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Eleição e Redenção

D i s c i p u l a d o M a d u r o e R e p r o d u t i v o > B a s e s d a S a l v a ç ã o

Exemplar do Discípulo

Módulo 2
Misael Batista do Nascimento e Ivonete Silva
Discipulado Maduro e Reprodutivo
Módulo 02: Bases da Salvação: Eleição e Redenção

Exemplar do Discípulo
3ª Edição Revisada
Copyright © 2008 Misael Nascimento e Ivonete Silva. Proibida a reprodução sem autorização por
escrito dos autores.

Dedicatória
A Deus, supremo benfeitor, que nos escolheu desde antes da fundação do mundo, para que desfrutás-
semos da redenção graciosa por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.

Projeto gráfico e editoração: Misael Nascimento e Ivonete Silva


Revisão de conteúdos: Alain Paul Laurent Rocchi, Ivonete Silva e Maria Aparecida da Silva.

Dados para contato:


Fone: (0 61) 9964-6111.
E-mail: contato@misaelbn.com.
Web site com recursos didáticos adicionais: www.misaelbn.com.
3ª Edição Revisada.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
NASCIMENTO, Misael Batista. SILVA, Ivonete, 2008
Discipulado Maduro e Reprodutivo.
Módulo 02: Bases da Salvação: Eleição e Redenção. Exemplar do Participante ou Discípulo.

Brasília, DF: Junho de 2008.


1. Cristianismo 2. Evangelho 3. Doutrina da salvação (soteriologia)
4. Os cinco pontos do Calvinismo – TULIP 5. Predestinação 6. Eleição.
7. Redenção 8. Expiação 9. Teologia do pacto 10. Cosmonomia.
Sumário
Introdução................................................................................................................................................. 1
Seção 1: Escolhidos para a salvação....................................................................................................... 5
1 Os cristãos são escolhidos....................................................................................................................... 6
2 A eleição é incondicional........................................................................................................................ 10
3 Nenhuma injustiça.................................................................................................................................. 13
4 Fonte de segurança................................................................................................................................. 15
5 Conclusão da primeira seção................................................................................................................. 18
Seção 2: O que Cristo realizou............................................................................................................ 20
6 Redenção e expiação............................................................................................................................... 21
7 Os sacrifícios de sangue no Antigo Testamento................................................................................. 24
8 O que Cristo fez..................................................................................................................................... 27
9 Cristo é o Mediador................................................................................................................................ 31
10 A expiação alcança os eleitos................................................................................................................. 33
11 Não podia ser de outro jeito.................................................................................................................. 36
12 Conclusão da segunda seção.................................................................................................................. 39
Considerações finais............................................................................................................................... 41
Referências bibliográficas....................................................................................................................... 42
Apêndice: Definições de termos, abreviações e metodologia de citações........................................ 43

iii
Introdução
Deus abandonou a humanidade decaída? Esta é a pergunta respondida nestes estudos.
A Bíblia revela que Deus quis salvar, livremente, unicamente por amor. Assim como ele realizou a
primeira criação, providenciou também a salvação ou nova criação. Aleluia!
Logo após a queda, o Senhor prometeu aos nossos primeiros pais um Redentor, que esmagaria a
cabeça da serpente (Gn 3.15). Nos momentos dramáticos que se seguiram à desobediência de Adão,
Deus estabeleceu o pacto da redenção.
Eleição e redenção
Estudaremos as doutrinas da eleição e redenção. Na eleição, Deus escolheu, antes da fundação do mun-
do, dentre a humanidade decaída, alguns para serem salvos. Na redenção, Deus Pai enviou Deus Filho,
Jesus Cristo, no poder de Deus Espírito Santo, para reconciliar os eleitos consigo mesmo.
Tais doutrinas são o coração do evangelho. Todos os dias, devem ser não apenas lembradas, mas
oradas e aplicadas na vida de cada seguidor de Jesus Cristo.
Doutrinas impopulares
Estes ensinos são atacados. O homem moderno, simpático à idéia de liberdade e autonomia absolutas,
sente-se ofendido diante dessas afirmações. Líderes ditos cristãos desviam-se desses tópicos, especial-
mente das afirmações da Palavra de Deus sobre predestinação e eleição. Há pregadores populares que
fazem chacota com esse ensino.
O resultado dessa má doutrinação é visível. Igrejas crescem rapidamente em torno de versões defei-
tuosas do evangelho, mas a geração que se levanta demonstra uma fragilidade significativa, uma vez que
suas convicções religiosas são firmadas sobre alicerces fracos. Os evangélicos deste tempo são infantis
diante das tribulações, confundem autoridade espiritual com prepotência e são conduzidos como gado,
por líderes personalistas e inconseqüentes.
O discipulado bíblico é caracterizado por firmeza de caráter, humildade e prática fervorosa e inte-
ligente da Palavra de Deus. Isso exige a consciência de que fomos eleitos e comprados pelo sangue do
Cordeiro.
As cinco afirmações do evangelho
Nesses estudos, seguimos um roteiro seguro. Estas exposições são baseadas na formulação doutrinária
de um sínodo realizado no século XVII, em Dordrecht, na Holanda.
Os estudiosos daquele sínodo produziram um material profundamente bíblico e, ao mesmo tempo,
compreensível, fácil de memorizar e explicar. O evangelho foi resumido em cinco declarações:
1) Deus criou tudo perfeito, mas o homem decaiu de seu estado de santidade e comunhão original.
2) Deus escolheu, dentre a massa de pecadores, alguns para serem salvos.
3) Cristo morreu pelos eleitos.
4) Os eleitos são chamados pelo Espírito Santo, através da proclamação do evangelho.
5) Os eleitos serão glorificados.
Em cada aspecto da salvação, Deus relaciona-se conosco com base nos pactos da criação e da re-
denção. Deus é quem sempre toma a iniciativa de salvar; nós somos os beneficiários de uma poderosa e
eficaz obra de redenção.
O acróstico TULIP
Os teólogos do século XVII utilizaram a tulipa, flor comum em certas regiões da Europa e América
do Norte, e também símbolo da Holanda, como uma representação do evangelho. O acróstico TULIP
(tulipa, em inglês) sintetiza as principais declarações das boas notícias de Deus para nossa salvação:

1
2 Bases da salvação
Total depravação.
Uma escolha incondicional.
Limitada expiação.
Irresistível chamado.
Perseverança dos santos.
Estes estudos das verdades bíblicas relacionadas ao acróstico TULIP nutrem, desafiam, transfor-
mam, fortalecem e promovem o seu crescimento no discipulado cristão.
O que é discipulado
O termo discipulado é entendido, em muitos contextos, como os estudos iniciais da vida do cristão,
normalmente como a preparação para o batismo e profissão de fé. Nestes estudos, considera-se discipu-
lado o processo de amadurecimento do servo de Deus, da conversão até a glorificação.
Isso é assim porque a vida com Deus é aprendizado e aperfeiçoamento, todos os dias, para sempre.
Na conversão, inicia-se a caminhada; várias décadas depois, ainda estamos sendo moldados graciosa-
mente pelo Espírito que nos dispensa graça através da Palavra, dos sacramentos, da oração e do convívio
com os irmãos. E, enquanto prosseguimos, amadurecemos e reproduzimos o discipulado em outras
pessoas. Somos sal e luz, preservamos, damos sabor e iluminamos, amamos e servimos a Deus. Perten-
cemos a ele, fomos chamados para dar fruto (Mt 5.13-16; Jo 15.16).
A singularidade deste material
Este material fornece subsídios diferenciados para discipuladores e discípulos. Um discipulador é o
professor, evangelista ou instrutor que usa os estudos para ensinar a pessoas interessadas. Um discípulo
é um aluno ou indivíduo disposto a estudar a Palavra de Deus. Há, ainda, a possibilidade de o leitor estu-
dar sozinho, utilizando o exemplar do discípulo e comparando suas respostas com o roteiro de estudos
do exemplar do discipulador.
Objetivos de estudo
Os principais objetivos do ensino são mostrados no início das seções. O exemplar do discipulador con-
tém objetivos também para quem instrui.
Destaques de texto
Os textos enfatizados são marcados com itálico. Ao invés de simplesmente substituir os termos teoló-
gicos por palavras contemporâneas, os autores optaram por destacar tais termos com negrito e fornecer
seus significados no próprio parágrafo onde eles aparecem pela primeira vez. Além disso, tais termos são
repetidos no quadro Novas palavras.
Textos bíblicos
Os textos bíblicos que comprovam as afirmações dos estudos são transcritos da Bíblia Sagrada, segunda
edição da versão revista e atualizada no Brasil, tradução de João Ferreira de Almeida. No exemplar do
discípulo, são deixadas lacunas nos textos, para serem preenchidas pelos alunos. O objetivo é auxiliar o
discípulo a fixar as bases bíblicas de cada ensino, além de ganhar proficiência no manuseio da Escritura.
No princípio __________________ Deus os céus e a terra (Gn 1.1).
No exemplar do discipulador, os textos a serem completados aparecem em negrito.
No princípio criou Deus os céus e a terra (Gn 1.1).

Símbolos de fé
Nos estudos, são estabelecidas ligações dos conteúdos com os símbolos de fé de West-
minster (a Confissão de fé, o Catecismo maior, o Catecismo menor ou Breve catecismo),
assim como a Confissão belga, o Catecismo de Heidelberg, a Segunda confissão helvética e os
Cânones de Dordrecht, também denominados Cânones de Dort. Estes documentos foram
produzidos nos séculos XVI e XVII por mais de uma centena de teólogos. Pretende-se
despertar o interesse para tais documentos que são aceitos por todas as igrejas de linha
teológica reformada como sumário adequado da doutrina bíblica.
Introdução 3
Fique alerta
Cada seção finaliza com um quadro Fique alerta. Diante das mais variadas vertentes dou-
trinárias, muitas delas destituídas de biblicidade, é sempre bom ser avisado quanto aos
perigos existentes nos discursos religiosos atuais, muitos deles baseados em “filosofia e vãs
sutilezas” (Cl 2.8).
Para memorizar
A afirmação do salmista é preciosa: “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar
contra ti” (Sl 119.11). O Senhor Jesus Cristo, ao ser tentado no deserto, recorreu à Escri-
tura que se encontrava em sua memória (Mt 4.4, 7 e 10). Esta é a razão por que ao final de
cada seção, há um versículo da Palavra de Deus a ser memorizado.
Sugestão de leitura bíblica
As seções terminam com sugestões de leituras bíblicas. A idéia é criar no discípulo o hábito da leitura
freqüente da Palavra de Deus.
Para aprender mais
Ao fim de cada seção, são fornecidas referências úteis para o aprofundamento do estudo.
Os dados completos das obras citadas encontram-se nas referências bibliográficas.
Definições de termos, abreviações e citações
Para saber mais sobre as definições de termos, abreviações e citações, consulte o apêndice na página 43.
Caminhe devagar
Estude com calma. O ideal é caminhar devagar, lendo cada referência bíblica, esmiuçando conceitos, re-
alizando as atividades propostas, memorizando os versículos indicados e respondendo com profundida-
de às questões levantadas. É claro que tudo pode ser feito mais rapidamente, caso haja disponibilidade de
tempo. O importante é que os conteúdos sejam realmente absorvidos. Lembre-se: estamos estudando
o evangelho, centro de nossa caminhada espiritual.
Agradecimentos
Nada seria feito sem o apoio, sugestões e críticas de muitas pessoas. Os irmãos da Igreja Presbiteriana
Central do Gama foram bondosos, apoiando-nos para que pudéssemos dedicar-nos à leitura, oração e
redação de estudos. Muitos trabalharam – e continuam gentilmente fazendo isso – como revisores de
texto e leiaute, favorecendo o aprimoramento deste material.
Esta é uma obra feita a muitas mãos. O Rev. Misael projetou o curso, organizou a pesquisa bíblica
e referências bibliográficas, escreveu as introduções, estudos e conclusões. Ivonete Silva, educadora
cristã, revisou os conteúdos e produziu a maior parte das contextualizações e atividades. Rita de Cássia,
secretária da IPCG, ajudou muito administrando a agenda do Rev. Misael e fornecendo sugestões per-
tinentes sobre o texto. A Cidinha colaborou propondo mudanças no texto, na composição visual e na
redação dos objetivos. Louvamos ao Senhor pelas revisões adicionais realizadas pelo Presb. Alain Paul.
Por fim, os autores agradecem pelo apoio e compreensão de seus familiares. O Rev. Misael é grato
a sua esposa Mirian, suas filhas Ana Carolina e Bruna e sua mãe, Roberta. Elas são seus maiores amores,
lenitivo e sua motivação, permitindo que ele dedicasse incontáveis horas na preparação destes estudos.
Ivonete agradece a sua mãe Jael, por suas orações, apoio e incentivo ministerial.
Tudo foi escrito para agradar, servir e honrar a Deus, maravilhoso Criador, Redentor e Juiz.
Para quem são estes estudos
Estes estudos beneficiarão a todos os seguidores do Senhor Jesus Cristo, de todas as denominações
evangélicas. Objetiva-se disseminar a verdade que produz vida. Espera-se que cada estudante da Bíblia
obtenha uma compreensão límpida da sã doutrina e se sinta motivado a continuar crescendo na graça e
conhecimento do Redentor (2Pe 3.18).
4 Bases da salvação
Se você absorver essas verdades a ponto de poder ensiná-las a outros, estará capacitado para coope-
rar na tarefa de fazer discípulos.
Oramos para que o Espírito Santo o conduza. Que Deus seja glorificado, sua fé seja fortalecida e os
discípulos sejam multiplicados.
Os autores.
Seção um
Escolhidos para a salvação
TULIP. Uma escolha incondicional.

