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Sobre a autora

Me chamo Camila Trentino, sou Designer de Moda e instrutora de


modelagem, moulage, corte e costura. Atuo na área há 12 anos, e na
verdade fui criada ali no meio de linhas, máquinas, pois venho de uma
geração de costureiras, minha mãe, minha avó e minha bisavó eram
costureiras e aqui estou eu carregando esse legado! rsrs

Participei da olimpíada do conhecimento em 2016 representando o


estado de Mato Grosso na modalidade de tecnologia da moda e recebi
certificado de excelência ao me posicionar em 4° lugar à nível nacional.

Sou pós-graduada em Metodologia de Ensino e desde 2016 dou aulas


presenciais de modelagem, corte e costura e a partir de então venho
aprimorando meus métodos de ensino, buscando sempre aprender
com meus alunos e assim desenvolvendo uma maneira mais simples,
porém completa de transmitir meu conhecimento e experiência.

Minha metodologia tem como principal objetivo que meus alunos


consigam ENTENDER o processo produtivo de uma roupa para que
assim ENCONTREM as respostas para suas dúvidas e resolução para
seus problemas na modelagem, no corte e na costura.
Sobre o Guia

Este guia é destinado a pessoas interessadas em aprender e entender


a modelagem de roupas. Ele envolve toda a parte introdutória
necessária para facilitar o seu desempenho na modelagem, desde os
materiais necessários até a maneira correta da utilização das réguas e
termos da geometria utilizadas para fazer moldes. Esse guia irá te
ajudar a adquirir a base necessária de conhecimento para aplicar
futuramente métodos de modelagem com maior facilidade e qualidade.
Aqui você encontrará um conteúdo muito rico, técnico, porém de
linguagem simples e cheio de exemplos, para que você possa
desenvolver suas modelagens de maneira profissional, seja em um ateliê
ou em uma fábrica.
Sumário

O que é modelagem? 4

Modelagem industrial e Modelagem sob medida 5

Observações 7

Tomada de medidas 9

Observações 17

Divisão do corpo humano para a modelagem 19

Observações 25

Geometria 26

Leitura da fita métrica e esquadro para modelagem 34

Observações 36

Materiais necessários para a modelagem 37

Modelagem da base da saia 40

Frente 42

Costas 51

Cós 57

Cós Reto 59

Informações importantes contidas nas modelagens 61


O que é modelagem?
A modelagem é uma das etapas mais importantes na produção de uma
peça de roupa, ela se refere a técnica onde é feita a interpretação do
desenho ou da ideia da peça e sua transformação em molde. E é nessa
etapa que são consideradas questões como ergonomia, caimento dos
tecidos e vestibilidade.

Na modelagem encontramos métodos diferentes para se chegar ao


mesmo resultado, esses métodos se dividem em modelagem plana e
modelagem tridimensional. O foco deste livro será na modelagem plana,
que é o método mais utilizado para modelagem sob medida ou em
pequenos ateliês.

De maneira resumida, a modelagem tridimensional, também conhecida


como moulage, é a técnica onde se utilizam tecidos sobre manequins
(próprios para a moulage) para a execução dos moldes, essa técnica é
muito usada para roupas de festas, por exigir muitas vezes uma
modelagem mais complexa.

Já a modelagem plana tem uma subdivisão entre manual e


computadorizada. A modelagem plana manual é um método
geométrico onde se utilizam réguas específicas para desenhar os
moldes em papel para o processo de construção de roupas. Nesse tipo
de modelagem, o profissional utiliza dos conhecimentos da geometria,
medidas e formas anatômicas do corpo humano, com os quais são
produzidos os moldes.

Essas modelagens são representações compostas basicamente por


linhas verticais, horizontais e curvas e seu tamanho é proporcional ao
tamanho do corpo no qual se destina o molde da roupa.

A modelagem plana digital ou computadorizada, como o próprio nome


já sugere, são modelagens iguais às manuais, porém feitas a partir de
programas de computador que utilizam ferramentas digitais, no lugar
das réguas e outros materiais, para produzir os moldes.

É a partir desses moldes que as peças são cortadas no tecido para a


confecção, portanto a modelagem é de extrema importância para o
processo produtivo e exige o máximo de atenção durante sua
construção. A modelagem tem uma grande responsabilidade quando se
trata de caimento e ajuste ao corpo, e um pequeno erro pode causar
grandes defeitos e imperfeições na roupa.

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Modelagem industrial e Modelagem sob medida

Existem algumas diferenças quando falamos de modelagem industrial e


modelagem sob medida, explicarei cada uma individualmente para que
você compreenda bem como e quando utilizar cada uma delas.

Modelagem industrial

A modelagem industrial é utilizada quando fazemos roupas para


vender, onde a pessoa prova a roupa e se não servir ela procura outro
tamanho que a sirva ou outro modelo que goste, ou seja, a pessoa tem
que caber na roupa. Utilizamos a modelagem industrial quando
fabricamos em uma certa escala, ou seja, mais de uma peça de roupa e
com diversos tamanhos diferentes, por exemplo, P, M e G, ou 38, 40, 42 e
44.

Como a modelagem industrial precisa ter uma escala, utilizamos então


o que chamamos de tabelas de medidas. A tabela de medidas é um
instrumento que serve como referência padrão para auxiliar a
construção das modelagens. Elas são criadas fundamentadas em
pesquisas, onde grupos de pessoas são submetidos às várias
medições do corpo, após isso é feita uma média de todas as medidas
pertinentes para a construção de tabelas.

Devido à diversidade de padrões corporais, as tabelas de medidas


sofrem variações, sendo assim cada indústria, produz ou altera uma
tabela de medidas de acordo com seus interesses, baseados sempre em
seus objetivos específicos, sua cartela de clientes e público alvo.

Por isso, quando vamos numa loja vestimos um tamanho e em outra


vestimos outro diferente, e aí dizemos que uma tem uma forma maior e
outra, uma forma menor, mas, na verdade, elas usam tabelas de
medidas diferentes visando atender públicos diferentes.

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Aqui está um exemplo de tabela de medidas:

Tabela de medidas padrão

Tamanho
Medida
36 38 40 42 44 46 48

Busto 82 86 90 94 98 102 106

Cintura 66 70 74 78 82 86 90

Quadril 88 92 96 100 104 108 112

Largura das costas 34 35 36 37 38 39 39

Altura do busto 25 26 27 27 28 28 29

Altura da cintura 43 44 45 45 46 46 47

Altura do quadril 17,5 18 18,5 19 19,5 20 20,5

A modelagem industrial utiliza as tabelas de medidas também para ser


possível fazer gradações dos moldes, ou seja, aumentar e diminuir a
numeração a partir de uma modelagem já testada e aprovada.

As modelagens industriais precisam servir em um número maior de


pessoas e por isso a sua modelagem é considerada mais “simples”, elas
seguem regras, medidas padronizadas e não exigem tantos ajustes.

Modelagem sob medida

Quando se faz roupa sob medida, um dos grandes diferenciais é que


não se usa uma tabela de medidas pronta ou pré-estabelecida, e sim as
medidas individuais da pessoa, pois cada um é único. Os moldes sob
medida são exclusivos e feitos para servir apenas naquela pessoa
específica de quem as medidas foram tiradas, aqui a roupa precisa
caber na pessoa e não a pessoa caber na roupa. Sendo assim, não
podemos graduar moldes sob medida, pois eles não seguem
numerações (P, M ou G, 38, 40 ou 42).

Outro ponto da modelagem sob medida é que ela não segue padrões
como a modelagem industrial, pois quando fazemos modelagem sob
medida, fazemos para uma pessoa específica e essa pessoa tem uma
história, tem uma ocasião especial para utilizar aquela roupa, tem seu
tecido preferido, tem a sua cor, tem o seu estilo próprio, tem os ombros

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mais largos, quadris mais estreitos, pernas compridas e mais uma
infinidade de particularidades, portanto, fazer roupas sob medida é um
desafio, mas também é uma arte e por isso é tão valiosa.

Observações

Quando estamos modelando, precisamos também pensar no tipo de


tecido que iremos confeccionar a roupa, pois dependendo do tecido
utilizamos uma modelagem diferente. Vamos dividir os tecidos aqui em
dois tipos, o tecido plano e a malha.

O tecido plano é constituído por um entrelaçamento de fios no sentido


vertical, que chamamos de urdume, e no sentido horizontal, que
chamamos de trama. Esse entrelaçamento forma uma tela e é por conta
deste processo de construção dos fios, que os tecidos possuem pouca
ou nenhuma elasticidade e a sua superfície é mais plana.

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Já a malha é constituída por fios têxteis, tramados somente no sentido
horizontal ou somente no sentido vertical, por meio de laçadas, como
um tricô, por esse motivo, a elasticidade da malha é bem superior em
comparação ao tecido plano.

É importante você ter essa primeira noção sobre esse assunto desde o
início, pois a modelagem para malhas difere um pouco da modelagem
para tecido plano, pois a elasticidade da malha precisa ser considerada
ao modelar. Portanto, é necessário deixar claro que este livro tem o foco
na modelagem para tecidos planos e abrange tanto a modelagem
industrial quanto a modelagem sob medida. Falaremos mais sobre
modelagem para tecido de malha em outro livro.

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Tomada de medidas

“Após conhecer os tipos de modelagens, é muito importante que você


aprenda a tirar medidas para assim realizar a execução dos moldes.”

