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DECRETO Nº 15.

748, DE 30 DE OUTUBRO DE 2014

Dispõe sobre regras e diretrizes para a elaboração do


Termo de Referência para contratações e aquisições de
bens ou serviços no âmbito da Administração Direita e
Indireta do Município de Belo Horizonte.

Dispõe sobre regras e diretrizes para a elaboração do


Termo de Referência para contratações e aquisições de
bens ou serviços no âmbito da Administração Direta e
Indireta do Município de Belo Horizonte.
Ementa retificada em 18/11/2014

O Prefeito de Belo Horizonte, no exercício de suas atribuições, em especial a que lhe confere o inciso
VII do art. 108 da Lei Orgânica do Município de Belo Horizonte, e em observância ao inciso II do art.
3º da Lei Federal nº 10.520, de 17 de julho de 2002, e aos incisos I e II do art. 8º do Decreto Federal
nº 3.555, de 8 de agosto de 2000, decreta:

Art. 1º - Toda e qualquer contratação e aquisição de bens ou serviços no âmbito da Administração


Direta e Indireta do Município de Belo Horizonte será precedida de Termo de Referência nas
condições estabelecidas neste Decreto.

§ 1º - As contratações e aquisições por dispensa e inexigibilidade de licitação devem observar, no


que couber, as normas previstas neste Decreto.

§ 2º - Excetuam-se do disposto neste Decreto as contratações de obras e de serviços de engenharia


que não sejam objeto de licitação na modalidade pregão.

§ 3º - Excetuam-se do disposto neste Decreto as aquisições de bens por meio de doação,


procedimentos judiciais ou dação em pagamento.

Art. 2º - O Termo de Referência é o instrumento hábil a detalhar o bem ou serviço que se pretende
contratar ou adquirir e deverá conter, no mínimo:
I - a justificativa da necessidade da contratação e da escolha do bem ou serviço, inclusive, com a
indicação dos resultados esperados;
II - a indicação do valor de referência da contratação ou aquisição;
III - a dotação orçamentária, incluindo ação e subação, exceto para os casos de contratações por
meio do Sistema de Registro de Preço;
IV - as especificações do bem ou serviço, observado o disposto no § 5º deste artigo;
V - no caso de fornecimento de bens, a definição dos métodos e estratégias de suprimento que
deverá conter os critérios de aceitação do produto, o prazo e local de entrega e, se for o caso, a
forma de acondicionamento, transporte e a necessidade de montagem ou instalação do produto;
VI - no caso de serviços, a definição dos métodos e estratégias de execução que deverá conter os
critérios de aceitação, o cronograma e o local da prestação dos serviços;
VII - o órgão e a gerência responsáveis pelo acompanhamento, fiscalização e/ou recebimento dos
bens e/ou serviços;
VIII - os critérios de avaliação e aceitabilidade da proposta;
IX - os requisitos de qualificação técnica exigíveis para a habilitação do licitante, se for o caso;
X - os requisitos de qualificação econômico-financeira exigíveis para a habilitação do licitante, se for o
caso;
XI - as responsabilidades, deveres e obrigações das partes;
XII - o prazo de garantia técnica do bem ou serviço, se for o caso;
XIII - a definição e a previsão das condições da garantia contratual, se for o caso;
XIV - a exigência de amostras, laudos, teste de conformidade, prova de conceito e/ou certificações
como requisito técnico do objeto, se for o caso;
XV - a indicação da marca do produto como referência para melhor compreensão da demanda
administrativa, acompanhada da expressão “ou similar” ou nos casos em que se comprovar,
motivadamente, que a marca pretendida é a única que atenda às necessidades técnicas do órgão ou
entidade contratante;
XVI - a indicação do prazo de vigência do contrato e a possibilidade ou não de prorrogação;
XVII - o índice de reajuste do contrato, para contratos que possam ultrapassar o exercício financeiro;
XVIII - a indicação da possibilidade ou não de subcontratação com os limites e responsabilidades do
subcontratado;
XIX - as sanções aplicáveis por ilícitos cometidos no curso do processo licitatório ou da execução
contratual, observada a legislação que rege a matéria;
XX - as condições de pagamento, com indicação do órgão e da gerência responsável;
XXI - outras indicações específicas ou peculiares do objeto;

§ 1º - O valor de referência de que trata o inciso II do caput deste artigo será apurado,
preferencialmente, pela média de, no mínimo, 03 (três) orçamentos.

§ 2º - A autoridade competente poderá, excepcionalmente e, se necessário, justificar a ausência do


número mínimo de orçamentos.

§ 3º - O valor de referência para a contratação poderá ser indicado, também, por meio de consultas
realizadas em publicações especializadas, pesquisas de preços, bancos de preços praticados no
âmbito da Administração Pública, listas de instituições privadas e públicas de formação de preços,
Atas de Registro de Preços vigentes, bem como sítios da internet que reproduzam a oferta real de
produtos e serviços ou, excepcionalmente, por declaração de ofício da autoridade competente.