Objetivos para o discípulo


• Compreender que Deus, simplesmente por amor, decidiu salvar um povo.
• Compreender os principais conceitos relacionados à doutrina bíblica da eleição.
• Reafirmar a sua dependência de Deus e adorar ao Senhor por sua grandiosa bondade.

Introdução
Ao lermos os relatos bíblicos sobre a criação e a queda, aprendemos que o homem
foi criado conforme a imagem e semelhança de Deus, mas decaiu de sua condi-
ção original. Por causa disso, nascemos separados de Deus e escravos da carne, do
mundo e do Diabo. Chegou o momento de compreendermos o que a Bíblia ensina
sobre a eleição para a salvação. No acróstico TULIP, esse assunto é apontado na
segunda afirmação, “uma escolha incondicional”.
Estudos da seção 01: Escolhidos para a salvação
Estudo 01. Os cristãos são escolhidos
Estudo 02. A eleição é incondicional
Estudo 03. Nenhuma injustiça
Estudo 04. Fonte de segurança
Estudo 05. Conclusão

5
Estudo um: Os cristãos são escolhidos
Todos se acham agentes de seu destino. Acham que podem determinar a própria sor-
te. Mas temos alguma escolha quando nascemos? Ou quando morremos? Ou existe
uma força maior que nos coloca em uma direção?
É a evolução que guia as nossas vidas? A ciência nos aponta o caminho? Ou é Deus
que intervém e nos mantêm a salvo?
Heroes, primeira temporada, episódio dois, “Não olhe para trás”, cena um.

Porque Deus _____________ ao mundo de


Conceito de eleição
tal maneira que deu o seu Filho unigênito,
A predestinação ou eleição
é explicada adequadamente Novas Palavras para que todo o que nele crê não pereça,
no sétimo artigo dos Câ- Predestinação: Os atos mas tenha a vida eterna (Jo 3.16).
nones de Dordrecht: da soberania divina de
eleição e reprovação.
A eleição é o Mas Deus prova o seu próprio _____________
imutável propósito
Eleição: “O ato divino
de Deus, pelo qual antes da criação para conosco pelo fato de ter Cristo morrido
ele, por mera graça no qual ele escolhe
e de acordo com algumas pessoas para por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8).
a sua soberana serem salvas, não com
boa vontade, antes base em qualquer
da fundação do mérito previsto nelas, Nisto consiste o amor: não em que nós
mundo, escolheu, mas somente por causa tenhamos amado a Deus, mas em que
dentre toda a raça de seu beneplácito
humana que havia __________________________ e enviou o
soberano” (MDC, p. 308).
caído — por sua
própria culpa, de seu Filho como propiciação pelos nossos
sua integridade original para o pecado e
a perdição —, um número definido de pecados. (...) Nós amamos porque ele
pessoas para serem redimidas em Cristo,
nos amou primeiro (1Jo 4.10, 19).
a quem ele desde a eternidade havia
designado como mediador e cabeça dos
eleitos e o fundamento da salvação.
Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, em que firmarei
CDt, cap. 1, artigo 7.
nova __________________ com a casa de Israel e
Deus quis salvar com a casa de Judá. Não conforme a aliança que
A verdade maravilhosa que a Bíblia chama de evan- fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela
gelho, “boas novas”, é que Deus, motivado por
seu imenso amor, decidiu salvar um povo através mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto
de um segundo pacto, chamado pacto da graça. eles anularam a minha aliança, não obstante eu
Amavas-me, Senhor, ainda cintilante
Não irrompera a luz ao mando Criador! os haver desposado, diz o SENHOR. Porque
E nem o ardente sol, esta é a aliança que firmarei com a casa de
rompendo no levante,
Trouxera à terra e ao mar Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na
a força fecundante.
mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no
Meu Deus, que amor!
Meu Deus, que eterno amor! coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e
Hino 88, Amor perene, do hinário Novo cântico.
eles serão o meu _____________ (Jr 31.31-33).
6
Escolhidos para a salvação 7
não entra em juízo, mas passou da
Quem escolhe quem?
morte para a vida (Jo 5.24).
A Bíblia ensina que não é o ser humano que de-
cide escolher Deus. O Senhor é quem escolhe seus Mas vós não credes, porque _____________
discípulos, a fim de estarem com ele em salvação e
das minhas ovelhas. As minhas ovelhas
serviço.
ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas
Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes
me ____________________ (Jo 10.26-27).
o poder de serem feitos filhos de Deus, a
Porém que se diz? A palavra está perto de ti,
saber, aos que crêem no seu nome; os quais
na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra
não nasceram do sangue, nem da vontade da
da fé que pregamos. Se, com a tua boca,
carne, nem da _________________________,
confessares Jesus como Senhor e, em teu
mas de Deus (Jo 1.12-13).
coração, creres que Deus o ressuscitou dentre
Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica
os mortos, serás _______________. Porque com
os mortos, assim também o Filho vivifica
o coração se crê para justiça e com a boca se
aqueles a quem ___________ (Jo 5.21).
confessa a respeito da salvação. Porquanto a
Ninguém pode vir a mim se o Pai, que
Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será
me enviou, ____________________; e eu o
confundido. Pois não há distinção entre judeu e
ressuscitarei no último dia (Jo 6.44).
grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de
E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho todos, rico para com todos os que o invocam.
dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não Porque: Todo aquele que invocar o nome do
lhe for ______________________ (Jo 6.65). Senhor será _____________ (Rm 10.8-13).

Não fostes vós que me escolhestes a mim; Os eleitos são transformados pelo poder de
Deus. Isso pode ser verificado em sua fé, amor e
pelo contrário, _____________________________ obras.
a vós outros e vos designei para que vades
Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom ou
e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a
a árvore má e o seu fruto mau; porque pelo
fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em
_____________ se conhece a árvore (Mt 12.33).
meu nome, ele vo-lo conceda (Jo 15.16).
Damos, sempre, graças a Deus por todos vós,
Quem são os eleitos? mencionando-vos em nossas orações e, sem

Todos os que crêem em Jesus Cristo como Senhor cessar, recordando-nos, diante do nosso Deus e
e Redentor e dele desfrutam em seus corações são
Pai, da _____________________________ da vossa
eleitos de Deus, senão, jamais teriam crido e nun-
ca teriam se interessado pelo evangelho. _______, da abnegação do vosso _____________ e

Em verdade, em verdade vos digo: quem da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor

_____________ a minha palavra e _______ naquele Jesus Cristo, _______________________, irmãos,

que me enviou ____________________________, amados de Deus, a vossa eleição (1Ts 1.2-4).


8 Bases da salvação: eleição
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Como a Bíblia denomina os cristãos
Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte
Aqueles que crêem em Cristo como Senhor e Sal-
vador de suas vidas, são identificados na Escritura de bênção espiritual nas regiões celestiais em
como escolhidos, predestinados ou eleitos de Deus. Cristo, assim como nos ____________________,

Com quem foi feito o pacto da graça? O nele, antes da fundação do mundo, para sermos
pacto da graça foi feito com Cristo, como santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor
o segundo Adão; e, nele, com todos os
eleitos, como sua semente. nos ____________________________ para ele, para
CMW, pergunta 31. a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo,

segundo o beneplácito de sua vontade (Ef 1.3-5).


Porquanto aos que de antemão conheceu, também

os ____________________________ para serem Vós, porém, sois raça _____________, sacerdócio

conformes à imagem de seu Filho, a fim de que real, nação santa, povo de propriedade

ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as

que predestinou, a esses também chamou; e aos virtudes daquele que vos chamou das trevas

que chamou, a esses também justificou; e aos que para a sua maravilhosa luz (1Pe 2.9).

justificou, a esses também glorificou (Rm 8.29-30).


Escolhidos para a salvação 9

Atividades
1. Leia a estrofe do hino 260, Amor que vence, do Hinário Novo cântico, e responda as questões “a” e “b”.
Amor que tudo me perdoas,
Amor que até mesmo abençoas
Um réu de quem tu te afeiçoas!
Vencido ó Salvador por ti,
Teu grande amor senti!
a) De acordo com o que estudamos, interprete a frase: “Um réu de que tu te afeiçoas”.

b) Como é denominado o ato amoroso divino, de entre os pecadores escolher alguns para a salvação?
Qual é a relação da letra do hino com essa ação divina?

2. A partir da figura a seguir, faça o seguinte:

d o o h i l s e c s
3

e s l i t e o
8 2 4 5

p s o r t e d d e n s a i
9 6 7 1

u q u v
1 2 3 4 5 6 7 8 7 9

a) As letras embaralhadas foram palavras retiradas do estudo. Desembaralhe as letras e forme as palavras.
b) Copie as letras dos quadrados numerados (três primeiras linhas) nos quadrados de baixo (última
linha), que possuem os mesmos números. Descubra a frase contida nesses últimos quadrados (dica: a
frase também encontra-se no texto estudado).
3. Como eu posso saber que eu sou um cristão verdadeiro, um salvo, um eleito de Deus?
Estudo dois: A eleição é incondicional
Ao meio-dia, cansado, com fome e sede, Jesus resolveu descansar junto a um poço.
Uma mulher samaritana veio buscar água. As pessoas nascidas na Samaria não se da-
vam muito bem com os judeus; não costumavam nem se falar. Mas Jesus pediu à mu-
lher que lhe desse um pouco d’água e, em seguida, ofereceu-lhe a “água da vida”.
Aquela mulher foi alcançada pela bondade de Deus e tornou-se seguidora de Jesus
Cristo. O interessante é que ela não era uma pessoa de procedimento exemplar. Seu
modo de vida se chocava contra os padrões morais de sua época, de modo que ela era
considerada uma pecadora, e por isso era marginalizada. Apesar de tudo, foi escolhida
por Deus para a salvação.

Deus escolhe incondicionalmente Todas as obras de


Novas Palavras
Deus, tanto na criação
Apesar dos eleitos serem reconhecidos por sua fé quanto na redenção, são Presciência: A
e vidas transformadas (o que significa que eles re- produto não apenas de presciência é um
alizam boas obras), não é a fé nem as boas obras seu pensamento, mas aspecto da onisciência
que motivam Deus a predestinar alguém para a também de sua vontade. de Deus. Uma vez
Humanamente falando que a onisciência é
salvação. A fé e as boas obras são conseqüências e
nós podemos dizer o conhecimento que
não a causa da eleição. que toda obra de Deus Deus possui de tudo,
No Antigo Testamento, lemos que Israel ob- é precedida por uma a presciência é a
teve a terra prometida não por causa de sua obedi- deliberação da mente e capacidade divina de
ência ou boas obras, mas para realizar-se um du- uma decisão da vontade. prever — saber tudo
plo propósito divino: julgar as nações da Canaã e Em alguns lugares da sobre — o futuro.
Escritura, a palavra usada é
cumprir as promessas feitas aos patriarcas:
conselho, em outros lugares é estabelecimento,
Não é por causa da tua justiça, nem pela retitude determinação ou decreto, em outros lugares
é propósito, em outros lugares é ordenação
do teu coração que entras a possuir a sua terra, [ou predestinação] e em outros é o favor ou
mas pela maldade destas nações o SENHOR, beneplácito de Deus. Paulo fala do prazer e do
conselho da vontade de Deus (TSHB, p. 176).
teu Deus, as lança de diante de ti; e para ____
Essas pessoas [os eleitos], embora por
_________________________________________ natureza não sejam nem melhores nem
mais merecedoras do que outras, mas têm
_________________________________________
em comum com elas o fato de estarem
____________________, Abraão, Isaque e Jacó. envolvidas na mesma miséria, Deus
decretou dá-las a Cristo, para serem salvas
Sabe, pois, que _______________ por causa da por ele (...), para demonstração de sua
misericórdia e para o louvor da sua gloriosa
tua ____________________ que o SENHOR, graça... . CDt, cap. 1, artigo 7.
teu Deus, te dá esta boa terra para possuí-
O ____________________ do SENHOR
la, pois tu és povo de dura cerviz (Dt 9.6).
De forma semelhante, a eleição para a salva- dura para sempre; os desígnios do seu
ção é incondicional. Deus não escolhe baseado no coração, por todas as gerações (Sl 33.11).
seu conhecimento prévio dos fatos (presciência).
Ele elege porque quer, motivado por amor livre. A
Bíblia chama isso de eleição segundo a graça, mise-
ricórdia ou “beneplácito de sua vontade”.
10
Escolhidos para a salvação 11
Porque o SENHOR dos Exércitos o do mundo para envergonhar os sábios e

_________________________; quem, pois, escolheu as coisas ________________ do

o invalidará? A sua mão está estendida; mundo para envergonhar as fortes; e Deus

quem, pois, a fará voltar atrás? (Is 14.27). escolheu as coisas ____________________

Por aquele tempo, exclamou Jesus; Graças te dou, do mundo, e as _______________________, e

ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste aquelas que não são, para reduzir a nada as

estas coisas aos sábios e instruídos e as que são; a fim de que ninguém se vanglorie

revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim na presença de Deus (1Co 1.26-29).

foi do teu ____________________ (Mt 11.25-26). Nele [em Cristo], digo, no qual fomos também

Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e feitos herança, __________________________

glorificavam a palavra do Senhor, e creram segundo o propósito daquele que faz todas

todos os que haviam sido ____________________ as coisas conforme o ________________

para a vida eterna (At 13.48). da sua ________________ (Ef 1.11).

