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D i s c i p u l a d o M a d u r o e R e p r o d u t i v o > B a s e s d a S a l v a ç ã o
Exemplar do Discípulo
Módulo 2
Misael Batista do Nascimento e Ivonete Silva
Discipulado Maduro e Reprodutivo
Módulo 02: Bases da Salvação: Eleição e Redenção
Exemplar do Discípulo
3ª Edição Revisada
Copyright © 2008 Misael Nascimento e Ivonete Silva. Proibida a reprodução sem autorização por
escrito dos autores.
Dedicatória
A Deus, supremo benfeitor, que nos escolheu desde antes da fundação do mundo, para que desfrutás-
semos da redenção graciosa por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.
iii
Introdução
Deus abandonou a humanidade decaída? Esta é a pergunta respondida nestes estudos.
A Bíblia revela que Deus quis salvar, livremente, unicamente por amor. Assim como ele realizou a
primeira criação, providenciou também a salvação ou nova criação. Aleluia!
Logo após a queda, o Senhor prometeu aos nossos primeiros pais um Redentor, que esmagaria a
cabeça da serpente (Gn 3.15). Nos momentos dramáticos que se seguiram à desobediência de Adão,
Deus estabeleceu o pacto da redenção.
Eleição e redenção
Estudaremos as doutrinas da eleição e redenção. Na eleição, Deus escolheu, antes da fundação do mun-
do, dentre a humanidade decaída, alguns para serem salvos. Na redenção, Deus Pai enviou Deus Filho,
Jesus Cristo, no poder de Deus Espírito Santo, para reconciliar os eleitos consigo mesmo.
Tais doutrinas são o coração do evangelho. Todos os dias, devem ser não apenas lembradas, mas
oradas e aplicadas na vida de cada seguidor de Jesus Cristo.
Doutrinas impopulares
Estes ensinos são atacados. O homem moderno, simpático à idéia de liberdade e autonomia absolutas,
sente-se ofendido diante dessas afirmações. Líderes ditos cristãos desviam-se desses tópicos, especial-
mente das afirmações da Palavra de Deus sobre predestinação e eleição. Há pregadores populares que
fazem chacota com esse ensino.
O resultado dessa má doutrinação é visível. Igrejas crescem rapidamente em torno de versões defei-
tuosas do evangelho, mas a geração que se levanta demonstra uma fragilidade significativa, uma vez que
suas convicções religiosas são firmadas sobre alicerces fracos. Os evangélicos deste tempo são infantis
diante das tribulações, confundem autoridade espiritual com prepotência e são conduzidos como gado,
por líderes personalistas e inconseqüentes.
O discipulado bíblico é caracterizado por firmeza de caráter, humildade e prática fervorosa e inte-
ligente da Palavra de Deus. Isso exige a consciência de que fomos eleitos e comprados pelo sangue do
Cordeiro.
As cinco afirmações do evangelho
Nesses estudos, seguimos um roteiro seguro. Estas exposições são baseadas na formulação doutrinária
de um sínodo realizado no século XVII, em Dordrecht, na Holanda.
Os estudiosos daquele sínodo produziram um material profundamente bíblico e, ao mesmo tempo,
compreensível, fácil de memorizar e explicar. O evangelho foi resumido em cinco declarações:
1) Deus criou tudo perfeito, mas o homem decaiu de seu estado de santidade e comunhão original.
2) Deus escolheu, dentre a massa de pecadores, alguns para serem salvos.
3) Cristo morreu pelos eleitos.
4) Os eleitos são chamados pelo Espírito Santo, através da proclamação do evangelho.
5) Os eleitos serão glorificados.
Em cada aspecto da salvação, Deus relaciona-se conosco com base nos pactos da criação e da re-
denção. Deus é quem sempre toma a iniciativa de salvar; nós somos os beneficiários de uma poderosa e
eficaz obra de redenção.
O acróstico TULIP
Os teólogos do século XVII utilizaram a tulipa, flor comum em certas regiões da Europa e América
do Norte, e também símbolo da Holanda, como uma representação do evangelho. O acróstico TULIP
(tulipa, em inglês) sintetiza as principais declarações das boas notícias de Deus para nossa salvação:
1
2 Bases da salvação
Total depravação.
Uma escolha incondicional.
Limitada expiação.
Irresistível chamado.
Perseverança dos santos.
Estes estudos das verdades bíblicas relacionadas ao acróstico TULIP nutrem, desafiam, transfor-
mam, fortalecem e promovem o seu crescimento no discipulado cristão.
O que é discipulado
O termo discipulado é entendido, em muitos contextos, como os estudos iniciais da vida do cristão,
normalmente como a preparação para o batismo e profissão de fé. Nestes estudos, considera-se discipu-
lado o processo de amadurecimento do servo de Deus, da conversão até a glorificação.
Isso é assim porque a vida com Deus é aprendizado e aperfeiçoamento, todos os dias, para sempre.
Na conversão, inicia-se a caminhada; várias décadas depois, ainda estamos sendo moldados graciosa-
mente pelo Espírito que nos dispensa graça através da Palavra, dos sacramentos, da oração e do convívio
com os irmãos. E, enquanto prosseguimos, amadurecemos e reproduzimos o discipulado em outras
pessoas. Somos sal e luz, preservamos, damos sabor e iluminamos, amamos e servimos a Deus. Perten-
cemos a ele, fomos chamados para dar fruto (Mt 5.13-16; Jo 15.16).
A singularidade deste material
Este material fornece subsídios diferenciados para discipuladores e discípulos. Um discipulador é o
professor, evangelista ou instrutor que usa os estudos para ensinar a pessoas interessadas. Um discípulo
é um aluno ou indivíduo disposto a estudar a Palavra de Deus. Há, ainda, a possibilidade de o leitor estu-
dar sozinho, utilizando o exemplar do discípulo e comparando suas respostas com o roteiro de estudos
do exemplar do discipulador.
Objetivos de estudo
Os principais objetivos do ensino são mostrados no início das seções. O exemplar do discipulador con-
tém objetivos também para quem instrui.
Destaques de texto
Os textos enfatizados são marcados com itálico. Ao invés de simplesmente substituir os termos teoló-
gicos por palavras contemporâneas, os autores optaram por destacar tais termos com negrito e fornecer
seus significados no próprio parágrafo onde eles aparecem pela primeira vez. Além disso, tais termos são
repetidos no quadro Novas palavras.
