Você está na página 1de 18

Brazilian Journal of Development 23962

ISSN: 2525-8761

Utilização de resíduos descartáveis de casca de arroz a bagaço de cana


de açúcar para fabricação de catalisadores menos poluentes

Use of disposable waste from rice husk to sugar cane bagasse to


manufacture less polluting catalysts

DOI:10.34117/bjdv9n8-056

Recebimento dos originais: 10/07/2023


Aceitação para publicação: 10/08/2023

Jocielys Jovelino Rodrigues


Doutora em Engenharia Química
Instituição: Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
Endereço: Rua Jairo Vieira Feitosa, 1770, Pereiros, Pombal - Paraíba,
CEP 58840-000
E-mail: jocielysr@gmail.com

Alfredina dos Santos Araújo


Doutora em Engenharia de Processos
Instituição: Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
Endereço: Rua Jairo Vieira Feitosa, 1770, Pereiros, Pombal - Paraíba,
CEP 58840-000
E-mail: alfredina@ccta.ufcg.edu.br

Filipe Tawâ Gomes


Mestrando em Gestão e Sistemas Agroindustriais
Instituição: Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
Endereço: Rua Jairo Vieira Feitosa, 1770, Pereiros, Pombal - Paraíba,
CEP 58840-000
E-mail: filipetawa@gmail.com

Antônio Fernandes Filho


Doutor em Farmácia pela Universidade de São Paulo
Instituição: Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
Endereço: Rua Jairo Vieira Feitosa, 1770, Pereiros, Pombal - Paraíba,
CEP 58840-000
E-mail: reitoria@ufcg.edu.br

Luiz Gualberto Andrade Sobrinho


Doutor em Química pela Universidade de São Paulo
Instituição: Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
Endereço: Rua Jairo Vieira Feitosa, 1770, Pereiros, Pombal - Paraíba,
CEP 58840-000
E-mail: luiz.gualberto@professor.ufcg.edu.br

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.8, p. 23962-23979, aug., 2023


Brazilian Journal of Development 23963
ISSN: 2525-8761

Maria do Socorro Rodrigues Araújo


Doutora em Engenharia de Processor
Instituição: Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
Endereço: Rua Jairo Vieira Feitosa, 1770, Pereiros, Pombal - Paraíba,
CEP 58840-000
E-mail: fernandaa.rodrigues@hotmail.com

Josevânia Rodrigues Jovelino


Doutor em Engenharia Química
Instituição: Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
Endereço: Rua Jairo Vieira Feitosa, 1770, Pereiros, Pombal - Paraíba,
CEP 58840-000
E-mail: vannya.req@gmail.com

Wanessa Karla Gomes Severo


Doutora em Engenharia Química
Instituição: Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
Endereço: Rua Jairo Vieira Feitosa, 1770, Pereiros, Pombal - Paraíba,
CEP 58840-000
E-mail: wanessakarla1@hotmail.com

RESUMO
A enorme quantidade de resíduos gerados por determinados setores produtivos tem
levado pesquisadores a buscar soluções adequadas, com o intuito de atender as questões
técnicas, econômicas e ambientais. A necessidade de aproveitamento de resíduos nos
processos industriais está acentuada no mundo. Dessa forma, este trabalho estudou
resíduos da casca de arroz e do Bagaço de Cana de açúcar geralmente descartáveis para
produção de catalisadores menos poluentes ao meio ambiente.

Palavras-chave: meio ambiente, poluição, catalisador, parâmetros, Fischer-Tropsch.

ABSTRACT
The huge amount of waste generated by certain productive sectors has led researchers to
seek appropriate solutions in order to meet the technical, economic and environmental
issues. The need for waste utilization in industrial processes is accentuated in the world.
Thus, this work studied rice husk residues and sugar cane bagasse generally disposable
for the production of catalysts less polluting to the environment.

Keywords: environment, pollution, catalyst, parameters, Fischer-Tropsch.

1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento tecnológico e energético vem se modificando ao longo dos
anos, incentivando a pesquisa por novas rotas para produção de combustíveis, bem como
o melhor aproveitamento das tecnologias existentes. Os processos denominados XTL (X
to liquid), onde X representa a fonte de carbono a ser utilizada, são rotas capazes de
converter esse carbono em hidrocarbonetos líquidos. Podem ser utilizados como fonte de

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.8, p. 23962-23979, aug., 2023


Brazilian Journal of Development 23964
ISSN: 2525-8761

carbono o gás natural, o carvão e a biomassa. Os processos envolvendo a conversão de


