Você está na página 1de 18

Treinamento para

Olimpíadas de Resoluções
2009 Matemática
www.cursoanglo.com.br

NÍVEL 3

AULAS 32 A 35
Em Classe T

1. Demonstração A
Do enunciado, podemos construir a figura ao lado:
Sejam Z, T, S, Y, K e M pontos de tangência. Então, O1 Z
t
dos dados do enunciado e figura ao lado, resulta:
⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ K O2
[1] AT = AK e AZ = AM
⎯ ⎯ ⎯⎯ ⎯ M
[2] BK = BS e CM = CY 60° 60° 60°
60°
⎯ ⎯
[3] TZ = SY S B C Y

Além disso, as semi-retas BO1 e CO2 são bissetrizes dos ângulos ∠SBK e ∠YCM. Assim,
180° – 60°
∠SBO1 = ∠O1BS = = 60°
2
180° – 60°
e ∠YCO2 = ∠O2CM = = 60°
2
r1 r2
Dos triângulos retângulos BSO1 e CYO2 temos respectivamente tg 60° = e tg 60° =
BS CY

portanto, r1 + r2 = 3 ( BS + CY ) [4]
Desde que L é o lado do triângulo equilátero ABC, temos de [1], [2] e [3]:
⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯⎯ ⎯ ⎯
TZ = AT + AZ = AK + AM = (L – BK ) + (L – CM ) = (L – BS ) + (L – CY )
⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯
SY = BS + BC + CY = BS + L + CY
⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯
como TZ = SY por [3 ], ( L – BS ) + (L – CY ) = BS + L + CY , ou seja, L = 2. ( BS + CY ) [5]
3 ⋅L
Nestas condições, podemos escrever de [ 4 ] e [ 5 ]: r1 + r2 = 3 ( BS + CY ) =
2
Portanto, a soma r1 + r2 é a medida da altura do triângulo ABC, consequentemente é uma constante.

2. Demonstração
Seja S o ponto de tangência do incírculo do triângulo ADC com a diagonal AC, e seja S’ o ponto de tangência do
incírculo do triângulo ABC com a diagonal AC.
Nestas condições, podemos escrever: B

AD + DC + AC AD – DC + AC
AS = – DC = e
2 2
AB + BC + AC AB – BC + AC S
AS ' = – BC = . A
S’
C
2 2
(Usamos acima a propriedade que fornece o comprimento
do segmento tangente ao incírculo de um triângulo,
conduzido por um de seus vértices. Por exemplo: se o
D
vértice é A, o comprimento do segmento é p – a, onde a é
o lado oposto ao vértice A)

SISTEMA ANGLO DE ENSINO • 1• 2009


Treinamento para Olimpíadas de Matemática
Por outro lado: os incírculos dos triângulos ADC e ABC são tangentes se, e somente se, AS = AS’.
AD – DC + AC AB – BC + AC
Entretanto, AS = AS’ se, e somente se, = , ou seja, AD + BC = AB + DC
2 2
Assim, os incírculos são tangentes se, e somente se, AD + BC = AB + DC.
Além disso, do teorema de PITOT, temos ABCD é circunscritível se, e somente se, AD + BC = AB + DC.
Portanto, com os resultados acima, concluímos que: ABCD é circunscritível à uma circunferência se, e somente
se, os incírculos dos triângulos ADC e ABC são tangentes (externamente).

3. Do enunciado, temos AT = AB = BU = 2 (raio das circunferências de centro A e B) e OU = OQ = OT = r (raio da


circunferência C).
Assim, AO = AT – OT = 2 – r.
a) No triângulo BOQ, retângulo em Q, tem-se OQ = r, OB = BU + OU = 2 + r e QB = QA + AB = x + 2.
Aplicando ao triângulo BOQ,o teorema de Pitágoras, tem-se QB2 + OQ2 = OB2.
x2
Assim, (x + 2)2 + r2 = (2 + r)2. Desenvolvendo e simplificando, encontramos r = x + .
4
b) No ΔAOQ, retângulo em Q, tem-se OQ = r, QA = x e AO = 2 – r. Aplicando ao triângulo AOQ, o teorema de
Pitágoras, tem-se QA2 + OQ2 = AO2. Assim, x2 + r2 = (2 – r)2. Desenvolvendo e simplificando, encontramos
⎧ x2
2 ⎪r = 1 –
x ⎪ 4 .
r = 1– . Assim, temos o sistema de equações: ⎨
4 ⎪ x2
⎪⎩r = x + 4

3
Resolvendo este sistema, encontramos r = ex= 3 – 1.
2
c) Inicialmente, observemos que:
NA = BN = AB = 2 (raio das circunferências de centros A e B), MN é perpendicular a AB, pois é mediatriz de
3
AB e PQ, diâmetro de C, é perpendicular à reta AB, pois esta é tangente à C, em Q; PQ = 2r = 2 ⋅ = 3.
2

3
Nestas condições, o triângulo ABN é equilátero de lado AB = 2, consequentemente a sua altura MN = 2 ⋅ = 3.
2

Logo, MN = PQ e MN // PQ (ambas são perpendiculares a reta AB). Além disso, desde que x = 3 – 1 (item b),
segue que QM = AQ + AM = x + 1 = 3 = MN. Portanto, MN = PQ = QM e MN // PQ.

Daí, PN = MQ, e consequentemente MNPQ é um quadrado, de lado 3 ; o que finaliza a demonstração.

x2 3
Resposta: a) r = x + b) r = ex= 3 –1 c) Demonstração
4 2

4. a) Seja ABCD um trapézio de bases AB e CD.


Desde que AB // CD, tem-se: ∠B + ∠C = ∠A + ∠D = 180º.
Daí, ∠A + ∠C = 180º se, e somente se, ∠A + ∠C = 180º = ∠A + ∠D, ou seja, ∠C = ∠D.
Por outro lado, ABCD é cíclico se, e somente se, ∠A + ∠C = 180º.
Logo, ABCD é cíclico se, e somente se, ∠C = ∠D.
Entretanto, ABCD é isósceles se, e somente se, ∠C = ∠D.
Portanto, o trapézio ABCD é cíclico se, e somente se, ABCD é isósceles.

SISTEMA ANGLO DE ENSINO • 2• 2009


Treinamento para Olimpíadas de Matemática
b) Desde que ABCD é cíclico, tem-se:
AB × CD + AD × BC = AC × BD. (Teorema de Ptolomeu)
Ainda mais, o trapézio ABCD é isósceles (item a), então BC = AD e AC = BD.
Portanto, como AB = 1 e CD= 7, concluímos que 1 × 7 + BC2 = AC2, ou seja, AC2 – BC2 = 7.
Resposta: a) Demonstração b) 7

5. Demonstração A

Seja L o lado do ΔABC equilátero. Então AB = BC = CA = L.


Desde que o quadrilátero ABMC é cíclico, aplicando o teorema de PTOLOMEU, L L
obtém-se:
MA × BC = MB × CA + AB × MC 60° L
B C

Daí, MA × L = MB × L + AB × L. . Portanto, MA = MB + AB.


