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O que é um SSD?

Tudo sobre Solid State Drives


Como funciona o SSD? Quais as vantagens sobre o HD tradicional? Quanto custa? Vale
a pena? Todas as respostas aqui

O SSD (Solid State Drive ou unidade em estado sólido) é um componente de hardware


que substitui o antigo HD (Hard Disk ou disco rígido) como unidade de armazenamento
de dados nos PCs. Muito mais rápido, o SSD não possui discos físicos ou agulhas
magnéticas, sendo capaz de acessar dados em uma fração de segundo e tornar seu
computador mais ágil para abrir programas e executar tarefas.
Como não possuem partes móveis, os SSDs resolvem a limitação de velocidade dos
HDs, que utilizam cabeças de leitura e gravação para fazer operações em discos
magnéticos. Nos últimos anos, a queda significativa no preço por gigabyte fez do SSD
um upgrade considerável (e talvez o mais importante) para melhorar o desempenho de
qualquer computador.
Mas como funciona um SSD? A vida útil é muito curta? Vale a pena comprar um SSD?
Para descobrir a resposta dessas e outras perguntas, leia os próximos parágrafos.
Como funciona um SSD?
Os SSDs mais comuns no mercado possuem dois componentes fundamentais: a
memória flash e o controlador.
A memória flash guarda todos os arquivos e, diferente dos discos magnéticos dos HDs,
não necessita de partes móveis nem motores para funcionar. Todas as operações são
feitas eletricamente, tornando as operações de leitura e escrita mais rápidas, além de
deixar o drive mais silencioso e resistente a vibrações e quedas.
O controlador gerencia a troca de dados entre o computador e a memória flash.
Formado por um processador que executa diversas tarefas no drive, é um dos principais
responsáveis pela performance de um SSD. O chip é capaz de gerenciar o cache de
leitura e escrita de arquivos, criptografar informações, mapear partes defeituosas do
SSD para evitar corrompimento de dados e garantir uma vida útil maior da memória
flash.