gás natural em líquidos são denominados gas-to-liquid (GTL), são denominados ainda
Coal-to-liquid (CTL) quando é utilizado o carvão e biomass-to- liquid (BTL) quando se
utiliza a biomassa como fonte de carbono. Na primeira etapa dos processos XTL a fonte
de carbono é convertida em gás de síntese, uma mistura de CO e H2. Na segunda etapa
do processo esse gás é convertido em hidrocarbonetos líquidos via síntese de Fischer-
Tropsch. No caso específico do gás natural, este é composto aproximadamente de
90% de metano. A conversão desse metano em gás de síntese pode ser realizada por rotas
como a reforma catalítica do gás metano, a oxidação parcial e a reforma autotérmica.
Apesar da tecnologia Fischer-Trospch ser explorada há mais de cinquenta anos,
ela ainda sofre limitações quanto à eficiência térmica, à desativação de catalisadores, ao
controle de seletividade aos produtos, e aos altos custos operacionais envolvidos
(MENDES, 2006). Dentro da tecnologia GTL, os reatores de escala laboratorial mais
utilizados no processo de Fischer-Tropsch são: Reator Tubular de Leito Fixo e Reator de
Leito de Lama.
Na síntese de Fischer Tropsch o gás de síntese é convertido em uma mistura de
diversos tipos de hidrocarbonetos. A maior parte dos produtos formados são parafinas
lineares, α-olefinas e alcoóis lineares (DALAI E DAVIS, 2008).
A síntese de Fischer Tropsch é um processo de construção de cadeias carbônicas
onde grupos monoméricos de (-CH2-) são “anexados” a uma cadeia carbônica.
Entretanto, as reações que ocorrem e a forma como acontecem é matéria de controvérsias
desde a década de 1930 e razão de muitos estudos desde então (VESSIA, 2006).
Os principais produtos da síntese são parafinas e olefinas, cujas reações são
mostradas respectivamente nas equações 1 e 2:
Olefinas:

2nH2 + nCO → CnH2n + nH2O ∆H298 ≈ -167 kJ.gmol CO-1 (1)

Parafinas:

(2n+1)H2 + nCO → CnH2n+2 + nH2O ∆H298 ≈ -167 kJ.gmol CO-1 (2)

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.8, p. 23962-23979, aug., 2023


Brazilian Journal of Development 23965
ISSN: 2525-8761

Estas reações são fortemente exotérmicas (DALAI e DAVIS, 2008), fazendo com
que a remoção de calor do reator seja um ponto crítico do processo.
Reações secundárias incluem a produção indesejada de metano (equação 3):
Metanação:

3H2 + CO → CH4 + H2O ∆H298 ≈ -205,85 kJ.gmol-1 (3)

Além destas reações, há ainda a reação de deslocamento, que podem ocorrer em


catalisadores suportados em ferro também denominada reação (WGS) ou simplesmente
reação shift, mostrada na equação (4).

H2O + CO ↔ H2 + CO2 ∆H298 ≈ -41,17 kJ.gmol-1 (4)

Apesar da síntese de Fischer-Tropsch ser conhecida há mais de 90 anos, seu


mecanismo de reação ainda não é totalmente compreendido. Alguns mecanismos são
propostos na literatura, sendo o de carbeno, o de hidroxicarbeno e o de inserção de CO,
os mais frequentemente citados.

2 MECANISMOS
O mecanismo de carbeno como é conhecido, foi proposto por Fischer e Tropsch,
em 1926, nesse mecanismo são formados intermediários C1 adsorvidos, livres de
oxigênio, pela hidrogenação de carbono superficial após a dissociação do CO adsorvido.
O crescimento da cadeia ocorre via inserção de uma espécie CHx adsorvida na ligação
metal-carbono de uma espécie de CxHy adsorvida. O intermediário chave desse
mecanismo é a espécie de metileno (CH2 adsorvido). Os intermediários CH2 podem se
formar com facilidade e em sequência, reagir para formar os hidrocarbonetos de cadeia
longa. A Figura 1(a) mostra uma representação esquemática da iniciação, propagação e
terminação das cadeias carbônicas, de acordo com este mecanismo inicialmente ocorre a
adsorção dissociativa de CO e de H2, seguido pela reação superficial bimolecular e reação
de formação do monômero, propagação e terminação da cadeia (PONEC e VAN
BARNEVELD (1979) e BRADY e PETTIT (1980). A principal limitação desse
mecanismo é a não formação de produtos oxigenados, que também estão em quantidades
significativas nos produtos da reação (SHI et al., 2005).

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.8, p. 23962-23979, aug., 2023


Brazilian Journal of Development 23966
ISSN: 2525-8761

O mecanismo de Hidroxicarbeno propõe que o processo de crescimento da cadeia


ocorre por meio de uma reação de condensação de duas espécies hidroxicarbeno CHOH
adsorvidas com a eliminação de água. Nesse mecanismo, os intermediários chaves são as
espécies de hidroxicarbeno formadas pela hidrogenação parcial de CO adsorvido (Figura
1(b)).O mecanismo explica a formação de hidrocarbonetos via eliminação do grupo OH
pelo hidrogênio e de álcoois por hidrogenação, de aldeídos via dessorção. A base para o
mecanismo está na observação de que a co-alimentação de alcoóis durante a sintese de
Fischer-Tropsch leva à participação destes álcoóis no crescimento da cadeia. Uma
dificuldade associada a este mecanismo é a interação de duas espécies hidroxicarbenos
por meio da ligação dos carbonos eletrofílicos para formar uma ligação C-C (KOLLAR,
et al., 2010; SHI et al., 2005).
No mecanismo de Inserção de CO, o crescimento da cadeia ocorre via inserção de
um intermediário carbonil adsorvido na ligação metal-alquila. Este mecanismo explica a
formação de álcoois, aldeídos e hidrocarbonetos. Inicialmente as espécies resultantes são
hidrogenadas a uma cadeia alquila para que a reação de acoplamento de C-C ocorra. Este
mecanismo é apresentado na Figura 1(c), onde a espécie carbonil é o intermediário-chave.
Este mecanismo baseia–se em complexos organometálicos, assumindo que a superfície
ativa durante a catálise heterogênea, consiste de sítios ativos individuais que possuem
uma coordenação específica, os complexos organometálicos representam sítios de
crescimento da cadeia durante a síntese de Fischer-Tropsch (PICHLER E SCHULZ
,1970).

