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Quarta-feira, 22 de Junho de 1988 l SÉRIE — Número 27

BOLETIM DA REPUBLICA
PUBLICACÃO OFICIAL DA REPÚBLICA POPULAR DE MOÇAMBIQUE

2.° SUPLEMENTO
IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE administrativa e financeira, sob tutela do Ministério da
Cultura.
AVISO Art. 2. O presente decreto entra em vigor trinta dias
A matéria a publicar no «Boletim da Republica) devo ser remetide em
após a sua publicação.
cópia devidamente autenticada, uma por cada assunto, donde consta, além
das indicações necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte Aprovado pelo Conselho de Ministros.
assinado a autenticado. Para publicação no «Boletim da Republican
Publique-se.
O Primeiro-Ministro, Mário Fernandes da Graça Ma-
SUMARIO chungo.
Conselho de Ministros:
Estatuto do Fundo para o Desenvolvimento Artístico e Cultural
Cria o Fundo para o Desenvolvimento Artístico e Cultural, CAPITULO I
abreviadamente designado por FUNDAC e aprova o respec-
tivo Estatuto. Natureza, fins e atribuições
Artigo 1. O FUNDAC tem por objectivo o apoio à inicia-
tivas, programas e projectos no âmbito d:' formação c
CONSELHO DE MINISTROS desenvolvimento artístico e no âmbito da valorização do
Património Cultural.
Decreto n.° 9/88 Art. 2. O Fundo prossegue os seguintes objectivos:
de 7 de Julho a) Prestar apoio financeiro a programas de formação,
aperfeiçoamento e qualificação profissional com
Na República Popular de Moçambique é sensível o
interesse para o desenvolvimento do trabalho
crescimento qualitativo da produção artística e da animação
cultural;
cultural.
b) Conceder bolsas de estudo e de viagem no país
As acções e iniciativas mais importantes registam-se nos
e no estrangeiro e financiar estudos e investi
campos da música e da dança, do teatro, da literatura e das
gações sobre temas culturais;
artes plásticas e da cinematografia.
c) Subsidiar a edição de livros, discos e filmes de
Torna-se necessário fomentar ainda mais estas activi-
particular relevância cultural;
dades e criar condições para a sua disseminação e isso
d) Apoiar a fabricação ou a importação de equipa-
exige, naturalmente, maior formação e qualificação dos
mento e instrumentos musicais e outros meios
agentes culturais, melhores condições de trabalho e maiores
materiais destinados à dança, ao teatro, ao
recursos financeiros.
cinema, às artes plásticas e à produção literária;
Importa referir que muitas actividades realizadas no
e) Apoiar os círculos de interesse, museus, bibliotecas,
campo cultural podem constituir boas fontes de receitas,
associações, grupos culturais e artistas indivi-
justificando-se plenamente que parte destas se destine ao
duais na realização de programas que concor-
autofinanciamento do sector. Tal é, na essência, o escopo
ram para animação cultural e divulgação artís-
do Fundo que ora se cria.
tica e de um modo geral, para a defesa e
Nestes termos, ao abrigo da alínea h) do artigo 60 da valorização da nossa produção intelectual;
Constituição da República, o Conselho de Ministros de- f ) Subsidiar a realização ou participar no financia-
creta:
mento de festivais artísticos e culturais, exposi-
Artigo 1. Ê criado o Fundo para o Desenvolvimento ções de artes plásticas, montagem de bailados
Artístico e Cultural, abreviadamente designado por e encenação de peças de teatro e concursos
FUNDAC dotado de personalidade jurídica, autonomia literários;
g) Subvencionar acções de defesa, salvaguarda, pre- g) As despesas relativas aó pagamento de vencimentos
servação, conservação, valorização e divulgação ao pessoal contratado para ocorrer a necessida-
de ben; culturais; des urgentes e imperiosas de serviço
A) Dar resposta a quaisquer outras acções de apoio
Financeiro aos servicos e instituições culturais, CAPITULO H l
em condições a aprovar pelo Ministro da Cul-
tura.
Funcionamento do FUNDAC
CAPITULO I I
Art. 5. O FUNDAC é dirigido por um Conselho Admi-
