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Microeconometria

Variáveis dependentes limitadas e seleção amostral

Alan André Borges da Costa

Universidade Federal de Ouro Preto

Março 2013

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 1 / 42


Modelo de probabilidade linear

Até o momento a variável dependente era contínua. Como estimar


um modelo com variável binária (ou qualitativa)?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 2 / 42


Modelo de probabilidade linear

Até o momento a variável dependente era contínua. Como estimar


um modelo com variável binária (ou qualitativa)?
Quando a variável dependente é binária podemos dizer que

P (y = 1jx) = E (y jx)

como fazer esta conta na prática?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 2 / 42


Exemplo 1 - Calculando a probabilidade de emprego
Empregado (y) Masculino Escolaridade
1 1 Superior
0 1 Superior
0 1 Médio
1 0 Médio
0 0 Fundamental
1 0 Superior

Como calcular e interpretar as seguintes medidas?

E (y )
E (y jmasculino = 1)
E (y jsuperior )
E (y jmasculino = 1, superior )
E (y jmasculino = 0, superior )

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 3 / 42


Modelo de probabilidade linear

Até o momento a variável dependente era contínua. Como estimar


um modelo com variável binária (ou qualitativa)?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 4 / 42


Modelo de probabilidade linear

Até o momento a variável dependente era contínua. Como estimar


um modelo com variável binária (ou qualitativa)?
Quando a variável dependente é binária podemos dizer que

P (y = 1jx) = E (y jx)

como fazer esta conta na prática?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 4 / 42


Modelo de probabilidade linear

Até o momento a variável dependente era contínua. Como estimar


um modelo com variável binária (ou qualitativa)?
Quando a variável dependente é binária podemos dizer que

P (y = 1jx) = E (y jx)

como fazer esta conta na prática?


Assim, a probabilidade de sucesso, condicionando em x, será dada por

P (y = 1jx) = β0 + β1 x1 + + βk xk

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 4 / 42


Modelo de probabilidade linear

Até o momento a variável dependente era contínua. Como estimar


um modelo com variável binária (ou qualitativa)?
Quando a variável dependente é binária podemos dizer que

P (y = 1jx) = E (y jx)

como fazer esta conta na prática?


Assim, a probabilidade de sucesso, condicionando em x, será dada por

P (y = 1jx) = β0 + β1 x1 + + βk xk

Podemos estimar esta equação por MQO

yb = b
β0 + b
β1 x1 + +b
βk xk

denominando-a como Modelo de Probabiliade Linear (MPL)

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Modelo de probabilidade linear

Como interpretar este modelo?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 5 / 42


Modelo de probabilidade linear

Como interpretar este modelo?


Suponha que um economista tenha modelado a participação de uma
mulher casada no mercado de trabalho obtendo os seguintes
resultados

partip = 0, 586 0, 0034 (renda) + 0, 038 (educ ) + 0, 039 (exper )


0, 00060 exper 2 0, 016 (idade )
0, 262 (…lhounder 6) + 0, 0130 (…lhobetween6 18)

como interpretar os coe…cientes?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 5 / 42


Grá…co 1 - Relação entre a probabilidade estimada e anos de
educação

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 6 / 42


Modelo de probabilidade linear
Como saber se o modelo possui um bom ajuste aos dados?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 7 / 42


Modelo de probabilidade linear
Como saber se o modelo possui um bom ajuste aos dados?
Neste caso podemos utilizar a porcentagem corretamente predita
utilizando a seguinte regra:
yei = 1 se yb 0, 5
yei = 0 se yb < 0, 5

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 7 / 42


Modelo de probabilidade linear
Como saber se o modelo possui um bom ajuste aos dados?
Neste caso podemos utilizar a porcentagem corretamente predita
utilizando a seguinte regra:
yei = 1 se yb 0, 5
yei = 0 se yb < 0, 5
Se o MPL é interessante por que não é utilizado para modelar
probabilidades?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 7 / 42


Modelo de probabilidade linear
Como saber se o modelo possui um bom ajuste aos dados?
Neste caso podemos utilizar a porcentagem corretamente predita
utilizando a seguinte regra:
yei = 1 se yb 0, 5
yei = 0 se yb < 0, 5
Se o MPL é interessante por que não é utilizado para modelar
probabilidades?
Alguns problemas

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 7 / 42


Modelo de probabilidade linear
Como saber se o modelo possui um bom ajuste aos dados?
Neste caso podemos utilizar a porcentagem corretamente predita
utilizando a seguinte regra:
yei = 1 se yb 0, 5
yei = 0 se yb < 0, 5
Se o MPL é interessante por que não é utilizado para modelar
probabilidades?
Alguns problemas
probabilidades menores que zero e maiores que um;

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 7 / 42


Modelo de probabilidade linear
Como saber se o modelo possui um bom ajuste aos dados?
Neste caso podemos utilizar a porcentagem corretamente predita
utilizando a seguinte regra:
yei = 1 se yb 0, 5
yei = 0 se yb < 0, 5
Se o MPL é interessante por que não é utilizado para modelar
probabilidades?
Alguns problemas
probabilidades menores que zero e maiores que um;
probabilidades não são linearmente relacionadas com as variáveis
dependentes em todos os valores (exemplo …lho);

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 7 / 42


Modelo de probabilidade linear
Como saber se o modelo possui um bom ajuste aos dados?
Neste caso podemos utilizar a porcentagem corretamente predita
utilizando a seguinte regra:
yei = 1 se yb 0, 5
yei = 0 se yb < 0, 5
Se o MPL é interessante por que não é utilizado para modelar
probabilidades?
Alguns problemas
probabilidades menores que zero e maiores que um;
probabilidades não são linearmente relacionadas com as variáveis
dependentes em todos os valores (exemplo …lho);
quando y é binário a variância condicional será dada por
Var (y jx) = p (x) [1 p (x)]
qual o problema neste caso?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 7 / 42


Modelo de probabilidade linear
Como saber se o modelo possui um bom ajuste aos dados?
Neste caso podemos utilizar a porcentagem corretamente predita
utilizando a seguinte regra:
yei = 1 se yb 0, 5
yei = 0 se yb < 0, 5
Se o MPL é interessante por que não é utilizado para modelar
probabilidades?
Alguns problemas
probabilidades menores que zero e maiores que um;
probabilidades não são linearmente relacionadas com as variáveis
dependentes em todos os valores (exemplo …lho);
quando y é binário a variância condicional será dada por
Var (y jx) = p (x) [1 p (x)]
qual o problema neste caso?
Como resolver estes problemas?
Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 7 / 42
Variáveis dependentes limitadas: introdução

Em alguns casos temos Variáveis Dependentes Limitadas (VDL).