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.8, p. 23962-23979, aug., 2023


Brazilian Journal of Development 23967
ISSN: 2525-8761

Figura 1. Esquema de três mecanismos básicos da reação de Fischer Tropsch: (a) Mecanismo de Carbeno,
(b) Mecanismo de Hidroxicarbeno e (c) Mecanismo de Inserção de CO.

Fonte: (KOLLAR, et al., 2010; SHI et al., 2005).

3 CATALISADORES PARA A SÍNTESE DE FISCHER-TROPSCH


3.1 CASCA DE ARROZ
A enorme quantidade de resíduos gerados por determinados setores produtivos
tem levado pesquisadores a buscar soluções adequadas, com o intuito de atender as
questões técnicas, econômicas e ambientais. A necessidade de aproveitamento de
resíduos nos processos industriais está acentuada no mundo. Dessa forma, tem aumentado
às pesquisas sobre reciclagem dos materiais descartados pelas indústrias com a finalidade
do seu emprego racional e seguro em novos produtos.
Segundo a FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations) e a
USDA (United States Department of Agriculture), a produção mundial de arroz ultrapassa
721 milhões de toneladas de arroz em casca. Levando em consideração que cerca de 20%
dessa produção constitui a casca, é obtido um total de 144 milhões de toneladas de casca
de arroz por ano. O Brasil, considerado um dos dez maiores produtores de arroz do
mundo, produziu em 2011, cerca de 11,6 milhões de toneladas de arroz em casca (IBGE,
2011), sendo a região sul do país responsável pela maior parte dessa produção. A casca
de arroz, como não possui nenhuma destinação específica, pode ser aplicada para diversos
fins. A composição química média da casca, é de 50% de celulose, 30% de lignina e 20%
de sílica (SiO2), sendo que a lignina e a celulose podem ser removidas através da
combustão da casca (GUO et al., 2006).

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.8, p. 23962-23979, aug., 2023


Brazilian Journal of Development 23968
ISSN: 2525-8761

Entre as diversas aplicações da casca de arroz está incluída, o seu uso na


agricultura, no tratamento de solos como fertilizante; Na construção civil associada à
argila, pode ser empregada na fabricação de telhas, tijolos e concretos de baixa densidade;
Na geração de energia, devido seu elevado poder calórico, é utilizada como combustível
alternativo dentro das próprias indústrias de beneficiamento de arroz em substituição a
lenha. A cinza da casca de arroz também pode ser utilizada na síntese de zeólitas e
peneiras moleculares por apresentar elevado teor de SiO2.
A literatura aponta estudos da obtenção da peneira molecular MCM-41 com
cinzas da casca de arroz, assim como as zeólitas ZSM-11 e ZSM-5. A obtenção desses
materiais foi confirmada através das técnicas de caracterização. (BHAGIYALAKSHMI
et al., 2010; FARSHID et al., 2013; DEY et al., 2012; WANG et al., 1998).
O processo de combustão empregado na queima da casca de arroz depende do tipo
de equipamento utilizado, da temperatura de queima e do tempo de exposição durante o
processo. Durante a decomposição térmica da casca de arroz entre 50 e 100°C ocorre a
primeira perda de massa devido a perda de água adsorvida. A segunda e maior perda de
massa, em torno de 60% é atribuída ao desdobramento da celulose constituinte em
combustíveis voláteis, dióxido de carbono e água. Ocorre ainda uma isoterma registrada
aos 460°C correspondente à decomposição da lignina e da celulose (JAMES E RAO,
1986). A temperatura de queima deve manter-se entre 600-700°C para a cinza se
apresentar amorfa e reativa (BOATENG E SKEETE, 1990).
Geralmente são utilizados os ácidos clorídrico e sulfúrico na realização do
tratamento químico da casca para retirada de contaminantes. Este tratamento favorece a
obtenção de cinzas com elevado teor de sílica (até 99%), brancas e em estado amorfo,
com área superficial entre 260 e 480 m2/g (SOUZA et al., 2000; REAL et al., 1996;
KRISHNARAO et al., 2001).

3.2 BAGAÇO DA CANA-DE-AÇÚCAR


O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, seguido por Índia e
Austrália. A cana-de-açúcar é plantada no Centro-Sul e no Norte-Nordeste do país, o que
possibilita dois períodos de safra no ano. A produção de cana-de-açúcar no Brasil tem
crescido nos últimos anos, atingindo na safra 2012/2013 um total de aproximadamente
588.370.000 toneladas (UNICA - União da Indústria de Cana-de-Açúcar, 2013). Para
cada tonelada de cana-de-açúcar processada, estima-se que são gerados cerca de 260 kg
de bagaço com 50% de umidade (CORTEZ et al., 1992).

