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1. INTRODUÇÃO
descarta o lixo em aterros controlados e lixões (ABRELP, 2016). Os efeitos causados pelo
biogás na saúde da população pode contribui para morbimortalidade a curto (horas a
semanas) e a longo prazo (anos), reduzindo a expectativa de vida.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que cerca de 7-9 milhões de mortes
prematuras são atribuídas à poluição do ar a cada ano no mundo, sendo cerca de 3 milhões
de poluição intradomiciliar e 4 milhões de poluição ambiental. A incidência de problemas
respiratórios, morais, psicológicos solicitados por populações que residem em torno de
lixões ou aterros não contralados é alarmante, levando em consideração a exposição a curto,
médio e longo prazo.
Pouco se discurte, debate, jornaliza e se evidência esses graves problemas pelo qual as
populações em torno ao aterro convivem, princilmente no que se diz respeito à qualidade
do ar. Que vão contra os Objetivos de Desenvolvimeto Sustentável (ONU), que prever a
saúde e bem estar, saneamento, energia limpa e acessível, indústria, inovação,
infraestrutura, redução das desigualdades, consumo e produção reponsáveis e ação contra
a mudança global do clima. O que vai em discordância com alguns instrumentos legais
nacionais: a Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),
a Lei nº 9.048, de 29 de abril de 2020, que institui a Política Estadual sobre Mudanças
Climáticas do Pará (PEMC/PA) e a Lei nº 9.605/1998 – Lei de Crimes Ambientais.
Esse artigo tem por objetivo evidênciar os impactos do biogás na influência da qualidade
do ar na saúde da população ao redor do aterro sanitário de Marituba, relacionando-os com
leis, objetivos, acordos internacionais, princípios do direito ambiental, constituição federal,
política nacional de meio ambiente, legislações pertinentes e por fim obter medidas
propositivas para reverter esse problema ambiental.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A gestão integral dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) segue sendo um tema inconcluso
para a América Latina e o Caribe (ALC). Segundo o Banco Mundial (BM), a geração dos
RSU nesta área do mundo deverá aumentar de 130 milhões de toneladas produzidas em
2012 para 220 milhões de toneladas em 2025 (HOORNWEG; BHADA-TATA, 2012).
A norma ABNT 10004 define resíduos sólidos como restos das atividades humanas
considerados inúteis ou descartáveis. Podem ser de origem industrial, doméstica, hospitalar,
entre outras. Existem três classificações: resíduos perigosos, resíduos não perigosos e
resíduos inertes.
A determinação da influência da poluição do ar na saúde humana é extremamente complexa
e difícil, a convivência dos seres vivos, em especial a do Homem, com a poluição do ar tem
trazido consequências sérias para a saúde. Os efeitos dessa exposição têm sido marcantes e
plurais quanto à sua abrangência na população em geral (ALMEIDA, 2003; RODRIGUES,
2003). A poluição atmosférica provoca doenças respiratórias, tais como asma, bronquite e
enfisema pulmonar e desconforto físico, onde se destacam a irritação dos olhos, nariz e
garganta, dor de cabeça, sensação de cansaço e tosse; também agrava doenças
cardiorrespiratórias e contribui para o desenvolvimento de cancro do pulmão. Estes
problemas têm alto custo social, como gastos nos tratamentos de saúde, perda de horas de
trabalho e redução da produtividade (MIRANDA, 2007).
As concentrações de gases de efeito estufa atingiram novos recordes. Enquanto os níveis
de dióxido de carbono, CO2, foram de 413,2 partes por milhão, os de metano, CH4,
chegaram a 1889 partes por bilhão e do óxido nitroso, N2O, alcançaram a marca
de 333,2 PPB (partes por bilhão) (OMM, 2021). Juntamente com a contribuição para o
efeito estufa, o CH4 é localmente um gás que corre o risco de incêndio e explosões, maus
odores e toxicidade, danos à vegetação e poluição da água (BÖRJESSON; SVENSSON,
1997; EL-FADEL; FINDIKAKIS; LECKIE, 1997).
COMPONENTE LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Os Resíduos Sólidos Urbanos em aterros e lixões são uma importante matriz antropogênica
de Gases de Efeito Estufa, sobretudo o Metano (CH4), que dispõe de alto potencial para
manter calor na atmosfera. O gás metano é usado como indicador para investigar a relação
entre o aterro e a qualidade do ar.