As tomadas de medidas são feitas quando se pretende realizar a


modelagem de alguma roupa sob a medida de um corpo específico,
ensinarei agora como tirar as principais medidas para modelagem
através de explicações e ilustrações, mas antes é necessário seguir
algumas recomendações para as medidas saírem de forma correta:

1- Faça com que a pessoa se sinta bem a vontade, assim ela não força
uma postura mais ereta, que geralmente não tem, uma dica é: nunca
peça para a pessoa ficar reta, pois ela automaticamente forçará a
postura, diga para ela olhar para a frente, assim ela se ajeita para que
você tire as medidas sem forçar a postura;

2- Certifique-se de que ela não esteja usando roupas muito volumosas


ou muito justas, como cintas, espartilhos, moletons ou qualquer outra
coisa que cause grande influência nas medidas. E quando estiver
tirando medidas de mulheres observe o tipo de sutiã que ela usa, se é
um top, um sutiã com bojo, sem bojo ou mesmo se a pessoa está sem
sutiã, pois isso também pode alterar as medidas dependendo da
modelagem que será feita, por exemplo, se a pessoa for tirar medidas
com top e depois for usar a roupa com sutiã de bojo é muito provável
que a roupa aperte na região do busto, pois quando se utiliza top ele
tem uma tendência a achatar os seios já o bojo faz o efeito ao
contrário;

3- Observe se a pessoa possui algo nos bolsos, pois o celular, a carteira


e outros objetos podem aumentar muito as medidas;

4- Quando estiver tirando as medidas dos comprimentos, cuide para


que a pessoa não se curve para ver as medidas também, ela deve
sempre estar olhando para frente;

5- Anote de preferência e se for possível medidas em números pares,


pois assim, quando chegar a hora da modelagem facilita muito fazer os
cálculos.

6- Antes de começar as tomadas de medidas, amarre uma fita ou tira


de tecido na cintura da pessoa, pois usamos essa marcação como

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referência para diversas medidas. A cintura é o que divide o corpo entre
parte superior e inferior das medidas, então colocando essa fita você
vai ter sempre uma base para as medidas saírem mais precisas. No
tópico a seguir você entenderá melhor, pois verá na prática como essa
técnica se aplica.

7- Se você for tirar medidas para uma roupa longa, como uma
pantalona, ou vestido de festa, peça para a pessoa utilizar o sapato ou
um similar ao que usará com aquela peça, principalmente se for salto
alto, para que você não arrisque errar a medida do comprimento.

8- As medidas devem ser tiradas EXATAS, sem considerar folgas para


margens de costura ou para barras, ou seja, quando se trata de
comprimentos a medida deve ser tirada onde a peça ficará no final, e
não considerando barras, e nas larguras as medidas devem ser tiradas
junto ao corpo e depois, na hora de modelar, colocar alguma folga se
for necessário.

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“ Após ler e entender as recomendações, você está pronta para fazer as
tomadas de medidas”

1- Largura do busto: essa medida é tirada no sentido horizontal,


passando a fita métrica ao redor do busto, sem deixar folgas e sem
apertar também. Para você localizar o busto a melhor maneira é
colocando a pessoa de lado para você e passar a fita ao redor do busto
onde o seio é mais alto, como na imagem abaixo.

2- Largura do tórax: essa medida


é tirada no sentido horizontal,
passando a fita métrica ao redor
do tórax. O tórax fica localizado
logo abaixo do seio.

3- Largura da cintura: essa


medida é tirada no sentido
horizontal, passando a fita
métrica ao redor da cintura. Para
que você consiga localizar a
cintura da pessoa, você pode
sentir com a sua mão a curva da
cintura, em muitas pessoas é
bem visível, se não for visível na
pessoa você pode medir
aproximadamente três dedos
acima do umbigo e lá estará a
cintura, outra maneira é pedir
para a pessoa dar uma leve
inclinada para o lado, onde o
corpo fizer uma dobrinha é a
cintura, nesse momento é muito
bom amarrar uma fitinha na
cintura, assim você consegue
visualizar com bastante
facilidade e ter a cintura bem
marcada como referência para outras medidas.

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4- Largura do quadril: essa medida é tirada no sentido horizontal,
passando a fita métrica ao redor do quadril da pessoa, sem deixar
folgas e sem apertar também. Para você localizar o quadril a melhor
maneira é colocando a pessoa de lado para você e passar a fita ao
redor do quadril onde o bumbum é mais alto, como na imagem acima.

5- Altura do busto: essa medida é tirada no sentido


vertical pela frente do corpo, e vai desde o pé do
pescoço até a parte mais alta do busto, como na
imagem ao lado.

6- Altura do tórax: essa medida é tirada no sentido


vertical pela frente do corpo, e vai desde o pé do
pescoço até logo abaixo do busto, como na imagem ao
lado.

7- Altura da cintura na frente: essa medida é tirada no


sentido vertical pela frente do corpo, e vai desde o
pé do pescoço até a fitinha amarrada na cintura,
como na imagem ao lado.

8- Altura da cintura nas costas: essa medida é tirada


no sentido vertical pelo meio das costas do corpo, e
vai desde a 7ª vértebra cervical (geralmente é o osso
mais saliente na base do pescoço) até a fitinha
amarrada na cintura, como na imagem ao lado.

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9- Altura do quadril: essa medida é tirada no sentido
vertical pela lateral do corpo, e vai desde a cintura até a
parte mais alta do quadril, como na imagem ao lado.
Para te ajudar a tirar essa medida, você pode amarrar
uma fitinha no quadril e então medir a distância da fita
da cintura até a fita do quadril.

10- Costas: essa medida é tirada no sentido horizontal


e vai desde um ossinho do ombro a outro, esse
ossinho é a junção do braço com o ombro.

11- Entre cavas costas: essa medida é tirada no sentido


horizontal e vai de uma cava a outra conforme a
imagem ao lado. Essa medida é muito importante,
pois é responsável por dar mobilidade nos
movimentos dos braços quando fazemos uma camisa,
por exemplo, pois assim colocamos a manga no lugar
certo, então, quando estiver tirando essa medida, se
ficar na dúvida, opte por “errar” para mais do que
para menos.

12- Entre busto: essa medida é tirada no sentido


horizontal da parte mais alta de um seio a outro.

13- Entre cavas frente: essa medida é tirada no


sentido horizontal e vai de uma cava a outra, como
na imagem. Para definir bem certinho essa medida
você pode imaginar uma linha dando continuidade
na axila indo em direção ao ombro, é nessa linha
que você deve medir, de um lado a outro.

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14- Giro da cava: essa medida é tirada contornando o
ombro e a axila, a fita deve passar pela frente e pelas
costas fazendo um contorno completo. Quando for
tirar essa medida sempre pergunte para a pessoa se
a fita está apertando seu braço ou não, pois é
importante que essa medida seja tirada de forma
que fique bem confortável.

15- Contorno do pescoço: essa medida é tirada


contornando o pescoço, mas tome cuidado para não apertar a fita na
hora da medida.

16- Comprimento da blusa: essa medida é


tirada pela frente do corpo, indo do pé do
pescoço até o comprimento desejado para a
blusa.

17- Comprimento da manga curta: essa


medida é tirada no sentido vertical, pela
lateral do corpo, indo desde o ossinho do
ombro até o comprimento desejado
(geralmente para cima do cotovelo).

18- Altura do cotovelo: essa medida é tirada


no sentido vertical pela lateral do corpo
começando no ossinho do ombro e indo até o
ossinho do cotovelo.

19- Largura do punho para camisas: essa


medida é tirada contornando o punho na
altura do ossinho. Utilizamos essa medida
quando fazemos camisas ou blusas que
tenham um punho colocado, como na imagem
ao lado.

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20- Comprimento da manga longa: essa medida é
tirada no sentido vertical, pela lateral do corpo, indo
desde o ossinho do ombro até o ossinho do punho,
mas dessa vez você deve dobrar o braço formando um
ângulo de 90° e passar a fita por trás do cotovelo, como
na imagem ao lado.

21- Largura do braço: essa medida é tirada


contornando o braço logo abaixo da axila, como
na imagem ao lado.

22- Largura do cotovelo: essa medida é tirada


contornando o cotovelo dobrado em um ângulo
de aproximadamente 45°, como na imagem ao
lado.

23- Largura do punho para blazer e blusas: para


tirar essa medida devemos fechar a mão e
contornar os nós dos dedos com a fita métrica,
essa medida é utilizada quando vamos fazer
blazers e blusas que não possuem um punho
colocado.

24- Altura do gancho: para tirar essa medida a


pessoa deve estar sentada em uma cadeira com a
postura reta, então, pela lateral do corpo no sentido
vertical, tiramos a medida da cintura até o assento
da cadeira, para não errar a altura você pode usar
uma fitinha na cintura como apoio.

25- Largura do joelho: para tirar essa medida a


pessoa deve apoiar o pé em uma cadeira ou estar
sentada para que assim possamos contornar o seu
joelho dobrado, essa medida é tirada dessa forma

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para proporcionar conforto para quem vai usar a roupa futuramente,
então essa medida acaba ficando soltinha no corpo, caso a pessoa
queira a medida mais justa é necessário que se use um tecido com
maior elasticidade para que assim o conforto
permaneça.

26- Largura da coxa: essa medida é tirada contornando


a coxa da pessoa. Tire a medida sem deixar folgas
(todas as folgas necessárias para vestibilidade são
acrescentadas no molde).

27- Largura da boca da calça: essa medida é tirada com a


pessoa descalça e devemos passar a fita contornando o
calcanhar e o peito do pé, como na imagem ao lado.

28- Altura do joelho: essa medida é tirada no sentido


vertical pela lateral do corpo e vai desde a cintura até o
joelho.

29- Comprimento da calça: essa medida é tirada no


sentido vertical pela lateral do corpo e vai desde a cintura
até o comprimento desejado para a calça, nesse caso se a
calça for longa e a pessoa é acostumada a usar com salto,
você deve tirar a medida da pessoa com o salto.

30- Comprimento da saia: essa medida é tirada no sentido


vertical pela lateral do corpo, e vai desde a cintura até o
comprimento desejado para a saia (Assim como é feita a
medida de comprimento da calça).

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Observações

Além dessas medidas do tópico anterior, você pode tirar muitas outras,
vai depender sempre da peça de roupa que irá produzir e da
necessidade de mais medidas para te auxiliar ou não, por exemplo,
para fazer uma blusa com capuz além das medidas acima para blusa
você também precisa da medida dos contornos da cabeça no sentido
horizontal e vertical.