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.8, p. 23962-23979, aug., 2023


Brazilian Journal of Development 23969
ISSN: 2525-8761

O bagaço de cana-de-açúcar é um material lignocelulósico fibroso obtido após a


moagem da cana-de-açúcar. A composição química deste material apresenta variações
em função da variedade da cana empregada e da localização geográfica dos locais de
cultivo. A celulose é o principal componente da parede celular e representa 41 a 44% do
bagaço, a lignina representa de 20 a 22%, as polioses representam 25 a 27% e o resto,
cerca de 10%, corresponde a componentes minoritários de baixo peso molecular,
extrativos e substâncias minerais (AHMARUZZAMAN, 2010; PAULA, 2006). O bagaço
da cana-de-açucar é empregado na produção de energia (vapor/eletricidade), combustível
(natural, briquetado, peletizado, enfardado), hidrólise (rações e lignina), polpa de papel,
celulose e aglomerado.
Como resultado da queima do bagaço para a geração de energia, tem-se a
produção da cinza, em volume menor, porém, não menos expressivo. Para cada tonelada
de cana-de-açúcar colhida e processada na indústria sucro-alcooleira, são gerados
aproximadamente 26 % de bagaço (umidade de 50%) e 0,62% de cinza residual, logo
para os 633 milhões de toneladas de cana poderá gerar 3,94 milhões de toneladas de
cinzas do bagaço da cana-de-açúcar (CORDEIRO, 2006).
A composição química cinza do bagaço de cana-de-açúcar apresenta, em termos
de óxidos, uma grande quantidade de óxido de silício (silicatos), normalmente com
índices superiores a 70% (em massa).
As propriedades da cinza do bagaço da cana-de-açúcar são influenciadas pelas
condições de queima. A princípio, ocorre perda de massa a temperaturas até 100º C
resultante da evaporação da água absorvida. Na temperatura de 350º C tem início a
ignição do material mais volátil. Entre 500 e 600º C, o carbono residual é oxidado, nesse
estágio é observada a perda mais substancial da massa. Após esse período a cinza torna-
se rica em sílica amorfa. A utilização de temperaturas acima de 700º C favorece à
formação de quartzo, e temperaturas mais elevadas podem ocasionar a formação de outras
formas cristalinas;
A cinza do bagaço da cana-de-açúcar apresenta elevadas concentrações de silício
e pode ser utilizada na preparação de zeólitas e peneiras moleculares. Estudos da literatura
mostram a obtenção das zeólitas HZSM-5, Faujasita, zeólita P e a peneira molecular
MCM-41 utilizando a cinza do bagaço da cana-de-açúcar. Todavia, a literatura sobre
síntese de zeólitas e peneiras moleculares utilizando cinzas do bagaço da cana-de-açúcar
como fonte de sílica ainda é escassa (HUANG et al., 2012; SHINZATO et al., 2008;
TEODORO et al.,2012).

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.8, p. 23962-23979, aug., 2023


Brazilian Journal of Development 23970
ISSN: 2525-8761

3.3 MODELAGEM CINÉTICA DA REAÇÃO DE FISCHER TROPSCH


A modelagem de processos tem grande aplicação por facilitar a manipulação de
variáveis com o emprego da simulação e análise das equações matemáticas que o compõe.
Sendo assim, o modelo deve representar satisfatoriamente o comportamento do processo,
devendo existir um compromisso entre simplificações e qualidade de predição (ANFRAY
et al., 2007; SARI et al., 2009).
A dificuldade encontrada para descrever a cinética das reações de Fischer-Tropsch
está na complexidade dos mecanismos de reação e o grande número de espécies
envolvidas. A distribuição dos produtos consiste em um mecanismo de polimerização de
CO que leva a uma distribuição dos produtos com diferentes pesos moleculares
(Anderson, 1956), definida como distribuição Anderson-Schulz-Flory (ASF),
apresentada na equação 5 (BARROS JUNIOR, 2013):

Mn = n(1-α)2αn-1 (5)

O termo Mn na equação (5) está relacionado à fração de átomos de carbono livre


dentro de uma cadeia contendo n átomos de carbono e o termo α corresponde à
distribuição do número de carbono total dos produtos da síntese de Fischer-Tropsch. A
distribuição Anderson-Schulz-Flory (ASF) estabelece uma relação entre o rendimento do
produto e o número de carbonos, apresentando uma seletividade de gases até graxas.
Diversos estudos de vários autores desenvolvidos, apresentam inúmeros modelos
de cinética para a síntese de Fischer Tropsch, a maioria desses mecanismos propostos na
literatura trabalha com uma variedade significativa de espécies de superfície e etapas
elementares de reação, entre os mais importantes se destacam, DRY (1976), SARUP e
WOJCIECHOWSKI (1989), YATES e SATTERFIELD (1991), VANNICE (1975),
SHIVA et al., (2012), HAGHTALAB et al., (2012), PARK et al., (2014), RAFIG et al.,
(2011), ARSALANFAR et al., (2012), MANSOURI et al., (2012), POUR et al., (2014),
TODIC et al, (2014).
A forma da equação da taxa para a reação global de Fischer Tropsch depende de
uma série de fatores das condições operacionais do sistema, tais como: tipo do processo
reativo, temperatura, pressão, razão molar H2:CO na alimentação, tipo de catalisador,
dentre outros. Além disso no caso dos catalisadores a base de ferro, tais condições podem
resultar na competição da chamada reação de Water-Gás-Shift (WGS) com a reação de
Fischer Tropsch. As equações (6) e (7) representam essas reações (MARETTO, C;

