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Teoria
Introdução
Observe as seguintes figuras:
Espaçamento entre trilhos consecutivos de uma estrada de Fenda de dilatação de uma ponte (ou rodovia) para possibilitar a
ferro. expansão da estrutura, evitando assim o aparecimento de
trincas.
No módulo de Termometria, a temperatura foi relacionada com o estado de agitação das partículas
de um corpo. Um estado de agitação maior indica uma temperatura maior. Assim, ao aquecermos
um corpo, aumentamos a agitação de suas partículas e, consequentemente, sua temperatura.
De modo geral, o aumento da temperatura de um corpo provoca um aumento nas suas dimensões,
fenômeno denominado dilatação térmica. Uma diminuição de temperatura produz, em geral, uma
diminuição nas dimensões do corpo, uma contração térmica.
Do exposto, podemos concluir que a variação total do comprimento ∆L sofrida pelo fio é
diretamente proporcional ao seu comprimento inicial L0.
ΔL = L0 αΔΘ
ΔL = L0 αΔΘ
L − L0 = L0 αΔΘ
L = L0 + L0 αΔΘ
L = L0 (1 + αΔΘ)
Substância 𝛼 𝑒𝑚 𝑜𝐶 −1
Zinco 26 ∙ 10-6
Alumínio 24 ∙ 10-6
Latão 10 ∙ 10-6
Prata 19 ∙ 10-6
Bronze 18 ∙ 10-6
Física
Cobre 16 ∙ 10-6
Ouro 14 ∙ 10-6
Ferro 13 ∙ 10-6
Concreto 12 ∙ 10-6
Platina 9 ∙ 10-6
Vidro comum 8 ∙ 10-6
Vidro pirex 4 ∙ 10-6
Porcelana 3 ∙ 10-6
Invar* 1 ∙ 10-6
* Liga de níquel e ferro. Invar é redução do francês invariable (invariável), por causa de seu baixo coeficiente de dilatação térmica.
Lâminas bimetálicas
Você já deve ter visto uma árvore de natal enfeitada com muitas lâmpadas pisca-pisca. Também já
deve ter notado que de tempos em tempos a geladeira desliga automaticamente, voltando a
funcionar após alguns minutos.
Nessas duas situações, é uma lâmina bimetálica que liga e desliga os circuitos elétricos. A lâmina
bimetálica é constituída de duas lâminas de materiais diferentes, “coladas” uma à outra, que
incialmente possuem comprimentos iguais. Quando a corrente elétrica passa pela lâmina
bimetálica, ela se aquece, o que provoca dilatações diferentes nos metais. Por exemplo, se
usássemos alumínio (a = 24 ∙ 10-6 ºC-1) em uma das faces, e cobre (a = 16 ∙ 10-6 ºC-1) na outra,
teríamos uma dilatação maior para o alumínio. A lâmina iria se encurvar, e o alumínio ficaria na face
convexa. Isso seria suficiente para interromper a corrente elétrica, apagando as lâmpadas ou
desligando a geladeira.
Após algum tempo, a lâmina esfria, diminuindo de tamanho devido à contração térmica. O metal
que se dilata mais ao ser aquecido é aquele que se contrai mais ao ser esfriado. Ao voltar ao
comprimento inicial, a lâmina fecha o circuito, que volta a ser percorrido por corrente elétrica, até
que um novo aquecimento provoque curvatura na lâmina.
Física
Dilatação superficial dos sólidos
Considere uma placa metálica de forma quadrada, com lado L0, a temperatura θ0, e de material cujo
coeficiente de dilatação linear vale α.
Aquecendo-se a placa até uma temperatura θ (θ > θ0), o aumento de suas dimensões lineares
produz uma dilatação da sua área, calculada por:
ΔA = A0 βΔΘ
Vamos agora colocar as duas partes no interior de um forno preaquecido. Depois de alguns minutos,
usando luvas térmicas apropriadas, tentaremos encaixar no orifício a parte que foi retirada. Será
que conseguiremos encaixá-la? Sim, conseguiremos! Ela encaixa! Isso ocorre porque, na placa, o
aquecimento provocará uma dilatação “para fora”, isto é, tudo se passa como se o buraco estivesse
preenchido do material da placa. Assim, o pedaço retirado irá se dilatar e o buraco também e, a
qualquer temperatura que se aqueça o conjunto, placa e pedaço retirado, o encaixe ocorrerá.
Nos cálculos para se determinar comprimentos, larguras, áreas ou volumes de buracos, usaremos
as equações da dilatação e iremos considerar o coeficiente de dilatação do material do corpo que
forma o buraco.