Receita» • encargos -nistrativo e tem como estrutura executiva um Secretariado.
Art. 6. O Conselho Administrativo do FUNDAC é diri-
Art. 3. Constituem receitas do FUND AC: sido por um presidente designado pelo Ministro da Cultura
a) O subsídio do Orçamento Geral do Estado; para um mandato de cinco anos.
b) A consignação da parte do imposto de selo cobrado Art. 7. São membros do Conselho Administrativo do
sobre os bilhetes de ingresso a espectáculos FUNDAC
culturais, designadamente a que é denominada a) O Presidente do Conselho Administrativo;
«selo de assistência»; b) Três individualidades da vida cultural e artística,
c) Os saldos de gerências anteriores; a serem designadas pelo Ministro da Cultura;
d) Os rendimentos cobrados por serviços prestados, c) O Director Nacional de Acçao Cultural;.
materiais fornecidos, publicações, filmes, diapo- d) O Director Nacional do Património Cultural;
sitivos, gravações em fita e discos editados pelo e) O representante do Ministro das Finanças
FUNDAC;
é) Quaisquer donativos, heranças ou legados para Art 8. Os membros do Conselho Administrativo terão
fins culturais; direito a uma senha de presença cujo valor será fixado por
f) O reembolso e amortização de empréstimos e finan- despacho do Ministro da Cultura.
ciamentos concedidos pelo FUNDAC; Art. 9. Ao Conselho Administrativo compete:
g) Quaisquer rendimentos ou receitai resultantes da
a) Rever e actualizar os programas e prioridades do
administração do FUNDAC;
FUNDAC à luz de orientações sobre a política
h) Os empréstimos externos e donativos que lhe se-
cultural do País;
jam expressamente destinados ou consignados;
b) Apreciar o relatório, contas de gestão e propostas
í) Outras receitas que sejam definidas por diploma
de distribuição dos resultados do exercício
conjunto dos Ministros das Finanças e da Cul-
anterior;
tura;
c) Apreciar as propostas de acção e pedidos de finan-
j) Taxas fixas na concessão de alvarás para o exer-
ciamento regularmente formulados e dar-lhes
cício do comércio de objectos de arte e artesa-
despacho;
nato e para o exercício da actividade de empre-
d) Aprovar o plano de actividades bem como o pro-
sário artístico.
jecto de orçamento do FUNDAC;
Art. 4. Constituem encargos do FUNDAC- e) Designar e exonerar os membros do Secretariado
a) Os resultantes do exercício das atribuições refe-
ridas no artigo 2 deste estatuto especialmente Art. 10 — 1 Para que o Conselho Administrativo possa
nos casos em que se estabeleça que os finadcia- deliberar é necessário a presença da maioria dos seus
mentos não são reembolsáveis; membros.
61 As despesas normais de exploração ou manutenção 2 As deliberações serão tomadas por maioria de votos
decorrentes de financiamento ou subsídios do dos presentes, tendo o presidente, em caso de empate,
FUNDAC que passarão, logo que possível, para voto de qualidade.
a responsabilidade dos serviços ou entidades CAPITULO IV
beneficiadas pelos mesmos,
c) O quantitativo de 20 por cento dos lucros de cada Disposições finais
ano económico do FUNDAC que se destina ao Art. 11. Os empréstimos concedidos ao FUNDAC pelo
erário público; Tesouro Público, obedecerão aos termos e condições a se-
d) A aquisição de material de consumo corrente e rem fixados por despacho do Ministro das Finanças.
expediente; Art. 12. Compete ao Ministério das Finanças fiscalizar
e) As despesas de manifesta utilidade especialmente podendo realizar auditorias às contas do FUNDAC
as destinadas a dotar os serviços de instalações Art 13. O Regulamento Orgânico do FUNDAC é apro-
adequadas e a criar as condições necessárias vado por diploma do Ministro da Cultura
ao seu bom funcionamento; Art 14. As dúvidas surgidas na aplicação do presente
f ) As despesas de aquisição, construção, repararão, Estatuto serão resolvidas por despacho do Ministro da
adaptação de edifícios e bens móveis; Cultura.

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