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.8, p. 23962-23979, aug., 2023


Brazilian Journal of Development 23971
ISSN: 2525-8761

KRISHNA, R, 1999):

Reação de Fischer Tropsch: CO+2H2 → -(CH2)- + H2O (6)

Reação de Water Gas Shift: H2O + CO → CO2+ H2 (7)

Na Tabela 1 estão apresentados alguns estudos cinéticos da síntese de Fischer


Tropsch. Estas taxas são consideradas válidas em condições termodinâmicas típicas para
este processo.

Tabela 1. Estudos cinéticos da síntese de Fischer Tropsch


Catalisador Reator Condições de operação Cinética Ref.
T(°C) P(MPa) H2/CO
Fe/K/Cu/ SiO2 Leito de 235-265 1,5-3,0 0,6-1,0 ZIMMERMA
lama N et al.

Co/SiO2 Leito de 220-280 1,0-2,0 0,5-2,0 YATES et al.


lama

Co/Al2O3 Leito de 240-280 2,0 1,6-3,3 WHITERS et


lama al.

Co/Ru/Al2O3 Leito de 200-240 2,0-3,5 1,0-2,5 WHITERS et


lama al.

Fontes: Autores

A constante cinética “a”, e o coeficiente de absorção de espécies de CO “b”, são


determinados através de dados experimentais. O mecanismo alquil é, atualmente, o que
mais descreve o crescimento das cadeias de hidrocarbonetos na síntese de Fischer
Tropsch, podendo ser representado pelas seguintes etapas:

CH2+ H k1→ R(1) etapa de iniciação

R(n) + CH2 kp→ R(n+1) etapa de propagação

R(n) + H kpar→ P(n) formação de parafina pelo hidrogênio de superfície

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.8, p. 23962-23979, aug., 2023


Brazilian Journal of Development 23972
ISSN: 2525-8761

R(n) kolef→ P”(n) formação de α-olefina pela eliminação de β-hidreto

P”(n) kread→ R(n) readsorção de olefinas (catalisador de cobalto)

Nos estudos realizados com catalisadores a base de cobalto, suportados em sílica


(SiO2) e alumina (Al2O3), as taxas de consumo de CO e de produção de hidrocarbonetos
podem ser modeladas utilizando um mecanismo de readsorção de olefinas
(FAZLOLLAHI, et al., 2012; ALMEIDA, et al., 2013; TODIC, et al., 2014; KWACK, et
al., 2011; YANG, et al., 2013). Estudo realizado por ANFRAY et al, 2007, em reator leito
de lama com as condições operacionais: temperatura de 200-280 °C, a pressão de 20-35
bar e razão H2/CO de 1,0-3,5. O modelo apresentou uma considerável previsão para
distribuição de parafinas, assim como efeito da readsorção de olefinas (baseado na
distribuição ASF) (ANFRAY et al., 2007; SARI et al., 2009).

4 MATERIAIS E MÉTODOS
O material mesoporoso tipicamente é obtido utilizando os seguintes reagentes:
a) Tetraetilortosilicato (TEOS) – ALDRICH (Fonte de silício)
b) Casca de arroz – (Fonte de silício) Caicó - RN
c) Bagaço de Cana-de-açúcar – (Fonte de silício) Mamanguape-PB
d) Ácido clorídrico (HCl) – ALDRICH (Meio Ácido)
e) Pluronic 123 (P123) – ALDRICH (Direcionador de estrutura)
f) Água deionizada (Solvente)
g) Etanol – Merck
h) Papel de pH – Merck.
Foram realizadas análises de difração de raios X das matérias primas (cinzas de
casca de arroz e bagaço de cana-de-açucar) utilizadas como fontes de sílica com a
finalidade de verificar a estrutura que esse material apresentava antes da síntese. Para
produção de catalizadores.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.8, p. 23962-23979, aug., 2023


Brazilian Journal of Development 23973
ISSN: 2525-8761

4.1 SÍLICA OBTIDA A PARTIR DA CASCA DE ARROZ E BAGAÇO DA CANA-


DE-AÇÚCAR (APÓS TRATAMENTOS TÉRMICO E ÁCIDO)
Foram realizadas análises de difração de raios X das matérias primas (cinzas de
casca de arroz e bagaço de cana-de-açucar) utilizadas como fontes de sílica com a
finalidade de verificar a estrutura que esses materiais apresentavam antes da síntese.
É possível observar no difratograma (Figura 2), que a cinza da casca de arroz
apresenta se como um material amorfo, que é relativo à sílica obtida após o processo de
calcinação. Observa-se um pico centrado em 2ɵ = 23,36° que pode ser atribuído à
cristobalita desordenada, embora não há formação de outras fases, indicando a ausência
de fases cristalinas (LIOU, 2004; OLIVEIRA, et al. 2007; VLAEV, et al. 2011).
Enquanto o DRX da cinza do bagaço da cana-de-açúcar apresenta uma fase
altamente cristalina na forma de quartzo (SiO2) entre 25º e 70º (2ɵ). A identificação foi
realizada por comparação com os padrões de difração JCPDS-ICCD – International
Centre for Diffraction Data. Isto pode ter ocorrido devido à contaminação do bagaço por
partículas do solo, assim como o quartzo (Figura 3).
A presença de partículas de quartzo provavelmente é da areia que se encontra
aderida à cana-de-açúcar que não é totalmente retirada durante a etapa de lavagem antes
da moagem da cana (CORDEIRO, 2006; CHANG et, al.;2007). A presença de fases
cristalinas dificulta a reatividade (CORNEIRO 2006). Para a utilização desse material
como fonte se sílica na preparação da peneira molecular SBA-15, seria necessário a
transformação da sílica cristalina em sílica amorfa, que é mais reativa o que deixaria o
processo oneroso e inviável