Alguns exemplos:

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 8 / 42


Variáveis dependentes limitadas: introdução

Em alguns casos temos Variáveis Dependentes Limitadas (VDL).


Alguns exemplos:
participação em programas assistenciais;

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 8 / 42


Variáveis dependentes limitadas: introdução

Em alguns casos temos Variáveis Dependentes Limitadas (VDL).


Alguns exemplos:
participação em programas assistenciais;
número de vezes que a pessoa é presa em determinado ano;

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 8 / 42


Variáveis dependentes limitadas: introdução

Em alguns casos temos Variáveis Dependentes Limitadas (VDL).


Alguns exemplos:
participação em programas assistenciais;
número de vezes que a pessoa é presa em determinado ano;
nota da gradução;

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 8 / 42


Variáveis dependentes limitadas: introdução

Em alguns casos temos Variáveis Dependentes Limitadas (VDL).


Alguns exemplos:
participação em programas assistenciais;
número de vezes que a pessoa é presa em determinado ano;
nota da gradução;
número de acidentes em rodovias etc.

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 8 / 42


Variáveis dependentes limitadas: introdução

Em alguns casos temos Variáveis Dependentes Limitadas (VDL).


Alguns exemplos:
participação em programas assistenciais;
número de vezes que a pessoa é presa em determinado ano;
nota da gradução;
número de acidentes em rodovias etc.
Estudaremos especi…camente 5 modelos

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 8 / 42


Variáveis dependentes limitadas: introdução

Em alguns casos temos Variáveis Dependentes Limitadas (VDL).


Alguns exemplos:
participação em programas assistenciais;
número de vezes que a pessoa é presa em determinado ano;
nota da gradução;
número de acidentes em rodovias etc.
Estudaremos especi…camente 5 modelos
logit/probit;

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 8 / 42


Variáveis dependentes limitadas: introdução

Em alguns casos temos Variáveis Dependentes Limitadas (VDL).


Alguns exemplos:
participação em programas assistenciais;
número de vezes que a pessoa é presa em determinado ano;
nota da gradução;
número de acidentes em rodovias etc.
Estudaremos especi…camente 5 modelos
logit/probit;
tobit;

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 8 / 42


Variáveis dependentes limitadas: introdução

Em alguns casos temos Variáveis Dependentes Limitadas (VDL).


Alguns exemplos:
participação em programas assistenciais;
número de vezes que a pessoa é presa em determinado ano;
nota da gradução;
número de acidentes em rodovias etc.
Estudaremos especi…camente 5 modelos
logit/probit;
tobit;
poisson;

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 8 / 42


Variáveis dependentes limitadas: introdução

Em alguns casos temos Variáveis Dependentes Limitadas (VDL).


Alguns exemplos:
participação em programas assistenciais;
número de vezes que a pessoa é presa em determinado ano;
nota da gradução;
número de acidentes em rodovias etc.
Estudaremos especi…camente 5 modelos
logit/probit;
tobit;
poisson;
modelos para censura nos dados;

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 8 / 42


Variáveis dependentes limitadas: introdução

Em alguns casos temos Variáveis Dependentes Limitadas (VDL).


Alguns exemplos:
participação em programas assistenciais;
número de vezes que a pessoa é presa em determinado ano;
nota da gradução;
número de acidentes em rodovias etc.
Estudaremos especi…camente 5 modelos
logit/probit;
tobit;
poisson;
modelos para censura nos dados;
modelos de seleção amostral.

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 8 / 42


Modelos probit e logit: especi…cação

O primeiro modelo estudado é aquele em que a variável dependente é


binária dado por

P (y = 1jx) = P (y = 1jx1 , x2 , . . . , xk )

em que
1 com probabilidade (p )
y=
0 com probabilidade (1 p )

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 9 / 42


Modelos probit e logit: especi…cação

O primeiro modelo estudado é aquele em que a variável dependente é


binária dado por

P (y = 1jx) = P (y = 1jx1 , x2 , . . . , xk )

em que
1 com probabilidade (p )
y=
0 com probabilidade (1 p )
Para superar os problemas do MPL suponha que o modelo de
resposta binária seja dado por
0
P (y = 1jx) = G ( β0 + β1 x1 + + βk xk ) = G ( β0 + xβ) = F x β

em que 0 < G (z ) < 1 é uma cdf . O MPL utilizava uma cdf ? Qual
função G (z ) utilizar?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 9 / 42


Modelos probit e logit: especi…cação

Uma opção seria utilizar a função Logit dada por

exp(z )
G (z ) = Λ (z ) =
1 + exp(z )

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 10 / 42


Modelos probit e logit: especi…cação

Uma opção seria utilizar a função Logit dada por

exp(z )
G (z ) = Λ (z ) =
1 + exp(z )
Uma segunda opção seria utilizar a função Probit
Z∞
G (z ) = Φ (z ) = φ (z ) dz

em que
1/2 z2
φ (z ) = (2π ) exp 2

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 10 / 42


Modelos probit e logit: especi…cação

Uma opção seria utilizar a função Logit dada por

exp(z )
G (z ) = Λ (z ) =
1 + exp(z )
Uma segunda opção seria utilizar a função Probit
Z∞
G (z ) = Φ (z ) = φ (z ) dz

em que
1/2 z2
φ (z ) = (2π ) exp 2

Ambas as funções possuem as seguintes propriedades:


z ! ∞ ) G (z ) ! 0 e z ! ∞ ) G (z ) ! 1

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 10 / 42


Grá…co 2 - Função logística

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Grá…co 3 - Probabilidade de pescar no barco versus pier

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 12 / 42


Modelos probit e logit: variável latente
Os modelos de variável dependente binária podem ser vistos como um
modelo de variável latente. O que é uma variável latente?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 13 / 42