Sabemos que todas as coisas cooperam Quando, porém, se manifestou a benignidade de

para o bem daqueles que amam a Deus, Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com

daqueles que são chamados segundo o todos, não por obras de justiça praticadas por

seu ____________________ (Rm 8.28). nós, mas segundo a sua _____________________,

ele nos salvou mediante o lavar regenerador


Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto
e renovador do Espírito Santo, que ele
que não foram chamados muitos sábios segundo
derramou sobre nós ricamente por meio de
a carne, nem muitos poderosos, nem muitos
Jesus Cristo, nosso Salvador (Tt 3.4-7).
de nobre nascimento; pelo contrário, Deus

__________________ as coisas ________________


12 Bases da salvação: eleição

Atividade
1. Há em nosso meio uma idéia de que para irmos para o céu, basta sermos “bonzinhos”. De acordo
com o estudo de hoje, como você responderia a essa idéia?

2. Vimos no início da lição, que a mulher samaritana precisava de salvação, ao mesmo tempo que,
olhando pela perspectiva de seus atos, ela não merecia ser salva. Qual é a sua situação, nesse exato
momento, com relação à salvação? Haveria alguma semelhança entre o seu estado e o daquela mulher
de Samaria?

3. Marque a alternativa correta. Os motivos que levam Deus a escolher uma pessoa para a salvação são
os seguintes:
( ) Deus prevê que aquela pessoa receberá Cristo como Senhor e Salvador. Nesse caso, a escolha
divina baseia-se na fé prevista.
( ) Deus prevê que aquela pessoa se dedicará a ele e o servirá de todo coração, dedicando-se ao seu
serviço. Nesse caso, a escolha divina baseia-se nas obras previstas.
( ) Deus prevê que aquela pessoa é um indivíduo de bem, honesto e religioso. Nesse caso, a escolha
divina baseia-se na bondade inerente do ser humano, prevista pelo Senhor.
( ) Deus escolhe independentemente de qualquer fé, obras ou suposta bondade existente no ser
humano. Ele escolhe soberanamente, unicamente por amor.
Estudo três: Nenhuma injustiça
Roberto possui duas casas que aluga. De acordo com os contratos dos aluguéis, o
atraso de dois meses consecutivos no pagamento dá ao proprietário o direito de exigir
os imóveis de volta.
Um dos inquilinos não conseguiu pagar e foi despejado. Roberto foi injusto? Abso-
lutamente não, pois o inquilino havia assinado um contrato e sabia do que poderia
ocorrer caso o mesmo fosse descumprido.
Se o dono das casas decidisse perdoar a dívida daquele inquilino, isso não daria ao ou-
tro o direito de também atrasar os pagamentos, alegando que, em virtude do perdão
concedido a um, Roberto era obrigado a perdoar a todos. O proprietário dos bens
pode, livremente, agir com generosidade ou justiça.
de Deus, quanto à
Deus não é injusto Novas Palavras
______________________,
Alguns dizem que, se Deus escolhe alguns para a Réprobro: O termo
prevalecesse, significa “reprovado”. No
salvação e deixa de escolher a outros, ele é injusto.
contexto da doutrina
“Para ser justo”, afirmam, “ele deveria salvar a to- ______________________, da eleição, todos os
dos”. Esse raciocínio falha em considerar quem é o homens são reprovados
mas por aquele que
homem e quem é Deus. diante da prova da lei.
O fato de que Deus favorece alguns e passa chama), já fora dito a No entanto, dentre os
por alto a outros, não dá o direito à acusação réprobos, Deus separa
ela: O mais velho será
de que sobre Ele pesa a culpa de agir com alguns para a salvação.
injustiça. Só podemos falar de injustiça servo do mais moço. Enquanto os salvos são
quando uma parte pode reivindicar algo de denominados “eleitos”,
Como está escrito: os que permanecem
outra. Se Deus devesse o perdão do pecado e
a vida eterna a todos os homens seria injustiça Amei Jacó, porém me em seus pecados são
se Ele salvasse apenas um número limitado denominados réprobos.
aborreci de Esaú. Que
deles. Mas o pecador não tem, absolutamente,
nenhum direito ou alegação que possa diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus?
apresentar quanto às bênçãos decorrentes da
eleição divina. De fato, ele perdeu o direito De ___________________________! Pois ele diz a
a essas bênçãos. Não somente não tem o Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver
direito de pedir contas a Deus por eleger
uns e omitir outros, como também devemos ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me
admitir que Ele seria perfeitamente justo,
____________________ ter compaixão. (...) Logo,
se não salvasse ninguém, Mt 20.14, 15; Rm
9.14,15 (TSB, p. 108). tem ele misericórdia de quem _________ e também

Deus é o dono da Criação endurece a ____________________________. (...) Ou

Deus é soberano sobre a criação. Ele tem direitos não tem o oleiro ______________________ sobre a
sobre nós. Isso distingue os cristãos dos não-cris- massa, para do mesmo barro fazer um vaso para
tãos. Os eleitos respondem ao mistério da vontade
honra e outro, para desonra? (Rm 9.11-15, 18 e 21).
divina com adoração; os réprobros, por sua vez,
duvidam do caráter divino e se rebelam. Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria
E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham como do conhecimento de Deus! Quão
praticado o bem ou o mal (para que o propósito ______________________________ são os seus
13
14 Bases da salvação: eleição
juízos, e quão ______________________________,
dadeiro e opta por viver de acordo com as incli-
os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente nações de seu coração corrompido. Por isso ele
merece a condenação.
do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?
Acerca desse ponto, pronuncia-se o primeiro
Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha artigo dos Cânones de Dordrecht:
a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, Todos os homens pecaram em Adão, estão
sob a maldição de Deus e são merecedores
e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a
da morte eterna, de modo que ninguém
glória eternamente. Amém! (Rm 11.33-36). teria sido injustiçado se ele [Deus] tivesse
resolvido deixar toda a raça humana
no pecado e sob a maldição e decidido
E, do modo por que Janes e Jambres
condená-la por causa do seu pecado.
resistiram a Moisés, também estes resistem CDt, cap. 1, artigo 1.

à verdade. São homens de todo corrompidos


A excelente vontade de Deus
na mente, __________________________
O discípulo compreende que Deus é soberano,
quanto à fé (2Tm 3.8). ou seja, livre para agir de acordo com sua vontade,
que é excelente.
Cremos que, quando o pecado do
primeiro homem (Adão) o lançou com
E não vos conformeis com este século, mas
toda a sua descendência na perdição,
Deus se mostrou como ele é, a saber: transformai-vos pela renovação da vossa
Misericordioso, porque ele livra e salva da
perdição aqueles que ele, em seu eterno e mente, para que experimenteis qual seja
imutável conselho, somente pela bondade,
elegeu em Jesus Cristo nosso Senhor, sem a __________, ________________________
levar em consideração obra alguma deles.
e ________________________
Justo, porque ele deixa os demais na queda
e na perdição em que eles mesmos se vontade de Deus (Rm 12.2).
lançaram. CB, artigo 16.
O cristão nem sempre consegue compreen-
O homem merece a condenação der todos os detalhes dessa vontade, mas, pela fé,
Por causa da queda há depravação. O homem na- confia em Deus, que é puríssimo e cheio de mise-
tural rejeita tudo o que se relaciona ao Deus ver- ricórdia, agradecendo pelo privilégio da salvação.

Atividade
1. O discípulo de Cristo, antes acusar Deus de injustiça, considera quem é Deus e quem é o homem. Um
texto bíblico que fala sobre isso é o Salmo 139. Quais são as características de Deus e do homem,
apresentadas nesse Salmo?

2. Muitas vezes nós não conseguimos compreender todos os detalhes da vontade de Deus para nós.
Qual deve ser nossa atitude?
Estudo quatro: Fonte de segurança
Simeão estava sentado sozinho na capela quando eu cheguei, dez minutos antes na-
quela manhã de quarta-feira. Seus olhos estavam fechados e ele parecia meditar, por
isso sentei-me numa cadeira ao seu lado, silenciosamente. Mesmo sentado em silencio
ao lado desse homem, eu não sentia qualquer constrangimento.
Vários minutos se passaram até que ele se virasse para mim e perguntasse: — 0 que
você tem aprendido aqui, John?
Buscando algo para dizer, a primeira coisa que me ocorreu foi: — Fiquei fascinado por
seu modelo de liderança, ontem. Faz perfeito sentido para mim.
— As idéias e o modelo não são meus — Simeão me corrigiu. — Tomei emprestados
de Jesus.
— Sim, Jesus — eu disse me mexendo na cadeira. — Acho que você sabe, Simeão, que
eu não sou uma pessoa muito religiosa.
— É claro que você é — ele disse gentilmente, como se não houvesse dúvida a respeito
disso.
— Você mal me conhece, Simeão. Como pode afirmar isso?
— Porque todo mundo tem uma religião, John. Todos nós temos alguma espécie de
crença a respeito da origem, natureza e finalidade do universo. Nossa religião é sim-
plesmente nosso mapa, nosso paradigma, as crenças com que respondemos as difíceis
questões existenciais. São perguntas assim: como o universo foi criado? O universo
é um lugar seguro ou hostil? Por que estou aqui? O universo foi feito ao acaso ou há
uma finalidade maior? Há algo depois da morte? Todos nós pensamos nessas coisas,
claro que alguns mais do que outros. Até os ateus são pessoas religiosas, porque eles
também têm respostas para essas perguntas.
Diálogo entre Simeão e John. O monge e o executivo (HUNTER, 2004, P. 73-74).

Fonte de Segurança com o Criador e o descanso do coração nas promes-


sas divinas de salvação.
Uma das perguntas “religiosas” citadas no diálo- Pelo ensino da Bíblia sobre a criação, queda e
go acima é “o universo é um lugar seguro?”. eleição, aprendemos que o universo tem origem,
Se tentarmos respon- sustentação e redenção em Deus.
der isso do ponto de vista Novas Palavras
Pois _________ vivemos, e nos movemos, e
da hipótese da evolução das Evolucionismo:
espécies (evolucionismo), Doutrina cuja idéia existimos, como alguns de vossos poetas têm dito:
a resposta é não. básica é a evolução
das espécies ao longo Porque dele também somos geração (At 17.28).
Ninguém pode sen- do tempo.
tir-se seguro crendo que, Ao saber que antes de sequer existirmos, Deus
quanto à sua origem, é uma já havia nos escolhido para andarmos com ele em
mera obra do acaso, quanto à sua sobrevivência, amor, somos abençoados. Compreendemos que é
depende exclusivamente de suas habilidades em possível colocar diante dele nosso orgulho, nossa an-
um mundo instável, em que os fortes e melhor siedade e todos os temores.
adaptados eliminam os mais fracos. Ademais, a Uma criança emocionalmente saudável não
segurança e satisfação espiritual exigem a comunhão terá dificuldade em lançar-se de uma superfície
15
16 Bases da salvação: eleição
Na esperança da vida eterna que o Deus
mais alta nos braços de um adulto que ela saiba
que a ama. Ela se sentirá segura e tal segurança de- que não pode mentir prometeu antes dos
corre da certeza produzida pelo amor.
_______________________________ (Tt 1.2).
SENHOR, não é soberbo o meu coração, O decreto da eleição e reprovação revelado
nem altivo o meu olhar; não ando à procura de na Palavra de Deus, (...) ainda que seja
deturpado por homens perversos, impuros
grandes coisas, nem de coisas maravilhosas e instáveis, para sua própria perdição,
fornece um inexprimível conforto para as
demais para mim. Pelo contrário, fiz calar pessoas santas e tementes a Deus.
CDt, artigo 6.
e _______________________ a minha alma;

como a criança desmamada se aquieta nos Somente pela graça


braços de sua mãe, como essa criança é Se a salvação dependesse
de nós, estaríamos sempre Novas Palavras
a minha alma para comigo (Sl 131.1-2).
inseguros. A fé descansa Graça: No contexto da
A doutrina da eleição assegura aos discípulos doutrina da salvação,
em Deus e suas promes-
de Cristo, de que tal confiança foi tornada pos- graça é o favor
sas. É possível caminhar
sível por causa do decreto divino, estabelecido imerecido de Deus —
com Deus alegremente, sa- sua decisão e ação
desde a eternidade. Cremos porque fomos escolhi-
bendo que nossa redenção reveladas em Cristo
dos, fomos amados desde “antes da fundação do
pode ser resumida em uma e aplicadas em nosso
mundo”.
frase: somente pela graça. coração por meio do
Entendo que dessa forma, no sentido da Espírito Santo. A graça é
Inda que indigno
a declaração maior do
Escritura, de acordo com o Espírito, que foste escolhido,
amor perfeito e ilimitado
a confissão do sábio conselho de Deus é Jamais vacile porque eu
de Deus: Ele nos ama
uma fonte de rico conforto. Dessa forma te amei.
não por causa de nosso
nós aprendemos que não é uma casualidade Quem dos meus braços
desempenho — o que
pode arrancar-te?
cega, nem um destino obscuro, nem uma fazemos ou deixamos de
Seguro sempre
vontade irracional ou maligna, nem qualquer fazer. Deus nos ama ao
te guardarei!
força natural que governa a raça humana e o ponto de nos eleger em
Hino 146, A segurança Cristo, e nos tornar, por
mundo, e que o governo de todas as coisas do crente, do hinário meio do Redentor, filhos
está nas mãos do Deus Todo-Poderoso e Novo cântico. queridos, separados para
do Pai misericordioso. Certamente a fé é a comunhão com ele.
necessária para que se entenda isso. É a fé que Porque pela
nos mantém constantes na luta da vida, é por _______________ sois salvos, mediante a fé; e
causa dela que nós avançamos para o futuro
isto não vem de vós; é dom de Deus; não de
com esperança e confiança. O conselho do
Senhor permanece para sempre (TSHB, p. 177). obras, para que ninguém se glorie (Ef 2.8-9).