O gás de aterro, chamado de biogás, é produzido por processos físicos, químicos e
biológicos. A composição do gás depende dos resíduos depositados. A decomposição
começa com a hidrólise do sólido orgânico, formando polímeros mais simples que são
transformados em produtos intermediários e, finalmente, em dióxido de carbono e metano.
A decomposição de compostos orgânicos voláteis dentro do aterro produzes gases. Reações
químicas entre diferentes materiais podem gerar gases. A decomposição biológica gera
grandes quantidades de biogás, principalmente metano e dióxido de carbono
(TCHOBANOGLOUS; THEISEN; VIGIL, 1994).
O gás de aterro é composto principalmente por metano e dióxido de carbono, mas também
contém mais de cem compostos diferentes. A distribuição dos gases varia de acordo com a
idade do aterro. O gás pode explodir se estiver presente no ar em uma faixa específica de
concentração. O metano é o componente mais provável de causar explosões. Outros
componentes inflamáveis têm baixas concentrações e não representam um perigo
significativo de explosão.
Nos aterros, a maioria dos resíduos produz um gás com cerca de 50% de CH4. Materiais
com alto teor de gordura ou óleo podem gerar gás com mais de 50% de CH4. O valor padrão
do IPCC para a fração de CH4 no gás de aterro é de 0,5 (IPCC, 2006).
Os gases metano e dióxido de carbono são incolores e inodoros e podem ser prejudiciais à
saúde. O dióxido de carbono pode aumentar a pressão arterial e a taxa de respiração em
baixas concentrações, mas em concentrações mais altas pode causar problemas
cardiorrespiratórios. Concentrações acima de 6% podem causar dores de cabeça, tontura e
dificuldade respiratória. Respirar ar com mais de 10% de dióxido de carbono pode levar à
perda de consciência (HPA, 2011).
Mau cheiro afeta refeições e sono. Moradores reclamam de falta de ação do governo.
Problemas ambientais adicionais nos arredores da CPTR.
A diminuição das emissões de gases de efeito estufa se compreende, acima de tudo na
redução das emissões de CH4 e CO2 para a atmosfera, o que pode ser feito pela redução de
fontes antropogênicas (IPCC, 2001).
Na Região Metropolitana de Belém, Pará, Brasil; o curso do Resíduo Sólido Urbano (RSU)
coletado é a Central de Processamento e Tratamento de Resíduos (CPTR) Marituba,
denominado como aterro de Marituba, implantado no ano de 2015. O aterro sanitário desde
sua criação relatou diversas falhas técnicas, levando em consideração às normas
estabelecidas na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). O aterro sanitário de
Marituba recebe os RSU de Ananindeua e da capital, o que acarreta maiores impactos para
meio ambiente, no bem estar e na saúde da população de reside no entorno.
Sabe-se que um aterro construído de maneira inadequada, apresenta risco de proteção ao
solo, proliferação de vetores, águas superficiais, lençol freático, ar, emissão de maus odores
que afeta diretamente a refeição e sono dos moradores, e a desvalorização econômica de
áreas próximas. Fatores estes apontados pelos moradores através de denúncias e protestos,
pelos meios de comunicação, pesquisas e estudos.
Os civis que moram entorno do aterro são afetados diariamente com dores de cabeça,
náusea ou tontura como uma reação aos odores, maiores sensibilidades, fatores psicológicos
e sociais e doenças de pele, doenças respiratórias como: tosse, garganta inflamada e falta
de ar, sobretudo em crianças e idosos. Atribui-se a existência de moscas como maiores
chances de adquirir doença gastrointestinal, bem como enfermidades transmitidas por
vectores como Zika, dengue e Chikungunya. Acarretando maior procura por atendimento
médico, que acaba ocasionando em maiores gastos aos cofres públicos.
COMPONENTE LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Os resultados das entrevistas realizadas por (Espíritu et al., 2021), com os moradores da
área circundante aos municípios de Ananindeua e Marituba confirmam a maior acumulação
de gases na região próxima ao aterro sanitário. Essa acumulação tem causado desconforto
para a população, especialmente devido aos maus odores durante a noite. Essas informações
são extremamente relevantes para a definição de políticas públicas relacionadas à
localização de novos aterros sanitários e à implementação de ações para mitigar os impactos
causados pelo biogás. É fundamental que os resultados desta pesquisa sejam considerados
na tomada de decisões, visando melhorar a qualidade de vida da população e garantir um
ambiente mais saudável.
