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PONTOS DO
CALVINISMO Uma exposição
abrangente dos pilares
da Fé Reformada
®
E D I T O R A
IMPÉRIO CRISTÃO
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do Livro
Register of (ISBN)
International Standard Book Number
BREVE BIOGRAFIA 1
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VIDA E CARREIRA
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Juventude
1
Dabney, R. L. (2023, 14 de fevereiro). Robert Lewis Dabney. Em Wikipedia, a enciclopédia li-
vre. Obtido em 22 de fevereiro de 2024,
Robert Lewis Dabney nasceu em 5 de março de 1820. Ele era
o sexto filho (terceiro filho) de Charles William Dabney (1786-
1833) e Elizabeth Randolph Price Dabney, e descendente de Cor-
nelius d'Aubigné de um d'Aubigné estendido ( Dabney) Família
huguenote que se estabeleceu na Virgínia e em Massachusetts no
século XVII. Seu irmão, Charles William Dabney (1809–1895) foi
o capitão da Companhia C, 15º Regimento de Infantaria da Virgí-
nia.
Carreira
Dabney serviu como missionário no condado de Louisa, Vir-
gínia , de 1846 a 1847 e pastor na Igreja Presbiteriana de Tinkling
Spring de 1847 a 1853, sendo também diretor de uma escola clássi-
ca durante parte desse tempo. Ele é considerado um filho ilustre
da Igreja Presbiteriana da Providência. Foi em Tinkling Spring
que ele conheceu Margaret Lavinia Morrison. Eles se casaram em
28 de março de 1848. Tiveram seis filhos juntos, três dos quais
morreram na infância de difteria (dois em 1855, o outro em 1862).
De 1853 a 1859, foi professor de história eclesiástica e política e de
1859 a 1869 professor adjunto de teologia sistemática no Union
Theological Seminary da Virgínia, onde mais tarde se tornou pro-
fessor titular de sistemática.
Arquitetura
Os projetos de Dabney para a Igreja Presbiteriana Tinkling
Spring e para duas outras igrejas na Virgínia são considerados por
influenciar a arquitetura da igreja na Virgínia. Três obras associa-
das a Dabney estão listadas no Registro Nacional de Locais Histó-
ricos dos EUA : Igreja Presbiteriana Tinkling Spring; Igreja Briery,
em Briery, Virgínia; e a Igreja Presbiteriana de New Providence,
perto de Brownsburg, Virgínia .
Morte
Dabney morreu em 3 de janeiro de 1898, devido a complicações
de uma doença aguda.
Principais obras
Capítulo | 1
DEPRAVAÇÃO TOTAL ................................................................................................. 17
Capítulo | 2
ELEIÇÃO INCONDICIONAL ....................................................................................... 35
Capítulo | 3
EXPIAÇÃO LIMITADA ................................................................................................. 57
Capítulo | 4
CHAMADA EFICAZ ........................................................................................................ 64
Capítulo | 5
PERSEVERANÇA DOS SANTOS............................................................................... 77
Introdução
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H
istoricamente, este título (“Calvinismo”) é de pouca
precisão ou valor; Eu o uso para denotar certos pontos
da doutrina, porque o costume o tornou familiar. No
início do século XVII, a Igreja Presbiteriana da Holanda, cuja
confissão doutrinária é em substância igual à nossa, foi muito per-
turbada por uma espécie de minoria da nova escola, liderada por
um dos seus pregadores e professores, James Harmensen, em la-
tim, Arminius (portanto, desde então, arminianos). A Igreja e o
Estado sempre estiveram unidos na Holanda; portanto, o governo
civil assumiu a disputa. O Professor Harmensen (Arminius) e o
seu partido foram obrigados a comparecer perante o Estado Geral
(o que chamaríamos de Congresso Federal) e dizer quais eram as
suas objeções contra as doutrinas da sua própria igreja, que eles
tinham livremente prometido ensinar nos seus votos de ordena-
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R. L DABNEY | Os Cinco Pontos do Calvinismo
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12 | P á g i n a
Os Cinco Pontos do Calvinismo | INTRODUÇÃO
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novo nome, nada no mundo senão o velho semipelagianismo que
assolava as igrejas há mil anos, o primo-alemão do Credo socini-
ano ou unitarista. Praticamente negava que o Adão caído tivesse
levado o coração do homem a uma alienação total e decisiva de
Deus; afirmava que a sua eleição pela graça não era soberana,
mas fundada na sua própria visão da fé, do arrependimento e da
perseverança daqueles que escolheriam abraçar o evangelho. Essa
graça no chamado eficaz não é eficaz e invencível, mas resistível,
de modo que todas as conversões reais são o resultado conjunto
desta graça e da vontade do pecador trabalhar lado a lado. Que
Cristo morreu igualmente pelos não eleitos e pelos eleitos, pro-
porcionando uma expiação universal e indefinida para todos; e
que os verdadeiros convertidos podem, e às vezes o fazem, afas-
tar-se total e finalmente do estado de graça e salvação; sua perse-
verança nisso não depende da graça eficaz, mas de sua própria
vontade para continuar nos deveres evangélicos.
