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Um romance por J.F Rozza.

Uma história onde a vida real se embaralha à ficção

Cafajeste & Sedutor


Essa é uma versão prévia, nos próximos dias
atualizaremos para uma versão totalmente revisada.
Prólogo do Anoitecer da Sexta-feira
A solitude do Cafajeste
Faz praticamente dez anos que não consumo mais açúcar e mesmo
assim o meu café da sexta-feira, sempre tem um sabor adocicado.
Talvez meu paladar desperte na sexta-feira relembrando o doce
sabor da última mulher que esteve em minha cama.
Antes que você cogite pensar, eu já deixarei claro que eu não sou
nenhum tarado e esse aqui não é um livro de terror e suspense de
perseguição, esse livro retrata a minha admiração e amor pelas
mulheres e a minha incapacidade de resistir aos seus encantos.
Minha última sexta-feira foi maravilhosa e só de lembrar dela minha
boca saliva. Seu nome era Angela, uma linda morena que estava de
passagem pela cidade. Eu moro no litoral brasileiro, em Balneário
Camboriú e a cidade é famosa pelo turismo, onde milhares de
pessoas de todos os cantos do país vem e vão todos os dias. Na
maioria turistas de passagem pela cidade, e aqui é o local perfeito
para amores de fim de semana. Tal pratica de amar por um dia,
tornou-se um Hobby e um vício.
Passamos o final de semana juntos e foi algo incrível. A conheci em
um restaurante onde fui jantar antes de ir ao Club, enquanto jantava
sozinho, imediatamente reparei nela, sentada no bar tomando um
coquetel com canudo, quando nossos olhares se cruzaram, dei um
sorriso malicioso e logo ela retribuiu. Terminamos a noite à bordo da
minha lancha, ancorados próximos a uma ilha vendo o nascer do
sol.
Eu tenho uma lancha que é onde gosto de terminar minhas
noitadas, pois não gosto de levar desconhecidas para minha casa,
meu lar. A lancha tem dois andares, é pequena para chamar de iate
e é grande para chamar de barco. Tem uma suíte, uma cozinha e
um grande deck. As vezes quando marco um jantar, chamo-a para a
minha lancha e jantamos em alto mar.
Ou eu mesmo cozinho ou quando não estou afim de ir pra cozinha,
chamo um cheff para preparar o prato principal. Ainda há a
vantagem, de ser uma experiência incrível para qualquer pessoa,
passar um fim de semana a bordo, explorando as maravilhosas
praias do litoral catarinense.
Eu não gosto de desfilar publicamente mulheres diferentes todas as
sextas, pois há uma imagem a zelar e esse é um mandamento
fundamental para ter uma longa vida como cafajeste. Estar a bordo
do barco, passear e navegar pra mim é rotineiro e prazeroso, para a
convidada, as vezes é um evento único nunca antes feito na vida.
Em dias de chuva forte, eu acabo indo para um hotel, que também
tenha uma boa estrutura e podemos aproveitar de igual forma o fim
de semana.
Com Angela, passamos o sábado em alto mar, descendo em
algumas praias desertas e tive sua beleza toda para mim. Fizemos
um piquenique em uma praia deserta, mergulhamos e exploramos
as belezas da natureza e curtimos um ao outro. Na manhã do
domingo ela acordou primeiro e quando eu acordei ela já estava
totalmente arrumada e o temor da despedida começou enquanto o
café da manhã era servido.
Ao fim da manhã, atracamos na marina para almoçarmos em um
bom restaurante. Quando fui tomar um banho para sair com ela e
aproveitar nossas últimas horas juntos, ela chamou um Uber que a
buscou na marina e foi embora, da cidade, da minha cama e da
minha vida, deixando apenas um bilhete que dizia:
- Odeio despedidas e certamente eu iria chorar, borrar minha
maquiagem e principalmente não sei se teria forças para ir embora,
eu já estava apaixonada pela cidade e você tornou-se um forte
motivo para eu nunca mais querer partir. É melhor para ambos eu ir
embora assim.
Nossa despedida foi aquele beijo que me deu antes de me convidar
para o chuveiro, desculpa mentir que eu iria esperar você sair do
banho para almoçarmos juntos. Jamais te esquecerei. Beijos Angi
Provavelmente eu nunca mais a verei, ou talvez no próximo verão?
A magia dos amores passageiros é a incerteza de um reencontro.
Ela partiu mas fará parte das minhas lembranças para sempre.
Tenho certeza que ela jamais esquecerá o tempo que passamos
juntos, enquanto eu relembro dela, já começo a imaginar qual será o
gosto da conquista dessa noite. Quão marcante e significativo será
a noite de hoje? É essa adrenalina de não saber o que o futuro
reserva ao coração, que faz a vida de cafajeste ser tão
emocionante.
Sexta-feira, meu dia da semana preferido, desde criança a sexta
sempre é pra mim, o dia em que a refeição da noite tem que ser
especial. Pode ser um prato novo e exótico ou algo simples mas de
sabor intenso. Quando criança, minha mãe me servia pastel, pizza
ou cachorro quente, algo diferente do arroz e feijão da semana.
Quando adulto, meu gosto tornou-se requintado, e nas sextas-feiras
eu quero uma refeição especial e nova, tendo um gosto especial à
loiras, ruivas, morenas e mulatas. Uma mulher de cada vez, afinal
eu tenho apenas um pau para usar.
Ela precisa ser linda a ponto de me apaixonar por ela a primeira
vista, minhas paixões duram ao menos uma noite mas é uma noite
que jamais esquecerei.

É nesse dia que eu esqueço todas as minhas preocupações e vivo o


dia apenas para saciar meus desejos masculinos.
Engana-se você se pensou que isso se trata apenas de colocar o
pênis em um buraco quentinho e aconchegante, eu não admiro
buracos, não se pode conversar com buracos, buracos não me
conquistam. O que eu faço é mais do que gozar e ir embora.
É um desafio, onde você é desafiado a, em uma única noite, marcar
positivamente uma mulher para sempre. Ser marcante a ponto dela
jamais te esquecer.
Há tantas mulheres lindas e fascinantes no mundo que é impossível
eu escolher apenas uma. Não existem duas mulheres iguais no
mundo, mesmo que sua aparência seja idêntica, sua personalidade
não é. Cada mulher tem seu toque único e especial como flores em
um jardim, cada uma com um perfume diferente, uma cor diferente,
algumas vorazes e outras tímidas no seu desabrochar, mas até
mesmo as flores mais pálidas desabrocham para o homem que
sabe como tocá-las.
Cada curva, cada cheiro, gostos e manias, inteligência e
particularidades que cada uma possui, sou um grande fã da
delicadeza feminina e desde sempre entendi, que eu jamais me
contentaria em possuir uma só.

Ser um cafajeste é ser um “romântico” conquistador e pra mim isso


é um dom natural, desde sempre obtive sucesso com as mulheres.
Não importando a condição financeira, já fui a falência a ponto de
ficar sem nada, mas sem mulher não fiquei.
Até na adolescência, sem carro da família e sem dinheiro para
propor qualquer conforto. Até mesmo pra ir na minha casa fiz
patricinha andar de ônibus comigo e dividir um pastel e refri. O
homem quando sabe conquistar só precisa de si mesmo e nada
mais.
Muitos não sabem, mas desde a pré-escola eu sou “escritor”.
Quando aprendi a escrever as primeiras palavras eu logo tratei de
juntá-las em histórias, comecei a inventar poemas e os mandava
para as meninas do colégio, muitas vezes o mesmo poema para
várias meninas. Desde sempre entendi que obter sucesso nas
conquistas era uma questão de matemática, mande uma carta de
amor para várias e eventualmente uma irá responder.
Mandar uma carta para apenas uma, era depositar a esperança em
uma única chance, e deveria rezar para ter 100% de eficácia nessa
única probabilidade matemática que foi criada; Mande uma carta
para dez meninas, e há dez chances de ser correspondido, a uma
taxa de 10% de sucesso. A menina que retribuisse, seria a que eu
iria me apaixonar.
Eu nem sabia o que significava namorar quando conquistei as
primeiras paixonites.
Posso dizer para vocês que as primeiras mulheres que eu tive,
foram conquistadas por palavras e frases bonitas. A palavra tem
uma força incrível, e poderoso é aquele que sabe usá-las. A
primeira mulher com quem transei, lá pelos meus quatorze anos, era
uma menina mais velha que eu, ela deveria ter uns dezesseis anos
eu acho. Nessa época eu era um amante da literatura, devorava
todos os tipos de livros e quem lê também escreve.
Eu tinha um caderno onde eu escrevia histórias, poemas e
colecionava frases famosas e ela um dia “roubou” esse caderno
para ler e o levou pra casa, me ligou no meio da noite daquele
mesmo dia e conversamos a madrugada inteira, no dia seguinte fui
à casa dela e tive minha primeira experiência sexual. As palavras
desde sempre foram aliadas, as vezes até me colocaram em
situações ruins, mas quando comecei a escrever meus livros as
palavras me deixaram rico.
O primeiro mandamento, que vale tanto para você que quer ser um
bom conquistador ou um homem de diversas conexões intelectuais
é: seja comunicativo.
Aprenda a se comunicar de forma adequada, fale direito, não use
gírias, escreva corretamente, tenha sempre assuntos interessantes,
e infinitas serão suas recompensas. Tenha na sua cabeceira da
cama um bom livro esqueça o controle da televisão.
Quem tem boca vai a Roma e quem tem lábia termina na cama das
Italianas.
O dia de hoje não trata-se apenas de sexo, eu transo sempre que
quero, tenho uma longa lista de contatos e pouco tempo para
administrar, nunca falta sexo “fast-food”, aquele sexo onde não há
nenhuma conexão além de atingir o orgasmo e em seguida colocar
as calças e ir embora. Eu tento me poupar para um bom
desempenho nos encontros especiais, mas quando a vontade bate,
alivio não falta.
Nas sextas-feiras eu me perco em um novo sorriso e uma nova
aventura, poderia dizer que eu me apaixono por uma nova mulher
todas as sextas-feiras e mesmo que essa paixão dure apenas por
uma noite eu tenho certeza que ela jamais me esquecerá. Esse é o
meu Hobby, o meu esporte é amar. Amar uma mulher de forma tão
intensa e de tal maneira a ponto de tornar aquele momento
inesquecível.
Nas sextas-feiras eu me torno um “sommelier” de mulheres.
E eu não procuro mulheres incompatíveis comigo. Tem gente que só
procura mulher mais nova, mas particularmente nunca gostei de
meninas, eu gosto de mulher feita e desde muito novo entendi que
assim como o vinho que tem diversos sabores, sempre diferente de
acordo com a safra, uva e processo de criação, assim é com
algumas mulheres.
Descobri que sabores doces, ácidos e até mesmo amargos podem
ser apreciados pelo homem que der chance ao paladar.
E como disse antes, pra mim, mulheres são como um bom vinho, e
algumas tornam-se melhores conforme envelhecidas. Minha
professora de matemática da escola por exemplo, nos meus quinze
anos ela era totalmente insuportável, rigorosa, mal humorada e
constantemente descontava seu mau humor em minhas notas.
Mas quando fiz meus vinte cinco anos e a encontrei divorciada,
frequentando Pubs na minha cidade atrás de aventura e emoção,
precisei degustar e fiz ela gritar “nota dez” para o prédio inteiro ouvir.
Assim também foi com a cientista cética que gritou aleluia para
todos ouvirem.
Loiras, morenas, ruivas e mulatas. Personalidades fortes, simples
ou fáceis. Toda sexta-feira é um dia de conquista na vida de quem
prefere viver sozinho, sem esposa e compromissos familiares. Essa
solitude acompanha o cafajeste até que ele decida se aposentar da
cafajestagem. Pode ser que em numa dessas conquistas, eu acabe
sendo o conquistado, tudo pode acontecer quando se é livre.
Posso encontrar uma dessas mulheres e decidir fazer uma viagem
com ela, a conquista pode se estender por dias ou meses. Posso
proporcionar muito na relação, mas eu não trago tais cartas à mesa
na hora da conquista, não quero aproveitadoras, não são meus
bens que devem seduzi-las.
Devo ser aquele que conquista, afastando assim aquelas que se
aproximariam somente pelo que posso proporcionar.
Até hoje tive diversos relacionamentos, mas em algum momento da
relação meu lado cafajeste prevalece e as sextas-feiras voltam à
minha rotina. Eu posso entrar em novos relacionamentos, posso ser
fiel, mas essa não é uma condição fixa, porque o meu desejo maior
é ser livre.
Estranho é que o cafajeste pode entrar em um relacionamento, pode
casar-se e ter filhos, mas caso venha a se separar, ele sempre
saberá como viver sozinho, saberá como se virar e saberá como ser
um conquistador. É necessário apenas acordar esse lado se estiver
adormecido.
Eu não vivo apenas esperando pelo final de semana, tenho muitas
metas, trabalhar em meus objetivos nas horas úteis da semana e na
sexta com toda vida profissional organizada e estável, tenho como
hobby sair para “paquerar”.
Se não fosse pela noite de paquera, minha sexta, seguiria a mesma
rotina dos demais: acordo, tomo café e faço meu treino e em
seguida vou trabalhar. Almoço pelo centro e no fim da noite, as
vezes tomo alguma coisa com amigos ou vou direto pra casa,
estudar ou se o tédio bater acabo saindo jantar fora. Quarta-feira, no
meio da semana as vezes também pede por uma refeição especial.
Mas é somente na sexta que eu vivo inteiramente pra mim, ao invés
de ir para o escritório eu vou ao barbeiro, dar aquele trato no visual,
as vezes compro uma roupa nova, muitas vezes a essas horas eu
estou na estrada ou no avião, viajo bastante para qualquer lugar do
Brasil e do mundo. Meu “menu” é internacional e a “gastronomia” é
farta onde quer que eu esteja.
Hoje minha saída será local. Aqui em Balneário é época de alta
temporada e há diversos eventos acontecendo na cidade nesse final
de semana. Como sempre tem gente de todos os lugares do país,
os hotéis estão lotados e os ingressos do meu “Night Club” já estão
esgotados.
Sou dono de uma das principais boates da cidade e é onde vou com
certa frequência, mas não deixo que nenhuma provável conquista
saiba que sou o dono.
Quando estou lá, nas sextas-feiras eu não permito que os
funcionários me chamem de chefe ou me bajulem quando estou no
“club”, peço que me chamem de J.F, como se eu fosse apenas um
cliente conhecido, afinal de contas minha conquista tem que ser
real, tem que ser pelo que eu apresento às mulheres e não pelo que
elas sabem que eu tenho.