Textos bíblicos
Os textos bíblicos que comprovam as afirmações dos estudos são transcritos da Bíblia Sagrada, segunda
edição da versão revista e atualizada no Brasil, tradução de João Ferreira de Almeida. No exemplar do
discípulo, são deixadas lacunas nos textos, para serem preenchidas pelos alunos. O objetivo é auxiliar o
discípulo a fixar as bases bíblicas de cada ensino, além de ganhar proficiência no manuseio da Escritura.
No princípio __________________ Deus os céus e a terra (Gn 1.1).
No exemplar do discipulador, os textos a serem completados aparecem em negrito.
No princípio criou Deus os céus e a terra (Gn 1.1).
Símbolos de fé
Nos estudos, são estabelecidas ligações dos conteúdos com os símbolos de fé de West-
minster (a Confissão de fé, o Catecismo maior, o Catecismo menor ou Breve catecismo),
assim como a Confissão belga, o Catecismo de Heidelberg, a Segunda confissão helvética e os
Cânones de Dordrecht, também denominados Cânones de Dort. Estes documentos foram
produzidos nos séculos XVI e XVII por mais de uma centena de teólogos. Pretende-se
despertar o interesse para tais documentos que são aceitos por todas as igrejas de linha
teológica reformada como sumário adequado da doutrina bíblica.
Introdução 3
Fique alerta
Cada seção finaliza com um quadro Fique alerta. Diante das mais variadas vertentes dou-
trinárias, muitas delas destituídas de biblicidade, é sempre bom ser avisado quanto aos
perigos existentes nos discursos religiosos atuais, muitos deles baseados em “filosofia e vãs
sutilezas” (Cl 2.8).
Para memorizar
A afirmação do salmista é preciosa: “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar
contra ti” (Sl 119.11). O Senhor Jesus Cristo, ao ser tentado no deserto, recorreu à Escri-
tura que se encontrava em sua memória (Mt 4.4, 7 e 10). Esta é a razão por que ao final de
cada seção, há um versículo da Palavra de Deus a ser memorizado.
Sugestão de leitura bíblica
As seções terminam com sugestões de leituras bíblicas. A idéia é criar no discípulo o hábito da leitura
freqüente da Palavra de Deus.
Para aprender mais
Ao fim de cada seção, são fornecidas referências úteis para o aprofundamento do estudo.
Os dados completos das obras citadas encontram-se nas referências bibliográficas.
Definições de termos, abreviações e citações
Para saber mais sobre as definições de termos, abreviações e citações, consulte o apêndice na página 43.
Caminhe devagar
Estude com calma. O ideal é caminhar devagar, lendo cada referência bíblica, esmiuçando conceitos, re-
alizando as atividades propostas, memorizando os versículos indicados e respondendo com profundida-
de às questões levantadas. É claro que tudo pode ser feito mais rapidamente, caso haja disponibilidade de
tempo. O importante é que os conteúdos sejam realmente absorvidos. Lembre-se: estamos estudando
o evangelho, centro de nossa caminhada espiritual.
Agradecimentos
Nada seria feito sem o apoio, sugestões e críticas de muitas pessoas. Os irmãos da Igreja Presbiteriana
Central do Gama foram bondosos, apoiando-nos para que pudéssemos dedicar-nos à leitura, oração e
redação de estudos. Muitos trabalharam – e continuam gentilmente fazendo isso – como revisores de
texto e leiaute, favorecendo o aprimoramento deste material.
Esta é uma obra feita a muitas mãos. O Rev. Misael projetou o curso, organizou a pesquisa bíblica
e referências bibliográficas, escreveu as introduções, estudos e conclusões. Ivonete Silva, educadora
cristã, revisou os conteúdos e produziu a maior parte das contextualizações e atividades. Rita de Cássia,
secretária da IPCG, ajudou muito administrando a agenda do Rev. Misael e fornecendo sugestões per-
tinentes sobre o texto. A Cidinha colaborou propondo mudanças no texto, na composição visual e na
redação dos objetivos. Louvamos ao Senhor pelas revisões adicionais realizadas pelo Presb. Alain Paul.
Por fim, os autores agradecem pelo apoio e compreensão de seus familiares. O Rev. Misael é grato
a sua esposa Mirian, suas filhas Ana Carolina e Bruna e sua mãe, Roberta. Elas são seus maiores amores,
lenitivo e sua motivação, permitindo que ele dedicasse incontáveis horas na preparação destes estudos.
Ivonete agradece a sua mãe Jael, por suas orações, apoio e incentivo ministerial.
Tudo foi escrito para agradar, servir e honrar a Deus, maravilhoso Criador, Redentor e Juiz.
Para quem são estes estudos
Estes estudos beneficiarão a todos os seguidores do Senhor Jesus Cristo, de todas as denominações
evangélicas. Objetiva-se disseminar a verdade que produz vida. Espera-se que cada estudante da Bíblia
obtenha uma compreensão límpida da sã doutrina e se sinta motivado a continuar crescendo na graça e
conhecimento do Redentor (2Pe 3.18).
4 Bases da salvação
Se você absorver essas verdades a ponto de poder ensiná-las a outros, estará capacitado para coope-
rar na tarefa de fazer discípulos.
Oramos para que o Espírito Santo o conduza. Que Deus seja glorificado, sua fé seja fortalecida e os
discípulos sejam multiplicados.
Os autores.
Seção um
Escolhidos para a salvação
TULIP. Uma escolha incondicional.
Introdução
Ao lermos os relatos bíblicos sobre a criação e a queda, aprendemos que o homem
foi criado conforme a imagem e semelhança de Deus, mas decaiu de sua condi-
ção original. Por causa disso, nascemos separados de Deus e escravos da carne, do
mundo e do Diabo. Chegou o momento de compreendermos o que a Bíblia ensina
sobre a eleição para a salvação. No acróstico TULIP, esse assunto é apontado na
segunda afirmação, “uma escolha incondicional”.
Estudos da seção 01: Escolhidos para a salvação
Estudo 01. Os cristãos são escolhidos
Estudo 02. A eleição é incondicional
Estudo 03. Nenhuma injustiça
Estudo 04. Fonte de segurança
Estudo 05. Conclusão
5
Estudo um: Os cristãos são escolhidos
Todos se acham agentes de seu destino. Acham que podem determinar a própria sor-
te. Mas temos alguma escolha quando nascemos? Ou quando morremos? Ou existe
uma força maior que nos coloca em uma direção?