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R. L DABNEY | Os Cinco Pontos do Calvinismo
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Os Cinco Pontos do Calvinismo | INTRODUÇÃO
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mas do Espírito Santo falando na Bíblia. No entanto, encontramos
algum conforto inferior ao descobrir essas mesmas doutrinas da
graça nas mais eruditas e piedosas de todas as igrejas e épocas;
dos grandes pais do Romanismo, de Martinho Lutero, de Blaise
Pascal, das igrejas protestantes originais, alemãs, suíças, france-
sas, holandesas, inglesas e escocesas, e de longe a maior parte das
verdadeiras igrejas bíblicas dos nossos dias. O objetivo deste tra-
tado é simplesmente permitir que todos os investigadores hones-
tos da verdade compreendam exatamente o que realmente são
aquelas doutrinas que as pessoas chamam de peculiares “doutri-
nas dos presbiterianos”, e assim permitir que mentes honestas
respondam a todas as objeções e perversões. Não escrevo por
causa de qualquer falta em nossa igreja de tratados existentes bem
adaptados ao nosso propósito; nem porque penso que alguém pos-
sa agora acrescentar algo realmente novo ao argumento. Mas nos-
sos pastores e missionários pensam que algum bem adicional po-
de advir de outra breve discussão adequada para leitores não pro-
fissionais. Para tais eu recomendaria sinceramente dois pequenos
livros, Dr. Mathews sobre o Propósito Divino, e o Dr. O Deus
Soberano e Homem Livre de Nathan Rice . Para aqueles que de-
sejam investigar essas doutrinas mais extensivamente, existem,
além da Bíblia, as obras padrão na língua inglesa sobre a divinda-
de doutrinária, como as Institutas de Calvino (traduzidas), Witsius
sobre os Convênios, Dr. As teologias de William Cunningham, de
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R. L DABNEY | Os Cinco Pontos do Calvinismo
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Depravação
Total
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O
que os presbiterianos realmente querem dizer com
“pecado original”, “depravação total” e "Incapacida-
de da Vontade".
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R. L DABNEY | Os Cinco Pontos do Calvinismo
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Capítulo – 1 | DEPRAVAÇÃO TOTAL
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pecaminoso quanto as suas transgressões reais, porque é ver-
dadeiramente livre e espontâneo. Este pecado original mani-
festa-se em todos os homens naturais numa oposição fixa e
absoluta de coração a algumas formas de dever, e especial-
mente e sempre a deveres espirituais, devidos a Deus, e num
propósito de coração fixo e absolutamente decisivo de conti-
nuar em alguns pecados. (mesmo enquanto praticam alguns
deveres sociais), e especialmente para continuarem em seus
pecados de incredulidade, impenitência, obstinação e impie-
dade prática. Nisso, os mais morais são tão inflexivelmente
determinados pela natureza quanto os mais imorais. A melhor
parte pode respeitar sinceramente diversos direitos e deveres
em relação aos seus semelhantes, mas na resolução de que a
vontade própria será a sua regra, sempre que quiserem, em
oposição à santa vontade soberana de Deus, estes são tão ine-
xoráveis quanto os mais perversos. Suponho que uma jovem
refinada e educada apresenta o espécime menos pecaminoso
da natureza humana não regenerada. Examine tal. Antes que
ela fosse culpada de roubo, palavrões, embriaguez ou impure-
za, ela morreria. Na sua oposição a estes pecados, ela é verda-
deiramente sincera. Mas existem algumas formas de obstina-
ção, especialmente nos pecados de omissão contra Deus, nos
quais ela é tão determinada quanto o mais brutal dos bêbados
em sua sensualidade. Ela tem, suponhamos, uma mãe cristã.
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R. L DABNEY | Os Cinco Pontos do Calvinismo
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Capítulo – 1 | DEPRAVAÇÃO TOTAL
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Agora, os deveres da alma para com Deus são os mais ele-
vados, mais queridos e mais urgentes de todos os deveres; de
modo que a desobediência intencional aqui é o mais expresso,
o mais culpado e o mais endurecedor de todos os pecados que
a alma comete. As perfeições e a vontade de Deus são o pa-
drão mais supremo e perfeito de direito moral e verdade. Por-
tanto, aquele que se opõe obstinadamente ao direito de Deus
está se colocando na oposição mais fatal e mortal à bondade
moral. A graça de Deus é a única fonte de santidade para as
criaturas racionais; portanto, aquele que se separa deste Deus
por esta obstinação hostil, fecha-se na morte espiritual final.
Essa obstinação enraizada e ímpia é o câncer destruidor da
alma. Essa alma pode permanecer por algum tempo como o
corpo de um jovem contaminado por um câncer não desen-
volvido, aparentemente atraente e bonito.
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R. L DABNEY | Os Cinco Pontos do Calvinismo
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para Deus e para o bem. Isto é o que queremos dizer com de-
pravação total.