O SENHOR é o meu pastor;


Assim como nos escolheu, nele, antes da
______________ me faltará (Sl 23.1).
__________________________________,
Porque eu sou o SENHOR, teu Deus, o Santo de
para sermos santos e irrepreensíveis
Israel, o teu ________________________; dei o Egito
perante ele (Ef 1.4).
por teu resgate e a Etiópia e Sebá, por ti (Is 43.3).
Escolhidos para a salvação 17

Atividade
Relacione o item da coluna da esquerda com a frase correspondente, da coluna da direita.
a) Segurança ( ) O interesse pelo evangelho e a fé em Cristo como Senhor e Salvador.
b) Decreto divino ( ) Hipótese sobre as origens, segundo a qual a humanidade surgiu em
decorrência de um longo e ininterrupto processo de evolução.
c) Evolucionismo ( ) Base para nossa eleição para a salvação.
d) Evidência da eleição ( ) O alicerce da fé.
e) Deus e suas promessas ( ) Sentimento e estado decorrentes de sabermos que somos amados
por Deus incondicionalmente.
Estudo cinco: Conclusão seção um
A partir do que foi estudado, é possível afir- ma de graça. Deus é, então, o único au-
mar o seguinte: tor da salvação dos que crêem em Jesus.
6 Sem Deus estamos perdidos! Diante Agradeça ao Senhor por este maravilhoso
do justo juízo divino, e em decorrência amor.
da corrupção proveniente da queda e dos 6 Aceitamos a soberania divina. Os cris-
atos pecaminosos voluntários, toda a raça tãos não questionam a justiça ou soberania
humana merece a condenação. Reconheça divinas, mas acolhem o seu governo e lou-
sua completa dependência da misericórdia vam-no por tão grande redenção. Adore
de Deus para sua salvação. ao Senhor, reconhecendo que ele é grande e
6 Deus revela sua bondade na eleição. reina sobre tudo. Peça para que ele confirme
Deus decidiu salvar algumas pessoas por seu governo sobre o seu coração.
meio de seu Filho Jesus Cristo, segundo 6 Podemos crer e descansar. Esse ensino
o “beneplácito de sua vontade”. Ele fez produz segurança e não medo. O planeja-
isso não por prever algum tipo de bonda- mento e a execução do plano de salvação
de inerente, fé ou mérito do ser humano, dependem de Deus e não de nós. Expres-
mas unicamente por (pura) misericórdia. se amor ao Senhor e descanse em suas pro-
Esse favor imerecido é o que a Bíblia cha- messas de salvação.
Um dos autores destes estudos ouviu de um pregador popular, em um culto transmitido por rede de TV,
que a questão da salvação se encontra fora da “órbita divina”, ou seja, Deus não interfere nas decisões do
homem sobre esse assunto. É a partir dessa percepção que alguns afirmam que não é Deus quem escolhe
o homem, mas este é que “toma uma decisão ao lado de Jesus Cristo”. Tal idéia se opõe ao ensino das
Escrituras. Segundo a Bíblia, a salvação do homem, em todos os seus aspectos, depende exclusivamente
da graça de Deus.

“Assim diz o SENHOR, que te criou, e te formou desde o ventre, e que te


ajuda: Não temas, ó Jacó, servo meu, ó amado, a quem escolhi” (Is 44.2).

Pense e pratique
1. De acordo com o que estudamos, especialmente as declarações de Romanos 11.33-36, qual deve ser a nossa
atitude diante da soberania de Deus na eleição?

2. De que modo a doutrina da eleição produz segurança nos corações dos discípulos de Cristo?

3. De acordo com o seu entendimento deste estudo, o que é graça? De que maneira a compreensão sobre a
graça nos auxilia a caminhar com Deus?

Sugestão de leitura bíblica


Lv 4.1-35, 5.1-19. Dt 29.1-29. Is 53.1-12, 61.1-11. 1Pe 1.2-21.
Lv 6.1-7, 24-30. Dt 30.1-20. Mt 1.18-25, 27.33-56. Ap 5.1-14.
Lv 7.1-10, 8.1-36. Dt 32.1-47. Rm 3.32-5.11.
Lv 9.1-24, 15-22. Is 42.1-9, 46.1-13. Hb 9.1-28.

18
Escolhidos para a salvação 19

Para aprender mais


4 A soberania banida, de R. K. Mc Gregor Wright, cap. 5-7.
4 IC, 2.5 e 3.21-24.
4 BEG, notas teológicas “O verdadeiro conhecimento de Deus” (p. 872), “Liberdade e escravidão
da vontade” (p. 880), “A sabedoria e a vontade de Deus” (p. 986), “Deus reina: a soberania
divina” (p. 991) e “O propósito de Deus: predestinação e pré-conhecimento” (p. 1089).
4 BCW, perguntas 7-8, 19 e 20.
4 CFW, 3.1-8.
4 CMW, perguntas 12-14 e 24-31.
4 MDC, cap. 18.
4 Os cinco pontos do Calvinismo, de W. J. Seaton, p. 8-12.
4 TSB, Primeira parte: As obras de Deus, II.A-E.
4 TSC, volume 3, cap. VIII e IX.
4 TSG, Parte 5, cap. 32.
4 TSH, Parte 3, cap. I-II.
4 TSHB, cap. 14.
4 TSS, Parte VI, cap. II, Seção I.I.
Seção dois
O que Cristo realizou
TULIP. Limitada expiação.

Objetivos para o discípulo


• Compreender que a morte, ressurreição e exaltação de Cristo cumpriu perfeitamente o plano
divino de redenção.
• Reafirmar que Cristo morreu por todos os que nele crêem para a salvação.
• Entender os significados dos principais termos relacionados à doutrina da salvação, bem como
o modo como tais conceitos se relacionam na sua própria experiência com Deus.
• Responder a tais ensinamentos com adoração e apropriação pessoal de tais verdades.

Introdução
Os estudos desta seção são o coração do evangelho. Neles você aprende sobre o Fi-
lho do Deus vivo, enviado dos céus para esmagar a cabeça da serpente, estabelecer o
reino divino e redimir aos eleitos. Ao conhecer mais e melhor ao “Cristo crucificado”
(1Co 1.22), que ressurgiu dos mortos e vive para sempre, você passa a compreender
a terceira expressão do acróstico TULIP, “limitada expiação”.
Estudos da seção 2: O que Cristo realizou
Estudo 06. Redenção e expiação
Estudo 07. Os sacrifícios de sangue no Antigo Testamento
Estudo 08. O que Cristo fez
Estudo 09. Cristo é “o” Mediador
Estudo 10. A expiação alcança os eleitos
Estudo 11. Não podia ser de outro jeito
Estudo 12. Conclusão

20
Estudo seis: Redenção e expiação
A fim de entender o ensino da Bíblia sobre a expiação, imagine uma situação por de-
mais improvável:1 o filho de um juiz respeitado comete uma infração grave no trânsi-
to, e seu caso é encaminhado para ser julgado por seu próprio pai.
Pense naquele juiz fazendo o que é certo, condenando o jovem com uma pena justa.
Após promulgar sua sentença, ele desce de sua tribuna, tira sua toga, abraça o filho e
paga a fiança. Tal juiz é honesto, cumprindo plenamente a justiça exigida pela lei. Ao
mesmo tempo ele ama incondicional e sacrificialmente, pois assume o prejuízo causa-
do pelo filho, pagando o que é estipulado.

Espere Israel no SENHOR, pois no


Conceito de redenção
SENHOR há misericórdia; nele, copiosa
A expiação é um aspecto
importante da redenção. Novas Palavras ___________________ (Sl 130.7).
De modo geral, redenção Redenção: o ato de
Deus, pelo sangue de Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi:
é o “livramento de algum
Cristo, de nos resgatar
mal através do pagamen- que Cristo _______________________________
da maldição da lei e
to de um preço” (MORRIS, nos assegurar o perdão _________, segundo as Escrituras (1Co 15.3).
Leon, Redenção. In: DOUGLAS,
dos pecados e a vida
1962, p. 1372).
eterna. Ele nos libertou do império das trevas e nos
No Antigo Testamen-
to, o verbo gã’al tem o sentido de “remir, libertar, transportou para o ____________________________
resgatar, vingar, agir como parente”. No Novo ___________, no qual temos a ___________________,
Testamento, exagorazo, redimir e lutroo, resgatar,
a remissão dos pecados (Cl 1.13-14).
comunicam as idéias de “comprar para fora”, ou
“libertar contra recibo de resgate”, e aphesis, re- Cristo nos ___________________ da maldição
missão, é usado para transmitir as idéias de “sol-
tura, liberação, libertação” (VINE, UNGER & WHITE da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso
JR., 2006, p. 259, 931 e 939).
lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele
A obra de Cristo teve a natureza de
que for pendurado em madeiro (Gl 3.13).
satisfação,2 porque enfrentou e respondeu a
todos os requerimentos da lei e da justiça de Cristo morreu positiva e eficazmente para
Deus contra o pecador. A lei já não condena salvar a um certo número de pecadores que
o pecador que crê em Cristo. Mas aqueles mereciam o inferno, em quem o Pai já havia
a quem a lei infinitamente santa e estrita de fixado seu amor graciosamente e por eleição.
Deus não condena têm direito à comunhão e O Filho pagou a dívida desses eleitos, e por
ao favor divinos. Portanto, a obra de Cristo
eles satisfez a justiça do Pai, atribuindo-lhes
não foi mero substituto para a execução da
sua retidão de modo que se completem nele
lei, que Deus em sua soberana misericórdia
considera adequado aceitar em lugar do (SEATON, [s.data], p. 13).
que o pecador era obrigado a dar. Tinha um
valor inerente que a tornava uma satisfação O esquema da redenção
perfeita, de modo que a justiça não tem mais
exigências. Não se lhe pode exigir, com A figura 01 fornece um esquema ou moldura con-
justiça, nenhum castigo adicional por aquele ceitual dentro da qual podemos compreender me-
delito (TSH, p. 844). lhor a redenção.
1
A situação é improvável porque, nos termos das leis ocidentais, juízes normalmente não podem julgar seus próprios familiares.
2
Cristo realizou uma obra de satisfação no sentido de satisfazer as exigências de Deus, de perfeita obediência à vontade divi-
na e de pagamento da penalidade do pecado, no lugar dos eleitos.
21
22 Bases da salvação: redenção
A Bíblia começa com a criação, queda e pro- Deus o Espírito Santo), prometendo que voltaria
messas iniciais da redenção. O Antigo Testamen- para consumar o reino.
to é o registro dos primeiros anúncios do evange- O terceiro aspecto da obra redentora é o tem-
lho. Em seguida, temos a realização messiânica da po presente. Entre a primeira e segunda vindas
redenção. O Novo Testamento (o alicerce da ver- de Jesus Cristo, o Espírito Santo está aplicando a
dade inspirada por Deus e transmitida pelos após- redenção nos eleitos. Pelo Espírito, a Igreja é ilu-
tolos) revela e explica a pessoa e obra do Reden- minada, nutrida e capacitada para o cumprimen-
tor: Deus Filho encarnou-se, morreu, ressuscitou, to dos mandados divinos. A Igreja recebe força
deu instruções à sua Igreja e foi exaltado (subiu enquanto vai retornando ao evangelho, a fim de
aos céus, sentou-se à direita de Deus Pai e enviou obter ensinamentos e recursos espirituais.
O evangelho plenamente
revelado e explicado

Os primeiros anúncios do evangelho O evangelho aplicado

3
Aplicação Trinitária da Redenção
NT Iluminação, Nutrição, Capacitação e Missão

AT 2
Retorno contínuo à fonte. Avanço a partir dos retornos 4
aos conteúdos e recursos do evangelho
1
Serviço profético do AT Fundamento Serviço missionário e cosmonômico da Igreja
apostólico
do NT

1. Criação, queda e promessas iniciais da redenção


2. Realização messiânica da redenção (encarnação, morte, ressurreição e exaltação de Cristo – Pentecostes)
3. Aplicação atual da redenção
4. Consumação da redenção (parusia - segunda vinda de Cristo)
Término da revelação do Antigo Testamento (Malaquias)
Término da revelação do Novo Testamento (Apocalipse)

Figura 01: A redenção abrange toda a história, da criação até a consumação.