É a evolução que guia as nossas vidas? A ciência nos aponta o caminho? Ou é Deus
que intervém e nos mantêm a salvo?
Heroes, primeira temporada, episódio dois, “Não olhe para trás”, cena um.
Não fostes vós que me escolhestes a mim; Os eleitos são transformados pelo poder de
Deus. Isso pode ser verificado em sua fé, amor e
pelo contrário, _____________________________ obras.
a vós outros e vos designei para que vades
Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom ou
e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a
a árvore má e o seu fruto mau; porque pelo
fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em
_____________ se conhece a árvore (Mt 12.33).
meu nome, ele vo-lo conceda (Jo 15.16).
Damos, sempre, graças a Deus por todos vós,
Quem são os eleitos? mencionando-vos em nossas orações e, sem
Todos os que crêem em Jesus Cristo como Senhor cessar, recordando-nos, diante do nosso Deus e
e Redentor e dele desfrutam em seus corações são
Pai, da _____________________________ da vossa
eleitos de Deus, senão, jamais teriam crido e nun-
ca teriam se interessado pelo evangelho. _______, da abnegação do vosso _____________ e
Em verdade, em verdade vos digo: quem da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor
Com quem foi feito o pacto da graça? O nele, antes da fundação do mundo, para sermos
pacto da graça foi feito com Cristo, como santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor
o segundo Adão; e, nele, com todos os
eleitos, como sua semente. nos ____________________________ para ele, para
CMW, pergunta 31. a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo,
conformes à imagem de seu Filho, a fim de que real, nação santa, povo de propriedade
ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as
que predestinou, a esses também chamou; e aos virtudes daquele que vos chamou das trevas
que chamou, a esses também justificou; e aos que para a sua maravilhosa luz (1Pe 2.9).
Atividades
1. Leia a estrofe do hino 260, Amor que vence, do Hinário Novo cântico, e responda as questões “a” e “b”.
Amor que tudo me perdoas,
Amor que até mesmo abençoas
Um réu de quem tu te afeiçoas!
Vencido ó Salvador por ti,
Teu grande amor senti!
a) De acordo com o que estudamos, interprete a frase: “Um réu de que tu te afeiçoas”.
b) Como é denominado o ato amoroso divino, de entre os pecadores escolher alguns para a salvação?
Qual é a relação da letra do hino com essa ação divina?
d o o h i l s e c s
3
e s l i t e o
8 2 4 5
p s o r t e d d e n s a i
9 6 7 1
u q u v
1 2 3 4 5 6 7 8 7 9
a) As letras embaralhadas foram palavras retiradas do estudo. Desembaralhe as letras e forme as palavras.
b) Copie as letras dos quadrados numerados (três primeiras linhas) nos quadrados de baixo (última
linha), que possuem os mesmos números. Descubra a frase contida nesses últimos quadrados (dica: a
frase também encontra-se no texto estudado).
3. Como eu posso saber que eu sou um cristão verdadeiro, um salvo, um eleito de Deus?
Estudo dois: A eleição é incondicional
Ao meio-dia, cansado, com fome e sede, Jesus resolveu descansar junto a um poço.
Uma mulher samaritana veio buscar água. As pessoas nascidas na Samaria não se da-
vam muito bem com os judeus; não costumavam nem se falar. Mas Jesus pediu à mu-
lher que lhe desse um pouco d’água e, em seguida, ofereceu-lhe a “água da vida”.
Aquela mulher foi alcançada pela bondade de Deus e tornou-se seguidora de Jesus
Cristo. O interessante é que ela não era uma pessoa de procedimento exemplar. Seu
modo de vida se chocava contra os padrões morais de sua época, de modo que ela era
considerada uma pecadora, e por isso era marginalizada. Apesar de tudo, foi escolhida
por Deus para a salvação.
o invalidará? A sua mão está estendida; mundo para envergonhar as fortes; e Deus
quem, pois, a fará voltar atrás? (Is 14.27). escolheu as coisas ____________________
ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste aquelas que não são, para reduzir a nada as
estas coisas aos sábios e instruídos e as que são; a fim de que ninguém se vanglorie
revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim na presença de Deus (1Co 1.26-29).
foi do teu ____________________ (Mt 11.25-26). Nele [em Cristo], digo, no qual fomos também
glorificavam a palavra do Senhor, e creram segundo o propósito daquele que faz todas
para o bem daqueles que amam a Deus, Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com
daqueles que são chamados segundo o todos, não por obras de justiça praticadas por
Atividade
1. Há em nosso meio uma idéia de que para irmos para o céu, basta sermos “bonzinhos”. De acordo
com o estudo de hoje, como você responderia a essa idéia?
2. Vimos no início da lição, que a mulher samaritana precisava de salvação, ao mesmo tempo que,
olhando pela perspectiva de seus atos, ela não merecia ser salva. Qual é a sua situação, nesse exato
momento, com relação à salvação? Haveria alguma semelhança entre o seu estado e o daquela mulher
de Samaria?
3. Marque a alternativa correta. Os motivos que levam Deus a escolher uma pessoa para a salvação são
os seguintes:
( ) Deus prevê que aquela pessoa receberá Cristo como Senhor e Salvador. Nesse caso, a escolha
divina baseia-se na fé prevista.
( ) Deus prevê que aquela pessoa se dedicará a ele e o servirá de todo coração, dedicando-se ao seu
serviço. Nesse caso, a escolha divina baseia-se nas obras previstas.
( ) Deus prevê que aquela pessoa é um indivíduo de bem, honesto e religioso. Nesse caso, a escolha
divina baseia-se na bondade inerente do ser humano, prevista pelo Senhor.
( ) Deus escolhe independentemente de qualquer fé, obras ou suposta bondade existente no ser
humano. Ele escolhe soberanamente, unicamente por amor.
Estudo três: Nenhuma injustiça
Roberto possui duas casas que aluga. De acordo com os contratos dos aluguéis, o
atraso de dois meses consecutivos no pagamento dá ao proprietário o direito de exigir
os imóveis de volta.
Um dos inquilinos não conseguiu pagar e foi despejado. Roberto foi injusto? Abso-
lutamente não, pois o inquilino havia assinado um contrato e sabia do que poderia
ocorrer caso o mesmo fosse descumprido.