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.8, p. 23962-23979, aug., 2023


Brazilian Journal of Development 23974
ISSN: 2525-8761

Figura 2. Difratograma de raios X da sílica obtida a partir da Casca de arroz (após tratamentos térmico e
ácido).

Fonte: Autores

Figura 3. Difratograma de raios X da sílica obtida a partir da Casca de arroz (após tratamentos térmico e
ácido).

Fonte: Autores

Na Tabela 2 estão apresentados os resultados da análise química das amostras. De


acordo com os resultados de composição química, verificou-se que as amostras em estudo
apresentaram alto teor de sílica (SiO2), visto que a peneira molecular possui em sua
estrutura apenas sílica. Entre as fontes de sílica utilizadas nesse estudo, as amostras

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.8, p. 23962-23979, aug., 2023


Brazilian Journal of Development 23975
ISSN: 2525-8761

provenientes da cinza do bagaço de cana apresentaram uma concentração de sílica inferior


e como já foi confirmado por DRX, o estado estrutural cristalino, principalmente pela
ausência de um halo amorfo nos difratogramas. (ZHAO et al, 1998; ZHOLOBENKO et
al., 2008;CORDEIRO, 2006; RODRIGUES et al,. 2011 e 2012).

Tabela 2. Composição química das amostras.


Amostra SiO2(%) Outros(%)

SBA-15 (CCA) 97 3

SBA-15 (CBC) 91 9
Fonte: Autores

5 CONCLUSÕES
A peneira molecular SBA-15 foi sintetizada com êxito utilizando as fontes de
sílica Cinzas da casca de arroz, conforme comprovado pelas caracterizações realizadas.
• A partir de análises de difração de raios-X do material mesoporoso obtido
com cinzas da casca de arroz foi observado que o material obtido apresentou alto
grau de ordenação hexagonal, exibindo nos difratogramas tipicamente o pico
principal de difração, cujos índices são referentes aos planos (1 0 0).
• A cinza do bagaço da cana-de-açúcar apresentou uma elevada
concentração de sílica (SiO2) cristalina na forma de quartzo e isto influenciou de
forma direta na estabilidade da sílica. Sendo inviável para preparação de materiais
mesoporosos.
• O difratograma de raios X do material sintetizado com cinzas do bagaço
da cana-de-açúcar não apresentou uma estrutura hexagonal com grau de
ordenação satisfatório, provavelmente devido a cinza do bagaço da cana-de-
açúcar apresentar uma fase altamente cristalina na forma de quartzo (SiO2) que
não favorece a reatividade da sílica e dessa forma dificulta a formação estrutura
de materiais mesoporosos como a SBA-15. Sendo assim, a amostra sintetizada
com por este método foi descartada e fica evidente que catalisadores possam ser
preparados utilizando os suportes obtidos com a sílica proveniente da casca de
arroz.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.8, p. 23962-23979, aug., 2023


Brazilian Journal of Development 23976
ISSN: 2525-8761

REFERÊNCIAS

AHMARUZZAMAN, M. A review on the utilization of fly ash. Progress in Energy and


Combustion Science, v.36, p.327-363, 2010.

ANFRAY, j.; BREMAUD, M.; FONGARLAND, P.; KHODAKOV, A.; JALLAIS, S.;
SCHWEICH. Kinetic study and modeling of Fischer–Tropsch reaction over
aCo/Al2O3 catalyst in a slurry reactor. Chemical Engineering Science, v. 62, p.5355-
5360, 2007.

BARROS JUNIOR. Estimação de parâmetros, modelagem e simulação da síntese de


Fischer-Tropsch em reator tubular de leito fixo com catalisador de cobalto. Tese de
Doutorado. Universidade Federal do Ceará, 2013.

BOATENG, A. A. SKEETE, D. A. Incineration of rice hull for use as a cementitious


material: the Guyana Experience. Cement and Concrete Research, v. 20, p. 795-802,
1990.

BRADY R.C.; PETIT, R. Reactions Of Diazomethane On Transition-Metal Surfaces And


Their Relationship To The Mechanism Of The Fischer-Tropsch Reaction.Journal Of The
American Chemical Society, v. 102, p. 6181–6182, 1980.
BHAGIYALAKSHMI, M.; YUN, L. J.; ANURADHA, R.; JANG, H. T. Utilization of
rice husk ash as silica source for the synthesis of mesoporous silicas and their application
to CO2 adsorption through TREN/TEPA grafting. Journal of Hazardous Materials. v.
175, p. 928-938, 2010.