Única vantagem que eu exerço por ser dono é não ficar na fila para
entrar, eu entro pela porta dos fundos e ninguém me vê. Na hora de
ir embora, pago minha comanda com meu dinheiro pessoal e saio
pela porta da frente, igual à todos.
O segundo mandamento do cafajeste: (é algo que eu só depois de
experiente entendi a importância) seja discreto a respeito das suas
conquistas, qualquer conquista que seja. Eu nunca contei que ia
começar um negócio, até o negócio ser bem sucedido, eu nunca
contei que ia trocar de carro, até que estivesse de carro novo, nunca
contei que ia viajar até estar pendurando as fotos na parede.
As conquistas pertencem apenas a mim mesmo, e ser discreto a
respeito do que você possui é um dos segredos para atrair pessoas
verdadeiras.
Falei bastante enquanto tomava esse café que ele até esfriou.
Hoje é sexta-feira, estou me arrumando para a academia e continuo
formulando meus planos para noite. Desço até o subsolo do meu
prédio, tenho um Mustang e um Jeep Renegade na garagem.
Entro no Jeep e vou até a academia, que fica no último andar do
maior Shopping da cidade, levo junto uma roupa extra, já tomarei
banho por lá mesmo para não perder muito tempo, e concluir os
preparativos.
Na academia minha personal-trainner que conheci em muitas
sextas-feiras atrás prontamente vem me atender. Ela tira meu coro
nesse treino, enquanto alterna os exercícios com disfarçadas
perguntas do que eu farei no fim de semana. Treino concluído é
hora de comprar o fardamento pra noite.
Apenas uma nova camisa basta, não sou uma noiva indo para o
casamento. Vou almoçar no Shopping e ali também corto o cabelo,
morando numa cidade grande, é inteligente reunir tudo o que você
precisa num local só, depois volto para casa. Tomo meu cafézinho
da tarde contemplando minha vista, vejo à beira mar alguns
pescadores e lembro-me que logo irei colocar minha isca na água
também.
Termino a tarde dando uma rápida olhada nos meus negócios,
algumas páginas escritas e a noite de sexta enfim chega. Me
arrumo sem pressa, não se pode ter pressa ao cuidar de si mesmo.
Quando está próximo das 19h e vou para o meu Club, pois preciso
como empresário ver se tudo está em pleno funcionamento e
também tem um restaurante em anexo à boate e é ali que vou
jantar.
Faço uma refeição leve para não atrapalhar os movimentos pesados
de mais tarde. Polvo é meu prato preferido. Vou até o meu escritório
que fica na parte interna da boate, para escovar os dentes, dar mais
uma olhada no visual e driblo aqueles que vem me pedir alguma
coisa dizendo apenas: “fale com o gerente” e sigo em frente.
Não há como ter múltiplos negócios, se todos os negócios precisam
de sua presença para funcionar.
É assim que você se torna escravo dos seus compromissos, e eu já
disse à vocês, eu gosto de ser livre.
Vou explicar para vocês como é a planta baixa do meu
estabelecimento, a começar pela escolha do nome da boate que é
“Seven Club”. Hoje eu digo que foi uma jogada muito inteligente a
escolha desse nome. No começo, pensei em ter sócios ou
investidores para o meu club, achei que precisaria implorar a algum
deles, mas aconteceu bem o contrário, me senti como a dona de
casa que fecha as cortinas da casa pra fazer de conta que não tem
ninguém.
Houve uma batalha de investidores interessados na minha idéia, e
tudo isso se deve à escolha do nome. Pois se o nome do clube é
“sete” então o já conhecido empresário de sucesso J.F Rozza, deve
ter ao menos outros seis clubs bem sucedidos pelo país.
O que existe aqui é um conceito de estratégia e não de mentira.
Nunca ninguém me perguntou quantos clubs eu tenho, eles mesmos
deduziram que eu tinha vários. Coloquei “Seven” por ser um número
da sorte, apenas isso. E ele acabou me trazendo sorte, é um
complexo bem sucedido que foi criado sem eu ter que investir um
real do meu bolso.
Existia a entrada principal e mais quatro ambientes: música ao vivo,
eletrônica, pop e um som ambiente estilo Pub. Também há um
restaurante, meu escritório e claro os banheiros. No centro de tudo
isso, há um jardim de inverno que é passagem para ir a cada um
dos demais ambientes. Todos os ambientes circulam esse Jardim de
inverno.
Tem até uma ponte sobre um pequeno riacho artificial, onde é
possível ver carpas japonesas nadando. Toda a decoração do club é
em estilo japonês. E claro, meu restaurante também serve sushi.
O restaurante fica funcionando enquanto a boate estiver aberta, na
madrugada também servimos lanches. Se você jantar no
restaurante, você não enfrenta fila nem paga ingresso para acessar
a boate.
Jantei no meu restaurante, fui até o escritório e agora encontro-me
no meio do Jardim. Toda sexta quando cruzo por esse jardim e me
dirijo ao primeiro ambiente, o Pub eu sinto a empolgação bater
enquanto penso que enfim, A noite chegou.
Logo ao entrar no Pub, já começo a reconhecer algumas presenças
sempre confirmadas, alguns moradores locais que estão presentes
em todas as festas. Cumprimentei alguns conhecidos, uns clientes
fiéis e troquei sorrisos com antigas sextas-feiras e então me
aproximo do Bar, o barmen então diz quando me vê: - Manda meu
patrão o que vai beber hoje?
Dou apenas um riso de canto e ele entende que nesse momento
não sou o “patrão”.
O cafajeste está no volante. - Uma Corona pra começar a noite,
respondo.
Eu não costumo sair com amigos para as minhas atividades de
sedução, pois a maioria deles são homens de vida comum, quando
digo comum me refiro a vida tradicional: casamento, filhos e família.
Talvez você esteja achando que eu sou um menino e por isso ainda
vivo como cafajeste, mas você está totalmente enganado. Eu sou
um homem bem sucedido na vida e estou aproveitando meus trinta
e cinco anos. Abandonei a muito tempo tudo que era comum,
previsível e entediante.
Meu melhor amigo de infância, no dia de hoje coloca seus filhos
para dormir cedo, se ele tiver sorte a esposa lhe dará uma atenção
e lhe fará um favorzinho sexual, mas o mais provável é que ela
aproveite para ir descansar cedo também. Então, enquanto eu estou
aqui no club, ele senta sozinho em frente a televisão para beber
uma cerveja e assistir algum empolgante filme sobre liberdade.
Meus amigos tornaram-se aqueles que vivem para serem maridos,
pais e bons provedores. Torço para que tenham encontrado a
felicidade em uma rotina familiar. Para alguns, isso é o sonho
realizado. Para eles isso é a meta de suas vidas e estão bem com
isso.
Só que para tantos outros, isso é uma prisão que querem evitar. Eu
sempre acreditei que a maioria dos casamentos fosse apenas uma
prisão para o pênis, onde as esposas mal o usam e não deixam
você usá-lo livremente.
O homem quando casa, é como um pássaro que entra em uma
gaiola por vontade própria, ele se sente confortável por um tempo,
pois há alimento, segurança, companhia e sexo.
E o sexo é bom, pelo menos no começo, enquanto há sexo e há
novidades. Conforme o tempo passa o interesse no sexo por parte
do homem até aumenta mas o da mulher diminui, e ele começa a
sentir vontade de voar para longe, só que mesmo com a porta
aberta ele não consegue partir. Há uma corrente invisível chamada
filhos e responsabilidades que não o deixam partir. Óbviamente ele
acaba se contentando em apenas sonhar e relembrar os tempos em
que ele podia voar livre em solitude.
Posso até mesmo usar os lobos como exemplo. Sabe-se que o lobo
é mais forte quando em uma alcáteia, mas estando em uma,
grandes são suas obrigações e responsabilidades. Há bocas para
alimentar, há fracos para proteger, há a prole para criar.
Para o lobo solitário, aquele que caça sozinho, sua única
preocupação é consigo mesmo. Não há nada para proteger, não há
ninguém para sustentar.
O Lobo é solitário mas é livre para correr por novos campos sem
precisar olhar para trás.
Ele é vulnerável por estar sozinho, mas é livre de obrigações.
Este livro não foi escrito para o desfrute dos meus amigos que
tornaram-se homens de família. Esse livro é para você que nesse
momento da vida, encontra-se livre e desimpedido, podendo ter
quantas aventuras quiser, com quantas mulheres quiser.
Chega um ponto na vida do homem, que ele deve fazer uma
escolha: em sua frente há duas portas, a porta da direita o leva a
vida adulta tradicional: casar, criar os filhos e envelhecer
acompanhado.
A porta da esquerda é a não convencional e é onde muitos se
perdem na tristeza da solidão mas outros se encontram na
felicidade da solitude. Essa é a vida que eu escolhi pra mim ao
entrar pela porta da esquerda. Meus amigos entraram pela
tradicional porta da direita, a porta que dá direto à família,
paternidade e casamento.
Minha escolha foi feita há muitos anos sem eu nem ter percebido.
Quando criança eu nunca sonhei em ter uma família, esposa e filhos
e conforme fiquei mais velho percebi que para alguns, a felicidade
não se encontra em um lar cheio, mas sim em várias aventuras e
principalmente na liberdade que uma vida em solitude proporciona.
O que de fato eu sempre quis fazer é perseguir meus objetivos e
escalar meu império.
Mas aí entrei em conflito com meus hormônios e minha adoração às
mulheres. Veja bem a contradição: Quero ter mulheres mas não
quero a vida tradicional, então crio uma terceira porta, e nela está
escrito Cafajeste Sedutor.
O homem não nasceu para viver sozinho e de fato há noites em que
precisa de companhia para espantar a solidão, é preciso calor
corporal e é preciso acalmar o tesão sexual. Você pode se
masturbar o quanto quiser mas nada se compara a um sexo bem
feito, onde há entrega e cumplicidade. Eu amo ser livre, mas
também gosto de me perder nos braços de uma bela mulher. E eu
quero aproveitá-la ao máximo sem precisar amá-la e jurar
compromisso e fidelidade.
Quero a adorar e desfrutar dos momentos em que sou dela e ela é
minha. Mas ao amanhecer esse pássaro precisa voar livre pelos
céus para buscar outras novas oportunidades que surgirão no
horizonte. A empolgação de novas conquistas é o que move todo
cafajeste. Não saio com meus amigos de infância, mas como
amante da vida noturna, eu sempre cultivo alguns conhecidos para
que eu possa conversar num momento ou outro. Um importante
dom de todo sedutor é a boa comunicação e a influência que ele
exerce no lugar e com as pessoas.
Aquele tipo de homem que chega mudo e sai calado, não é
percebido e não desperta curiosidade nas mulheres.
Aquele homem que é procurado para conversas, que parece ser
bem recebido por todos, apreciado e que é receptivo à conversas
sobre qualquer assunto, aquele a quem as pessoas consultam
sobre fatos e dúvidas, aquele eloquente e até mesmo engraçado
quando quer, esse sim chama a atenção das mulheres.
- Aqui está sua cerveja seu Rozza.
Ah Corona, cerveja não é minha bebida alcóolica preferida, mas
uma Corona bem gelada em um dia quente é extremamente
saborosa.
Antes que eu pudesse tomar ao menos um gole da cerveja, meus
olhos tornam-se como puro ferro e foram atraídos contra a minha
vontade para a porta de entrada, como se uma extrema força
magnética entrasse por ela nesse exato momento.
O magnetismo criado pela presença dessa mulher fez com que uma
onda de choque percorresse todo meu corpo e eu sentisse um
calafrio na espinha, perdi por um momento a noção do tempo e
naveguei em nublados pensamentos. Àquela que entrou pela porta
nesse instante fez meu sangue ferver e eu me sintir como um
adolescente que experimenta uma avassaladora paixão à primeira
vista.
Meu coração bateu forte e apaixonado, acelerado como um tambor
em anunciação e essa batida anuncia que A Dama de Vermelho
acaba de entrar no recinto e na minha vida.
CAPÍTULO UM
Meus treinados olhos foram sequestrados imediatamente pelas
belas e provo-cantes curvas da Dama de vermelho que invade o
lobby nesse instante.
Poucos minutos me separam dela, se eu tivesse demorado alguns
tantos segundos a mais para chegar aqui, teria a encontrado logo no
jardim.
Assim que ela entrou pela porta reinvindicou a atenção de todos
para si, foi como se todos os cafajestes de plantão sentissem a sua
chegada, como uma brisa refrescante que causa um arrepio na
espinha e traz consigo um silêncio que logo tomou conta do local.
Como se espera de uma casa noturna, esse ambiente era bastante
barulhento, onde homens e mulheres conversavam sem parar, mas
agora, após sua triunfal entrada até mesmo a música coinciden-
temente cessou por alguns segundos, enquanto o cantor toma um
gole de água para molhar a garganta.
Não houve exceções, por alguns instantes todos interromperam
seus assuntos, suas conversas apenas para observar a mulher que
acabara de chegar.
Olho ao meu lado e percebo que todos estão olhando o grupinho
que acabou de chegar, pois uma coisa é certa, mulher linda, nunca
é linda sozinha. Todas as mulheres do seu grupo de amigas eram
nota onze numa escala 0 à 10, mas Dama de Vermelho arrasa, é
diferenciada, além de linda tem um charme cativante de mulher
feita, possuindo uma forte energia sensual diferente de todas que eu
já havia conhecido até hoje.
Tentei a todo custo ver o seu rosto, mas as seis amigas que
chegaram com ela atrapalhavam a minha visão. Isoladas, cada
amiga dela era uma beleza a ser admirada, porém em conjunto todo
belo era anulado e ofuscado pela Dama de Vermelho. Assim que
entraram pelo lobby elas se afas-taram totalmente do meu campo
de visão, foram até o outro lado do bar onde encontraram um grupo
de mulheres, sentaram-se nos ban-quinhos e começaram o doce
canto das sereias.
Eu preciso ver seu rosto, seu corpo me encantou e a primeira vista
está decidido que ela será a minha sexta-feira, minha refeição
especial.
Eu agora, preciso observar e reunir informações antes de me
aproximar. É possível me apaixonar por uma mulher sem nem ao
menos ver seu rosto?
Fui para o outro lado do bar e me encostei em uma parede próxima
dos camarotes e caminho do banheiro feminino. Haviam alguns
sofázinhos, mesas e bancos ali próximo mas eu não sentei, fiquei
em pé a observar. Ela ainda não havia se virado ao ponto de que eu
pudesse ver seu rosto e eu só conseguia ver suas costas e a
lembrança de sua triunfal entrada.
Ah se ao menos as palavras pudessem descrevê-la. É o tipo de
situação em que você apenas diz: “é difícil de explicar, você
precisaria ter visto para entender”. Tentarei te passar a imagem que
hipnotizou meus olhos, espero que a sua imaginação consiga criar
algo jus à mulher que irei descrever: Ela usava um vestido longo,
vermelho vivo com uma fenda na perna direita, era aberto nas
costas mas sem decote na frente, era elegante e justo à ponto de
moldar todo o seu corpo... espera um pouco, estou indo direto para
as curvas dela, deixa eu ser um pouco mais detalhista pois ela
merece.
Sapato de salto alto, um tom de vermelho que era suavemente mais
forte que a cor do vestido. O salto talvez fosse um pouco exagerado
em seu tamanho, isso poderia ser para compensar uma baixa
estatura? Pensando bem, não acho que uma mulher desse porte
tenha qualquer tipo de problema com autoestima que precise ser
resolvida com um salto alto.
Ela deveria ter 1,60 de altura, poucas mulheres sabem, mas a
maioria dos homens preferem mulheres de baixa estatura e eu
poderia afirmar que 1,60 é a altura ideal no gosto masculino. Ao
meu gosto pelo menos é a altura perfeita. Perfeita pelo menos para
homens de estatura mediana, que é o meu caso pois tenho 1.75 de
altura.
Ela usava uma meia calça preta, talvez houvesse alguma estampa,
algo que eu não conseguia ver de onde estava, precisaria me
aproximar para ser mais exato quanto a isso. O que posso dizer é
que eu senti inveja daquela meia calça que pode tocar aquelas
belas curvas, tão acentuadas com a delicadeza daquele fino tecido
que vestia.
Coxas grossas, de tamanho perfeito, nem pra mais nem pra menos,
bunda grande e redonda, de aparência firme, aquele tipo de bunda
que é resultado de passar anos indo à uma academia. Cintura fina
que certamente causa inveja nas outras mulheres, que até fariam
uma foto daquela cintura e daquele abdômen, levariam as fotos ao
cirurgião plástico e diriam: eu quero tudo igual, bem assim. Sem
hipocrisia que até mesmo eu levaria uma foto ao meu personal e
diria: eu quero um abdômen desses.
Os seios eram fartos mas não tão grandes assim. Com toda certeza
ela é o estereótipo perfeito de mulher violão, mas um violão do
tamanho certo, e aquele violão deve entonar belíssimas canções
para quem souber como tocá-lo.
Ela também usava poucos acessórios, algumas pulseiras, brincos e
relógio. Trazia em mãos uma jaqueta preta e pendurada no ombro
uma pequena bolsa também preta. Nada em sua aparência era
exagerado, tudo foi combinado de forma maestral, tudo de muito
bom gosto. Seu cabelo era loiro, uma mistura que começava liso e
terminava ondulado, cabelo que ia até a metade de suas costas.
Além da beleza evidente, havia aquilo que os olhos não viam,
aquele fator a mais que todos sentiam, mas só os experientes
saberiam explicar. Era facilmente percebido no ar um tom de mulher
elegante e culta. Essa mulher é aquela do tipo que pode usar
qualquer roupa sem parecer vulgar, muito pelo contrário, ela
emanava uma aura extremamente sensual e fina. Mulher que
poucos homens conseguem seduzir. Mulher que nenhum homem
conseguiria dizer não.
Lindas pernas que cruzavam de um lado à outro em tom
provocativo, seus movimentos eram hipnóticos capazes de captar a
atenção de todos ao seu redor. Sei que já falei dos seios,
visualmente perfeitos que eu preciso novamente mencioná-los, pois
nem a minha imaginação poderia criar curvas tão delicadas. Seu
corpo era uma escultura vívida, exposta para todos admirarem e
como toda obra de arte exposta, ela era fortemente protegida pela
órbita de adoradores. Haviam homens e mulheres ao seu redor,
como se formassem uma muralha intransponível.
Os homens agiam como defensores, com olhares espantavam
quem tentasse se aproximar, mas eles mesmos eram incapazes de
a conquistar e o máximo que podiam fazer era impedir que outro a
possuísse.
Ainda não havia visto seu rosto e apostei comigo mesmo que um
corpo desses não deveria vir com um rosto bonito, um corpo desses
deveria ser uma compensação de uma mulher de face simplória,
talvez até feia. Não que isso mudasse minha escolha.
Antes que minha imaginação pudesse me levar à todos os tipos de
possíveis rostos que ela poderia ter, ela virou-se e olhou
diretamente para mim. Enquanto relatava à você o que meus olhos
viam, acabei me distraindo e esqueci que mulher também enxerga
pelos olhos das amigas e certamente alguma amiga contou-lhe
sobre este cafajeste observador.
Não consigo determinar a cor exata de seus olhos, eram claros e
realçados pela maquiagem que usava, maquiagem suave e
marcante, nariz perfeito, pele clara e sem manchas, boca vermelha,
carnuda e antes que eu pudesse reparar em algo mais, ela dispara
contra mim uma arma nuclear de destruição em massa que explode
deixando vítimas fatais.
Um sorriso lindo, sexy e impecável.
Meu mundo parou. Todos os meus treinados anos de cafajeste não
foram suficientes para me proteger contra o sorriso que essa mulher
lançou sobre mim, fui desarmado na hora. Por um momento fiquei
sem reação e sem saber o que fazer nem como agir. Quando voltei
a mim percebi que minha boca traidora já havia retribuído o sorriso
sem me pedir permissão.
Trocados sorrisos, ela volta sua atenção para as amigas e liberta
meu mundo que começa a girar novamente pra mim.
Linda, sensual e perigosa, o tipo de mulher capaz de descontrolar
qualquer homem. Foi fácil entender que a aposta feita comigo
mesmo fora perdida, pois a minha frente estava uma mulher de
beleza completa. Não há escala para dar uma nota à ela. Onze é
muito pouco.
Obviamente fiquei atraído pela perfeição, e principalmente pelo
sorriso convidativo que me deu. A beleza capaz de tornar homens
em meninos me desarmou, mas pensando bem, foi justamente para
isso que eu saí de casa, para encontrar uma mulher que me
cativasse a ponto de eu me apaixonar e desejar conquistá-la.
É necessário domar os sentimentos selvagens que tentam pular do
peito para que não cavalguem ao longe, é preciso tomar o controle
da admiração para não me tornar apenas mais um que é atraído
pela sua gravidade e passar apenas a orbitar ao seu redor. Sem ter
a menor chance de conquistá-la.
Enquanto todos viraram meninos reféns dos hormônios e da
admiração, eu visto minha máscara e me torno o herói de todo
adolescente que chega à puberdade, sonhando com as beldades
que assistiam nas sessões da tarde, eu me torno o Cafajeste
Sedutor. É por isso que nessa noite, sou eu quem a levará para
casa, ou melhor, para a minha lancha.
Há uma pergunta que preciso fazer a mim mesmo agora, e preciso
responder nesse exato momento.
- Como me aproximar, me destacar entre tantos e estabelecer o
primeiro contato direto?
Em ocasiões normais, eu procuro por brechas e sinais, dentro
dessas brechas as mais exploradas são os amigos em comum.
Quando não há amigos em comum, eu procuro amigos de amigos
em comum, essa é uma forma extremamente fácil de abordar. Eu
percebo algum conhecido que conhece uma amiga dela, através
dele eu descubro o nome dessa amiga, então eu chego nessa
amiga e falo: - Oi Paula, tudo bem? Não vai me apresentar sua
amiga?
- Antes que a Paula tenha tempo de sequer pensar em: - Quem
diabos é você? Eu já uso dessa abertura para diretamente ir à
mulher em si, me apresentar e pedir seu nome, pois eu só precisava
de um momento de atenção e assim eu consigo. Após o primeiro
contato o que falta é despertar o interesse dela e manter assuntos
atrativos conforme vou abrindo espaço para a sedução.
Pra mim, é uma abordagem que funciona bastante. Após
estabelecer o primeiro contato, testar um contato físico para
perceber todas as zonas de interessa dela, descobrindo seus
interesses descubro como a manter envolvida em um assunto
infinito, ainda uso essa tática no final, para escancarar minhas
intenções na última fase do flerte onde eu digo honestamente algo
assim: - Olha quer saber uma coisa engraçada?
Eu não conheço a sua amiga, a Paula, descobri o nome dela e usei
disso pra vir falar com você, eu precisava mesmo vir até você, não
me perdoaria se deixasse você simplesmente partir sem eu nem me
apresentar.
Ela pode rir, pode admirar sua cara de pau, mas definitivamente irá
admirar sua atitude. Mulher gosta de homem de atitude, isso é fato.
E eu geralmente falo isso no ouvido antes de beijá-la. É a jogada
final desse movimento.
Não há amigos em comum, não há amigos de amigos em comum,
todos ao seu redor são desconhecidos pra mim. Eu poderia pedir ao
gerente do club que descobrisse o nome dela pra mim, mas isso
seria informação privilegiada e tira a graça do jogo.
Eu também poderia simplesmente ir já na cara de pau e partir para
uma abordagem direta, mas uma abordagem direta funciona melhor
se algumas defesas já tiverem sido derrubadas, se algum contato já
tiver sido estabelecido. E eu não estou com pressa, acabei de
chegar e não há sinais de que ela esteja entediada e querendo ir
embora, afinal de contas, ela também acaba de chegar. Ela
certamente quer se divertir com as amigas antes de ceder ao flerte
de algum homem.
Entender o “timing” é essencial ao bom conquistador, pois outro
mandamento fundamental do sedutor, é o poder de observação. O
conquistador é aquele que observa tudo antes de agir. Dizem que as
mulheres tem visão periférica, então o cafajeste deve ter a visão em
360 graus. Ele enxerga tudo, e nem sempre com os próprios olhos.
Um reflexo num espelho, os olhos de um conhecido e quando ela
também usa uma amiga como olhos próprios, você percebe que a
amiga te olha apenas para relatar para a outra, o cafajeste é aquele
que observa todos os detalhes. Assim ele sempre estará vários
passos à frente de todos.
Usando meus dons de observador, de imediato percebo que ela
está com amigas que aparentemente não via a muito tempo.
Provavelmente como todas minhas conquistas, ela está de
passagem pela cidade ou veio a algum evento ou até mesmo se
morar aqui, por eu nunca tê-la visto em baladas, ela pode ser uma
recém solteira, pode ter terminado um relacionamento e está saindo
com as amigas depois de muito tempo.

Vejo que não está usando aliança mas distante assim não consigo
ver se há marcas de anel em seu dedo. Talvez ela até more no
exterior e esteja apenas visitando, isso faria até sentido pois se for
isso ela é uma mulher viajada, conhecedora de outras línguas e
culturas e talvez daí, venha essa vibração de mulher culta e
elegante.
Outro mandamento fundamental ao bom conquistador é não ser
apressado, ele deve calar sua ansiedade para não ser atropelado
por ela. Lembre-se que em uma partida de xadrez, sempre são
necessários alguns movimentos antes de declarar o cheque-mate.
O xadrez é emocionante quando a oponente também sabe como
jogar. É uma batalha de rendição, onde você faz movimentos de
ataque e ela faz os movimentos de defesa e até mesmo de contra-
ataque. Se você for o melhor jogador da mesa, você derrubará
todas as defesas até que ela não tenha mais jogadas a fazer além a
de se render à você.
Nenhum bom jogador é apressado, todos são cautelosos, ousados e
acima de tudo estrategistas. Então eu ir logo no início da noite falar
com ela pode muito bem ser uma jogada suicida, pois mesmo que
ela esteja interessada em mim, ela irá me dar o fora, pois ela veio
rever as amigas e ela não trocará as amigas por um homem, pelo
menos não nesse momento e nessa exata hora. Isso é um
raciocínio básico.