A redenção será completada na volta de Cris- Expiação é a ação que tem o pecado como
to, denominada consumação. Naquele dia o pró- objeto: denota a cobertura, o afastamento ou
prio cosmo será definitivamente libertado de to- a extinção do pecado, de modo que ele não
mais constitua barreira à comunhão amigável
dos os resquícios da desobediência de Adão.
entre a pessoa e Deus (PACKER, 2005, p. 218-
Resumindo, no que diz respeito ao passado, a 219).
redenção foi anunciada desde os tempos do Anti- A expiação3 é, mais Novas Palavras
go Testamento e realizada na encarnação, morte, propriamente, o ato de co- Expiação: o ato
ressurreição e exaltação do Senhor Jesus Cristo. brir. O termo usado na Es- providenciado pelo
No tempo atual, a redenção está sendo aplicada no critura significa “ressarcir”, próprio Deus, de enviar
alcance dos eleitos pelo evangelho e na influên- “indenizar”, “compensar”, Jesus Cristo, seu Filho,
cia destes em todas as áreas da vida para glória de “aplacar”, “perdoar”, “re- para morrer no lugar
Deus. Quanto ao futuro, a redenção será consuma- mover”, “anular”, “inva- dos eleitos, a fim de
da na volta de Cristo (figura 01). Essa é a moldura lidar”, “ser reparado”. O pagar os pecados
dentro da qual devemos contemplar a expiação. sentido original é “calafe- deles.
tar”, “besuntar”, ou seja,
Conceito de expiação “tapar uma fenda com betume”, que é uma aplica-
ção restrita do sentido mais geral de “cobrir”.
O termo expiação deve ser compreendido como
“o ato pelo qual Deus restaura o relacionamento O pecado exige retribuição
de harmonia e unidade entre ele e os seres huma-
nos” (YOUNGBLOOD, 2004, p. 535). Trata-se do pa- Os termos do pacto das obras foram claros. O ho-
mem morreria se comesse do fruto da árvore do
gamento exigido pelo pecado, uma “satisfação ou
conhecimento do bem e do mal – a conseqüência
substituição penal” (TSB, p. 343). final do pecado é a morte. O pecado afronta a san-
3
A citação de J I. Packer e este parágrafo são contribuições do Presb. Alain Paul L. Rocchi.
O que Cristo realizou 23
as palavras desta lei, não as cumprindo. E
tidade de Deus e, por isso, exige reparação e casti-
go. A transgressão torna seu praticante passível da todo o povo dirá: Amém (Dt 27.26)!
pena de morte diante do santo tribunal divino.
O fato de termos herdado a culpa do peca- Eis que todas as almas são minhas; como
do de Adão, bem como a nossa prática pessoal do a alma do pai, também a alma do filho é
pecado nos colocam em eterna dívida para com o
Criador. minha; a alma que _____________, essa

____________________ (Ez 18.4).


E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem:

De toda árvore do jardim comerás Porque o salário do pecado é a

livremente, mas da árvore do conhecimento ____________ (Rm 6.23)

do bem e do mal não comerás; porque, Quem é o Redentor dos eleitos de Deus?
O único Redentor dos eleitos de Deus é o
no dia em que dela comeres, certamente Senhor Jesus Cristo, que, sendo o eterno
Filho de Deus, se fez homem, e assim foi
________________________ (Gn 2.16-17). e continua a ser Deus e homem em duas
naturezas distintas, e uma só pessoa, para
____________________ aquele que não confirmar sempre. BCW, pergunta 21.

Atividades
1. A figura 01 revela quatro aspectos da redenção. Complete as frases conforme a figura:

Um. Criação, queda e _____________________________ da redenção

Dois. Realização messiânica da redenção (encarnação, ________________, ressurreição e exaltação de


Cristo – ___________________)

Três. Aplicação _____________ da redenção

Consumação da redenção (parusia – _______________________________ de Cristo)

2. Explique com suas palavras o que é expiação.

3. Relacione corretamente as frases:

a) O homem morreria se comesse do fruto da ( ) a conseqüência final do pecado é a morte.


árvore do conhecimento do bem e do mal pois...
b) Todo pecado é por Deus reprovado, pois... ( ) nos colocam em eterna dívida para com o
Criador.
c) O fato de termos herdado a culpa de Adão... ( ) a lei divina declara maldito todo o que
desobedece a qualquer mandamento.
Estudo sete: Os sacrifícios de sangue
no Antigo Testamento

Em 1977 um garoto de 13 anos caiu num fosso de ariranhas, no zoológico de Brasília.


Passava por perto Sílvio Delmar Hollenbach, um sargento do Exército, que pulou no
fosso e retirou o adolescente.
Os animais, agitados porque recentemente haviam tido filhotes, atacaram o militar,
que não resistiu aos ferimentos, morrendo no hospital.
Por sua coragem ele ganhou do Exército a “Medalha do Pacificador com Palma” e
foi homenageado pelo povo de Brasília, que deu o seu nome ao zoológico da cidade.
Ademais, o presidente da República o promoveu, após a morte, por bravura, ao posto
de segundo tenente.
Adaptado de EXÉRCITO BRASILEIRO, [s.local]: 2002.

Sacrificar-se a fim de salvar outra pessoa é um ato heróico. Cristo, por sua vez, é muito
mais do que um herói. O derramamento de seu sangue na cruz foi muito mais do que a
conseqüência de sua dedicação aos homens. Cristo verteu o seu sangue para satisfazer
plenamente a justiça de Deus.

No qual temos a _________________, pelo


O significado do sangue
seu sangue, a remissão dos pecados,
O sangue é o símbolo da vida. Por isso, a expiação
do pecado exige o derramamento de sangue, ou segundo a riqueza da sua graça (Ef 1.7).
seja, o sacrifício de uma vida.
O sangue e o propiciatório
Porque a __________ da carne está no
O sangue da oferta era colocado sobre o propicia-
_______________. Eu vo-lo tenho dado tório, no santo dos santos, o lugar mais reservado
sobre o altar, para fazer expiação pela do tabernáculo. Dentro da arca ficavam as tábuas da
lei de Moisés. Era sobre o propiciatório que mani-
vossa alma, porquanto é o sangue que fará
festava-se a presença gloriosa de Deus (figura 02).
expiação em virtude da vida (Lv 17.11).
Nos tempos do Antigo Testamento, o perdão
de pecados era obtido quando o pecador entrega-
va ao sacerdote um animal que era morto em seu
lugar.
Como sua oferta pela ___________, pelo

___________________ que cometeu, trará

ele ao SENHOR, do gado miúdo, uma

cordeira ou uma cabrita como oferta pelo Figura 02. O propiciatório era a tampa da arca, sobre a qual
eram colocados os querubins.
pecado; assim, o sacerdote, por ele, fará

_____________________ do seu pecado (Lv 5.6). Ali, virei a ti e, de cima do _______________

24
O que Cristo realizou 25
______________________, do meio dos dois a fim de que fôssemos justificados por fé.

querubins que estão sobre a arca do Testemunho, Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos

falarei contigo acerca de tudo o que eu te subordinados ao aio. (Gl 3.24-25).

ordenar para os filhos de Israel (Êx 25.22). Pois qualquer que guarda toda a lei, mas

Tomará do _________________ do novilho e, com tropeça em um só ponto, se torna culpado

o dedo, o ________________________ sobre a de ______________. Porquanto, aquele que

frente do ________________________________ disse: Não adulterarás também ordenou: Não

_____; e, diante do propiciatório, aspergirá sete matarás. Ora, se não adulteras, porém matas,

vezes do sangue, com o dedo. Depois, imolará vens a ser transgressor da lei (Tg 2.10-11).

o bode da oferta pelo pecado, que será para o


A lógica da expiação
povo, e trará o seu sangue para dentro do véu; e
O raciocínio por trás dos sacrifícios do Velho
fará com o seu sangue como fez com o sangue Testamento é simples: o homem não consegue,
do novilho; aspergi-lo-á no propiciatório e também por sua força, guardar a lei. Ele não possui mere-
cimentos nem capacidade para salvar-se. Deixado
diante dele. Assim, fará expiação pelo santuário
à sua própria sorte e recursos, é condenado. Ele só
por causa das _____________________________ pode ser perdoado e, por conseguinte, reaproximado
dos filhos de Israel, e das suas
do Criador, se um substituto morrer em seu lugar,
assumindo a penalidade devida por seus pecados.
_____________________________, e de todos os Repetindo: um substituto deve cumprir os termos
seus ____________________. Da mesma sorte, do pacto, no lugar do pecador.
fará pela tenda da congregação, que está com Os passos da expiação no
eles no meio das suas impurezas (Lv 16.14-16). propiciatório
Como isso funcionava no propiciatório:
A utilidade da lei
1. Deus vinha por sobre a arca da aliança,
A lei indica o caminho da virtude e promulga a enxergava sua lei, que havia sido quebra-
sentença de condenação sobre o pecador, mas da pelo pecador, e isso provocava sua ira.
não capacita o homem a obedecê-la. Seu objetivo
2. Em seguida, ao ver o sangue sobre o pro-
primário é revelar o perfeito padrão de justiça de
piciatório, Deus considerava que a culpa
Deus.
do pecador estava expiada, ou seja, remi-
Ademais, a lei serve como um guia que des-
da, paga.
perta em nós a consciência de nosso pecado, uma
vez que, por ela, compreendemos a extensão da 3. Deus se tornava propício ao pecador, ou
depravação total: somos convencidos de nossa in- seja, perdoava o pecado com base no san-
capacidade de apresentar obediência absoluta aos gue aspergido sobre o propiciatório. Isso
preceitos de Deus. nos ajuda a compreender o hino 268, Re-
denção, do hinário Novo cântico:
___________________ será justificado diante
Sê propício aos condenados
dele por obras da lei, em razão de que pela lei A lutar na escuridão
Deste abismo de pecados,
vem o pleno _____________________________
Sob a dor da maldição!
do pecado (Rm 3.20).
O teu sangue foi vertido,
De maneira que a lei nos serviu de _________ Expiraste, ó meu Jesus!
E ficou por ti cumprido
para nos ___________________ a Cristo, Meu resgate sobre a cruz.
26 Bases da salvação: redenção
Mas todos nós somos como o ______________, Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei,

e todas as nossas justiças, como trapo da se purificam com sangue; e, sem

imundícia; todos nós murchamos como a folha, ________________________________ de sangue,

e as nossas _____________________________, não há ____________________ (Hb 9.22).

como um vento, nos arrebatam (Is 64.6).

Atividades
1. Responda
a) No Velho Testamento a expiação do pecado exigia o derramamento de sangue, por quê?

b) Como o perdão dos pecados era obtido no Velho Testamento?

c) Qual o objetivo da lei dada por meio de Moisés?

2. Numere a seqüência das frases, de acordo com a lógica dos sacrifícios do Velho Testamento:
( ) Deixado à sua própria sorte e recursos, será condenado.
( ) Ele só pode ser perdoado e, por conseguinte, reaproximado do Criador, se um substituto morrer
em seu lugar.
( ) O homem por sua força, não consegue guardar a lei.
( ) Ele não possui merecimentos nem capacidade para salvar-se a si mesmo.
Estudo oito: O que Cristo fez
Em 2007 o Brasil vibrou com a visita de uma comissão da Federação Internacional de
Futebol – FIFA. Várias cidades foram inspecionadas com o objetivo de verificar-se
a possibilidade do país sediar a Copa de 2014. Autoridades do governo federal, bem
como governadores de alguns Estados, demonstraram entusiasmo nas entrevistas. Fi-
cou claro o interesse da nação em preencher os requisitos necessários para hospeda-
gem do grande evento.
Tal situação nos ajuda a entender o valor da antecipação. Os inspetores da FIFA fo-
ram considerados como uma espécie de prenúncio de algo que poderia ocorrer. Ainda
que os preparativos para uma Copa do Mundo exigissem grandes investimentos e
cuidado com detalhes, a chegada daquela comissão deu ao Brasil uma esperança: se a
nação atendesse a algumas exigências, a Copa de 2014 seria marcada, predominante-
mente, pelo verde-amarelo.

Portanto, se o sangue de bodes e de touros


Os sacrifícios indicavam Cristo
e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os
Os sacrifícios de animais das cerimônias do An-
tigo Testamento eram uma espécie de anúncio e contaminados, os santificam, quanto à purificação da
preparação. O sangue dos animais só era aceito carne, muito mais o ____________________________,
por Deus porque prefigurava o definitivo e eficaz
que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se
sacrifício de Cristo.
ofereceu sem __________________ a Deus,
Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e,
purificará a nossa consciência de obras mortas,
abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos,
para servirmos ao Deus vivo! (Hb 9.12-14).
dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo. A seguir,

tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos Porque é _____________________________

discípulos, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é que o sangue de touros e de bodes

o meu sangue, _______________________________ remova pecados (Hb 10.4).

