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Geologia urbana

Semana II

Variáveis do fluxo hidrológico superficial e subterrâneo. Saturação de materiais geológicos e


pedológicos, redes de escoamento superficial e subterrâneo, parâmetros de qualidade da água.
Aspectos físico-químicos da variação da disponibilidade de água em meios livres e confinados.

Hidrologia de solos
Feitosa, Fernando A. C.; Manoel Fo.,
João (coords.). Hidrogeologia: conceitos
e aplicações. Brasília: CPRM, 2000 (2a
ed.).
Qualidade das águas superficiais
Qualidade da água é um termo relativo, que varia
de acordo com o uso desejado. A poluição da água é
definida como algum prejuízo das propriedades desta, que
afeta diretamente e de forma adversa o homem como
organismo vivo, ou indiretamente através da redução dos
valores de seus objetos físicos ou propriedades ou ainda
oportunidade de recreação ou apreciação da natureza.

Entre os fenômenos mais frequentes que


interferem na qualidade da água destacam-se: as erosões,
os deslizamentos de encostas, o assoreamento de cursos
d’água, as inundações, o lançamento indiscriminado de
detritos gerados pela ocupação urbana, incluindo lixo,
efluentes sanitários, entulho e detritos industriais.
Acrescente-se ainda o carreamento de fertilizantes e outros
aditivos agrícolas usados na agricultura e a lixiviação de
nutrientes do solo como contribuintes para a mudança da
qualidade das águas, provocando a eutrofização do sistema
aquático.

'Os índices de
qualidade das águas são
úteis quando existe a
necessidade de sintetizar a
informação sobre vários
parâmetros físico-
químicos, visando informar
o público leigo e orientar
as ações de gestão da
qualidade da água. Entre as
vantagens do uso de
índices destacam-se a
facilidade de comunicação
com o público não técnico
e o fato de representar uma
média de diversas variáveis
em um único número. Por
outro lado, a principal
desvantagem consiste na
perda de informação das
variáveis individuais e da
interação entre as mesmas.'

ANA – IQA
a. Classificação das Águas

A Resolução CONAMA nº 20, de 18 de junho de 1986, alterou os critérios de classificação dos


corpos d’água da União, estabelecidos anteriormente pelo Portaria MINTER nº 013/76, estendendo-se às
águas salobras e salinas, acrescentando vários parâmetros analíticos e alterando os padrões relativos a vários
componentes.

As águas são distribuídas em:

Classe Especial: destinadas ao abastecimento doméstico sem prévia ou simples desinfecção e a


preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas
Classe 1: destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento simplificado, à proteção das
comunidades aquáticas, à recreação de contato primário, à irrigação de hortaliças e de frutas cultivadas rente
ao solo e consumidas cruas, e à agricultura de espécies destinadas à alimentação humana.
Classe 2: destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento convencional, à proteção das
comunidades aquáticas, à recreação de contato primário, à irrigação de plantas e hortaliças e de plantas
frutíferas e na agricultura.
Classe 3: destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento convencional, à irrigação de culturas
arbóreas, cerealíferas e forrageiras e à dessedentação de animais.
Classe 4: destinadas à navegação, à harmonia paisagística e aos usos menos exigentes.
Para as águas de classe especial foram estabelecidas restrições quanto a coliformes totais, que deverão
estar ausentes em qualquer amostra. Nessa classe não são tolerados lançamentos de resíduos de qualquer
espécie, mesmo tratados.
Para as águas de classe 1 a 3, foram estabelecidos Padrões de Qualidade com restrições para: materiais
flutuantes, óleos e graxas, substâncias que comuniquem gosto ou odor, corantes artificiais, substâncias que
formem depósitos objetáveis, os quais deverão ser virtualmente ausentes; coliformes, DBO, OD, turbidez,
cor, pH e uma extensa lista de substâncias potencialmente prejudiciais como: sólidos totais, nutrientes,
fenóis, detergentes, solventes, metais pesados, substâncias orgânicas e inorgânicas tóxicas cancerígenas ou
de outro efeito nocivo, que devem obedecer a determinados limites quantitativos em função de cada classe.
Para as águas de classe 4 há apenas restrições para materiais flutuantes, odor e aspecto, óleos e
substâncias sedimentáveis; limites quantitativos para fenóis, OD e pH. As águas salinas foram classificadas
nas classes 5 e 6 e, as águas salobras nas classes 7 e 8.
Foram ainda definidos Padrões de Balneabilidade, com base no número de coliformes fecais e totais,
segundo os quais as águas são classificadas em excelentes, muito boas, satisfatórias ou impróprias.