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Capítulo – 1 | DEPRAVAÇÃO TOTAL
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estado aleatório? Será que as nossas almas razoáveis não con-
têm princípios reguladores originais das suas preferências e
escolhas? Se fosse assim, então a alma do homem seria de fato
um catavento miserável, girado por todos os ventos externos;
não serve para ser livre, racional ou responsável. Todos sa-
bemos que temos esses primeiros princípios reguladores das
nossas preferências; e estas são suas próprias disposições na-
turais. Eles são internos, não externos. São espontâneos, não
forçados e tão livres quanto as nossas escolhas. Eles são nos-
sos, não de outra pessoa. Eles, somos nós mesmos. São atribu-
tos essenciais em qualquer ser possuidor de personalidade.
Toda pessoa racional deve ter algum tipo de disposição natu-
ral. Podemos conceber uma pessoa naturalmente disposta
desta forma e outra daquela. É impossível pensarmos num
agente livre racional sem qualquer disposição. Tente. Temos
ilustrações importantes do que é a disposição nativa nas pro-
pensões corporais dos animais. É da natureza de um potro
gostar de grama e feno. É da natureza de um estudante salti-
tante gostar de molho picante. Você pode tolerar [atrair] o po-
tro com um monte de feno, mas não o menino; é a linguiça
quente que vai buscá-lo quando tiver fome; ofereça a linguiça
quente ao potro e ele a rejeitará e estremecerá com ela. Agora
tanto o potro quanto o menino são livres para escolher o que
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Capítulo – 1 | DEPRAVAÇÃO TOTAL
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Apliquemos um desses casos. Faço este apelo a um grupo
de aspirantes a jovens senhoras e senhores: “Venha e envolva-
se comigo, de sua livre escolha, neste determinado curso de
trabalho; será longo e árduo; mas posso assegurar-lhe um cer-
to resultado. Eu prometo a vocês que, com esse esforço labo-
rioso, vocês se tornarão o grupo de jovens mais desprezados e
abusados do Estado.” Será que isso conseguirá induzi-los? Isso
pode ter sucesso? Não, não vai, e nós apenas dizemos, não po-
de. Mas não são estes jovens livres quando me respondem,
como certamente o farão: "Não, Professor, não o faremos, e
não podemos cometer a loucura de trabalhar arduamente
apenas para merecer o desprezo, porque o desprezo é em si
mesmo contrário e doloroso para nossa natureza." Isto é pre-
cisamente paralelo ao que os presbiterianos querem dizer
com incapacidade da vontade para todo o bem espiritual. É
tão real e certo quanto a incapacidade do corpo docente. Esses
jovens têm os dedos para realizar o trabalho proposto, diga-
mos o da escrita, pelo qual os convido a trabalhar para ganhar
o desprezo. Eles têm olhos e dedos para escrever, mas não
podem escolher livremente minha oferta, porque isso contra-
diz aquele princípio de sua natureza, o amor ao aplauso, que
regula infalivelmente a livre preferência e escolha humana.
Aqui está um caso exato de “incapacidade de vontade”. Se,
agora, a queda do homem trouxe para a sua natureza um
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Capítulo – 1 | DEPRAVAÇÃO TOTAL
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tia que eles não iriam, e não poderiam falar gentilmente com
seu irmão inocente.
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Capítulo – 1 | DEPRAVAÇÃO TOTAL
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igrejas. Este pecado dos seres humanos começa mais ou me-
nos assim que as faculdades da criança estão tão desenvolvi-
das que a qualificam para pecar intencionalmente. "Os ímpios
se perdem assim que nascem, falando mentiras." Agora, um
resultado uniforme deve proceder de uma causa anterior re-
gular – deve haver pecado original na natureza do homem.
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Capítulo – 1 | DEPRAVAÇÃO TOTAL
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gor nos incrédulos. Nem poderiam as dúvidas relativas a estas
verdades do evangelho, mesmo que sinceras e razoavelmente
fundamentadas até certo ponto, explicar ou desculpar esta
negligência. Pois a fé, a obediência, a adoração e o amor de
Deus são evidentemente corretos e bons para os homens, se-
jam esses terríveis fatos do evangelho verdadeiros ou não.
Quem acredita está agindo do lado seguro, pois não perde na-
da, mas ganha algo, seja qual for o rumo que o acontecimento
possa tomar; ao passo que a negligência do evangelho teria
incorrido em um prejuízo infinito, sem nenhum ganho possí-
vel caso o cristianismo se revelasse verdadeiro.
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Capítulo – 1 | DEPRAVAÇÃO TOTAL
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redito de Deus sobre os sobreviventes ainda era o mesmo.
Observe este texto de (Gn 8.21) “Não amaldiçoarei mais a
terra por causa do homem; pois a imaginação do coração do
homem é má desde a sua juventude. "Jó, pergunta: “Quem po-
de tirar algo limpo de algo impuro?” Ninguém." (Jó 14:4).