M

Por curiosidade, veja outras Soluções:


Segunda Demonstração:

Seja L o lado do ΔABC equilátero. Então AB = BC = CA = L.


Note que: ∠CMA = ∠CBA = 60º e ∠AMB = ∠ACB = 60º.
Pela lei dos cossenos aplicada aos triângulos AMB e CMB, respectivamente, obtemos:
2 2 1
L2 = MA + MB – 2 ⋅ MA ⋅ MB ⋅
2
2 2 1
L2 = MC + MB + 2 ⋅ MC ⋅ MB ⋅
2

Subtraindo estas igualdades e fatorando o resultado, vem que (MA + MC) (MA – MB – MC) = 0.

Portanto, MA = MB + MC.

Terceira Demonstração
Na figura acima os triângulos ABM, CPM e APB são semelhantes pois
∠BAM = ∠PCM = ∠PAB e ∠AMB = ∠CMP = ∠ABP = 60º.
MA MB BA MC PC BA MC
Daí, = = e = . Da última igualdade = .
BA BP PA BA PA PA PC

MA MB MC MB + MC MB + MC
Então, = = = = , e portanto, MA = MB + MC.
BA BP CP BP + CP BA

Quarta Demonstração
A
Estenda o segmento CM a partir do ponto M até um ponto N, tal que,
MN = MB.
Como ∠CMA = ∠AMB = 60º, então ∠BMN = 60º e portanto, o triângulo
BMN é isósceles e possui um ângulo de 60º no vértice, logo ele é equi- 60°
látero. B C

Daí, o triângulo CBN é congruente ao triângulo ABM, pois CB = AB ,


M
∠CNB = ∠AMB = 60º e ∠NCB = ∠MAB.
N
Portanto, MA = NC = MC + MN = MC + MB.

SISTEMA ANGLO DE ENSINO • 3• 2009


Treinamento para Olimpíadas de Matemática
Quinta Demonstração A
Q
Considere um ponto Q situado no arco AC tal que QA = CM e seja R a
interseção de MA e QB. Então os arcos QCM e CMB são iguais. Então,
∠MBQ = ∠CAB = 60º. Assim, os triângulos RBM e RAQ são equiláteros R
pois têm dois ângulos iguais a 60º. Portanto,
60°
MA = MR + RA = MB + QA = MB + MC. B C

6. Demonstração
Desde que AI, BI e CI são bissetrizes internas, segue-se dos triângulos AIC G
e BIA:
A
⎛ ∠A ∠C ⎞ ⎛ ∠A ∠B ⎞
∠AIC = 180 º – ⎜ + e ∠BIA = 180 º – ⎜ + E
⎝ 2 2 ⎟⎠ ⎝ 2 2 ⎟⎠ D
I
Mas como, ∠A + ∠B + ∠C = 180º (ΔABC), tem-se:
⎛ 180 º – ∠B ⎞ ∠B B C
∠AIC = ⎜ ⎟ = 90 º + [1] F
⎝ 2 ⎠ 2
⎛ 180 º – ∠C ⎞ ∠C
∠BIA = ⎜ ⎟⎠ = 90 º + 2 [ 2]
⎝ 2

a) Desde que I é o incentro do ΔABC; ID ⊥ AB e IF ⊥ BC, daí ∠IDB + ∠IFB = 180º, e consequentemente BFID é
1
cíclico. Portanto, ∠DIF = 180º – ∠B. Como D, E, F são pontos do incírculo de centro I, ∠DEF = ∠DIF (pro-
2

priedade do ângulo inscrito), logo ∠DEF =


1 ∠B
(180º – ∠B) = 90º – .
2 2
∠B
Além disso, desde que AG // DE e CG // FE, segue que ∠AGC = ∠DEF, e daí ∠AGC = 90º – [3].
2
⎛ ∠B ⎞ ⎛ º ∠B ⎞
Portanto, de [1] e [3], ∠AGC + ∠AIC = ⎜ 90 º – + 90 + = 180 º , donde conclui-se que AICG é cíclico.
⎝ 2 ⎟⎠ ⎜⎝ 2 ⎟⎠

b) Desde que CE e CF são segmentos tangentes ao incírculo conduzidos por C, CE = CF (propriedade). Logo, o
1 ∠C
ΔCEF é isósceles de base EF, e além disso ∠CEF = ∠CFE = (180 º – ∠C) = 90 º – . Por outro lado,
2 2
desde que AICG é cíclico (provado no item a), ∠AIG = ∠ACG (enxergam o mesmo arco). Mas, como CG // EF,
segue-se
∠C
∠ACG = ∠CEF (alternos e internos). Logo, ∠AIG = 90 º – [4].
2
Portanto, de [2] e [4], ∠BIA + ∠AIG = 180º, consequentemente os pontos B, I e G são colineares.

7. Demonstração
Inicialmente, observemos que ∠BAC = ∠PAQ = ∠PRQ (enxergam o mesmo arco PQ), ∠BCA = ∠QAR (alternos
e internos), e ∠QAR = ∠QPR (enxergam o mesmo arco QR). Logo, ΔABC ∼ ΔRQP (∼AA).
AB BC AC BC ⋅ QR BC ⋅ PR
Desta semelhança, podemos escrever: = = . Daí, AB = e AC = . [1]
QR PQ PR PQ PQ
Por outro lado, aplicando o teorema de Ptolomeu, ao quadrilátero cíclico APQR, tem-se:
AP ⋅ QR + AR ⋅ PQ = AQ ⋅ PR [2]
BC BC BC BC
Multiplicando ambos os membros de [2] por , encontramos: AP ⋅ QR ⋅ + AR ⋅ PQ ⋅ = AQ ⋅ PR ⋅
PQ PQ PQ PQ

SISTEMA ANGLO DE ENSINO • 4• 2009


Treinamento para Olimpíadas de Matemática
Simplificando PQ na segunda parcela do primeiro membro e substituindo [1] de modo conveniente nas demais
expressões, obtemos:
AP ⋅ AB + AR ⋅ BC = AQ ⋅ AC.
Portanto, desde que BC = AD (lados opostos do paralelogramo), concluímos que: AP ⋅ AB + AR ⋅ AD = AQ ⋅ AC.

Em Casa
1. Demonstração
B
Seja ABC um triângulo retângulo em C. Seja a = CB, b = CA e c = AB.
A figura ao lado mostra o incírculo do triângulo retângulo, e os pontos
⎯ (X,⎯ Y e Z)
de tangência com os lados. Note que IXCY é um quadrado, pois CX = CY e três
de seus ângulos são retos. Nestas condições, podemos escrever: Z
⎯ ⎯ ⎯ ⎯ I
a + b = ( BX + CX ) + ( AY + CY ) X
⎯ ⎯ ⎯ ⎯
a + b = ( BZ + CX ) + ( AZ + CY )
⎯ ⎯ ⎯ ⎯ C
Y
A
a + b = ( BZ + AZ ) + ( CX + CY ) = c + d

2. Demonstração
Claramente, por simetria, os segmentos AB e CD tangentes externamente são de comprimentos iguais, e desde
que dois segmentos tangentes a um círculo conduzidos por um mesmo ponto externo são congruentes, temos:
AB = AG + GB
= GH + GF
= GH + (GE + EF)
= 2GE + EF;
Analogamente, para o segmento CD, temos: CD = CH + HD = EH + FH = EF + 2 ⋅ FH
Portanto, desde que AB = CD, então GE = FH.
Nota: O problema com a solução acima foi retirado do livro: More Mathematical Morsels, Ross Honsberg, MAA

3. Sejam L e D os comprimentos do lado e diagonal do quadrado.

R
L/2
D/2

Desde que L = 10, tem-se por Pitágoras, que D = 10 2 .