Se o dono das casas decidisse perdoar a dívida daquele inquilino, isso não daria ao ou-
tro o direito de também atrasar os pagamentos, alegando que, em virtude do perdão
concedido a um, Roberto era obrigado a perdoar a todos. O proprietário dos bens
pode, livremente, agir com generosidade ou justiça.
de Deus, quanto à
Deus não é injusto Novas Palavras
______________________,
Alguns dizem que, se Deus escolhe alguns para a Réprobro: O termo
prevalecesse, significa “reprovado”. No
salvação e deixa de escolher a outros, ele é injusto.
contexto da doutrina
“Para ser justo”, afirmam, “ele deveria salvar a to- ______________________, da eleição, todos os
dos”. Esse raciocínio falha em considerar quem é o homens são reprovados
mas por aquele que
homem e quem é Deus. diante da prova da lei.
O fato de que Deus favorece alguns e passa chama), já fora dito a No entanto, dentre os
por alto a outros, não dá o direito à acusação réprobos, Deus separa
ela: O mais velho será
de que sobre Ele pesa a culpa de agir com alguns para a salvação.
injustiça. Só podemos falar de injustiça servo do mais moço. Enquanto os salvos são
quando uma parte pode reivindicar algo de denominados “eleitos”,
Como está escrito: os que permanecem
outra. Se Deus devesse o perdão do pecado e
a vida eterna a todos os homens seria injustiça Amei Jacó, porém me em seus pecados são
se Ele salvasse apenas um número limitado denominados réprobos.
aborreci de Esaú. Que
deles. Mas o pecador não tem, absolutamente,
nenhum direito ou alegação que possa diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus?
apresentar quanto às bênçãos decorrentes da
eleição divina. De fato, ele perdeu o direito De ___________________________! Pois ele diz a
a essas bênçãos. Não somente não tem o Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver
direito de pedir contas a Deus por eleger
uns e omitir outros, como também devemos ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me
admitir que Ele seria perfeitamente justo,
____________________ ter compaixão. (...) Logo,
se não salvasse ninguém, Mt 20.14, 15; Rm
9.14,15 (TSB, p. 108). tem ele misericórdia de quem _________ e também
Deus é soberano sobre a criação. Ele tem direitos não tem o oleiro ______________________ sobre a
sobre nós. Isso distingue os cristãos dos não-cris- massa, para do mesmo barro fazer um vaso para
tãos. Os eleitos respondem ao mistério da vontade
honra e outro, para desonra? (Rm 9.11-15, 18 e 21).
divina com adoração; os réprobros, por sua vez,
duvidam do caráter divino e se rebelam. Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria
E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham como do conhecimento de Deus! Quão
praticado o bem ou o mal (para que o propósito ______________________________ são os seus
13
14 Bases da salvação: eleição
juízos, e quão ______________________________,
dadeiro e opta por viver de acordo com as incli-
os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente nações de seu coração corrompido. Por isso ele
merece a condenação.
do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?
Acerca desse ponto, pronuncia-se o primeiro
Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha artigo dos Cânones de Dordrecht:
a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, Todos os homens pecaram em Adão, estão
sob a maldição de Deus e são merecedores
e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a
da morte eterna, de modo que ninguém
glória eternamente. Amém! (Rm 11.33-36). teria sido injustiçado se ele [Deus] tivesse
resolvido deixar toda a raça humana
no pecado e sob a maldição e decidido
E, do modo por que Janes e Jambres
condená-la por causa do seu pecado.
resistiram a Moisés, também estes resistem CDt, cap. 1, artigo 1.
Atividade
1. O discípulo de Cristo, antes acusar Deus de injustiça, considera quem é Deus e quem é o homem. Um
texto bíblico que fala sobre isso é o Salmo 139. Quais são as características de Deus e do homem,
apresentadas nesse Salmo?
2. Muitas vezes nós não conseguimos compreender todos os detalhes da vontade de Deus para nós.
Qual deve ser nossa atitude?
Estudo quatro: Fonte de segurança
Simeão estava sentado sozinho na capela quando eu cheguei, dez minutos antes na-
quela manhã de quarta-feira. Seus olhos estavam fechados e ele parecia meditar, por
isso sentei-me numa cadeira ao seu lado, silenciosamente. Mesmo sentado em silencio
ao lado desse homem, eu não sentia qualquer constrangimento.
Vários minutos se passaram até que ele se virasse para mim e perguntasse: — 0 que
você tem aprendido aqui, John?
Buscando algo para dizer, a primeira coisa que me ocorreu foi: — Fiquei fascinado por
seu modelo de liderança, ontem. Faz perfeito sentido para mim.
— As idéias e o modelo não são meus — Simeão me corrigiu. — Tomei emprestados
de Jesus.
— Sim, Jesus — eu disse me mexendo na cadeira. — Acho que você sabe, Simeão, que
eu não sou uma pessoa muito religiosa.
— É claro que você é — ele disse gentilmente, como se não houvesse dúvida a respeito
disso.
— Você mal me conhece, Simeão. Como pode afirmar isso?
— Porque todo mundo tem uma religião, John. Todos nós temos alguma espécie de
crença a respeito da origem, natureza e finalidade do universo. Nossa religião é sim-
plesmente nosso mapa, nosso paradigma, as crenças com que respondemos as difíceis
questões existenciais. São perguntas assim: como o universo foi criado? O universo
é um lugar seguro ou hostil? Por que estou aqui? O universo foi feito ao acaso ou há
uma finalidade maior? Há algo depois da morte? Todos nós pensamos nessas coisas,
claro que alguns mais do que outros. Até os ateus são pessoas religiosas, porque eles
também têm respostas para essas perguntas.
Diálogo entre Simeão e John. O monge e o executivo (HUNTER, 2004, P. 73-74).
Atividade
Relacione o item da coluna da esquerda com a frase correspondente, da coluna da direita.
a) Segurança ( ) O interesse pelo evangelho e a fé em Cristo como Senhor e Salvador.
b) Decreto divino ( ) Hipótese sobre as origens, segundo a qual a humanidade surgiu em
decorrência de um longo e ininterrupto processo de evolução.
c) Evolucionismo ( ) Base para nossa eleição para a salvação.
d) Evidência da eleição ( ) O alicerce da fé.
e) Deus e suas promessas ( ) Sentimento e estado decorrentes de sabermos que somos amados
por Deus incondicionalmente.