Davi diz: "Eis que fui formado em iniquidade, e em pecado me
concebeu minha mãe." Mudará o etíope a sua pele, ou o leo-
pardo as suas manchas? então façais o bem também vós, que
estais acostumados a fazer o mal." (Jr 13.23).
Pedro nos diz em (At 8.23) que o crente espúrio está “no
fel da amargura e no laço da iniquidade”. Paulo em (Rm 8.7)
diz: “A mente carnal é inimizade contra Deus: pois não está
sujeita à lei de Deus, nem de fato pode estar” (incapacidade da
vontade). Em Efésios 2, lemos: “Todos os homens são por na-
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Eleição
Incondicional
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E
sta é uma doutrina que muito causou difusões em gru-
pos evangelísticos. A falta de compreensão desse ponto
da TULIP, pode ser de fato um grande problema que
pode em seu ápice gerar até mesmo desmotivação no evange-
lismo. No entanto, quando compreendida plenamente, vemos
que não há motivo maior para pregar o Evangelho as nações
que seja mais motivacional do que esse a eleição incondicio-
nal. Em nossa Confissão, em seu Capítulo III., Seção III, IV e VII,
temos estas descrições:
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Capítulo – 2 | ELEIIÇÃO INCONDICIONAL
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versão, fará livremente muitas escolhas por Deus e pela santi-
dade; mas é impossível que este pecador tenha feito a primeira
escolha para reverter os seus próprios princípios naturais de
escolha. Uma criança pode gerar seu próprio pai? Deve ter sido
Deus quem mudou o pecador. Então, quando ele fez isso, ele
pretendia fazê-lo. Quando essa intenção de fazer isso nasceu na
mente divina? Naquele mesmo dia? O dia em que aquele peca-
dor nasceu? O dia em que Adão foi feito? Não! Essas respostas
são todas tolas. Porque Deus é onisciente e imutável, ele deve
ter conhecido desde a eternidade a sua própria intenção de fa-
zê-lo.
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R. L DABNEY | Os Cinco Pontos do Calvinismo
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inferior dos homens bons apenas ilustra isso. Aqui está um ge-
neral sábio e justo conduzindo uma guerra defensiva para sal-
var seu país. No meio do verão, um observador lhe diz: "Gene-
ral, o senhor não mudou seu plano de campanha desde que o
iniciou?" Ele responde: “Sim.” O observador diz: “Então você
deve ser uma pessoa inconstante?” Ele responde: “Não, mudei
não porque fosse inconstante, mas por estas duas razões: por-
que fui incapaz e falhei em alguns dos pontos necessários do
meu primeiro plano; e segundo, descobri coisas que não sabia
quando comecei.” Dizemos que isso é perfeito bom senso e isen-
ta o general de todas as acusações de inconstância. Mas supo-
nhamos que ele fosse, de fato, todo-poderoso e onisciente? En-
tão ele não poderia usar essas desculpas e, se mudasse seu pla-
no depois do início, seria inconstante. Leitor, você ousa acusar
Deus de inconstância? Esta é uma concepção sublime da natu-
reza e das ações de Deus, tão acima das do homem mais sábio
quanto os céus acima da terra. Mas é aquele que nos é ensinado
em todas as partes das Escrituras. Tenhamos cuidado com o fa-
to de que, em nosso orgulho de obstinação, blasfemamos contra
Deus ao negá-lo. Terceiro, os próprios Arminianos admitem vir-
tualmente a força destes pontos de vista e escrituras; pois seus
livros doutrinários admitem expressamente a eleição pessoal
particular de Deus para cada pecador que alcança o céu. Muitas
pessoas ignorantes supõem que a teologia arminiana nega toda
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Capítulo – 2 | ELEIIÇÃO INCONDICIONAL
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eleição particular. Este é um erro estúpido. Ninguém pode ne-
gar isso sem atacar as Escrituras, as perfeições de Deus e o bom
senso. Toda a diferença entre presbiterianos e arminianos inte-
ligentes é esta: acreditamos que a eleição de indivíduos por
Deus é incondicional e soberana. Eles acreditam que, embora
eterno e particular, é por causa da previsão eterna e onisciente
de Deus sobre a fé e o arrependimento futuros do pecador, e a
perseverança em uma vida santa. Mas nós, presbiterianos, de-
vemos discordar pelas seguintes razões: É inconsistente com a
eternidade, onipotência e soberania da grande causa primeira
representar seus propósitos eternos assim, como fundamenta-
dos ou condicionados em qualquer coisa que uma de suas cria-
turas dependentes iria daqui em diante contingentemente. fazer
ou deixar de fazer.
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Capítulo – 2 | ELEIIÇÃO INCONDICIONAL
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Mas o efeito não pode ser a causa da sua própria causa. A carro-
ça não pode puxar o cavalo; ora, é o cavalo que puxa a carroça.