Modelos probit e logit: variável latente
Os modelos de variável dependente binária podem ser vistos como um
modelo de variável latente. O que é uma variável latente?
Suponha que desejamos explicar uma variável não observada y . No
entanto, observamos apenas y que assume o valor 0 ou 1 caso
determinado valor (threshold ou limiar) seja alcançado. Que exemplo
podemos dar deste tipo de modelagem?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 13 / 42


Modelos probit e logit: variável latente
Os modelos de variável dependente binária podem ser vistos como um
modelo de variável latente. O que é uma variável latente?
Suponha que desejamos explicar uma variável não observada y . No
entanto, observamos apenas y que assume o valor 0 ou 1 caso
determinado valor (threshold ou limiar) seja alcançado. Que exemplo
podemos dar deste tipo de modelagem?
Se estivermos modelando, por exemplo, o mercado de trabalho
podemos dizer que y pode ser o desejo de trabalhar (salário reserva?)
0
y = x β+u
Observamos esta variável? O que observamos?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 13 / 42


Modelos probit e logit: variável latente
Os modelos de variável dependente binária podem ser vistos como um
modelo de variável latente. O que é uma variável latente?
Suponha que desejamos explicar uma variável não observada y . No
entanto, observamos apenas y que assume o valor 0 ou 1 caso
determinado valor (threshold ou limiar) seja alcançado. Que exemplo
podemos dar deste tipo de modelagem?
Se estivermos modelando, por exemplo, o mercado de trabalho
podemos dizer que y pode ser o desejo de trabalhar (salário reserva?)
0
y = x β+u
Observamos esta variável? O que observamos?
Infelizmente observamos apenas
1 se y > 0
y=
0 se y 0

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 13 / 42


Modelos probit e logit: variável latente

Assim,

P [y = 1jx] = P [y > 0jx]


h 0 i
= P x β + u > 0jx
h 0
i
= P u < x β jx
0
= G xβ

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Modelos probit e logit: especi…cação e interpretação
Lembre-se que a regressão a ser estimada é dada por
P (y = 1jx) = G ( β0 + xβ)
Como interpretar o coe…ciente? De outro modo: como estimar o
efeito de xj na probabilidade P (y = 1jx)?

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Modelos probit e logit: especi…cação e interpretação
Lembre-se que a regressão a ser estimada é dada por
P (y = 1jx) = G ( β0 + xβ)
Como interpretar o coe…ciente? De outro modo: como estimar o
efeito de xj na probabilidade P (y = 1jx)?
Assim, temos que o efeito parcial de xj sobre p (x) é
∂p (x)
= g ( β0 + xβ) βj
∂xj
dG (z )
em que g (z ) = dz . Repare que o efeito parcial segue o sinal de βj .

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Modelos probit e logit: especi…cação e interpretação
Lembre-se que a regressão a ser estimada é dada por
P (y = 1jx) = G ( β0 + xβ)
Como interpretar o coe…ciente? De outro modo: como estimar o
efeito de xj na probabilidade P (y = 1jx)?
Assim, temos que o efeito parcial de xj sobre p (x) é
∂p (x)
= g ( β0 + xβ) βj
∂xj
dG (z )
em que g (z ) = dz . Repare que o efeito parcial segue o sinal de βj .
Como calcular o efeito de uma variável explicativa binária ou o
aumento em uma unidade em uma variável contínua?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 15 / 42


Modelos probit e logit: especi…cação e interpretação
Lembre-se que a regressão a ser estimada é dada por
P (y = 1jx) = G ( β0 + xβ)
Como interpretar o coe…ciente? De outro modo: como estimar o
efeito de xj na probabilidade P (y = 1jx)?
Assim, temos que o efeito parcial de xj sobre p (x) é
∂p (x)
= g ( β0 + xβ) βj
∂xj
dG (z )
em que g (z ) = dz . Repare que o efeito parcial segue o sinal de βj .
Como calcular o efeito de uma variável explicativa binária ou o
aumento em uma unidade em uma variável contínua?
Estes efeito serão dados respectivamente por
G ( β0 + β1 + β2 x2 + + βk xk ) G ( β0 + β2 x2 + + βk xk )
G ( β0 + β1 x1 + + βk (ck + 1)) G ( β0 + β1 x1 + + βk (ck ))
repare que em todos os casos o efeito parcial depende de xj .
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Tabela 1 - Probabilidades e efeitos marginais dos modelos de
variáveis dependentes binárias
Modelo Probabilidade P [y = 1jx] Efeito Marginal
h (∂p/∂x
i j)
0 exβ 0 0
Logit Λ xβ = 1 +e x β
Λ xβ 1 Λ xβ βj
Z∞
0 0
Probit Φ xβ = φ (z ) dz φ x β βj

0
MPL xβ βj

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Modelos probit e logit: especi…cação e interpretação
Como resolver o problema do efeito parcial ser dependente de xj ?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 17 / 42


Modelos probit e logit: especi…cação e interpretação
Como resolver o problema do efeito parcial ser dependente de xj ?
Uma alternativa seria substituir cada variável explicativa pela sua
respectiva média, ou seja,
∂p (x) b β
=g b
β0 + b
β1 x1 + b
β2 x2 + +b
βk xk βj = g b
β0 + x β j
∂xj
obtemos o efeito parcial na média (PEA).

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Modelos probit e logit: especi…cação e interpretação
Como resolver o problema do efeito parcial ser dependente de xj ?
Uma alternativa seria substituir cada variável explicativa pela sua
respectiva média, ou seja,
∂p (x) b β
=g b
β0 + b
β1 x1 + b
β2 x2 + +b
βk xk βj = g b
β0 + x β j
∂xj
obtemos o efeito parcial na média (PEA).
Algumas críticas:

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Modelos probit e logit: especi…cação e interpretação
Como resolver o problema do efeito parcial ser dependente de xj ?
Uma alternativa seria substituir cada variável explicativa pela sua
respectiva média, ou seja,
∂p (x) b β
=g b
β0 + b
β1 x1 + b
β2 x2 + +b
βk xk βj = g b
β0 + x β j
∂xj
obtemos o efeito parcial na média (PEA).
Algumas críticas:
existe certa di…culdade de interpretar variáveis binárias;

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 17 / 42


Modelos probit e logit: especi…cação e interpretação
Como resolver o problema do efeito parcial ser dependente de xj ?
Uma alternativa seria substituir cada variável explicativa pela sua
respectiva média, ou seja,
∂p (x) b β
=g b
β0 + b
β1 x1 + b
β2 x2 + +b
βk xk βj = g b
β0 + x β j
∂xj
obtemos o efeito parcial na média (PEA).
Algumas críticas:
existe certa di…culdade de interpretar variáveis binárias;
o que fazer quando temos funções não lineares como, por exemplo, x 2
ou ln (x ).