No Brasil, ainda há um alto percentual de municípios que destinam seus resíduos a
instalações consideradas ambientalmente inadequadas, conhecidas como lixões. Isso tem
se mostrado um grande desafio para o país. A disposição adequada dos resíduos sólidos
urbanos registrou apenas 59,1% do total encaminhado para aterros sanitários. Lixões e
aterros controlados inadequados ainda estão presentes em todas as regiões do país,
recebendo mais de 80 mil toneladas de resíduos por dia, com um índice superior a 40% de
potencial de poluição ambiental e impactos negativos à saúde (ABRELPE, 2017).
A falta de locais adequados para a disposição de resíduos nas cidades é um grande problema
ambiental devido à grande quantidade de resíduos produzidos. Muitos locais já estão com
sua capacidade esgotada ou próximos do colapso. Além disso, uma parte significativa
desses resíduos é composta por matéria orgânica de origem animal ou vegetal, o que gera
biogás durante a decomposição. O biogás é composto por gases de efeito estufa, o que
agrava ainda mais o problema ambiental causado pelos resíduos.
Estudos recentes mostram que: mesmo após o encerramento do aterro, a produção de biogás
e metano continuará diminuindo apenas a partir do ano 2048 (EIDAM, 2019, p.17). Esses
gases lançados pelo aterro, se não tratados corretamente, podem causar problemas graves
em nível local e contribuir para o agravamento do aquecimento global. O aterro sanitário é
uma forma muito comum de disposição de resíduos no mundo todo. No entanto, os resíduos
que são depositados nesses aterros entram em processo de decomposição e liberam gases
que podem causar impactos negativos no meio ambiente.
A liberação descontrolada do biogás, principalmente metano, que é um dos gases emitidos
durante a decomposição, é um problema grave de poluição atmosférica, tanto a nível local
quanto global. A emissão desses gases pode causar mau odor nas áreas próximas aos
aterros, além de representar riscos à saúde da população, como possíveis doenças
cancerígenas.
Além dos impactos locais, a liberação do biogás também contribui para a poluição
atmosférica em escala global. O principal efeito desses gases é o aquecimento do planeta,
o chamado efeito estufa, que tem sido amplamente discutido nos últimos anos devido às
suas consequências negativas para o clima e para a manutenção da vida no planeta.
3. METODOLOGIA
Fonte: researchgate.net
COMPONENTE LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ODS 3. A digestão anaeróbia é uma opção viável para o tratamento adequado das águas
residuárias, redução de carga orgânica e garantia de saneamento adequado, contribuindo
para o ODS 6 – Água potável e saneamento. Além disso, o biogás produzido durante o
processo pode ser utilizado como uma fonte de energia limpa e sustentável, atendendo ao
ODS 7 – Energia limpa e acessível. Investir em inovações e infraestuturas nos aterros
sanitários, atendendo o ODS 9. A digestão anaeróbia também contribui para o ODS 11 –
Cidades e comunidades sustentáveis, pois permite o tratamento descentralizado dos
resíduos, gerando biogás e biofertilizante que podem ser utilizados localmente,
promovendo uma gestão sustentável dos recursos. A digestão anaeróbia também se
enquadra no ODS 12 – Consumo e produção responsáveis, pois contribui para a redução da
geração de resíduos e para o manejo ambientalmente saudável dos resíduos, além de
oferecer uma fonte de energia renovável para substituir fontes não renováveis. Por fim, o
ODS 13 visa combater a mudança climática e seus impactos. Medida importante é
utilização da digestão anaeróbia e a queima do biogás para reduzir as emissões de CO2eq.
A produção e o uso do biogás contribuem significativamente para a aplicação e o
atendimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.
• O ODS 3, que se refere à saúde de qualidade, destaca a importância de reduzir a
poluição do ar e suas consequências para a saúde humana. Ao utilizar o biogás como
fonte de energia, é possível reduzir significativamente as emissões de gases de efeito
estufa e poluentes atmosféricos, contribuindo para a melhoria da qualidade do ar e,
consequentemente, para a promoção da saúde.
• O ODS 6 visa garantir a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento
para todos, e o biogás, produzido a partir de resíduos orgânicos, pode ser utilizado
como fonte de energia para suprir as necessidades de água e saneamento.
• O ODS 7 tem como objetivo assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e
a preço acessível a energia para todos, e o biogás pode ser uma alternativa renovável
para a produção de energia elétrica e térmica, reduzindo a dependência de
combustíveis fósseis e contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas
(ODS 13).