_____________________, derramado em favor de


Como Cristo satisfaz a justiça divina
muitos, para _________________________________
O cumprimento do pacto
______________________ (Mt 26.26-28). da redenção exigiu a entre- Novas Palavras
ga de Cristo como sacrifí- Vicário: Que faz
No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha cio vicário, ou seja, substi- as vezes de – que
substitui – outrem. O
para ele, e disse: Eis o __________________ de tutivo. A morte de Cristo
sacrifício de Cristo é
satisfez plenamente as exi-
Deus, que tira o pecado do mundo! (Jo 1.29). denominado vicário
gências da justiça divina. porque Jesus nos
Não por meio de sangue de bodes e de bezerros, Como o Senhor Jesus substituiu na cruz. Ele
fez isso? literalmente recebeu o
mas pelo _______________________________, castigo que, legalmente,
O último Adão cabia a nós.
entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas,
Primeiro, a reversão da
tendo obtido ____________________________. queda exigia uma vida de completa obediência, ou
27
28 Bases da salvação: redenção
Mas ele foi traspassado pelas nossas
seja, o cumprimento perfeito dos termos do pacto
das obras de Gênesis 2.16.17. ____________________________ e moído pelas
Ao tornar-se plenamente humano, Jesus assu-
nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a
miu a posição de último Adão. Assim como o pri-
meiro Adão, por sua desobediência trouxe morte paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras
e escravidão à sua descendência, Cristo, por sua
fomos ____________________ (Is 53.5).
obediência, garantiu vida e libertação ao seu povo,
bem como redenção à totalidade do cosmo.
Pois todos pecaram e carecem da glória de
Se, pela _________________ de um só, morreram
Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua
muitos, muito mais a graça de Deus e o dom
graça, mediante a redenção que há em Cristo
_____________________________________________,
Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue,
foram abundantes sobre muitos (Rm 5.15).
como ____________________________, mediante
Pois assim está escrito: O primeiro
a fé, para manifestar a sua justiça, por ter
homem, Adão, foi feito alma vivente.
Deus, na sua tolerância, deixado impunes os
____________________________, porém, é espírito
pecados anteriormente cometidos; tendo em
vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, e sim
vista a manifestação da sua justiça no tempo
o natural; depois, o espiritual (1Co 15.45-46).
presente, para ele mesmo ser _______________
O castigo pelo pecado e o _________________________ daquele que
Segundo, uma vez que toda a descendência de
Adão está incluída no pecado, e, portanto, mere- tem fé em Jesus. Onde, pois, a jactância? Foi
ce a morte, era necessário que Cristo assumisse o de todo excluída. Por que lei? Das obras? Não;
lugar dos eleitos, morrendo por eles. Dessa for-
ma, Deus poderia perdoar os pecados dos eleitos pelo contrário, pela lei da fé. Concluímos, pois,
ao mesmo tempo em que demonstraria sua jus- que o homem é justificado __________________,
tiça contra o pecado. No sacrifício expiatório de
Cristo, Deus, que é santo e justo, castigou o peca- independentemente das obras da lei (Rm 3.23-28).
dor – representado por seu Filho, morto na cruz.
Simultaneamente, ele abriu a porta de comunhão Mas Deus prova o seu próprio amor
para aqueles que aceitam sem perdão, confiados
para conosco pelo fato de ter Cristo
na pessoa e obra de Cristo.
É esse aspecto da obra do Redentor que ga- ____________________________, sendo
rante aos discípulos o perdão dos pecados.
nós ainda pecadores (Rm 5.8).
Cremos que Deus, que é perfeitamente
misericordioso e justo, enviou o seu Filho
Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo
para assumir a natureza humana em
que foi cometida a desobediência, para dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo
fazer reparação pela mesma, e suportar
o castigo do pecado pela sua paixão e ________________________________ que
morte. Portanto, Deus manifestou a sua
justiça contra o seu Filho quando colocou ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua
as nossas iniqüidades sobre ele e derramou
_______________, e tendo grande sacerdote
a sua bondade sobre nós, que éramos
culpados e dignos da condenação. Por sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com
amor perfeitíssimo, ele entregou o seu
Filho à morte por nós e o ressuscitou para sincero coração, em plena certeza de fé, tendo
nossa justificação, a fim de que por ele
tivéssemos a imortalidade e a vida eterna. o coração purificado de má consciência e
CB, artigo 20.
lavado o corpo com água pura (Hb 10.19-22).
O que Cristo realizou 29

O diabo foi vencido do Pai revelado em Cristo, se expandiu por todas


Terceiro, Cristo venceu o diabo. Sua obra re- as nações, no poder do Espírito. As novas gera-
dentora cumpriu a promessa de Gênesis 3.15. Os ções de eleitos, regenerados pela bênção de Deus,
cristãos, por meio do Redentor, foram libertos do puderam reassumir os mandados espiritual, social
poder do inimigo. e cultural, estabelecidos no pacto da criação. Ago-
ra o universo pode ser abençoado pela Igreja, e a
Qual é o seu único conforto na vida e vida pode ser vivida tendo como centro a glória
na morte? O meu único conforto é que
– corpo e alma, tanto na vida como na do Criador.
morte, não pertenço a mim mesmo, mas ao
E eu rogarei ao Pai, e ________ vos dará outro
meu fiel Salvador, Jesus Cristo, que, com
o seu próprio sangue, pagou totalmente Consolador, a fim de que esteja para sempre
por todos os meus pecados e me libertou
completamente do poder do diabo; e assim convosco, o ________________________________,
ele me preserva, de modo que, contra a
vontade do meu Pai celestial, nem um fio que o mundo não pode receber,
de cabelo poderá cair da minha cabeça;
porque não o vê, nem o conhece; vós o
e também, que todas as coisas devem
cooperar para minha salvação, e, portanto, conheceis, porque ele habita convosco e
pelo seu Espírito Santo ele também
me garante a vida eterna e me torna ____________________________. Não vos deixarei
sinceramente disposto e pronto a viver para
ele daqui em diante. CH, pergunta 1. órfãos, voltarei para vós outros (Jo 14.16-18).

Ele nos ___________________ do império das Quando, porém, vier o Consolador, que _______

trevas e nos transportou para o reino do ___________________________________________,

Filho do seu amor, no qual temos a redenção, o Espírito da verdade, que dele procede,

a remissão dos pecados (Cl 1.13-14). esse dará testemunho de mim; e vós

também testemunhareis, porque estais


Visto, pois, que os filhos têm participação
comigo desde o princípio (Jo 15.26-27).
comum de carne e sangue, destes também ele,

igualmente, participou, para que, por sua morte, ... a própria _______________ será redimida

______________________ aquele que tem o do cativeiro da corrupção, para a liberdade

poder da morte, a saber, o diabo (Hb 2.14). da glória dos filhos de Deus (Rm 8.21).

Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o


O envio do Espírito Santo
Por último, depois de exaltar ao Filho, Deus princípio, o primogênito de entre os mortos,
Pai enviou ao seu povo, por meio de Cristo, o Es- para em todas as coisas ter a primazia, porque
pírito Santo.
Cristo realizou a redenção em um ponto fixo aprouve a Deus que, nele, residisse toda a
da geografia e história – morreu e ressuscitou em plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue
Jerusalém, há pouco mais de dois mil anos atrás.
da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo
O Espírito, por sua vez, é o Executivo da Trinda-
de, responsável por atualizar o evangelho às novas mesmo _______________________________, quer
gerações de eleitos.
sobre a terra, quer nos céus (Cl 1.18-20).
A partir do Pentecostes, o evangelho do amor
30 Bases da salvação: redenção

Atividades
1. Escreva “C” para as afirmativas corretas, e “E” para as afirmativas erradas.
( ) O sacrifícios no Antigo Testamento indicavam para o sacrifício de Cristo.
( ) O sangue dos animais era aceito por Deus porque eles eram perfeitos.
( ) O cumprimento do pacto exigiu a entrega de Cristo.
( ) Sacrifício “vicário” é a mesma coisa que sacrifício substitutivo.
2. Procure no caça-palavras os termos que completam as frases:

L E S P I R V U Q F X P N E M
S I L R F C A W Y N I K B B C
C B B E Y Y H V C L B R A M B
T Y L E I R E D E N T O R A O
B J M Y R T G W E U L P E K T
X Q G U A T O Z I J B V O T I
W P C Q M D O S O K A B T Y R
Q S L B U E R S Y N E T Q N I
M O R T E S P X G D Q E G I P
C R I S T O N E I H Y E I A S
I R C B K W L E R I A D M B E
O P F V R H N E U I Q I T P M
T Q P X O C R V R Y W N U F O
C L I A I A C I T S U J M K N
S Z E A K R K C H B D N O Y T

a) A morte de ______________ satisfez plenamente as exigências da __________________ divina.

b) O primeiro Adão, por sua desobediência, trouxe ______________ e escravidão à sua descendência.
Cristo, por sua ____________________, trouxe vida eterna.

c) Cristo assumiu o lugar dos ______________, morrendo por eles.

d) A obra ____________________ de Cristo cumpriu a promessa de Gênesis 3.15. Os cristãos, por


meio do Redentor, foram ___________________ do poder do inimigo.

e) O ___________________ Santo é responsável por atualizar o __________________ às novas gerações


de eleitos.
Estudo nove: Cristo é o mediador
Antes de emprestar uma grande quantia, um banco normalmente exige que seu cliente
apresente um fiador, como garantia do contrato. Disputas pessoais ou mesmo entre
nações são resolvidas com a intervenção de um mediador. Um fiador é alguém que
garante o pagamento de uma dívida, no caso da impossibilidade de quitação por parte
do devedor. Um mediador é alguém que liga duas partes antes separadas.

Cristo é mediador e fiador Portanto, para que a fé ache em Cristo sólida


matéria de salvação, e assim nele descanse,
Para realizar a redenção Cristo assumiu o ofício deve-se estabelecer este princípio, a saber:
de mediador e fiador. Como mediador, ele uniu os que o ofício que lhe foi outorgado pelo Pai
eleitos a Deus. Como fiador, ele garantiu o paga- consta de três partes. Ora, ele foi dado não
mento do preço pelos pecados dos eleitos. apenas como Profeta, mas também como Rei,
e ainda como Sacerdote (IC, 2.15.1, p. 248).
Porquanto há um só Deus e um só Aprouve a Deus, em seu eterno propósito,
_________________________ entre Deus e os escolher e ordenar o Senhor Jesus, seu Filho
Unigênito, para ser o Mediador entre Deus
homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo e o homem, o Profeta, Sacerdote e Rei, o
Cabeça e Salvador de sua Igreja, o Herdeiro
se deu em resgate por todos: testemunho que se de todas as coisas e o Juiz do Mundo; e
deu-lhe, desde toda a eternidade, um povo
deve prestar em tempos oportunos (1Tm 2.5-6). para ser sua semente, e para, no tempo
devido, ser por ele remido, chamado,
O Senhor Jesus, em sua natureza humana justificado, santificado e glorificado.
unida à divina, foi santificado e sem CFW, 8.1.
medida ungido com o Espírito Santo, tendo
em si todos os tesouros de sabedoria e da
O SENHOR, teu Deus, te suscitará um
ciência. Aprouve ao Pai que nele habitasse
toda a plenitude, a fim de que, sendo santo, ___________________ do meio de ti, de teus irmãos,
inocente, incontaminado e cheio de graça e
verdade, estivesse perfeitamente preparado semelhante a mim; a ele ouvirás (Dt 18.15).
para exercer o ofício de Mediador e Fiador.
Este ofício ele não tomou para si, mas para Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de
ele foi chamado pelo Pai, que lhe pôs nas
mãos todo o poder e todo o juízo, e lhe Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes,
ordenou que os exercesse. CFW, 8.3.
Deus o fez _______________ e Cristo (At 2.36).

Cristo é profeta, sacerdote e rei Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de
O Redentor realiza sua função de mediação exer- muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes
cendo as funções de Profeta, Sacerdote e Rei.
últimos dias, _____________________________,
6 Como Profeta ele revela a vontade de
Deus para a salvação daqueles que nele a quem constituiu herdeiro de todas as cousas,
crêem e traz a derradeira e suprema pala- pelo qual também fez o universo (Hb 1.1-2).
vra do evangelho.
6 Como Sacerdote ele intercede por seu Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande
povo e oferece o sacrifício exigido pelos pe-
_____________________________ que penetrou
cados.
6 Como Rei ele governa, supre, cuida e pro- os céus, conservemos firmes a nossa confissão.
tege seus súditos. Porque não temos sumo sacerdote que não

31
32 Bases da salvação: redenção
possa compadecer-se das nossas fraquezas; portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a

antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa fim de recebermos misericórdia e acharmos graça

semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, para socorro em ocasião oportuna (Hb 4.14-16).

Atividades
1. Complete:

a) Como mediador, Jesus ___________ os eleitos a Deus.

b) Como fiador, Jesus satisfez a justiça de Deus _____________________________ pelos pecados dos
eleitos.

2. Relacione os títulos da coluna da esquerda com as atribuições da coluna da direita.

( 1 ) Profeta ( ) Intercede pelo povo e oferece sacrifício pelos pecados.

( 2 ) Sacerdote ( ) Governa, supre, cuida e protege seus súditos.