Estudo cinco: Conclusão seção um
A partir do que foi estudado, é possível afir- ma de graça. Deus é, então, o único au-
mar o seguinte: tor da salvação dos que crêem em Jesus.
6 Sem Deus estamos perdidos! Diante Agradeça ao Senhor por este maravilhoso
do justo juízo divino, e em decorrência amor.
da corrupção proveniente da queda e dos 6 Aceitamos a soberania divina. Os cris-
atos pecaminosos voluntários, toda a raça tãos não questionam a justiça ou soberania
humana merece a condenação. Reconheça divinas, mas acolhem o seu governo e lou-
sua completa dependência da misericórdia vam-no por tão grande redenção. Adore
de Deus para sua salvação. ao Senhor, reconhecendo que ele é grande e
6 Deus revela sua bondade na eleição. reina sobre tudo. Peça para que ele confirme
Deus decidiu salvar algumas pessoas por seu governo sobre o seu coração.
meio de seu Filho Jesus Cristo, segundo 6 Podemos crer e descansar. Esse ensino
o “beneplácito de sua vontade”. Ele fez produz segurança e não medo. O planeja-
isso não por prever algum tipo de bonda- mento e a execução do plano de salvação
de inerente, fé ou mérito do ser humano, dependem de Deus e não de nós. Expres-
mas unicamente por (pura) misericórdia. se amor ao Senhor e descanse em suas pro-
Esse favor imerecido é o que a Bíblia cha- messas de salvação.
Um dos autores destes estudos ouviu de um pregador popular, em um culto transmitido por rede de TV,
que a questão da salvação se encontra fora da “órbita divina”, ou seja, Deus não interfere nas decisões do
homem sobre esse assunto. É a partir dessa percepção que alguns afirmam que não é Deus quem escolhe
o homem, mas este é que “toma uma decisão ao lado de Jesus Cristo”. Tal idéia se opõe ao ensino das
Escrituras. Segundo a Bíblia, a salvação do homem, em todos os seus aspectos, depende exclusivamente
da graça de Deus.
Pense e pratique
1. De acordo com o que estudamos, especialmente as declarações de Romanos 11.33-36, qual deve ser a nossa
atitude diante da soberania de Deus na eleição?
2. De que modo a doutrina da eleição produz segurança nos corações dos discípulos de Cristo?
3. De acordo com o seu entendimento deste estudo, o que é graça? De que maneira a compreensão sobre a
graça nos auxilia a caminhar com Deus?
18
Escolhidos para a salvação 19
Introdução
Os estudos desta seção são o coração do evangelho. Neles você aprende sobre o Fi-
lho do Deus vivo, enviado dos céus para esmagar a cabeça da serpente, estabelecer o
reino divino e redimir aos eleitos. Ao conhecer mais e melhor ao “Cristo crucificado”
(1Co 1.22), que ressurgiu dos mortos e vive para sempre, você passa a compreender
a terceira expressão do acróstico TULIP, “limitada expiação”.
Estudos da seção 2: O que Cristo realizou
Estudo 06. Redenção e expiação
Estudo 07. Os sacrifícios de sangue no Antigo Testamento
Estudo 08. O que Cristo fez
Estudo 09. Cristo é “o” Mediador
Estudo 10. A expiação alcança os eleitos
Estudo 11. Não podia ser de outro jeito
Estudo 12. Conclusão
20
Estudo seis: Redenção e expiação
A fim de entender o ensino da Bíblia sobre a expiação, imagine uma situação por de-
mais improvável:1 o filho de um juiz respeitado comete uma infração grave no trânsi-
to, e seu caso é encaminhado para ser julgado por seu próprio pai.
Pense naquele juiz fazendo o que é certo, condenando o jovem com uma pena justa.
Após promulgar sua sentença, ele desce de sua tribuna, tira sua toga, abraça o filho e
paga a fiança. Tal juiz é honesto, cumprindo plenamente a justiça exigida pela lei. Ao
mesmo tempo ele ama incondicional e sacrificialmente, pois assume o prejuízo causa-
do pelo filho, pagando o que é estipulado.
3
Aplicação Trinitária da Redenção
NT Iluminação, Nutrição, Capacitação e Missão
AT 2
Retorno contínuo à fonte. Avanço a partir dos retornos 4
aos conteúdos e recursos do evangelho
1
Serviço profético do AT Fundamento Serviço missionário e cosmonômico da Igreja
apostólico
do NT
A redenção será completada na volta de Cris- Expiação é a ação que tem o pecado como
to, denominada consumação. Naquele dia o pró- objeto: denota a cobertura, o afastamento ou
prio cosmo será definitivamente libertado de to- a extinção do pecado, de modo que ele não
mais constitua barreira à comunhão amigável
dos os resquícios da desobediência de Adão.
entre a pessoa e Deus (PACKER, 2005, p. 218-
Resumindo, no que diz respeito ao passado, a 219).
redenção foi anunciada desde os tempos do Anti- A expiação3 é, mais Novas Palavras
go Testamento e realizada na encarnação, morte, propriamente, o ato de co- Expiação: o ato
ressurreição e exaltação do Senhor Jesus Cristo. brir. O termo usado na Es- providenciado pelo
No tempo atual, a redenção está sendo aplicada no critura significa “ressarcir”, próprio Deus, de enviar
alcance dos eleitos pelo evangelho e na influên- “indenizar”, “compensar”, Jesus Cristo, seu Filho,
cia destes em todas as áreas da vida para glória de “aplacar”, “perdoar”, “re- para morrer no lugar
Deus. Quanto ao futuro, a redenção será consuma- mover”, “anular”, “inva- dos eleitos, a fim de
da na volta de Cristo (figura 01). Essa é a moldura lidar”, “ser reparado”. O pagar os pecados
dentro da qual devemos contemplar a expiação. sentido original é “calafe- deles.
tar”, “besuntar”, ou seja,
Conceito de expiação “tapar uma fenda com betume”, que é uma aplica-
ção restrita do sentido mais geral de “cobrir”.
O termo expiação deve ser compreendido como
“o ato pelo qual Deus restaura o relacionamento O pecado exige retribuição
de harmonia e unidade entre ele e os seres huma-
nos” (YOUNGBLOOD, 2004, p. 535). Trata-se do pa- Os termos do pacto das obras foram claros. O ho-
mem morreria se comesse do fruto da árvore do
gamento exigido pelo pecado, uma “satisfação ou
conhecimento do bem e do mal – a conseqüência
substituição penal” (TSB, p. 343). final do pecado é a morte. O pecado afronta a san-
3
A citação de J I. Packer e este parágrafo são contribuições do Presb. Alain Paul L. Rocchi.