• O ODS 9, que trata da indústria, inovação e infraestrutura, destaca a importância de
promover tecnologias limpas e sustentáveis. Nesse sentido, o biogás se enquadra
perfeitamente, pois é uma forma de energia renovável e de baixo impacto ambiental.
• ODS 11, que visa tornar as cidades e assentamentos humanos inclusivos, seguros,
resilientes e sustentáveis. O uso do biogás como fonte de energia limpa em áreas
urbanas contribui para a redução de emissões de gases de efeito estufa e para a
COMPONENTE LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Essa forma de energia está alinhada com os princípios de direito ambiental, como o
princípio da precaução, que busca prevenir danos ao meio ambiente, e o princípio do
desenvolvimento sustentável, que busca conciliar o crescimento econômico com a
preservação dos recursos naturais. Além disso, o uso do biogás no estado do Pará também
está relacionado ao princípio da responsabilidade, já que sua utilização contribui para a
diminuição da dependência de fontes de energia não renováveis e poluentes, como o
petróleo e o carvão. Dessa forma, o biogás no estado do Pará é uma alternativa viável e
promissora para a geração de energia, que está em conformidade com os princípios de
direito ambiental e contribui para a melhoria da qualidade do ar.
O princípio de prevenção ambiental é essencial para evitar a ocorrência de danos
ambientais. Para garantir sua efetividade, o poder público deve implementar uma série de
medidas preventivas. No Brasil, por exemplo, o Estudo de Impacto Ambiental é uma
exigência prevista no inciso IV do art. 225 da Constituição de 1988. Esse estudo visa avaliar
os possíveis impactos ambientais de determinado empreendimento antes de sua realização,
permitindo assim a adoção de medidas mitigadoras e a redução do risco de dano ambiental.
É através dessas ações preventivas que se busca preservar e proteger o meio ambiente de
forma consciente e responsável.
No Brasil, o desenvolvimento sustentável foi mencionado pela primeira vez na lei 6.938/81,
também conhecida como Política Nacional de Meio Ambiente. Dois artigos específicos
dessa lei citam o princípio do desenvolvimento sustentável: O Art. 2º da Política Nacional
do Meio Ambiente estabelece como objetivo principal a preservação, melhoria e
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida. Essa preocupação com o meio
ambiente visa garantir condições adequadas para o desenvolvimento socioeconômico do
país, bem como proteger a segurança nacional e a dignidade da vida humana. Um dos
aspectos fundamentais para alcançar esse objetivo é a manutenção da qualidade do ar, uma
vez que a poluição atmosférica pode ter sérias consequências para a saúde e o bem-estar
das pessoas. Nesse sentido, a utilização de fontes de energia renovável, como o biogás,
pode contribuir significativamente para a redução da emissão de gases poluentes e,
consequentemente, para a preservação do meio ambiente e a proteção da dignidade da vida
humana.
O Art. 4º, inciso I da Política Nacional do Meio Ambiente: estabelece que o objetivo
principal é buscar a compatibilização entre o desenvolvimento econômico-social e a
preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico. Nesse sentido, é
fundamental garantir a qualidade do ar, visto que a poluição atmosférica tem impactos
diretos na saúde da população e no ecossistema como um todo. Além disso, é necessário
COMPONENTE LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
também promover a gestão adequada dos resíduos, especialmente em relação aos aterros
sanitários, que são locais destinados ao descarte de lixo.
Constituição Federal: estabelece princípios e diretrizes para a proteção do meio ambiente e
da saúde pública.
De acordo com o Art. 196, a saúde é direito de todos e, portanto, é dever do Estado garantir
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e outros agravos,
bem como o acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção
e recuperação. Uma das principais maneiras de promover a saúde da população é garantir
a qualidade do ar que respiramos. A poluição do ar é um problema crescente em muitas
regiões do mundo, e seus efeitos na saúde humana são alarmantes. A exposição a poluentes
atmosféricos pode levar ao desenvolvimento de doenças respiratórias, cardiovasculares e
até mesmo câncer.
Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981): define os princípios e
objetivos da política nacional do meio ambiente, estabelecendo diretrizes para a proteção
da qualidade do ar. Os Padrões de Qualidade Ambiental são instrumentos previstos na
Política Nacional do Meio Ambiente e abrangem a gestão dos componentes do meio
ambiente, como a qualidade do ar, da água e dos ruídos. A Resolução do CONAMA n.º 5
de 1989 criou o Programa Nacional de Controle de Qualidade do Ar, estabelecendo limites de
poluentes no ar para proteção da saúde.