Os pontos que estão a 6 cm de distância do ponto P determinam uma circunferência de centro P e raio R = 6 cm.
L
A circunferência de raio = 5cm e centro P, é o incírculo do quadrado. Logo, tem comum com o quadrado, apenas
2
os 4 pontos de tangência.
L D
Por outro lado, desde que = 5  R  10 2 = ; tem-se:
2 2
D
• A circunferência de raio = 10 2 cm passa pelos vértices do quadrado. Consequentemente, esta
2
circunferência corta cada lado em exatamente dois pontos. Logo, tem comum com o quadrado apenas 8 pontos.
• A circunferência de raio R = 6 cm, está “entre” as circunferências de raio 5 e 10 2 . Logo, tem em comum
com o quadrado 4 pontos (os vértices do quadrado).
Resposta: e

SISTEMA ANGLO DE ENSINO • 5• 2009


Treinamento para Olimpíadas de Matemática
4. Demonstração A
Sejam O e O’ centros dos incírculo λ1 e λ2 respectivamente.
Sejam M, N, M’ e N’ os pontos de tangência como indicado
na figura ao lado.
Mostraremos que AK = (AB + AC – BC)/2, e o que justifica o K
M’
comprimento de AK ser independente da posição do ponto D.
Vamos então a esta demonstração: M L’
O’
Desde que segmentos tangentes, conduzidas por um ponto
O L
externo a um círculo, são congruentes, temos dos dados do
enunciado DN = DL e DN’ = DL’ (ver figura). B C
N D N’
Assim, NN’ = DN + DN’ = DL + DL’ = 2 DL + LL’.
Analogamente, temos MM’ = MK + KM’ = KL + KL’ = 2 KL + LL’.
Desde que MM’ = NN’, por simetria; concluímos que KL = DL. Daí, MM’ = NN’ = DL + LL’ + KL = KD.
Calculemos agora, NN’, e daí KD, em termos de AD e os lados do triângulo ABC.
Por outro lado,
DN = ( AB + AD + BD )/2 – AB ( ΔABD )
DN’ = ( AC + AD + CD )/ 2 – AC ( ΔACD )
Assim, NN’ = ND + DN’ = AD + BC/2 – AC/2 – AB/2.
Desde que NN' = KD, temos AD – KD = AK = (AC + AB – BC)/2, como desejado inicialmente.
Portanto, desde que A, B e C são independente de D, concluímos que o comprimento AK é independente de D.

5. Demonstração
Desde que BI e CI são bissetrizes do triângulo ACB,
∠A + ∠B 180° – ∠C 180° – 90°
= = = 45° .
2 2 2
∠A + ∠B
Do triângulo AIB, ∠AIB = 180° – = 135°. Desde que r é o comprimento da altura deste triângulo em
2
AB ⋅ r
relação ao lado AB, a área deste triângulo é . Por outro lado, esta área pode ser calculada por
2
AI ⋅ BI AI ⋅ BI AB ⋅ r
⋅ sen135°, logo devemos ter ⋅ sen 135° = , ou seja, AI ⋅ BI = 2 ⋅ AB ⋅ r .
2 2 2

6. Dos dados do enunciado, ∠DCE = ∠DEC = x. Logo, ∠ADC = 2x. Desde que A, B, C, e D são concíclicos, o
quadrilátero ABCD é cíclico; ∠ADC + ∠ABC = 180°. Assim, 2x = ∠ADC = 180° – ∠ABC = 180° – 28° = 152.
Portanto, x = 76°.
Resposta: 76°

7. Demonstração
D
Sejam A’, B’, C’, D’ os centros das circunferências concorrentes, co-
C
mo indicado na figura. Desde que A’ e B’ estão a mesma distância r
da reta AB, A’B’ é paralela a AB. Similarmente, A’D’ é paralela a AD,
D’C’ é paralela a DC e C’B’ é paralela a CB. Como consequência des- D’ C’
te paralelismo, A’B’C’D’ é um quadrilátero e os ângulos de vértices
A’, B’, C’ e D’ são respectivamente congruentes aos ângulos nos vér- O
tices A, B, C e D do quadrilátero ABCD.
Como O pertence a estas quatro circunferências segue-se que cada B’
centro está a uma distância r dele. Assim, a circunferência de centro r
O e raio r passa por eles. Consequentemente os ângulos opostos em A’
A’ e C’ do quadrilátero A’B’C’ e D’ são suplementares, isto é, r B

∠D’C’B’ + ∠B’A’D’ = 180°.


Portanto, o par idêntico de ângulos em A e C, no quadrilátero ABCD
são também suplementares, o que implica dizer que ABCD é cíclico. A

SISTEMA ANGLO DE ENSINO • 6• 2009


Treinamento para Olimpíadas de Matemática
8. Demonstração
Sejam A, B, C e D os centros das quatro circunferências onde cada uma é tangente externamente, a somente duas
das outras, como indica-se na figura. Estes centros determinam o quadrilátero convexo ABCD, e seus pontos de tan-
gência o quadrilátero convexo PNMQ.

B
P
β
A α
N
Q
θ γ
D C
M

Indicando por α, β, γ, θ as medidas, em graus, dos ângulos de vértice A, B, C e D, em ABCD, respectivamente,


segue-se que
α + β + γ + θ = 360°.
Desde que P e Q são pontos da circunferência de centro A, AP = AQ e consequentemente APQ é um triângulo isós-
180° – α
celes. Além disso, ∠AQP = ∠APQ = .
2
Similarmente, conclui-se que os triângulos BNP, CMN e DQM são também isósceles e daí
180° – β 180° – γ 180° – θ
∠BNP = ∠BPN = ; ∠CMN = ∠CNM = e ∠DQM = ∠DMQ =
2 2 2
Agora, observando a figura auxiliar dada e utilizando estes resultados, segue-se que os ângulos de vértices P e M,
opostos, de o PNMQ, tem medidas, em graus, dadas por:
⎛ 180° – α 180° – β ⎞ α + β
∠P = 180° – ( ∠APQ + ∠BPN ) = 180° – ⎜ + ⎟⎠ = 2
⎝ 2 2

⎛ 180° – γ 180° – θ ⎞ γ + θ
e ∠M = 180° – ( ∠CMN + ∠DMQ ) = 180° – ⎜ + ⎟⎠ = 2 ,
⎝ 2 2

consequentemente ∠P + ∠M =
α+β γ +θ α+β+γ +θ 360°
+ = = 180° . =
2 2 2 2
Logo, PNMQ é cíclico, e portanto seus vértices são concíclicos, o que finaliza a demonstração pedida.