Física
Dilatação volumétrica dos sólidos
Todo raciocínio construído na seção “dilatação superficial dos sólidos”, para chegar à equação da
dilatação superficial, vale igualmente para chegar à equação da dilatação volumétrica e, portanto,
𝑉 = 𝑉0 (1 + 𝛾∆𝜃) ou ∆𝑉 = 𝑉0 𝛾∆𝜃
α β γ
= =
1 2 3
O comportamento dos buracos nos sólidos volumétricos é semelhante ao dos sólidos superficiais!
Física
Exercícios de fixação
4. (ACAFE) Uma chapa metálica, com um furo central de diâmetro “d”, é aquecida dentro de um
forno. Com o aumento da temperatura, podemos afirmar:
(A) O furo permanece constante, e a chapa aumenta a sua dimensão.
(B) O furo diminui enquanto a chapa aumenta a sua dimensão.
(C) Tanto a chapa quanto o furo permanecem com as mesmas dimensões.
(D) Tanto o furo quanto a chapa aumentam as suas dimensões.
(E) O furo diminui enquanto a dimensão da chapa permanece constante.
5. (Olimpíada Paulista de Física) É muito comum acontecer, quando copos iguais são
empilhados colocando-se um dentro do outro, dois deles ficarem emperrados, tornando-se
Física
difícil separá-los. Considerando o efeito da dilatação térmica, pode-se afirmar que é possível
retirar um copo de dentro do outro se:
(A) Os copos emperrados são mergulhados em água bem quente.
(B) No copo interno foi despejada água quente, e o copo externo foi mergulhado em água
bem fria.
(C) Os copos emperrados são mergulhados em água bem fria.
(D) No copo interno foi despejada água fria, e o copo externo foi mergulhado em água bem
quente.
(E) Não é possível separar os dois copos emperrados, considerando o efeito da dilatação
térmica.
Física
Exercícios de vestibulares
1. (Mackenzie, 1999) Se uma haste de prata varia seu comprimento de acordo com o gráfico
dado, o coeficiente de dilatação linear desse material vale:
2. (Unirio, 1995) A figura a seguir representa uma lâmina bimetálica. O coeficiente de dilatação
linear do metal A é a metade do coeficiente de dilatação linear do metal B. À temperatura
ambiente, a lâmina está vertical. Se a temperatura for aumentada em 200ºC, a lâmina:
7. (Enem PPL, 2009) A dilatação dos materiais em função da variação da temperatura é uma
propriedade física bastante utilizada na construção de termômetros (como o ilustrado na
figura I) construídos a partir de lâminas bimetálicas, como as ilustradas na figura II, na qual
são indicados os materiais A e B — antes e após o seu aquecimento.
9. (UEA, 2023) Uma viola com cordas de aço foi perfeitamente afinada pelo violeiro em uma
noite fria. Na tarde do dia seguinte, com uma temperatura mais elevada em relação à noite
passada, o violeiro percebeu que todas as cordas de sua viola estavam desafinadas em tons
de frequências mais altas. A constatação do violeiro decorre do fato de que, em temperaturas
mais elevadas, as cordas da viola ficam mais tensionadas. Considerando que o restante dos
componentes da viola é feito de uma madeira uniforme, que não há empenamento de
nenhuma de suas partes e que a umidade manteve-se constante, verificou-se que
(A) as cordas da viola, ao serem aquecidas, tendem a diminuir de tamanho.
(B) as cordas da viola dilataram, já a madeira não, pois é um isolante térmico.
(C) a madeira dos componentes da viola, ao ser aquecida, diminui de tamanho.
(D) o coeficiente de dilatação térmica superficial do aço é maior do que o da madeira.
(E) o coeficiente de dilatação térmica linear da madeira é maior do que o do aço.
10. (UFPR, 2023) Uma barra metálica retilínea tem um comprimento inicial L0 . a uma temperatura
T0 . O material do qual a barra é feita tem um coeficiente de dilatação linear térmico de valor
α = 5 × 10−6 °C −1 . Considerando as informações apresentadas, assinale a alternativa que
apresenta corretamente o valor da variação de temperatura ΔT necessária para que essa barra
apresente uma variação ∆L em seu comprimento igual a 0,2% de seu comprimento inicial.
(A) ∆T = 500°C.
(B) ∆T = 400°C.
(C) ∆T = 300°C.
(D) ∆T = 200°C.
(E) ∆T = 100°C.
Exercícios de fixação
1. A
Queremos calcular o coeficiente de dilatação superficial. Como a questão nos fornece dados
lineares, vamos calcular o coeficiente de dilatação linear primeiro, e, a partir dele, calcularemos
o superficial.