O que Cristo realizou 23
as palavras desta lei, não as cumprindo. E
tidade de Deus e, por isso, exige reparação e casti-
go. A transgressão torna seu praticante passível da todo o povo dirá: Amém (Dt 27.26)!
pena de morte diante do santo tribunal divino.
O fato de termos herdado a culpa do peca- Eis que todas as almas são minhas; como
do de Adão, bem como a nossa prática pessoal do a alma do pai, também a alma do filho é
pecado nos colocam em eterna dívida para com o
Criador. minha; a alma que _____________, essa
do bem e do mal não comerás; porque, Quem é o Redentor dos eleitos de Deus?
O único Redentor dos eleitos de Deus é o
no dia em que dela comeres, certamente Senhor Jesus Cristo, que, sendo o eterno
Filho de Deus, se fez homem, e assim foi
________________________ (Gn 2.16-17). e continua a ser Deus e homem em duas
naturezas distintas, e uma só pessoa, para
____________________ aquele que não confirmar sempre. BCW, pergunta 21.
Atividades
1. A figura 01 revela quatro aspectos da redenção. Complete as frases conforme a figura:
Sacrificar-se a fim de salvar outra pessoa é um ato heróico. Cristo, por sua vez, é muito
mais do que um herói. O derramamento de seu sangue na cruz foi muito mais do que a
conseqüência de sua dedicação aos homens. Cristo verteu o seu sangue para satisfazer
plenamente a justiça de Deus.
cordeira ou uma cabrita como oferta pelo Figura 02. O propiciatório era a tampa da arca, sobre a qual
eram colocados os querubins.
pecado; assim, o sacerdote, por ele, fará
24
O que Cristo realizou 25
______________________, do meio dos dois a fim de que fôssemos justificados por fé.
querubins que estão sobre a arca do Testemunho, Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos
ordenar para os filhos de Israel (Êx 25.22). Pois qualquer que guarda toda a lei, mas
_____; e, diante do propiciatório, aspergirá sete matarás. Ora, se não adulteras, porém matas,
vezes do sangue, com o dedo. Depois, imolará vens a ser transgressor da lei (Tg 2.10-11).
Atividades
1. Responda
a) No Velho Testamento a expiação do pecado exigia o derramamento de sangue, por quê?
2. Numere a seqüência das frases, de acordo com a lógica dos sacrifícios do Velho Testamento:
( ) Deixado à sua própria sorte e recursos, será condenado.
( ) Ele só pode ser perdoado e, por conseguinte, reaproximado do Criador, se um substituto morrer
em seu lugar.
( ) O homem por sua força, não consegue guardar a lei.
( ) Ele não possui merecimentos nem capacidade para salvar-se a si mesmo.
Estudo oito: O que Cristo fez
Em 2007 o Brasil vibrou com a visita de uma comissão da Federação Internacional de
Futebol – FIFA. Várias cidades foram inspecionadas com o objetivo de verificar-se
a possibilidade do país sediar a Copa de 2014. Autoridades do governo federal, bem
como governadores de alguns Estados, demonstraram entusiasmo nas entrevistas. Fi-
cou claro o interesse da nação em preencher os requisitos necessários para hospeda-
gem do grande evento.
Tal situação nos ajuda a entender o valor da antecipação. Os inspetores da FIFA fo-
ram considerados como uma espécie de prenúncio de algo que poderia ocorrer. Ainda
que os preparativos para uma Copa do Mundo exigissem grandes investimentos e
cuidado com detalhes, a chegada daquela comissão deu ao Brasil uma esperança: se a
nação atendesse a algumas exigências, a Copa de 2014 seria marcada, predominante-
mente, pelo verde-amarelo.
discípulos, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é que o sangue de touros e de bodes
Ele nos ___________________ do império das Quando, porém, vier o Consolador, que _______
Filho do seu amor, no qual temos a redenção, o Espírito da verdade, que dele procede,
a remissão dos pecados (Cl 1.13-14). esse dará testemunho de mim; e vós
igualmente, participou, para que, por sua morte, ... a própria _______________ será redimida
poder da morte, a saber, o diabo (Hb 2.14). da glória dos filhos de Deus (Rm 8.21).
Atividades
1. Escreva “C” para as afirmativas corretas, e “E” para as afirmativas erradas.
( ) O sacrifícios no Antigo Testamento indicavam para o sacrifício de Cristo.
( ) O sangue dos animais era aceito por Deus porque eles eram perfeitos.
( ) O cumprimento do pacto exigiu a entrega de Cristo.
( ) Sacrifício “vicário” é a mesma coisa que sacrifício substitutivo.
2. Procure no caça-palavras os termos que completam as frases:
L E S P I R V U Q F X P N E M
S I L R F C A W Y N I K B B C
C B B E Y Y H V C L B R A M B
T Y L E I R E D E N T O R A O
B J M Y R T G W E U L P E K T
X Q G U A T O Z I J B V O T I
W P C Q M D O S O K A B T Y R
Q S L B U E R S Y N E T Q N I
M O R T E S P X G D Q E G I P
C R I S T O N E I H Y E I A S
I R C B K W L E R I A D M B E
O P F V R H N E U I Q I T P M
T Q P X O C R V R Y W N U F O
C L I A I A C I T S U J M K N
S Z E A K R K C H B D N O Y T
b) O primeiro Adão, por sua desobediência, trouxe ______________ e escravidão à sua descendência.
Cristo, por sua ____________________, trouxe vida eterna.
Cristo é profeta, sacerdote e rei Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de
O Redentor realiza sua função de mediação exer- muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes
cendo as funções de Profeta, Sacerdote e Rei.
últimos dias, _____________________________,
6 Como Profeta ele revela a vontade de
Deus para a salvação daqueles que nele a quem constituiu herdeiro de todas as cousas,
crêem e traz a derradeira e suprema pala- pelo qual também fez o universo (Hb 1.1-2).
vra do evangelho.
6 Como Sacerdote ele intercede por seu Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande
povo e oferece o sacrifício exigido pelos pe-
_____________________________ que penetrou
cados.
