dá por meio da seguin-
que elas também absorverão. Um dos produtos obtidos te sequência de eventos:
da vaca com maior quantidade de cálcio, e, neste caso, Despejo de esgoto ou outros materiais orgânicos
de estrôncio-90, é o leite. Usado na dieta de crianças, na água.
esses elementos se fixarão nos ossos, que terão uma
Decomposição desse material orgânico por mi-
dose de radioatividade crescente ao longo da infância
crorganismos aeróbicos.
dessas crianças.
Tudo isso, em resumo, significa que a medula ós- Aumento da oferta de nutrientes minerais (nitra-
sea, onde permanentemente as células estão em divi- tos e fosfatos, principalmente).
são para formar os elementos do sangue, permanecerá Proliferação excessiva de algas no plâncton, de-
num ambiente radioativo que é extremamente propício vido ao aumento extraordinário da oferta de nu-
ao aparecimento da leucemia, um tipo de câncer no trientes minerais.
tecido sanguíneo originado na medula óssea. Morte das algas devido à superpopulação.
A decomposição aeróbica maciça dessas algas
mortas diminui muito o consumo de oxigênio
AULAs 27 e 28 dissolvido na água e a disponibilidade desse gás
para os peixes e outros organismos aeróbicos da
comunidade natural desse ambiente.
1. Poluição ii Mortandade dos peixes e outros organismos
aeróbicos.
1.1 eutrofização
Aumenta ainda mais a quantidade de matéria
Eutrofização: é um processo no qual os nutrien-
orgânica morta, a decomposição e o consumo
tes minerais disponíveis num ecossistema aquático au-
de oxigênio.
mentam. Pode ser natural ou consequência da poluição
orgânica das águas. A turvação na superfície da água diminui a taxa
Eutrofização natural: é um processo em que de fotossíntese e, com isso, a produção e o teor
comunidades se sucedem na água doce. de oxigênio.
Com o tempo, um lago, por exemplo, pode “enve- Morte de todos os organismos aeróbicos, inclu-
lhecer”. Os componentes minerais da superfície afun- sive bactérias decompositoras, devido ao esgota-
dam e o lago fica mais raso. mento do oxigênio na água.

DRUMMOND 4 Biologia – Setor 3405 153


Proliferação de bactérias decompositoras anaeró- 1.3 Poluição por ozônio
bicas com liberação de substâncias malcheirosas É o aumento da concentração de ozônio na at-
como os sulfetos (cheiro de “ovo podre”), gás me- mosfera próxima à superfície terrestre, devido prin-
tano, mercaptanas, etc. cipalmente à poluição pelos veículos automotores e
A chegada de compostos minerais em grande pelas indústrias que liberam óxidos de nitrogênio e
quantidade, como os adubos utilizados na agricultura, hidrocarbonetos no ambiente.
aos rios, lagos, lagoas, represas, açudes e outras cole- Sob a ação da luz solar, essas substâncias reagem por
ções de água doce, também pode desencadear esse exemplo com o oxigênio (O2) e produzem ozônio (O3).
fenômeno. Na alta atmosfera, o ozônio representa uma proteção
para a vida na Terra. Na baixa atmosfera, por ser um forte
1.2 Buraco na camada de ozônio e os CFC’s oxidante, esse gás inalado continuamente é um irritante
(clorofluorcarbonos) das mucosas, principalmente dos olhos (a irritação das mu-
Os “buracos” de ozônio, como o que vem aumen- cosas dos olhos causa vermelhidão, coceira, ardência e ou-
tando acima do Polo Sul durante o inverno nos últimos tros incômodos), respiratórias (causando tosse crônica, ar-
anos, se devem à destruição das moléculas de ozônio dência e dor de garganta, falta de ar, ataques de bronquite,
(O3) na alta atmosfera. asma e até lesões irreversíveis das vias respiratórias, como
Acredita-se que isso se deva aos clorofluorcarbo- a fibrose cística com perda da elasticidade dos pulmões).
nos (gás freon ou “gás de geladeira”), como aqueles Nos vegetais, ataca e prejudica as folhas.
usados em aparelhos de refrigeração, em aerossóis
(sprays) e como matérias-primas para a produção de 1.4 Chuva ácida
isopor, que são liberados no ambiente e se decompõem
na alta atmosfera. É a acidificação da chuva pela reação de óxidos de
A decomposição desses gases nessa região da at- nitrogênio e enxofre, liberados pela queima de combus-
mosfera devido à ação da luz solar libera átomos de clo- tíveis fósseis, principalmente pelos veículos automoto-
ro que reagem com o ozônio, destruindo essa molécula. res, mas, também pelas indústrias.
O ozônio, nessa camada da atmosfera, é um filtro A chuva é naturalmente ácida devido à reação do
para as radiações ultravioleta da luz solar. gás carbônico com a água da atmosfera, formando áci-
A rarefação, ou ausência da camada de ozônio na do carbônico.
atmosfera, permite a chegada dessas radiações em Os óxidos de nitrogênio e enxofre também reagem
maior intensidade à superfície do planeta. com a água, formando ácido nítrico e ácido sulfúrico,
Os raios ultravioleta causam “lesões” no DNA que aumentando muito a acidez da chuva.
resultam em mutações nos seres vivos. Nos seres hu- As chuvas ácidas danificam as raízes dos vegetais,
manos, estão relacionados ao aumento da incidência retiram nutrientes minerais do solo e alteram o cres-
do câncer de pele. cimento das plantas.