Ela veio rever as amigas, mesmo que esteja afim de você, enquanto
as amigas estiverem ávidas por conversa, ela não dará atenção
para nenhum homem, isso é ter classe e educação. Ao passar da
noite, cada amiga seguirá seu rumo, com seu acompanhante ou
outro alguém, por cortesia ela não se ausentará primeiro, porque ela
definitivamente não quer no dia seguinte escutar a frase: “você veio
aqui pra nos ver, mas logo já nos trocou pelo primeiro que
apareceu.”
Sabendo disso e controlando minha ansiedade, passei a jogar com
ela o jogo da sedução através do olhar, algumas olhadas discretas
evitando um contato visual prolongado. Para deixar a dúvida no ar:
será que ele estava me olhando?
Não foi uma batalha muito fácil de jogar, visto que ela estava de
costas para mim, mas hora ou outra eu conseguia ver seus olhos no
espelho a me observar.
De repente, fugindo de toda estratégia e raciocínio, eis que ela se
levanta, fala algo para as amigas e começa a se afastar e eis que
vem caminhando em “minha direção”, ela vem driblando todos os
homens que se colocam “discretamente em seu caminho” e marcha
ao meu encontro. Já me faço de difícil e não a olho diretamente
como se esperasse sua chegada, continuo olhando ao redor,
despretensioso e descontraído, consigo acompanhar sua
caminhada em segundo plano, em uma visão de canto de olho.
Faço isso para não ser só mais um homem que a receberá de
sorriso no rosto e será posto de lado só porque demonstrou uma
admiração.
Meu coração tenta palpitar mais forte mas onde a razão reina, a
emoção se cala. Minhas emoções não fogem do meu controle.
Segurei a excitação e ela passou reto por mim, trombando “sem
querer em meu ombro”. Não reagi, sequer olhei, a deixei passar, fiz
charminho de homem fazido. Olhei discretamente e vi que ela
estava se dirigindo ao banheiro. Essa pequena olhada foi uma
maravilhosa experiência, a visão das suas costas era espetacular.
Eu estou posicionado aqui de forma estratégica, eu sabia que ela
não estava vindo em minha direção quando começou a caminhar,
ela estava vindo em direção ao banheiro e é por isso que parei
exatamente aqui, pois se você quer cruzar com uma mulher numa
festa, posicione-se próximo ao banheiro, mulheres vão
constantemente ao banheiro. Além de terem a bexiga pequena elas
não estão acostumadas a beber e retoques de maquiagem são
sempre necessários. Já aconteceu de eu me posicionar aqui e a
mulher não vir.
Na época então usei como estratégia mandar o garçom lhe enviar
uma garrafa de champagne, como presente de um admirador
secreto, somente para ela beber e precisar vir finalmente ao
banheiro, sem contar o fato que muitas vão juntas ao banheiro.
Então aqui, no “caminho” é o local perfeito para a “emboscada”.
Eu não fico parado na porta do banheiro, aqui é apenas o caminho
de passagem, um local discreto mas que sei que ela terá de trilhar
se quiser ir ao toalet.
Uma pequena semente de insegurança foi plantada em minha
mente. Minha visão de segundo plano trouxe alarmantes
preocupações. Se não fosse por essa trombada, que pode muito
bem ter sido despretensiosa, do momento em que ela levantou até
passar por mim, ela não olhou em minha direção um momento
sequer. Isso confunde um pouco a razão, porém deve-se entender
que ela também pode estar jogando. Ela pode muito bem ter me
cuidado pelo canto de olho desde que levantou.
Estar aqui nessa posição foi premeditado assim como o fato de que
ela me perderá de vista por alguns minutos, essa jogada se tornará
uma oportunidade única de testar se há mesmo um real interesse
dela em mim.
Este momento é uma oportunidade rara e devo usá-lo de forma
inteligente. Não é possível fazer esse movimento duas vezes na
mesma noite. Faremos uma jogada agora, para testar se ela
realmente estava me flertando com olhares de interesse ou estava
apenas olhando ao longe sem me enxergar. Talvez até mesmo o
sorriso, tenha sido à outra pessoa. Agora é hora de ter certeza do
interesse dela.
É uma jogada digna de um mestre do xadrez que está prestes a
emboscar a rainha, eu, simplesmente me retiro do lugar que estou,
local que ela sabe que eu estou, e observo.
Usei um simples truque e resolvi brincar de “esconde-come” digo
“esconde-esconde” com essa mulher. Não há porque eu ficar imóvel
no mesmo lugar esperando ela voltar, sendo que eu posso fazer um
movimento esperto agora, ela sabe onde eu estou e eu agora quero
saber se seus olhos vão me procurar nessa multidão.
Imediatamente saio de onde estava, e vou para outro lugar, onde ela
pouco havia olhado, mais pra perto do palco onde os artistas se
apresentam, é um lugar mais barulhento, que eu dificilmente vou. Eu
preciso testar se ela irá perceber minha ausência ou se o sorriso
que ela me lançou foi sem pretensão alguma. Talvez uma
coincidência apenas? Sorriu de algo que ouviu e deu o acaso de ser
na mesma hora que nossos olhos se cruzaram? Mas e a amiga que
lhe falou algo antes dela olhar?
Todas as dúvidas serão respondidas com o seu regresso. Ela sai do
banheiro, dá alguns passos e olha sem disfarçar para o local que eu
estava, até mesmo fez uma pequena pausa como quem procura
entender o que viu.
- Sei, então ela estava me olhando de canto de olho, e como não
me viu precisou virar-se totalmente para me procurar.
Ela retorna às suas amigas, começa a olhar para trás com maior
frequência, eu seguro com a mão direita a minha cerveja que a essa
altura já está quente, coloco a outra mão no bolso e começo a me
balançar disfarçadamente, como se estivesse ali com os demais
balançadores curtindo a música. Não dá pra considerar uma dança
pois é apenas um discreto movimento de quem está curtindo o som.
Então eis que vejo ela falando algo com a mesma amiga de antes,
àquela com a qual ela falou antes de sorrir pra mim, a amiga lhe fala
algo no ouvido e ela rapidamente, olha diretamente para mim.
A manchete do jornal é: Extra, extra! Pescador joga isca em um rio
cheio de piranhas e pesca uma sereia! O marinheiro pegou uma
sereia e ela está totalmente fisgada. Não há dúvidas. Há um
interesse e é somente isso que eu precisava saber para realizar o
movimento de “cheque” que precede o “cheque-mate”.
Esta é a minha vez de tomar a iniciativa, sem perder tempo disparei
a queima roupa meu melhor sorriso. Esta arma, não é apenas o
mostrar de dentes, é um sorriso diferente de todos, não é um sorriso
igual aos que você solta quando ri de uma piada. Esse sorriso
revela suas intenções, esse sorriso é simpático, sensual, malicioso,
esse sorriso é uma promessa de que algo muito especial está para
acontecer.
Esse sorriso tem que desarmá-la.
Eu sorrio e ela retribui. Seu sorriso definitivamente foi um convite ao
flerte, através do olhar ela me disse tantas coisas sobre si e eu
acabei revelando muito mais do que queria sobre mim, de todas as
coisas que ela me disse nesse sorriso o mais importante é o fato
que ela não quer ir embora sozinha após essa festa. Me considero
um cavalheiro e com toda certeza atenderei seu pedido.
Enquanto eu continuo ali me sacudindo ao ritmo da música, começo
a pensar no quão rápido tudo aconteceu nessa sexta-feira. (Não
houve muita emoção nessa conquista apesar do impacto visual,) foi
até mesmo fácil. Eu posso dizer que essa é uma das mulheres mais
bonitas que eu vi em minha vida, e foi assim, fácil desse jeito?
Assim que entrei nesse ambiente do Club a vi, fiquei hipnotizado,
acabei nem percebendo as tantas outras oportunidades que haviam
por ali. Dentro do grupo de amigas dela estavam muitas mulheres
lindas. Meu Club é daquele tipo que se você quer ver uma mulher
bonita, basta olhar para o lado. Mas hoje a noite está diferente, a
conquista está ao alcance, e eu pressinto que algo ainda maior está
para acontecer.
Chega de balancinhos, me afasto do palco, decido dar uma volta
pela boate antes de fazer uma aproximação. Vi muitas mulheres
bonitas, tantas outras lindas mas no fim das contas nada que
ofuscasse a dama de vermelho que foi a primeira a chamar minha
atenção.
Está cedo, apesar da multidão inicial, a boate ainda não está cheia,
muita gente ainda deve chegar, talvez seja bom eu testar um
primeiro contato com ela enquanto há menos barulho.
Mesmo sabendo que é cedo demais para que eu possa ter a
atenção dela totalmente pra mim, eu decido que é necessário pré-
estabelecer um contato inicial com ela, antes que outro homem a
aborde e ela eventualmente troque de interesse.
Ah você achou que ela estava no papo? Você também, assim como
eu, acha que é uma conquista garantida? Hoje eu rio do que
aconteceu naquela noite, mas na verdade é que ao fim dessa noite
eu terei usado tantas abordagens e flertes que meu sábado
começará com uma forte dor de cabeça.
Nenhum contrato entre nós foi assinado. Afinal de contas, ela
apenas demonstrou um singelo interesse, e interesse é facilmente
transferível, agora está comigo, mas pode facilmente ser roubado
por outro. O interesse pode ser despertado em outro homem da
mesma forma que foi comigo. Ela apenas me deu um olhar, ela não
se apaixonou por mim e nossos olhos nada prometeram um ao
outro.
Não é porque ela sorriu para mim, que ela é uma conquista
garantida, não é porque ela sorriu pra mim, que ela irá esperar a
noite inteira apenas para falar comigo. E eu não sou nada ingênuo a
ponto de esperar, que ela venha falar comigo.
Isso é a coisa mais certa do mundo. É mais fácil um meteoro cair
aqui nesse exato instante, do que ela tomar a iniciativa de vir falar
comigo.
Jamais será ela que virá falar comigo, se eu quero alguma coisa
com essa mulher, sou eu quem deve agir.
Da mesma forma que se você deseja conhecer uma mulher, deseja
seduzir, namorar, é bom você entender que ela não vai abordar
você, é você que tomará a iniciativa, é você que deve ser o homem
da relação, e ter a atitude de iniciar a conquista.
Então comecei a andar em direção a ela, os tambores do meu peito
despertos no inicio da noite agora estão calmos, foram silenciados a
anos e para mim isso é apenas uma conquista como outra qualquer,
há apenas a emoção da atração e nada mais, nenhum medo ou
temor. Particularmente eu não penso em quase nada quando vou
falar com uma mulher, é um exercício que pratico desde sempre,
pois quem muito pensa pouco faz, há anos eu apenas decido ir e
vou, eu não penso em coisas inúteis como rejeição nem no que
pode ou não pode acontecer.
Uma abordagem é uma coisa extremamente simples: É apenas eu,
indo falar com uma mulher. Ser rejeitado é um temor, claro que é,
mas a rejeição não é nada demais e também não é definitiva.
Não há nenhuma garantia de que eu serei ou não rejeitado por ela,
mas existe uma certeza universal que você precisa entender agora:
Mil vezes ser rejeitado para aprender a não ser rejeitado, pois é
FUNDAMENTAL saber os motivos de estar sendo rejeitado!
Conhecendo os motivos, também conhecemos as soluções.
Mil vezes a rejeição do que chegar em casa sozinho, deitar na cama
sozinho, olhar para o teto sozinho e repetir a frase que todo homem
sem coragem diz quando deita em companhia da tristeza e solidão.
Essa frase é dita constantemente pelos covardes que esperam
demais para agir:
E SE eu tivesse ido falar com ela?...
Muita coisa pode acontecer se eu decidir ir falar com ela.
Mas nada acontece se eu não for falar com ela.
Vamos dar uma viajada nas possibilidades que estão em jogo aqui,
para entendermos qual o caminho mais inteligente a seguir: Se eu
for falar com ela, agora, apenas duas coisas poderão acontecer.
Apenas duas coisas. Não existe uma terceira.
- A Primeira coisa que poderá acontecer: Eu fui falar com ela, ela
me deu atenção e conversou comigo.
Se ela me deu sua atenção, é porquê ao menos quer saber o que
eu tenho a dizer. Eu tenho a real chance de conquistar essa mulher.
E muita coisa poderá acontecer porque eu simplesmente agi e fui
até ela, um mundo de oportunidades poderão se abrir para mim. Ao
invés de deitar na cama sozinho tentando acordar um pênis solitário
e depressivo, tendo como imagem o teto do quarto enquanto me
masturbo, se eu for falar com ela eu posso mudar toda essa
realidade solitária, posso estar olhando para o corpo dela nú na
minha cama agora ou eu posso estar olhando para o teto, mas
recebendo um prazeroso sexo oral.
Pode ser que eu tenha um noite de sexo que ficará na história, pode
ser que eu me apaixone, pode ser que a gente namore, que
sejamos felizes por muito tempo. Pode ser que essa conquista se
estenda por dias, uma viagem, um cruzeiro, pode ser que eu precise
de algum tempo para amar completamente essa mulher, ou pode
ser que tudo isso acabe em uma foda bem dada e nada mais.
Também pode ser que ela tenha se interessado por mim, mas não
queira ficar comigo na boate, porém ela me passa seu contato e eu
ainda tenho todas as oportunidades de conquistá-la.
TUDO É POSSÍVEL, PORQUE EU FIZ ALGUMA COISA À
RESPEITO AO INVÉS DE FICAR APENAS IMAGINANDO. Todo
esse sonho só é possível se eu for falar com ela, então eu só tenho
a ganhar.
A segunda coisa que poderá acontecer: Vou falar com ela, mas ela
apenas me ignora.
Fui completamente rejeitado. Ela me ignorou e não me deu
nenhuma atenção, nem a cortesia de responder ao meu “boa noite
tudo bem” ela teve. OK! Eu me afasto na elegância. Tentei e não
deu certo. Veja que coisa MARAVILHOSA que foi ser rejeitado sem
enrolação! Desisto dessa mulher, e parto para a próxima tentativa,
eu tenho o resto da noite para tentar novamente com outra mulher.
Se eu ficasse três horas encarando ela seriam três horas totalmente
perdidas. Então eu só tenho a ganhar se ela me ignorar, pois assim
ela faz por mim a única coisa que pode fazer: faz com que eu pare
de me iludir.
Então novamente eu sei, que eu só tenho a ganhar indo falar com
ela!
As duas únicas consequências de ir falar com ela são essas. É 50%
a favor e 50% contra. Muito mais a ganhar, do que a perder. Já
pensou ficar a noite inteira ali, observando, sonhando e no final não
ter coragem de ir falar com ela? Ficar encarando a noite inteira e
apenas observar outro chegar e a levar para casa.
QUE GRANDE ESTUPIDEZ É ESSA? VOCÊ É ESTÚPIDO?
O cafajeste é um observador, mas ele não está assistindo um filme
de ficção. Ele faz parte da história, ele observa para agir.
Não há por que não ir falar com ela. Simplesmente não há nada
senão temor ao ir falar com ela.
Eu sei que eu sou homem suficiente para calar meus temores e agir
com coragem. Eu sou corajoso, e você também é? Estou certo?
Só não aborda a mulher que deseja, aquele refém da timidez e dos
pensamentos desmotivadores. Cale o seu “temor” e apenas faça.
Quando eu vou abordar uma mulher, é um fato até simples, nada
demais, que precise de muito ensaio e coragem, é apenas eu
fazendo o que decidi fazer sem me preocupar com coisas que
poderão apenas me desencorajar a falar com ela.
E é assim quando se vai falar com uma mulher. Decida ir e vá,
quando chegar lá você pensa e desenrola a conversa. Quem
planeja e não executa, vai pra casa sozinho bater punheta.
Então, eu aqui agora, simplesmente decido ir falar com ela e vou.
Estou indo em direção a ela, meus “temores” estão calados e eu
apenas caminho determinado em ir falar com ela. Por um momento
senti-me indo em direção a esfinge, aquela da lenda Egípcia que se
você não decifrar seus segredos será devorado, essa esfinge é
diferente, se eu desvendar seus mistérios ela é que será devorada e
essa mulher quer que eu desvende seus segredos, seu sorriso foi
um desafio e eu aceitei esse desafio. Sinto que já falei essa
analogia da esfinge antes, mas precisa ser novamente mencionada.
Não tenho medo de aproximar-me dela, mesmo ela estando em
uma posição de empoderamento sobre as demais. Ela estava
sentada em um banquinho alto, bem em frente a copa deste bar.
Antes de me aproximar, nós trocamos alguns olhares e eu pude
perceber seu convite, qualquer homem normal se sentiria intimidado
à se aproximar, pois ela era como um tesouro cercado de perigos e
armadilhas.
Não adianta mais ficar pensando e planejando, não há porque dar
tempo ao “temor” chegar e se instalar em meus pensamentos.
Decido agir, e ajo. Solto a garrafa de cerveja em uma mesa qualquer
e me encaminho à perdição.
Haviam diversos obstáculos e ela estava cercada por homens e
mulheres e eu precisei pedir alguns pares de “com licença” para
abrir caminho, acabei não sendo nada sutil em minha aproximação,
cheguei pela lateral, o caminho não era fácil, tanto que as amigas
dela perceberam minha chegada e se afastaram, como que em sinal
de “permissão para conversar” com ela.
Conforme me aproximava, olhei em frente ao espelho e a vi já me
observando. Ela não conseguiu esconder o sorriso de canto da boca
quando nossos olhos refletidos se encontraram.
Meu olhar foi fixado nos seus e ela percebeu que eu estava me
aproximando para falar com ela.
Ela estava sendo o centro das atenções desse local, homens e
mulheres orbitavam ao seu redor como se ela exercesse sobre eles
uma força gravitacional que atraí tudo para si. Seu cabelo era loiro e
bem cuidado, pude imaginar o doce cheiro de shampoo caro, e
também pude imaginar o gosto daquele cabelo suado em minha
boca. Dentre as mulheres que estavam no club, logo se percebia
que era ela a de maior valor, a que estava dizendo à todas as
demais apenas com sua presença “eu sou a mulher alfa do local”.
E quem sou eu você me pergunta? Claro, que rude da minha parte,
já estou antecipando a história antes de me apresentar, ou melhor,
de cumprimentá-lo pois já nos conhecemos de muitos livros atrás.
Eu sou J.F Rozza e neste momento, neste bar estou prestes a ter
uma grande conquista com uma das mulheres mais lindas da minha
trajetória como cafajeste. Eu não sou nem de longe o príncipe do
local em busca da princesa, eu sou o lobo mau que bagunçará a
vida dela e deixará ela louca de paixão. E eu só consegui ter sua
atenção porque eu estou passando a mensagem corporal de que eu
sou confiante, atraente e misterioso, ou seja “eu sou o Cafajeste
Sedutor Alfa daqui”.
Continuo indo em direção a ela, senti-me como um jogador de
futebol americano de tantos obstáculos que precisei passar para
marcar o touchdown, sinto-me carregando a bola pelo campo e
driblando as tantas pessoas que bloqueavam meu caminho.
Diferente do jogador que usa da violência, eu passei por todos com
gestos sutis vencendo a barreira de defensores e amigas e consigo
finalmente me aproximar, o jogador enfim chegou com a bola e são
‘logo duas.’
Me aproximo pelo seu lado esquerdo, ela vira o rosto e me encara,
mas eu passo reto por ela e paro ao seu lado direito, ela continua
olhando para a esquerda, para disfarçar o fato de eu não ter
retribuído seu olhar. Agora ela volta a tomar seu drink, olhando
concentrada o copo a sua frente. Mexe as pedras de gelo com o
canudo, e enfim olha para o espelho, e quando ela percebe que
estamos ambos olhando um ao outro através do espelho do bar,
sem desviar os olhos eu falo para o barman: - Eu gostaria de um
“Manhattan” por favor. O Manhattan é um coquetel à base de whisky
e vermute.
Fiz questão de deixar meu braço encostar no dela, quando cheguei,
mais um teste de interesse, se não houvesse interesse da parte
dela, ela rapidamente tiraria o braço.
Essa é uma abordagem sutil, pois ir diretamente a ela poderia deixá-
la com o ego mais inflado ainda. Eu posso simplesmente ter vindo
na copa pedir um drink, não há como saber o que se passa na
minha cabeça e essa curiosidade é minha aliada. Mesmo que
pareça escancaradamente que eu vim por causa dela, o que está
por vir na minha abordagem não é nada previsível.
Aqui está senhor.
- Obrigado eu respondo.
Enquanto o barman marca em minha comanda meu consumo, eu
sutilmente coloco a mão esquerda no bolso, e com a mão direita
levo o copo a boca. Viro-me totalmente para ela e percebo-a me
encarando, dessa vez diretamente. Ela rapidamente disfarça e olha
em frente.
- Olá tudo bem?
Ela vira a cabeça e me responde.
- Sim tudo bem e você?
Porém, aqui ela mostrou sua experiência com conquistadores, ela
me deu uma resposta sem corpo, apenas seu rosto se virou, como
se fosse apenas por educação. Sinalizando que não está aberta
para uma conversa longa. Mas também errou ao parar de conversar
com as amigas, assim me mostrou que nosso assunto poderá ser
prolongado, mesmo que tenha me dado uma resposta fria no
começo.
Eu continuo a conversa... é preciso continuar puxando assunto ou
acabará aqui a abordagem.
- Qual seu nome?
Ela pensa um pouco, me olha e enfim responde.
- Carla.
Eu poderia até comemorar aqui que agora sei seu nome, mas a
frieza com a qual respondeu desanimaria homens inexperientes.
Novamente, ela apenas responde friamente, eu poderia entender
como uma negativa, pois ela não pediu o meu nome. Ao invés de
desespero, basta apenas observar para entender o fato de que ela,
ainda está sentada ali ao meu lado, mexendo no seu drink, ela
poderia voltar a falar com as amigas para me espantar, mas
continua dando sinais de interesse, o culpado dela não participar da
conversa sou eu e eu apenas não estou fazendo as perguntas
certas.
Então é preciso ousar um pouco nas perguntas, afim de quebrar o
gelo e fazê-la descer desse pedestal:
- E então, Carla, estou esperando....
Ela me olha com olhar de espanto e pergunta:
- Esperando o quê?
Eu respondo em tom descontraído, com um sorriso discreto, e
semblante que minha mãe se orgulharia de ter um filho tão
simpático e tranquilo.
- Ué, seu pedido de desculpas, você esbarrou em mim agora pouco.
Ela ri e enfim se vira totalmente pra mim, fazendo um movimento
com seu cabelo.
- Qual é o seu nome?
Meu nome é JF.
- Então querido J.F, me perdoe por ter esbarrado em você.
Fala e solta uma gargalhada, seu corpo agora está totalmente
virado pra mim, como se agora sinalizasse que está pronta para
uma conversa mais longa.
Fiquei tentado a olhar suas pernas cruzadas em minha frente mas
seguro os olhos altos.
Olho fundo em seus olhos, e faço questão dela perceber que estou
olhando para sua boca quando começo a dizer a seguinte frase: -
Não foi nada Carla, acontece. Eu admiro muito mulheres educadas
como você. - Foi um prazer conhecê-la.
Estendo minha mão e ela aperta, meio sem entender que novo jogo
é esse.
- Tchau Carla, até mais.
Falo isso e me retiro. Faço agora bom uso da horta de “conhecidos”
que cultivo, entro em uma roda de conhecidos e sou muito bem
vindo, alguns exageram na cortesia e me abraçam e eu logo
começo a participar da conversa, ficando de costas para ela mas a
observando entre um reflexo e outro.
Para ela, é um choque tremendo, ela deu abertura, estava pronta
para o flerte e simplesmente “foi rejeitada”?
Logo ela, “o centro do universo”, Deusa de homens e mulheres,
aquela que pode ter qualquer homem aos seus pés, ela queria
conversar com aquele homem e ele a ignora? A única forma de
chamar a atenção de uma Deusa, é sutilmente ferir seu Ego.
Particularmente, saindo agora da conversa, fazendo esse joguinho
de ignorar, eu vejo isso como parte do charme do cafajeste para não
demonstrar total interesse, agindo assim acabo evitando frases
como “não posso, estou com minhas amigas” ou “mais tarde a gente
se fala”.
Claro que essa é uma jogada ousada, para players mais
experientes, eu poderia usar a brecha para falar com ela ali mesmo,
mas não é por ela ter me dado atenção que a conquista estava
garantida, fiz isso apenas para implantar nela a dúvida, e a certeza
de que há ao menos um homem nessa festa, que não caiu de
amores ao seus pés, um homem a quem ela deu a chance de se
aproximar mas ele preferiu se afastar.
“Esse homem tem algo a mais, e eu preciso descobrir.” Da próxima
vez que eu for falar com ela, tenho certeza que ela tentará manter
uma conversa longa, ou poderá tentar se vingar, pois para todo
ataque há uma contramedida.
Gerar dúvida é nossa aliada, e o homem que planta a dúvida colhe
o resultado.

Deste momento em diante eu passarei a controlar meus olhares em


direção a ela. Ela não terá chance de me dominar com os olhos
novamente. Essa sensação de rejeição que ela está sentindo será
suficiente para facilitar toda conquista.
Afinal de contas, eu te falei que está cedo não falei? Eu falei que
precisava fazer o primeiro contato apenas, não falei?
Eu quero ela e isso é inegável mas não há porque deixá-la ter 100%
de certeza disso, nesse momento ela está experimentando a
adrenalina da conquista, para ela isso é algo diferente, ela sai e
sempre é abordada, cortejada, mas dessa vez ela sente a emoção
de ter de conquistar, de ter que usar toda a sensualidade para
seduzir.
Todos passam para ela a mensagem de que ela pode ter qualquer
um, de que se ela resolvesse fazer um leilão agora onde o maior
valor ganha uma noite com ela, até mulher que não é lésbica daria
lance.
Então quando alguém lhe diz com atitudes: “você pode ter qualquer
um, mas eu não estou interessado em você” é esse homem que ela
passa a querer. Essa tática não é certeza absoluta, mas já
funcionou diversas vezes. E não se perde nada ao tentar.
Pode parecer bobagem e arriscado perder a chance, mas isso só
aumenta as chances da conquista.
Há uma coisa que você precisa saber para entender a fundo essa
jogada e é o fato de que uma mulher linda dessas, também é uma
mulher amaldiçoada.
Então, a beleza que tanto encanta as vezes não passa de uma
maldição para a bela que a possui.
Quanto mais bela você for, mais os homens desejarão possuí-la.
Não importa a que preço e a que consequência.
A maldição de toda linda mulher é viver em um mundo onde todos
os homens querem literalmente comê-la. Elas vivem num universo
paralelo ao nosso. Enquanto a maioria dos homens acorda de pau
duro pensando em levar uma mulher pra cama, ela acorda com a
certeza de que todos querem levá-la para cama.
Desde que ela saiu de casa tem algum homem querendo levá-la
para cama. Se ela mora em um prédio e passou pelo porteiro, já tem
que lidar com os olhares dele e até algumas indiretas, se dividiu o
elevador com um homem, não importa a idade, não importa se este
está acompanhado da esposa, ela sente as intenções sexuais desse
homem despertarem somente com a sua presença. Do momento
em que ela levanta até o momento que vai dormir essa mulher é
bombardeada por homens e suas intensões sexuais. Todo homem
que cruzou com ela ontem, hoje e amanhã a deseja.
Algumas não sabem lidar com isso e acabam vendo sua beleza
como uma maldição, outras tornam-se tão vazias a ponto de
acharem que precisam cuidar apenas da aparência e isso basta.
Muitas tem os homens aos seus pés mas são carentes de conexões
reais e verdadeiras. Porque conexões mentais são raras e a beleza
que atrai não faz ficar.
E outras simplesmente sabem de tudo isso que falei, e usam disso
como arma para terem do homem, tudo o que desejam. As famosas
Narcisistas, que mencionei no livro “Seis Passos para superar uma
ex-namorada”.
Quando ela sabe absolutamente que é ela quem escolhe, não é
mais possível jogar com ela, pois é impossível jogar com quem tem
certeza que não pode perder.
A única maneira de conquistar a mulher mais linda do local é fazê-la
acreditar que você é o único homem que cruzou com ela e não a
desejou sexualmente, ou ao menos, que você fará algo diferente
para levá-la para cama. Ela pode entender que tudo não passa de
um novo jogo e decide jogar, sentindo a empolgação do que está
por vir.
Nesse caso ela cometeu o erro de mostrar que estava me
esperando, e por ela mostrar isso a privei do que ela tem de todos
que estão ao seu redor: atenção.

Uma das formas mais fáceis e infalíveis de conquistar as mulheres é


ser aquele homem imune ao seu charme e que delicadamente fere
seu ego, sua vaidade. No momento que você prova ser um desses é
ela quem passa a querer te levar pra cama. Nem que seja só para
provar para si mesma, que consegue dobrar você aos seus pés.
Mulheres desejam acima de tudo o que não podem ter e ninguém
gosta do fácil. Essa mulher estava preparada para um jogo de
esconde-esconde comigo, onde ela faria seu charme, eu tentaria
seduzir, ela mesmo querendo diria não até finalmente ceder. Mas eu
acabei com seus planos e feri sua vaidade ao dizer: eu não vou
jogar com você.
E ao mesmo tempo deixei-a curiosa com o pensamento de que: ele
não ficou mexido comigo?
Ou simplesmente ela entenderá: esse é um novo jogo, ok vamos
jogar.
Os homens que não se mostram emocionados com a beleza são os
homens que mais tem chance de conquistar as mulheres mais
lindas.
Ao mesmo tempo que pode estar empolgada, eu sei que ela está
revoltada comigo em seu íntimo, eu falei que as mulheres não
abordam os homens, isso é fato, a não ser que ela tenha algo à
provar pra si mesma.
É bem capaz dela vir falar comigo antes de eu retornar para uma
segunda dose de whisky, somente por ego, uma mulher aborda
você. Ou ela pode também ceder ao flerte de outro homem apenas
para causar-me ciúmes e fazer com que eu me apresse a retornar.
As armas que ela pode usar são várias e se ela souber usar eu terei
que reavaliar todos os meus passos.
De qualquer forma, no momento atual eu já decifrei o seu jogo e
agora apenas preciso de movimentos certos para levá-la direto para
a minha lancha.
Um mandamento crucial que é preciso entender quando se está
jogando o jogo da sedução é: ela não vai esperar para sempre.
Lembre-se do que falei antes, desde que ela acordou tem alguém
querendo fazer sexo com ela. E nesse exato momento, tem mais de
um homem juntando coragem para ir falar com ela.
O tempo de terminar minha bebida é o suficiente para retornar e
bagunçar mais ainda a sua cabeça, a conversa com a horta de
conhecidos obviamente não é produtiva tampouco construtiva, mas
estou aqui apenas para passar o tempo. Tantos assuntos
desinteressantes que me fazem beber mais rápido do que de
costume.
Menos de uma hora passou desde o último contato, então dou o
último gole no meu drink e preparo-me para a abordagem real,
nessa abordagem, a intenção é prolongar o contato com assuntos
interessantes.
Esse é o momento pelo qual esperei toda a semana. Estou indo
rumo a uma desconhecida para conhecer todos os seus segredos,
com toda certeza será mais uma noitada daquelas com essa linda e
estonteante mulher, você também precisa saber o que fazer entre
quatro paredes, é bom impressionar e a satisfazer totalmente.
Satisfaça sexualmente antes de se satisfazer e você garantirá a
repetição, quantas vezes quiser.
Eu nem me prestarei a pegar o número do telefone dela, isso
aumentará o mistério sobre mim, e assim que ela descobrir minhas
redes sociais e estabelecer contato comigo, ela será mais um prato
do meu menu particular, a qual poderei chamar para um encontro ou
outro, quando eu quiser.
Viro em direção ao bar, ela voltou sua atenção às amigas, dou
alguns passos e paro em frente a um camarote vazio, o camarote
está reservado mas seus ocupantes ainda não chegaram, estão
dando uma volta de Limousine e fazendo um esquenta. No
camarote há uma mesa de centro, rodeada por grandes sofás
confortáveis na cor vinho, um grande espelho ao fundo. Subo no
camarote e no espelho vejo meu reflexo. Eu não sou o homem mais
bonito do lugar mas estou com o Arsenal afiadíssimo.
Corpo de quem treina 5x por semana, controla os carboidratos e
vive uma vida de alimentação saudável, pele cuidada, barba feita,
cabelo alinhado. Blazer e camisa Calvin Klein, não que seja
importante nome em roupas, mas trabalhar tanto tem suas
recompensas. Não sou o mais bonito, mas sou extremamente bem
cuidado, culto, educado e com uma postura de homem de verdade.
Isso é mais que o suficiente para conquistar qualquer mulher.
Espero um momento oportuno para me aproximar, nesse exato
momento ela está totalmente participativa nos assuntos e risadas
com as amigas, até que elas começam a virar doses do que eu
acredito ser tequila.
Não posso abordar agora. Esta não é a hora de me meter entre ela
e as amigas e isso confirma que minhas ações anteriores foram
corretas. Essas doses e essa alegria com as amigas confirmam que
ela não teria me dado atenção por muito tempo, ela veio para festa
com o objetivo de se divertir com as amigas, o máximo que eu teria
conseguido quando muito é um beijo e uma promessa de nos
encontrarmos mais tarde.
Começo uma nova fase de observação e lentamente inicío minha
marcha com a intenção de retornar àquela linda mulher, preciso
novamente fazer ela me perceber, sua atenção em mim dispersou
totalmente.
Vou então conversar com algum conhecido ali mais próximo dela,
também vou pedir mais um drink para esperar um bom momento de
abordar, percebendo a temperatura que ela está comigo eu
determinarei o próximo movimento.
Conforme caminho, logo percebo uma sombra se aproximando dela
do outro lado do bar.
- Concorrência, óbvio que teria, e tem muita concorrência. Mas até
então todos os homens que se aproximaram dela não tiveram a
menor chance e foram elegantemente rejeitados.
Conforme vou andando, percebo que o sujeito que está a se
aproximar é um tanto quanto familiar.
Não o reconheço como parte da minha horta e nem pertence aos
meus amigos de infância, mas conheço de algum lugar... Bate
aquela sensação de conhecer mas não lembrar de onde. É um
rapaz pálido, com um olhar estranho e parece estar tendo
dificuldades para respirar e caminhar.
Será que alguém exagerou na bebida e já está passando mal? O
sujeito está pálido como mármore branco e suado.
Parece até uma cena de filme de terror, como se ele tivesse
acabado de ser mordido por um vampiro que retirou todas as gotas
de sangue do seu corpo. Além de toda essa estranheza, uma carga
pesada toma conta do local.
Percebe-se uma grande ansiedade no ar e o peso disso é sentido
por todos os demais.
O rapaz parece emanar uma aura de “desespero” e essa sensação
é como um perfume barato que foi usado em demasia, conforme ele
se aproxima todos se afastam saindo do seu caminho.
Estou tão próximo dele, que agora consigo reconhecê-lo! É um
recente amigo, por mim muito querido, o nome dele é Leitor.
Agora mais próximo, consigo enfim entender o que está
acontecendo com o Leitor, ele está prestes a fazer uma abordagem.
Só que ele está muito tenso e essa pressão está lhe causando toda
essa ansiedade e desespero. Provavelmente ele resolveu às cegas
jogar o jogo da sedução sem nenhuma orientação, sem o
conhecimento certo ele está caminhando no escuro e facilmente
poderá tropeçar e cair, a queda não é culpa dele, pois ninguém
consegue enxergar na escuridão.
E no escuro qualquer um fica perdido sem saber para onde está
indo, e é isso que está acontecendo com ele ao se aventurar nos
jogos de sedução e conquistas amorosas. Um pensamento
melancólico irrompe em minha mente: Minha preciosa Dama de
Vermelho, preciso que me espere um pouco mais.
Acabo de encontrar um querido amigo, e que bom que o encontrei,
posso acender a luz e guiá-lo na arte da sedução.
Faço uma rápida análise na aparência do Leitor e percebo que ele
está usando tudo a seu favor, que está usando tudo que ensinei nos
livros anteriores, está usando o arsenal tal como explicado nos livros
Código dos Homens.
Ao mesmo tempo em que concluí o que estava acontecendo chego
ao bar e peço agora, uma água com gás, limão e gelo.
- O que pode estar errado com o meu amigo? Por quê essa aura de
ansioso e desesperado, sendo que ele já leu alguns dos meus
livros?
- Talvez seja timidez, falta de experiência ou talvez ele passou um
grande período em um relacionamento e esqueceu como flertar. Ou
até mesmo, ele leu, entendeu meus livros mas precisa de uma
simples tutela para aprender como colocar tudo em prática?
Se eu percebi sua aflição, todos os demais também perceberam e
mulher nenhuma fica com um homem aflito. Desespero é o oposto
de sexy.
Como se não bastasse, para o total azar do meu amigo ele está
mirando na mulher mais linda da festa, a mesma que eu já
estabeleci uma certa “dominância da atenção”, ele criou coragem e
irá abordá-la, mas tenso desse jeito a rejeição irá destruir sua
postura e sua confiança irá desmoronar.
- Preciso pará-lo.
Para minha sorte, ele vem a passos lentos, parece dar um passo e
fazer uma oração, outro passo outra oração, pois vejo que enquanto
caminha, sua boca não para de gesticular palavras aleatórias.
Abro a garrafa d´agua e despejo no copo com gelo, dou um longo
gole. Tenho certeza que não quero desperdiçar a oportunidade com
essa Deusa de Vermelho, posso ajudar o Leitor e posso ter uma
noite duplamente fantástica.
Além de conquistá-la, essa será a noite em que ajudarei o Leitor a
levar uma linda mulher para casa.
Olho no relógio, e ele marca 23h em ponto. Chego sempre cedo nas
festas e no máximo as 3:00 A.M estou indo embora acompanhado,
então eu tenho várias horas para ajudá-lo, é bem provável que eu
precise apenas de alguns minutos para guiá-lo nessa jornada. E
depois de encaminhá-lo aos braços de uma bela mulher, posso
voltar minha atenção a Dama de Vermelho.
Ela apenas precisa me esperar, prometo que não demorarei, digo e
repito. A noite apenas começou, ainda está cedo.
CAPÍTULO 2 –PÁSSARO DE GAIOLA DESAPRENDE A VOAR.
A Jornada do Leitor.