9. Demonstração
Seja λ o circuncírculo do triângulo ACD. Desde que ∠DAC = ∠DBC, A B
segue-se que o ponto B pertence a λ.
Sendo AB//CD (porque ABCD é trapézio), ∠ABD = ∠BDC (alternos e
internos), e assim os arcos AD e BC, que eles “enxergam” respectiva- C
D
mente, em λ são de mesma medida. Daí, as cordas correspondentes AD
e BC têm o mesmo comprimento. Além disso, ∠ADB = ∠ACB (porque
“enxergam” o mesmo arco AB). Nestas condições, conclui-se, pelo caso
LAL, que os triângulos ADC e BCD, são congruentes, e portanto que AC λ
= BD; o que finaliza a demonstração pedida.

10. Demonstração
No circuncírculo de AMK, ∠MPK = 2∠MAK; e no circuncírculo de BMK, ∠MQK = 2∠MBK. Como AB é diâme-
tro da semicircunferência, ∠AMB = 90° e ∠MAK + ∠MBK = 90°. Daí, ∠MPK + ∠MQK = 180°, e portanto M, K,
P, Q são concíclicos.

SISTEMA ANGLO DE ENSINO • 7• 2009


Treinamento para Olimpíadas de Matemática
11. Demonstração
Lembrando que um quadrilátero convexo é cíclico se, e somente se, dois ângulos opostos são suplementares, isto é, a
soma de suas medidas, em graus, é 180°, segue-se dos quadriláteros DAEH, ABFE, CDHG, BCGF cíclicos, por hipó-
tese, as seguintes igualdades:
∠EAD + ∠EHD = 180°,
∠EAB + ∠EFB = 180°,
∠GCD + ∠GHD = 180°,
∠GCB + ∠GFB = 180°.
Adicionando-se, membro a membro, estas igualdades e agrupando convenientemente, obtém-se:
( ∠EHD + ∠GHD ) + ( ∠EFB + ∠GFB ) + ( ∠EAD + ∠EAB) + (∠GCD + ∠GCB) = 720° [1]
Por outro lado, dos ângulos de vértices F e H, opostos, de EFGH,
∠H = ∠EHD + ∠GHD e ∠F = ∠EFB + ∠GFB [2]
enquanto que dos ângulos de vértices A e C, opostos, de ABCD,
∠A + ∠C = 180°
ou ( 360° – ∠EAD – ∠EAB ) + ( 360° – ∠GCD – ∠GCB ) = 180°
e, dai ( ∠EAD + ∠EAB ) + ( ∠GCD + ∠GCB ) = 540° [3]
Portanto, de [1], [2] e [3], conclui-se que ∠H + ∠F = 180°, o que implica dizer que o quadrilátero EFGH é cíclico; fi-
nalizando a demonstração da tese pedida.

12. Demonstração

D F C

X
Y

A E B

Vamos chamar a segunda intersecção dos circuncírculos de Y.


Inicialmente, observemos que ∠AEX = ∠CFX (alternos e internos). ∠AYX = ∠AEX (AEYX é cíclico) e
∠CYX = 180º – ∠CFX (CFXY é cíclico). Assim, podemos escrever:
∠AYX + ∠CYX = ∠AEX + (180º – ∠CFX)
= ∠CFX + (180º – ∠CFX)
= 180º
Portanto, ∠AYC = ∠AYX + ∠CYX = 180º, o que implica dizer que A, Y e C são colineares; o que finaliza a demons-
tração pedida.

13. Demonstração
Seja N ponto médio de BC. C

Logo, N também é ponto médio de GD, pois GD = AG (hipótese) e GN = E D


1/2AG (propriedade do baricentro). N

Então, o quadrilátero BDCG, com diagonais cortando-se ao meio, é um G


paralelogramo, e consequentemente BDCM é um trapézio, com bases BD
e CM. A B
M
Por outro lado, um trapézio é inscritível em uma circunferência se, e
somente se, é isósceles.
Desde que BDCG é um paralelogramo, tem-se DC = BG; daí BDCM é cíclico se, e somente se, BM = BG.
Mas, por hipótese, M é ponto médio de AB e G ponto médio de BE, logo BM = BG se, e somente se, BA = BE.
Portanto, BDCM é cíclico se, e somente se, BA = BE; o que finaliza a demonstração pedida.

SISTEMA ANGLO DE ENSINO • 8• 2009


Treinamento para Olimpíadas de Matemática
14. Demonstração
Sejam I e r, respectivamente incentro e inraio de Γ1.
I) Se F = A, é imediato que I, G e F são colineares, pois neste caso I é ponto médio do segmento AO, conse-
quentemente G coincide com o ponto de intersecção N das cordas perpendiculares AB e CD. Assim, G, B e F
são pontos do diâmetro AB.
II) Se F ≠ A, então I, G e F não são colineares, consequentemente O, F e B também não são colineares. Como
IG = IF = r e OB = OF = R, segue-se que os triângulos IGF e OBF são isósceles com bases FG e FB,
respectivamente. Daí,
180 º – ∠FIG 180 º – ∠FOB
∠IGF = e ∠OBF = .
2 2

A
F

r
I

O
R r
C D
N G

Por outro lado, da tangência entre Γ1 e a corda DAC, temos IG ⊥ CD. Mas, como OB ⊥ CD (enunciado), resulta
IG // OB. Além disso, da tangência entre os círculos Γ e Γ1, segue que O (centro de Γ), I (centro de Γ1) e F são
180 º – ∠FOB 180 º – ∠FIG
colineares. Assim, ∠FOB = ∠FIG e consequentemente ∠OBF = = = ∠IGF, o que
2 2
implica necessariamente que G pertença ao segmento BF (justifique!!), e portanto que B , G e F são colineares;
Portanto, de I e II, conclui-se que B, G e F são colineares, quando F percorre o arco DAC, mas distinto de C e D;
o que finaliza a demonstração pedida.
Nota: Tanto no caso de F = C, quanto num segundo caso, F = D, é imediato a colinearidade dos pontos: B, G e F;
pois no primeiro caso G = C, enquanto que no segundo caso, G = D.
⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯
15. Aplicando o teorema de Ptolomeu, AP ⋅ BC = AB ⋅ CP + AC ⋅ BP. Como ABC é equilátero, segue-se que:
⎯ ⎯ ⎯
AP = AB + AC = 25. Por outro lado, note que os triângulos APC e BPD são semelhantes, pois ∠PAC = ∠PBD, e
AP BP 25 5 ⎯
∠APC = ∠BPD = 60°. Portanto, = , ou seja, = . Daí, AD = 21.
PC PD 20 25 – AD
Resposta: 21