Toda vez que fazemos modelagens começamos com as bases, que são
as modelagens iniciais, com as medidas certas do corpo, sem nenhum
modelo, então o ombro é no lugar, o decote é junto ao pescoço, a
cintura e as pences no seu lugar de origem. Quando colocamos um
modelo em cima dessa base chamamos de interpretação de modelo, e é
aí que surge a modelagem, então ao fazermos qualquer alteração na
base, como estreitar os ombros, aprofundar o decote, transferir alguma
pence, fazer algum recorte, estamos modelando. Quase toda
modelagem parte de uma base, sendo assim temos 4 bases principais,
a base da saia, a base da calça, a base da blusa e a base da manga.

As medidas que tiramos do corpo são divididas basicamente em dois


tipos, medidas fundamentais e medidas complementares. As medidas
fundamentais são aquelas necessárias para o traçado das bases. Já as
medidas complementares são aquelas utilizadas para auxiliar na hora
de colocar o modelo em cima das bases, ou seja, fazer a interpretação
de modelo.

Quando for fazer uma modelagem, você não precisa medir todo o
corpo da pessoa ou tirar todas essas medidas citadas no tópico
anterior, basta tirar apenas as medidas que você irá utilizar, por
exemplo: para fazer uma saia, as medidas que eu preciso para traçar a
base é a largura da cintura, a largura e altura do quadril e o
comprimento da saia, essas são as medidas fundamentais, sem elas eu
não traço a saia. Já as medidas complementares seriam aquelas que
utilizo para me auxiliar na execução do modelo escolhido, como a altura
de uma fenda, a largura da boca de um bolso, a altura de um recorte, a
largura de um babado, entre outros.

Entender isso é muito importante, pois para a roupa ter um caimento


perfeito no corpo é necessário que além das medidas fundamentais
sejam usadas também as medidas complementares.

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Nessa tabela contém as medidas fundamentais para traçar as bases,
não consta as complementares, pois dependem muito dos modelos
escolhidos.

Tabela de medidas fundamentais

Medidas
Bases
Larguras Alturas

Saia Largura da cintura Altura do quadril


Largura do quadril Comprimento da saia

Calça Largura da cintura Altura do quadril


Largura do quadril Altura do gancho
Largura do joelho Altura do joelho
Largura da boca da calça Comprimento da calça

Blusa Largura do busto Altura do busto


Largura da cintura Altura da cintura frente
Costas Altura da cintura
Entre busto costas

Manga Giro da cava Comprimento da


manga

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Divisão do corpo humano para a modelagem

Agora que você já sabe como tirar as medidas, é hora de aprender


como o corpo humano é dividido para fazer a modelagem.

“Essa é uma etapa que geralmente surgem mais dúvidas, peço que
preste bastante atenção, pois entender bem isso será fundamental
para você iniciar na modelagem.”

O corpo humano tem uma certa simetria entre os lados, ou seja, um


lado do nosso corpo é igual ao outro (direito = esquerdo), sendo assim,
não precisamos modelar os dois lados. Para ilustrar isso com bastante
clareza, vamos fazer algumas divisões no corpo humano.

A primeira divisão que fazemos do corpo é entre o lado direito e o lado


esquerdo. Observe a imagem abaixo que representa um corpo feminino
VISTO DE CIMA com essa primeira divisão:

Após essa primeira divisão entre lado esquerdo e lado direito, temos a
segunda divisão que é entre frente e costas, mas nesse caso uma é
diferente da outra, certo? Portanto, ambas precisam ser modeladas.
Observe a imagem abaixo com a segunda divisão que é entre frente e
costas:

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Agora, juntando essas duas divisões mencionadas, veremos que o
corpo estará dividido em 4, frente e costas, direito e esquerdo.

Sendo assim, a metade da parte da frente representa 1 ⁄ 4 do corpo, e a


metade das costas representa outro 1 ⁄ 4 conforme ilustrado abaixo.

Como foi dito anteriormente, quando fazemos a modelagem usamos


apenas metade da frente e metade das costas, considerando que um
lado é igual ao outro, essas medidas representam ¼ da circunferência
total do corpo.

Vamos a um exemplo para entendermos melhor essas divisões. Se


minha medida de busto é 80cm, para modelar uma blusa eu usarei
apenas ¼ dessa medida para a frente: 80 ÷ 4 = 20cm e também usarei
apenas outro ¼ dessa medida para as costas: 80 ÷ 4 = 20cm. Assim,
dando um total de 2/4, ou seja, metade do corpo, pois a outra metade é
igual, e não precisamos modelar. Irei ilustrar isso nas imagens abaixo:

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Entender isso é muito importante, pois são essas divisões que servirão
como base para realizarmos todas as modelagens. Portanto, todas as
medidas que tiramos das circunferências do corpo, ou seja, toda vez
que CONTORNAMOS O TRONCO DO CORPO passando a fita pela
frente e pelas costas, como a medida do busto, tórax, cintura e quadril,
iremos dividi-las por 4 seguindo o raciocínio descrito anteriormente.

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Para demonstrar essa teoria de modo prático, segue abaixo uma
imagem de um exemplo da base da saia já modelada e uma
representação dela diretamente no corpo:

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O próximo raciocínio será nos momentos em que iremos utilizar
medidas divididas por dois, sendo aquelas que tiramos das distâncias
na horizontal. Ainda usando a lógica da divisão mostrada acima, vamos
entender quais são as medidas divididas por 2 e por que fazemos essa
divisão.

Já ficou entendido que modelamos apenas metade da frente e metade


das costas, certo? Então quando usamos medidas de distâncias
apenas para frente ou apenas para costas, SEM CONTORNAR O
CORPO, como, por exemplo, a medida do entre busto, tirada de um seio
a outro, dividimos essa medida por 2, outro exemplo é a medida das
costas e os entre cavas frente e costas.

Na imagem acima vemos que a linha amarela representa onde


posicionamos a fita métrica na hora de tomar as medidas da pessoa,
então as medidas que não contornam o corpo, usamos apenas a sua
metade. No caso do entre busto da imagem, a fita está posicionada na
distância de um seio a outro, como modelamos apenas um dos lados da
frente, dividimos então essa medida por 2. Por exemplo, se o entre busto
tiver 20cm de medida, usaremos apenas 10cm na modelagem, pois
apenas um lado da frente representa metade dessa medida.

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Outras medidas que dividimos por 2 são as larguras dos membros
(braços e pernas) pois temos um para cada lado do corpo, portanto
dividimos apenas entre frente e costas, sendo assim quando fazemos a
modelagem dividimos as larguras de braço, cotovelo, punho, coxa,
joelho e boca da calça, por 2.

Para entender essa teoria de modo prático, observe abaixo uma


imagem de um exemplo da base da manga já modelada e uma
representação dela diretamente no corpo:

Se após essa explicação toda você ficou confuso ou não compreendeu


bem, não se preocupe! Meu objetivo é fazer com que você tenha essas
informações muito bem definidas, por isso fiz um vídeo explicando

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todas essas divisões, basta você clicar no link a seguir e assistir ao
vídeo!

https://www.youtube.com/watch?v=QaMeJPLDSa4

Observações

Essas divisões mostram de forma teórica como dividimos o corpo


humano na hora de fazermos as bases da modelagem, na prática,
dependendo da metodologia utilizada, essas divisões PODEM sofrer
alguns pequenos ajustes para um melhor caimento, mas sempre tendo
como fundamento toda essa teoria ensinada aqui, pois é através do
entendimento dela que você conseguirá adaptar-se para as situações
práticas e desafios que encontrará.

Visto que, quando falamos da modelagem sob medida, por exemplo,


estamos falando de pessoas que possuem medidas únicas, e que não
seguem um padrão, sendo assim não existe uma regra geral a ser
seguida, mas sim uma base, onde através dela adaptamos conforme a
necessidade de cada corpo.

Atualmente existem diversas metodologias de modelagens, cada uma


com suas particularidades, porém a maioria tem como essência essa
base teórica e lógica explicada anteriormente.

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Geometria

Após entender a divisão do corpo humano, é muito importante que


você saiba que o processo de modelagem de roupas envolve muita
geometria. Portanto, é necessário que alguns termos fiquem bem claros
para a modelagem ser executada da melhor forma possível.

1- Vértice do ângulo reto:

Você vai ver muito a utilização desse termo quando estiver modelando,
pois toda e qualquer modelagem parte desse princípio. Então o que é
vértice do ângulo reto?

Um vértice é formado por duas retas que possuem o mesmo ponto de


partida ou a mesma origem. O ângulo reto é quando a inclinação
dessas duas retas formam exatamente 90°, como na imagem a seguir:

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Para iniciarmos nossa modelagem e fazermos o vértice do ângulo reto
precisamos pegar o esquadro e posicionar ele sobre o papel, depois
contornamos a régua onde ela forma o ângulo reto, para isso você tem
que ter muita atenção para não deixar a régua deslizar enquanto risca.

Um ponto de atenção a ser considerado aqui é que, muitas vezes, a


gente tende a querer fazer o vértice encaixar exatamente na borda do
papel, não faça isso! Pois o papel pode estar torto e você, sem nem
perceber, ao tentar utilizá-lo acaba entortando o molde, então o ideal é
que independente do papel estar reto ou não você faça o vértice do
ângulo reto utilizando sua régua como nas imagens anteriores.

2- Perpendiculares:

Esse é outro termo que também é bastante usado na modelagem.


Perpendicular é referente ao que apresenta um ângulo reto em relação
ao cruzamento de duas retas, ou seja, quando eu tenho uma linha reta
e é pedido para fazer uma perpendicular em um determinado ponto,
basta eu encostar o meu esquadro e fazer ali um ângulo de 90°. Então
vamos supor que eu já fiz o vértice do ângulo reto para iniciar minha
modelagem (ponto A), e depois, seguindo o passo a passo, é solicitado
que eu marque 10cm do ponto A ao B e desça uma perpendicular, aqui

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está pedindo para que eu faça uma linha reta que forme um ângulo de
90°, em relação à reta que eu já possuo, começando no ponto B.