Um controlador SandForce e oito chips de memória flash dentro do OCZ Vertex 3


O avanço tecnológico nos controladores fez com que a velocidade dos SSDs aumentasse
rapidamente. Enquanto os primeiros SSDs de uso doméstico, como o Intel X25-M,
atingiam velocidades de 250 MB/s para leitura e 70 MB/s para escrita, os mais novos
são capazes de ultrapassar a casa dos gigabytes por segundo.
A quantidade máxima de operações de escrita por segundo (IOPS) de um SSD também
cresceu muito: passou de 8 mil nos primeiros modelos para mais de 90 mil em modelos
básicos lançados em 2020. Para fins de comparação, ambos são muito mais rápidos que
um HD tradicional, que fica na casa dos 100 IOPS.
Vantagens e desvantagens do SSD em relação ao HD
A ausência de partes móveis, principal característica de um SSD, traz diversas
vantagens. Como não é necessário mover cabeças para lá e para cá, muito menos deixar
um disco girando a uma velocidade altíssima, um SSD é silencioso, possui taxas de
transferência maiores, tempos de acesso menores e não sofre com usuários desastrados
que derrubam coisas no chão.
As taxas de transferência dos SSDs são impressionantes se comparadas com as dos HDs
voltados ao uso doméstico, que ficam na casa dos 100 MB/s. Mas é no tempo de acesso
que ele brilha: enquanto um HD comum demora 10 ou 15 milissegundos para acessar
um arquivo aleatório, um SSD comum faz a tarefa em 0,1 ou 0,2 ms. Isso, além de
resultar em um tempo de boot menor, agiliza todas as operações do sistema.
A Samsung produziu um vídeo para comparar o desempenho entre um HD e um SSD.
Monitoraram o tempo de inicialização do Windows, a abertura de um arquivo PDF de
25 MB, a capacidade de suportar altas vibrações e o consumo de energia em um
notebook. Confira abaixo:
A única desvantagem do SSD é o preço. Embora os valores tenham diminuído
significativamente nos últimos anos, eles ainda são mais caros quando consideramos o
preço por gigabyte. Por isso, pode ser mais interessante utilizar um SSD para os
arquivos do sistema operacional e dos softwares, deixando um HD (interno ou externo)
para dados que não necessitam de grande velocidade de acesso, como músicas ou fotos.
SSD com memória síncrona e assíncrona
A memória flash de um SSD pode trabalhar de dois modos: síncrona e assíncrona. Essa
informação geralmente está disponível na ficha de especificações técnicas do produto,
mas os usuários não dão muita importância a isso porque não há muito conteúdo sobre o
assunto.
A memória síncrona é mais cara e oferece melhor desempenho para manipular dados
que não podem ser comprimidos, como músicas, fotos e vídeos. Já a memória
assíncrona é menos cara e não possui uma performance tão boa para gravar dados que
não podem ser comprimidos.
Num teste com o CrystalDiskMark feito pelo The SSD Review, o Corsair Force GT
(memória síncrona) conseguiu 504,4 MB/s de leitura de dados não comprimidos,
enquanto que o Corsair Force 3 (memória assíncrona), obteve apenas 212,6 MB/s. O
primeiro certamente é uma opção melhor para pessoas que trabalham com arquivos de
áudio e vídeo.
Como a diferença de preço não é tão alta, na maioria dos casos vale juntar um dinheiro a
mais e comprar um SSD com memória síncrona.
A vida útil de um SSD é muito curta?
Por ser baseado em memória flash, assim como pendrives e cartões de memória, os
SSDs possuem vida útil limitada pela quantidade de ciclos de escrita. E,
contraintuitivamente, com a miniaturização do processo de fabricação das memórias
flash, essa quantidade diminuiu.
Convencionou-se que a memória flash dos SSDs suporta 10 mil ciclos de escrita, mas os
drives mais novos possuem vida útil estimada em 3 mil ou 5 mil ciclos.
Mas não há motivo para pânico: você não vai detonar seu SSD novinho em folha em um
ou dois anos de uso. O controlador do SSD possui uma tecnologia chamada wear
leveling, que pode ser traduzida como “distribuição de uso”. Essa tecnologia evita que
um mesmo bloco da memória flash seja utilizado muitas vezes. Quando um arquivo é
criado ou alterado, o controlador grava os novos dados em blocos menos utilizados.
Sabendo do wear leveling, vamos simular um cenário hipotético (e exagerado) em que
você comprou um SSD com capacidade de 120 GB e vida útil de apenas 3 mil ciclos de
escrita. Imagine que você seja capaz de gravar 120 GB de dados todos os dias, um uso
muito além do comum.
Fazendo as contas, isso significa que você terá pouco mais de 8 anos até que o SSD
comece a falhar. Num ritmo mais normal, gravando 20 GB de dados por dia, esse tempo
subiria para 49 anos. Em 49 anos, pode ser que nem você esteja funcionando.
Geralmente, os fabricantes são mais conservadores e estimam a vida útil de um SSD
como sendo de 5 a 10 anos de uso intenso. Em geral, durante esse tempo, é provável que
você já tenha trocado de computador ou feito uma atualização.
É necessário desfragmentar um SSD?
Você até pode desfragmentar um SSD, mas vai acabar gastando ciclos de escrita
desnecessariamente, diminuindo a vida útil do dispositivo. Em outras palavras: não, não
é necessário e muito menos recomendável praticar esse tipo de tortura com um SSD.
Como um SSD possui um tempo de acesso extremamente baixo, não há perda
significativa de desempenho quando fragmentos de arquivos estão espalhados pelo
disco, diferente de um HD, que sofre para mover sua cabeça de leitura para juntar várias
partes de um arquivo.
Não desfragmente (nem otimize) um SSD
Um SSD fica mais lento com o tempo?
Isso era verdade nos SSDs lançados há alguns anos, mas o problema não ocorre nos
drives mais novos.
Assim como no HD, excluir um arquivo no Windows não significa que ele será apagado
fisicamente do disco. Isso não seria um problema se não fosse uma limitação da
memória flash: não é possível apenas regravar dados como em um HD, em que você
grava por cima de um arquivo. É necessário restaurar a página do SSD ao estado
original e só depois gravar o novo dado, o que acaba diminuindo o desempenho.
Também não há meios para restaurar páginas ao estado original de forma independente,
é necessário apagar o bloco inteiro. Se o sistema operacional precisar apagar só uma das
páginas, o controlador deverá copiar todos os dados de um bloco para um cache,
restaurar os dados em outro bloco, apagar o primeiro bloco e então gravar a nova
informação.
Para evitar todo esse trabalho, o controlador do SSD procura gravar dados
preferencialmente em páginas vazias. O problema é que, depois de um tempo, quando
todos os blocos já foram usados pelo menos uma vez, o controlador precisaria executar
a tarefa sempre.
Felizmente, os novos SSDs possuem um comando chamado TRIM, utilizado pelo
sistema operacional. Esse comando “adianta” o trabalho do controlador e limpa os
blocos que tiveram arquivos deletados, deixando o SSD como novo. Windows 7, Linux
2.6.28+ e OS X 10.6.8 ou superiores suportam o comando, o que abrange todos os
sistemas operacionais lançados desde 2010.
Vale a pena comprar um SSD?
Se você está juntando dinheiro para fazer um upgrade no PC, vale a pena começar a
pesquisar preços de SSDs. Para quem está comprando um novo computador, é
interessante pesquisar um modelo que já venha com SSD — especialmente no caso dos
notebooks, que normalmente não têm espaço para instalar um SSD e um HD ao mesmo
tempo.
Com um disco rígido, o desempenho da máquina acaba sendo limitado em tarefas
cotidianas, como abertura de programas, carregamento de jogos e qualquer outra
operação que envolva leitura e escrita de dados, não importando quão rápido seu
processador seja ou quanta RAM você tenha instalado – o resto dos componentes
precisará esperar o lento HD fazer seu trabalho para finalmente entrar em ação.
Mas tenha em mente que, após comprar, instalar e usar um SSD, você seguirá um
caminho sem volta: após alguns dias, qualquer computador com HD parecerá lento.

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