6 Como Rei ele governa, supre, cuida e pro- os céus, conservemos firmes a nossa confissão.
tege seus súditos. Porque não temos sumo sacerdote que não
31
32 Bases da salvação: redenção
possa compadecer-se das nossas fraquezas; portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a
antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa fim de recebermos misericórdia e acharmos graça
semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, para socorro em ocasião oportuna (Hb 4.14-16).
Atividades
1. Complete:
b) Como fiador, Jesus satisfez a justiça de Deus _____________________________ pelos pecados dos
eleitos.
( 3 ) Rei ( ) Revela a vontade de Deus para a salvação daqueles que crêem nele.
Estudo dez: A expiação alcança os eleitos
Após ter visitado várias igrejas, sempre buscando respostas às suas dúvidas relacio-
nadas à salvação, Vilma estava confusa. Um sacerdote recomendou que ela fizesse
boas obras e rezasse regularmente. Um pastor evangélico lhe disse que, para ser salva,
bastava levantar a mão “aceitando a Jesus” e, em seguida, preencher uma ficha de deci-
são. Em ambos os casos, parecia que a salvação era algo obtido por obras, mesmo no
último caso, pois, a resposta ao apelo era algo que ela podia fazer, conforme o pregador
repetiu várias vezes.
Ao conversar com seus colegas de trabalho, a coisa “complicou”.
– Não se preocupe com isso – asseverou Arnaldo. – Deus é amor, e um Deus de
amor não mandaria ninguém para o inferno. Creio que Cristo realmente veio ao
mundo para salvar os pecadores e, como todos as pessoas são pecadoras, Cristo
veio salvar a todas elas. No final das contas, todos serão salvos.
– Eu discordo completamente – disse Júlia, uma colega evangélica. – Deus já man-
dou Jesus Cristo para nos salvar. Agora, Vilma, você precisa imaginar como se
Jesus estivesse sendo oferecido a todos, como um produto – um excelente produto
por sinal – em uma loja. Compra quem quer. Entenda que Deus já fez o que era
necessário para a salvação. O resto depende de nós. É preciso “tomar posse” da
salvação pela fé. Se você não quiser crer, saiba que mesmo que Cristo deseje salvá-la,
ele não poderá fazer isso, pois sua incredulidade impede que a redenção seja eficiente
para você.
4
Para defesa desse ponto de vista, são citados textos bíblicos nos quais afirma-se que Cristo morreu por “todos” os homens,
ou que Deus tem a intenção de salvar a “todas” as pessoas; p. ex., 1Tm 2.4. A melhor interpretação para tais textos é que os
termos “todos” ou “todas”, nestas passagens, devem ser entendidos como referindo-se a todos os eleitos. Deus ordena que o
evangelho seja pregado a todos os seres humanos (chamado externo), para que, por meio dessa pregação, sejam convertidos
os escolhidos (chamado interno ou vocação eficaz).
33
34 Bases da salvação: redenção
diência de Adão, continuou livre para decidir-se evangelho é para salvação dos eleitos.
por Cristo. Tais afirmações contrariam o ensino 6 Para os eleitos, o evangelho é o poder de
da Bíblia sobre a total depravação Deus para a salvação. Nesses, Deus cum-
O arminianismo é uma tentativa de estabe- pre plenamente seu eterno conselho.
lecer o homem como centro do processo de sal-
vação. Ensina-se que Cristo obteve uma possível Concluindo, a expiação realizada por Cristo é
salvação, que é efetivada de acordo com o exercício cem por cento eficaz para cumprir o plano divino.
da vontade humana. Se o pecador decidir aceitar a O Filho de Deus morreu para resgatar a todos os
Cristo, então ele será salvo. Se ele decidir rejeitá- que haviam sido dados a ele no pacto da redenção.
lo, a morte de Cristo continua válida para sua sal-
vação, mas ele não será salvo em virtude de sua Foi da vontade de Deus que Cristo por
rejeição do evangelho. meio do sangue na cruz (pelo qual Ele
confirmou a nova aliança) redimisse
De acordo com esse ponto de vista, Cristo pode
efetivamente de todos os povos, tribos,
salvar a todos – se todos o aceitarem – ao mesmo línguas e nações, todos aqueles e somente
tempo em que pode salvar ninguém – se ninguém o aqueles que foram escolhidos desde a
aceitar. A eficácia do sacrifício de Cristo é relativa eternidade para serem salvos, e Lhe foram
e parcial. dado pelo Pai. Deus quis que Cristo lhes
O problema aqui é que a soberania de Deus é desse a fé, que Ele mesmo lhes conquistou
limitada pela vontade do homem. Deus salva se o com sua morte, junto com outros dons
homem quiser. Mesmo que Deus deseje salvar, se salvíficos do Espírito Santo. Deus quis
também que Cristo os purificasse de todos
o homem não quiser a salvação, Deus fica impedi-
os pecados por meio do seu sangue, tanto
do, limitado ou circunscrito pela decisão humana. do pecado original como dos pecados
A Bíblia, por sua vez, revela que o evangelho atuais, que foram cometidos antes e
é centrado em Deus que é Criador e soberano. O depois de receberem a fé. E que Cristo os
que Deus decreta, faz. Deus jamais é limitado por guardasse fielmente até ao fim e finalmente
suas criaturas. Isso significa que Deus salva a quem os fizesse comparecer perante o próprio Pai
planeja salvar. em glória, “sem mácula, nem ruga”
(Ef 5:27). CDt, cap. 2, artigo 8.
O arminianismo foi condenado como here-
sia pela Igreja Reformada Holandesa no Sínodo
Enviou ao ________________ a redenção;
de Dordrecht, em 1618-19, mas ganhou força a
partir do século XIX, principalmente “por causa estabeleceu para sempre a sua aliança;
de sua ênfase no individualismo idealista ou oti- santo e tremendo é o seu nome (Sl 111.9).
mista” (HORTON, 1998, p. 45). Atualmente a crença
arminiana é defendida por teólogos influentes e Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus,
propagada pela maioria das igrejas evangélicas.
porque ele salvará o ________________________
Conceito de expiação limitada dos pecados deles (Mt 1.21).
A expressão limitada ex- Todo aquele que o Pai ____________, esse
piação indica que a eficácia Novas Palavras
da morte de Cristo alcança Expiação limitada: virá a mim; e o que vem a mim, de modo
o número exato dos eleitos. A entrega de Cristo nenhum o lançarei fora (Jo 6.37).
na cruz, a fim de
6 A morte de Cristo
derramar seu sangue
tem valor infinito, e providenciar É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo,
ou seja, é suficien- purificação dos
mas por aqueles que ____________________,
te para salvar a to- pecados para todos os
dos os homens. eleitos. porque são ____________ (Jo 17.9).