Considerando a Lei nº 9.048, de 29 de abril de 2020, que institui a Política Estadual sobre
Mudanças Climáticas do Pará (PEMC/PA) e o Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA),
instituído pelo Decreto Estadual nº 941, de 3 de agosto de 2020, como ferramentas que
buscam levar o Pará em direção à meta do Race To Zero;
A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS): Esta
política estabelece diretrizes para a gestão de resíduos sólidos, incluindo aterros sanitários.
Ela visa a redução da geração de resíduos, a destinação correta dos resíduos e a promoção
de práticas sustentáveis, como a utilização de biogás gerado nos aterros;
Política Nacional de Saneamento Básico (PNSB) instituída pela Lei Federal nº 11.445, de
2007: Essa política busca promover a universalização do acesso aos serviços de saneamento
básico, que inclui o abastecimento de água, o esgotamento sanitário, a limpeza urbana e o
manejo adequado dos resíduos sólidos. No caso dos aterros sanitários, ela estabelece
diretrizes para a correta destinação dos resíduos e o controle ambiental das atividades;
Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA): Este
programa visa ampliar a participação de fontes renováveis na matriz energética brasileira.
O biogás gerado em aterros sanitários é considerado uma fonte alternativa de energia, e o
PROINFA fornece incentivos para a geração de energia a partir dessas fontes;
Programa Nacional de Biogás e Biometano (PNBB): O PNBB busca incentivar a produção
e o uso de biogás e biometano no país. Ele estabelece diretrizes para a viabilidade técnica
e econômica dessas atividades, além de promover a pesquisa e o desenvolvimento dessas
tecnologias. O PNBB pode ser aplicado no caso específico de aproveitamento do biogás
gerado no aterro sanitário de Marituba.
Essas políticas têm como objetivo promover a utilização sustentável de recursos, a geração
de energia limpa e renovável, além de garantir a correta destinação dos resíduos sólidos e
a melhoria dos serviços de saneamento básico. É importante ressaltar que essas são apenas
COMPONENTE LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
algumas das políticas setoriais aplicáveis, e pode haver outras políticas e regulamentações
específicas tanto a nível estadual quanto municipal.
Há várias leis de crimes ambientais que podem ser aplicadas em relação ao biogás e à
qualidade do ar em aterro sanitário de Marituba. Algumas são:
Lei nº 9.605/1998 – Lei de Crimes Ambientais: Essa lei estabelece punições para diversas
condutas que causam poluição e degradação ao meio ambiente, incluindo a poluição do ar.
Se um aterro sanitário em Marituba estiver emitindo gases poluentes, incluindo biogás, e
essas emissões afetarem a qualidade do ar na região, os responsáveis podem ser penalizados
de acordo com essa lei;
Lei nº 6.938/1981 de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, define ações para a preservação e melhoria da qualidade ambiental. Se um aterro
sanitário em Marituba estiver comprometendo a qualidade do ar e não estiver cumprindo
as normas estabelecidas nesta lei, os responsáveis podem ser penalizados.
Resolução Conama nº 382/2006: Essa resolução estabelece as diretrizes para o
licenciamento ambiental de aterros de resíduos sólidos. Ela estabelece critérios para o
controle e mitigação de problemas ambientais relacionados aos aterros sanitários, incluindo
a qualidade do ar. Portanto, se um aterro sanitário em Marituba não estiver em
conformidade com as exigências dessa resolução, os responsáveis podem ser punidos de
acordo com a lei.
É importante destacar que estas são apenas algumas das leis que podem ser aplicadas e que
a penalidade pode variar de acordo com a gravidade e reincidência das infrações cometidas.
É fundamental consultar todas as leis e regulamentos pertinentes para entender
completamente as implicações legais em relação ao biogás e à qualidade do ar em aterro
sanitário de Marituba.
8. CONCLUSÕES
COMPONENTE LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
REFERÊNCIAS
ESPÍRITU, José Guillermo Machuca et al. Percepção da comunidade sobre a poluição por
odores de um aterro sanitário na Amazônia Oriental Brasileira. Revista Ibero-Americana
de Ciências Ambientais, v. 12, n. 5, p. 199-209, 2021.
ZAGO, Valéria Cristina Palmeira; BARROS, Raphael Tobias de Vasconcelos. Gestão dos
resíduos sólidos orgânicos urbanos no Brasil: do ordenamento jurídico à
realidade. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 24, p. 219-228, 2019.