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Capítulo – 2 | ELEIIÇÃO INCONDICIONAL
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nho e sorrateiro e suplantador. Provavelmente Deus julgou seus
méritos pessoais como eu, que pessoalmente Jacó era um peca-
dor mais detestável do que Esaú. Portanto, com base nos mere-
cimentos pessoais previstos, Deus nunca poderia ter eleito ne-
nhum deles. Mas sua onisciência viu uma razão separada e in-
dependente pela qual era mais sábio fazer do homem pior o ob-
jeto de sua infinita misericórdia, enquanto deixava os outros à
sua própria escolha profana. O Arminiano diz agora que devo
dizer-lhe qual foi esse motivo? Eu respondo, não sei, Deus não
me disse. Mas sei que Ele tinha um bom motivo, porque Ele é
Deus. Alguém ousará dizer que, porque a onisciência não con-
seguiu encontrar sua razão nos méritos previstos de Jacó, ela
não poderia encontrar nenhuma razão em toda a extensão infi-
nita de sua Providência e sabedoria? Isso seria uma arrogância
enlouquecida e quase uma blasfêmia.
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Capítulo – 2 | ELEIIÇÃO INCONDICIONAL
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antítese que sugerimos às palavras “crianças eleitas que mor-
rem na infância” é que há crianças não eleitas que morrem na
infância e que são tão condenadas. Isso sempre negamos. Mas
eles parecem saber o que pensamos melhor do que nós mes-
mos. A antítese implícita que sustentamos é esta: há crianças
eleitas que não morrem na infância, e tais devem experimentar
um chamado eficaz através de meios racionais, e acreditar e ar-
repender-se livremente de acordo com o Capítulo X. Houve uma
vez dois bebês judeus, João e Judas; João, uma criança eleita, Ju-
das, uma criança não eleita. Se João Batista tivesse morrido de
crupe, ele teria sido redimido sem fé pessoal e arrependimento;
mas ele estava predestinado a viver de acordo com o estado do
homem, então ele teve que ser salvo através de um chamado
eficaz. Judas, sendo uma criança não eleita, também estava pre-
destinado a viver até a idade adulta e receber livremente seu
próprio destino por meio de sua própria contumácia. Os presbi-
terianos não acreditam que a Bíblia ou a sua Confissão ensinem
que há crianças não eleitas que morrem na infância e são con-
denadas. Se eles tivessem pensado isso em sua Confissão, eles
teriam mudado esta seção há muito tempo.
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Capítulo – 2 | ELEIIÇÃO INCONDICIONAL
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ral dos homens certamente os leva ao mal; por exemplo, eu sei
que é da natureza dos cordeiros comer grama. Se eu intencio-
nalmente deixar aberto o portão entre o aprisco e o pasto, sei
que a grama será comida, e pretendo permitir isso tão clara-
mente como se eu mesmo os tivesse levado para o pasto.
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Capítulo – 2 | ELEIIÇÃO INCONDICIONAL
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cerca minha que os impeça de minha grama. Mas o pastor sabe
que é sempre da natureza dos lobos optar por devorar os cor-
deiros em vez da erva, o que, pela sua própria natureza, e não
pela cerca, certamente os leva a fazê-lo, até que o poder todo-
poderoso os recrie em cordeiros. A razão pela qual os homens
ímpios criticam tão ferozmente esta parte da doutrina, e a de-
turpam tão completamente, é apenas esta: eles odeiam reco-
nhecer para si mesmos aquela impiedade de alma livre, mas
teimosa, que os leva voluntariamente a trabalhar sua própria
ruína. , e assim tentam jogar a culpa em Deus ou em sua doutri-
na, em vez de assumirem a culpa.
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Capítulo – 2 | ELEIIÇÃO INCONDICIONAL
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criaturas santas podem lamentar a sua ruína, todos dirão que
você é o último ser neste universo a reclamar de injustiça, pois
isso seria apenas reclamar contra o Deus a quem você diaria-
mente insulta, que ele não o fez. faça você fazer as coisas e viver
a vida que você mesmo recusou voluntariamente e totalmente!
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Capítulo – 2 | ELEIIÇÃO INCONDICIONAL
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livre-arbítrio. Certamente o homem que faz esta negação deve-
ria ser ele mesmo infinito!
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Capítulo – 2 | ELEIIÇÃO INCONDICIONAL
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cia se estende a tudo, e é certa e onipotente, e só executa o que a
predestinação planeja. Aqui estão alguns textos expressos entre
centenas: (Sl 33.11: "O conselho do Senhor permanece para
sempre, os pensamentos do seu coração por todas as gerações."
Em (Is 46.10) nós lemos: Deus declara "o fim desde o princípio,
e desde os tempos antigos as coisas que ainda não aconteceram,
dizendo: O meu conselho permanecerá de pé, e farei toda a mi-
nha vontade."