Veja só, a linha que parte do ponto B forma um ângulo de 90° com a
linha A, isso é fazer uma perpendicular. A maioria das linhas traçadas
na modelagem são perpendiculares.

3- Retas paralelas:

As linhas paralelas são importantíssimas quando traçamos moldes.


Retas paralelas quer dizer que duas ou mais linhas mantêm a mesma
distância umas das outras em toda a sua extensão.

É bem simples, vamos supor que fiz o vértice do ângulo reto para
começar meu molde (ponto A) e então foi pedido que fizesse uma linha
paralela a 5 cm do vértice, no sentido vertical. Para fazermos essa linha
paralela, devemos medir de cima a baixo a mesma medida (nesse caso 5
cm) em toda a extensão da reta que está servindo como apoio, como na
imagem a seguir, e depois com o esquadro ou qualquer régua reta,
riscar a linha paralela:

29
Veja que primeiro foram feitas as marcações de 5cm a partir da linha
vertical, para fazer isso usamos a fita métrica ou régua e medimos no
início e no final da linha de base, depois encostamos o esquadro nas
marcações e aí então traçamos a linha paralela. O segredo da linha
paralela é que ela mantenha a distância de fora afora em toda a sua
extensão.

4- Prolongamento de retas:

Muitas vezes na modelagem será necessário prolongar alguma linha


reta, isso pode acontecer por diversos motivos. Então quando estiver
pedindo no passo a passo para você prolongar a linha ou se durante a
modelagem você sentir essa necessidade, é da seguinte forma que você
deve proceder: você deve encostar uns 15 cm da sua régua reta na linha
que você deseja prolongar, e então observar se elas estão bem
paralelas uma com a outra, se estiver você pode puxar a linha reta.

30
Vou citar em um exemplo para ficar bem claro: supondo que fiz o vértice
do ângulo reto para começar minha modelagem (ponto A) e em seguida
é pedido para que eu faça o ponto B marcando 40 cm para a direita, se
minha linha estava curta vou prolongar dessa maneira:

Veja que a primeira coisa a ser feita é encostar o esquadro na linha que
já existe, pelo menos 15 cm, e depois prolongamos a mesma. O próximo
passo é medir 40 cm (ou a quantia necessária para a sua modelagem).
Assim a sua reta estará RETA de verdade!

Um erro muito comum na hora de prolongar a reta é querer encostar o


esquadro no final da linha de base e a partir dali prolongar a linha, mas
isso não dá certo, pois a linha corre um grande risco de ficar torta,
então o exemplo a seguir mostra o que NÃO fazer para prolongar a
linha:

31
Observe na última imagem, que após prolongar a linha, ao encostar o
esquadro no vértice, percebemos uma linha torta, quanto mais longa
for essa linha, mais torta ela vai ficar, prejudicando muito a sua
modelagem e o caimento final da roupa.

5- Circunferência

Em alguns momentos na modelagem precisamos usar a circunferência,


ou entendê-la de alguma forma.

Circunferência é uma figura geométrica com


formato circular onde todos os pontos possuem a
mesma distância de seu centro. Por exemplo, na
imagem ao lado, a distância do centro ao ponto A
é a mesma do centro ao ponto B, então podemos
dizer que circunferência é um "círculo perfeito”.

32
Para fazermos uma circunferência perfeita na modelagem, podemos
usar um transferidor, ou marcar o centro da circunferência e a partir
dali ir medindo as suas extremidades. Observe a imagem:

Veja que após fazer o centro da circunferência, com o auxílio de uma


fita métrica ou régua, vamos marcando a medida que desejamos
fazendo uma volta completa, é importante se atentar para manter a fita
sempre no centro do círculo para que todos os pontos tenham sempre
a mesma distância.

6- Raio e Diâmetro da Circunferência

Tão importante quanto entender circunferência, é entender o que é o


raio e o diâmetro.

O raio da circunferência é o segmento que liga o centro da figura a


qualquer ponto localizado em sua extremidade.

33
Já o diâmetro é um segmento de reta que passa
pelo centro da figura, dividindo-a em duas
metades, por isso o diâmetro equivale a duas
vezes o raio.

34
Leitura da fita métrica e esquadro para modelagem

Tão importante quanto entender e aplicar a geometria na modelagem,


é saber ler a fita métrica e o esquadro, para não haver confusão na
hora de fazer as marcações no molde. Por isso, darei uma breve
explicação para não ficarem dúvidas.

Primeiro, assim que você comprar uma fita métrica observe se ela
começa mesmo no número 1, pois muitas fitas vem com uma parte
faltando e isso atrapalha muito na hora de fazer os moldes, pois estará
sempre faltando medidas.

Na imagem abaixo temos a representação de uma fita métrica, a cada


tracinho pequeno temos 1 milímetro, a cada tracinho médio temos 0,5cm
e a cada divisão da fita temos 1cm. Observe abaixo as marcações de 1 e
de 0,5 cm.

Agora vamos supor que você queira marcar a distância de 3,5 cm e


também de 6,3 cm. Para fazermos essa medida marcamos a medida
inteira e depois contamos os milímetros, observe na imagem abaixo
como fazemos essas medidas na fita métrica:

35
O mesmo funciona para a leitura do esquadro, mas nesse caso
começamos a marcação a partir do número 0, observe a imagem
abaixo:

Então se quisermos marcar 3,5cm utilizando o esquadro marcamos da


seguinte maneira:

Como representado na imagem acima, podemos ver que as medidas no


esquadro começam pelo zero, sendo assim toda vez que você utilizar o
esquadro para fazer medidas na modelagem, comece as marcações
sempre do zero.

Uma dica importante, quando você estiver modelando com a fita


métrica, use sempre a mesma fita métrica para tirar as medidas do
corpo e também para fazer todas as marcações no molde, e quando
você começar a fazer as medidas no molde com o esquadro, use
sempre o mesmo esquadro até concluir a modelagem. Isso porque as
fitas e os esquadros podem ter uma pequena diferença entre si, e nesse

36
caso, se cada vez você marcar uma medida com um e depois com outro,
as chances do molde sair torto são bem maiores.

Observações

Na modelagem, quando fazemos cálculos, muitas vezes temos números


quebrados. Vamos supor que estou fazendo uma modelagem e preciso
dividir a cintura por 4, considerando 91cm para a cintura o cálculo
ficará assim: cintura 91 ÷ 4= 22,75cm. Para marcação na fita ou régua,
usaremos sempre apenas UM NÚMERO após a vírgula, então iremos
considerar o resultado anterior como: 22,7cm e marcamos do início da
fita ou régua até aqui:

Continuando o exemplo, vamos supor que agora eu preciso marcar o


meio da cintura, para isso eu preciso dividir o valor anterior por 2,
então: 22,7 ÷ 2= 11,35 cm. Novamente iremos considerar apenas um
número após a vírgula, obtendo o seguinte resultado: 11,3cm que será
marcado do início da fita ou régua até aqui:

37
Materiais necessários para a modelagem
Depois de todas essas informações que você já viu por aqui, é hora de
conhecer os materiais necessários para fazer a modelagem.

Tesoura para papel: a tesoura para papel é essencial,


observe a abertura para o polegar e segure a tesoura
corretamente, isso te ajudará a ter um corte mais
preciso e seguro. A tesoura de papel deve ser usada só
para papel, e a tesoura de tecido só para tecido.

Fita métrica: A fita métrica irá te ajudar em todo


o processo de produção de uma peça de roupa,
desde a tomada de medidas, a modelagem, até
na costura.

Fita Crepe: A fita crepe vai te auxiliar em momentos


que serão necessários segurar algumas partes dos
moldes, fazer correções, e depois soltá-los novamente.

EVA: Uma folha de EVA pode ser muito útil na hora


de transferir um molde de um papel para outro. É
colocado o molde sobre o papel que receberá as
marcações, e abaixo coloca-se o EVA.

Carretilha: A carretilha é o instrumento utilizado para


realizar essa transferência de um molde para outro
papel. Ela produz uma linha pontilhada que serve de
referência para outras marcações posteriores, como
margem de costura, graduação de tamanhos e outras
marcações.

38
Lapiseira: A lapiseira é muito útil por seu risco
fino e preciso, e por isso é o ideal se tratando de
modelagem. O lápis também pode ser usado
desde que esteja sempre bem apontado.

Borracha: A borracha tem como principal função apagar


os riscos que ficam tortos ou duplos durante a
modelagem. Opte por uma borracha de bordas finas,
para ter mais precisão na hora de apagar.

Papel Kraft: O papel Kraft é o mais utilizado para


fazer a modelagem, ele é vendido por rolo ou por
metro de diversas larguras, comprimentos e
gramaturas. Você pode testar gramaturas
diferentes até achar a ideal para você. A
gramatura que mais uso é de 80g/m².

Cola branca: A cola é utilizada para colar partes


permanentes do molde, pode ser substituída pela fita
crepe caso não goste de trabalhar com a cola.

39
“ Kit de réguas: o kit envolve essas três réguas abaixo, elas são vendidas
geralmente juntas, normalmente feitas de madeira ou acrílico”

Esquadro: O esquadro é um material essencial para a


modelagem, ele serve para manter os riscos sempre retos,
fazer linhas paralelas e perpendiculares.

Curva francesa: A curva francesa serve para fazermos


curvas pequenas na modelagem como cavas, ganchos,
decotes, mangas. Existem vários tipos de curva francesa
indicadas para vários tipos de curvaturas, a mais utilizada é
essa da imagem ao lado.

Curva de alfaiate:A curva de


alfaiate serve para fazermos curvas
maiores na modelagem como quadril,
entre pernas e cintura.

Alicate de pique: Esse alicate é utilizado para fazer


marcações de piques nas bordas da modelagem, ele não é
essencial, mas é utilizado pela praticidade, é possível fazer
piques também com a própria tesoura.