∆L = L ∙ α ∙ ∆T
5,0 ∙ 10−3 = 5,0 ∙ α ∙ 50
α = 2 ∙ 10−5 °C−1
Sabemos que:
β = 2 ∙ α = 4 ∙ 10−5 °C−1 .
2. B
γ = 1,2 ∙ 10−5 °C −1
γ
γ = 3α ⇒ α =
3
1,2 ∙ 10−5
α= = 0,4 ∙ 10−5 °C−1
3
β = 2α = 0,8 ∙ 10−5 °C −1 .
3. B
Podemos relacionar os coeficientes mencionados na questão da seguinte forma:
γ
β=2∙
3
2 ∙ 60 ∙ 10−5
β= = 40 ∙ 10−5 °C −1 .
3
4. D
A chapa metálica tem o formato de uma superfície, portanto, o tipo de dilatação térmica mais
relevante sobre suas dimensões é a dilatação superficial. Quando ocorre o aquecimento da
placa, suas dimensões aumentam, bem como o furo no seu centro, na mesma proporção. A
alternativa correta, portanto, é a D.
5. D
Como os dois copos são iguais, seus coeficientes de dilatação também são iguais. Dessa
forma, é possível explorar os efeitos da dilatação e da contração térmica dos copos para
desemperrá-los. Se mergulharmos o copo externo na água quente, seu diâmetro aumentará;
em contrapartida, se despejarmos água fria no copo interno, seu diâmetro reduzirá. Assim,
poderemos tirá-los um de dentro do outro.
Física
Exercícios de vestibular
1. C
∆L= Lo ∙ α ∙ ∆t
(LF - Lo) = Lo ∙ α ∙ ∆t
(20,04 – 20,0) = 20 ∙ α ∙ (100-0)
0,04 = 20 ∙ α ∙ 100
4 ∙ 10-2 = 2 ∙ 103 ∙ α
α = 4 ∙ 10–2/2 ∙ 103
α = 2 ∙ 10-5 °C-1.
2. E
A lâmina bimetálica é formada por dois metais, um com maior coeficiente de dilatação e outro,
menor. Quando ocorre um aquecimento, a lâmina com maior coeficiente se curva para o lado
que tem menor coeficiente. Já no resfriamento ocorre o inverso, ou seja, o metal com menor
coeficiente se curva para o lado com maior coeficiente. Neste caso, houve um aquecimento, e
como o lado B se dilata mais (possui maior coeficiente de dilatação), ele se curvou para o que
se dilata menos, ou seja, o lado A, que está na esquerda.
3. E
Como nossa dilatação é feita em uma placa, temos uma dilatação superficial, mas não se deixe
levar! Queremos o coeficiente de dilatação linear, logo:
∆A = A0 . β. ∆θ
A − A0 = A0 . 2. α. ∆θ
A = A0 + A0 . 2. α. ∆θ
4. B
Inicialmente (a 20°C) a questão fornece que o líquido encontra-se dentro de um bolbo,
ocupando todo o volume de 1cm³. Logo, V0 = 1cm3 = 1000mm3.
Em seguida, o líquido aumenta sua temperatura (vai para 50°C) e esse aumento de temperatura
provoca uma dilatação do líquido (dilatação essa volumetria) fazendo com que o líquido suba
em um tubo de área 1mm² até uma altura de 12mm. Com esses dados podemos dizer que
temos uma variação volumétrica de ∆V = Asecção transversal . h = 1.12 = 12mm3
6. C
A curvatura da lâmina se dá devido aos diferentes coeficientes de dilatação dos metais que
compõem a lâmina.
7. D
Para uma dilatação linear, temos:
∆L 1
∆L = L0 α∆θ ⇒ α = ⋅
L0 ∆θ
[α] = [∆θ]−1
O que nos mostra que o coeficiente de dilatação é uma função linear da variação de
temperatura.
8. E
A dilatação linear é diretamente proporcional ao comprimento inicial, à diferença de
temperatura e ao tipo de material de que é feito. Como as duas barras são do mesmo material,
ferro, então a nova dilatação só depende do produto entre o comprimento inicial e a diferença
de temperatura.
L = L0 ⋅ α ⋅ ∆T
Lnovo = 3L0 ⋅ α ⋅ 2∆T ∴ Lnovo = 6L0 ⋅ α ⋅ ∆T = 6L.
9. E
Como as cordas ficam mais tensionadas, é possível concluir que estas dilatam menos do que
o corpo do instrumento. Portanto, o coeficiente de dilatação térmica linear da madeira é maior
do que o do aço.
10. B
Utilizando a fórmula da dilatação linear, chegamos a:
∆L = L0 α∆T
2 ⋅ 10−3 L0 = L0 ⋅ 5 ⋅ 10−6 ⋅ ∆T
∴ ΔT = 400 °C