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56 | P á g i n a
Expiação
Limitada
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C
risto morreu apenas pelos eleitos ou por todos os ho-
mens? A resposta tem sido muito prejudicada por
termos ambíguos, como “expiação particular”, “expia-
ção limitada” ou “expiação geral”, “expiação ilimitada”, “expia-
ção indefinida”. O que eles querem dizer com expiação? A pala-
vra (união) é usada apenas uma vez no Novo Testamento (Rm
5.11), e ali significa expressa e exatamente reconciliação. Isto é
provado assim: a mesma palavra grega no versículo seguinte,
que carrega o mesmo significado, é traduzida como reconcilia-
ção. Agora, as pessoas misturam continuamente duas ideias
quando dizem expiação: Uma é a expiação pela culpa fornecida
no sacrifício de Cristo. A outra é a reconciliação individual de
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Capítulo – 3 | EXPIAÇÃO LIMITADA
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ado em que o Apóstolo João diz em sua 1ª Epístola 2.2: “Cristo é
a propiciação (a mesma palavra que expiação) pelos pecados do
mundo inteiro”.
Pesquise e veja.
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Capítulo – 3 | EXPIAÇÃO LIMITADA
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da eleição incondicional e do pacto da graça. (O argumento é um
só, pois a aliança da graça é apenas um aspecto da eleição.) As
Escrituras dizem-nos que aqueles que serão salvos em Cristo
são um número definitivamente eleito e dado a ele desde a
eternidade para serem redimidos pela sua mediação. Como po-
de algo ficar mais claro a partir disso do que haver um propósi-
to na expiação de Deus, para eles, diferente do que era para o
resto da humanidade? Veja as Escrituras. A imutabilidade dos
propósitos de Deus. (Is 46. 10; 2 Tm 2.19) Se Deus alguma vez
pretendeu salvar qualquer alma em Cristo (e ele tem uma inten-
ção definida de salvar ou não salvar as almas), essa alma certa-
mente será salva (Jo 10.27, 28; 6.37-40). Consequentemente,
todos os que Deus pretendeu salvar em Cristo serão salvos. Mas
algumas almas nunca serão salvas; portanto, algumas almas que
Deus nunca pretendeu serem salvas pela expiação de Cristo. A
força deste argumento dificilmente pode ser superestimada.
Aqui se vê que há um limite quanto à intenção do a expiação de-
ve ser afirmada para resgatar o poder, o propósito e a sabedoria
de Deus. O mesmo fato é provado por isto: que a intercessão de
Cristo é limitada (ver João 17.9, 20). Sabemos que a intercessão
de Cristo sempre prevalece (Romanos 8:34; João 11:42). Se ele
intercedesse por todos, todos seriam salvos. Mas nem tudo será
salvo. Consequentemente, há alguns pelos quais ele não defende
o mérito de sua expiação. Mas ele é o “mesmo ontem, hoje e pa-
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Capítulo – 3 | EXPIAÇÃO LIMITADA
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cação eficaz e de uma graça sustentadora. Este é o próprio ar-
gumento de Romanos 5.10 e .31-39. Esta inferência não seria
conclusiva se extraída meramente da benevolência da natureza
de Deus, às vezes chamada nas Escrituras de “seu amor”, mas
em todos os casos de seu amor definido e eletivo ela é demons-
trativa.
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Chamada
Eficaz
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E
sta mudança deve ser mais do que uma reforma exteri-
or da conduta, uma revolução interior dos primeiros
princípios que regulam a conduta. Deve ser mais pro-
fundo do que uma mudança de propósito em relação ao pecado
e à piedade; deve ser uma inversão das disposições originais
que até então motivaram a alma a escolher o pecado e rejeitar
a piedade. Nada menos fundamenta uma verdadeira conversão.
Assim como a criança gulosa pode ser persuadida pelo medo
egoísta da dor e da morte a renunciar às guloseimas que ama e
a engolir as drogas nauseantes que seu paladar detesta, assim o
Capítulo – 4 | CHAMADA EFICAZ
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homem ímpio pode ser induzido por sua auto justificação e
medo egoísta de. inferno para suportar os pecados que ele ain-
da ama e submeter-se aos deveres religiosos que sua alma se-
creta ainda detesta. Mas, assim como uma prática não é uma
cura real para o vício da gula na criança, a outra não é uma
conversão real à piedade no pecador. A criança não deve ape-
nas abandonar, mas realmente não gostar de suas guloseimas
pouco saudáveis; não apenas se submeter a engolir, mas real-
mente amar, os remédios naturalmente enjoativos para ele. O
medo egoísta pode causar o primeiro; nada além de uma mu-
dança fisiológica de constituição pode fazer o último. O homem
natural não deve apenas submeter-se por medo egoísta à pie-
dade que ele detesta, ele deve amá-la por si mesma e odiar os
pecados que são naturalmente agradáveis para ele. Nenhuma
mudança pode ser permanente se não for tão profunda; nada
menos é a verdadeira conversão. O chamado de Deus ao peca-
dor é: “Meu filho, dá-me o teu coração” (Pv 23.26). Deus exige a
verdade nas partes internas e nas partes ocultas: "Tu desejas
que a verdade esteja no íntimo; no coração me farás conhecer a
sabedoria" (Sl 51.6). "Circuncida, portanto, o prepúcio do seu
coração" (Dt 10.16). Mas ouça especialmente a Cristo: “Ou fazei
a árvore boa e o seu fruto bom; ou então fará com que a árvore
se corrompa e o seu fruto se corrompa” (Mt 12.33). Chamamos
a revolução interior de princípios de regeneração; a mudança
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Capítulo – 4 | CHAMADA EFICAZ
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tado ímpio. Assim que esta doutrina é declarada, ela realmente
se prova. Em nossa segunda seção mostramos, sem sombra de
dúvida, que a disposição e a vontade naturais do homem são
inimizades contra Deus. A inimizade alguma vez se transforma
em amor? A natureza pode agir acima da natureza? O fluxo po-
de elevar-se a um nível superior ao de sua própria fonte? Nada
pode ser mais claro do que isto: uma vez que a disposição e a
vontade nativas do homem são total e decisivamente contra a
piedade, não há nenhuma fonte dentro do homem da qual a
nova vontade piedosa possa surgir; no homem convertido ela
veio; então deve ter vindo de fora, unicamente da vontade di-
vina.