CHANG, J.; BAI, L.; TENG, B. ZHANG, R.; YANG, J.; XU, Y.; XIANG, H.; LI, Y.
inetic modeling of Fischer–Tropsch synthesis over Fe/Cu/K/SiO2 catalyst in slurry phase
reactor. Chemical Engineering Science, v. 62, p.4983 – 4991, 2007.

CORDEIRO, G. C. Utilização de cinzas ultrafinas do bagaço de cana-de-açúcar e da


casca de arroz como aditivos minerais em concreto. (tese de doutorado). Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) 2006.

CORDEIRO, G. C.; TOLEDO FILHO, R.D.; FAIRBAIRN, E. M. R. caracterização de


cinza do bagaço de cana-de-açúcar para emprego como pozolana em materiais
cimentícios. Quim. Nova, v. 32, p.82-86, 2009.

CORTEZ, L., MAGALHÃES, P., HAPP, J., 1992, “Principais subprodutos da


agroindústria canavieira e sua valorização”, Revista Brasileira de Energia, v. 2, p. 12-18,
1992.

DALAI, A.K.; DAVIS, B.H. Fischer–Tropsch synthesis: A review of water effects on


the performances of unsupported and supported Co catalysts. Applied Catalysis A:
General, v. 348, p. 1-15, 2008.

DRY, M. E. The Fischer–Tropsch process: 1950–2000. Catalysis Today, v. 71, p.227–


241, 2002.

DRY, M. E. Advances in Fischer Tropsch Chemistry. Industrial & Engineering


Chemistry Product Research and Development. v. 15, p. 282, 1976.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.8, p. 23962-23979, aug., 2023


Brazilian Journal of Development 23977
ISSN: 2525-8761

FARSHID, G.; HABIBOLLAH, Y.; ZAHRA, M.; MEHMET, S. C. E.; ALI, A. G.;
MANSOOR, A. Preparation and characterization of highly pure silica from sedge as
agricultural waste and its utilization in the synthesis of mesoporous silica MCM-41.
Journal of the Taiwan Institute of Chemical Engineers. In press, 2013.

GUO, Y., ROCKSTRAW, D. A. Activated carbons prepared from rice hull by one-step
phosphoric acid activation. Microporous and Mesoporous Materials, v.100, p.12-19,
2006

HUANG, W.; GONG, F.; FAN, M.; HONG, C.; LI, Q. Production of light olefins by
catalytic conversion of lignocellulosic biomass with HZSM-5 zeolite impregnated with
6 wt.% lanthanum. Bioresource Technology, v.121, p. 248-255. 2012.

HWANG, Y.K.; CHANG, J.S.; KWON, Y.U.; PARK, S.E.; Nanotechnology in


Mesostructured Materials, Studies is Surface Science and Catalysis, v. 146, p. 101, 2003.

JAMES, J. RAO, M. S. Sílica from Rice husk through thermal decomposition,


Thermochimica Acta, v. 97. p. 329-336, 1986.

KRISHNARAO, R. V.; SUBRAHMANYAM, J.; JAGADISH, K. T. Studies os the


formation of Black particles in Rice sílica ash. Journal of the European ceramic society.
v. 21. p. 99-104, 2001.

MANSOURI, M.; MIRZAEI, A. A. SHIRZADI, B.; ATASHI, H.; MANSOURI, M.


Modeling and operating conditions optimization of Fischer–Tropsch synthesis in a fixed-
bed reactor. Journal of Industrial and Engineering Chemistry. v. 18, p. 1515-1521, 2012.

MARETTO, C.; KRISHNA, R. Modelling of a bubble column slurry reactor for Fischer–
Tropsch synthesis. Catalysis Today. v. 52, p.279-289, 1999.

MENDES, F M T; PEREZ, C A C; NORONHA, F B; SOUZA, C D D; CESAR, D V;


FREUND, H J; SCHMAL, M. Fischer−Tropsch Synthesis on Anchored Co/Nb2O5/Al2O3
Catalysts: The Nature of the Surface and the Effect on Chain Growth. Journal of Physical
Chemistry, v. 110, p. 9155–9163, 2006.

PAULA, M. O. Potencial da cinza do bagaço de cana-de-açúcar como material de


substituição parcial de cimento Portland. (dissertação de mestrado). Universidade
Federal de Viçosa (UFV) 2006.

PICHLER, H, SCHULZ, H. 14C-Studien zum Reaktionsmechanismus der Fischer-


Tropsch Synthese. Erdoel und Kohle, v.23, p.651, 1970.

PONEC, V.; VAN BARNEVELD,W. A. The Role of Chemisorption in Fischer-. Tropsch


Synthesis. Ind. Eng. Prod. Res. Dev. v. 18, p. 26, 1979.

POUR, A. N.; HOUSAINDOKHT, M. R.; IRANI, M.; SHAHRI, S. M. K. Size-


dependent studies of Fischer–Tropsch synthesis on iron based catalyst: New kinetic
model. Fuel. v.116, p. 787-793, 2014.

REAL, C. ALCALA, M. D. CRIADO, J. M. Preparation of sílica from Rice Husks.