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Modelos probit e logit: especi…cação e interpretação
Como resolver o problema do efeito parcial ser dependente de xj ?
Uma alternativa seria substituir cada variável explicativa pela sua
respectiva média, ou seja,
∂p (x) b β
=g b
β0 + b
β1 x1 + b
β2 x2 + +b
βk xk βj = g b
β0 + x β j
∂xj
obtemos o efeito parcial na média (PEA).
Algumas críticas:
existe certa di…culdade de interpretar variáveis binárias;
o que fazer quando temos funções não lineares como, por exemplo, x 2
ou ln (x ).
Um outro modo de realizar este cálculo é utilizar o efeito parcial
médio (APE ) " #
n
n ∑g b
1
β + xi bβ b
0 β j
i =1

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Modelos probit e logit: especi…cação e interpretação

Um outro modo de interpretar o modelo logit seria através da razão


de chances (odds ratios) ou risco relativo (relative risk) dado por
e (z )
p =
1 + e (z )
p 0
ln = xβ
1 p

suponha que ao testar um determinado medicamento temos os


seguintes resultados: y = 1 se o indivíduo sobreviveu e y = 0 caso ele
tenha falecido. Se
p
ln =2
1 p
qual será a interpretação deste resultado

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 18 / 42


Modelos probit e logit: estimação

Como estimar este modelo?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 19 / 42


Modelos probit e logit: estimação

Como estimar este modelo?


Devido ao formato não linear é utilizada a estimação por máxima
verossimilhança. De modo geral, como calcular um modelo de
máxima verossimilhança?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 19 / 42


Modelos probit e logit: estimação

Como estimar este modelo?


Devido ao formato não linear é utilizada a estimação por máxima
verossimilhança. De modo geral, como calcular um modelo de
máxima verossimilhança?
A função utilizada e sua log-verossimilhança são dadas
respectivamente por

f (y jxβ) = piy (1 pi )1 y
= [G (xβ)]y [1 G (xβ)]1 y

n
L ( β) = ∑ li ( β)
i =1

como encontrar β?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 19 / 42


Modelos probit e logit: estimação

As condições de primeira ordem levam a


n
yi 1 yi

0 0
G (xβ) x G (xβ) x = 0
i =1 Gi (xβ) 1 Gi (xβ)
n
yi Gi (xβ)

0
G (xβ) x = 0
i =1 Gi (xβ) [1 Gi (xβ)]

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Modelos probit e logit: estimação

As condições de primeira ordem levam a


n
yi 1 yi

0 0
G (xβ) x G (xβ) x = 0
i =1 Gi (xβ) 1 Gi (xβ)
n
yi Gi (xβ)

0
G (xβ) x = 0
i =1 Gi (xβ) [1 Gi (xβ)]

A solução deste problema produzirá um estimador b β que maximiza a


log-verossimilhança com as seguintes caracteristicas:

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 20 / 42


Modelos probit e logit: estimação

As condições de primeira ordem levam a


n
yi 1 yi

0 0
G (xβ) x G (xβ) x = 0
i =1 Gi (xβ) 1 Gi (xβ)
n
yi Gi (xβ)

0
G (xβ) x = 0
i =1 Gi (xβ) [1 Gi (xβ)]

A solução deste problema produzirá um estimador b β que maximiza a


log-verossimilhança com as seguintes caracteristicas:
consistente;

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Modelos probit e logit: estimação

As condições de primeira ordem levam a


n
yi 1 yi

0 0
G (xβ) x G (xβ) x = 0
i =1 Gi (xβ) 1 Gi (xβ)
n
yi Gi (xβ)

0
G (xβ) x = 0
i =1 Gi (xβ) [1 Gi (xβ)]

A solução deste problema produzirá um estimador b β que maximiza a


log-verossimilhança com as seguintes caracteristicas:
consistente;
assimptoticamente normal;

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 20 / 42


Modelos probit e logit: estimação

As condições de primeira ordem levam a


n
yi 1 yi

0 0
G (xβ) x G (xβ) x = 0
i =1 Gi (xβ) 1 Gi (xβ)
n
yi Gi (xβ)

0
G (xβ) x = 0
i =1 Gi (xβ) [1 Gi (xβ)]

A solução deste problema produzirá um estimador b β que maximiza a


log-verossimilhança com as seguintes caracteristicas:
consistente;
assimptoticamente normal;
assimptoticamente e…ciente.

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 20 / 42


Modelos probit e logit: estimação

As condições de primeira ordem levam a


n
yi 1 yi

0 0
G (xβ) x G (xβ) x = 0
i =1 Gi (xβ) 1 Gi (xβ)
n
yi Gi (xβ)

0
G (xβ) x = 0
i =1 Gi (xβ) [1 Gi (xβ)]

A solução deste problema produzirá um estimador b β que maximiza a


log-verossimilhança com as seguintes caracteristicas:
consistente;
assimptoticamente normal;
assimptoticamente e…ciente.
Como saber se o modelo possui um bom ajuste aos dados?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 20 / 42


Modelos probit e logit: estimação

Podemos utilizar novamente a percentagem corretamente predita


dada por 8
< yei = 1 se G b β0 + xi b
β 0, 5
: yei = 0 se G b
β0 + xi b
β < 0, 5

Repare que temos quatro possíveis resultados para o par (yi , yei ).
Existem críticas a esta abordagem?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 21 / 42


Modelos probit e logit: estimação

Podemos utilizar novamente a percentagem corretamente predita


dada por 8
< yei = 1 se G b β0 + xi b
β 0, 5
: yei = 0 se G b
β0 + xi b
β < 0, 5

Repare que temos quatro possíveis resultados para o par (yi , yei ).
Existem críticas a esta abordagem?
O R 2 dos modelos Probit e Logit são denominados como Pseudo R 2 .