16. Em um losango ABCD os ângulos opostos são congruentes,


isto é, ∠A = ∠C e ∠B = ∠D. Desde que ABCD é inscritível, A
∠A + ∠C = 180°; 2∠A = 180°; ∠A = ∠C = 90° e de modo aná- λ
logo ∠B = ∠D = 90°; logo ABCD é um quadrado de lado 1.
1 1
Nestas condições, AD = DC = CB = BA = 1, e as diagonais AC
e BD, com AC = BD = 2 , são diâmetros perpendiculares do B D
O
circuncírculo de ABCD que indicaremos por λ e o seu centro
por O ( ver figura). 1 1 P
Desde que P é um ponto sobre o menor arco CD (ver figura)
de λ, o quadrilátero APCB é cíclico; logo pelo teorema de
Ptolomeu, segue-se que: C

AP ⋅ CB + PC ⋅ BA = BP ⋅ AC
e, daí, AP + PC = 2 ⋅ BP

SISTEMA ANGLO DE ENSINO • 9• 2009


Treinamento para Olimpíadas de Matemática
Por outro lado, APC e BPD são triângulos inscritos em λ tendo um diâmetro como lado, logo são retângulos em
P com hipotenusa medindo 2 , então pelo teorema de Pitágoras, resulta:
AP2 + PC2 = 2 e BP2 + PD2 = 2
Portanto, elevando ambos os membros de AP + PC = 2 ⋅ BP ao quadrado, e em seguida substituindo AP2 + PC2
por 2 e BP2 por 2 – PD2, encontramos 2 + 2 ⋅ AP ⋅ PC = 2(2 – PD2 ), o que implica PD2 + PC ⋅ PA = 1.
Resposta: 1

17. Demonstração B
a
d
a F

M C
Seja M ponto médio da diagonal AC. A E
Seja a o lado do losango e d = BF = DE. d
a a

Dos triângulos retângulos AMD e DME, temos pelo teorema de Pitágoras:


MD2 = a2 – AM2 = d2 – ME2, daí AM2 – ME2 = a2 – d2.
Desde que
AE = (AM + ME), EC = MC – ME = AM – ME, a + d = AB + BF, e a – d = BC – BF = FC,
portanto: AM2 – ME2 = a2 – d2
(AM + ME) × (AM – ME) = (a + d) × (a – d)
AE × EC = ( AB + BF) × FC

18. Demonstração
Desde que ABCD é cíclico, ∠B + ∠D = 180º = ∠A + ∠C. Logo, sen∠B = sen∠D e sen∠A = sen∠C.
a ⋅ d ⋅ sen∠A b ⋅ c ⋅ sen∠C ( ad + bc ) sen∠A
Assim, (ABCD) = (ABD) + (CDB) = + =
2 2 2
como também
a ⋅ b ⋅ sen∠B c ⋅ d ⋅ sen∠D ( ab + cd) sen∠B
(ABCD) = (ABC) + (CDA) = + = .
2 2 2
( ad + bc ) sen∠A ( ab + cd) sen∠B sen∠B ad + bc
Nestas condições, = , e daí = .
2 2 sen∠A ab + cd
Por outro lado, do teorema dos SENOS, segue:
x = 2R ⋅ sen∠B = 2R ⋅ sen∠D e y = 2R ⋅ sen∠A = 2R ⋅ sen∠C (R é o circunraio de ABCD)
Portanto,
x 2R sen∠B sen∠B ad + bc
= = = ,
y 2R sen∠A sen∠A ab + cd
o que finaliza a demonstração pedida.

19. Primeira solução: Sem que haja alguma perda de generalidade,


indicaremos simplesmente por ABCD os trapézios com incírculo de
A y F xB
raio 1, e bases AB e CD. Desde que um dos diâmetros deste x
y E
circulo é necessariamente perpendicular as bases AB e CD (porque G 1
AB//CD), o comprimento da altura destes trapézios, em relação a 1 2
1 t
estas bases, é 2. z 1 O
Se E, F, G e H são pontos de tangência deste círculo com os la- D z H t C
dos do trapézio, como mostrado na figura, existem reais positivos
x, y, z e t tais que:
FB = EB = x, FA = GA = y, GD = HD = z e HC = EC = t,

SISTEMA ANGLO DE ENSINO • 10 • 2009


Treinamento para Olimpíadas de Matemática
Nestas condições, AB = x + y e CD = z + t, e portanto, a área do trapézio, que indicaremos por (ABCD), é dada por:
AB + CD
( ABCD) = ⋅ 2 = AB + CD = x + y + z + t .
2
Por outro lado, OB e OC são bissetrizes dos ângulos FÔE e EÔH, respectivamente; daí
∠FOE + ∠EOH 180°
∠BOC = = = 90°
2 2
e consequentemente BOC é um triângulo retângulo de hipotenusa BC. Analogamente, AOD também é um triângulo
retângulo de hipotenusa BD. Além disso, a altura destes triângulos relativa a hipotenusa é o raio do incírculo, isto é, 1,
logo das relações métricas do triângulo retângulo, z ⋅ t = xy = 1 (ver figura).
Finalmente, da desigualdade entre MA e MG, segue-se ( ABCD) = x + y + z + t  4 4 xyzt = 4 .
Além disso, a igualdade: x = y = z = t = 1, ocorre quando o trapézio é um quadrado de lado 2, portanto o valor mí-
nimo para a área dos trapézios com incírculo de raio 1 é 4.

Segunda solução: Desde que os dois lados paralelos do trapézio são per-
pendiculares a um diâmetro do círculo, que tem comprimento 2, segue-se que A B
o comprimento da “altura” relativa a estes lados é 2.
1
A base média do trapézio que é obtida pelo segmento ligando os pontos mé-
dios dos outros dois lados, é paralela aos lados paralelos e é a metade da so- N M 2
ma de seus comprimentos. 1 O
Além disso, ela contém necessariamente o centro do incírculo do trapézio
D
(porque este é equidistante dos lados paralelos), logo contém um diâmetro H C
deste incírculo, e portanto tem comprimento no mínimo 2 (que o diâmetro do
incírculo).
Desde que a área do trapézio é o produto da metade da soma dos lados paralelos pela altura, segue-se que a área
do trapézio é o produto da altura pelo comprimento da base, média, como esta é no mínimo 2 conclui-se que o valor
mínimo para área do trapézio é 4. Note que isto ocorre quando o trapézio é um quadrado de lado 2.
Resposta: 4

20. Sejam R e r os raios do círculo maior e menor respectivamente. Então, R = r + 21. Seja O o centro do círculo menor.
Utilizando-se dos dados da figura, tem-se que o triângulo OFB, é retângulo, em B, o que implica pelo teorema de
Pitágoras: r2 = (R – 24)2 + 212, e donde segue-se r2 = (r – 3)2 + 441, e portanto r = 75 e consequentemente R = 96.
Resposta: 75 e 96

21. Demonstração
Lembremos que um quadrilátero convexo ABCD é trapézio, se um par de lados deste quadrilátero são paralelos.
Para provar a proposição pedida, mostraremos que AB = OD, AD = CO e ∠BAC = ∠BDA (hipótese) implicam
necessariamente na existência de um par de lados paralelos.
D

A O

B
Vamos agora a prova de que ABCD é um trapézio.
Desde que BÔA é externo para o triângulo AOD, temos:
∠BOA = ∠OAD + ∠ODA = ∠OAD + ∠OAB = ∠BAD
Unindo ao resultado acima a hipótese CO = AD e AB = DO conclui-se que os triângulos BAD e DOC são congruentes
(LAL). Consequentemente ∠ABD = ∠ODC, o que implica necessariamente que os lados AB e CD sejam paralelos,
isto é, que o quadrilátero ABCD seja um trapézio.