( 3 ) Rei ( ) Revela a vontade de Deus para a salvação daqueles que crêem nele.
Estudo dez: A expiação alcança os eleitos
Após ter visitado várias igrejas, sempre buscando respostas às suas dúvidas relacio-
nadas à salvação, Vilma estava confusa. Um sacerdote recomendou que ela fizesse
boas obras e rezasse regularmente. Um pastor evangélico lhe disse que, para ser salva,
bastava levantar a mão “aceitando a Jesus” e, em seguida, preencher uma ficha de deci-
são. Em ambos os casos, parecia que a salvação era algo obtido por obras, mesmo no
último caso, pois, a resposta ao apelo era algo que ela podia fazer, conforme o pregador
repetiu várias vezes.
Ao conversar com seus colegas de trabalho, a coisa “complicou”.
– Não se preocupe com isso – asseverou Arnaldo. – Deus é amor, e um Deus de
amor não mandaria ninguém para o inferno. Creio que Cristo realmente veio ao
mundo para salvar os pecadores e, como todos as pessoas são pecadoras, Cristo
veio salvar a todas elas. No final das contas, todos serão salvos.
– Eu discordo completamente – disse Júlia, uma colega evangélica. – Deus já man-
dou Jesus Cristo para nos salvar. Agora, Vilma, você precisa imaginar como se
Jesus estivesse sendo oferecido a todos, como um produto – um excelente produto
por sinal – em uma loja. Compra quem quer. Entenda que Deus já fez o que era
necessário para a salvação. O resto depende de nós. É preciso “tomar posse” da
salvação pela fé. Se você não quiser crer, saiba que mesmo que Cristo deseje salvá-la,
ele não poderá fazer isso, pois sua incredulidade impede que a redenção seja eficiente
para você.

Argumentos defeituosos Esse ponto contraria o ensino claro das Es-


crituras. A Bíblia revela que a salvação depende
O argumento da colega de Vilma é baseado em de conhecermos a Cristo, de nele crermos e a ele
duas teses relacionadas à morte de Cristo, a de invocarmos como Senhor e Salvador pessoal. Se-
que Cristo morreu para “salvar a todos os homens gundo a Palavra de Deus, os que não abraçarem o
sem distinção” ou que ele “morreu para salvar a evangelho continuarão separados de Deus, desti-
ninguém em particular” (SEATON, obra citada, p. 13). nados a eterna condenação.
O argumento do universalismo O argumento do arminianismo
Essa tese afirma que a morte de Cristo teve A segunda tese recebe esse nome por causa de
como objetivo salvar a todos 4 os homens; portanto, seu principal defensor, Jacobus Arminius, (1559-
todas as pessoas serão salvas, mesmo aquelas que 1609) professor de teologia na Universidade de
nunca ouviram ou que rejeitaram o evangelho. Leiden (WRIGHT, 1998, p. 30). Arminius ensinava que
A lógica por trás desse argumento é simples: o homem pode ser salvo, se ele quiser. Para ele,
se Deus é amor, não deve haver nenhum tipo de após a queda, o homem não decaiu completamen-
condenação eterna ou inferno. te. A vontade humana, mesmo depois da desobe-

4
Para defesa desse ponto de vista, são citados textos bíblicos nos quais afirma-se que Cristo morreu por “todos” os homens,
ou que Deus tem a intenção de salvar a “todas” as pessoas; p. ex., 1Tm 2.4. A melhor interpretação para tais textos é que os
termos “todos” ou “todas”, nestas passagens, devem ser entendidos como referindo-se a todos os eleitos. Deus ordena que o
evangelho seja pregado a todos os seres humanos (chamado externo), para que, por meio dessa pregação, sejam convertidos
os escolhidos (chamado interno ou vocação eficaz).

33
34 Bases da salvação: redenção
diência de Adão, continuou livre para decidir-se evangelho é para salvação dos eleitos.
por Cristo. Tais afirmações contrariam o ensino 6 Para os eleitos, o evangelho é o poder de
da Bíblia sobre a total depravação Deus para a salvação. Nesses, Deus cum-
O arminianismo é uma tentativa de estabe- pre plenamente seu eterno conselho.
lecer o homem como centro do processo de sal-
vação. Ensina-se que Cristo obteve uma possível Concluindo, a expiação realizada por Cristo é
salvação, que é efetivada de acordo com o exercício cem por cento eficaz para cumprir o plano divino.
da vontade humana. Se o pecador decidir aceitar a O Filho de Deus morreu para resgatar a todos os
Cristo, então ele será salvo. Se ele decidir rejeitá- que haviam sido dados a ele no pacto da redenção.
lo, a morte de Cristo continua válida para sua sal-
vação, mas ele não será salvo em virtude de sua Foi da vontade de Deus que Cristo por
rejeição do evangelho. meio do sangue na cruz (pelo qual Ele
confirmou a nova aliança) redimisse
De acordo com esse ponto de vista, Cristo pode
efetivamente de todos os povos, tribos,
salvar a todos – se todos o aceitarem – ao mesmo línguas e nações, todos aqueles e somente
tempo em que pode salvar ninguém – se ninguém o aqueles que foram escolhidos desde a
aceitar. A eficácia do sacrifício de Cristo é relativa eternidade para serem salvos, e Lhe foram
e parcial. dado pelo Pai. Deus quis que Cristo lhes
O problema aqui é que a soberania de Deus é desse a fé, que Ele mesmo lhes conquistou
limitada pela vontade do homem. Deus salva se o com sua morte, junto com outros dons
homem quiser. Mesmo que Deus deseje salvar, se salvíficos do Espírito Santo. Deus quis
também que Cristo os purificasse de todos
o homem não quiser a salvação, Deus fica impedi-
os pecados por meio do seu sangue, tanto
do, limitado ou circunscrito pela decisão humana. do pecado original como dos pecados
A Bíblia, por sua vez, revela que o evangelho atuais, que foram cometidos antes e
é centrado em Deus que é Criador e soberano. O depois de receberem a fé. E que Cristo os
que Deus decreta, faz. Deus jamais é limitado por guardasse fielmente até ao fim e finalmente
suas criaturas. Isso significa que Deus salva a quem os fizesse comparecer perante o próprio Pai
planeja salvar. em glória, “sem mácula, nem ruga”
(Ef 5:27). CDt, cap. 2, artigo 8.
O arminianismo foi condenado como here-
sia pela Igreja Reformada Holandesa no Sínodo
Enviou ao ________________ a redenção;
de Dordrecht, em 1618-19, mas ganhou força a
partir do século XIX, principalmente “por causa estabeleceu para sempre a sua aliança;
de sua ênfase no individualismo idealista ou oti- santo e tremendo é o seu nome (Sl 111.9).
mista” (HORTON, 1998, p. 45). Atualmente a crença
arminiana é defendida por teólogos influentes e Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus,
propagada pela maioria das igrejas evangélicas.
porque ele salvará o ________________________
Conceito de expiação limitada dos pecados deles (Mt 1.21).
A expressão limitada ex- Todo aquele que o Pai ____________, esse
piação indica que a eficácia Novas Palavras
da morte de Cristo alcança Expiação limitada: virá a mim; e o que vem a mim, de modo
o número exato dos eleitos. A entrega de Cristo nenhum o lançarei fora (Jo 6.37).
na cruz, a fim de
6 A morte de Cristo
derramar seu sangue
tem valor infinito, e providenciar É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo,
ou seja, é suficien- purificação dos
mas por aqueles que ____________________,
te para salvar a to- pecados para todos os
dos os homens. eleitos. porque são ____________ (Jo 17.9).
6 O evangelho é pre-
Maridos, amai vossa mulher, como também
gado com um convite a todos, para que se
arrependam e creiam. Cristo amou a _____________ e a si mesmo

6 Nem todos, porém, crêem no evange- se entregou por __________ (Ef 5.25).
lho. Isso se deve a um fato simples: O
O que Cristo realizou 35

Atividades
1. Assinale a alternativa correta:
Expiação limitada é:
( ) O fato de Jesus ter morrido por todas as pessoas.
( ) O fato de Jesus ter morrido pelos eleitos de Deus.
( ) O fato de Jesus ter morrido pelos pobres.
2. Explique porque o universalismo e o arminianismo não são considerados ensinos bíblicos.
Estudo onze: Não podia ser de outro jeito
A pergunta veio de um dos presbíteros mais experientes: – Considerando as condições
do pacto das obras, é possível a salvação sem a redenção?
O candidato à profissão de fé e batismo engoliu em seco, franziu a testa e pensou por
longos cinco segundos. Em seguida ajeitou a postura, olhou os membros do Conselho
nos olhos e respondeu cheio de convicção:
– Sim é claro! Deus é soberano e, sendo assim, ele não precisaria, se quisesse, mandar
Jesus para morrer por nós na cruz. Ele poderia simplesmente decretar, como Deus,
que quem cresse nele seria perdoado e pronto. Se Deus quisesse nos salvar sem ne-
nhum sacrifício de sangue, ele o faria.
A fala do jovem causou boa impressão aos líderes da Igreja. Estes reconheceram sua
inteligência e boa capacidade de comunicação. Elogiaram ainda sua convicção sobre
a soberania de Deus. Orientaram-no, porém, a retornar à classe de catecúmenos. Ele
não estava pronto para professar a fé e receber o batismo, pois não havia compreendi-
do adequadamente o ensino bíblico acerca da redenção.

É __________________________ que o
Jesus tinha de morrer na cruz
Filho do Homem sofra muitas coisas, seja
Repassemos os principais ensinamentos da dou-
trina da expiação: rejeitado pelos anciãos, pelos principais

sacerdotes e pelos escribas; seja morto


6 De acordo com o pacto das obras de Gê-
nesis 2.16-17, o pecado gera o afastamen- e, no terceiro dia, ressuscite (Lc 9.22).
to de Deus que culmina com a morte (não
apenas física mas sobretudo espiritual). A expiação garante a justificação
6 Deus é santo em sua natureza. Sendo Em razão da expiação, te-
santo, ele não tem como não condenar o mos paz com Deus. Por Novas Palavras
pecador. Sua justiça exige a aplicação dos meio de Cristo fomos jus- Justificação: “Processo
termos do pacto das obras. tificados, ou seja, decla- pelo qual seres
6 Isso significa que, mesmo que Deus queira rados justos e acolhidos por humanos pecadores
causa dos méritos e sacrifício são aceitos por
perdoar, ele também deve condenar. Para
um Deus santo”
resolver o dilema, é necessária a expiação. do Redentor. (YOUNGBLOOD, obra
citada, p. 829).
A questão, então, não é se Deus castigará o
Mas vós sois dele,
pecado, mas quem receberá o castigo. A doutrina
da expiação mostra que, para ser salvo do castigo, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da
o pecador deverá recorrer a um substituto que pa-
parte de Deus sabedoria, e _________________,
gue por ele o preço de sua transgressão.
e santificação, e redenção (1Co 1.30).
Em suma, se Cristo não morresse na cruz, não
haveria salvação.
________________________, pois, mediante
De acordo com os termos do conselho, Deus
a fé, temos paz com Deus por meio de
deu seu Filho unigênito para que todo aquele
que nele crê tenha vida eterna (TSHB, p. 177). nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 5.1).

36
O que Cristo realizou 37
Portanto, interpretamos a justificação somente entre vós, pois vós sois as minhas testemunhas,
como a aceitação em virtude da qual, recebidos diz o SENHOR; eu sou Deus (Is 43.11-12).
à sua graça, Deus nos tem por justos. E dizemos
que ela consiste na remissão dos pecados e na Proclamando em grande voz: Digno é o
imputação da justiça de Cristo (IC, 3.11.2, p. 198).
Cordeiro que foi morto de receber o poder,
Glória ao crucificado e e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e
ressurreto
glória, e _________________ (Ap 5.12).
Cristo “desceu ao hades”, ou seja, morreu e foi
Como devemos reagir a tais ensinos? Res-
sepultado. Três dias depois ele ressuscitou. A re-
pondemos ao amor de Cristo com fé, louvor e
denção foi consumada e o Redentor, assentado ao
lado de Deus Pai, intercede por nós, protegendo- amorosa obediência.
nos, guiando-nos e abençoando-nos diariamente. Livres do medo! Já resgatados!
Deus prometeu e cumpriu, decidiu salvar e Cristo morreu por nossos pecados!
Na sua cruz o pacto se fez,
salvou, decretou e agiu. Sua vontade foi completa-
Fomos remidos de uma vez.
mente realizada, nada foi capaz de frustrar os seus
desígnios. Sim, de uma vez! Amigo, acredita,
No Salvador tens sorte bendita!
Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso
Senhor, o qual foi concebido por obra do Cristo, na cruz, a Lei satisfez
Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu E redimiu-nos de uma vez!
sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, Ao malfeitor, que a pena merece,
morto e sepultado; desceu ao Hades; ressurgiu Vida, perdão e paz oferece.
dos mortos ao terceiro dia; subiu ao céu; está Vem a Jesus com santa avidez
assentado à mão direita de Deus Pai Todo- Pois te recebe de uma vez!
poderoso, de onde há de vir para julgar os vivos
e os mortos (Credo apostólico). Graça real! Não há mais castigo!
Não mais temor, nem sombra ou perigo!
Vestes reais, não triste nudez,
Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há
Cristo enriquece de uma vez!
____________________. Eu anunciei a salvação, Hino 150, Salvação perfeita, do
realizei-a e a fiz ouvir; deus estranho não houve hinário Novo cântico.
38 Bases da salvação: redenção

Atividades
1. Mesmo considerando os termos do pacto das obras, a expiação foi apenas um método escolhido
por Deus para a salvação, mas ele podia salvar os eleitos simplesmente declarando que estes estavam
perdoados. Desse modo, Deus “se esqueceria” dos pecados dos homens, sem necessidade da morte
de seu Filho numa cruz.
As afirmações acima são verdadeira ou falsas? Explique sua resposta.