Furador: O furador serve para fazer marcações


também, porém nas partes internas do molde, ele
também não é essencial, mas é utilizado pela
praticidade e pode ser substituído por outro material
que fure, como a tesoura, a ponta de uma caneta ou
lápis, por exemplo.

40
Modelagem da base da saia

Agora que você já teve toda explicação das noções básicas para a
modelagem, está na hora de colocar tudo em prática. E para começar
faremos a base da saia. A base, como já foi dito antes, é a modelagem
inicial com as medidas certas do corpo, sem nenhum modelo. Sempre
que vamos modelar alguma roupa, seja ela saia, calça, ou blusa,
precisamos fazer a base, pois é a partir dela que colocamos o modelo
desejado. A base da saia equivale a uma saia reta, como na imagem:

Para iniciarmos a modelagem precisamos de uma tabela de medidas


(caso você queira fazer roupas com medidas padrão P, M, G, / 38, 40,
42...), ou suas próprias medidas, ou de outras pessoas, caso queira fazer
sob medida!

Aqui usaremos a medida 42 da tabela abaixo para servir de exemplo e


para que você possa acompanhar os cálculos também, mas lembrando
que você pode fazer no tamanho que quiser, basta substituir as
medidas usadas aqui pela que desejar.

41
Tabela de medidas padrão

Tamanho
Medida
36 38 40 42 44 46 48

Cintura 66 70 74 78 82 86 90

Quadril 88 92 96 100 104 108 112

Altura do quadril 17,5 18 18,5 19 19,5 20 20,5

Comprimento saia 48 49 50 51 52 53 54

Fazemos a modelagem da frente e costas separadamente,


começaremos pela frente.

Então vamos lá, pegue um pedaço de papel e o material de modelagem


e mãos à obra!

Importante: Ao começar na próxima etapa a fazer a modelagem da


base da saia, observe bem os diagramas e suas indicações de posições
no corpo para assim ter um entendimento mais claro do que está
fazendo, isso vai te ajudar a ter uma compreensão mais completa da
modelagem, e consequentemente irá te ajudar a fazer interpretação de
modelos futuramente.

42
Frente

Para começar faça o vértice do ângulo reto próximo à borda do papel,


da esquerda para a direita, deixando uma pequena margem para frente
e para cima (aproximadamente 3 cm) e marque o ponto A, como na
imagem a seguir (se você tem dúvida de como fazer o vértice, volte no
tópico - Geometria deste guia):

Do A ao B marque o comprimento
da saia (esse comprimento varia
conforme o modelo da saia), nesse
caso o comprimento da saia do
tamanho 42 é de 51 cm. Aqui você
pode usar a fita métrica para
medir, pois muitos esquadros vão
apenas até 50 cm ou menos.

Do A ao C marque ¼ do quadril
mais 0,5 cm de folga para a
vestibilidade (mesmo que a saia
seja justa, é sempre bom deixar
essa folguinha para um caimento
melhor e também para ficar mais
confortável, quando a saia fica muito justa no corpo a tendência dela é
ficar subindo e isso pode incomodar bastante).

Aqui o cálculo ficaria assim: quadril 100 ÷ 4= 25 + 0,5= 25,5 cm.

Agora você deve fechar um retângulo utilizando essas medidas. Para


fazer isso, meça do ponto B para frente a mesma medida calculada
anteriormente (25,5 cm) e meça do ponto C para baixo a mesma medida
do comprimento (51 cm) e depois ligue os pontos, formando então o
ponto D na finalização do retângulo. Observe a imagem:

43
Esse retângulo precisa estar bem retinho no esquadro, se não corre o
risco da saia ficar torta, então confira bem todas as medidas.

Observe a imagem ao lado e veja


que até agora temos a metade da
frente da saia, sendo a linha A-B o
meio da frente e a linha C-D a
lateral. Marcamos a largura do
retângulo com a medida do
quadril, pois é considerada a
maior medida da parte inferior do
corpo (sabemos que, na prática,
muitas pessoas têm a cintura
maior, mas isso é apenas um
detalhe que não vai influenciar
negativamente na modelagem).

Agora precisamos marcar a altura


do quadril, para sabermos onde
fazer a curvatura correta.

Dos pontos A ao E e do C ao F
marque a altura do quadril, essa
medida é a distância entre a cintura
e o quadril da pessoa. No caso do
tamanho 42 deve-se marcar 19 cm.

Una os pontos E-F com a linha reta


conforme a imagem ao lado.

44
Agora iremos marcar a cintura da saia, mas antes precisamos
esclarecer o que é pence, para que serve e qual o valor iremos marcar
na modelagem.

A pence é uma pequena prega costurada pelo avesso da peça que vai
se estreitando até desaparecer, ela serve para fazer ajustes no corpo
onde geralmente tem sobras de tecido, ela pode ter diferentes larguras
e comprimentos, depende sempre de onde está sendo aplicada e do
modelo desejado.

Quando estamos fazendo a modelagem base podemos usar o mesmo


padrão industrial colocando 2 cm para a pence na frente e ver qual o
resultado dessa largura no nosso corpo. Pois, como já falamos por aqui,
a modelagem sob medida é única e por isso o valor da pence pode
acabar variando conforme o corpo de cada pessoa.

Essa variação do valor da pence de acordo com o corpo é perceptível


na hora que fazemos o teste da modelagem, onde podemos ver se
precisamos afundar mais a pence ou não, se precisamos deixá- la mais
rasa ou até mesmo se iremos ou podemos eliminá-la. Mas já explicando
de antemão a pence é muito importante para o caimento de uma peça
de roupa e às vezes a ausência dela pode trazer prejuízos para o
conforto e estética da roupa.

Agora podemos fazer o cálculo da cintura. Do


ponto A ao G, marque ¼ da cintura + 2 cm para a
pence + 1 cm para equilíbrio da saia (explico mais
para frente). No caso dessa saia o cálculo ficará
assim:

Cintura 78 ÷ 4 =19,5 + 2 + 1 = 22,5 cm.

Se quando você fizer a marcação do ponto G


(cintura) no seu molde, perceber que ele está muito
afastado do ponto C, significa que você poderá ou
até precisará acrescentar uma segunda pence
para que essa saia tenha um caimento melhor no
seu corpo. Isso costuma acontecer com pessoas
que possuem a cintura bem mais fina que o quadril. Nesses casos basta

45
acrescentar 2 cm no cálculo anterior ou mais conforme a necessidade e
então remarcar o ponto G.

Acrescentamos esse 1 cm para equilíbrio da saia, pois a cintura da


frente é na maioria das vezes maior do que a cintura das costas
(mesmo para pessoas bem magras) já que na frente temos barriga e nas
costas não! Sendo assim, acrescentamos 1 cm na frente e na parte das
costas tiramos o mesmo, assim não interferimos na medida certa do
corpo e fazemos apenas o equilíbrio da costura lateral da saia. Se não
fizermos essa compensação teremos uma costura lateral mais inclinada
para frente do que para as costas, ou seja, desequilibrada. Observe a
imagem abaixo para compreender melhor:

Essa medida de 1 cm pode variar conforme o tamanho da barriga em


relação às costas, por exemplo, para uma grávida, que tem muito mais
barriga do que costas, pode ser feita a compensação com até 2 cm a
mais na frente e 2 cm a menos nas costas.

Uma observação: se quando você fizer o cálculo da cintura a sua


marcação do ponto G coincidir ou ficar além do retângulo inicial, ou
seja, em cima ou para fora do ponto C, não tem problema. Isso pode
mesmo acontecer e é normal, você apenas estará seguindo a anatomia
do seu corpo, portanto não se preocupe, na hora do teste, se for
necessário, podem ser feitas as correções.

46
Após marcar a cintura, desça 1 cm do ponto A ao H,
isso é para ajustar bem na cintura dando conforto
para quem veste e também ajuda no equilíbrio da
costura lateral.

Una os pontos G-H com a curva de alfaiate, usando


a parte mais suave da régua, como na imagem:

Após fazer essa curva da cintura confira


para ver se ela está suave mesmo, ela NÃO
pode ficar com esse aspecto:

Para você conferir e ter certeza se a curva está boa, basta encostar o
esquadro bem certinho no ponto H e na linha A-E, e ver se consegue
enxergar a curva da cintura. Se conseguir, significa que a curva está

47
boa. Se não conseguir enxergar um pedaço da linha curva significa que
precisa refazer, observe as imagens abaixo para entender melhor:

Se o ponto G da base ficou para dentro do


retângulo inicial como neste exemplo, ainda
utilizando a curva de alfaiate, una os pontos G-F.
Posicione a régua com a parte mais curvada para
baixo, em direção ao quadril e a parte mais suave
para cima, em direção à cintura, como na imagem:
(se você utilizar a régua ao contrário, poderá
causar um papo na região do quadril).

Nesta curva, busque seguir a posição da régua o


mais próximo possível da imagem ao lado que já
estará ótimo!

Agora, se o seu ponto G coincidiu com o ponto C ou ficou além dele,


você deve ligar os pontos G ao F com a reta mesmo, dessa forma:

48
Muitas vezes, quando o ponto G fica muito além do retângulo inicial, ao
fazer a lateral da saia notamos a formação de um canto bem na região
do quadril, quando isso acontecer precisamos fazer a correção com a
curva de alfaiate, para que a lateral fique mais harmoniosa.

O que acabamos de fazer foi


desenhar a cintura e o quadril da
saia.

O próximo passo é fazer a pence.


Para desenhá-la marque o ponto I
(de igreja) na metade dos pontos
A-G e depois desça uma
perpendicular de 10 cm, onde você
irá marcar o ponto J.

(Se o seu molde possui duas


pences, faça essa marcação para
a primeira
pence e posteriormente mostrarei como fazer a
segunda)

Para fazer a perpendicular, apoie o esquadro na


reta dos pontos A-C e desça os 10 cm.