SISTEMA ANGLO DE ENSINO • 11 • 2009


Treinamento para Olimpíadas de Matemática
22. Demonstração A
Do enunciado constrói-se a figura auxiliar ao lado.
Por outro lado, V

I) BH é paralelo a KC, pois W H


O
∠HBC = ∠VBC = 90º – ∠BCV = ∠KCA – ∠BCA = ∠BCK,
II) HC é paralelo a BK, pois B U C
∠HCB = ∠WCB = 90º – ∠CBW = ∠KBA – ∠CBA = ∠KBC.
Portanto, de (I) e (II) conclui-se que HCKB é um paralelogramo. K

23. Demonstração
Q
L P

Seja L a interseção da reta MN com a tangente comum PQ. Nestas condições, decorre da potência do ponto L em
⎯ 2 ⎯ ⎯ ⎯2
relação as circunferências C1 e C2 que: LQ = LN ⋅ LM = LP .
⎯ ⎯
Daí, LQ = LP, isto é, L é ponto médio de PQ. Por outro lado, desde que L é ponto médio de PQ, tem-se suces-
sivamente:
• ( QLM ) = ( PLM ) [1] ( ΔQLM e ΔPLM tem a mesma altura )
• ( QLN ) = ( PLN ) [2] ( ΔQLN e ΔPLN tem a mesma altura )
Como: ( MNQ ) = ( QLM ) – ( QLN ) e ( MNP ) = ( PLM ) – ( PLN ).
Portanto, de [ 1 ] e [ 2 ]: ( MNQ ) = ( MNP ).

24. Demonstração
Sejam os pontos L, M, e N médios dos segmentos BP, PQ
e BQ respectivamente, como mostra-se na figura ao lado. D
Assim, os segmentos NM e LM são bases média do
triângulo PQB, o que implica:
⎧ 1
⎪⎪ MN / / PL e MN = PL = ⋅ PB P
M
2
⎨ [1] Q
⎪ ML / / QN e ML = QN = 1
⋅ QB
⎪⎩ 2
L
De MN // PL e ML // QN, resulta ∠PLM = ∠MNQ. [2] N C
A
Por outro lado, desde que ABCD é cíclico, tem-se :
B
∠A + ∠C = 180°. Então ∠C = 90°.
⎯ ⎯ ⎯ ⎯
Além disso, como AP = AB e BC = CQ, segue-se que:
• BAP é um triângulo retângulo em A e isósceles, consequentemente
⎯ ⎯ ⎯
AL = LP = LB e ∠ALP = ∠LBA + ∠LAB = 45° + 45° = 90°. [3]
• BCQ é um triângulo isósceles e retângulo em C, consequentemente

⎯ ⎯ ⎯ ⎯

CN = NQ = NB e ∠CNQ = ∠NBC + ∠NCB = 45° + 45° = 90°. [4]
Nestas condições, de [ 1 ], [ 2 ] ,[ 3 ] e [ 4 ] os triângulos ALM e MNC são congruentes (LAL), pois:
⎧⎪ AL = MN e LM = NC

⎪⎩ ∠ALM = 90° + ∠BPM = 90° + ∠MNQ = ∠MNC
Portanto, da congruência acima, conclui-se que os segmentos AM e CM são congruentes, o que equivale dizer que M
é eqüidistante de A e C, isto é, C pertence a mediatriz de AC; finalizando a demonstração da proposição pedida.

SISTEMA ANGLO DE ENSINO • 12 • 2009


Treinamento para Olimpíadas de Matemática
25. Demonstração B
Seja O o circuncentro do triângulo MBC. (vide figura ao lado)
Então,
∠BOC = ∠BOM + ∠MOC
A O
= 180° – 2 ⋅ ∠BMO + 180° – 2 ⋅ ∠CMO M
= 360° – 2 ⋅ ∠BMC
= 180° – ∠CAB
Daí conclui-se que o quadrilátero ABOC é cíclico. C
⎯ ⎯
Consequentemente, AM é bissetriz do ângulo BÂC, pois BO = OC; e que CM é bissetriz do ângulo AĈB, pois
∠BCA = ∠BOM = 2 ⋅ ∠BCM. Portanto, M é o incentro do triângulo ABC.

26. Demonstração
Sendo ∠BAL = ∠CDK segue-se que o segmento KL é enxergado pelos vértices A e D do trapézio por ângulos de
mesma medida. Nestas condições, A, D, L e K são concíclicos; consequentemente ADLK é um quadrilátero
cíclico.
Assim, ∠BKL + ∠BCL = (180° – ∠AKL) + (180° – ∠ADL) = 180°. B C
Como consequência conclui-se que BCKL é também cíclico.
Nestas condições, podemos escrever ∠ABL = ∠DCK L
K
e ∠BLA = 180° – ∠ABL – ∠BAL
= 180° – ∠DCK – ∠CDK
= ∠CKD; A D
o que finaliza a demonstração.

27. Demonstração
Sejam R, S e T os pontos de tangência do incírculo do triângulo ABC com os
A
lados AB, BC e CA respectivamente. Sejam ∠IMS = α e ∠INR = β. Nestas
⎯ ⎯
condições, IR = IS = r e ∠BMN = ∠IMS = α (propriedade dos ângulos opostos T
pelo vértice). R r r
I
Por outro lado, dos triângulos retângulos ISM e IRN, obtemos
r
r r α
sen α = e sen β = B
α M C
IM IN S
β
sen α 1 sen β 1
daí, = e = N
r IM r IN
1 1 1
substituindo em: + = encontramos: sen2 α + sen2 β = 1, ou seja sen2 β = cos2 α , mas como α e β
2 2
IM IN r2
são medidas de ângulos agudos por construção, conclui-se desta última igualdade que senβ = cos α, e consequen-
temente α + β = 90°.
Portanto, ∠B = ∠ABC = α + β = 90° ( propriedade do ângulo externo, no triângulo BMN).