A Jornada do Leitor.
- Eu te amo, mas não sou mais apaixonado por você. Precisamos
nos separar, precisamos parar de nos enganar e parar de viver essa
infelicidade acompanhada. Mesmo estando junto de você, mesmo
segurando sua mão durante uma caminhada, ou dormindo ao seu
lado todas as noites, mesmo assim eu me sinto sozinho e infeliz.
- Nossa vida em casal é miserável, não há mais qualquer tipo de
emoção, eu sei que te amo, mas já não é um amor de homem e
mulher, é um amor que vem do companheirismo de todos os anos
que passamos juntos. Em algum momento fomos felizes como
casal, mas esse momento hoje só existe em nossa memória.
- O melhor para ambos, é tentar ser feliz redescobrindo novos
amores. A vida é muito curta para viver um amor em desencanto.
O leitor recitou frente ao espelho essas lindas palavras, um término
digno de filme, maduro e emocionante, enquanto se olhava no
espelho e terminava o ensaio ele preparava-se para uma das piores
conversas que teria na vida. Muitos homens adiam tanto essa
conversa, essa decisão que passam a viver sonhando em terminar
mas nunca de fato conseguindo tomar a iniciativa para ser livre.
Saiu do banheiro e dirigiu-se à sala, sua mulher estava deitada no
sofá assistindo a novela, ela hoje, era uma sombra da mulher que
um dia ele conheceu, então ele procurou repetir exatamente as
belas palavras que disse em frente ao espelho.
- Amor, eu queria conversar com você...
Antes que pudesse falar, ele foi surpreendido com a resposta da
mulher.
- Eu não te amo mais, eu quero me separar de você! Levantou-se e
saiu.
Surpreendido pela mesma decisão que tomara a instantes.
Obviamente se você vive uma infelicidade acompanhada, o
descontentamento é mútuo. Ele também não passava de uma
sombra do homem que ela conheceu. Geralmente um
relacionamento ruim, é ruim para ambos os lados, e continua ruim
até que alguém tenha coragem de tomar a decisão que mudará
essa realidade.
O grande golpe aqui, é que o orgulho masculino aceita muito bem o
fato de rejeitar, mas ser rejeitado mexe com a mente da maioria. Ao
ser rejeitado suas vontades mudaram. Ele agora não queria mais
terminar, ele queria uma chance para consertar a relação. Começou
a se questionar e temer ficar sozinho. Recomeçar a vida de homem
solteiro pareceu assustador. Todo discurso e decisão que teve a
pouco, agora se tornaram súplicas e promessas de mudanças. Mas
toda súplica foi em vão.
Ele obteve o que queria, seu relacionamento acabou, mas não da
forma como pensou, sentiu sua confiança cair e para sua surpresa,
a tristeza o acolheu em um gélido abraço. Enquanto se lamentava,
sua agora ex-mulher arrumava as malas para partir.
Quando ela voltou do quarto, sua imagem carregando uma mala e
uma mochila fizeram lágrimas virem à tona.
Ele manteve-se firme escondendo o rosto, ela abriu a porta, colocou
a mala para fora, olhou para ele e antes de partir foi até o seu
encontro, lhe deu um último beijo de gosto salgado e um abraço
apertado. Abriu sua mochila e puxou dois livros e entregou ao Leitor
dizendo: - Sei que parece o fim do mundo, mas leia esses livros e
você irá me entender e entenderá que o que estávamos vivendo,
não era mais uma relação.
Terminou a frase, soltou os dois livros em cima do sofá e partiu.
O Leitor com a visão embaçada pelas lágrimas, leu em voz alta o
título dos dois livros que eram:
“O Manual Secreto da reconquista” e, “Superando uma ex-
namorada.”
O Leitor com raiva pegou os livros, leu o nome do autor e disse:
- J.F Rozza, não sei quem é mas já odeio esse cara.
Melancólicos dias se seguiram na vida do Leitor, até que enfim no
auge de sua tristeza, rendido, ele finalmente pega os livros e inicia a
leitura pelo Manual da Reconquista.
O primeiro capítulo se chamava “As três reconquistas” e então ele
leu sobre a história de homens e mulheres que estavam presos em
relacionamentos iguais ao seu, das três reconquistas que ele leu,
ele entendeu qual foi a que a mulher escolheu, e que ele não tinha
opção além de também acatar“. A primeira reconquista, a
reconquista de si mesmo.” Imediatamente após ele ler esse livro ele
devorou o segundo livro que ela deixara, “Seis passos para superar
uma ex-namorada”.
Um novo dia começou e esse novo dia trouxe à vida um novo
homem que já acordado enfim despertava aos poucos.
Foi a leitura de uma noite toda que lhe devolveu a masculina
vontade de viver.
Superar o término de um relacionamento não é uma tarefa fácil.
Estava por anos acostumado com aquela mulher, ela era um
membro da família, alguém que ele nem gostava mais de conviver,
porém quando partiu deixou saudades.
Trabalhou arduamente em si mesmo até que se reconquistou.
Reconquistou diversos aspectos da sua personalidade que haviam
desaparecido, tais como sua vaidade, seu desejo de crescer mais,
de viajar, de conhecer coisas novas.
- J.F Rozza, eu realmente preciso me render, estou amando esse
autor!
Escreveu alguns e-mails ao autor pedindo dicas e surpreendeu-se
ao ser respondido, acabou criando uma “amizade virtual” com o
autor dos livros e este acabou o presenteando com os demais livros
de sua autoria.
Assim que recebeu os livros, retribuiu a gentileza publicando uma
foto no Instagram, segurando os livros e agradecendo o autor. O
autor então comentou em sua foto “Orgulho de ver sua evolução,
continue.”
A cada livro que lia, algo novo nele despertava e aos poucos tornou-
se novamente dono de si mesmo, sua confiança voltou, sua
determinação voltou, e obviamente o seu tesão pelas mulheres
voltou. É hora de virar a página e recomeçar uma nova experiência
na vida amorosa.
Uma grande festa estava para acontecer na sua cidade, o evento
era tão único e especial que ele decidiu que essa festa seria o local
do seu reencontro com as mulheres.
Viveu alguns dias de ansiedade até finalmente chegar o dia x. Logo
que acordou começou os preparativos, lustrou os sapatos e saiu
para literalmente ter um dia de “princeso”. Melhorou sua aparência
até onde pode melhorar, passou o dia cuidando de si, até limpeza
de pele fez e naquela tarde comprou roupas novas para usar a
noite.
Voltando para casa, no elevador do seu prédio olhou se no espelho
e sentiu orgulho do que havia se tornado, qualquer um consegue
melhorar a si mesmo de uma forma considerável, desde que este
ame a si mesmo e não tenha preguiça de cuidar de si.
Entrando em casa, fez um lanche e deu uma última olhada nas
dicas de sedução do livro Código dos Homens.
Soltou o livro Código dos Homens Edição Especial na cabeceira da
cama e pensou consigo mesmo:
- Já faz um certo tempo desde que comecei a ler essa coleção,
superei minha ex e a vida foi seguindo seu rumo, comecei a me
desenvolver como homem e segui a risca todos os ensinamentos,
exceto o das conquistas amorosas.
- Pelo que li nos livros, não preciso ser um homem lindo, do tipo
príncipe encantado, como o próprio JF escreveu nem todos os
conquistadores são em tese lindos, eles são acima de tudo no
mínimo organizados e alinhados.
Se você se arrumar como se fosse trabalhar na obra, chinelo de
dedo, camisa velha e bermuda rasgada, então vá trabalhar na obra.
Esse é seu fardamento para o trabalho, e tal como existe o do
trabalho, também existe o uniforme para a sedução.
Não precisa ter nenhum nome na sua cueca, nenhuma marca na
sua calça, nenhuma grife na sua camisa. Desde que elas estejam
limpas, desde que sejam do seu tamanho, desde que estejam
passadas esse pode muito bem ser o seu fardamento para as
conquistas.
Quando não usamos roupas de grife, quando ainda não temos
condições de usar ternos e camisas como se estivéssemos em um
filme de hollywood, devemos nos ater a conquistar mulheres que
assim como nós, são limpas e alinhadas, porém são mais “simples”
por assim dizer.
Toda mulher pode ser conquistada, mas um homem não pode
conquistar qualquer mulher, simplesmente porque existem gostos,
sentimentos e preferências particulares de cada uma. Se todas as
mulheres gostassem apenas de homens musculosos, não haveriam
gordinhos no mundo.
Da mesma forma, se todas as mulheres gostassem de homens
fofinhos, não haveriam homens musculosos no mundo. Não há um
tipo único de homem que agrade todas as mulheres, existem as
preferências da maioria, mas até mesmo este pode ser rejeitado por
alguém que prefira um homem que seja o oposto dele.
O segredo da arte da conquista é acima de tudo perceber qual
mulher pode ser conquistada por você.
Se você for chegar em uma mulher que usa bolsa Victor Hugo, cinto
da Gucci, camisa da puta que pariu que seja, ela claramente te
analisará da cabeça aos pés. Ela é uma consumidora e entendedora
de marcas e colocará valor no homem conforme o valor visível em
suas roupas. Então para vencer na arte da conquista, atente-se para
objetivos similares a você mesmo.
O Leitor não trabalhava, ele estudava para concurso público afim de
realizar o sonho da mãe de vê-lo ocupar cargos estáveis e
visivelmente importantes.
Ganhou o apartamento em que morava da mãe e não precisava se
preocupar com aluguel, e para as demais contas ela ainda lhe dava
um “pagamento mensal” para que ele apenas estudasse. Talvez
esse fato tenha contribuido para o marasmo que tornou-se o seu
relacionamento pois sua vida era sempre viver a promessa de que
no próximo ano tudo iria melhorar.

Um novo concurso era tudo que ele precisava para alimentar a


fogueira da esperança. Enquanto isso não acontecia, sua vida era
economizar e deixar para depois viagens e até mesmo
comemorações de datas importantes.
Sua namorada ganhava salário mínimo trabalhando num salão de
beleza, quando a pandemia do Covid 19 começou eles decidiram
morar juntos no seu apartamento para diminuir ainda mais os
gastos. Mesmo sem ele ter uma independência financeira ele iniciou
uma vida de homem casado. Sua ex trabalhava fora o dia inteiro,
enquanto ele ficava em casa o dia inteiro estudando. Sempre que
algum sacrifício financeiro era preciso, ela jogava na cara o fato dele
ainda ser sustentando pela mãe, e ele retrucava jogando na cara o
fato dela morar de favor em sua casa.
E tudo ainda piorou, quando a crise gerada pela Pandemia do Covid
19 atingiu o ápice e bagunçou a vida até mesmo das pessoas mais
organizadas financeiramente. A vida passou a ficar mais apertada
pelo fato que durante a crise, a mãe ter parado de ajudar e a
responsabilidade da maioria das contas caiu nos ombros da sua ex.
O governo acha que um salário mínimo é suficiente para você viver,
para pagar luz, água, gás, condomínio, internet, telefone, roupas e
depois de tudo isso ver quanto sobra para alimentação e reze para
não ter nenhuma emergência médica ou um filho.
Quem acha que no Brasil dá pra viver com um salário mínimo, são
aqueles que nunca receberam apenas um salário mínimo para viver.
Quando sua ex partiu, partiu com ela a luz, água e comida e ele
precisou parar seus estudos para se sustentar. A necessidade o fez
procurar por trabalho, e que tipo de trabalho se consegue sem
experiência? Sua única experiência era estudar, então sem
experiência ele conseguiria apenas o trabalho que algum parente
pudesse lhe dar.
Foi empregado por um primo de sua mãe, que tinha uma
construtora e cruelmente não lhe deu nenhum cargo administrativo,
foi mandado direto para a obra. Para ajudar os pedreiros mais
experientes.
Então ele trabalhou com o fardamento de operário por meses, até
juntar algum dinheiro para poder investir em si mesmo e criar seu
fardamento de sedutor. Ele comprou um par de sapatos, uma calça
e algumas camisas de marca, duas para ser mais exato, um paletó
preto, relógio, uma pulseira, celular, saiu do SPC, deu entrada no
financiamento de um ‘carrinho’ e hoje após ter reconquistado toda
sua masculinidade e independência ele enfim sente que está pronto
para sair com as mulheres.
Você pode pensar que não é preciso nada disso para se aventurar
no mundo da sedução, mas o Leitor tinha outros objetivos antes de
pensar em mulheres, ele precisou reconstruir sua vida do zero, e
essas conquistas que ele teve foram fundamentais para reconstruir
sua confiança.
Mesmo passando o dia fazendo força na obra, ele se matriculou em
uma academia a qual ia duas vezes por semana, cuidou para não
comer carboidratos à noite e no almoço ao invés do famoso prato de
pedreiro ele passou a comer apenas o necessário.
Com isso ele perdeu peso e sentiu as roupas servirem melhor,
sentiu seu próprio corpo funcionar melhor e ele aos poucos sentiu-
se novamente bonito e decidiu que era a hora de se aventurar nas
conquistas amorosas.
Decidiu assim como escrito no livro Código dos Homens Um, sair
para a noite, ir a um ambiente descontraído para que pudesse puxar
assunto com as mulheres.
Nosso Leitor não tem muitos amigos e ninguém quis acompanhá-lo
à festa, essa “solidão” na hora de sair para a noite poderia ser uma
desculpa, um impedimento desencorajador que o fizesse ficar em
casa, mas depois que leu os livros ele entendeu que todo homem
forte precisa aprender a ser sozinho e fazer qualquer coisa sem
depender de estar acompanhado. Os outros não são sua coragem,
ele mesmo é sua própria coragem.
Sexta-feira à noite chegou, enfim o dia da festa, a fila para entrar
fazia a volta na quadra e os homens precisavam esperar alguns
tantos minutos para entrar, já as mulheres podiam descaradamente
furar fila, obviamente as mais bonitas tem livre acesso. Elas são
sempre bem recebidas em qualquer lugar, porque mulheres bonitas
atraem homens e homens atraídos consomem para impressionar as
mulheres bonitas. Todo comerciante sabe disso.
O Leitor não era presença VIP nem conhecido do dono ou de algum
segurança, mesmo chegando cedo ele precisou enfrentar 40
minutos de fila para só então conseguir entrar no Club.
Uma vez lá dentro parecia estar vivendo em outra realidade, era
outro mundo, diferente de tudo que conhecia, haviam pessoas
conversando e bebendo todo tipo de bebida. O uso de máscaras
que era obrigatório na Pandemia agora tornou-se opcional,
enquanto ele estava na fila ele usou a sua, mas ao entrar na boate
ele retirou guardando no bolso junto da carteira, e na carteira ele
tinha três camisinhas, o dinheiro contado para um pernoite no motel,
algumas cervejinhas ou energético, e claro que se bebesse ele
também tinha o dinheiro do Uber.
No dia seguinte viria buscar seu carro, afinal, melhor pagar o preço
do Uber, do que a multa pra sair da cadeia por dirigir embriagado.
Obviamente ele se organizou financeiramente, tinha o cartão da sua
poupança consigo, apenas por segurança, em caso de emergência.
Antes de sair de casa, ele determinou que a quantidade de $ que
ele levasse em espécie, seria a única que ele poderia gastar. É o
suficiente para uma noite, se você não topar com uma mulher
consumista que queira beber às suas custas, você pode muito bem
se divertir sem se arrepender no dia seguinte.
Logo que chegou na festa, viu crescer em si uma ansiedade
enquanto observava várias mulheres sem conseguir decidir em qual
delas iria chegar. Até que viu uma loira fenomenal sentada no
balcão, havia um homem de costas falando com ela, mas esse
homem logo se afastou.
Era uma mulher de filme, e ele queria que sua “primeira noite” fosse
com uma mulher surreal. Em teoria, ele sabia tudo que precisava
fazer, como deveria se comportar, como deveria falar com ela, mas
tudo que leu, nesse momento de ansiedade tudo se embaralhava na
cabeça. Pensou por diversos minutos, até que ele decidiu por fim
agir, puxaria assunto e o resto seria consequência.
Foi a seco, com a cara e a coragem, não tomou nenhuma bebida
para desinibir, colocou o terceiro Trident na boca, juntou sua
coragem e começou a caminhar. Coragem e ser apresentável,
segundo o que ele leu era tudo que ele precisava para conquistar.
Começou a sussurrar para si algumas palavras de incentivo: - JF
falou no primeiro livro que você precisa de apenas “10 segundos de
coragem” para falar com uma mulher. Pois eles estão aqui e eu
estou indo. Não vou beber nada agora, pois assim posso pagar ao
menos um drink pra nós caso ela me dê atenção.
- Oi tudo? Oi tudo bem? Oi tudo bem? Sussurou essa apresentação
pra si diversas vezes enquanto caminhava, testando sempre um tom
de voz diferente.
Por precipitação, ainda longe, acabou falando em voz alta.
- ÓÓÓÍÍÍÍ TÚÚDÓÓÓ ÉÉÉÚÚ. Parecendo uma cabra que se
apresenta.
Definitivamente quem escutou isso logo deve ter olhado para baixo,
para os próprios pés pois definitivamente havia pisado no rabo de
um gato que soltou um grito extremamente agudo. Foi um som tão
estranho que por sua sorte ninguém conseguiu entender e
obviamente ninguém retribuiu. Com uma excessão apenas.
A mulher de vermelho à sua frente escutou e nesse mesmo instante
o olhava da cabeça aos pés.
Fez vários planos, testou seu tom, sua apresentação, porém quando
o coração acelerou como se fosse fugir do peito ele perdeu o
controle das suas cordas vocais. Conforme caminhou sentiu que
todos olhavam para ele com um estranho olhar de desaprovação.