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Capítulo – 4 | CHAMADA EFICAZ
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mas apenas repulsa, para a alma não regenerada. Os homens
enganam a si mesmos; eles pensam que são induzidos pelas
vantagens egoístas de um céu imaginário, uma fuga egoísta
imaginária do inferno. Mas isto não é regeneração; é apenas a
tristeza do mundo que opera a morte, e a esperança do hipócri-
ta que perece.
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Capítulo – 4 | CHAMADA EFICAZ
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Deus, e não a mera influência moral, que operou a poderosa
mudança. Suponhamos que há cinquenta anos o leitor me ti-
vesse visto visitar o seu santuário rural, quando os grandes
carvalhos que agora o sombreiam não passavam de árvores jo-
vens e ágeis. Ele me viu fazer um esforço para arrancar um de-
les do assento com as mãos; mas provou ser muito forte para
mim. Cinquenta anos depois, ele e eu nos encontramos no
mesmo local sagrado, e ele me vê repetir minha tentativa na
mesma árvore, agora crescida para ser a monarca do bosque.
Ele se inclinará a rir de mim com desprezo: “Ele tentou aquela
mesma árvore há cinquenta anos, quando estava no auge da
juventude, e era apenas uma muda, mas ele não conseguiu mo-
vê-la. O velho tolo pensa em rasgá-lo de seu assento agora,
quando a idade diminuiu tanto seus músculos e a muda cresceu
e se tornou uma árvore poderosa? Mas suponhamos que o lei-
tor tenha visto aquele gigante do bosque surgir em minhas
mãos idosas. Ele não iria mais rir. Ele ficaria pasmo. Ele con-
cluiria que esta deve ser a mão de Deus, não do homem. Quão
vão é tentar quebrar a força desta demonstração dizendo que
finalmente a influência moral do evangelho recebeu adesão su-
ficiente das circunstâncias concomitantes, da clareza e elo-
quência de apresentação, para capacitá-la a realizar seu traba-
lho? Que eloquência posterior do púlpito pode rivalizar com a
da mãe cristã apresentando a cruz nos ternos acentos do amor.
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restaurou, o homem vivo pôde responder à ordem do Salvador
e levantar-se e sair.
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le, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Cristo pre-
ordenou para que andássemos nelas."
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razoável e feliz. Pois eles agem de acordo com a nova e correta
preferência, que a graça onipotente colocou no lugar da antiga.
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Perseverança
dos Santos
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N
ossa Confissão, no Capítulo XVII, Seções I e II, afirma
esta doutrina assim: “Aqueles a quem Deus aceitou
em seu Amado, efetivamente chamados e santificados
por seu Espírito, não podem cair total ou definitivamente do es-
tado de graça, mas certamente perseverará até o fim e será
eternamente salvo.” “Esta perseverança dos santos não depende
da sua própria vontade, mas da imutabilidade do decreto da
eleição, que flui do amor livre e imutável de Deus Pai; na eficácia
do mérito e intercessão de Jesus Cristo; a permanência do Espí-
rito e da semente de Deus dentro deles; na natureza da aliança
da graça e de tudo o que também surge a certeza e infalibilidade
dela”.
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Capítulo – 5 | PERSEVERANÇA DOS SANTOS
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esteja vivendo em pecado intencional e deliberado. Esta falsida-
de de Satanás nós abominamos. Dizemos que o fato de que este
homem iludido pode viver em pecado intencional é a prova mais
forte possível de que ele nunca foi justificado e nunca teve qual-
quer graça da qual cair. E, de uma vez por todas, nenhum crente
inteligente pode abusar desta doutrina como pretexto para se-
gurança carnal. Promete aos verdadeiros crentes uma perseve-
rança na santidade. Quem, exceto um idiota, poderia inferir des-
sa promessa o privilégio de ser profano?