28. Demonstração
Seja λ circuncírculo do ΔABC, de centro O e raio R. Então, OA = OB = L
= OC = R. A
Seja N ponto de interseção do prolongamento de AU com λ. Logo,
ΔOAN é isósceles de base NA, pois OA = ON = R. S
Além disso, NB = NC, pois N pertence à reta suporte da bissetriz AU. O
Mas, como OB = OC = R, segue-se que a reta ON é mediatriz do C
segmento BC, e portanto ON ⊥ BC. B U

⎯ ⎯ ⎯
Por outro lado, desde que AB ≠ AC, o ponto U estará sempre compre-
endido entre o pé da altura AH e o ponto médio de BC (Justifique!); N

SISTEMA ANGLO DE ENSINO • 13 • 2009


Treinamento para Olimpíadas de Matemática

⎯ ⎯

como pode-se ver na figura auxiliar anterior, para AB  AC. Assim, a reta perpendicular à BC por U, que deno-
minaremos por LU, e o segmento OA, terão necessariamente um único ponto em comum. Então, denominando
por S este ponto, tem-se SU ⊥ BC. Mas, como ON ⊥ BC, então ON // SU. Logo, ΔSAL ∼ OAN, e conse-
quentemente o SAL é isósceles de base AU, pois OAN é isósceles de base NA. Daí, conclui-se que: SA = SU,
isto é, S pertence à mediatriz de AU.
Portanto, as retas LU, OA (suporte do diâmetro de λ por A) e a mediatriz do segmento AU, com o ponto S
(somente) em comum, são concorrentes; o que finaliza a demonstração pedida.

Notas:

⎯ ⎯⎯ ⎯
⎯ ⎯

i) Quando AB  AC, U estará entre B e o ponto médio de BC. Mas, se AB  AC, U estará entre C e o ponto
médio de BC.

⎯ ⎯ ⎯
ii) Quando AB = AC, as retas AU, LU e AO são coincidentes.

29. Demonstração
Construa a circunferência circunscrita ao triângulo ABC e seja P o
outro ponto de interseção da reta AK com a circunferência. A

É claro que ∠APB = ∠ACB = 90°.


Seja M o ponto médio de BK. Como KPB é um triângulo retângulo
temos
PM = MK = MB O

e ∠BMP = 2 ⋅ ∠PKM = 2 ∠AKD = ∠CDM D


donde conclui-se que as retas CD e PM são paralelas. K
M
Por outro lado, ∠AKD = ∠ABC = ∠APC, logo as retas DM e CP
C
são também paralelas. B
Nestas condições, CPMD é um paralelogramo, e então
P
1
CD = PM = KB, ou seja, BK = 2 ⋅ DC.
2

30. Demonstração
Seja K a intersecção das bissetrizes relativas a E e F (figura abaixo). Por outro lado, do quadrilátero cíclico ABCD, e
dos triângulos ABF e ADE, segue-se respectivamente:

⎪ ∠A + ∠C = ∠B + ∠D = 180° F
⎪ 1 1
⎪ ⋅ ∠F = 90° – ⋅ ( ∠A + ∠B )
⎨2 2
⎪1 1
⎪ ⋅ ∠E = 90° – ⋅ ( ∠A + ∠D)
⎪⎩ 2 2 D
C
1
Destas igualdades, obtém-se: ⋅ (∠F + ∠E) = 90° – ∠A [1] K
2 E

Por outro lado, dos triângulos FKE e FCE, resulta respectivamente: B


A
⎧ ⎛1 ⎞ ⎛1 ⎞
⎪ ∠K + ⎜ ⋅ ∠F + ∠CFE⎟ + ⎜ ⋅ ∠E + ∠CEF ⎟ = 180°
⎨ ⎝2 ⎠ ⎝2 ⎠ [2]
⎪ ∠C + ∠CFE + ∠CEF = 180°

De [ 1 ] e [ 2 ] podemos escrever: ∠K + (90° – ∠A) + (180° – ∠C) = 180°.


Lembrando que ∠A + ∠C = 180°, conclui-se da igualdade acima, ∠K = 90°.
Portanto, este último resultado finaliza a demonstração da proposição pedida: “As bissetrizes por E e F são per-
pendiculares”.

SISTEMA ANGLO DE ENSINO • 14 • 2009


Treinamento para Olimpíadas de Matemática
31. Demonstração
Decorre do enunciado que: A1 P // B1 Q.
Daí, tem-se que A1 PQB1 é um trapézio isósceles e que suas diagonais tem o mesmo comprimento, consequen-
⎯⎯ ⎯⎯
temente A1Q = B1P . Por outro lado, ∠P A1 Q = ∠P B1 Q, pois determinam o mesmo arco PQ em S1 e de modo
análogo temos de S2, ∠P A2 Q = ∠P B2 Q . Nestas condições, os triângulos A1 Q A2 e B1 P B2 são semelhantes,
⎯⎯ ⎯⎯
mas como, A1Q = B1P , conclui-se que os triângulos são congruentes, consequentemente tem o mesmo perí-
metro.

32. Demonstração
Construamos inicialmente uma figura auxiliar com os dados
A
do enunciado.
Desde que ∠LAO2 = 90°, e O1 O2 mediatriz de AB; o que
implica O1 O2 ⊥ AB, conclui-se que ∠LAB = ∠A O2 O1. O1 O2
Similarmente, obtemos ∠BAK = ∠A O1 O2. L K

Nestas condições, ∠LAK = ∠LAB + ∠BAK B


= ∠A O2 O1 + ∠A O1O2
= 180° – ∠O1 A O2
= 180° – ∠LBK.
Daí ∠LAK + ∠ LBK = 180°; consequentemente o quadrilátero AKBL é cíclico.
Portanto, ∠BLK = ∠BAK = ∠O2 O1 A, o que implica dizer LK // O1O2; o que finaliza a demonstração pedida.

33. Demonstração
Trace uma tangente XY, comum as duas circunferências em T, como é mostrado na figura 1.

A P
X
P θ
T θ
T O
B
Y

Figura 1 Figura 2

Note que ∠XTA = ∠TBA ( “enxergam” o mesmo arco AT ). Além disso, note que ∠YTP = ∠BPT ( ver nota ).
Por outro lado, dos ângulos de vértice T na figura, segue-se:
∠XTA + ∠ATP + ∠YTP = 180°,
daí ∠ATP = 180° – ∠XTA – ∠YTP
e portanto ∠ATP = 180° – ∠TBA – ∠BPT.
Agora, do triângulo BTP, 180° = ∠BTP + ∠TBA + ∠BPT, e daí ∠BTP = 180° – ∠TBA – ∠BPT.
Portanto, ∠ATP = 180° – ∠TBA – ∠BPT = ∠BTP, donde conclui-se que TP é bissetriz do ângulo ∠ATB.
Nota: “duas retas” tangentes a uma circunferência formam ângulos congruentes com a corda unindo os pontos
de tangência” ( figura 2 ). De fato, se TP é uma corda de uma circunferência, não passando pelo seu centro, O; e r
e s são retas tangentes a esta por T e P respectivamente, então o triângulo OTP é isósceles de base TP, e daí
∠TPO = ∠PTO = θ ( em graus ), e ainda OT ⊥ r e OP ⊥ s.
Daí, segue-se que (90° + θ) é medida do ângulo que a reta TP forma tanto com r quanto com s. Quando, O
pertence a PT, claramente o ângulo que as tangentes formam com PT é reto.