Isso dificultava ainda mais a aproximação mas não o deteve. Uma


onda de calor e calafrio percorreram seu corpo, sentiu o suor correr
nas suas costas antes de miar para a mulher à sua frente.
A mulher agora o olhava e ele permaneceu imóvel, ele estava com
os olhos arregalados e só conseguiu a observar. A mulher de
vermelho o olhou da cabeça aos pés e ela precisou de um único
segundo para julgá-lo.
Todos sabiam a resposta para a pergunta que ainda nem havia sido
feita. Até mesmo sua mãe que dormia em casa já sabia qual seria o
veredicto dessa aventura.
- “Você não tem chance”.
A mulher de vermelho o olhou, mas não viu homem algum. Seu
cérebro feminino fez a primeira sondagem e decidiu que não valia a
pena passar a informação para sua mente consciente, seus olhos
olharam o Leitor de cima a baixo, mas ela nada enxergou.
O destino estava selado, qualquer tentativa de flerte será negada.
Mas Leitor ainda não sabia disso e pensou consigo mesmo.
- Nada bom, a regra de 3 segundos do livro Código dos Homens
não aconteceu, mas eu já estou indo falar com ela então foda-se
vou ir e ver o que acontece.
A ansiedade estava a milhão, e ele passou a contar os passos que
precisava dar. Estou a três metros dela, mais um passo, estou a
dois metros, meu coração está batendo mais forte que nunca, estou
quase lá meu deus ela nem está olhando pra mim o que eu faço
agora?
O auge do desespero chegou. Em sua mente, tantos
arrependimentos, tantos pensamentos desanimadores, arrependeu-
se de estar ali, amaldiçoou sua nova vida de solteiro, sentiu
saudade do marasmo que vivia, onde a essas horas estaria
dormindo tendo a certeza de que não dormia sozinho, era uma
cama gelada mas havia outro alguém, que ao acordar teria ao
menos uma pessoa à quem dizer “bom dia”.
Os olhos encheram-se de lágrimas, estava fazendo algo por si,
acreditando em si e acreditando que toda sua jornada havia feito
dele um homem confiante, sério e respeitado, e agora ele estava ali
prestes a ter uma das piores humilhações que sua masculinidade
pode ter, a mulher à sua frente não terá nem a cortesia de retribuir
seu agudo – Oi tudo bem.
Ele delira em pensamentos negativos, até que desperta para uma
sensação forte que começa em seu ombro e pensa consigo mesmo:
- Pronto! Estou tendo um ataque cardíaco, só pode. De repente ele
percebe, que o que sente não é um ataque do coração, é um
apertão no ombro, alguém o está puxando para longe dessa mulher.
- Meu deus, deve ser o namorado! Claro uma mulher dessas não
deve estar sozinha. - Ele vai me bater, o que eu faço? Eu não sou
um homem violento, eu não sei brigar.
Seus olhos se enchem mais ainda de lágrimas e ele finalmente volta
a si, decidindo então virar-se para enfrentar o que ele imagina ser o
forte soco de um homem enciumado.
Quando ele se vira, uma lágrima cai e seu pavor vira uma imensa
alegria, as lágrimas se dispersam no ar enquanto ele solta um
suspiro de alivio e felicidade. O Leitor que leu meus livros, percebe
que nunca estará de fato sozinho.
Com a mão em seu ombro e um sorriso no rosto, ele vê seu amigo
J.F Rozza mais uma vez ali para resgatá-lo.
- Amigo Leitor! A quanto tempo não nos vemos!
Nossa última conversa foi por e-mail, onde me contou um pouco
sobre as suas vitórias. A nossa conversa mais importante no
entanto, foi a que originou toda essa sua mudança. Foi ao redor
daquela fogueira que eu te ensinei os Seis Passos para Superar
uma ex-namorada!
- É extremamente gratificante ver que está colocando em prática
tudo que aprendeu nos livros e que agora está se aventurando nas
conquistas amorosas.
- Mas meu amigo, você está mirando bem alto. Escolheu abater
uma Leoa com um estilingue.
Antes de você ir falar com essa linda mulher, preciso te avisar que
ela já é minha.
O Leitor me olha e agora descontraído solta uma piadinha:
- Você já teve várias mulheres, poderia deixar essa pra mim...
- Claro que eu poderia meu amigo! Mas se você quer caridade
procure uma ONG.
Enquanto ríamos completei: - Vamos bater um papo sobre sedução
e preparar você, para ir abordar outra mulher.
- Garçom? Duas doses de “Old Fashioned” por favor. *O Old
Fashioned também é um coquetel à base de whisky.
- J.F, whisky foge do meu orçamento se puder ser uma cervejinha.
- Amigo, você é meu convidado, guarde seu dinheiro. Vamos
conversar.
- Me diz uma coisa, esse cenário, balada, club, isso parece algo
familiar não? Chegar na mulher mais linda da festa, isso te lembra
alguma coisa?
- Sim! Parece o que acontece no capítulo “A arte de ser um
cafajeste”. Eu estou colocando em prática algumas coisas que li
nele.
- Entendi, você leu ele recentemente?
- Sim, faz uns dois meses, mas estou sempre relendo.
- Ok. Faz aproximadamente Dez anos, desde que escrevi o capítulo
“A arte de ser um cafajeste”. É um tempo grande demais para os
primeiros leitores que estão esperando uma continuação direta
daquele capítulo. Pra você é recente, pra mim também, porque
esses dez anos passaram voando, teve muita coisa que precisei
escrever para os leitores, antes de voltarmos a fase das conquistas,
espero que você e eles tenham absorvido tudo o que eu escrevi.
Agora, neste nosso bate-papo, já preciso de cara te falar algumas
coisas. E a primeira delas é: você está suando mais que um porco.
Um dos mandamentos fundamentais do Cafajeste, é agir quando se
está calmo. É preciso ficar tranquilo antes da abordagem.
Conquistar deve ser algo prazeroso e você parece estar sofrendo
com isso. - É ansiedade? Se você está ansioso, se você sente medo
na hora de ir falar com as mulheres, você está sofrendo do que eu
chamo de angústia da aproximação.
Mas aqui entra uma contradição, para ficar calmo as vezes é
necessário se atirar ao fogo, é preciso abordar algumas outras
mulheres como um teste para só então, quando tranquilo chegar na
mulher que de fato você quer.
E esse outro movimento que você fica fazendo com a boca, o que
é?
- Ahh eu estou mascando chiclete.
- Não! Eu é que estou mascando chiclete.
- Sério, nem percebi.
- Exato! Eu sou sutil, já você parece uma vaca remoendo uma
grama difícil de engolir.
- Quantos Trident´s colocou na boca?
- Três.
- Você vai chegar em uma mulher, fazer uma bola de chiclé e
estourar como se fosse um balãozinho?
- Ali, tem uma lixeira. Jogue fora. Tome aqui um Trident, mastigue
apenas a metade, e mastigue lentamente, procure deixar ele
estacionado no canto da boca, sem fazer movimento algum. Apenas
para deixar o hálito agradável.
Você chamou a atenção de todos ao se aproximar dela, e esse
impacto não foi de forma positiva. Você está passando uma vibe de
“super-ansioso”.
As mulheres perceberam, e identificam isso como falta de confiança
e um homem inseguro só é bem recebido no colo da mamãe pra
chorar.
- É muito melhor você relaxar primeiro.
- Aproveite o momento, sinta a emoção de flertar mas não seja
controlado por essa emoção.
- Procure se acalmar antes de tentar qualquer tipo de aproximação.
Tome um Drink, ajuda a desinibir, tome apenas um ou ele irá
desinibir tanto que você poderá passar vergonha.
- Você tem tempo para agir, acabou de chegar e já quer levar ela pra
casa? As mulheres tem seu próprio tempo e você precisa saber ler
isso. Sempre há tempo para as mulheres. Aqui, chegou o Drink,
tome um gole, tente relaxar, tenho muita coisa para te ensinar.
- Vamos para o outro espaço desse club, onde tem uma música
mais ambiente e poderemos conversar melhor. Me acompanhe por
favor. Nossa aventura vai começar.
CAPÍTULO 03 – A ANSIEDADE DA APROXIMAÇÃO E AS CINCO
REJEIÇÕES
E então o Leitor contou-me a sua história. Uma longa história que se
fosse escrita em um e-mail eu teria parado de ler na metade. Pensei
em pedir para ele resumir os fatos, mas por cortesia e respeito à sua
iniciativa de mudar, eu escutei tudo atentamente.
É inegável perceber a melancolia que surge quando se está falando
sobre amores passados. Logo que ele concluiu, eu o alertei: - Aqui,
ouvindo sua história acabei de pensar em mais um mandamento
fundamental para as conquistas, que é o seguinte: Deixe suas dores
em casa.
Eu sei que no nosso caso, eu precisava ouvir sua história, mas a
grande verdade é que é até mesmo constrangedor para quem ouve,
ficar escutando histórias e lamentações de tristes amores. E
ninguém em uma festa quer ouvir histórias tristes e ser invadido pela
tristeza.
Sem sombra de dúvidas é possível ver a sua melhora, você está no
caminho certo, você fez o que podia para melhorar seu visual para
ficar mais apresentável. Fez o que todo homem deve fazer, e é triste
o fato de que muitos homens precisam tomar um pé na bunda para
entender que investir em si mesmo é um dever e uma obrigação.
A cada dia que passa você melhora a si, e melhorar a si mesmo não
é um objetivo que se alcança, é um jornada diária e eterna.
“Ninguém de sucesso, olhará no espelho e dirá: Nossa, já posso
parar os investimentos em mim mesmo, já está bom.”
Não há limites para nossa melhora, quando você alcança o corpo
dos sonhos você deve percorrer a mente dos sonhos, e é
necessário continuar praticando diariamente o que te fez conquistar
o corpo dos sonhos, para que você não o perca. Quando você
conquista a mente dos sonhos, então você precisa fazer a
manutenção do corpo e da mente diariamente para não perdê-los. A
conquista é o primeiro passo, depois dos desafios conquistados,
eles testarão seu comprometimento e tentarão fugir de você, e você
deve persistir para manter o que arduamente conquistou. Até
mesmo a mulher que você conquista, se não quiser perdê-la, não
deixe o sentimento fugir de você.
Conseguiu entender?
Quando conquistar conhecimento em determinada área você
buscará explorar outras áreas. Quando você constrói um império é
necessário buscar conhecimento para a manutenção desse império.
Quando você conquista tudo na vida é hora de aproveitá-la, mas
sempre lutando para não perder o que já foi conquistado. O corpo
sarado, a mente afiada, tudo isso fugirá de você com o tempo. Se
parar de ir na academia, seu corpo irá regredir, se parar de ler livros
apenas porque tem um diploma na parede, sua mente irá regredir.
Jamais ache que conquistou todo o conhecimento, assim como
jamais ache que conquistou uma mulher a ponto de jamais perdê-la.
Seu relacionamento não teve manutenção e é por isso que acabou.
As coisas conquistadas devem ser protegidas, a conquista deve ser
forte, suas raízes devem ser profundas. Conquistar confiança não
ocorre do dia para a noite e assim como tudo é necessário
constante manutenção.
Para jogar o jogo da sedução é necessário uma forte confiança e
bases inabaláveis.
Se você construir uma casa e no primeiro vento ela desmoronar,
você não a construiu para durar. O capricho tem de ser nos
alicerces, no planejamento pois o objetivo da casa é te abrigar,
proteger e resistir as tempestades.
A casa onde você abriga a sua confiança funciona dessa forma. E é
por isso que hoje, irá ventar na sua confiança, e esse vento irá me
dizer se a casa onde você abriga a sua mente é realmente forte, ou
se foi feita sem intenção de durar.
- Não sei se entendi bem Rozza, o que você quer que eu faça?
- Eu quero que agora, você seja rejeitado. Não uma, mas cinco
vezes. De forma proporcional.
Não é só o exterior que conta, você precisa estar calmo e tranquilo
no seu interior antes de jogar o jogo da sedução. É necessário
adquirir confiança e acima de tudo dominar a rejeição. Sua
ansiedade, angústia e medo, vem todas de um único lugar. Tudo o
que te impede de progredir nas conquistas amorosas tem o mesmo
ponto de origem, e essa origem é seu medo de ser rejeitado.
- Então vá ser rejeitado.
Esqueça aquela mulher de antes, ela não é compatível com você,
não falo isso para te desanimar ou ofender, mas existem mulheres
com padrões e opiniões formadas, aquela mulher de antes era
perfeita, mas só de olhar posso dizer que vocês dois não se
encaixam, não forma um “par” por assim dizer. Digo isso porque a
observei por um tempo.
Me diga aqui agora, neste outro ambiente, qual mulher aqui mais
chama a sua atenção?
O Leitor olhou, nem tão disfarçado assim, para quase todas as
mulheres que estavam naquele lounge e disse: - Aquela morena de
preto JF. Eu acho que ela é até mesmo, mais bonita que a loira de
antes.
De fato, o Leitor estava certo. Um ar jovial rodeava esta menina que
tinha uma aparência de princesa com pele de porcelana. Tudo nela
era delicado, o toque e o rosto de poucas expressões. Só não era
delicado o volume em seu sutiã e a ousada saia que era curta e
apertada moldando sua bunda que por sinal era fenomenal.
Realmente, essa mulher é tão bonita quanto a anterior. Sabe qual a
diferença entre elas? Uns dez anos de diferença no mínimo e é por
isso que essa morena aparenta ser mais bela.
Agora pergunta pra mim, se eu devo trocar meu objetivo?
Será que esqueço a loira e foco minha atenção nessa jovem
morena? Qual delas eu devo chegar para abordar?
O Leitor pensou, mas pensou pouco e respondeu: - A morena JF,
ela é mais bonita e mais jovem que a loira.
Eu jamais chegarei nessa morena amigo Leitor.
Quando saímos para flertar, são vários pontos que devemos
observar antes de escolher apenas pela beleza. Essa morena é
mais bonita, mas se eu tivesse sozinho aqui, eu nem iria reparar
nela, independente da beleza, sabe porquê?
- Olha pra mim. O que você vê?
O Leitor hesitou em responder, então eu continuei.
- Eu sou um homem feito, correto? Sabe que idade eu tenho? Eu
tenho 35 anos. Aquela morena ali, que idade você acha que ela
tem?
- Sei não JF, uns 23 anos?
- Ela tem exatamente 19 anos! Sei por que a conheço de vista. O
pai dela é dono de um supermercado onde sempre faço compras.
Conheço ela desde que ela não tinha aquelas curvas que te
seduziram hoje.
Não tenho nenhum preconceito com a idade dela, e se ela me desse
bola talvez eu a pegaria, não sei dizer, pois ao meu gosto, ela é
muito nova e não passa de uma menina aos meus olhos.
Mas digamos que sua juventude tivesse me seduzido, você acha
que eu, totalmente aleatório a todos os gostos dela, teria chance de
seduzi-la?
O que eu poderia dizer, que fizesse ela querer sair com alguém que
tem quase a mesma idade que o pai dela?
Não há palavras que conquistem uma mulher totalmente
incompatível com você. Ela não me conhece, eu não faço parte do
seu ciclo, eu sou um desconhecido total para ela, e aos olhos de
uma menina de 19 anos que olha um homem de 35 à sua frente,
você acha que ela vai dar atenção à um “tiozão de 35”?
Eu não tenho nenhum tipo de preconceito com idade, mas também
não sou idiota a ponto de mirar em mulheres 15 anos mais novas
que eu. Para ter sucesso nas conquistas, é bom ser realista, e
abordar mulheres possíveis de conquistar. A loira de antes, está na
casa dos 30 anos, dá pra ver que ela não é nenhuma menina.
- Então eu posso pegar aquela morena ali JF?
Você precisa estar atento ao que eu estou te explicando. Uma
conquista não acontece apenas pelo seu “querer”. Seja um
observador. Repare nela, mas não apenas nela. O que ela está
observando? O que está fazendo?
- Ela está conversando com as amigas. Respondeu o Leitor.
- Meu amigo Leitor, você está olhando, mas não está enxergando.
- Infelizmente você não tem chances com ela, justamente pelo fato
que te falei, compatibilidade. Na hora de abordar, não interessa
apenas a aparência, existem diversos outros fatores que te ajudam
a conquistar, e outros fatores que te ajudam a não passar vergonha
de graça.
Olha bem para essa Morena.
Vamos descrevê-la, ok?
- Corpo escultural, silicone, jovem, pele de princesa, rodeada de
amigas também da mesma idade, “patricinha” ao ponto de que até o
papel higiênico dela deve ser de marca. É ostentação da cabeça
aos pés. Estourando champagne em camarote. Essa é uma
conquista cara e impossível.
Tudo isso já deveria ser suficiente para entender que no hoje, ela é
uma conquista impossível. E o mais importante de tudo que você
não percebeu, é que esta menina está apaixonada. E nem eu, nem
você, nem ninguém conseguirá chamar a atenção dela, pois ela
jamais ficará com outro perto do homem que ela está apaixonada.
O Leitor olhou para ela procurando o “homem” que mencionei.
Basta você ser um bom observador que você logo percebe, como
ela não tira dos olhos daquele grupinho de meninos ali que estão no
camarote ao lado. Ela olha, joga cabelo, é de poucas expressões
mas quando ele olha pra ela, ela ri alto tentando chamar a atenção
daquele loirinho que está mais preocupado em virar doses com os
amigos.
Aquele loiro de cabelo curto, provavelmente deve ter a mesma idade
que ela. Eu sei que ele é calouro de medicina e ela provavelmente
também deve ser. Ele está mais preocupado em se auto afirmar
para os amigos do que a conquistá-la. Ele nem a percebeu ainda.
Conheço a família desse menino, é uma das mais ricas da cidade.
Pai dele é dono de quatro postos de gasolina. É conhecido como o
“Barãozinho do gás”. Ele é o “alfinha” do grupo e nesse momento a
atenção dela e de muitas outras estão voltadas à ele. Essa é uma
mulher impossível de conquistar.
Essa é uma lição extremamente importante que você deve entender.
Seja um bom observador.
- Eu quero que você olhe ao redor e defina quais são as mulheres
aqui, podem ser compatíveis com você e podem ser possíveis de
serem conquistadas por você. Também quero que me diga quais
mulheres não são possíveis de serem conquistadas por você.
Você consegue observar aqui, agora, qual mulher seria compatível
com você?
O Leitor sondou novamente o local, e apontou uma a uma as
mulheres compatíveis.
- Ok, eu vou complementar o que eu disse, e te darei uma nova
chance de re-apontar para as mulheres compatíveis.
- Quando eu terminar de te explicar você terá que ir falar com cada
uma das mulheres que você apontou.
O leitor então pensou e novamente apontou, dessa vez, apontou
para mulheres mais simples e não tão bonitas.
- Agora sim, você está sendo realista. Sua primeira escolha, você
escolheu baseada nas suas preferências, apenas pela beleza. Você
escolheu cinco mulheres do seu gosto para abordar, pois estávamos
apenas conversando. Quando você entendeu que irá falar com elas,
você enfim começou a pensar racionalmente quais mulheres você
terá mais chance de conquistar.
- Mas antes de falar com essas cinco mulheres, você terá ainda que
passar pelas cinco rejeições que todo homem enfrenta.
- Vou usar a sua primeira escolha como exemplo. Aquela jovem
morena. Você queria aquela linda mulher ali, correto?
- Sim.
Como já expliquei, você mirou alto, no topo do pedestal. E se você
errar? E se ela dizer não para você, e aí?
Isso vai afetar a sua confiança. Se você for rejeitado e não entender
por quê foi rejeitado, você passará a acumular rejeições e isso
começará a enfraquecer sua confiança, até que irá desistir de tentar,
contentando-se em ficar sozinho.
Aceitará que é melhor a solidão, do que passar novamente pela
frustração de ouvir um “não. Você começará a ter cada vez mais
medo da rejeição e a evitará a todo custo ao ponto de nem mais sair
de casa.
Se você quiser desistir, primeiro tente tudo que pode, conclua a
condição que irei propor, e só após fazer isso, você poderá desistir.
Se for desistir, antes, seja rejeitado cinco vezes. Após ser rejeitado
cinco vezes, melhore cinco pontos em você. Cada rejeição é um
aprendizado, aprenda cinco vezes o que está errado e conserte os
cinco erros. Após melhorar cinco fatores em você, seja rejeitado
outras mil vezes. Entenda novamente, evolua novamente, e agora
seja rejeitado dez mil vezes.
- Cada vez que for rejeitado, melhore o motivo que te fez ser
rejeitado e não será mais rejeitado.
Do jeito que você está agora, você não está preparado para chegar
nela e nem a ser rejeitado por ela. Para abordar uma mulher, você
também precisa estar preparado para seduzir, satisfazer e também
precisa estar preparado para ser rejeitado.
- Mas tudo bem, se você quer tanto ela, você irá sim falar com ela.
O Leitor me olhou com olhos arregalados e algumas gotas de suor
escorreram.
Continuei.
- Você irá falar com ela e será rejeitado por ela. Será rejeitado de
propósito, apenas para cumprir o exercício.
Agora o Leitor me olhou curioso e aliviado, como se a pressão de
abordar saísse do seu corpo, apenas por ter a certeza que o
objetivo é ser rejeitado, ele já não estava mais com medo de ser
rejeitado.
Vamos sair do campo de visão dela, para que eu possa te ensinar
algumas coisas que você precisará praticar antes de ir falar com ela.
Nesse momento nos afastamos dali, e fomos para outro ambiente
desse mesmo bar. O terceiro ambiente já havia uma música tocando
mais alta. Era um local onde famosos Djs se apresentam, não era
um local ideal para conversar mas ficamos mais próximo da copa e
conseguimos dialogar.
Tomamos nosso drink de Whisky e agora eu falei para o Leitor, que
o próximo drink é por sua conta. Pegue pra nós, duas águas com
gás, copo com limão e gelo.
Ele foi ao bar e então retornou.
Quando eu bebo álcool, sempre faço pequenos intervalos entre as
doses alcóolicas e escolho sempre água com gás, limão e gelo, pois
simula um drink.

Aparenta ser um drink que estou tomando, e as pessoas que estão


bebendo acabam conversando mais naturalmente com você, se
você também estiver bebendo.
Então, Leitor, agora que você já está um pouco mais descontraído,
não está mais sozinho vamos entender os passos que precedem as
abordagens.
Só há uma forma de perder o medo de ser rejeitado, e essa forma é:
sendo rejeitado.
Eu já disse que você deve ser rejeitado cinco vezes não disse?
Não veja a rejeição como uma coisa ruim. Perca o preconceito, de
que a rejeição é algo ruim.
Ruim, é não ir falar com as mulheres por medo da rejeição. Rejeição
é aprendizado.
Tente pensar, que tudo aqui hoje, é apenas um treinamento. Mude
sua mentalidade antes de ir falar com as mulheres, hoje cada
abordagem é um treinamento para melhorar sua performance. Você
precisa entender que tudo não passa de treinamento para ser um
sedutor melhor.
Ser rejeitado é algo bom quando você transforma isso em
aprendizado. Você pode se considerar um fracasso nas conquistas,
mas só se você sair, perder o seu tempo saindo de casa e ao fim da
noite não tiver ido falar com nenhuma mulher.
Aí sim você é um fracassado, pois você não se deu nem a chance
de ser rejeitado, sem rejeição, não há nada para aprender e sem
aprendizado não há como se fortalecer.
A sua mente é uma fortaleza, é o castelo onde reside tudo que você
é, inclusive sua confiança. E é apenas você que pode construir esse
castelo.
Se eu construísse um castelo físico, ou seja, real. A primeira coisa
que eu faria no dia seguinte, seria mandar que atacassem esse
castelo, para descobrir se ele é forte e aguenta, e se houverem
falhas eu irei consertá-las no dia seguinte. E no próximo dia eu
mando novamente atacar o castelo, desta vez houveram poucos
estragos, mesmo assim mostrou que o castelo não está forte o
suficiente.
Até que ele aguente qualquer ataque, eu não vou parar de testá-lo.
Se sua mente é um castelo, iremos bombardeá-la para ver onde
estão as fraquezas, somente conhecendo suas fraquezas é que
podemos nos livrar delas, ao corrigi-las
Eu quero que agora, você chegue em uma mulher e seja rejeitado
de propósito.
Não precisa nem ao menos ficar nervoso, você não sofrerá a
angustia da aproximação, porque você já sabe que será rejeitado, o
objetivo é ser rejeitado. Parte da ansiedade é não saber o que vai
acontecer, mas nesse caso você quer ser rejeitado, então não há o
que temer, se o exercício é ser rejeitado, seja rejeitado.
Quero que você vá na mulher mais bonita daqui e diga algo simples,
eu poderia falar sem sombra de dúvidas que a única forma de
perder a timidez, o medo da rejeição é praticando a primeira
aproximação, o que iremos chamar de “primeiro contato” nesse
exercício, eu quero que você vá até a mulher mais linda que achar e
diga apenas:
– Oi Cláudia, tudo bem?
Ela vai olhar para você, e você olhará no fundo dos olhos dela,
colocará a mão no ombro dela e dirá:
- Ah, me desculpe, achei que era outra pessoa.
É um exercício simples. Você apenas está perdendo o medo de falar
com as mulheres.
Vá e faça isso, cinco vezes. Esperarei aqui a sua volta.
Quero que você faça isso na mulher mais bonita, e depois encontre
mulheres impossíveis de conquistar e faça a mesma coisa.
A seguir, o relato do Leitor sobre a experiência:
“Conforme o JF terminou de falar, senti crescer dentro de mim uma
angústia e o coração novamente começou a bater forte. Eu sei o
que devo fazer, estou tentando recordar de tudo o que ele falou mas
estranhamente não consigo lembrar de absolutamente nada.
Isso é frustrante, na hora eu entendi tudo que ele falou e mesmo
assim eu estou muito nervoso para ir falar com ela.
Dei alguns passos, escolhi a mulher mais bonita, ela estava sozinha
e imaginei que seria fácil de agir, caminhei até que fiquei frente a
frente com ela.
Quando me aproximei, medos e inseguranças vieram à minha
cabeça, e pude ouvir uma voz dizendo: - Não vá, pare! Volte. Evite
essa dor, não queremos sofrer.
Paralisei.
Minha boca não conseguiu falar absolutamente nada. Até que a
mulher incomodada com a minha presença imóvel a sua frente
decidiu se afastar.
Demorou alguns minutos para que minhas pernas reagissem, não
consegui falar com uma mulher, imagine falar com cinco, é
impossível, vou me desculpar com o JF, não nasci para isso, vou
voltar me despedir dele e vou pra casa, eu só quero ir pra casa e
dormir e esquecer esse papo de conquistador.”
JF ficará furioso, é capaz de ele até gritar comigo, talvez seja melhor
eu apenas, fugir, ir embora.
Onde fica a porta de saída. Mando um e-mail me desculpando, mas
eu quero ir embora daqui. Ali a porta de saída, estou indo. Conforme
caminho entre as pessoas, vejo a porta de saída mas é impossível
atravessá-la.
O maldito J.F está parado em frente a saída, rindo e com uma
cerveja na mão. Não tenho como evitá-lo.
- Desculpe J.F, eu não consegui falar com ela. Eu entendi tudo o
que você me explicou, mas eu não consigo mudar minha timidez e
insegurança tão rápido assim.
- Leitor, eu sabia que você não iria conseguir falar com ela. É por
isso, que eu também sabia que você tentaria fugir dessa situação o
mais rápido possível e buscar abrigo em um lugar confortável. E não
há lugar mais confortável que a nossa cama não é mesmo? Você
pretendia ir embora pra acabar com essa angustia? Mas e a
angustia de não progredir? De viver sozinho quando não se quer
mais viver sozinho? E a angustia de não ter coragem de dizer
simplesmente Oi para uma mulher?
Eu entendo perfeitamente isso, todos perdem para o seu medo,
afinal ninguém quer sofrer se há meios de evitar esse sofrimento.
Todos fogem de situações assim.
- Menos você. Digo com um sorriso maligno no rosto >:)
- Você não tem para onde fugir, você não tem para onde correr, você
vai falar com aquela mulher, nem que eu o arraste até ela.
- Você é o meu Leitor, você não faz parte do rebanho que foge de
situações difíceis, você anseia por situações difíceis, você vai ser
forte porra. Você vai ir falar com ela de qualquer jeito.
- Era preciso você tentar primeiro. Você, tentou, não conseguiu falar
palavra alguma, mas a mulher percebeu que você tentou, ela até
fugiu de você, foi uma abordagem patética, mas foi uma abordagem.
E você consegue ver, que apesar dos medos e dos calafrios, nada
demais aconteceu com você?
Você foi parado por uma parte do seu cérebro a qual eu chamo de
“passageiro covarde”.
Você não conseguiu se comunicar, você não conseguiu falar um
simples “oi” pra ela porque você está escutando o “passageiro
covarde” da sua cabeça.
- Passageiro?
Sim, todo homem carrega consigo, diversos passageiros diferentes
dentro da sua mente.
Há aqueles que nos fazem progredir, há os que nos fazem regredir,
e há os que nos fazem evitar a todo custo a dor e o sofrimento.
Se eu perguntasse a você, onde reside o “seu ser”? Onde vive a sua
alma?
Você me diria, que a sua alma vive na sua cabeça. O seu ser nada
mais é que uma voz na sua cabeça? Isso?
Em partes isso está correto, você é uma voz na sua cabeça, esse é
o seu ser pensante, tudo que você faz vem da sua voz interior, mas
existem inimigos sabotadores dentro da sua própria cabeça.
E eles aparecem quando você está tão determinado a fazer algo,
que de repente surge outra voz interior, desencorajadora, querendo
te frear e te apresentando os piores cenários possíveis
consequentes da sua ação. Esse pessimismo extremo é uma ilusão
criada apenas para pará-lo.
Essa voz é o seu “passageiro covarde” ele vive com você e ele
pensa apenas na sua sobrevivência, ele quer a todo custo evitar
qualquer stress que possa acontecer à você. Ele é um covarde e
acredita que covardes tem vida longa. Ele quer sobreviver dentro da
zona de conforto, dentro de onde tudo é controlável e conhecido.
- Ele não quer viver novas aventuras, é ele que fadiga
propositalmente seu corpo e faz com que você fique com “preguiça”
de sair e tentar coisas novas. Ele é um parasita que vive do seu
comodismo.
Ele quer que o hospedeiro tenha uma longa, previsível e entediante
vida. Você já passou por situações, onde você queria tanto fazer
uma coisa, e do nada, sem explicação você se sente cansado, ou
acha que “pensei melhor” e decide não fazer. Ele convence você a
não tentar, esse é você escutando a voz do seu “passageiro
covarde”.
Agora mesmo aconteceu isso com você, você saiu daqui
determinado a ir falar com ela, mas conforme foi andando, seu
“passageiro” trouxe todas as consequências do erro e como seria
muito frustrante ser rejeitado e tudo isso pode ser evitado se você
não fizer nada. Conforme você caminhava todo tipo de pensamento
desnecessário aparecia na sua cabeça, para enfraquecer sua
determinação e pará-lo, porquê o “passageiro” é covarde, ele tem
medo de tentar coisas novas. Quanto mais escutar seu “passageiro”
mais demorará para tentar as coisas, não só com as mulheres.
Um exemplo claro pra isso, é quando as pessoas tem sonhos que
podem atrapalhar seu conforto atual, aí elas passam a vida apenas
planejando, porque o passageiro quer sempre sonhar mas teme
tentar e não realizar, ele se contenta com as migalhas de apenas
imaginar como seriam as situações ao invés de arriscar.
Quantas vezes você pensou, simplesmente em sair e chegar nas
mulheres, e simplesmente desistiu?
Porque escutou a voz do ‘passageiro’, ele dizia coisas como “você
precisa de roupas novas para sair, aí você compra as roupas novas
e agora ele diz que você precisa emagrecer para sair, você
emagrece e aí ele diz que você está cansado para sair” ele tenta te
manter na zona de conforto o tempo todo, para o ‘passageiro’ tudo é
ensaio e preparação, e quando conclui-se o ensaio surgem outras
demandas e desculpas.
Todo mundo sabe de uma grande verdade: Depois do ensaio é a
hora do Show.
Todos os homens tem o seu “passageiro”, alguns se sobressaem e
aprenderam que o passageiro deve ser transformado apenas em
cautela e não domínio sobre a vontade.
- O meu “passageiro” fala comigo o tempo todo, sempre que vou
tentar um novo negócio, sempre que vou falar com alguma mulher,
porém eu comecei a escutar a voz do meu coração, a voz que vem
direto das minhas vontades, ela é uma terceira voz na minha
cabeça, a qual eu chamo de “destemido” e ele me ajuda a controlar
meus medos, ansiedades e afasta os pensamentos desmotivadores.
Quando você quer fazer algo, o “passageiro” aparece e começa a
pensar que seria melhor não fazer, então os homens fortes ativam
seu “destemido” que chega chutando tudo pra longe e dizendo: eu
vou tentar essa porra aqui e todo o resto fique calado!
Eu entendi que estamos com medo mas vamos ir com medo
mesmo, não tem porque pensar no futuro, no que faremos daqui um
minuto, vamos ir lá falar com essa mulher e fim de papo.
O “destemido” é aquela voz que te dá coragem para fazer de uma
vez , o que tem que ser feito. E você faz.
Deve haver um equilíbrio entre você, seu “passageiro” e o seu lado
“destemido” que nada mais é que a sua coragem.
O medroso morre tarde, porém nunca vive.
O corajoso morre cedo, porém vive intensamente.
Encontre o equilíbrio, viva muito e viva bem.
Você vai ativar o modo destemido agora. Pare todo pensamento
desmotivador que surgir na sua mente, “grite” foda-se você.
E é sem pensar muito, está vendo aquela mulher ali, vá até ela
agora, vai sem pensar em nada além de “Oi, tudo bem?”. Não
importa quantos pensamentos o ‘passageiro’ traga, você vai lá fazer
isso de qualquer jeito, só vai, nem pensa, modo ‘destemido’ ativado.
Eu tomo um longo gole da minha cerveja, meus olhos treinados
percebem a tremedeira do Leitor ao ir falar com aquela mulher, mas
ele vai e não pensa, não hesita, ele chega nela, a cumprimenta, ela
retribui e ele em seguida se afasta. Deu uma volta inteira ao redor
do bar para voltar aqui falar comigo.
- Conseguiu falar com ela, foi estressante para o corpo tanto que
precisou dar uma volta pra respirar, mas já o vejo retornando.
Quando ele se aproxima eu pergunto: - Sua covardia morreu, e você
está morto também?
- Não J.F, eu estou vivíssimo!
- Foi mais difícil do que eu imaginava JF, mas sim, eu saí daqui
apenas repetindo “foda-se o medo” que quando cheguei nela quase
falei foda-se em voz alta.
Mas consegui falar: - Oi Claudia. Ah me desculpa achei que fosse
outra pessoa!
E me afastei. - Fiquei até impressionado porque ela me retribuiu o
“oi”. Achei que ela nem ia falar nada.
- É claro, você não está indo falar com uma parede, óbvio que elas
podem te responder, depende da educação de cada uma, aquelas
que forem cativadas na primeira impressão, irão te responder com
um tom de curiosidade e você pode muito bem aproveitar isso para
prosseguir a conversa.
Tudo saiu conforme o planejado. Você falou com a primeira mulher
depois de tanto tempo de “descasado”, depois de tanto ensaio, tanto
livro. Maravilha!
Mas a noite acaba de começar.
- Você ainda me deve cinco rejeições. E esse é o preço que você
pagará agora!
- Vá e fale com as mulheres.
- Você só precisa sair daqui determinado a falar com elas, cale seus
pensamentos desmotivadores e só faça o que determinou fazer.
Agora, eu quero que você vá lá na frente do palco, próximo do DJ,
escolha cinco mulheres que estão de copo na mão dançando e seja
rejeitado por cinco mulheres diferentes.
- Eu vou te dar uma dica, pra você não precisar trazer muitos
pensamentos à mente agora. Como o objetivo é ser rejeitado, você
pode muito bem chegar da forma mais “direta ao ponto”.
Vá e fale: - Oi, posso te beijar?
Não há forma mais fácil de ser rejeitado, do que chegar em uma
mulher que nunca te viu antes e pedir por um beijo.
Então o Leitor foi e se perdeu na multidão, sei que ao regressar ele
me trará as cinco rejeições. Acredito que não será tão rápido assim,
olho em meu relógio, já passa da 1:00 Am. Essa sexta-feira está
saindo totalmente fora dos meus planos.
Decido então agora, tomar um energético, mas quero continuar com
essa “alegria” que o álcool me deu, então tomarei uma dose de
Whisky com redbull. Preciso me controlar, estou quase chegando no
meu limite alcóolico.
Whisky com redbull realmente lembra meus tempos de adolescente,
quando eu havia começado a sair em baladas.
O Drink chega, tomo praticamente metade dele, sem pressa e de
repente, saindo de dentro da multidão, vejo o Leitor voltando com
um grande sorriso no rosto.
- E então, qual delas você beijou? Pergunto.
O Leitor não conseguiu conter a empolgação e então ele me contou
tudo o que aconteceu.
- Eu sai um pouco apreensivo e nervoso daqui, mas fui repetindo a
mim mesmo que deveria falar com as cinco mulheres e fui. A
primeira que eu pedi um beijo foi a mais difícil, mas eu falei, porque
eu sabia que ela me recusaria então eu já fui sabendo tudo que ia
acontecer. Ela apenas virou o rosto quando falei.
- Confesso que fiquei com muito medo, na hora de falar com a
segunda, mas fui e pedi novamente por um beijo, dessa vez ela
sorriu e disse não.
- A terceira, foi fácil, eu já havia conseguido ser rejeitado duas
vezes, já tinha chegado na metade da meta e fui lá certo de ser
rejeitado, pedi um beijo, ela sorriu pra mim e não disse nada, então
eu apenas me afastei e fui pedir um beijo para a quarta mulher.
Essa feriu um pouco minha confiança, pois ela além de dizer não,
meio que me empurrou com a mão.
- Quando eu fui falar com a última, eu já estava aliviado, feliz e
sorrindo, estava tranquilo porque eu tinha conseguido fazer o que
você pediu, faltava só falar com ela e voltar aqui.
- Mas eu nunca esperei, que ela fosse me beijar JF!
- E o que você fez, depois que ela te beijou?
Ué, eu voltei aqui contar pra você!
Foi relativamente fácil falar com essas mulheres agora não foi?
Porque você tinha certeza de que seria rejeitado, e como eu te dei
um objetivo, sua tensão acabou diminuindo conforme você era
rejeitado.
A última mulher te beijou, porque uma coisa é óbvia, se você sair
por aí pedindo beijo, alguém vai atender o pedido! Foi a última,
porque você estava sorridente, feliz, passando uma imagem de
homem tranquilo.
E as mulheres que estão lá dançando, já estão totalmente dispostas
a beijar sem muita enrolação! Elas querem dançar e beijar ao som
da música. Não querem que você fique meia hora no ouvido porque
elas querem dançar, muitas delas beijam dez homens diferentes na
noite e vão embora com o último que as beijou. Acima de tudo ela te
beijou porque você conquistou um dos dons do conquistador!
Você foi falar com ela, como se não fosse nada demais, totalmente
tranquilo, realizado e de sorriso no rosto! E ainda, por eu te
prometer que era apenas um treino para voltar a falar com a
morena, você tentou porque sabia que ainda há outra “promessa” e
mesmo que ela aceitasse você não ficaria aqui nesse ambiente, e
voltaria a morena de antes, o que é óbvio, não iremos voltar.
Não há forma melhor de desarmar uma mulher do que sorrir para
ela. Esqueça essas estratégias de olhar sério e cara de bunda,
mulher nenhuma gosta disso. Algumas só precisam de um sorriso
para darem abertura.
As mulheres querem um homem divertido, solto, galanteador. Elas
não querem um homem que as olhe com cara séria , parecendo
‘brabo’.
O Sedutor tem uma face agradável, passando um tom de boa pinta,
homem suave e de fala cativante.
Aqui, agora, escolha uma mulher, espere ela te olhar e apenas
sorria para ela.
O Leitor escolhe, sorri e eu pergunto.
- O que você está fazendo?
- Ué estou sorrindo J.F.
- Credo, por um minuto achei que você fosse inimigo do Batman.
Está totalmente exagerado, você não está em uma consulta do
dentista.
- Deve ser um sorriso, malicioso, sensual, não precisa mostrar os
dentes, aqui observe.
- Estou sorrindo para aquela mulher, apenas um sorriso de canto de
boca, suave. Simpático.
Antes que o leitor pudesse falar alguma coisa, percebo seus olhos
arregalarem ao olhar para a porta de entrada desse lounge de
música eletrônica.
- Ele ri, me olha e fala em tom debochado.
- Então J.F, eu cheguei nas cinco mulheres, e você só aí na
bebidinha. Então agora J.F, sou eu quem te desafia. Eu quero que
você me dê uma rejeição, rejeição não, eu quero que você me dê
uma conquista.
- A sua dama de vermelho está aqui.