2. Complete a frase com a sentença correta:

Agora temos paz com Deus, ________________________________________________________


________________________________________________________________________________
________________________________________________________________.

a) ... pois, pelos nossos méritos, somos salvos.


b) ... Jesus morreu por nós, mas podemos decidir se queremos ou não essa paz.
c) ... podemos nos aproximar dele, uma vez que fomos declarados justos por causa dos méritos de Cristo.

3. Leia novamente a letra do hino 150, Salvação perfeita, do hinário Novo cântico, e responda:
a) Na primeira estrofe lemos: “Na sua cruz o pacto se fez”. A qual pacto o autor se refere?

b) Que lei Cristo satisfez?


Estudo doze: Conclusã da seção dois
A partir do que foi estudado, podem ser estabelecidas as seguintes declarações doutrinárias:
6 A morte de Jesus Cristo na cruz foi o nheça Cristo como o seu mediador.
sacrifício perfeito, que cumpriu inteira- 6 Cristo morreu para redimir aqueles que
mente as exigências divinas e providen- haviam sido incluídos no plano de sal-
ciou completa satisfação pelos pecados vação, estabelecido por Deus desde an-
dos eleitos. Compreenda que não há ne- tes da fundação do mundo. Sua morte
cessidade de nenhum outro sacrifício, pe- foi completamente eficaz para o resgate
nitência ou qualquer ato de satisfação ou dos eleitos. Adore a Deus por seu amor de-
mérito, para que o homem seja purificado monstrado desde a eternidade e porque sua
de seus pecados. redenção foi completa e eficaz.
6 Cristo é o único Mediador entre Deus e 6 Deus é todo-poderoso, soberano e
os homens. Somente através de sua obra fiel. Ele sempre cumpre aquilo que de-
completa é que se torna possível retomar creta. Louve a Deus por sua soberania e
o relacionamento com o Criador. Reco- fidelidade.
Um aspecto comum em todas as seitas é a crença na autonomia humana. Cada vez mais são
popularizadas idéias que estabelecem o homem como centro da ação espiritual. Afirma-se, por exemplo,
que Deus depende do homem como este último fosse co-igual com o Criador. Somos motivados, aqui
e ali, a abraçar práticas mágicas: se atuarmos de maneira correta dentro de determinado ritual, ou
pronunciarmos as palavras corretas na oração, não apenas o diabo será vencido por nós, mas o próprio
Deus será “forçado” a nos dar o que lhe pedimos. Em suma, a soberania de Deus tem sido banida da
religião dita evangélica, com sérios prejuízos para o discipulado. Não podemos nos deixar enganar por
tais modismos falaciosos. Temos de sujeitar nossas mentes e corações ao ensino fiel da Bíblia. Deus é a
origem e o realizador da salvação. Devemos depender só dele em nossa caminhada cristã. Unicamente a
ele deve ser dada toda a glória para redenção.

“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém


vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6).

Pense e pratique
1. Uns buscam a salvação pelas boas obras, outros confiam na intercessão de santos. De acordo com o ensino
bíblico, qual a crença e atitude corretas, a fim de desfrutarmos da salvação?

2. Como devemos viver à luz daquilo que Cristo realizou por nós?

Sugestão de leitura bíblica


Êx 3.1-22. Is 55.1-13. Jr 33.3-13. Jo 1.1-14.
Êx 4.1-31. Jr 1.1-10. Ez 36.23-28. Gl 1.10-24.
Js 1.1-9. Jr 3.14-22. Jl 2.12-19. 1Tm 1.12-17.
Jz 6.11-24. Jr 4.1-4. Jn 1.1-2.10.
1Sm 3.1-14. Pv 8.1-21. Jn 3.1-4.11.
Is 6.1-8. Pv 8.32-36. Mt 4.18-22, 9.9.

39
40 Bases da salvação: redenção

Para aprender mais


4 A soberania banida, de R. K. Mc Gregor Wright, cap. 8.
4 IC, 2.1-3.
4 BEG, notas teológicas “Redenção limitada” (p. 1248), “A expiação”
(p. 1322), “Eleição e reprovação” (p. 1333).
4 BCW, perguntas 13-19.
4 CFW, 6.
4 CMW, perguntas 21-39.
4 MDC, capítulo 15.
4 Os cinco pontos do Calvinismo, de W. J. Seaton, p. 1-8.
4 TSB, Terceira parte: Os ofícios de Cristo, I-VI.
4 TSC, volume 3, cap. II.II, cap. IV a VI e X.
4 TSG, Parte 4, cap. 27, 29.
4 TSH, Parte 3, cap. IV-IX.
4 TSHB, cap. 15, 17 e 21.
4 TSS, Parte VI, cap. I, Seção IV.I-III.
Considerações finais
Após estudar este material, você poderá utilizá-lo para estudar com outra pessoa. Você foi constituído
por Cristo como um evangelista, recebendo a nobre incumbência de fazer discípulos.
Estas páginas contêm doutrina bíblica sólida, rica e equilibrada, necessária para formar caráter e vida
profunda com Deus. Ore, suplicando que Deus o capacite para a tarefa e lhe mostre uma pessoa para
testemunhar, quem sabe alguém que está começando a freqüentar sua igreja, ou, talvez, um familiar ou
colega de estudos ou trabalho. Faça contato e inicie os estudos.
Oramos para que Deus o abençoe em seus estudos e testemunho cristão!
Os autores.

41
Referências bibliográficas
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São Paulo: Cultura Cristã, 2005.
BAVINCK, Hermann. Teologia sistemática. Trad. Vagner Barbosa. São Paulo: SOCEP, 2001.
BERKHOF, Louis. Teologia sistemática. 2ed. Trad. Odayr Olivetti. São Paulo: Cultura Cristã, 2001.
CALVINO, João. As institutas: Edição clássica. 2ed. Trad. Waldir Carvalho Luz. São Paulo: Cultura Cristã,
2006. v. 2.
__________. As institutas: Edição clássica. 2ed. Trad. Waldir Carvalho Luz. São Paulo: Cultura Cristã, 2006. v. 3.
CHAFER, Lewis Sperry. Teologia sistemática. Trad. Heber Carlos de Campos. São Paulo: Hagnos, 2003. v. 3 e 4.
Christian Classics Ethereal Library. Works by Jacobus Arminius. Grand Rapids: Calvin College,
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CONSELHO DE HINOLOGIA, HINÓDIA E MÚSICA. Novo cântico: Hinário presbiteriano. 3ed. com
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DOUGLAS, J. D. (Ed.). O novo dicionário da Bíblia. 1ed. reimp. 1986. São Paulo: Vida Nova, 1962. v. 2.
EXÉRCITO BRASILEIRO. Você sabia? [s.local]:2002. Disponível em: <http://www.exercito.gov.br/
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FERGUSON, Sinclair B.; BEEKE, Joel R. Harmonia das confissões reformadas. Trad. Lúcia Kerr Jóia. São
Paulo: Cultura Cristã, 2006.
GRUDEM, Wayne. Teologia sistemática. Trad. Norio Yamakami, Lucy Yamakami, Luiz A. T. Sayão, Eduardo
Pereira e Ferreira. São Paulo: Editora Vida, 1999.
__________. Manual de doutrinas cristãs: teologia sistemática ao alcance de todos. Trad. Heber Carlos de
Campos. São Paulo: Editora Vida, 2005.
HEROES primeira temporada. Produção de Tim Kring. Califórnia: NCB, 2006. DVD 1/6.
HODGE, Charles. Teologia sistemática. Trad. Valter Martins. São Paulo: Hagnos, 2001.
HUNTER, James C. O monge e o executivo. 11ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2004.
PACKER, J. I. O conhecimento de Deus. 2ed. Trad. Cleide Wolf e Rogério Portela. São Paulo: Mundo Cristão,
2005.
SEATON, W. J. Os cinco pontos do Calvinismo. [s.trad.]. São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas,
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STRONG, Augustus Hopkins. Teologia sistemática. São Paulo: Hagnos, 2003. v. 2.
VINE, W. E.; UNGER, Merril F.; WHITE JR., William White. Dicionário Vine. 7ed. Trad. Luis Aron de Ma-
cedo. Rio de Janeiro: Casa Publicadoras das Assembléias de Deus, 2006.
WALTKE, Bruce e SILVA, Moisés. (Ed.). Bíblia de estudo de Genebra. São Paulo e Barueri: Cultura Cristã e
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
WRIGHT, R. K. Mc Gregor. A soberania banida: Redenção para a cultura pós-moderna. Trad. Héber Carlos
de Campos. São Paulo: Cultura Cristã, 1998.
YOUNGBLOOD, Ronald F. (Ed.). Dicionário ilustrado da Bíblia. Trad. Lucília Marques Pereira da Silva... [et
al.]. São Paulo: Vida Nova, 2004. 1475 p.

42
Apêndice: Definições de termos,
abreviações e metodologia de citações

Definição de termos e abreviações


Termos e abreviações usados são definidos da seguinte maneira:
BEA. Meister e o autor destes estudos referem-se às
Bíblia de estudo Almeida. ordenanças da criação como mandados. Gerard
BEG. Van Groningen utiliza o termo mandatos.
Bíblia de estudo de Genebra. MBC.
BENVI Manual de doutrina cristã, de Wayne Grudem.
Bíblia de estudo NVI. SCH.
CB. Segunda confissão helvética.
Confissão belga. Símbolos de fé.
CDt. A Confissão de fé, o Breve catecismo ou Catecismo
menor e o Catecismo maior de Westminster.
Cânones de Dordrecht ou de Dort..
TSB.
CMW.
Teologia sistemática, de Louis Berkhof.
Catecismo maior de Westminster.
TSC.
Cf.
Teologia sistemática, de Lewis Sperry Chafer.
Confira em.
TSG.
CFW.
Teologia sistemática, de Wayne Grudem.
Confissão de fé de Westminster.
TSH.
IC.
Teologia sistemática, de Charles Hodge.
As institutas, edição clássica, de João Calvino.
TSHB.
lit.
Teologia sistemática, de Hermann Bavinck.
Literalmente.
TSS.
Mandado ou Mandato.
Teologia sistemática, de Augustus Hopkins Strong.
Preceito ou ordem de superior para inferior.
Uma ordem ou incumbência divina que deve v.; vv.
ser seguida, obedecida e realizada pelo homem. Versículo; versículos.
O. Palmer Robertson, Mauro Fernando
Citações
Nestes estudos, são citados diversos autores. O leitor terá contato com obras teológicas importantes
escritas por autores confiáveis e piedosos, cujos ensinos são fiéis à interpretação bíblica.
As citações são mostradas em margem recuada e tipo menor, seguidas da fonte entre parênteses.
Parte da tarefa dos primeiros escritores cristãos parece ter sido distinguir o Deus dos cristãos dos outros
deuses que havia no contexto religioso (McGRATH, 2005, p. 175).
No exemplo acima, a citação foi extraída da obra de McGrath, publicada no ano 2005, página 175.
Para obter mais detalhes sobre essa obra, nas referências bibliográficas, procure por McGRATH, listado
em ordem alfabética. Você encontrará o seguinte:
McGRATH, Alister E. Teologia sistemática, histórica e filosófica: uma introdução à teologia cristã.
Trad. Marisa K. A. de Siqueira Lopes. São Paulo: Shedd Publicações, 2005.
Isso indica que o nome completo do autor é Alister E. McGrath. O livro do qual foi retirada a cita-
ção chama-se Teologia sistemática, histórica e filosófica: uma introdução à teologia cristã, foi traduzido por
Marisa K. A. de Siqueira Lopes e publicado em São Paulo, pela Shedd Publicações, em 2005.
43
44 Bases da salvação: Apêndice
No caso das obras de referência que constam na seção de abreviações, será utilizada a abreviação
seguida do endereçamento pertinente, da seguinte forma:
IC, 4.7.21, p. 141.
A referência aponta para As institutas, edição clássica, de João Calvino, livro 4, capítulo 7, seção 21.
Para facilitar ainda mais a pesquisa, informamos que o texto utilizado encontra-se na página 141.
Sempre que a mesma obra for citada mais de uma vez, a partir da segunda citação, em lugar do ano
de publicação, constará a expressão obra citada. Caso ocorra de a mesma obra aparecer em seguida ao
endereçamento “obra citada”, constará a expressão ibid.
Primeira citação (McGRATH, 2005, p. 175).
A partir da segunda citação (McGRATH, obra citada, p. 557).
Citação consecutiva do mesmo autor e obra, na mesma página (Ibid., p. 580).
Quando a obra citada tiver mais de três autores, será citado apenas o primeiro autor, seguido da
expressão et al.
BOICE et al., 1998, p. 325.

Quando a citação contemplar partes extraídas de diversas páginas do texto do autor, será utilizada
a expressão passim.
HORTON, 1998, passim.

Quando um autor cita outro autor, o registro da citação contém a expressão apud, como segue:
KNOWLES, Andrew, A descoberta da fé. [s.local]: Ed. Núcleo, [s.data], apud FREITAS, 2001, p. 8.

No exemplo acima, trata-se de uma citação de Andrew Knowles (obra A descoberta da fé, sem data
ou local de publicação), que consta na página 8 do livro de Neli Maria de Freitas, publicado em 2001.

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