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 21 / 42


Tabela 2 - Estimação modelo probabilidade

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 22 / 42


Modelo Tobit
Existe um tipo de variável dependente limitada cujo a quantidade de
zeros não é desprezível. Denominamos esta situação de solução de
canto.

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 23 / 42


Modelo Tobit
Existe um tipo de variável dependente limitada cujo a quantidade de
zeros não é desprezível. Denominamos esta situação de solução de
canto.
Alguns exemplos:

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 23 / 42


Modelo Tobit
Existe um tipo de variável dependente limitada cujo a quantidade de
zeros não é desprezível. Denominamos esta situação de solução de
canto.
Alguns exemplos:
gastos com bebidas alcoolicas;

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 23 / 42


Modelo Tobit
Existe um tipo de variável dependente limitada cujo a quantidade de
zeros não é desprezível. Denominamos esta situação de solução de
canto.
Alguns exemplos:
gastos com bebidas alcoolicas;
doações a instituições …lantropicas;

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 23 / 42


Modelo Tobit
Existe um tipo de variável dependente limitada cujo a quantidade de
zeros não é desprezível. Denominamos esta situação de solução de
canto.
Alguns exemplos:
gastos com bebidas alcoolicas;
doações a instituições …lantropicas;
consumo de drogas;

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 23 / 42


Modelo Tobit
Existe um tipo de variável dependente limitada cujo a quantidade de
zeros não é desprezível. Denominamos esta situação de solução de
canto.
Alguns exemplos:
gastos com bebidas alcoolicas;
doações a instituições …lantropicas;
consumo de drogas;
Seja y uma variável essencialmente contínua ao longo de valores
estritamente positivos, mas que assuma zero com probabilidade
positiva. Podemos utilizar MQO neste caso? Por que?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 23 / 42


Modelo Tobit
Existe um tipo de variável dependente limitada cujo a quantidade de
zeros não é desprezível. Denominamos esta situação de solução de
canto.
Alguns exemplos:
gastos com bebidas alcoolicas;
doações a instituições …lantropicas;
consumo de drogas;
Seja y uma variável essencialmente contínua ao longo de valores
estritamente positivos, mas que assuma zero com probabilidade
positiva. Podemos utilizar MQO neste caso? Por que?
Alguns problemas ao utilizar MQO:

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 23 / 42


Modelo Tobit
Existe um tipo de variável dependente limitada cujo a quantidade de
zeros não é desprezível. Denominamos esta situação de solução de
canto.
Alguns exemplos:
gastos com bebidas alcoolicas;
doações a instituições …lantropicas;
consumo de drogas;
Seja y uma variável essencialmente contínua ao longo de valores
estritamente positivos, mas que assuma zero com probabilidade
positiva. Podemos utilizar MQO neste caso? Por que?
Alguns problemas ao utilizar MQO:
valores preditos negativos;

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 23 / 42


Modelo Tobit
Existe um tipo de variável dependente limitada cujo a quantidade de
zeros não é desprezível. Denominamos esta situação de solução de
canto.
Alguns exemplos:
gastos com bebidas alcoolicas;
doações a instituições …lantropicas;
consumo de drogas;
Seja y uma variável essencialmente contínua ao longo de valores
estritamente positivos, mas que assuma zero com probabilidade
positiva. Podemos utilizar MQO neste caso? Por que?
Alguns problemas ao utilizar MQO:
valores preditos negativos;
efeito parcial constante;

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 23 / 42


Modelo Tobit
Existe um tipo de variável dependente limitada cujo a quantidade de
zeros não é desprezível. Denominamos esta situação de solução de
canto.
Alguns exemplos:
gastos com bebidas alcoolicas;
doações a instituições …lantropicas;
consumo de drogas;
Seja y uma variável essencialmente contínua ao longo de valores
estritamente positivos, mas que assuma zero com probabilidade
positiva. Podemos utilizar MQO neste caso? Por que?
Alguns problemas ao utilizar MQO:
valores preditos negativos;
efeito parcial constante;
heteroscedasticidade;

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 23 / 42


Modelo Tobit
Existe um tipo de variável dependente limitada cujo a quantidade de
zeros não é desprezível. Denominamos esta situação de solução de
canto.
Alguns exemplos:
gastos com bebidas alcoolicas;
doações a instituições …lantropicas;
consumo de drogas;
Seja y uma variável essencialmente contínua ao longo de valores
estritamente positivos, mas que assuma zero com probabilidade
positiva. Podemos utilizar MQO neste caso? Por que?
Alguns problemas ao utilizar MQO:
valores preditos negativos;
efeito parcial constante;
heteroscedasticidade;
semelhante ao MPL a inferência será apenas assintótica devido a
quantidade de zeros (distribuição não normal);
Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 23 / 42
Modelo Tobit
O modelo Tobit relacionada a variável dependente observada a uma
variável latente
y = β0 + xβ + u
y = max (0, y )
como aplicar este modelo a um caso real?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 24 / 42


Modelo Tobit
O modelo Tobit relacionada a variável dependente observada a uma
variável latente
y = β0 + xβ + u
y = max (0, y )
como aplicar este modelo a um caso real?
Em último caso estamos modelando a probabilidade da ocorrência de
zeros, ou seja,
P (y = 0jx) = P (y < 0jx) =
= P (xβ + u < 0jx) =
= P (u < xβjx)
u xβ
= P < jx
σ σ
xβ xβ
= Φ =1 Φ
σ σ

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 24 / 42


Modelo Tobit
Assim, a densidade de y dado x será dada por
8 h i h i
< 2πσ2 1/2 exp (y xβ)2 1 (y xβ)
2σ 2 = σ φ σ , y >0
: P (y = 0jx) = 1 Φ

σ
ou
" #d
1 d
1 1 2 xβ
p exp (y xβ) 1 Φ
(2πσ2 ) 2σ2 σ
como obter os parâmetros?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 25 / 42


Modelo Tobit
Assim, a densidade de y dado x será dada por
8 h i h i
< 2πσ2 1/2 exp (y xβ)2 1 (y xβ)
2σ 2 = σ φ σ , y >0
: P (y = 0jx) = 1 Φ