Qualidade das águas subterrâneas

De forma geral, as águas subterrâneas, no País, são de boa qualidade com propriedades
físico-químicas e bacteriológicas adequadas a diversos usos, incluindo o consumo humano. Na sua
forma natural, as principais restrições que eventualmente existem são:

a. Problemas localizados de elevada dureza e/ou sólidos totais dissolvidos nas regiões de
ocorrência de rochas calcárias, como, por exemplo, nos sistemas aqüíferos Bambuí e
Jandaíra, que podem restringir alguns usos. Este efeito está associado à dissolução
promovida pela água subterrânea nestas rochas.
b. Elevados valores de sólidos totais dissolvidos nas porções mais profundas dos aqüíferos,
especialmente nas partes confinadas das bacias sedimentares, como é o caso do Guarani,
Açu e Serra Grande. Devido às condições de circulação lenta, a água subterrânea se
enriquece em sais minerais em profundidade.
c. Elevados valores de sólidos totais dissolvidos nos poços que explotam os aqüíferos
fraturados (terrenos cristalinos) do semi-árido nordestino. O uso de dessalinizadores tem
sido uma alternativa para o aproveitamento destas águas. Questões como o destino dos
rejeitos produzidos no processo de dessalinização e a manutenção dos equipamentos são
aspectos importantes no gerenciamento que ainda necessitam de uma solução. O uso de
aluviões e barragens subterrâneas, desde que tecnicamente bem planejadas, são alternativas
importantes para o abastecimento de água com boa qualidade.
. d. Ocorrência natural nas rochas de minerais cuja dissolução, localmente, gera águas com
concentrações acima do padrão de potabilidade. É o caso do ferro nas águas de sistemas
aqüíferos como Alter do Chão, Missão Velha e Barreiras, e de flúor no Bambuí, Guarani e
Serra Geral. As concentrações de ferro não apresentam risco à saúde humana, mas podem
provocar problemas como sabor metálico e incrustação em poços.
.
Recentemente, foram descritos os primeiros casos de excesso de fluoreto nos poços que
captam água do aqüífero sedimentar e cristalino da Região Metropolitana de São Paulo. Diversos
estudos realizados no Estado do Rio Grande do Sul têm mostrado também elevados valores de
fluoreto nas águas subterrâneas. É conhecida ainda a ocorrência de elevados teores de cromo em
águas do sistema aqüífero Bauru-Caiuá que, muitas vezes, inviabiliza o seu uso.

Uma comprovação da qualidade das águas do subsolo do País é o grande uso de águas
minerais e potáveis de mesa para consumo humano, especialmente nos grandes centros urbanos.
Esse mercado movimenta anualmente cerca de U$ 450 milhões. Embora as águas subterrâneas
possuam uma qualidade natural muito boa, as atividades antrópicas, nas últimas décadas, têm
comprometido significativamente alguns aqüíferos.

Apenas três Unidades da Federação realizam o monitoramento da qualidade das águas


subterrâneas. São Paulo possui uma rede, criada em 1990, que atualmente conta com 162 poços e
analisa 40 parâmetros, incluindo compostos orgânicos, com freqüência semestral. Em Minas Gerais,
nas bacias dos rios Verde Grande [BHSF], Jequitaí [BHSF] e Pacuí/Riachão [BHSF], foi instalada,
em 2004, uma rede piloto de monitoramento da qualidade da água. Por fim, no Distrito Federal foi
iniciado, em 2006, o monitoramento qualitativo em uma rede com 132 poços distribuídos pelos
condomínios horizontais e algumas cidades-satélites de Brasília. O monitoramento trimestral inclui
29 parâmetros físico-químicos e bacteriológicos.

http://pnqa.ana.gov.br/rede/rede_informacoes.aspx
'… O enquadramento pretende estabelecer o nível de qualidade (classe) a ser alcançado ou
mantido em um segmento de corpo d'água, ao longo do tempo. Portanto, o enquadramento é um
instrumento de planejamento para garantir a qualidade de um segmento do corpo d'água
correspondente à classe de uso em que este foi enquadrado.
O enquadramento pode ser considerado como um pacto social se a definição dos anseios da
comunidade, muitas vezes conflitantes, for expresso em metas de qualidade de água. … O
enquadramento dos corpos d'água possui um sentido de proteção, não da água propriamente, mas da
saúde pública, pois é evidente a preocupação em segregar a água que pode ser utilizada para, por
exemplo, irrigar hortaliças que são consumidas cruas ou aquelas que servem para abastecimento
público. Além disso, nota-se uma preocupação com o fator econômico, em relação aos custos de
tratamento da água para abastecimento público, que são maiores nas classe de pior qualidade.
Outro aspecto relevante, o enquadramento representa indiretamente um mecanismo de
controle do uso e de ocupação do solo, já que restringe a implantação de empreendimentos cujos
usos não consigam manter a qualidade de água na classe em que o corpo d'água fora enquadrado.
Nesse aspecto, a questão das competências é relevante, pois, segundo a Constituição
Federal, cabe ao Município estabelecer, mediante lei municipal, as condições de ocupação do solo
por meio de seu plano diretor e da Lei de Zoneamento. Portanto, o enquadramento apresenta grande
importância no processo de gestão, estando intimamente ligado ao planejamento do uso do solo e ao
zoneamento ambiental.
Composição de águas minerais comercializadas em outubro.2016:

composição de águas minerais


conjunto VI
Ca++ Mg++ Na+ K+ SO4-- Cl- NO3- HCO3- SiO2 F- Ba Sr Li Br HPO4-- Cu pH
Al Azb 12,00 11,00 15,00 1,20 3,00 12,00 7,60
Apollinaris 100,00 130,00 410,00 20,00 80,00 100,00 1810,00
Aquaset 23,26 5,07 10,82 1,11 0,32 0,33 0,37 125,15 0,16 0,07 0,03 7,21
Aquissima 16,49 2,75 13,30 3,21 0,59 0,16 94,98 0,04 0,02 0,14 0,02 6,97
Aw ana 29,00 1,00 4,00 2,00 1,00 10,00 134,00 7,40
Bioleve 12,98 7,97 3,31 1,44 0,22 1,06 2,80 85,60 0,01 0,02 0,05 0,04 0,10 6,80
Bismarck 61,90 4,10 10,00 4,20 17,00 14,90 193,00
Buxton 55,00 19,00 24,00 1,00 13,00 37,00 0,01 248,00 7,40
Caxambu 2,45 0,45 1,50 2,46 0,30 0,06 0,43 16,81 0,06 0,19 0,10 5,05
Contrex 486,00 84,00 3,20 9,10 1187 8,60 403,00
Daflora 5,60 2,95 4,09 2,80 0,38 0,90 3,86 38,00 0,19 0,06 0,04 0,01 0,45 6,49
EnviroClear 64,00 26,00 16,00 2,00 18,00 31,00 240,00 0,20
Evian 80,00 26,00 6,50 1,00 14,00 10,00 3,80 360,00 15,00 7,20
Gerolsteiner 345,00 100,00 115,00 10,00 35,00 40,00 1800,00
Hella 51,20 3,60 3,20 8,20 0,00 29,10 46,00
Heppinger 115,90 164,80 856,00 52,70 188,00 244,70 2891,00
Indaiá 16,78 9,61 1,00 0,99 0,10 0,08 0,04 103,03 0,07 0,02 0,02 0,02 7,70
Infaq 15,80 1,30 10,00 2,60 0,80 0,10 6,90
Magnesia 36,70 236,30 5,00 2,00 25,00 3,90 1292,00
Mattoni 62,40 18,00 96,70 3,90 51,70 12,90 541,00
Mlynsky 149,00 43,50 1682,00 93,00 1579,00 591,10 2019,00
Motette 57,10 1,80 5,80 0,72 8,40 9,10 1,50 169,00 5,70 0,10 0,09 7,82
Nestlé Pureza Vital 19,98 0,13 9,54 2,85 0,10 0,18 0,16 90,67 0,04 8,18
Occomani 5,02 3,41 65,89 1,50 29,90 0,90 6,86
Recoaro 35,20 14,00 0,90 0,30 19,90 0,90 4,30 150,00 1,70 0,10
Perrier 143,00 3,40 9,00 5,10 33,00 21,50 390,00
Prata 11,70 5,39 2,90 3,52 3,88 0,61 1,30 0,27 0,06 0,14 6,42
San Mateo 90,00 11,00 32,00 6,00
San Pellegrino 208,00 53,50 42,00 2,80 534,60 68,00 223,00
São Lourenço 28,41 12,38 33,49 32,93 1,79 1,53 1,83 282,80 0,12 0,46 0,05 0,03 5,37
Saratica 219,70 943,80 2203,00 26,50 8141,00 124,20 557,00
Serra Alta 9,58 3,46 8,11 3,11 3,61 0,56 0,28 0,11 6,83
Tropical Minas 1,29 0,63 0,24 0,11 0,15 0,17 0,74 6,70 5,70
Vittel 91,00 19,90 7,30 4,90 105,00 29,40 258,00
Volvic 9,90 6,10 9,40 5,70 6,90 8,40 65,00
Whistler 8,10 0,85 2,40 0,60 5,00 28,00 0,00 7,00
Wittenseer 0,20 5,70 9,80 1,30 32,00 17,80 243,00

média 72,42284 53,59043 154,9296 8,926139 346,0186 42,955 1,328235 480,7658


mediana 35,2 7,966 9,541 2,8245 8,4 10 0,74 223
desvio padrão 101,2456 158,9547 463,324 17,91836 1396,786 107,9966 1,474526 708,0929
http://pnqa.ana.gov.br/Publicao/PANORAMA%20DO%20ENQUADRAMENTO.pdf

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