CAPÍTULO 04
UM BEIJO E UMA PROMESSA
Eu realmente não acredito nisso. Eu, irei ver o Rozza em ação
pessoalmente.
O Leitor parecia demonstrar mais empolgação com a minha
conquista do que a que ele mesmo teve agora pouco.
Essa é uma das oportunidades em que preciso fazer bom uso dos
olhos do Leitor.
- Descreva o que você vê. Digo a ele.
- Loira, vestido vermelho....
- Não! Não precisa descrevê-la, descreva o que está acontecendo
do outro lado.
- Ah tá.
- Bom... ela está com uma amiga, uma única amiga. De todas
aquelas que vieram junto, tem uma amiga com ela, e essa amiga
está meio nervosa por assim dizer, colocou a mão no rosto diversas
vezes.

Estão indo... é entraram em um camarote cheio de gente. A amiga


dela, começou a discutir com um homem e a sua loira saiu de perto,
mas está lá no camarote, olhando lá para os Djs. Não está bebendo
nada.
O Leitor descreveu mas não sabia exatamente o que deveria
procurar.
Então resolvo olhar, já não há necessidade de disfarçar as intenções
e eu preciso estabelecer um novo contato em breve.
Ainda preciso ajudar o Leitor a conquistar uma mulher, o que ele fez
foi apenas ganhar um beijo ao acaso, nossa intenção não é
colecionar beijos aleatórios como se fossemos adolescentes em
uma competição de quem beija mais. Nós queremos é ganhar nesse
jogo e terminar a noite na cama com uma mulher linda.
Decido procurá-la na multidão. E nesse momento, a multidão está
agitada ao ritmo da música eletrônica. Logo que a encontro, vejo
que minha dama, ainda mantém a elegância, suas mãos estão
vazias, ela não está bebendo nada, a pouco estava virando algumas
doses com as amigas sinalizando que a festa estava apenas
começando.
Me preocupa o fato dela ter colocado sua jaqueta, está quente aqui.
Bom talvez ela apenas não queira ficar segurando.
Infelizmente, não há como eu subir no camarote em que ela está
sem revelar quem eu sou. Pois o dono do camarote iria reclamar ao
segurança de deixar um penetra entrar, e eu precisaria dizer que
sou o dono do estabelecimento e que tenho livre acesso a qualquer
lugar.
Então preciso ficar aqui e aguardar uma chance de me aproximar,
talvez em algum momento ela vá ao banheiro, ou vá dançar na pista
e tudo ficará mais fácil. Em outras ocasiões eu já teria estabelecido
a intenção com ela, mas nem tudo saiu como o planejado nessa
noite.
Meu drink já está acabando, não sei se a noite está quente ou se é
o fato de eu já ter me passado nas minhas doses de whisky, mas
começo a passar do estado de “alegria” alcóolica para o estado
“eufórico”. Não teria nada de errado nisso se o eufórico não fosse
tão próximo do embriagado.
A música começa a tocar mais alto, um famoso “hit” começa a tocar
e a galera enlouquece ao som do DJ. Olho para o Leitor e percebo
que já está totalmente descontraído e solto.
Temeu tanto a abordagem, que depois da onda de adrenalina e
tensão seu corpo agora apenas relaxa.
O problema de você cultivar a horta de conhecidos é que eles estão
ali a disposição para falar com você quando você quiser, mas você
nunca espera que eles te procurem para conversar, ainda mais para
beber. E é exatamente isso o que aconteceu. Eis que um grupo de
conhecidos começa a me chamar.
- Ei Rozza, chega aí, tenho uma amiga pra te apresentar, tenho
duas pulseiras vips pode trazer o seu amigo também.
O Leitor me olha como se tivesse ganhado um passe para a terra da
fantasia.
- Eu posso ser Vip? Diz ele enquanto pega com o segurança as
duas pulseirinhas, coloca no punho e me alcança a outra. Eu
também coloco a minha em “aceitação ao convite”, mas o
segurança que ficava ali na entrada do camarote discretamente já
me cumprimentava enquanto estufava o peito para demonstrar
“serviço”.
Entramos no camarote, o conhecido me apresentava a todos e eu
por educação apresentava meu convidado junto. O som do Dj ficava
ainda mais empolgante, agora todos erguiam as mãos para cima,
como se tivessem entrado em um transe mental. Eu não posso
negar, que mesmo que a noite não estivesse de acordo com os
meus planos, eu estava me divertindo muito.
- Rozza essa aqui é minha prima Renata, acabou de se formar em
farmácia e se mudou aqui para o litoral, sei que você é cheio de
contatos se souber de algum lugar pode indicar para ela.
Logo penso comigo mesmo. - Se ela quer emprego, ela irá soltar
currículo nas farmácias, irá procurar vaga em sites de empregos,
não existe mulher que se maquie desse jeito, coloque um vestido
apertado desses para pedir recomendações de emprego em plena
balada na sexta-feira.
Então me aproximo, e agora enxergo a Renata. Faço comigo
mesmo uma oração em agradecimento: Deus pai todo poderoso,
afasta de mim essas tentações, mas não as leve para muito longe,
afaste-as somente enquanto outras tentações preferenciais estão
por perto, traga cada vez mais e mais mulheres bonitas, mas
apenas traga uma por vez ,amém.
Novamente me vejo sem palavras para descrever. Fico à sua frente,
olho no fundo dos olhos de Renata, não interessa se o conhecido
me apresentou a ela, um homem de verdade se apresenta: - Olá
Renata, tudo bem, meu nome é J.F Rozza, faço isso enquanto dou
a cortesia dos três beijos no rosto. Que definitivamente não são
“beijos”, são “encostadas” de rosto.
Quando meu rosto toca no seu a primeira vez, eu sinto um doce
aroma do perfume que está usando e aí revela-se uma grande
fraqueza minha. Eu realmente sou seduzido por perfumes e o dela
era ainda mais envolvente que o da minha dama de vermelho.
Era mais agressivo, mais sedutor.
Na segunda encostada de rostos, eu coloco minha mão nas suas
costas e a seguro firme, na terceira encostada de rostos ela então
beija minha bochecha, com os lábios, eu a seguro forte e além de
encostar o rosto, eu dou uma “boa cafungada no cangote” fazendo
ela perceber que fiquei seduzido pelo perfume, assim também,
demonstro totalmente minhas novas intenções.
Eu então me afasto, seus verdes olhos me pedem um beijo
imediato, sem abordagem, sem conversa fiada. Eu hesito, estou
dividido. Me afasto dela mas imediatamente tento manter o clima
sensual que foi criado, preciso pensar, calcular, imaginar. Preciso de
um tempo mas sem perder a preferência que de mão beijada me foi
oferecida.
Vejo que ela não está bebendo nada, então ofereço a ela um drink,
pois eu preciso de um minuto para raciocinar. Ela não facilita minha
vida, pois continua jogando pra mim o olhar de quem diz “me beija”.
- Quero sim. Responde com uma voz doce e meiga.
Começo a pensar e nesse momento lembro, que eu não estou
caçando hoje sozinho e o Leitor definitivamente poderia me ajudar
nessa situação, deve estar sendo meus olhos e definitivamente ele
deve estar entendendo a situação que eu estou passando, acredito
que apenas em um olhar ele me revelará o que está acontecendo
com a dama de vermelho.
Renata é uma tentação, eu ainda nem a descrevi para você não me
incentivar a fazer a troca.
Ela é linda e jovem, mas eu sou do tipo teimoso, quando eu escolho
uma refeição eu não gosto de provar nada que afete o paladar. Para
mim, ela não era suficiente para ofuscar meu interesse anterior. Pelo
menos hoje ela não é o suficiente, definitivamente é um prato que
irei provar, provavelmente na próxima sexta, estou sem planos e
posso encaixar ela na agenda.
Decidido. Me manterei “fiel” a minha primeira escolha. Eu estou
tentado a beijar Renata, mas jamais farei isso em frente a dama de
vermelho, uma mulher dessas, não é segunda opção de ninguém,
ela sabe disso e não perdoará o homem que a tenha como segunda
boca da noite.
Há uma regra clara que precisa sempre ser respeitada quando se
está jogando o jogo da sedução: Seja discreto ou ficará sem
nenhuma.
Não quero perder a Dama de Vermelho, então não posso sequer
beijar Renata.
Não quero perder Renata para uma futura interação, então não
posso beijar a Dama de Vermelho aqui nesse ambiente.
Olho rapidamente para o Leitor, acredito que ele esteja sendo meus
olhos e cuidando da retaguarda enquanto travo essa batalha de
decisão. Mas este, já está de copo na mão, sorriso no rosto me
olhando e balançando a cabeça em sinal de aprovação. Totalmente
inútil a minha necessidade.
- Vou servir um drink pra você Renata, “me espera”.
Me dirijo para onde o Leitor está e ele diz:
- Aí sim Rozza, nem vi o que aconteceu direito, já pegou?
- Teus amigos me ofereceram Vodka com Suco, é até bom, ali está
a garrafa eles falaram pra ficar a vontade.
Respondo pra ele: - Leitor, preciso que você localize a dama de
vermelho e me diga onde ela está, meus planos não mudaram,
preciso ser discreto aqui agora, se eu quero ter uma chance com ela
depois.
O Leitor olha, olha e olha mas nada vê.
Ele se vira pra mim e faz apenas sinal de não com a cabeça.
Eu subitamente penso: - A perdi?
Não tenho opção, sirvo o Drink para a Renata, que está
conversando com sua amiga, está rindo, aquele sorriso malicioso
que eu bem conheço está sendo disparado em minha direção. Eu
volto a ela e carrego comigo o Leitor, ele ao menos deve entender
que precisa distraí-la por um momento pra mim. Levo o Drink para a
Renata, o Leitor, inexperiente, para ao lado da Renata, e eu fico ao
lado do Leitor, todos virados ao palco, como se além de escutar o Dj
precisássemos assistir a performance.
Enquanto eles olham ao Dj, eu aproveito e procuro minha Dama e
logo a encontro. Eu encaro um par de olhos do outro lado do salão a
me fitar, o qual eu não precisei procurar nem por um segundo, meus
olhos foram atraídos de imediato e vejo a dama de vermelho me
encarando, olhar fulminante, sedutor, provocante e acima de tudo,
desaprovador.
Ela me olha como se me julgasse: - Poderia estar aqui comigo, mas
preferiu ir aí com as “menininhas”.
Eu tento desarmá-la novamente com um sorriso, mas ela não
retribui. Vira a cara e fica de lado pra mim, então começa a
conversar com um homem que lhe cumprimentou e puxou assunto.
- Ela ri com ele, enquanto ri me dá um último olhar apenas virando
um pouco a cabeça para o lado. Nesse momento ela também vira a
ampulheta de cabeça para baixo, a areia do tempo começa a
escorrer enquanto ela decreta que meu tempo está acabando.
Dá início a contagem regressiva, como quem diz sem palavras: o
tempo começou a correr contra você.
Quão bom de papo será esse homem e quanto tempo eu tenho para
cruzar o salão e ir até ela?
Estou completamente dividido e por um minuto fiquei sem saber o
que fazer. Mas é em momentos de dúvida que precisamos deixar
nossa inteligência agir, vamos pensar de forma racional no que está
acontecendo agora.
Renata é um presente inesperado. Linda e deslumbrante, recém
formada em farmácia, deve estar na casa dos seus 22 a 25 anos,
um tanto jovem ao meu gosto mas o vinho dessa safra é bastante
tentador. Homem nenhum recusaria essa mulher, de fato deve
haver uma longa fila de homens pegando ficha e sentando para
esperar sua vez de tentar conquistá-la.
Qualquer homem que a recuse, deve ser internado como louco.
Imediatamente em seu olhar eu vi que há um querer maior que
apenas referência na cidade, isso já ficou bem claro e tem mais
isso, Renata revelou que é uma conquista local, que acabou de
chegar na cidade, então não conhece ninguém, não tem chances de
logo entrar em um relacionamento e ficar inacessível e por ser local
pode ser conquistada em qualquer outro momento.
Um convite para um jantar e um encontro e está resolvido.
Enquanto penso, o conhecido vem balançando os ombros ao ritmo
da música, chega em meu ouvido e diz:
- E aí “parente”, não vai beber? Aqui oh, bebe com nós! E me
alcança um copo dizendo que é Vodka e RedBull.
Há uma mistura preocupante já em meu estômago, cerveja, whisky,
vermute e agora vodka? Tudo está descontroladamente escapando
de minhas mãos hoje à noite.
Recebo de bom grado o copo de Vodka e agradeço mas meu
agradecimento é porque ele confirmou o que agora era uma certeza,
de que sua prima estava interessada em mim.
- E então JF, bebe um gole, vê se tá no seu gosto.
E então eu sem pensar dou um longo gole da bebida e percebo que
é Vodka pura.
O conhecido cai na gargalhada dizendo: - Esse é o meu copo, não
gosto de energético, aqui pega esse, esse tá mais “fraquinho”.
Ele então novamente se vira para “assistir a música tocar” e eu volto
a minha reflexão. A Dama de Vermelho é uma chance rara e única,
há uma grande possibilidade de eu nunca mais vê-la pois me
pareceu ser alguém apenas de passagem pela cidade.
Na minha frente está um exótico prato que eu provei pouquíssimas
vezes na vida. Renata era ruiva e acredito ser natural, pois o seu
primo, o meu conhecido nos tempos de escola tinha o apelido de
“foguinho” pela cor dos cabelos. Ela tinha olhos verdes, a pele clara
mas estava bem bronzeada com um dourado de pele belíssimo,
usava um vestido também vermelho, quer dizer, era um cor mais
beirado ao vinho do que ao vermelho. Era fechado nas costas e
bem decotado na frente, e tinha dois cortes laterais e esses cortes
eram enfeitados com um adereço dourado, o vestido era “tomara
que caia” e só não caía por causa dos grandes seios que o
mantinham firme no lugar.
Não era exatamente uma mulher de cintura fina, era uma mulher
mais encorpada mas ainda assim você a definiria como uma mulher
de academia. Nesse momento graças ao salto alto ela era mais alta
que eu. Não preciso mencionar a bunda pois vocês sabem que eu
só me atraio a pratos completos. Digo apenas que ela representa
muito bem as brasileiras que são conhecidas por terem bunda
grande e redonda.
Definitivamente não posso mudar minha escolha, sinto como se já
tivesse falado ao “cheff” qual será o prato principal da noite e não é
nada cavalheiro da minha parte mudar de escolha.
O Leitor consequentemente está se divertindo, até conversou um
pouco com as pessoas que ele nunca havia visto antes.
Então viro pra ele e falo.
- Leitor, eu tenho um plano. Escuta com atenção.
- Eu vou ir lá tentar falar com a Dama de Vermelho. Veja ela está de
casaco, ela logo sentirá calor e irá a chapelaria, é um tiro no escuro
mas pode acontecer e eu preciso me reposicionar para aumentar
minhas chances. Se der tudo certo você continua se divertindo aqui,
curte a festa e nos falamos amanhã.
O leitor muda sua cara de alegria e me diz quase que aos prantos.
- O JF, não me deixa aqui sozinho não, eu não conheço ninguém e
você disse que ia me ajudar a pegar uma mulher hoje.
Minha mente fica mais dividida ainda e eu falo pra ele.
- Leitor, talvez você não tenha olhado direito à sua volta, essas duas
meninas aqui, elas estão aqui propositalmente a formar um par com
nós, elas não estão conversando muito entre si, e se as duas estão
aqui, estão aqui por nós.
- Na cabeça delas o par já está formado, eu pegarei a ruiva e você
pegará a amiga dela.
O Leitor me olha surpreso. - Sério? Será que eu tenho chance com
ela?
- Claro que tem, não esqueça o que eu disse, seja sempre um bom
observador. Você só preciso tomar a iniciativa e puxar assunto com
ela, ela já está bem disposta ao flerte, precisa de pouca coisa para
conquistá-la.
- Sei não JF, ela parece ser de outro nível.
- Pode até ser, mas mesmo que você fosse inferior, porque diabos
iria revelar isso para ela?
- Vamos pegar seus pontos fortes: Você é estudado, trabalhador e é
comunicativo, sabe falar corretamente o português, seu único
inimigo agora é a verdade.
O leitor me olha surpreso.
- Você tem razão em uma coisa: uma mulher dessas, está em um
determinado nível, e nesse nível que ela está, ela não ficará com um
servente de pedreiro.
A confiança do Leitor desaba e eu continuo.
- Mas o grande aliado aqui, é que ela não sabe que você é servente.
- O que você faz, na obra do seu tio?
- Basicamente eu sou ajudante, faço o que me mandam fazer.
Ontem por exemplo eu passei levando tijolo, areia e cimento no
carrinho de mão o dia todo.
- Ok, mas você não vai dizer isso pra ela, quando ela perguntar o
que você faz da vida. Você vai dizer, que trabalha na construtora do
seu tio, que você é o chefe de logística de distribuição de materiais.
É você quem determina o quanto vai de material para cada obra e
cada setor.
Ela irá criar na cabeça dela, a imagem de que você trabalha sentado
num escritório determinando onde vai tal material e apenas
ordenando.
Ele me olha mais surpreso ainda. - Sei não, me parece errado
mentir.
- Amigo Leitor, você acha que essa mulher está sendo verdadeira
com você, nesse exato momento? Você acha que toda a
maquiagem que ela está usando é para o que?
É para disfarçar suas imperfeições e a enfeitar ainda mais. Se ela
quisesse ser totalmente honesta com você, ela viria de cara lavada,
sendo quem ela realmente é.
Em uma festa ninguém é exatamente aquilo que de fato é. Maioria
dessas mulheres, você acha que são bonitas quando a luz acende e
a sobriedade bate?
O leitor responde: - Tá mas olha as minhas mãos, como vou explicar
todos esses calos? É uma mão de pedreiro! Não tem como
disfarçar.
- Você vai dizer pra ela que é Crossfit.
Que você treina pesado cinco vezes por semana.
- Sei não J.F, parece que estou enganando, até me surpreendo de
você usar táticas assim.
- Leitor, você quer um santo para idolatrar? Você quer bater uma
foto minha e por num quadro na sua sala, pra rezar pra mim todos
os dias?
- Eu não sou nenhum santo, teve uma vez em que o jogo tornou-se
intenso a ponto de eu dizer que estava em um treinamento para ser
astronauta e que logo iria para os EUA. Tudo isso pra conquistar
uma cientista que não queria ficar com alguém de um mundo
totalmente diferente do dela. Eu já te falei, quando sair para
conquistar, vista sua máscara de cafajeste. Você acha que as
mulheres que estão aqui hoje, elas querem que você conte a sua
vida inteira e real, você acha que ela se arrumou toda para ouvir
seus problemas?
- Elas querem viver uma aventura, elas querem se divertir no
momento e nada mais.
- Se acaso, você acabar evoluindo o relacionamento para além
dessa conquista de uma noite, se você sair com ela depois, se
acabar se apaixonando, então você tem que ser sincero com ela e
apenas falar: desculpa eu não falei realmente quem eu sou, fiquei
com medo de você me julgar só que a coisa acabou passando dos
limites sem eu perceber.
A verdade é que eu sou um homem que está lutando pela
estabilidade, e no momento estou fazendo o que posso para
construir meu futuro.
- Se ela gostar de você, ela vai esquecer e nada vai mudar. Ocultar
fatos é bem diferente de mentir descaradamente. Já houve épocas
da minha vida, em que eu não era tão correto como hoje, que foi
preciso falar de amor e fazer mil promessas apenas para uma noite
de sexo.
- Mas ser totalmente sincero com quem você mal conhece, também
não é uma coisa correta a ser feita.
- Eu vou dar uma volta por aí e tentarei me aproximar da dama de
vermelho, anota meu telefone, se precisar de alguma coisa só me
avisar, dependendo como for eu te aviso pra você ir até lá. Duas
vezes Vip em uma festa, já pensou?
- Ok, JF, entendi tudo. Boa sorte.
No que paro de falar com o Leitor, decido dar uma desculpa
qualquer para Renata, para justificar minha ausência, e deixar a
certeza de que eu voltarei.
- Estou derretendo de calor, eu vou lá deixar meu casaco na
chapelaria e já volto.
- Aqui JF leva o meu também, diz o Leitor.
É cômico o fato do Leitor não ter entendido nada do que eu falei,
mas é chato o fato de que agora eu definitivamente terei que ir a
chapelaria.
Então desço do camarote e já olho em frente, no outro camarote
para a encontrar, mas não há mais nenhum sinal da Dama de
vermelho. Até mesmo seu perfume se dissipou do ar.
- Vejo o homem que ela estava conversando ainda à pouco. Então é
um bom sinal, ela não deu conversa para ele.
Meus olhos treinados a procuram na pista de dança e nada. Olho
para os bares e para sossego do meu coração ela está com o grupo
de amigas próxima da copa, as que vieram junto com ela para a
festa. O sossego do meu coração não durou muito, quando percebo
que ela então, está se despedindo das amigas.
A areia da ampulheta esvaiu-se. Meu tempo acabou.
0:00 é o que marca o cronômetro. Não há mais tempo algum a
perder. Mas é possível fazê-la mudar de idéia e ficar comigo aqui na
festa e também é bom o fato de que ela poderá estar disposta a ir
para algum outro lugar, pois não há nada mais que a prenda aqui.
Lembro que deixei o piloto de sobreaviso e minha lancha está
preparada e me esperando na marina. Posso convidá-la para tomar
um Drink enquanto navegamos pelo litoral.
Eu realmente gosto de fazer minhas refeições a bordo, pois assim
não dou o endereço da minha casa e também posso começar o
sábado com um mergulho ao mar, podemos explorar o mar aberto e
definitivamente será um boa memória e uma aventura inesquecível
para qualquer mulher. Foge ao comum e tudo que foge ao comum,
encanta.
Então me dirijo ao bar, não há tempo de ir até a chapelaria, dou meu
blazer e o do Leitor e digo ao funcionário, pede pra alguém levar na
minha sala por favor.
No instante que entrego o Blazer, lembro que deixei as chaves tanto
de casa, quanto o cartão da Marina no bolso interno.
A despedida acabou e a Dama de Vermelho dirigia-se até a saída.
Troco discretamente meu Trident e meus passos sincronizam com
os dela. Enquanto ando ao seu encontro, ela vai até a porta de
saída, sozinha. Apresso meus passos para alcançá-la, por minha
sorte a saída dela não é facilitada, a cada passo que dá, precisa
desviar de alguém no caminho. Olho para o meu relógio e ele marca
exatamente 1:30 Am.
Está em frente a porta de saída, quase ao alcance, mas eu não a
chamo. Deixá-la passar para o outro lado é parte do meu plano,
preciso ser discreto para o caso de precisar retornar à Renata.
Ela atravessa a porta de saída e entra no jardim de inverno que dá
acesso aos demais locais da festa. Imediatamente ao passar,
enquanto caminha eu a alcanço e pego em sua mão.
Ela olha para trás rapidamente e puxa a mão. Somente após o
gesto percebe que sou eu. Então ela para e eu digo: - Vai embora
sem se despedir?
Ela sorri e dessa vez é ela que vem até mim.
Segura em meu braço e me fala no ouvido: - Você é muito charmoso
meu bem, mas você é muito lento. Eu preciso ir embora, minha
amiga terminou com o namorado e não está bem, está lá fora
chorando sozinha, preciso ir.
- Tchau.
Me solta e se vira, mas eu não sou de perder assim, dessa maneira.
Há vários fatos que aconteceram que estão impossibilitando essa
conquista.
Eu a seguro e não a deixo ir, ela me olha agora em tom de
incomodada e eu digo:
- Não seria trágico, se você fosse embora agora, só para antes
mesmo de vocês chegarem em casa, sua amiga receber uma
ligação do namorado pedindo para fazer as pazes?
- Aí ela voltará para a festa, mas você seguirá para casa sozinha
pois já decidiu ir embora, contra sua vontade, e por ficar chateada
você se recusará a voltar. Ela já estragou a sua festa e você só quer
ir dormir. E tentará dormir sozinha, mas seus pensamentos a
perturbaram pois você não se perdoará por perder a chance de me
conhecer.
Seu incômodo agora torna-se curiosidade, com minha ousadia
beirando a arrogância.
- Namorados brigam porque é só assim que fazem as pazes. Eu
também estava com um amigo, que terminou um casamento e
precisava desabafar, não achei que ele precisaria de mim a noite
toda, não sou lento, apenas sou fiel... ao amigo que precisava de
um ombro.
- Mas quando percebi que você ia embora, precisei vir aqui falar
com você.
Ela volta a se aproximar de mim e me diz no ouvido: - Não há nada
que você fale, que me faça ficar, eu realmente estou de saída.
Mas.... você pode pedir meu número de telefone sabia?
- Quando ela termina de falar meu telefone já está em minhas mãos,
eu desbloqueio e alcanço para ela. Todos meus apps estão ocultos
e não há notificações para me trair. Aparece apenas a foto de fundo
do celular, uma foto minha fazendo uma escalada.
- Bonita foto ela diz, enquanto digita um número no telefone.
- Obrigado, o que posso dizer, sou um aventureiro.
E completo:
- Pode salvar o número como “Dama de vermelho”.
Ela ri enquanto salva o número. Me entrega o telefone e diz: então
aventureiro, é hora de ir embora.
- Sim podemos ir embora, sua casa ou a minha? Ela agora ri mais
alto.
- Você é uma gracinha, eu queria mesmo que tivesse vindo falar
comigo antes.
- Tchau JF.
A despedida é torturante mas me mostra que ela gravou meu nome
e eu por outro lado, não faço idéia de como ela se chamava, pois
apenas me referia a ela como Dama de Vermelho, mas consigo
escapar desse fato com frase:
- Não vou me despedir de você agora, porque você me passou o
seu número e é como se fosse uma promessa de que logo iremos
nos falar.
Ela vem então, me dá um beijo na bochecha e diz: - Tchau querido.
Eu a seguro pela cintura e respondo: Promessas não são seladas
com beijo no rosto, e sem que ela pudesse ter qualquer reação, eu a
seguro firmemente e a beijo na boca.
Ela retribui o beijo durante aproximadamente 3 segundos e então
tenta parar puxando seu corpo para longe. Eu diminuo o ritmo do
beijo e faço-a se entregar por completo, faço a mergulhar nesse
beijo e o que era curto torna-se um longo beijo, um beijo de corpo
inteiro, onde ficamos com os corpos colados e perdidos naquele
momento.
Aquele beijo era muito além do que eu imaginava que pudesse ser,
o mundo estava girando pra mim nesse momento e por um breve
instante achei que fosse a Vodka pura cobrando seu preço mas logo
percebi que o beijo dessa mulher era muito mais embriagante que
qualquer dose alcóolica que eu pudesse beber.
Enfim o beijo termina. Ela me olha e eu percebo em seu rosto,
paixão, excitação, surpresa e tesão brilham em seus olhos.
Ela tira minha mão da sua cintura mas eu seguro novamente em
sua mão e ela diz: - Eu REALMENTE queria que você tivesse vindo
falar comigo antes. Preciso mesmo ir embora, mas você teve o que
você queria.
- Deixo você com esse beijo e essa promessa de que logo iremos
nos encontrar, isso é, se você não for novamente tão lento.
Quando termina de falar ela solta minha mão e se vira. Eu sei que
não adianta mais insistir, não há nada que eu fale que a faça ficar.
Não depende de mim, nem mesmo dela. Eu poderia me arrepender
nesse momento, por ter demorado tanto a ir falar com ela, mas tudo
aconteceu como precisava acontecer.
Não há porque me lamentar agora. É claro que eu não queria
apenas uma noite, depois desse beijo eu queria me apaixonar por
ela, eu queria levá-la para conhecer meus lugares favoritos, queria
sacrificar por ela todo meu lado cafajeste. Ao vê-la se afastar, me
senti solitário, como se alguém que a muito conhecesse partisse de
minha vida.
Algumas belezas tornam-se imortais, porque você não pode possuí-
las, e justamente por isso são belas. Minha Dama de Vermelho
escapou por entre os dedos, me deixou com um beijo e uma
promessa, eu não me iludo tanto a isso. Não penso no futuro,
apenas aprendo aqui uma nova lição: mulher nenhuma esperará até
você estar pronto. Se você a quer, não espere até que o destino
torne impossível.
Você está se perguntando se eu vou ligar pra ela? É claro que vou!
Mas esse momento aqui, o que tivemos exatamente aqui, dessa
forma, jamais voltará. O fato de ser algo impossível de acontecer é o
que deu beleza a tudo.