Após fazer a perpendicular distribua a pence para


um lado e outro do ponto I. Deixamos 2 cm para a
pence certo? Então marque metade para cada
lado, ou seja, 1 cm para a esquerda e 1 cm para a
direita do ponto I (faça essa marcação na linha da
cintura, que é essa curvada, assim como está na

49
imagem abaixo) e depois ligue esses pontos até o J com linhas retas.

Se o seu molde tem duas pences, você deve agora


fazer a segunda, assim como fez a primeira. Para isso
marque a metade dos pontos I ao G e desça uma
perpendicular de 10 cm, depois faça a pence como fez
anteriormente. Como na imagem ao lado.

A base da frente está pronta, agora iremos fazer a


base das costas.

50
Costas

Para começar as costas faça o vértice do ângulo reto (como você fez na
frente, só que colocando o esquadro ao contrário, agora da direita
para a esquerda) e marque o ponto A:

Do A ao B marque o comprimento
da saia (o mesmo utilizado na
frente), nesse caso o comprimento
da saia do tamanho 42 é de 51
cm.

Do A ao C marque ¼ do quadril
mais 0,5 cm de folga para a
vestibilidade (mesma medida da
frente).

Sendo assim utilizamos o mesmo


cálculo da frente: quadril 100 ÷ 4=
25 + 0,5= 25,5 cm.

Agora você deve fechar o


retângulo da mesma forma que
você fez na frente e marcar o
ponto D.

Do ponto A ao E e do ponto C ao F
vamos marcar a altura do quadril,
no caso do tamanho 42 deve-se
marcar 19 cm. Una os pontos E-F
com a linha reta.

Agora iremos marcar a medida da cintura. Quando estamos fazendo a


modelagem base podemos usar 3 cm para a pence das costas, que é
um valor padrão, e depois analisamos qual o resultado dessa largura

51
no nosso corpo, assim como fazemos na frente. Como já foi explicado,
essa variação do valor da pence é perceptível na
hora de fazermos o teste da modelagem.

Perceba que a pence das costas é mais larga, isso


acontece porque nas costas temos o bumbum que
é volumoso, portanto precisamos fazer uma pence
maior para ter um contorno melhor e mais
anatômico.

Agora podemos fazer o cálculo da cintura. Do


ponto A ao G, marque ¼ da cintura + 3 cm para a
pence - 1 cm para equilíbrio da saia. No caso
dessa saia o cálculo ficará assim:

Cintura 78 ÷ 4 =19,5 + 3 - 1 = 21,5 cm.

Se quando você fizer a marcação do ponto G


(cintura) no seu molde, perceber que ele está muito afastado do ponto
C, significa que você poderá ou até precisará acrescentar uma segunda
pence para que essa saia tenha um caimento melhor no seu corpo. Isso
costuma acontecer com pessoas que possuem a cintura bem mais fina
que o quadril. Nesses casos basta acrescentar 2 cm no cálculo anterior
ou mais conforme a necessidade e então remarcar o ponto G.

Esse -1 cm é para fazer a compensação do 1 cm que acrescentamos na


frente, como já foi explicado anteriormente.

Assim como na frente, se quando você fizer o cálculo a sua marcação


do ponto G coincidir ou ficar além do retângulo inicial, ou seja, em cima
ou para fora do ponto C, não tem problema, depois, se for necessário,
fazemos as correções na hora do teste.

52
Do ponto A ao H desça 1 cm para melhor ajuste da
cintura e para o conforto de quem veste a saia, essa
descida também ajuda no equilíbrio da costura
lateral.

Una os pontos G-H com a curva de alfaiate,


utilizando a parte mais suave da régua. Coloque a
curva mais acentuada para o meio da saia e a outra
ponta em direção a lateral, como na imagem ao lado.

Se o ponto G da sua base ficou para dentro do


retângulo inicial, assim como neste exemplo do
guia, una os pontos G - F também com a curva
de alfaiate, posicione a parte mais curvada da
régua para baixo, no quadril e a parte mais
reta para cima, em direção à cintura, como na
imagem.

Ao fazer as costas da saia pode ser que você note a


curva do quadril um pouco mais inclinada do que
na frente, isso é normal e acontece devido ao
equilíbrio que fazemos na cintura entre frente e
costas (aquele +1 cm na frente e -1 cm nas costas).

Agora, se o seu ponto G coincidiu com o ponto C ou


ficou além dele, você deve ligar os pontos G ao F
com a reta mesmo, assim como você fez na frente.

53
Assim como na frente da saia, às vezes, quando o ponto G fica muito
além do retângulo inicial e ligamos a cintura ao quadril, podemos ter a
formação de um canto bem no ponto F, quando isso acontecer
precisamos fazer a correção com a curva de alfaiate, para que a lateral
fique mais harmoniosa.

Agora faremos a pence, para isso marque o ponto I na metade da


medida dos pontos A-G e depois desça uma perpendicular de 12 cm,
onde você irá marcar o ponto J. A pence das costas é mais comprida do
que a da frente, pois precisa alcançar o bumbum. (Se o seu molde
possui duas pences, faça essa marcação para a primeira pence e
posteriormente mostrarei como fazer a segunda)

54
Para fazer a perpendicular apoie o esquadro na reta dos pontos A-C,
assim como você fez na frente.

Após feita a perpendicular


distribua a pence para um lado e
outro do ponto I. Como deixamos 3
cm para a pence iremos marcar
sua metade para cada lado, ou
seja, 1,5 cm para a esquerda e 1,5
cm para a direita do ponto I e
depois devemos ligar esses pontos
até o J com linhas retas, como na
imagem ao lado.

Se o seu molde tem duas pences, você deve agora


fazer a segunda, assim como fez a primeira. Para
isso marque a metade dos pontos I ao G e desça
uma perpendicular de 12 cm, depois faça a pence
como fez anteriormente. Observe a imagem ao lado:

Está pronta frente e costas da base da saia:

55
Agora que as bases ficaram prontas, elas podem receber a
interpretação do modelo, ou seja, se eu quiser fazer qualquer
modificação transformando-a em evasê, saia sereia, ou uma saia justa,
por exemplo, agora seria o momento ideal para fazer as alterações
necessárias, pois fazemos todas as modificações antes de colocar
margens de costura e barra na modelagem.

Como já foi falado anteriormente, a base não possui modelos, mas é a


partir dela que fazemos as modelagens. Já que a base da saia é
equivalente à saia reta (não precisamos fazer alterações no traçado),
daremos continuidade no passo a passo transformando agora essa
base em uma modelagem. Para isso, o próximo passo é pensar no
acabamento da saia e depois colocar todas as informações
importantes que um molde deve conter.

56
Cós

O cós é utilizado para dar acabamento na cintura de diversas peças do


vestuário como calças, saias, blusas, vestidos, entre outras. Algumas
peças, dependendo do modelo, precisam de um cós para que a borda
do tecido, na região da cintura, não fique crua, sem acabamento.
Observe a imagem:

Existem diversos tipos de acabamentos que podemos fazer nessa


borda crua da cintura, por exemplo, um viés, revel e o mais utilizado que
é o cós. No geral existem dois tipos de cós, o reto e o anatômico.

O cós reto é simplesmente uma tira reta


de tecido, sua maior utilização é quando
temos a cintura da peça no lugar, ou seja,
quando a cintura não foi rebaixada e
nem elevada. Também usamos o cós reto
quando trabalhamos em um tecido com
bastante elasticidade ou quando
fazemos uma peça de roupa pouco
acinturada.

O cós anatômico segue as curvaturas do corpo, por isso se chama


anatômico. Ele pode ser utilizado na altura da cintura quando se deseja
uma peça bem acinturada ou com um caimento mais justo ao corpo, ele
também é utilizado quando a cintura de uma peça for rebaixada ou

57
elevada, ou seja, quando tiro a cintura de lugar, pois ele faz o contorno
correto do corpo quando temos essas alterações.

Podemos usar o cós anatômico em qualquer situação, não há limites.


Já o cós reto exige um certo cuidado em sua escolha, pois se for mal
utilizado pode causar defeitos ou incômodos de vestibilidade. Esses
cuidados se referem a escolha correta do tipo de cós dependendo do
modelo, como citado acima.

Observe na imagem abaixo a diferença entre os dois tipos de cós


quando modelados:

Essa curvatura do cós anatômico é o que faz ele se encaixar


perfeitamente no corpo. Para a saia que estamos modelando, como se
trata de uma saia reta sem alteração na base, e a cintura está no lugar,
faremos um cós reto, se estivéssemos deslocando a cintura de lugar
usaríamos o anatômico.

58
Cós Reto

Para fazer o cós pegue outro pedaço de papel, faça o vértice do ângulo
reto e marque o ponto A.

Do ponto A ao B marque a
medida da cintura, nesse caso
da saia no tamanho 42 a cintura
é de 78 cm.

Do ponto A ao C marque o
dobro da largura desejada para
o cós reto. Por exemplo, se eu
quero que o cós fique com 4 cm
de largura no final, devo marcar
o dobro que é 8 cm.

Quem decide a largura do cós é


você conforme o resultado que
se espera dessa saia, você só
precisa levar algumas coisas em
consideração:

Primeiro: não faça o cós muito


estreito, se não é melhor usar
um viés, então evite fazer o cós
reto com a largura final menor
que 2 cm.

Segundo: não faça cós reto muito largo, pois por ser um cós reto ele
não segue a anatomia do corpo se for muito largo, então evite utilizar o
cós reto com a largura final maior do que 6 cm.

Marcamos o dobro da largura que


queremos o cós no final, porque
ele é dobrado na hora de costurar,
assim eu tenho uma medida para a
frente e mais uma medida para o
avesso, que dá acabamento na
peça. Observe a imagem ao lado
para entender melhor:

59
Observe como ficou o molde pronto:

Nossa modelagem está pronta, temos a frente, as costas e o cós para


dar acabamento na saia reta, agora iremos para o próximo tópico onde
colocaremos as margens de costura e barra, e o restante das
informações necessárias para finalização completa do molde para o
corte.