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A doutrina decorre do fato de que a eleição de Deus é sobe-
rana e incondicional, não fundamentada em qualquer mérito
previsto no pecador eleito. Deus sabia que não havia nada nele
para prever. Mas Deus previu toda a desobediência, ingratidão e
provocação que aquele pecador indigno iria perpetrar. Portanto,
a revelação futura desta ingratidão, desobediência e provocação
por parte deste pobre pecador, não pode tornar-se um motivo
para Deus revogar a sua eleição dele. Deus também sabia tudo
sobre isso quando o elegeu pela primeira vez e, ainda assim,
movido por seus próprios motivos de amor, misericórdia e sa-
bedoria, ele o elegeu, prevendo toda a sua possível maldade.
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Palavra de Deus, de uma semente viva e incorruptível, que per-
manece e vive para sempre”. O Apóstolo Paulo declara que eles
recebem o fervor do Espírito, e que sua habitação é “a seriedade
da posse adquirida.
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to Santo tocar uma vez este meu coração morto com sua luz vi-
vificante, para que eu abrace Cristo com uma fé realmente peni-
tente, então terei a bendita certeza de que "este Deus que come-
çou a boa obra em mim, a aperfeiçoará até o dia de Jesus Cristo”
(seu dia de julgamento), (ver Fp 1.6) que o mesmo amor divino
continuará infalivelmente comigo, apesar dos pecados e provo-
cações subsequentes, castigará, restaurará, e me sustente e me
dê a vitória final sobre o pecado e a morte. Esta é a esperança
inexprimível e cheia de glória, mil vezes melhor adaptada para
estimular em mim a obediência, a oração, a vigilância, o esforço,
que são os meios da minha vitória, do que as dúvidas arrepian-
tes de uma possível queda em desgraça. Novamente, as Escritu-
ras são nosso melhor argumento. Acrescento alguns textos entre
muitos: Ver Jeremias 32.40: “E farei com eles uma aliança eterna
de que não me desviarei deles, para lhes fazer bem; mas porei o
meu temor em seus corações, para que não se apartem de mim”.
“As minhas ovelhas nunca perecem, e ninguém as arrebatará da
minha mão” (Jo 10.27). 2 Tm 2.19 “O fundamento de Deus
permanece firme, tendo este selo, o Senhor conhece os que são
seus”. O próprio Cristo dá a entender que não é possível enganar
os seus eleitos. 1 Pedro 1.5 Os crentes “são guardados pelo
poder de Deus através da fé para a salvação”. O mesmo apóstolo
explica assim a apostasia dos desviados finais. Lemos em 2 Pe-
dro 2.22 "A porca que foi lavada volta a chafurdar na lama."
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Ela é uma porca ainda em sua natureza, embora com a super-
fície externa lavada, mas nunca transformada em cordeiro; pois
se ela estivesse, ela nunca teria escolhido o lamaçal.
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mo agentes livres e racionais, para ser guiado e governado pelo
espírito todo-poderoso por meio de motivos racionais. Portanto,
quando vemos Deus forçando os crentes com esses motivos ra-
cionais para não retrocederem, não se deve inferir que ele se-
cretamente pretende deixá-los retroceder fatalmente, mas sim
exatamente o oposto. Encerrarei com uma pequena parábola:
observo uma mãe sábia, inteligente, vigilante e amorosa, que es-
tá ocupada com o trabalho doméstico. Há uma menininha inteli-
gente brincando pela sala, a querida da mãe. Eu a ouço dizer:
"tome cuidado, querido, não chegue perto daquele fogo brilhan-
te, pois você pode se queimar". Eu discuto isso? Ouça as pala-
vras daquela mulher! Deduzo deles que a decisão daquela mu-
lher está decidida a deixar aquela querida criança queimar até a
morte, a menos que sua própria vigilância seja suficiente para
mantê-la longe do fogo, a cautela de uma criança ignorante, im-
pulsiva e inconstante. Que mãe sem coração! Mas não deduzo
assim, a menos que seja um tolo sem coração. Sei que esta mãe
sabe que a criança é uma criatura racional e que as precauções
racionais são uma espécie de meio para mantê-la a uma distân-
cia segura do fogo; portanto, ela faz bem em dirigir tais adver-
tências à criança; ela não falaria assim se pensasse que era um
mero gatinho ou cachorrinho, e confiaria em nada menos que
amarrá-lo pelo pescoço à perna da mesa. Mas também sei que a
mente daquela mãe vigilante está totalmente decidida a não
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embora abata o orgulho do homem, dá-lhe uma âncora de espe-
rança, segura e firme, atraindo-o para o céu; pois sua esperança
não se baseia na fraqueza, na loucura e na inconstância de sua
vontade humana, mas no amor eterno, na sabedoria e no poder
do Deus Todo-Poderoso. "Ó Israel, que é semelhante a ti, ó povo
salvo pelo Senhor!"
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Este livro foi feito com a fonte: Autor:
Cambria: Robert Lewis Debney
16; Corpo do Texto: Normal, T – 20 © Editora Império Cristão
Título de Capítulo: Colonna MT;
T – 72
®
E D I T O R A
IMPÉRIO CRISTÃO
OS CINCO
PONTOS DO
CALVINISMO Uma exposição
abrangente dos pilares
da Fé Reformada