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1 INTRODUÇÃO
2.1 Leitura
A ênfase da leitura oferecida nos Postos de Saúde através do nosso Projeto, procurando
o engajamento em um programa de democratização preconizado por SILVA (1997)
“compreende uma política de leitura, que mobilizando diferentes segmentos sociais, possibilite
a popularização do livro e sua circulação, livre e desimpedida, sobretudo entre os setores mais
carentes da população”.
Queremos que o livro entre para a vida da criança logo cedo, antes da idade escolar, e
que seja integrado ao seu cotidiano e seus brinquedos, não correndo o risco de ser encarado
como objeto de trabalho e, a leitura, como uma tediosa obrigação imposta pelo adulto. Nessas
atividades nos coube o melhor pedaço: a leitura pelo prazer.
A classe bibliotecária tem sido suficientemente criticada pela falta de uma série de
atributos no trabalho com a leitura, principalmente pela falta de projetos concretos e ações que
transformem a realidade social em que estamos inseridos. Ainda, segundo o parecer do Prof.
Ezequiel (SILVA, 1997), a freqüente atitude do “nada posso fazer” deveria ter sido revista e
substituída pelas atitudes “parar para pensar” e do “ agir para transformar”.
2.2 Hábito de Ler
“ A rede afetiva que se estabelece entre todos, através dos livros, abre um espaço no
qual cada criança pode expressar-se, ouvir e contar histórias ou ainda ficar em silêncio,
sem a necessidade de produzir conhecimentos específicos. Nessa situação , as crianças,
cada uma de uma maneira, está produzindo conhecimentos, mas não necessariamente
pré-determinados pelo adulto. Ou seja, ela está aumentando seu repertório cultural, seu
imaginário, sua linguagem, está tendo possibilidade de escolha de livros e de parceiros
para a sua leitura e, além disso, pode conhecer outras visões de mundo e estabelecer
relações com sua realidade “ (ABRINQ, 1999, p.6).
Nome da mediadora:
Instituição:
Data:
Faixa etária das crianças:
Número de crianças:
1- Livros escolhidos para o trabalho de hoje:
3- Registre as situações que você considerou mais importantes no dia de hoje, tentando
reproduzir o que as crianças falaram, suas opiniões e reações em relação aos livros e às
atividades propostas.
A magia e atração que as histórias exercem sobre seus ouvintes, contribui para o
desenvolvimento infantil por ser: recreativa, educativa, instrutiva, afetiva (desperta emoções e
valoriza sentimentos), estimula a socialização, desenvolve a atenção e disciplina e ajuda na
recuperação física de crianças enfermas. A prova maior desse benefício é a proliferação de
grupos que oferecem atendimento e contam histórias nos hospitais, promovendo alegria e
consolo.
Para muitos acompanhantes das crianças nos Postos de Saúde, essa oportunidade de
leitura tem sido única. Ainda é grande o número de avós analfabetas que se deliciam com a
beleza das obras literárias infantis e aproveitam para ouvir histórias. Sentem-se muito
valorizadas quando enfatizamos a importância das impressões e lembranças que as crianças
guardam da infância: as histórias antes de dormir, os casos que as vovós contam para os
netinhos e que povoam todo o imaginário infantil e que os acompanham durante toda a vida.
Tem sido grande o número de acompanhantes que pegam os livros, e por livre
iniciativa, começam a ler para suas crianças imitando as mediadoras.
Temos registrado inúmeros depoimentos do pessoal da área de saúde dos dois Postos
onde temos trabalhado atualmente e todos os comentários convergem para os benefícios de se
promover a felicidade em situações de dor, doença e conflitos. A leitura, pela praticidade do
uso do livro e pela facilidade de interação que propicia, tem suscitado reconhecimento e
sugestões para futuras ações do grupo, na expectativa de expandir o campo de atuação para
outros Postos da cidade. Isso tem motivado a organização de um grupo de voluntários da
leitura, para ampliação do quadro e atendimento das expectativas de demanda.
2.4.4 A questão qualitativa
A questão dos direitos da cidadania, também uma qualidade indiscutível e difícil de ser
medida é a preocupação constante de todos que possuem uma consciência política
desenvolvida e atenta para ações que busquem promover a dignidade humana e a decência
social estimulando os anseios de melhoria da qualidade de vida.
Pouco adianta o cidadão ser alfabetizado se ele não tiver livros identificados segundo
sua faixa etária e anseios específicos, para poder usufruir do seu direito a ler. Livros antigos,
obsoletos, mal conservados e danificados, localizados a quilômetros de sua residência não
contribuem em nada para que ele se sinta motivado a substituir a leitura por qualquer outra
atividade.
3.2 A leitura é processo de contínuo aprendizado
Alguém acostumado a ler, sabe onde encontrar respostas para suas dúvidas e procurar
se informar e atualizar continuamente. A criança deve compreender que o ciclo de
aprendizagem não termina na escola. Iniciada desde cedo à leitura ela buscará nos livros, com
naturalidade, a fonte para continuar alimentando sua ânsia de acompanhar a dinâmica do
conhecimento humano. Irá usufruir das informações em todos os seus suportes, desde o jornal
até os computacionais, cada vez mais acessíveis. Quanto mais habilitado o indivíduo, menos
barreiras encontrará e menor será o seu grau de exclusão.
4 FINALIZANDO
“O amor pelos livros não é coisa que apareça de repente. É preciso ajudar a criança a
descobrir o que eles lhe podem oferecer” (SANDRONI; MACHADO, p. 16).
ABRINQ. Projeto Biblioteca Viva: a mediação de leitura e as crianças. São Paulo, 1999.
CAGNET, S. S. ; ZOTZ, W. Livro que te quero livre . Rio de Janeiro: Nórdica, 1986.
DEMO, P. Avaliação qualitativa. 3. ed. São Paulo: Cortez, 1991 (Coleção Polêmicas do
Nosso Tempo, 25).
SILVA, E. T. Leitura e realidade brasileira. 5. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1997.