Ela segue a passos lentos, como quem trava uma guerra interna
entre o dever de ir e o querer de ficar, mas a batalha é perdida
quando ela por fim cruza o jardim até a saída principal, nada posso
fazer além de a observar partindo e a deixo sumir da minha vida.
A dama de Vermelho partiu.
FIM

- Jura né? Este não é o fim de nada, apenas o começo.


Você agora, aí com lágrimas nos olhos, acha que o fim da história
de amor está acabando? Que tudo acabou e eu agora também vou
embora sozinho para sonhar com ela? Levar essa melancolia para a
minha casa e passar dias remoendo o que aconteceu?
Se você acha que essa é uma história de amor, você não está
prestando atenção.
A promessa feita foi apenas de reencontro, eu não sai de casa para
viver uma triste história de amor, quando uma porta se fecha, você
consegue perceber que há várias outras portas esperando.
Uma promessa de reencontro foi feita Eu não fiz nenhuma
promessa de fidelidade.
Não esqueça do mais importante, que é o fato de o calendário
nunca mudar e logo depois da sexta-feira chega o Sábado. E o meu
Sábado tem seios grandes, belas curvas e um nome: Renata.
CAPÍTULO 4 – SE BEBER, NÃO FLERTE.
E a imagem dela partindo assombrou meus pensamentos por
alguns minutos, paro na frente do Bar e peço uma água. Minha
comanda está no bolso, junto do celular, mas percebo que minha
carteira e chaves ficaram no Blazer, que mandei levarem até meu
escritório. Meu blazer tem zíper não corro o risco de perder, mas
precisarei dela para ir embora, pois a chave do meu apartamento
está lá e também o cartão para entrar na marina.
Bom, só me resta voltar ao camarote. Entro novamente no lounge
de música eletrônica e vejo o grande sucesso da noite, como
empresário eu não poderia estar mais feliz, mas um leve toque de
“saudade” ainda perambula minha mente. Caminho e chego
novamente ao camarote.
O segurança nem fez menção de bloquear minha entrada, mas o
foguinho grita, meio que em tom de querer afirmar sua “propriedade
ao camarote”.
– Pode deixar ele subir ele tá com nós.
Entro e o foguinho olha em desaprovação para a minha água.
- É só pra dar uma equilibrada. Falo em resposta ao sinal.
Ele apenas me aponta e diz: - Esperto.
Penso em falar com o Leitor primeiro, mas vejo que já houve uma
troca de posições, e o Leitor está do outro lado, ao lado da amiga da
Renata, essa quando me vê já sorri e estende seu copo a ofertar-me
mais um gole de bebida.
Aceito por educação e novamente ao beber aquele gosto de vodka
pura fere meu paladar.
Devolvo o copo a ela, procuro um garçom e digo: - me trás uma
dose de Jack com um energético.
Entendo que preciso por logo um copo de bebida na minha mão
para que parem de me empurrar vodka pura.
- Demorou hein, achei que tinha ido embora. Renata fala quebrando
o gelo.
Eu pego meu novo Drink, e digo no ouvido dela.
- Porque eu iria embora, se é aqui que você está!
Quando digo isso, ela me puxa e me beija, é um beijo jovial com
gosto de vodka e aroma de morango.
O beijo é bom mas percebo uma certa ansiedade ao me beijar.
Eu me perco no beijo e a beijo como um homem de verdade faz.
Solto meu copo em cima da mesa, a mão esquerda coloco em sua
cintura e a direita vai em sua nunca, e a puxo pela cintura para ficar
com o corpo colado no meu. Conforme beijo meus dedos penetram
no seu cabelo e eu suavemente puxo enquanto continuo beijando.
Ela retribui e coloca a mão gentilmente em meu rosto. Agora sua
ansiedade torna-se quase meiguice.
O beijo torna-se bom, sensual, delicado e sexy. Seria perfeito se não
fossemos interrompido pelo grito do foguinho falando “aí sim prima”.
Ela para de me beijar e sorri sem graça. Antes que ela ficasse ainda
mais envergonhada, eu a tranquilizo segurando em sua mão. Eu a
amparo e torno-me sua segurança. Ela fica confiante pois nosso par
está formado.
Pego meu Drink e tomo um gole. Nisso o Leitor vem para o meu
outro lado. Tenta disfarçadamente fazer aquela tão famosa
pergunta.
- E aí JF, a gostosa lá, pegou?
Eu olho de canto pra ele e dou uma piscada. Ele surrura em meu
ouvido. - Duas gata na mesma noite hein Rozza.
Eu respondo com um alerta.
- Você perderá a preferência se sair do lado da amiga da Renata
assim, já puxou assunto com ela? Ou você veio aqui apenas para
assistir minhas conquistas?
- Já conversou alguma coisa com ela?
Ele então responde: - Ainda não, eu sei que deveria ter falado, mas
é que eu tô meio travado, a gente conversou um pouco, ela me deu
atenção, mas eu não sei qual a hora de beijar ela.
Eu respondo: - Eu já peguei a amiga dela, nesse momento ela não
quer ser passada para trás. Ela não quer ficar sozinha. Esse é o
momento em que ela está mais vulnerável ao flerte.
Renata me interrompe falando. – Nós vamos ao banheiro, já
voltamos.
Enquanto elas descem do camarote, eu uso esses preciosos
minutos para passar mais dicas para o Leitor.
- Todo primeiro contato foi facilitado aqui, essa conquista nos foi
dada, está bem fácil, eu não precisei falar nada demais para a
Renata, parece até que eu fui a caça e não o caçador. A amiga dela
não quer ficar sozinha, percebe que ela mesmo enquanto eu estava
beijando a Renata, ela não saiu daqui?
- Ela tem outras amigas aqui, ali oh, tem uma amiga dela sozinha,
ela poderia muito bem ir fazer companhia pra amiga, mas ela está
ao seu lado.
Você precisa tomar a iniciativa.
- Você já beijou uma mulher hoje, não?
- Sim, mas foi ela que me beijou eu não esperava por isso!
- Você ganhou um beijo porque pediu por um. Agora você precisa
ter a iniciativa, você precisa agir.
- Sua conquista está quase certa, você precisa apenas consumar o
contrato invisível que é feito na hora do beijo.
- Você viu que depois que beijei a Renata, já ficamos de mãos
dadas e aparenta para todos que somos um casal?
- Quando nos beijamos, ambos consentiram e acertaram o fato de
que ficaríamos juntos até o fim da noite. Mas isso não aconteceu
apenas no beijo, você precisa perceber depois de beijar se ela irá
continuar aqui com você, se sim, ela é a sua conquista de hoje, e é
ela que você vai levar para casa!
- Elas foram no banheiro, mas você tem certeza que elas vão voltar?
- Ela pode muito bem não voltar. E então no caso, o beijo não foi o
que ela esperava, afinal cada um tem o próprio gosto e o beijo que
agrada a uma, pode não agradar a outra.
Talvez ter ido no banheiro seja uma saída estratégica, se eu ver por
exemplo que ela foi pra pista de dança ao invés do banheiro, é
porque nosso contrato foi assinado apenas por um lado, apenas eu
queria ficar com ela a noite inteira. Aí como uma pessoa com um
pouco de noção, eu preciso me retirar daqui pois o camarote é dos
amigos dela, e não dos meus.
- Mas vejo que esse não é o caso, pois as duas estão voltando, eu
quero que você perceba uma dica bem simples que poderá te
ajudar, uma dica que eu sempre usei para saber se é a hora de
beijar..
- Há várias distrações aqui, não é? - Há o Dj, o movimento das
pessoas, a alma da festa. Eu quero que você perceba se em algum
momento da conversa, ela olhará apenas pra você, se seu olhar
estiver fixo em você como se nada mais importasse, aquele
momento em que a “música para” e ela não percebe mais nada,
apenas você.
- Esse momento de silêncio, é ela dizendo que só você importa, e
que ela está pronta para ser beijada.
- Puxe assunto, se ela olhar pra você, mude sua posição, fique
quase em frente a ela para conversar, afim de tomar pra si a
atenção dela. Então comece falando no ouvido dela, não gritando
longe dela. Converse de ouvido à ouvido, se você perceber que ela
se vira para ficar totalmente de frente para você, essa é a chance.
- E mais uma coisa, ambos estão bebendo né? De copo na mão,
não é?
- A maioria das pessoas são destras, seguram os copos com a mão
direita. Você irá segurá-lo com a mão esquerda, certifique-se de
quando ficar na frente dela, seu copo e o dela estejam do mesmo
lado, como se fossem se bater de frente.
- Um beijo é mais que um beijo e é necessário um conforto corporal
para isso acontecer, se ela estiver pronta para beijar, mesmo que de
forma inconsciente, ela trocará o copo de mão, para que eles não se
choquem quando vocês estiverem próximos e se beijando. Parece
bobo, mas já funcionou pra mim, não é uma ciência exata e sim uma
aliada para combater a sua insegurança.
As duas retornam, Renata imediatamente pega na minha mão, eu
beijo seu pescoço e trocamos mais um beijo.
Quando eu paro, olho para o leitor que estava olhando tudo, ele
então acena com a cabeça como quem diz: - Ok agora é a minha
vez.
Ele então começa a falar com a outra menina, Jessica era o nome
dela, acabei de lembrar.
Conforme ele fala, ela apenas faz um gesto de cabeça, abaixando a
orelha em direção e ele.
Ele me olha e balança a cabeça em sinal de não.
Eu então falo com o olhar: - Continua.
Ele não continua.
Mas ela sim, ela começa falar com ele e puxar assunto, ele me olha
e dá uma risadinha. Ela então começa a se virar pra ele, ele um
pouco sem jeito e discrição fica totalmente na frente dela, ela fica
até um pouco surpresa com a atitude, mas se vira totalmente
também.
Ele está com o copo na mão esquerda, ele então começa a falar
algumas coisas no seu ouvido, parece que está tudo indo bem, ela
dá uma risada, ele também ri, de repente.
Ela troca o copo de mão.
Ele sorri mais que o coringa e quando ela se distraí ele me olha e
faz sinal de sim, eu também balanço a cabeça e gesticulo com a
boca a palavra: Agora.
Ele então, um pouco sem jeito, coloca a mão na cabeça dela e tenta
beijar. Ela se faz na primeira vez, ele arregala os olhos e eu
novamente mexo a boca dizendo: Continua. Na segunda investida
ele a beija e ela retribui também colocando a mão em sua cabeça.
Senhoras e senhores, meu trabalho está feito.
Mas calma, ainda precisa de confirmação. Shakespere já falou há
séculos. Beijos não são contratos.
O beijo em si não é um contrato, é um sinal. Ainda é preciso
determinar a duração do flerte. Eles continuam se beijando, Renata
vê a amiga beijando, me olha e diz:
- Achei que seu amigo não ia se ligar.
Eu rio e me preparo para o nosso próximo beijo, e ele vem, e é
gostoso, suado, forte e excitante. Ao fim, eu procuro pelo leitor, e
percebo que ele ainda a está beijando!
- Esse cafajeste estava faminto! Pela duração do beijo parece que
os termos do contrato estão sendo bem aceitos.
Enfim eles terminam de se beijar, as duas pegam uma na mão da
outra e saem mais ao lado, falando baixinho com tom de fofoquinha.
Ele vem então todo orgulhoso, parecendo trazer algo de trás de si,
abre a mão como se fosse arrastar uma cadeira, sua mão vai
praticamente ao palco e na volta ele oferece a mim, um aperto de
mão nada discreto dizendo apenas: obrigado por isso, obrigado!
As duas se posicionam de frente ao palco e nos chamam. Os dois
contratos foram assinados e autenticados. Renata para bem na
minha frente e ficamos tipo casalzinho em dia de show, ela de
costas pra mim, e eu atrás. E assim foi também com o Leitor.