σ
ou
" #d
1 d
1 1 2 xβ
p exp (y xβ) 1 Φ
(2πσ2 ) 2σ2 σ
como obter os parâmetros?
A log-verossimilhança será dada por
n
1 1 1
L β; σ 2 = ∑ di 2
ln (2π )
2
ln σ2
2σ2
(yi xi β)2 +
i =1
xi β
+ (1 di ) ln 1 Φ
σ

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 25 / 42


Modelo Tobit

Por …m as condições de primeira ordem são dadas por


N
∂L 1 σφi
∂β
= ∑ σ2 di (yi xβ) (1 di )
(1 Φi )
xi = 0
i =1
( ! )
∂L N
1 (yi xβ)2 φi xβ 1
∂σ2
= ∑ di
2σ2
+
2σ4
+ (1 di )
(1 Φi ) 2σ3
=
i =1

como obter o vetor β?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 26 / 42


Modelo Tobit

Por …m as condições de primeira ordem são dadas por


N
∂L 1 σφi
∂β
= ∑ σ2 di (yi xβ) (1 di )
(1 Φi )
xi = 0
i =1
( ! )
∂L N
1 (yi xβ)2 φi xβ 1
∂σ2
= ∑ di
2σ2
+
2σ4
+ (1 di )
(1 Φi ) 2σ3
=
i =1

como obter o vetor β?


Como calcular E (y jx)?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 26 / 42


Modelo Tobit

Fica claro que para calcularmos E (y jx) é necessário levar em


consideração as características com relação a quantidade de zeros, ou
seja,

E (y jx) = P (y = 0jx) 0 + P (y > 0) E (y jx, y > 0) =


= P (y > 0) E (y jx, y > 0)

como calcular estas duas medidas?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 27 / 42


Modelo Tobit

Fica claro que para calcularmos E (y jx) é necessário levar em


consideração as características com relação a quantidade de zeros, ou
seja,

E (y jx) = P (y = 0jx) 0 + P (y > 0) E (y jx, y > 0) =


= P (y > 0) E (y jx, y > 0)

como calcular estas duas medidas?


Para calcular a primeira medida, P (y > 0), basta estimar um modeo
probit em que este assume o valor 1 (representado por w = 1) se
y > 0 e 0 (representado por w = 0) caso contrário


P (w = 1jx) = P (y > 0jx) = P (u > xβjx) = Φ
σ

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 27 / 42


Modelo Tobit
Para calcular a segunda medida, E (y jx, y > 0), é necessário lembrar
alguns fatos de variáveis aleatórias normalmente distribuidas. Se
z Normal (0, 1)
então para qualquer constante c
φ (c )
E (z jz > c ) =
1 Φ (c )
então
u u xβ φ (xβ/σ)
E (u ju > xβ) = σE j > =σ =
σ σ σ 1 Φ (xβ/σ)

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 28 / 42


Modelo Tobit
Para calcular a segunda medida, E (y jx, y > 0), é necessário lembrar
alguns fatos de variáveis aleatórias normalmente distribuidas. Se
z Normal (0, 1)
então para qualquer constante c
φ (c )
E (z jz > c ) =
1 Φ (c )
então
u u xβ φ (xβ/σ)
E (u ju > xβ) = σE j > =σ =
σ σ σ 1 Φ (xβ/σ)
Assim,
E (y jx, y > 0) = xβ + E (u ju > xβ) =

= xβ + σλ
σ
Podemos simplesmente aplicar o estimador de MQO nas observações
yAlan>Costa
0? (UFOP) Microeconometria Março 2013 28 / 42
Modelo Tobit
A medida

xβ φ σ
λ =

σ Φ σ

é denominada razão inversa de Mills

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 29 / 42


Modelo Tobit
A medida

xβ φ σ
λ =

σ Φ σ

é denominada razão inversa de Mills


Lembrando, queremos estimar
E (y jx) = P (y > 0) E (y jx, y > 0)
substituindo P ( ) e E ( ) tem-se
xβ xβ
E (y jx) = Φ xβ + σλ =
σ σ
xβ xβ
= Φ xβ + σφ
σ σ
…ca claro que a estimação, no caso de modelos Tobit, é claramente
não linear. Como obter os efeitos marginais?
Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 29 / 42
Modelo Tobit

O efeito marginal das observações estritamente positivas será


dado por
∂E (y jx, y > 0) dλ xβ
= βj + βj =
∂xj dxj σ
xβ xβ xβ
= βj 1 λ +λ
σ σ σ
como obter o efeito marginal já que este dependente de λ ( )?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 30 / 42


Modelo Tobit

O efeito marginal das observações estritamente positivas será


dado por
∂E (y jx, y > 0) dλ xβ
= βj + βj =
∂xj dxj σ
xβ xβ xβ
= βj 1 λ +λ
σ σ σ
como obter o efeito marginal já que este dependente de λ ( )?
O efeito marginal para todas as observações (y 0) será dado por

∂E (y jx) xβ
= βj Φ
∂xj σ

como obter o efeito marginal já que este dependente de Φ ( )?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 30 / 42


Modelo Tobit

O efeito marginal das observações estritamente positivas será


dado por
∂E (y jx, y > 0) dλ xβ
= βj + βj =
∂xj dxj σ
xβ xβ xβ
= βj 1 λ +λ
σ σ σ
como obter o efeito marginal já que este dependente de λ ( )?
O efeito marginal para todas as observações (y 0) será dado por

∂E (y jx) xβ
= βj Φ
∂xj σ

como obter o efeito marginal já que este dependente de Φ ( )?


Qual a validade da estimação do Tobit e a hipótese de normalidade e
homoscedasticidade?
Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 30 / 42
Modelo Tobit

Suponha uma amostra de 753 mulheres casadas sendo que


428 mulheres trabalham;
dentre as que trabalham a quantidade de horas trabalhadas varia de 12
a 4.950 horas anuais;
Como estimar este modelo? Como justi…car a metodologia utilizada

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 31 / 42


Tabela 3 - Estimação de MQO e Tobit de horas anuais trabalhadas
Variaveis independentes MQO Tobit
Renda -3,45 -8,81
educ 28,76 80,65
exper 65,67 131,56
exper2 -0,70 -1,86
idade -30,51 -54,41
…lhounder6 -442,09 -894,02
…lhobetween(6 18) 32,78 -16,22
constante 1.330,48 965,31
Valor de Log-verossimilhança - -3.819,09
R-Quadrado 0,266 0,274
b
σ 750,18 1.122,02

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 32 / 42


Modelo de Poisson
Podemos modelar valores de y não negativos em que este está
relacionado a contagem de alguns eventos.