Journal American Ceramica Society, v. 79, p. 2012-2016, 1996.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.8, p. 23962-23979, aug., 2023


Brazilian Journal of Development 23978
ISSN: 2525-8761

RODRIGUES, J. J.; LIMA, L. A.; LIMA, W. S.; RODRIGUES M. G. F.; Fernandes,


F. A. N. Fischer-Tropsch synthesis in slurry-phase reactors using Co/SBA-15 catalysts,
Brazilian Journal of Petroleum and gas. v.5, p. 149-157, 2011.

RODRIGUES, J. J.; PECCHI, G.; FERNANDES, F. A. N.; RODRIGUES, M. G. F.


Ruthenium promotion of Co/SBA-15 catalysts for Fischer-Tropsch synthesis in slurry-
phase reactors, Journal of Natural Gas Chemistry, v. 21, p. 722-728, 2012.

RODRIGUES, J. J. Síntese da peneira molecular SBA-15 por métodos de aquecimento


distintos e desenvolvimento de catalisadores (Co/SBA-15 e Ru/Co/SBA-15-15)
destinados a reação de Fischer-Tropsch. Dissertação de Mestrado – Universidade Federal
de Campina Grande, 2011.

RODRIGUES, J. J.; FERNANDES, F.A.N.; RODRIGUES, M. G. F. Study of Co/SBA-


15 catalysts prepared by microwave and conventional heating methods and application in
Fischer–Tropsch synthesis. Appl. Catal. A. v.468, p.32-37, 2013.

SARI, A.; ZAMANI Y.; TAHERI, S.A. Intrinsic kinetics of Fischer–Tropsch reactions
over an industrial Co–Ru/γ-Al2O3 catalyst in slurry phase reactor. Fuel Processing
Technology. v.90, p.1305-1313, 2009.

SARUP, B.; WOJCIECHOWSKI, B. W. Studies of the fischer-tropsch synthesis on a


colbalt catalyst: III: mechanistic formulation of the kinetics of selectivity for higher
hydrocarbon formation. Canadian Journal of Chemical Engineering. v. 67, p. 620-327,
1989.
SHI, B; KEOGH,R.A; BURTRON H. D. Fischer-Tropsch synthesis: The formation of
branched hydrocarbons in the Fe and Co catalyzed reaction. Journal of Molecular
Catalysis A: Chemical. v. 234, p.85-97, 2005.

SHINZATO, M. C.; MONTANHEIRO, T. J.; CARVALHO, F. M. S.; NEGRI, F. A.;


YAMAMOTO, J. K.; SILVA, I. S. Síntese de Zeólita a partir de cinzas de bagaço da cana.
In: Congresso Brasileiro de engenharia e Ciências dos materiais CBECIMat, Porto de
Galinhas-PE, 2008.

SHIVA, M.; ATASHI, H.; TABRIZI, F. F.; MIRZAEI, A. A. Kinetic modeling of


Fischer–Tropsch synthesis on bimetallic Fe–Co catalyst with phenomenological based
approaches. Journal of Industrial and Engineering Chemistry. v. 18, p. 1112-1121, 2012.

SOUZA, M. F. Rice Hull Dirived silica: Applications in Portland Cement and Mullite
Whiskers. Material Research. v. 3, p. 25-30, 2000.

TEODORO, N.; BRAGA, R. M.; AQUINO, F. M.; MELO, V. R. M.; MELO, D. M. A.;
BARROS, J. M. F.; MELO, M. A. F. Síntese e caracterização de MCM-41 derivado do
resíduo do bagaço da cana-deaçúcar. In: XXIII Congresso IberoAmericano de Catálise.
Santa Fé -Argentina, 2012.

TODIC, B.; MA, W.; JACOBS, G.; DAVIS, B. H.; BUKUR, D. B. CO-insertion
mechanism based kinetic model of the Fischer–Tropsch synthesis reaction over Re-
promoted Co catalyst. Catalysis Today. v. 228, p. 32-39, 2014.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.8, p. 23962-23979, aug., 2023


Brazilian Journal of Development 23979
ISSN: 2525-8761

VANNICE, M. A. The catalytic synthesis of hydrocarbons from H2/CO mixtures over the
group VIII metals: I: The specific activities and product distributions of supported metals.
Journal of Catalysis. v. 37, p. 449-461, 1975.

VESSIA, O. Biofuels from lignocellulosic material – In the Norwegian context


Tecnology, Potential and Costs. Norweigian University of Science and Tecnlogy – NTNU,
p. 101, 2006.

VLAEV, L.; PETKOV, P.; DIMITROV, A.; GENIEVA, S.; Cleanup of water polluted
with crude oil or diesel fuel using Rice husks ash. Journal of the Taiwan Institute of
Chemical Engineers, v. 42, p. 957-964, 2011.

ZHAO, E., FENG, J., HUO, Q, FENG, J..G.H., CHMELKA, B.F., STUCKY, G.D.
Nonionic triblock copolymer and oligameric surfactant syntheses of highly ordered
hydrothermally stable, mesoporous sílica structures. J. Am. Chem. Soc. v.120, p. 6024-
6036, 1998.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.8, p. 23962-23979, aug., 2023

Você também pode gostar