Que realmente não conseguia esconder a alegria que estava


sentindo, e ao que parece, eu também não conseguiria mais
esconder a minha “alegria”.
Conforme a música tocava, Renata dançava, e alternava gestos, um
pouco dançava olhando em frente, um pouco voltava e ficava de
frente pra mim, me beijava e dançávamos.
Quando o ritmo da música ficou mas intenso, assim ficaram também
nossos beijos, e quando ela começou a rebolar com a bunda colada
em mim eu senti uma forte ereção chegando.
Tentei dar um pequeno passo para trás para disfarçar, precisava
“ajustar os documentos” para ficar mais discreto. Mas ela não
deixou, ela percebeu tudo que estava acontecendo na região da
minha cintura.
Percebi que ela causou essa reação de forma proposital. Quando
ela percebeu minha ereção, ela empurrou a bunda em mim fazendo
meu pênis roçar nela, aí então ela virou novamente pra mim e me
beijou. Após o beijo eu apenas disse: o que você está fazendo, tem
coisas aqui que não conseguirei disfarçar.
Ela apenas riu e para não me ajudar, aumentou o nível do rebolado.
Ao olhar para o lado, percebo o Leitor sofrendo do mesmo mal, mas
ele havia se entregado totalmente, de corpo e alma e eu estava
vivenciando uma cena quase que pornográfica acontecendo ao meu
lado.
Por sorte fomos salvos pela campainha que era literalmente um sino
tocando, alguém do nosso camarote acabara de pedir por
champagnes. Renata foi ajudar o seu primo com as garrafas e eu
tive um tempo para arrumar o pau em uma posição mais discreta.
Jéssica também foi, e eu olhei pro Leitor ao meu lado, ele não
conseguia esconder a felicidade, estava um pouco embriagado, e ao
contrário de mim, não estava sendo muito discreto com as
consequências do rebolado. Fiz um sinal para ele, apontei o dedo
em forma de arma e “apertei o gatilho”, ele então olhou pra baixo e
avermelhou-se, virou de frente para a parede e de forma nada
discreta tentou ser discreto ao se ajeitar. Quando voltou de frente
pra mim, me fez um sinal de positivo.
- Não entendi se era dizendo tudo certo, ou era uma pergunta. Uma
pergunta do tipo “olha de novo se tá ok agora”.
Desculpe-me mas não irei olhar.
As meninas voltam e cada uma trás consigo duas taças
transbordando. E todos do camarote decidem fazer um coletivo
brinde, eu não conseguiria escapar de brindar. Mais um tipo
alcóolico pra anular meus sentidos.
Eu já havia passado em muito o meu limite, o quanto eu bebo em
uma festa, mas a noite era de comemoração e embora fosse
totalmente diferente do planejado, estava sendo muito divertida.
A música eletrônica de repente tornou-se calma e baixa, haveria
uma troca de Dj, a segunda atração da noite era um conhecido Dj, o
qual eu conhecia e considerava um amigo.
Renata veio novamente à mim, ergueu a taça e disse: a nós! Então
nós quatro, brindamos novamente e viramos as taças de
champagne, enquanto todos riam e se divertiam, eu sinalizava ao
garçom SOS água por favor!
Feita a troca, o novo Dj começou a falar, praticamente tudo que o
anterior disse, mas então ele pronunciou uma frase que me fez
tremer, e a frase foi: eu gostaria de agradecer ao anfitrião por essa
noite maravilhosa.
Quando virei, vi ele olhando em minha direção, e de repente, todos
também olharam para mim. E lá se foi a porra da discrição e do
anonimato, uma forte salva de palma foi batida como se fosse meu
aniversário e pensei comigo mesmo: - Quem deveria bater palmas
pra vocês sou eu, a presença de vocês que torna prospero meu
negócio.
Mas apenas levantei a mão, sem graça agradecendo. O Dj ainda
propôs um brinde à festa e todos viraram uma dose de suas
bebidas, antes que eu pudesse receber minha água, um novo copo
de vodka estava em minhas mãos, e eu empolgado pelo momento e
pela festa, virei.
E então o Dj disse: “let´s party”.
E o J.F e o Leitor embriagaram-se ao som de “let´s party”.
Uma forte House Music começou a tocar e eu já suava e sem que
pudesse perceber um novo copo de alguma coisa estava em minha
mão, e eu não me orgulho em dizer que eu e o Leitor, tomamos um
porre naquela noite.
As luzes foram suavizadas mais ainda, eu tentava controlar a
quantidade que bebia, mas já havia a muito saído do controle, não a
ponto de gerar um blackout e perda da sanidade, mas pelo
contrário, comecei até mesmo a me preocupar com coisas
desnecessárias, até a Dama de Vermelho veio em meus
pensamentos, e me ocorreu que alguma de suas remanescentes
amigas na festa poderiam ter me visto com outra e contariam pra
ela.
A música toca alto e nós farreamos por muitas horas. Cada um com
seu par. Renata então, intensifica sua sedução e eu já estava
cansado de ter o sangue bombeado pelas partes baixas do corpo,
num ciclo de fica duro, fica mole. O Dj termina sua apresentação e
outro DJ assume o posto. Essa festa vai até o amanhecer, mas eu
ainda tenho planos para essa madrugada.
Mesmo bêbado, eu não quero terminar a noite acabado fisicamente
de tanto beber e dançar.
O Leitor também está passando pelo mesmo mal, deve estar
“explodindo” por assim dizer, todos estamos embriagados.
É necessário passar um pouco esse estado de porre, para não
estragar os meus planos. Preciso tomar água, preciso comer
alguma coisa e me refiro a alimento.
Renata interrompe meus pensamentos com mais beijo, agora
sufocante. Percebo uma mudança total na sua forma de me beijar,
ela agora, está apressada em me excitar. Eu percebo e falo então
em seu ouvido: - Acho que podemos ir para outro lugar, o que acha?
A festa está ótima, mas eu tenho um fino champagne gelando a
bordo da minha lancha e precisamos ir antes que ele congele.
Ela ri e meio sem jeito concorda com a cabeça. Seguro sua mão e
me dirijo ao Leitor e percebo, que meus objetivos da noite ainda não
estão totalmente cumpridos.
Se eu deixar tudo correr conforme a música, o Leitor ficará aqui na
festa bebendo e dançando até que as horas passem e transformem
a excitação em ressaca. E precisamos evitar a ressaca se não
teremos apenas um bêbado e uma bêbada vomitando na cama.
Qualquer tentativa de levar esse flerte para casa, precisa ser feita
antes que todos cheguem a exaustão. Olho em meu relógio, marca
4:00 Am. Eu chamo o Leitor e falo pra ele: - Hora de ir embora.
Ele arregala os olhos e diz: - Será?
Eu só respondo, pega na mão dela e vem comigo.
Ele se mostra prestativo: - quer que eu chame o Uber JF? Precisa
de camisinha? Eu tenho três na carteira.
- Não precisa, tenho preservativos onde vou levá-la, e eu também
tenho uma idéia melhor para o nosso transporte, algo para fechar
com chave de ouro essa noite.
- Você vai levar Jessica pra casa, ou para o motel?
- Eu ia levar para o motel, mas a gente se deu tão bem, falamos até
de fazer algo amanhã, que eu estou pensando em levar ela pra
minha casa, eu me orgulho da minha casa é simples mas é tudo
ajeitadinho.
- Sem problemas, deixarei você na sua casa com ela.
Saimos discretamente para não chamar a atenção de ninguém.
Pego na mão da Renata e faço a frente.

O Leitor pega a mão de Jéssica e nos direcionamos à saída.


Antes de sairmos da festa, acertamos as comandas, eu pago a
minha e a de Renata, por cortesia, sorte que mulher dificilmente
gasta em balada, ela tem de consumo apenas o ingresso da noite.
O Leitor paga a dele e Jéssica a dela, e depois de tudo acertado, eu
falo com o gerente e aguardamos na frente do club. É uma noite
quente, o leitor preocupa-se com o casaco dele e eu apenas digo
que amanhã eu lhe devolvo, e que fique tranquilo.
Na minha boate, eu tenho um serviço diferenciado para agradar os
famosos “Reis do Camarote”. É um serviço de leva e traz, mas com
muito estilo! Temos diversos camarotes, prata, gold e platinum,
quem adquire o platinum, que custa 10 mil reais por noite, tem
transporte incluso.
Mas não é um simples transporte, é um motorista que vai de
limousine buscar todos os convidados do camarote. Ele então
passeia um pouco pela beira mar da cidade, passa em frente a
outras casas noturnas antes de trazer todos para a festa. Assim os
convidados não se preocupam com transporte, já fazem o esquenta
dentro da limousine e tem logo ao chegar no club o que todos que
compram camarote querem: conforto e exibição.
A limousine para na porta de entrada da boate e todos que estão na
fila veem você descendo do carro.
Quando a limousine chega para nos pegar, as meninas não
conseguem conter a alegria e a empolgação.
- Eu nunca andei de Limousine! Falaram todos.
Entramos no carro, o motorista sobe o vidro que separa ele dos
passageiros, temos total privacidade. Ele passeará pela cidade um
pouco e nos levará para casa.
Uma vez dentro do carro, vejo que no centro há mais uma garrafa
de champagne e alguns morangos e chocolates, os quais são
devorados rapidamente por quatro ocupantes famintos, as meninas
dizem: vamos parar comer em algum lugar?
Elas sobem no teto solar, de taça na mão e ficam cantando qualquer
música que estava tocando dentro do carro.
Eu estou sentado e olhando o Leitor que está no outro banco,
apenas com a taça na mão e balançando a cabeça como quem diz:
- Que noite!
Então bebemos aquela garrafa de champagne, uma hora deve ter
passado dentro da limousine, curtimos a música e o passeio. Eu e
Renata intensificamos os beijos e amassos, até que chegamos a um
ponto da praia, que estaria totalmente deserta se não fosse por um
quiosque ainda aberto.

- Olha ali um quiosque diz Jéssica, vamos pegar alguma coisa. Uma
coxinha, pastel, o que tiver. E ela continua: - Ai que linda a lua,
vamos molhar os pés na água Leitor, tira o calçado e vem.
O Leitor tira os calçados, e deixa a carteira e o celular em cima do
banco.
E então os dois saem do carro e vão em direção à praia. Eu demoro
um pouco a sair do carro e quando me preparo para sair sou
surpreendido por Renata, que me puxa, e fecha a porta. Ela então
aperta a tranca da porta e o motorista desliga o motor do carro e
também desce do veículo e vai em direção da praia, deixando
apenas o rádio ligado. O motorista agiu assim, apenas porque sou
eu que estou dentro do carro.
Em outros casos, ele fica sempre bem atento se algo no banco de
trás acontece contra a vontade da ocupante. Bem ao lado, no teto
do carro há um botão vermelho, é o botão de pânico, e toda mulher
que entra no carro é avisada que ele existe.
O carro tem película total, a ponto que qualquer curioso do lado de
fora, mesmo que colasse os olhos nos vidros não enxergaria nada.
Após fechar a porta, ela senta no outro banco em minha frente. Fica
me olhando com cara de safada e eu apenas falo: - Vem.

Então senta ao meu lado, e começa a me beijar mais intensamente,


até que eu a puxo para o meu colo, e ela senta com as duas pernas
para o lado. Eu a beijo enquanto acaricio o joelho e desliso as mãos
para as coxas.
A limousine é muito espaçosa, não há limitação de espaço como se
fosse um banco de carro normal.
Beijo o pescoço e ela geme alto. Eu então acaricío suas coxas,
firmes e de pele lisa. Ela abre um pouco as pernas e eu entendo
como um convite e trago minha mão por baixo do seu vestido em
direção a vagina. Passo a mão gentilmente e sinto que está úmida,
volto a acariciar suas coxas.
Então com ela em meu colo, eu levanto um pouco e me posiciono
mais para a beirada do banco, não sei o que ela entendeu com isso,
mas agradeço a compreensão, pois ela sai do meu colo, e vem
novamente por cima, mas agora com as pernas abertas totalmente
de frente pra mim. Antes que ela sentasse, eu coloco as mãos por
dentro do vestido e ergo até a cintura, não que eu tivesse segundas
intenções, foi apenas para que o tecido não rasgasse com a
posição. Pecado estragar um vestido bonito daqueles.
Calcinha branca de renda, parecendo ser nova, como se tivesse
sido comprada para a ocasião. Ela senta e eu coloco minha mão em
sua cintura e logo aperto forte sua bunda.
Ela pega o telefone e manda um whats para Jéssica avisando:
- Daqui a pouco nós vamos e uma figurinha piscante.
Ela solta o celular, coloca o cabelo todo para o lado, com um gesto
que eu realmente não sei como foi feito, seu vestido afrouxa nos
seios e eu tiro minha mão das coxas dela, e faço o tomara que caia,
cair.
Um par de seios fenomenais acariciam meus olhos. Seios em
formato gota, com grandes bicos e um bronzeado lindo para
completar todo o combo.
Eu aperto com vontade aqueles peitos enquanto a beijo, ela começa
a fazer movimentos de esfrega-esfrega e eu não consigo conter
uma explosiva ereção, começando até mesmo a doer, pela posição
que estávamos.
Eu interrompo os beijos dizendo: - Aí! Deixa só eu ajeita a situação
aqui em baixo, e a ergo gentilmente, não tenho tempo para ajeitar
nada, pois ela logo pega no meu pênis e diz: - Aí eu tava
machucando é... - Que ruim que eu sou né...
- Eu acho que ele quer sair de dentro dessa calça apertada...
Então ela sai de cima de mim e enquanto anda para trás, tira todo
seu vestido.
Se ajoelha no chão do carro, abre minha cinta, o botão e o zíper e
me leva às alturas....
Boca quente e molhada, sensação indescritível que não sei quanto
tempo durou, mas garanto que não foi o suficiente.
Quando para de chupar ela me olha e eu vejo que ela está pronta
para ser penetrada. Eu vejo a carteira do Leitor em cima do banco,
do outro lado, e lembro-me na hora dele mencionar três camisinhas,
eu rapidamente pego uma emprestada. Coloco a camisinha no
pênis, Renata vem por cima, puxando sua calcinha para o lado, eu
seguro meu pau firme de encontro a vagina e sinto como se
deslizasse num delicado óleo quente para dentro dela.
Eu a beijava intensamente enquanto ela se esfregava e cavalgava
com vontade. Eu realmente não sei quanto tempo durou a transa,
mas foi excelente, aproveitei o que pude até que eventualmente não
pude mais me segurar, me encostei para trás no banco e gozei,
gozei olhando para cima, teto solar aberto e pude ver a lua que
brilhava alto.
Quando terminei de gozar, também a percebi se acabando, será que
gozamos juntos? Não sei dizer, mas sei que ela estava agora
acabada em cima de mim, os beijos ardentes agora tornaram-se
doces.
Como em agradecimento ela me beija e diz:
- Acho que precisamos ir lá com eles, pra não chamar atenção.
- Eu concordo. Enquanto ela sai de cima de mim, e começa a se
vestir, eu ajeito minha camisa e ela pergunta:
- O que vai fazer com a camisinha?
Eu respondo: - Não posso simplesmente tirar e deixar no carro,
talvez ainda usem essa limousine para levar alguém embora da
festa. Também não posso tirar e deixar no bolso.
Rindo eu falo: - Vou ter que deixar ela aqui mesmo onde está até
chegarmos na lancha.
O pacote da camisinha coloco no bolso e não deixamos nenhuma
sujeira para trás, além da marca do suor no banco.
Fecho meu zíper, ela se veste, abrimos o carro e saímos.
Vamos caminhando de mão dadas encontrar o Leitor e Jéssica, que
estão sentados na areia olhando o mar. Também sentamos e
contemplamos a bela vista. A lua refletia na água.
Alguns minutos de silêncio passam e elas decidem ir até o
quiosque, o Leitor e elas vão até lá e eu permaneço sentado.
- O que você quer J.F?
Pra mim qualquer coisa, a essa hora não deve ter nada muito
complexo, desde um pastel e uma coxinha, qualquer coisa serve.
Após alguns minutos, o Leitor é o primeiro a voltar. Trás consigo
dois pastéis e duas coca-cola. Além de claro, um grande sorriso no
rosto.
- J.F eu fui no carro pegar minha carteira e vi que ela estava aberta,
não tem nada pra me contar não?
- Hein, hein?
Eu mordo o pastel e apenas digo: - é isso aí que você está
imaginando.
- Aizá Rozza, é isso aí.
- A Jéssica vai dormir lá em casa, já combinamos tudo.
- Mas você já se deu bem hein..
Eu respondo:
- Que nada, foi apenas a entrada, o aperitivo, ela vai comigo para a
minha lancha e teremos a refeição completa, tudo muito bem feito e
sem pressa. Está cedo ainda.
Percebo o Leitor mudar totalmente sua face e eu imediatamente
pergunto.
- Bateu insegurança?
Ele me olha imediatamente enquanto suspira.
- É que sabe Rozza, faz tempo né, sempre com a mesma mulher, no
final era um sexo tão mal feito, tão rápido que eu realmente tenho
medo de estar sofrendo de ejaculação precoce, ou até mesmo
começo a pensar se a ferramenta vai funcionar na hora.
Termino o Pastel, as meninas ainda não voltaram, devem estar
conversando entre elas.
- Então amigo Leitor, conquistar é o primeiro passo, a partir de agora
você estará sozinho, entre quatro paredes é com você. Eu te dou as
dicas, mas quem vai comer é você. Você precisa ter confiança e a
partir de agora tomar as próprias decisões.
- Não tema o que vai acontecer, o importante é sempre a mesma
coisa, tenha calma.
- Você gasta bastante energia, você é ativo, tem um trabalho
pesado, acredito que não seja questão de ejaculação e sim do
marasmo do relacionamento.
- Se fosse ejaculação precoce, a receita que eu te passaria seria
fazer exercícios físicos, ter uma boa alimentação e principalmente
não ter pressa.
- É possível fazer o sexo durar e muito. Tudo depende de como
você se masturba.
E ele me olha curioso, eu continuo.
- Quanto tempo dura sua masturbação? Um minuto? Dois? Três?
Quando você se masturba, você acaba conhecendo o próprio corpo,
você sabe como fazer para acelerar e gozar mais rápido, se você
sabe como ir mais rápido, você sabe como fazer durar.
- Não precisa me olhar assim, todo homem se masturba, é natural.
Eu não tenho nada contra culturas anti-masturbação, mas pra mim,
enquanto não for danoso pra você, é melhor se aliviar do que viver
refém dos hormônios. Não precisa poupar pau.
- Eu por exemplo, sei quando estou prestes a gozar e eu
simplesmente evito gozar. Eu saio de dentro da mulher e começo a
acariciá-la com os dedos, para fazê-la gozar primeiro, ou se é um
relacionamento, que eu conheço a mulher, eu paro a penetração e
faço sexo oral nela, o sexo não é apenas estar dentro e mexer em
movimentos de vai e vem, você pode estar dentro, quando percebe
que vai gozar, saia. O sexo não é apenas pênis e vagina, você pode
sair de dentro, masturbá-la, chupá-la, pode chupar os peitos, beijar,
beijar o pescoço, há várias áreas de prazer na mulher, você vai
gozar rápido se ficar apenas na parte que te dá prazer.
- Dê prazer pra ela primeiro, e depois se satisfaça. Assim seus
temores irão embora.
- Você precisa ser criativo.
- Já aconteceu de eu gozar primeiro, e se eu gozo primeiro, não
consigo imediatamente partir para a segunda, eu preciso de uns
minutos para me recuperar, o que eu faço nesses minutos
determinam se será bom para ela ou não.
- O homem casado, goza e vai dormir. Foda-se o resto.
- O cafajeste se gozar primeiro, irá dar prazer até estar pronto para
o segundo round. Beije, faça carícias, utilize bem o tempo da
recuperação até poder começar a penetração novamente. Sua
parceira também tem que aguentar a maratona, pois a segunda
gozada demorará mais.
- O segredo é esse, seja criativo, prazer sexual não é apenas
penetração.
Enquanto termino de falar percebo que apenas Jéssica voltou,
quando vou perguntar o que houve, ela responde:
- Renata tá no telefone com o tio dela, parece que o “foguinho”
chegou bebâdo em casa, tropeçou e quebrou um monte de coisa,
vomitou pela casa, e ligaram pro pai dela pra avisar que ela ainda
não tinha chegado, acho que ela vai ter que ir embora.
Duplamente azarado é só isso o que passa na minha cabeça nesse
momento.
O Leitor me olha e em seus olhos vejo a frase.
- Pelo menos você comeu.
Eu respondo:
- Aperitivei, ainda estou com fome.
Renata volta, percebo na hora sua cara nada alegre.
- Aí gente que chato isso, mas eu preciso ir pra casa. Estou no meu
primo e ele fez uma confusão quando chegou, que vou ter que ir até
lá.
Eu levanto, vou até ela, coloco as duas mãos eu seu rosto a beijo, e
digo: - não tem problema, ainda é cedo. O fim de semana recém
está começando, agora é apenas o amanhecer do sábado.
Todos levantam e vamos ao carro, Leitor deu para o motorista o
endereço da sua casa, que era no centro da cidade, relativamente
perto e o motorista rapidamente chegou lá.
Não houve despedidas entre nós, ele desceu do carro, mão dada
com Jéssica, ele apenas me olha e vejo seu agradecimento, e eu
tive o sentimento de missão cumprida. Antes de entrar no prédio, ele
olha para trás e diz: - Vamos sair próxima sexta?
- Sim! Nós veremos na próxima sexta-feira amigo Leitor.
Falo isso enquanto penso que no meu próximo encontro com o
Leitor, podemos fazer uma viagem para “comer fora”.
Entro novamente no carro, todo tesão e clima sexual se dispersou,
enquanto o carro anda, Renata fica com a cabeça descansando em
meu ombro, como se uma imensa tristeza tomasse conta dele e o
silêncio permanece até chegarmos em frente à casa do seu primo.
Ela olha para o celular sem jeito e apenas diz: - olha que saco
mesmo, tá loco... - Me desculpa tá, eu adorei a noite, pena que
terminou assim... Você me liga amanhã? E a gente termina o que
começamos.
Após falar ela apenas me dá um rápido beijo de despedida,
trocamos número de telefone, desço do carro e a acompanho até a
porta de entrada, onde recebo nosso último beijo da noite.
- Me liga tá?! Não me esquece.
E fecha a porta e eu penso comigo mesmo.
- Esquecer? Jamais. Mal provei você, temos muito a nos conhecer
ainda.

EPÍLOGO
O AMANHECER DE UM BELO SÁBADO.
Ah planos. É tão bom quando eles saem exatamente como
planejamos, outras vezes ter seus planos frustrados podem trazer
deliciosas surpresas àqueles que não desistem do que querem.
Ter meus planos frustrados foi uma das melhores coisas que me
aconteceu, a tempos eu não me divertia tanto assim. O que
começou como apenas uma sexta-feira rotineira, transformou-se em
algo totalmente diferente do planejado, ou eu poderia dizer, melhor
que o planejado.
Se eu fosse adolescente, poderia me gabar de ter beijado duas
mulheres lindas, transado com uma e a noite poderia dar-se por
encerrada. Mas eu já falei antes, eu sou o Cafajeste Sedutor, e
minha sedução não se trata apenas de gozar e sim aproveitar toda a
beleza da mulher que eu seduzo, tanto sexualmente quanto
intelectualmente.
Mulheres são como oceanos, a beleza paira pela superfície mas há
muito mais quando você mergulha em suas profundezas e o homem
que tem coragem de mergulhar muitas vezes é recompensado. O
que nos surpreende tem um sabor diferente pelo fato de ser um
acontecimento que não podemos controlar.
Enquanto o carro anda fazendo o caminho de volta, o motorista abre
a janela e me pergunta: - Direto pra casa, Rozza?
Respondo: - Não amigo, preciso pegar minha chave no club, passa
lá antes por favor.
- Sem problemas patrão. E fecha novamente a janela.
Seguindo a viagem, eu começo a lembrar da grande aventura que
vivi. Estou um pouco embriagado, com a cueca gozada e sozinho.
Realmente não era o que eu esperava para essa noite, não estou
satisfeito, mas até mesmo eu, com toda experiência posso terminar
a noite sem ninguém e está tudo bem. Estamos no amanhecer de
um novo dia, e com ele certamente novas oportunidades virão.
A vida em solitude é boa demais para aquele que sabe aproveitar.
Confiro meu celular e vejo que o número dela está aqui e está salvo
como Dama de Vermelho. Abro as conversas no whatsapp, a
procuro em contatos e abro uma janela de nova conversa, vejo
aparecer sua foto no perfil. A Dama de Vermelho é real e me deu
seu número verdadeiro, de repente, tudo é novamente possível.
Penso em lhe mandar uma mensagem mas não estou tão bêbado
assim, e se eu mandar mensagem agora, revelo que estou
acordado até essas horas.
O carro enfim chega, o motorista estaciona em frente ao club e eu
desço, entro pela porta da frente, essa hora tá liberada. O relógio
marca 5:00 Am.
- Vai levar apenas alguns miinutos, já volto. Digo ao motorista antes
de descer do carro.
Dou meus primeiros passos cruzando o jardim de inverno e, vejo o
local onde há algumas horas troquei um dos melhores beijos da
minha vida. A balada ainda está viva e continua lotada, exceto pelos
casais e alguns ‘bêbados’ que já estão se retirando, ainda há muita
gente no club, vou até minha sala e pego o meu casaco, deixo o do
Leitor para levar durante a semana, ou ele poderia pegá-lo ali
mesmo.
Antes de voltar ao carro, decido ir até o bar pegar uma água para ir
tomando. Agora minha preocupação será a de eliminar todo álcool
do meu corpo e infelizmente não será pelo suor das atividades
noturnas. Hoje serei eu que chegarei em casa e olharei para o teto
sozinho.
Dou um volta pelo club para ver se está tudo em ordem, paro no bar,
troco algumas palavras com o gerente que estava ali. Sinto a
camisinha ainda no meu pau e por um momento sinto um certo
desconforto.
Sorte que minha calça jeans é preta e não ficou marcada.
Uma noite sozinho? Realmente faz tempo que eu não termino a
sexta-feira sozinho, eu sempre tenho uma companhia para viajar,
transar e fazer alguma atividade. E nesse momento, parado aqui de
cueca gozada, eu lembro do mandamento mais importante do
cafajeste. Aquele que fica acima de todos os demais.
O bom cafajeste é também um bom observador.
Morena de cabelo curto, usando uma calça jeans e um top branco.
Magrinha de abdômen trincado, pernas torneadas mas não estilo
panicat. Ela está tomando uma dose de qualquer coisa sentada no
bar. Se está ali ainda tomando drinks é porque sua noite não
terminou, e obviamente parece que ela não quer terminar a noite
sozinha.
Ela não se arrumou desse jeito, para terminar a noite sozinha e de
ressaca. Ela está acompanhada de uma amiga, que neste momento
está sendo engolida por furiosos beijos trocados com um homem no
bar. Logo a amiga talvez vá embora e ela ficará sozinha.
Nesse momento escuto meu “passageiro” dizer: não vá J.F, é tarde,
você está cansado, com uma camisinha na cueca, é arriscado
demais. Simplesmente vá para casa.
Assim que ele diz, meu lado “destemindo” o afasta. - Ela está
entendiada e solitária. Uma bela moça passar a noite sozinha é um
crime. Ajude a pobre moça a sair do tédio J.F Rozza, compense-a
por ter se arrumado e esperado até agora sozinha na festa. Foda
com força até a cabeça dela explodir de prazer =D
O bom observador só vai para casa sozinho, quando para de
observar. Parado aqui eu vejo uma mulher totalmente disposta ao
flerte, ela me olha, disfarça e olha para o lado, com o rosto virado ao
lado, apenas seus olhos viram pra mim e novamente me encaram.
Mas dessa vez eu capturo sua atenção com meu sorriso de
cafajeste, ela se vira e ri sem jeito. Ela então olha para baixo sem
graça, aproveita e olha no relógio. Talvez ela tenha que trabalhar
cedo, e confere as horas para ver se dá tempo de fazer alguma
atividade especial.
Quando ela me olha novamente, eu olho para meu pulso direito, eu
não tenho relógio. Ela acha graça e ri, sua postura que estava caída
agora ergue como quem diz: venha, estou pronta.
O relógio dela marca 5:30 Am, o meu relógio não marca nenhum
horário, apenas a frase: a refeição está servida, hora de comer.
Sutilmente levanto, eu caminho em direção a ela, não olho nada
mais ao meu redor, é como se apenas ela importasse nesse
momento, como se eu tivesse vagado a noite toda apenas para
encontrá-la agora.
No meu universo existe ela e eu, nada mais, ela se sente especial
pelo meu olhar, pensa: - valeu a pena ficar até agora na festa.
Fica pouco envergonhada mas está totalmente virada em minha
direção.
Chego perto dela, não há necessidade de joguinhos e abordagens
indiretas, dessa vez sou claro na intenção, paro na sua frente e
digo:
- Olá tudo bem?
- Meu nome é JF Rozza e o seu?

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