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 33 / 42


Modelo de Poisson
Podemos modelar valores de y não negativos em que este está
relacionado a contagem de alguns eventos.
Alguns exemplos:

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 33 / 42


Modelo de Poisson
Podemos modelar valores de y não negativos em que este está
relacionado a contagem de alguns eventos.
Alguns exemplos:
número de …lhos de uma mulher;

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 33 / 42


Modelo de Poisson
Podemos modelar valores de y não negativos em que este está
relacionado a contagem de alguns eventos.
Alguns exemplos:
número de …lhos de uma mulher;
número de vezes em que o indivíduo foi preso durante o ano;

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 33 / 42


Modelo de Poisson
Podemos modelar valores de y não negativos em que este está
relacionado a contagem de alguns eventos.
Alguns exemplos:
número de …lhos de uma mulher;
número de vezes em que o indivíduo foi preso durante o ano;
número de patentes solicitadas por uma …rma;

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 33 / 42


Modelo de Poisson
Podemos modelar valores de y não negativos em que este está
relacionado a contagem de alguns eventos.
Alguns exemplos:
número de …lhos de uma mulher;
número de vezes em que o indivíduo foi preso durante o ano;
número de patentes solicitadas por uma …rma;
Um possível modo de levar em consideração a característica dos
dados podemos utilizar a seguinte função para modelar y

E (y jx1 , x2 , ..., xk ) = exp ( β0 + β1 x1 + ... + βk xk )

como interpretar os parâmetros?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 33 / 42


Modelo de Poisson
Podemos modelar valores de y não negativos em que este está
relacionado a contagem de alguns eventos.
Alguns exemplos:
número de …lhos de uma mulher;
número de vezes em que o indivíduo foi preso durante o ano;
número de patentes solicitadas por uma …rma;
Um possível modo de levar em consideração a característica dos
dados podemos utilizar a seguinte função para modelar y

E (y jx1 , x2 , ..., xk ) = exp ( β0 + β1 x1 + ... + βk xk )

como interpretar os parâmetros?


A interpretação é facilitada quando aplicamos o log

ln [E (y jx1 , x2 , ..., xk )] = β0 + β1 x1 + ... + βk xk

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 33 / 42


Modelo de Poisson
Podemos utilizar a distribuição normal para modelar este tipo de
variável. Por que?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 34 / 42


Modelo de Poisson
Podemos utilizar a distribuição normal para modelar este tipo de
variável. Por que?
Suponha que estamos diante de um modelo de poisson em que a
distribuição é determinada inteiramente pela sua média
e µ µy
f (y jx ) = y = 0, 1, 2, ...
y!
E (y jx) = Var (y jx)

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 34 / 42


Modelo de Poisson
Podemos utilizar a distribuição normal para modelar este tipo de
variável. Por que?
Suponha que estamos diante de um modelo de poisson em que a
distribuição é determinada inteiramente pela sua média
e µ µy
f (y jx ) = y = 0, 1, 2, ...
y!
E (y jx) = Var (y jx)
Assim, utilizando a distribuição de poisson tem-se
exp [ exp (xβ)] [exp (xβ)]h
P (y = h jx) = h = 0, 1, ...
h!

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 34 / 42


Modelo de Poisson
Podemos utilizar a distribuição normal para modelar este tipo de
variável. Por que?
Suponha que estamos diante de um modelo de poisson em que a
distribuição é determinada inteiramente pela sua média
e µ µy
f (y jx ) = y = 0, 1, 2, ...
y!
E (y jx) = Var (y jx)
Assim, utilizando a distribuição de poisson tem-se
exp (xβ)] [exp (xβ)]h
exp [
P (y = h jx) = h = 0, 1, ...
h!
Como o modelo é não linear podemos utilizar o estimador de máxima
verossimilhança
n n
L ( β) = ∑ l ( β) = ∑ fyi xi β exp (xi β)g
i =1 i =1

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 34 / 42


Modelo de Poisson

O efeito marginal de x em y no modelo de Poisson é dado por

∂E (y jx)
= exp (xβ) βj
∂xj

o efeito é constante? Como interpretar?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 35 / 42


Modelo de Poisson

O efeito marginal de x em y no modelo de Poisson é dado por

∂E (y jx)
= exp (xβ) βj
∂xj

o efeito é constante? Como interpretar?


Estamos sob a seguinte hipótese

E (y jx) = Var (y jx)

e caso esta igualdade não for satisfeita? As estimações são válidas?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 35 / 42


Modelo de Poisson

O efeito marginal de x em y no modelo de Poisson é dado por

∂E (y jx)
= exp (xβ) βj
∂xj

o efeito é constante? Como interpretar?


Estamos sob a seguinte hipótese

E (y jx) = Var (y jx)

e caso esta igualdade não for satisfeita? As estimações são válidas?


Uma hipótese menos restritiva seria

Var (y jx) = σ2 E (y jx)

quando σ2 > 1 temos superdispersão e σ2 < 1 subdispersão

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 35 / 42


Modelos de regressão censurada

O problema de censura dos dados está relacionado ao vetor y .

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 36 / 42


Modelos de regressão censurada

O problema de censura dos dados está relacionado ao vetor y .


Suponha que

yi = β0 + xi β + ui
wi = min (yi , ci )

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 36 / 42


Modelos de regressão censurada

O problema de censura dos dados está relacionado ao vetor y .


Suponha que

yi = β0 + xi β + ui
wi = min (yi , ci )

Um exemplo de censura a direita seria a codi…cação superior em


algumas pesquisas. Qual o problema de utilizar o estimador de MQO
neste tipo de dado?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 36 / 42


Modelos de regressão censurada

O problema de censura dos dados está relacionado ao vetor y .