60
Informações importantes contidas nas modelagens

Quando fazemos a modelagem de uma peça de roupa precisamos


colocar algumas informações importantes em cada pedaço de molde,
essas informações servem para identificação do molde, e também para
auxiliar na hora do corte no tecido, principalmente quando quem corta
não é a mesma pessoa que modela.

Então para o molde da saia ficar completo precisamos colocar as


informações e marcações a seguir:

Margem de costura: a margem de costura, como o próprio nome já


sugere, é uma margem que deixamos no molde para ser feita a costura
futuramente no tecido, essa margem varia conforme o tipo de tecido
que vamos utilizar.

Para malhas a margem vai de acordo com o tamanho do ponto da


máquina (geralmente overloque) que será costurada, existem
overloques com 0,5cm de largura de ponto, outras com 0,7cm e assim
por diante, daí para saber bem certinho qual margem deverá ser
colocada no molde é preciso primeiro saber, qual a largura de ponto da
máquina em que essa peça será costurada. A largura do ponto é a
largura da margem.

Para tecidos planos (é o caso da modelagem da saia desse guia) o ideal,


segundo a indústria, é deixar uma margem de 1cm, pois esse espaço é o
suficiente para passar a costura na máquina reta e ainda dar
acabamento nas bordas do tecido (overloque, viés, zigue-zague), porém
quando fazemos modelagem sob medida essas margens podem variar
dependendo da necessidade que você sentir em deixar uma largura
maior ou não, mas aqui vai um conselho, não deixe margens maiores do
que 1,5cm, pois isso pode acabar dando defeitos de caimento na sua
peça pronta.

Independente do tipo de tecido, a margem de costura está presente em


toda borda do molde que será costurada em alguma outra parte.
Usaremos a saia que estamos modelando para servir de exemplo, então
colocaremos margens:

- Na lateral da frente, pois será costurada na lateral das costas,


que também precisa de margem;

61
- Na cintura, tanto da frente, quanto das costas, pois será
costurada no cós, que servirá de acabamento;
- No contorno do cós, (em todas as laterais) pois ele será costurado
na saia;
- No meio das costas, pois essa saia precisa de um zíper, nesse
caso estou pensando em um zíper invisível e opto sempre por
colocá-lo nas costas em vez de pôr na lateral, pois na lateral da
saia temos a curva do quadril e pregar um zíper em curva é bem
mais difícil, já no meio das costas temos uma linha reta, o que
ajuda muito e facilita a costura do zíper.

As partes que não serão costuradas não necessitam de margem, por


exemplo, o meio da frente da saia, pois pode ser cortada no tecido
dobrado já que a frente da saia é inteira, ou seja, sem recorte. Veja esse
diagrama para entender melhor:

62
Margem de barra: é como a margem de costura, porém ela serve para
dar acabamento em barras, e nesse caso não temos um padrão de
largura, pois depende muito da peça que está sendo confeccionada,
então se eu tenho uma saia godê, por exemplo, a margem de barra é de
aproximadamente 1,5 cm para fazer uma bainha de lenço, já em uma
saia reta o valor deixado para barra não tem limites, pode ser tanto
uma barra mais estreita de 3 cm quanto uma barra larga de 6 cm, vai
depender do resultado que se deseja com aquela roupa.

Então agora pegue seu molde que iremos


colocar as margens de costura e barra!

Para começar, identifique onde você colocará


margem, e então pegue sua régua ou a fita
métrica e vá fazendo pontos marcando 1cm
para fora do molde, na barra você pode
marcar 4cm ou a largura desejada, como na
imagem:

Observe que nas linhas retas basta uma


marcação no início e outra no fim da linha
para fazer a margem, e nas curvas você
precisa marcar mais algumas vezes para ter
o controle da curvatura. O principal ponto
aqui é manter a margem de 1cm em todo o
contorno do molde sem ter oscilações de
medidas.

Após fazer essas marcações, utilize a mesma


régua usada na construção do molde para
fazer a margem de costura, encostando sempre as réguas nas
marcações de forma correta para manter as larguras iguais.

63
Observe a imagem exemplificando o
parágrafo anterior:

Veja que as mesmas réguas utilizadas


para traçar o molde estão nas mesmas
posições para traçar a margem de
costura e barra, isso é muito
importante, pois se usamos uma régua
diferente podemos deformar o molde.

Agora pode ser feito o mesmo processo


nas costas e no cós da saia.

O molde ficará assim:

64
Muitos métodos de modelagem ensinam a colocar a margem de costura
e barra diretamente no tecido na hora de cortar, não recomendo que
faça assim, pois muitas coisas podem dar errado e você pode acabar
desperdiçando tecido, por exemplo, a margem pode sair torta, podemos
nos esquecer de colocar margem em algum lugar onde é necessário, ou
mesmo colocar margem onde não deveríamos, sem contar que tem
tecidos que não são bons de riscar, imagina você ter que lidar com o
tecido escorregando enquanto tenta colocar a régua na medida certa
da margem para poder riscar e então cortar! Muita função né?! Outro
ponto é… se você for repetir a peça em outro tecido ou fazer outro corte
terá que colocar a margem novamente e todas as outras vezes depois.
Portanto, o ideal é sempre colocar a margem antes de ir cortar no
tecido.

Piques: os piques são pequenos cortes em “V” que fazemos na margem


de costura dos moldes e eles nos ajudam a saber que parte encaixa
com que parte na hora da costura, onde devemos virar a barra, ou
onde devemos fechar a pence, esses piques também servem para
distinguir alguma parte específica do molde, por exemplo, a frente de
uma manga, que é muito parecida com as costas.

Nessa saia podemos fazer os piques nas pences, no quadril e na barra.


Para fazer esses piques você pode utilizar o alicate de pique (tem mais
informações sobre ele no tópico - materiais necessários para a
modelagem) ou então pode fazê-los com a tesoura mesmo, o
importante é fazer o “V” como na imagem:

Obs. Importante: a princípio você deve deixar os piques apenas


marcados no molde a lápis ou caneta para recortar mais tarde, pois
existe uma forma correta para recortar o molde que será explicado nos
próximos tópicos e só então serão feitos os piques na tesoura ou
alicate.

65
Nome da peça: Essa informação deve ser escrita dentro de cada
molde. Aqui devemos colocar o que é essa peça que estamos
modelando, por exemplo, se é uma saia, uma calça pantalona, uma
blusa de alças ou um vestido evasê. Essa informação é importante para
você se localizar caso queira repetir o modelo outras vezes, ou se você
tem costume de guardar seus moldes, se eles estiverem identificados
fica muito mais fácil de achá-los depois. Nesse caso devemos colocar
“Saia Reta”.

Parte do molde: Aqui se refere a que parte do molde se trata, é a frente


da saia? As costas? O cós? O bolso? E assim por diante. Essa
informação é muito importante, pois é através dela que sabemos
identificar o que é o que na hora de cortar e costurar. Então agora faça
essa anotação nos seus moldes, escreva frente, costas e cós em seus
respectivos moldes.

Tamanho: Quando fazemos a modelagem em tamanhos tabelados, ou


seja, seguindo uma tabela de medidas P, M, G ou 42, 44, 46, e assim por
diante, precisamos fazer essa anotação no molde para sabermos
identificar a qual tamanho aquele molde se refere, mas quando

66
estamos fazendo sob medida, o molde tem o tamanho específico da
pessoa, então você pode usar o nome dela como referência. No caso
dessa saia que estamos modelando você deve escrever "Tamanho 42" ou
o nome da pessoa caso esteja fazendo sob medida.

Tecido: Nessa informação colocamos o tecido que iremos utilizar para


realizar o corte, essa informação se torna mais importante quando
estamos trabalhando com tecidos diferentes em uma mesma roupa, por
exemplo, quando fazemos uma saia forrada, temos o tecido principal
que será usado e o tecido do forro, então é necessário que isso esteja
escrito no molde para distinguir na hora do corte, essa informação
também se torna muito importante quando não é você quem corta o
tecido, pois o cortador precisa saber que material será utilizado para
aquela peça específica. No caso da nossa saia você pode colocar o
nome do tecido em que será cortado, por exemplo: “Tecido: algodão cru”,
caso você não tenha ainda um tecido para cortar deixe em branco.

Cortar x vezes: Aqui anotamos quantas vezes teremos que cortar


aquele molde no tecido para podermos construir a roupa, por exemplo,
de quantas mangas precisamos para fazer uma blusa? Duas! Uma para
cada braço, então nessa informação da manga devemos colocar cortar
2 vezes. Para a nossa saia será o seguinte, a frente, como é inteira, ou
seja, sem recorte, devemos “Cortar 1 vez na dobra do tecido”, e as costas,
como tem recorte no meio para o zíper, devemos “Cortar 2 vezes”, o cós
como já está inteiro devemos “Cortar 1 vez”. A forma como escrevemos
essa informação pode variar conforme a utilização e manuseio do
tecido.

Então é assim que precisa ficar o seu molde:

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Fio do tecido: Essa é uma das informações mais importantes que deve
estar contida no molde, o fio do tecido se refere a uma seta bem
comprida que marcamos no molde sempre numa reta paralela a uma
das laterais do vértice do ângulo reto ou a um ângulo de 45º do vértice.
A posição dessa seta varia conforme a posição que pretendemos cortar
um tecido e isso vai depender do caimento desejado. Se o caimento
desejado é seguindo a fluidez do tecido, deve-se marcar o fio paralelo
ao meio da modelagem, ou seja, paralelo ao sentido do comprimento do
molde. Se desejamos um caimento mais armado, devemos marcar o fio
no sentido paralelo à barra da modelagem, ou seja, no sentido da
largura do molde. Mas para que você compreenda melhor é preciso
primeiro entender um pouco sobre tecido.

O tecido é formado pelo entrelaçamento de


fios e fibras que formam o material, a
posição de cada um desses fios recebe um
nome específico, dessa forma temos o fio no
urdume e o fio na trama, e temos ainda o
acabamento dos fios que se chama ourela.