50 km

Alta
atmosfera
io 15 km
zôn
eo
dad Baixa
ma
Ca atmosfera

Raios
ultravioleta

A camada de ozônio
Globo terrestre é um filtro para as
radiações ultravioleta
na atmosfera.

154 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 4


Reações químicas na atmosfera

Óxidos de enxofre e nitrogênio, H2SO4 e HNO3


provenientes de fábricas e “caem” como
escapamentos de veículos, chuva ácida.
“entram” na atmosfera.

Gases e ácidos Gases e


deterioram os edifícios. ácidos
daniçcam
árvores.

Lagos são Plantas


Ácidos presentes envenenados, absorvem
no ar e na chuva ácida O solo se matando plantas substâncias
prejudicam as pessoas. torna ácido. e animais aquáticos. venenosas.

Chuva ‡cida e os seus efeitos.

A acidificação dos ambientes de água doce (rios, 1.6 efeito estufa


lagos, etc.) leva à morte do plâncton e, consequente- É o aumento da temperatura global provocado pela
mente, de toda a vida nesses ambientes. elevação da concentração de gás carbônico (CO2) e a
Tornam-se lagos e rios “mortos”. consequente retenção de calor produzido pela luz solar
Nos seres humanos, a chuva ácida é irritante das que atinge a superfície do planeta.
mucosas, principalmente das respiratórias. A luz solar que penetra na atmosfera é absorvida
pelos corpos vivos e não vivos na superfície do planeta
1.5 Poluição por monóxido de carbono e se transforma em raios infravermelhos, ou seja, calor.
É o aumento da concentração de monóxido de car- Parte desse calor dispersa para o espaço exterior e
bono (CO) no meio ambiente. parte dele é bloqueada pela atmosfera, permanecendo
De 60% a 90% das emissões de CO vêm de fontes na superfície.
naturais. É como numa estufa, onde o vidro permite a pas-
sagem da luz, mas impede a passagem do calor, provo-
Em áreas urbanas, há aumento da concentração
cando o aumento da temperatura interna.
desse gás no ambiente devido à queima incomple-
A atmosfera teria o papel do vidro, “deixando” pas-
ta de combustíveis, principalmente pelos veículos
sar a luz e bloqueando a “saída” do calor.
automotores.
Vimos que a retenção de calor pela atmosfera se
O monóxido de carbono tem grande afinidade com deve principalmente ao gás carbônico.
a hemoglobina, e a sua inalação crônica afeta os sis- Desde a revolução industrial, com a crescente uti-
temas cardiovascular (aumenta a incidência de trom- lização de combustíveis, o teor de gás carbônico vem
boses, derrames e infartos, por exemplo), respiratório aumentando exponencialmente devido à atividade in-
(falta de ar) e nervoso (tonturas e perda de coordenação dustrial e principalmente com o aumento da frota de
motora). veículos automotores.
É um gás inodoro, incolor e a intoxicação aguda Por outro lado, o desmatamento e a destruição do
por monóxido de carbono é letal. A morte ocorre fitoplâncton vêm diminuindo muito a captação do CO2
por asfixia. da atmosfera para a fotossíntese.