Suponha que

yi = β0 + xi β + ui
wi = min (yi , ci )

Um exemplo de censura a direita seria a codi…cação superior em


algumas pesquisas. Qual o problema de utilizar o estimador de MQO
neste tipo de dado?
Neste caso o estimador de MQO será inconsistente!

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 36 / 42


Modelos de regressão censurada

O problema de censura dos dados está relacionado ao vetor y .


Suponha que

yi = β0 + xi β + ui
wi = min (yi , ci )

Um exemplo de censura a direita seria a codi…cação superior em


algumas pesquisas. Qual o problema de utilizar o estimador de MQO
neste tipo de dado?
Neste caso o estimador de MQO será inconsistente!
No caso do Tobit estavamos modelando um comportamento
econômico que gerava uma quantidade elevada de zeros na amostra.
E no caso de censura? Como resolver o problema?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 36 / 42


Modelos de regressão censurada
Repare que temos uma amostra aleatória consituida pelo par (xi ; wi ).
Como estimar o modelo?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 37 / 42


Modelos de regressão censurada
Repare que temos uma amostra aleatória consituida pelo par (xi ; wi ).
Como estimar o modelo?
Para observações não censuradas teremos wi = yi . E para
observações censuradas?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 37 / 42


Modelos de regressão censurada
Repare que temos uma amostra aleatória consituida pelo par (xi ; wi ).
Como estimar o modelo?
Para observações não censuradas teremos wi = yi . E para
observações censuradas?
Neste caso é necessário calcular qual será a probabilidade de
ocorrência do valor da censura
P (wi = ci jxi ) = P (yi ci jxi ) =
= P (ui ci xβjxi ) =
c xβ
= 1 Φ
σ

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 37 / 42


Modelos de regressão censurada
Repare que temos uma amostra aleatória consituida pelo par (xi ; wi ).
Como estimar o modelo?
Para observações não censuradas teremos wi = yi . E para
observações censuradas?
Neste caso é necessário calcular qual será a probabilidade de
ocorrência do valor da censura
P (wi = ci jxi ) = P (yi ci jxi ) =
= P (ui ci xβjxi ) =
c xβ
= 1 Φ
σ
Combinando as duas partes tem-se
8 h i
< 1 Φ ci xβ w = ci
f (w jxi , ci ) = h σ i
: 1 φ w xβ w < ci
σ σ

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 37 / 42


Modelos de regressão truncada
A censura afeta apenas a variável y . Quando a amostra é truncada y
e x serão afetados.

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 38 / 42


Modelos de regressão truncada
A censura afeta apenas a variável y . Quando a amostra é truncada y
e x serão afetados.
Podemos ter truncation from below
y = y se y > ci
Qual o problema ao aplicar MQO?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 38 / 42


Modelos de regressão truncada
A censura afeta apenas a variável y . Quando a amostra é truncada y
e x serão afetados.
Podemos ter truncation from below
y = y se y > ci
Qual o problema ao aplicar MQO?
Neste caso não temos uma amostra aleatória: o par (x, y ) é
observado apenas quando yi ci

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 38 / 42


Modelos de regressão truncada
A censura afeta apenas a variável y . Quando a amostra é truncada y
e x serão afetados.
Podemos ter truncation from below
y = y se y > ci
Qual o problema ao aplicar MQO?
Neste caso não temos uma amostra aleatória: o par (x, y ) é
observado apenas quando yi ci
Para estimar βj precisamos da distribuição de yi dados yi ci e xi .
f y jx, β, σ2
g (y jx, c ) = y c
F (c jx, β, σ2 )
como obter os estimadores?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 38 / 42


Modelos de regressão truncada
A censura afeta apenas a variável y . Quando a amostra é truncada y
e x serão afetados.
Podemos ter truncation from below
y = y se y > ci
Qual o problema ao aplicar MQO?
Neste caso não temos uma amostra aleatória: o par (x, y ) é
observado apenas quando yi ci
Para estimar βj precisamos da distribuição de yi dados yi ci e xi .
f y jx, β, σ2
g (y jx, c ) = y c
F (c jx, β, σ2 )
como obter os estimadores?
Exemplo: Hausman e Wise (1977) utilizaram dados de um
experimento de imposto de renda negativo para estudar vários
determinantes de receita. Para ser incluida no estudo uma família
deveria ter renda inferior a 1,5 vezes a linha de pobreza.
Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 38 / 42
Correção de seleção amostral

As vezes a amostra selecionada não é aleatória;

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 39 / 42


Correção de seleção amostral

As vezes a amostra selecionada não é aleatória;


Um tipo de seleção amostral é dado pelo seguinte modelo

y = xβ + u
s = 1 [zγ + v 0]

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 39 / 42


Correção de seleção amostral

As vezes a amostra selecionada não é aleatória;


Um tipo de seleção amostral é dado pelo seguinte modelo

y = xβ + u
s = 1 [zγ + v 0]

Aplicando o valor esperado em y

E (y jz,v ) = xβ + E (u jz, v ) =
= xβ + E (u jv )
= xβ + ρλ (zγ)

em λ ( ) é o inverso da razão de mills

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Correção de seleção amostral

Como estimar esta equação?

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 40 / 42


Correção de seleção amostral

Como estimar esta equação?


A estimação é realizada em dois estágios

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 40 / 42


Correção de seleção amostral

Como estimar esta equação?


A estimação é realizada em dois estágios
No primeiro estágio estima-se o inverso da razão de mills

P (s = 1jz) = Φ (zγ)

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 40 / 42


Correção de seleção amostral

Como estimar esta equação?


A estimação é realizada em dois estágios
No primeiro estágio estima-se o inverso da razão de mills

P (s = 1jz) = Φ (zγ)

Obtenha o predito do primeiro estágio e estime a seguinte regressão


b
y = xβ + λ

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Como estimar estes modelos no Stata?
Probit
probit depvar indepvars
Logit
logit depvar indepvars
Tobit
tobit depvar indepvars, ll()
Poisson
poisson depvar indepvars
Seleção amostral
heckman depvar indepvars, select(varlist_s)

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Referência

Cameron e Trivedi (2005)


Wooldridge (2002)
Wooldridge (2010) [cap. 7, p.233-236] [cap.17]

Alan Costa (UFOP) Microeconometria Março 2013 42 / 42

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