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- Ourela: é o acabamento do tecido, o arremate lateral no sentido
do comprimento, esse arremate impede que os fios desfiem. Essa
é aquela parte que, na maioria dos tecidos, é peludinha, nos
tecidos que não possuem os pelinhos, a ourela é identificada pela
lateral com textura diferente, geralmente mais grossa do que o
restante do tecido. A especificação do fio do tecido depende de
sua posição com relação à ourela.
- Trama (fio atravessado): são os fios que correm no sentido
horizontal a ourela e possuem um pouco mais de elasticidade. O
corte nesse sentido é pouco utilizado para confecção de roupas e
seu caimento geralmente é mais armado.
- Urdume (fio reto): são os fios posicionados no sentido vertical a
ourela e possuem menor elasticidade. O corte nesse sentido é
muito utilizado na confecção de roupas e seu caimento é mais
fluido.
- Viés: o viés é o corte do tecido no sentido diagonal a ourela, em
um ângulo de 45°, esse corte possui muita elasticidade e fornece
um caimento suave para roupas.

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Se você deseja que o corte da sua peça siga o fio reto
do tecido (urdume), que é o fio mais utilizado, faça a
marcação da seguinte maneira no seu molde:

Se você deseja que o corte da sua peça siga o fio


atravessado do tecido (trama), que é o fio que deixa
a peça mais armada, faça a marcação da seguinte
maneira no seu molde:

Se você deseja que o corte da sua peça siga o fio no


viés do tecido, que é o fio com mais elasticidade e
caimento mais suave, faça a marcação da seguinte
maneira no seu molde:

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Para que você entenda como posicionar o molde, seguindo a marcação
do fio, no tecido observe a imagem a seguir:

Saber onde está posicionado o fio do tecido é importante, pois te ajuda


a identificar o tipo de caimento desejado e adequado para uma peça
de roupa. Pois cada tipo de corte assume uma função diferente e
acabam por ter características distintas que influenciam no caimento
da roupa. Sem contar que se posicionarmos o fio de forma errada
podemos causar torções na peça pronta, um exemplo bem claro disso
são essas calças onde as costuras laterais torcem e vão parar em cima
do pé, você já viu? Isso é consequência de um fio mal posicionado.

Outra função do fio é indicar o lado correto para cortar o molde,


observe que na imagem anterior o fio tem duas setas, uma para cima e
outra para baixo, essas setas indicam se o tecido tem lado obrigatório
para ser cortado ou não.

Quando vemos o fio com duas setas significa que posso cortar o molde
no tecido tanto de cabeça para cima quanto de cabeça para baixo, ou
seja, ele não tem um sentido obrigatório. Quando temos apenas uma
seta no fio, significa que tenho que cortar todas as partes seguindo um
único sentido, ou tudo para cima, ou tudo para baixo, pois o meu tecido
pede essa obrigatoriedade. Veja as imagens:

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Para saber se o tecido tem sentido obrigatório ou não é preciso fazer
uma análise do material que você tem, os tecidos que costumam ter
sentido obrigatório são: tecidos com estampas, com brilho, paetês ou
lantejoulas, veludos e tecidos com degradê, barrados ou bicos.

Tecidos com estampas: Os tecidos estampados podem ter sentido


obrigatório quando a estampa tiver um lado único, por exemplo, se eu
tenho um tecido cheio de coqueiros e todos estão com as folhas para
cima, significa que preciso cortar todos os moldes de um lado só, se eu
cortar a frente de um lado e as costas de outro terei coqueiros para
cima de um lado e coqueiros para baixo de outro! Sendo assim, preciso
cortar todos os moldes em um só sentido.

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Já se a estampa não tiver um lado só, ou seja, coqueiro para cima e
para baixo, significa que posso cortar o molde em ambos os lados.

Tecidos com brilho: Nem todo tecido com brilho tem sentido
obrigatório, apenas aqueles que mudam de cor conforme o movimento
do tecido e o ângulo que olhamos. Para saber se o tecido tem lado
certo, você precisa observar ele de várias posições diferentes, mas sem
mudar seu ponto de vista. Se o tecido mudar de cor em alguma posição
significa que ele tem sentido obrigatório, um exemplo de tecido com
brilho que é bem comum mudar de cor é o tafetá.

Tecidos com paetês ou lantejoulas: Esses tecidos têm sentido


obrigatório por conta da forma que são pregados os próprios paetês e
lantejoulas e também devido ao brilho, em muitos deles se você passar
a mão em um sentido, vai sentir o tecido liso, se passar a mão no
sentido contrário, irá sentir o tecido áspero. O lado correto é o sentido
liso do tecido.

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Tecidos aveludados: Eles possuem sentido obrigatório por conta dos
“pelinhos”, e a forma de identificar o lado correto é igual ao do tópico
anterior, através do toque, ao passar a mão no veludo um lado é liso e o
outro é áspero, o lado liso é o correto. No caso do veludo, além do lado
correto dos pelinhos, há também uma alteração no brilho e na cor
quando olhamos o tecido em diferentes ângulos, portanto é um tecido
que exige bastante cuidado quando for cortado.

Tecidos com degradê, barrados ou bico: Esses tipos de tecidos tem


sentido obrigatório justamente por causa dos degradês, barrados e
bicos, pois estes compõe a ourela do tecido, portanto, para
aproveitá-los somos “obrigados” a cortar em um sentido só, o da trama.

Agora que você leu tudo sobre o fio, faça na sua modelagem da saia da
seguinte maneira:

Primeiro identifique o meio da saia tanto da frente como das costas (o


meio é aquela linha que originalmente era o vértice do ângulo reto). No
cós você deve identificar a linha do comprimento, ou seja, onde
marcamos a medida da cintura.

Depois faça uma linha reta paralela a essa identificada. Para fazê-la
marque uma medida qualquer da linha do vértice para dentro do
molde, por exemplo: 5cm, e depois repita a mesma medida mais abaixo.
Como na imagem:

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Por último é só ligar uma marcação a outra utilizando o esquadro.
Observe abaixo:

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O molde ficará assim:

Agora que o molde já possui todas as marcações, margens e fio


podemos recortá-lo. Para isso você deve primeiro fechar as pences da
frente e costas, feche-as do meio da saia para a lateral, ou seja, a sobra
fica sempre virada para o meio da peça, e coloque uma fita crepe para
segurá-la fechada.

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Em muitos casos, após fecharmos a pence, ocorre um desencontro na
linha da cintura, basta corrigi-la com a curva de alfaiate, como na
imagem: (Faça essa correção na frente e nas costas)

Após fazer a correção (que está marcado com os traços na cor verde)
recorte o molde com a pence ainda fechada.

Solte as fitas crepes e observe que o molde fará um cantinho na pence,


esse canto nós chamamos de retorno da pence, ele é essencial para
uma peça bem modelada e costurada, pois sem ele um defeito será
causado na peça na hora da costura. Agora faça os piques com a
tesoura ou alicate de pique, naquelas marcações feitas anteriormente
(lembre-se de que os piques não devem ultrapassar a margem de
costura).

E por fim o molde da saia está pronto para o corte no tecido.

77
Parabéns! Agora que você finalizou a modelagem da saia e os seus
estudos com esse guia, você possui o conhecimento da introdução
completa a modelagem. Mas, para que todo esse conteúdo fique bem
fixado em sua mente, você precisa praticar bastante e seguir
estudando.

Como um guia introdutória a modelagem, esse volume 1 foi escrito com


uma riqueza de detalhes única, para que você tenha o melhor início à
modelagem, pois sei e vejo muito claro essa diferença nas alunas que
tem um início bem feito, como isso faz diferença no processo de
aprendizado da modelagem.

E agora para avançar nos estudos, o próximo passo é aprender todas


as bases da modelagem para que assim você aplique e pratique todo o
conhecimento adquirido aqui.

Eu já possuo o Volume 2, que é o Guia Completo das Bases da


Modelagem, com mais de 100 páginas, onde de maneira toda ilustrada e
didática, eu ensino as bases da Saia, Calça, Blusa e Manga, com toda
riqueza de detalhes e explicações, para que você entenda de fato os
motivos e porquês das linhas, cálculos e traçados, e assim tenha
segurança ao modelar todas as bases. É uma apostila que está
sensacional, escrevi com tanta riqueza nos detalhes, e uma didática

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voltada para você que está nesse processo de aprendizado. Com uma
bagagem de 10 anos ensinando, e me aperfeiçoando sempre, sou
pós-graduada em metodologia do ensino, exatamente pelo fato de que
sei a diferença que uma boa metodologia ao ensinar causa no aluno, e
é isso que busco sempre ter ao ensinar e escrever esses conteúdos.

Esse Guia 2 não é vendido separadamente, ele faz parte de dois cursos
meu.

O primeiro é um curso chamado “A base perfeita“, onde ele é um


material de apoio para vídeo aulas onde ensino você a modelar todas
as bases, e a fazer os ajustes e correções para ter a sua base perfeita. É
um curso muito completo e fundamental para quem está começando
nessa jornada maravilhosa da modelagem e costura, ou para quem se
sente travada nesse processo.

O segundo é um curso chamado “Turma Trenti”, em que em


determinados períodos eu abro turmas bem seletas, onde através de
um acompanhamento diretamente e bem próximo a mim, temos aulas
ao vivo, como se fosse em uma sala de aula mesmo.. em que você pode
falar e perguntar na hora, pedir para repetir, é um ambiente muito rico
de aprendizado, e as aulas ficam gravadas para você assistir quantas
vezes precisar. E o seu suporte é muito próximo a mim, com um grupo
exclusivo da turma no whatsapp onde eu fico ali ajudando e orientando
todas de uma maneira muito personalizada.

Para você saber com mais detalhes sobre esses dois cursos, da uma
olhada no meu Instagram @camila.trentino que tem stories ou
destaques falando sobre, ou me chama mesmo no direct pra gente
conversar e vai ser um prazer poder te ajudar a seguir nessa jornada
linda da modelagem e costura.

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