6 O evangelho é pre-
Maridos, amai vossa mulher, como também
gado com um convite a todos, para que se
arrependam e creiam. Cristo amou a _____________ e a si mesmo
6 Nem todos, porém, crêem no evange- se entregou por __________ (Ef 5.25).
lho. Isso se deve a um fato simples: O
O que Cristo realizou 35
Atividades
1. Assinale a alternativa correta:
Expiação limitada é:
( ) O fato de Jesus ter morrido por todas as pessoas.
( ) O fato de Jesus ter morrido pelos eleitos de Deus.
( ) O fato de Jesus ter morrido pelos pobres.
2. Explique porque o universalismo e o arminianismo não são considerados ensinos bíblicos.
Estudo onze: Não podia ser de outro jeito
A pergunta veio de um dos presbíteros mais experientes: – Considerando as condições
do pacto das obras, é possível a salvação sem a redenção?
O candidato à profissão de fé e batismo engoliu em seco, franziu a testa e pensou por
longos cinco segundos. Em seguida ajeitou a postura, olhou os membros do Conselho
nos olhos e respondeu cheio de convicção:
– Sim é claro! Deus é soberano e, sendo assim, ele não precisaria, se quisesse, mandar
Jesus para morrer por nós na cruz. Ele poderia simplesmente decretar, como Deus,
que quem cresse nele seria perdoado e pronto. Se Deus quisesse nos salvar sem ne-
nhum sacrifício de sangue, ele o faria.
A fala do jovem causou boa impressão aos líderes da Igreja. Estes reconheceram sua
inteligência e boa capacidade de comunicação. Elogiaram ainda sua convicção sobre
a soberania de Deus. Orientaram-no, porém, a retornar à classe de catecúmenos. Ele
não estava pronto para professar a fé e receber o batismo, pois não havia compreendi-
do adequadamente o ensino bíblico acerca da redenção.
É __________________________ que o
Jesus tinha de morrer na cruz
Filho do Homem sofra muitas coisas, seja
Repassemos os principais ensinamentos da dou-
trina da expiação: rejeitado pelos anciãos, pelos principais
36
O que Cristo realizou 37
Portanto, interpretamos a justificação somente entre vós, pois vós sois as minhas testemunhas,
como a aceitação em virtude da qual, recebidos diz o SENHOR; eu sou Deus (Is 43.11-12).
à sua graça, Deus nos tem por justos. E dizemos
que ela consiste na remissão dos pecados e na Proclamando em grande voz: Digno é o
imputação da justiça de Cristo (IC, 3.11.2, p. 198).
Cordeiro que foi morto de receber o poder,
Glória ao crucificado e e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e
ressurreto
glória, e _________________ (Ap 5.12).
Cristo “desceu ao hades”, ou seja, morreu e foi
Como devemos reagir a tais ensinos? Res-
sepultado. Três dias depois ele ressuscitou. A re-
pondemos ao amor de Cristo com fé, louvor e
denção foi consumada e o Redentor, assentado ao
lado de Deus Pai, intercede por nós, protegendo- amorosa obediência.
nos, guiando-nos e abençoando-nos diariamente. Livres do medo! Já resgatados!
Deus prometeu e cumpriu, decidiu salvar e Cristo morreu por nossos pecados!
Na sua cruz o pacto se fez,
salvou, decretou e agiu. Sua vontade foi completa-
Fomos remidos de uma vez.
mente realizada, nada foi capaz de frustrar os seus
desígnios. Sim, de uma vez! Amigo, acredita,
No Salvador tens sorte bendita!
Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso
Senhor, o qual foi concebido por obra do Cristo, na cruz, a Lei satisfez
Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu E redimiu-nos de uma vez!
sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, Ao malfeitor, que a pena merece,
morto e sepultado; desceu ao Hades; ressurgiu Vida, perdão e paz oferece.
dos mortos ao terceiro dia; subiu ao céu; está Vem a Jesus com santa avidez
assentado à mão direita de Deus Pai Todo- Pois te recebe de uma vez!
poderoso, de onde há de vir para julgar os vivos
e os mortos (Credo apostólico). Graça real! Não há mais castigo!
Não mais temor, nem sombra ou perigo!
Vestes reais, não triste nudez,
Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há
Cristo enriquece de uma vez!
____________________. Eu anunciei a salvação, Hino 150, Salvação perfeita, do
realizei-a e a fiz ouvir; deus estranho não houve hinário Novo cântico.
38 Bases da salvação: redenção
Atividades
1. Mesmo considerando os termos do pacto das obras, a expiação foi apenas um método escolhido
por Deus para a salvação, mas ele podia salvar os eleitos simplesmente declarando que estes estavam
perdoados. Desse modo, Deus “se esqueceria” dos pecados dos homens, sem necessidade da morte
de seu Filho numa cruz.
As afirmações acima são verdadeira ou falsas? Explique sua resposta.
3. Leia novamente a letra do hino 150, Salvação perfeita, do hinário Novo cântico, e responda:
a) Na primeira estrofe lemos: “Na sua cruz o pacto se fez”. A qual pacto o autor se refere?
Pense e pratique
1. Uns buscam a salvação pelas boas obras, outros confiam na intercessão de santos. De acordo com o ensino
bíblico, qual a crença e atitude corretas, a fim de desfrutarmos da salvação?
2. Como devemos viver à luz daquilo que Cristo realizou por nós?
39
40 Bases da salvação: redenção
41
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al.]. São Paulo: Vida Nova, 2004. 1475 p.
42
Apêndice: Definições de termos,
abreviações e metodologia de citações
Quando a citação contemplar partes extraídas de diversas páginas do texto do autor, será utilizada
a expressão passim.
HORTON, 1998, passim.
Quando um autor cita outro autor, o registro da citação contém a expressão apud, como segue:
KNOWLES, Andrew, A descoberta da fé. [s.local]: Ed. Núcleo, [s.data], apud FREITAS, 2001, p. 8.
No exemplo acima, trata-se de uma citação de Andrew Knowles (obra A descoberta da fé, sem data
ou local de publicação), que consta na página 8 do livro de Neli Maria de Freitas, publicado em 2001.