SISTEMA ANGLO DE ENSINO • 15 • 2009


Treinamento para Olimpíadas de Matemática
34. Demonstração
Usando o teorema de Pitágoras nos triângulos retângulos ADB e ADC e em A
seguida a propriedade de potência de um ponto em relação a uma circunfe-
M P
rência, podemos escrever da figura ao lado:
• Pitágoras no Δ ADB e potência de B.
⎯2 ⎯2 ⎯2 ⎯2 ⎯ ⎯ ⎯ ⎯
AD = AB – BD = AB – BN ⋅ BM Q
⎯2 ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯
= AB – ( AB – AN ) ⋅ ( AB – AM )
⎯2 ⎯ ⎯⎯ ⎯ ⎯ ⎯⎯ ⎯ ⎯ N
AD = AB ⋅ ( AM – AN ) – AM ⋅ AN
• Raciocinando de análogo, agora com o Δ ADC e o ponto e C, obtemos: B C
⎯2 ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ D
AD = AC ⋅ ( AP + AQ ) – AP ⋅ AQ
⎯⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯
Desde que AM ⋅ AN = AP ⋅ AQ ( potência de A ),
⎯ ⎯⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯
⎯ ⎯ ⎯
temos AB ⋅ ( AM + AN ) = AC ⋅ ( AP + AQ).

AM + AN AP + AQ
Daí, = o que finaliza a demonstração.
AC AB

35. Demonstração
Sejam U e V os pontos de interseção, da paralela ao lado CA através do ponto N, com as retas AB e BC
respectivamente.
A

Q
M

N L
O

B C
K

Desde que OL ⊥ CA e UV // CA, temos OL ⊥ UV, e daí ∠ONV = 90º. Por outro lado, ∠OKV = 90º. Assim, os pontos
O, V, N, K são concíclicos, donde segue que ∠OVN = ∠OKN. De modo análogo, ∠OUN = ∠OMN. Mas da
simetria, ∠OKM = ∠OMK, ou, em outras palavras, ∠OKN = ∠OMN. Assim, ∠OVN = ∠OUN. Desde que temos
também ∠ONV = ∠ONU (= 90º) e ON comum, os triângulos OVN e OUN são congruentes. Assim, VN = UN.
Agora, desde UV // BC, segue do teorema de Tales CQ/AQ = VN/UM, e, portanto, desde que VN = UN, obtemos
CQ = AQ, e que o ponto Q é o ponto médio do segmento CA; o que finaliza a demonstração pedida.

36. Demonstração

Da tangência interna entre os círculos Γ e Γ1, os pontos O, O1 e P são colineares, e daí OO1 = OP – O1 P = R – r1
,
enquanto que da tangência externa entre os círculos Γ e Γ2, temos que O, O2 e T são colineares, e portanto

OO2 = OT + TO2 = R + r2 .

Desde que o ΔABC é retângulo em A, então o centro O de Γ é ponto médio da hipotenusa BC e ainda OB = OA = OC.

Dai, ∠OAC = ∠OCA = α e BC = 2 ⋅ OB = 2 ⋅ OC = 2 ⋅ OA = 2r.


Desde que os círculos Γ1 e Γ2 são tangentes aos prolongamentos dos catetos AB e AC, segue que os pontos A,
O1 e O2 estão sobre a reta suporte da bissetriz interna do triângulo ABC relativa ao vértice A.
Daí, SALO 2 , KALO 1 são quadrados de lados r 2 e r 1 respectivamente. Além disso, temos que
— —
O2 A = r2 2, O1A = r1 2 e ∠O1AO = 45º – α (pois, AB  AC).

SISTEMA ANGLO DE ENSINO • 16 • 2009


Treinamento para Olimpíadas de Matemática
A
45 – α
α
r1
2 Rα
B C
O
O1 R–r
T
L

R + r2
r2
2
S
r2

O2

Nestas condições, aplicando o TEOREMA DOS COSSENOS aos triângulos ΔOAO1 e ΔOAO2, respectivamente,
encontramos:
(R – r1)2 = (r1 ⋅ 2 )2 + R2 – 2 ⋅ r1 ⋅ 2 ⋅ R ⋅ cos (45º – α).

e (R + r2)2 = (r2 ⋅ 2 )2 + R2 – 2 ⋅ r2 ⋅ 2 ⋅ R ⋅ cos (45º – α).


Desenvolvendo e simplificando, obtemos:
– 2R = r1 – 2R (cos α + sen α)
e 2R = r2 – 2R (cos α + sen α)

AC AB 2 2
Por outro lado, do ΔABC, temos cos α = , sen α = e AC + AB = 4R2 (Pitágoras).
2R 2R

Assim, das igualdades acima, temos: r1 = AC + AB – 2R e r2 = AC + AB + 2R , e portanto

r1 × r2 = ( AC + AB – 2R ) × ( AC + AB + 2R ).

r1 × r2 = ( AC + AB )2 – 4R2 .
2 2
r1 × r2 = 2 × AC × AB + AC + AB – 4 R2 .

r1 × r2 = 2 × AC × AB.

AC × AB
r1 × r2 = 4 × .
2
r1 × r2 = 4 × (ABC).
O que finaliza a demonstração pedida.

37. Ligando os centros das três circunferências obtemos o triângulo ΔABC de lados AB = 3cm, AC = 4cm e BC = 5cm.
Como 32 + 42 = 52, esse triângulo é retângulo, com hipotenusa BC.

B
2
2
3
1
A 1 3 C

SISTEMA ANGLO DE ENSINO • 17 • 2009


Treinamento para Olimpíadas de Matemática
Construa o retângulo ABDC, fazendo uma cópia do ΔBCD, congruente ao triângulo ΔABC e com lado comum BC.
Uma vez que DC = AB = 3 e que a circunferência de centro C também tem raio 3 cm, vemos que o ponto D está
sobre essa circunferência.

B D
2
2
3
1
A 1 3 C

Ligando o ponto D a cada um dos vértices do triângulo ΔABC e prolongando esses segmentos até interceptarem
as circunferências, obtemos os pontos P1, P2 e P3.
Temos que:
• DP2 = DB + BP2 = CA + BP2 = 4 + 2 = 6.
• DP1 = DA + AP1 = 5 + 1 = 6.
• DP3 = DC + CP3 = 3 + 3 = 6.

B D
P2

A C
P1

P3

Deste modo DP1 = DP2 = DP3 = 6. Assim se considerarmos a circunferência de centro D e raio 6 cm vemos que
esta circunferência passa por P1, P2 e P3. Além disso, como os pontos {D; A; P1}, {D; B; P2} e {D; C; P3} estão
alinhados, segue que a circunferência de centro D e raio 6 cm é tangente às três circunferências dadas de
centros A, B e C.
Resposta: 6 cm

SISTEMA ANGLO DE ENSINO – Coordenação Geral: Nicolau Marmo; Coordenação do TOM: Marco Antônio Gabriades; Supervisão de
Convênios: Helena Serebrinic; Nível 3: Antonio Carlos ROSSO Junior, GLENN Albert Jacques Van Amson, Luís Antonio PONCE Alonso, ROBERTO
Miguel El Jamal; Projeto Gráfico, Arte e Editoração Eletrônica: Gráfica e Editora Anglo Ltda;

SISTEMA ANGLO DE ENSINO • 18 • 2009


Treinamento para Olimpíadas de Matemática

Você também pode gostar