DRUMMOND 4 Biologia – Setor 3405 155


400 ppm
400 0,40
120 Anos 0,35 °C
Efeito estufa adicional
+0,63 °C 0,30
380

Fonte: adaptado de nasa/giss (2011) e iPcc (2007). Elaborado por LEaL, F. T.


ppm CO2 0,20
¡C
360 0,10

0,00
340
20,10

320 20,20

20,28°C 20,30
300
2a Rev. Industrial 20,40

290 ppm
280 20,50
1870 1880 1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000

Concentração de CO2 na atmosfera e temperatura global nos últimos 120 anos.

Como consequência, a retenção de calor e a tem- presentes no smog (do inglês: smoke, fumaça, e fog,
peratura global aumentam na mesma proporção que a neblina) devido à ação da luz solar.
concentração de CO2 aumenta na atmosfera. Smog é a densa névoa cinzenta de poluição mis-
Não se sabe ao certo as consequências do aqueci- turada com vapor de água, comum na atmosfera sobre
mento global no futuro. Algumas já são observadas e as grandes cidades, que é formada por gases liberados
noticiadas diariamente pelos veículos de comunicação: pelas indústrias e pelos veículos automotores, mistu-
derretimento das geleiras, mudanças nas estações do rados com os vapores de água da atmosfera.
ano ao redor da Terra e tantas outras que certamente A energia fornecida pela luz solar para substâncias
vêm afetando os seres vivos de várias maneiras. orgânicas voláteis e gases como o dióxido de nitrogênio
(NO2), que fazem parte do smog, promovem a conver-
Luis iRia/nova EscoLa

são desses compostos em outras substâncias como o


O3, cujos efeitos vimos anteriormente.
Além desse gás, há formação também de derivados
dos óxidos de enxofre, monóxido de carbono, outros
óxidos de nitrogênio, altamente tóxicos.
LodimuP/shuTTERsTock

Efeito estufa.

1.7 Smog fotoquímico


É a presença de certos poluentes na atmosfera
produzidos pela transformação de outras substâncias Smog sobre uma cidade.

156 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 4


1.8 inversão térmica
É a interposição de uma camada de ar quente entre camadas de ar frio na atmosfera.
A inversão térmica não é um tipo de poluição, é um fenômeno climático.
Normalmente as camadas de ar mais próximas ao solo são mais quentes que as camadas acima.
O ar quente, sendo menos denso, tende a subir carregando as partículas de poluição. Esses poluentes podem
dispersar para o espaço exterior ou, em altitudes mais baixas, serem levados pelos ventos para longe das grandes
cidades.
É a dispersão vertical dos poluentes.
Em certos dias do ano, mais frequentemente no inverno, pode ocorrer um rápido resfriamento do ar próximo
à superfície em função de uma queda abrupta da temperatura.
Esse ar frio, mais denso, fica retido na superfície, pois o ar acima está mais aquecido.
Não havendo dispersão vertical, os poluentes começam a se acumular nessa camada e aumentar a sua concen-
tração rapidamente, causando os sintomas característicos dessa condição: ardor nos olhos e na garganta, problemas
respiratórios como ataques de bronquite e asma, tosse e um desconforto generalizado.

Sem inversão

Sem a inversão térmica,


a temperatura do ar
vai diminuindo
Altitude

gradativamente com a
altitude, e os gases
emitidos por fábricas e
veículos sobem e se
dispersam, pois são
mais quentes que o
próprio ar.
Temperatura

Com inversão

Com a inversão térmica,


a temperatura do ar
Camada de inversão aumenta abruptamente
Altitude

na chamada camada
de invers‹o; essa camada
“abafa” a fumaça e
“sufoca” a cidade.

Temperatura

Dispers‹o vertical de poluentes.

AnotAções

DRUMMOND 4 Biologia – Setor 3405 157


AnotAções

158 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 4

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