§ 4º - É facultado à autoridade competente anexar, ao Termo de Referência, os orçamentos ou


qualquer outro documento que tenha subsidiado o valor de referência, sendo obrigatório que estes
documentos constem no processo administrativo que norteará a contratação ou a aquisição.

§ 5º - As especificações técnicas de que trata o inciso IV do caput deste artigo, deverão conter,
necessariamente:
I - no caso de fornecimento de bens:
a) dimensões;
b) cor;
c) espessura;
d) formato;
e) tamanho;
f) material;
g) quantidade;
h) validade;
II - no caso de execução de serviços:
a) os requisitos de qualificação da mão-de-obra;
b) a indicação da necessidade de reuniões, se for o caso;
c) a indicação da necessidade de elaboração de relatórios sobre o andamento da execução do
serviço, se for o caso;
d) a necessidade de uso de EPI, uniformes e/ou crachás pelos representantes da contratada
responsáveis pela execução do serviço, se for o caso.

§ 6º - O Termo de Referência deverá estabelecer critérios objetivos de julgamento e aferição, no caso


de exigência das amostras, laudos, teste de conformidade, provas de conceito e/ou certificações.
I - as amostras, testes de conformidade e provas de conceito somente poderão ser exigidas do
licitante classificado em primeiro lugar, salvo na hipótese de sua exclusão, quando se poderá exigir
dos licitantes remanescentes em ordem de classificação;
II - considerando a natureza e/ou complexidade do objeto, o órgão ou entidade contratante poderá
agendar o exame da amostra no estabelecimento do licitante.

§ 7º - É vedada a exigência de certificados ISO ou similares para fins de habilitação ou para qualquer
outra hipótese de caráter eliminatório.

§ 8º - Salvo nas hipóteses previstas no inciso XV do caput deste artigo, é vedada a indicação da
marca do bem que se pretende adquirir.

§ 9º - São vedadas especificações excessivas, irrelevantes, desnecessárias e limitadoras da


competição, de modo a se evitar o direcionamento ou a inviabilização da licitação.

Art. 3º - A função de fiscal do contrato deverá recair, preferencialmente, sobre servidor ou empregado
público que tenha participado da elaboração e/ou elaborado o Termo de Referência, nos termos do
que prevê a legislação municipal aplicável a matéria.

Parágrafo único - Considerando a natureza e/ou complexidade do objeto que se pretende contratar ou
adquirir, o Termo de Referência de que trata este Decreto poderá ser elaborado por comissão
formada por servidores ou empregados públicos, dentre os quais, ao menos 01 (um) possua
conhecimento técnico do bem ou serviço que se pretende contratar ou adquirir.

Art. 4º - A elaboração do Termo de Referência compete ao órgão ou entidade demandante da


contratação, ouvido, necessariamente, o órgão responsável pela licitação e/ou contratação.
§ 1º - A elaboração do Termo de Referência para a contratação de serviços terceirizados será
orientada pela Secretaria Municipal Adjunta de Gestão Administrativa, nos termos do que prevê a
legislação municipal aplicável a matéria.

§ 2º - A elaboração do Termo de Referência para a aquisição de bens e contratação de serviços de


tecnologia da informação que se destinem a conexão à Rede Municipal de Informática – RMI –
deverá conter as especificações técnicas elaboradas pela Empresa de Informática e Informação do
Município de Belo Horizonte S/A – Prodabel, nos termos do que prevê a legislação municipal aplicável
a matéria.

§ 3º - O Termo de Referência deverá ser devidamente aprovado pela autoridade competente, sob
pena de nulidade.

Art. 5º - O Termo de Referência deverá zelar pela qualidade do bem ou serviço, além de observar a
adequação entre a quantidade requisitada e sua compatibilidade com a real necessidade do órgão ou
entidade contratante.

Parágrafo único - A responsabilidade pela elaboração de Termo de Referência contendo definição de


quantidade ou qualidade incompatível com as necessidades do órgão ou entidade contratante será
atribuída aos servidores e/ou empregados públicos que formularam a demanda e à autoridade
competente que o aprovou.

Art. 6º - O Termo de Referência deverá, necessariamente, instruir o processo público da contratação


ou aquisição.

§ 1º - O Termo de Referência poderá, a critério da autoridade competente, ser parte integrante do


edital de licitação.

§ 2º - Caso o Termo de Referência não faça parte do edital, suas disposições deverão ser
integralmente reproduzidas no instrumento convocatório, exceto a justificativa prevista no inciso I do
caput do art. 2º deste Decreto e o valor de referência, no caso de licitação na modalidade pregão.

Art. 7º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Belo Horizonte, 30 de outubro de 2014

Marcio Araujo de Lacerda


Prefeito de Belo Horizonte

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